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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
PSICOMOTRICIDADE E A TERCEIRA IDADE
Por: Beatriz Souza dos Santos
Orientador
Prof. Vilson Sérgio Carvalho
Rio de Janeiro
Julho 2005
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
PSICOMOTRICIDADE E A TERCEIRA IDADE
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como condição prévia para a
conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu”
em Psicomotricidade.
Por: . Beatriz Souza dos Santos.
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AGRADECIMENTOS
....a Deus por ter dado esta
oportunidade e ao professor Vilson
Sérgio pela orientação.
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DEDICATÓRIA
Aos meus familiares e especialmente ao
meu namorado Marcelo dos Santos.
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RESUMO
Como a terceira idade no Brasil começou a ser assunto e tema de debates e pesquisas de alguns anos para cá, torna-se imprescendível que os profissionais de Educação Física busquem cada vez mais novas formas e fórmulas para se trabalhar com esta faixa etária. Nos dias atuais, se discute muito sobre os métodos de se trabalhar com o idoso, e com o crescente mercado nesta área podendo ser percebido como uma perspectiva de promoção social. O estudo tem a finalidade de expandir um pouco mais este universo, aos profissionais de Educação Física e áreas afins que já atuam ou pretende atuar com a psicomotricidade para o idoso, se ocorre uma melhora na interação social, física e mental do idoso.
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METODOLOGIA
Desenvolvida através de pesquisas bibliográficas, consultas de sites da
Internet e consultas de relatórios que refletem a comparação do presente
trabalho assim como as reflexões que dela se sucederam.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - PSICOMOTRICIDE 10
1.1 Objetivos da Psicomotricidade 10 1.2 Educação, Reeducação e Terapia Psicomotora 11 1.3 Principais Áreas Psicomotoras 12 CAPÍTULO II - ABORDAGEM SOBRE A VELHICE 13
2.1 Aspectos Fisiológicos do Processo de Envelhecimento 16 2.2 Aspectos Físicos do Processo de Envelhecimento 18 2.3 Aspectos Psicológicos do Processo de Envelhecimento 20 2.4 Aspectos Psiquiátricos do Processo de Envelhecimento 21 2.5 Aspectos Sociais do Processo de Envelhecimento 22 CAPÍTULO III – PSICOMOTRICIDADE E A TERCEIRA IDADE 26
3.1 Efeitos Benéficos para a Terceira Idade 27 3.2 Alguns Principais Benefícios do Treinamento de Força Muscular na Terceira Idade 29 CONCLUSÃO 34
BIBLIOGRAFIA 35
WEB GRAFIA 36
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INTRODUÇÃO
Durante os últimos anos, houve um aumento considerável no
número de pessoas idosas. Classificamos no presente estudo, como pessoas
idosas, aquelas que ultrapassam a idade de 65 anos. Com o crescimento deste
segmento populacional, houve também uma maior preocupação entre os
profissionais da área de saúde, na melhoria da capacidade funcional, qualidade
de vida e independência destes indivíduos. De acordo com a literatura
pesquisada, consideramos o envelhecimento, um processo bastante complexo
que envolve muitas variáveis, tais como: genética, estilo de vida, mudanças
fisiológicas e psicossociais, doenças crônicas, que interagem entre si e
influenciam significativamente o modo em que se alcança determinada idade.
A atividade física para pessoas idosas pode favorecer um
retardamento no processo de envelhecimento, através da manutenção de um
estado saudável que possibilite ao idoso uma vida normal e o afaste dos
fatores de riscos comuns nesta fase da vida. A participação recreativa em
programas de exercícios físicos de caráter recreativo pode também contribuir
para a melhoria da saúde, retardando os processos físicos e psicológicos,
mantendo-se por mais tempo as capacidades motoras. Não existe mais a idéia
de que praticar exercícios regulares existe desgastes físicos e psíquicos
intensos provocando desprazer e derrotas. Fazer exercícios ou praticar
esportes se tornaram programas de prazer e lazer.
A recreação envolvendo a psicomotricidade como uma prática
realizada através de atividades lúdicas, motivadoras, criativas e coletivas, é
uma alternativa de melhorar o estilo de vida no processo de envelhecimento. A
velhice não é somente uma etapa da vida para aposentar-se e descansar, e
sim se manter ativo, independente e “de bem com a vida”. A velhice já nasce
com o homem, é o resultado de sua infância, sua juventude, de sua
maturidade, enfim de toda sua trajetória no seu ciclo vital. O ser humano não
pode ser encarado como um produto com “prazo de validade”, uma máquina
9 que esta condenada ao desuso. Os idosos precisam viver com plenitude,
alcançar seu auge em plena forma, realizar seu potencial de ser humano com
dignidade e lucidez.
No capítulo I procura-se definir o que seja a psicomotricidade e
seus objetivos. No capítulo II foi abordado a velhice. No capítulo III obordou-se
o que seja a psicomotricidade aplicada à terceira idade. E finalmente o trabalho
concluiu que a psicomotricidade na terceira idade possui vários benefícios
como psicológicos emocionais, sociais e físicos proporcionando uma melhor
qualidade de vida, para o indivíduo.
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CAPÍTULO I
PSICOMOTRICIDADE
Em razão de seu próprio objeto de estudo, isto é, o individuo humano e
suas relações com o corpo, a psicomotricidade é uma ciência – encruzilhada
ou, mais exatamente, uma técnica em que se cruzam e se encontram múltiplos
pontos de vista, que utiliza as aquisições de numerosas ciências constítuidas
( Biologia, Psicologia, Psicanálise, Sociologia e Línguistica).
1.1 OBJETIVOS DA PSICOMOTRICIDADE:
• Desenvolver as faculdades expressivas;
• Pensar estruturas psicossomáticas do corpo;
• Colocar o corpo no imaginário;
• Mostrar que o homem é o seu corpo e não o homem e seu corpo;
• Mostrar que o homem é um ser falante e ao dominar-se ele fala de seu
corpo; que é o que o caracteriza-se seu corpo , fala por ele, através dele e
até a revelia dele;
• Desenvolver o aspecto comunicativo do corpo;
• Dar possibilidade de dominar seu corpo, de economizar energia, de pensar
seus gestos e aperfeiçoar seu equilíbrio.
A psicomotricidade reflete um estado da vontade, que corresponde a
execução de movimentos. Os movimentos podem ser voluntários e
involuntários. Dos movimentos involuntários temos os automatismos
elementares inatos e os adquiridos. Os inatos são aqueles que nascem
conosco e são representados pelos reflexos, que são respostas caracterizadas
pela invariabilidade qualitativa de sua produção e execução. Dos movimentos
voluntários temos automatismos adquiridos que são os reflexos condicionados,
que ocorrem devido a aprendizagem e nos forma hábitos, que, quando bons,
11 nos poupam tempo e esforço, porém se exagerados, eliminam nossa
criatividade e nos deixam embotados.
No ser humano, psiquismo e motricidade são interdependentes. Não se
pode falar em movimento que exclua por completo elementos mentais, nem
pensamento isento de qualquer elemento corporal. Em outras palavras, não há
pensamento sem corpo, atitudes ou movimentos, nem movimento que não
implique um certo domínio mental.
1.2 EDUCAÇÃO, REEDUCAÇÃO E TERAPIA PSICOMOTORA
Educação psicomotora permite explorar seu ambiente proporcionando-
lhe experiência concretas indispensáveis ao seu desenvolvimento intelectual
através dela é capaz de tomar consciência de si mesma.
Reeducação psicomotora é quando um indivíduo não consegue se
desenvolver de maneira de maneira global, se faz um trabalho de reeducação.
A causa dessa defasagem pode ser psicológica, neurológica, motriz, perceptiva
ou sensorial ( problemas de visão, audição, etc...)
Terapia psicomotora é geralmente usada em instituição
medicopsicológicas ou psiquiátricas, com indivíduos com problemas psicóticos,
psicóticos regressivos, neurótica graves ou com DCM ( Disfunção Cerebral
Mínima ). O terapeuta da psicomotricidade atua em cima de suas reações
tônico-afetivas e também destas mesmas reações no “outro “.
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1.3 PRINCIPAIS ÁREAS PSICOMOTORAS
*Coordenação Global – diz respeito à atividade dos grandes músculos.
Depende da capacidade de equilíbrio postural do indivíduo. Este equilíbrio está
subordinado às sensações proprioceptivas cinestésicas e labirínticas.
*Coordenação Fina e Óculo-manual – diz respeito à habilidade e destreza
manual e constitui um aspecto particular da coordenação global.
*Esquema corporal – A tomada de consciência da situação das coisas entre si;
Possibilidade para o sujeito, de organizar –se perante o mundo que o cerca.
Relacionando a importância do corpo com o seu esquema corporal entende-se
que ele é uma forma de expressão da individualidade.
*Lateralidade – è a propensão que o ser humano possui de utilizar
preferencialmente mais um lado do corpo do que o outro em três níveis: mão,
olho e pé. Isto significa que existe um predomínio motor, ou melhor, uma
dominância de um dos lados.
*Estrutura espacial – é essencial para que vivamos em sociedade. È através do
espaço e das relações espaciais que nos situamos no meio em que vivemos,
em que estabelecemos relações entre as coisas, em fazemos observações,
comparando-as, combinando-as vendo as semelhanças e diferenças entre
elas.
*Estrutura temporal – é a capacidade de situar-se em função da sucessão dos
acontecimentos: antes, após, durante; duração dos intervalos.
*Percepção – é a capacidade de reconhecer e compreender estímulos
recebidos. Assim, “o perceber supõe as sensações acrescidas dos significados
que se lhes atribuem como resultado da experiência.
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CAPÍTULO II
ABORDAGEM HISTÓRICA SOBRE A VELHICE
Muitos dos conceitos, das idéias que se fala sobre a velhice nos
dias de hoje, são frutos de culturas e tempos antigos, que permitiam ou até
mesmo limitavam a participação dos idosos em atividades recreativas grupais
que lhe possibilitavam desenvolver-se plenamente num processo contínuo e
permanente.
A atenção e o cuidado que se dispensava às pessoas de idade
avançada foi mudando com o passar do tempo, e o modo de tratar esse
assunto também era diferente de cultura para cultura. Através da história, é
possível perceber que não existe uma concepção única e correta sobre a
velhice. “cada sociedade tem anciãos e anciãs que se merece a cada tipo de
organização sócio econômica e cultural é responsável pelo papel e pela
imagem de seus anciãos e anciãs”. ( Lorda, 1998, p.16 )
Segundo Lorda ( 1998 ), historicamente nas sociedades primitivas
o idoso possuía um privilégio que lhe concedia a longevidade, que estava
ligada a sabedoria e a experiência, garantido-lhe um lugar primordial. Para
estas sociedades muito religiosas, a velhice se associava ao sagrado. Nas
culturas Incas e Astecas, a atenção dada à população idosa era uma
responsabilidade pública onde os idosos eram tratados com muita
consideração. O respeito a estas pessoas estava relacionado com os atributos
que possuíssem, como seus conhecimentos, destrezas, funções religiosas e
outros. Os anciões glorificados em lendas e fábulas e seus atributos eram
idolatrados em contos mitológicos. ( Lorda ), 1998
A Grécia, cultura que idealizava a beleza, a força, a juventude,
concedia aos idosos um lugar subalterno. Para os Gregos, a morte e a velhice
14 eram os males da vida mais implacáveis e inevitáveis. A velhice era vista como
um castigo. A visão dos filósofos era contraditória e ambígua. Aristóteles
descreveu os idosos como desconfiados, inconstantes, temerosos,
melancólicos e egoístas. Segundo Aristóteles, a velhice não garantia nem
sabedoria e capacidade política. Considerava que a mente envelhecia igual ao
corpo. ( Lorda 1998 )
Na cultura Romana, os anciãos tinham um papel essencial em
relação à tomada de decisões. O idoso era o chefe absoluto, que exercia todos
os direitos sobre a família, como uma autoridade ilimitada conhecida como
parte família. Os idosos também possuíam poder políticos muito importantes,
eram partes fundamentais do Senado, mas conforme evoluía a história política
romana, vai diminuindo o poder político dos anciãos, se convertendo então, na
encarnação do sofrimento. Os antigos Hebreus demonstravam um grande
respeito por seus patriarcas. A sabedoria, a nobreza, o caráter venerável e a
velhice estavam ligados. Os idosos eram considerados os chefes naturais do
povo e eram consultados quando necessário. O patriarca e sua longevidade
eram vistos como uma benção divina. O idoso era honrado e visto como
homem de confiança do Senhor.
Segundo Lorda ( 1998 ) A velhice é vista como cessar da
atividade, condenando assim a concepção moderna de isolamento. A Idade
Média se caracterizou pela a lei do mais forte, fisicamente e militarmente,
assim os idosos estavam submetidos aos mais fortes. Nos séculos XIV e XV,
as epidemias como a peste e a cólera foram seletivas e um grande número de
idosos sobreviveu, com isso, houve um fortalecimento do poder político e
econômico das pessoas mais velhas. ( Lorda, 1998 ).
Em Lorda ( 1998 ) Caracteriza-se pela violência e o ataque contra
a velhice, devido à adoração à beleza e à juventude. Nesta época, se faz todos
os meios para prolongar a juventude e atrasar a velhice. Nos séculos XVII e
XVIII, o número de pessoas idosas aumenta e os avanços científicos permitem
15 que se preste atenção às doenças da velhice. No final do século XIX, com a
evolução da medicina, surgem a gerontologia e a geriatria. A gerontologia é o
estudo científico do processo de envelhecimento e dos problemas especiais do
envelhecimento, envolvendo os aspectos fisiológicos, sociais e psicológicos da
velhice. A geriatria é a ciência que estuda e trata as doenças e as mudanças
da velhice. ( Lorda, 1998 ).
Atualmente, a sociedade moderna valoriza o trabalho e o
consumo, é uma sociedade feita para a juventude e seus valores. A velhice
ainda vive seu eterno conflito, às vezes é exaltada, como na visão platônica e
ás vezes degradada como na visão Aristotélica.
“Até certo ponto, essa condição do velho é simétrica à da
criança, com a qual o adulto também não estabelece
reciprocidade. Não é por acaso que é tão comum se falar
nas famílias, da criança “extraordinária para a sua idade”,
e também do velho “extraordinariamente para a sua
idade”: o extraordinário é que, não sendo mais homens,
eles tenham condutas humanas. Vimos que, em várias
comunidades primitivas, velhos e crianças pertencem à
mesma classe de idade, e que, ao longo da história, a
atitude dos adultos é, em geral, análogo com relação a
uns e a outros. Só que, sendo a criança um futuro ativo,
a sociedade ao investir nela, assegura seu próprio futuro,
ao passo que, a seus olhos, o velho não passa de um
morto em surssis. ” ( Beauvoir, 1990, p. 266. 27 )
Precisamos acabar com os estereotipo, os estigmas a cerca da
velhice, pois isso limita a nossa participação com esta parte da população. E
segundo Lorda (1998, p.19), a estimulação para a criação de grupos e
encontros entre pessoas de diferentes gerações, “faz com que cada um de nós
16 ocupemos nosso lugar com a lógica do tempo, e do espaço, do corpo, o
movimento e o prazer".
2.1 ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO PROCESSO DE
ENVELHECIMENTO
Envelhecer e morrer parecem ser características de todos os
organismos vivos. Ateroesclerose e arterioesclerose progressivamente
diminuem o fornecimento de oxigênio, e em alguns órgãos como no cérebro, as
células que morrem não são substituídas. Em outros tecidos, os componentes
celulares modificam-se com a idade. Em conseqüência, diversas funções
biológicas mostram uma progressiva degeneração relacionada com a idade,
ocorre uma degeneração das fibrilas, colágenos dos tecidos, que leva a um
enfraquecimento de certas estruturas como os tendões. Ocorre um "desgaste"
que excede a capacidade regenerativa dos tecidos; uma desregulará do
sistema imunológico que passa a atuar contra estruturas do organismo como
proteínas; erros na divisão celular que são agravadas por fenômenos naturais
como a radiação solar; aumento dos radicais livres.
Com o passar dos anos, há o declínio de energia, das faculdades
e dos tecidos. Os diversos sistemas mudam em diferentes velocidades, em
diferentes pessoas. A idade cronológica não se correlaciona necessariamente
com a idade biológica. Por exemplo: uma pessoa com 80 anos de idade pode
ser ativa e independente, enquanto outra de 65 anos pode ter muitos
problemas.
“ A idéia de que é normal, para uma pessoa, ficar fora de
forma; perder força\flexibilidade muscular; e experimentar
aumentos na pressão arterial, no peso corporal e no
colesterol com a idade mais avançada. Apesar de essas
modificações serem típicas do que acontece ao adulto
em processo de envelhecimento em nossa sociedade,
17 elas não são de forma alguma normais nem representam
uma conseqüência absoluta do processo de
envelhecimento. O processo de envelhecimento típico
pode, de fato, ter seu ritmo reduzido – ou até invertido.”
(Steven, 2000, p.362).
Uma das maiores preocupações no idoso são os ossos, que
podem se constatar a osteoporose, transformando-se de um estado
consistente a outro esponjoso, devido a uma perda excessiva de componentes
minerais e da resistência do osso. A perda de massa óssea ocorre com maior
intensidade nas mulheres, devido as mudanças hormonais. Estima-se que a
osteoporose seja responsável por 90% das fraturas que ocorrem nos idosos.
Certas características ou fatores ou fatores de risco podem indicar
predisposição para a osteoporose: sexo feminino, estilo de vida sedentária,
fumo, álcool, dieta precária com deficiência de cálcio ou fatores hormonais.
A fala tende a se tornar restrita, pois a voz nem sempre tem força
suficiente. A relutância em falar geralmente está associada com a depressão.
O aprendizado e a memória em curto prazo ficam prejudicados, tornando-se
necessário à repetição de instruções. De acordo com Ferreira (2003, pág.57),
o sistema imunológico dos idosos é afetado devido, “os grandes problemas que
ocorrem decorrentes da depressão e do sentimento de inutilidade. A partir do
momento em que estes sentimentos são diminuídos, as doenças tendem a
diminuir”.
No sentido de combater o sedentarismo, têm-se observado
muitos estudos voltado para o fisiológico, através da atividade física. Entretanto
o combate ao sedentarismo não pode ser limitado ao campo do simples
movimento, buscando também integrar o homem ao mundo.
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2.2 ASPECTOS FÍSICOS DO PROCESSO DE
ENVELHECIMENTO
O envelhecimento acarreta modificações na massa corporal e na
composição corporal. Estas alterações, por muitas vezes, estão relacionadas à
diminuição do gasto energético diário pelo indivíduo. Pois, atividades como
caminhar até a parada de ônibus, cuidar do jardim ou trabalhar, não são
desempenhadas com a mesma intensidade quando o indivíduo atinge idade
igual ou acima de 65 anos.
Onde os três principais componentes do corpo humano são: osso,
músculo e gordura. Estes componentes podem ser alterados positivamente
pela atividade física ou negativamente pelo sedentarismo, idade e doenças.
Em relação ao processo de envelhecimento ocorrem modificações
estruturais nestes componentes morfológicos em ambos os sexos, tais como:
um maior acúmulo de gordura na região central do corpo do que na região
periférica bem como, alterações nas funções orgânicas e mentais, como por
exemplo: perda da capacidade de manter o equilíbrio homeostático, alterações
na freqüência cardíaca, reduções no consumo máximo de oxigênio,
musculatura esquelética, densidade óssea e flexibilidade (LEITE, 1990 ).
As mudanças na composição corporal em decorrência do avanço
da idade, podem ser atribuídas a vários mecanismos fisiológicos, como por
exemplo: diminuição do nível de atividade física com o aumento da idade pode
contribuir para o aumento do depósito de gordura corporal.
A escolha da atividade física para as pessoas idosas é um
aspecto mais complexo do que no caso de pessoas mais jovens. Considerando
que muitos idosos são sedentários há muitos anos, a perda de aptidão costuma
impossibilitar muitas atividades que poderiam ser prazerosas. De acordo com
Ferreira, ( 2003 ) atividade física para o idoso refere-se, “todo o movimento
19 físico, podendo ser expresso sob forma de ginástica, atividades lúdicas, jogos,
recreação, contato corporal, passeios, enfim, tudo o que, de uma forma ou de
outra, nos faz relacionar uns com os outros de forma física” ( Ferreira 2003, p.
11 ). Por outro lado, a possível presença de certas doenças (osteopenia,
artrose, instabilidades articulares, aterosclerose, diabetes e hipertensão
arterial) também limita a escolha da atividade física, em virtude do risco de
intercorrências patológicas. No caso de idosos muito debilitados, o simples
caminhar pode representar uma atividade de risco por causa das possibilidades
de quedas.
Um dos principais limitantes para o idoso, enfoca-se que, o
sistema músculo-esquelético torna-se deficiente através da perda da força e da
diminuição do tônus, acarretando na atrofia muscular, principalmente dos
grandes grupos musculares. Com o poder muscular diminuído, ocorre a
desaceleração dos movimentos e da perda de coordenação, podendo
desenvolve-se também dificuldades com o equilíbrio, ocasionando possíveis
quedas.
As articulações perdem a mobilidade e a elasticidade, tornando-se
um alvo para as lesões degenerativas devido à involução do aparelho capsular,
este processo é conhecido como artrose. O mais notável sintoma no processo
artrítico é a rigidez nas articulações, principalmente após ficar sentado ou
deitado por tempo prolongado, muitas das vezes visto nos idosos sedentários.
O sedentarismo traz suas conseqüências diretamente à saúde do
idoso, através de pesquisas de gerontólogos, foi observado em idosos [...] a
redução da capacidade aeróbia e anaeróbia; redução do rendimento mecânico
e perda dos reflexos posturais”. Em Lorda (1998, p.23) “vê-se o passar do
tempo faz com que o círculo de relações familiares e de amigos diminua pelo
processo natural da dispersão, neste estágio abre-se uma porta através no
qual se desenvolve o sentimento de inutilidade, da marginalização da vida
comunitária”.
20 2.3 ASPECTOS PSICOLÓGICOS DO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO
Na velhice algumas alterações psicológicas ocorrem com tal
repetição que podem ser consideradas como um fato normas deste estado. O
envelhecimento psicológico é realçado por um processo dinâmico e
grandemente complexo, largamente influenciado por fatores individuais que
começam com um declínio lento e depois vai aumentando.
Outra alteração característica é uma deficiência da memória, mais
freqüentemente para os fatos recentes do que fatos remotos. A dificuldade de
memória pode consistir em apenas um retrato em recordar-se. Existem
também outras manifestações comportamentais muito comuns: a tagarelice,
repetições (esquecendo-se do que foi dito há pouco), fixação no passado e
perda de objetos.
É bastante freqüente a redução do interesse e incapacidade de
aceitação de novas idéias, desconfiança, falta de entusiasmo, melancolia,
pessimismo, relutância em reconhecer modificações (progresso ou declínio)
quanto à saúde física, torna-se possessivo, egoísta, devido ao reconhecimento
de energias reduzidas e, não raramente, um exagero de características prévias
neuróticas, histérica ou hipocondríaca da personalidade. Outros fatores
comuns também são observados com estreitamento da afetividade, a aceitação
ou recusa da situação do idoso e até mesmo desconfiança, irritabilidade e
indocilidade.
Alguns idosos podem desenvolver a depressão e, às vezes,
agitação, confusão ou mesmo ideação psicótica. Sentimentos de desamparo,
fracasso e redução da auto-estima e autoconfiança são comuns na velhice. A
depressão é muito comum entre os velhos e deve ser sempre seriamente
encarada. A dependência é um problema comum entre os anciãos que sofrem
de sentimentos de reduzida auto-estima e de fraqueza física. Ás vezes
observa-se a dependência elevada e a rabugice.
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As pessoas idosas nem sempre são felizes no convívio com os
parentes; quando independentes preferem viver a sós, longe do conflito entre
os parentes. Os sentimentos de medo e desamparo diante da morte próxima
podem ser manipulados de várias maneiras, dependendo da força e maturidade
da personalidade; entretanto, parece que o velho sadio utiliza a intelectualizarão
como maior defesa, enquanto que o idoso doente tende a utilizar a negação.
2.4 ASPECTOS PSIQUIÁTRICOS DO PROCESSO DE
ENVELHECIMENTO
A psiquiatria geriátrica compreende o estudo das alterações
mentais que afetam as pessoas idosas. Na velhice, a depressão é a alteração
psiquiátrica mais freqüente. O declínio da adaptabilidade do velho e os fatores
psicossociais e sócio-econômicos contribuem para a depressão. O idoso pode se
tornar rabugento, irritável, negativista, agitado, apático e ameaçador e agressivo,
verbal e fisicamente.
O idoso depressivo tem sua atividade física reduzida. Tem
também a sensação de sua impotência psíquica, de sua incapacidade para
realizar um esforço intelectual, de diminuição da sua capacidade de atenção, da
lentidão de sua memória, de sua rápida fadiga perante qualquer trabalho mental.
Na velhice há também algumas psiconeuroses comuns como:
histeria, ansiedade, fobia e obsessivo-compulsiva (especialmente a limpeza
compulsiva). A ansiedade é um dos estados mais comuns. O idoso tende a ficar
irritável, esquecido e agitado.
A arteriosclerose cerebral é uma patologia freqüentemente
encontrada nos idosos, e é caracterizada pela perda de memória como sendo
um sinal precoce, mas é desigual e irregular. Deficiente capacidade de
compreensão e concentração e inquietação à noite constituem queixas comuns.
22 A personalidade básica do idoso parece ficar bem preservada. Episódios de
depressão severa ocorrem nos estádios iniciais, quando o idoso percebe que
está “começando a falhar”. É comum períodos de alternância entre lucidez e
confusão.
A Demência senil (deterioração senil) tem seus sintomas
semelhantes ao da arterioscierose. É uma deterioração da memória, intelecto e
personalidade. O sintoma inicial é a perda de memória para fatos recentes. O
idoso fica consciente, mas não pode realizar as atividades do cotidiano. O
vocabulário se reduz, o pensamento toma-se sem sentido e fragmentado e a fala
incoerente. Uma perda de interesse por outras pessoas, deterioração de hábitos
pessoais e conduta anti-social podem ocorrer. A doença de Alzheimer é uma
forma de demência que pode começar nas pessoas mais jovens (a partir de 50
anos). Isto ocorre porque há um emaranhamento de filamentos nas células do
córtex cerebral e do hipocampo, juntamente com placas neuríticas e falta de
acetilcolina. A demência de Alzheimer pode ocorrer nas pessoas idosas.
2.5 ASPECTOS SOCIAIS DO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO
Os hábitos sociais e éticos em relação ao lugar dos idosos na
sociedade, variam segundo as diferentes culturas e varia, mesmo dentro da
mesma sociedade, em épocas diferentes. Atualmente, a sociedade tem uma
visão preconceituosa e injusta do idoso, caracterizando-o corno um indivíduo
frágil, doente, de capacidade de trabalho reduzida, vida sentimental reprimida e
vitalidade diminuída. Ou seja, o idoso é visto como um indivíduo situado à
margem da sociedade.
A visão é hegemônica em nossa sociedade e o idoso está fora do
mundo do adulto, do mundo do poder. A sociedade ignora não apenas os idosos,
mas também a criança abandonada, os deficientes. Segundo Meirelles (1997),
“não existe reciprocidade no olhar extraordinário que a sociedade lança sobre o
23 velho e que o asila como um morto em liberdade condicional” (p. 19), quando
comenta as palavras de Beauvoir (1990):
“até certo ponto, essa condição do velho é simétrica à da
criança, com a qual o adulto também não estabelece
reciprocidade. Não é por acaso que é tão comum se falar
nas famílias da criança ‘é extraordinária para sua idade’,
e também do velho ‘extraordinário para sua idade’: o
extraordinário é que, não sendo ainda homens, ou não
sendo mais homens, ele tenham condutas humanas (...).
Só que, sendo a criança tem futuro ativo, a sociedade, ao
investir nela, assegura seu próprio futuro, ao passo que, a
seus olhos, o velho não passa de um morto em sursis”.
( Beauvoir, 1990, p.266, 267 ).
Ao contrário do que se pensa, envelhecer não significa
necessariamente a diminuição da atividade, da energia, da criatividade ou da
autonomia. Com o passar do tempo é normal que as relações de amigos e
familiares diminua, proporcionando ao idoso uma sensação de perda da sua
razão de ser social. Por este motivo o idoso pode se sentir solitário e até mesmo
inútil.
A pessoa idosa por se sentir só e isolada, se convence muito mais
facilmente de ser rotulada de ‘imprestável’ pela sociedade. E acaba por se
adaptar a esta condição de vida. Fatores sócio-econômicos podem influenciar na
velhice do idoso. Na verdade, não existe a velhice, e sim, segundo Beauvoir
(1990), ‘as velhices’ que são diferentes e variam de acordo com o fator sócio-
econômico de cada idoso durante toda a sua vida.
24 Há uma diferença considerável entre as classes sociais em relação
à aposentadoria e nas formas como esta é encarada. Os homens que
trabalharam em uma profissão especializada, ou em cargos de direção e
tiveram uma melhor renda, muitas vezes conseguem prosseguir com alguma
espécie de trabalho após a aposentadoria. Isto é menos possível para os de
ocupações manuais ou de outros tipos de negócio. As mulheres idosas da
classe média, mais provavelmente do que as da classe trabalhadora, muitas
vezes já são membros de organizações voluntárias, não notando grandes
mudanças em sua vida.
As mulheres da classe trabalhadora tiveram suas vidas inseridas
numa rede formada pela família e pela vizinhança, e provavelmente não
realizavam atividades separadas do tempo chamado de lazer. Muitas idosas
que durante toda sua vida ganharam salário mínimo, ainda trabalham mesmo
após terem tempo para se aposentarem, para poderem complementar a
aposentadoria e muitas vezes ainda sustentam filhos e netos.
Observa-se um processo de retração no que se refere à participação
em atividades de lazer, que tem início na meia idade e tende a continuar na
velhice. Isto se deve em alguns casos, à mudanças de padrão financeiro,
quando muitas pessoas idosas deixam de freqüentar lugares de diversão
porque não têm meios para tal. Certas atividades ligadas a Hobbes tendem a
aumentar após os cinqüenta anos, mas no início dos setenta devido a diminuição
das funções sensoriais, eles voltam a decrescer.
Para muitos idosos, o processo de adaptação à velhice ocorre
contra uma série de mudanças negativas no corpo e no ambiente social. Alguns
aceitam estas mudanças, outros buscam redimensionar as posições perdidas por
uma participação em outras como o papel de avô, amigo, vizinho, membro da
igreja, de associações ou atividades de interesses pessoais (Hobbes).
25 As pessoas mais velhas necessitam de incentivo para reestruturar
suas vidas depois da aposentadoria, necessitam também de oportunidades para
participar em atividades importantes e reconhecidas pela sociedade.
26
CAPÍTULO III
PSICOMOTRICIDADE E A TERCEIRA IDADE
A psicomotricidade poderá ser aplicada para pessoas de terceira e
quarta idade, aposentadas que se sentem inúteis, inativas com diminuição das
possibilidades de atividade psíquicas, psico-corporais e neurológicas. O
crescimento sem precedente da população de idade avançada é uma das
mudanças demográficas mais significativas das última década. Somos
testemunha de um aumento considerável no número de pessoas que
ultrapassam as idades de 70 e 80 anos, a maioria delas saudáveis.
Está altamente evidenciado que todo idoso deve dedicar certo tempo a
realizar alguma forma de atividade física: o coração, os pulmões, os músculos
e principalmente a mente, necessitam e se beneficiam com o exercício.
Provou-se repetidas vezes, que a atividade física melhora as condições
normais do indivíduo e naqueles nos quais suas funções estiverem afetadas,
os benefícios são notórios e em muitas ocasiões há uma grande melhora de
funções.
A atividade físico-recreativa é identificada constantemente como uma
das intervenções de saúde mais significativas da vida das pessoas de idade
avançada. Dentro dos benefícios imediatos da participação regular em
programas de exercícios recreativos se identificam no aspecto físico: maiores
níveis de auto eficácia, controle interno melhorais nos padrões do sono,
relaxamento muscular, entre outros. Tem-se percebido que a redução dos
níveis de atividade física habitua, assim como outros fatores não definidos,
associados à velhice, são as principais causas do declínio da capacidade
cardiorespiratória.
27
3.1 EFEITOS BENÉFICOS PARA A TERCEIRA IDADE
I – Efeitos Antropométricos e neuromusculares:
- Diminuição da gordura corporal;
- Incremento de massa muscular;
- Incremento da força muscular;
- Incremento de densidade óssea;
- Fortalecimento do tecido conectivo;
- Incremento da flexibilidade.
II – Efeitos Metabólicos:
- Aumento do volume sistólico;
- Diminuição da frequência cardíaca em repouso e no trabalho submáximo;
- Aumento do VO2 máx. 10-30%;
- Aumento da ventilação pulmonar;
- Diminuição da pressão arterial;
- Melhora o perfil lipíco.
III – Efeitos Psicológicos
- Melhora de autoconceito;
- Melhora de auto-estima;
- Melhora de imagem corporal;
- Diminuição do stress e da ansiedade;
- Diminuição da tensão muscular e da insônia;
- Diminuição do consumo de medicamento;
- Melhora das funções cognitivas;
- Socialização.
Os benefícios da atividade física no controle da pressão arterial
acontecem por diversos fatores diretos e indiretos da atividade física no
organismo, que foram sumarizados por Spirduso (1995) desta forma:
28 A- Alterações cardiovasculares:
- Diminuição da freqüência cardíaca de repouso, resistência periférica e
volume plasmático;
- Aumento da densidade capilar.
B- Alterações endócrimas e metabólicas :
- Diminuição da gordura corporal;
- Diminuição dos níveis de insulina;
- Diminuição na atividade do sistema nervoso simpático;
- Aumento da sensibilidade à insulina;
- Melhora da tolerância à glicose.
C- Composição corporal:
- Efeito diurético;
- Aumento da massa muscular;
- Aumento da força muscular.
D- Comportamento:
- Diminuição do stress;
- Diminuição da ansiedade.
29
3.2 ALGUNS PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DO TREINAMENTO DE
FORÇA MUSCULAR NA TERCEIRA IDADE (FIATARONE,1996)
SÃO:
- Melhora da velocidade no andar;
- Melhorado equilíbrio;
- Aumento do nível de atividade física espontânea;
- Melhora da auto-eficácia;
- Contribuição na manutenção e/ou aumento da densidade óssea;
- Ajuda no controle de diabetes, artrite e doenças cardíacas;
- Melhora da ingesta diética;
- Diminuição da depressão.
Uma das principais causas de acidentes e de incapacidade na terceira
idade é a queda que geralmente passo, doenças cardiovasculares, alteração
cognitivas e consumo de alguns medicamentos. Conforme Spirduso (1995), o
exercício contribui na prevenção das quedas por meio de diferentes
mecanismos:
1- Fortalecer os músculos das pernas e das costas;
2- Melhora os reflexos;
3- Melhora sinergia motora das reações posturais;
4- Melhora a velocidade no andar;
5- Incrementa a flexibilidade;
6- Mantém o peso corporal;
7- Melhora a mobilidade;
8- Diminui o risco de doenças cardiovasculares.
Além dos benefícios fisiológicos da atividade física no organismo, as
evidências mostram que existem alterações nas funções cognitivas dos
indivíduos envolvidos em atividade física regular. Essa evidências sugerem que
o processo cognitivo é mais rápido e mais eficiente em indivíduos fisicamente
30 ativos por mecanismos diretos: melhora na circulação cerebral, alteração na
síntese e degradação de ide neurotransmissores; e mecanismos indiretos
como: diminuição da pressão arterial, diminuição nos níveis de LDL no plasma,
diminuição dos níveis de triglicerídeos e inibição da agregação plaquetária.
Dentre os efeitos psicológicos, a diminuição da tensão emocional pode
ser considerada como um dos mais importantes, sendo alguns dos seus
mecanismos a curto e a longo prazo analisados por Spirduso ( 1995 ):
A – Efeitos a curto prazo:
- aumento do fluxo sanguíneo cortical;
- alterações nas aminas biogênicas;
- liberação de opiódes endógenos;
- aumento da temperatura corporal;
- melhora em resposta ao stress: aumenta a neurotransmissão de
catecolaminas e diminui a tensão muscular;
- modifica a atividade das ondas cerebrais.
B – Efeitos a longo prazo:
- alterações nos níveis e características das catecolaminas cerebrais;
- alteração da transmissão sinápitica;
- liberação de opiódes endógenos.
Segundo dados de Shepard, a participação em um programa de
exercícios leva à redução de 25% nos caso de doenças cardiovasculares,
10% nos casos de acidente vascular cerebral, doenças respiratórias
crônicas e distúrbios mentais. E talvez o fato mais importante seja que
reduz de 30% para 10% o número de indivíduos incapazes de cuidas de si
mesmos, além de desempenhar papel fundamental na adaptação à
aposentadoria.
31 Cuidados Especiais
Ter em conta algumas considerações inerentes a todos aquelas
mudanças psicossomáticas é essencial principalmente em três aspectos
fundamentais:
1. Técnico-metodológico;
2. Fisiológicos;
3. Psicológicos.
1. Técnico- metodológicos
- Ser claro nas explicações. Utilizar exemplos concretos.
- Manter todos os alunos em atividade.
- Estabelecer metas que os alunos possam alcançar.
- Vigiar os alunos e permanecer em constante relação com eles; nestes
casos a formação em círculo é ótima, pois o docente será mais um do
grupo.
- Quando se trata de aula com jogos e brincadeiras, é melhor conhecer bem
dois jogos.
- Insistir nas atividades que motivem mais e também maior valor. Quando as
atividades não são do agrado dos alunos, é porque o professor falhou em
sua programação.
- Nas atividades lúdicas estabelecer regras simples, mas que sejam
cumpridas.
- Nunca abusar de uma determinada atividade só porque nos agrada: pode
não agradar aos aos alunos;
- No ensino, é fundamental aplicar o princípio de exequibilidade, partindo do
simples para o mais complexo, do próximo para o distante, do fácil para o
mais dificíl.
- Manter permanente dialética entre repetição e variação.
- Não improvisar jamais.
32 - Quando usar matérias, certificar-se de que todos os alunos o possuem.
- Adaptar sempre o material – densidade e tamanho -, modificar as medidas
do terreno.
- Alternar diferentes setores: braços, pernas, mãos, etc.
- Os movimentos não devem ser realizados de maneira encontrada para os
exercícios de flexibilidade; há de ser um movimento fluente e constante.
2. Fisiológicos
- Controlar permanentemente a classe em certos aspectos observáveis ( pelo
professor ou pelo aluno): palidez, suor mal-estar (devido a mudanças
bruscas de posição), fadiga (taquicardia), dor torácica precordiale vertigem.
- Fazer bom uso das diferente posições, alternando-as adequadamente, sem
fazer sobrecarga de tempo em alguma delas.
- Evitar movimentos bruscos.
- Evitar posições de cabeça para baixo
- Evitar a manobra de Valsalva ( glote fechado ).
- Evitar hiperflexões, hiperxtensões, rotação extrema da nuca e região
lombar.
- Evitar a busca da performance.
- Evitar exercícios de agilidade no chão.
- Não se proporão atividades com sobrecarga, utilizando-se preferentemente
materiais leves.
- Em atividades lúdicas não se mudará de direção de maneira velo. Deve-se
lembrar que podemos isso mentalmente, porém fisicamente o idoso não é
capaz.
- Corrigir sempre a postura, quando sentados.
- Realizar exercícios sem sintomas de dor.
- Realizar lentamente os exercícios respiratórios.
33 3 – Psicológicos
- Elogiar sempre, mas também, corrigir e ajudar no momento oportuno.
- Atuar honestamente com os alunos
- Evitar exercícios que coloquem o aluno em evidência diante de seus
companheiros.
- Responder a todas as perguntas
- As propostas de trabalho não deverão ser obrigatórias.
Todos podem encontrar uma atividade terapêutica diferente, através do
relaxamento e exercícios adequados que permitem um novo acordar do desejo
do ser humano, existir, fazer algo variado, assumir-se descobrindo novos
limites consigo e com os outros.
34
CONCLUSÃO
De acordo com a pesquisa realizada a hipótese que se confirma é
de que a prática de atividades recreativas melhora a interação social, física e
mental do idoso.
Para muitos idosos, o processo de adaptação a velhice ocorre
contra uma série de mudanças negativas no corpo e no ambiente social. Alguns
aceitam estas mudanças, outros buscam redimensionar as posições perdidas por
uma participação em outras como o papel de avô, amigo, vizinho, membro da
igreja, de associações ou atividades de interesses pessoais.
Em relação ao processo de envelhecimento ocorrem modificações
estruturais nestes componentes morfológicos em ambos os sexos, tais como:
um maior acúmulo de gordura na região central do corpo do que na região
periférica Bem como, alterações nas funções orgânicas e mentais, como por
exemplo: perda da capacidade de manter o equilíbrio homeostático, alterações
na freqüência cardíaca, reduções no consumo máximo de oxigênio,
musculatura esquelética, densidade óssea e flexibilidade.
A psicomotricidade e a variedade de atividades possíveis para os
idosos é praticamente a mesma que para qualquer outra idade, com a
característica positiva de dispor de maior tempo. Uma velhice exitosa e com
uma boa adaptação as mudanças, se conseguirá ganhos nas funções
psicológicas, sociais e fisiológicas dos idosos para que possam manter-se ou
melhorar sua vida diária.
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BIBLIOGRÁFIA
FIATARONE, M. Physical activity and funcional independene in aging. Lecture
on Intrnational Pre – Olumpic Congress. Physical activity, sport and health.
Dallas, 1996.
SPIRDUSO, w. Physical Dimensions of Aging. Champagne, Human Kinetics,
1995.
SHEPHARD, R. Gereatric consequences ar enchhacend physical fitness. In:
Economic benefits of enhanced fitness. Chapagne, Human Kinetics Publishers,
1986.
LORDA, C. Recreação na Terceira Idade. Editora Sprint 1998
LEITE, P. Aptidão Física Esporte e Saúde: Prevenção e Reabilitação. 2ª ed.
São Paulo Robe 2000.
BEAUVOIR, S. A velhice 2ª ed. Rio de Janeiro Editora Nova Fronteira, 1990.
FERREIRA, C. Psicomotricidade da Ed. Infantil a Gerontologia. Teoria e Prática
São Paulo: Lovise
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WEB GRAFIA
www.envelhecimento.com.br
www.cdof.com.br
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ATIVIDADES CULTURAIS
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