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VERBETES
DE
TEOLOGIA
MORÉH: Pr. SANDRO G. G. NOGUEIRA
Diretor Geral
Pastor da Igreja Batista Vida Abundante em Santa Maria DF.
Mestrado em Teologia pela fatesp – São Paulo.
Juiz Arbitral pelo TJAEM - Tribunal de Justiça Arbitral e Mediação dos Estados Brasileiros.
Teólogo e Professor na FATADEB - Faculdade Teológica da Assembléia de Deus de Brasília.
Professor na FAETEB - Faculdade de Educação Teológica de Brasília.
Professor na FATEN - Faculdade Teológica Nacional de Luziânia - GO.
Professor no STEMM - Seminário Teológico Evangélico de Missões Mundiais.
Registrado no CFT - Conselho Federal de Teólogos do Brasil - N° 000.083/061.
Registrado no COPEV - DF - Conselho de Pastores Evangélicos do Distrito Federal.
Registrado na ORMIBAN -DF - Ordem dos Ministros Batistas do Distrito Federal.
Registrado na C.B.N – Convenção Batista Nacional - DF
Registrado no CFECH – DF - Conselho Federal Evangélico de Capelania Hospitalar do DF.
Membro da Academia Nacional de Doutores, Mestres e Teólogos do Brasil.
Contatos
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VISÃO FILOSÓFICA DA PESSOA DE DEUS
O que é Deus? Quem é Deus?Ele Existe?ou é mera invenção humana? O que significa
Deus? Se algum desconhecido me perguntar diretamente se eu acredito em Deus e exigir
apenas Sim ou Não como resposta, eu não saberia o que dizer. Pelo simples fato de que eu
não saberia sobre que Deus essa pessoa estaria falando.
Sinceramente não creio que haja uma palavra mais mal compreendida, confusa e multi
signficativa do que Deus. A palavra "deus" deriva da palavra grega "teo", que por si só
pode significar não apenas um tipo específico de deus monoteísta, mas também qualquer
tipo de divindade ou "princípio" divino.
Quando um brasileiro usa a palavra Deus, não há como saber superficialmente se ele está se
referindo a uma concepção de Deus Panteísta como o da maioria das religiões espiritistas, a
um específico deus de um panteão qualquer, ao Deus monoteísta ao estilo Judáico-Cristão,
ou mesmo a alguma idéia mais abstrata tal como uma simples Consciência Universal, uma
Inteligência Oculta ou mesmo as simples leis de causa e efeito da natureza.
Para deixar logo de imediato a opinião sobre o assunto a filosofia declara que:
NÃO ACREDITA QUE EXISTA UMA "INTELIGÊNCIA" SUPREMA NO
UNIVERSO. INCOGNISCÍVEL E NÃO INTERFERENTE DE FORMA DIRETA
EM NOSSAS VIDAS.
Mas agora, apenas para mostrar o quão complexa é a questão, verifiquemos o significado
de diversas palavras diretamente relacionadas ao termo Deus.
DEUS: Nas modernas religiões monoteístas Judaísmo, Zoroastrismo, Cristianismo,
Islamismo, Sikhismo e Bahaismo, o termo “Deus” refere-se à idéia de um ser supremo,
infinito, perfeito, criador do universo, que seria a causa primária e o fim de todas as coisas.
Os povos da mesopotâmia o chamavam pelo Nome escrito em hebraico como ( יהוה ) o
tetragrama YHVH . Mas com o tempo deixaram de pronunciar o seu nome diretamente,
apenas se referindo a "Ele" como "O" Salvador ou "El" Salvador, "O" Criador ou "El"
Criador e "O" Supremo, etc. e assim por diante. Um bom exemplo desse tipo de associação,
ainda estão presentes em alguns nomes e expressões árabes, por exemplo Abdallah que
quer dizer servo (abd) de Deus (Allah).
Dentre as características principais deste Deus-Supremo estariam:
a Onipotência: poder absoluto sobre todas as coisas;
a Onipresença: poder de estar presente em todo lugar; e,
a Onisciência: poder de saber tudo.
Essas características foram reveladas aos homens através de textos contidos nos Livros
Sagrados, quais sejam:
o Bhagavad-Gita, dos vaishnavas;
o Tanakh, dos judeus;
o Avesta, dos zoroastrianos;
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a Bíblia, dos cristãos;
o Livro de Mórmon, dos santos dos últimos dias;
o Alcorão, dos muçulmanos;
o Guru Granth Sahib dos sikhs;
o Bayan Persa, dos babis; e,
o Kitáb-i-Aqdas, dos bahá'ís;
Esses livros relatam histórias e fatos envolvendo personagens escolhidos para testemunhar
e transmitir a vontade divina na Terra ao povo de seu tempo, tais como:
Abraão e Moisés, na fé judaica;
Zoroastro, na fé zoroastriana;
Jesus Cristo, na fé cristã;
Maomé, na fé islâmica;
Guru Nanak, no sikhismo, e;
Báb e Bahá'u'lláh, na fé bahá'í
Portanto,na visão da filosofia religiosa Deus é qualquer entidade cujos atributos estão
acima das capacidades humanas.
CETICISMO OU PIRRONISMO: O ceticismo (ou cepticismo) divide-se em duas
correntes:
Ceticismo filosófico - uma postura filosófica em que pessoas escolhem examinar de
forma crítica se o conhecimento e percepção que possuem são realmente
verdadeiros, e se alguém pode ou não dizer se possui o conhecimento absolutamente
verdadeiro;
Ceticismo científico - uma postura científica e prática, em que alguém questiona a
veracidade de uma alegação, e procura prová-la ou desaprová-la usando o método
científico.
O Ceticismo filosófico originou-se a partir da filosofia grega. Uma de suas primeiras
propostas foi feita por Pirro de Elis (360-275 a.C.), que viajou até a Índia e lá estudou, e
propôs a adoção do ceticismo "prático"chamado de Pirronismo.
Subseqüentemente, na "Nova Academia", Arcesilaos (315-241 a.C.) e Carneades (213-129
a.C.) desenvolveram mais perspectivas teóricas, que refutavam concepções absolutas de
verdade e mentira. Carneades criticou as visões dos Dogmatistas, especialmente os
defensores do Estoicismo, alegando que a certeza absoluta do conhecimento é impossível.
Sextus Empiricus (d.C. 200), a maior autoridade do ceticismo grego, desenvolveu ainda
mais a corrente, incorporando aspectos do empirismo em sua base para afirmar o
conhecimento. Ou seja,o ceticismo filosofico é procurar saber, não contentando-se com a
ignorancia fornecida atualmente pelos meios publicos, por meio da dúvida. Se opoem ao
dogmatismo, onde é possivel conhecer a verdade.
O ceticismo científico tem relação com ceticismo filosófico, mas eles não são idênticos.
Muitos praticantes do ceticismo científico não são adeptos do ceticismo filosófico clássico.
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Quando críticos de controvérsias científicas, terapias alternativas ou paranormalidades são
ditos céticos, isto se refere apenas à postura cética científica adotada.
O termo cético é usado atualmente para se referir a uma pessoa que tem uma posição crítica
em determinada situação, geralmente por empregar princípios do pensamento crítico e
métodos científicos (ou seja, ceticismo científico) para verificar a validade de idéias. Os
céticos vêem a evidência empírica como importante, já que ela provê provavelmente o
melhor modo de se determinar a validade de uma idéia. Apesar de o ceticismo envolver o
uso do método científico e do pensamento crítico, isto não necessariamente significa que os
céticos usem estas ferramentas constantemente. Os céticos são freqüentemente confundidos
com, ou até mesmo apontados como, cínicos Porém, o criticismo cético válido (em
oposição a dúvidas arbitrárias ou subjetivas sobre uma idéia) origina-se de um exame
objetivo e metodológico que geralmente é consenso entre os céticos. Note também que o
cinismo é geralmente tido como um ponto de vista que mantém uma atitude negativa
desnecessária acerca dos motivos humanos e da sinceridade. Apesar de as duas posições
não serem mutuamente exclusivas e céticos também poderem ser cínicos, cada um deles
representa uma afirmação fundamentalmente diferente sobre a natureza do mundo.
Os céticos científicos constantemente recebem também, acusações de terem a "mente
fechada" ou de inibirem o progresso científico devido às suas exigências de evidências
cientificamente válidas. Os céticos, por sua vez, argumentam que tais críticas são, em sua
maioria, provenientes de adeptos de disciplinas pseudocientíficas, tais como homeopatia,
reiki, paranormalidade e espiritualismo ,cujas visões não são adotadas ou suportadas pela
ciência convencional. Segundo Carl Sagan, cético e astrônomo, "você deve manter sua
mente aberta, mas não tão aberta que o cérebro caia". A necessidade de evidências
cientificamente adequadas como suporte a teorias é mais evidente na área da saúde, onde
utilizar uma técnica sem a avaliação científica dos seus riscos e benefícios pode levar a
piora da doença, gastos financeiros desnecessários e abandono de técnicas
comprovadamente eficazes. Por esse motivo, no Brasil é vedado aos médicos a utilização
de práticas terapêuticas não reconhecidas pela comunidade científica. O Pirronismo, ou
ceticismo pirrônico, foi uma escola de ceticismo fundada por Enesidemo de Cnossos no
século I EC e registrada por Sextus Empiricus no século III. Toma seu nome de Pirro de
Elis, um cético que viveu circa 360 a 270 AEC, embora a relação entre a filosofia da escola
e essa figura histórica é pouco clara. O pirronismo tornou-se influente há alguns séculos
desde o surgimento da moderna visão científica do mundo. "Nada pode ser conhecido, nem
mesmo isto". Os céticos pirrônicos negam assentimento a proposições não imediatamente
evidentes e permanecem num estado de inquirição perpétua. Por exemplo, pirrônicos
afirmam que uma falta de provas não constitui prova do oposto, e que essa falta de crença é
profundamente diferente de uma descrença ativa. Ao invés de descrer em Deus, poderes
psíquicos etc., baseados na falta de evidências de tais coisas, pirrônicos reconhecem que
não podemos estar certos de que evidências novas não possam aparecer no futuro, de modo
que eles mantém-se abertos em sua pesquisa. Também questionam o saber estabelecido, e
vêem o dogmatismo como uma doença da mente. Pirro de Elis (c360 a.C. - c270 a.C.),
filósofo de Elis, considerado o primeiro filósofo cético e é o fundador da escola conhecida
como Pirronismo. Diz-se que Pirro era tão cético que isso o teria levado a uma prematura e
infortunada morte por volta de 270 a.C.. Segundo a lenda, ele estava demonstrando seu
ceticismo vendado quando seus discípulos tentaram avisá-lo de um precipício à sua frente.
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Recusando-se a acreditar neles, terminou sua vida abruptamente.
TEÍSMO: (do grego Theós, "Deus") é um conceito surgido no século XVII (R. Cudworth,
1678) contrapondo-se ao moderno ateísmo, deísmo e panteísmo. O teísmo sustenta a
existência de um deus (contra o ateísmo), ser absoluto transcendental (contra o panteísmo),
pessoal, vivo, que atua no mundo através de sua providência e o mantém (contra o deísmo).
No teísmo a existência de um deus pode ser provada pela razão, prescindindo da revelação;
mas não a nega.
Podemos dividir o Teísmo em:
Monoteísmo- Crença em um só Deus.
Politeísmo- Crença em vários deuses.
Henoteísmo- Proposta de veneração de um Deus Supremo, mas não nega a existência de
outros. Em suma teísmo é qualquer idéia de que há um Deus supremo ou vários deuses que
se relacionam diretamente com o Universo.
DEÍSMO: O deísmo é uma postura filosófico-religiosa que admite a existência de um
Deus criador, mas rejeita a idéia de revelação divina. É uma doutrina que considera a razão
como a única via capaz de nos assegurar da existência de Deus, rejeitando, para tal fim, o
ensinamento ou a prática de qualquer religião organizada.O deísmo pretende enfrentar a
questão da existência de Deus através da razão, em lugar dos elementos comuns das
religiões teístas como a revelação directa, a fé ou a tradição. Os deístas em geral rejeitam a
religião organizada e o(s) deus(es) - dito(s) - “revelado(s)”, argumentando que Deus é o
criador do mundo mas que não intervém de forma alguma nos afazeres do mesmo, embora
esta posição não seja estritamente parte da filosofia deísta. Para eles, Deus se revela através
da ciência e as leis da natureza. O deísta não necessariamente nega que alguém possa
receber uma revelação directa de Deus, mas essa revelação será válida ´´só´´ para uma
pessoa. Se alguém lhe diz que Deus se revelou, para ele será uma revelação secundária e
ninguém é obrigado a segui-la. Isto implica a possibilidade de estar aberto às diferentes
religiões como manifestações diversas de uma mesma realidade divina, embora não crendo
em nenhuma como “verdadeira” ou “totalmente verdadeira”,no Deísmo há uma idéia de
que há um Deus, mas este não se relaciona diretamente com o Universo, tendo-o criado e
depois se afastado, eliminando a possibilidade de haver revelações divinas ou qualquer
comunicação com tal divindade.
ATEÍSMO: O termo "ateu" é formado pelo prefixo grego a-, significando "ausência" e o
radical "teu", derivado do grego theós, significando "deus". O significado literal do termo é,
então: "sem deus".Teísmo é a crença em algum deus, assim, a ausência da crença será o
ateísmo (ausência de teísmo), O ateísmo ou ateía (não confundir com atéia, feminino de
ateu)[1]
, num sentido lato, refere-se à descrença em qualquer deus, deuses ou entidade
divinas. Os ateus podem, contudo, incluir-se em várias modalidades de pensamento, sendo
o pensamento ateísta dividido em duas categorias específicas: o ateísmo fraco e o ateísmo
forte.Alguns autores defendem um uso mais restrito do termo, reservando-o apenas para
determinados grupos. Assim, não poderiam ser englobados na categoria dos ateus todas as
pessoas indecisas quanto a qualquer crença religiosa, o que excluiria do conceito e sua
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definição aqueles que são designados como ateus fracos. Contudo, é frequente, em
discursos orientados por uma religião e cultura específicas, que se considere como ateu
todo aquele que não partilhe as mesmas crenças religiosas. Por exemplo, era freqüente que
os antigos romanos acusassem os antigos cristãos de ateísmo, justificando assim a sua
perseguição. Os textos cristãos, por seu lado, usavam o mesmo termo para classificar os
seus perseguidores. Este tipo de discurso ainda é frequente atualmente,portanto Ateísmo é a
Concepção de que não há qualquer forma de Deus, mas que não necessariamente invalida
um plano transcendente.
AGNOSTICISMO: "Agnosticismo" derivou-se da palavra grega "agnostos", formada com
o prefixo de privação (ou de negação) "a-" anteposto a "gnostos" (conhecimento).
"Gnostos" provinha da raiz pré-histórica "gno-",que se aplicava à idéia de "saber" e que
está presente em numerosos vocábulos da nossa língua, tais como cognição, cognitivo,
ignorar, conhecer, ignoto, ignorância, entre outros. As bases filosóficas do agnosticismo
foram assentadas no século XVIII por Immanuel Kant e David Hume, porém só no século
XIX que o termo agnosticismo seria formulado. Seu autor foi o biólogo britânico Thomas
Henry Huxley - avô paterno do escritor Aldous Huxley (autor do romance distópico
Admirável Mundo Novo) - numa reunião da Sociedade Metafísica, em 1876. Ele definiu o
agnóstico como alguém que acredita que a questão da existência ou não de um poder
superior (deus) não foi nem nunca será resolvida. Em suas palavras: "Eles estavam seguros
de ter alcançado uma certa gnose -- tinham resolvido de forma mais ou menos bem
sucedida o problema da existência, enquanto eu estava bem certo de que não tinham, e
estava bastante convicto de que o problema era insolúvel." T. H. Huxley (1825-
1895).Desde essa época o termo "agnóstico" também tem sido usado para descrever aquele
que não acredita que essa questão seja intrinsecamente incognoscível, mas por outro lado
crê que as evidências pró e contra Deus não são ainda conclusivas, ficando pragmático
sobre o assunto. Se existe um Criador, um Deus, do tempo, do espaço, da energia, da
matéria, até chegar a nossa criação, que poderia até ser atribuída a uma outra raça, então, só
descobrindo e explorando as coisas em sua suposta ordem inversa da criação que
chegaremos ao Criador, até lá a simples existência da vida não prova a existência de Deus
nem a prova da evolução das espécies a nega. Aliás, talvez nem mesmo a existência da vida
após a morte prová-la-ia.Esta Filósofia grega nascida em Élida, fundadora da escola
filosófica, o ceticismo, uma doutrina prática, também conhecida como pirronismo, que se
caracterizava por negar ao conhecimento humano a capacidade de encontrar certezas.
Filósofo de teorias complicadas, acompanhou Alexandre, o Grande (356-323 a. C.), na
conquista do Oriente, ocasião em que entrou em contato com os faquires da Índia. Estudou
filosofia com o atomista Anaxarco de Abdera, durante e após esta expedição (334-325 a.
C.) e iniciou-se no magistério (324 a. C.), na cidade de Élida. Ao meditar sobre os discursos
filosóficos de sua época, concluiu que todas as doutrinas eram capazes de encontrar
argumentos igualmente convincentes para a razão. Desdobrou sua filosofia em três
questões: qual a natureza das coisas, como devemos portar-nos ante elas e o que obtemos
com esse comportamento. Para ele toda intenção de ir além das aparências está condenada
ao fracasso pelas deficiências dos sentidos e pela fraqueza da razão. Seu principal seguidor
foi o escritor satírico Timón de Fliunte (320-230 a. C.). Seus ensinamentos exerceram
influência sobre a Média e a Nova Academia. Durante o século XVII voltaram à atualidade
em razão da reedição dos livros de Sexto Empírico (150-220), que codificara as obras
doutrinárias da escola cética no século III da era cristã. Esta posição declara não ser
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possível "Nenhum conhecimento" confiável a respeito de Deus. Seus partidários embora
em geral não neguem a existência de Deus, não seguem qualquer religião.
PANTEÍSMO: é uma doutrina que identifica o universo (em grego: pan,tudo) com Deus
(em grego: theos). O mundo material é portanto O panteísta é aquele que acredita e/ou tem
a percepção da natureza e do Universo, como divindade. A reflexão deve partir de um
conhecimento da realidade divina e depois especular sobre a relação entre o divino e o não-
divino. A este ponto de vista chama-se panteísmo acósmico. Inversamente, quando a
reflexão começa de uma percepção de toda realidade finita, das entidades passíveis de
mudança e é dado o nome Deus a sua totalidade, denomina-se panteísmo cósmico.
Etimologicamente falando, o termo panteísmo deriva das palavras gregas pan ("tudo") e
teísmo ("crença em deus"), sustentando a idéia da crença em um Deus que está em tudo, ou
à de muitos deuses representados pelos múltiplos elementos divinizados da natureza e do
universo. Em diversas culturas panteístas, freqüentemente a idéia de um Deus que vive em
tudo, complementa e coexiste pacificamente com o conceito de múltiplos deuses associados
com os diversos elementos da natureza, sendo ambos, aspectos do panteísmo. A principal
convicção é que Deus, ou força divina, está presente no mundo e permeia tudo o que nele
existe. O divino também pode ser experimentado como algo impessoal, como a alma do
mundo, ou um sistema do mundo. O panteísmo costuma ser associado ao misticismo, no
qual o objetivo do mortal é alcançar a união com o divino. O Panteísmo é também a linha
filosófica aque mais se aproxima da filosofia hermética do antigo egito, onde o principal
objetivo é fazer parte da conspiração universal(ou conspiração Cósmica) "Pan" significa
Natureza. Idéia de que Tudo é Deus. Que todos os elementos e coisas existentes são o
próprio "corpo" de Deus, e mesmo que possua uma dimensão invisível, transcendente, está
intimamente ligado a natureza e relacionado a todos os eventos.
PANENTEÍSMO: (pan-en-teísmo) é uma doutrina que diz que o universo está contido em
Deus (ou nos deuses), mas Deus (ou os deuses) é maior do que o universo. É diferente do
panteísmo (pan-teísmo), que diz que Deus e o universo coincidem perfeitamente (ou seja,
são o mesmo).No panenteísmo, todas as coisas estão na divindade, são abarcadas por ela,
identificam-se (ponto em comum com o panteísmo), mas a divindade é, além disso, algo
além de todas as coisas, transcendente a elas, sem necessariamente perder sua unidade (ou
seja, a mesma divindade é todas as coisas e algo a mais),sendo assim é a variação do
Panteísmo Transcendente onde a "alma" do universo porém excede em muito o "corpo", de
modo que Deus e a Natureza não são a mesma coisa, mas Deus é ONIPRESENTE em tudo,
característica que pode gerar confusão com o Monoteísmo.
PANDEÍSMO (em grego πάν) é uma corrente filosófica que surgiu da mistura do
panteísmo com o deísmo.Corrente religiosa sincrética (do grego: πάν (pan), "todo" e do
latin deus, "deus") proveniente da junção do panteísmo(identidade de Deus com o
Universo) com o deísmo (O Deus criador do universo não mais pode ser localizado, senão
com base na razão), ou seja, a afirmação concomitante de que Deus precede o Universo,
sendo o seu criador e, ao mesmo tempo, sua Totalidade.Como o deismo, faz uso de razão
na religião, o pandeísmo usa o argumento cosmológico, o argumento teológico e outros
aspectos da chamada "religião natural". Tal uso se deu entre os disseminadores de sistemas
filosóficos racionais, durante o século XIX.Também foi largamente empregado para
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identificar a expressão simultânea de todas as religiões. Algumas Mitologias, tais como a
nórdica, sugerem que o mundo foi criado da substância corporal de uma deidade inactiva,
ou ser de capacidades similares; no exemplo citado, Odin, junto de seus irmãos Ve e Vili
derrotaram e mataram o gigante Ymir, e de sua carne fizeram a terra, dos cabelos, a
vegetação, e assim por diante, criando o Mundo conhecido. Semelhantemente, a mitologia
Chinesa propugna a mesma estrutura, atribuindo á Pan Gu a criação dos elementos físicos
que compõe o Mundo. Modernamente, Thomas Paine, filósofo britânico, e o naturalista
holandês Franz Wilhelm Junghuhn redimensionaram os conceitos sobre deísmo e
panteísmo em suas obras, introduzindo-as na mentalidade contemporânea. Em 2001, Scott
Adams escreveu God's Debris (Restos do Deus), que propõe um formulário de Pandeísmo.
POLITEÍSMO: consiste na crença em mais do que uma divindade de gênero masculino,
feminino ou indefinido, sendo que cada uma é considerada uma entidade individual e
independente com uma personalidade e vontade próprias, governando sobre diversas
actividades, áreas, objectos, instituições, elementos naturais e mesmo relações humanas.
Ainda em relação às suas esferas de influência, de notar que nem sempre estas se
encontram claramente diferenciadas, podendo naturalmente haver uma sobreposição de
funções de várias divindades. O reconhecimento da existência de múltiplos deuses e deusas,
no entanto, não equivale necessariamente à adoração de todas as divindades de um ou mais
panteões, pois o crente tanto pode adorá-las no seu conjunto, como pode concentrar-se
apenas num grupo específico de deidades, determinado por diversas condicionantes como a
ocupação do crente, os seus gostos, a experiência pessoal, tradição familiar, etc. São
exemplos de religiões politeístas as da antiga Grécia, Roma, Egipto, Escandinávia, Ibéria,
Ilhas Britânicas e regiões eslavas, assim como as suas reconstruções modernas e ainda o
Xintoísmo e algumas ramificações do Wicca e Hinduísmo. Portanto, no Politeísmo se crê
na idéia de que existem vários deuses independentes, que geralmente representam aspectos
específicos da natureza, mas não são a própria natureza, e que geralmente se sucedem
através de gerações.
HENOTEÍSMO: é a crença religiosa que postula a existência de várias divindades, mas
que atribui a criação de todas a uma divindade suprema, que seria objeto de culto. Outra
modalidade de culto henoteísta, mais próxima do politeísmo, defende a existência de
diversos deuses, cabendo a cada grupo ou cada tribo a eleição da sua divindade protetora,
para quem prestam reverência e adoração. Outras crenças henoteístas são aquelas mais
próximas do monoteísmo, pois afirmam que existe um único Deus que, no entanto, se
manifesta e interage com os seres humanos em uma variedade de aspectos ou avatares, de
variadas aparências e personalidades. Existem alguns casos de henoteísmo no Hinduísmo.
Concepção de que existem vários deuses mas que um possui a qualidade suprema.
MONOTEÍSMO: é a crença em um só Deus. Diferente do politeísmo que conceitua a
natureza de vários deuses, como também diferencia-se do henoteísmo por ser este a crença
preferencial em um deus reconhecido entre muitos. A divindade, nas religiões monoteístas,
é onipotente, onisciente e onipresente, não deixando de lado nenhum dos aspectos da vida
terrena. A crença em um só Deus, que para além de ser considerado todo-poderoso é
também um ícone moral para os adeptos de religiões monoteístas - exigindo dos fiéis
observância de normas de conduta consideradas puras.
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São exemplos de religiões monoteístas:
Cristianismo
Fé Bahá'í
Islamismo
Judaísmo
Monoteísmo é a idéia de que existe um único Deus supremo sobre todas as outras
criaturas, que é princípio e fim de todas as coisas e que criou o Universo estando separado
dele. Pode confundir-se com Henoteísmo, e por vezes com o Politeísmo, por admitir a
existência de outras criaturas divinas como Anjos, mas que nesse caso, não são chamadas
de deuses, e estão claramente subordinados a entidade máxima que é Eterna e Imutável.
TEOCRACIA: é uma forma de governo onde o povo é controlado por um sacerdote ou
líder religioso que governa, supostamente, segundo o desejo de uma divindade. A teocracia
pode ser também, Regime político; Religião. O Estado com essa forma de Governo.
Exemplos atuais de regimes desse tipo são o Vaticano, regido pela Igreja Católica e tendo
como chefe-de-Estado um sacerdote (o Papa), e o Irã, que é controlado pelos Aiatolás,
lideres religiosos islâmicos, desde a Revolução Islâmica em 1979. Sua forma corrupta é
denominada clerocracia. A forma de Estado teocrático contém princípios bastante diversos
dos que norteiam a monarquia e a república. Enquanto estas duas são peculiares ao
ocidente, as teocracias são típicas do mundo islâmico - ou muçulmano. Como o próprio
nome indica, teo refere-se ao que provém ou está relacionado a Deus - aqui é preciso
cuidado para que não se confunda a teocracia com a variante absolutista do Estado
monárquico. Nas monarquias ocidentais, o poder real continha uma natureza divina. No
entanto, por mais próximos que estivessem o Estado e a Igreja, ambos constituíam esferas
separadas: a monarquia detinha o poder político, enquanto a Igreja, os poderes espiritual e
moral. Já nas teocracias tal distinção está ausente. Os poderes político e religioso andam
lado a lado. Portanto, quem detêm o controle do Estado regula também os preceitos morais,
espirituais, educacionais e culturais. Nada é feito de forma autônoma. Toda e qualquer
atitude tomada pelo Estado ou pela sociedade está vinculada a uma única lógica religiosa,
que serve como fundamento universal. Tais características imprimem um elemento místico
ao poder estatal. Nas teocracias o exercício da autoridade política é, ao mesmo tempo, um
ritual religioso, que, em tese, afasta qualquer contestação social. Os países islâmicos,
sobretudo aqueles nos quais a facção xiita é majoritária, são fortemente estruturados sobre
essa mistura de crença e submissão. Um exemplo presente de Estado teocrático é o Irã,
onde vigora o regime dos aiatolás, que são, simultaneamente, sacerdotes e governantes e
sustentam, como objetivo central, a destruição do mundo ocidental por meio de atos
terroristas estimulados pelo fanatismo religioso. Embora nem todos os países islâmicos
possam ser caracterizados como teocracias, é preciso que se diga que a incorporação de
padrões políticos e culturais típicos do ocidente - como a democracia e a separação entre
Igreja e Estado - é muito remota, uma vez que envolve processos consolidados ao longo de
séculos de história. Portanto,Teocracia seria um sistema de governo subordinado a uma
religião, através de uma classe sacerdotal e, ou, um código de leis sagradas.
METAFÍSICA: O sentido da palavra metafísica deve-se a Aristóteles e a Andrônico de
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Rodes. Aristóteles nunca utilizou esta palavra, mas escreveu sobre temas relacionados à
physis e sobre temas relacionados à ética e à política, entre outros semelhantes. Andrônico,
ao organizar os escritos de Aristóteles, o fez de forma que, espacialmente, aqueles que
tratavam de temas relacionados à physis viessem antes dos outros. Assim, eles vinham
depois da física (Metha = depois, além; Physis = física). Assim, conscientemente ou não,
Andrônico organizou os escritos de forma análoga à classificação dos dois temas. Ética,
política, etc., são assuntos que não tratam de seres físicos, mas de seres não-físicos
existentes apesar da sua imaterialidade. Em resumo, a Metafísica trata de problemas sobre
o propósito e a origem da existência e dos seres. Especulação em torno dos primeiros
princípios e das causas primeiras do ser. Muitas vezes ela é vista como parte da Filosofia,
outras, se confunde com ela. Metafísica é uma palavra originária do Grego ( μετα [meta] =
depois de/além de e Φυσις [physis] = natureza ou físico). É um ramo da filosofia que estuda
o mundo como ele é. A saber, é o estudo do ser ou da realidade. Se ocupa em procurar
responder perguntas tais como: O que é real (veja realidade)? O que é natural (veja
naturalismo)? O que é sobre-natural (veja milagres)?. O ramo central da metafísica é a
ontologia, que investiga em quais categorias as coisas estão no mundo e quais as relações
dessas coisas entre si. A metafísica também tenta esclarecer as noções de como as pessoas
entendem o mundo, incluindo a existência e a natureza do relacionamento entre objetos e
suas propriedades, espaço, tempo, causalidade, e possibilidade,a Metafísica é parte da
Filosofia que aborda questões que transcendem o plano físico e a natureza sensível.
TEOLOGIA: em seu sentido literal, é o estudo sobre Deus (do grego θεóς, theos, "Deus";
+ λóγος, logos, "palavra", por extensão, "estudo"). Como ciência tem um objeto de estudo:
Deus. Entretanto como não é possível estudar diretamente um objeto que não vemos e não
tocamos, estuda-se Deus a partir da sua revelação. No Cristianismo isto se dá a partir da
revelação de Deus na Bíblia. Por isso, também se define "teologia" como um falar "a partir
de Deus" (Karl Barth). Este termo foi usado pela primeira vez por Platão, no diálogo A
República, para referir-se à compreensão da natureza divina por meio da razão, em
oposição à compreensão literária própria da poesia feita por seus conterrâneos. Mais tarde,
Aristóteles empregou o termo em numerosas ocasiões, com dois significados:
teologia como o ramo fundamental da ciência filosófica, também chamada filosofia
primeira ou ciência dos primeiros princípios, mais tarde chamada de metafísica por
seus seguidores.
teologia como denominação do pensamento mitológico imediadamente anterior à
Filosofia, com uma conotação pejorativa, e sobretudo utilizado para referir-se aos
pensadores antigos não filósofos (como Hesíodo e Ferécides de Siro).
Santo Agostinho tomou o conceito "teologia natural" da obra Antiquitates rerum
humanarum et divinarum, de M. Terêncio Varrão, como única teologia verdadeira dentre as
três apresentadas por Varrão: a mítica, a política e a natural. Acima desta, situou a teologia
sobrenatural (theologia supernaturalis), baseada nos dados da revelação e, portanto,
considerada superior. A teologia sobrenatural, situada fora do campo de ação da Filosofia,
não estava subordinada, mas sim acima da última, considerada como uma serva (ancilla
theologiae) que ajudaria a primeira na compreensão de Deus. Teodicéia, termo empregado
atualmente como sinônimo de teologia natural, foi criado no século XVIII por Leibniz,
como título de uma de suas obras (chamada "Ensaio de Teodicéia. Sobre a bondade de
11
Deus, a liberdade do ser humano e a origem do mal"), embora Leibniz utilize tal termo para
referir-se a qualquer investigação cujo fim seja explicar a existência do mal e justificar a
bondade de Deus. Na tradição cristã (de matriz agostiniana), a teologia é organizada
segundo os dados da revelação e da experiência humana. Estes dados são organizados no
que se conhece como Teologia Sistemática ou Teologia Dogmática. Teologia pode ser
também considerada como parte da METAFÍSICA que estuda a idéia e concepção de Deus.
Outros tipos de Teologia:
Teologia Contemporânea
Teologia moral
Teologia fundamental
Teologia Gnóstica
Teologia da Libertação
Teologia cristã
Teologia Espiritual
Teologia Sistemática
Palavras secundariamente relacionadas:
MONISMO: Chama-se de monismo (do grego monos, "um") às teorias filosóficas que
defendem a unidade da realidade como um todo (em metafísica) ou a identidade entre
mente e corpo (em filosofia da mente). Opõe-se ao dualismo ou ao pluralismo em geral. As
raízes do monismo na filosofia ocidental estão em Parmênides, Platão e Plotino. Spinoza é
o filósofo monista por excelência, pois defende que existe uma única coisa, a substância, da
qual tudo o mais são modos. Hegel defende um monismo semelhante. Em filosofia da
mente, monismo é, no mais das vezes, materialismo sobre a natureza da mente,dentro da
idéia de que todo o Universo pode ser visto através de uma única substância, reduzido a
uma única essência, que pode estar associado à idéia de Deus e mais aproximadamente de
um Deus Panteísta.
DUALISMO: ou dualidade foi uma doutrina estabelecida por René Descartes, e Christian
von Wolff quem primeiro utilizou o conceito em sua concepção moderna, segundo o qual
"é o sistema filosófico ou doutrina que admite, como explicação primeira do mundo e da
vida, a existência de dois princípios, de duas substâncias ou duas realidades irredutíveis
entre si, inconciliáveis, incapazes de síntese final ou de recíproca subordinação."O
princípio da dualidade é amplamente utilizado na filosofia e física modernas e constitui
uma das bases da moderna teoria quântica. Na metafísica, chama-se de dualista ao sistema
que explica o todo da realidade como composto de dois tipos de realidades distintas. A
doutrina metafísica segundo a qual há duas substâncias, ou seja, dois tipos distintos e
independentes de seres: material e espiritual. A substância material é definida como fisica e
pode ser definida como a realidade do mundo empirico, que nós vemos, ouvimos, etc e
medida pelos nossos sentidos bem como por instrumentos como microscópios, telescópios,
radar, etc. O mundo espiritual é descrito negativamente como não-fisico, não-material,
chamado psicológico, mental ou espiritual,por isso há a concepção de que o Universo é
composto fundamentalmente por duas forças primárias, princípios complementares,
substâncias equivalentes e distintas, que podem se harmonizar ou não dependendo de suas
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proporções estarem ou não em equilíbrio. Só poderiam ser reduzidas a uma, se puderem,
num plano transcendente.
MANIQUEÍSMO: filosofia religiosa sincrética e dualística ensinada pelo profeta persa
Mani (ou Manes), combinando elementos do Zoroastrismo, Cristianismo e Gnosticismo,
condenado pelo governo do Império Romano, filósofos neoplatonistas e cristãos
ortodoxos.Filosofia dualística que divide o mundo entre Bem, ou Deus, e Mal, ou o Diabo.
A matéria é intrinsecamente má, e o espírito, intrinsecamente bom. Com a popularização do
termo, maniqueísta passou a ser um adjetivo para toda doutrina fundada nos dois princípios
opostos do Bem e do Mal. A igreja cristã de Mani era estruturada a partir dos diversos
graus do desenvolvimento interior. Ele mesmo a encabeçava como apóstolo de Jesus Cristo.
Junto a ele eram mantidos doze instrutores ou filhos da misericórdia. Seis filhos iluminados
pelo sol do conhecimento assistiam a cada um deles. Esses "epíscopos" (bispos) eram
auxiliados por seis presbíteros ou filhos da inteligência. O quarto círculo compreendia
inúmeros eleitos chamados de filhos e filhas da verdade ou dos mistérios. Sua tarefa era
pregar, cantar, escrever e traduzir. O quinto círculo era formado pelos auditores ou filhos e
filhas da compreensão. Para esse último grupo, as exigências eram menores. Eles deviam
seguir sobretudo os dez mandamentos seguintes como fio condutor da sua vida cotidiana:
1. Não adorar nenhum ídolo;
2. Purificar o que sai da boca: não praguejar, não mentir, não levantar falso
testemunho ou caluniar;
3. Purificar o que entra pela boca: não comer carne, nem ingerir álcool;
4. Venerar as mensagens divinas;
5. Ser fiel ao seu cônjuge e manter a continência sexual durante os jejuns;
6. Auxiliar e consolar aqueles que sofrem;
7. Evitar os falsos profetas;
8. Não assustar, ferir, atormentar ou matar animais;
9. Não roubar nem fraudar;
10. Não praticar nenhuma magia ou feitiçaria.
Esta religião que foi fundada na Pérsia no século III propõe que o Universo é constituído
de dois princípios fundamentais opostos que se repelem e não podem se harmonizar, no
caso o Bem e o Mal. Nome também usado para designar qualquer concepção de Dualismo
desarmônico e conflitivo.
MONOLATRIA: Adoração centrada num único ponto. Geralmente no Politeísmo, onde
ocorre a adoração de uma só divindade embora não implique sempre em Henoteísmo.
Muitas vezes o foco da adoração se desloca para uma figura humana, um Governante, Rei,
Imperador, ao qual se atribuem qualidades divinas.
NIILISMO: do latim nihil (nada), é uma corrente filosófica que, em princípio, concebe a
existência humana como desprovida de qualquer sentido. Tendo sido popularizada
primeiramente na Rússia do século XIX, como reação de alguns intelectuais russos,
mormente socialistas e anarquistas à lentidão dos czares em promover as desejadas
reformas democráticas. Apesar do termo se popularizar na obra Pais e Filhos de Ivan
Turgueniev, encontramos evidente relação com o estoicismo, por subjugar o externo, o não
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próprio do ser. Mais tarde, o termo é usado para designar o não-cristão pela escolástica,
amiúde em Tomás de Aquino. Só no Renascimento, contudo, é que o niilismo ganha
terreno para florescer; já na obra de Goethe, Fausto, encontramos através de Mefistófeles a
noção de aniquilamento ali expressa. Hegel, filósofo idealista alemão, dá novo fôlego ao
niilismo, porém, Max Stirner é o primeiro a realmente estudar diretamente o assunto em si.
Seguindo a linha hegeliana, Bakunin é um dos precursores do niilismo-político, inclusive,
em 1794, em meio às turbulências da Revolução Francesa a República declara em
convenção: "Esta não é uma República nem teísta e nem ateísta, mas niilista". A difusão
das concepções socialistas encontram moradia na Rússia arrastando consigo este niilismo
germinal, sob a bandeira do "tudo é permitido". É nesse contexto que o tema é
desenvolvido por Dostoiévski, principalmente nas obras Os Irmãos Karamazov, Crime e
Castigo e Os Demónios. Bougart, também aprofunda o tema e dá as melhores referências,
para que Nietzsche, posteriormente, teorizasse a questão à volta do termo, expressa
sobretudo na sua obra compilada póstumamente Vontade de Poder, em 1895. Fica confesso
assim, as maiores influências de Nietzsche no tocante ao niilismo: Schopenhauer, Ivan
Turgueniev, Dostoievski e Bougart. É notável salientar que na Alemanha de Schopenhauer
se desenvolveu o niilismo no aspecto social e religioso,portanto se tem a crença de que não
há qualquer forma de deus, transcêndencia, ética ou moral superiores. Descrença absoluta.
MATERIALISMO: O termo foi inventado por Leibniz em 1702, e reivindicado pela
primeira vez por La Mettrie em 1748. Entretanto, em termos da origem das idéias, pode-se
considerar que os primeiros filósofos materialistas, são alguns filósofos pré-socráticos:
Demócrito, Leucipo, Epicuro, Lucrécio, os estóicos, que se opunham na questão da
continuidade da matéria: os átomos evoluiriam no vácuo ? O atomismo de Demócrito
influenciou Platão em sua teoria (idealista) dos elementos (fogo, ar, água, terra, éter,
identificados em sua forma atômica aos polígonos regulares, respectivamente : tetraedro,
octaedro, icosaedro, cubo, dodecaedro). Para o materialismo científico, o pensamento se
relaciona a fatos puramente materiais (essencialmente mecânicos) ou constituem
epifenômeno. Na filosofia marxista, o materialismo dialético (ou materialismo marxista) é
uma forma desta doutrina estabelecida por Karl Marx e Friedrich Engels que, introduzindo
o processo dialético na matéria, admite, ao fim dos processos quantitativos, mudanças
qualitativas ou de natureza, e daí a existência de uma consciência, que é produto da matéria,
mas realmente distinta dos fenômenos de ordem material. O materialismo histórico é uma
tese do marxismo, segundo a qual o modo de produção da vida material condiciona o
conjunto da vida social, política e espiritual. É um método de compreensão e análise da
história, das lutas e das evoluções econômicas e políticas. Essa tese foi definida e utilizada
por Karl Marx (em O 18 do brumário de Luis Bonaparte, O capital), Friedrich Engels
(Socialismo utópico e socialismo científico), Rosa Luxemburgo e Lênin. O termo
materialismo é também utilizado para designar a atitude ou o comportamento daqueles que
se apegam aos bens, valores e prazeres materiais. No campo artístico, o materialismo
constitue uma tendência a dar às coisas uma representação realista e sensual. Em filosofia,
materialismo é o tipo de fisicalismo que sustenta que a única coisa da qual se pode afirmar
a existência é a matéria; que, fundamentalmente, todas as coisas são compostas de matéria e
todos os fenômenos são o resultado de interações materiais; que a matéria é a única
substância. Como teoria, o materialismo pertence à classe da ontologia monista. Assim, é
diferente de teorias ontológicas baseadas no dualismo ou pluralismo. Em termos de
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explicações da realidade dos fenômenos, o materialismo está em franca oposição ao
idealismo. Esta doutrina visa explicar todos os fenômenos existentes pelo ponto de vista
unicamente físico, sem apelar para qualquer conteúdo Metafísico.
HEDONISMO: [Do grego hēdonē "prazer"]. É uma teoria ou doutrina filosófico-moral
que afirma ser o prazer individual e imediato o supremo bem da vida humana. Surgiu na
Grécia, na época pós-socrática, e um dos maiores defensores da doutrina foi Aristipo de
Cirene. O hedonismo moderno procura fundamentar-se numa concepção mais ampla de
prazer entendida como felicidade para o maior número de pessoas,pois é a tendência a
buscar o prazer imediato, individual, como única e possível forma de vida moral, evitando
tudo o que possa ser desagradável. O contrário do Hedonismo é a Anedonia, que é a perda
da capacidade de sentir prazer, próprio dos estados gravemente depressivos,nesta doutrina
considera-se que o prazer individual e imediato é o único bem possível, princípio e fim da
vida moral. A teoria socrática do bom e do útil, da prudência, etc, quando entendida pela
índole voluptuosa de Aristipo, leva ao hedonismo, onde toda a bem-aventurança humana se
resolve no prazer. A idéia básica que está por trás do hedonismo é que todas as ações
podem ser medidas em relação ao prazer e a dor que produzem na busca de um modo de
vida que se ocupa unicamente da busca do prazer e satisfação pessoal.
SOLIPSISMO: (do latim "solu-, «só» +ipse, «mesmo» +-ismo".) é a crença filosófica de
que, além de nós, só existem as nossas experiências. O solipsismo é a consequência
extrema de se acreditar que o conhecimento deve estar fundado em estados de experiência
interiores e pessoais, não se conseguindo estabelecer uma relação direta entre esses estados
e o conhecimento objetivo de algo para além deles. O "solipsismo do momento presente"
estende este ceticismo aos nossos próprios estados passados, de tal modo que tudo o que
resta é o eu presente. Com o intuito de demonstrar como considerava ridícula esta ideia,
Bertrand Russel refere o caso de uma mulher que se dizia solipsista, estando espantada por
não existirem mais pessoas como ela. Nesta corrente filosófica determina-se que exista
apenas um Eu que comanda o Mundo, ou seja, o mundo é controlado consciente ou
insconscientemente pelo SER. Devido a isso, a única certeza de existência é o pensamento,
instância psíquica que controla a vontade. O mundo ao redor é apenas um esboço virtual do
que o Ser imagina. Como também as pessoas, acreditando que são resultados de uma
experiência mental. Além a isso, também pode-se considerar o corpo do próprio Ser como
algo virtual, como diz a corrente solipsista, tudo é uma reprodução. Uma vez que não se
pode ter confiança nem nos sentidos que são experimentados, e apenas nos pensamentos,
como fonte de certeza de existência e Proposição de que o Eu é a única realidade
comprovada, e todas as demais coisas podem ser projeções da mente individual.
EXISTENCIALISMO: é uma corrente filosófica e literária que destaca a liberdade
individual, a responsabilidade e a subjetividade do ser humano. O existencialismo
considera cada homem com um ser único que é mestre dos seus atos e do seu destino.
O existencialismo afirma o primado da existência sobre a essência, segundo a célebre
definição do filósofo francês Jean-Paul Sartre: "A existência precede a essência." Essa
definição funda a liberdade e a responsabilidade do homem, visto que esse existe sem que
seu ser seja definido a priori. A palavra "existencialismo" vem de "existência". Sartre, após
ter feito estudos sobre fenomenologia na Alemanha, criou o termo utilizando a palavra
15
francesa "existence" como tradução da palavra alemã "Dasein", termo empregado por
Heidegger em Ser e tempo. Após a Segunda Guerra Mundial, uma corrente literária
existencialista contou com Albert Camus e Boris Vian, além do próprio Sartre. É de se
notar que, do ponto de vista filosófico, Albert Camus era contra o existencialismo, e Vian
se considerava um patafísico. Nesta doutrina prega-se que o ser humano é quem determina
todos os eventos a partir de sua própria escolha, sendo totalmente livre para fazer o que
quiser, não havendo qualquer impedimento de ordem divina, moral ou ética. Nesta
concepção a Existência precede a Essência do Ser, que na verdade é um Não-Ser, um vazio.
Creio que este simples glossário possa evidenciar a complexidade dessa questão que ao
longo da história vem sendo abordada das mais diversas formas possíveis. Há muitas
proposições que visam comprovar ou reprovar a existência de um princípio divino no
Universo, porém, o estabelecimento de uma certeza com relação a essa questão é
praticamente impossível.
É evidente que sob qualquer concepção séria, Deus não pode ser diretamente percebido
pelos sentidos, e mesmo que o pudesse, a simples inconfiabilidade dos sentidos seria
suficiente para que qualquer certeza nesse campo estivesse anulada. Sendo assim, Deus está
fora do escopo da Ciência enquanto atividade Empírica.
Dessa forma a única maneira de se abordar a questão é pela Filosofia. Antes de fazê-lo
porém, gostaria de estabelecer algumas proposições que auxiliam na questão.
AUSÊNCIA DE EVIDÊNCIA NÃO É EVIDÊNCIA DE AUSÊNCIA.
Esta frase famosa diz que o fato de não podermos perceber algo não significa que este não
exista, isso deveria ser óbvio, todavia inúmeras pessoas declaram a inexistência de algo
apenas por nunca a terem experienciado.
NÃO EXISTEM PROVAS DE NÃO-EXISTÊNCIA.
Significa que não se pode provar definitivamente que algo não exista. Mais provável é o
contrário. Eu só preciso provar um único fenômeno para demonstrar que o mesmo existe,
mas não tenho como demonstrar sua não existência a não ser negando alegações mal
fundamentadas.
Exemplificando: Para provar que existe um Coelho Verde basta apresentar um, mas eu não
posso vasculhar o mundo inteiro em cada metro quadrado para mostrar que o mesmo não
exista em algum lugar. Eu poderia entretando demonstrar que um suposto Coelho Verde
seja uma fraude, mas isso mostra apenas que não se provou a existência de tal Coelho, não
garante que ele não exista em algum outro lugar.
Por essas duas proposições anteriores, fica claro que é mais provável provar alguma coisa,
inclusive Deus, positivamente do que negativamente. Entretanto podemos sim demonstrar a
inconsistência de determinadas proposições Teístas, principalmente a mais difundida de
todas, a Monoteísta Judaíco-Cristã-Islâmica.
Para prosseguir nessa abordagem só me resta estebelecer alguns nomes para evitar
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confusões. A palavra Deus será usada sempre da forma mais genérica possível, não
significando então nenhum Deus específico. Quanto aos Deuses das diversas religiões,
todos podem ser chamados por nomes específicos, como se segue no caso das religiões
monoteístas.
Bhramanismo BHRAMA Cristianismo IAVÉ, ou JEOVÁ
Zoroastrismo AHURA MAZDA Islamismo ALÁ
Judaísmo YHWH Sikhismo NAM
Na maioria dos casos tais nomes não possuem um significado muito específico. ALÁ por
exemplo é apenas a palavra "Deus" em árabe, o tetragrama impronunciável YHWH,
geralmente corrupetalado para IAVÉ, e do qual decorre a grosseira falha de tradução que
resulta em JEOVÁ, significa basicamente "EU SOU". Além do Deus cristão, o bhramane é
o único que também possui uma natureza Trinitária.
Quando ao Espíritismo Kardecista, ao qual resisto em classificar como Monoteísta e que
apresenta a meu ver uma das mais convincentes proposições Teístas, ocorre o problema de
não haver um nome específico para a divindade, por tanto sempre me referirei a ela como
"Deus Kardecista" ou algo parecido.
O INSUSTENTÁVEL MONOTEÍSMO TRADICIONAL DO OCIDENTE
A maioria da população terrestre crê em religiões Monoteístas, uma vez que Cristianismo,
Islamismo e Hinduísmo são as 3 maiores crenças, totalizando mais 2/3 do número de
habitantes no globo. Como tento demonstrar no texto sobre RELIGIÕES, os motivos disso
são principalmente a maior articulação teórica do Monoteísmo e sua postura expansiva
incisiva.
A crítica que se segue tem como alvo o Monoteísmo Cristão, e em menor grau o Judáico e
Islâmico, não afetando outras formas de monoteísmo. É importante lembrar que tal crítica
em si não invalida por completo todas as teologias desenvolvidas por essas religiões, mas
apenas aquelas mais disseminadas, o que infelizmente corresponde a maioria esmagadora.
O fato de, diferente da Trindade do Cristianismo, Judaísmo e Islamismo não aceitarem
qualquer subdivisão da unicidade de Deus, também não é aqui relevante.
O problema desse tipo de Monoteísmo já vem sendo abordado de várias formas há milhares
de anos, e sua mais famosa expressão é objeto de estudo de uma das partes da Teologia, a
TEODICÉIA.
Uma vez que se propõe que JEOVÁ é ONIPRESENTE, ONISCIENTE e ONIPOTENTE,
além de ETERNO e IMUTÁVEL, fica claro que absolutamente nada está fora de seu poder
e conhecimento, sendo assim, por que existe aquilo que esse mesmo monoteísmo classifica
como sendo o Mal?
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Por que JEOVÁ criou os anjos e os humanos já sabendo que um deles se rebelaria e que
disso resultaria toda a saga do mundo após a queda do homem? Se ele não pudesse prever o
que ocorreria, então não seria ONISCIENTE, pois ONISCIÊNCIA absoluta incluiu o
conhecimento pleno do Futuro e do Passado, se ele sabendo não pudesse evitar, não seria
ONIPOTENTE.
Sendo assim é inevitável aceitar que tudo o que ocorre no universo, inclusive todas as
mazelas do mundo, são responsabilidade direta deste Deus. E não adianta utilizar o velho
Sofisma Agostiniano de que o Livre Arbítrio humano é o responsável pela existência do
Mal, pois isso não remove a responsabilidade de JEOVÁ se ele tem poder absoluto acima
de tudo.
Na realiade sequer existiria Livre Arbitrio, pois todo o destino já estaria traçado dentro da
"mente" de JEOVÁ, e os humanos e mesmo os anjos não teriam poder para alterá-lo,
portanto tudo o que fazemos não é realmente resultado de nossas vontades e escolhas, mas
sim, é predeterminado por JEOVÁ.
Além disso, um Livre Arbítrio que exige uma conduta específica que do contrário resultaria
numa pena severíssima, é um falso Livre Arbítrio.
O problema porém surge quando se propõe um dos pontos chaves e clássicos da Doutrina
Cristã, o da Justiça Divina, que se relaciona com a premiação e punição dos Anjos e
Humanos devido as suas escolhas. Em geral a SOTERIOLOGIA, parte da Teologia que
estuda a doutrina da salvação, compartilha a visão do julgamento divino e da sorte
diferenciada dos seres, onde alguns receberão o gozo perpétuo e outros a aflição perpétua.
Fica impossível contestar o fato de que então, desde o princípio, JEOVÁ planeja, cria, dá a
vida, e dá como destino a bilhões de seres humanos um indizível sofrimento infinito num
plano existencial infernal, deliberadamente. Não há como negar que Ele é o responsável por
tudo isso. Portanto:
JEOVÁ CRIA HUMANOS PARA SEREM LANÇADOS NO INFERNO
INTENCIONALMENTE SEM QUALQUER POSSIBILIDADE DESTES EVITAREM
ISSO.
Esta á a Doutrina da PREDESTINAÇÃO, proposta inicialmente pelo protestante João
Calvino, e que influencia a maior parte das designações protestantes cristãs. Afirma que
JEOVÁ cria o Ser Humano e lhe concede Livre Arbítrio, mas já sabe de antemão quais
serão as escolhas dele e qual será seu destino. Sendo assim, bem poderia não tê-lo criado,
ou o criar com um natureza diferente, um Livre Arbítrio inclinado para a salvação. Se ele
não puder fazer isso, não será Onipotente.
O FATOR LÓGICO
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Até aqui na verdade, não há de fato nenhuma contradição lógica em si, mas já fica
impossível atribuir a JEOVÁ qualquer conceito de Justiça e Bondade humanamente
aceitável. Ou seja, pelos parâmetros humanos, JEOVÁ é infinitamente Cruel!
Tentando atenuar isso, já se produziram várias Teodicéias que em geral não encontram
outra solução que estabelecer um Dogma que afirma a impossibilidade de se compreender o
desígnio divino, ou que tenta relativizar o conceito de Mal, ou então romper com a
Soteriologia tradicional do Cristianismo.
Se aceitarmos o Dogma da Incognoscibilidade, colocamos a Teologia em xeque. Ela seria
uma atividade inútil. De nada valeria então toda a nossa elaboração teórica para
compreender as revelações divinas. Dessa forma, todas as doutrinas perdem sua base como
atividade humana, inutiliza-se então a religião como algo praticável, pois tudo estaria
apoiado sobre algo que afinal não compreendemos em essência. Por que então haveria a
revelação? Se esta não pode ser compreendida. Para quê Leis trazidas por profetas? Se nada
do que fizermos mudará nosso destino. Toda a religião não passaria de um engodo, um
abissal amontoado de supertições.
Pode-se no máximo argumentar que os Dogmas ocupam apenas alguns aspectos da
doutrina, ainda que os mais importantes, mas fica inegável a característica de
irracionalidade, ainda que com o nome de Fé ou Graça, e a constatação que toda a demais
teologia compreensível é no máximo um passatempo sem qualquer valor prático.
Se aceitarmos a relativização do conceito de Mal, como entender que na realidade não
exista o Mal em si, e sim apenas uma ilusão, então os preceitos clássicos da religião ficam
abalados. Não haveria então o pecado, e sem o tal nem mesmo qualquer forma de punição,
ou mesmo sofrimento. O próprio Inferno seria ilusório assim como o sofrimento. Isso retira
por completo a força argumentativa da doutrina.
A única saída a meu ver, será como veremos mais adiante, romper com certos
estabelecimentos tradicionais do Cristianismo.
Mas a grande contradição não está na verdade, nesse conteúdo emotivo da doutrina, que
coloca a existência de todas as desgraças, todos os sofrimento, como sendo resultado da
ação direta, intencional e plenamente consciente de JEOVÁ.
A contradição está na verdade na alteração de estado da criação em relação aos atributos de
IMUTABILIDADE e ETERNIDADE divinas.
É inegável que o Universo logo após a criação é diferente do que virá logo após o Dia do
Juízo. Ou seja, há duas realidades distintas completamente diferentes separadas por um
certo intervalo de tempo.
Se esse Deus é então ONIPRESENTE a toda a sua criação, é inegável que ele se relaciona
com a mesma, então como poderia ele ser IMUTÁVEL?
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Simplificando, se JEOVÁ é ETERNO e IMUTÁVEL, ou seja, pleno em todas as suas
perfeições, por que então ele criaria um Universo temporal que é mutável? Não se pode
produzir algo intencionalmente sem um propósito, qual seria então o proposito de um SER
absolutamente perfeito?
Qual a função da Criação? Se nada falta a JEOVÁ?
Se a Criação tivesse apenas um objetivo em si própria, o papel então de sua expressão
máxima, o Ser Humano, deveria ser muito mais independente da natureza divina do Deus.
Então por que não permitir a este Ser Humano uma verdadeira liberdade de ação em um
Universo que só tem sentido para ele próprio?
Como aceitar que o JEOVÁ da recém criação, que convive, intereage, delega, e se relaciona
apenas com seres quase perfeitos, os anjos, num universo perfeito, o mundo recém-criado, e
o primeiro casal ainda no Éden, seja o mesmíssimo JEOVÁ que convive, interage, delega e
se relaciona com um universo onde há uma parte da humanidade vivendo no Paraíso, e
parte sofrendo no Inferno, incluindo um ou dois terços dos anjos no lago de fogo e enxofre,
seres que antes foram quase perfeitos?
Fazendo a comparação, uma pessoa que vive numa belíssima casa não o faz da mesma
forma que se vivesse numa casa de péssimas condições, suas impressões, sentimentos,
atitudes, mudariam, ela mudaria, a não ser que ela ignorasse por completo a casa. Da
mesma forma a não ser que JEOVÁ ignorasse por completo sua criação, não há como
aceitar que sendo o Universo uma expressão de seu poder, irá existir em tempos distintos de
formas tão distintas, sem afetar de alguma forma as caracteristicas deste Deus.
Sintetizando:
SE JEOVÁ EXISTIA ETERNAMENTE ANTES DA CRIAÇÃO, E ENTÃO DEU
ORIGEM A UMA CRIAÇÃO, ENTÃO NÃO É IMUTÁVEL, SUFICIENTE EM SI
MESMO, E PERFEITO.
A SOLUÇÃO PARA O IMPASSE
Esse problema já era exposto desde os primórdios do Cristianismo, e uma de suas formas
era com a pergunta: "O que Deus fazia antes de criar o Universo?"
Seria ingenuidade crer que isso é suficiente para neutralizar a teologia cristã. Com quase
dois mil anos de elaboração e tendo em sua tradição brilhantes mentes ao longo da história,
não são simples perguntas e raciocínios aparentemente inescapáveis que irão demolir a
trabalho milenar de filósofos que remontam até o helenismo.
As duas contradições citadas acima, entre os ONI atributos de JEOVÁ e o Livro Arbítrio, e
entre a Imutabilidade e a criação temporal, costumam receber o nome de ANTINOMIA,
um paradoxo que só pode ser aceito pela fé.
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Orígenes de Alexandria, no século II dC, já propunha uma resposta que, infelizmente,
jamais foi muito aceita na doutrina cristã. Trata-se da APOCATÁSTASE (Restauração), ou
UNIVERSALISMO, também conhecida como ORIGENISMO.
Segundo essa proposição, ao final de todos os eventos apocalípticos previstos nas
escrituras, todo o Universo seria revertido ao estado de perfeição original. Essa restauração
eliminaria todas as divisões, inclusive entre o Inferno, a Terra e o Céu, e todos os seres
seriam reintegrados à divindade. Enfim, mesmo Satan seria perdoado.
Com essa idéia, e acentuando essa reversão, a Criação seria desfeita até o estado onde antes
só houvera JEOVÁ e o vazio. Tendo isto, fica aberta a idéia de que a Criação poderá
ocorrer novamente da estaca zero, para depois ser encerrada de novo, e de novo. É evidente
de que houveram infinitas criações anteriores e haverão posteriores. Sendo assim, o
Universo seria infinitamente criado e desfeito, num ciclo eterno.
Essa idéia elimina o problema da contradição entre a existência eterna, perfeição e
imutabilidade divina, e a criação temporal isolada no tempo. Pois Deus recriaria o Universo
incessantemente, e esse ciclo faria parte de sua natureza, essa constante atividade estaria
inclusa na sua imutabilidade, que não seria um estado em si, mas um processo imutável.
Essa idéia é parte integrante de duas outras religiões monoteístas. O Bhramanismo e o
Shikismo indianos, e abre espaço para várias outras elaborações, inclusive a que permite
uma maior veracidade do Livre Arbítrio.
A APOCATÁSTASE, exige também um conceito que embora não maioritário na doutrina
cristã, é de bem maior aceitação, o ANIQUILACIONISMO, que diz que os condenados ao
Inferno não sofrerão perpétuamente e sim serão aniquilados, deixarão de existir após um
certo período de tempo. Algumas designações cristãs como os ADVENTISTAS DO 7o DIA
e os TESTEMUNHAS DE JEOVÁ são adeptos dessa doutrina.
Porém é muito grande a insistência das maioria das teologias cristãs em manter um doutrina
completamente insustentável racionalmente, o da Punição e Graça Pérpetuas.
PUNIÇÃO "ETERNA"
A crença no tormento eterno para os infiéis é uma das mais notáveis, marcantes,
incômodas, e sem dúvida a mais execrável de todas as proposições das teologias
monoteístas tradicionais.
Ela elimina qualquer possibilidade de se defender a idéia de que JEOVÁ seja um ser
bondoso, amoroso ou piedoso em qualquer parâmetro humanamente compreensível. Pior,
ela torna impossível defender a idéia sequer de que Ele seja um ser Justo e Inteligente.
Isso pode ser facilmente demonstrável por uma alegoria. Sabemos que os delitos podem ser
punidos com penas diferentes de acordo com a gravidade da infração, como por exemplo:
21
O Roubo de um pão: - 1 Dia de prisão
Crime Hediondo Brutal: - 50 Anos de prisão.
Está implícito que de certa forma, o Crime Hedindo Brutal é cerca de 18.250 vezes mais
grave que o roubo do pão, pois para o mesmo é aplicado 50 x 365 dias de prisão. Isso sem
dúvida é algo que podemos considerar como justiça pelos parâmetros humanos, ainda nos
padrões do senso comum.
Seria justo porém, que a punição para os dois crimes acima fosse a mesma?
Se considerarmos que não, então não temos como aplicar qualquer concepção humana de
justiça à idéia de "Punição Eterna", pois pela maioria das teologias convencionais, não são
apenas os mais hediondos e brutais crimes imagináveis que serão punidos com o tormento
infinito.
Segundo o Islamismo, uma pessoa, por mais íntegra, caridosa, sensível e justa que seja, será
atirada ao ignominioso castigo interminável se simplesmente não acreditar na existência de
ALÁ. Segundo a Teologia da maior parte das designações protestantes, a mesma pessoa
terá o mesmo destino se não aceitar o dogma de que todos os humanos são inerentemente
pecadores e só se salvam pela fé em Jesus Cristo.
Por outro lado, mesmo após praticar crimes extremamente terríveis, o indivíduo poderia
obter a Graça Infinita se realizar sua conversão e abraçar a fé.
Dessa forma, se torna possível igualar um Ser Humano que só cometa um leve delito, ao
mais horrendo dos psicopatas de todo os tempos. Ao mesmo tempo que esse psicopata
extremo possa ser subitamente igualado ao mais louvável dos Seres Humanos, se ele
cumprir, ao final de toda uma vida de crimes, as exigências de uma conversão religiosa.
Se considerarmos praticamente todos os parâmetros humanos de justiça, é impossível
considerar justos esses procedimentos de punição e premiação, entretanto ainda podemos
apelar para o super relativismo, de que tais parâmetros de justiça não são humanos, ou
ainda os inúmeros recursos racionais possíveis para se fazer valer um ponto de vista
específico contra os tradicionais pontos de vista da ótica humana.
O único ponto entretanto que não pode ser superado pela razão é o conteúdo "Eterno" desta
Punição ou Salvação divinas. Esse peculiar elemento torna a doutrina racionalmente
incompreensível.
Trata-se da incoerência lógica de se relacionar diretamente um evento temporal com um
evento supra temporal, "Eterno". Como veremos a seguir.
O TEMPO E A ETERNIDADE
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O próprio termo "Punição Eterna" já é contraditório. ETERNO significa o que está "fora do
tempo", não tendo tido começo nem fim, punição por outro lado é um conceito claramente
temporal, algo que se aplica a partir de um determinado momento devido a um evento
ocorrido na linha do tempo. Portanto o termo correto na verdade seria PUNIÇÃO
PERPÉTUA, pois Perpétuo é o que mesmo tendo início não teria fim, o que acrescenta uma
problema talvez ainda maior, pois sendo o Perpétuo uma espécie de "Metade de
Eternidade", como compreender a idéia de que a Eternidade permita ser dividida?
Faria sentido dividir o infinito? A idéia do Perpétuo, ou do "Retro-Perpétuo", que seria o
que nunca teve começo mas teria fim, seria então equivalente a Eternidade? Ou
aceitaríamos a "Meia-Eternidade"?
Antes de observarmos a ilustração abaixo, é bom lembrar que a idéia de que o ETERNO
possa ser representado por uma Linha de Tempo Infinita é em si errônea. O ETERNO não
seria um "tempo" interminável para o passado e para o presente, mas sim uma ausência de
tempo. Porém na impossibilidade racional de se trabalhar com esse Não-Tempo, usemos
enfim a ilustração na forma de "Tempo Infinito".
Até agora não vimos um meio de driblar esse paradoxo da "Semi-Eternidade", que
caracterizaria o Perpétuo, mas o mais importante no momento é compreender a diferença
desses conceitos com o conceito Temporal.
Tudo o que existe no tempo, só pode ser relacionado com outras coisas temporais, a relação
direta entre o temporal e o Eterno ou Perpétuo é como já vimos, no mínimo duvidosa.
Sabemos que tudo o que existe no nosso plano temporal não pode perpetuar-se
indefinidadamente. É preciso antes de tudo se livrar da idéia de que o Perpétuo seria um
período de tempo muito grande, não é, seria uma forma de escapar do Temporal.
Se imaginarmos que existe um tipo de "barreira" entre o Eterno e o Temporal,
perceberemos que nada temporal pode adentrar a "Dimensão do Eterno", o que passou a
existir não pode se tornar ETERNO, isso é completamente absurdo. Isso nos leva então a
duas possibilidades:
Se o PERPÉTUO equivaler ao ETERNO, no sentido de que metade de Infinito continua
sendo Infinito, então nada temporal pode se perpetuar infinitamente, portanto, a idéia de
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que algo temporal possa ser de um modo ou de outro "eternizado" é insustentável. O
temporal não pode se tornar ETERNO, portanto nesse sentido, Punição Perpétua seria o
mesmo que Punição Eterna, ou seja, uma contradição.
Se o PERPÉTUO pertencer a uma dimensão diferente do ETERNO, resta então verificar a
viabilidade de tal possibilidade. O PERPÉTUO como algo em especial, diferente do
Temporal e do Eterno. Consideremos o seguinte esquema:
Podemos notar que em relação aos TEMPORAIS, um PERPÉTUO é como um ETERNO, a
não ser que sua interrupção ocorra dentro do período decorrido do TEMPORAL.
Mas o detalhe é que se existe o Perpétuo FUTURO, porque não existiria o Perpétuo
PASSADO? Ou Retro-Perpétuo?
Seria válido considerar apenas o "sentido" PASSADO-FUTURO como passível de produzir
PERPÉTUOS? O que impediria que algo tivesse pré-existência Perpétua e então cessasse
de existir?
Se for esse o caso, então a criação de Perpétuos se daria ao infinito, porém jamais fariam
parte do ETERNO. Para os temporais entretanto equivaleriam ao ETERNO. A questão de
se o Perpétuo é possível, é no mínimo duvidosa.
Mas como ficaria o Retro-Perpétuo? Como poderia ser desfeita um coisa que sempre
existiu no Passado?
É evidente que o problema em si está fora do escopo da razão humana, mas podemos
apresentar possibilidades.
Um delas é a de que não existiria o Perpétuo em si, mas o SUPER TEMPORAL. Esse
estaria acima dos temporais normais para os quais equivalerio ao ETERNO, ou seria
Perpétuo caso sua interrupção se desse no decorrer desse temporal. Sendo assim o Pérpetuo
e o Retro-Perpétuo formariam um Super Temporal.
Outra é considerar que exista uma "dimensão" diferenciada para o Perpétuo, o que o
tornaria possível, porém isso acrescenta um discussão ainda mais complicada. Uma vez que
os Perpétuos podem ser criados, eles iriam aumentar incessante e exponencialmente o
"conteúdo" de existência? Como um Universo se expandindo indefinidamente? Ou o fim
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dos Retro-Perpétuos compensaria? Sendo assim, a não ser que o ETERNO não se relacione
como os demais Universos, como manter sua característica de IMUTABILIDADE?
Além de tudo isso, observe como uma diagramação diferenciada, circular, do esquema
parece tornar a característica do Perpétuo ainda mais desafiadora.
Nesse caso fica claro que no Eterno, no centro, não há movimento, ao contrário do Perpétuo
onde ocorreria um ciclo fechado de movimento, aparentemente com eventos repetitivos. Os
Temporais e Super-Temporais seriam ciclos abertos. Outra forma de visualizar a questão
seria:
Colocando o Eterno num plano "externo" à dinâmica.
Na melhor das hipóteses, essas possibilidade desafiam a concepção cosmodinâmica do
Monoteísmo Tradicional, acrescentando problemas e mais problemas de racionalidade cuja
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única saída satisfatória seria aceitar os Dogmas incogniscíveis. Mas sendo assim, porque
aceitar como dogma a possibilidade de existência do Perpétuo e não sua impossibilidade?
Além disso há o problema da categorização do estado de ETERNIDADE. No Eterno, ou no
Perpétuo, não existe movimento, pois não existe tempo e logo espaço. Não há dinâmica,
mas sim uma essência, pode haver um SER, nunca um DEVIR, ou este não seria imutável,
e logo estaria fadado a transformação, e invariavelmente ao fim.
Sendo assim, como aceitar conceitos tão necessariamente dinâmicos como Sofrimento ou
Gratificação num plano que sendo Perpétuo, iria invalidar tais estados de movimento? Seria
mais fácil crer num plano de "congelamento" da existência, onde sequer haveria
consciência do acontecimento.
CONCLUSÃO
Sendo assim, a idéia de uma Punição ou Premiação Perpétuas é inaceitável tanto Ética,
Moral, Emocional ou Lógica e Racionalmente. É, pois, sendo empurrada na forma de
Dogma, uma forma arbitrária de forçar um coquetel de conceitos como se fossem um único,
quando este em si não possui qualquer sentido.
Dessa forma, admite-se que a Teologia Monoteísta Tradicional é indefensável
racionalmente, assumindo um caráter de irracionalidade, o que não necessariamente ocorre
com outras possibilidade Monoteístas como a cíclica, ou Panteístas.
A questão é: SE ESSE MONOTEÍSMO TRADICIONAL É INCOERENTE TANTO
EMOCIONAL QUANTO RACIONALMENTE, E SE NÃO APRESENTA
QUALQUER EVIDÊNCIA MATERIAL, POR QUE ACEITÁ-LO?
Baseando-se apenas na autoridade de um Livro Sagrado? Que sequer conseque provar ser a
Palavra de Deus. Porque crer numa proposição que se baseia unicamente numa obra
literária sem acuidade racional, de cunho ético e moral discutível e claramente cultural, e
que comete flagrantes erros na concepção do mundo físico?
Por tudo isso considero que a adição de soluções como a APOCATÁSTASE e
consequentemente o ANIQUILACIONISMO, longe de serem prejudiciais à crença, fazem
é elevar em muito sua qualidade argumentativa, tornando-as competitivas racionalmente e
emocionalmente com doutrinas bem mais elaboradas.
PANTEÍSMO
Bastante diferente é a concepção Panteísta de divindade. Trata-se de considerar que Deus é
o próprio Universo, a Natureza, de modo que ele estaria em toda parte. Sendo assim, Deus
seria um ser Físico, Dinâmico, Perpétuo ainda que sujeito a mudanças cíclicas. Deus seria
então, IMANENTE à Natureza, intrínseco, ou seja, não Transcendente.
Já o Panenteísmo, que também pode ser entendido como um "Panteísmo Transcendente",
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concebe-se o Universo como sendo o Corpo de Deus, mas tendo este um Espírito, havendo
então uma dualidade, Imanência e Transcendência, Corpo e Alma.
A mais significativa diferença com relação ao Monoteísmo é a Impessoalidade de Deus, ou
seja, Deus não é um ser antropomórfico nem mesmo psicológicamente, mas sim uma
entidade totalmente distinta dos humanos, cuja natureza, meios e intenções não são
expressáveis como comumente o são nas religiões monoteístas.
Um Deus Panteísta não tem uma intenção clara, e por isso no Panteísmo não ocorrem
revelações.
EM BUSCA DA TRANSCENDÊNCIA
O QUE É RELIGIÃO? QUAL A DIFERENÇA DE SEITA?
MITOLOGIA É RELIGIÃO? O QUE É HERESIA?
RELIGIÃO deriva do termo latino "Re-Ligare", que significa "religação" com o divino.
Essa definição engloba necessariamente qualquer forma de aspecto místico e religioso,
abrangendo seitas, mitologias e quaisquer outras doutrinas ou formas de pensamento que
tenham como característica fundamental um conteúdo Metafísico, ou seja, de além do
mundo físico.
Sendo assim o hábito, geralmente por parte de grupos religiosos de taxarem tal ou qual
grupo religioso rival de seita, não têm apoio na definição do termo. SEITA, derivado da
palavra latina "Secta", nada mais é do que um segmento minoritário que se diferencia das
crenças majoritárias, mas como tal também é religião.
HERESIA é outro termo mal compreendido. Significa simplesmente um conteúdo que vai
contra a estrutura teórica de uma religião dominante. Sendo assim o Cristianismo foi uma
Heresia Judáica assim como o Protestantismo uma Heresia Católica, ou o Budismo uma
Heresia Hinduísta.
A MITOLOGIA é uma coleção de contos e lendas com uma concepção mística em
comum, sendo parte integrante da maioria das religiões, mas suas formas variam
grandemente dependendo da estrutura fundamental da crença religiosa. Não há religião sem
mitos, mas podem existir mitos que não participem de uma religião.
MÍSTICA pode ser entendida como qualquer coisa que diga respeito a um plano sobre
material. Um "Mistério".
PRESENÇA DA RELIGIÃO EM TODA A CULTURA HUMANA
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Não há registro em qualquer estudo por parte da História, Antropologia, Sociologia ou
qualquer outra "ciência" social, de um grupamento humano em qualquer época que não
tenha professado algum tipo de crença religiosa. As religiões são então um fenômeno
inerente a cultura humana, assim como as artes e técnicas.
Grande parte de todos os movimentos humanos significativos tiveram a religião como
impulsor, diversas guerras, geralmente as mais terríveis, tiveram legitimação religiosa,
estruturas sociais foram definidas com base em religiões e grande parte do conhecimento
científico, "filosófico" e artístico tiveram como vetores os grupos religiosos, que durante a
maior parte da história da humanidade estiveram vinculados ao poder político e social.
Hoje em dia, apesar de todo o avanço científico, o fenômeno religioso sobrevive e cresce,
desafiando previsões que anteveram seu fim. A grande maioria da humanidade professa
alguma crença religiosa direta ou indiretamente e a Religião continua a promover diversos
movimentos humanos, e mantendo estatutos políticos e sociais.
Tal como a Ciência, a Arte e a Filosofia, a Religião é parte integrante e inseparável da
cultura humana, é muito provavelmente sempre continuará sendo.
TIPOS DE RELIGIÕES
Há várias formas de religião, e são muitos os modos que vários estudiosos utilizam para
classificá-las. Porém há características comuns às religiões que aparecem com maior ou
menor destaque em praticamente todas as divisões.
A primeira destas características e cronológica, pois as formas religiosas predominantes
evoluem através dos tempos nos sucessivos estágios culturais de qualquer sociedade.
Outro modo é classificá-las de acordo com sua solidez de princípios e sua profundidade
filosófica, o que irá separá-las em religiões com e sem Livros Sagrados.
Pessoalmente como um estudioso do assunto, prefiro uma classificação que leva em conta
essas duas características, e divide as religiões nos seguintes 4 grandes grupos distintos.
PANTEÍSTAS
POLITEÍSTAS
MONOTEÍSTAS
ATEÍSTAS
Nessa divisão há uma ordem cronológica. As Religiões PANTEÍSTAS são as mais antigas,
dominando em sociedades menores e mais "primitivas". Tanto nos primórdios da
civilização mesopotâmica, européia e asiática, quanto nas culturas das Américas, África e
Oceania.
As Religiões POLITEÍSTAS por vezes se confundem com as Panteístas, mas surgem num
estágio posterior do desenvolvimento de uma cultura. Quanto mais a sociedade se torna
complexa, mais o Panteísmo vai se tornando Politeísmo.
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Já as MONOTEÍSTAS são mais recentes, e atualmente as mais disseminadas, o
Monoteísmo quantitativamente ainda domina mais de metade da humanidade.
E embora possa parecer estranho, existem religiões ATEÍSTAS, que negam a existência de
um ser supremo central, embora possam admitir a existência de entidades espirituais
diversas. Essas religiões geralmente surgem como um reação a um sistema religioso
Monoteísta ou pelo menos Politeísta, e em muitos aspectos se confunde com o Panteísmo
embora possua características exclusivas. Essa divisão também traça uma hierarquia de
rebuscamento filosófico nas religiões. As Panteístas por serem as mais antigas, não têm
Livros Sagrados ou qualquer estabelecimento mais sólido do que a tradição oral, embora na
atualidade o renascimento panteísta esteja mudando isso. Já as politeístas muitas vezes
possuem registros de suas lendas e mitos em versão escrita, mas Nenhuma possui uma
REVELAÇÃO propriamente dita. Isto é um privilégio do Monoteísmo. TODAS as grandes
religiões monoteístas possuem sua Revelação Divina em forma de Livro Sagrado. As
Ateístas também possuem seus livros guias, mas por não acreditarem num Deus pessoal,
não tem o peso dogmático de uma revelação divina, sendo vistas em geral como tratados
filosóficos.
Vejamos alguns quadros
ÉPOCAS DE SURGIMENTO E PREDOMÍNIO
PANTEÍSMO:
As mais antigas, remontando a pré-história onde tinham
predominância absoluta, e também presentes em muitos dos
povos silvícolas das Américas, África e Oceania.
POLITEÍSMO:
Surgem num estágio posterior de desenvolvimento social, tendo
sido predominantes na Idade Antiga em todo o velho mundo, e
mesmo nas civilizações mais avançadas das Américas pré-
colombianas.
MONOTEÍSMO: Mais recentes, surgindo a partir do último milênio aC e
predominando da Idade Média até a atualidade.
ATEÍSMO:
Surgem a partir do século V aC, tendo vingado somente no
Oriente e no Ocidente ressurgindo somente após a renascença
numa forma mais filosófica que religiosa.
Neo PANTEÍSMO: Embora possuam representantes em todos os períodos históricos,
popularizam-se ou surgem a partir do século XVIII.
BASE LITERÁRIA
PANTEÍSMO: Próprias de culturas ágrafas, não possuem em geral qualquer
forma de base escrita, sendo transmitidas por tradição oral.
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POLITEÍSMO:
Nas sociedades letradas possuem frequentemente registros
literários sobre seus mitos, e mesmo nas ágrafas possuem
tradições icônicas mais elaboradas.
MONOTEÍSMO:
Possuem Livros Sagrados definidos e que padronizam as formas
de crença, servindo como referência obrigatória e trazendo
códigos de leis. São tidos como detentores de verdades
absolutas.
ATEÍSMO:
Possuem textos básicos de conteúdo predominantemente
filosófico, não possuindo entretanto força dogmática arbitrária
ainda que sendo também revelados por sábios ou seres
iluminados.
Neo PANTEÍSMO: Seus textos são em geral filosóficos, embora possuam mais força
doutrinária, não incorrendo porém em dogmas arbitrários.
MITOLOGIA
PANTEÍSMO:
Deus é o próprio mundo, tudo está interligado num equilíbrio
ecossistêmico e místico. Crê-se em espíritos e geralmente em
reencarnação, é comum também o culto aos antepassados.
Procura-se manter a harmonia com a natureza, e o mundo
comummente é tido como eterno.
POLITEÍSMO:
Diversos deuses criaram, regem e destroem o mundo. Se
relacionam de forma tensa com os seres humanos, não raro
hostil. As lendas dos deuses se assemelham a dramas humanos,
havendo contos dos mais diversos tipos.
MONOTEÍSMO:
Um Ser transcendente criou o mundo e o ser humano, há uma
relação paternal entre criador e criaturas. Na maioria dos casos
um semi-deus se rebela contra o criador trazendo males sobre
todos os seres. Messias são enviados para conduzir os povos,
profetiza-se um evento renovador violento no final dos tempos,
onde a ordem será restaurada pela divindade.
ATEÍSMO:
O Universo é uma emanação de um princípio primordial
"vazio", um Não-Ser. Crê-se na possibilidade de evolução
espiritual através de um trabalho íntimo, crê-se em diversos
seres conscientes dos mais variados níveis, e geralmente em
reencarnação.
Neo PANTEÍSMO:
Acredita-se em geral no Monismo, um substância única que
permeia todo o Universo num Ser único. São em geral
reencarnacionistas e evolutivas. A desatribuição de qualidades
do Ser supremo por vezes as confunde com o Ateísmo.
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SÍMBOLOS
PANTEÍSMO: Utilizam no máximo totens e alguns outros fetiches, é comum o
uso de vegetais, ossos, ou animais vivos ou mortos.
POLITEÍSMO:
Surgem os ídolos zoo ou antropomórficos na forma de pinturas e
esculturas em larga escala. A simbologia icônica se torna
complexa em alguns casos resultando em formas de escrita
ideográfica.
MONOTEÍSMO:
O Deus supremo geralmente não possui representação visual,
mas os secundários sim. Utilizam símbolos mais abstratos e de
significados complexos.
ATEÍSMO:
O Não-Ser supremo não pode ser representado, mas há muitas
retratações dos seres iluminados. Há vários símbolos
representativos da natureza e metafísica do Universo.
Neo PANTEÍSMO:
Diversos símbolos e mitos de diversas outras religiões são
resgatados e reinterpretados, também não há representação
específica do Ser Supremo mas pode haver de outros seres
elevados.
RITUAIS
PANTEÍSMO:
Geralmente ligados a natureza e ocorrendo em contato com esta.
É comum o uso de infusões de ervas, danças, oráculos e
cerimônias ao ar livre.
POLITEÍSMO:
Passam a surgir os templos, embora em geral não abandonem
totalmente os rituais ao ar livre. Em muitos casos ocorrem os
sacrifícios humanos, oráculos e as feitiçarias de controle
ambiental.
MONOTEÍSMO:
Geralmente restritas ao templos, as hierarquias ritualistas são
mais rígidas, não há oráculos pessoais mas sim profecias
generalizadas com base no livro sagrado. Não há rituais de
controle ambiental.
ATEÍSMO:
Embora ainda comuns nos templos são também frequentes fora
destes. Desenvolvem-se técnicas de concentração, meditação e
purificação mais específicas, baseadas antes de tudo no controle
dos impulsos e emoções.
Neo PANTEÍSMO:
Em geral baseados no uso de "energias" da natureza. Não mais
têm influência nos processos civis, sendo restritos a curas,
proteção contra ameaças físicas e extrafísicas.
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EXEMPLOS
PANTEÍSMO: Religiões silvícolas, xamanismo, religiões célticas, druidismo,
amazônicas, indígenas norte americanas, africanas e etc.
POLITEÍSMO: Religião Grega, Egípcia, Xintoísmo, Mitologia Nórdica,
Religião Azteca, Maia etc.
MONOTEÍSMO: Bhramanismo, Zoroastrismo, Judaísmo, Cristianismo,
Islamismo, Sikhismo.
ATEÍSMO:
Orientais: Taoísmo, Confucionismo, Budismo, Jainismo.
Ocidentais: Filosofias NeoPlantônicas, Ateísmo Filosófico
(Não Religioso)
Neo PANTEÍSMO: Espiritsmo Kardecista*, Racionalismo Cristão, Neo-
Gnosticismo, Teosofia, Wicca, "Esotéricas", etc.
*Apesar do Kardecismo não se considerar Panteísta e sim antes Monoteísta.
PANTEÍSMO
As religiões primitivas são PANTEÍSTAS, acredita-se num grande "Deus-Natureza".
Todos os elementos naturais são divinizados, se atribuí "inteligências" espirituais ao vento,
a água, fogo, populações animais e etc.
Há uma clara noção de equilíbrio ecossistêmico, onde é comum ritos de agradecimento
pelas dádivas naturais e pedidos às divindades da natureza, em alguns casos requisitando
autorização mesmo para o consumo da caça que embora tenha sido obtida pelo esforço
humano, seria na verdade permitida, se não ofertada, pelos entes espirituais.
A relação de dependência do ser humano com o ecossistema é clara, assim como a de
parentesco e de submissão. As entidades elementais da natureza estão presentes em toda a
parte, conferindo a onisciência do espírito divino. Embora haja a tendência da
predominância de um presença mística feminina, a "mãe-terra", o elemento masculino
também é notável a partir do momento que os seres humanos passam a compreender o
papel do macho na reprodução. Ocorre então a presença de dois elementos divinos básicos,
o Feminino e Masculino universal.
É um domínio de pensamento transcendente, mais compatível com a subjetividade e a
síntese, não sendo então casual que este seja o tipo religioso onde as mulheres mais tenham
influência. A presença de sacerdotisas, bruxas e feiticeiras é em muitos casos, muito mais
significativa que a de seus equivalentes masculinos.
Todas essas religiões são ágrafas, sem escrita, com exceção é claro dos NeoPanteísmos
contemporâneos. Portanto são as mais envoltas em obscuridade e mistérios, não tendo
deixado nenhum registro além da tradição oral e de vestígios arqueológicos.
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POLITEÍSMO
Com o tempo e o desenvolvimento as necessidades humanas passam a se tornar mais
complexas. A sobrevivência assume contornos mais específicos, o crescimento
populacional hipertrofiado graças a tecnologia que garante maior sucesso na preservação da
prole e da longevidade, gera um série de atividades competitivas e estruturalistas nas
sociedades, que se tornam cada vez mais estratificadas.
Nesse meio tempo a influência racional em franca ascensão tenta decifrar as transcendentes
essências espirituais da natureza. Surge então o POLITEÍSMO, onde os elementos divinos
são então personificados com qualidades cada vez mais humanas. O que era antes apenas a
Água, um ser de essência espiritual metafísica e sagrada, agora passa a ser representada por
uma entidade antropomórfica ou zoomórfica relacionada a água.
No princípio as características dessas divindades não são muito afetadas, mas com o tempo,
a imaginação humana ou a tentativa de se adequar as religiões às estruturas sociais, elas
ficam cada vez mais parecidas com os seres humanos comuns, surgindo então entre os
deuses relacionamentos similares aos humanos inclusive com conflitos, ciúmes, traições,
romances e etc. E cada vez mais os deuses perdem características transcendentes até que a
"degeneração" chegue a ponto destes se relacionarem sexualmente com seres humanos, o
que significa a perda da natureza metafísica, da característica invisível, ou mais, de haver
relações físicas e pessoais de violência entre humanos e divindades, sem qualquer caráter
transcendente.
Em muitos casos é difícil distinguir com clareza se determinadas religiões são Pan ou
Politeístas. Mesmo no estágio Panteísta por vezes pode-se identificar com muita evidência
algumas personificações das entidades divinas, mas algumas características como as citadas
no parágrafo anterior são exclusivas do politeísmo. É possível que os elementos que
contribuam ou realizem essa transição sejam o Animismo, Fetichismo e Totemismo.
Ocorre também uma relativa equivalência entre deidades femininas e masculinas, embora
as masculinas mostrem sinais de predominância a medida que o sistema de crenças se torne
mais mundano, características de uma fase mais racional e técnica onde muitas vezes a
religião politeísta caminha junto com filosofias da natureza.
É sempre nesse estágio também que as sociedades desenvolvem escrita, ou pelo menos
passa a utilizar símbolos abstratos e códigos visuais mais elaborados, no caso do politeísmo
asiático, egípcio e europeu por exemplo, evoluiu para um sistema de escrita complexo.
Muitas destas religiões têm então, narrativas de seus mitos em forma escrita, mas tais não
possuem o valor e a significância de uma Revelação propriamente dita.
Num estágio final tende a ocorrer o fenômeno da Monolatria, onde a adoração se concentra
numa única divindade, o que pode ser o ponto de partida para o Monoteísmo.
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MONOTEÍSMO
Chega um momento onde o Politeísmo está tão confuso, que parece forçar o "inconsciente
coletivo", ou a "intuição global" a buscar uma nova forma de crença. Alguém precisa pôr
ordem na casa, surge então um poderoso Deus que acaba com a confusão e se proclama
como o Único soberano. Acabam-se as adorações isoladas e hierarquiza-se rigidamente as
deidades, de modo a se submeter toda a autoridade do universo a um ente máximo.
O MONOTEÍSMO não é a crença em uma única divindade, mas sim a soberania absoluta
de uma. A própria teologia judáico-cristã-islâmica adota hierarquias angélicas que são
inclusive encarregadas de reger elementos específicos da natureza.
Um elemento que caracteriza mais claramente o MONOTEÍSMO mais específico,
Zoroastrista, Judáico, Cristão, Islâmico e Sikh, é antes de tudo a ausência ou escassez de
representações icônicas do Deus supremo, e sua desatribuição parcial de qualidades
humanas, nem sempre bem sucedida. Já as entidades secundárias são comumente retratadas
artisticamente.
A própria mitologia grega através da Monolatria, já estaria a dar sinais de se dirigir a um
monoteísmo similar ao que chegou a religião Hindu, ou a egípcia com a instituição do deus
único Akhenaton, embora ainda impregnadas fortemente de Politeísmo a até de
reminiscências Panteístas no caso do Bhramanismo. Zeus assomava-se cada vez mais como
o regente absoluto do universo. Entretanto um certo obstáculo teológico impedia que tal
mitologia atingisse um estágio sequer semi-Monoteísta. Zeus é filho de Chronos, neto de
Urano, essa descendência evidencia sua natureza subordinada ao tempo, ele não é eterno ou
sequer o princípio em si próprio, que é uma característica obrigatória de um Deus Uno e
absoluto como Bhraman ou Jeová.
Um fator complicador é que todas essas religiões apesar de seu princípio Uno, são também
Dualistas, pois contrapõem um deus do Bem contra um do Mal. Entretanto não se presta
"Sob Hipótese Alguma!", qualquer culto ao deus maligno, como ocorre nas Politeístas.
Saber se o deus maligno está ou não sujeito afinal ao deus supremo é uma discussão que
vem rendendo há mais de 3.000 anos.
Diferente do estado Panteísta original não ocorre harmonia entre os opostos, e um deles
passa a ser privilegiado em detrimento do outro. Sendo assim onde antes ocorria a
divinização dos aspectos Masculinos e Femininos do Universo, e a sacralidade da união,
aqui ocorre a associação de um com o maligno, fatalmente do elemento Feminino uma vez
que todas as religiões monoteístas surgiram na fase patriarcal da humanidade.
O Bhramanismo sendo o mais antigo, ainda conserva qualidades tais como veneração a
manifestações femininas da divindade, não condena a relação sexual e ainda detém a crença
reencarnacionista que é uma quase constante no Panteísmo. Do Politeísmo guarda toda um
miríade de deuses personificados, com estórias bastante humanas que envolvem conflitos e
paixões. Mas a subordinação a um Uno supremo, no caso representado pela trindade
Bhrama-Vinshu-Shiva, é clara. O panteão anterior Hindu foi completamente absorvido pelo
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monoteísmo Bhraman, e conservou até mesmo a deusa Aditi, que outrora fora a divindade
suprema.
Já os monoteísmos posteriores, mais afastados do fenômeno panteísta, entram em choque
mais evidente com o Politeísmo que geralmente está em estado caótico. Ocorre um
abafamento da religião anterior pela nova e seu caráter patriarcal e associado a violência,
especialmente a partir do Judaísmo, se impõe de forma opressiva. As divindades femininas
são erradicadas ou demonizadas, sendo então obrigatoriamente associadas ao elemento
maligno do universo. Esse fenômeno acompanha a queda da condição social feminina na
sociedade.
Embora as teologias monoteístas, especialmente na atualidade, se esforcem para afirmar o
contrário, o deus único Hebreu, Cristão e Islâmico, basicamente o mesmo, assim como o do
anterior Zoroastrismo e posterior Sikhismo, são nitidamente masculinos, aparentemente
renegando o aspecto feminino divino do universo, mas na verdade o absorvendo, uma vez
que ao contrário de deuses "supremos" Politeístas como Zeus, Osíris e Odin, eles são
carregados de atribuições de amor e compaixão, embora ainda conservem sua Ira divina e
seus atributos violentos, o que resulta em entidades complexas, que possuem aspectos
paternos e maternos simultâneamente.
Tal como a própria emocionalidade, esse é o período mais contraditório da evolução do
pensamento Teológico. Apesar de estar sob o domínio de uma característica de
predominância subjetiva, é o momento onde as sociedades se mostraram paradoxalmente
mais androcráticas. Os elementos femininos são absorvidos pelo Deus Único dando a ele o
poder de atrair e seduzir as massas pela sua bondade, mostrando sua face benevolente, mas
por outro lado a espada da masculinidade está sempre pronta a desferir o golpe fatal em
quem se opuser a sua soberania.
Tal união, confere aos deuses monoteístas um poder supremo inigualável, e tal contradição,
tal desarmonia intrínseca, resultou não por acaso no período religiosamente mais violento
da história. As religiões monoteístas, especialmente o trio Judaísmo-Cristianismo-
Islamismo, são as mais intolerantes e sanguinárias da história.
ATEÍSMO
As religiões aqui caracterizadas como Ateístas negam simplesmente a existência de um Ser
Supremo central, que tudo tenha criado e a tudo controle, e talvez seja nesse grupo que se
sinta mais radicalmente a ruptura entre Ocidente e Oriente, mas basicamente o Ateísmo
religioso tende a funcionar da seguinte forma.
Se o Monoteísmo tenta acabar com o "pandemonium" Politeísta e estabelecer uma nova
ordem por algum tempo, acaba por também se mundanizar. As autoridades religiosas
interferindo fortemente na política e na estruturação social, enfraquecem como símbolos
transcendentes. A inflexibilidade fundamentalista do sistema se revela injustificável ante a
problemática social e as conquistas e descobertas filosóficas e científicas e num dado
momento o sentimento de descrença é tal que deixa-se de acreditar num deus. Surge o
ATEÍSMO.
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Esse é o ponto crucial, a razão pela qual de fato não acredito que existam Ateus no sentido
mais profundo do termo, no máximo "agnósticos".
Geralmente o ateu não é aquele que desacredita do "invisível", de qualquer forma de Téos,
mas sim o que descrê dos deuses personificados e corrompidos. Afinal até o mais
materialista e cético dos cientistas trabalha com forças invisíveis! Fenômenos da natureza
ainda inexplicáveis.
Gravitação Universal, Lei de Entropia, Mecânica Quântica e etc. não podem ser vistas!
Apenas seus efeitos. Tal como sempre se alegou com relação aos deuses.
No que se refere a uma visão do Princípio, não creio fazer diferença acreditar que um corpo
é atraído para o centro da Terra por uma força invisível da natureza ou pela vontade de um
deus também invisível. Há apenas uma maior compreensão racional do fenômeno, com
maiores resultado práticos, mas de um modo ou de outro, a explicação possui um certo
caráter de fé, tão racionalmente satisfatório para o cientista quanto para o religioso, capaz
de explicar com clareza o funcionamento do mundo e mesmo quando isso não ocorre,
admiti-se como mistérios divinos, ou causas científicas ainda desconhecidas.
No caso do Oriente, o Ateísmo religioso surge principalmente na Índia, sob a forma do
Budismo e do Jainísmo, e na China, sob o Taoísmo e o Confucionismo. Todas essas
religiões possuem textos base com certo grau de respeitabilidade mística ou filosófica, mas
o grau de liberdade com que se pode reinterpretar ou mesmo discordar destes textos é
incomparável em relação aos livros sagrados Monoteístas.
E nesse nível que muitas posturas passam a ser desconsideradas como religiões, sendo tidas
em geral como filosofias. No Ocidente, tal movimento ocorreu também na Grécia Antiga,
através de Filósofos da Natureza que estabeleciam como princípio primário universal
alguma "substância" completamente impessoal. Mais especificamente, Aristóteles colocava
o MOTOR IMÓVEL como o princípio primário, e PLOTINO, estabelecia o UNO. Porém
essa breve ascensão do Ateísmo filosófico e científico ocidental foi logo minada pelo
sucesso do Monoteísmo cristão.
O Ateísmo no Ocidente só surgiu novamente após a renascença, no Iluminismo, onde
outras formas filosóficas se desenvolveram, mas a mistura destas com os Neo Panteísmos e
o avanço científico em geral resulta num quadro difícil de se diferenciar.
Mas o ponto mais complexo na verdade, e que Ateísmo e Panteísmo se confundem.
RELIGIÕES ATEÍSTAS e NEO-PANTEÍSTAS
As religiões Ateístas não crêem numa entidade suprema central, mas pregam a
interdependência harmônica do Universo, da mesma forma que o Panteísmo.
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Pregam a harmonia dos opostos como Yin e Yang, da mesma forma que a harmonia entre a
Deusa e o Deus no Panteísmo, e constantemente adotam um posição de neutralidade em
relação aos eventos.
Provavelmente não por acaso TAOÍSMO e BUDISMO são as mais avançadas das grandes
religiões num sentido metafísico, racional e mesmo científico. São imunes a contestação
racional pois seus conceitos trabalham num plano mais abstrato mas ao mesmo tempo
capaz de explicar a realidade, e fartos de paradoxos escapistas, sendo extremamente mais
flexíveis que as religiões monoteístas por exemplo. Não há casos significativos de
atrocidades cometidas em nome destas religiões em larga escala como as monoteístas ou
nas politeístas monolátricas.
Porém, barreiras intransponíveis impedem que essas religiões sejam nesse esquema de
divisão, classificadas como Panteístas. TAOÍSMO e CONFUCIONISMO que são chinesas
equanto o BUDISMO e o JAINISMO Indianos, são religiões letradas. Possuem seus
escritos fundamentais como os Sutras Budistas, o Tao Te-King Taoísta e os Anacletos
Confucianos e os textos dos Tirthankaras Jainistas. Todas possuem seus mentores, Buda,
Lao-Tsé, Confúcio e Mahavira. E todas são muito desenvolvidas filosoficamente, por vezes
sendo consideradas não religiões, mas filosofia. Todas essas características inexistem no
Panteísmo primitivo.
Portanto isso me leva a classificá-las como RELIGIÕES ATEÍSTAS, por declararem a
inexistência de um Ser Supremo. Pelo contrário, o TAO ou o NIRVANA, o centro de todo
o Universo segundo o Taoísmo e Confucionismo, e o Budismo, são uma espécie de Vazio,
um Não-Ser.
Já o Neo-Panteísmo possui sim seus textos. É o caso do Espiritismo Kardecista, do
Bahaísmo, do Racionalismo Cristão e etc. Embora muitos insistam em negar-se como
Panteístas se inclinando para o Monoteísmo, porém uma série de fatores a distanciam muito
deste grupo. Tais como:
A ênfase atenuada dada ao livro base da doutrina, que embora seja uma revelação, não tem
o mesmo peso dogmático e em geral se apresenta de forma predominantemente racional. A
postura passiva e não proselitista, e muito menos violenta, do Monoteísmo tradicional. A
caraterização de seu fundador que mesmo sendo dotado de dons supra-naturais, não
reivindica deificação e nem mesmo reverência especial. E o mais importante,
diferenciando-as principalmente do Monoteísmo "Ocidental", o tratamento totalmente
diferenciado dado a questão da existência do "Mal". Esses são alguns exemplos que tendem
a afastar essas novas religiões, que prefiro agrupar na categoria Neo-Panteísmo, do grupo
das Monoteístas.
PANTEÍSMO => Deus é Tudo
POLITEÍSMO => Deus é Plural
MONOTEÍSMO => Deus é Um
ATEÍSMO => Deus é Nada
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Evidentemente, afirmar que DEUS é TUDO é muito similar a afirmar que é NADA. O
ZERO é tão imensurável e incalculável quanto o INFINITO. Eles não podem ser medidos
ou divididos, assim como não se divide por eles.
Vale lembrar que não se pode também rotular tal ou qual religião como meramente Pan,
Poli ou Monoteísta. Muitas passaram pelas várias fases nem sempre de maneira perceptível
e consensual. O próprio Budismo tem várias escolas bastante diferentes entre si, e mesmo o
Cristianismo tem suas variantes com direito a reencarnação e sexo tântrico, e cujas
atribuições de Deus o afastam das características monoteístas. Mas o processo macro,
inconsciente, me parece ser esse! O de fases "psicohistóricas" que vão na forma:
PANTEÍSMO-POLITEÍSMO-MONOTEÍSMO-ATEÍSMO
Outro ponto importante é que jamais uma dessas formas religiosas deixou de existir
totalmente, principalmente na atualidade onde a intolerância religiosa não é mais "tolerada"
na maior parte do mundo. Esses tipos de religiões se misturam e se confundem, o que
explica porque qualquer tentativa de se classificar as religiões é tão complexa.
Até mesmo essa divisão esquemática apresenta problemas, como a notável diferença entre
o Monoteísmo "Ocidental", Judaísmo-Cristianismo-Islamismo, fortemente interligadas, o
Monoteísmo Oriental, Hindu, Bhramanismo e Sikhismo, e o sempre complexo
Zoroastrismo, de características fortemente Maniqueistas, o que viria por vezes a suscintar
a questão de se o Maniqueísmo, que tem forte influência sobre o Gnosticismo e o
Catolicismo, poderia ser considerado Monoteísta.
VERBETES PAR LER TEOLOGIA CONTEMPORÂNEA
AGNOSTICISMO
Doutrina que defende a incognoscibilidade de qualquer ordem de realidade desprovida de
evidência lógica satisfatória. O termo foi criado por T.H. Huxley (1825 – 1895), para
expressar o seu desprezo em face da atitude de certeza dogmática simbolizada pelas crenças
dos antigos gnósticos. Nega a possibilidade de um conhecimento racional e certo de
qualquer realidade transcendente. Para o agnosticismo a razão humana não pode adquirir
uma ciência certa, a não ser das realidades apreendidas pela experiência sensível; apenas
afirma que isso não se pode conhecer com certeza por meio da razão. Como sistema
teológico foi condenado pelos apóstolos e pela Igreja. Sob qualquer forma que se apresente,
o agnosticismo deve ser considerado segundo o sistema científico a que se amolda e
também os pressupostos da teoria do conhecimento que adota.
ANALOGIA DA FÉ
Era analogia entis que Karl Bath substitui pela analogia Fidei (analogia da fé), visto que a
verdade religiosa é dada por Deus.
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É um conceito Bíblico tirado de Romanos 12, (analogia tes pisteões) ou (metron pisteõs),
que são palavras semelhantes "analogia da fé" e "medida da fé", representam um
desenvolvimento do significado paulino original. Para a hermenêutica a analogia da fé
conota que passagens bíblicas podem ser interpretadas com outras passagens porque nada
dentro das escrituras podem se contradizer e tendo em vista que Deus é o autor das
Escrituras. Para Agostinho a interpretação da das Escrituras não deve violar a fé. E Lutero
usa termos quase semelhantes "o intérprete primário da Escritura deve ser ela própria", por
isso as autoridades cristãs evitavam qualquer fonte fora das Escrituras. Para alguns pais da
igreja passagens difíceis das escrituras são iluminadas pela fé ensinadas pela igreja, já o
protestantismo da reforma é contra essa idéia imposta pelo catolicismo. Ainda como
princípio exegético a analogia da fé sofre alguns abusos com significados que o autor
bíblico não quis colocar no texto, por isso o intérprete de uma passagem bíblica deve se
esforçar o máximo para extrair do texto o que realmente ele diz.
ANTROPOLOGIA TEOLÓGICA
Antropologia nasceu com o grego Heródoto, no século V a.C. que foi cognominado Pai da
Antropologia. Antropologia Teológica é a doutrina do homem no que tange a Deus. Teve
sua transformação em duas grandes transições: a do cosmo para Deus, quando o
cristianismo suplantou a visão grega da realidade. A segunda é de Deus para o homem e
ocorreu na época moderna em conseqüência da secularização e do ateísmo. Repentinamente
Deus desaparece de cena e cede lugar ao homem. Sua transformação teve início no
Renascimento. O espírito humano abre-se a um novo modo de ver e agir, um violento
contraste com o precedente, enquanto o primeiro, o centro de todo interesse era Deis, agora
o centro é o homem. A filosofia é ao mesmo tempo a testemunha fiel e artífice principal da
transição do teocentrismo para o antropotismo. Vemos aí (Descartes, Hume, Spinosa). Mas
Kant que atinge o momento conclusivo, afirmando que o homem não é mais simplesmente
o ponto de partida, mas também o ponto de chegada da reflexão filosófica. Vemos também
dois princípios que são supremos na antropologia teológica: São o arquitetônico e
hermenêutico. O arquitetônico é o eixo do ordenamento de todos os eventos da história da
salvação. O hermenêutico é a verdade primária a cuja luz a teologia procura compreender e
interpretar um dos aspectos da história da salvação.
CALVINISMO
Doutrina religiosa fundada por João Calvino. Ele nasceu em Noyon, em 1509 e morreu em
Genebra em 1564.
Caracteriza-se pela origem democrática da autoridade religiosa (os ministros não são
padres). Os principais fundamentos da doutrina estão contidos na obra de Calvino intitulada
"Instituição da Religião Cristã". Calvino e seus seguidores, sustentavam a soberania
absoluta de Deus, a justificação pela fé, e a predestinação. O Calvinismo não admite as
cerimônias religiosas e nega com rigor a tradição; pela crença na predestinação acha inútil
as obras para a salvação. Segundo Calvino, a fé se dá pela deposição de absoluta confiança
em Deus. Os seguidores de Calvino, na França, passaram a ser chamados "huguenotes".
Propagou-se a doutrina pela Holanda, Suíça, Hungria, Escócia e Estados Unidos. Do
Calvinismo, originou-se o puritanismo e as demais igrejas protestantes.
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Esta doutrina não foi aceita pelos sorbonistas, e Calvino foi perseguido e obrigado a deixar
a Igreja Católica, fugindo para Basiléia.
CONSELHO MUNDIAL DE IGREJAS – CMI
Desde 1909 – Conferência Missionária Mundial em Edinburgo até 1937 – Conferência
sobre "Vida e Trabalho" em Oxoford e sobre "Fé e Ordem" em Edimburgo – o movimento
ecumênico era atuante sob muitos aspectos mas não tinha organização central. Por ocasião
das conferências de 1937 tomaram-se as primeiras iniciativas para a fusão de "Vida e
Trabalho" e "Fé e Ordem" num Conselho Mundial de Igrejas – CMI. De 1938 a 1948 este
permaneceu – devido à Segunda Guerra Mundial – oficialmente em "processo de
formação"; em Amsterdã, em 1958, ele foi formalmente estabelecido.
O CMI é uma comunhão de igrejas que confessam o Senhor Jesus como Deus Salvador,
segundo as Escrituras e por isso buscam cumprir em conjunto a sua vocação comum para
glória do único Deus, Pai, Filho e Espírito Santo. É uma organização ecumênica
internacional das igrejas cristãs da Reforma da qual a igreja católica faz parte como
observadora. Prolonga historicamente os dois movimentos mundiais: "Vida e Trabalho",
"Be Oxford" e "Fé e Ordem" de Edimburgo.
O CMI não é uma igreja, nem pretende ser uma espécie de "super igreja", mas existe para
servir as igrejas como instrumento, possibilitando-lhes entrar em contato umas com as
outras. O CMI não considera nenhum conceito ou doutrina sobre a unidade da igreja como
normativo para suas igrejas membros. Pretende ajudar todas elas na procura dessa meta.
A 5a Assembléia Geral foi em Nairobi em 1975. Ela propôs um consenso em torno da
unidade nos seguinte termos: "Jesus Cristo fundou uma igreja. Hoje vivemos em diversas
igrejas separadas umas das outras. Contudo, nossa visão do futuro é que algum dia
viveremos de novo, como irmãos e irmãs numa igreja indivisa.
O CMI exerce seu mandato por intermédio da Assembléia Geral, do Comitê central do
Comitê executivo, das Comissões, dos Comitês das Unidades de Programas e dos Centros
Permanentes Administrativos de Genebra e Nova York. A Assembléia se reúne a cada sete
anos.
CORRELAÇÃO (teologia)
Paul Tillich faz uma correlação entre teologia de Bultmann ortodoxia e a teologia de Karl
Barth cristomonismo, esta teologia foi desenvolvida em 1951. Paul Tillich chegou a um
consenso que sintetiza a sabedoria e a experiência humana com a religião bíblica,
empregando todos os recursos da ciência, da história, da literatura, da arte, e da psicologia
em profundidade, bem como a filosofia clássica e a moderna, em especial o existencialismo
de Kierkegaard. Assim estabeleceu um tipo de doutrina teológica que era o fim apologético
e estabeleceu a correlação de fé com a existência humana. Paul Tillich afirma que a
doutrina só tem valor ou significado para o homem, se estiver relacionado com os
problemas, as situações, e as crises de sua existência cultural, secular e cotidiana.
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Paul Tillich escolheu atuar "na fronteira" entre a religião e a cultura ele escreve "a religião é
a substância da cultura e a cultura é a forma da religião" Paul Tillich afirma que sempre que
ele se encontra entre duas possibilidades existenciais, ele reflete sobre sua posição de
sempre Ter um pé em cada um dos dois arraiais tradicionalmente antagônicos. Daí sua
teologia de correlação inteiramente dialética. Paul Tillich procurou relacionar os problemas
de sua filosofia, a partir da condição humana comum e demonstrou a relevância e o
significado da doutrina teológica relacionada com o problema assim interpretado. Sua tese
torna-se numa síntese em quatro níveis: (1) disciplina, (2) antológica, (3) histórica, e (4) na
vida pessoal.
DEÍSMO
Vem do latim deus, "deus". Os socianos introduziram o termo no século VI. Porém veio a
ser aplicado a um movimento dos séculos XVII e XVIII, que enfatizava que o
conhecimento sobre questões religiosas e espirituais vem através da razão, e não através da
revelação, que sempre aparece como suspeita e como instrumento de fanáticos e de pessoas
de estabilidade mental questionável. Vendo-se nisto a característica principal do deísmo,
conhecimento através da razão e não sobrenatural. A isso podemos chamar de religião
natural comum a todos, era uma garantia de uma convivência pacífica, que surge como um
reflexo do iluminismo no campo religioso.
DEMITIZAÇÃO
Método desenvolvido na teologia protestante e católica, proposto pelo teólogo alemão
Rusolf Bultmann (1884-1976), e que visa a escoimar a mensagem cristã da roupagem dos
mitos. Na sua forma genuína, salva o essencial das narrativas, despindo-as de sua veste
literária mítica, para poder interpretá-las de modo crítico e não eliminá-las. Consiste na
discrepância entre cosmologia antiga e moderna bem como entre as compreensões
existenciais divergentes dos homens da Bíblia e dos de todas as épocas posteriores. A
demitização, não reside na eliminação de asserções e descrições, mas em sua interpretação,
para que a mensagem nelas contida adquira dimensões existenciais. Essa interpretação
pressupõe que as categorias mitológicas utilizadas pelos autores se constitua em
instrumento destinado a expressa a revelação. Busca impedir que a mensagem evangélica
se fundamente em assertivas mitológicas, perdendo seu caráter paradoxal.
DIALÉTICA
Dialética vem do Dialéktos grego, que significa discurso, debate. Esse vocábulo refere-se
àquele tipo de atividade filosófica que traça distinções rígidas, que trazem à luz contrários e
opostos.
Dialética é o emprego da formulação, tese, antítese e síntese. A dialética determina todos os
processos da vida, e deve ser aplicada na biologia, na psicologia, e na sociologia. A própria
vida é dialética.
Para Platão a dialética tornou-se uma forma suprema de adquirir conhecimento. A dialética
aparece como o nome dado ao estudo do inter-relacionamento das idéias platônicas.
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Dialética é o jogo dos opostos que se fundem gerando assim uma tese, que tem em si uma
antítese, que gera uma síntese, que é a nova tese.
A dialética explica a mudança como resultado do conflito entre os opostos, que se fundem
num novo tipo de coisa que sintetiza ambos os opostos.
ETERNIDADE
As palavras hebraicas, ADH e OLAM, designam qualquer período com duração
desconhecida, e tempo não fixado. É similar no grego no vocábulo AIÔN que indica uma
vida inteira ou um tempo indefinido no passado ou no futuro.
Na filosofia grega, a existência da eternidade divina subentendia, a realidade e
insignificância daquilo que é temporal. Para Platão a esfera da eternidade é imaterial
diferente de nosso mundo. Heráclito, associava a idéia de fluxo com a idéia de existência.
A idéia de eternidade não deve ser entendida em contraste com o tempo. A idéia Bíblica de
eternidade não é ausência de tempo mas a extensão ilimitada de tempo, uma sucessão
infinita de eras. A era presente é limitada em sua duração, tendo um começo e um fim; a era
futura tem um começo, não sabemos o fim.
A eternidade unida no próprio Deus, portanto ele não tem causa, dotado de um tipo de vida
que se encontra exclusivamente no ser divino.
EVANGELHO SOCIAL
O Evangelho Social apareceu no final do séc. XIX e dava bastante ênfase aos aspectos
sociais do cristianismo. Esta corrente do protestantismo moderno teve como base o livro
"Em Seus Passos o que Faria Jesus?" Esta corrente teve como sua maior expressão a figura
de Walter Rauschenbush. O Evangelho Social se caracterizou por uma dupla ênfase, as
quais são:
· Uma função mais ampla da Igreja;
· E uma crítica crescente dos sistemas e ideologias da ordem vigente.
Foi sem dúvida alguma uma aplicação da ética cristã em resposta as exigências de uma
nova situação histórica – a intensidade dos problemas sociais geradas pelo rápido
crescimento industrial dos EUA. Tendo em vista este fato, a consciência cristã viu-se
obrigada a converter-se em consciência social.
EVANGELICALISMO
Movimento no cristianismo moderno que transcende as fronteiras denominacionais e
confessionais, enfatizando a conformidade com as doutrinas básicas da fé e um alcance
missionário de compaixão e urgência. Quem se identifica com este movimento é um
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"evangélico conservador" (ou "evangelical") que crê no evangelho de Jesus Cristo e o
proclama. A palavra é derivada do substantivo grego euangelion, traduzido como boas-
novas, notícias de alegria, sendo euangelizomai o verbo correspondente, que significa
anunciar boas-novas ou proclamar como boas-novas. Estas palavras aparecem quase cem
vezes no Novo Testamento e passaram para os idiomas modernos através do equivalente
em latim, evangelium.
Desde a Reforma Protestante, a palavra tem sido adotada por certos grupos cristãos, que
supõem que retornaram ao evangelho (ou Bíblia), em contraste com o sistema tradicional
que se desenvolveu na Igreja Católica Romana. Na Alemanha, na Suíça e em alguns outros
países a palavra passou a indicar o corpo geral das igrejas protestantes. Na Inglaterra, é
empregada quase como sinônimo da Igreja Baixa (expressão que aponta para os membros
de postura mais protestante e evangélica). Na atualidade, os evangélicos são aqueles
grupos, essencialmente protestantes, que frisam a necessidade do evangelismo, da expiação
mediante o sangue de Cristo, da regeneração, da crença nos elementos fundamentais do
ensino bíblico. Usualmente, esses grupos apegam-se a esses documentos sagrados com a
sua base de autoridade, rejeitando as tradições, os concílios, etc., como padrões de fé e
prática. Assim, o evangelicalismo é muito mais do que um assentimento ortodoxo a
determinados dogmas ou uma volta racionária aos costumes antigos. É a afirmação das
crenças centrais do cristianismo histórico.
Embora o evangelicalismo seja geralmente considerado um fenômeno contemporâneo, o
espírito evangélico sempre se manifestou no decurso da história eclesiástica. A igreja
apostólica, os pais da igreja, os movimentos reformistas medievais, pregadores como
Bernardo de Claraval, Pedro Waldo, John Wycliffe, John Huss e Savonarola se
distinguiram dentro do evangelicalismo de tempos remotos. Dos mais recentes podemos
citar: John e Charles Wesley, George Whitefield, os batistas, congregacionais e metodistas.
No século XIX, surgiram Charles Spurgeon, George Williams, Hudson Taylor, Charles
Finey, D. L. Moody, as cruzadas evangelísticas de Billy Graham, e outros. Com a
"autoctonização" das organizações assistenciais e evangelísticas e o envio de missionários
por grupos dentro dos próprios países do Terceiro Mundo, o evangelicalismo já obteve sua
maioridade e é verdadeiramente um fenômeno global.
Estou convencido que o Neo-Evangelicalismo é um dos maiores perigos com que as igrejas
fundamentalistas em geral e o movimento baptista independente em particular se
defrontam, e para lhe resistir com sucesso é preciso identificá-lo. Espanta-me o quão
comum é que as igrejas fundamentalistas e baptistas independentes não doutrinem
cuidadosamente o seu povo a respeito dos perigos do Neo-Evangelicalismo, espanta-me o
grande número de pastores fundamentalistas que não identificam cuidadosamente os Neo-
Evangélicos populares e influentes para que os membros das suas igrejas estejam
devidamente informados acerca deste perigo. Em Fevereiro eu preguei na Conferência
Bíblica de Inverno organizada pela Igreja Baptista Independente de Ramsey, estado de
Minnesota, EUA, cujo pastor é Chuck Nichols. Esta conferência de quatro dias concentrou-
se em avisar o povo de Deus em relação aos desafios que eles têm de enfrentar hoje em dia.
Quantas igrejas baptistas independentes há que organizariam uma conferência destas?
O Neo-Evangelicalismo não pode ser ignorado, porque os membros das igrejas estão
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confrontados com ele por todos os lados, particularmente através de personalidades na
rádio e televisão, através das livrarias cristãs, e através dos relacionamentos com família e
amigos.
O que se segue são algumas das características do Neo-Evangelicalismo que permitirão ao
crente bíblico identificá-lo e evitá-lo.
1. O NEO-EVANGELICALISMO CARACTERIZA-SE POR REPUDIAR A
SEPARAÇÃO “O chamamento para um REPÚDIO AO SEPARATISMO... recebeu uma calorosa
recepção de muitos evangélicos... o Neo-Evangelicalismo [é] diferente do fundamentalismo
no seu REPÚDIO AO SEPARATISMO” (Harold J. Ockenga).
*** A primeira das características do Neo-Evangelicalismo é o seu repúdio do
separatismo.
O Neo-Evangélico não gosta da separação e recusa que esta desempenhe um papel
significativo na sua vida e ministério. Foi isto que Ockenga enfatizou duas vezes no seu
discurso de 1948 no Seminário Fuller.
Os evangélicos não se separam de denominações que se deixaram infiltrar com
modernismo, tais como a Igreja Metodista Unida, a Igreja Presbiteriana dos EUA, a
Convenção Baptista Americana, a Convenção Baptista do Sul (EUA), a Igreja Anglicana. A
coluna [em jornais] de religião de Billy Graham deu o seguinte conselho a um casal
católico romano que estava desiludidos com a sua igreja e estava a pensar deixá-la: “Não
deixem a igreja. Fiquem... ajudem a vossa igreja” (Sun Telegram, 06/01/1973).
*** Os evangélicos praticam o evangelismo ecumênico
Billy Graham tem trabalhado lado a lado com católicos romanos e modernistas teológicos
desde a década de 50, e no entanto ele é exaltado e louvado pelo mundo evangélico.
A campanha de Nova Iorque de Billy Graham em 1957 foi patrocinada pelo liberal
Concílio Protestante e apresentou eminentes modernistas teológicos. Num jantar
preparatório organizado no Outono anterior (17 de Setembro de 1956) no Hotel
Commodore em Nova Iorque, Graham disse que queria que judeus, católicos e protestantes
assistissem às suas reuniões e depois voltassem para as suas próprias igrejas. Esta
declaração foi confirmada pela edição de 18 de Setembro do jornal “New York Evening
Journal. A campanha de Nova Iorque foi o catalizador da ruptura emtre Graham e
fundamentalistas tais como Bob Jones Sênior e John R. Rice do jornal “The Sword of The
Lord”.
A organização de Graham e as igrejas cooperantes na campanha de 1957 em São Francisco
nomearam o Dr. Charles Farrah para dar apoio aos “convertidos” e para elaborar relatórios
sobre o assunto. As suas conclusões foram publicadas a 16 de Dezembro. De acordo com o
jornal “Oakland Tribune”, dos cerca de 1300 católicos que foram à frente,
PRATICAMENTE TODOS PERMANECERAM CATÓLICOS, CONTINUARAM A
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ORAR A MARIA, IR À MISSA, E A CONFESSAREM-SE A UM PADRE (Oakland
Tribune, quarta-feira, 17 de Dezembro de 1958).
Graham tem-se afiliado e apoiado centenas de modernistas convictos e líderes católicos
romanos. Na campanha de Nova Iorque de 1957, Graham passou dez minutos num elogio
ao Dr. Jesse Baird, um liberal e apóstata bem conhecido, chamando-o de grande servo de
Cristo. Na campanha de São Francisco de 1957, Graham honrou o bispo episcopal James
Pike, que havia declaradamente negado a divindade de Jesus Cristo, negado o seu
nascimento virginal, negado milagres, e negado a ressurreição corporal [de Cristo]. O bispo
metodista Gerald Kennedy foi o organizador da campanha de 1963 em Los Angeles, e
Graham chamou-o “um dos dez maiores pregadores cristãos da América,” mesmo tendo ele
negado praticamente todas as doutrinas da fé cristã. No primeiro domingo dessa campanha,
Graham passou vários minutos a elogiar o modernista E. Stanley Jones, chamando-o de
“meu bom amigo e conselheiro de confiança.” A autobiografia de Graham de 1997 está
cheia de referências à sua amizade com apóstatas.
A prática do evangelismo ecumênico espalhou-se pelo evangelicalismo. Bill Bright, líder
da organização Campus Cruzade, Luís Palau, e outros evangélicos de renome têm
caminhado nos passos de Graham no evangelismo ecumênico. Ao fazer a reportagem da
campanha Amesterdão ‟86, o repórter Dennis Costella perguntou a Luís Palau se ele iria
cooperar com católicos romanos. Palau respondeu que sim e admitiu que era algo que já
estava a ser feito.
Mesmo os mais conservadores dos Baptistas da Convenção do Sul (EUA) apoiam o
evangelismo ecumênico de Graham. O Seminário Teológico Baptista do Sul tem uma
disciplina chamada Vida e Testemunho Cristão, que ensina aos estudantes técnicas de
aconselhamento em campanhas de evangelização. A 3 de Maio de 2001, o jornal Baptist
Press publicou um artigo intitulado “Centenas de Estudantes do Sul Preparam-se Para
Campanha de Graham.” R. Albert Mohler, Jr., presidente do Seminário do Sul e uma voz
de destaque na ala conservadora da Convenção Baptista do Sul, prestou serviço como
organizador da campanha de Graham. Ele disse ao Baptist Press, “Jamais uma outra coisa
juntou o tipo de inclusividade étnica, racial e denominacional como a que está representada
nesta campanha; nada na minha experiência e nada na história recente de Louisville alguma
vez juntou um grupo como este de cristãos empenhados num único propósito.” O
Seminário do Sul alberga orgulhosamente a "Escola de Missões, Evangelismo e
Crescimento" da Igreja Billy Graham. Dizer que todos os participantes nas campanhas de
evangelicalismo inclusivas de Billy Graham são “cristãos empenhados” é recusar aplicar
padrões doutrinários críticos.
*** Os Evangélicos citam heréticos sem qualquer aviso para os seus leitores
Considere, por exemplo, o bem conhecido escritor e conferencista evangélico Warren
Wiersbe. A sua prática de citar modernistas praticantes sem qualquer aviso foi descrita por
Jerry Huffman, editor do jornal Calvary Contender: “Num painel de discussão na
conferência bíblica de 1987 do Tenessee Temple, Wiersbe expressou satisfação que
Malcolm Muggeridge – um católico romano liberal – tenha apoiado uma das suas posições.
Num artigo do jornal Moody Monthly de Dezembro de 1977, Wiersbe apoiou obras de
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autores liberais como Thielicke, Buttrick e Kennedy. Mais recentemente ele louvou os
livros de outros liberais tal como Barclay, Trueblood, e Sockman” (Calvary Contender, 15
de Julho de 1987).
Considere também Rick Warren do ministério Purpose Driven Church (Igreja Guiada por
Propósito). Ao manter a sua filosofia de “não julgarás”, Warren cita de forma não crítica
uma grande variedade de heréticos teológicos, especialmente católicos romanos tais como
Madre Teresa, Irmão Lawrence (um monge carmelita), John Main (um monge beneditino),
Madame Guyon, John of the Cross, e Henri Nouwen. Warren não avisa os seus leitores que
estes são perigosos falsos mestres que se mantêm num falso evangelho e adoram um falso
cristo. Madre Teresa e Nouwen são universalistas que acreditavam que o homem pode-
se salvar sem uma fé pessoal em Jesus Cristo.
Um outro exemplo disto é Chuck Swindoll, que dedicou um número completo da sua
publicação Insights for Living (Abril de 1988) à promoção acrítica do neo-ortodoxo alemão
Dietrich Bonhoeffer. Swindoll chama a Bonhoeffer “um santo destinado ao céu.” Mas este
“santo” promoveu a “desmitologização” e a colocação em dúvida das Escrituras. Cornelius
Van Til documentou a perigosa teologia de Bonhoeffer no jornal The Great Debate Today.
O QUE DIZ A BÍBLIA:
A separação não é uma parte opcional do cristianismo; é um mandamento (Rom. 16:17-18;
II Co. 6:14-17; I Tim. 6:5; II Tim. 2:16-18; 3:5; Tito 3:10; II Jo. 7-11: Ap. 18:4). A
separação não é feita com espírito maldoso ou falto em amor; é obediência a Deus.
É suposto separarmos-nos mesmo dos irmãos em Cristo que estão a andar em
desobediência (II Tess. 3:6).
A separação é um muro de proteção contra os perigos espirituais. A não separação do erro
deixa-nos abertos à influência do erro (I Co. 15:33). A razão pela qual o agricultor separa
os vegetais das ervas daninhas e parasitas, e a razão pela qual o pastor separa as ovelhas dos
lobos, é para os proteger. Da mesma forma, um pregador fiel e piedoso irá procurar separar
o seu rebanho dos perigos espirituais que são ainda mais destrutivos do que insetos e lobos.
2. O NEO-EVANGELICALISMO CARACTERIZA-SE POR UM AMOR AO
POSITIVISMO; REPÚDIO PELOS ASPECTOS MAIS NEGATIVOS DO
CRISTIANISMO BÍBLICO; UMA FILOSOFIA DO “NÃO JULGAREIS”; UMA
ANTIPATIA PELA CONTROVÉRSIA DOUTRINÁRIA.
“A estratégia do Neo-evangelicalismo é a proclamação positiva da verdade em oposição a
qualquer erro, sem se deter em personalidades que abraçam o erro. ... Em lugar do ataque
ao erro, os neo-evangélicos proclamam as grandes doutrinas históricas do cristianismo”
(Harold Ockenga).
O maior perigo do Neo-evangelicalismo não é o erro que é pregado, mas, [sim,] a verdade
que é negligenciada.
46
O Neo-evangélico afunila a sua mensagem, concentrando-se apenas numa porção de todo o
conselho de Deus (Atos 20:27).
Isto significa que muito do que o Neo-evangélico prega e escreve é bíblico e
espiritualmente benéfico. O Neo-evangélico irá dizer muitas coisas boas sobre a salvação,
vida cristã, amor pelo Senhor, casamento, educação de crianças, santificação, a divindade
de Cristo, mesmo acerca da infalibilidade das Escrituras. Por exemplo, quando Ravi
Zacharias pregou na Crystal Cathedral de Robert Schuller em Abril de 2004, a sua
mensagem foi, em larga medida, uma benção. (Li uma versão online desta.) Ele pregou
sobre coisas tais como o amor por Jesus [a ser demonstrado] na [nossa] caminhada cristã, e
um casamento no Senhor. O problema não foi o que ele disse, mas o que ele não disse e o
contexto em que foi dito. Ele falhou em avisar acerca da heresia do amor-próprio de
Schuller. Ele falhou em realçar que Schuller usa termos teológicos tradicionais à medida
que os redefine num sentido herético. Ele falhou em reprovar e repreender de uma forma
clara. Ele falhou em não se separar do erro. (De uma forma Neo-evangélica típica, ele
também citou um modernista, J. K. Chesterton, de uma forma não crítica.)
Um pregador Neo-evangélico pregará contra o pecado e o erro de uma forma geral, mas
não claramente. Ele irá dizer que se opõe ao erro e à não separação, mas não o definirá
claramente.
(A única exceção é o que eu chamo de pecados e erros “politicamente carretos” ou
“seguros”, como a homossexualidade e o aborto. O Neo-evangélico irá falar claramente
sobre este tipo de coisa porque fazê-lo é aceitável nos círculos evangélicos de hoje. Pecados
e erros seguros são aqueles acerca dos quais os pregadores podem avisar sem ofender a
maioria dos seus ouvintes habituais.) Quando são confrontados com pedidos para se
pronunciarem claramente sobre o erro e dizer os nomes de líderes cristãos populares, irá
recusar tomar partido e irá, mais provavelmente, atacar quem o está a pressionar ou irá
lançar-se contra o “fundamentalismo extremo” ou qualquer coisa do gênero.
Billy Graham é o rei do positivismo e da filosofia do “não julgareis”
A sua mensagem tem sido descrita como “sólida no centro mas mole no rebordo.” Ele diz
que o seu trabalho é fundamentalmente a pregação do evangelho, que ele não foi chamado
para se envolver em controvérsias doutrinárias.
Em 1966 o jornal “United Church Observer”, órgão oficial da extremamente liberal "Igreja
Unida do Canadá", colocou a Graham uma série de perguntas. Quando perguntado acerca
se achava que Paul Tillich era um falso profeta, Graham respondeu: “TENHO FEITO
QUESTÃO DE NÃO FAZER JUÍZOS DE VALOR SOBRE OUTROS MEMBROS DO
CLERO.” Ele disse a seguir, “A NOSSA ASSOCIAÇÃO EVANGELÍSTICA NÃO SE
PREOCUPA EM FAZER JUÍZOS DE VALOR – FAVORÁVEIS OU ADVERSOS –
ACERCA DE QUALQUER DENOMINAÇÃO EM ESPECIAL. NÃO TENCIONAMOS
ENVOLVER-NOS NAS VÁRIAS DIVISÕES NO SEIO DA IGREJA.”
Isto é Neo- Evangelicalismo puro. O Neo- Evangélico pregará sobre o erro em termos
47
gerais, mas raramente o fará clara e especificamente. Quando questionado directamente por
qualquer dos lados, ele tende a se atabalhoar e a esquivar-se. Ele não é um profeta mas um
político religioso. Ninguém é melhor do que Graham a fazê-lo, mas ele influenciou uma
multidão de outros pregadores. É óbvio perceber porque é que o Sr. Graham tem sido
chamado “o Sr. que olha para os dois lados.” Ele é a favor da Criação e da evolução,é a
favor de uma terra recente e de uma terra antiga, é pró nascimento virginal e contra ele, é
pela posição liberal e pela posição evangélica. Ele é a favor de tudo e, por isso mesmo,
contra nada.
A filosofia do crescimento da igreja é outro bom exemplo. A mensagem tem de ser não
controversa e ser contemporânea. A pregação na igreja Willow Creek cujo pastor é Bill
Hybels é descrita desta forma: “Aqui não há fogo nem enxofre. Não há pregações de dedo a
apontar para a Bíblia (original: Bible-thumping). Apenas mensagens práticas e
espirituosas.”
Considere esta descrição do guru do crescimento da igreja, C. Peter Wagner: “Wagner não
faz apreciações negativas de ninguém; fez carreira da descoberta do que é bom e da
afirmação disso sem a colocação de perguntas críticas” (Christianity Today, 08/08/1986).
O QUE DIZ A BÍBLIA SOBRE A ABORDAGEM SÓ- POSITIVISTA:
Os profetas antigos não eram Neo-Evangélicos de abordagem positiva (i. e., Enoque em
Judas 14-15). Não há nada de Neo-Evangélico nessa mensagem.
O Senhor Jesus Cristo não era um Neo-Evangélico de abordagem positivista. Ele pregou
mais acerca do inferno do que acerca do Céu (i.e. Marcos 9:42-48) e repreendeu duramente
o erro (Mat. 23). Ele censurou os fariseus por terem pervertido o caminho da verdade e
corrompido o evangelho da graça, chamando-os de hipócritas, guias cegos, loucos e cegos,
serpentes, geração de víboras. E isso foi apenas numa mensagem!
Também é óbvio que os apóstolos não eram Neo-Evangélicos de abordagem positivista.
Paulo estava constantemente envolvido em controvérsias doutrinárias e ele foi brutalmente
claro sobre o perigo da heresia. Ele chamou aos falsos mestres de “cães” e “maus obreiros”
(Fil. 3:2). Acerca daqueles que pervertiam o evangelho, ele disse, “seja anátema” (Gal.
1:8,9). Ele chamou-os de “homens maus e enganadores” (II Tim. 3:13), “homens corruptos
de entendimento e réprobos quanto à fé” (II Tim. 3:8), “falsos apóstolos, obreiros
fraudulentos” (II Co. 11:13). Ele disse o nome de falsos mestres e chamou aos seus
ensinamentos “falatórios profanos” (II Tim. 2:16,17). Ele avisou acerca de “filosofias e vãs
subtilezas” (Col. 2:8). Ele descreveu claramente os “que com astúcia enganam
fraudulosamente”. Quando Elimas tentou desviar homens da fé que Paulo havia pregado,
Paulo não desperdiçou tempo com diálogo. Ele disse “Ó filho do diabo, cheio de todo o
engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perturbar os retos
caminhos do Senhor?” (Actos 13:10). Ele avisou acerca dos falsos mestres que haviam de
vir às igrejas e chamou-os de “lobos cruéis” (Actos 20:29) e aos seus ensinamentos de
“coisas perversas” (Actos 20:30). Aqueles que negavam a ressurreição corporal eram
chamados de “insensatos” (I Co. 15:35-36). Ele avisou acerca de falsos cristos, falsos
espíritos, falsos evangelhos (II Co. 11:1-4). Ele rotulou os falsos ensinamentos de
48
“doutrinas de demônios” (I Tim. 4:1). Nas Epístolas Pastorais Paulo avisou acerca de falsos
mestres e daqueles que se comprometem com o erro chamando-os pelo nome em 10
ocasiões.
Pedro era também de palavras claras quando se tratava de heresias. Aos falsos profetas da
sua época e àqueles que ele sabia que viriam no futuro, ele rotulou as suas heresias de
“heresias de perdição” e avisou acerca da sua “repentina perdição” (I Pe. 2:1). Ele chamou
os seus caminhos de “dissoluções”; disse que as suas palavras eram “fingidas”; e declarou
ousadamente que “a sua perdição não dormita” (II Pe. 2:3). Ele avisou-os acerca do inferno
eterno (II Pe. 2:4-9) e chamou-os de “atrevidos” e “obstinados” (II Pe. 2:10). Ele
comparou-os a “animais irracionais, que seguem a natureza, feitos para serem presos e
mortos” (II Pe. 2:12) e expôs o seu engano (II Pe. 2:13).
João, “o apóstolo do amor,” ocupou-se também de avisar acerca dos anticristos (I João
2:18-19), chamando-os de mentirosos (I Jo. 2:22) e enganadores (I Jo. 2:26; II Jo. 7); ao
dizer que negavam o Filho (I Jo. 2:23) e que não tinham Deus (II Jo. 9). Ele até declarou
toda uma série de pronunciamentos exclusivos, tais como, “Sabemos que somos de Deus, e
que todo o mundo está no maligno” (I Jo. 5:19).
João até proibiu os crentes de receberem os falsos mestres em suas casas ou de os saudarem
(II Jo. 10-11).
O QUE DIZ A BÍBLIA SOBRE JULGAR:
A Bíblia requer que julguemos tudo de acordo com o padrão divino (I Tess. 5:21).
Devemos julgar de acordo com a recta justiça (Jo. 7:24)
Devemos julgar todas as coisas (I Co. 2:15-16)
Devemos julgar o pecado na igreja (I Co. 5:3, 12)
Devemos julgar os negócios entre os irmãos (I Co. 6:5)
Devemos julgar a pregação (I Co. 14:29)
Devemos julgar os que pregam falsos evangelhos, falsos cristos, e falsos espíritos (II Co.
11:1-4).
Devemos julgar as obras das trevas (Ef. 5:11)
Devemos julgar os falsos profetas e os falsos apóstolos (II Pe. 2; I Jo. 4:1; Ap. 2:2)
Não devemos julgar de forma hipócrita (Mat. 7:1-5).
Nesta passagem, o Senhor Jesus não condena todas as formas de julgamento; Ele condena
que se julgue de forma hipócrita (Mat. 7:5). É evidente, pelo contexto, que Ele não condena
todas as formas de julgamento. No mesmo sermão Ele avisou acerca dos falsos mestres
(Mat. 7:15-17) e falsos irmãos (Mat. 7:21-23). É impossível acautelarmo-nos de falsos
profetas e falsos irmãos sem julgar a doutrina e a prática comparando-as com a Palavra de
Deus. É também evidente que Ele não condena todas as formas de julgamento ao
compararmos diferentes passagens bíblicas. Já vimos que outras passagens exigem
julgamento.
3. O NEO-EVANGELICALISMO CARACTERIZA-SE PELA EXALTAÇÃO DO
AMOR E DA UNIDADE EM DETRIMENTO DA DOUTRINA
49
Billy Graham disse, “O distintivo do discipulado cristão não é a ortodoxia, mas o amor”
(citado por Ian Murray, Evangelicalism Divided (O evangelicalismo dividido), pg. 33).
Considere o exemplo de cristianismo de Baskin-Robbins. Num artigo convidando ao
evangelismo ecumênico, o pastor Ted Haggard (Igreja New Life, Colorado Springs)
comparou as convicções doutrinárias a diferentes sabores de sorvete. “Eu gosto de todos os
tipos de sorvete. Por vezes quero baunilha com caramelo, chantilly, muita amêndoa e uma
cereja. Outras vezes quero sorvete de amêndoa, banana ou com pedaços de chocolate. Por
isso é que eu gosto muito de ir às sorveterias Baskin-Robbins. Em Colorado Springs, no
estado do Colorado, onde eu sou pastor, temos igrejas de 90 sabores diferentes. (...) Estou a
dizer que precisamos valorizar as interpretações respeitadas das Escrituras que existem em
muitas denominações cristãs. (...) Erigiu algum muro de separação e vedação entre a sua
igreja e a congregação do outra lado da rua? Fez algum julgamento acerca dela no seu
coração ou criticou-a abertamente? Acredito que o Espírito Santo nos está a chamar para
mudarmos os nossos muros de separação e vedações, e mostramos, a um mundo atento, que
estamos unidos” (Ted Haggard, “We Can Win Our Cities... Together” (Juntos Podemos
Ganhar as Nossas Cidades), Charisma, Julho de 1995).
O QUE DIZ A BÍBLIA SOBRE DOUTRINA:
É suposto separarmos-nos daqueles que ensinam falsas doutrinas (Rom. 16:17). Devemos
acautelar-nos de todo o vento de falsa doutrina (Ef. 4:14). Não deve ser permitida qualquer
falsa doutrina (I Tim. 1:3). O pregador deve cuidar da doutrina (I Tim. 4:16).
O QUE DIZ A BÍBLIA SOBRE O AMOR CRISTÃO:
Os ecumênicos estão confusos sobre a DEFINIÇÃO DE AMOR (Jo. 14:23; Fp. 1:9-10; I
Jo. 5:3).
O amor bíblico está associado com a obediência a Deus (Jo. 14:23; I Jo. 5:3). O amor
Bíblico é obediência a Deus e à Sua Palavra, não às emoções vãs, não à uma mente
abrangente, não à tolerância bíblica do erro.
O amor bíblico está associado com a repreensão do pecado e do erro. Jesus, que é o Amor
Incarnado, aparece “olhado para eles em redor com indignação condoendo-se da dureza do
seu coração” (Mc. 3:5) e repreendeu os fariseus asperamente e mesmo ferozmente (Mt.
23). Jesus chamou a Pedro de Satanás (Mt. 16:23) e censurou os discípulos pela sua
“incredulidade e dureza de coração” (Mc. 16:14). O apóstolo Paulo chamou aos falsos
mestres “cães” e “maus obreiros” (Fp. 3:2). Daqueles que pervertiam o evangelho ele disse,
“seja anátema” (Gl. 1:8,9). Ele chamou aos falsos mestres “homens maus e enganadores”
(II Tim. 3:13), “homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé” (II Tim. 3:8),
“falsos apóstolos, obreiros fraudulentos” (II Co. 11:13). Ele disse o nome de falsos mestres
e chamou aos seus ensinamentos “falatórios profanos” (II Tim. 2:16,17). Ele avisou acerca
de “filosofias e vãs subtilezas” (Col. 2:8). Ele descreveu claramente os “que com astúcia
enganam fraudulosamente”. Quando Elimas tentou desviar homens da fé que Paulo havia
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pregado, Paulo não desperdiçou tempo com diálogo. Ele disse “Ó filho do diabo, cheio de
todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perturbar os
retos caminhos do Senhor?” (Actos 13:10). Nada disto é contrário ao amor cristão.
Os ecumênicos estão também confundidos acerca da DIRECÇÃO DO AMOR. A primeira
direcção do amor deve ser em direcção a Deus (Mt. 22:35-39). Preciso de amar a Deus o
suficiente para tomar uma posição acerca da Sua Palavra, para amar e temer a Deus mais do
que eu amo e temo ao homem.
A segunda direcção do amor deve ser para com aqueles que estão em perigo espiritual
(“apascenta as minhas ovelhas” Jo. 21:16-17). Preciso amar ovelhas do Senhor mais do que
amo os lobos.
O QUE DIZ A BÍBLIA SOBRE A UNIDADE CRISTÃ?:
JOÃO 17:21 – O movimento ecumênico moderno pegou em João 17:11 como um dos seus
versículos temáticos, reclamando que a unidade pela qual Cristo orou é uma unidade
ecumênica entre todos que se professam cristãos e que não olha ou valoriza a doutrina
bíblica. O contexto de João 17 destrói este mito.
Em João 17, Jesus está a referir-se àqueles que são salvos (Jo. 17:3). João 17 não é uma
unidade de verdadeiros crentes regenerados com aqueles que são falsos crentes [, crentes
meramente] nominais.
Em João 17, Jesus refere-se àqueles que guardam a Sua Palavra; é uma união na verdade
(Jo. 17:6, 17). Não é uma unidade que ignora as diferenças doutrinárias em favor de uma
comunhão alargada. Não é uma ecumênica “unidade na diversidade”. Em lugar nenhum do
Novo Testamento está ensinado que a doutrina deve ser sacrificada, ou até desvalorizada,
em favor da unidade.
Em João 17, Jesus refere-se àqueles que não são do mundo (Jo. 17:14, 16). Por contraste, o
movimento ecumênico não se separa do mundo. Billy Graham é louvado pelo mundo e
frequentemente votado o homem favorito dos EUA. Em 1989, Graham recebeu mesmo
uma estrela no "Passeio da Fama", de Hollywood! A sua estrela está junto daquelas que
honram Wayne Newton e John Travolta.
O movimento ecumênico de hoje caracteriza-se por um cristianismo do tipo Rock & Roll
que não acredita numa verdadeira separação do mundo, e o mundo responde com prêmios
em vez de perseguições.
Em João 17, Jesus refere-se a uma unidade do Espírito, não a uma unidade feita pelo
homem (Jo. 17:1). João 17 é uma oração dirigida a Deus o Pai, não um mandamento
dirigido aos homens.
FILIPENSES 1:27 – Este é um outro versículo que é mal utilizado como uma plataforma
para o movimento ecumênico, mas repare nas seguintes observações a partir do contexto:
51
A unidade bíblica dá-se na igreja local. Esta instrução era dirigida à igreja em Filipos. A
verdadeira unidade cristã não é um assunto extra-igreja ou interdenominacional.
A unidade bíblica significa ter uma única mente, não “unidade na diversidade.” Compare
Rom. 15:5-6; I Co. 1:10.
A unidade bíblica requer dedicação total à fé que se professa. A fé do Novo Testamento
não é um grupo de doutrinas separadas, mas é, sim, um corpo de verdade unificado no qual
todas as doutrinas se encaixam. Não existem doutrinas “secundárias” que possamos ignorar
em favor da unidade bíblica. A escolha é entre “uma comunhão limitada ou uma mensagem
limitada.” Se alguém é fiel à fé do Novo Testamento, é impossível ter uma comunhão
alargada, e se alguém é dedicado a uma comunhão alargada tem de limitar a sua mensagem
para algo menos do que todo o conselho de Deus.
4. O NEO-EVANGELICALISMO CARACTERIZA-SE POR UMA ABORDAGEM
PRAGMÁTICA DO MINISTÉRIO
“Queremos libertar o cristianismo de gozar apenas um lugarzinho nas fronteiras da cultura
dominante e colocá-lo no meio da corrente da vida moderna” (Harold Ockenga).
Pragmatismo é planear a obtenção de algum objectivo humano traçado, em vez de se ser
simplesmente fiel à Palavra de Deus e deixar que “caiam as faíscas onde tiverem de cair.”
Seguem-se alguns exemplos:
*** Almejar influenciar o mundo para Cristo. É este o objectivo das cruzadas
ecumênicas de Graham. É o objectivo dos artistas de rap e rock cristão. É o objectivo dos
princípios para o crescimento das igrejas. Uma enorme quantidade de transigências a
princípios e de desobediências às Escrituras deve-se ao tipo de evangelismo dos dias de
hoje.
*** Almejar influenciar denominações. Este era um dos objectivos originais do neo-
evangelicalismo. Ockenga disse que ele queria reconquistar a liderança denominacional. É
por isso que os evangélicos dizem que preferem ficar nas denominações liberais em vez de
se separarem delas.
*** Almejar influenciar a nação. É este o objectivo da Maioria Moral de Jerry Falwell e a
sua nova organização chamada de “Faith and Values Coalition” (Coligação de Fé e
Valores). É o objectivo da BBFI (Baptist Bible Fellowship International ) nas Filipinas e de
um novo movimento ecumênico- político na Austrália liderado pela “Hills Christian Life
Centre”, em Sydney.
*** Almejar edificar uma grande igreja. Em 1986, Carl Henry avisou, “a grandeza
numérica está a tornar-se numa epidemia infecciosa” (“Confessions of a Theologian”, pg.
387). Isto explica a popularidade impressionante de pastores visivelmente bem sucedidos
como Bill Hybels e Rick Warren. Este tipo de pragmatismo também caracterizou um
grande segmento do movimento das igrejas baptistas fundamentalistas. Nos anos 70, o
objectivo foi atingido criando-se uma atmosfera excitante com “dias especiais,” campanhas
52
promocionais agressivas, grandes ministérios de rotas de autocarros (ônibus) [trazendo
principalmente crianças e idosos, para a igreja], pregação motivacional vívida mas pobre, e
outras coisas do gênero. Isto foi o que me foi ensinado no Tenessee Temple em meados da
década de 70, e foi a prática da Igreja Baptista Highland Park. Os homens que foram
exaltados foram os homens que haviam erigidos grandes igrejas, homens que eram “bem
sucedidos” pelo padrão dos grandes números.
As coisas que não se enquadravam no objectivo – tais como forte ensinamento bíblico,
refutação clara do erro que implica a nomeação (chamar pelo nome) dos falsos mestres
influentes, um ênfase na separação eclesiástica – foram omitidas ou menosprezadas, porque
“não faziam a igreja crescer.” Não é uma mudança dramática sair-se deste tipo de
pragmatismo para aquele de Rick Warren ou Bill Hybels nos anos 90.
O objectivo continua a ser o mesmo, ou seja, uma igreja grande e números impressionantes,
mas os métodos alteraram-se. Em vez da promoção, usamos a música de louvor
contemporânea e o baixar dos padrões para atrair a multidão. Em nenhum dos casos o
objectivo preeminente é a obediência às Escrituras e o comprometimento para com todo o
conselho de Deus a qualquer custo, quer a igreja seja grande ou pequena.
O QUE DIZ A BÍBLIA:
Somos comandados a ter um único objectivo, o de obedecer à Palavra de Deus (Ecl. 12:13).
Devemos guardar todas as coisas que Cristo mandou (Mat. 28:20).
Devemos respeitar todo o conselho de Deus (Actos 20:27) e manter a Palavra de Deus “sem
mácula” no que se refere a coisas aparentemente pequenas e inconseqüentes (I Tim. 6:13-
14).
Quando o rei Saul obedeceu apenas a uma parte de uma ordem de Deus, ele foi
severamente repreendido (I Sam. 15:22-23).
O que dizer de I Coríntios 9:22 ? As pessoas envolvidas com Rock cristão usam este
versículo para apoiar a sua filosofia de se ser um rapper para alcançar os rappers e um sem
abrigo para se alcançar os sem abrigo. No entanto, quando se compara a Escritura com
Escritura, descobrimos que Paulo não queria dizer nada disso.
Olhemos para o contexto imediato e depois para o contexto mais remoto:
Em I Co. 9:21, por exemplo, Paulo diz, “Para os que estão sem lei, como se estivesse sem
lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que
estão sem lei.”
Portanto, ele explica que sempre esteve debaixo da lei para Cristo e nunca teve liberdade
para fazer coisas contrárias às Escrituras. Por exemplo, Paulo não usaria cabelo comprido
53
para poder alcançar os pagãos, porque a lei de Cristo proíbe o cabelo comprido num
homem (I Co. 11:14).
E em I Co. 9:27 Paulo diz, “Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que,
pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.” Por isso,
Paulo sempre foi rigoroso no que dizia respeito ao pecado e não permitia nada que
resultasse na despreocupação espiritual.
E em Gálatas 5:13 Paulo diz, “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis
então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor.”
Portanto, a liberdade de Paulo não era liberdade para servir à carne. Paulo ensinava que os
crentes se devem abster “de toda a aparência do mal” (I Tess. 5:22). Essa é a mais rigorosa
forma de separação, e Paulo nunca faria algo contrário a isto na sua própria vida ou
ministério. “A fé cristã está no seu ponto mais elevado quando o seu antagonismo para com
a descrença é mais definitivo, quando o seu espírito está alicerçado fora deste mundo, e
quando a sua confiança total não está „em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus‟ (I
Co. 2:5)” (Iain Murray, in “Evangelicalism Divided” (Evangelicalismo Dividido), 2000, pg.
212).
5. O NEO- EVANGELICALISMO CARACTERIZA-SE POR UM DESEJO POR
RESPEITABILIDADE INTELECTUAL, PELO ORGULHO DA ERUDIÇÃO.
Billy Graham, falando na convenção anual da National Association of Evangelicals
(Associação Nacional de Evangélicos) em 1971, disse: “Acredito que a Christianity Today
(publicação) desempenhou um papel muito importante ao dar aos evangélicos a
respeitabilidade e iniciativa intelectuais que eram tão drasticamente necessária há 29 anos
atrás.”
John R. W. Stott: “Durante mais de 50 anos, tenho insistido que os cristãos evangélicos
autênticos não são fundamentalistas. Os fundamentalistas tendem a ser anti-intelectuais...”
(Stott, in “Essentials: A Liberal-Evangelical Dialogue” (Essenciais: Um Diálogo
Evangélico-Liberal), 1988, pg. 90). Os evangélicos mais novos da Igreja Anglicana, que
foram profundamente influenciados por John Stott, estão numa “ávida procura por uma
teologia respeitável” (Ian Murray, in “Evangelicalism Divided” (Evangelicalismo
Dividido), 2000, pg. 175).
O QUE DIZ A BÍBLIA:
Deus avisa acerca do orgulho intelectual (Prov. 11:2; I Co. 1:25-30). A apostasia começa
geralmente entre os intelectuais. Foi isto que levou à queda da Universidade de Harvard no
início do séc. XIX:; no seu zelo pela respeitabilidade intelectual, trouxeram um Unitariano
para dirigir a escola. O crente bíblico não é anti-intelectual no sentido de ser contrário ao
ensino e educação; mas compreende os perigos existentes no eruditismo humano por causa
da natureza caída do homem; e opõe-se ao eruditismo humanista que está divorciado e é
54
antagônico à Palavra de Deus.
Repare na forma como Jesus foi tratado pelos intelectuais religiosos (Jo. 7:15) e repare no
Seu aviso (Lc. 6:26).
Repare na forma como os apóstolos foram tratados por estes mesmo intelectuais religiosos
(Actos 4:13).
Considere as exigências para os líderes das igrejas. Deus não exige intelectualismo e graus
de educação superior (I Tim. 3; Tito 1). O povo de Deus é, na sua maioria, gente comum;
[os membros das igrejas] não precisam de intelectualismo; precisam da simples e prática
verdade bíblica (I Co. 1:26-29). A verdade não é complexa; tem uma simplicidade básica
que a mais simples pessoa consegue compreender (Mat. 11:25). É o diabo que torna as
coisas complexas (II Co. 11:3).
Paulo recusou-se a pregar a verdade de uma forma “intelectual” (I Co. 2:4).
A verdade é estreita e inaceitável para a pessoa não salva (“estreita é a porta” Mat. 7:14; Jo.
15:19; I Jo. 4:5-6; 5:19). Nunca pode ser feita aceitável no mundo presente. Ganhar
respeitabilidade intelectual requer uma profunda transigência espiritual.
A forma Neo-Evangélica de encarar o eruditismo corrompeu aqueles que o buscavam (I Co.
15:33). Dez breves anos após seu começo, o neo-evangelicalismo estava profundamente
infiltrado com cepticismo acerca da infalibilidade bíblica.
Há quarenta anos atrás [nas década de 1930] o termo evangélico representava aqueles que
eram teologicamente ortodoxos e que esgrimiam a inerrância das Escrituras como um dos
seus distintivos... NO ESPAÇO DE MAIS OU MENOS UMA DÉCADA, O NEO-
EVANGELICALISMO... ESTAVA A SER ATACADO DE DENTRO COM
CEPTICISMO CRESCENTE ACERCA DE INFALIBILIDADE OU INERRÂNCIA
BÍBLICAS” (Harold Lindsell, in “The Bible in The Balance” (Colocando a Bíblia em
Questão), 1979, pg. 319).
“Em 1962 (ou em torno disso) tornou-se aparente que já haviam alguns, no Seminário
Teológico de Fuller, quer entre os professores como entre os membros do Conselho
Directivo, que já não acreditavam na inerrância da Bíblia.” (Harold Lindsell, in “The Battle
for the Bible” (A Batalha Pela Bíblia), pg. 106). David Hubbard, que se tornou presidente
do seminário em 1963, referia-se jocosamente à doutrina da inerrância das Escrituras como
sendo “a teoria do balão de gás da Bíblia: uma única fuga, e toda a Bíblia vem abaixo.”
6. O NEO-EVANGELICALISMO CARACTERIZA-SE POR UMA ATITUDE ANTI
FUNDAMENTALISTA. NA PRÁTICA, CONCENTRA-SE MAIS NOS ALEGADOS
PROBLEMAS DO FUNDAMENTALISMO DO QUE NOS ERROS DO
MODERNISMO E ROMANISMO E ECUMENISMO.
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O Neo-Evangélico fala do erro dos modernistas teológicos e dos romanistas em termos
gentis. No entanto, fica verdadeiramente agitado quando o assunto se volta para o
fundamentalismo. Ele reserva para o fundamentalista termos escolhidos tais como legalista,
fariseu, obscurantista, odioso, ignorante e extremista.
Quando Billy Graham se recordou da fundação da publicação Christianity Today, ele disse,
“Estávamos convencidos que a revista seria inútil se tivesse estampada a imagem de
fundamentalismo extremo” (“In the Beginning: Billy Graham Recounts the Origins of
Christianity Today” (No Princípio: Billy Graham Recorda as Origens da Christianity
Today), Christianity Today, 17 de Julho, 1981).
Repare na forma como John Stott define o fundamentalismo:
“... anti-intelectualismo; uma reverência infantil, quase supersticiosa pela KJV [Versão do
Rei Tiago, as Escrituras em inglês, baseada no Textus Receptus]; um encarceramento
cultural; discriminação racial; preocupações políticas de extrema-direita” (Stott, in
Essentials: A Liberal-Evangelical Dialogue (Essenciais: Um Diálogo Evangélico-Liberal),
1988, pg. 90-91).
Repare no seguinte exemplo da forma como o Neo-Evangélico olha para as coisas. Depois
de Stephen Olford pregar uma forte mensagem sobre a autoridade das Escrituras, na
Cruzada Amesterdão ‟86, Dennis Costella da revista Foundation teve uma oportunidade de
o entrevistar. Costella perguntou, “O senhor enfatizou na sua mensagem os perigos do
liberalismo e a forma como este poderia arruinar o evangelista e o seu ministério. O que é
que esta conferência está a fazer para instruir o evangelista acerca de como identificar o
liberalismo e o liberal para que, quando voltar a casa possa evitar cair no mesmo?” Olford
respondeu:
“Esse é o espírito errado – evitar o liberal! Gosto muito de estar com liberais, especialmente
se estes estiverem dispostos a ser ensinados, muito mais do que com fundamentalistas de
casca grossa que têm as respostas todas... Os evangélicos devem buscar a construção de
pontes” (Costella, “Amsterdam ‟86: Using Evangelism to Promote Ecumenism”
(Amsterdão ‟86: Usar o Evangelismo para Promover o Ecumenismo), Foundation
magazine, Jul.-Ag. 1986). Isto é neo-evangelicalismo puro. Parece ser zeloso da verdade e
corajoso relativamente ao pecado, mas na prática, aponta as suas armas mais destruidoras
para os fundamentalistas.
O QUE DIZ A BÍBLIA:
Mesmo o mais forte dos crentes é apenas um pecador salvo pela graça (Rom. 7:18).
Guardamos o tesouro em vasos de barro (II Co. 4:7). Todos, incluindo os zelosos da fé e da
separação, são fracos e têm falhas. A posição do crente relativamente à verdade será sempre
imperfeita. Pense em Noé, que se levantou corajosamente como defensor da justiça na sua
geração, mas que também se embebedou e causou vergonha à sua família. Pense em David,
que estimou todos os preceitos de Deus acerca de todas as coisas como sendo certos e
56
odiava todo o falso caminho (Sl. 119:128), o que será, sem dúvida, o testemunho de um
fundamentalista, mas que também cometeu adultério e homicídio e numerou
orgulhosamente o povo de Israel. Pense em Pedro, que se levantou pela justiça na sua
geração e era zeloso pela verdade e ousadamente alertou contra heresias malditas (II Pe. 2),
mas que também disse palavrões e negou o Senhor e fez-se hipócrita (Gal. 2:11-14). Pense
em Paulo, que era um tal guerreiro da fé; certamente poderia ser descrito como sendo um
fundamentalista; mas que também se separou de Barnabé porque causa de um assunto de
natureza exclusivamente pessoal (Actos 15:36-40).
A espiritualidade e a carnalidade são assuntos pessoais, não de ordem posicional. Existem
Neo-Evangélicos carnais e desagradáveis e fundamentalistas carnais e desagradáveis. Das
centenas de Neo-Evangélicos que me têm escrito ao longo dos anos, a maioria tem-me
tratado sem um mínimo de graça cristã.
Não é sábio julgar todo um movimento pelas falhas de indivíduos. “É verdade que alguns
fundamentalistas disseram algumas coisas pouco simpáticas, mas os fundamentalismo não
é antipático. É verdade que alguns fundamentalistas tiveram falta de temperança, mas o
fundamentalismo não é um movimento em que 'tudo vale'. Alguns fundamentalistas podem
ter sido vingativos, mas o fundamentalismo não é vingativo” (Rolland McCune, in
“Fundamentalism in the 1980s and 1990s” (O Fundamentalismo dos anos 80 e 90)).
O Neo-Evangélicos que tratam os fundamentalistas tão asperamente, não atingem tais
níveis de criticismo relativamente aos verdadeiros hereges. Numa carta para a “Sword of
the Lord” em 27 de Julho de 1956, Chester Tulga, que tinha frequentemente sido mais
atingido pelas línguas viperinas dos Neo-Evangélicos, “expôs brilhantemente a duplicidade
dos evangélicos de „condenar o fundamentalismo através do artifício constrangedor da
caricatura‟ enquanto tratavam os liberais „muito respeitosamente e objectivamente – sem
piadas, desprezo, sem generalizações que se reflectissem sobre eles de alguma forma‟”
(Bob Whitmore, in “The Enigma of Chester Tulga”, 1997).
Os Neo-Evangélicos julgam constantemente os motivos do fundamentalista. Ele rotula o
fundamentalista como sendo mal intencionado, mal agradecido, movido pelo medo,
invejoso, e com falta de amor, no entanto, é impossível conhecer os motivos do coração de
outra pessoa. Nisto, o Neo-Evangélico é na verdade mais “julgador” do que o
fundamentalista que ele critica.
Correcção e forte pregação contra o pecado e o erro parecem sempre ser duras e pouco
meigas com os que se recusam arrepender. Vemos isto do princípio ao fim da Bíblia. Um
pregador avisou sabiamente, “Se a pregação bíblica afaga o teu pelo na direcção errada,
então vira o gato ao contrário!”
Israel queixava-se constantemente dos seus profetas e exigia que estes pregassem “coisas
aprazíveis” (Is. 30:10).
Os judeus dos dias de Jesus rejeitaram a Sua pregação, dizendo que Ele estava a pregar um
discurso “duro” (Jo. 6:60, 66).
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7. O NEO-EVANGELICALISMO CARACTERIZA-SE PELA DIVISÃO DA
VERDADE BÍBLICA EM CATEGORIAS 'IMPORTANTE' E 'NÃO
IMPORTANTE'
Os Neo-Evangélicos dividem a doutrina em categorias “cardinais” e “secundárias”, e as
“secundárias” podem ser desprezadas por causa da unidade. Mesmo Ian Murray, que
compreende os erros do neo-evangelicalismo no geral, cai nesta armadilha. Ao condenar o
fundamentalismo na América ele disse, “Na sua tendência de acrescentar estipulações não
fundamentais à crença cristã, o fundamentalismo tendeu a tornar as fronteiras do reino de
Cristo demasiado pequenas” (Ian Murray, in “Evangelicalism Divided” (O Evangelicalismo
Dividido), pg. 298).
O QUE DIZ A BÍBLIA:
Isto é refutado pelo ensinamento de Cristo. É refutado em Mateus 23:23. Aqui Cristo
ensinou que enquanto nem tudo na Bíblia tem a mesma importância, tudo tem alguma
importância e nada deve ser desprezado ou negligenciado. É refutado em Mateus 28:20,
onde Cristo ensinou que as igrejas devem ensinar TODAS AS COISAS que Ele tenha
ordenado.
Isto é refutado pelo exemplo e ensinamentos de Paulo. Ele pregou todo o conselho de Deus
(Actos 20:27). Ele ensinou Timóteo a valorizar toda a doutrina e a não permitir
QUALQUER falsa doutrina (I Tim. 1:3). Ele ainda ensinou Timóteo a guardar toda a
doutrina “sem mácula” (I Tim. 6:13-14). As máculas referem-se às pequenas coisas, às
coisas aparentemente insignificantes. O contexto da instrução de Paulo em I Tim. 6:14 é a
epístola que tem como tema a verdade da igreja (I Tim. 3:15). Nesta epístola encontramos
instrução acerca da ordem na igreja, envolvendo coisas como os princípios pastorais (I Tim.
3), diáconos (I Tim. 3), o trabalho da mulher na igreja, incluindo a proibição de ensinar e de
ter autoridade sobre homens (I Tim. 2); o cuidado das viúvas (I Tim. 5), e a disciplina (I
Tim. 5). Estes é o tipo de coisas que são habitualmente desprezadas pelos Neo-Evangélicos.
8. O NEO-EVANGELICALISMO CARACTERIZA-SE POR UMA
PREDOMINANTE EMOÇÃO DE SUAVIDADE, UM DESEJO POR UM
CRISTIANISMO MENOS RIGOROSO, INDISPONIBILIDADE PARA A LUTA,
UMA NEUTRALIDADE QUANTO ÀS BATALHAS ESPIRITUAIS.
O Neo-Evangelicalismo é uma coisa subtil. No seu interior há uma disposição, uma atitude,
uma tendência, uma direcção.
Em 1958, William Ashbrook escreveu “Evangelicalism: The New Neutralism”
(Evangelicalismo: A Nova Neutralidade), que começava com o seguinte aviso: “Um dos
mais recentes membros do cristianismo é chamado de Neo-Evangelicalismo. Podia ser
melhor caracterizado como NEO-NEUTRALIDADE. Este Neo „Evangelicalismo‟ expira
demasiado orgulho, e está imbuído demasiadamente na cultura do mundo para [por isso]
partilhar a rejeição do fundamentalismo. Tem ainda fé suficiente e demasiado entendimento
da Bíblia para aparecer como modernismo. PROCURA TERRENO NEUTRO, sendo nem
peixe nem carne, nem direita nem esquerda, nem a favor nem contra – está no meio!”
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No livro “A History of Fundamentalism in América” (Uma História do Fundamentalismo),
Dr. George Dollar observa: “Tem-se tornado num passatempo favorito dos escritores Neo-
Evangélicos, que sabem tão pouco acerca do fundamentalismo histórico, atribuir-lhe nomes
ofensivos, como que para enterrá-lo na vergonha. O verdadeiro perigo não é o
fundamentalismo de linha dura mas um CRISTIANISMO SUAVE E EFEMINADO –
exótico, mas cobarde. É triste ver que estes homens não reconheceram o aviso de W. B.
Riley acerca Da posição de „MEIO DA ESTRADA‟” (Dollar, “A History of
Fundamentalism in América” (Uma História do Fundamentalismo), 1973, pg. 208).
No seu começo, especialmente, o Neo-Evangelicalismo pode ser de difícil detecção. Não
começa necessariamente com um repúdio total do separatismo. O Neo-Evangelicalismo
começa mais com uma mudança de disposição, uma nova atitude que não aprecia uma
abordagem rigorosa das coisas de Deus. Uma vez que esta é a tendência de qualquer igreja
ou movimento, tornar-se mais fraca e suave em vez de mais forte, é necessário manter uma
guarda cuidadosa em relação a esta “nova disposição”. Tal como observou o evangelista
John Van Gelderen, “Se compararmos o Fundamentalismo moderno com o Neo-
Evangelicalismo moderno, ainda existe uma diferença. Mas se compararmos o
Fundamentalismo moderno com o Neo-Evangelicalismo inicial, as semelhanças são
alarmantes” (Preach the Word, Jan.-Mar. 1998).
Wayne Van Gelderen, pai, escreveu acerca de “UMA NOVA SUAVIDADE NO
FUNDAMENTALISMO.” Ele disse: “Nos anos 50 e 60, os Baptistas Conservadores eram
os Fundamentalistas – os Separatistas entre os Baptistas do Norte. Eles haviam travado uma
honrosa batalha, mas finalmente tiveram de se retirar da Convenção Baptista do Norte nos
anos 60. Pouco tempo depois da separação e da formação da Associação dos Baptistas
Conservadores, começou a emergir um espírito estranho. Muitos começaram a sentir que
precisávamos de ser mais „cristãos‟, mais práticos, mais comunicativos, MAIS GENTIS na
nossa defesa de Deus. Os termos „SUAVE‟ (soft-core) e „duro‟ foram usados para
descrever os dois campos que surgiram. A política suave era ser prático em vez de se ser
justo. Os resultados que se buscavam eram mais importantes que os meios. Estes que se
comprometiam acreditavam que parte do movimento era demasiado duro. Mais de 400
igrejas saíram numa divisão nos anos 60. Estas igrejas verdadeiramente fundamentalistas
cresceram e multiplicaram-se nos anos 70. Agora, nos anos 90, alguns de nós podemos ver
uma repetição do passado. Existe um novo ênfase na metodologia e nas relações públicas
para as igrejas crescerem. Esta nova metodologia é orientada pelo mercado e feita para
agradar ao povo. NÃO OFENDER É A VIRTUDE CARDINAL. A separação pessoal e a
santidade são deixadas para trás na idade das trevas. Apesar do pecado público em
ascensão, A CONDENAÇÃO É SUAVIZADA. ... Em cada geração as nossas batalhas têm
de ser novamente travadas. A geração que não segue os velhos caminhos irá perecer tal
como pereceu o evangelicalismo na Inglaterra” (Calvary Contender, 1 de Maio, 1995).
O QUE DIZ A BÍBLIA:
O cristianismo que não é rigoroso não é bíblico. [O cristianismo autêntico e bíblico] é
rigoroso na doutrina (I Tim. 1:3) e rigoroso na vida cristã (Ef. 5:11). Batalha pela fé com
todo ardor e sinceridade (Judas 3) e é inamovível e não transigente, é dogmático e resoluto.
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Basta abrir o Novo Testamento em qualquer página e começar a ler, não levará muito
tempo até isto se tornar evidente.
O rigor e o zelo pela verdade não significa que alguém tem falta de amor ou de compaixão.
Jesus era o rigor personificado e era também o amor e a compaixão personificados. À
mulher apanhada em adultério Ele disse, “Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques
mais.” (Jo. 8:11). Que grande misericórdia, e também, que grande rigor também! Paulo
demonstrou a mesma combinação, ele era rigoroso e inamovível acerca da doutrina e
prática, mas era meigo “como a ama que cria seus filhos” (I Tess. 2:7).
Mary Schultze, em seu site www.cpr.org.br/Mary.htm,faz uma crítica dura quando diz:
Quem arreda um milímetro da Palavra de Deus, tentando amenizar as suas verdades, que servem de martelo
contra a dureza da iniquidade incrustada em nossa mente carnal, depressa cai na apostasia das
congregações “light”, as quais derivam todas do primeiro desvio da verdade bíblica, com a criação de
igrejas pentecostais, carismáticas e coisas do gênero.
Como um abismo chama outro abismo, quem se desvia uma vírgula do fundamentalismo bíblico vai
dando margem ao abraço dos erros que proliferam, assustadoramente, nas igrejas modernas. A coisa vai
piorando cada dia e, dentro de poucos anos, não haverá mais uma única igreja realmente bíblica, neste país,
porque todas estarão corrompidas pelo Novo Evangelicalismo, o amigo íntimo da apostasia religiosa.
Quem não leva a sério as admoestações do Apóstolo Paulo, conforme Gálatas 1:6-9, cai na
maldição do engodo moderno, achando que está agradando a Deus, porque se tornou mais amoroso, mais
gentil e mais compreensivo com as doutrinas (e os irmãos) de outras denominações, mesmo quando suas
organizações pregam coisas esdrúxulas, condenadas pelo evangelho puro e simples que Jesus Cristo e seus
apóstolos nos legaram.
Vejamos as queixas de uma irmã (batista bíblica) obediente à Palavra de Deus, vítima de uma
família pentecostal, que a censura, achando até que ela é uma herege e vai ser castigada, por não aceitar as
doutrinas espúrias, seguidas pela sua família. Ela escreveu após a leitura de minha sátira de ontem sobre os
lobos pentecostais carismáticos:
Mamie:
Como é terrível ver pessoas, nessas "biroscas pentecostais"! Tenho parentes e amigos envolvidos com esses
"movimentos", os quais se consideram "espirituais", pois jejuam, passam horas em oração, vão ao monte,
fazem vigílias, etc. E quando falamos a verdade, eles nos acusam de estar blasfemando contra o Espírito
Santo.
Tenho procurado alertá-los. Minha irmã caçula, antigamente, ficava brava comigo; mas, graças a Deus,
hoje em dia, ela já esta aceitando a verdade, pois chegou a uma situação mental/espiritual tão crítica que
precisou tomar drogas psiquiátricas. [Discípula da Palavra da Fé/Prosperidade], ela não aceitava a vontade
de Deus, pois achava que Ele tinha obrigação de dar tudo que ela determinava).
Minha mãe é outra vítima desses lobos e é tão radical, a ponto de não manter diálogo com a família... Ela
nos condena por cortar o cabelo, tirar as sobrancelhas, usar calça comprida, pintar as unhas, etc. Todos os
sonhos que ela tem, depressa leva para o lado espiritual. Eu tenho combatido isso, pois, na Igreja
Assembléia de Deus onde ela congrega [e é explorada], existem pessoas que afirmam receber revelações,
visões, sinais e dons de cura, diretamente de Deus. Imagine que, num dia desses, um profeta de Baal disse
que, naquela “sinagoga”, havia uma pessoa que tomava remédio (no caso minha irmã), mas “Deus estava
falando para essa pessoa parar de tomar o remédio". Minha irmã, que precisa de remédios psiquiátricos por
sofrer de Distúrbio Bipolar, logo parou de tomar alguns remédios e foi um rebuliço, pois, quando ela pára de
tomar a medicação prescrita, fica totalmente fora de si. Uma vez ela quase cometeu suicídio (meu pai
conseguiu segura-lá, quando ela já estava retirando a tampa do poço para se jogar lá dentro). Tudo isso por
causa desses "homens malignos". Como disse o Dr. Peter Ruckman: “O pior demônio que já existiu é um
homem que tira vantagem da enfermidade alheia para obter dinheiro”.
Então, quando minha mãe fica sabendo que alguma coisa ruim me acontece ela diz que: “É Deus que está
me castigando, porque falo mal das "profetizas de Deus", pois eu as chamo de "profetiza de Baal"! Tenho
uma amiga que é da IEQ e está com um problema de saúde grave (a "púrpura"), correndo perigo de vida.
Contudo, ela diz que está "curada pela fé"... Essa gente está mentindo, pois não existe na Bíblia um verso que
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diga: "Pela fé estou curada”, quando os exames dizem que não. [Se fosse proibido ficar doente, e consultar
um médico, por que Paulo adoeceu e teve o Dr. Lucas cuidando dele? E Timóteo com a sua deficiência de
suco gástrico... E outros santos do Novo Testamento?] Quanto engano acontece dentro dessas "sinagogas
espirituais", que usam versículos bíblicos, fora do contexto, para respaldarem as mentiras que pregam. Neste
instante, me veio a mente aquele versículo que diz: “Porque se levantarão falsos cristos, e falsos profetas, e
farão sinais e prodígios, para enganarem, se for possível, até os escolhidos.” (Marcos 13:22).
Tenho orado para que Deus possa libertar minha família e meus amigos, dando-lhes crescimento na graça e
no conhecimento do Nosso Senhor Jesus Cristo. Abraço.
Lamento, sinceramente, por tantos desvios doutrinários que estão varrendo as igrejas modernas, as
quais deveriam acolher, confortar e edificar as ovelhas de Cristo, mas, infelizmente, estão prejudicando a
saúde física e espiritual de tantas ovelhinhas indefesas!
EXISTENCIALISMO
Os existencialistas ao contrário do modo de pensar do homem da Idade Média que dizia
que o ser humano possuía uma essência que "a priore" o determinava, diziam que o homem
é um ser histórico e que sua essência vai sendo construída pois a "existência precede a
essência".
A doutrina existencialista tem como precursor Kierkegaard (1813-1855) o qual atacou a
interpretação dogmática do cristianismo e o sistema metafísico Hegeliano.
Kierkegaard propôs-se a conduzir os indivíduos à plenitude da sua existência, a qual seria
realizada mediante a decisão livre do indivíduo e a fé em Deus.
Os filósofos existencialistas refletem sobre a natureza da realidade, mas subordinavam as
questões tradicionais da metafísica e da filosofia do conhecimento a uma perspectiva
antropocêntrica (isto é, o homem como referência o valor principal). Para eles dar-se um
confronto dramático e trágico entre o homem e o mundo. Os mesmos menosprezavam o
conhecimento científico em particular a psicologia, na medida em que esta se pretende
ciência – e nega a existência de valores objetivos, enfatizando como preferência a realidade
e a importância da liberdade humana.
No séc. XX as posições existencialistas desenvolveram-se na sua forma ateísta por
Heidegger (1889-1969) e Gabriel Marcel (1889-1963). Karl Jaspers considerava a filosofia
como metafísica dentro da qual se processa todo o saber e toda a descoberta possível do ser.
O que os filósofos existencialistas tem em comum, é o conceito de existência, pois para os
mesmos existir implica em estar em relação como outros seres humanos, com as coisas e
com a natureza, sendo estas relações múltiplas, concretas, denominadas possíveis de
acontecer ou não.
FENOMENOLOGIA
FENOMENOLOGIA – Do grego yaíva que significa: a brilhar, dar luz, ser brilhante.
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FENOMENOLOGIA – Fenômeno + logia – aparência + conhecimento – estudo do
fenômeno.
A FENOMENOLOGIA tem como pai o filósofo alemão Esmund Husserl (1859-1938) da
escola de Cristian Wolff.
Hussel pretendia fazer uma análise descritiva particularizada do fenômeno. Ele aplicava a
redução eidética, o que chamava de purificação do fenômeno – A busca da essência.
Este termo foi trabalhado por outros pensadores que lhe deram diferentes compreensões.
O filósofo Lambert, entendeu FENOMENOLOGIA como sendo o estudo dos erros da
aparência ilusória. Kant tomou o vocábulo para explicar as características dos fenômenos
de forma geral. Hegel particularizou-lhe ao desempenho da mente, pressupondo-lhe como o
pensamento absoluto.
Na compreensão de William Hamilito era a identificação do objeto pelos dados empíricos.
Para Heidegger a FENEMOLOGIA mostra o que está escondido e fundamenta o que se
mostra possibilitando o estudo do "SER".
Sartre concorda com Heidegger e entende que o pensamento natural é um fenômeno que
busca a transfenomenologia que leva a considerações antológicas.
Todavia, Husserl insistiu em purificar o termo desatrelando-o da psicologia.
É de Husserl o conceito contemporâneo: "FENOMENOLOGIA é a generalização da noção
de objeto que compreende não somente as coisas materiais, mas também as formas de
categorias, as essências e os objetos ideais. É uma investigação a priore dos significados do
pensamento".
GNOSTICISMO
Esta palavra vem do grego "gignoskein", saber, sistema eclético filósofo-religioso, surgido
nos primeiros séculos da era cristã buscando conciliar todas as religiões e decifrar-lhes o
sentido através da gnose. Gnosticismo é a primeira tentativa de uma filosofia cristã,
tentativa conduzida sem rigor sistemático, com a mistura de elementos cristãos, místicos,
neoplatônicos e orientais.
A principal corrente das idéias gnósticas foi o espiritualismo neoplatônico de Filo de
Alexandria. O gnosticismo cristão era basicamente uma forma de heresia sobre a pessoa de
Cristo, explicando-a termos teosóficos ou de filosofia pagã.
No tocante ao cristianismo, o gnosticismo consistia essencialmente, na tentativa de fundir
as revelações dadas por meio de Cristo e seus apóstolos com os padrões de pensamentos já
existentes. Se porventura o gnosticismo tivesse sucesso, nessa tentativa, o cristianismo
62
tornar-se-ia apenas mais outro culto misterioso greco-romano. Os principais gnósticos:
Basílides, Carpócrate, Valentim e Bardesane.
HISTORICISMO
Doutrina Histórica-Filosófica que define o pensamento como resultado cultural do processo
histórico e reduz a realidade e sua concepção à história adotada por autores como Croce,
Nietzesche, Conte e Simmel.
Essa palavra vem do termo alemão "historismus", uma palavra usada para se aplicar a uma
ênfase exagerada sobre a história.
O termo foi cunhado por Mannheim e Troeltsch, da escola neokantiana; afirmava que "tudo
é história", e Dilthey, argumentava que todos os historiadores escrevem como cativos de
sua era e circunstâncias particulares. Isto significa que é muito difícil chegar-se a uma
história pura, se estivermos olhando para os sentidos envolvidos no processo histórico.
Certamente, Hegel e Marx podem ser criticados desse modo. Hegel, porque via a síntese
histórica cumprida na monarquia constitucional do governo alemão, que vigorava em seus
dias, em sua pátria: e Marx, por haver pensado, totalmente, que o comunismo poria fim ao
processo histórico, por ser uma síntese final.
A doutrina segundo a qual a realidade é histórica (isto é, desenvolvimento, racionalidade e
necessidade) e que todo conhecimento é conhecimento histórico. Ela supõe a coincidência
de finito e infinito, de mundo e de Deus, e considera, portanto, a história como a própria
realização de Deus.
Concepção segundo a qual o pensamento humano se caracteriza por seu processo histórico
erigido em sistema a ponto de fazer do tempo o gerador e o decorador das verdades que a
escola vai paulatinamente ensinando. Uma variante da doutrina precedente, que vê na
história a revelação de Deus no sentido de considerar cada momento da própria história em
relação direta com Deus e permeado dos valores transcendentes, incluídos por ele, na
história.
O termo historicismo também é usado em um sentido negativo, como sinônimo de falácia
genética. Esta consiste em explicar de outro modo (mediante falsificação) a natureza de
algum fenômeno, mediante uma alusão à sua origem.
HUMANISMO
Na idade média no séc. XVI o que predominava era o teocentrismo; tudo era em nome de
Deus ou seja (Deus era o centro de tudo), enquanto na renascença criaram o humanismo, o
homem no centro de todas as coisas, o homem é a primazia (visão antropocêntrica);
Protágoras afirmava que o homem é a medida de todas as coisas, de tal modo que segundo
o humanismo, todas as considerações éticas, metafísicas e práticas dependem do homem, e
não de forças cósmicas, dos deuses, etc. Assim, criou-se um filosofia relativista, sem
valores fixos ou absolutos.
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Foi assim cunhada a significação clássica do termo, ou aquele tipo de cultura e ênfase
promovidos por certos filósofos gregos.
Durante a Renascença, homens como Petrarca e Erasmo de Roterdã retornaram às raízes
gregas quanto a muitos valores; e assim foi rejeitado, pelo menos em parte, o modo de
pensar que se desenvolvera no escolasticismo, com sua autoridade religiosa centralizada,
que também caracterizava a Igreja medieval e a sociedade. Erasmo, naturalmente, como
cristão, dava valor à missão de Cristo, tendo adicionado isso à sua clássica maneira de
pensar sobre o homem. O humanismo cristão da Idade Média e da Renascença tem
mostrado ser o único fundamento da liberdade pessoal e acadêmica da era moderna. O
homem aparece como a base de todos os valores e de toda excelência bem como o objeto
de todas as atividades. Augusto Conte foi o grande campeão dessa forma de humanismo.
Ele fazia da humanidade o único objeto da nossa adoração.
IDEALISMO
O termo vem do grego ideein, "ver", e de eidos, "visão, contemplação". De acordo com um
uso popular, o termo indica um conjunto de padrões daquilo que é mais desejável, como os
esforços necessários para atingir tal alvo.
Ideal – Vem do termo grego "eidos", "visão", contemplação, consideremos os pontos
abaixo:
O uso popular dessa palavra refere-se a algum padrão de perfeição ou algo que aponta para
nobreza, para alguma elevada qualidade, ou seja para algo que deve ser emulado. O ideal é
a forma mais desejável de realização de qualquer coisa. Aquilo que existe somente na
imaginação, sem qualquer realidade física. Quando um ideal é pertencente às idéias, então
devemos falar em ideal conceptual. Nos escritos de Platão, idéia é arquétipo. O mundo
ideal é o mundo arquétipo e não material das idéias, das formas universais.
Idealismo Platônico – Platão preparou o caminho para um tipo especial de idealismo que
tem desfrutado uma longa e influente história. Para ele, as idéias, formas ou universais, são
verdadeiras realidades, possuídas de natureza espiritual. A matéria seria menos real e, se
admitirmos qualquer realidade, então teremos um dualismo, onde o ideal é mais real, e a
matéria é menos real, imitativa do real, em seu caráter. Esse é um tipo de idealismo
metafísico, que admite certo tipo de dualismo. O cristianismo reteve essa forma de
dualismo. O mundo celeste é o mundo espiritual, onde imperam as realidades espirituais, e
o mundo inferior é material, e é mera cópia do mundo superior, por intermédio do poder do
LOGOS. Os trechos de Heb. 8.5; 9-23 refletem o dualismo Platônico, com uma cópia do
arquétipo que vai sendo produzida nos objetos materiais. Essa forma de idealismo
metafísico chama-se realismo metafísico, dando a entender que a idéia é que é real".
Idealismo Hegeliano – Hegel ensinava um idealismo absoluto. A força Cósmica todo-
abrangente (Deus) é idéia, e não material. É, espiritual em sua essência. O idealismo
subjetivo, dentro desse sistema, é a tese. O idealismo objetivo seria a antítese. Essas
formas, são apenas nomes que damos às operações do Espírito Absoluto, que atua através
de seu próprio sistema de tese, antítese e síntese, através da qual dá forma a todas as coisas,
64
bem como seu estado de ser, seus atos e suas realizações. O Espírito Absoluto nunca
descansa, e nenhuma síntese dEle é final. Uma nova tese surgirá inevitavelmente de sua
antítese, dando origem a uma nova síntese.
ILUMINISMO
Movimento filosófico que teve seu apogeu no século XVIII e determinou a face espiritual
do século XIX. Caracterizou-se pela confiança no progresso e na razão, pelo desafio à
tradição e à autoridade, e pelo incentivo à liberdade de pensamento. Irradiou-se da
Inglaterra e dos Países Baixos. Apresenta aspectos diversos conforme os países. O
iluminismo católico mostra linhas nitidamente sociais e humanitárias.
As lojas maçônicas ajudaram a disseminá-lo por toda a Europa. O movimento contra as
crenças e instituições estabelecidas ganhou impulso durante o século XVIII, com Voltaire,
Rousseau, Tugot, Condorcet e outros. Muitos foram presos em função de suas convicções,
mas através da Enciclopédia seus ataques ao governo, à Igreja e ao judiciário forneceram a
base intelectual para a Revolução Francesa.
JANSENISMO
(Do francês jansénisme). O jansenismo foi um movimento de tentativa de reforma, dentro
da Igreja Católica Romana, seguindo idéias de Cornelius Jansen, bispo de Ipres (1585-
1638), depois da morte dele. No campo moral, o jansenismo atacava o laxismo e defendia
uma disciplina rigorosa. Jansen buscava respostas para certas questões doutrinárias
levantadas pelo luteranismo e pelo calvinismo.
O seu tratado teológico, publicado dois anos após a sua morte, chamado Augustinus, vivia
uma forma extrema e radical da idéias de Agostinho, pois achava que a reforma dos
dogmas católicos e da ética romana deveria usar moldes agostinianos como guia.
Causou grande comoção, principalmente em face de sua forte ênfase sobre a doutrina da
predestinação e sobre o ensino que a graça divina se limita aos eleitos. Foi adotada a
principio na abadia de Port-Royal e condenada pelo para Inocêncio X em 1653.
O termo "jansenista" adquiriu significados secundários, como de escrúpulos éticos
extremos e grande rigor quanto às questões dogmáticas, disciplinares e de costume. Um
resultado positivo do movimento foi que o mesmo inspirou um maior desenvolvimento da
filosofia e da teologia morais.
LIBERALISMO
Conjunto de idéias e doutrinas que têm por objetivo assegurar a liberdade individual
inclusive no campo moral e religioso. Preconiza o direito ao indivíduo de adotar idéias e
posições avançadas. É contrário a qualquer tipo de intolerância. Admite maior amplitude na
esfera das opiniões pessoais.
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· LIBERALISMO RELIGIOSO – foi um desenvolvimento da teologia alemã
posterior ao iluminismo.
É a doutrina segundo a qual não existe verdade positiva em religião, mas num credo vale o
outro. Ele não reconhece como verdadeira nenhuma religião. Ensina que todas devem ser
toleradas e que todas são matéria de opinião. A religião revelada não é uma verdade, mas
um sentimento e um gosto, não é um fato objetivo nem milagroso, e é direito de todos os
indivíduos seguirem aquilo que a sua fantasia quiser.
· LIBERALISMO POLÍTICO – Defende a valorização da livre iniciativa e da
liberdade individual no campo da política e da economia, eqüivale no campo do
conhecimento à valorização da experiência individual, tanto intelectual quanto sensível.
· LIBERALISMO ÉTICO – Não admite nenhuma restrição imposta por algum
sistema, como numa igreja, numa fé religiosa, o Estado, etc. O homem como indivíduo, tem
a liberdade de tomar suas próprias decisões éticas, sobre quaisquer bases e de acordo com
qualquer sistema ou teoria. A liberdade ética pois, não implica, necessariamente, na
liberdade de qualquer tipo de obrigação, mas somente na liberdade de certos tipos de
restrição. Assim, um homem pode sentir-se restringido por sua própria consciência e pela fé
bíblica, mas não por outras forças.
METAFÍSICA
Ramo da filosofia que trata dos princípios e fundamentos das coisas primárias, ou realidade
última. Essa palavra procede de Andronico de Rhodes, que colecionou pela primeira vez, os
escritos de Aristóteles, no ano 70 a.C. Escreviam-se então, ao final dos tratados de física,
especulações abstratas, que passaram a ser conhecidas com o nome de meta ta phusia
(depois da física). Com o passar do tempo, o termo meta (depois) tomou o sentido de "mais
além" dos domínios da física. Passou a designar as teorias racionais que se situam além da
verificação experimental dos fenômenos físicos aparentes.
MITO
Vem do grego, mythos, que significa "contar", "narrar uma ficção". Pode-se dizer que é
uma estória, apresentada como histórica, relacionada a tradições cosmológicas e
sobrenaturais de um povo, com seus deuses, sua cultura, seus heróis, suas crenças
religiosas, etc. Um mito é uma ficção popular, contada como se fosse histórica e real. O
pensamento religioso dos povos primitivos se expressa quase exclusivamente através de
mitos. Em quase todas as religiões primitivas e desaparecidas, ou ainda existentes, existe
um forte elemento mítico. Em teologia, o mito consistindo em história da (s) divindade (s),
pressupõe a existência desta (s), agindo ativa e passivamente no tempo e no espaço.
MONISMO
Esse vocábulo vem do grego, monos, "único". Refere-se a qualquer doutrina que diz que
algum princípio único governa todas as coisas, por meio de cujo princípio tudo existe e
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opera. Também pode ser uma doutrina panteísta em que Deus e a natureza se dissolvem em
uma só realidade impessoal.
Pode-se aplicar o monismo para o cristianismo para o cristianismo no sentido de que
postula uma única causa da existência, uma única fonte da vida. Ainda no sentido da
unidade da verdade, que propões que toda verdade é uma só, visto que Deus é a fonte
originária de toda verdade.
Esse termo foi introduzido na filosofia por Christian Wolff, em sua discussão sobre o
problema corpo-mente. Ele usava a palavra "monismo" a fim de designar a idéia daqueles
filósofos que reconhecem somente a existência do corpo físico, e que fazem da mente
apenas uma função do cérebro, ou que reconhecem somente a existência da mente,
pensando que o corpo físico é uma ilusão, ou apenas uma instância da mente. Não obstante
ao apresentado o monismo mostra outras formas:
· MONISMO NEUTRO – defendido por Bertrand Russel; o mesmo dizia que a
realidade básica do mundo nem é a matéria física e nem é a idéia, mas antes, alguma coisa
neutra, ainda indefinida, por meio da qual se expressam, de diferentes modos, os
fenômenos materiais e mentais.
· MONISMO EPISTEMOLÓGICO – assevera que o objeto conhecido e o processo
de conhecer são uma só coisa dentro da relação-conhecimento, o que empresta imenso
poder à percepção dos sentidos e suas capacidades.