Psicologia da Educação de
Jovens e Adultos
Professora Ivalina Porto
Doutora em Psicologia Escolar e do
Desenvolvimento humano
Psicologia no processo ensino – aprendizagem
Porto (1999)
□ Humanidade é tarefa de construção.
□ Homem autor de sua própria trajetória.
□ Psicologia da Educação (desenvolvimento,
aprendizagem, psicopedagogia, diferenças
individuais, motivação, atenção. Memória,
afetividade etc...)
Profª. Dra. Ivalina Porto - NUTI/PPGEA/FURG
Adolescência: Fases existenciais
(Mosquera e Stobaüs, 1984)
Adolescência
Inicial
Idade
aproximada: 12 a
14 anos
Puberdade
Adolescência
Média
Idade
aproximada: 14 a
16 anos
Plenitude da
adolescência
Adolescência
Final
Idade
aproximada: 16 a
20 anos
Pré-adultez
jovem
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Fases existenciais na vida adulta
Vida Adulta
Primeira,
Segunda e Terceira fase
(Mosquera e Stobaüs
1984)
Adulto jovem inicial
20 a 25 anos
Adulto jovem pleno
25 a 35 anos
Adulto jovem final
35 a 40 anos
Adulto médio inicial
40 a 50 anos
Adulto médio pleno
50 a 60 anos
Adulto médio final
60 a 65 anos
Adulto velho inicial
65 a 70 anos
Adulto velho pleno
70 a 75 anos
Adulto velho final
75 em diante
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Intimidade X Isolamento Adulto jovem
Valor: amor Independência emocional; independência social;
independência econômica; mudanças de interesses e
valores; vocação e profissão; matrimônio.
Geratividade X Estagnação Adulto médio
Valor: cuidado Mudanças físicas: estresse somático. Menopausa nas
mulheres
Mudanças sociais: estresse cultural.
Responsabilidades econômicas: estresse econômico.
Perdas, ninho vazio, tédio, medo da morte: estresse
psicológico.
Integridade X Desespero Adulto velho
Valor: sabedoria Mudanças intelectuais na velhice:
memória, aprendizagem e inteligência.
A preservação da identidade.
Aposentadoria; ajustamentos familiares, relações conjugais.
Comportamento sexual.
Etapas vitais com suas características, segundo Erikson (1998), na adolescência e idade adulta
Identidade X Confusão de papeis
Valor: fidelidade
Adolescência
Seleção de papéis; senso de existência; Valores
ideológicos; religiosos, políticos, intelectuais; Maturação
sexual e cognitiva; Período preparatório para a idade adulta.
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Etapa
vital
Crescimento
físico e
psicomotricidade
Dinâmica
e
Motivação
Tarefas
evolutivas
( Havighurst )
Problemas
principais
Personalidade
e
autoconceito
Adulto
jovem
Nível ótimo de
Desenvolvimento
fisiológico e dos
controles
psicomotores.
Estabelecimento
de uma
hierarquia de
motivos
Relativamente
persistente;
Ativa
participação
social e cívica.
Entregar-se,
compartilhar,
comprometer-se
Independência
econômica;
seleção de um
companheiro e
começo de uma
família; atuação
paternal ou
maternal.
Fixação de
atitudes e
modos de
ajustamento
adolescente.
Integração dos fatores
de organização do
comportamento num
modelo pessoalmente
aceitável; aumento da
extroversão;
manutenção da
flexibilidade.
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Síntese sobre aspectos físicos, motivacionais, tarefas evolutivas, problemáticas e
personalidade de adultos médios segundo Havighurst (1977), Bee (1997), Papalia
& Olds (2000).
Adulto
médio
Moderado
declínio em
rapidez e força;
surgem as
Limitações
físicas;
problemas na
conservação da
saúde;
dificuldades de
visão e audição.
Interesse em
crianças,
comodidades e
estabilidade;
preocupação com
status profissional.
Direção de um lar;
senso de
Responsabilidade
na comunidade;
preservação dos
traços de
personalidade
adulta; ganhos em
liderança.
Falta de uma
Filosofia;
incapacidade de
manter o nível
econômico e
social;
Imaturidade
para
deixar os filhos;
discórdias
familiares.
Declínio da
flexibilidade.
Confiança no habitual e
ideológico.
Síntese sobre aspectos físicos, motivacionais, tarefas evolutivas, problemáticas e
personalidade de adultos médios segundo Havighurst (1977), Bee (1997), Papalia
& Olds (2000).
Etapa
vital
Crescimento
físico e
psicomotricida
de
Dinâmica
e
Motivação
Tarefas
evolutivas
( Havighurst )
Problemas
principais
Personalidade
e
autoconceito
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Adulto
Velho
Deterioração da
atividade sensorial
e habilidades
motoras;
diminuição da
capacidade para a
rotina diária.
Declínio dos
interesses e
impulsos; mais
preocupado;
busca de
atividades de
lazer; menor
desejo de
aprender coisas
novas; desejo de
ser útil; restrição
de atividades.
Ajustamento às
mudanças
familiares;
contatos com
filhos e netos;
preparo para
aposentadoria;
busca de
preservação da
autoimagem e
autoestima.
Doenças pré-
senis;
exigência por
reverência;
esgotamento
físico;
isolamento dos
parentes;
ceticismo e
depressão;
excessiva
preocupação
consigo
mesmo; perda
de significado
de vida.
Aumento da rigidez;
dificuldade em
confiar; rápido
desligamento do
atual; preso ao
passado.
Etapa
vital
Crescimento
físico e
psicomotricidade
Dinâmica
e
Motivação
Tarefas
evolutivas
( Havighurst )
Problemas
principais
Personalidade
e
autoconceito
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Síntese sobre aspectos físicos, motivacionais, tarefas evolutivas, problemáticas e
personalidade de adultos médios segundo Havighurst (1977), Bee (1997), Papalia
& Olds (2000).
EJA: jovens e adultos sujeitos do conhecimento e
aprendizagem Oliveira(1999)
□ Especificidade cultural:
□ JOVEM excluído da escola; Incorporado aos cursos supletivos, mais ligado ao mundo urbano com trabalho e lazer mais relacionados com a sociedade letrada, escolarizada e urbana.
□ ADULTO migrante proveniente de áreas rurais empobrecidas; Com passagem curta e não sistemática pela escola; Trabalhando em ocupações não qualificadas; Buscando alfabetização tardia ou cursando algumas séries do ensino supletivo;
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Especificidade cultural
Oliveira (1999)
□ Condição de não crianças: teorias do
desenvolvimento adulto;
□ condição de excluídos da escola: adulto pouco
escolarizado;
□ condição de membros de determinados grupos
sociais: história mais complexa, diferentes
habilidades e dificuldades, maior capacidade de
reflexão sobre seus próprios processos de
aprendizagem.
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Especificidades dos jovens e adultos como sujeitos de
aprendizagem Oliveira (1999)
□ Adequação da escola para um grupo que não é o alvo original da instituição: currículos, programas métodos;
□ regras específicas e linguagem particular que deve ser conhecida por aqueles que nela estão envolvidos;
□ altos índices de evasão e repetência indicam falta de sintonia entre a escola e os alunos;
□ fatores de ordem socioeconômica;
□ aspectos de natureza afetiva que influenciam a aprendizagem.
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□ Há diferença no funcionamento psicológico e, em particular, no cognitivo de sujeitos pertencentes a diferentes grupos sociais?
□ 1. Os grupos humanos são diferentes entre si.
□ 2. Abordagem que fundamenta o desempenho de diferentes sujeitos em diferentes tarefas comum a todos os seres humanos.
□ 3. Abordagem associada à teoria histórico-cultural que postula o psiquismo como construído numa interação complexa entre o sujeito e o meio ambiente.
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Especificidades dos jovens e adultos como sujeitos de
aprendizagem Oliveira (1999)
Limitações e possibilidades do adulto no processo ensino-
aprendizagem Stuart Hamilton (2002)
□ Variáveis psicológicas:
□ Inteligência
□ Memória
□ Personalidade
□ Motivação e outros.
□ Variáveis sociológicas:
□ Família
□ Relações Sociais
□ Trabalho
□ Cultura
□ Formação acadêmica
□ Classe Social e outros.
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Mudanças intelectuais no adulto
Stuart Hamilton (2002)
□ Inteligência cristalizada – quantidade de conhecimento que a pessoa adquiriu ao longo da vida;
□ Inteligência fluída – capacidade de resolver problemas novos;
□ Sabedoria – sagacidade, conhecimento sobre o mundo;
□ Teoria do desuso – falta de uso das capacidades;
□ Déficits de atenção na velhice – atenção concentrada, atenção seletiva, atenção dividida;
□ As operações formais – Piaget.
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Déficits das operações formais em adolescentes e adultos
(Coll, Palacios & Marchesi, 1995)
□ Distinção entre competência e atuação.
□ Competência: recursos ou habilidades intelectuais.
□ Atuação: problemas ou tarefas escolares quanto ao modo de apresentação, conteúdo, ou demandas do sujeito como diferenças individuais, nível educativo, diferenças sexuais e outras.
□ Piaget sugeriu que quando a situação experimental não corresponde às aptidões ou aos interesses do sujeito pode acontecer que ele utilize um raciocínio da fase anterior.
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Funcionamento intelectual do adulto Oliveira (1999)
Os psicólogos evolutivos destacam como
importantes:
□ o nível de saúde, educativo e cultural;
□ experiência profissional;
□ motivação e bem-estar psicológico como fatores
de êxito nas demandas de natureza cognitiva.
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Aprendizagem do aluno adulto
Stuart Hamilton (2002)
□ LEHR (1980) apresenta fatores que precisam ser considerados, no processo de aprendizagem de adultos:
□ - aprendem melhor, quando o material apresentado possui sentido;
□ - aprendem mais facilmente, quando o material se apresenta de forma ordenada e sem complexidades inúteis;
□ - a aprendizagem global favorece os adultos;
□ - o exercício e o treinamento em épocas anteriores são importantes a serem considerados, no momento presente da aprendizagem;
□ - um estado físico e psíquico saudável favorece essa capacidade;
□ - são de grande importância a disposição interna e os interesses pelos conteúdos do que é ensinado.
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Memória
Stuart Hamilton (2002)
□ A experiência das pessoas mais velhas compensa a diminuição da capacidade de memorização.
□ SEARS E FELDMAN (1981), VEGA (1990), KALISH (1991) consideram que mudanças de interesses, atenção, déficits sensoriais e perceptivos, além de outros fatores e variáveis individuais, contribuem para a perda da memória.
□ Hoje se segue mais a ideia de uma competência diferenciada entre jovens e adultos, do que de uma deterioração intelectual propriamente.
□ A questão parece estar no modo como são organizados os ambientes de ensino, onde as pessoas possam trabalhar num ritmo próprio, de acordo com seu funcionamento físico e mental, encontrando sentido e utilidade na participação das atividades educacionais.
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O sistema cognitivo do aluno adulto
Stuart Hamilton (2002)
BEE (1997) cita RICHARDS & COMMONS (1990), teóricos pós-piagetianos, que defendem a existência na vida adulta de uma reorganização da estrutura do pensamento em uma espécie de pensamento pós-formal.
As exigências da vida adulta forçam mudanças na estrutura do pensamento, levando primeiro a uma forma mais pragmática centrada na solução de problemas associados aos papéis que desempenha.
BEE E MITCHELL, falando sobre a aprendizagem das pessoas adultas, dizem que: Elas usam a memória de forma diferente, processam informações de forma diferente, usam diferentes estratégias de aprendizagem, valorizam resultados diferentes e tiveram experiências profissionais e pessoais diferentes (1984:285).
Profª. Dra. Ivalina Porto - NUTI/PPGEA/FURG
REPENSANDO AS AÇÕES COM ALUNOS ADULTOS
Porto (1999)
□ Manter, consolidar e enriquecer os interesses do adulto, para abrir-lhe novas perspectivas de vida.
□ Explorar possibilidades futuras, promovendo a idéia de que educar-se é progredir e aperfeiçoar-se.
□ Ser capaz de interpretar as variáveis do que fomos, somos e seremos, com as quais se conjugam a essência própria do homem.
□ Reconhecer os sujeitos do processo como responsáveis pela construção pessoal e social, respeitando sua autodeterminação e seus sentimentos.
Profª. Dra. Ivalina Porto - NUTI/PPGEA/FURG
Formação Psicológica do Professor
Porto (1999)
□ Conhecer o sujeito que aprende.
□ O professor é um psicólogo.
□ Auto-imagem e auto-estima.
□ A vida é um processo contínuo de ajustamentos.
Profª. Dra. Ivalina Porto - NUTI/PPGEA/FURG
Proposições para um programa educativo
(Pinto,1989)
□ A educação diz respeito ao ser humano em todo o ciclo vital.
□ O conteúdo da educação é dinâmico e variável.
□ O homem não vive isolado.
□ Em cada etapa vital, as tarefas têm significados diferenciados.
□ O educador deve reconhecer o direito do aluno de dizer a sua palavra.
□ O Diálogo deve ser libertador, crítico, democrático.
Profª. Dra. Ivalina Porto - NUTI/PPGEA/FURG
Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e
aprendizagem Oliveira (1999)
□ A escola voltada à educação de adultos é ao
mesmo tempo um local de confrontos de culturas
cujo maior efeito é uma espécie de
domesticação dos membros dos grupos poucos
escolarizados, conformando-os ao padrão
dominante de funcionamento intelectual e,
como qualquer situação de interação social, um
local de encontro de singularidades. (Oliveira, 1999).
Profª. Dra. Ivalina Porto - NUTI/PPGEA/FURG
O professor é um psicólogo
“Conhecer Psicologia não garante um bom
ensino, mas, no entanto, sem tal conhecimento, o
magistério pode se tornar apenas um conjunto de
regras práticas, hábitos rotineiros, tentativas e
erros”. Mouly (1993).
Profª. Dra. Ivalina Porto - NUTI/PPGEA/FURG