PROPOSTA DE MELHORIA DO ARRANJO
FÍSICO DE UMA LOJA DE MATERIAIS DE
CONSTRUÇÃO BASEADA NO LAYOUT POR
PROCESSO: UM ESTUDO DE CASO NA
EMPRESA J. OLIVEIRA E CIA LTDA.
Jose Eduardo Ribeiro da Silva (UFPA)
Alexandre Henrique Pinto Pires (UFPA)
Marjorye Katharine Aires dos santos (UFPA)
A dinamicidade característica da atual conjuntura do mercado, bem como o
aumento gradual do nível de exigência dos consumidores requerem um olhar
atento dos empreendedores a possíveis mudanças que possam ser
implementadas aos empreendimentos com vistas à melhoria de diversos
processos inerentes aos mesmos, como forma de agregação de valor,
diminuição de custos e melhor eficiência na utilização do espaço físico e
recursos disponíveis. Partindo desse contexto, este artigo apresenta uma
proposta de um novo layout baseado no modelo de arranjo físico por
processo para uma empresa varejista de materiais de construção situada em
Abaetetuba-PA (J. Oliveira e Cia LTDA) com o intuito adicional de torná-la
mais eficiente em relação aos processos de entrega e recebimento de
mercadorias, proporcionando uma melhor utilização do espaço disponível.
Para a elaboração deste trabalho, necessitou-se inicialmente de uma análise
in loco da loja com o objetivo de conhecer seus processos diários, sua divisão
interna e a distribuição das mercadorias nos estoques. Posteriormente fez-se
uma revisão na literatura para investigar o tipo de layout que melhor se
enquadra ao ambiente analisado, para que, em conjunto com as análises
anteriores, se elaborasse o novo arranjo físico. A análise revelou que a loja é
passível de algumas melhorias simples através da implementação do modelo
de arranjo físico sugerido. Estas modificações tornarão a empresa mais
competitiva devido às consequências que tais mudanças propostas trarão
para a mesma, que são: melhoria da eficácia de processos de entrega e
recebimento, maior comodidade dos clientes no espaço interno da área de
vendas, redução de custos de embarque e desembarque de mercadorias e
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redução de fluxos desnecessários com consequente redução de tempo
desperdiçado.
Palavras-chave: Melhoria, Arranjo físico por processo, Materiais de
construção, Varejo.
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1. Introdução
A dinamicidade característica da atual conjuntura do mercado, bem como o aumento gradual
do nível de exigência das demandas advindas deste requerem um olhar atento por parte dos
empresários a possíveis mudanças que possam ser implementadas junto aos empreendimentos
com vistas à melhoria de diversos processos inerentes aos mesmos, como forma de agregação
de valor, diminuição de custos e melhor eficiência na utilização do espaço físico e recursos
disponíveis.
Particularmente, no ramo de varejo de materiais de construção, cujo comércio encontra-se
vinculado à cadeia da construção civil, o preço, a qualidade e o tempo de entrega são os
fatores determinantes para a percepção de valor ao cliente. Entretanto, diversos outros
aspectos devem ser considerados, a exemplo da logística dos materiais, que compreende
desde o recebimento até a entrega ao cliente, a disposição dos materiais, o arranjo físico, e o
gerenciamento do estoque e da cadeia de suprimentos. Todos estes aspectos contribuem
indiretamente na percepção de qualidade do consumidor.
Dentre as diversas possibilidades de melhorias, encontra-se a organização do ambiente através
do estudo do arranjo físico com o objetivo de melhorar o fluxo de materiais e pessoas, de
forma a torná-los mais eficientes por meio de um espaço físico mais organizado e agradável.
Partindo desse contexto, este artigo apresenta uma proposta de melhoria no arranjo físico em
uma loja de materiais de construção (Porto Materiais de Construção) cuja consequência
implica na otimização dos processos de entrega e recebimento das mercadorias e melhoria na
comodidade dos clientes e colaboradores.
2. Referencial Teórico
2.1 Administração de materiais
Chiavenato (2005, pg.38) conceitua a Administração de Materiais como uma função que
engloba todos os processos relacionados ao fluxo de materiais em uma empresa, tais como a
aquisição, movimentação, transporte, armazenamento e distribuição. Assim sendo, esta
função encontra-se presente desde a chegada dos materiais à empresa até sua saída rumo aos
clientes em forma de produto acabado ou serviço ofertado.
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Arnold (2011, pg. 9), destaca dois objetivos principais da Administração de Materiais, a
saber:
Maximizar a utilização dos recursos da empresa;
Fornecer o nível requerido de serviços ao consumidor.
2.2 Logística
O conceito de Logística encontra-se vinculado ao conceito de Administração de Materiais,
posto que a Logística, de acordo com Chiavenato (2005, pg.40) trata de todas as atividades
exercidas com o propósito de gerenciar o fluxo de materiais. No entanto, esta última
preocupa-se muito mais com o transporte interno e externo de materiais e, na maioria dos
casos, não abrange o processo de compra e nem de programação.
Para IMAM (1998, pg.53) apud Santos (2012, pg.133):
“Um processo logístico efetivo é essencial para satisfazer o cliente e ganhar
vantagem competitiva. Melhorar a qualidade do serviço que a logística fornece
aumenta a satisfação do cliente e apoia a sua lealdade. Isso, por sua vez, leva ao
aumento da participação de mercado e a maior margem de lucro. Ao mesmo tempo,
focalizar as reais necessidades do cliente elimina custo de serviço não valorizado.
Melhorar a produtividade do processo logístico também reduz custo. Juntas, essas
ações ajudam a tornar os produtos e serviços mais atraentes no mercado.”
2.3 Arranjo Físico
Slack et al.(2006) define que o estudo do arranjo físico se preocupa com a disposição dos
elementos transformadores da produção, abordando as decisões acerca da disposição das
instalações, do maquinário, do pessoal e dos equipamentos, enquanto Gurgel (2003) apud
Peinaldo e Graeml (2007, pg. 199) o definem como sendo “a arte e a ciência de se converter
elementos complexos e inter-relacionados e facilidades físicas em uma estrutura capaz de
atingir os objetivos da empresa pela otimização entre a geração de custos e a geração de
lucros”.
As decisões acerca do arranjo físico envolvem a escolha do tipo de processo, do arranjo físico
mais condizente ao sistema produtivo ou ao serviço em questão, além da definição do projeto
detalhado, os quais implicarão na coordenação do fluxo de materiais e de pessoas através do
processo, definindo, assim, a organização e sua aparência, com o objetivo de melhorar a
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eficiência e a utilização dos recursos. A figura 1 mostra como se desenvolvem as tomadas de
decisões para o arranjo físico.
Figura 1 – Processo decisório para o arranjo físico
Fonte: Slacket al. (2006)
Tanto Martins e Laugeni (2005), quanto Slack et al. (2006) apresentam quatro tipos básicos
de arranjos físicos em comum, a saber:
I. Arranjo físico posicional (fixo): Quando o produto ou o material a ser processado
encontra-se em dimensões grandes, torna-se conveniente deixá-lo estacionado,
enquanto máquinas, equipamentos e pessoas o processarão. É o caso da fabricação de
navios e aviões, por exemplo;
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II. Arranjo físico por produto (linha): Consiste em posicionar os recursos
transformadores de forma tal forma que o produto ou cliente percorra um caminho
pré-definido em um fluxo chamado de fluxo de linha. Basicamente, ao contrário do
que ocorre no arranjo físico posicional, os recursos a serem transformados
movimentam-se em linha enquanto os recursos transformadores os processam ao
longo do fluxo. Neste caso, pode-se citar o processo de fabricação de automóveis;
III. Arranjo físico por processo ou funcional: Neste arranjo, as necessidades e
conveniências das operações serão primordiais para as decisões acerca do arranjo
físico. Deste modo, processos similares (ou com necessidades similares) serão
arranjados próximos uns aos outros, de forma a contemplar os recursos a serem
transformados. Significa dizer, por exemplo, que em uma loja de materiais de
construção, haverá diferentes fluxos de materiais de acordo com as diferentes
necessidades. O agrupamento dos materiais de construção em famílias oferecerá,
portanto, maior facilidade na escolha do produto pelo cliente bem como na sua
estocagem e reposição. A figura 2 exibe um modelo de arranjo físico por processo.
IV. Arranjo físico celular: Neste, os maquinários e demais recursos necessários para a
fabricação de um produto são agrupados em células de produção. Trata-se, portanto,
de uma mescla entre o arranjo físico por processo e o arranjo físico por produto na
qual o material a ser processado passará por diferentes processos de acordo com a
necessidade, porém o fluxo será em linha, organizando assim o fluxo desordem de
movimentação característica do arranjo físico por processo. É o caso, por exemplo, do
processo de montagem dos lanches em lanchonetes de fast-food.
Figura 2 – Exemplo de arranjo físico por processo
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Fonte: Slack et al. (2006)
Cada arranjo físico possui suas vantagens e desvantagens e sua escolha deverá estar alinhada
ao tipo de processo escolhido, conforme citado anteriormente. A figura 3 abaixo apresenta
uma síntese das vantagens e desvantagens para cada tipo de arranjo físico:
Figura 3 – Vantagens e desvantagens segundo cada arranjo físico
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Fonte: Adaptado de Slack et al (2006) e Peinaldo e Graeml (2007)
3. Metodologia
A metodologia utilizada consistiu na análise in loco da empresa J. Oliveira Cia LTDA (estudo
de caso), com a abordagem considerada qualitativa e exploratória. Primeiramente se fez uma
entrevista com um dos proprietários da empresa para levantamento de algumas informações,
com posterior observação do espaço físico da loja para levantamento dos eventuais problemas
decorrentes do atual arranjo físico e da disposição dos materiais. A partir de então,
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desenvolveu-se a proposição de um novo modelo de layout com base nos principais tipos de
arranjos físicos disponíveis na literatura supracitada.
Deve-se ressaltar que o embasamento teórico estudado antes da elaboração do novo layout
proposto neste artigo foi de suma importância para complementar e auxiliar o estudo de caso
feito na empresa J. Oliveira Cia e LTDA. Isso reforça o fato de que teoria e prática se
complementam dentro das organizações.
4. Estudo de Caso
A Empresa J. Oliveira e Cia LTDA, cujo nome fantasia é Porto Materiais de Construções,
constitui-se em uma Empresa de Pequeno Porte situada na cidade de Abaetetuba-PA, região
do Baixo Tocantins, na qual se trabalha com uma gama de produtos essenciais a uma obra,
desde materiais básicos (produtos mais pesados, tais como, areia, tijolos, cimentos, cerâmicas,
ferragens, madeiras, etc.) até produtos para acabamento (produtos mais leves, tais como
pincéis, tintas, pias, conexões, lâmpadas, acessórios, entre outros). A loja possui 50 metros de
frente por 30 metros de fundo, numa parte da cidade onde o comércio de materiais de
construção é bastante intenso. Convém ressaltar que a empresa teve sua fundação no ano de
1995, porém em um tamanho físico menor se comparado ao disponível atualmente, visto que,
por ser uma empresa familiar, veio crescendo fisicamente aos poucos, sem ter um
planejamento inicial para a construção da mesma, fato que até hoje influencia na organização
e disposição dos produtos no interior da loja, os quais, muitas vezes, não estão dispostos da
melhor maneira. Diante do grande fluxo atual de chegada e saída de mercadorias convém a
realização de pequenas, mas eficientes mudanças e adaptações no arranjo físico (layout) da
loja, com o objetivo de reduzir o tempo de entrega (embarque) e de chegada (desembarque)
de mercadorias e de diminuir movimentações desnecessárias de produtos e pessoas, além de
evitar a interrupção do fluxo de clientes no interior da loja. Tais mudanças irão influenciar
diretamente na satisfação dos clientes com a otimização do tempo de entrega, além de reduzir
os custos de embarque, desembarque e custos por atrasos (custos de oportunidade).
Na análise do layout desta empresa verificou-se que os produtos além de não estarem bem
dispostos, geralmente não estão agrupados por família, ou seja, encontram-se dispersos. Isso
faz com que o carregamento dos caminhões demande um grande fluxo de mercadorias e
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pessoas vindas de diversos locais da loja, fato que gera atraso. Além disso, muitas
mercadorias estão armazenadas distantes dos locais de acessibilidade dos caminhões, o que
dificulta o carregamento, visto que os produtos de maior volume e mais pesados devem ficar
em locais onde é possível o acesso dos caminhões.
Outro ponto negativo observado no layout atual da loja é o fato de muitas mercadorias
estarem estocadas em pontos que são rotas de entrada e saída de outras mercadorias, ou seja,
alguns materiais atrapalham o fluxo de outros. Dentro desse contexto, observa-se, também,
que apesar de a empresa possuir uma empilhadeira disponível para auxiliar o embarque e
desembarque de mercadorias através dos pallets, esta não possui um layout adequado que
maximize a utilização deste recurso. Em outras palavras, a loja não possui rotas que
favoreçam a acessibilidade da empilhadeira no interior dos locais de estocagem para carregar
ou descarregar os caminhões.
Outra característica do layout atual é o fato de que todos os locais de estocagem possuem
apenas um ponto de acesso para entrada e saída de mercadorias e pessoas, o que culmina na
geração de atrasos de embarque/desembarque devido o cruzamento de rotas, tanto de
mercadorias (que estão chegando ou saindo) quanto de pessoas.
Para finalizar a análise inicial do arranjo físico da loja, deve-se ressaltar a dificuldade que a
empresa tem em manter a organização do estoque, visto que, devido à falta de acessibilidade
no interior da loja, muitas mercadorias que chegam são estocadas temporariamente em locais
dispersos no interior da mesma, contribuindo consideravelmente para a desorganização, e por
conseqüência, aumento do desperdício de tempo para embarque e desembarque.
Partindo-se das análises iniciais feitas in loco ressaltadas anteriormente, levantou-se um
conjunto de ideias a fim de desenvolver uma proposta de melhoria do arranjo físico da
empresa. Tais ideias são elencadas a seguir:
Não misturar o ambiente dos clientes com os ambientes de chegada e saída de
mercadorias;
Diminuir a distância e o fluxo de entrada e saída de mercadorias em relação aos seus
devidos locais de destino;
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Não permitir que a armazenagem de algumas mercadorias interfira no fluxo de entrada
ou saída de outras;
Evitar longas movimentações para estocagem;
Proporcionar aos caminhões de entrega fazer um fluxo quase contínuo de embarque e
consigam chegar o mais próximo das mercadorias, através de uma análise dos
produtos que geram mais volume e mais peso na carga;
Evitar estocagem intermediária, ou seja, evitar que as mercadorias que chegam sejam
estocadas temporariamente em locais dispersos na loja;
Maximizar o uso das empilhadeiras, visto que estes veículos são capazes de
transportar alguns tipos de mercadoria no interior do caminhão de entrega, com uma
quantidade muito superior à que uma pessoa consegue carregar;
Proporcionar a estocagem de mercadorias de mesmo gênero em apenas um local, a fim
de evitar a armazenagem espalhada ou descentralizada dos produtos.
Observando-se a figura 4 será possível compreender melhor os pontos negativos observados
no layout atual da loja, visto que representa fielmente a distribuição interna das mercadorias e
as aberturas de acesso dos locais de estocagem da empresa.
Figura 4 – Layout atual da loja
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Fonte: Elaborada pelos autores
A partir das ideias levantadas e da análise dos pontos negativos do arranjo físico atual propôs-
se um novo layout para a empresa mostrado na figura 5. Este novo layout busca adequar o
espaço interno da empresa ao arranjo físico por processo, visto que este melhor se adéqua a
dinâmica de trabalho de uma loja de materiais de construção, devido às características e
vantagens ressaltadas anteriormente.
Como forma de justificar tais modificações, serão feitas análises pontuais nas mudanças
propostas para o interior da loja, mostrando a mudança em si e explicando o motivo de tal.
Também serão mostradas as modificações nas posições de algumas mercadorias, sempre
levando em consideração os limites de espaço que a loja possui.
Para melhor compreensão das modificações propostas, tanto para a divisão interna da loja
quanto para a organização física das mercadorias (estoques), serão detalhados separadamente
os pontos negativos encontrados no atual arranjo físico, as mudanças propostas e, por fim, as
justificativas de tais mudanças.
Observação: Convém ressaltar a importância do retorno à Figura 5 após a leitura das
melhorias a serem implementadas.
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Figura 5 – Proposta do novo arranjo físico
Fonte: Elaborada pelos autores
1. Os materiais pequenos como ferramentas, fechaduras, materiais elétricos, conexões,
pregos, carros de mão, etc., têm apenas uma rota de entrada e saída, a qual passa pelo
interior da área de vendas, atrapalhando o fluxo de clientes nesta área e atrasando o tempo
de entrada e saída de mercadorias, visto que entregas externas ocorrem o dia inteiro,
principalmente nos horários de pico. Na figura 4, é possível observar que esta área possui
apenas uma passagem de entrada e saída dos materiais de pouco volume, rota pela qual
necessariamente tais mercadorias cruzam a área de vendas.
Solução do problema 1 e justificativa: Abertura de uma nova passagem de acesso
diretamente com a rua para a entrada e saída destes materiais de pouco volume. Com isso,
as mercadorias destinadas às entregas ou as que chegarão à loja não iriam cruzar a área de
vendas.
2. Os materiais como as pias, tintas, janelas, portas, tanques e vasos são mercadorias situadas
nos fundos da área de vendas, ou seja, possuem, também, apenas uma rota de entrada e
saída, a qual também coincide com a área em que os clientes estão presentes (área de
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vendas), atrapalhando o fluxo destes por tal área, atrasando, assim, o processo de entrada e
saída de tais materiais.
Solução do problema 2 e justificativa: Abertura de passagens de acesso que ligassem os
fundos da área de vendas com os fundos da área dos materiais pequenos (fechaduras,
materiais elétricos, pregos, etc.), ou seja, a mudança feita na solução do problema 1
passaria a servir também para a entrada e saída destas outras mercadorias. Além disso,
deve-se destacar que a área de vendas além de continuar cercada pelas mercadorias que
podem ser levadas pelo cliente no ato da compra, também seria descongestionada de
muitos fluxos de entrada e saída de mercadorias por entre os clientes, fato que por si só já
reduz o tempo de entrega e melhora o bem estar do cliente no interior da área de vendas.
Com isso, a mercadoria iria entrar ou sair por uma rota de baixo fluxo de pessoas, a qual
passa pelo interior da área de armazenagem dos materiais de pouco volume.
3. Madeiras em geral (tábuas, fechais, ripas, etc.) são mercadorias que não geram tanto
volume quanto as lajotas e o cimento. Porém, observa-se que o local onde se guarda a
madeira, além de ser muito extenso, possui muitos espaços vazios pela falta de
organização. É possível perceber ainda, que a entrada de madeira para estocagem é feita
pelo mesmo caminho que os caminhões percorrem para serem abastecidos, fazendo com
que haja muitos atrasos para estocagem de madeiras recém-chegadas, já que, muitas
vezes, os caminhões estão sendo carregados para as entregas.
Solução do problema 3 e justificativa: Torna-se viável a abertura de uma entrada na
lateral direita da empresa para a entrada ou saída de madeira, visto que este lado da loja
faz frente com o rio, local por onde ocorre a chagada das embarcações que abastecem o
estoque de madeira da empresa. Com isso, a distância dos fluxos de estocagem de madeira
iria reduzir consideravelmente e os caminhões não iriam congestionar a entrada ou saída
deste produto, e vice versa, o que, indiretamente, reduz os custos de entrega e de
estocagem.
4. As lajotas são mercadorias que rodam bastante, que geram grandes volumes e que
possuem muitas variedades de modelos. Contraditoriamente ao que se deveria ocorrer, a
loja possui grandes espaços de armazenagem de lajota, no entanto estes encontram-se
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dispersos, como se pode observar no arranjo físico atual da loja mostrado na figura 4.
Além disso, a estocagem e a retirada desta mercadoria são feitas por passagens estreitas, o
que requer um trabalho totalmente braçal, cansativo e que demanda muitas horas de
trabalho de colaboradores. Assim sendo, há muitos fluxos e custos inerentes à
movimentação de lajotas no interior da loja, visto que não há espaço para a movimentação
da empilhadeira, veículo que movimenta lote de lajotas através dos pallets, mas que não
está sendo explorado ao máximo, devido a erros no arranjo físico atual. Soma-se a isso o
fato de que o cimento atrapalha totalmente o fluxo da maior parte das lajotas, uma vez que
atualmente está armazenado no espaço que serve como caminho de entrada e saída da
maior área destinada ao estoque de lajota. Tais fatos podem ser observados na figura 4.
Solução do problema 4 e justificativa: Desfragmentar e centralizar em apenas um
espaço todo o estoque de lajota, permitindo que a empilhadeira arrume os pallets que
chegarão e transporte até os caminhões de entrega os pallets que serão entregues. Assim,
os custos e os tempos de embarque, desembarque e estocagem iriam reduzir
drasticamente, diminuindo, sem dúvida, o tempo de entrega e aumentando a satisfação do
cliente. Para tal mudança, a área onde se encontra a maior parte de cimento passaria a ser
apenas para as lajotas que estão atrás dos tubos, barras, chapas, telas e trilhos. O cimento
desta área ocuparia o lugar onde se tem madeira e vergalhões misturados (local agora
unicamente destinado a cimento), a madeira iria passar para um dos locais onde se tem
lajotas (local que agora seria exclusivamente para madeiras) e os vergalhões que estão
misturados com a madeira iriam ocupar um dos lugares onde se tem cimento, unindo-se ao
restante do estoque de vergalhões da loja, como pode-se observar na figura 6, a qual
ilustra a seguinte lógica:
a. As lajotas localizadas atrás dos tubos, barras, chapas, telas e trilhos ocupariam o
lugar onde se tem maior quantidade de cimento;
b. O cimento, por sua vez, ocuparia o lugar da madeira e vergalhões;
c. A madeira ocuparia um dos lugares onde se tem lajota;
d. Os vergalhões que estão misturados com a madeira ocupariam um dos lugares
onde se tem cimento, que está próximo do local que tem a maior quantidade
vergalhões.
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Depois de tais modificações, as lajotas, os cimentos, os vergalhões e as madeiras estariam
dispostos separadamente uns dos outros em seus devidos e únicos locais de estocagem. A
figura 6 ilustra a proposta de modificação de lugar destas mercadorias juntamente com os
ajustes que terão que ser feitos no prédio para que todas as outras modificações propostas
anteriormente se concretizem.
Figura 6 – Proposta de modificações na posição de alguns materiais e da divisão interna da
empresa
Fonte: Elaborada pelos autores
Após todas essas modificações, não só o cimento, mas também a lajota iria ser passível ao uso
da empilhadeira. As madeiras continuariam em um ponto estratégico para a montagem da
carga do caminhão, já que geralmente são mercadorias colocadas sempre no início da carga
dos mesmos. A figura 5 exemplifica o quão mais rápido se tornaria o processo de entrega,
pelo fato de as mercadorias mais pesadas e volumosas estarem dispostas ao redor da garagem
dos caminhões, na qual, durante o dia, seve para fazer o carregamento e descarregamento dos
mesmos.
5. Conclusão
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Conforme já ressaltado anteriormente, a análise in loco feita em toda a área da empresa
revelou que a loja Porto Materiais de Construção é passível de algumas melhorias simples de
arranjo físico, as quais tornarão a empresa mais competitiva devido às consequências que tais
mudanças propostas trarão para a mesma, que são: melhoria da eficácia de processos de
entrega e recebimento, maior comodidade dos clientes no espaço interno da área de vendas,
redução de custos de embarque e desembarque de mercadorias e redução de fluxos
desnecessários com consequente redução de tempo desperdiçado. Além disso, é importante
frisar que todas as mudanças propostas para o arranjo físico, além de simples, estão em
conformidade com todas as limitações de espaço que a loja possui e respeitam a estrutura
atual do prédio, de forma que nenhuma viga ou coluna será acrescentada ou removida, não
demandando altos gastos a serem investidos.
REFERÊNCIAS
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Carmem Dolores Straube, Henrique Côrrea, Sônia Côrrea e Irineu Gianesi. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2006, 526 p.
SOUSA, Paulo Teixeira de. Logística Interna: O princípio da logística organizacional está na administração dos
recursos materiais e patrimoniais (ARMP). Revista Científica FacMais, v. 11, nº 1, p.133, jul/dez, 2012.
CHIAVENATO, Idalberto. Administração de Materiais: Uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier,
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PEINALDO, Jurandir; GRAEML, Alexandre Reis. Administração da produção: operações industriais e de
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