UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE HUMANIDADES
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO PROFISSIONAL
EM LETRAS
JUSSARA MARIA MORAIS FEITOZA
CONTRIBUIÇÃO DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA E DAS
CORRESPONDÊNCIAS GRAFOFÔNICAS NO DESENVOLVIMENTO DA
LEITURA
FORTALEZA
2018
JUSSARA MARIA MORAIS FEITOZA
CONTRIBUIÇÃO DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA E DAS
CORRESPONDÊNCIAS GRAFOFÔNICAS NO DESENVOLVIMENTO DA
LEITURA
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-graduação Mestrado Profissional em
Letras da Universidade Federal do Ceará,
como um dos requisitos para o título de
mestre em Letras.
Orientador: Prof. Dr. Ronaldo Lima Júnior
FORTALEZA
2018
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Universidade Federal do Ceará
Biblioteca de Ciências Humanas
_________________________________________________________________________
F336c Feitoza, Jussara Maria Morais
Contribuição do Método Fônico e da consciência fonológica na
Aquisição da Leitura/ Jussara Maria Morais Feitoza. Fortaleza: UFC /
PPGL /Profletras, 2017.
Orientador: Ronaldo Mangueira Lima Júnior
Dissertação (mestrado): Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação
Profissional em Letras - Profletras, 2017.
Referências bibliográficas:
1. Aquisição da leitura. 2. Método fônico. 3.Regras grafofônicas. 4.Consciência Fonológica. I.
Lima Júnior, Ronaldo Mangueira (Orint.). II. Título
469.15
_________________________________________________________________________
JUSSARA MARIA MORAIS FEITOZA
CONTRIBUIÇÃO DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA E DAS
CORRESPONDÊNCIAS GRAFOFÔNICAS NO DESENVOLVIMENTO DA
LEITURA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
graduação Mestrado Profissional em Letras da
Universidade Federal do Ceará, como um dos
requisitos para o título de mestre em Letras.
Aprovada em: ___ / ___ / ______
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________________
Prof. Dr. Ronaldo Mangueira Lima Júnior (Orientador)
Universidade Federal do Ceará - UFC
_______________________________________________________
Prof.ª. Dra. Aurea Suely Zavam
Universidade Federal do Ceará (UFC)
_______________________________________________________
Prof. Dr. Wilson Júnior de Araújo Carvalho Universidade Estadual do Ceará (UECE)
A Deus; ao meu amado filho, Pedro Artur; aos
meus familiares; a meus pais, Carlos Morais (em
memória) e Aureny Feitoza.
AGRADECIMENTOS
O conhecimento deve nos dar suporte para fazer o bem ao próximo e servir a Deus.
Por isso, agradeço aos meus amigos pela ajuda nos momentos mais difíceis e pelas palavras
de incentivo.
Ao meu orientador, Dr. Ronaldo Mangueira Lima Junior, pela disponibilidade em
dirimir as dúvidas, incentivo e excelente direcionamento no planejamento, elaboração e
execução desta pesquisa.
A professora Dra. Aluiza Alves de Araújo membro da banca de qualificação, pelas
contribuições para a melhoria do projeto e elaboração desta dissertação.
Aos membros da banca de defesa, Prof.ª Dra. Aurea Suely Zavam e Prof. Dr.
Wilson Júnior de Araújo Carvalho, que participou da banca de qualificação e agora está na
banca de defesa, pela atenção e sugestões.
Ao professor Dr. Francisco Flávio Cavalcante de Queiroz representando todos os
professores que contribuíram para minha formação acadêmica.
Aos colegas da 3ª turma do PROFLETRAS pelo companheirismo, respeito e
acolhimento.
À CAPES, pelo apoio financeiro.
À equipe da escola na qual desenvolvi esta pesquisa, por acreditar na seriedade
deste trabalho. E aos alunos pela participação e interesse em aprender.
“Tudo o que se ensina na escola está
diretamente ligado à leitura e
depende dela para se manter e se
desenvolver”. (Cagliari)
RESUMO
Esta pesquisa tem por objetivo geral investigar a contribuição das técnicas do método fônico
para estímulo da consciência fonológica a fim de facilitar a aquisição das relações grafofônicas
e, consequentemente, proporcionar o desenvolvimento de habilidades da leitura em alunos do
3º e 4º ano do ensino fundamental I. A principal hipótese é a de que o uso de técnicas do método
fônico, se utilizadas nas mediações durante o ensino da leitura, pode ser eficiente em auxiliar
os alunos a associar os sons à grafia, descodificar vocábulos e até pseudopalavras. O objetivo
é elaborar e avaliar uma proposta didática de atividades que pode contribuir no
desenvolvimento da consciência fonológica a fim de auxiliar no aprendizado da leitura. Este
estudo é baseado em pesquisas da neurociência no processo da leitura, no ensino com o método
fônico e na intervenção com atividades que favoreçam a formação da consciência fonológica e
facilitem a associação das regras grafofônicas. Foram analisados dados de vinte e um alunos
distribuídos em cinco turmas do terceiro e quarto ano do ensino fundamental. Os alunos fizeram
um teste de leitura e um teste de consciência fonológica. Em seguida, os alunos do primeiro
grupo participaram das mediações para formação da consciência fonológica e no segundo grupo
as mediações auxiliaram na formação da consciência fonológica e associação das regras
grafofônicas. Já no terceiro grupo, também denominado grupo controle, os pré-testes e pós-
testes foram comparados sem a aplicação das mediações supracitadas. Ao término das
intervenções os testes foram reaplicados e analisados.
Palavras-chave: Aquisição da leitura, Método fônico, Regras grafofônicas e Consciência
Fonológica.
Páginas: 124
ABSTRACT
This research aims to investigate the contribution of techniques of the phonics method to
stimulate phonological awareness in order to facilitate the acquisition of graphophone relations
and, consequently, to provide the development of reading skills in 3rd and 4th year students of
elementary school I The main hypothesis is that the use of techniques of the phonic method, if
used in mediations during reading teaching, can be effective in helping students to associate
sounds with spelling, to decode words and even pseudowords. The objective is to elaborate and
evaluate a didactic proposal of activities that can contribute to the development of phonological
awareness in order to assist in reading learning. This study is based on neuroscience research
in the reading process, teaching with the phonics method and intervention with activities that
favor the formation of phonological awareness and facilitate the association of graphophonic
rules. We analyzed data from twenty-one students distributed in five classes of the third and
fourth year of elementary school. Students took a reading test and a phonological awareness
test. Then the students of the first group participated in the mediations to form the phonological
awareness and in the second group, the mediations helped in the formation of the phonological
awareness and association of the gramophone rules. In the third group, also called the control
group, the pre-tests and post-tests were compared without applying the aforementioned
mediations. At the end of the interventions, the tests were reapplied and analyzed.
Keywords: Acquisition of reading, Phonic method, Association of grafophonic rules and
Phonological Awareness.
PAGES: 124
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Ilustração 1 – Estrutura hierarquizada da sílaba do português brasileiro
elaborada por Bisol (1999)..............................................................
42
Ilustração 2 – Elementos do significado ........................................................... 46
Ilustração 3 – Ficha de leitura da letra F.............................................................. 60
Ilustração 4 – Imagens de vocábulos com j na sílaba inicial ............................ 62
Ilustração 5 – Fichas para estudo da aliteração.................................................. 63
Ilustração 6 – Aliteração: complementação de palavras..................................... 65
Ilustração 7 – Aliteração: vocábulos com s na sílaba inicial.............................. 66
Ilustração 8 – Estudo da aliteração com dominó................................................ 75
Ilustração 9 – Estudo da aliteração com dominó (continuação)........................ 76
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 Tempo utilizado nos testes de precisão leitora – Grupo 1............ 84
Gráfico 2 Tempo utilizado nos testes de precisão leitora – Grupo 2............ 85
Gráfico 3 Tempo utilizado nos testes de precisão leitora – Grupo 3............ 86
Gráfico 4 Tipos de erros de precisão leitora – Grupo 1................................ 87
Gráfico 5 Tipos de erros de precisão leitora – Grupo 2............................... 88
Gráfico 6 Tipos de erros de precisão leitora – Grupo 3............................... 89
Gráfico 7 Total de erros de precisão leitora – Grupo 1................................ 90
Gráfico 8 Total de erros de precisão leitora – Grupo 2................................ 91
Gráfico 9 Total de erros de precisão leitora – Grupo 3................................ 92
Gráfico 10 Comparativo da soma dos acertos no pré-teste e no pós-teste de
Consciência Fonológica – CONFIAS – Grupo 1.........................
94
Gráfico 11 Comparativo da soma dos acertos no pré-teste e no pós-teste de
Consciência Fonológica – CONFIAS – Grupo 2........................
95
Gráfico 12 Comparativo da soma dos acertos no pré-teste e no pós-teste de
Consciência Fonológica – CONFIAS – Grupo 3........................
96
Gráfico 13 Comparativo entre o desempenho dos três grupos no pré-teste
de precisão leitora........................................................................
97
Gráfico 14 Comparativo entre o desempenho dos três grupos no pós-teste
de precisão leitora........................................................................
98
Gráfico 15 Comparativo entre o desempenho dos três grupos no pré-teste -
CONFIAS....................................................................................
99
Gráfico 16 Comparativo entre o desempenho dos três grupos no pós-teste –
CONFIAS....................................................................................
100
Gráfico 17 Percentual de presença dos participantes nas mediações............. 101
Gráfico 18 Registro de presença do Grupo 1 nas aulas convencionais.......... 102
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Símbolos sonoros representados por vários símbolos gráficos......................... 29
Tabela 2 - Símbolos gráficos com múltipla representação sonora .................................... 29
Tabela 3 - Representação de um som por várias letras ...................................................... 30
Tabela 4 - Fones idênticos representados por letras diferentes.......................................... 30
Tabela 5 - Meta estipulada e valor alcançado pela escola no IDE (2009 a 2015) ............. 52
Tabela 6 - Distribuição de participantes por turma ............................................................ 53
Tabela 7 - Revisão das sílabas estudadas.......................................................................... 64
Tabela 8 - Representações sonoras do C............................................................................ 70
Tabela 9 - Representações sonoras do R............................................................................ 78
Tabela 10 - Representações sonoras do X........................................................................... 79
Tabela 11 - Representações sonoras do S............................................................................ 81
Tabela 12 - Comparativo do tempo utilizado nos testes de precisão leitora – Grupo 1 ...... 84
Tabela 13 - Comparativo do tempo utilizado nos testes de precisão leitora – Grupo 2....... 85
Tabela 14 - Comparativo do tempo utilizado nos testes de precisão leitora – Grupo 3...... 86
Tabela 15 - Tipos de erros de precisão leitora – Grupo 1.................................................... 87
Tabela 16 - Tipos de erros de precisão leitora – Grupo 2.................................................... 88
Tabela 17 - Tipos de erros de precisão leitora – Grupo 3.................................................... 89
Tabela 18 - Total de erros de precisão leitora – Grupo 1..................................................... 90
Tabela 19 - Total de erros de precisão leitora – Grupo 2..................................................... 91
Tabela 20- Total de erros de precisão leitora – Grupo 3.................................................... 92
Tabela 21 - Comparativo da soma dos acertos no pré-teste e no pós-teste de Consciência
Fonológica – CONFIAS – Grupo 1.................................................................
93
Tabela 22 - Comparativo da soma dos acertos no pré-teste e no pós-teste de Consciência
Fonológica – CONFIAS – Grupo 2.................................................................
94
Tabela 23 - Comparativo da soma dos acertos no pré-teste e no pós-teste de Consciência
Fonológica – CONFIAS – Grupo 3...................................................................
96
Tabela 24 - Comparativo entre o desempenho dos três grupos no pré-teste de leitura........ 97
Tabela 25 - Comparativo entre o desempenho dos três grupos no pós-teste de leitura................ 97
Tabela 26 - Desempenho dos três grupos no pré-teste – CONFIAS................................... 98
Tabela 27 - Desempenho dos três grupos no pós-teste – CONFIAS................................... 99
Tabela 28 - Percentual de presença dos participantes nas mediações.................................. 100
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
SPAECE – Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica no Ceará
SAEB – Sistema de Avaliação da Educação Básica
PISA – Programa Internacional de Avaliação de Estudantes
PAIC – Programa de Alfabetização na Idade Certa
CV – Consoante e Vogal
CCV – Consoante, Consoante e Vogal
CONFIAS – Consciência Fonológica Instrumento de Avaliação Sequencial
AEE – Atendimento Educacional Especializado
IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
TDAH – Transtorno do Déficit de Atenção
CEEL – Centro de Estudos em Educação e Linguagem
UFPE – Universidade Federal de Pernambuco
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 16
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................... 25
2.1 Processos Fonológicos na Oralidade da Criança ............................................................ 25
2.2 Ordem de Aquisição dos Fonemas ................................................................................. 27
2.3 Oralidade e Escrita.......................................................................................................... 31
2.4 Leitura ............................................................................................................................. 36
2.5 Consciência Fonológica e Grafofônica........................................................................... 41
2.6 Método fônico................................................................................................................. 44
3 METODOLOGIA .............................................................................................................. 48
3.1. Contexto......................................................................................................................... 51
3.2. Caracterização da classe ................................................................................................ 52
3.3 Instrumentos para a coleta de dados ............................................................................... 54
3.3.1 Procedimentos para a coleta de dados ..................................................................... 54
3.3.2 Procedimentos de análise de dados ......................................................................... 55
3.3.3 Diagnóstico ............................................................................................................. 55
3.3.4 Pré-teste de leitura espontânea (com tempo cronometrado) .................................... 56
3.3.5 Planilha para registro dos erros de precisão leitora ................................................. 57
3.3.6 Pré-teste CONFIAS⁷ ................................................................................................ 58
3.3.7 Procedimentos das Intervenções .............................................................................. 58
3.3.8 Considerações sobre as atividades aplicadas ........................................................... 81
3.3.9 Os pós-testes ............................................................................................................ 82
4.1 Resultados do teste de Precisão Leitora ......................................................................... 83
4.1.1 Tempo utilizado nos testes de Precisão Leitora....................................................... 84
4.1.2 Tipos de erros no teste de Precisão Leitora ............................................................. 86
4.1.3 Total de erros de Precisão Leitora ........................................................................... 90
4.1.4 – Registro de presença nas mediações e nas aulas convencionais ........................ 100
5 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 103
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 106
APÊNDICE A – Sílabas para colar nos vocábulos incompletos: atividade 02 .................. 111
APÊNDICE B – Vocábulos sugeridos para criação de rimas: atividade 03 ...................... 111
APÊNDICE C – Planilha para formação das sílabas: atividade 04 .................................... 111
APÊNDICE D – Soneto da Hora Final de Vinicius de Moraes: atividade 08 .................... 111
APÊNDICE E – Manipulação de sílabas: atividade 13 ...................................................... 112
APÊNDICE F – Representações dos sons da letra R: atividade 18 ................................... 112
APÊNDICE G – Representações dos sons da letra X: atividade 19 .................................. 112
APÊNDICE H – Representações dos sons da letra S: atividade 21 .................................. 112
APÊNDICE I - QUESTIONÁRIO APLICADO COM OS PAIS OU RESPONSÁVEIS
PELOS MENORES ............................................................................................................ 113
APÊNDICE J – APLICAÇÃO DO PRÉ-TESTE E DO PÓS-TESTE DE CONSCIÊNCIA
FONOLÓGICA - CONFIAS .............................................................................................. 114
APÊNDICE L – FOTOS DA UTILIZAÇÃO DE JOGOS COM O ALFABETO MÓVEL:
ATIVIDADE ...................................................................................................................... 114
APÊNDICE M – FOTO DA EXECUÇÃO DO JOGO DA TRINCA MÁGICA -
ATIVIDADE 09 ................................................................................................................. 115
APÊNDICE N – FOTO DA EXECUÇÃO DO BINGO DA LETRA INICIAL –
ATIVIDADE 09 ................................................................................................................. 115
APÊNDICE O – FOTO DA FORMAÇÃO DE PALAVRAS COM A SÍLABA DADA . 115
APÊNDICE P – FOTO DA APLICAÇÃO DO DOMINÓ COM IMAGENS E PALAVRAS
............................................................................................................................................ 115
ANEXO A – T.C.L.E. APRESENTADO AOS PAIS OU RESPONSÁVEIS .................. 116
ANEXO B – AUTORIZAÇÃO DA GESTORA DA UNIDADE DE ENSINO PARA
REALIZAÇÃO DA PESQUISA ........................................................................................ 117
ANEXO C – TERMO DE ASSENTIMENTO ASSINADO PELOS PARTICIPANTES DA
PESQUISA ......................................................................................................................... 118
ANEXO D – AS COMPETÊNCIAS DE LEITURA: APRENDER A LER E LER PARA
APRENDER. ...................................................................................................................... 119
ANEXO E - IDENTIFICAÇÃO DA SÍLABA INICIAL: ATIVIDADE 01 ..................... 120
ANEXO F – MANIPULAÇÃO SILÁBICA: ATIVIDADE 02 ......................................... 120
ANEXO G –IDENTIFICAÇÃO DE RIMA: ATIVIDADE 07.......................................... 120
ANEXO H – DITADO DE PALAVRAS COM SEGMENTAÇÃO SILÁBICA:
ATIVIDADE 11 ................................................................................................................. 121
ANEXO I – MANIPULAÇÃO SILÁBICA E COLAGEM DA PALAVRA DESCOBERTA
NO CADERNO: ATIVIDADE 13 ..................................................................................... 121
ANEXO J - IDENTIFICAÇÃO DE LETRA NA SÍLABA INICIAL: ATIVIDADE ...... 122
ANEXO L – EXCLUSÃO DE FONEMA E FORMAÇÃO DE UM NOVO VOCÁBULO:
ATIVIDADE 19 ................................................................................................................. 122
ANEXO M –IDENTIFICAÇÃO DOS SONS DA LETRA S: ATIVIDADE 21............... 123
16
1 INTRODUÇÃO
Muitos educadores estão deparando com o desafio de trabalhar a alfabetização com
letramento. Vários deles queixam-se quando recebem alunos com nível de leitura muito abaixo
do recomendado para a série na qual estão matriculados. Muitos desses aprendizes estão
inseridos num contexto familiar com ausência de adultos letrados e recebem pouco incentivo
para se dedicarem aos estudos.
Nos testes de leitura, muitos professores de terceiro e quarto ano do ensino
fundamental percebem que os educandos não dominam o código alfabético, consequentemente,
a junção das letras para formação silábica é prejudicada, dificultando a decodificação e
compreensão. Eles costumam ensinar a leitura apresentando textos apropriados para a série. No
entanto, quando deparam com a dificuldade de alguns aprendizes em reconhecer o código
alfabético, constatam que estes precisarão de mais tempo para fazer as devidas associações
grafofônicas, o que implica perdas na compreensão dos textos.
Devido ao grande desafio encontrado pelos professores durante o ensino da leitura,
este estudo visa observar qual a contribuição do método fônico, do estímulo da consciência
fonológica e da associação das relações grafofônicas no ensino da leitura em crianças de 9 a 12
anos, matriculadas no terceiro e no quarto ano do ensino fundamental. Almeja auxiliá-las a
fazer a discriminação visual e auditiva de palavras com unidades sonoras semelhantes, facilitar
a apropriação da formação de palavras através do manejo com as letras do alfabeto e propiciar
ao educando a percepção da mudança semântica da unidade léxica quando uma letra é alterada.
A área desta pesquisa enquadra-se no ensino da leitura tanto nas séries que compõem o ciclo de
alfabetização, do 1º ao 3º ano do Ensino Fundamental, quanto nas séries do 4º e 5º ano do
Ensino Fundamental quando há necessidade de alfabetizar com letramento os alunos com
defasagem na leitura.
De acordo com a definição de Salomon 1999:224 (apud Lakatos 2003, p. 239) a
dissertação científica ou tratamento escrito tem caráter original, de assunto específico, com
metodologia própria que resulte de pesquisa pura ou aplicada. Por isso esta dissertação tem
caráter científico, devido a possibilidade de aplicação de sua metodologia para alcançar
melhores resultados na leitura.
A estrutura deste trabalho é composta por uma parte introdutória na qual
abordamos o ensino da leitura pelo víeis da correspondência grafofônica, do método fônico e
do uso de instrumentos lúdicos na prática pedagógica. Seguimos com a fundamentação teórica
que aborda os processos fonológicos na oralidade da criança, a ordem de aquisição dos fonemas,
17
a oralidade e a escrita, a leitura, a consciência fonológica e grafofônica e o método fônico. Na
metodologia apresentamos o contexto no qual esta pesquisa foi desenvolvida, o perfil dos
participantes que colaboraram, os procedimentos aplicados na coleta: entrevista com um
responsável pelo menor investigando o grau de instrução dos pais, a profissão deles, se existe
reprovação na vida escolar do educando, se há algum problema de saúde que interfere no
aprendizado dele e se a criança cursou pré-escola na análise de dados e nas intervenções. Além
da entrevista utilizamos os termos de assentimento do menor, termo de autorização dos pais e
termo de autorização do responsável pela Instituição de Ensino. Depois de elaborarmos as
atividades, com o devido embasamento teórico, e aplicá-las nos grupos 2 (dois) e 3 (três),
fizemos um comparativo das mudanças ocorridas entre as fases de pré-teste e pós-teste. Fizemos
a observação direta extensiva, utilizamos testes para medir o rendimento dos alunos de forma
quantitativa. Na etapa de análise de dados criamos uma série de tabelas e de gráficos para
registrar e analisar a eficácia deste estudo. Mais adiante fizemos uma reflexão acerca dos
resultados encontrados, inserimos apêndices para facilitar a localização dos instrumentos
utilizados e anexos que ilustram o momento da aplicação das atividades, além de material de
apoio para aplicação em sala.
Para amenizar essas dificuldades, Adams et al (2003, p. 142) recomendam o
diagnóstico precoce do nível de leitura dos alunos e atendimento aos estudantes com
dificuldades para equipará-los aos demais. É preciso ajudá-los a superar o estágio intuitivo¹, no
qual a criança usa símbolos para representar objetos e avançar para o operatório concreto e
operatório formal, que ocorre a partir dos 11 anos, nessa fase ela já consegue criar uma
representação mental sistemática. Os autores lembram ainda que os professores precisam ter
conhecimento das competências de leitura para amenizar as dificuldades dos educandos.
Há muitos motivos que levam a escola a ter um baixo resultado na aprendizagem, dentre eles
podemos mencionar: altas taxas de evasão escolar, violência nas escolas, crianças e jovens em
situação de risco, desvalorização do educador e baixo investimento na educação que refletem
nos resultados das avaliações externas como SPAECE, SAEB e PISA. No entanto, nosso papel
como educador exige a busca de soluções para que o educando aprenda. E alcance o
desenvolvimento das competências e habilidades a despeito das mais adversas e
limitadoras circunstâncias”.
. Capovilla (2007, p. 04) menciona que “A grandeza da Educação emana precisamente
de sua capacidade de responder, à altura, ao desafio de promover o É
________________________
¹http://www.helioteixeira.org/ciencias-da-aprendizagem/teoria-do-desenvolvimento-cognitivo-de-jean-piaget/
18
notável que a inobservância dos processos de aquisição da leitura, que compreendem hipóteses
feitas pelas crianças para entender o código escrito em língua portuguesa, trouxe prejuízos à
educação brasileira. Conforme Capovilla, A., e Capovilla, F., (2007, p. 07). Os resultados do
PISA (2001) evidenciam que o ensino fônico traz melhores resultados a exemplo da Grã-
Bretanha, França e Estados Unidos. No ranking mundial os países que adotam métodos mistos
com Itália e Alemanha trazem resultados inferiores aos que adotam o ensino fônico e nas
posições inferiores estão Portugal, México e Brasil.
No ranking mundial, o Brasil continua apresentando resultados preocupantes, a
Folha de São Paulo anunciou, em dezembro de 2016, a posição 65º entre 70 países. Em leitura,
51% dos alunos não alcançaram o nível 2 de proficiência².
A notícia aponta que a maioria dos brasileiros avaliados não é capaz de interpretar
contextos que exigem mais de uma inferência direta. O educador Mozart Neves Ramos comenta
que estamos com três anos de atraso escolar; isso comparando com a média, se levarmos em
conta os primeiros colocados no ranking a diferença aumenta ainda mais. A amostra usada na
avaliação do PISA em 2015 foi composta por 23 mil estudantes matriculados em escolas
públicas e privadas. Dentre estes, 74% estão em escolas públicas estaduais. Já no Ceará, a média
foi igual a 409 (quatrocentos e nove) e a estimativa de erro padrão da média foi 12,6, enquanto
a média geral do País foi 407 (quatrocentos e sete), de acordo com a análise do resultado feita
pelo OCDE e INEP (2016, p. 134).
Em 2015 o IDEB³ do Ceará superou a média nacional. Enquanto o resultado nacional foi 5.3
no Ceará foi 5.7. Essa melhoria no resultado do Ceará deve-se ao PAIC⁴ (Programa de
Alfabetização na Idade Certa. No material didático há questões que contemplam identificação
e manipulação de letras e de sílabas nas palavras, apropriação do sistema alfabético,
organização de palavras na ordem alfabética, localização de sílabas na posição inicial, medial
e final do vocábulo, observação do número de letras e variação da sua ordem nos vocábulos,
segmentação de palavras e contagem do número de sílabas, formação de palavras com a
sílaba fornecida, contagem da quantidade de sílabas e de fonemas nos vocábulos.
________________________
²http://download.inep.gov.br/educacao_basica/portal_ideb/planilhas_para_download/2015/resumo_tecnico_ideb
_2005-2015.pdf.
³ o link <http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2016/12/1838761-estagnado-brasil-fica-entre-os-piores-do-
mundo-em-avaliacao-de-educacao.shtml>.
⁴ CEARÁ. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO. PAIC – Programa de Alfabetização na Idade Certa. Fortaleza:
SEDUC, 27.jan.2016. Disponível em: http://www.paic.seduc.ce.gov.br/
19
Além disso, o material propõe a utilização de jogos tais como: bingo, baralho, pescaria,
trilha, identificação de rimas, localização das famílias silábicas nas palavras, análise fonológica
dos nomes por meio da identificação da sonoridade das sílabas, consciência fonológica e
fonêmica por meio do uso de trava-línguas e aliterações; identificação da primeira e da última
letra na palavra, identificação do número de grafemas e de fonemas no vocábulo, dominó,
quarteto e trinca de letras e/ou de palavras, boliche, jogo da memória e caça-palavras.
No PISA, há grande valorização da leitura. A proficiência é medida com base em
textos variados que exigem do aluno a capacidade de localizar e recuperar informações, refletir
sobre os conhecimentos prévios. O PISA aborda temas que ultrapassam a esfera escolar e avalia
se a escola está formando leitores críticos e cidadãos preparados para a vida, conforme INEP
(2016, p. 124).
Conforme Galvão e Leal (2005, p. 12), as avaliações do SAEB e PISA (2004)
demonstram que diversos alunos não conseguem ler e escrever um texto simples depois de
quatro ou cinco anos de escolaridade. Os autores ressaltam ainda a importância de usar
estratégias sistematizadas para o ensino do sistema alfabético e sugerem o uso de atividades de
leitura e escrita que levem o aprendiz à reflexão da língua e à compreensão da relação entre
letra e som.
Esta pesquisa teve como objetivo investigar se o método fônico e a estimulação da
consciência fonológica, quando utilizados com técnicas tradicionais e com recursos lúdicos,
podem facilitar a aprendizagem em alunos do terceiro e quarto ano do ensino fundamental de
uma escola pública de ensino integral, durante a aquisição da leitura.
Percebemos a grande dificuldade que muitos educadores enfrentam para orientar
seus alunos a ler e compreender. Por isso, fizemos as seguintes perguntas:
1. Quais são as dificuldades de descodificação de palavras na leitura de textos por alunos do 3º
e 4º ano?
2. Qual é o efeito do estímulo da consciência fonológica e do uso de técnicas tradicionais e
instrumentos lúdicos no método fônico para aquisição da leitura?
Com base nessas perguntas, elaboramos as hipóteses abaixo:
a) média à falta de conhecimento das relações grafofônicas para a adequada descodificação das
palavras;
b) Estimular a formação da consciência fonológica com o método fônico utilizando técnicas
tradicionais e instrumentos lúdicos pode facilitar a aquisição da leitura em alunos
do terceiro e quarto ano.
Entendemos que, para haver compreensão, a etapa da decodificação deve ser bem
20
consolidada. Adams et al (2003, p. 84) distinguem o aprendizado da leitura em duas ações: uma
de decodificação das palavras e outra de compreensão de seu sentido em contextos verbais e
não-verbais. A primeira ação é específica da leitura, já a segunda é aplicada também na
oralidade. Os autores enfatizam que, ao tornar mais eficaz a identificação de palavras, o leitor
adquire autonomia e agilidade.
Adams et al (2003, p. 35-6) apresentam o modelo de leitura de Scarborough,
conforme (Anexo D). Nele há um conjunto de competências necessárias para a leitura eficaz,
tais como: consciência fonológica, que envolve o reconhecimento de rimas, aliterações e
contagem silábica; domínio do código alfabético para decodificação; reconhecimento de
palavras familiares, amplo conhecimento vocabular, conhecimento de conceitos, consciência
metafonológica para fazer descrições, consciência fonêmica, compreensão dos fonemas que
formam as palavras; decodificação, processo de reconhecimento das correspondências
grafofonêmicas; fluência, leitura com velocidade e estratégias de compreensão. Este modelo de
leitura aponta o método fônico como o mais eficaz para ensino da conversão grafofonêmica e
coloca a decodificação como alicerce para a aprendizagem da leitura. O referido modelo aponta
que o reconhecimento das palavras e seu significado andam juntos. Scarborough 2003 apud
(SOARES 2017, p. 348) fala da interligação das competências como fios de uma tessitura, os
que envolvem a compreensão da linguagem envolvem conhecimento de fatos e conceitos,
vocabulário, estruturas da linguagem, raciocínio verbal, nível de alfabetização, identificação de
palavra, consciência fonológica, reconhecimento de palavras já conhecidas e conhecimento do
princípio alfabético para decodificar vocábulos desconhecidos.
Na França, a pesquisa científica forneceu grandes contribuições. Adams et al (2003,
p. 98) citam que as pesquisas referentes ao ensino fônico estavam facilitando a identificação e
compreensão de palavras, mostrando-se eficiente mesmo em crianças com déficits de
habilidades e inseridas em famílias com baixo poder aquisitivo. Adams et al (2003, p. 98)
mencionou que a leitura eficiente é feita observando a grafia de cada vocábulo, lendo da
esquerda para a direita, linha por linha.
Adams et al (2003, p. 40-1) afirmam que, quando consegue decodificar, a
criança identifica as palavras. Essa habilidade envolve ativação de sílabas e, dependendo da
complexidade grafofonológica, a leitura do vocábulo ocorre com maior agilidade.
A fim de melhor compreendermos o fenômeno focalizado, fizemos uma
retrospectiva dos modos de alfabetização já aplicados. Leite e Tribeck (2015, p. 01) comentam
que o processo da soletração foi empregado na idade média, iniciando pelos métodos sintéticos
e analíticos do século XVI até os anos sessenta. O uso da psicogênese da escrita dos anos
21
sessenta até os anos oitenta e atualmente a alfabetização e letramento com a perspectiva do uso
social da leitura forneceram suas contribuições no ensino da leitura, no entanto, a baixa
velocidade na decodificação tem interferido na compreensão dos textos.
Os métodos de alfabetização dividem-se em sintéticos, analíticos e mistos
(analítico-sintéticos). Segundo Galvão e Leal (2005, p. 18-25), os métodos sintéticos são
aplicados de forma gradativa, iniciando pelas letras, fonemas, sílabas, passando para as
palavras, frases e textos. O conhecimento do nome, das formas e do valor sonoro das letras
fazem a diferença na aprendizagem. Inicialmente parece lento, no entanto, a fixação desse
conhecimento proporciona ao leitor maior segurança ao ler. No método fônico, cada letra tem
uma identidade fonética e esta associação leva à decodificação mais precisa. A memorização
dos padrões silábicos com estrutura mais simples CV, expostos separadamente por grupos
distintos e por palavras formadas com estes grupos silábicos é nomeada de método silábico. Já
os métodos analíticos utilizam frases e textos pequenos, o estudo das partes menores: palavras,
sílabas e letras são contextualizados, além disso, a forma e o significado são trabalhados lado a
lado. Os autores explicam que os métodos analítico-sintético partem do conhecimento global
para chegar a decomposição das palavras em sílabas e em letras. Nesses métodos são utilizadas
palavras, frases curtas e textos, todo o trabalho é feito com exercícios sistematizados não
havendo espaço para descobertas ocasionais. Nessa abordagem, o aprendiz é conduzido na
sucessão desejada para a aprendizagem. Tais métodos buscam transformar sinais gráficos em
sonoros.
Barbosa (2013, p.52) divide a história da alfabetização em três períodos: No
primeiro, o método sintético surgiu por volta do século XVIII; nele a instrução parte do simples
para o complexo e só avança à medida que o aprendiz supera as dificuldades. A sequência, letra,
sílaba e palavra deveria ser seguida, e durante o ensino das palavras, as monossílabas eram
introduzidas inicialmente até chegar as mais longas. A mudança na metodologia é resumida por
Viard e Cherrier apud Barbosa (2013, p. 55) assim: Em meados do século XVIII, Viard e
Cherrier, propuseram a exclusão da soletração, depois de conhecida a letra, o aprendiz deveria
juntá-la para formar a sílaba (b+a= ba). Já em 1828, M. de Laffore propôs a leitura com ênfase
nos sons das consoantes e sílabas no padrão CV (consoante + vogal). Em seguida, era
introduzido o ensino dos sons dos encontros consonantais. Posteriormente, o método global
surgiu opondo-se ao método sintético, cujo defensor foi Decroly, por volta do século XX.
Barbosa (2013, p. 49) comenta da função dos métodos de alfabetização e diz que a
leitura proposta por estes métodos era aquela que facilitava a transformação dos sinais gráficos
em sonoros. O autor relata ainda que a difusão da alfabetização permitiu aos estudantes a
22
ascensão do leitor qualificado através da prática de leitura no âmbito escolar, familiar e
estendendo-se ao social.
É importante levar em consideração que a didática no ensino pois, quando é
teoricamente bem embasada, os resultados são melhores. Soares (2017, p.333) explica o
significado etimológico da palavra método, meta + hodós = caminho em direção a um fim.
Portanto, no contexto da alfabetização, o caminho é o modo de ensinar e o fim é a consolidação
do aprendizado que resulta no aprendiz alfabetizado. A autora ressalta o foco dos métodos
direcionados mais nos recursos para o ensino da leitura e da escrita do que na fundamentação
psicológica e linguística da aprendizagem. A fundamentação existente, segundo Soares (2017,
p. 331-2), levava em conta a psicologia infantil nos aspectos espacial, motor e temporal. Apenas
no século XX, a língua tornou-se objeto de estudo da Psicologia e da Neurociência que
demandam esforços até hoje para compreender o processo de aprendizagem da leitura e da
escrita.
Ao falar sobre leitura, Soares (2017, p. 334), assim se expressa através da seguinte
metáfora: “as habilidades de decodificação e codificação corretas e fluentes da escrita
constituem o alicerce da compreensão e da produção de texto escrito, e ainda do uso da língua
em práticas sociais existentes em diferentes contextos de sociedades letradas”. (grifo nosso).
Já Araújo (2011, p. 103-4) lista várias razões para o uso do método fônico na escola
como: é mais adequado para crianças com dificuldades para aprender a ler, ajuda a adquirir a
habilidade de compreensão, além de ser mais eficaz para crianças que vivem em ambientes
menos favorecidos.
Um recurso que traz bons resultados, é o ensino da leitura com o uso do método
fônico aliado à estimulação da consciência fonológica. (Freitas, Costa e Alves 2007, p. 9), em
seus estudos sobre Consciência Fonológica, a definiram como:
A capacidade de identificar unidades fonológicas no seu interior. Eles a subdividem
em três tipos: consciência silábica, quando a criança consegue isolar as sílabas
(pra.tos); a consciência intrassilábica, quando unidades dentro da sílaba são separadas
(pr.a-t.os); e consciência fonêmica, quando os sons da fala são isolados (p.r.a.t.o.s).
Os autores aconselham que esse trabalho seja feito progressivamente do mais
simples para o mais complexo. Isso atenderá mais adequadamente os vários aspectos da
oralidade e o emprego do código alfabético.
É notório quando a habilidade do professor é aplicada para usar a metodologia
adequada no intuito de alcançar os resultados desejados. Essa ainda é a melhor forma de
alfabetizar com letramento. Por isso, é importante observar as habilidades nas quais o método
23
fônico pode auxiliar na evolução do nível de leitura do aprendiz. Há críticas quanto à sua
mecanicidade, contudo é possível dinamizar este trabalho com o uso de fichas e jogos que
proporcionem curiosidade e mais engajamento do aluno nas atividades propostas.
Assim, quando o professor tem o conhecimento do princípio fonético da língua
portuguesa e trabalha em sala com o manuseio das letras que compõem a palavra, das sílabas e
dos sons como na consciência intrassilábica, a percepção do aluno quanto à formação dos sons
e a representação escrita melhora significativamente.
Quando compreendem essa relação, os educandos conseguem ler com mais rapidez,
tornando as dúvidas quanto a escrita menores e isso lhes possibilita escrever palavras mediante
a associação que fazem das representações sonoras. Ao observar atentamente que não há apenas
cinco vogais, os educandos corrigem erros na leitura e ouvem melhor a diferença de /o/ e /ͻ/
em ovo, olhos e bola, respectivamente, pois há representantes de fonemas que não são
facilmente diferenciados durante a fala, além das variáveis acústicas que soam diferente na fala.
Mesmo sem o uso do acento, eles percebem diferença na sonoridade quando deparam-se com
unidades léxicas similares, em seguida, associam corretamente e ganham fluência na leitura.
Essas habilidades levam os alunos a identificar as unidades fonológicas fazendo a
leitura fluir com maior rapidez. Essa é a chave para a leitura. As dúvidas quanto a escrita
tornam-se menores e isso lhes possibilita a escrita de palavras mediante a associação que fazem
das representações sonoras.
Sabemos quanto a metodologia de ensino influencia os resultados. Vale ressaltar
que não é possível ensinar a ler utilizando um único método. Quando o educador sabe a
finalidade dos métodos e os emprega no momento correto, a aquisição da leitura acontece.
Adams et al (2003, p. 103) afirmam que as atividades nas quais há a manipulação de letras e
fonemas estimulam a consciência fonêmica, somadas às práticas de leitura oral e silenciosa,
consciência fônica, desenvolvimento do vocabulário e compreensão resulta em aumento da
capacidade de leitura.
A sistematização das aulas, o empenho do educador em demonstrar a distinção entre
os sons, apresentar palavras por grupos de família silábica, possivelmente, farão a diferença na
percepção do leitor em processo. Ao demonstrar que a palavra é formada por determinados
grafemas, apresentar a família silábica e, depois da compreensão do educando, apresentar
palavras que contenham a sílaba em estudo, o controle dos segmentos linguísticos será feito por
ele. Tal controle é chamado de processo metafonológico. Assim, os educandos perceberão que
há vocábulos que possuem sons específicos e quando alterados dão origem a uma nova unidade
24
léxica dotada de um novo significado, a exemplo de pato e gato. Durante o ditado de palavras
e a escrita da letra de uma música, deve-se dar ênfase à representação escrita do som das letras.
A exemplo do som de /i/, nas palavras que terminam em (e), o som de /u/, nas
palavras terminadas em(o), sabe-se que a soletração em alguns casos dificulta a decodificação
e que a leitura global torna mais distante a percepção da palavra.
Além disso, quando apresenta à criança uma palavra real e demonstra seu valor
semântico, apresentando sua imagem ou lhe auxiliando a lembrar da sua imagem, o professor
está usando uma estratégia para que ele se lembre da grafia do vocábulo quando visualizar a
imagem. Quando disseca cada unidade do vocábulo e em seguida a recompõe, o professor está
proporcionando que em outro momento a memória do aprendiz seja ativada para que ele
descodifique o vocábulo quando. Podemos exemplificar a palavra caneta associada ao seu
desenho, depois de explicar sua utilidade, o professor poderá apresentá-la assim: c-a-n-e-t-a,
posteriormente poderá fazer a recomposição ca-ne-ta.
Diante do exposto esperamos contribuir com a prática pedagógica de educadores
que trabalham com alfabetização e letramento. Para isso, elaboramos 21 (vinte e uma)
atividades que podem ser aplicadas na sala de aula. Fizemos uma avaliação prévia e depois das
mediações comprovamos a melhoria nos resultados. O trabalho traz uma série de gráficos que
apontam o desempenho individual e dos três grupos formados.
25
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Os fundamentos desta pesquisa norteiam-se pelos processos fonológicos na
oralidade da criança, pela ordem de aquisição dos fonemas, por alguns aspectos da oralidade e
escrita, pelos estudos da neurociência no campo da leitura, pelo estímulo da Consciência
Fonológica e compreensão das relações grafofônicas e pelo estudo do método fônico.
2.1 Processos Fonológicos na Oralidade da Criança
O aprofundamento no estudo dos processos fonológicos é de grande utilidade para
os alfabetizadores, pois esses processos podem apontar motivações para erros ortográficos,
tendo em vista que observamos erros na oralidade e na escrita. Para facilitar a compreensão,
exemplificaremos rapidamente os processos fonológicos descritos por Teixeira (1982 apud
ISSLER 1996, p. 207): ensurdecimento – as surdas são escolhidas em detrimento das sonoras
(tudo – tutu); glotalização – a articulação é levada a uma posição posterior (boi – goi); redução
do /R/ - ocorre pela omissão (rosa – osa); despalatização, a palatal é anteriorizada (chama –
sama); palatização – os fonemas são usados em posição posterior (pescoço – pecoco); redução
do ditongo crescente – pode ocasionar uma elisão (água – á-ua) ou hiatação (á-gu-a); elisão
da consoante final – (flor – flo). Há também o apagamento do /r/ em coda no infinitivo (dormir
– dormi) e elisão do [d] do gerúndio (banhando-[bã’ɲãnʋ]. Já a desnasalização ocorre em
(homenagem – [om~e’naᴣI]; enquanto a monotongação com desnasalização de am apresenta-
se em (falaram – [fa’larʋ]; confusão entre as laterais – pode ocorrer a neutralização (palhaço –
pa-lia-ço); elisão da nasal palatal – inicialmente as crianças pronunciam (galinha – galina),
por volta dos três anos conseguem pronunciar corretamente; confusão entre as líquidas – há
substituição de /r/ por /l/ (agora – agola); redução dos encontros consonantais – ocorre por
elisão (quadro – cadu), por lateralização (trem – tlem) ou ainda por hiatação (prego – piego);
substituição das fricativas – a aquisição dos palatais é mais demorada justificando a troca (igreja
por gueja) e substituição dos intervocálicos – ocorre uma simplificação dos fonemas /ɲ/
banho, /ʎ/ telha e /r/ rabo.
Quanto ao processo da estruturação silábica, Seara (2011, p. 110) trata como
processo no qual uma sílaba complexa CCV (consoante, vogal e consoante) transforma-se em
sílaba simples CV (consoante e vogal), a exemplo de livro que perde o tepe e pronuncia-se
[‘livʋ], chamado de ressilabificação. No processo de enfraquecimento a penúltima vogal
desaparece deixando a palavra paroxítona, como em fósforo cuja pronúncia transforma-se em
26
[fɔsfrʋ], configurando uma síncope, por meio da qual uma vogal próxima a outra é eliminada.
No caso do reforço, acontece a ditongação nas palavras monossílabas terminadas em sibilantes
como paz, no português brasileiro é comum observarmos [‘pajs]. Já na neutralização, há uma
fusão dos segmentos, como ocorre em júri (comissão para analisar questões legais e jure (verbo
da segunda conjugação, na primeira pessoa do singular do presente do subjuntivo). Nesse
exemplo, as vogais finais não são acentuadas e são faladas com som /i/, ocorrendo a
neutralização: [juɾi].
No que se refere a ordem de ocorrência da estrutura silábica, tem-se uma
complexidade gradativa como a seguir: CV (cama), CVC (uva) e CCV (prato). Seara relata que
os processos⁴ são de substituição para simplificar e detalha a ordem de aquisição assim:
bilabiais, linguodentais, velares e nasais, em seguida, fricativos finalizando com os palatais,
posteriormente a líquida lateral e a vibrante simples.
Seara et al (2011, p. 109) mencionam também a assimilação: quando segmentos
mais semelhantes assumem um segmento vizinho. Nela pode acontecer a nasalização: camarão
– [kãmɐ’rãw] ou [kamɐ’rãw], o desvozeamento: talvez – [taw’veis], o alçamento vocálico:
al[e]gria – al[i]gria, ou o abaixamento vocálico por hipercorreção: privilégio – pr[e]vilégio,
a palatização ocorre em tia – [tʃiɐ], a labialização é encontrada em sua – [‘sʷuɐ]. Pode ocorrer
também a harmonia vocálica, a exemplo do vocábulo menino, quando as médias se elevam
tornam-se altas e pronunciamos [mininʋ] e a inserção de vogais anteriores a consoante m, como
em cama, cuja pronúncia fica [kɐ̃mɐ].
Quanto à estrutura da sílaba, pode ocorrer inserção ou eliminação alteração na
distribuição de consoantes e vogais, podendo haver fusão de dois segmentos em um único
segmento ou pode haver permuta. As permutas podem ocorrer por rotacismo: blusa – brusa,
por rotização do /v/ vamos – [hãmʋ] e do /s/ mesmo – [mexmo]. Também podemos encontrar:
livro – livu, lagarto – largato. Quanto a síncope, ela ocorre quando uma vogal próxima a outra
é eliminada, no caso de fósforo – fosfru. Nos vocábulos monossílabos pode ocorrer a
ditongação: três – treis. Já a neutralização acontece quando os segmentos se fundem, quando
vogais não-acentuadas aparecem no final do vocábulo, júri e jure, em que as duas palavras são
produzidas como júri.
_______________________
⁴ Processos relatados na pesquisa da Dra. Elizabeth Reis Teixeira, publicados no Jornal Brasileiro de Reabilitação
(ano 3, n. 10, v. 3, 1982)
27
2.2 Ordem de Aquisição dos Fonemas
Para evitar que o educando confunda a grafia e o som, Barbosa (2013, p. 55)
recomenda que se evitem as proximidades entre os sons das letras (v e b), além disso, há os
vocábulos grafados com (b e d), ou seja, quando o aprendizado de uma das letras for
consolidado deve-se evitar que a letra com som ou grafia semelhante seja ensinada logo a
seguir.
Além disso, é importante que o educando aproprie-se do reconhecimento das
famílias silábicas escritas em letras maiúsculas e minúsculas. Assim, ele pode reconhecê-las
nas palavras apresentadas durante as mediações.
O processo de aquisição inicia-se pelo triângulo /a/, /i/, /u/, representadas em (aba,
Itália e uva). Lamprecht (2004, p. 65) expõe que, inicialmente, o alfabetizando adquire a vogal
/a/, cuja posição é baixa, seguida das vogais /i/ e /u/ (Eva e bolo) com posição mais alta. Depois
vêm as vogais médias altas /e/ e /o/ (escola e olho) e finalmente as vogais médias baixas /ᵋ/ e
/ᵓ/, (esse e obra).
Na aquisição fonológica do ponto de articulação, as labiais p, b, f, v, m e w (pata,
bala, faca, vaca, mala e sal) são adquiridas antes das alveolares t, d, s, z, n, l, r, ∫, ᴣ, t∫, dᴣ (tapa,
data, sala, paz, nada, lata, rata, chá, já, tia e dia) na sequência vem as palatais ʎ, j, ɲ (malha,
Aiala, banha) e velares k, g, x4, ᵑ, w (acabar, agora, alto, anão), de acordo com Lamprecht
(2012, p. 78 e 79). Tratando-se do modo de obstrução da corrente de ar, a aquisição esperada
é: plosivas, nasais, semivogais: p, b, t, d, k, g, m, n, ɲ, w, y; (pá, abacaxi, tato, domingo, cabelo,
Ágata, Maria, noite, manhã, alga e ...) seguidas das africadas e fricativas t∫, dᴣ, f, v, s, z, ∫, ᴣ, x
(tia, dia, fava, vaca, sala, azeitona) e por último as líquidas: l, R, r (leão, arara e caro).
Lembrando que, as líquidas laterais /l, ʎ/ são adquiridas antes das não laterais /R/ e /r/. Alguns
vocábulos utilizados nos exemplos foram mencionados por Silva (2012, p. 37-39).
Durante o processo de alfabetização, o educando irá descobrir as relações entre os
sons e as letras e o professor precisa estar preparado para explicar o ambiente no qual ocorrem
determinadas variações na representação grafofonêmica e por conseguinte reduzir erros na
grafia dos vocábulos. Lemle (2007, p. 17-18) classifica-as em biunívocas: “um elemento de um
conjunto corresponde a apenas um elemento de outro conjunto”. Assim < p > representa sempre
o mesmo som ao grafar < p >: (pato, peito, piaba, pote, puba e pão). Ou seja, diante de todas
as vogais o som da letra p não se alterou. Além da letra < p >, Faraco (1994, p. 17) menciona
as letras b, f, v, nh, t, d e lh (bala, café, cavalo, banho, tabela, lado e palha) como representantes
28
de relação totalmente biunívoca. Lemle (2007, p. 26) destaca as consoantes monogâmicas: p,
b, t, d, f e v, além da vogal < a >, estas sempre representam a mesma unidade fonética. Esta
relação é nomeada de um para um, segundo Lemle (2007, p. 25).
A complexidade da relação grafema x fonema vai surgindo na teoria da poligamia
relatada por Lemle (2007, p. 28), a letra < l > em posição final tem som de [u], (sol) assim como
a letra r tem som forte na posição inicial do vocábulo (rio) e entre vogais rr (carro). Lemle
(2007, p. 32) faz a seguinte correspondência: “Para cada som numa dada posição, há uma dada
letra; a cada letra numa dada posição, corresponde um dado som. Em certos ambientes, certos
sons podem ser representados por mais de uma letra”.
Observando a relação do som para a transcrição da vogal < i >, esta varia conforme
o sua posição no vocábulo. Quando posicionada numa sílaba tônica, escreve-se < i > a exemplo
de vida. Já quando ocorre em sílaba átona no término da palavra, ela é representada pela letra
< e > como na palavra vale. Isso ocorre também com a vogal < u >, ao ser posicionada na sílaba
tônica escreve-se < u >, como em (lua). Mas, em posição no término da palavra escreve-se o
(pego). Agora tomando a relação da letra para o som, segundo Lemle (2007, p. 18), a letra < l
>, dependendo da sua posição no vocábulo, varia a pronúncia: quando está antecedendo uma
vogal é pronunciada como consoante lateral, no entanto, quando está no término do vocábulo,
é vocalizada com o som da vogal < u >, como em (sal).
Silva (2003, p. 32) ressalta a importância da manipulação das regularidades
grafofônicas como instrumento de mediação fonológica, depois de identificar diversos
vocábulos regulares, a decodificação dos irregulares de alta frequência fica facilitada. Ou seja,
deve-se priorizar o ensino de palavra no padrão CV (consoante e vogal) como em (boca), depois
de apresentar as diversas famílias silábicas, podem-se apresentar ao educando as sílabas
complexas com padrão CCV (consoante, consoante e vogal) a exemplo de (prato).
Bisol (2017, p. 82) comenta que toda língua possui os termos componentes da
palavra: radical, vogal temática ou zero, afixo antes do radical ou sufixo depois deste, ou ainda
os dois ao mesmo tempo. A compreensão dessa estrutura permite ao educando aprender
diversos vocábulos partindo da palavra primitiva até chegar as derivações prefixais, sufixais ou
parassintéticas. Vale ressaltar que a relação entre a letra e o fone, as modificações ocorrem
dentro da sílaba e nos traços suprassegmentais.
Silva (1993, p. 26-7) aponta um grupo de letras que possuem apenas um fone; essa
relação é chamada biunívoca. Na sequência temos a letra, o som e um vocábulo para facilitar a
compreensão. Letra p → < p >: república; letra b →< b >: sabido; letra f → < p >: afeto; letra
v → < v >: revista; dígrafo nh → [ ñ ]: manhã.
29
Silva (1993, p. 27) ainda menciona os fones com várias representações e símbolos
gráficos com múltiplo valor sonoro. Para fins didáticos, organizamos as informações em
tabelas.
Tabela 1 - Símbolos sonoros representados por vários símbolos gráficos Símbolo gráfico Valor
fonológico
Exemplo
i e e → [ i ]: capinar e pente
li, le e lh → [ ł ]: hálito, aleatório e milho
u e o → [ u ] muro e gato
gu e g → [ g ]: guitarra e galo
i, e, m, n → [ j ]: boi, pães, cem e hífen
m, l, u e o → [ w ] amam, sal, meu e pouco
rr e r → [ h ] carro e mar
c, ç, ss, s, x, xc, sc e sç → [ s ] você, açougue, pêssego, selo, excursão, exceto, crescer e desçam
s, x e z → [ z ] Josué, exemplo e agasalho
qu e c → [ k ] queijo e capa
z, s, x e ch → [ ʃ ] paz, esconder, queixada e chave
Fonte: SILVA (1993, p. 27).
Silva (1993, p. 28) também menciona que essas representações são justificadas pela
necessidade de desfazer uma ambiguidade e/ou quando essa representação aponta uma situação
particular a uma área dialetal. Assim a autora aponta símbolos gráficos com representação
múltipla como na tabela a seguir:
Tabela 2 – Símbolos gráficos com múltipla representação sonora Símbolo
gráfico
Valor fonológico Exemplo
a → [ a ] e [ ã ]: pacote e pão
e → [ ĩ ], [ y ], [ i ], [ e ], [ ɇ ], [ ẽ ]: pinto, hífen, pai, cobertor, goela e coentro
i → [ y ], [ i ], [ ĩ ]: e Tróia, menino e pedinte
o → [ũ ], [w ], [ u ], [ o ], [ ø ], [õ ]: untar, magoar, couve ,campo, dói e ontem
u → [ w ], [ u ], [ũ ]: eu, reproduzir e umbu
l → [ w ], [ l ], [ ł ], [ø ]: mel, célebre, coelho e folga
t → [ t ], [ ţ ]: partir e tia
d → [ d ], [ ḑ ]: fada e dia
r → [ r ], [ h ], [ Ø ]: deferir, fortuna e cor
n → [ n ], [ ṽⁿ ], [ ṽņ ], [ Ṽy]: Ana
m → [ m ], [ Ṽm ], [ Ṽ {w
y}]: cama
gu → [ gu ], [ gw ], [ g ]: guarda, sanguíneo e guia
c → [ k ], [ s ]: coarar e Celta
s → [ s ], [ z ], [ ŝ ]: sítio, casaco e dispersar
z → [ z ], [ŝ ]: faz e atrás
x → [ s ], [ z ], [ ŝ ], [ ks ]: máximo, exagero, faixa e saxofone
qu → [ ku ], [ kw ], [ k ]: obliquem, eloquente, quilo
Fonte: SILVA (1993, p. 29).
Lemle (2007, p. 22), já citada anteriormente, lista os ambientes nos quais um som
é representado por diferentes letras como a seguir:
30
Tabela 3 – Representação de um som por várias letras
Símbolo
gráfico
Valor
fonológico
Posição Exemplos
C
Qu
[k] Diante das vogais a, o e u
Diante das vogais e, i
capa, cofre, bicudo
pequeno, esquilo
G
Gu
[g] Diante das vogais a, o e u
Diante das vogais e, i
garoa, gota, agudo
paguei, Guilherme
I
E
[i] Em posição acentuada
Em posição átona em final de palavra
sino
xale, sorte
U
o
[u] Em posição acentuada
Em posição átona em final de palavra
rua
calo, figo
Rr
r
[R]
[r forte]
Intervocálico
Em outras posições
barro
rua, perto, honra
ão
am
[∂w] Em posição acentuada
Em posição átona
portão, cantarão
cantaram
qu
qű
cu
[ku] Diante de a, o
Diante de e, i
Outras posições
aquário, quórum
quarenta, eqűino
frescura, piracuru
gu Outras posições água, agudo
Fonte: LEMLE (2007, p. 22).
Há também outra listagem feita por Lemle (2007, p. 24) que demonstra fones
idênticos representados por letras diferentes como a seguir:
Tabela 4 – Fones idênticos representados por letras diferentes
Símbolo
gráfico
Valor
fonológico
Posição Exemplos
S
z
x
[z]
intervocálico mesa
certeza
exemplo
ss
ç
sç
Intervocálico
Diante de a, o, u
russo
ruço
cresça
ss
c
sc
[s]
Intervocálico
Diante de e, i
assento
roceiro
ascenção
S
Ç
Diante de a, o, u
Precedido por consoante
balsa
alça
S
C
Diante de e, i
Precedido por consoante
persegue
percebe
ch
x
Diante de vogal chuva
xícara
S
Z
No final da palavra e diante de consoante
ou de pausa
mês
gente
J
G
[ž] Início ou meio de palavra e diante de e, i jeito
bagageiro
U
L
[u] No final da sílaba chapéu
mel
Zero
H
zero No início da palavra ora
hora
Fonte: LEMLE (2007, p. 24).
31
2.3 Oralidade e Escrita
A habilidade de se comunicar vai além do conhecimento das normas gramaticais.
Ela requer coerência e objetividade para dizer e/ou escrever a mensagem que se deseja
transmitir.
O que caracteriza uma pessoa que fala, lê e escreve bem é sua capacidade de dizer
com clareza, com relevância, de forma articulada e coerente, aquilo que é preciso ser
dito, num dado momento e a certo interlocutor, o que exige, para além do
conhecimento da gramática, o conhecimento do léxico e das normas socioculturais
que, pragmaticamente, regulam o comportamento verbal das pessoas. Antunes (2014,
p. 27).
Olson (1997, p. 274-280) defende que a escrita traz à consciência aspectos que são
distintos da fala, pois o sistema gráfico é baseado no modelo da estrutura sonora da linguagem
e que nem todos os aspectos do que é dito podem ser explicitados na escrita. A exemplo do ato
locucionário, que é o ato de dizer algo, e a força ilocucionária, que trata do objetivo que se
deseja alcançar com a emissão da força ilocucionária. Por isso ao escrever, é necessário pensar
em como o leitor irá compreender a mensagem emitida, pois ao refletir o texto, o leitor pensa
na intencionalidade de quem o escreveu. Além disso, o autor menciona que um modelo de
linguagem é baseado no que é dito. Quando uma pessoa letrada observa a fala de alguém, é
capaz de perceber os constituintes alfabéticos.
Para dominar a escrita não basta conhecer as palavras; é necessário aprender a
compartilhar o discurso de alguma “comunidade textual”, o que implica saber quais
os textos importantes, como devem ser lidos e interpretados, e como devem ser
aplicados na fala e na ação. (OLSON 1997, p. 290).
Tal domínio está ligado aos interesses que o indivíduo possui, ou seja, alguém pode
compreender textos publicitários e não localizar informações em recibos de transferência
bancária ou em bulas de remédios; não há funcionalidade para todos. Por isso o autor menciona
o termo comunidade textual. A fala oferece recursos que a escrita não representa, tais como:
intensidade, entonação, tom de voz, postura física e entonação sarcástica, de acordo com Olson
(1997, p. 281).
Para Cologneses (1996, p. 11), “A oralidade não pode ser relegada a segundo plano,
mas estar em patamar de igualdade com a leitura e a escrita, pois quem consegue organizar com
clareza e coerência o seu discurso na oralidade, terá maiores possibilidades de fazê-lo na
escrita”. Além da clareza, o escritor precisa saber qual é o nível de quem irá receber sua
mensagem, por exemplo, uma leitura complexa num livro infantil pode comprometer a
compreensão da história e causar desinteresse no leitor.
32
Portanto, a criança precisa compreender a escrita como um sistema de códigos que
representa a fala. Sendo assim a escrita configura-se enquanto simbolismo de segunda
ordem, haja visto que representa a palavra falada. Esta, por sua vez, é a representação
da entidade real, por isso simbolismo de primeira ordem. É imprescindível, que se
promova na criança o deslocamento entre representar coisas para representar a fala.
(COLOGNESE 1996, p. 68).
Deve-se lembrar da representação da oralidade pela escrita e das características
peculiares da fala que não são descritas na escrita. Colognese (1996, p. p. 73-4) lembra das
relações biunívocas, cuja letra representa um som (a letra b apresenta o mesmo som diante de
todas as vogais como em bicicleta); as relações cruzadas (x com som de z entre a vogal e e outra
vogal como em exato); e as relações arbitrárias que são imprevisíveis e caracterizadas pela
representação de (diferentes grafemas com o mesmo fonema e o mesmo grafema apresentar
fonemas diferentes, a exemplo de mesa e fazenda). Ou seja, escrevemos o que falamos, mas
não como falamos.
Bazerman (2015, p. 180-1) fala da prática da escrita como um processo no qual o
escritor precisa ter consciência da sua excitação e prontidão para escrever. O autor fala que é
preferível ter momentos regulares de execução da escrita intercalados com outras tarefas do que
ter sessões longas e tensas. Na primeira opção, as ideias fluem com maior facilidade e o estado
de concentração permite mais oxigenação no cérebro, contudo é preciso ter comprometimento
para não perder o foco e conseguir fazer a escrita evoluir. (BAZERMAN 2015, p. 180), fala
ainda que é necessário fazer uma pausa, durante os momentos de exaustão no processo da
escrita, desviar a atenção para outras tarefas, para conseguir separar as ideias dos ruídos.
Nas crianças, esse processo de escrita precisa da formulação de perguntas por um
adulto para facilitar a formulação de ideias. “Escrever é um trabalho árduo que pode dar dores
de cabeça, mas também prazeres finais de realização e descoberta”. Comenta (BAZERMAN
2015, p. 184-5). O autor ainda ressalta que o confronto com a crítica dos leitores e o
posicionamento de valores que se constrói com o texto trazem uma certa ansiedade,
procrastinação, impaciência, perfeccionismo e resistência ao escritor, pois o resultado do
trabalho pode trazer censura, críticas internas ou aprovação que podem ocasionar fracasso ou
sucesso. Como a escrita tem uma audiência, o escritor espera obter comentários a respeito das
suas ideias, pois todo escritor espera que sua mensagem seja compreendida exatamente como
ele a imaginou.
A atividade da escrita deve ser funcional, deve ter uma finalidade, uma audiência e
um propósito, como mencionado por Vygotsky (1986) (apud BAZERMAN 2015, p. 14).
33
A linguagem humana baseia-se na interação e na atividade em contexto e só se torna
significativa e dotada de propósito em situações de uso. A linguagem internalizada
também se origina em interações interpessoais e tem consequências em nossa
autorregulação interna, usando as categorias culturalmente disponíveis e os
imperativos da língua.
As características da escrita nos aspectos da sintaxe e do léxico diferem da
oralidade. Há aspectos na oralidade que não podemos expressar na escrita, tais como: gestos,
tom de voz que insinue ironia, entre outros. E quanto mais desfavorecido é o ambiente no qual
o sujeito vive maior é a distância entre o modo de falar e o de escrever. Além disso, a oralidade
é menos elaborada que a escrita. Fayol (2014, p. 13) comenta que a função dos fonemas é
distintiva e exemplifica com os vocábulos: culto (/kultu/), curto (/kurtu/) e custo (/kustu/), as
unidades que diferem os vocábulos são /l/, /r/ e /s/ respectivamente, mesmo que na pronúncia
haja alguma modificação o significado permanece o mesmo. No segundo exemplo o /r/ poderá
ser vibrante simples, aspirado ou retroflexo e no terceiro exemplo tanto faz pronunciar o /s/
sibilante ou chiante.
Para Saussure (1916/1978 apud MORAIS 2005, p. 35) as palavras, ou signos
linguísticos remetem a conceitos ou seja, significados. Elas são materializadas na oralidade por
meio dos significantes que são compostos por uma sequência de sons que são pronunciados
para compor a palavra.
Morais e Leite (2005, p. 43) ressalta que o aprendiz precisa compreender as
unidades da linguagem tais como: palavra, sílaba, e sons menores que a sílaba, além de perceber
que, na oralidade, falamos as palavras juntas, enquanto na escrita as separamos por espaços em
branco. Morais 2004 (apud MORAIS 2005, p. 43) também fala que entre as várias descobertas,
o aluno observa que o CA de casa é igual ao CA de cavalo, pois /kaza/ e /kavalu/ começam com
som parecido. Antunes (2003, p. 45) ressalta o caráter interativo da escrita e compara-o a fala,
pois quem escreve, o faz para alguém ler e espera que este compreenda sua mensagem. Dessa
forma, as escolhas dos vocábulos usados na construção textual deverão compatíveis com o nível
do receptor da mensagem. Essa visão interacionista aborda as relações entre os sujeitos no
compartilhamento das ideias, dos objetivos e na natureza das informações socializadas. A
autora fala da necessidade de ter ideias para que se construa a informação com palavras. Daí a
importância de falar sobre um determinado tema e apresentar textos aos alunos para facilitar o
embasamento de ideias.
A escrita tem caráter sociocomunicativo, Antunes (2003, p. 48) lista algumas
funções tais como: avisar ou alertar alguém sobre uma situação de perigo, anunciar uma vaga
de emprego, explicar um itinerário, comentar uma foto postada em uma rede social, defender
34
um ponto de vista, descrever um objeto para venda, instruir uma equipe a executar uma a fazer
um procedimento padronizado, organizar itens em sessões de uma loja de departamento,
registrar o fluxo de caixa de um estabelecimento comercial, fazer literatura, registrar um imóvel
relatando a localização, medidas e o proprietário, direcionar a montagem de um
eletrodoméstico, deixar um lembrete, fazer uma listagem de tarefas a serem executadas entre
tantas outras funções de caráter sóciointerativo.
Diferentemente da fala, cuja interação depende da alternância de turno entre os
falantes no mesmo momento, Antunes (2003, p. 51) diz que na modalidade escrita a recepção
da mensagem é adiada, pois os interlocutores não estão juntos no mesmo tempo ou no mesmo
espaço. Podemos ler um texto bíblico escrito há muitos anos.
Tratando da organização da escrita, Fayol (2014, p. 24) estratifica em preparação
do conteúdo focando na destinação da mensagem e no objetivo dela, nas questões ortográficas
e de retórica do texto, na execução motora além da revisão que localiza falhas e lacunas.
As crianças associam o tamanho da palavra ao significado delas; assim um animal
grande deveria ter um nome grande; elas associam a palavra a um objeto, entretanto com a
prática de leitura, elas entendem que a palavra é um signo linguístico.
Fayol (2014, p. 37) ressalta a importância das intervenções dos adultos durante o
aprendizado da leitura. Na execução da leitura, o processamento das palavras ocorre mediante
a fixação ocular e quanto mais automático for esse processo, maior será o nível de compreensão.
As retomadas e os realces na pontuação podem fazer o tempo de leitura variar, segundo Fayol
(2014, p. 18-9). O autor ressalta a facilidade das crianças em aprender o som das letras que
incluem o nome delas tais como: (b, d, g, j, k, p, q, t, v, z) e (f, m, n, l, r, s); O autor ainda lembra
que as letras (p, b, q, d) dificultam a identificação pela semelhança gráfica, há mais um quesito
que facilita a decifração na leitura e na escrita; são as regularidades grafotáticas presentes nos
vocábulos utilizados com mais frequência. De acordo com Fayol (2014, p. 70).
Morais e Leite (2005, p. 92-3) sugere a aplicação de atividades de reflexão
fonológica para que os alunos superem as dificuldades ortográficas com os pares mínimos (p/b,
t/d, f/v), compreendam as correspondências grafofônicas, identifiquem os fonemas nos
vocábulos e percebam que a escrita tem propriedades do significante. Resumindo a atividade
mencionada, temos a palavra boneca apresentada aos alunos e em seguida a professora
apresentou as sílabas que a compõem e pediu que eles formassem novas palavras: boné e boca.
Pode-se apresentar uma gravura e as letras que compõem o nome dela separadas para que os
alunos organizem a sequência correta.
35
Quanto aos níveis de aquisição da escrita, Ferreiro e Teberosky 1986 apud
SOARES 2017, p. 65-6) apresentam cinco níveis. No primeiro, há presença de garatujas na
tentativa da escrita cursiva, presença de linhas retas e curvas na presença de letra de imprensa.
Suas características básicas são linearidade e arbitrariedade. No segundo nível, o pré-silábico,
as letras são escritas sem correspondência com o som que as representam, não há repetição de
letras e os vocábulos possuem um número mínimo de três letras. Ao chegar no terceiro nível, o
silábico, o educando utiliza uma letra para representar cada sílaba e ainda não domina a relação
entre o valor sonoro e a representação gráfica. No quarto nível, ao chegar na hipótese silábico-
alfabética, o aprendiz reconhece os fonemas que são as unidades menores da sílaba. Já no
quinto nível, o alfabético, o aprendiz reconhece o valor sonoro das letras e sua composição na
sílaba. Essa associação grafofônica permite a escrita correta dos vocábulos.
Ferreiro e Teberosky (1999 apud SOARES, 2017, p. 255-6) tratam da descoberta
da escrita pelo educando assim: ao descobrir a representação gráfica dos sons, o aprendiz ainda
não é capaz de dominar toda a complexidade da escrita, pois esta não é apenas a
correspondência gráfico-sonora, ela traz consigo características com seus significados
específicos, regras próprias e de transcrição sonora. Almeida e Zavam (2004, p. 242) explicam
as especificidades dessas duas modalidades de realização da língua:
Fala e escrita são duas formas de realização da língua com características próprias,
embora não suficientemente opostas para constituir uma dicotomia, como se pensou
até bem pouco tempo. O desconhecimento de que a escrita não é mera transcrição da
fala e de que há graus de formalidade tanto no discurso oral quanto no discurso escrito
(há textos escritos informais e textos orais formais) gera grande dificuldade para o
aluno que usa o vernáculo, por exemplo.
A escola precisa preparar os educandos para compreender o que leem e expressar o
que pensam através da escrita. Eles devem ser capazes de dominar os propósitos da língua tais
como: contestar, argumentar, persuadir, reclamar, solicitar, exigir, informar, narrar e descrever.
Vieira (2005, p. 28-9) menciona as três funções básicas da escrita: finalidade expressiva,
estética e prática. Britton (1970 apud VIEIRA 2005, p. 33-42) fala das vozes presentes na
escrita da criança, tais como: voz expressiva, que expressa sua própria consciência; voz
transacional, cujas funções são persuadir, dar instruções, advertir e descrever. Além da voz
poética caracterizada por expressar a estética do texto e promover entretenimento. Essa
evolução ocorre quando o aprendiz compreende como deve
organizar as informações no texto para que o leitor as compreenda.
Vieira (2005, p. 47) lembra que as competências comunicativas de falar, ouvir, ler
e escrever devem ter situações significativas de forma a promover assim as possibilidades de
36
uso da língua. Logo, as situações que envolvem a escrita na escola precisam ter situação,
público e finalidade adequada para cada destinatário. As crianças podem trocar mensagens entre
si, enviar uma carta a um parente que mora em outra cidade, entre outras situações que podem
ser descobertas com o contato entre o professor e os alunos. Isso pode criar um envolvimento
maior durante a produção textual.
2.4 Leitura
Quanto ao processo de aprendizagem Araújo (2011, p. 53) menciona:
Quando avaliamos os distúrbios que podem determinar dificuldades com o processo
de leitura, identificamos duas classes, sensório-motor, aqueles relacionados a déficits
auditivos, visuais e/ou motores, e o fonológico. De modo simplificado, todo processo
de aprendizagem envolve a atenção, a percepção, as funções simbólicas como a
linguagem e praxias, os processos de raciocínio, memorização e as funções
executivas.
Logo, a estimulação da consciência fonológica traz resultados para o ensino da
leitura. No processo de análise fonológica do vocábulo, Araújo (2011, p. 55) menciona que há
uma segmentação da palavra em unidades menores, transformando o grafema em fonema. A
região occipital visualiza a palavra inteira: (BOLA), em seguida as quatro letras são processadas
na região temporoparietal, fazendo a correlação sonora: be + o + ele + a.
O professor das séries iniciais tem o desafio de ensinar o educando a escutar.
Barbosa (2004, p. 25) fala da necessidade de chamar a atenção das crianças para a devida
associação letra x som, fazê-las entender como se dá a segmentação das palavras, conduzi-las
a observar que podemos formar novas palavras mediante a combinação de sons, fazê-las
compreender que algumas partes das palavras possuem o mesmo som e entender que a oralidade
tem aspectos diferentes da escrita.
Dehaene (2012, p. 215) menciona que temos a capacidade de analisar os sons da
oralidade e organizá-los hierarquicamente na sequência: fonemas, palavras e frases. A região
temporal superior esquerda do cérebro analisa os sons, enquanto o sulco temporal superior
esquerdo faz essa organização. Um bebê consegue extrair as regras fonotáticas da língua
materna ao observar as regularidades e as transições sonoras. Dehaene (2012, p. 216) diz que o
momento de plasticidade cerebral é intenso entre cinco e seis anos de idade; esse momento deve
ser aproveitado com estímulos para o sistema visual ventral, a aprendizagem de letras e palavras
ocorre mais facilmente.
37
A didática do educador deve ser bem embasada e a elaboração das aulas precisa ter
uma sequência de atividades que tragam desafios ao educando. Convém utilizar recursos
atrativos, sugerimos a utilização de jogos, pois além de trabalhar o conteúdo é possível
socializar os aprendizes com questões como a vitória e a derrota, o respeito ao adversário, e
diferenciar a hora de falar e de ouvir. O ensino da leitura deve alfabetizar com letramento, por
isso sugerimos o uso de gêneros textuais na sala de aula. Eles permitem o aprendizado da leitura
e a vivência de situações nas quais precisamos no cotidiano.
Dentre os gêneros e suportes que tratam das práticas sociais mencionados por
Barbosa (2004, p. 27-43), listaremos alguns: os gêneros/ suporte (lista de brinquedos, horários
de atividades escolares, índices de livros e menus) a fim de orientá-los a localizar as
informações nos textos. Enquanto os gêneros/ suporte informativos (avisos, propagandas,
convites, anúncios, notícias e entrevistas) podem ser apresentados com as devidas situações de
uso. Já os gêneros/ suporte (lendas, canções, adivinhações, contos) podem estimular a
criatividade no aprendiz. Existem os gêneros/ suporte expositivo (livros escolares, esquemas de
exposição oral, biografias entre outros), estes podem ser utilizados para obter informações mais
precisas acerca de um assunto. E por fim, os gêneros/ suporte prescritivo (receitas culinárias,
normas de jogos, instruções para realização de trabalhos manuais, etc) permitem estabelecer
regras de comportamento para a manutenção da disciplina e da organização.
O uso dos gêneros textuais é imprescindível para a prática do letramento, no entanto
deve-se lembrar que o educando precisa estar familiarizado com o código alfabético para fazer
a decodificação, condição básica para o avanço no processo de leitura. A etapa fonológica, que
engloba a pronúncia de letras e conversão grafofônica é imprescindível para a compreensão do
texto.
Cagliari (2007, p. 149) faz a seguinte definição de leitura: “Ler é uma atividade
extremamente complexa e envolve problemas não só semânticos, culturais, ideológicos,
filosóficos, mas até fonéticos”. Sabiamente, o autor ainda diz: “Tudo o que se ensina na escola
está diretamente ligado à leitura e depende dela para se manter e se desenvolver”. Quando o
ensino da leitura está consolidado, o educando adquire autonomia para aprofundar os
conhecimentos em determinado tema e aprender quaisquer assuntos. A leitura é considerada
uma atividade individual, ela será simples ou complexa dependendo das informações anteriores
que o leitor tenha.
Durante o aprendizado da leitura, o cérebro ativa as funções de memória no
hipocampo por semanas ou meses; quando ocorre a consolidação, são enviadas ao neocórtex
temporal. Araújo (2011, p. 48-9) comenta que, no decorrer desse processo, há modificações nas
38
conexões neurais e intensa plasticidade cerebral. Os fatores ambientais influenciam no
desenvolvimento cerebral, portanto, é preciso estimular o indivíduo para que haja aprendizado.
Não podemos achar que o aprendiz descobrirá os mecanismos de decodificação sozinho e
apenas observando textos. A leitura traz encanto a quem se entrega. Geraldi (2013, p. 25-6)
ressalta que professores leitores podem estimular seus alunos na descoberta do gosto pela
leitura. A leitura em voz alta e com a correta entonação de voz, alcança o engajamento e a
compreensão do leitor. O autor destaca que as leituras-escutas não estão ausentes da reflexão
crítica da escola. Além disso, é essencial a mediação do professor no processo de discussão
sobre as ideias explicitas e implícitas contidas no texto. Ao ler um texto com engajamento, o
professor abre caminho para a imaginação do ouvinte que adentra na história e nela se envolve.
Apesar da tecnologia em nossa volta, a leitura de um bom livro ainda traz encantamento, fruição
e conhecimento.
Ao ressaltar a leitura como atividade produtiva, Geraldi (2013, p. 33) comenta: “A
produtividade da leitura está precisamente no processo desta produção e esgota-se nele próprio
sem se fazer produto vendável como mercadoria”. Logo, o ato de ler com atenção dá ao leitor
uma bagagem de conhecimentos que facilitarão a compreensão de novas leituras. É o equilíbrio
entre as informações dadas e novas que faz a leitura envolver o leitor.
Quando trabalha os sons da fala, a escola está abordando noções de fonética; ao
observar o valor de um som no sistema da língua, ela contempla a fonologia. Para Cagliari
(2007, p. 87), essa abordagem é importante para ensinar como a língua portuguesa funciona. O
autor comenta ainda que os sons que distinguem palavras são fonemas. O fonema [ei] de dei
tem [ei] como alofone. Esse mesmo fonema pode apresentar-se como variante em [kadeɾa] e
[kadeiɾa]. Ao conhecer a fonologia, um professor que está alfabetizando pode ensinar o
funcionamento do sistema de escrita. Cagliari (2007, p. 93), apresenta o exemplo: “Um aluno
que escreve extensão usa o s porque essa letra no sistema de escrita está em variação livre com
x na posição entre vogal e consoante, porém a forma ortográfica representa essa palavra com x,
extensão, como representa com s a palavra estender”.
Silva (2003, p. 54-60), lista alguns modelos de leitura, dentre os quais o modelo de
leitura na ótica de Chall (1979). No primeiro estágio, o aprendiz nota que é possível segmentar
as palavras e que vocábulos podem compartilhar os mesmos sons. No segundo estágio, existe
a percepção de que as letras podem ser convertidas em componentes sonoros. Inicia-se a
decodificação e a formação do vocabulário particular. À medida que a decodificação se agiliza,
o terceiro nível se consolida com o automatismo na descodificação, resultando na leitura como
instrumento para a aprendizagem.
39
O segundo modelo que comentaremos foi organizado por Frith (1985 apud SILVA
(2003, p.57-8) em três fases: iniciando pela fase logográfica, cujas palavras são reconhecidas
visualmente sem a percepção das regras grafofônicas. O aprendiz constrói uma espécie de
vocabulário visual. Depois ocorre o uso da recodificação fonológica, com as devidas relações
entre letras e sons. Na última fase, Silva (2003, p. 58) cita Frith, (1985); Harris et al. (1986).
Segundo a autora, neste modelo o leitor vai tornando-se fluente, sendo capaz de reconhecer
diversas palavras visualmente sem necessidade de recorrer a conversão da grafia aos fonemas.
Kato (1997, p. 55) lista a decodificação, compreensão e atenção como itens
importantes na composição da automaticidade da leitura. Num primeiro momento a
decodificação segue como alicerce, o aprendiz pode decodificar palavras e pseudopalavras.
Quando alcançada a automatização, a fluência na leitura traz agilidade e facilita a formação de
blocos que vão se processando na memória de curto tempo. Com a atenção contínua ocorre a
aprendizagem. Rumelhart, 1977; Stanovich, 1980 (apud KATO, 1997, p. 54) apontam que as
expectativas em torno do que será escrito, as formulações do que pode conter o texto, predições
e as confirmações contribuem para a formação das inferências no texto.
Quanto a estocagem de informações, Rocha (1996, p. 14-5) comenta que a retenção
de informações na memória de curto termo limita-se a sete unidades. No entanto, a memória de
longo termo não tem limitação. As informações obtidas com organização sistemática e
repetição são facilmente retidas na memória de longo termo. Underwood (1969 apud ROCHA,
1996, p. 17-8) lista pistas que ajudam a recuperar palavras armazenadas na memória. Assim:
Temporal: Recordação de algo que ocorreu. Espacial: Lembrar onde os objetos estão
em relação uns aos outros. Frequência: Lembrar a frequência de ocorrência de um
evento. Modalidade: Lembrar um evento por ele tiver causado uma forte impressão
visual, auditiva, táctil. Acústica: Lembrar uma palavra tendo como base o seu som
[...] Visual: Lembrar uma imagem mental associada a uma informação [...] Afetiva:
Lembrar uma informação devido a uma emoção a ela associada. Contextual: Lembrar
informação devido ao contexto geral em que apareceu. Verbal: Lembrar informação
devido a uma palavra associada a ela. (grifo nosso).
Decifrar e decodificar são tarefas sempre presentes durante o processo da leitura.
Cagliari (2007, p. 150) afirma:
A leitura é, pois, uma decifração e uma decodificação. O leitor deverá em primeiro
lugar decifrar a escrita, depois entender a linguagem encontrada, em seguida
decodificar todas as implicações que o texto tem e, finalmente, refletir sobre isso e
formar o próprio conhecimento e opinião a respeito do que leu. A leitura sem
decifração não funciona adequadamente, assim como sem a decodificação e demais
componentes referentes à interpretação, se torna estéril e sem grande interesse.
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Além disso, a leitura traz consigo um resgate dos conhecimentos já adquiridos pelo
aluno. Essa interação entre o já conhecido e o novo aprendizado e o teor das informações
contidas no texto podem torná-lo mais atrativo e favorecer as discussões em torno do tema
contribuindo, assim, na consolidação do aprendizado.
Existe uma discussão em torno dos significados de alfabetização e letramento. O
conceito de alfabetizado se resumia na capacidade de o indivíduo assinar o nome e dominar o
código alfabético. Quando o voto era feito em cédula, cabos eleitorais mobilizavam-se para
orientar o eleitor a identificar o nome e/ou número do candidato e assinar o nome próprio. Hoje
o conceito de alfabetização expandiu-se. Não basta ser alfabetizado(a), é preciso ser letrado(a).
Kleiman e Moraes (1999, p. 90) distinguem os dois conceitos: estar alfabetizado é saber assinar
o nome completo e reconhecer o código alfabético. No entanto, isso não garante um emprego.
Numa visão mais ampla, estar plenamente letrado significa saber usar a escrita para fins sociais,
saber compreender e escrever cartas, bilhetes, formulários. Expressar-se adequadamente em
debates, reconhecer e reivindicar seus direitos como cidadão e consumidor, compreender o
sentido e as intenções de uma notícia, compreender uma orientação dada por um profissional
da saúde entre outras situações que compreendem oralidade, leitura e escrita.
Kleiman e Moraes (1999, p. 91) ressaltam que “a leitura é uma das maneiras que a
escola tem de contribuir para a diminuição da injustiça social desde que ela forneça a todos as
oportunidades para o acesso aos saber acumulado pela sociedade”.
Quando a escola forma bons leitores, estes adquirem a capacidade de aprender a
aprender. É comum encontrarmos alunos que dominam as operações matemática e apresentam
dificuldade para solucionar problemas. A questão está na dificuldade em interpretar o problema.
O mesmo ocorre com outras disciplinas que exigem interpretação e perspicácia do leitor para
encontrar as inferências e informações explícitas e implícitas.
Fayol (2014, p. 15-6) cita que o processo de compreensão na leitura depende
inicialmente da decodificação dos vocábulos nos aspectos da pronúncia, da ortografia e do
sentido. Em seguida vem a velocidade utilizada para essa identificação e releitura,
diferentemente da oralidade onde muito do que é dito passa pelo sentido do ouvinte. A
frequência de uso das palavras, a leitura de palavras semelhantes permite maior rapidez na
leitura. Mesmo em leitores experientes é comum observarmos mais cautela durante a leitura de
um vocábulo que não é familiar e/ou que não é compatível com as regularidades da língua. O
autor lembra que durante a leitura, primeiro há necessidade de decifração das palavras e
observação das suas formas fonológicas, pois, quando um texto requer mais esforço para a
41
decodificação a compreensão fica comprometida e é preciso retomar a leitura alterando a
velocidade.
Fayol (2014, p. 18) conceitua assim a compreensão: “Compreender um texto
consiste em estabelecer uma representação coerente (= que não comporte contradição) e
integrada (=que leve em conta todas as informações) da situação descrita ou dos eventos
relatados ou dos argumentos apresentados”.
Os educadores precisam utilizar atividades que direcionem o educando para a
construção das habilidades leitoras. Eles precisam direcionar o leitor a dominá-las. Os gêneros
e suportes textuais são um excelente recurso para alcançar esse objetivo. Barbosa (2004, p. 22)
sugere a aplicação de tarefas que façam o educando formular esquemas mentais sobre o assunto.
Um desses recursos é a predição, pois permite que o leitor faça a ligação entre os conhecimentos
prévios e os novos que serão fornecidos ao longo da leitura. Barbosa (1993, p. 6) comenta que
o grau de dificuldade entre a transferência do meio sonoro para o visual depende da relação
entre as regras fonológicas e ortográficas. A compreensão desse processo pelo aprendiz
depende do entendimento dessas regras pelo alfabetizador e da intervenção adequada.
2.5 Consciência Fonológica e Grafofônica
Iniciaremos o estudo da consciência fonológica ou metafonológica pela definição
de Signorini, (1998 apud LAMPRECHT et al. 2004, p. 179). “conhecimento de um sujeito
sobre seus próprios processos e produtos cognitivos. Ela permite fazer da língua um objeto de
pensamento, possibilitando a reflexão sobre os sons da fala, o julgamento e a manipulação da
estrutura sonora das palavras”.
A necessidade de alfabetizar com eficiência tem motivado diversos autores a buscar
o entendimento dos processos de aquisição da leitura. Soares (2017, p. 170) ressalta que há
diferentes níveis de consciência fonológica, tais como: consciência de rimas e aliterações até
chegar a compreensão do que é sílaba, percepção da sílaba até chegar a compreensão dos
segmentos fonêmicos da fala. Essa percepção da combinação dos sons, permite ao aprendiz
observar as combinações de sons na sua língua, tais combinações, dependem da manipulação
dos sons, como apagar, adicionar ou substituir, a exemplo da substituição da primeira letra do
vocábulo bala por m, resultando em mala.
Lamprecht et al., (2004, p. 180-181) expõem atividades com síntese silábica: ca-
sa. Que palavra é? (casa) e com segmentação silábica: agora você irá separar cabelo – (ca-be-
lo). As autoras mencionam também a importância de trabalhar atividades com identificação da
42
sílaba inicial: Qual dessas palavras começa como pato? Camelo – papai – pacote. Depois de
trabalhada a identificação da sílaba inicial, pode-se pedir ao aluno que faça a produção de
palavras com a mesma sílaba inicial ou pode-se fornecer outras para a formação de vocábulos.
É interessante trabalhar com a exclusão de sílaba, deve-se determinar se é a sílaba inicial, a
central ou a final.
Em seguida, pode-se aumentar a complexidade da tarefa, solicitando que o aprendiz
faça a transposição de uma sílaba, escrevendo a palavra de trás pra frente, e solicitando a sua
organização. Portanto, as atividades que contribuem para a formação da consciência em nível
silábico são: síntese, segmentação, identificação, produção, exclusão e transposição. Assim,
Alves (2012, p. 32-6) diz que a consciência fonológica reúne várias habilidades que são
reveladas durante a maturação da criança e exemplifica as habilidades de consciência
fonológica em nível intrassilábico, como apontar aliterações a partir do vocábulo prato
resultando em preto e apontar sílabas que rimam: boné – café. Vale salientar uma distinção
entre rima silábica e rima da palavra. De acordo com Lamprecht et al., (2004, p. 218), a sílaba
é formada por um onset, como em prato, além de uma rima. Esta pode ser composta por núcleo
que é o ponto alto da sílaba, na língua portuguesa essa posição é ocupada pelas vogais. Há
também a coda, que é considerada o declive da sílaba, ou seja, o final da sílaba como em mar –
bar. As letras que ocupam a posição de coda são /S/, /L/, /R/ e /N/. Já a rima da palavra, inicia
na vogal ou ditongo tônico e vai até o último fonema, a exemplo de boneca e peteca.
Ilustração 1 – Estrutura hierarquizada da sílaba do português brasileiro elaborada por Bisol
(1999).
Fonte: Consciência fonológica: atividade envolvendo oralidade e escrita. (Ilha e Lara In
Gonçalves 2011, p. 219). Estudos em aquisição fonológica v.4.
Desta forma, no nível intrassilábico, as tarefas de identificação de rima e produção
de palavras com rimas ou com som inicial trazem bons resultados de acordo com Rueda (1995
apud Lamprecht et al, 2004, p.182). Segundo Soares (2017, p. 186), os elementos intrassilábicos
são detectados mais rápido que a sílaba, há uma preferência pela segmentação intrassilábica:
ataque, onset e rima que pela segmentação silábica. O que está em questão é a capacidade de o
43
educando manipular grupos de sons dentro da sílaba. Freitas, Alves e Costa (2007, p.11)
exemplificam a situação na qual o aprendiz substitui o grupo consonântico [pɾ] por p, na sílaba
pra da palavra prato, para criar uma nova palavra (pato), nesta situação, ela está exercitando a
sua consciência intrassilábica.
Quanto a consciência ao nível dos fonemas, o aprendiz a adquire quando é capaz
de segmentar os diversos sons de um vocábulo, juntar sons separados para formar uma palavra,
excluir sons de uma palavra para formar outra e identificar palavras que terminam com o mesmo
som. Esta última habilidade é mais complexa que a consciência de sílabas, pois é mais difícil
identificar um único segmento, conforme Lamprecht et al. (2012, p.39). Há exercícios descritos
em Lamprecht et al. (2004, p.182) que estimulam essa consciência, eles assemelham-se aos
comandos usados no estímulo da consciência de sílabas. Tais como: síntese, neste exercício o
professor diz cada som e pede que o aprendiz fale e/ou escreva o vocábulo: o-v-o (ovo);
segmentação, pede-se ao aluno a pronúncia dos sons da palavra: chá ([∫] – [a]). Durante a
identificação, pode-se apresentar três vocábulos e pedir ao aprendiz que identifique qual deles
termina com o mesmo som de lápis e expõe-se (quadro, férias, feira). A produção pode ser
trabalhada com uma letra fornecida, pode ser /b/, escreva uma palavra que inicie com /b/. Já a
exclusão de um som, possibilitará a criança ver a nova palavra, tirando o som [∫] de chama fica
(ama). Também pode ser feita a transposição, mencionando a palavra ao contrário para o
aprendiz ordená-la, assim: Roma – amor.
Dehaene (2012, p. 220) afirma que os exercícios com manipulação de sons
melhoram a consciência fonêmica e os escores em leitura, sendo ponto de partida para a
aquisição da leitura. Ao descobrir os fonemas o aprendizado dos grafemas acontece. O autor
menciona que estudos revelaram o aumento do sulco temporal superior e do córtex pré-frontal
inferior, a área de broca, no decorrer da formação da consciência fonêmica.
Como afirmam Lamprecht et al., (2004, p. 183) a consciência fonológica abrange a
consciência silábica, intrassilábica e consciência fonêmica. Os benefícios alcançados segundo
Soares (2017, p.173), são: atenção para o estrato fônico da fala, possibilidade de segmentar a
fala, além do uso da escrita alfabética representativa da fala.
As crianças apropriam-se do princípio alfabético quando dissociam o significante
do significado. Quanto aos resultados, algumas pesquisas desenvolvidas por Morais, 2004;
Granja; Morais, 2004; Leite, 2005 apud MORAIS (2005, p.82) apontam que “o desempenho
de habilidades de reflexão fonológica não é condição suficiente para que um aprendiz domine
a escrita alfabética mas é uma condição necessária”.
44
Essa complexidade na compreensão dos fonemas ocorre porque os fonemas não são
produzidos isoladamente, durante a fala o foco é direcionado ao conteúdo semântico dos
vocábulos e não à sua estrutura fonológica. Logo, durante a fala, os fonemas são percebidos
implicitamente mas não explicitamente reconhecidos como explica Soares (2017, p. 199). Daí
a importância da prática da escrita, esta suscita a consciência fonêmica, pois leva o
alfabetizando a focar nos sons da fala em nível de fonema. Essa relação entre consciência
fonêmica e alfabetização possui influência mútua. Há uma reciprocidade entre o aprendizado
da escrita e a formação da consciência fonêmica. Soares (2017, p. 207) resume:
Os fonemas são, como segmentos abstratos da estrutura fonológica da língua, não
pronunciáveis e não audíveis isoladamente é sua representação por letras ou grafemas,
tornando visíveis palavras sonoras, que suscita a sensibilidade fonêmica, a qual, leva
à compreensão das relações entre fonemas e grafemas.
As habilidades da consciência fonológica podem ser consideradas metalinguísticas.
Carvalho (2003, p. 41) esquematiza o desenvolvimento da consciência fonológica em três
níveis: o inconsciente (ausência de conhecimento), a pré-consciência (o aprendiz sabe porém
não consegue se expressar) e a consciência plena, que corresponde ao conhecimento explícito.
No primeiro nível, desconhece o assunto e não percebe as unidades fonológicas, no
segundo nível, ele é capaz de identificá-las, já no terceiro nível, o sujeito é capaz de refletir
sobre a linguagem, a chamada metalinguagem. Carvalho (2003, p. 23) defende que o
desenvolvimento da consciência fonológica contribui para a compreensão dos sistemas
alfabéticos de escrita, ele comenta também que a consciência fonêmica tem sido aceita para o
tratamento de problemas de leitura.
2.6 Método fônico
De acordo com Barbosa (2013, p. 53-4), o caminho para aprender a ler com o
método sintético também denominado de método alfabético por volta de 2000 anos, portanto é
o mais antigo. Com este método, o ensino se inicia gradativamente do mais simples para o mais
complexo. A sequência de aprendizado das letras, das sílabas, das palavras, das frases e dos
textos deve avançar a medida que as dificuldades da fase precedente sejam superadas.
Esse método foi aplicado na Idade Média. Posteriormente, no século XIX, por volta
de 1828, M. de Laffore aperfeiçoa este modelo de ensino dando mais ênfase para o som do que
para o nome da letra. Ele estabeleceu regras e exceções de correspondência som-grafia.
45
Segundo Laffore, o domínio dessas etapas agilizam o ritmo da oralidade, conforme relata
Barbosa (2013, p. 56).
Quando o aprendiz consolida as etapas de conhecimento das unidades que
compõem o vocábulo, a leitura flui facilmente, e quanto mais rápida a decodificação, melhor
será a compreensão.
Jolibert e Sraiki (2008, p. 253) estabelecem uma sequência de didática para a
consolidação da leitura, inicialmente é preciso instalar no aprendiz a consciência da sílaba oral,
em seguida orientá-lo a decompor a sílaba e analisar sua estrutura sonora com o intuito de fazê-
lo identificar unidades sonoras menores que a sílaba, não confundir as letras e dominar a
correspondência entre grafemas e fonemas. De acordo com as autoras, essas ações auxiliam o
educando a ler melhor. A estratégia fonética facilita a aprendizagem quando as associações
grafofônicas são aplicadas. Assim afirma Carvalho (2003, p. 40):
O domínio da estratégia fonética alfabética é de suma importância para a
aprendizagem da língua escrita com ortografia alfabética, como no caso do português
escrito no Brasil, pois a criança terá aprendido que cada fonema de sua língua se
relaciona a um grafema correspondente.
Carvalho (2003, p. 71) acrescenta a importância da compreensão dos sons e da sua
representação na escrita: “Condição inicial para a apreensão do sistema de escrita alfabético,
principalmente nos sistemas “transparentes”, a criança terá que tomar consciência da estrutura
fonêmica da fala (consciência fonêmica)”.
A criança tem um reconhecimento das formas e da linguagem. Num primeiro
momento ela fotografa palavras, engana-se com modificações simples na posição de letras e no
seu formato, se cursiva, caixa alta, maiúscula ou minúscula. Na etapa fonológica ela decodifica
grafemas e na ortográfica o reconhecimento das palavras é mais veloz.
Dehaene (2012, p. 25) fala que o nosso sistema visual é capaz de ver
progressivamente os grafemas, as sílabas e os vocábulos, essa via é chamada de fonológica. Ela
é muito utilizada na decodificação de vocábulos novos. Já a que permite recorrer ao significado
das palavras é a via lexical. Para checar a leitura proficiente, é preciso que o leitor coordene as
duas vias de leitura como podemos observar na ilustração abaixo:
46
Ilustração 02 – Elementos do significado
Fonte: Os neurônios da leitura: como a ciência explica nossa capacidade de ler. (Dehaene,
2012, p. 54).
A ilustração demonstra que o significado é composto pelo léxico ortográfico, léxico
semântico e léxico fonológico. No primeiro o leitor decodifica as letras em seguida recorre a
memória para lembrar significado da palavra e depois pronuncia o vocábulo. Há outras rotas
representadas por setas no esquema, o caminho mais longo representado na figura é mais
empregado quando o vocábulo é irregular, a exemplo de táxi e boxe.
Kato (1995, p. 35) ressalta que “O conhecimento de restrições
fonotático/ortográficas leva-nos a dispensar a identificação de outras letras”. Tais restrições
referem-se as combinações possíveis das letras para a composição de sílabas. Dehaene (2012,
47
p. 13) defende o ensino da leitura pelo método fônico. O autor se apropria de argumentos
fundamentados em estudos da neurociência para sustentar sua argumentação, como escreve na
citação a seguir:
O método global não corresponde à maneira pela qual funcionam as redes neuronais
da leitura. Um bom momento para estimular novos objetos visuais como letras e
palavras é entre 5 e 6 anos de idade, onde tem-se o primeiro estágio o pictórico, da
forma e do nome das letras, depois de tratar a palavra em sua totalidade.
O autor ainda menciona que "O hábito de leitura auxilia a automatização da
decodificação de palavras, a mudança não ocorre apenas na agilidade das respostas às palavras".
DEHAENE (2012, p. 186). Ressalta que há mais neurônios especializados para a leitura no
hemisfério esquerdo. Ele comprova mediante estudos que a imagem cerebral apresenta
modificações nas áreas de linguagem no hemisfério esquerdo do cérebro. A exemplo do sulco
temporal superior e o córtex pré-frontal inferior, essas áreas estão associadas ao tratamento
fonológico. A atividade cerebral nessas áreas aumenta durante a aquisição da consciência
fonêmica. Ao ensinarmos a criança como ocorre o processo de decodificação fonológica,
observando a combinação das letras e dos seus significados proporciona-se a transformação do
cérebro e tornamos sua audição mais aguçada aos sons da fala.
Ao observar a imagem cerebral durante a leitura, Dehaene (2012, p. 185) constatou o
seguinte:
[...]o sistema visual do hemisfério esquerdo é melhor para a discriminação de
pequenas formas locais, enquanto o direito prefere as formas globais. Logo percebeu
que o hemisfério direito se ativa para a leitura global, ao voltar a atenção para as letras,
a área occípito-temporal ventral esquerda, que é considerada a área clássica da leitura,
se ativa.
Assim, o autor concluiu que a leitura pelo método global aciona um circuito
oposto ao da leitura atenta. Ressalta ainda que o método fônico oferece ferramentas para que o
aprendiz descubra novas palavras. Compara o desempenho entre estudantes que aprenderam a
ler pelo método global e pelo método fônico e atesta que nos primeiros o desempenho na leitura
de palavras novas e na compreensão textual é menor. Essa passagem de unidade visual para
unidade auditiva faz toda a diferença.
48
3 METODOLOGIA
Esta pesquisa é uma pesquisa-ação, que foi realizada com alunos do 3º e 4º ano
matriculados em uma escola pública de ensino integral da Rede Municipal de Juazeiro do Norte.
Felizmente conseguimos reunir todo o núcleo gestor para falarmos da relevância desta pesquisa.
A diretora da Instituição demonstrou ciência da seriedade deste trabalho ao assinar o termo de
compromisso institucional.
Depois disso, marcamos reunião com os pais e responsáveis pelos alunos das cinco
turmas, esclarecemos que avaliaríamos uma amostra de educandos e que faríamos uma triagem
para formar os três grupos. Apresentamos o projeto, falamos das etapas pelas quais os
participantes seguiriam e dos princípios éticos. Na oportunidade, a gestora da escola
demonstrou seu apoio à pesquisa e ajudou-nos a falar da importância da participação dos pais
na assinatura dos termos, no preenchimento do questionário e no incentivo aos educandos para
serem assíduos nas aulas de intervenção.
Apresentamos o termo de consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO A), o Termo
de Assentimento do Menor (ANEXO C) e a entrevista (APÊNDICE I).
Ressalta-se que o treino em consciência fonológica envolve a oralidade, a
percepção dos sons e a segmentação fonêmica. Portanto, os participantes fizeram o teste de
consciência fonológica, o CONFIAS e o teste de leitura da dissertação de Ferreira (2009). As
avaliações em questão foram aplicadas com 41 (quarenta e um) alunos de duas turmas do quarto
ano e de três turmas do terceiro ano; a faixa etária dos participantes abrange de 8 a 12 anos de
idade.
Inicialmente apresentamos o projeto de pesquisa aos representantes da Escola de
tempo integral. Depois de explicarmos sobre o perfil dos participantes, as etapas necessárias
para a garantia dos princípios éticos e de dirimir as dúvidas, formalizamos a autorização para
realização deste estudo através da assinatura do Termo de Autorização (ANEXO B).
Ressaltamos a colaboração do núcleo gestor na disponibilização de uma sala, no
compartilhamento das informações e na confiança na seriedade do nosso trabalho.
Dos 41 participantes, apenas vinte e um participaram da pesquisa, sendo assim:
quatorze alunos assistiram as aulas de mediação e os outros sete formaram o Grupo 1 utilizado
como grupo de controle. Este terceiro grupo permitiu fazer um comparativo da eficácia do
trabalho com os dois grupos experimentais. As avaliações que serviram de pré-teste foram
aplicadas no término das aulas de orientação como pós-teste.
49
Os participantes estavam em nível de leitor de palavras, ou seja, decodificavam
palavras, quando solicitávamos que eles lessem frases, quando o faziam levavam muito tempo
e não conseguiam inferir informações quando perguntávamos. O critério para a escolha dos
participantes foi a frequência escolar e dentre os 21 (vinte e um) escolhidos, a composição dos
três grupos ocorreu aleatoriamente. Foram escolhidos 07 (sete) para o grupo controle que não
participou da intervenção, 07 (sete) alunos que participaram das aulas de intervenção com o
método fônico e mais 07 (sete) para o grupo de intervenção com o método fônico e
correspondências grafofônicas. No final, todos foram avaliados com os mesmos testes para
verificação da eficácia das mediações com o método fônico, estímulo da consciência fonológica
e correspondências grafofônicas. O resultado de cada comparativo foi analisado para servir de
concordância ou refutação da hipótese de que técnicas lúdicas baseadas no método fônico têm
grande eficácia na melhoria da aquisição da leitura de alunos que se encontram em quadro de
dificuldade para descodificação.
Utilizamos na avaliação o teste de leitura aplicado na tese de Ferreira (2009, p. 216),
entretanto foram alterados alguns vocábulos do português europeu para o português brasileiro.
Inicialmente o aluno foi orientado a ler em som audível para que pudéssemos compreender a
pronúncia do vocábulo e anotar os tipos de erros na planilha. Aplicamos o teste de leitura
individualmente, com a leitura em voz alta e cronometragem do tempo. As omissões (o aluno
não pronuncia o vocábulo por completo), adições (o aluno acrescenta um fonema que não existe
no vocábulo), inversões (o aluno inverte os fonemas) e substituições (o aluno substitui um
fonema existente no vocábulo por outro). Esses erros ocorridos durante a leitura foram
registrados numa ficha para cada educando contendo uma tabela para registrar as ocorrências
mencionadas em cada vocábulo.
Já o teste CONFIAS, que avalia a síntese e a segmentação do vocábulo, a
identificação da sílaba inicial, a identificação de rima, a produção de palavra com sílaba dada,
a identificação de sílaba medial, a produção de rima, a exclusão de sílaba, a transposição
silábica, a identificação do fonema inicial e final no vocábulo, a exclusão de fonema, a síntese
e segmentação fonêmica nos vocábulos e a transposição dos fonemas para a construção de um
vocábulo. Este teste foi aplicado numa sala de aula, no laboratório de informática, na sala de
professores e na biblioteca escolar. A aplicação foi feita com várias crianças ao mesmo tempo.
A medida que nós fazíamos a leitura dos quesitos, os alunos registravam suas respostas numa
folha para avaliação individual. As alternativas não foram lidas para evitar que eles associassem
os sons com a nossa leitura, pois o propósito foi que o aluno fizesse essa associação mediante
50
a sua leitura. Tivemos que repetir a aplicação devido a ausência de alguns participantes. Tal
procedimento foi necessário tanto no pré-teste quanto no pós-teste.
Na sequência veio a correção e registro do resultado obtido na avaliação do
CONFIAS. Utilizamos uma planilha para anotar a quantidade de acertos e de erros além da nota
atribuída aos acertos. Em seguida, foram aplicadas atividades de desenvolvimento de
consciência fonológica com o grupo formado por sete alunos. E com o segundo grupo as
atividades tiveram um acréscimo de quesitos que trabalharam as relações grafofônicas.
As mediações ocorreram com exposição dos diversos sons das letras,
reconhecimento das letras para domínio do código alfabético, estudo sistemático das sílabas,
destaque das sílabas estudadas nas palavras apresentadas, leitura pausada e apontada, escrita de
palavras através de ditado, jogo da forca, adivinhação de palavra com auxílio de dica, jogo de
adedonha (brincadeira na qual as crianças escolhem um termo genérico como nome de frutas,
nome de cidades, nome de pessoas etc e escrevem palavras que começam com a letra sorteada).
Utilizamos também leitura de fichas, formação de palavras com acréscimo ou supressão de
letras ou de sílabas, reconhecimento de palavras e associação da representação gráfica a sua
imagem, montagem de frases com manuseio de palavras soltas, percepção dos sons
diversificados de uma mesma letra, incentivo à leitura para treinamento da descodificação de
palavras, e diversas outras práticas que auxiliem o aprendiz a compreender o processo da leitura.
Também incluímos nas aulas ações como: fazer manejo das sílabas e descobrir a
palavra formada, identificar palavras que rimam e palavras com o mesmo som inicial,
manipular o som nas palavras mediante substituição de alguma(s) letra(s), observar a aliteração
nos poemas, auto ditado, ditado com colagem, tirar uma sílaba e desenhar ou escrever o nome
que sobrou e produção de palavra com sílaba dada.
Durante as orientações, as crianças localizaram a letra inicial e final das palavras,
identificaram a sílaba inicial, medial e final nas unidades lexicais, fizeram contagem do número
de letras e de sílabas das palavras, desmembraram palavras, identificaram as palavras estudadas
em frases e em textos e produziram palavras com a presença de uma determinada sílaba.
Registramos a presença dos alunos em cada aula. Além disso, elaboramos propostas
de atividades e de jogos que desenvolvem a consciência fonológica utilizando técnicas do
método fônico, com diferentes abordagens para reconhecimento das letras e sons. As atividades
foram apresentadas na seção: procedimentos das intervenções. Após esta etapa, foram aplicados
os pós-testes a fim de verificar o desenvolvimento da habilidade de descodificação dos alunos
dos dois grupos experimentais.
51
Vale ressaltar que a exposição das sílabas foi executada de acordo com o grau de
complexidade, as que são pronunciadas com facilidade, como as iniciadas com as consoantes
regulares F-J-M-N-V-Z; depois as sílabas iniciadas com consoantes irregulares L-S-R-X, pois
apresentam sons variados dependendo da sua posição na unidade léxica. As consoantes que são
faladas isoladamente com maior dificuldade foram apresentadas em seguida, a exemplo de B-
C-D-T-G-Q. Após a compreensão, a letra H foi observada. Em seguida, apresentamos palavras
com as letras K-W-Y e só então, eles viram os dígrafos, CH-NH-LH-RR-SS-GU e QU. A
percepção dos sons das letras C-G-R-S-L-M-X foi introduzida com a ordem da sequência do
alfabeto.
Algumas das atividades propostas baseiam-se no livro Alfabetização fônica - livro
do aluno de Seabra e Capovilla (2012). Fizemos algumas alterações visando a aplicabilidade da
intervenção. Estas foram apresentadas aos educandos no quadro branco, nas atividades
impressas, em fichas e em jogos prontos e em outros que confeccionamos. e outros que dos
pelo professor. A sequência didática ocorreu com a apresentação sistemática das sílabas e de
palavras que continham as sílabas em estudo. Na sessão 3.4.7 dos procedimentos das
intervenções listamos todas as atividades aplicadas.
3.1. Contexto
A coleta de dados da pesquisa ocorreu em uma escola localizada na zona urbana,
cujo atendimento é em tempo integral. A Instituição de ensino pertence a rede municipal e
atende as turmas de 1º ao 5º ano. A escola tem 335 (trezentos e trinta e cinco) alunos
matriculados, distribuídos em doze turmas distribuídas da seguinte forma: três turmas de 1º ano,
duas turmas de 2º ano, três turmas de 3º ano, duas turmas de 4º ano e duas turmas de 5º ano;
um núcleo gestor composto por uma diretora, três coordenadoras e uma secretária, doze
docentes lotados como regente 1 ministrando as disciplinas língua portuguesa, matemática,
educação física e informática e oito docentes lotados como regente 2, ministrando as disciplinas
ciências, história, geografia, ensino religioso e artes; uma professora no apoio administrativo,
três professores na biblioteca, uma professora do AEE (Atendimento Educacional
Especializado) dentre eles uma professora é articuladora do Programa Novo Mais Educação,
uma mediadora que ministra reforço escolar em duas turmas com vinte alunos cada. As
disciplinas trabalhadas neste programa são língua portuguesa e matemática. Esta unidade
escolar conta ainda com a colaboração de onze monitores que dão assistência aos educandos do
intervalo até o término do horário de almoço; três cuidadoras e dezesseis funcionários que
52
auxiliam na administração, portaria, limpeza e cantina. Os alunos são beneficiados com três
refeições diárias.
Quanto ao Índice da Educação Básica (IDEB), a instituição de ensino apresentou
os seguintes índices nos últimos anos, conforme apresentado na Tabela 1.
Tabela 5 – Meta e valor alcançado pela escola no IDEB referente aos anos de 2009 a 2015.
Ano de referência 2009 2011 2013 2015
Meta projetada - 4.4 4.7 5.0
Valor alcançado 4.1 4.2 4.3 5.1
Fonte: http://ideb.inep.gov.br/resultado/ atualizado em 05/09/2016
Quanto a infraestrutura básica, possui prédio próprio com boa estrutura,
abastecimento de água e energia, dois bebedouros, saneamento básico. Possui dois pisos, dois
banheiros no andar superior e quatro banheiros no térreo. A segurança do prédio é feita por um
porteiro, dois vigias e por quatro homens da guarda municipal, nesta unidade de ensino existe
um posto da guarda municipal e uma viatura, esta sede funciona numa sala ao lado da direção,
eles atendem em outras comunidades e dão assistência na escola.
No que se refere aos espaços de aprendizagem e aos equipamentos, a escola possui:
treze salas de aula, sendo uma delas utilizada como sala de vídeo, atendimento de reforço
escolar além de atendimento ao Programa Novo Mais Educação, uma biblioteca, um
laboratório de informática, um pátio ao redor das salas, uma quadra esportiva coberta, sala de
professores, sala de secretaria, sala de diretoria, dois almoxarifados, cantina, refeitório, acesso
à internet e à banda larga, três computadores para uso administrativo e nove computadores para
uso dos alunos. Quanto a acessibilidade, a escola possui rampa de acesso ao primeiro andar e
quatro banheiros adaptados, sendo dois masculinos e dois femininos.
3.2. Caracterização da classe
O estudo foi realizado com uma amostra de alunos oriundos de três turmas de
terceiro ano e de duas turmas de quarto ano. Inicialmente, participaram 41 (quarenta e um)
alunos das séries supracitadas. Depois da triagem ficaram distribuídos da seguinte forma:
53
Tabela 6 - Distribuição de Participantes por turma
Turma Meninos Meninas
3º ano A 04 03
3º ano B 02 03
3º ano C 02 01
4º ano A 02 01
4º ano B 03 00
Fonte: Construção própria.
Ao final da pesquisa colaboraram 21 (vinte e um) alunos, sendo 13 (treze) meninos
e 08 (oito) meninas. A idade dos educandos varia de 8 a 12 anos.
Traçamos um perfil socioeconômico dos pais e/ou responsáveis pelos participantes
da pesquisa, mediante a coleta de informações nas entrevistas. Em todos os grupos, eles
estudaram na escola pública. Fizemos uma divisão entre os responsáveis de acordo com o grupo
do qual os alunos participaram.
No grupo C.F., 100% dos integrantes estudaram na pré-escola, apenas o aluno
A.C.P.S. repetiu o 1º ano. Ouvimos queixas dos pais quanto as dificuldades das crianças F.W.S.
(dificuldade na dicção), J.B.A.C. e S.G.B.A. (apresentam sintomas de déficit de atenção). No
tocante ao grau de instrução, apenas a mãe de J.B.A.C. está concluindo o nível superior. Os
demais variam entre o Ensino Fundamental incompleto e completo. Apenas a mãe de A.C.P.S.
concluiu o ensino médio.
As profissões dos pais das crianças são: mototaxista, pedreiro e vendedor
autônomo. A responsável pela aluna S.G.B.A. é agente comunitária e as mães dos participantes
trabalham como cozinheira, frentista, diarista, auxiliar de escritório, auxiliar de produção e uma
senhora é aposentada por invalidez. O aluno J.B.A.C. foi autorizado a participar da pesquisa
pela avó e M.D.G.D. e S.G.B.A. foram autorizados por uma tia. Os demais foram autorizados
pelo pai ou pela mãe.
Igualmente ao grupo C.F., todos os participantes do grupo C.F.C.G., estudaram na
pré-escola, os pais de M.M.R.O. disseram que a criança apresenta sintomas de déficit de
atenção. E L.M.G. tem dificuldade para identificar números. Em se tratando do grau de
instrução, apenas os pais de J.K.A.M. e K.S.R.C. concluíram o Ensino Fundamental. As mães
de A.L.A.S., K.S.R.C., M.L.A.M. E R.S.F. não concluíram o Ensino Fundamental. A mãe de
J.K.A.M. não concluiu o Ensino Médio, este nível de ensino só foi concluído pelas mães de
L.M.G. e M.M.R.O. Segundo a mãe do aluno R.S.F., tanto ela quanto o pai dele estudaram
pouco e não sabem ler, ela não sabe escrever nem o próprio nome. As profissões dos pais dos
alunos deste grupo são: servente, zelador, sapateiro, prensista de calçados, auxiliar de serviços
54
gerais, motorista e carroceiro. As mães dos alunos deste grupo se ocupam como empregada
doméstica, auxiliar de serviços gerais, cabeleireira, costureira, faxineira e dona de casa.
No grupo Controle apenas o menor G.H.B.S. não estudou na pré-escola, o aluno de
iniciais Y.S.A.L., repetiu o segundo ano. E dentre as limitações que interferem na
aprendizagem, os pais citaram miopia em E.L.K.S.D. e Y.S.A.L. faz uso de medicação para
amenizar os sintomas do TDAH. Quanto ao grau de instrução dos pais, apenas o pai de
Y.S.A.L. possui o Ensino Médio incompleto, os pais de D.L.S.P., E.L.K.S.D. e L.R.S. não
concluíram o Ensino Fundamental e os pais de A.M.A.B. e J.A.A.B. concluíram este nível de
ensino. Enquanto as mães de A.M.A.B., D.L.S.P. e L.R.S. concluíram o Ensino Fundamental,
já as mães de E.L.K.S.D. e J.A.A.B. não terminaram o Ensino Fundamental. Apenas a mãe de
Y.S.A.L. declarou cursar o Ensino Médio sem finalizá-lo. As profissões dos pais das crianças
deste grupo são: motorista, vendedor externo, sapateiro, vigilante, servente e técnico em
informática. E a profissão das mães deles são: auxiliar de serviços gerais, dona de casa,
empregada doméstica e diarista. O educando D.L.S.P. mora com a avó cuja profissão é
empregada doméstica.
3.3 Instrumentos para a coleta de dados
Utilizamos o teste de leitura intitulado “O homem das barbas”, extraído da tese de
Rui Ferreira, defendida em Lisboa, conforme páginas 55 a 57 e adaptado para o português
falado no Brasil. Além deste, utilizamos o teste de Consciência Fonológica – CONFIAS, cuja
descrição está mais detalhada na página 57.
3.3.1 Procedimentos para a coleta de dados
O corpus analisado consta das avaliações do nível de leitura dos alunos mediante o
texto da dissertação de Ferreira (2009) e do teste CONFIAS. Durante a aplicação do teste de
leitura, os alunos foram atendidos individualmente e na aplicação do CONFIAS, o atendimento
foi em grupo. Fizemos as devidas orientações quanto ao número de alternativas a serem
assinaladas, apenas uma em cada quesito e, durante a aplicação, fizemos a leitura dos itens
conforme instruções contidas no teste CONFIAS. Os exercícios resolvidos no decorrer da
intervenção foram importantes para demonstrar os processos pelos quais os alunos passaram
até acertar somados a isso, as avaliações utilizadas no início foram reaplicadas no término da
mediação.
Para a realização da mediação em sala de aula, os participantes da pesquisa foram
divididos em três grupos um controle e dois experimentais. Nos encontros com os grupos
55
experimentais, utilizamos cartazes, fichas, jogos, pincéis, apagador, quadro branco, data show,
livro didático e/ou material impresso e o software alfabetização fônica computadorizada.
3.3.2 Procedimentos de análise de dados
Os dados coletados nos pré-testes foram comparados com os obtidos nos pós-testes.
Utilizamos também os exercícios aplicados, os relatos das mediações, as observações
consideradas interessantes para registro. Além disso, a frequência do aluno nas mediações foi
levada em consideração. Essas anotações foram registradas em planilhas e/ou gráficos de
evolução da aprendizagem do nível da leitura. O questionário respondido pelo responsável
também foi observado para entendimento do acompanhamento e incentivo que a família oferece
ao educando.
3.3.3 Diagnóstico
O primeiro critério para a escolha dos participantes da pesquisa foi a avaliação de
leitura e escrita aplicada pelos professores da rede municipal de Juazeiro do Norte. Procuramos
atender os leitores de palavras.
O segundo critério foi a observação da frequência escolar dos alunos. Conseguimos
o apoio dos pais e responsáveis e partimos para as etapas de sensibilização dos educandos e
aplicação dos pré-testes de leitura e do nível de consciência fonológica, o CONFIAS, conforme
descrição a seguir.
56
3.3.4 Pré-teste de leitura espontânea (com tempo cronometrado)
Avaliação da Fluência de Leitura – Texto da Tese de Rui Ferreira⁵ (com adaptações para
o português brasileiro)
Escola: __________________________________________________________________
Aluno: __________________________________________________________________
1. Assinalar erros de precisão com as letras S, O, I ou A;
2. Assinalar com a marca / os erros de pausa e entoação, por baixo de cada sinal de pontuação
ou sempre que uma palavra não for lida.
3. Cronometrar a prova.
O HOMEM DAS BARBAS
Aquele homem nunca tinha cortado as barbas. Elas cresceram até o peito, até a barriga,
até os pés, até arrastarem pelo chão. Quando se esquecia de pôr o cinto, atava-as na cintura,
para não lhe caírem as calças. Quando queria varrer a casa não precisava de outra vassoura,
usava as barbas. Quando precisava secar a roupa, estendia as barbas entre duas estacas, no
quintal, e nelas pendurava as camisas, as cuecas e os lençóis. Quando a neta vinha visitá-lo, era
certo e sabido, que pedia logo:
- Avozinho, deixa-me saltar corda com as suas barbas?
Se levava o cão pra passear que trela julgam que usava? As barbas, estas mesmo! Na
praia toda gente o conhecia. Era o mais famoso salva-vidas. Se havia alguém em perigo atirava
logo a boia amarrada nas barbas.
E no inverno, o que fazia? Trabalhava como limpa-chaminés. Enfiava as barbas pela
chaminé abaixo, vasculhava, vasculhava …
O pior foi certo dia, que estando um fogão aceso, as barbas começaram a arder.
Correu para o mar, para as pôr de molho. Sabem o que aconteceu? Vieram presos nas barbas
como numa rede, vinte caranguejos, trinta sardinhas e um tubarão.
Luísa Ducla Soares
________________________
⁵ FERREIRA, Rui. Avaliação da fluência na leitura em crianças com e sem necessidades educativas especiais:
validação de uma prova de fluência na leitura para o 2º ano do 1º C.E.B. 2009. 261 f. Dissertação (Mestrado em
educação especial) – Faculdade de Motricidade Humana, Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, 2009.
57
3.3.5 Planilha para registro dos erros de precisão leitora
Avaliação da Fluência de Leitura⁶
Aluno(a): _________________________________________________________________
1. Assinalar erros de precisão com as letras S, O, I ou A; Assinalar com a marca/ os erros de
pausa e entonação, por baixo de cada sinal de pontuação ou sempre que uma palavra não for
lida. Cronometrar a prova. Erros de Precisão
Substituições Omissões Inversões Adições
S O I A
Prosódia
Pausa Entoação
Vírgula Ponto
Final
Dois
Pontos
Travessão Ponto de
Interrogação
Ponto de
Exclamação
Reticências
, . : - ? ! ...
O HOMEM DAS BARBAS
Aquele homem nunca tinha cortado as barbas . Elas cresceram até o peito ,
até a barriga , até os pés , até arrastarem pelo chão . Quando se esquecia de pôr
o cinto , atava-as na cintura , para não lhe caírem as calças . Quando
queria varrer a casa não precisava de outra vassoura , usava as barbas . Quando
precisava secar a roupa , estendia as barbas entre duas estacas , no quintal , e
nelas pendurava as camisas , as cuecas e os lençóis . Quando a neta vinha visitá-lo
as suas barbas ? Se levava o cão pra passear que trela julgam
que usava ? As barbas , estas Mesmo ! Na praia toda gente o conhecia . Era o
mais famoso salva-vidas . Se havia alguém em perigo atirava logo a boia amarrada
às barbas . E no inverno , o que fazia ? Trabalhava Como limpa-chaminés .
Enfiava as barbas pela chaminé abaixo , vasculhava , vasculhava ... O pior foi
certo dia , que estando um Fogão aceso , as barbas começaram a arder . Correu para
, era certo e sabido que pedia Logo : - Avozinho , deixa-me saltar corda com
58
o mar , para as pôr de molho . Sabem o que aconteceu ? Vieram presos nas
barbas , como numa rede , vinte caranguejos , trinta sardinhas e um tubarão .
Tempo:
Luísa Ducla Soares
3.3.6 Pré-teste CONFIAS⁷
O teste CONFIAS aplicado com os participantes da pesquisa é composto por
dezesseis quesitos. Seu objetivo é mensurar o nível de consciência fonológica do aluno em nível
de sílaba com síntese, segmentação, identificação da sílaba inicial, identificação de rima,
produção de palavra com sílaba dada, identificação de sílaba medial, produção de rima,
exclusão de sílaba, transposição silábica, percepção do vocábulo a nível de fonema,
identificação do fonema inicial, identificação do fonema final e exclusão de fonema no
vocábulo. Além disso, o teste avalia habilidades na execução de tarefas com síntese,
segmentação e transposição fonêmica, vide fotos da aplicação deste teste no (APÊNDICE I).
3.3.7 Procedimentos das Intervenções
Elaboramos vinte e uma atividades e as aplicamos com os educandos do grupo C.F.
e do grupo C.F.C.G. As atividades aplicadas no grupo C.F. visavam a estimulação da
consciência fonológica enquanto as do grupo C.F.C.G. visavam além da estimulação da
consciência fonológica a compreensão das relações grafofônicas. Os quesitos que foram
apresentados apenas para o grupo C.F.C.G. estão especificados na descrição das atividades.
Esta sequência didática apresenta quesitos que auxiliam os educandos a reconhecer
a família silábica no vocábulo, identificar a sílaba inicial, compreender o que é aliteração,
identificar a sílaba medial e final nas palavras, identificar palavras que rimam entre si,
identificá-las em vocábulos e em poesia. Identificar fonemas no início do vocábulo, estudar as
famílias silábicas separadamente graduando o nível de complexidade:
inicialmente o fonema, em seguida a sílaba, a palavra e a frase. Alguns vocábulos em estudo
são inseridos em frases dotadas de sentido.
________________________
⁶ FERREIRA, Rui. Avaliação da fluência na leitura em crianças com e sem necessidades educativas especiais:
validação de uma prova de fluência na leitura para o 2º ano do 1º C.E.B. 2009. 261 f. Dissertação (Mestrado em
educação especial) – Faculdade de Motricidade Humana, Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, 2009.
⁷ MOOJEN, Sônia (coord.) et al., CONFIAS – Consciência Fonológica: Instrumento de Avaliação. São Paulo:
Casa do Psicólogo, 2003 e 2008. 7p.
59
O grupo C.F.C.G. recebeu mais estímulos para perceber o som que os grafemas em
estudo representam, procedimentos como síntese e segmentação fonêmica ou silábica foram
utilizados. Além disso, demonstramos com o software de Alfabetização fônica os sons
representados pelos grafemas. As crianças produziram palavras com a sílaba dada,
acrescentaram vogais aos vocábulos e descobriram qual é a palavra associando a representação
gráfica a imagem acústica.
Atividade 01
OBJETIVO GERAL: Reconhecer a família silábica, identificá-la no vocábulo e identificar a
sílaba inicial em cada palavra pintando-a.
S3 - Identificação de sílaba inicial
Vamos ler estas sílabas: fa-fe-fi-fo-fu-fão
Agora, procure em cada palavra a sílaba que acabamos de ler e pinte-a.
fada – afeto – fita – foto – futebol – fofão – farofa – fedido – figo – foca – cafuné - afagar
Algumas palavras com sílabas complexas foram apresentadas, buscamos aquelas
que as crianças usam mais. Em seguida, as crianças pronunciaram os vocábulos que possuem
as sílabas supracitadas e escreveram no caderno. Depois disso, anotamos as palavras no quadro
branco mediante a soletração das crianças, essa atividade pode ser feita também com a
indicação de um aluno, este escreve mediante a orientação dos colegas enquanto o professor
faz as intervenções necessárias. Depois pedimos aos alunos que pronunciassem nomes próprios
e os escrevessem com a letra inicial maiúscula. Isso permitiu que eles diferenciassem os
substantivos próprios dos comuns.
Logo em seguida apresentamos um quadro contendo vocábulos com a letra f na
sílaba inicial e na sílaba medial. Os alunos separaram os vocábulos em colunas distintas:
aquelas que iniciam com a letra f e as que possuem a letra f na sílaba medial vide (ANEXO).
Esta questão foi baseada em (Seabra e Capovilla, 2012, p. 23).
60
Ilustração 3 – Ficha de leitura da letra F.
Fonte: Alfabetização fônica: Construindo competência de leitura e escrita. (Seabra e Capovilla
2012, p. 23).
Solicitamos as crianças vocábulos com f na sílaba medial, posteriormente citamos
os exemplos: afeto, Mafalda, mofado, afagar, afogado, bafômetro, aflito, afobado e refeitório.
Aplicamos um ditado para que as crianças pudessem empregar as palavras estudadas em frases
e em textos:
f) ditado de frases utilizando as palavras estudadas:
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R: Mafalda comprou uma garrafada na feira.
Fábio esqueceu a faca no refeitório?
Minha filha ficou aflita quando viu as toalhas mofadas!
A correção do ditado foi executada mediante a pronuncia das letras que compõem
cada vocábulo. Os alunos foram mencionando as letras enquanto o professor ia escrevendo no
quadro. Logo depois, eles anotaram a correção e fizeram um comparativo com sua escrita.
Solicitamos que eles não apagassem os erros para observar onde falharam.
Adiante, solicitamos que os alunos pensassem em palavras que tivessem a letra f na
sílaba medial:
g) agora será feita a produção de palavras com a sílaba dada: f no meio da palavra.
Sugestão para resposta: refeitório, garrafada, safado, gafanhoto, olfato, alface,
afeto, bafômetro e afagar.
Atividade 02
OBJETIVO GERAL: Compreender que a formação dos vocábulos ocorre com a combinação
de sílabas.
S2 - Segmentação
Revisamos as sílabas explicadas na aula anterior e apresentamos a família ja-je-ji-jo-ju-jão
janela – Jeferson – jiló – jogo – jumento – sujão – jaca – jeito – canjica – jornada – sujeito
Também apresentamos fichas contendo gravuras e palavras cuja sílaba inicial é da
família ja-je-ji-jo-ju-jão, conforme sugere Seabra e Capovilla (2012, p. 28).
No grupo que trabalhamos consciência fonológica e correspondências grafofônicas,
atividade da letra j, foi apresentada inicialmente sem as gravuras conforme o (APÊNDICE A).
As crianças escreveram os vocábulos no caderno fazendo as devidas associações, colando as
fichas com as sílabas nas lacunas e só depois foram apresentados os símbolos correspondentes
aos vocábulos trabalhados, vide (ANEXO F).
No grupo de consciência fonológica e correspondências grafofônicas, utilizamos o
software de alfabetização fônica computadorizada. A sequência para acessar é: no menu
alfabeto clique em consoantes, em seguida selecione a letra j. Nesta tarefa o software apresenta
o som do j, solicita aos educandos que marquem símbolos que iniciem com a letra j, em seguida
pede que eles marquem vocábulos que iniciem com a letra j e completem palavras com as
sílabas ja – ji – jo – ju.
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Ilustração 4 – Imagens de vocábulos com j na sílaba inicial
Fonte: Alfabetização fônica: Construindo competência de leitura e escrita. (Seabra e Capovilla,
2012, p. 28).
Atividade 03
OBJETIVO GERAL: Observar o som da sílaba final e identificar a semelhança com outra
palavra. Buscar no vocabulário do aluno itens que contenham as sílabas estudadas.
S3 - Identificação de sílaba inicial
S4 - Identificação de rima
S5 - Produção de palavras com a sílaba dada
Os sons nasais foram explicados no decorrer da apresentação da família ma-me-mi-
mo-mu-mão.
mala – mel – amigo – amor – mulher – mamão – amarelo – camelo – mingau – amora -limão
Depois de lidas as palavras, os alunos fizeram rimas, reconhecendo assim, o som
final de cada uma das palavras expostas. As rimas trabalhadas foram: mala-bala, amarelo-
martelo, mel-céu, camelo-cabelo, amigo-figo, mingau-matagal, amor-calor, amora-agora,
mulher-colher, madeira-cadeira, mamão-sabão, limão-balão.
Em seguida, as crianças escreveram nome de frutas iniciadas com a letra M. A
exemplo de: manga, maçã, melancia, mangaba, maracujá e morango. As palavras foram escritas
no quadro com a ajuda das crianças. Logo após, trabalhamos a aliteração, apresentamos aos
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alunos as fichas contendo imagens e as palavras: mapa, machucado, mala, madeira, mágico,
maçã, macaco e martelo. Capovilla (2000, p. 55).
Ilustração 5 – Fichas para estudo da aliteração.
Fonte: Problemas de leitura e escrita. (Capovilla, A e Capovilla, F., 2000, p. 55).
Atividade 04
OBJETIVO GERAL: Depois de ouvir as palavras com um breve intervalo, o aprendiz deverá
ser capaz de mencionar o vocábulo completo.
S1 - Síntese silábica
Depois de revisar o som do m e sua pronúncia, apresentamos a família na-ne-ni-no-
nu-não.
nadar – neve – Anita – noite – nuvem – anão – Ana – canela – Nildo – noda – anual
Durante a apresentação das palavras, as crianças diferenciaram o som de m e de n
durante a substituição nas palavras, pedimos que elas desenhassem a representação simbólica
de cada uma ou explicassem oralmente o significado de cada uma delas. Apresentamos a
questão assim:
Agora vamos ligar as palavras que rimam:
mata – Ana – ama – nora – ame – não – Ane – mora – move – nata - nove - mão
Resolução:
mata - nata ame - Ane mora – nora move – nove ama - Ana mão - não
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Síntese silábica: A criança deverá unir as sílabas e dizer qual palavra resulta:
/a/ /mei/ /xa/ /me/ /lhor/ /ne/ /va/ /da/ /pi/ /a/ /no/ /tu/ ca/ /no/ /pe/ /na/
/A/ /man/ /da/ /a/ /mi/ /go/ /a/ /lu/ /no/ /bo/ /ni/ /ta/ /pe/ /que/ /no/ /si/ /no/
As sílabas estudadas foram revisadas usando uma tabela para que os alunos
preenchessem como descrito por (Seabra e Capovilla, 2012, p.38).
Tabela 7 – Revisão das sílabas estudadas
A E I O U ÃO
F
J
M
N
Usamos o software de Alfabetização fônica computadorizada, na sessão alfabeto,
selecionamos a consoante n e trabalhamos com a percepção do som dela em diversas palavras,
fizemos também uma adivinhação da palavra. Esta atividade consiste em selecionar as vogais
para completar os traços expostos, à medida que o aluno vai acertando, vai aparecem no lado
direito da tela a imagem que a palavra representa.
O grupo que trabalhamos a consciência fonológica e relações grafofônicas fez o
ditado das seguintes palavras para internalizar a regra: Antes de p e b escreve-se m.
tampa embora lembrar dezembro temperatura
vampiro empada emprego empurrão limpo
Atividade 05
OBJETIVO GERAL: Após a escuta dos fonemas, o aluno deverá juntá-los e identificar de qual
palavra se trata.
F5 – Síntese
Aqui fizemos uma síntese fonêmica, nela, as crianças ouviram as letras e
mencionaram qual palavra estas letras posicionadas na sequência dita formavam, como nos
exemplos abaixo:
/v/ /a/ /c/ /a/, /v/ /e/ /a/ /d/ /o/, /p/ /a/ /v/ /i/ /o/, /e/ /v/ /a/ e /u/ /v/ /a/
65
Solicitamos que elas circulassem ou pintassem apenas as vogais de cada vocábulo.
Durante a formação de palavras, podemos brincar de adedônia indicando a escrita de nome de
animais e/ou de pessoas.
Sugerimos ao professor que quando aplicar esta atividade peça aos alunos que
pronunciem e escrevam palavras que aliteram, ou seja, que iniciem com o mesmo som. A
exemplo de: caranguejo-cachorro, lata-lagoa, bala-banana, bolo-boneco, escola-escova, pé-
peteca, saco-sapo, vitalino-violão, carvão-caranguejo, café-cavalo, fogo-fogão, lancheira-
lanchonete, pato-pavão, Brasil-braço. Esta atividade foi desenvolvida mediante a apresentação
de 28 (vinte e oito) fichas embaralhadas com gravuras e sua representação escrita que formaram
14 (quatorze) pares de palavras com a sílaba inicial semelhante, o jogo consiste em formar os
pares de acordo com o som inicial, trabalhando assim a aliteração. Observamos um excelente
engajamento dos aprendizes na execução dessas atividades criadas por Seabra e Capovilla
(2012, p.46 e 54).
Ilustração 6 – Aliteração: complementação de palavras
Fonte: Alfabetização fônica: construindo competências de leitura e escrita. Livro do aluno.
(Capovilla e Capovilla, 2000, p. 46).
66
Ilustração 7 – Aliteração: vocábulos com s na sílaba inicial
Fonte: Alfabetização fônica: construindo competências de leitura e escrita. Livro do aluno.
Capovilla e Capovilla (2000, p. 54).
O grupo com o qual trabalhamos a consciência fonológica e relações grafofônicas
observou as seguintes palavras: machucado, mágico, marinheiro, magro, suco, surfe, serrote,
sono, sede, susto e sujo. Estas palavras terminam em ‘e’ e ‘o’ e não são acentuadas, sugerimos
que o professor comente que escrevemos ‘e’ e ‘o’, no entanto, pronunciamos o som de /i/ e /u/.
Sugerimos depois desta etapa, que as crianças fizessem o ditado das palavras a seguir:
piano – caco – Tião – bibelô – rabicó – tomate – noite – Tetê – Tietê - Tomé
Atividade 06
OBJETIVO GERAL: Identificar a palavra e acrescentar as vogais que faltam.
F6 – Segmentação
Em uma cartela papel duplex as crianças completaram as palavras colocando as
fichinhas das vogais no lugar correto, pode-se também usar o alfabeto móvel com peças em
tamanho 3d, este material é mais durável, chama-se Brincando com letras e é produzido pela
Pais e Filhos. Na ausência deste, poderão ser confeccionadas fichas, estas também poderão ser
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elaboradas com E.V.A. Na ausência desses recursos, é possível variar este exercício pedindo
que um aluno complete as palavras com as vogais que faltam preenchendo-as no quadro branco.
Vale lembrar, que a escolha da vogal ocorreu mediante a leitura pela tentativa de pronúncia da
palavra em questão com várias vogais e percepção do valor sonoro para então acrescentar a
vogal adequada no espaço em branco.
c__z__d__ b__t__z__d__ b__z__n__ b__n__c__ z__p__r
__ z_d o__ __m__z__d__ z__ad__ z__n__d__ Z__z__
Resolução:
cozido – batizado – buzina – boneca – zíper – azedo – amizade – zoada – zunido - Zazá
Depois de completadas as palavras, as crianças fizeram a síntese silábica e contaram
quantas sílabas cada vocábulo possui. Elas puderam associar a escrita à imagem que a palavra
representa. Uma variação para esta tarefa é a utilização do jogo da forca ou adivinhação da
palavra mediante a apresentação da palavra com ausência de algumas consoantes ou vogais.
Atividade 07
OBJETIVO GERAL: Identificar e produzir rimas.
S7 - Produção de rima
As crianças brincaram com o jogo da memória contendo imagens e palavras, a
combinação deu-se com o par que rima. A dinâmica do jogo é a mesma, a diferença é que o par
é uma outra palavra que rime. A exemplo de porcão - tubarão, vovozinha - ovelhinha, ouro -
besouro, passarinho - golfinho, dragão – leão, menino-felino, planeta-corneta, formiga-amiga,
flor-amor, computador-ventilador, chapéu-céu, dança-pança, gato-mato, cidade-velocidade,
crianças-onças, vento-aumento, pão-mão, soldado-amarrado, sorvete-alfinete, vide (ANEXO
M). Ao encontrar os pares, eles fizeram a contagem de letras e sílabas. Além disso, solicitamos
que eles mencionassem outra palavra que rimassem com o par encontrado.
Utilizamos também o software de alfabetização fônica, selecionamos o módulo de
rima com palavras comtemplando assim a ludicidade e o letramento digital. Nele, encontramos
a pronúncia, escrita e a imagem. Há questões cujo comando pede que o aluno passe o mouse
nas palavras que terminam em eia. Outros quesitos pedem que o aluno veja a gravura que está
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centro de várias outras e marque apenas as que rimam com o nome que ela representa, por
exemplo: figura central (gato), figuras que rimam: mato, jato e sapato.
Atividade 08
OBJETIVO GERAL: Identificar e produzir rimas
S7 – Produção de rima
Iniciamos a aula fazendo a leitura do Soneto da Hora Final de Vinicius de Moraes, criado
em Montevidéu em 1960 e publicado no livro de Sonetos em 1967. Em seguida, facultamos a
palavra para que as crianças fizessem a reflexão sobre o poema, nesse momento, deixamos que
eles falassem sobre a beleza do poema e posteriormente identificassem a semelhança de sons
entre alguns vocábulos. Lembramos das rimas e em seguida, cada educando recebeu duas
cópias do poema supracitado, uma foi colada no caderno e a outra teve a última palavra de cada
verso recortada para emparelhar com outra cujo som final tem semelhança, formando assim as
rimas.
SONETO DA HORA FINAL (Vinicius de Moraes)
Será assim, amiga: um certo dia
Estando nós a contemplar o poente
Sentiremos no rosto, de repente
O beijo leve de uma aragem fria.
Tu me olharás silenciosamente
E eu te olharei também, com nostalgia
E partiremos, tontos de poesia
Para a porta de treva aberta em frente.
Ao transpor as fronteiras do Segredo
Eu, calmo, te direi: — Não tenhas medo
E tu, tranquila, me dirás: — Sê forte.
E como dois antigos namorados
Noturnamente triste e enlaçados
Nós entraremos nos jardins da morte.
________________________ Fonte: MORAES, Vinicius. Soneto da hora final in Vinicius de Moraes. Disponível em:
<http://www.viniciusdemoraes.com.br>. Acesso em 21. set. 2017.
Atividade 09
OBJETIVO GERAL: Propor a escrita de palavras com os fonemas apontados.
F1 - Produção de palavra que inicia com o som dado
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A proposta é fazer as crianças recorrerem a memória e falar palavras que comecem
com determinado fonema: /l/, /s/, /r/, /x/, por exemplo. Um recurso lúdico é o uso de fichas de
E.V.A., com todas as sílabas no padrão CV (consoante e vogal) escritas, digitadas ou
carimbadas, vide (APÊNDICE O). O jogo consiste em espalhar as fichas em uma mesa ou no
chão e pedir que as crianças formem palavras que iniciem com a sílaba escolhida pelo professor.
Elas vivenciaram a experiência de trabalhar em equipe para agilizar a localização das fichas.
Além de estimular a consciência silábica, a vivência do cooperativismo ajudam os pequenos a
trabalhar em equipe.
Em seguida, os alunos brincaram com o bingo da letra inicial conforme Brandão et
al (2009, p. 62-4). O objetivo do jogo é completar primeiro a cartela com três palavras, primeiro
entregamos aos educandos cartelas com figuras e palavras faltando a letra inicial e fichas
embaralhadas contendo as letras que faltam nas palavras. Fizemos o sorteio das letras, a medida
que o jogador precisasse dela, ele solicitava, vide (APÊNDICE N). Esse o jogo permite ao
educando manipular a letra inicial e observar que ao trocar apenas uma letra, um novo vocábulo
com um significado distinto é formado. As cartelas utilizadas possuem as seguintes palavras:
rolha – folha - bolha carro - jarro - barro meia – veia – teia
janela – vela – cela gato – pato - rato cola – bola – mola
faca – jaca – maca panela – janela – canela leão – mão – pão
Apenas o grupo que da consciência fonológica e relações grafofônicas executou
esta etapa. Separamos cartelas com sílabas no padrão C.V. para os alunos e solicitamos que
cada um anotasse no caderno palavras que poderiam ser produzidas com as sílabas fornecidas.
A sílaba poderia estar na posição inicial, medial ou final do vocábulo, vide (ANEXO H). No
momento em que os alunos concluíram a pronúncia das palavras formadas, nós escrevemos
outras no quadro branco, a título de exemplo, podemos citar:
limonada – lousa – Leonardo – Laura – lupa – lata - loteria – leite – lâmina – lua
xodó – xarope – xícara – xereta – xucro – xale – xará – Xênia – xerife – xerocar
simulado – soluço – sábado – sossego – salsicha – serpente – sexta – Sofia – sumir – Simão
Rômulo – rima – roedor – rápido – ramagem – Rafaela – rumo – remo – Rodrigo - relevo
Atividade 10
OBJETIVO GERAL: Separar os vocábulos com o intuito de identificar a sílaba medial.
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S6 - Identificação da sílaba medial
Observe as palavras abaixo, separe-as e pinte a sílaba medial.
cabeça cocada cadarço sentido bagunça paquerar
cabide bicudo bandeja mentira bagaço brinquedo
cabelo Recife cadela quarteto bigode aquoso
combinar recado idade batismo Águida esquadro
bombeiro recorrer pedido batata agudo aquilo
Enquanto os alunos identificavam as sílabas mediais, eles revisaram as famílias das
consoantes: b, c, d, t, g e q. Ao concluir esta questão, pedimos a escrita de palavras que
contemplassem as famílias silábicas não mencionadas, desta vez na posição inicial, final ou
independente de posição em palavras polissílabas.
Após a apresentação das palavras escritas pelos educandos, nós escrevemos no
quadro branco exemplos nos quais ocorrem a presença desses sons, seja na sílaba inicial ou
final, no início ou no término destas sílabas. Como no exemplo a seguir:
bananada adubo gafanhoto piaba beato guilhotina também combater cueca época guitarra camaleão louco quindim tomada moleque
cabide cocada cuidado guardião dedão quantidade tímpano laquê
O grupo que trabalhou a consciência fonológica e correspondências grafofônicas
observou as representações sonoras da letra c. Os educandos fizeram a leitura dos vocábulos,
depois nós comentamos os ambientes nos quais esse som representa os fonemas /s/ e /k/.
Tabela 8 – Representações sonoras da letra C.
Letra c antes de e e i tem som
/s/
Letra c antes das vogais a,
o e u tem som de /k/
O uso de ç ocorre antes das
vogais a, o e u tem o som de
/s/ cebola – cereal cacau – cueca açude – açougue cerveja - cimento cópia – cavalo açúcar – açaí
cipó - cidade Coco - cotó açafrão - dançar
cem - circular Coleta - Icó Suíça - cabeçalho
celebrar – celeiro cuia – cubículo canção – bagaço
cenário – ciranda capela – comadre ação – aço
civilização - ciúmes capítulo – cuidado circulação – continuação
civismo cultura correção
Fonte: Alfabetização Fônica: Construindo competência de leitura e escrita. Livro do aluno. (p.
72, 263, 285 e 305).
Atividade 11
OBJETIVO GERAL: Explicar aos alunos que a letra h não altera o som da vogal subsequente.
71
S2 – Segmentação
O comando da questão é:
Vamos estudar a letra h, as palavras ditadas deverão ser escritas com as sílabas separadas:
hi-po-pó-ta-mo há-li-to hós-pe-de hos-pi-tal ho-mem he-rói he-rói
he-li-cóp-te-ro
há-li-to
hu-ma-no ho-rá-rio hu-mil-de he-breu hi-a-to hi-no
hi-gi-e-ne hé-li-ce hu-mor he-pa-ti-te há-bil ho-tel
ho-nes-to hi-e-na ho-ra há-bi-to has-tear ho-je
Nesta tarefa, vide (ANEXO M), comentamos que todas as palavras ditadas
possuíam a letra h, mesmo assim, observamos que muitos educandos omitiram esta letra.
Durante a correção, eles puderam perceber que a letra h não altera o som da vogal, ela é escrita
mas não é pronunciada.
Atividade 12
OBJETIVO GERAL: Apresentar aos educandos vocábulos escritos com as letras w, k e y.
É importante ressaltar que os vocábulos são de origem inglesa e bastante usados
entre os falantes da língua portuguesa. Eles foram apresentados com lacunas para completá-las
com as vogais.
Temos três sugestões para essa atividade: poderá ser feita com fichas fixadas no
quadro para preenchimento com pincel de cor diferente, poderá ser utilizado o alfabeto móvel
para preencher as fichas na mesa ou no chão, ou simplesmente escrever os vocábulos no quadro
com a lacuna para inclusão das vogais.
Durante a execução desta tarefa pedimos que as crianças pronunciassem uma vogal,
se a palavra a ser descoberta tivesse a vogal mencionada eles deveriam escrevê-la nas lacunas
necessárias. Nos casos em que eles tiveram dificuldade em descobrir o vocábulo, nós
fornecemos pistas.
w_f_r sh_w Y_sm_n Fr_nkl_n k_w_ br_wn_ _
w_bc_m N_wt_n Y_g_ k_tchup W_gn_r W_ll_ _m
w_nds_rf W_sl_y Y_ _T_b_ k_t T_y St_ry J_rry
Resolução:
wafer Show Yasmin Franklin Kiwi Brownie
webcam Newton Yoga Ketchup Wagner William
windsurf Wesley YouTube kit Toy Story Jerry
72
Atividade 13
OBJETIVO GERAL: Separar os vocábulos com o intuito de identificar a sílaba medial.
Identificar as palavras mediante a manipulação silábica.
S6 - Identificação da sílaba medial
S9 - Transposição
Observe as palavras abaixo, separe-as e pinte nas palavras a família silábica nha – nhe – nhi –
nho – nhu e nhão.
nenhuma - dinheiro - banheiro - minhoca - conhecer - munheca
Em seguida, solicitamos aos alunos que escrevessem palavras com as sílabas acima.
A correção foi feita no quadro branco mediante a pronúncia das palavras escritas por eles.
Depois de ouvir os vocábulos produzidos pelos educandos, nós escrevemos mais palavras. O
próximo passo foi o ditado, utilizamos as palavras do quadro abaixo e durante a correção
pedimos aos educandos que grafassem os vocábulos e não apagassem os erros durante a
correção. Essa visualização do erro e comparação com o modelo certo ajuda ao professor a
compreender os processos fonológicos pelos quais os educandos passam. A exemplo da ficha
de leitura criada por Seabra e Capovilla (2010, p. 289) temos:
linha, banho, ninho, caminhão, pinha, banha, galinha, punho, tenho, caminho, risonho, espinho,
sonho, cunhado, tinha, unha, junho, aranha, vizinho, cozinha, minhoca, rainha, joaninha e
gafanhoto.
Em seguida, anotamos palavras para a transposição silábica. Sugerimos que esta
tarefa fosse feita no quadro branco, ainda poderia ser facilitada para o educando se apresentada
em uma ficha com as sílabas embaralhadas, vide (ANEXO J).
Organize as sílabas e descubra qual é a palavra:
ve-cha do-lha-mo rro-ca-ça pá-ro-ssa rra-gue jo-quei
va-chu lha-ca co-ria-rre sse-ta-a-pa ta-rra-gui bo-a-qui
bo-ca-chim lho-mi rro-ba sseio-pa ra-ná-gua lo-qui
rro-cho-ca lhor-me rrão-to ssa-pa-gem gue-jo-ran-ca qui-bo-lom
mi-cha-né lho-mo cha-rra-bo ssa-pre das-te-guin da-ri-que
73
Resposta das palavras com sílabas embaralhadas:
chave molhado carroça pássaro guerra queijo
chuva calha correria passeata guitarra quiabo
cachimbo milho barro passeio guaraná quilo
cachorro melhor torrão passagem caranguejo quilombo
chaminé molho borracha pressa guindaste querida
Atividade 14
OBJETIVO GERAL: Veja as palavras. Elas possuem dois pedaços. Escreva o pedaço do fim e
em seguida o pedaço do começo.
S9 – Transposição
No primeiro momento, as palavras foram escritas no quadro branco.
papi - tapor - cedo - lãoba - topa - xoli - nape - tobo - mefil - rapê - toja - tãobo- tofo
Resolução: pipa - porta - doce - balão - pato - lixo - boto - filme - pêra - jato - botão - foto
Logo após a correção, usamos o alfabeto móvel em 3D e as fichas de E.V.A
utilizadas na atividade 09. Sugerimos ao professor que organize numa mesa ou no chão as
fichas com família silábica que ele deseja trabalhar, ou simplesmente, organize
todas e as retire para formar palavras dissílabas trocando a sua ordem. Por exemplo: (le/xa,
xale), (la/bo, bola), (la/vi, vila) entre outras.
Há também este recurso no software de alfabetização fônica computadorizada, a
sequência para localizá-lo é: selecione o menu sílaba, ao clicar mais adiante, encontraremos
palavras escritas com as sílabas embaralhadas, a tela apresentará pistas com símbolos de várias
palavras para que o educando altere a ordem silábica e descubra qual é a palavra.
Atividade 15
OBJETIVO GERAL: Identificar as sílabas nas palavras e criar novas palavras mediante a
retirada de uma sílaba conforme orientação:
S8 - Exclusão de sílaba
Os alunos fizeram um x na sílaba a ser excluída e escreveram apenas as que restaram
74
Se eu tirar es de escola fica... (cola)
Se eu tirar ne de boneca fica ... (boca)
Se eu tirar ba de cabana fica ... (cana)
Se eu tirar tu de quitute fica ... (quite)
Se eu tirar me de camelo fica ... (calo)
Se eu tirar tu de costume fica um nome
próprio, use inicial maiúscula ... (Cosme)
Se eu tirar o de viola fica ... (vila)
Se eu tirar pe de chupeta fica ... (chuta)
Se eu tirar te de quarteto fica ... (quarto)
Se eu tirar do de quadrado fica ... (quadra)
Se eu tirar ma de pomada fica... (poda)
No segundo momento desta atividade, utilizamos o software de alfabetização
fônica. A localização da atividade está no menu principal, ao clicar em sílabas encontraremos
atividades com exclusão silábica. Em seguida, as crianças brincaram com o jogo da palavra
escondida em outra palavra, da Universidade Federal de Pernambuco, elaborado pelo CEEL
(Centro de Estudos em Educação e Linguagem).
Os vocábulos utilizados neste jogo são:
fivela – vela
siriema – ema
jiboia – boia
escola – cola
soldado – dado
escorpião – pião
girassol – sol
carambola – bola
galinha – linha
casa – asa
Atividade 16
OBJETIVO GERAL: Localizar as palavras e/ou imagens que se iniciam com o mesmo fonema.
Identificação da aliteração.
F2 - Identificação do fonema inicial
Pinte as palavras abaixo que começam com L, vide (ANEXO J).
lápis - neném - boné - lanterna
abacaxi - lata - chave - leite
lixo - caneta - livro - sorvete
lousa - lareira - sol – bota
leão - laranja - lula - sapo
luva - loteria - lanche – feliz
Capovilla e Capovilla (2000, p. 86-7) apresentam um dominó com imagens e
palavras que iniciam com os sons: /m/, /f/, /l/, /a/, /v/, /p/, /r/ e /s/ conforme (APÊNDICE O).
Antes de apresentar o jogo aos alunos, escrevemos no quadro branco as letras que aparecem
nas fichas. Em seguida, os alunos pronunciaram o som das letras supracitadas. Explicamos aos
75
educandos que as peças deverão ser emparelhadas de acordo com a semelhança do som inicial,
relembramos que esse trabalho é de aliteração. As peças mencionadas estão expostas a seguir:
Ilustração 8 – Estudo da aliteração com dominó
Fonte: Problemas de leitura e escrita. Capovilla e Capovilla (2000, p. 86-7).
76
Ilustração 9 - Estudo da aliteração com dominó (continua)
Fonte: Problemas de leitura e escrita. Capovilla e Capovilla (2000, p. 88-89).
77
Atividade 17
OBJETIVO GERAL: Observar palavras e imagens que iniciem com o mesmo fonema, depois
completá-las com a vogal que falta.
F2 - Identificação do fonema inicial
Baseado nas atividades elaboradas por Seabra e Capovilla (2012, p.46 e 54)
apresentamos as palavras abaixo de uma forma simplificada, apenas escrevemos no quadro e
solicitamos aos alunos que descobrissem qual a letra que faltava para completa-las.
__açã, __achucado, __adeira, __ágico, __agro
__adrugada, __arinheiro, __acaca, __arinheiro, __áquina
__errote, __ala, __inuca, __acola
__anfona, __alada, __eca, __uco
__ujo, __usto, __omar, __urfe
__onhar, __ola, __ono, __ino
A segunda etapa desta atividade foi aplicada com o Bingo da Letra Inicial elaborado
por Brandão et al (2009, p. 30-5) da UFPE/ CEEL, vide (APÊNDICE N). O jogo é composto
por 15 (quinze) cartelas contendo palavras com as figuras correspondentes e 30 (trinta) fichas
com palavras escritas. A dinâmica do jogo é a seguinte: enquanto o professor sorteia as palavras,
os alunos marcam na cartela uma figura cujo nome tenha a mesma sílaba final. Esta tarefa
possibilita o trabalho com a rima. Ganha o jogo quem marcar primeiro todas as palavras da sua
cartela.
Mais uma vez percebemos a prontidão das crianças quando observaram que a aula
teve um recurso lúdico, eles se descontraíram, demonstraram entusiasmo para participar e
ajudaram aos colegas que demonstraram dificuldade para encontrar os pares de rimas.
Conforme Brandão et al (2009, p. 39), os vocábulos utilizados no jogo com seus
respectivos pares são:
anel – pincel dente – presente garrafa- girafa avião - leão
janela – panela piscina – buzina ovelha – abelha rato – gato
faca -vaca luva - chuva vassoura – tesoura rainha - galinha faca – vaca
jarro - carro dinheiro - brigadeiro mola – bola meia – teia jarro - carro
mamadeira – cadeira tijolo – bolo laço - palhaço borboleta - chupeta
78
Atividade 18
OBJETIVO GERAL: Detectar nas palavras a presença do fonema, perceber os diferentes sons
que ele representa e identificá-lo no final dos vocábulos.
F3 - Identificação de fonema final
Observe as palavras abaixo e pinte aquelas que apresentam o [R] no final:
amarelo - cortar - corrida - rodo - calor remo - arame - estudar - farofa - barraca
ferro - dor - lar - certo – cara correia - burro - roupa - sair - partir
barriga - mar - acordar - sorvete - Roma marreco - sorriso - pular - amar - rua
vara - colar - carta - comer - riu serra - rezar - buraco - limpar - verruga
xarope - andar - brincar - rude - rumo garrafa - cair - perigo - cantar - peru
Agora, vamos escrever nas colunas, as palavras de acordo com o som que o r representa.
Tabela 9 – Representações sonoras do r – (Resolução):
Palavras com r com
o mesmo som breve
de (cadeira) /ɾ /?
Palavras com rr
com o mesmo som
de (garrafa) /x/
Palavras com r com o
mesmo som de
estudar /ɦ/
Palavras com r com
som o mesmo de
(rede) /h/
amarelo corrida cortar – partir rodo cara barriga calor - pular Roma
farofa barraca dor - rezar riu
buraco burro lar – amar rude
perigo marreco certo – limpar rumo
peru serra mar – cair roupa
Yara verruga colar - cantar rua
xarope garrafa carta - sorvete
arame ferro andar - comer
correia brincar - sair
sorriso
Fonte: Alfabetização Fônica: Construindo competência de leitura e escrita. Livro do aluno. (p.
167)
Informações ao professor sobre a classificação quanto a fonética acústica da consoante r:
/ɾ/ vibrante simples alveolar
/x/ fricativa velar desvozeada
/ɦ/ fricativa glotal vozeada
/h/ fricativa glotal desvozeada
79
Percebemos que nesta atividade os estudantes encontraram dificuldade para
diferenciar os sons do r, foi necessário ler novamente e organizar cada vocábulo junto com eles.
Os sons /ɾ / e /ɦ/ foram os mais difíceis de distinguir.
Atividade 19
OBJETIVO GERAL: Observar o surgimento de um novo vocábulo mediante a exclusão de um
fonema na sílaba inicial do vocábulo.
F4 - Exclusão de fonema
Se eu tirar o / r / de prato fica - pato Se eu tirar o / m / de sombra fica - sobra
Se eu tirar o / p / de prato fica – rato Se eu tirar o / r / de calor fica - calo
Se eu tirar o / r / de broca fica - boca Se eu tirar o / r / de colar fica - cola
Se eu tirar o / n / de conta fica - cota Se eu tirar o / r / de carro fica - caro
Se eu tirar o / n / de mundo fica – mudo Se eu tirar o / i / de águia fica - água
Se eu tirar o / m / de tampa fica - tapa Se eu tirar o / i /de papai fica - papa
A atividade 19 não foi aplicada com o grupo no qual trabalhamos consciência
fonológica e relações grafofônicas. Pois a atividade 15 já contempla essa habilidade. Em
substituição a esta atividade, o grupo supracitado fez a seguinte atividade:
Observe as palavras abaixo, veja que todas elas são escritas com x, no entanto, a letra x pode
ter o som de z, ch, ks, ss e s. Leia em voz alta, e escreva as palavras na coluna adequada.
exame – maxixe - lixeira – crucifixo – máximo – excluir – exemplo – caixote – táxi –
extensão - aproximar – extração – exército – xarope – boxe – auxílio – exato – externo -
peixada - extração – maxilar – excursão – Auxiliadora – flexível - êxodo
Tabela 10 – Representações sonoras do x
Palavras
escritas com x e
com som de z
Palavras
escritas com x e
com som de ch
Palavras
escritas com x e
com som de ks
Palavras
escritas com x e
com som de ss
Palavras
escritas com x e
com som de s
exame maxixe Crucifixo máximo extensão
exemplo lixeira Táxi (som de cs ou
ss)
excluir
exército caixote boxe aproximar extração
Exato xarope maxilar auxílio excursão
Êxodo peixada flexível Auxiliadora
externo
Fonte: Alfabetização Fônica: Construindo competência de leitura e escrita. Livro do aluno. (p. 194-5)
80
Sugerimos que o professor utilize dicionários com os alunos para demonstrar o som
que o vocábulo deve emitir ao ser lido. O minidicionário Antonio Olinto da língua portuguesa,
(vide referências), traz essas explicações.
As crianças não conseguiram distinguir a maioria dos sons do x. Explicamos alguns
ambientes nos quais essa variação de som pode ser facilmente perceptível. Exemplificamos que
o x entre duas vogais apresenta o som da letra z. Quando o x está na sílaba inicial precedido de
e, apresenta o som de s. Acompanhado da vogal i, na sílaba medial o x apresenta o som de ss.
Atividade 20
OBJETIVO GERAL: Identificar os sons isoladamente e reordená-los para formar um vocábulo
seguindo a sequência de trás para frente. Devido ao grau de complexidade, está tarefa foi
realizada com o alfabeto móvel.
F7 – Transposição
Agora você irá ler os sons isoladamente e organizá-los de traz pra frente até descobrir qual
palavra é.
[z] [o] [f] - foz [e] [t] [o] [p] - pote [o] [n] [a] – ano
[o] [r] [e] [z] – zero [o] [p] [a] [s] - sapo [o] [d] [e] [d] - dedo
[l] [u] [z] [a] – azul [i] [o] [b] - boi [e] [c] [o] [d] - doce
[o] [t] [a] [g] – gato [a] [c] [a] [v] - vaca [e] [v] [e] [n] - neve
[a] [l] [e] [v] – vela [a] [d] [o] [r] - roda [l] [o] [s] – sol
[z] [a] [p] – paz [u] [t] [a] [t] - tatu [e] [d] [r] [e] [v] – verde
Explicamos aos alunos que a combinação das letras para formar as sílabas é
necessária para a formação do vocábulo. Quando eles observaram a disposição das letras no
quadro branco, perceberam que não havia uma palavra e sim um grupo de consoantes e de
vogais. Colocamos o alfabeto móvel no chão, sentamos em forma de círculo e distribuímos
duas sequencias de letras para cada aluno descobrir qual palavra poderia ser formada com a
manipulação fonêmica. Pedimos que eles olhassem a sequência no quadro e transpusessem as
letras de trás para frente. No momento da correção, cada criança teve a oportunidade de falar
qual vocábulo encontrou, observamos que três deles não conseguiram executar toda a tarefa.
Então, pedimos aos colegas que auxiliassem os que estavam em dificuldade para sanar a dúvida
encontrada.
81
Atividade 21
OBJETIVO GERAL: Identificar os diferentes sons que a letra s representa, observar o ambiente
no qual está letra apresenta o som diferente e fazer as devidas associações entre grafia e som.
Iniciamos a aula falando de algumas regras e apresentando exemplos para as
crianças fazerem as devidas associações no momento da leitura:
a) a letra s representa o som /z/ quando apresenta-se entre duas vogais;
b) quando a letra < s > está no início da palavra, ela apresenta sempre o som /s/;
c) palavras grafadas com ss apresentam o som /s/;
d) palavras escritas com sh apresentam o som /∫/.
Agora leia as palavras no quadro a seguir e organize-as na coluna de acordo com o som que
representa.
ginástica - Sheila – molusco - sapato – besouro - showmício – assimilar – asa – show –santo
– salto – assunto – shopping - desenho – amostra - sumir – carinhoso – assoalho – artista –
Shakespeare - passear – aviso – assalto – sino - dentista
Tabela 11 – Representações sonoras do s: Palavras
grafadas com
s e som de /z/
Palavras
grafadas com s
e som de /s/
Palavras grafadas
com ss, (todas
apresentam som /s/).
Palavras grafadas
com s, com som de
/∫/
Palavras
grafadas com s
na sílaba medial
asa sapato assalto show molusco aviso salto passear Sheila amostra
besouro sino assimilar Shakespeare ginástica
desenho sumir assoalho showmício artista
carinhoso santo assunto shopping dentista
Fonte: Alfabetização Fônica: Construindo competência de leitura e escrita. Livro do aluno.
(Seabra e Capovilla, 2012.p. 174)
3.3.8 Considerações sobre as atividades aplicadas
Visamos unir técnicas tradicionais com recursos lúdicos, fizemos anotações no
quadro branco, utilizamos jogos, fichas, alfabeto móvel e o software de Alfabetização Fônica
com o intuito de tornar a prática pedagógica mais atrativa. Constatamos que, ao utilizar recursos
lúdicos, os educandos demonstraram mais interesse e os mais resistentes aderiram as atividades.
Percebemos que as crianças se envolviam com as brincadeiras e aprendiam com entusiasmo.
82
Associamos a aprendizagem do conteúdo a socialização, ao trabalho em equipe, a solidariedade
para com os alunos que apresentavam mais dificuldade em aprender e a dinâmica da
participação em jogos onde pode-se perder ou ganhar.
3.3.9 Os pós-testes
Depois de concluídas as mediações, aplicamos os pós-testes com os três grupos
utilizando os mesmos procedimentos dos pré-testes. O objetivo desta fase foi averiguar se houve
redução no tempo utilizado para a leitura do texto de precisão leitora além de redução do
número de erros de substituição, adição, inversão, omissão e pontuação. Quanto ao teste de
consciência fonológica – CONFIAS, o objetivo foi observar se os grupos que participaram das
mediações demonstraram acréscimo nas notas dos pós-testes.
De posse dos resultados dos pós-teste, registramos em tabelas o tempo gasto durante
o teste de leitura, os tipos de erros e o total de erros de leitura, as notas alcançadas nos testes de
Consciência Fonológica, além dos registros de presença nas mediações e nas aulas
convencionais no caso do grupo controle.
83
4 ANÁLISE DE DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Nesta etapa, fizemos uma análise do resultado comparando o desempenho nos pré-
testes e nos pós-testes. Formamos três grupos com o intuito de comparar se as intervenções
contribuíram com a melhoria dos resultados. Chamaremos o grupo controle de grupo 1, o grupo
no qual trabalhamos o estímulo da consciência fonológica de grupo 2 e o grupo no qual
trabalhamos além da consciência fonológica as correspondências grafofônicas de grupo 3.
No teste de Consciência Fonológica – CONFIAS, levamos em consideração a nota
alcançada nos pré-teste e no pós-teste. Já no teste de precisão leitora, observamos o tempo
empregado para leitura, o somatório dos erros e os tipos de erros; as anotações no texto inserido
numa tabela foram baseadas nos registros de Ferreira (2009, p. 143).
Quando a criança substituía letras, sílabas ou até palavras, registrávamos a letra S
(erro de substituição) abaixo da palavra. Quando ela omitia uma letra, uma sílaba ou a palavra
inteira, registrávamos a letra O (erro de omissão) abaixo do vocábulo. Quando a sequência das
letras e/ou das sílabas era alterada (os era pronunciado so, barbas era pronunciado brabas e as
era pronunciado sa), registrávamos a letra I (erro de inversão) abaixo da palavra. Todas as vezes
que a criança adicionava letras, sílabas ou palavras inteiras, registrávamos a letra A (erro de
adição) e quando ela não usava a entonação de voz conforme o sinal gráfico e/ou não fazia
pausas durante as virgulas e pontos finais, registrávamos um traço vertical assim: ( / ).
Durante essa avaliação foi necessário o máximo de silêncio no ambiente para que
escutássemos atenciosamente o aluno pronunciar o vocábulo.
4.1 Resultados do teste de Precisão Leitora
Na tabela a seguir apresentamos o registro do tempo utilizado no teste de leitura, as
setas indicam se houve acréscimo ( ꜛ ) ou ( ꜜ ) redução do tempo. Houve um acréscimo no
tempo utilizado por J.A.A.B., ele tentou ler várias vezes alguns vocábulos. Checamos a
frequência dele no diário de classe e constatamos que durante o período das intervenções ele
frequentou 100% das aulas convencionais. Ressaltamos que as condições de aplicação do teste
foram as mesmas aplicadas aos demais alunos, no entanto ele demonstrou um cuidado maior
em ler corretamente sem levar em conta a contagem do tempo. Lembramos também que o grupo
1 não participou das mediações, este grupo foi criado para controle e comparação entre os
resultados dos grupos 2 e 3.
84
4.1.1 Tempo utilizado nos testes de Precisão Leitora
Tabela 12 – Comparativo do tempo utilizado nos testes de precisão leitora – Grupo 1
Participantes Pré-teste Pós-teste Redução ou acréscimo no
tempo de leitura
A.M.A.B. 09:26:15 09:15:30 00:11 ꜜ
D.L.S.P. 07:15:25 05:25:71 01:49 ꜜ
E.L.K.S.D. 08:15:78 07:51:49 00:25 ꜜ
J.A.A.B. 21:09:79 31:41:92 10:32 ꜛ
J.R.S.C. 26:18:06 15:35:77 10:42 ꜜ
L.R.S.
Soma do tempo
utilizado
19:58:45
67:43*
15:32:24
83:99*
04:26 ꜜ
16:56 ꜛ
Média 09:63 11:99
* Nesta soma desconsideramos os milésimos de segundos para facilitar a
compreensão.
Fonte: Construção própria
Logo a seguir ilustramos as informações da tabela referente ao tempo utilizado para
leitura. Registramos o tempo em minutos, segundos e milésimos de segundos.
Gráfico 1– Tempo utilizado nos testes de Precisão Leitora – Grupo 1
Fonte: Construção própria
Na tabela a seguir apresentamos o registro do tempo utilizado por cada leitor para
realizar a leitura do teste de Precisão Leitora. No pré-teste o tempo utilizado por cada aluno foi
em média 07:42:12, no pós-teste a média do grupo caiu para 05:57:40 o que corresponde a
redução na média do tempo de leitura em 01:44:32.
09
:26
:15
07
:15
:25
08
:16
:18
21
:10
:19
02
:18
:06
19
:58
:45
09
:15
:30
05
:26
:11
07
:51
:49
31
:41
:92
15
:36
:17
15
:32
:24
00:00:00
12:00:00
00:00:00
12:00:00
A.M.A.B. D.L.S.P. E.L.K.S.D. J.A.A.B. J.R.S.C. L.R.S.
Tempo utilizado no teste de precisão leitora
Grupo 1
LEITURA T.1 LEITURA T.2
85
Tabela 13 – Comparativo do tempo utilizado nos testes de precisão leitora – Grupo 2
Participantes Pré-teste
Tempo de Leitura
Pós-teste
Tempo de Leitura
Redução no Tempo
de Leitura
A.C.P.S. 05:31:06 04:18:07 01:12:59
M.D.G.D. 09:57:45 08:26:39 01:31:06
F.W.S. 05:46:43 03:58:02 01:48:41
J.B.A.C. 06:26:24 04:18:50 02:07:34
S.G.B.A. 09:43:18 08:45:14 00:58:04
G.T.L. 08:52:37 05:23:44 03:28:53
G.T.D.L. 07:37:34 06:33:04 01:04:30
Soma do tempo utilizado 53:55:27 17:43:40 12:11:47
Média do tempo utilizado
por aluno
07:42:12 05:57:40 01:44:32
Fonte: Construção própria
Ao comparar o tempo utilizado para leitura no pré-teste e no pós-teste,
percebemos uma redução no tempo decorrido para a leitura do mesmo texto. Vale ressaltar que
as mediações ocorreram num período de dois meses.
No gráfico a seguir ilustramos as medidas de tempo registradas durante a
aplicação do pré-teste e pós-teste.
Gráfico 2 - Tempo utilizado nos testes de precisão leitora – Grupo 2
Fonte: Construção própria
O grupo 3 também obteve redução no tempo aplicado para ler o mesmo texto, de
um modo geral, cinco deles reduziram o tempo. O participante de iniciais M.L.A.M. teve um
ótimo desempenho no quesito tempo, conseguindo economizar em torno de seis minutos, já o
participante de iniciais R.S.F. reduziu quase doze minutos. Dentre os dois alunos que não
05
:31
:06
09
:57
:45
05
:46
:43
06
:26
:24
09
:43
:18
08
:52
:37
07
:37
:34
04
:18
:07
08
:26
:39
03
:58
:02
04
:18
:50
08
:45
:14
05
:23
:44
06
:33
:04
00:00:00
01:12:00
02:24:00
03:36:00
04:48:00
06:00:00
07:12:00
08:24:00
09:36:00
10:48:00
A.C.P.S. M.D.G.D. F.W.S. J.B.A.C. S.G.B.A. G.T.L. G.T.D.L.
Tempo utilizado nos testes de precisão leitora
Grupo 2
Pré-teste de Leitura Pós-teste de Leitura
86
reduziram o tempo na leitura, o participante da pesquisa com iniciais J.K.A.M. ausentou-se das
aulas por dois dias, contudo, ainda reduziu o total de erros de 32 (trinta e dois) para 26 (vinte e
seis). Quanto a participante de iniciais K.S.R.C., ela obteve um acréscimo de apenas 18
(dezoito) segundos, vale salientar que a redução do número total de erros foi de 14 (quatorze)
pontos.
Tabela 14 – Comparativo do tempo utilizado nos testes de precisão leitora – Grupo 3
Participantes
Pré-teste
Tempo de leitura
Pós-teste
Tempo de leitura
Redução do tempo
de leitura
A.L.A.S. 06:29:00 05:36:11 00:53 ꜜ
J.K.A.M. 04:54:05 05:02:04 00:48 ꜛ
K.S.R.C. 07:16:29 07:34:15 00:18 ꜛ
L.M.G. 06:46:21 04:48:30 01:58 ꜜ
M.M.R.O. 12:10:04 10:49:56 01:21 ꜜ
M.L.A.M. 18:47:26 12:44:39 06:03 ꜜ
R.S.F. 17:57:30 06:12:25 11:45 ꜜ
Soma do tempo utilizado 79:19 52:45 26,74
Média do tempo utilizado por
aluno 11:31 07:49
Fonte: Construção própria
No gráfico a seguir ilustramos as informações registradas. Observamos uma
acentuada queda no tempo utilizado para leitura após as mediações.
Gráfico 3 – Comparativo do tempo utilizado nos testes de precisão leitora – Grupo 3
Fonte: Construção própria
4.1.2 Tipos de erros no teste de Precisão Leitora
Quanto ao registro dos tipos de erros no grupo 1 observamos a redução de erros de
substituição em apenas dois participantes deste grupo, o erros por omissão reduziram em cinco
deles, quanto aos erros de inversão, encontramos redução em dois deles e em quatro deles
manteve-se por igual, o número de erros desse tipo varia de 1 (um) a 3 (três) conforme tabela a
06:29:0004:54:05
07:16:29 06:46:21
12:10:04
18:47:26 17:57:30
05:36:11 05:02:04 07:34:15 04:48:30 10:49:56 12:44:39 06:12:2500:00:00
00:00:00
A.L.A.S. J.K.A.M. K.S.R.C. L.M.G. M.M.R.O. M.L.A.M. R.S.F.
Tempo utilizado nos testes de precisão leitora
Grupo 3
Pré-teste de Leitura Pós-teste de Leitura
87
seguir. Os erros de adição caíram em quatro participantes e os de pontuação reduziram em
apenas um deles. Observando o total de erros cometidos pelos alunos do grupo 1, durante a
leitura do pós-teste, observamos um acréscimo de erros em três alunos, os de iniciais A.M.A.B.,
E.L.K.S.D. e L.R.S.
Tabela 15 – Tipos de erros no teste de precisão leitora – Grupo 1
Participantes S-Pré-
teste
S – Pós-
teste
O - Pré-
teste
O - Pós-
teste
I-Pré-
teste
I- Pós-
teste
A - Pré-
teste
A- Pós-
teste
P - Pré-
teste
P-Pós-
teste
Legenda: S – substituições, O – omissões, I – Inversões, A – adições e P – pontuação.
Fonte: Construção própria.
Percebemos que o aluno J.A.A.B. cuja presença nas aulas de língua portuguesa foi
100% no período da pesquisa, reduziu os erros por substituição e por omissão, no entanto, não
avançou quanto aos erros por inversão e de pontuação, além disso os erros de adição subiram
de 16 (dezesseis) pontos para 41 (quarenta e um). Logo adiante, o gráfico a seguir ilustra os
registros dos tipos de erros no grupo 1:
Gráfico 4 – Tipos de erros no teste de precisão leitora do Grupo 1
Fonte: Construção própria
Quanto aos erros cometidos no decorrer da leitura, observamos no grupo 2 que os
erros por substituições e omissões apresentaram-se reduzidos em quatro participantes. Dos sete
17 17 17
7767
12
2929
1324
49
7080
65
30 515
25 2833
25
32 10 14 16 24 25 90 2 2
16 154
31
3 0 141
4 6 24 0 1 5 2 0 58
0 4 5 6 2 2
0
50
100
A.M.A.B. D.L.S.P. E.L.K.S.D. J.A.A.B. J.R.S.C. L.R.S. Y.S.A.L.
Tipos de erros no teste de precisão leitora
Grupo 1
SUBSTITUIÇÕES - T1 SUBSTITUIÇÕES - T2 OMISSÕES - T1OMISSÕES - T2 INVERSÕES - T 1 INVERSÕES - T2ADIÇÕES - T1 ADIÇÕES - T2 ERROS DE PONTUAÇÃO - T1ERROS DE PONTUAÇÃO - T2
A.M.A.B. 17 29 30 32 0 0 0 3 4 8
D.L.S.P. 17 13 5 10 1 1 2 0 0 0
J.A.A.B. 77 49 25 16 3 3 16 41 5 5
J.R.S.C. 67 70 28 24 1 2 15 4 2 6
L.R.S. 12 80 33 25 2 0 4 6 0 2
Y.S.A.L. 29 65 25 9 0 0 31 2 5 2
SOMA 236 330 161 130 9 6 70 57 17 27
88
alunos avaliados, cinco deles tiveram redução nos erros por inversão e três deles reduziram os
erros de pontuação. No entanto, apenas um reduziu os erros por adição. De uma forma geral,
cinco dos sete alunos avaliados no grupo 2 conseguiram ler o mesmo texto cometendo menos
erros de inversão. Dentre os dois participantes que não obtiveram redução no número geral de
erros, o de iniciais A.C.P.S., ausentou-se em dois dias das aulas. Na tabela a seguir,
apresentamos os tipos de erros do grupo que recebeu as mediações para melhoria da consciência
fonológica.
Tabela 16 – Tipos de erros de precisão leitora – Grupo 2.
Participantes
S –
Pré-
teste
S –
Pós-
teste
O -
Pré-
teste
O –
Pós-
teste
I -
Pré-
teste
I -
Pós-
teste
A -
Pré-
teste
A -
Pós-
teste
P - Pré-
teste
P - Pós-
teste
A.C.P.S 5 12 20 13 0 0 8 14 0 1
F.W.S. 6 2 3 6 2 1 0 0 1 0
M.D.G.D. 0 15 28 15 15 1 37 17 0 1
G.T.L. 15 6 3 2 2 0 0 3 0 1
G.T.D.L. 10 17 5 13 9 0 1 5 4 1
J.B.A.C. 18 10 5 13 3 1 0 4 5 0
S.G.B.A. 10 2 18 12 1 9 2 5 2 2
SOMA 64 64 82 74 32 12 48 48 12 6
Legenda: S – substituições, O – omissões, I – Inversões, A – adições e P – pontuação.
Fonte: Construção própria
Verificamos que os erros mais presentes no pré-teste foram por omissão, seguidos
pelos de substituição. Depois das aulas, os erros por substituição não foram alterados, mas os
erros por omissão caíram 8 (oito) pontos. Tivemos uma redução de 20 (vinte) pontos nos erros
por inversão, os erros por adição não se alteraram e os de pontuação caíram pela metade.
No gráfico a seguir apresentamos os erros registrados no pré-teste de leitura.
Gráfico 5 – Tipos de erros do teste de precisão leitora do Grupo 2.
Fonte: Construção própria
5 60
1510
18
1012
2
15
6
1710
2
20
3
28
3 5 5
1813
6
15
2
13 13 12
0 2
15
29
3 18
0
37
0 1 0 2
14
0
17
3 5 4 50 1 0 0
4 521 0 1 1 1 0 2
-10
40
A.C.P.S F.W.S. M.D.G.D. G.T.L. G.T.D.L. J.B.A.C. S.G.B.A.
Tipos de erros do teste de precisão leitora
Grupo 2.
Substituições Pré-teste Substituições Pós-teste Omissões Pré-teste
Omissões Pós-teste Inversões Pré-teste Inversões Pós-teste
Adições Pré-teste Adições Pós-teste Erros de Pontuação - Pré-teste
89
Analisando os tipos de erros do grupo 3 percebemos que houve um decréscimo na
quantidade de erros em todos os participantes. Todos eles reduziram os erros de omissões, cinco
deles diminuíram os erros de inversões, seis deles reduziram os erros de adições e três reduziram
os erros de pontuação. Os alunos com iniciais A.L.A.S., J.K.A.M e M.L.A.M tiveram uma
evolução menor pois ausentaram-se por duas aulas. Já os participantes que compareceram em
100% das mediações tais como os alunos K.S.R.C teve redução em 14 (pontos), L.M.G.,
reduziu os erros em 26 (vinte e seis) pontos e R.S.F. teve um excelente desempenho reduzindo
os erros em 55 (cinquenta e cinco) pontos. A aluna de iniciais M.M.R.O. faltou em apenas uma
mediação e conseguiu reduzir os erros em 27 (vinte e sete) pontos.
Tabela 17 – Tipos de erros no teste de precisão leitora – Grupo 3.
Participantes S-Pré-
teste
S – Pós-
teste
O - Pré-
teste
O - Pós-
teste
I-Pré-
teste
I- Pós-
teste
A - Pré-
teste
A- Pós-
teste
P - Pré-
teste
P-Pós-
teste
A.L.A.S. 15 11 5 2 1 0 6 4 2 0
J.K.A.M. 8 14 19 4 1 0 1 5 3 3
K.S.R.C. 23 14 17 12 0 1 3 3 3 2
L.M.G. 17 4 12 5 1 0 9 2 3 5
M.M.R.O. 75 74 32 10 1 1 6 3 2 1
M.L.A.M. 35 36 14 12 1 1 6 2 1 2
R.S.F 0 28 14 6 64 2 23 9 1 2
SOMA 173 181 113 51 69 5 54 28 15 15
Legenda: S – substituições, O – omissões, I – Inversões, A – adições e P – pontuação.
Fonte: Construção própria
Esses foram os erros registrados nas avaliações do grupo 3:
Gráfico 6 – Tipos de erros no teste de precisão leitora – Grupo 3.
Fonte: Construção própria
15
8 23
17
75
35
0
11 1
4
14
4
74
36
28
5
19
17
12
32
14
14
2
4
12
5
10 1
2
6
1 1 0 1 1 1 641
6
1
3
9
6 6
23
4 5
3 2 3 2
9
2 3 3 3 2 1 10
3 2
5
1 2 2
0
8
16
24
32
40
A.L.A.S. J.K.A.M. K.S.R.C. L.M.G. M.M.R.O. M.L.A.M. R.S.F
Tipos de erros no teste de precisão leitora
Grupo 3
Substituições Pré-teste Substituições Pós-teste Omissões Pré-testeOmissões Pós-teste Inversões Pré-teste Inversões Pós-testeAdições Pré-teste Adições Pós-teste Erros de Pontuação - Pré-testeErros de Pontuação - Pós-teste
90
Depois de registrarmos os tipos de erros, fizemos um somatório e comparamos a
quantidade destes no pré-teste e no pós-teste. No grupo controle houve um acréscimo de 57
erros. Isso nos leva a crer que as mediações feitas com os dois grupos surtiram bons resultados.
4.1.3 Total de erros de Precisão Leitora
Na próxima tabela registramos o total de erros do grupo 1.
Tabela 18 – Total de erros de precisão leitora – Grupo 1
* Média de redução de erros
Fonte: Construção própria
Quando checamos as presenças dos integrantes do grupo 1 também denominado
grupo controle, não encontramos relação entre a assiduidade nas aulas de seus professores de
língua portuguesa e redução do tempo gasto para leitura. Pois o aluno D.L.S.P., assistiu a 91,66
das aulas de língua portuguesa no período no qual aplicamos as mediações nos grupos 2 e 3 e
conseguiu reduzir apenas 0,85% do total de erros no pós-teste de precisão leitora.
A seguir, apresentamos um gráfico ilustrando alguns dados coletados na tabela.
Gráfico 07 – Total de erros de precisão leitora – Grupo 1
Fonte: Construção própria
5128 37
126113
51
9072
2644
114 106 113
78
0
50
100
150
A.M.A.B. D.L.S.P. E.L.K.S.D. J.A.A.B. J.R.S.C. L.R.S. Y.S.A.L.
Total de erros de precisão leitora
Grupo 1
Pré-teste Pós-teste
Participantes Pré-
teste
Percentual
de erros
Pós-teste Percentual Comparativo Resultado Comentários
A.M.A.B. 51 21,61% 72 30,50% 21 ꜛ 8,89% acréscimo
D.L.S.P. 28 11,86% 26 11,01% 02 ꜜ 0,85% redução
E.L.K.S.D. 37 15,67% 44 18,64% 07 ꜛ 2,97% acréscimo
J.A.A.B. 126 53,38% 114 48,30% 12 ꜜ 5,08% redução
J.R.S.C. 113 47,88% 106 44,91% 07 ꜜ 2,97% redução
L.R.S. 51 21,61% 113 47,88% 62 ꜛ 26,27% acréscimo
Y.S.A.L. 90 38,13% 78 33,05% 12 ꜜ 5,08% redução
Soma 496 553 57 ꜛ acréscimo
Média 70,85 79,00 8,14
91
Diferentemente do Grupo 1, o grupo 2 obteve redução na quantidade de erros, os
dois integrantes que tiveram acréscimo de erros não ultrapassaram 3%.
Tabela 19 – Total de erros de precisão leitora – Grupo 2.
Fonte: Construção própria
A relação entre redução de erros e assiduidade esteve presente nos dados da tabela
acima. Os participantes G.T.L. e G.T.D.L. assistiram a 100% das mediações e reduziram o total
de erros de precisão leitora em 8 pontos e 7 pontos respectivamente. Algumas informações
da tabela dos erros registrados no teste de leitura estão registradas no gráfico a seguir:
Gráfico 8 – Total de erros de precisão leitora – Grupo 2.
Fonte: Construção própria
Obtivemos um excelente resultado com o Grupo 3. As mediações com o uso de
técnicas do método fônico, de atividades que facilitaram a aprendizagem das correspondências
grafofônicas e o uso de recursos lúdicos proporcionaram uma redução do número de erros de
leitura em 100% (cem por cento) dos participantes. A ludicidade foi uma forte aliada no
processo de ensino-aprendizagem, os participantes que demonstravam sinais de desatenção ou
desinteresse durante as explicações debruçavam-se no chão curiosos para participar das
dinâmicas e jogar conosco.
33 12 80 20 29 31 33
40
9
49
12
3629 30
0
20
40
60
A.C.P.S. F.W.S. M.D.G.D. G.T.L. G.T.D.L. J.B.A.C. S.G.B.A
Total de erros de precisão leitora - Grupo 2
Pré-teste Pós-teste
Participantes Pré-teste Percentual
de erros
Pós-teste Percentual Comparativo Resultado Comentários
A.C.P.S. 33 13,98% 40 16,94% 07 ꜛ 2,96% acréscimo
F.W.S. 12 5,08% 9 3,81% 03 ꜜ 1,27% redução
M.D.G.D. 80 33,89% 49 20,76% 31 ꜜ 13,13% redução
G.T.L. 20 8,47% 12 5,08% 08 ꜜ 3,39% redução
G.T.D.L. 29 12,28% 36 15,25% 07 ꜛ 2,97% acréscimo
J.B.A.C. 31 13,13% 29 12,28% 02 ꜜ 0,85% redução
S.G.B.A 33 13,98% 30 12,71% 03 ꜜ 1,27% redução
SOMA 238 205 33 redução
92
Fizemos uso de recurso acessíveis tais como: fichas, figuras e jogos que já estão
disponíveis em algumas escolas da rede municipal da cidade de Juazeiro do Norte. A exemplo
da caixa com 10 (dez) jogos para alfabetização da fundação CEEL. Alguns jogos foram
confeccionados artesanalmente como o de produção de palavra com a sílaba dada, utilizamos
carimbos com sílabas no padrão CV em fichas com E.V.A.
Nosso intuito foi sugerir novos caminhos para conduzir a aprendizagem da leitura.
Os resultados descritos nesta pesquisa atestam a eficácia do uso de recursos lúdicos. O olhar
voltado para as relações entre som e grafia, aliados ao uso do método fônico respondeu muitas
dúvidas quanto a abordagem que pode ser aplicada tanto na fase de aquisição da leitura nas
séries iniciais quanto na correção de defasagem de nível de leitura em alunos que já passaram
do ciclo de aprendizagem da leitura que no Ensino Fundamental vai até o terceiro ano.
Tabela 20 – Total de erros de precisão leitora – Grupo 3.
* Média de redução de erros
Fonte: Construção própria
Neste gráfico fica mais visível a queda na incidência de erros no teste de leitura
com o Grupo 3.
Gráfico 9 – Total de erros de precisão leitora – Grupo 3.
Fonte: Construção própria
29 32 46 42 116 57 1021726 32
16
89
53 47
-44
12202836445260
A.L.A.S. J.K.A.M. K.S.R.C. L.M.G. M.M.R.O. M.L.A.M. R.S.F.
Total de erros de precisão leitoraGrupo 3
Pré-teste Pós-teste
Participantes Pré-teste Percentual
de erros
Pós-teste Percentual Comparativo Resultado Comentários
A.L.A.S. 29 12,28% 17 7,20% 12 ꜜ 5,08% redução
J.K.A.M. 32 13,55% 26 11,01% 06 ꜜ 2,54% redução
K.S.R.C. 46 19,49% 32 13,55% 14 ꜜ 5,94% redução
L.M.G. 42 17,79% 16 6,77% 26 ꜜ 11,02% redução
M.M.R.O. 116 49,15% 89 37,71% 27 ꜜ 11,44% redução
M.L.A.M. 57 24,15% 53 22,45% 04 ꜜ 01,70% redução
R.S.F. 102 43,22% 47 19,91% 55 ꜜ 23,31% redução
424 280 144
20,57*
93
Comparando a redução de erros obtida nos três grupos temos os seguintes dados:
No grupo 2 foi de 19 pontos e dois deles aumentaram os erros em sete pontos cada, totalizando
um acréscimo de 14 pontos no número de erros. Dentre eles a aluna de inicial A.C.P. S. faltou
em duas aulas conforme apresentamos na tabela 17. Já no grupo 3 a redução foi de 144 pontos
e no grupo 1 foi apenas de 33 pontos, lembrando que três deles aumentaram o número de erros
em relação ao primeiro teste em 90 pontos. Os ganhos na precisão de leitura foram maiores no
grupo 3 pois além da estimulação da consciência fonológica, trabalhamos as correspondências
grafofônicas.
4.2 Resultados no teste de Consciência Fonológica – CONFIAS
Na tabela seguinte identificamos uma queda na nota do pós-teste em dois
participantes do grupo 1.
Tabela 21 – Soma dos acertos no pré-teste e no pós-teste – CONFIAS – Grupo 1
* Devido a redução da nota no pós-teste, o grupo 1 evoluiu apenas 0,16 pontos.
Fonte: Construção própria
Constatamos que o grupo 1, também denominado grupo controle, não obteve
avanços consideráveis, aliás, três alunos tiveram redução da nota. O grupo aumentou apenas
1,15 pontos. Logo, as mediações com estímulo da consciência fonológica e relações
grafofônicas surtiram um bom efeito no grupo que aplicamos tais técnicas.
Participantes Pré-teste - CONFIAS Pós-teste - CONFIAS Avanço em pontos
A.M.A.B. 3,63 2,59 -1,04
D.L.S.P. 1,12 3,87 2,75
E.L.K.S.D. 3,28 3,86 0,58
J.A.A.B. 2,35 4,32 1,97
J.R.S.C. 1,00 1,87 0,87
L.R.S. 5,46 3,25 -2,21
Y.S.A.L. 4,61 2,84 -1,77
TOTAL 21,45 22,60 6,17
MÉDIA 3,06 3,22
94
Gráfico 10 – Soma dos acertos no pré-teste e no pós-teste – CONFIAS – Grupo 1
Fonte: Construção própria
Nesta tabela, verificamos os avanços do Grupo 2.
Tabela 22 – Comparativo da soma dos acertos no pré-teste e no pós-teste de Consciência
Fonológica - (CONFIAS) – Grupo 2.
Participantes Pré-teste
Acertos
Pós-teste
Acertos
Avanço Individual
A.C.P.S. 4,77 7,05 2,28
M.D.G.D. 4,87 6,79 1,92
F.W.S. 1,12 5,01 3,89
J.B.A.C. 5,52 6,43 0,91
S.G.B.A 3,37 6,18 2,81
G.T.L. 5,88 7,84 1,96
G.T.D.L. 5,10 8,19 3,09
Total 30,63 47,49 16,86
Média do Avanço 4,37 6,78 2,41
Resultado: O grupo 1 teve um avanço de 16,86 pontos.
Fonte: Construção própria
Todos os participantes do grupo 1 alcançaram notas maiores no pós-teste de
Consciência Fonológica, o aluno de iniciais F.W.S. destacou-se com um acréscimo na nota no
segundo teste em 3,89 pontos. Este aluno assistiu praticamente a todas as mediações, o índice
de presença foi de 91,66%. O aluno de iniciais G.T.D.L. obteve 100% de frequência nas
mediações e seu progresso foi de 3,09 pontos. Isso indica a eficácia das tarefas propostas
durante as mediações. Juntos, eles conseguiram um ganho de 16,86 pontos, a média do
progresso do grupo 1 foi de 2,41 pontos. No gráfico a seguir, fizemos uma exposição de alguns
dados.
3,63
1,12
3,28
2,35
1,00
5,46
4,61
2,59
3,87 3,864,32
1,87
3,252,84
0
3
6
A.M.A.B. D.L.S.P. E.L.K.S.D. J.A.A.B. J.R.S.C. L.R.S. Y.S.A.L.
Soma dos acertos no pré-teste e no pós-teste - CONFIAS
Grupo 1
Pré-teste Pós-teste CONFIAS
95
Gráfico 11 – Comparativo da soma dos acertos no pré-teste e no pós-teste (CONFIAS) –
Grupo 2.
Fonte: Construção própria
No Grupo 3 o avanço foi superior aos demais grupos. Os participantes de iniciais
R.S.F. e M.M.R.O., alcançaram um avanço excelente e isso se refletiu também no tempo de
leitura e na redução dos erros durante a decodificação dos vocábulos. Acreditamos que os
recursos lúdicos foram ferramentas importantes no processo da aprendizagem. Somado a isto,
a abordagem em torno das correspondências grafofônicas dirimiram dúvidas quanto a
associação do som com a grafia.
Observamos o índice de presença durante as mediações e constatamos que quanto
maior o percentual de presença maior o avanço nos pontos. Assim, o aluno R.S.F. que avançou
6,45 no pós-teste assistiu a 100% das mediações, em segundo lugar ficou M.M.R.O., com
avanço de 5,31 pontos assistiu a 92,30% e em terceiro lugar ficou J.K.A.M. com acréscimo de
4,45 pontos e índice de presença de 84,61%. Daí a importância da assiduidade, por mais
comprometido que o professor seja, se o aluno não tiver assiduidade não obterá o êxito
esperado. A parceria com a família foi de suma importância. Os pais autorizaram a participação
dos filhos e incentivaram sua participação ativa nas aulas. Mesmo encontrando dificuldade para
solucionar questões durante as aulas, observamos que os alunos mais comprometidos
alcançaram melhores resultados.
4,77 4,87
1,12
5,52
3,37
5,885,10
7,05 6,79
5,01
6,43 6,18
7,848,19
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
A.C.P.S. M.D.G.D. F.W.S. J.B.A.C. S.G.B.A G.T.L. G.T.D.L.
Títu
lo d
o E
ixo
Comparativo da soma dos acertos no pré-teste e no pós-teste
(CONFIAS) - Grupo 2.
Pré-teste - Acertos Pós-teste - Acertos
96
Tabela 23 – Comparativo da soma dos acertos no pré-teste e no pós-teste (CONFIAS) –
Grupo 3.
Resultado: O grupo 2 teve um avanço de 23,22 pontos.
Fonte: Construção própria
Comparamos o avanço dos alunos do grupo 3 com o índice de frequência e
obtivemos os seguintes dados: O aluno R.S.F. assistiu a 100% das mediações e avançou 6,45
pontos na nota do pós-teste. Seguido por M.M.R.O., cuja frequência foi de 92,30% e aumentou
5,31 pontos no pós-teste. Já o participante J.K.A.M., teve frequência de 84,61% e aumentou
4,45 pontos no pós-teste. Mais uma vez comprovamos a eficácia das mediações, os alunos que
obtiveram maior avanço, foram os que assistiram a um percentual maior de aulas.
O próximo gráfico ilustra melhor o avanço alcançado pelo Grupo 3.
Gráfico 12 – Comparativo da soma dos acertos nos testes (CONFIAS) - Grupo 3.
Fonte: Construção própria
Observamos um avanço maior neste grupo, pois além da estimulação da
consciência fonológica, os educandos fizeram tarefas que os auxiliaram a fazer as devidas
associações entre som e grafia. O grupo 3 avançou 6,36 em relação ao grupo 2.
6,94
3,62
5,21 5,60
1,61
3,52
1,80
8,55 8,07 7,81 7,466,92
4,46
8,25
0,00
10,00
A.L.A.S. J.K.A.M. K.S.R.C. L.M.G. M.M.R.O. M.L.A.M. R.S.F.
Comparativo da soma dos acertos no pré-teste e no pós-teste
CONFIAS Grupo 3.
Pré-teste CONFIAS Pós-teste - CONFIAS
Participantes Pré-teste CONFIAS Pós-teste CONFIAS Avanço em pontos
A.L.A.S. 6,94 8,55 1,61
J.K.A.M. 3,62 8,07 4,45
K.S.R.C. 5,21 7,81 2,60
L.M.G. 5,60 7,46 1,86
M.M.R.O. 1,61 6,92 5,31
M.L.A.M. 3,52 4,46 0,94
R.S.F. 1,80 8,25 6,45
TOTAL 28,30 51,52 23,22
MÉDIA 4,04 7,36 3,31
97
Tabela 24 – Comparativo entre o desempenho dos três grupos no pré-teste de precisão leitora
Participantes Grupo 1 Participantes Grupo 2 Participantes Grupo 3
A.M.A.B. 09:26:15 A.C.P.S 05:31:00 A.L.A.S. 06:29:00
D.L.S.P. 07:15:25 F.W.S. 05:46:43 J.K.A.M. 04:54:05
E.L.K.S.D. 08:16:18 M.D.G.D. 08:26:39 K.S.R.C. 07:16:29
J.A.A.B. 21:10:19 G.T.L. 08:52:37 L.M.G. 06:46:21
J.R.S.C. 26:18:06 G.T.D.L. 07:37:34 M.M.R.O. 12:10:04
L.R.S. 19:58:45 J.B.A.C. 06:26:24 M.L.A.M. 18:47:26
Y.S.A.L. 18:19:20 S.G.B.A. 09:43:18 R.S.F. 17:57:30
Soma do tempo 67:43* 53:55* 79:19*
Média do tempo por grupo 09:63 07:42 11:31
*Não utilizamos os milésimos de segundos na soma e na média.
Fonte: Construção própria
Logo a seguir ilustramos no gráfico as informações da tabela acima para melhor
visualização.
Gráfico 13 - Comparativo entre o desempenho dos três grupos no pré-teste de precisão leitora
Fonte: Construção própria
Agora, podemos comparar o rendimento entre os três grupos:
Tabela 25 – Comparativo entre o desempenho dos três grupos no pós-teste de precisão leitora
Participantes Grupo 1 Participantes Grupo 2 Participantes Grupo 3
A.M.A.B. 09:15:30 A.S.P.S 04:18:07 A.L.A.S. 05:36:11
D.L.S.P. 05:26:11 F.W.S. 03:58:02 J.K.A.M. 05:02:04
E.L.K.S.D. 07:51:49 M.D.G.D. 08:26:39 K.S.R.C. 07:34:15
J.A.A.B. 31:41:92 G.T.L. 05:23:44 L.M.G. 04:48:30
J.R.S.C. 15:35:77 G.T.D.L. 06:33:04 M.M.R.O. 10:49:56
L.R.S. 15:32:24 J.B.A.C 04:18:50 M.L.A.M. 12:44:39
Soma do tempo 83:99 17:43 52:45
Média do tempo
usado por aluno 11:99 05:57 07:49
Fonte: Construção própria
05
:31
:00
05
:46
:43
08
:26
:39
08
:52
:37
07
:37
:34
06
:26
:24
09
:43
:18
06
:29
:00
04
:54
:05
07
:16
:29
06
:46
:21
12
:10
:04
18
:47
:26
17
:57
:30
09
:26
:15
07
:15
:25
08
:16
:18 2
1:1
0:1
9
26
:18
:06
19
:58
:45
18
:19
:20
Comparativo entre o desempenho dos três grupos
no pré-teste de precisão leitora
Grupo 2 Grupo 3 Grupo 1
98
Verificamos que a média de tempo gasto no pós-teste pelo Grupo 1 é superior a
média dos grupos que participaram das mediações. Assim, percebemos que as mediações
contribuíram para a melhoria na decodificação dos vocábulos e reduziram o tempo gasto
durante a leitura. A seguir, ilustramos as informações em um gráfico.
Gráfico 14 - Comparativo entre o desempenho dos três grupos no pós-teste de precisão leitora
Fonte: Construção própria
Na tabela abaixo registramos a pontuação dos participantes no pré-teste CONFIAS,
nela observamos quanto os participantes dos Grupos 2 e 3 alcançaram antes de receber as
mediações.
Tabela 26 - Comparativo entre o desempenho dos três grupos no pré-teste – CONFIAS
Participantes Grupo 1 Participantes Grupo 2 Participantes Grupo 3
A.M.A.B. 3,63 A.S.P.S 4,77 A.L.A.S. 6,94
D.L.S.P. 1,12 F.W.S. 1,12 J.K.A.M. 3,62
E.L.K.S.D. 3,28 M.D.G.D. 4,87 K.S.R.C. 5,21
J.A.A.B. 2,35 G.T.L. 5,88 L.M.G. 5,60
J.R.S.C. 1,00 G.T.D.L. 5,10 M.M.R.O. 1,61
L.R.S. 5,46 J.B.A.C 5,52 M.L.A.M. 3,52
Y.S.A.L. 4,61 S.G.B.A. 3,37 R.S.F. 1,80
Soma 21,45 Soma 30,63 28,30
Média 03,06 Média 04,37 04,04
Fonte: Construção própria
Podemos observar a pontuação de cada participante no pré-teste CONFIAS no
gráfico abaixo:
04:1
8:07
03:5
8:02 08
:26:
39
05:2
3:44
06:3
3:04
04:1
8:50
08:0
5:14
05:3
6:11
05:0
2:04
07:3
4:15
04:4
8:30
10:4
9:56
12:4
4:39
06:1
2:25
09:1
5:30
05:2
6:11
07:5
1:49
15:3
6:17
31
:41
:92
15:3
2:24
12:5
1:11
00:00:0002:24:0004:48:0007:12:0009:36:0012:00:0014:24:0016:48:00
Comparat ivo entre o desempenho dos t rês grupos no pós -
teste de precisão le i tora
Grupo 2 Grupo 3 Grupo 1
99
Gráfico 15 – Comparativo entre o desempenho dos três grupos no pré-teste - CONFIAS
Fonte: Construção própria
Quanto ao desempenho no pós-teste CONFIAS, o Grupo 3 no qual trabalhamos a
consciência fonológica e as relações grafofônicas, apresentou desempenho um pouco maior que
o do Grupo 2 conforme dados da tabela 27.
Tabela 27 – Comparativo ente o desempenho dos três grupos no pós-teste - CONFIAS
Participantes Grupo 2 Participantes Grupo 3 Participantes Grupo 1
A.S.P.S 7,05 A.L.A.S. 8,55 A.M.A.B. 2,59
F.W.S. 5,01 J.K.A.M. 8,07 D.L.S.P. 3,87
M.D.G.D. 6,79 K.S.R.C. 7,81 E.L.K.S.D. 3,86
G.T.L. 7,84 L.M.G. 7,46 J.A.A.B. 4,32
G.T.D.L. 8,19 M.M.R.O. 6,92 J.R.S.C. 1,87
J.B.A.C 6,43 M.L.A.M. 4,46 L.R.S. 3,25
S.G.B.A. 6,18 R.S.F. 8,25 Y.S.A.L. 2,84
Soma 47,49 51,52 22,60
Média 06,78 07,36 03,22
Fonte: Construção própria
No gráfico 16 é possível observar que o Grupo 1 teve desempenho inferior em
relação aos grupos que participaram das mediações. É possível constatar também, que a
abordagem com as relações grafofônicas e o uso de recursos lúdicos contribuíram para o
acréscimo das notas do grupo 3.
4,7
7
1,1
2
4,8
7 5,8
8
5,1
0
5,5
2
3,3
7
6,9
4
3,6
2
5,2
1
5,6
0
1,6
1
3,5
2
1,8
0
3,6
3
1,1
2
3,2
8
2,3
5
1,0
0
5,4
6
4,6
1
-2
1
4
7
10
Comparativo entre o desempenho dos três grupos no pré-teste -
CONFIAS
Grupo 2 Grupo 3 Grupo 1
100
Gráfico 16 – Comparativo entre o desempenho dos três grupos no pós-teste - CONFIAS
Fonte: Construção própria
No gráfico 16 observamos claramente o baixo desempenho do grupo 1, buscamos
as frequências dos integrantes deste grupo também denominado como grupo de controle e
percebemos que os participantes: D.L.S.P. e J.AA.B., que obtiveram um resultado melhor no
grupo 1 assistiram a 91,66% e 100% das aulas de acordo com os registros dos professores que
lecionaram a disciplina de língua portuguesa no período desta pesquisa. Logo, a assiduidade
não foi suficiente para melhorar seus níveis de consciência fonológica.
Na tabela a seguir registramos na tabela 28 o percentual de presença dos
participantes durante as mediações e constatamos que o índice de faltas no grupo 2 foi maior
em relação ao Grupo 3.
4.1.4 – Registro de presença nas mediações e nas aulas convencionais
Tabela 28 – Percentual de presença dos participantes nas mediações
Grupo 2
Percentual de
Presença nas
mediações Grupo 3
Percentual de Presença
nas mediações
A.C.P.S. 83,30% A.L.A.S. 84,61%
M.D.G.D. 75% J.K.A.M. 84,61%
F.W.S. 91,66% K.S.R.C. 100%
J.B.A.C. 75% L.M.G. 100%
S.G.B.A. 75% M.M.R.O. 92,30%
G.T.L. 100% M.L.A.M. 84,61%
G.T.D.L. 100% R.S.F. 100%
Fonte: Construção própria
7,0
5
5,0
1 6,7
9 7,8
4
8,1
9
6,4
3
6,1
8
8,5
5
8,0
7
7,8
1
7,4
6
6,9
2
4,4
6
8,2
5
2,5
9 3,8
7
3,8
6
4,3
2
1,8
7 3,2
5
2,8
4
0123456789
Comparativo entre o desempenho dos três grupos no pós-teste -
CONFIAS
Grupo 2 Grupo 3 Grupo 1
101
Podemos visualizar melhor o percentual de presença no gráfico a seguir:
Gráfico 17 – Percentual de presença dos participantes nas mediações
Fonte: Construção própria
Fizemos um comparativo do desempenho de alguns alunos que se destacaram mais
com o percentual de presença nas mediações e obtivemos os seguintes resultados: No Grupo 2,
o aluno G.T.L., reduziu no pós-teste o tempo gasto em 03:28:53. Vale ressaltar que aplicamos
o mesmo texto no pré-teste e no pós-teste. Quanto aos tipos de erros de acordo com os dados
das tabelas 16 e 28, os alunos G.T.L. e G.T.D.L. assistiram a 100% das mediações e
conseguiram reduzir os erros durante a leitura. O primeiro reduziu os erros de substituição,
omissão e inversão. Já o segundo aluno reduziu os erros de inversão e pontuação.
A relação entre avanço e assiduidade esteve presente nos dados das tabelas 19 e 28.
Os participantes G.T.L. e G.T.D.L. assistiram a 100% das mediações e reduziram o total de
erros em 8 (oito) pontos e 7 (sete) pontos respectivamente.
No grupo 3 constatamos que os alunos que assistiram a maior quantidade de aulas
conseguiram uma redução maior no número total de erros no pós-teste de precisão leitora. O
aluno R.S.F. atingiu 100% da frequência e reduziu 55 (cinquenta e cinco) erros. Em seguida
M.M.R.O., assistiu a 92,30% e conseguiu reduzir 27 (vinte e sete) erros. Já L.M.G. reduziu 26
(vinte e seis) erros e assistiu a 100% das mediações.
83
,30
75
91
,66
75
75
10
0
10
0
84
,61
84
,61
10
0
10
0
92
,30
84
,61
10
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Percentual de presença
Grupo 2 Grupo 3
102
Gráfico 18 – Registro de Presença do Grupo 1 nas aulas convencionais
Fonte: Construção Própria
6
1110
12
98
10
50% 91,66% 83,33% 100% 75% 66,66% 83,33%
0
2
4
6
8
10
12
14
A.M.A.B D.L.S.P. E.L.K.S.D. J.A.A.B. J.R.S.C. L.R.S. Y.S.A.L.
Registro da Presença do Grupo 1 nas aulas habituais
Presença Percentual
103
5 CONCLUSÃO
De acordo com o exposto na introdução, esta pesquisa visou verificar se o uso do
método fônico e a estimulação da consciência fonológica contribuem para o aprendizado da
leitura. A primeira pergunta questionou quais seriam os diferentes graus de dificuldade de
descodificação de palavras na leitura de textos por alunos do 3º e 4º anos.
No grupo 2 os participantes cometeram 82 (oitenta e dois) erros por omissão no
teste inicial e reduziu para 74 (setenta e quatro) pontos. Houve 64 (sessenta e quatro) erros por
substituição tanto no pré-teste quanto no pós-teste, quanto aos erros por adição, foram 48
(quarenta e oito) erros que se mantiveram nos dois testes, os erros por inversão totalizaram 32
(trinta e dois) no teste inicial e reduziram para 12 (doze) no teste final. Já os erros de pontuação
caíram pela metade; no pré-teste encontramos 12 (doze) erros e no pós-teste foram 6 (seis)
erros. Reduziram em 8 (oito) pontos os erros de omissão, em 20 (vinte) pontos os erros de
inversão e ficou pela metade os erros de pontuação. Logo o desempenho na leitura no grupo 2
melhorou.
O grupo 3 apresentou um acréscimo de 173 (cento e setenta e três) erros de
substituição para 181 (cento e oitenta e um), os erros por omissão reduziram de 113 (cento e
treze) para 51 (cinquenta e um), os erros de inversão que eram de 69 (sessenta e nove) passaram
para apenas 5 (cinco), os erros de adição caíram de 54 (cinquenta e quatro) para 28 (vinte e
oito) e os erros de pontuação mantiveram-se em 15 (quinze) no pré-teste e no pós-teste.
Constatamos que neste grupo depois das mediações os erros por substituição aumentaram em
8 (oito) pontos e mantiveram-se iguais na pontuação. Acreditamos que a substituição é uma
tentativa de inferir o vocábulo mediante a busca no dicionário internalizado pelo leitor. Em
contrapartida, houve redução de 62 (sessenta e dois) pontos nos erros por omissão, 64 (sessenta
e quatro) pontos nos erros por inversão e 26 (vinte e seis) pontos nos erros por adição.
Já no grupo 1 os erros de substituições aumentaram de 236 (duzentos e trinta e seis)
para 330 (trezentos e trinta), os erros por omissões caíram de 161 (cento e sessenta e um) para
130 (cento e trinta), os erros por inversão reduziram de 9 (nove) para 6 (seis), os erros por
adição reduziram de 70 (setenta) para 57 (cinquenta e sete) enquanto os de pontuação
aumentaram de 17 (dezessete) para 27 (vinte e sete). Percebemos um acréscimo de 94 (noventa
e quatro) pontos nos erros por substituição e 10 (dez) pontos nos erros de pontuação. Houve
uma redução embora menor que a do grupo 2 nos erros por omissão em 31 (trinta e um) pontos,
por inversão em apenas 3 (três) pontos e por adição em 13 (treze) pontos.
104
Portanto, as mediações foram eficazes na redução dos erros de omissão, inversão,
adição e pontuação. Posteriormente podem ser elaboradas tarefas que possibilitem a redução
dos erros por substituição que aumentaram um pouco no grupo 3 e mantiveram-se iguais no
grupo 2. Vale ressaltar que dos sete participantes do grupo 2, apenas dois tiveram 100% de
frequência, um obteve 91,66% de frequência e outro 83,30% de frequência e três deles tiveram
75% de frequência. Já no grupo 3 a frequência foi melhor, dos sete participantes, três deles
tiveram 100% de frequência, um participante obteve 92,30% de presença e os outros três
integrantes do grupo obtiveram 84,61% de frequência, conforme ilustrado no gráfico 17.
Quanto ao tempo de leitura, de acordo com os dados coletados no gráfico 1, o grupo
2 teve redução no tempo gasto em 100% dos participantes. O tempo de redução varia entre
01:38 a 3:29, não utilizamos os milésimos de segundos para calcular o tempo de redução
individual, o tempo completo encontra-se especificado no gráfico 21. O grupo 3 obteve uma
redução considerável no tempo gasto para leitura em cinco dos sete participantes, a aluna
J.K.A.M. aumentou o tempo utilizado na leitura em 48 segundos e K.S.R.C. aumentou em 18
segundos, porém os erros de leitura caíram em 6 (seis) e em 14 (quatorze) pontos
respectivamente. O que denota maior qualidade na leitura. A redução do tempo neste grupo
variou de 01:33 a 11:45 excluindo-se os milésimos de segundo.
No grupo 1, a redução do tempo gasto em leitura variou de 00:11 a 10:83, um deles
teve acréscimo de 10:32 no tempo de leitura. Os alunos A.M.A.B. reduziu o tempo da leitura
em 11 segundos mas aumentou os erros em 21 pontos. E.L.K.S.D. reduziu o tempo em 64
segundos, no entanto aumentou os erros em 7 pontos e L.R.S. reduziu o tempo em 04:26 mas
aumentou os erros em 62 pontos conforme o gráfico 9. Logo, percebemos que a redução do
tempo não implicou em qualidade na decodificação.
O segundo questionamento referiu-se ao efeito que o estímulo da consciência
fonológica e do uso de técnicas tradicionais e instrumentos lúdicos causa durante a aquisição
da leitura. Constatamos diante do desempenho na prova de consciência fonológica, que no
grupo 2, 100% aumentou em 16,86 pontos, no grupo 3, 100% obteve aumento de 23,22 pontos
e no grupo 1, 57,14% conseguiu aumentar a nota na soma geral de 6,17 pontos.
A hipótese principal desta pesquisa era de que a dificuldade de leitura dos alunos
do terceiro e quarto ano poderia estar relacionada em grande média à falta de conhecimento das
relações grafofônicas para a adequada descodificação das palavras. Percebemos que ela foi
confirmada, ao compararmos os números, as práticas pedagógicas aplicadas no grupo 3 surtiram
mais efeito que no grupo 1, lembrando que, no grupo 3, além de trabalharmos a estimulação da
consciência fonológica, tratamos das relações grafofônicas como exposto na sessão da
105
metodologia. E o grupo 1, também denominado de grupo controle, não recebeu os benefícios
da referida metodologia. Sabemos que há muitas barreiras a serem superadas na prática de
ensino, mas precisamos buscar metodologias que tragam bons resultados e ajudem os alunos a
superar suas dificuldades. É verdade que erros de substituição, adição e pontuação aumentaram
no primeiro grupo, mas reduziram no segundo grupo que teve acréscimo das relações
grafofônicas nas mediações.
Foi gratificante ver a ascensão do aluno R.S.F. durante as mediações. O
comportamento agitado dele foi aos poucos sendo substituído pelo interesse em aprender.
Mesmo depois de finalizadas as treze mediações de uma a duas horas de duração, ele me
chamava na escola pedindo para ler histórias para eu ouvir. Isso reforça a ideia da eficácia do
método fônico com a estimulação da consciência fonológica e o estudo das relações
grafofônicas. Os resultados obtidos pelo aluno R.S.F., afrodescendente, de família humilde cujo
pai é carroceiro e a mãe faxineira e ambos não sabem ler, demonstram que alunos que vivem
em ambientes menos favorecidos e que não têm acompanhamento dos pais na resolução das
tarefas podem aprender a ler na escola pública que se apropria dos métodos aplicados nesta
pesquisa.
Percebemos uma maior incidência no erros por substituição. Segundo Fayol (2014,
p. 40) é o aprendizado do código alfabético que proporciona a leitura e a escrita exitosa. Há
também o ponto de vista de Kato (1997, p. 81), que defende que a estratégia de substituição ou
de adivinhação na qual o aluno substitui o vocábulo por outro de contexto sintático ou
semântico apropriado, ou troca alguma unidade sonora ocorre devido ao uso da estratégia
fonológica e ortográfica e pelo reconhecimento da imagem armazenada na mente. Assim, o que
ela pode ler substitui por um item desconhecido. Concluímos que as aulas propostas com o uso
do método fônico, com a estimulação da consciência fonológica e ensino das relações
grafofônicas contribuíram para a redução de erros durante a leitura e redução do tempo
utilizado.
Acreditamos na eficácia do uso de jogos no processo de ensino e aprendizagem e
temos a certeza de que nossos esforços foram válidos para incentivar mais pesquisas no
direcionadas às dificuldades de leitura no Ensino Fundamental. Esperamos que as aulas
propostas possam contribuir com a prática docente e proporcionem aos educandos a conquista
das habilidades de leitura.
106
REFERÊNCIAS
ADAMS, Marilyn. Jaeger et al. Relatório final do grupo de trabalho alfabetização
infantil: os novos caminhos. Câmara dos Deputados Comissão de Educação e Cultura.
Brasília: 2003. 163 p. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br>. Acesso em: 25 out.
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111
APÊNDICE A – Sílabas para colar nos vocábulos incompletos: atividade 02
JA JA JA JA JA JA JI JI JI JI JI JI
JO JO JO JO JO JO JU JU JU JU JU JU
_____ ELHO _____ BOIA _____ TO ____ NELA _____ RNAL
_____ CARÉ _____ BUTICABA _____ DÔ ____ QUETA ____ RRA
_____ IZ _____ VALI
APÊNDICE B – Vocábulos sugeridos para criação de rimas: atividade 03
Mala mel mingau amora amigo madeira
Amarelo camelo mulher mamão amor limão
APÊNDICE C – Planilha para formação das sílabas: atividade 04
A E I O U ÃO
F
J
M
N
APÊNDICE D – Soneto da Hora Final de Vinicius de Moraes: atividade 08
SONETO DA HORA FINAL
(Vinicius de Moraes)
Será assim, amiga: um certo dia
Estando nós a contemplar o poente
Sentiremos no rosto, de repente
O beijo leve de uma aragem fria.
Tu me olharás silenciosamente
E eu te olharei também, com nostalgia
E partiremos, tontos de poesia
Ao transpor as fronteiras do Segredo
Eu, calmo, te direi: — Não tenhas medo
E tu, tranquila, me dirás: — Sê forte.
E como dois antigos namorados
Noturnamente triste e enlaçados
Nós entraremos nos jardins da morte.
112
Para a porta de treva aberta em frente.
APÊNDICE E – Manipulação de sílabas: atividade 13
ve-cha do-lha-mo rro-cho-ca bo-ca-chim lhor-me lha-ca
lho-mo cha-rra-bo ra-ná-gua sse-ta-a-pa rro-ca-ça rro-ba
lho-mi ssa-pa-gem pá-ro-ssa sseio-pa ssa-pre bo-a-qui
rra-gue gue-jo-ran-ca das-te-guin ta-rra-gui jo-quei rrão-to
lo-qui qui-bo-lom mi-cha-né co-ria-rre da-ri-que va-chu
APÊNDICE F – Representações dos sons da letra R: atividade 18
Palavras com r com o
mesmo som breve de
(cadeira) /ɾ /?
Palavras com rr
com o mesmo som
de (garrafa) /x/
Palavras com r com
o mesmo som de
estudar /ɦ/
Palavras com r com
som o mesmo de
(rede) /h/
APÊNDICE G – Representações dos sons da letra X: atividade 19
Palavras
escritas com x
e com som de z
Palavras escritas
com x e com
som de ch
Palavras escritas
com x e com
som de ks
Palavras escritas
com x e com
som de ss
Palavras escritas
com x e com
som de s
APÊNDICE H – Representações dos sons da letra S: atividade 21
Palavras
grafadas com
s e som de /z/
Palavras
grafadas com
s e som de /s/
Palavras grafadas
com ss, (todas
apresentam som /s/).
Palavras grafadas
com
s, com som de /∫/
Palavras
grafadas com s
na sílaba medial
113
APÊNDICE I - QUESTIONÁRIO APLICADO COM OS PAIS OU RESPONSÁVEIS
PELOS MENORES
QUESTIONAMENTOS PARA OS PAIS E/OU RESPONSÁVEIS PELA CRIANÇA
Nome:__________________________________________________________
Data de nascimento: ____/____/____ Gênero: masc. ( ) fem.( )
Idade: _____anos completos e meses
Nome do responsável:_____________________________________________
Grau de parentesco do informante: ______________________ Idade: _______
1. CONDIÇÕES SÓCIO-CULTURAIS
1. Escolaridade dos pais e ou dos responsáveis
Nunca foi à escola Pai Mãe Outro
responsável
Ensino Fundamental (antigo 1º grau) incompleto ( ) ( ) ( )
Ensino Fundamental (antigo 1º grau) completo ( ) ( ) ( )
Ensino Médio (antigo 2º grau) incompleto ( ) ( ) ( )
Ensino Médio (antigo 2º grau) completo ( ) ( ) ( )
Superior incompleto ( ) ( ) ( )
Superior completo ( ) ( ) ( )
2. Tipo de escola que estudou:
Pai: ( ) pública ( ) particular
Mãe: ( ) pública ( ) particular
Outro responsável: ( ) pública ( ) particular
3. Tipo de atividade profissional (ocupação) atual:
Pai:
Mãe:
Responsável:
II. EXPERIÊNCIA ESCOLAR DA CRIANÇA
1. A criança cursou a pré-escola? ( ) sim ( )não
2. Onde cursou a pré-escola? ( ) na escola onde
estuda
( ) em outra
escola
3. Ano que estuda atualmente? ( ) 3º ano ( ) 4º ano
4. A criança já foi reprovada?
( ) sim ( ) não ( ) uma vez ( ) duas vezes ( ) Mais de duas vezes
5. A criança tem alguma deficiência que possa comprometer o desempenho escolar?
( ) Sim, qual?
___________________________________________________________________
( ) Não
114
APÊNDICE J – APLICAÇÃO DO PRÉ-TESTE E DO PÓS-TESTE DE
CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA - CONFIAS
APÊNDICE L – FOTOS DA UTILIZAÇÃO DE JOGOS COM O ALFABETO MÓVEL:
ATIVIDADE 06
Aplicação do teste de Consciência
Fonológica – CONFIAS (Pré-teste)
Aplicação do teste de Consciência
Fonológica – CONFIAS (Pós-teste)
Atividade 06 –
Os alunos completaram as lacunas das
palavras utilizando o alfabeto móvel.
Atividade 06 –
Descobrindo qual é a palavra preenchendo-
a com o alfabeto móvel.
115
APÊNDICE M – FOTO DA EXECUÇÃO
DO JOGO DA TRINCA MÁGICA -
ATIVIDADE 09
APÊNDICE N – FOTO DA
EXECUÇÃO DO BINGO DA LETRA
INICIAL – ATIVIDADE 09
APÊNDICE O – FOTO DA
FORMAÇÃO DE PALAVRAS COM A
SÍLABA DADA
APÊNDICE P – FOTO DA
APLICAÇÃO DO DOMINÓ COM
IMAGENS E PALAVRAS
Atividade 09 –
Jogo da trinca mágica para encontrar rimas
por Brandão et al (2009, p. 62-4).
Atividade 09 –
Bingo da letra inicial por Brandão et al
(2009, p 62-4)
Atividade 09 –
Formação de palavras com a sílaba dada.
Atividade 16 –
Dominó com imagens e palavras. Capovilla
e Capovilla (2000, p. 86-87)
116
ANEXO A – T.C.L.E. APRESENTADO AOS PAIS OU RESPONSÁVEIS
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Nome da Pesquisa:
PESQUISADORA RESPONSÁVEL
Jussara Maria Morais Feitoza
Fone: (88) 9 8802 6565
ORIENTADOR
Prof. Dr. Ronaldo Mangueira Lima Júnior
Seu (sua) filho(a) está sendo convidado(a) a participar de um estudo que tem como
objetivo investigar a contribuição do uso de técnicas do método fônico para estímulo da
consciência fonológica a fim de facilitar a aquisição das relações grafofonêmicas e,
consequentemente, proporcionar o desenvolvimento de habilidades na leitura em alunos do 3º
e 4º ano do ensino fundamental.
O estudo compreende as seguintes fases: Inicialmente haverá uma avaliação
individual dos níveis de leitura dos alunos matriculados no terceiro e no quarto ano do ensino
fundamental I, em seguida, seu (sua) filho(a) participará juntamente com um pequeno grupo de
crianças, de sessões semanais de reforço escolar com duração entre uma hora e uma hora e
meia, realizadas na própria escola, durante o horário de aula ou durante as oficinas no período
da tarde. Depois de concluídas as mediações, seu (sua) filho(a) fará novamente a avaliação de
leitura aplicada antes das aulas de leitura com o intuito de avaliar o progresso obtido.
Todas as etapas do estudo serão realizadas pela própria e pesquisadora e você poderá
retirar seu consentimento a qualquer momento, deixando seu (sua) filho(a) de participar da
pesquisa, sem qualquer penalidade. Não há previsão de riscos ou desconforto para os alunos
que participarem do estudo e você poderá receber informações sobre o andamento das
atividades sempre que julgar necessário.
As informações obtidas pela pesquisadora poderão ser utilizadas em publicações
cientificas, com garantia do sigilo da identidade dos participantes.
Eu, ______________________________________________________________,
abaixo assinado, responsável por ________________________________________
_____________________________, fui devidamente esclarecido(a) sobre os objetivos, os
procedimentos, os riscos e os benefícios da pesquisa intitulada Contribuição do Método
Fônico na Aquisição da Leitura que tem como pesquisadora responsável a Professora Jussara
Maria Morais Feitoza, e declaro que tenho pleno conhecimento dos direitos e das condições
que me foram asseguradas, relacionadas a seguir:
1. Garantia de receber informações e esclarecimentos sobre as atividades realizadas em
qualquer etapa da pesquisa;
2. A liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isso traga prejuízo
à continuidade do trabalho.
3. A segurança de que meu (minha) filho(a) não será identificado(a) e que será mantido o sigilo
sobre as informações relacionadas à privacidade dele(a).
Portanto, declaro que concordo inteiramente com as condições que me foram explicadas
e que, livremente, manifesto o consentimento da participação de meu (minha) filho(a) na
referida pesquisa.
Juazeiro do Norte/CE, _____ de _____________________ de 2017
__________________________________________________
Assinatura do responsável
117
ANEXO B – AUTORIZAÇÃO DA GESTORA DA UNIDADE DE ENSINO PARA
REALIZAÇÃO DA PESQUISA
AUTORIZAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DE PESQUISA E COLETA DE DADOS
À diretora da escola
Prezada Sra. diretora
Solicito autorização para a coleta de dados da pesquisa Contribuição do método fônico
na aquisição da leitura, de minha responsabilidade, como requisito para conclusão do
mestrado em letras pela Universidade Federal do Ceará.
A pesquisa tem como objetivo principal investigar a contribuição do uso de técnicas do
método fônico para estímulo da consciência fonológica a fim de facilitar a aquisição das
relações grafofonêmicas e, consequentemente, proporcionar o desenvolvimento de habilidades
na leitura em alunos do 3º e 4º ano do ensino fundamental I. A participação dos alunos será por
meio de uma avaliação de leitura. Diante do resultado desta avaliação, serão formados grupos
para aplicação de exercícios que facilitem a leitura. Essas aulas serão ministradas na própria
escola e será necessário um espaço para esse fim. A participação na pesquisa não implica em
nenhum risco ou constrangimento.
A participação desses alunos se dará de maneira voluntária e mediante assinatura do
Termo de Consentimento e Livre e Esclarecido que segue anexo, que garante o anonimato dos
participantes bem como a possibilidade de desistir de participar da pesquisa a qualquer
momento.
A coleta dos dados poderá iniciar em maio de 2017 e a conclusão do estudo se dará em
março de 2018. Seus resultados poderão ser divulgados em artigos científicos e eventos
científicos.
Coloco-me à disposição para qualquer esclarecimento agora e no decorrer da pesquisa
pelo e-mail: [email protected] e pelo telefone (88) 98802 6565.
Atenciosamente,
______________________________________________
Jussara Maria Morais Feitoza
Autorizo a coleta de dados e realização da pesquisa de acordo com os termos expostos acima.
Juazeiro do Norte, _____ de ________________________ de 2017.
_________________________________________________________________________
Diretora Administrativa
118
ANEXO C – TERMO DE ASSENTIMENTO ASSINADO PELOS PARTICIPANTES
DA PESQUISA
Termo de Assentimento do Menor
Você está sendo convidado para participar da pesquisa CONTRIBUIÇÃO DO
MÉTODO FÔNICO NA AQUISIÇÃO DA LEITURA. Seus pais permitiram que você
participe.
Queremos saber se a contribuição do uso de técnicas do método fônico para estímulo da
consciência fonológica podem facilitar a aquisição das relações grafofonêmicas e proporcionar
o desenvolvimento de habilidades na leitura em alunos do 3º e 4º ano do ensino fundamental I.
Ou seja, se ensinando a criança desse jeito ela aprende a ler com mais facilidade.
As crianças que irão participar dessa pesquisa têm de 09 (nove) a 12 (doze) anos de
idade. Você não precisa participar da pesquisa se não quiser, é um direito seu, não terá nenhum
problema se desistir. A pesquisa acontecerá assim: os alunos matriculados nas turmas do
terceiro e quarto anos farão um teste de leitura, em seguida serão realizadas intervenções em
uma das duas turmas, e por último farão um pós-teste. Para isso, será usado/a fichas, material
impresso, lápis grafite, borracha, lápis colorido, papel, quadro branco, pincel, data show e
software. O uso dos materiais especificados acima é considerado seguro e não traz riscos à
saúde.
Há coisas boas que podem acontecer como: você conhecerá novas palavras, aprenderá
a ler e poderá conhecer histórias interessantes. Ninguém saberá que você está participando da
pesquisa, não falaremos a outras pessoas, nem daremos a estranhos as informações que você
nos der. Os resultados da pesquisa serão publicados, mas sem identificar as crianças que
participaram dela.
Quando terminarmos a pesquisa iremos apresentar o trabalho na UFC, Universidade
Federal do Ceará. Se você tiver alguma dúvida, você pode me perguntar. Quem está
acompanhando esta pesquisa é o Prof. Dr. Ronaldo Mangueira Lima Júnior. E-mail para
contato: [email protected].
Eu ________________________________________________________________________,
aceito participar da pesquisa CONTRIBUIÇÃO DO MÉTODO FÔNICO NA AQUISIÇÃO
DA LEITURA, que tem o/s objetivo(s) elaborar e avaliar uma proposta didática de atividades
que poderão auxiliar no desenvolvimento da consciência fonológica a fim de auxiliar no
aprendizado da leitura. Entendi as coisas boas que podem acontecer. Entendi que posso dizer
“sim” e participar, mas que, a qualquer momento, posso dizer “não” e desistir que ninguém vai
ficar furioso. A pesquisadora tirou minhas dúvidas e conversou com os meus responsáveis.
Recebi uma cópia deste termo de assentimento, li e concordo em participar da pesquisa.
Juazeiro do Norte/CE, ____de __________________de _______.
_______________________________________________________________
Assinatura do menor
_______________________________________________________________
Prof.ª(a) Jussara Maria Morais Feitoza
Mestranda e Pesquisadora
Telefone para contato: (88) 98802 6565
119
ANEXO D – AS COMPETÊNCIAS DE LEITURA: APRENDER A LER E LER PARA
APRENDER.
120
ANEXO E - IDENTIFICAÇÃO DA SÍLABA INICIAL: ATIVIDADE 01
ANEXO F – MANIPULAÇÃO SILÁBICA: ATIVIDADE 02
ANEXO G –IDENTIFICAÇÃO DE RIMA: ATIVIDADE 07
121
ANEXO H – DITADO DE PALAVRAS COM SEGMENTAÇÃO SILÁBICA:
ATIVIDADE 11
ANEXO I – MANIPULAÇÃO SILÁBICA E COLAGEM DA PALAVRA
DESCOBERTA NO CADERNO: ATIVIDADE 13
122
ANEXO J - IDENTIFICAÇÃO DE LETRA NA SÍLABA INICIAL:
ATIVIDADE 16
ANEXO L – EXCLUSÃO DE FONEMA E FORMAÇÃO DE UM NOVO VOCÁBULO:
ATIVIDADE 19
123
ANEXO M –IDENTIFICAÇÃO DOS SONS DA LETRA S: ATIVIDADE 21
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