Poesia
Professora: Sônia Regina
Fatos Históricos (1808 – 1880)
1817 – Insurreição no Nordeste. 1822 – Proclamação da Independência do Brasil, a 7 de
setembro, por D. Pedro I.
1827 – Fundação da Faculdade de Direito de São Paulo e do Recife.
1831 – Abdicação de D. Pedro I. Início do período regencial, que vai até 1840. Nesse período, ocorrem várias revoltas populares: Sabinada, na Bahia (1837 – 1838); Balaiada, no Maranhão (1838 – 1841); Cabanagem, n0 Pará (1835 – 1838); Farroupilha, no Rio Grande do Sul (1835 – 1840).
1840 – Proclamação da maioridade do príncipe herdeiro, que aos 15 anos, se torna D. Pedro II.
1842 – Revoltas liberais em São Paulo e Minas Gerais. 1848 – Rebelião Praieira, em Pernambuco. 1850 – Promulgação da Lei Eusébio de Queirós, proibindo
o tráfico de escravos. 1865 – Guerra contra o Paraguai, que só terminaria em
1870. 1871 – Aprovação da Lei do Ventre Livre, concebendo
liberdade aos filhos de escravos nascidos a partir desse ano.
1880 – Os abolicionistas Joaquim Nabuco e André Rebouças fundam a Sociedade Brasileira contra a escravidão.
As gerações da poesia romântica 1ª Geração: Gonçalves Dias
Gonçalves de Magalhães 2ª Geração: Álvares de Azevedo
Casimiro de Abreu Junqueira Freire Fagundes Varela
3ª Geração: Castro Alves Sousândrade
Primeira Geração – Nacionalista ou indianista
Gonçalves Dias
Segunda Geração Romântica
O UltrarromantismoMal do séculoByronismo
Segunda Geração Romântica Influência de Mussete e Lord Byron. Egocentrismo, negativismo, pessimismo, dúvida,
desilusão adolescente e tédio constante (características).
Tema preferido: fuga da realidade, que se manifesta na idealização da infância, nas virgens sonhadas e na exaltação da morte.
O sentimento do “mal do século” foi amplamente cultivado , em especial no ambiente universitário. (Faculdade de Direito do Largo de São Francisco).
Os estudantes dessa faculdade chegaram a fundar a “Sociedade Epicuréia” que promovia reuniões regadas a cerveja, vinho e éter, em geral em cemitérios ou repúblicas de estudantes.
Álvares de AzevedoProdução literária: poemas (Lira dos
Vintes anos), obra dramática (Macário) e um volume de prosa (Noite na taverna).
O texto do drama intitulado Macário nos apresenta um jovem chamado Macário estudante de Direito, poeta, que vive uma dualidade: ora irônico, ora meigo e sentimental – ou seja, o próprio Álvares, anjo e demônio.
Noite na taverna, livro de contos fantásticos, constitui um dos mais significativos da literatura “mal do século.”
É um livro em prosa, em que seis estudantes, bêbados, narram suas aventuras mais estranhas: são histórias marcadas por sexo, bacanais, incestos, assassinatos, traições, mistérios e morte.
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A ironia ou a terceira face de Álvares de Azevedo
A ironia é um traço constante na obra do poeta. Forma não passiva de ver a realidade, é empregada
como recurso para quebrar a ordem e abalar as convenções do mundo burguês.
Certos aspectos da poesia de Álvares de Azevedo são encontrados na obra de alguns poetas do século XX : a ironia, na poesia de Carlos Drummond; a forte presença do cotidiano, em Manuel Bandeira. Essa convergência comprova a importância e a atualidade de Álvares de Azevedo.
Casimiro de Abreu
Produção literária: As Primaveras (poemas) e Camões e o Jaú (teatro)
Temas: amor, medo, saudade, especialmente da casa paterna, da infância e do Brasil.
Casimiro de Abreu destaca-se pela abordagem graciosa de certos temas, como a infância, a saudade, a pátria, a solidão, o amor.
Entre os seus poemas destaca-se “Meus oito anos” e “Segredos”.
Junqueira Freire
Produção literária: poemas: Inspirações do claustro(1855) e Contradições poéticas.
Uma contradição entre a vida religiosa, mais espiritual, e a vida mundana, material é o que caracteriza a obra de Junqueira Freire.
Fagundes Varela
Sua obra poética mostra atitudes comuns ao grupo ultrarrômantico,
como o pessimismo, a solidão e a morte, aponta rumos novos, que conduzem à geração seguinte.
O fragmento a seguir o poeta dedicou-o ao filho, morto com três meses de idade.
Cântico do CalvárioA memória de meu filho, morto a 11/12/63
Eras na vida a pomba prediletaQue sobre o mar de angústias conduziaO ramo de esperança!... Era a estrelaQue entre as névoas do inverno cintilavaApontando o caminho ao pegureiro!...Eras a messe de um dourado estio!...Eras o idílio de um amor sublime!...Eras a glória, a inspiração, a pátria,O porvir de teu pai! – Ah! No entanto,Pomba – varou-te a flecha do destino!Astro – engoliu-te o temporal do Norte!Teto – caíste! Crença – já não vives!
A Terceira Geração: condoreira • O nome condoreirismo dado a essa corrente associa-
se ao condor e a outras aves como a águia e o falcão tomadas como o símbolo dessa geração de poetas com preocupações sociais.
• Identificando-se com o condor – ave de voo alto e solitário e capaz de enxergar a grandes distâncias – os poetas condoreiros supunham-se também dotados dessa capacidade e, por isso, obrigados ao compromisso, como poetas-gênios iluminados por Deus, de orientar os homens comuns para os caminhos da justiça e da liberdade.
No Brasil, como a força de trabalho era predominantemente escrava, o Condoreirismo assumiu feições abolicionistas e republicanas.
Principais representantes: • Castro Alves • Sousândrade
Castro Alves : Cultivou a poesia lírica e social, de que são exemplos
as obras “Espumas flutuantes” e “ A cachoeira de Paulo Afonso”.
O poema épico-dramático “O navio negreiro” integra a obra Os escravos e, ao lado de “Vozes da d’África”, da mesma obra, constitui uma das principais realizações poéticas de Castro Alves.
Sousândrade:precursor da modernidade Defendia uma nova civilização americana,
independente política e culturalmente. Em seu americanismo crítico, que funde as três
Américas, encontram-se alusões tanto aos aspectos paradisíacos quanto infernais da América.
A obra de Sousândrade ficou marginalizada e esquecida durante longo tempo. Nas últimas décadas do século XX que o poeta passou a ser visto como um dos precursores da literatura moderna.
Entre as suas obras destacam-se o poema “Guesa errante” e “ Novo Éden”.