UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
SELMA PEREIRA
DEBORA ORLANDO DA COSTA
EFEITOS NEUROFISIOLÓGICOS DA ACUPUNTURA NO
TRATAMENTO DA ANSIEDADE
Mogi das Cruzes, SP
2012
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
SELMA PEREIRA
DEBORA ORLANDO DA COSTA
EFEITOS NEUROFISIOLÓGICOS DA ACUPUNTURA NO
TRATAMENTO DA ANSIEDADE
Monografia apresentada ao Programa de
Pós-Graduação da Universidade de
Mogi das Cruzes, como parte dos
requisitos para a obtenção do título de
Especialista em Acupuntura.
Orientadores: Profª. Bernadete Nunes Stolai e
Profº. Luiz Bernardo Leonelli
Mogi das Cruzes, SP
2012
SELMA PEREIRA
DEBORA ORLANDO DA COSTA
EFEITOS NEUROFISIOLÓGICOS DA ACUPUNTURA NO
TRATAMENTO DA ANSIEDADE
Monografia apresentada ao Programa de Pós-
Graduação da Universidade de Mogi das Cruzes,
como parte dos requisitos para a obtenção do título
de Especialista em Acupuntura.
Aprovado em__________________
BANCA EXAMINADORA:
____________________________________________
Profª. Bernadete Nunes Stolai
UMC – UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
____________________________________________
Profº. Luiz Bernardo Leonelli
UMC – UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
____________________________________________
Profª. Romana de Souza Franco
UMC – UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
AGRADECIMENTOS
A Deus,
Pela permissão e força espiritual para a realização deste
trabalho.
Aos nossos familiares,
Pelo apoio, compreensão, ajuda , carinho e orgulho ao longo
deste percurso.
Aos amigos e colegas de curso,
Pela amizade, alegria e cumplicidade.
Aos pacientes da policlínica,
Pela credibilidade, confiança e compromisso.
Aos professores, aos mestres,
Por toda sabedoria e conhecimento transmitidos, por toda força
que nos impulsionou até o fim, pelo amor demonstrado pela
Acupuntura.
Aos orientadores deste trabalho,
professores Bernadete Nunes Stolai e Luiz Bernardo Leonelli.
Muito obrigada!
RESUMO
Ansiedade é um estado emocional com componentes fisiológicos e psicológicos, que
abrangem sensações de medo, insegurança e antecipação apreensiva, pensamentos dominados
por idéias de catástrofe e vários desconfortos somáticos conseqüentes da hiperatividade do
sistema nervoso autônomo. Passa a ser patológica quando é desproporcional à situação que a
desencadeia, ou quando não existe um motivo específico para o seu aparecimento, ou, ainda,
quando representa uma resposta inadequada a determinada ameaça, em virtude de sua
intensidade ou duração. No Brasil, os transtornos ansiosos aparecem entre os mais prevalentes
diagnósticos psiquiátricos e constituem o principal problema de saúde mental. A Acupuntura
é amplamente utilizada no ocidente, em razão de sua fácil aplicação e baixo custo financeiro,
promove analgesia, normalização das funções orgânicas, modulação da imunidade, das
funções endócrinas e mentais entre outros, e não apresenta efeitos colaterais. A Organização
Mundial de Saúde reconhece que a Acupuntura poderia atuar como tratamento principal ou
complementar para as mais diversas patologias, como por exemplo: enxaquecas, alergias,
problemas gastrointestinais e algias diversas. O objetivo deste trabalho foi verificar os efeitos
neurofisiológicos da Acupuntura no tratamento da Ansiedade, além de relatar os acupontos
mais utilizados. Para isso, foi realizada uma busca por artigos científicos, em bibliotecas
públicas e privadas. Por fim, conclui-se neste trabalho que a Acupuntura mostrou-se
promissora no tratamento da Ansiedade promovendo efeitos como a liberação de substâncias
na circulação sistêmica que proporcionaram aos pacientes relaxamento muscular e
psicológico, diminuição da frequência cardíaca e das percepções desconfortáveis de medo e
insegurança, melhora do sono e da qualidade de vida. Os pontos mais citados nos estudos
foram CS6, C7, VC17, R6, VG20 e Yintang.
Palavras Chave: Acupuntura, Ansiedade.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................7
2 METODOLOGIA ..................................................................................10
3 ANSIEDADE ........................................................................................11
3.1 ANSIEDADE NA MTC....................................................................13
4 MEDICINA TRADICIONAL CHINESA ............................................16
4.1 ETIOPATOGENIA DAS EMOÇÕES............................................17
4.2 ACUPUNTURA.................................................................................19
4.3 NEUROFISIOLOGIA DA ACUPUNTURA..................................22
4.4 TRATAMENTO DA ANSIEDADE POR ACUPUNTURA..........24
5 CONCLUSÃO .......................................................................................28
REFERÊNCIAS................................................................................................29
1 INTRODUÇÃO
Os transtornos de ansiedade estão entre os transtornos psiquiátricos mais frequentes na
população, e os sintomas ansiosos estão entre os mais comuns, podendo ser encontrado em
qualquer pessoa em determinados períodos da vida (GUIDOLIN e CÉLIA, 2011).
A Acupuntura é uma terapêutica milenar que faz a prevenção, tratamento e cura de
patologias através da inserção de finíssimas
agulhas de ouro, prata ou aço inoxidável em determinadas regiões do corpo chamadas
de “pontos de acupuntura”. Os seus promissores resultados são reconhecidos tanto pela
Organização Mundial da Saúde como por pesquisas científicas. Trata-se de uma excelente
terapêutica integral que atua diretamente em níveis complexos do funcionamento do ser vivo
(psicológico, comportamental, biológico) (SILVA, 2007).
No Brasil, os transtornos ansiosos aparecem entre os mais prevalentes diagnósticos
psiquiátricos e constituem o principal problema de saúde mental (LIMA, 2004).
Calcula-se que mais de 15.000.000 de adultos brasileiros sofram de algum sintoma de
ansiedade (CARRIÇO, 1994).
A Medicina Tradicional Chinesa (MTC), abrange vasto campo de conhecimento,
envolvendo vários setores ligados à saúde. Suas concepções são voltadas principalmente ao
estudo dos fatores causadores da doença, à maneira de tratá-la conforme os estágios da
evolução do processo patológico e ao estudo das formas de prevenção, na qual reside toda a
filosofia e a essência da medicina chinesa (BRANCO et al, 2005).
Para Castillo et al (2000), os transtornos ansiosos são os quadros psiquiátricos mais
comuns tanto em crianças quanto em adultos, com uma prevalência estimada durante o
período de vida de 9% e 15% respectivamente. Nas crianças e adolescentes, os transtornos
ansiosos mais freqüentes são o transtorno de ansiedade de separação, com prevalência em
torno de 4%, o transtorno de ansiedade excessiva ou o atual (TAG), (2,7% a 4,6%) e as fobias
específicas (2,4% a 3,3%). A prevalência de fobia social fica em torno de 1% e a do
transtorno de pânico (TP) 0,6%.
Os mesmos autores afirmam que a distribuição entre os sexos é de modo geral
equivalente, exceto fobias específicas, transtorno de estresse pós-traumático e transtorno de
pânico com predominância do sexo feminino.
A ansiedade materna, tem prevalência em trabalhos nacionais variando entre 44,0 e
46,1%, e em trabalhos internacionais, entre 4,9 e 24,9%. Embora não se disponha de
parâmetros fisiológicos para avaliar as manifestações clínicas da ansiedade e da depressão,
escalas de avaliação são usadas para medir e caracterizar os sintomas, por exemplo os
Inventários de Ansiedade e Depressão de Beck (Beck Anxiety and Depression Inventories,
respectivamente BAI e BDI). No entanto, tais escalas têm a limitação de não poderem ser
utilizadas como critério diagnóstico (GUIDOLIN e CÉLIA, 2011).
A ansiedade há muito já foi identificada na ciência ocidental e bastante estudada pelas
áreas da Psicologia, da Psicanálise e da Medicina (SILVA, 2010).
É caracterizada por manifestações subjetivas que variam da percepção alterada da
consciência até o medo profundo. Quem sofre dela costuma ser pessimista, ter preocupações
intensas, duradouras e freqüentes, é considerada patológica quando é excessiva e persistente.
Os transtornos da ansiedade são causados por uma detecção falha e conseqüentemente pela
expressão inadequada dos comportamentos defensivos (GRAEFF, 2004 p.101).
Os transtornos ansiosos e os depressivos são assuntos importantes não só para as
pessoas portadoras desses sintomas, como também para os seus familiares e para a sociedade.
As doenças relacionadas a fatores emocionais têm um alto custo à economia. A ansiedade
primária é a manifestação principal ou única de um quadro clínico, a ansiedade patológica
secundária é conseqüência de outras doenças psiquiátricas ou não. O objetivo dos tratamentos
em geral é a remissão dos sintomas e a recuperação da funcionalidade do indivíduo nas
esferas física, mental e emocional. Os antidepressivos são freqüentemente preconizados na
prática clínica para tratar a ansiedade e é considerado um tratamento de primeira linha para os
transtornos desta, associados à depressão, no entanto os efeitos colaterais dos antidepressivos
tricíclicos são vários (VAGUEIRO, 1994).
A Acupuntura trata a irritabilidade, raiva, melhora a emoção, pode contribuir para
diminuir o risco de doenças cardiovasculares e atenua de forma significante o aumento da
pressão arterial durante o estresse mental, pois sabe-se que o risco de um infarto agudo do
miocárdio durante a raiva é nove vezes maior do que em outro momento (MIDDLEKAUFF,
2001); ( HAKER, 2000). Amplamente utilizada no Ocidente, em razão de sua fácil aplicação
e baixo custo financeiro (HADDAD e MARCON, 2011). Vem sendo cada vez mais acolhida
em grandes centros como a França, Inglaterra, Estados Unidos, Alemanha e Japão
(DALLANORA et al., 2004).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece que a Acupuntura poderia servir
como tratamento principal ou complementar para as mais diversas patologias, por exemplo:
enxaquecas, problemas gastrointestinais, alergias e algias diversas. Além disso, vários estudos
têm demonstrado que a Acupuntura apresenta uma influência profunda sobre os problemas
físicos e emocionais. (SANTOS et al., 2009).
Para Brasil et al (2008), a crescente procura pela Acupuntura pode se justificar por
diferentes fatores como o preço elevado da assistência médica privada associada ao alto custo
dos medicamentos e por não ocasionar efeitos colaterais. Além disso, há certo ressentimento
das pessoas para com a medicina convencional, que nem sempre atende a todas as
necessidades humanas.
Na perspectiva de maior conhecimento científico, este trabalho é pautado em revisão
bibliográfica, com o objetivo de verificar os efeitos neurofisiológicos da Acupuntura no
tratamento da ansiedade, além de relatar os acupontos mais utilizados.
2 METODOLOGIA
Foi realizada uma busca por artigos científicos em bases de dados e bibliotecas
públicas e privadas, localizadas na internet e nas cidades de São Paulo e Mogi das Cruzes. As
bases de dados utilizadas foram: Bireme, Scielo, Lilacs, Medline, Scirius, Capes, PubMed,
entre outras. E as bibliotecas visitadas foram a da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), e
a Faculdade do Clube Náutico Mogiano.
Os artigos foram coletados tanto no idioma português, quanto no inglês. Esta pesquisa
foi realizada pelo método de busca booleana, que significa buscar palavras-chave empregadas
para localização deste tema.
Através dos artigos obtidos, foram realizadas análise e desenvolvimento baseando-se
nos estudos de diferentes autores, onde pôde-se chegar a uma conclusão para essa revisão
bibliográfica.
3 ANSIEDADE
A palavra ansiedade é uma palavra ocidental que se refere a um estado somato-
psíquico descrito pela Psicologia e pela Medicina ocidentais (SILVA, 2010).
É um estado emocional com componentes fisiológicos e psicológicos, que abrangem
sensações de medo, insegurança e antecipação apreensiva, pensamento dominado por idéias
de catástrofe ou incompetência pessoal, aumento do estado de vigília, tensão e dor muscular,
sensação de constrição respiratória, tremor e inquietação e vários desconfortos somáticos
consequentes da hiperatividade do sistema nervoso autônomo (GUIDOLIN e CÉLIA, 2011).
Caracteriza-se por um estado subjetivo desagradável de inquietação, tensão e
apreensão (SILVA, 2010).
Segundo o mesmo autor, a ansiedade não é considerada um fenômeno necessariamente
patológico, e é mais bem entendida como uma função natural do organismo que permite que o
mesmo esteja preparado ou que se prepare para responder da melhor forma possível a uma
situação nova e desconhecida ou a uma situação já conhecida e interpretada como
potencialmente perigosa. Entretanto, se a ansiedade atingir graus muito elevados e contínuos,
ela pode ser considerada prejudicial ao organismo, pois fará com que este permaneça em
constante estado de alerta, configurando então, uma situação patológica.
Sintomas ansiosos (e não os transtornos propriamente) são freqüentes em outros
transtornos psiquiátricos. É uma ansiedade que se explica pelos sintomas do transtorno
primário (exemplos: a ansiedade do início do surto esquizofrênico; o medo da separação dos
pais numa criança com depressão maior) e não constitui um conjunto de sintomas que
determina um transtorno ansioso típico (CASTILLO et al, 2000).
Os mesmos autores ressaltam que também podem ocorrer casos em que vários
transtornos estão presentes ao mesmo tempo e não se consegue identificar o que é primário e
o que não é, sendo mais correto referir que esse paciente apresenta mais de um diagnóstico
coexistente (comorbidade). Estima-se que cerca de metade das crianças com transtornos
ansiosos tenham também outro transtorno ansioso.
Para Guidolin e Célia (2011) a ansiedade pode ser patológica quando é
desproporcional à situação que a desencadeia, ou quando não existe um motivo específico
para o seu aparecimento, ou, ainda, quando representa uma resposta inadequada a
determinada ameaça, em virtude de sua intensidade ou duração. Em contraste com a
depressão, a ansiedade tem sido pouco estudada, apesar de sua prevalência e importância
potencial.
A ansiedade e o medo passam a ser reconhecidos como patológicos quando são
exagerados, desproporcionais em relação ao estímulo, ou qualitativamente diversos do que se
observa como norma naquela faixa etária e interferem com a qualidade de vida, o conforto
emocional ou o desempenho diário do indivíduo. Tais reações exageradas ao estímulo
ansiogênico se desenvolvem, mais comumente, em indivíduos com uma predisposição
neurobiológica herdada (CASTILLO et al 2000).
Para os mesmos autores a maneira prática de se diferenciar ansiedade normal de
ansiedade patológica é basicamente avaliar se a reação ansiosa é de curta duração,
autolimitada e relacionada ao estímulo do momento ou não.
O transtorno de ansiedade generalizada (TAG), por exemplo, está entre os transtornos
da ansiedade e, conseqüentemente, transtornos mentais, mais freqüentemente encontrados na
clínica. Embora visto inicialmente como um transtorno leve, atualmente se avalia que o TAG
é uma doença crônica, associado a uma morbidade relativamente alta e a altos custos
individuais e sociais. Por exemplo, cerca de 24% dos pacientes classificados como grandes
usuários de serviços médicos ambulatoriais apresentam diagnóstico de TAG. Nos últimos
anos, tem-se assistido a um grande avanço no tratamento farmacológico dos transtornos da
ansiedade (ANDREATINIA; LACERDA; ZORBETO FILHO, 2001).
O transtorno de ansiedade social (TAS), também conhecido como fobia social, é um
dos transtornos de ansiedade mais comuns e tem sido considerado um grave problema de
saúde pública, chamando a atenção pela alta prevalência, estimada entre 2,6 e 16%,
dependendo do critério diagnóstico adotado (MORAIS; CRIPPA e LOUREIRO, 2007)
Para Castillo et al (2000), o transtorno de ansiedade de separação é caracterizado por
ansiedade excessiva em relação ao afastamento dos pais ou seus substitutos, não adequada ao
nível de desenvolvimento, que persiste por, no mínimo, quatro semanas, causando sofrimento
intenso e prejuízos significativos em diferentes áreas da vida da criança ou adolescente.
Pacientes cardíacos freqüentemente apresentam comorbidades psiquiátricas. Há muito
se identificou a depressão como fator de risco independente para doenças cardiovasculares.
Mais recentemente, ataques de ansiedade e de pânico também foram relacionados a pior
prognóstico em pacientes cardíacos. Neste sentido, o reconhecimento de ataques de ansiedade
e de pânico em pacientes cardíacos é essencial para evitar complicações sérias (SARDINHA;
NARDI e EIFERT, 2008).
Os mesmos autores relatam que a ansiedade cardíaca é o medo de sensações e
estímulos relacionados ao coração e são baseados em suas conseqüências negativas
percebidas. É um relevante fator promotor de ansiedade porque eventos relacionados ao
coração são percebidos como aversivos e perigosos. Pessoas que tiveram um ataque cardíaco
apresentam crenças mal adaptadas ou mal concebidas que podem ter um efeito deletério sobre
a qualidade de vida e funcionamento.
Byrne (2002) destaca que são freqüentes sintomas de ansiedade em idosos, e na
maioria das vezes, a ansiedade vem associada a transtornos depressivos e a doenças físicas.
Todavia, há poucas investigações a respeito da prevalência de ansiedade na população acima
de 65 anos.
Sabe-se que os sintomas prodrômicos de ansiedade podem surgir anos antes do
surgimento de um transtorno definido e completo, em resposta a eventos estressores, como
por exemplo desavenças interpessoais entre pacientes adultos. Então, estressores desta
natureza são co-responsáveis pelo surgimento de transtornos mentais a curto, médio e longo
prazo, bem como podem precipitar a recorrência de quadros psiquiátricos (MARGIS et al,
2003).
3.1 ANSIEDADE NA MTC
De acordo com Silva (2010), segundo Ling-Shu, na MTC, existe uma classificação de
doenças nas quais se enquadram as patologias que apresentam maior sintomatologia
psíquica/emocional, as chamadas dian-kuang, que podem ser traduzidas por perturbações
mentais. Nas dian-kuang, porém, estão enquadradas as patologias mais severas, o que, no
ocidente, pode ser traduzido por psicoses. Assim sendo, distúrbios menos intensos, como, por
exemplo, estados ou transtornos de ansiedade, não poderiam ser classificados como patologias
dian-kuang.
Autores como Campiglia (2004 p.35) e Auteroche e Navailh (1992 p.73) entendem
que fenômenos como a ansiedade são sintomas (assim como no ocidente) de distúrbios de
outra ordem. Aliado a isso, como na MTC não existe separação entre corpo, mente e espírito,
uma desarmonia em um dos cinco principais órgãos do corpo (na perspectiva chinesa:
coração, baço-pâncreas, pulmão, rins e fígado) ocasionará automaticamente um desequilíbrio
nos aspectos mentais e espirituais desses órgãos, chamados respectivamente de shen, hun, po,
yi e zhi.
Assim, como a ansiedade é sintoma de uma desarmonia, na MTC ela pode ser sintoma
de desequilíbrio de qualquer um desses aspectos, sendo, porém, mais marcadamente
considerada um distúrbio do shen, que significa espírito, ressaltando-se que, para os chineses,
o espírito reside no coração. Esse espírito não fica “preso” no coração, mas circula por todo o
corpo, garantindo a vitalidade e a consciência, regulando o humor e a sensação de bem-estar
no mundo (CAMPIGLIA, 2004, p. 92).
A mesma autora acrescenta que o Shen se aloja no coração. O coração é o órgão que
funciona como receptáculo das funções ativas da consciência, ele abriga ou expressa
sentimentos, emoções, desejos mais profundos, imaginação, intelecto e memória dos eventos
passados. Como um copo ou cálice, o coração contém o sangue e o Shen, que são seu
conteúdo, seu vinho sagrado... Ou seja, ao se alojar no coração, o Shen não está em um lugar
fixo, mas circula como o sangue nos vasos.Ele está em todo o corpo, pois o sangue dos vasos
irriga tudo, da pele aos olhos. O Shen é, portanto, uma atividade dinâmica que está na
essência do coração. Adquire-se e desenvolve-se a consciência interagindo com o mundo e
com os próprios órgãos e o Shen está presente em cada um deles.
Autores como Ross (2003, p. 461), por exemplo, traçam um paralelo direto entre as
terminologias ocidental e oriental ressaltando que a ansiedade “pode ser definida como um
estado subjetivo desagradável e inquieto de tensão e apreensão, no qual é difícil relaxar ou
encontrar calma e paz”.
O mesmo autor enfatiza que a ansiedade é causada por uma perturbação do sistema do
coração. O autor acrescenta que o surgimento de distúrbios de ansiedade está relacionado
constantemente a um desequilíbrio entre os sistemas do coração e do rim: “A ansiedade do
coração está baseada no medo do rim, com sentimentos característicos de apreensão, do medo
de que algo terrível aconteça. A ansiedade pode então vir combinada de sobressaltos e receio,
com sinais físicos como tremor, freqüência urinária ou intestinos soltos” (ROSS, 2003, p.
464).
Assim, para os chineses, um distúrbio no coração corresponde automaticamente a uma
“desarmonia no espírito”. A ansiedade, então, pode ser entendida como o resultado de uma
desarmonia do espírito, seja por uma situação de excesso, insuficiência ou estagnação de qi
(energia) ou xue (sangue) no coração ou em outros órgãos que acabam afetando o coração. As
situações de excesso, em geral, tais como insuficiência ou estagnação pode ser causada pelos
seis fatores patogênicos externos, vento,frio, calor, umidade, secura e fogo; pelos sete fatores
internos, alegria, raiva, tristeza, pesar, preocupação, medo e pavor, ou pelos fatores nem
internos nem externos, como a alimentação, os traumas, o excesso de trabalho, de exercícios
físicos ou de relações sexuais (CAMPIGLIA, 2004, p. 93); (CHONGHUO, 1993. p. 88).
A ansiedade é o resultado de um distúrbio do shen, é um sintoma que indica que o
espírito não está conseguindo se mover de modo adequado pelo corpo. Nesse sentido, Ross
(2003, p.465) afirma que, na perspectiva chinesa, existem pelo menos três tipos diferentes de
ansiedade, de acordo com a situação que a originou:
“Ansiedade por excesso: ...O fogo fleuma do coração é uma forma de excesso que
pode levar à ansiedade e à confusão de pensamento, linguagem e comportamento.
Consiste, essencialmente, em fleuma, decorrente da deficiência do baço, em
combinação com o fogo do coração. Pode surgir de um estresse emocional ou do
excesso de fumo, do álcool e de alimentos gordurosos, com falta de exercícios físicos.
Ansiedade por estagnação: A estagnação pode dar origem ao distúrbio do movimento.
A estagnação do qi do coração e do qi do fígado, por exemplo, decorrentes da
estagnação emocional, podem levar ao distúrbio do espírito do coração e à
hiperatividade do yang do fígado, levando à ansiedade. A estagnação do qi pode
resultar em acúmulo de fleuma, que pode perturbar a livre circulação do espírito,
causando ansiedade.
Ansiedade por deficiência: a ansiedade aumenta quando a energia está reduzida,
quando há deficiência por falta de sono e descanso, excesso de trabalho, estresse,
doença e nutrição deficiente, além de outros fatores. A deficiência do qi do coração e
do rim, do yin do coração e do rim, e do sangue do coração e do baço podem dar
origem à ansiedade, já que o qi, o yin e o sangue são necessários para manter o
espírito estável”. (ROSS, 2003, p. 465)
4 MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
O estudo da MTC ocorre há milênios. Os primeiros relatos sobre o uso terapêutico dos
pontos de Acupuntura datam aproximadamente 5200 anos, tendo se espalhado pelos países
orientais (ERTHAL, 2008).
A MTC utiliza a acupuntura, a massagem, fitoterapia, exercícios físicos e
respiratórios, como o tai chi chuan e o qi gong, entre outros, para promover a saúde física,
psíquica e espiritual do homem (SILVA, 2010).
No Brasil especialmente após a década de 1960, as tradições resultantes de culturas
orientais ganharam força através do movimento contracultura. Movimento este que
preconizava um novo estilo de vida às pessoas, agregando tendências naturalistas e de
afinidade com os povos orientais. Economicamente, em sentido contrário à industrialização e
consumos exorbitantes, o movimento defendia conceitos de desenvolvimento sustentável e de
qualidade de vida como uma maneira mais equilibrada de conexão com o meio social e
ambiental, obtendo assim a valorização do corpo, da saúde, da natureza, do prazer e,
especialmente, das emoções positivas (QUEIROZ, 2006, p. 20).
De acordo com Campiglia (2004, p. 70), Vectore (2005, p. 279) e Silva (2007, p. 418),
a MTC e portanto a própria acupuntura tem como base o princípio de que o indivíduo deve
estar em harmonia com as forças primordiais da natureza, que os chineses chamam de yin e
yang (dois princípios opostos e complementares que compõem todo o universo), sendo que
essa harmonia gera um equilíbrio significando saúde, e por sua vez, o desequilíbrio gera
processo patológico.
Segundo Yamamura, (2001 p. XLIII), os três princípios básicos que regem a interação
natureza – ser humano são as teorias de Yin Yang, dos Cinco Movimentos e dos Zang Fu
(Órgãos e Vísceras).
O mesmo autor afirma o conceito Yin Yang como básico e fundamental de todas as
ciências orientais, sendo primordial para a origem de todos os fenômenos naturais. Os Cinco
Movimentos explicam os processos evolutivos da natureza, do universo, da saúde e da
doença. O conceito dos Zang Fu trata a fisiologia energética dos órgãos e vísceras do ser
humano, como base para o entendimento da fisiologia, da propedêutica energética e da
fisiopatologia das doenças e seus tratamentos.
Para Silva (2007, p. 420), na concepção da filosofia taoísta, base da MTC, o ser
humano é composto por cinco elementos: Fogo, Terra, Metal, Água e Madeira. Estes são a
base da concepção do Universo e de todos os seus componentes, logo, todas as estruturas,
sistemas fisiológicos, órgãos, vísceras ou estruturas psíquicas, na sua concepção, estão
relacionadas a cada um dos elementos. Sendo cinco os elementos e segundo a concepção
oriental, há cinco órgãos, cinco emoções básicas, cinco cores, cinco odores, cinco tipos
“psicológicos” (conhecidos na acupuntura como acupuntura constitucional), e, dessa forma,
todas as coisas poderiam ser correlacionadas segundo suas características predominantes, que
são as mesmas encontradas nos elementos. Cada entidade visceral está relacionada a um
sistema que leva o nome de um órgão físico ocidental. Cada sistema possui uma fisiologia
própria que inclui sentimentos, emoções, dor, cor, manifestações específicas de excesso, de
insuficiência e tratamento específico.
Segundo Silva (2007, p. 423), o sistema chamado Coração (C), por exemplo, é
diferente do órgão coração dos ocidentais, pois, para os orientais, esse sistema (C), além do
órgão, abrangeria também as emoções, o calor, a cor vermelha, a alegria, o riso, o sabor
amargo, está relacionado à entidade visceral Shen. Cada uma das entidades viscerais se
correlaciona a um órgão próprio e, portanto com seu respectivo elemento, e apresenta
características e manifestações psíquicas que lhe são específicas; por esse motivo, possuem
correspondentes fisiológicos, sendo que o equilíbrio do psiquismo em geral provém do
equilíbrio holístico do corpo como um todo. A condição de saúde é resultante da condição da
existência de certo equilíbrio entre todos os sistemas internos físicos ou psíquicos. Saúde em
sentido amplo, a situação de desequilíbrio é expressa por sinais de hiperfuncionalidade,
excitação, excesso de fatores patogênicos, ou por manifestações de hipofuncionalidade, como
a depressão ou uma insuficiência. Tais sinais poderiam apontar a direção de uma condição
que levará ao sofrimento, seja ele físico ou mental, usando-se as emoções como um dos
indicadores, é possível conhecer o desequilíbrio da energia que afeta a unidade homem e,
através da terapêutica proposta pela MTC, por exemplo, a acupuntura, corrige esse
desequilíbrio. Os cinco órgãos Zang do homem produzem as cinco energias, que surgem,
respectivamente, como excesso de alegria, raiva, melancolia, ansiedade e terror.
4.1 ETIOPATOGENIA DAS EMOÇÕES
Baseando-se na MTC e sua etiologia, pode-se citar os sete fatores emocionais, a
alegria, a ira, a tristeza, a melancolia, a ansiedade, o medo e o choque são as emoções que
resultam das reações diante do estímulo do ambiente. Uma excitação emocional súbita ou de
duração prolongada pode prejudicar a saúde, causando distúrbios funcionais de Energia e de
Sangue excessivo, convertendo-se em fatores patogênicos internos. Esses sete fatores
emocionais que lesam os Órgãos correspondentes são chamados também de “os sete fatores
emocionais que causam lesões internas”, e são um dos principais fatores que motivam as
lesões internas (YAMAMURA, 1996, p.149-150).
Yamamura (1996) p.149-150, relata que existem relações estreitas entre as atividades
emocionais e os Órgãos internos, uma vez que as emoções têm como base material a Essência
dos Órgãos, e os estímulos exteriores convertem-se em emoções somente quando exercem
influências maléficas nos órgãos correspondentes, por isso é que em Yinyang Yingxiang
Dalun de Su Wen diz que: “o ser humano tem cinco Órgãos que produzem a Essência, dos
quais derivam-se a alegria, a melancolia, a ira, a tristeza e o terror”. No aspecto emocional, o
Coração manifesta-se pela alegria; o Fígado manifesta-se pela cólera; o Baço Pâncreas pela
preocupação, o Pulmão manifesta-se pela melancolia e os Rins pelo terror. As manifestações
diferentes das emoções lesam por sua vez, os seus Órgãos internos correspondentes, assim, a
ira lesa o Fígado; a alegria lesa o Coração; a preocupação lesa o Baço Pâncreas, a tristeza, o
pulmão e o terror lesam os rins, as emoções afetam principalmente a função do Qi causando a
disfunção de subida e de descida da energia assim como as desordens funcionais de energia e
de sangue. As manifestações dos órgãos e das vísceras provocadas pelas alterações do Qi são:
a ira faz subir a energia; a alegria faz circular a energia; a tristeza faz dissipar e energia; o
terror faz descer a energia; o choque desordena a energia e a preocupação faz acumular a
energia. A ira excessiva faz subir a energia, causa a estagnação do fígado, o sangue sobe
também e ao chegar ao cérebro pode causar um desmaio. A alegria excessiva faz dispersar a
energia, fazendo com que não possa concentrar na reflexão, a isso denomina “pela alegria a
energia fica moderada”. A tristeza excessiva pode causar a depressão o que faz consumir a
energia do pulmão. O terror excessivo faz descer a energia dos rins que perde o tônus
causando a incontinência urinária e fecal. O susto repentino lesa o rim, o coração perde seu
apoio e a mente fica desalojada fazendo com que apareçam o pânico e a desordem. A
preocupação excessiva pode causar a obstrução na circulação de Qi provocando a disfunção
de digestão do estômago.
Ainda segundo Yamamura (1996, p. 149-150), o organismo é um sistema integrado,
assim o coração é o comandante de outros órgãos internos e é o local onde se aloja o espírito,
por isso, as emoções afetam primeiramente o coração e depois os outros órgãos, promovendo
a disfunção. As emoções podem causar as disfunções dos órgãos internos, assim como estes
podem manifestar-se pelas emoções, desse modo nas afecções hepáticas observam-se os
sintomas de irritabilidade; nas afecções cardíacas são observados os sintomas de desordens
emocionais, tais como chorar e rir anormalmente. Por isso, no Lingshu está escrito que “pela
deficiência de energia do fígado, produz-se o terror e pelo excesso, produz-se a ira”;“pela
deficiência no Coração, ocorre a tristeza e pelo excesso, ri sem cessar”.
Para Cintra e Figueiredo (2010), o organismo é visto como um sistema energético e
funcional e as doenças vistas como desequilíbrios energéticos, ou “quebra” na harmonia das
funções orgânicas. Os fenômenos que ocorrem nos órgãos são explicados por meio de
síndromes (conjunto de fatores patológicos de origem interna ou externa ao organismo) que
revelam como a base energética da existência e a expressão da matéria, a força vital (qi), está
circulando no sistema de órgãos e vísceras do indivíduo (Zang Fu).
Os indicadores das síndromes são verificados por oito critérios de diagnóstico: quanto
à localização:(1) interno (profundo) ou (2) externo (superficial); quanto à natureza: (3)frio ou
(4) calor; quanto à intensidade: (5) vazio (deficiência) ou (6) plenitude (excesso); quanto ao
princípio: (7) yin ou (8)yang. Também importa, no diagnóstico, a análise do meio em que a
pessoa se encontra e as condições de vida, sendo fundamentais, o aspecto emocional, os
hábitos alimentares, os hábitos sexuais e aatividade física (LUZ, 1993).
O “fluxo de energia” no corpo é analisado com base nos cinco elementos existentes na
natureza: fogo, terra, metal, água e madeira. Esses cinco elementos são vistos como
responsáveis por uma série de relações e ciclos entre si, que explicariam os fenômenos vitais
do corpo humano (LUZ, 2006, p.116). Assim,o estado de saúde, nesta concepção,
corresponde a um estado de equilíbrio do corpo, da mente e da espiritualidade e a
manifestação da plena interação destes.
4.2 ACUPUNTURA
Derivada dos radicais latinos acus e pungere, que significam agulha e puncionar,
respectivamente, a acupuntura visa à terapia e cura das enfermidades pela aplicação de
estímulos através da pele, com a inserção de agulhas em pontos específicos chamados
acupontos. Trata-se também de uma terapia reflexa, em que o estímulo de uma área age sobre
outra(s), para este fim, utiliza, principalmente, o estímulo nociceptivo. Entretanto, além do
sentido restrito de agulhamento, a palavra acupuntura pode ter sentido mais amplo, o do
estímulo do acuponto segundo as várias técnicas disponíveis (agulhamento, alterações de
temperatura, pressão e outras). A acupuntura faz parte de um conjunto de conhecimentos
teóricoempíricos, da MTC (SCOGNAMILLO-SZABÓ e BECHARA, 2001).
A Acupuntura chinesa como uma cultura milenar é baseada na filosofia taoísta e nela o
universo e o ser humano estão submetidos às mesmas influências da natureza, sendo partes
integrantes do universo como um todo (SANTOS; LEITE e HECK, 2011).
Foi criada no seio da tradição chinesa, recebendo influências da religião e da filosofia .
(CARVALHO e VERCELINO, 2010).
É um dos procedimentos terapêuticos que constituem a MTC. Suas origens remontam
a aproximadamente 5.000 anos, pelo menos. Acredita-se que várias práticas de cura
indígenas, nas mais diversas partes do mundo, correspondam às formas mais simples de
acupuntura (MARTINI e BECKER, 2009).
. No ocidente, a prática foi introduzida por missionários jesuítas há aproximadamente
300 anos (AMMENDOLIA, 2008).
Após intensas investigações clínicas e experimentais, a acupuntura mostrou muitas
evidências da sua efetividade, saindo do campo empírico, para habitar o ambiente científico
(CARVALHO e VERCELINO, 2010).
Seu princípio básico sustenta que o equilíbrio é mantido no corpo humano por meio do
fluxo suave da energia qi, bem como pelo fluxo, também suave, pelo corpo, do sangue,
denominado pelos chineses como xue. Problemas ambientais, alimentares, emocionais ou
espirituais podem causar algum tipo de alteração na circulação do qi e do xue no organismo,
originando assim algum tipo de disfunção ou patologia. Assim, a partir do momento em que
alguma patologia esteja instalada no organismo, uma das formas de eliminá-la ou de
minimizá-la seria a inserção de agulhas em pontos específicos do corpo, que tem a
propriedade de restabelecer esse fluxo suave, ou seja, pela prática da acupuntura (SILVA,
2007).
Segundo Martini e Becker (2009), para os chineses, há uma contínua circulação de
energia em nosso corpo, e a desorganização dessa circulação causa os adoecimentos, assim, a
Acupuntura é efetiva na medida em que redistribui e normaliza a corrente energética em
nosso organismo, recuperando a circulação normal. Portanto, a Acupuntura é um complexo
sistema medicinal que envolve todo o campo terapêutico.
Trata-se de uma técnica onde as agulhas são inseridas para estimular os acupontos, que
estão localizados em canais de energia (SALAZAR e REYES, 2004). Os canais de energia ou
meridianos como também são chamados, projetam-se na pele, cuja área não ultrapassa alguns
milímetros quadrados (YAMAMURA, 2001, p LVI).
O tratamento de condições patológicas pela acupuntura,com modulações orgânicas e
alívio da dor, está vinculado ao estímulo de pontos específicos do corpo com agulhas
especiais muito finas. Os pontos de acupuntura são considerados na MTC a área mais externa
do corpo energético do indivíduo, funcionando como meio de comunicação entre o meio
interno e externo. Por meio dessa punção, as fibras nervosas responsáveis pelos resultados da
acupuntura serão estimuladas, induzindo o SNC a produzir neurotransmissores e substâncias
neuro-humorais que viabilizarão o controle da dor, do estresse, da ansiedade e de todos os
outros processos possíveis com a utilização da acupuntura. Dessa maneira, um ponto situado
em determinada parte do corpo pode agir sobre diversos outros órgãos e estruturas. A seleção
dos pontos varia de indivíduo para indivíduo, dependendo da localização da dor e da sensação
à palpação, podendo ser pontos locais ou a distância. Pacientes com patologias similares
podem receber tratamentos diferentes quando avaliados a partir dos princípios da MTC, e a
seleção dos pontos utilizados dependerá dessa avaliação (BRANCO et al 2005).
Para estimular um ponto de acupuntura é feita a inserção da agulha no mesmo sentido
do fluxo do canal de energia, deixando-se a agulha inserida no corpo por um tempo reduzido,
aproximadamente 10 a 15 minutos. Já a sedação do ponto é feita de modo oposto: a agulha é
inserida no sentido contrário ao fluxo de energia do canal, e é deixada por tempo maior, mais
de 30 minutos. Por sua vez, a harmonização de um ponto de acupuntura é feita com a inserção
perpendicular da agulha no canal de energia, e a mesma é deixada por um tempo médio,de 20
a 25 minutos (AUTEROCHE e AUTEROCHE, 1996, p.27); (CHONGHUO, 1993, p.60); (
XINONG, 1999, p.81).
A terapêutica da Acupuntura promove analgesia, normalização da regulação e controle
das funções orgânicas, modulação da imunidade, das funções endócrinas, autonômicas e
mentais, e ativação dos processos regenerativos. A Acupuntura gera efeitos biológicos de
natureza variada, que se desenvolvem a partir do estímulo aplicado às diversas estruturas e
diferentes sistemas subjacentes aos pontos de Acupuntura. Os sinais introduzidos nesses
pontos, sítios privilegiados de acesso às redes nervosa e circulatória, produzem modificações
que se traduzem de formas peculiares a cada tipo de estrutura e modalidade de estímulo
(CARNEIRO, 2005, p.128).
No conceito de Lin (2006), o campo eletromagnético da vida qi no organismo flui por
todos os órgãos, e a comunicação entre estes ocorre pelos meridianos.
Segundo Dallanora et al (2004), nos meridianos estão presentes aproximadamente 750
acupontos, que possuem resistência elétrica diferente dos tecidos que os rodeiam, e quando
estes são estimulados através de agulhas, laser, infravermelho ou corrente elétrica, promovem
o equilíbrio entre o Yin e o Yang.
Os objetivos terapêuticos da acupuntura são definidos como a obtenção da analgesia,
recuperação motora, normalização das funções orgânicas, modulação da imunidade, das
funções endócrinas, autonômicas e mentais e ativação de processos regenerativos (MARTINI
e BECKER, 2009).
4.3 NEUROFISIOLOGIA DA ACUPUNTURA
O plano anatômico do organismo humano, a partir da tradição oriental da acupuntura,
é permeado de locais superficiais e profundos onde os meridianos e canais orgânicos
percorrem e possuem alta condutividade de potencial elétrico. Nestas regiões transitam o qi
carreado de informações neuroquímicas específicas e com alto poder de auto-organização
quando devidamente acionado um circuito terapêutico (SANTOS et al.; 2011)
O acuponto é definido como um ponto da pele de sensibilidade espontânea ao estímulo
e à resistência elétrica reduzida. Possui um diâmetro de 0,1a 5cm, entretanto é uma área de
condutividade elétrica amplamente aumentada comparada às áreas da pele ao redor
(SCHWARTZ, 2008, p.25). Estes estão localizados próximos a articulações e bainhas
tendíneas, vasos, nervos, e septos intramusculares, na ligação músculotendínea, nos locais de
maior diâmetro do músculo e nas regiões de penetração dos feixes nervosos da pele
(DRAEHMPAHEL & ZOHMANN, 1997). Quando um ponto de acupuntura é puncionado,
ocorre sensação de parestesia elétrica ou calor. Essa sensação é denominada como “De Qi”
(HWANG e EGERBACHER, 2006).
Estudos histológicos dos acupontos revelaram uma concentração fibrilar neural, uma
ampla rede de capilares desenvolvida e uma grande concentração de mucopolissacarídeos,
sendo esses dados de grande valia para diferenciar a estrutura dos acupontos e sua
especificidade no tratamento (DALLANORA et al 2004).
De acordo com Santos e Martelete (2004, p.1307), a acupuntura atua sobre o controle
da dor por ativação de vias opióides e não opióides, a estimulação promovida por essa técnica
ativa o sistema modulador da dor por hiperestimulação das terminações nervosas de fibras
mielínicas A-δ, responsáveis pela condução do estímulo aos centros medulares, encefálicos e
eixo hipotálamo-hipofisário. Na medula espinhal, a modulação dos estímulos nociceptivos se
dá por inibição pré-sináptica, devido à liberação de encefalinase dinorfinas. No mesencéfalo,
as encefalinas e a ativação do sistema central de modulação da dor resultam na liberação de
serotonina e norepinefrina nos sistemas descendentes.
Koo et al. (2008), ao estudarem os efeitos analgésicos da eletroacupuntura em ratos
submetidos à torção do tarso, concluíram que a eletroacupuntura ativa neurônios
bulboespinhais, o que resulta na liberação de noradrenalina e ativação de α2-adrenoreceptores
do corno dorsal da medula,confirmando uma via não opioide de ação da eletroacupuntura.
Segundo a acupuntura estimula ainda o eixo hipotálamo-hipofisário a liberar ß-
endorfinas na circulação sistêmica e no líquor. Paralelamente, ocorre liberação de hormônio
adrenocorticotrófico, induzindo a liberação de cortisol (DRAEHMPAHEL e
ZOHMANN1997) e (SANTOS e MARTELETE 2004).
Além disso, Yang et al. (2008) relataram que o núcleo hipotalâmico supraóptico
possui um importante papel na analgesia promovida pela acupuntura, pois secreta arginina-
vasopressina e ocitocina, que promovem aumento no limiar da dor. A eletroacupuntura
também modula a atividade dos receptores NMDA, que estão envolvidos no desenvolvimento
da dor crônica (WANG et al., 2006).
A Acupuntura promove também uma ação miorrelaxante, age sobre a musculatura lisa
e estriada e promove, por exemplo, a broncodilatação. A dupla inervação dos órgãos e
vísceras promovida pelo sistema nervoso simpático e pelo parassimpático deve ser
considerada como um sistema regulador altamente desenvolvido. A desregulação desse
sistema se manifesta como hipo ou hiperfunção, mostrando que a Acupuntura induz a uma
diminuição significativa da freqüência cardíaca e promove a posterior atividade do
parassimpático, levando o indivíduo ao relaxamento, à calma e à diminuição do estresse
(HAKER; EGEKVIST e BIERRING, 2000).
Vickers et al (2004) descrevem que na projeção dos estímulos da medula espinal até o
encéfalo, as vias nervosas fazem conexões com várias partes do sistema nervoso central, de
modo que por meio dessas vias, a acupuntura pode estimular a formação reticular
(principalmente aos níveis da substância cinzenta peri-aquedutal e do núcleo magno da rafe),
o hipotálamo, o sistema límbico e áreas corticais. Portanto, uma inserção de agulha na parte
somática, pode interagir com o sistema nervoso central, constituindo uma modalidade de
tratamento para afecções deste setor, como é o caso, por exemplo, de alterações emocionais
do tipo ansiedade, tensão, medo e pânico.
Para Carvalho e Vercelino (2010), qualquer condição de estresse afeta a medula
adrenal, bem como a glândula pituitária e o córtex adrenal, e as catecolaminas noradrenalina e
adrenalina são liberados na corrente sanguínea em resposta. A Acupuntura, em geral, parece
inibir a atividade simpática, e essa inibição, de fato, pode ser parte do mecanismo analgésico
da Acupuntura. Estudos sugerem que a noradrenalina parece exercer diversas ações na medula
e níveis supraespinhal. Quando DOPS, um precursor da noradrenalina, foi administrado por
via intraventricular, a analgesia foi inibida.
4.4 TRATAMENTO DA ANSIEDADE POR ACUPUNTURA
Em estudo realizado por Guimarães et al (1989), para avaliar a eficácia da Acupuntura
nos sintomas da ansiedade e depressão, foram selecionados 25 voluntários adultos, entre 19 e
66 anos, sem antecedentes psiquiátricos ou neurológicos, que não faziam uso de nenhum tipo
de medicamentos há pelo menos seis meses e apresentavam queixas subjetivas de ansiedade
ou de depressão. Os voluntários foram submetidos a 20 sessões de Acupuntura, sendo duas
semanais, por um período de 10 semanas. A duração da sessão era de 20 minutos. Foram
aplicadas nos pontos CS6, VC17, Yintang, VC12, VG20, E36, BP6, IG4, IG11 e F3. Esses
pontos de acordo com os conceitos da Medicina Tradicional Chinesa são classicamente
utilizados pelos acupunturistas e descritos na literatura como os que têm efeito nos estados
emocionais e aliviam os sintomas da ansiedade e de depressão. Embora a ansiedade e a
depressão tenham manifestações clínicas diferentes, os pontos de acupuntura utilizados
promoveram modificações psicofisiológicas nos voluntários, diminuindo tanto os sintomas e
os sinais da ansiedade como os da depressão.
Os pontos de acupuntura CS6, VC17, Yintang, VG20, quando estimulados, têm a
função de “acalmar a mente” e os pontos E36, BP6, IG4, IG11 e F3, promovem o bom
funcionamento visceral e mental, acalmando o que está agitado e estimulando o que está
deprimido. Os resultados como um todo indicam que a Acupuntura pode reduzir os sintomas
de ansiedade e/ou de depressão observados pela diminuição dos parâmetros psicológicos e
fisiológicos dos voluntários. As 20 sessões de Acupuntura reduziram de forma
significantemente os níveis de ansiedade avaliados por meio do Inventário de Ansiedade
Traço Estado de Spielberger a partir da 15ª sessão e os níveis de depressão avaliados através
Inventário de Depressão de Beck a partir da 10ª sessão. A condutância elétrica da pele
diminuiu de forma significante a partir da 15ª sessão. As aplicações também induziram ao
relaxamento dos músculos extensores do carpo a partir da 10ª sessão e do músculo frontal, na
20ª sessão. Diferença significante não foi observada na temperatura das mãos durante as 20
sessões de Acupuntura (GUIMARÃES et al., 1989).
Outro estudo realizado por Pavão (2008) para verificar os efeitos de uma intervenção
de Acupuntura sobre sintomas psicológicos e imunidade celular de adultos jovens e idosos
saudáveis, foram selecionados 8 jovens saudáveis entre 25 e 33 anos e 9 idosos saudáveis
entre 60 e 81 anos. Foram realizadas seis sessões de acupuntura, com uma freqüência de duas
por semana. Foram utilizadas seis agulhas de acupuntura divididas em três pontos
bilateralmente (IG4, BP6 e E36) em cada sessão. Variáveis psicológicas foram investigadas
por inventários de depressão, ansiedade e estresse. Foi realizado isolamento e cultura de
células mononucleares do sangue periférico, in vitro, para medir à proliferação celular com
indução do mitógeno fitohemaglutinina, assim como a sensibilidade celular ao glicocorticóide
dexametasona. Todos os dados foram avaliados antes e após as intervenções.
Concluíram que a terapia de acupuntura foi eficaz para atenuar sintomas psicológicos, tanto
nos jovens adultos quanto nos idosos. Além disso, uma tendência ao aumento na proliferação
celular foi observada ao término das sessões de acupuntura.
No estudo de caso realizado por Silva (2007), com um indivíduo do sexo feminino, 47
anos, com diagnóstico ocidental de episódio depressivo grave sem sintomas psicóticos e
ansiedade generalizada, e após avaliação com diagnóstico oriental de deficiência do Qi do
pulmão e deficiência do xue do fígado, com intervenção semanal totalizando 10 sessões de
Acupuntura sistêmica, tonificando os pontos P9, P7, VC6, E36, BP6, B13, VG12, VG4, e
sedando os pontos Yintang, VC17, VB34 e F3. Na avaliação a paciente apresentava alterações
patológicas em todos os fatores, segundo o questionário de saúde geral. Após 2 meses de
tratamento, na segunda avaliação, a paciente não apresentou mais nenhuma alteração
patológica; segundo o mesmo questionário, e também indicou uma ansiedade normal sem
depressão.
Silva (2007) conclui que a Acupuntura utilizada na paciente foi uma estratégia eficaz,
rápida e segura no seu tratamento de ansiedade, depressão, estresse psíquico, desejo de morte,
desconfiança no próprio desempenho, distúrbios do sono, distúrbios psicossomáticos e se
mostra como uma estratégia clínica muito potente na promoção da “Saúde Geral”, conforme
testes validados pelo conselho Federal de Psicologia (CFP) do Brasil.
No entanto, em outro estudo clínico com tratamento por Acupuntura para ansiedade,
em 65 pacientes, foi dividido em dois grupos, um de tratamento com Acupuntura em 35
pacientes e outro grupo de controle, tratamento com medicação em 30 pacientes, foi excluído
do estudo casos graves com psicose orgânica. No Grupo de Acupuntura os principais pontos
utilizados foram, Yintang, VG20, CS6, C7, VC17 e R6. Ao conseguir a sensação de “Te Qi”
as agulhas permaneceram durante 30 minutos e era estimulado os pontos B15, B20 e B23,
estes não permaneciam inseridos. O ciclo terapêutico teve a duração de 30 dias, com uma
sessão a cada dia (LING, 2006).
No grupo controle foi administrado durante 30 dias via oral 2 á 3 vezes ao dia
0,5-2mg de Lorazepam e 3 vezes ao dia 20mg de Orinazol ou 3 vezes ao dia 10-20mg de
Propanolol. Como resultado terapêutico dos 35 pacientes tratados com Acupuntura obteve-se,
34,3% de cura, 45,7% de melhoria notável, 14,3% de melhoria, 6,0% de ineficácia e em geral
a porcentagem de eficácia 94,3%. No grupo controle dos 30 pacientes obteve-se, 26,7% de
cura, 40,0% de melhoria notável, 16,7% de melhoria, 16,7% de ineficácia e em geral a
porcentagem de eficácia 83,3% (LING, 2006).
Em outro estudo de caso realizado por Silva (2010), com uma paciente do sexo
feminino, 39 anos, que procurou atendimento psicológico por apresentar, de acordo com seu
relato, um constante estado de ansiedade aliado a uma depressão leve, e relatou também
apresentar um quadro de medo advindo de eventuais episódios de sensação de morte e uma
grande preocupação com a família. A paciente relatou que, há 9 anos, apresentou um quadro
de depressão diagnosticado por um médico clínico geral da cidade onde morava, e realizou
tratamento com antidepressivos por 3 anos, apresentando um relativo alívio dos sintomas.
Desde então, utilizou um antidepressivo natural chamado Ipérico, porém este também
ocasionava apenas a supressão temporária dos sintomas, tendo de ser consumido com bastante
regularidade. Durante as crises, a paciente relatou que ficava extremamente sensível, com
sensação de peso no corpo e na cabeça, afirmando sentir mais os sintomas no período noturno,
principalmente antes de dormir. Afirmou também que sentia pressão no peito, com
dificuldade para encher o pulmão, ficava agitada mentalmente, ao mesmo tempo em que
apresentava apatia para realizar as atividades do cotidiano e sem capacidade de traçar
perspectivas para o futuro. A ocorrência dos sintomas era constante (todos os dias),e eram
aliviados apenas com o uso da medicação; entretanto, ressaltou que existia uma pequena
acentuação dos sintomas pela manhã, quando acordava, e à noite, quando ia dormir. Então,
após avaliação, o objetivo do tratamento foi acalmar o coração, remover a estagnação do
baço, fortalecer o baço e o rim. Foram utilizados os pontos: R3, R6, C7, CS6, CS7, E25, E36,
P5, P7, P9, IG4, IG11, F3, F14, VC4, VC6, VC12, VC15, VC17, BP3, BP6, BP9, TA4, TA5,
Yintang.
A paciente apresentou melhora dos sintomas a partir da quarta sessão, o que
correspondeu a um mês de tratamento. Com a continuidade dos atendimentos, a partir da
sexta sessão, a paciente realizou por conta própria a suspensão dos medicamentos que usava,
e relatou a redução significativa dos sintomas iniciais, decidindo continuar com o tratamento
proposto de 10 sessões.
5 CONCLUSÃO
A Acupuntura mostrou-se promissora no tratamento da Ansiedade promovendo efeitos
como a liberação de substâncias na circulação sistêmica que proporcionaram aos pacientes
relaxamento muscular e psicológico, diminuição da frequência cardíaca e das percepções
desconfortáveis de medo e insegurança, melhora do sono e da qualidade de vida.
Os pontos mais citados nos estudos foram CS6, C7, VC17, R6, VG20 e Yintang.
Além da Ansiedade, a Acupuntura mostrou resultados no tratamento da depressão, estado
funcional, emocional, o bem estar, estresse, na deficiência de energia dos canais, fortalecendo a
saúde como um todo. O efeito não foi observado apenas no curto prazo, mas também em longo
prazo.
Sobre os casos analisados para tratamento da ansiedade, descobriu-se, em princípio, que
foram realizados poucos trabalhos específicos sobre o tema, há escassos estudos comparativos entre
tratamentos convencionais e possibilidades de tratamento pela Acupuntura, e estudos de caso, que
limitam os resultados.
Sugere-se então novas pesquisas para maior e melhor verificação dos efeitos em geral e
neurofisiológicos da Acupuntura sobre a ansiedade, com variáveis como resolutividade, tempo para
melhora dos sintomas, quantidade e freqüência de sessões, entre outras.
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