Sentido da existência humana
Trabalho realizado por:
Andreia Domingues N.º1 11ºB
Catarina Carvalho N.º4 11ºB
Mariana Ramos N.º9 11ºB
Miguel Pacheco N.º10 11ºB
Rita Costa N.º13 11ºB
Escola Básica e Secundária do Levante da Maia
Professora: Maria Luísa Valente
Disciplina: Filosofia
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Índice
Introdução .............................................................................................................. 2
1 - O sentido da vida ou da existência humana ..................................................... 3
2 - Diferenças entre existir e viver .......................................................................... 3
3 - Sentido da vida segundo a religião ................................................................... 4
4 - A Perspetiva de Peter Singer ............................................................................ 6
5 - A nossa perspetiva ........................................................................................... 8
Conclusão .............................................................................................................. 9
Webgrafia ............................................................................................................ 11
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Introdução
No âmbito da disciplina de Filosofia, a professora Maria Luísa Valente propôs-
nos fazer uma breve dissertação filosófica sobre o tema “Sentido da existência
humana”.
Deste modo, iremos abordar o que é o sentido da vida procurando explicitar,
igualmente, a diferença entre viver e existir.
Num primeiro momento, iremos procurar desenvolver o tema “o sentido da vida
segundo a religião”, falando das perspetivas existentes e de algumas pessoas que as
defendem, explorando o mito de Sísifo e particularizando a opinião de algumas
religiões, nomeadamente: o Judaísmo, o Cristianismo, o Budismo e o Hinduísmo.
Terminaremos com o sentido da existência humana para a Cultura Racional. Posto
isto, apresentaremos a perspetiva de Peter Singer e, por fim, a nossa perspetiva.
A metodologia utilizada neste trabalho foi a pesquisa, sobretudo na internet.
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1 - O sentido da vida ou da existência humana
Este tema que é, em si mesmo, uma questão filosófica, e é uma preocupação
para todos os seres humanos, sendo, portanto, um problema universal.
Um tema subjetivo dificulta a possível resposta a este problema porque, para
uns, existe um sentido na vida e para outros, não.
O sentido (da vida) pode ter três significados diferentes: razão de, direção, ou
ainda objetivo.
1. A expressão “razão de”, significa que existe algo ou alguém que justifique a
nossa existência como seres vivos. Por exemplo, para as pessoas religiosos, a
razão de existir é “graças a Deus”, independentemente de ser bom ou mau. As
pessoas justificam o sentido da vida a partir da existência de Deus. Acreditam
que ele é a justificação da nossa existência e que tudo o que existe no mundo
é obra de Deus, considerando-o como um herói.
2. Por seu turno, a palavra “direção” explica que o sentido da vida indica-nos para
que lado devemos “caminhar”, pressupõe que vivemos a partir das
consequências das nossas escolhas, quer elas sejam boas ou más.
3. Enquanto que ver na vida o “objetivo” parte do princípio que a nossa existência
deriva das metas que queremos alcançar, isto é, implica que acreditemos num
propósito ou motivo para a vida. Há quem tenha como principal objetivo ser
feliz ou até mesmo a carreira profissional, de modo a atingir aquilo que quer
obter na vida.
2 - Diferenças entre existir e viver
“A maioria das pessoas não vive, apenas existe.” Esta citação demonstra, de
facto, muitas pessoas têm dúvidas entre se a vida significará: viver ou existir. Para
esclarecermos esta duplicidade é necessário responder à pergunta: “qual é o propósito
da vida?”.
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Consideramos que para alcançar algum propósito na vida é necessário “viver” ,
mais do que “existir”. Então, “qual será a diferença entre viver e existir?”.
Existir parece ser encarado como nascer, crescer e morrer. Durante esse
percurso podemos estudar, brincar, ter uma família, ter amores e desilusões. Viver é
diferente. Viver implica existir, mas sobretudo lutar, porque “viver é lutar”. E luta-se por
um propósito.
Consideremos o dilema: “ser ou não ser, eis a questão”.
Ser é viver, é acontecer, ou seja, para viver, para fazer acontecer, é necessário
lutar para que algo aconteça – arriscam-se coisas grandiosas, alcançam-se triunfos
mas correm-se riscos. Viver não ser é ser nada, neste caso não se arrisca, não se
conhece a vitória nem a derrota.
“Qual a melhor?”. Na verdade, a resposta parece depender da escolha de cada
um e de como será que aceita ou convive com ela, pois será a sua vida que está em
jogo.
3 – O Sentido da vida segundo a religião
Existem duas perspetivas: uma que defende que a vida tem sentido,
considerada otimista, e uma outra que defende que a vida não tem sentido,
considerada pessimista.
Em relação à primeira perspetiva, Swinburne
defende que se Deus existe, a vida tem sentido, já Susan
Wolf considera que, quer exista ou não Deus, a vida tem
sentido, mas já Baier afirma que se Deus não existe, a
vida não tem sentido.
Relativamente à segunda perspetiva, Charles
Taylor e Thomas Nagel defendem que a vida tem sentido
subjetivamente, algo que é refutado por Susan Wolf, que Fig. 1 O mito de Sísifo
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faz referência ao mito de Sísifo1, e por Peter Singer, que defende que “uma vida
exclusivamente dedicada à satisfação pessoal é destituída de sentido”.
Judaísmo
O sentido da vida no Judaísmo consiste na observação das leis divinas, e na
reverência perante Deus e a sua vontade. As leis e ordens divinas estão reunidas na
Tanakh, além da Talmud e Midrash.
Cristianismo
O sentido da vida para o Cristianismo baseia-se na comunhão com Deus, na
vida, bem como na vida após a morte. A confissão e o arrependimento são pré-
requisitos para tal, assim como a libertação dos pecados através de Jesus Cristo,
como é descrito na Bíblia.
Budismo
No Budismo, é dito claramente que o objetivo da vida para todos os seres
humanos é único. Por meio da Lei da Causa e Efeito (um princípio fundamental e
imutável do Universo, válido em qualquer lugar e em qualquer época, que diz que:
boas ações levam a boas consequências; más ações levam a infelicidades e somente
as ações que uma pessoa comete são responsáveis por todo e qualquer destino que
ela tiver), também conhecida como lei carmica, uma pessoa consegue, ao praticar o
bem e ouvindo o Budismo, se aproximar da Felicidade Absoluta.
Hinduísmo
1 O mito de Sísifo é um ensaio filosófico escrito por Albert Camus, em 1941, onde este
introduz a filosofia do absurdo: o homem em busca de sentido, unidade e clareza no rosto
de um mundo ininteligível desprovido de Deus e eternidade. Será que a realização do
absurdo exige o suicídio? Camus responde: "Não. Exige revolta". Então descreve várias
abordagens do absurdo na vida. O último capítulo compara o absurdo da vida do homem
com a situação de Sísifo, uma personagem da mitologia grega, condenado a repetir
sempre a mesma tarefa de empurrar uma pedra até o topo de uma montanha, sendo que,
todas as vezes que estava quase a alcançar o topo, a pedra rolava novamente montanha
abaixo até ao ponto de partida por meio de uma força irresistível, invalidando
completamente o duro esforço despendido.
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O Hinduísmo abrange diferentes denominações religiosas, sem um ser criador
comum ou escritura sagrada universal. As opiniões filosóficas individuais têm
conceitos parcialmente diferentes em relação ao ensino da vida, morte e libertação. Os
conceitos relacionados ao sentido da vida são da mesma maneira diferentes. Para
muitos, significa uma vida após o tradicional "quatro objetivos da vida", isto é, Artha
(poder), Kama (desejo), Dharma (harmonia moral) e Moksha (a libertação). Para os
partidários dos ensinamentos de Advaita-Lehre, Moksha significa elevação da
"consciência cósmica" no brâmane. Para os defensores do Dvaita-Lehre, o Bhakti
possui um estado central, e a libertação significa comunhão eterna e paz com Deus.
Cultura Racional
O sentido da vida é conhecer-se e saber que é um animal Racional, sofredor e
mortal.
4 - A Perspetiva de Peter Singer
Peter Albert David Singer é um filósofo e professor2 na Universidade de
Princeton. Atua na área da ética prática, tratando questões de Ética segundo uma
perspetiva utilitarista. Singer pretende mostrar que uma vida conduzida segundo
padrões éticos é compensadora.
Singer questiona-se sobre se ainda há alguma coisa pela qual viver, ou se
haverá algo a que valha a pena dedicarmo-nos, além do dinheiro, do amor e da
atenção à nossa família.
O autor pretende desfazer equívocos que resultam de se associar a ética a um
conjunto de preceitos religiosos mais ou menos sem fundamento ou, pelo menos, de
fundamento duvidoso. Ele considera que a ética filosófica não é constituída por um
conjunto de preceitos religiosos indiscutíveis e geralmente acriticamente aceites, mas
antes pela tentativa racional e crítica de estabelecer os princípios da ação correta e da
vida boa.
Ao longo da sua obra “Como Havemos de Viver? A Ética numa Época de
Individualismo” abordam-se os vários aspetos da questão "Como havemos de viver?"
2 Melbourne, 6 de julho de 1946.
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Como podemos verificar no subtítulo, Peter Singer não apresenta propriamente
um argumento ético sobre como devemos viver, mas antes qualquer coisa como um
argumento prático sobre como é mais provável que vivamos felizes.
A ansiedade que algumas pessoas sentem quanto ao sentido das suas vidas
não é desprezível: é uma reação natural que as pessoas inteligentes costumam ter
quando se confrontam com a sua própria vida. Mas se o argumento razoável e o
pensamento claro não oferecerem respostas a esta questão, as pessoas terão a
tendência para acreditar, erradamente, que o pensamento disciplinado e preciso só
serve para conferir o troco do jornal e para descobrir vacinas, ficando a questão do
sentido da vida relegado para formas de "pensamento" irracionais ou de tendência
irracional.
Singer defende que devemos ser altruístas e
considera mesmo que, o altruísmo é uma das
características fundamentais para a nossa
sobrevivência como espécie.
Assim, os membros da nossa espécie
incapazes de comportamentos altruístas seriam
expulsos da sociedade e não sobreviveriam; e se não
fossem expulsos, por conseguirem dissimular-se, não
conseguiriam deixar muita descendência, uma vez
que cuidar da sua própria descendência é uma atitude
altruísta.
Sendo assim, chegamos à conclusão que
podemos viver uma vida ética. Ao fazê-lo, passaremos a integrar uma vasta tradição
que atravessa culturas. Além disso, descobriremos que viver uma vida ética não
constitui um sacrifício pessoal, mas uma realização pessoal.
O problema é que a maior parte das pessoas tem somente uma vaga ideia do
que poderá ser viver uma vida ética, ou seja, apenas compreendem a ética como um
sistema de regras que nos proíbem de fazer coisas e, não a entendem como base
para pensar acerca do modo como havemos de viver. Essas pessoas levam vidas
eminentemente centradas nos seus interesses, não por terem nascido egoístas, mas
porque as alternativas parecem inaptas, embaraçosas ou simplesmente inúteis.
Mas, viver uma vida eticamente refletida não é uma questão de observar
estritamente um conjunto de regras que determinam o que devemos e não devemos
Fig. 2 - Filósofo Peter Singer
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fazer, viver eticamente é refletir de uma forma particular sobre o modo como vivemos
e tentar agir de acordo com as conclusões dessa reflexão.
É inacreditável esperar que um número relativamente pequeno de pessoas que
vivem de uma forma refletida e ética, possa revelar-se uma massa crítica capaz de
alterar o clima de opinião acerca da natureza do interesse próprio e da sua relação
com a ética, porém quando olhamos para o mundo e vemos a confusão que nele se
propaga, parece valer a pena pensar numa hipótese de sucesso.
5 - A nossa perspetiva
Para nós não basta dizer que a vida tem um sentido, temos que perceber que
sentido é esse. Para isso temos que saber o que é viver. Não só viver naturalmente o
dia-a-dia, mas pensar como o vivemos. Devemos fazê-lo de acordo connosco e com
os outros, ou seja, atingir a nossa felicidade sem comprometer a dos que nos rodeiam.
Não basta EXISTIR, é preciso VIVER e viver é muito mais que existir. Para
existir, basta estar. Para viver é preciso sermos nós por inteiro, e para isso, ainda que
existindo, é preciso ser e estar num ser único. Existir é o mesmo que estar parado.
Por outro lado, viver implica progredir, ir adiante, avançar. Para viver, não basta
ter os sentidos inatos, pois estas são manifestações da existência. Para viver, é
preciso sentir o inexistente, isto é, ir mais além do que os nossos ditos sentidos inatos
nos proporcionam. Viver é assumir responsabilidade pelos próprios atos. Viver é muito
mais que existir, mas ninguém aprende a viver plenamente sem existir.
Viver implica aprender e, para ser aprendiz, é preciso humildade para
reconhecer a própria ignorância.
Viver implica acreditar-se imortal e eterno, implica arriscar-se, sabendo que, o
maior risco é errar.
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Conclusão
Ao longo deste trabalho procuramos explicitar algumas noções que concernem
à temática do sentido da existência humana.
O sentido da vida pode ter três significados - razão de, direção ou ainda
objetivo. A razão de significa que existe algo ou alguém que justifica a nossa
existência – por exemplo Deus; a direção tem por base as escolhas que fazemos
independentemente das consequências; o objetivo explica-se através das metas que
estabelecemos na vida e que pretendamos alcançar.
Neste trabalho foi importante perceber quais as diferenças entre viver e existir.
Viver implica lutar por um propósito, aprender, fazer acontecer e errar quando é
preciso, enquanto existir é estar parado, deixar que a vida aconteça sem interferir nela
– nascer, crescer e morrer.
Perante o tema “o sentido da vida segundo a religião”, percebemos que
existem duas perspetivas, uma que defende que a vida tem sentido, considerada
optimista – perspetiva defendida por Swinburne, Susan Wolf e Baier , e uma outra que
defende que a vida não tem sentido, considerada pessimista – defendida por Charles
Taylor e Thomas Nagel. Susan Wolf refuta a perspetivas destes últimos filósofos
através do mito do Sísifo - que se traduz na filosofia do absurdo: o homem em busca
de sentido, unidade e clareza no rosto de um mundo ininteligível desprovido de Deus e
eternidade.
Depois da análise das diferentes religiões, concluímos que o sentido da vida
difere de religião para religião, sendo, para o Cristianismo, a comunhão com Deus na
vida e, até, depois da morte.
Analisámos, também, a perspetiva de um filósofo, Peter Singer que, atua na
área de ética prática, tratando questões de Ética segundo uma perspetiva utilitarista.
Percebemos também que considera o altruísmo uma das características fundamentais
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para a nossa sobrevivência como espécie. Singer diz-nos que se vivermos uma vida
ética passaremos a integrar uma vasta tradição que atravessa culturas, isto é, realizar-
nos-emos pessoalmente e perante os outros.
Peter Singer mostra-nos ainda que maior parte das pessoas não vivem uma
vida ética, ou têm uma vaga ideia do que poderá ser viver uma vida ética.
Para nós, o sentido da vida tem que ter um propósito, não basta apenas existir,
temos que viver. Por isso, é necessário errar para se aprender e só assim é que se
vive, aprendendo com os erros.
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Webgrafia
http://pt.slideshare.net/mluisavalente/sentido-da-existncia-humana
http://www.inteligenciaoperacional.com/index.php?option=com_content&view=article&i
d=115&Itemid=203
http://www.ippb.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3783:nao-
basta-existir-e-preciso-viver&catid=53:maisaintelisano&Itemid=165
www.wikipedia.com