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O VERBO E A PALAVRA SE Entre as várias funções que esse pronome exerce, há duas de particular interesse para CONCORDÂNCIA verbal: quando é índice de indeterminação do sujeito e quando é partícula apassivadora.

Concordância com verbos de particular interesse verbo ser

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O VERBO E A PALAVRA SE

Entre as várias funções que esse pronome exerce, há duas de particular interesse para CONCORDÂNCIA

verbal: quando é índice de indeterminação do sujeito e quando é partícula apassivadora.

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Quando é índice de indeterminação do sujeito, o se

acompanha verbos intransitivos, transitivos indiretos e de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na terceira pessoa do singular:

Aos domingos, assiste-se a programas medonhos na televisão. Aos sábados, costumava-se ir a bailes. Confia-se em teses absurdas. Era-se mais feliz no passado. Quando se é consciente, luta-se pelo bem-estar social. Precisa-se de governantes interessados em civilizar o país.

O VERBO E A PALAVRA SE

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Quando é pronome apassivador, o se acompanha verbos

transitivos diretos e transitivos diretos e indiretos na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o verbo deve concordar com o sujeito da oração:

Destruiu-se a base de uma sociedade igualitária. Destruíram-se as bases de uma sociedade igualitária. Construiu-se um posto de saúde. Construíram-se novos postos de saúde. Não se pouparam esforços para despoluir o rio. Não se devem poupar esforços para despoluir o rio.

O VERBO E A PALAVRA SE

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CONCORDÂNCIA COM VERBOS DE PARTICULAR INTERESSE

HAVER E FAZER

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O verbo haver, quando indica existência ou

acontecimento, é impessoal, devendo permanecer sempre na terceira pessoa do singular:

Há graves problemas sociais no país. Havia graves problemas sociais no país. Sempre houve graves problemas sociais no país. Parece haver graves problemas sociais no país. Deve ter havido graves problemas sociais no país.

HAVER e FAZER

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Haver e fazer são impessoais quando indicam idéia

de tempo (cronológico ou meteorológico). Nesse caso, devem permanecer na terceira pessoa do singular:

Há anos não o procuro. Faz anos que não o procuro. Havia anos que não nos encontrávamos. Fazia anos

que não nos encontrávamos. Deve fazer vinte anos que ela foi embora.

HAVER e FAZER

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A CONCORDÂNCIA do verbo ser é

absolutamente particular, rica em detalhes. Em várias situações, esse verbo deixa de concordar com o sujeito para concordar com o predicativo. Em outras, pode concordar com um ou com outro, de acordo com o termo que se queira enfatizar

SER

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Quando colocado entre um substantivo comum

no singular e outro no plural, o verbo ser tende a ir para o plural, independentemente da ordem dos substantivos. Poderá ficar no singular por motivo de ênfase:

No meio da chuva, o coração do seu carro são as palhetas e os limpadores do para-brisa.

A cama são algumas tábuas retorcidas.

SER

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Quando colocado entre um nome próprio e um

comum, o verbo ser tende a concordar com o nome próprio. Entre um pronome pessoal e um substantivo comum ou próprio, o verbo concorda com o pronome:

Garrincha foi as mais incríveis diabruras com a bola. O professor sou eu. Eu sou Pedro das Neves. Pedro das Neves sou eu.

SER

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Quando colocado entre um substantivo e um

pronome que não seja pessoal, o verbo ser tende a concordar com o substantivo:

Tudo eram sorrisos naquele ambiente hipócrita. Isso são manias de quem não tem o que fazer. Quem são os escolhidos? Dos dois primeiros casos, encontram-se, sobretudo

em textos literários, exemplos em que se opta pela CONCORDÂNCIA com o pronome.

SER

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Nas expressões que indicam quantidade

(medida, peso, preço, valor), o verbo ser é invariável:

Cinco quilos é muito. Mil reais é pouco para uma família viver em

São Paulo. Dez minutos é muito tempo. Com você, duas horas é pouco

SER

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Nas indicações de tempo, o verbo ser concorda com a

expressão numérica mais próxima: É uma hora. São duas horas. Eram quatro e vinte. Já é meio-dia. Já é uma e cinquenta e cinco. São cinco para o meio-dia. Hoje são trinta e um de dezembro. (Mas, cuidado: Hoje é dia

trinta e um de dezembro.)

SER

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FLEXÃO DO INFINITIVO

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O infinitivo expressa um processo verbal sem

indicação de tempo. Em português, o infinitivo pode ser impessoal, quando o que se considera é apenas o processo verbal, e pessoal, quando se atribui a esse processo verbal um agente. Observe:

É proibido conversar com o motorista. (impessoal)

É bom sairmos já. (pessoal, sujeito/agente nós)

FLEXÃO DO INFINITIVO

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A forma não flexionada deve ser usada: a) quando o verbo é usado indeterminadamente,

assumindo valor substantivo: Dormir é fundamental para repor as energias. Viajar é a melhor alternativa de lazer.

b) quando o infinitivo tem valor imperativo: Direita, volver! Honrar pai e mãe.

FLEXÃO DO INFINITIVO

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c) quando o infinitivo, regido de preposição

de, complementa um adjetivo e assume valor passivo: Suas constantes manifestações de desagrado são ossos duros de roer. (= de serem roídos) Vivi situações difíceis de esquecer. ( de serem esquecidas)

FLEXÃO DO INFINITIVO

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d) quando o infinitivo é regido de preposição e

funciona como complemento de um substantivo, adjetivo ou verbo da oração anterior: Foram obrigados a ficar. Acusaram-nos de praticar atos suspeitos. Eu os convenci a aceitar. Estão dispostos a colaborar.

FLEXÃO DO INFINITIVO

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e) quando o infinitivo surge como verbo

principal de uma locução verbal: Queiram, por gentileza, comparecer ao estacionamento. Precisamos lutar para podermos vencer os jogos que vamos disputar. Estão a dizer que fui eu?

FLEXÃO DO INFINITIVO

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f) quando o infinitivo é empregado numa

oração reduzida que complementa um verbo auxiliar causativo (deixar, mandar, fazer) ou sensitivo (ver sentir, ouvir perceber) e tem como sujeito um pronome oblíquo: Faça-os ficar. Não os vi entrar. Deixaram-nos sair.

FLEXÃO DO INFINITIVO

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A forma flexionada deve ser usada

obrigatoriamente quando tem sujeito diferente do sujeito da oração anterior:

Suponho serem eles os responsáveis. Lembrei-me da recomendação médica de tomares

sol todas as manhãs. (Pense no que aconteceria se não se flexionasse o infinitivo neste caso.)

É hora de vocês passarem à ação. Ouvi gritarem meu nome.

FLEXÃO DO INFINITIVO

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A flexão do infinitivo é optativa quando a

oração reduzida que complementa um auxiliar causativo ou sensitivo apresentar como sujeito um substantivo. Observe:

Mande os meninos entrarem. (ou entrar) Ouvi os pássaros cantarem. (ou cantar) Deixe os torcedores assistirem (ou assistir) ao

treino.

FLEXÃO DO INFINITIVO

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Quando o sujeito da oração reduzida de

infinitivo for o mesmo da oração anterior, a flexão do infinitivo é desnecessária. Observe:

Eles irão a Brasília para apresentar sua proposta ao presidente.

Fizemos o possível e o impossível para aceitar sua indicação.

FLEXÃO DO INFINITIVO

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Nesse caso, a flexão do infinitivo só se justifica se

existir a clara intenção e a necessidade de enfatizar o agente do processo expresso pelo infinitivo:

Eles irão a Brasília para apresentarem sua proposta ao presidente.

Fizemos o possível e o impossível para aceitarmos sua indicação.

Os bons autores não recomendam essa flexão.

FLEXÃO DO INFINITIVO

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O verbo parecer pode relacionar-se de duas maneiras

distintas com o infinitivo. Observe: Elas parecem querer. Elas parece quererem. Na primeira frase, parecer é verbo auxiliar de querer. Na segunda, ocorre na verdade um período composto.

Parece é o verbo de uma oração principal cujo sujeito é a oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo "elas quererem". O desdobramento dessa reduzida gera algo como "Parece que elas querem."

FLEXÃO DO INFINITIVO