Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física
UNIVERSIDADE DE COIMBRA
Perfil Morfológico e Funcional na Ginástica Aeróbica
Estudo realizado em ginastas do sexo feminino no escalão iniciado (9 – 11 anos)
Mestrado em Treino Desportivo para Crianças e Jovens
Filipa Alexandra Rossa Maia Dunker, 2011105483
2013
Filipa Alexandra Rossa Maia Dunker
Perfil Morfológico e Funcional na Ginástica Aeróbica
Estudo realizado em ginastas do sexo feminino no escalão iniciado (9 – 11 anos)
COIMBRA
2013
Dissertação de mestrado com vista à obtenção do grau de
mestre em Treino Desportivo para Crianças e Jovens, na área
científica de Ciências do Desporto, na especialidade de
Treino Desportivo, sob orientação do Professor Doutor
Vasco Vaz e do Professor Doutor António Figueiredo.
III
ÍNDICE GERAL
Índice Geral III
Índice de Tabelas V
Índice de Quadros VI
Abreviaturas VII
Agradecimentos VIII
Resumo IX
Abstract XI
Capítulo I – Introdução 1
Capítulo II – Revisão da Literatura 3
2.1. Crescimento e maturação de jovens ginastas 3
2.2. Estudos antropométricos aplicados a ginastas 5
2.3. Estudos sobre morfologia e somatótipo de jovens atletas 6
2.4. Caracterização da Ginástica Aeróbica 8
2.4.1. Estrutura Competitiva Nacional de GA 8
2.4.2. Requisitos Técnicos de GA 9
2.4.3. Modelo de Formação da FGP 10
2.4.4. Como detetar, captar e selecionar talentos na GA 11
Capítulo III – Metodologia 14
3.1. Amostra 14
3.4. Variáveis 14
3.4.1.Medidas antropométricas simples e compostas 14
3.4.2. Maturação somática 15
IV
3.4.3. Talento Desportivo para a GA 15
3.4.4. Procedimentos de recolha de dados 16
3.4.5. Tratamento estatístico 17
Capítulo IV – Apresentação e Discussão dos Resultados 18
4.1. Estudo descritivo 18
4.1.1. Morfologia externa, somatótipo e maturação somática entre ginastas da 1ª
divisão e da divisão base 18
4.1.2. Componente funcional entre ginastas da 1ª divisão e da divisão base 20
4.1.3. Morfologia externa, somatótipo e maturação somática entre ginastas e não
ginastas 24
4.1.4. Componente funcional entre ginastas e não ginastas 26
Capítulo V – Conclusões 28
Capítulo VI – Limitações do Estudo 30
Capítulo VII – Referências Bibliográficas 31
Anexos 36
V
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1. Estatística descritiva para as variáveis da morfologia externa e maturação somática entre ginastas da 1ª
divisão e ginastas da divisão base.
Tabela 2. Estatística descritiva para as variáveis da somatotipologia entre ginastas da 1ª divisão e ginastas da
divisão base.
Tabela 3. Estatística descritiva para as variáveis das capacidades funcionais na aplicação de testes físicos entre
ginastas da 1ª divisão e ginastas da divisão base.
Tabela 4. Estatística descritiva para as variáveis das capacidades funcionais na aplicação de testes de qualidades
físicas específicas entre ginastas da 1ª divisão e ginastas da divisão base.
Tabela 5. Estatística descritiva média e desvio padrão e teste de significância para as variáveis da morfologia
externa e maturação somática entre ginastas e não ginastas.
Tabela 6. Estatística descritiva média e desvio padrão e teste de significância para as variáveis da
somatotipologia entre ginastas e não ginastas.
Tabela 7. Estatística descritiva média e desvio padrão e teste de significância para as variáveis das capacidades
funcionais na aplicação de testes físicos entre ginastas e não ginastas.
VI
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1 - Estrutura competitiva nacional de ginástica aeróbica (adaptado do CIP)
Quadro 2 – Grupos de elementos (adaptado do CIP)
Quadro 3 – Preparação Inicial (adaptado de Mineva, 2011)
Quadro 4 - Preparação Básica (adaptado de Mineva, 2011)
Quadro 5 - Aperfeiçoamento e Maturação (adaptado de Mineva, 2011)
Quadro 6 - Execução dos elementos de dificuldade obrigatórios para o escalão Iniciado (adaptado do
Regulamento de Seleção Nacional e Alto rendimento – 2011/2012)
VII
ABREVIATURAS
kg–kilogramas
cm–centímetros
mm – milímetros
seg. – segundos
min – minutos
# – repetições
Min. – mínimo
Máx. – máximo
Dp – desvio padrão
A – amplitude
PVC – pico de velocidade de crescimento
IMC – índice de massa corporal
IF – individual feminino
IM – individual masculino
TR – trio
GR – grupo
PM – par misto
GA – ginástica aeróbica
FGP –- Federação de Ginástica de Portugal
FIG – Federação Internacional de Ginástica
CNA – Código Nacional Adaptado
CIP – Código Internacional de Pontuação
RSNAR – Regulamento de Seleções Nacionais & Alto Rendimento
ACG – Academia CantanhedeGym
AEMM – Agrupamento de Escolas Marques de Marialva
AG1–Age group 1(bornbetween 2001 – 1999)
VIII
AGRADECIMENTOS
Ter chegado até aqui não teria sido possível sem o apoio de pessoas às quais faço
questão de agradecer:
Aos pais mais maravilhosos do mundo, Lucília e Emídio, pelos seus ensinamentos
pois sem eles não seria o que sou hoje, pelo apoio incondicional que sempre me deram e sem
os quais não teria sido possível concluir mais esta etapa da minha vida.
À minha irmã Lúcia e aos meus sobrinhos que adoro simplesmente por existirem.
Ao amor da minha vida, Carlos, pois apesar de terem sido muitas as pessoas que
contribuíram para que chegasse até aqui, ele sem dúvida foi quem esteve sempre, sempre ao
meu lado, dando-me todo o apoio, paciência, carinho e amor que precisei.
Ao meu bem mais precioso, o meu filho Miguel, que amo mais que tudo na vida e que,
por mais que tenha sido difícil este primeiro ano de vida, tê-lo nos braços e olhar para ele deu-
me sempre forças para continuar.
Aos meus primos Ana e Carlos pela ajuda com o “inglês”.
À minha restante família que, de uma forma ou outra, também me ajudou e acreditou
em mim.
Aos meus orientadores, Professor Doutor Vasco Vaz e Professor Doutor António
Figueiredo, por toda a atenção e ajuda para a realização deste trabalho.
Ao Professor Doutor Manuel João Coelho e Silva pelo incentivo na realização deste
trabalho.
A todos os professores que contribuíram com os seus ensinamentos.
À minha colega Vanda por toda a ajuda ao longo destes dois anos.
Ao meu colega João Pereira pela ajuda na recolha de dados.
Ao meu Deus…
A todos um muito obrigada!
IX
RESUMO
Objetivo: O presente estudo teve como objetivo a determinação do perfil morfológico e
funcional de um grupo de ginastas de ginástica aeróbica, comparando-o com a população
escolar dentro da mesma faixa etária, através da aplicação de uma bateria de testes físicos e
específicos.
Metodologia: Foram observadas 13 ginastas da Academia CantanhedeGym, das quais 6
fazem parte da categoria - 1ª Divisão e 7 da categoria – Divisão Base e, ainda, um grupo de
jovens pertencentes ao Agrupamento de Escolas Marquês de Marialva (Cantanhede) n=33,
com idades compreendidas entre os 9 e os 11 anos. As ginastas foram avaliadas nas variáveis
morfológicas (massa corporal, estatura, altura sentado, pregas de gordura subcutânea), foi
recolhida informação somática necessária à determinação das variáveis
do somatótipo e maturação através da estatura matura predita. Nas variáveis funcionais foi
aplicada a bateria de testes para a avaliação física com testes de força, resistência e
flexibilidade e específica com testes de elementos de dificuldade propostos de Federação de
Ginástica de Portugal e inseridos no Regulamento da Seleção Nacional & Alto rendimento –
2011/2012.
Resultados: A comparação do grupo de Ginastas da categoria - 1ª Divisão com o grupo de
Ginastas categoria – Divisão Base, utilizando uma estatística descritiva, mostra que o
primeiro grupo apresenta valores superiores em todas as variáveis da morfologia externa, que
a tipologia do somatótipo é para o primeiro grupo endomorfo-ectomorfo e para o segundo
grupo endomorfo-equilibrado. Os dados revelam que, na variável de maturação somática dada
pela estatura matura predita, o grupo de ginastas da 1ª divisão encontra-se numa fase mais
avançada de crescimento (166.6 cm para 162.2 cm). Na componente funcional as ginastas da
1ª divisão tem melhores resultados que as ginastas da divisão base, essencialmente nos testes
da flexão de braços e do ângulo “V”. Quanto ao teste de resistência, apesar das ginastas da 1ª
divisão terem realizado em média 28 repetições com uma amplitude de variação de 1, as
ginastas da divisão base fizeram em média 27 repetições com uma amplitude 8, não havendo
por isso grande diferença. No que diz respeito aos testes da flexibilidade, podemos verificar
que as ginastas da 1ª divisão têm, em média, mais valores positivos e superiores do que as
ginastas da divisão base. Quando comparamos o grupo de Ginastas com o grupo de Não
X
Ginastas, utilizando uma estatística inferencial paramétrica recorrendo ao teste t de Student,
na morfologia externa, a variável da soma das pregas de gordura subcutâneas e no somatótipo,
a componente do mesomorfismo, apresenta diferenças estatisticamente significativas
(p<0.05). Na maturação somática o grupo de ginastas tem uma percentagem de estatura
matura predita maior (84.9%). Os dados das variáveis funcionais, capacidades físicas,
demonstram que o grupo de ginastas é superior nos testes de força, exceto, no teste de flexão-
extensão da bacia que não apresenta diferenças estatisticamente significativas. No teste de
resistência existe uma igualdade nos valores apurados e em todos os testes de flexibilidade
encontramos diferenças estatisticamente significativas (p<0.01).
Conclusões: As ginastas de Ginástica Aeróbica, no escalão 9-11,são de estatura alta, baixo
peso estatura sentada mais baixa, um maior comprimento do membro inferior, o somatório
das pregas é inferior quando comparados com não ginastas. O perfil do somatótipo é do tipo
endomorfo-equilibrado e a maturação somática dada pela estatura matura predita aponta para
uma maturação tardia. A nível funcional, as ginastas caracterizam-se por terem graus elevados
de força e flexibilidade quando comparados com o grupo de não ginastas.
Palavras-chave: ginástica aeróbica, morfologia, maturação, qualidades físicas e específicas.
XI
ABSTRACT
Objectives: The purpose of this study was the determination of the morphological and
functional profile of a group of aerobic gymnasts compared to the student population within
the same age bracket, using a series of specific physical trials.
Methodology: 13 gymnasts were studied from de CantanhedeGym Academy, 6 of which
belong to the 1st Division and 7 belong to the Basic skills Division. There was also a group
belonging to the Agrupamento de EscolasMarquês de Marialva (Cantanhede) n=33, aged
between 9 and 11. The gymnasts were graded in several morphological variables (body mass,
height, upper body length, subcutaneous skinfold fat), somatic information was gathered for
the determination of the somatotype variables and maturation through the predicted mature
height. For the functional variables a series of tests was used for the physical evaluation with
strength, endurance and flexibility tests and for the specific evaluation with tests with a
difficulty level determined by the Federação de Ginástica de Portugal and added to the
Regulamento da SeleçãoNacional& Alto rendimento – 2011/2012.
Results: The comparison between the gymnasts from the 1st Division with the gymnasts from
the Basic skills Division using a descriptive statistic shows that the first group presents
superior data in all the external morphology variables; also that the somatotype of the first
group is endomorph-ectomorph and the second group is balanced endomorph. Data reveals
that according to the predicted mature height, the 1st division gymnasts are in a more
advanced stage of maturation(166.6 cm to 162.2 cm). In the functional component the 1st
division gymnasts accomplish better results than the Basic skills division gymnasts, especially
in the arm flexed tests and the “V” shaped angle.With regards to the endurance test, the
difference between the 1st Division gymnasts and the Basic skills division gymnasts was very
small, even though the 1st Division gymnasts did in average 28 repetitions with an amplitude
variation of 1 and the Basic skills division gymnasts did in average 27 repetitions with an
amplitude variation of 8. As to the flexibility tests we can observe that the 1st Division
gymnasts have in average superior results than the Basic skills division gymnasts. When
comparing the gymnastics group with the non-gymnastics group, using an inferential
parametric statistic using the t student test for external morphology and the variable sum of
XII
the skinfold subcutaneous fat for somatotype, the mesomorphism component presents
significant statistical differences (p<0.05). In the somatic maturation the gymnasts group has a
higher percentage of mature predicted stature (84.9%). The functional variable data, physical
abilities, show that the gymnastics group is superior in the strength tests, except in the hip
flexion-extension where there isn’t a significant difference. In the endurance test all the data
are the same but in the flexibility tests there are significant differences statistically (p<0.01).
Conclusions: The Aerobic gymnasts, in the 9 to 11 age group, have a higher stature, lower
weight, lower upper body length, higher lower body length, the sum of their skinfold
somatotype is lower when compared with non-gymnasts. Their somatotype profile is balanced
endomorph and the somatic maturation from the predicted mature stature points to a late
maturation. On a functional level, the gymnasts group is characterized by having higher
degrees of strength and flexibility when compared to the non-gymnasts group.
Key Words: aerobic gymnastics, morphology, maturation, talent, physical and specific
qualities.
1
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
___________________________________________________________________________
A ginástica aeróbica é uma das disciplinas da modalidade desportiva ginástica, caracterizada
pela habilidade em executar continuamente, padrões de movimentos de ginástica aeróbica, de
elevada complexidade e intensidade, com acompanhamento musical. As rotinas de aeróbica
devem demonstrar movimentos contínuos, flexibilidade, força e utilização dos sete passos
básicos de aeróbica, em conjunto com os elementos de dificuldade perfeitamente executados
(in Código Internacional de Pontuação 2013, p.9).
Os padrões de movimento aeróbico, são combinações de passos básicos de aeróbica,
com movimentos dos braços, executados com música, para criar sequências dinâmicas,
rítmicas e contínuas, de movimentos em baixo e alto impacto. Uma rotina de aeróbica deve ter
um elevado nível de intensidade e complexidade. O nome da disciplina deve-se assim aos
padrões de movimento apresentados e não ao regime de esforço a ela associado, até porque as
rotinas apresentam grandes esforços em curtos espaços de tempo (in Código Internacional de
Pontuação 2013, p.9).
Sergiev (2005), refere que a ginástica aeróbica tem tido um aumento exponencial de
praticantes e treinadores nos últimos anos, no entanto, a busca de resultados de excelência na
disciplina, não tem sido fácil de perspetivar, dada a falta de investigação específica para o
treino e planeamento da disciplina.
A infância e a adolescência são vistas como períodos críticos para a seleção de
ginastas e, portanto, faz todo o sentido que a preparação destes seja dividida em etapas, cada
uma com as suas especificidades, de forma a respeitar o desenvolvimento individual de cada
ginasta. Posto isto, o treinador deve controlar constantemente os fatores mais importantes para
o alcance do resultado final da disciplina em causa, escolhendo o plano de exercícios que
estão inter-relacionados com o resultado competitivo e que caracterizam integralmente o
desenvolvimento dos grupos musculares fundamentais para levar a cabo as ações motoras
fundamentais para o sucesso da performance, não esquecendo que, segundo Malina et al.,
(2010), os estados de maturação podem ter grandes influências no desempenho motor.
Neste sentido, o presente estudo teve como objetivo fazer uma análise comparativa de
dois grupos de ginastas e não ginastas, do sexo feminino, com idades compreendidas entre os
2
9 e os 11 anos, determinando o perfil morfológico e funcional através da aplicação da bateria
de testes para avaliação física e específica de ginástica aeróbica (Federação de Ginástica de
Portugal – 2011/2012).
O grupo de ginastas foi dividido em ginastas de 1ª divisão e divisão base, ao qual foi
aplicado uma parte específica (elementos de dificuldade) da bateria de testes para avaliação
física e específica de ginástica aeróbica devido à sua especificidade técnica, pressupondo um
prévio conhecimento técnico destes por parte das ginastas.
3
CAPÍTULO II
REVISÃO DA LITERATURA
___________________________________________________________________________
2.1. Crescimento e maturação de jovens ginastas
A maturação entende-se como um conjunto de mudanças qualitativas que se processam no
organismo e que se desencadeiam por influências genéticas (inatas) que ocorrem na
puberdade a níveis intensos e que atingem todas as estruturas corporais (Malina et al., 2010)
Quando trabalhamos com crianças / adolescentes, a maturidade refere-se ao nível do
progresso que o individuo apresenta tendo como referência as características na idade adulta.
Este conceito é operacional, porque o processo não pode ser observado ou mensurável
diretamente.
Cada indivíduo é um ser único e o seu relógio biológico influencia o seu processo de
maturação. A maturação relaciona assim a idade biológica com a cronológica, podendo haver
diferenças entre elas. Posto isto, os jovens crescem a ritmos e em momentos diferentes e a
velocidade e o momento de crescimento difere de indivíduo para indivíduo. Para o treino
desportivo devemo-nos centrar na idade biológica.
O início da adolescência, é marcado por um período de aumento acelerado de peso e
estatura. A idade do início, a duração e intensidade no Pico de Velocidade de Crescimento
(PVC) é determinada geneticamente, e varia consideravelmente de indivíduo para indivíduo.
Isto ocorre porque o genótipo estabelece limites do crescimento do indivíduo, mas o fenótipo
individual (condições do meio ambiente) tem uma influência marcante sobre este processo
(Tourinho, 1998).
Desta forma, ao longo de anos foram vários os estudos sobre esta temática,
particularmente, em ginastas de ginástica artística, desconhecendo-se publicações sobre esta
temática para ginastas de elite de ginástica aeróbica.
Assim, Theirtz (1993) afirma que a existência de uma maior percentagem de ginastas
de baixa estatura, deve-se a fatores hereditários e à seleção natural da própria modalidade,
feita consciente ou inconscientemente, por todos os intervenientes desportivos.
4
As ginastas de elite da ginástica artística observadas no seu estudo, encontravam-se
maioritariamente no percentil 10 (tabela de referência internacional), constatando-se ainda um
atraso na maturação e apresentando frequentemente diferenças entre idade óssea, cronológica
e idade da menarca, segundo Malina (1994). Os indicadores mais usados para determinar a
maturação biológica nos estudos de crianças e jovens são, a maturação esquelética/óssea; o
desenvolvimento das características sexuais secundárias, ou seja, a maturação sexual; a
maturidade dental e os indicadores somáticos, ou seja, a idade no pico de velocidade de
crescimento. O mesmo autor refere ainda que nos seus estudos sobre crescimento de jovens
ginastas do sexo feminino, o seu crescimento e maturação tardio, é devido a fatores
hereditários e ambientais, não se podendo comprovar estes resultados pela influência do treino
(Malina, 1998). Em 2006, Malina volta a estudar ginastas de elite na ginástica artística, desta
vez num estudo longitudinal a 15 ginastas, que foram observadas ao longo de 6 a 7 anos, nas
variáveis, peso, altura, e altura sentado.
Caine et al (2001), realizou estudos longitudinais com jovens ginastas e não ginastas,
referindo que não se observaram diferenças significativas nos dois grupos, relativamente ao
processo de maturação sexual, bem como o tempo entre o PVC e a menarca.
Baxter Jones, et al., (2003) refere que os estudos longitudinais são fiáveis para
determinarmos se o treino afeta ou não a velocidade de crescimento e o desenvolvimento das
jovem ginastas, concluindo num dos seus estudos longitudinais efetuado com ginastas de
elite, que, apesar de se observar uma diminuição da velocidade de crescimento e de maturação
em algumas fases do desenvolvimento e crescimento das ginastas, esse atraso revelou-se
temporário pois não comprometeu a estatura prevista das ginastas na fase adulta. Verificaram
ainda que, em geral, todas as ginastas eram atrasadas maturacionalmente, no entanto, esse
atraso foi relacionado com as características hereditárias das ginastas observadas. O mesmo
autor em 1996, já referia que dos estudos observados com ginastas entre os 12 e 16 anos,
verificava-se uma diminuição da estatura, no entanto aos 17 anos, a diferença entre a estatura
final das ginastas e não ginastas não era significativa.
Thoms, et al., (2005) observou que as ginastas de elite, normalmente têm um atraso de
cerca de um ano no pico de velocidade de crescimento, comparativamente com as outras
jovens da mesma idade e não praticantes de ginástica.
5
Rocha (2007), refere que existem fatores determinantes para o desenvolvimento de
atletas de elite, nomeadamente o treino, a aprendizagem, o suporte familiar, a satisfação, a
recuperação, a idade, as competências e atributos mentais e as habilidades inatas.
Williams et al., (2008) dizem-nos que a identificação de talentos e os programas de
desenvolvimento devem ser dinâmicos e interligados, tendo em consideração estado de
maturação e o potencial para desenvolver da criança.
2.2. Estudos antropométricos aplicados a ginastas
São alguns os estudos encontrados na medição e análise antropométrica de ginastas, mas
sempre de jovens ginastas de ginástica artística. Até à data não encontramos nenhum que se
reporte à análise de ginastas de ginástica aeróbica. Assim analisamos alguns estudos
comparativos entre ginastas e não ginastas, nomeadamente:
Claessens (1999), nos seus estudos, referiu que os desportos de elite como a ginástica
artística, praticados por jovens ginastas em idade pubertária (“ ten-age”), apresentavam nos
últimos 30 anos, um decréscimo na idade cronológica dos ginastas de elite a participar nos
Jogos Olímpicos e Campeonatos do Mundo da disciplina. Refere ainda que essa média passou
dos 22,5 anos para os 16,5 anos, bem como a altura média decresceu cerca de 5 cm, e o peso
corporal cerca de 9 kg, baixando ainda o IMC de 21 para 19 kg/cm2. Neste estudo o mesmo
autor refere ainda, que a altura sentada das ginastas é inferior comparando com o grupo
controlo de não ginastas das mesmas idades. No estudo referido, a altura total também se
revelou menor, no entanto a largura de ombros era maior nas ginastas, a anca mais estreita e a
percentagem de massa gorda inferior.
Nickols-Richardson et al., (2000), referem que as ginastas de ginástica artística,
apresentam níveis de densidade óssea mais elevados e menor percentagem de massa gorda,
comparativamente a jovens da sua idade não desportistas.
Basse et al., (2000), encontrou diferenças no crescimento dos segmentos corporais
entre o grupo de ginastas de elite e jovens não ginastas, nomeadamente na velocidade de
crescimento do tronco, que nas ginastas apresenta um ligeiro atraso. No entanto, no
comprimento do membro inferior, esta diminuição de velocidade de crescimento não foi
significativa entre os dois grupos.
6
Daly et al., (2005), investigou durante dois anos, 132 ginastas de artística envolvidos
entre treino intenso e moderado, definindo para o volume de treino intenso valores de (20 a
27h/semana) e moderado de (7,5 a 20 horas/semana). No seu estudo verificou que a
diminuição do crescimento do tronco foi significativa para as ginastas do grupo de treino
intenso, apresentando ainda algumas dessas ginastas, diminuição do crescimento
comparativamente com às ginastas de treino moderado. No entanto também referem que esta
relação causa efeito, não pode ser direta uma vez que não foram isolados os fatores
ambientais e genéticos.
Num estudo foram avaliados 150 ginastas de elite da ginástica artística, com idades
compreendidas entre os 14 e os 17,9 anos e que participaram no 24º Campeonato do Mundo
de Ginástica Artística, em Rotterdam (Claessens, 2006). O autor estudou a variação da
velocidade de crescimento dos segmentos corporais, associando-as a diferenças individuais
entre estados de maturação. Dados como a altura, massa corporal, altura sentado comprimento
do membro inferior e perímetros, foram devidamente avaliados. No seu estudo, recorreu à
idade esquelética, pela análise da radiografia do pulso esquerdo, subdividindo o grupo de
ginastas inicial em três grupos, nomeadamente: ginastas em pré-menarca, ginastas em pós
menarca mas sem maturação óssea e ginastas em pós menarca mas com maturação óssea. Os
resultados mostraram que as ginastas em pré-menarca eram mais pequenas em todas as
dimensões corporais, comparativamente às ginastas dos grupos “pós-menarca”. Foi ainda
reportado que as ginastas mais pesadas eram as do grupo, pós-menarca com maturação óssea,
apresentando ainda membros inferiores mais curtos, comparativamente com as ginastas dos
outros dois grupos em estudo. O grupo de ginastas em pré-menarca apresentou valores de
largura total de ombros superiores ao das ginastas em pós-menarca.
2.3. Estudos sobre morfologia e somatótipo de jovens atletas
Segundo Claessens et al., (2001), o sucesso desportivo está assente em pré requisitos,
nomeadamente, as características físicas, as medidas antropométricas, o somatótipo e a
composição corporal. Estas características morfológicas, são ainda mais importantes nos
desportos ditos artísticos, como a ginástica aeróbica, onde o corpo é o primeiro elemento que
“salta à vista” dos juízes. O mesmo autor revela que, em estudos anteriores realizados com
ginastas de elite, estas apresentavam, normalmente, uma morfologia ecto-mesomórfica e uma
alta densidade corporal que resulta de uma baixa percentagem de massa gorda e uma alta
7
percentagem de massa magra, o seu peso encontrava-se, em média, no percentil 20 a 26 e a
relação altura/peso no percentil 20 a 33 (de acordo com as tabela de referência internacional).
Segundo Rozin e Mukambetov (1980), os parâmetros antropométricos são de extrema
importância na determinação das aptidões das crianças para a prática de ginástica, no entanto,
Malina (1970), apesar do facto das ginastas, normalmente, estarem mais atrasadas na
maturação óssea, serem mais pequenas e mais magras do que as não ginastas, considerou que
talvez esses fatores estejam relacionados com as características físicas específicas exigidas na
seleção para esta modalidade.
Pela análise e pesquisa realizada, podemos constatar que as ginastas apresentam uma
composição corporal e um somatótipo característico, nomeadamente as ginastas de artística
feminina que, segundo Classen et al., (1991) têm níveis de força e uma musculatura acima da
média, corpos harmoniosos, baixa estatura, pouco peso, com baixas percentagens de massa
adiposa e um somatótipo tendencialmente ectomorfo-mesomorfo.
Também num estudo realizado por Lopes. S. (2006), com ginastas de artística
feminina, foi concluído que estas apresentavam uma estatura consideravelmente mais baixa
do que seria de esperar em crianças nesta faixa etária, uma altura sentado que acompanha o
crescimento em estatura e um baixo peso. O não aumento das pregas de adiposidade parece
estar relacionado com o facto de não terem atingido o estado de maturação. A nível funcional,
caracterizam-se por terem graus elevados de força abdominal, do membro dominante e dos
membros inferiores e por níveis de flexibilidade crescente embora com períodos de
decréscimo. Quanto ao somatótipo, categorizam-se como ectomesomorfas.
Ainda, num outro estudo realizado por Magalhães, E. (2003) as ginastas de artística
feminina, quando comparadas com não atletas, caracterizaram-se como tendo menor peso,
estatura e níveis de adiposidade. Quanto ao somatótipo apresentam uma baixa taxa de
endomorfia e uma alta taxa de mesomorfia e em relação às avaliações funcionais, apresentam
valores superiores às não atletas.
Carter e Brallier (1988) numa amostra com jovens ginastas, encontraram somatótipos
agrupados entre 2-4-3.5, tendo todas as distribuições mostrado uma baixa variabilidade na
endomorfismo e uma alta variabilidade na ectomorfismo e mesomorfismo.
8
Uma vez que, até ao momento, não existem estudos sobre este tema efetuados na GA,
isto leva-nos a questionar se o perfil destas ginastas também obedece a estes pressupostos.
“Não queremos, no entanto, deixar de referir que a ginasta com talento, será não só
aquela que se apresentar harmoniosa na sua morfologia, de talhe pequeno, magra, mas
também com elevados níveis de força e flexibilidade, capaz de se exprimir com adequada
coordenação neuro-muscular, mas igualmente aquela que ao longo da sua formação revele
inteligência, uma personalidade forte, capaz de resistir ao stress e à ansiedade e que seja
apoiada pelo seu ambiente familiar”. (Corte-Real, 1997)
2.4. Caracterização da Ginástica Aeróbica
2.4.1. Estrutura Competitiva Nacional de GA
Quadro 1 - Estrutura competitiva nacional de ginástica aeróbica (adaptado do CIP)
Escalões * Categorias Códigos de Pontuação Competições
Infantil 6-8 anos IF/ IM/ TR/ GR Código Nacional Adaptado
(CNA)
Encontro Nacional de
Infantis (Aerogym)
Iniciado 9-11 anos IF/ IM/ TR/ GR Divisão base
Código
Nacional
Adaptado
(FGP)
1ª Divisão
Código
Internacional
de Pontuação
(FIG)
Torneios
Campeonato
Nacional
Taça de Portugal
Juvenil 12-14 anos IF/ IM/ TR/ GR
/PM
Júnior 15-17 anos IF/ IM/ TR/ GR
/PM
Sénior + de 18 anos IF/ IM/ TR/ GR
/PM
Legenda das categorias:
Individual Feminino (IF) - 1 ginasta do sexo feminino
Individual Masculino (IM) - 1 ginasta do sexo masculino
Par Misto (PM) - 1 ginasta do sexo feminino e 1 ginasta do sexo masculino
Trio (TR) - 3 ginastas de sexo opcional
Grupo (GR) - 6 ginastas de sexo opcional
*Idade na época desportiva (1 Setembro a 31 de Agosto) para competições nacionais.
9
A GA está dividida em 1ª divisão e divisão base, regendo-se a 1ª divisão pelo
cumprimento do estabelecido no código de pontuação da FIG (Federação Internacional de
Ginástica) e a divisão base pelo código de pontuação adaptado da FGP.
O que difere entre a 1ª divisão e a divisão base é o cumprimento de elementos de
dificuldade que na 1ª divisão estão devidamente identificados nos valores de pontuação, no
número máximo permitido para cada escalão, no número de quedas/receções no solo, não
podendo repetir-se famílias de elementos e na divisão base apenas existe obrigatoriedade de
realização de um elemento da cada família, não podendo haver repetições de elementos e de
famílias de elementos.
As competições nacionais de GA decorrem anualmente. O programa destas prevê a
realização de uma prova distinta para cada uma das cinco categorias, em cada um dos
escalões etários definidos no Regulamento Técnico de GA da Federação de Ginástica de
Portugal.
Os escalões Infantis e Iniciados são considerados pela FIG como National
Development, o que significa que um ginasta apenas poderá participar a nível internacional no
ano em que faz 12 anos.
As competições oficiais são o Torneio Nacional de Natal, o Torneio Nacional de
Abertura, A Taça Latina, as competições abertas (Open’s), o Campeonato Nacional e a Taça
de Portugal. Podem, ainda, ser realizadas outras competições tuteladas pela FGP consoante o
desenvolvimento nacional da disciplina.
2.4.2. Requisitos Técnicos de GA
Artística – Uma rotina de GA deve demonstrar criatividade e conteúdo desportivo
específico da disciplina. Deve também mostrar variedade de movimentos e elevado grau de
correlação entre a música, movimentos selecionados e expressividade do competidor. Temas
que demonstrem violência e racismo, religião e conotações sexuais, não estão de acordo com
os ideais olímpicos e com o código de ética da FIG.
Execução - Todos os movimentos da rotina devem ter perfeita execução.
A avaliação dos elementos de dificuldade é realizada recorrendo ao sistema de pontuação da
GA, no que diz respeito à execução dos elementos, recorrendo à seguinte escala:
Deduções:
10
Pequeno erro - 0,10 (pequeno desvio da execução perfeita)
Erro médio - 0,20 (desvio significante da execução perfeita)
Grande erro - 0,30 (grande desvio da execução perfeita)
Execução inaceitável ou queda - 0,50 (não foram cumpridos os requisitos de execução /
queda)
Dificuldade - Uma rotina deve mostrar equilíbrio entre os elementos de dificuldade
executados com trajetória aérea, de pé e no solo. Existem 4 grupos distintos de elementos de
dificuldade:
Quadro 2 – Grupos de elementos
Grupo A – Força
Dinâmica Grupo B – Força Estática
Grupo C –
Saltos
Grupo D – Flexibilidade &
Equilíbrio
Conteúdo da composição - A rotina deve mostrar equilíbrio entre os padrões de
movimentos aeróbicos (alto e baixo impacto) e os elementos de dificuldade. Os movimentos
dos membros superiores e inferiores devem ser corretamente definidos. É essencial mostrar
equilíbrio na utilização total do espaço de competição, solo, superfície e fase aérea. As
rotinas devem ser executadas na sua totalidade com acompanhamento musical. Pode ser
usado qualquer estilo de música adaptado para a ginástica aeróbica.
Apêndice dos elementos de dificuldade - Existem 4 grupos de elementos de dificuldade,
com diferentes famílias e valores entre 0.10 e 1.0 pontos. Para cada categoria e escalão
etário existem restrições definidas no CNA.
2.4.3. Modelo de Formação da FGP
Segundo Mineva (2011), na ginástica aeróbica podemos dividir a carreira desportiva
em 5 estádios de formação, sendo estes a preparação inicial (5-7 anos), a preparação básica (8-11
anos), o aperfeiçoamento e maturação (12-14 anos), a mestria (15-17 anos) e o alto nível (mais de 18
anos) e, de acordo com estes, pode ser definido um planeamento de treino de forma a
sistematizar os conteúdos do treino segundo os objetivos definidos para cada um destes.
11
Quadro 3 – Preparação Inicial
Idades Objetivos
5-6 anos
Seleção de crianças com características apropriadas, capacidades físicas e gosto
pela modalidade.
Desenvolvimento de qualidades físicas básicas: flexibilidade, força e velocidade,
equilíbrio e coordenação.
6-7 anos
Aprendizagem de passos básicos e elementos básicos de ginástica aeróbica.
Ballet clássico.
Desenvolvimento do sentido rítmico.
Participar em festivais.
Quadro 4 - Preparação Básica
Idades Objetivos
8-11 anos
Aumentar o estado de preparação geral e a progressão das habilidades motoras.
Aumentar e manter o nível de qualidades psicomotoras, coordenação espacial,
sentido de equilíbrio e ritmo musical.
Aprender, consolidar e estabilizar os elementos de dificuldade, combinações de
aeróbica.
Usar a coreografia para melhorar a expressividade individual.
Ter sucesso em competições.
Quadro 5 - Aperfeiçoamento e Maturação
Idades Objetivos
12-14 anos
Assimilar e construir um grande número de elementos e aumentar a
complexidade das combinações de aeróbica
Adaptação a grandes cargas de volume e intensidade de treino
Desenvolver a habilidade criativa.
Desenvolver a expressividade típica da aeróbica.
Desenvolver a resistência necessária para a rotina de ginástica aeróbica.
2.4.4. Como detetar, captar e selecionar talentos na GA
Segundo vários autores, talento significa: aptidão natural ou adquirida, engenho, disposição,
habilidade, conjunto de aptidões naturais ou adquiridas que condicionam o êxito em
determinada atividade, nível superior de certas capacidades particularmente valorizadas,
pessoa que sobressai pela aptidão excecional para determinada atividade, grande capacidade
em certos domínios:
1º Procurar o destaque das qualidades físicas ótimas para a disciplina;
12
2º Igualmente importante o destaque pessoal da apresentação, confiança e
personalidade (uma vez que já possui as anteriores);
3º O empenho e a motivação para o treino e para competir;
4º O apoio, responsabilidade e empenhamento da família;
O que significa detecção, captação e seleção de talentos:
Detecção: processo, predominantemente transversal, que tem como objetivo avaliar as
aptidões individuais e habilidades específicas necessárias para enfrentar um processo
de especialização técnica na disciplina “Encontros Aerogym”.
Captação: processo longitudinal que tem como objetivo avaliar as aptidões
individuais, habilidades específicas e competências técnicas necessárias à integração
de um processo de treino desportivo “Competições nacionais e clinicas de treino de
iniciados”.
Seleção: processo longitudinal que tem como objetivo avaliar as aptidões individuais,
habilidades específicas e competências técnicas necessárias para alcançar o sucesso
competitivo internacional “seleções nacionais & alto rendimento Juvenis/juniores”
Mas se queremos ser objetivos e concretos no processo de deteção de talentos
podemos ainda encontrar outros meios de quantificação possíveis de transferir para a nossa
disciplina:
Detecção: Avaliar as aptidões individuais (70%) + habilidades específicas (30%)
Captação: Avaliar aptidões individuais (20%) + habilidades específicas (50%) +
competência desportiva (30%)
Seleção: Avaliar as aptidões individuais (10%) + habilidades específicas (20%) +
competência desportiva (70%)
A detecção de talentos no escalão infantil tem acontecido na realização dos exames de
cada fase do Aerogym. Ao serem examinadas rotinas obrigatórias exatamente iguais para
todos os ginastas, podemos isolar facilmente o talento do ginasta de aeróbica através de:
13
- Avaliação da apresentação dos ginastas (expressão facial, projeção do olhar, confiança e
entusiasmo) na sua postura ou linguagem corporal
- Avaliação técnica da execução das rotinas, no controlo postural, alinhamento dos segmentos
corporais ao longo de toda a rotina do exame.
- Avaliação dos elementos de dificuldade adaptados para o Aerogym: Pancake, Flexão de
braços, Ângulo V, Salto Engrupado.
Para Sanchez (2002), um atleta de elite é sinónimo de experiência, dinâmica, prática
deliberada, treino, conhecimento, eficácia, êxito e desejo de excelência. Sendo o êxito
resultado de: “determinação, concentração, dedicação, motivação e desejo de melhorar, clima
afectivo positivo familiar, a inter-dependência entre contexto familiar e desportivo vivido pelo
desportista, apoio do meio ambiente (facilidade para estudar, instalações, técnicos
qualificados, apoio económico”, Fiorese, et al., (1999).
14
CAPÍTULO III
METODOLOGIA
___________________________________________________________________________
3.1. Amostra
A amostra foi constituída por 2 grupos de ginastas/não ginastas do sexo feminino com idades
compreendidas entre os 9 e os 11 anos num total de 46 elementos. O grupo de ginastas foi
dividido em 1ª divisão (n= 6), com o mínimo de três anos de experiencia competitiva na
disciplina de Ginástica Aeróbica, com o mesmo tempo de prática e tipologia de treino e em
divisão base (n=7) com um tempo de experiência competitiva inferior a 3 anos, pertencentes à
Academia CantanhedeGym. O grupo de não ginastas (n=33) recrutado na população escolar
do Agrupamento de Escolas Marquês de Marialva sem prática na modalidade.
3.2. Variáveis
3.2.1.Medidas antropométricas simples e compostas
A antropometria pressupõe o uso de referências cuidadosamente definidas e descritas para a
estandardização dos procedimentos de medida. É necessária a utilização de instrumentos
apropriados e em boas condições. Adoptámos no nosso estudo os procedimentos
antropométricos, descritos por Lohman, Roche & Martorell (1988), também referidos por
Malina (1995) e Malina et al., (2004a), que correspondem às guidelines do International
Society for Advancementin kinanthropometry. As medidas antropométricas simples e
compostas utilizadas no presente estudo foram: estatura (cm), massa corporal (kg), altura
sentada (cm), pregas (tricipital, subescapular, suprailíaca, e geminal (mm)), diâmetros
(bicôndilo-umeral, bicôndilo-femural (mm)) e perímetros (braquial, braquial máximo e
geminal (mm)), comprimento dos membros inferiores (dado pela subtracção da altura sentado
à estatura), procedemos à soma das pregas de gordura subcutânea para obter um critério de
adiposidade e à somatotipologia (Carter & Heath, 1990). Todo o protocolo antropométrico
pode ser consultado no Anexo 1.
15
3.2.2. Maturação somática
Para determinar a estatura matura predita é possível utilizar os procedimentos propostos por
Khamis e Guo (1993) e Khamis e Roche (1994, 1995). Enquanto que o primeiro prevê a
utilização da idade óssea (calculada pelo método Fels, ver Roche, Chumlea & Thissen, 1988),
o segundo não tem em conta essa informação. Ambos utilizam, para o cálculo da estatura
matura predita, a estatura atual, a massa corporal e a estatura média parental, recorrendo à
multiplicação das variáveis apresentadas por coeficientes de ponderação associados à idade
cronológica das observadas. O indicador maturacional é obtido pela percentagem de estatura
matura predita alcançada no momento da medição.
A informação relativa à estatura dos pais biológicos dos atletas consta da fotocópia do
bilhete de identidade de cada um dos progenitores. No caso de algum dos pais já ter falecido,
ou não ter disponível esse documento, recorreu-se à informação verbal. Nestes casos,
aplicamos as equações referidas por Epstein, Valoski, Kalarchian e McCurley (1995), para
ajustar a tendência na sobrestimação da estatura sempre que fornecida. Este procedimento foi
também utilizado por Malina, et al., (2005).
3.2.3. Talento Desportivo para a GA
Todas as ginastas e não ginastas foram submetidas à aplicação da bateria de testes para
avaliação física e específica de GA (Regulamento da Seleção Nacional e de Alto
rendimento – FGP – 2011/2012, sendo que, os testes físicos específicos apenas foram
aplicados ao grupo de ginastas.
A. Capacidades físicas
Força (4 testes)
1. Nº máximo de flexão-extensão da bacia em suspensão no espaldar (20’’);
2. Nº máximo de extensão-flexão do tronco em decúbito ventral no plinto (20’’);
3. Nº máximo flexões de braços no solo (20’’);
4. Tempo máximo de permanência em ângulo V no solo;
Resistência (1 teste)
1. Nº de percursos em corrida entre as linhas de 10x10m (2 min.)
16
Flexibilidade Estática (5 testes)
1. Espargata sagital direita anterior e esquerda posterior;
2. Espargata sagital esquerda anterior e direita posterior;
3. Espargata frontal;
4. Espargata vertical sagital direita
5. Espargata vertical sagital esquerda
B. Qualidades físicas específicas
Quadro 6 - Execução dos elementos de dificuldade obrigatórios para o escalão Iniciado (Adaptado do
Regulamento de Seleção Nacional e Alto rendimento – 2011/2012)
Famílias
De Elementos Elementos
Grupo A
(força dinâmica)
Flexão de Braços
Flexão de Braços Wenson
Grupo B
(força estática)
Ângulo “V”
Ângulo “V” ½ volta
Grupo C
(saltos)
Salto Engrupado
Salto Engrupado 1 volta
Pirueta
Grupo D (equilíbrios &
flexibilidade)
Espargata Sagital
“Pancake”
Espargata Vertical
3.3. Procedimentos de recolha de dados
A recolha dos dados foi acordada com as treinadoras, os professores de educação física,
ginastas e não ginastas e com os seus representantes legais e antes desta houve uma breve
explicação sobre o objetivo deste trabalho.
Em relação à recolha dos dados antropométricos esta foi realizada pela mesmo
indivíduo, sendo este, um profissional qualificado e com experiência que seguiu as
recomendações de Lohman, et al., (1988). Para facilitar a medição dos comprimentos e dos
perímetros procedeu-se à marcação de referências, recorrendo a um lápis dermatográfico.
Quanto à aplicação da bateria de testes e de elementos, esta foi realizada pelas
treinadoras da Academia CantanhedeGym e todos estes foram aplicados pela mesma ordem e
17
com os mesmos tempos de recuperação entre eles.
O anonimato e a confidencialidade de todas as informações recolhidas foram, também,
acordados com todos os intervenientes.
3.4. Tratamento estatístico
O tratamento de dados foi feito através do software anteriormente referido, SPSS. Foram
utilizadas as técnicas estatísticas mais apropriadas a este estudo, com as respetivas medidas de
tendência central (média) e de dispersão (desvio padrão e amplitude) na estatística descritiva e
para analisar a amostra mais reduzida e para a amostra de maior dimensão utilizamos uma
estatística inferencial paramétrica, recorrendo ao Teste t de Student, com o nível de
significância a manter-se em 5%, valor estabelecido para ciências sociais e comportamentais.
18
CAPÍTULO IV
APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
___________________________________________________________________________
4.1. Estudo descritivo
4.1.1. Morfologia externa, somatótipo e maturação somática entre ginastas da 1ª divisão
e da divisão base
A estatística descritiva para a morfologia externa, somatótipo e maturação somática entre
ginastas da 1ª divisão e ginastas da divisão base é apresentada nas tabelas 1 e 2.
Tabela 1. Estatística descritiva para as variáveis da morfologia externa e maturação somática entre ginastas da 1ª
divisão e ginastas da divisão base.
Ginastas 1ª Divisão
(n=6)
Ginastas Divisão Base
(N=7)
Min Máx Média Dp A Min Máx Média Dp A
Idade cronológica, anos 9.5 11 10.31 0.66 1.5 8.6 10.9 9.59 0.96 2.3
Massa Corporal, Kg 29.7 51.7 35.4 8.4 22 26.1 44 33.4 7.4 17.9
Estatura, cm 131.2 154.1 138.7 8.7 22.9 126.4 154.5 136.1 10.7 28.1
Estatura sentado, cm 66.5 78.3 70.3 4.2 11.8 63.6 76.5 69.8 4.9 12.9
Comprimento do membro inferior, cm 60.8 75.8 68.4 5.8 15 51.9 78 66.3 8.4 26.1
Somatório das pregas, mm 23 48 33.5 10.9 25 25 53 37.6 10.5 28
Estatura matura predita, cm 155.6 166.6 161.3 4.1 11 156.5 173.9 162.2 6.3 17.4
Legenda: Min – Valor Mínimo; Máx – Valor máximo; Dp – Desvio padrão; A – Amplitude de variação;
As ginastas da 1ª divisão têm uma média de idades de 10.31 anos e uma amplitude de
variação de 1.5 anos. As ginastas da divisão base têm uma média de idades de 9.59 anos e
uma amplitude de variação de 2.3 anos.
Quanto à massa corporal, as ginastas da 1ª divisão pesam em média 35.4 kg e a
amplitude de variação é de 22 kg. Na divisão base, as ginastas pesam em média 33.4 kg e a
amplitude de variação é de 17.9 kg. Segundo estes dados, as ginastas da 1ª divisão pesam
menos que as ginastas da divisão base.
19
Em relação à estatura, esta é superior nas ginastas da 1ª divisão que medem em média
138.7 cm, com uma amplitude de variação de 22.9 cm enquanto que as ginastas da divisão
base medem em média 136.1 cm, com uma amplitude de variação de 28.1 cm.
O valor médio da estatura sentado para as ginastas da 1ª divisão é 70.3 cm e a
amplitude é de 11.8 cm, sendo este maior do que nas ginastas da divisão base em que o valor
médio da estatura sentado é 69.8 cm e a amplitude de variação é de 12.9 cm.
No que diz respeito ao comprimento do membro inferior, este é superior nas ginastas
da 1ª divisão, que apresentam um valor médio de 68.4 cm maior e uma amplitude de variação
de 15 enquanto que as ginastas da divisão base, apresentam um valor médio de 66.3 cm e uma
amplitude de variação de 26.1.
No grupo de ginastas da 1ª divisão, a soma das pregas apresenta uma média de 33.5
mm e uma amplitude de variação de 25 mm, sendo este superior no grupo das ginastas da
divisão base em que a soma das pregas apresenta uma média de 37.6 mm e a amplitude de
variação é de 28 mm.
Em relação à estatura matura predita, as ginastas da 1ª divisão têm uma média de
161.3 cm e uma amplitude de variação de 11 cm. As ginastas da divisão base têm uma média
de 162.2 cm e uma amplitude de variação de 17.4 cm, sendo esta variável superior neste
grupo.
No nosso estudo, ao analisarmos os valores médios para a estatura e a massa corporal,
com base nos dados produzidos pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC,
2000), para a massa corporal, as ginastas da 1ªdivisão situam-se entre o percentil 50 e 75 e as
ginastas de divisão base entre percentil 10 e 25 e para a estatura o grupo de ginastas da 1ª
divisão está no percentil 50 e o grupo das ginastas de divisão base no percentil 25.
20
Tabela 2. Estatística descritiva para as variáveis da somatotipologia entre ginastas da 1ª divisão e ginastas da
divisão base.
Ginastas 1ª Divisão
(n=6)
Ginastas Divisão Base
(N=7)
Min Máx Média Dp A Min Máx Média Dp A
Endomorfismo 2.3 4.8 3.4 1.1 2.5 2.5 5.2 3.8 1.0 2.7
Mesomorfismo 1.2 3.3 2.1 0.8 2.1 1.6 3.4 2.6 0.7 1.8
Ectomorfismo 2.1 3.5 2.9 0.5 1.4 1.1 4.9 2.8 1.3 3.8
Legenda: Min – Valor Mínimo; Máx – Valor máximo; Dp – Desvio padrão; A – Amplitude de variação;
Na determinação do somatótipo, e de acordo com os procedimentos de Carter e Heath, (1990),
tendo em conta os valores obtidos pelos ginastas da 1ª divisão (3.4-2.1-2.9) classificamos este
grupo como endomorfo-ectomorfo o que relativamente ao grupo dos ginastas da divisão base
sua classificação é endomorfo-equilibrado.
Comparativamente com estudos realizados na ginástica, nomeadamente, num estudo
de Magalhães, E. (2003) as ginastas de artística feminina, quando comparadas com não
atletas, apresentam uma baixa taxa de endomorfia e uma alta taxa de mesomorfia, sendo por
isso, mais leves e altas em relação ao nosso estudo. Também Carter e Brallier (1988) numa
amostra com jovens ginastas, encontraram somatótipos agrupados entre 2-4-3.5, tendo todas
as distribuições mostrado uma baixa variabilidade de endomorfismo e uma alta variabilidade
de ectomorfismo e mesomorfismo.
4.1.2. Componente funcional entre ginastas da 1ª divisão e da divisão base
A estatística descritiva para a componente funcional entre ginastas da 1ª divisão e ginastas da
divisão base é apresentada nas tabelas 3 e 4.
Tabela 3. Estatística descritiva para as variáveis das capacidades funcionais na aplicação de testes físicos entre
ginastas da 1ª divisão e ginastas da divisão base.
21
Ginastas 1ª Divisão
(n=6)
Ginastas Divisão Base
(N=7)
Min Máx Média Dp A Min Máx Média Dp A
Flexão-extensão da bacia, # 14 22 16 3 8 5 21 14 5 16
Extensão-flexão do tronco, # 16 19 17 1 3 7 21 15 5 14
Flexão de braços, # 18 31 24 4 13 6 25 15 7 19
Ângulo “V”, seg 7 34 22 9 27 0 25 11 9 25
Resistência 2x10m, # 28 29 28 1 1 24 32 27 4 8
Espargata Sagital Dir. Anterior, cm (1) -12 22 8.8 12.4 34 -19 19 -1.5 13.7 38
Espargata Sagital Esq. Posterior, cm (1) -12 14 4.2 9.3 26 -19 16 -2 12.9 35
Espargata Sagital Esq. Anterior, cm (1) 0 18 6.8 6.7 18 -18 22 1.9 12.0 40
Espargata Sagital Dir. Posterior, cm (1) 0 13 3.8 6.0 13 -18 12 0.3 9.4 30
Espargata Frontal Membro Dir., cm (1) -5 39 15.7 14.8 44 -21 24 -0.1 14.4 45
Espargata Frontal Membro. Esq., cm (1) 5 53 26.5 19.9 48 -21 17 -1 12.8 38
Espargata Vertical Direita, cm (1) 0 25 9.5 11.6 25 0 35 15.1 14.6 35
Espargata Vertical Esquerda, cm (1) 0 20 10.3 8.5 20 0 24 10.4 9.2 24
Legenda: Min – Valor Mínimo; Máx – Valor máximo; Dp – Desvio padrão; A – Amplitude de variação;
Nota: (1) o valor 0 corresponde à amplitude de 180º: os valores negativos significam que as espargatas têm amplitude inferior a 180º; os
valores positivos significam que as espargatas têm uma amplitude superior a 180º.
No teste flexão-extensão da bacia, as ginastas da 1ª divisão realizaram em média 16 repetições
e a amplitude de variação foi de 8 repetições enquanto que as ginastas da divisão base
realizaram em média 14 repetições e a amplitude de variação foi de 16 repetições.
Quanto ao teste da extensão-flexão do tronco, 17 foi o valor médio de repetições que
as ginastas da 1ª divisão realizaram com uma amplitude de variação de 3 repetições. As
ginastas da divisão base realizaram em média 15 repetições com uma amplitude de variação
de14 repetições.
No teste da flexão de braços, as ginastas da 1ª divisão realizaram em média 24
repetições com uma amplitude de variação de 13 repetições. As ginastas da divisão base
realizaram em média 15 repetições, com uma amplitude de variação de19 repetições.
As ginastas da 1ª divisão mantiveram o ângulo “V”, em média, 22 segundos e a
amplitude de variação foi de 27 segundos. As ginastas da divisão base mantiveram o ângulo
“V”, em média, 11 segundos e a amplitude de variação foi de 25 segundos.
22
Em suma, nos testes da força, as ginastas da 1ª divisão tem melhores resultados que as
ginastas da divisão base, essencialmente nos testes da flexão de braços e do ângulo “V”.
Quanto ao teste de resistência, apesar das ginastas da 1ª divisão terem realizado em
média 28 repetições com uma amplitude de variação de1, as ginastas da divisão base fizeram
em média 27 repetições com uma amplitude 8, não havendo por isso grande diferença.
No que diz respeito aos testes da flexibilidade, e considerando que o valor 0
corresponde à amplitude de 180º, que os valores negativos significam que as espargatas têm
amplitude inferior a 180º e que os valores positivos significam que as espargatas têm uma
amplitude superior a 180º, podemos verificar que as ginastas da 1ª divisão têm, em média,
mais valores positivos e superiores do que as ginastas da divisão base.
Tabela 4. Estatística descritiva para as variáveis das capacidades funcionais na aplicação de testes de qualidades
físicas específicas entre ginastas da 1ª divisão e ginastas da divisão base.
Ginastas 1ª Divisão
(n=6)
Ginastas Divisão Base
(N=7)
Min Máx Média Dp A Min Máx Média Dp A
Flexão de braços, # 0 0 0 0 0 0 0.2 0.1 0.1 0.2
Ângulo “V”, # 0 0 0 0 0 0 0.5 0.2 0.2 0.5
Espargata sagital, # 0 0 0 0 0 0 0.1 0.0 0.0 0.1
Salto engrupado, # 0 0 0 0 0 0 0.3 0.1 0.1 0.3
Pirueta, # 0 0.2 0.1 0.1 0.2 0 0.3 0.2 0.1 0.3
Pancake, # 0 0 0 0 0 0 0.5 0.1 0.2 0.5
Flexão wenson, # 0 0.2 0.1 0.1 0.2 0.2 0.5 0.4 0.1 0.3
Ângulo “V” ½ volta, # 0 0 0 0 0 0 0.5 0.3 0.3 0.5
Salto engrupado 1 volta, # 0.1 0.2 0.2 0 0.1 0.1 0.5 0.3 0.1 0.4
Espargata Vertical, # 0 0 0 0 0 0 0.2 0.1 0.1 0.2
Legenda1: Min – Valor Mínimo; Máx – Valor máximo; Dp – Desvio padrão; A – Amplitude de variação;
Legenda 2: 0 - execução perfeita; 0,1 - pequeno desvio da execução perfeita; 0,2 - desvio significante da execução perfeita; 0,3 - grande
desvio da execução perfeita; 0,5 - Execução inaceitável ou queda
Nota: quanto menor é o valor, melhor é a execução dos elementos.
Quanto à flexão de braços, o erro foi 0 para as ginastas da 1ª divisão e as ginastas da
divisão base erraram em média 0.1 com uma amplitude de variação de 0.2.
23
No ângulo “V”, o erro foi 0 para as ginastas da 1ª divisão e as ginastas da divisão base
erraram em média 0.2 com uma amplitude de variação de 0.5.
Para a espargata sagital, o erro foi 0 para as ginastas da 1ª divisão, bem como para as
ginastas da divisão base.
Em relação ao salto engrupado, o erro foi 0 para as ginastas da 1ª divisão e as ginastas
da divisão base erraram em média 0.1 com uma amplitude de variação de 0.3.
Quanto à pirueta, para as ginastas da 1ª divisão o erro foi em média de 0.1, com uma
amplitude de variação de 0.2enquanto que as ginastas da divisão base erraram em média 0.2e
a amplitude de variação foi de 0.3.
Na pancake, o erro foi 0 para as ginastas da 1ª divisão e as ginastas da divisão base
erraram em média 0.1 com uma amplitude de variação de 0.5.
Para a flexão wenson, nas ginastas da 1ª divisão o erro foi em média de 0.1, com uma
amplitude de variação de 0.2,enquanto que as ginastas da divisão base erraram em média 0.4
com uma amplitude de variação de 0.3.
Em relação ao ângulo “V” com ½ volta, o erro foi 0 para as ginastas da 1ª divisão e as
ginastas da divisão base erraram em média 0.3e a amplitude de variação de 0.5.
Quanto ao salto engrupado com 1 volta, para as ginastas da 1ª divisão o erro foi em
média de 0.2 com uma amplitude de variação de 0.1 enquanto que as ginastas da divisão base
erraram em média 0.3e a amplitude de variação foi de 0.4.
Na espargata vertical o erro foi 0 para as ginastas da 1ª divisão e as ginastas da divisão
base erraram em média 0.1 com uma amplitude de variação de 0.2.
Em suma, para todos os elementos o erro é menor nas ginastas da 1ª divisão, sendo na
maior parte dos elementos o erro 0. Apenas nos elementos pirueta, flexão wenson e salto
engrupado com 1 volta, é registado erro nas ginastas da 1ª divisão e este encontra-se entre o
pequeno desvio da execução perfeita (0.1) e o desvio significante da execução perfeita (0.2).
Quanto às ginastas da divisão base, o elemento com menor erro é a espargata sagital e com
maior erro é a flexão wenson.
24
4.1.3. Morfologia externa, somatótipo e maturação somática entre ginastas e não
ginastas
A estatística descritiva média e desvio padrão e o teste de significância para as variáveis de
morfologia externa, somatótipo e maturação somática entre ginastas e não ginastas são
apresentadas nas tabelas 5,6 e 7.
Tabela 5. Estatística descritiva média e desvio padrão e teste de significância para as variáveis da morfologia
externa e maturação somática entre ginastas e não ginastas.
Ginastas
(n=13)
Não Ginastas
(n=33) t-test
Média Dp Média Dp t P
Idade cronológica, anos 9.9 0.9 9.5 0.6 1.475 0.16
Massa Corporal, Kg 34.3 7.6 34.8 6.7 -0.228 0.82
Estatura, cm 137.3 9.5 137.0 7.0 0.118 0.91
Estatura sentado, cm 70.0 4.4 70.9 4.8 -0.546 0.59
Comprimento do membro inferior, cm 67.3 7.1 66.2 6.9 0.501 0.62
Somatório das pregas, mm 35.6 10.4 44.4 17.6 -0.072 0.05*
Estatura matura predita, cm 161.8 5.2 163.2 6.0 -0.848 0.40
Estatura matura predita, % 84.9 6.2 83.9 6.3 -0.858 0.41
n.s.(não significativo); * (p<0.05), **(p<0.01)
Para as variáveis da morfologia externa, apenas o somatório das pregas de gordura subcutânea
apresenta diferenças estatisticamente significativas (p<0.05), com valores inferiores para a
amostra das ginastas. Nos estudos desenvolvidos por vários autores (Malina, 1970; Moffat et
al., 1984; Caldarone et al., 1987) quando comparadas ginastas com atletas da mesma idade e
de outras modalidades, verificaram que a principal característica das ginastas no que refere à
composição corporal, é possuírem uma baixa percentagem de tecido adiposo subcutâneo.
Verificaram, ainda, que estas apresentam um peso corporal e uma altura inferiores ao valor
médio apresentado por não ginastas da mesma idade. Também Cortieix et al., (2001)
classificaram as ginastas como tendo baixa estatura, peso e massa gorda. Para Caldarone e
Leglise (1986) citado por Araújo & Pereira (1993), as características biomecânicas
particulares dos movimentos gímnicos favorecem e selecionam atletas que são bem
25
proporcionadas, de baixa estatura, leves e com grande força muscular para que sejam capazes
de executar com grande coordenação neuro-muscular o que é exigido pela modalidade. Isto
poderá significar que a baixa estatura e o baixo peso não tenham que ser necessariamente
“fruto” do treino mas talvez que seja a predisposição genética que possa levar à prática da
ginástica. Para além disso, segundo Malina (1999), a estatura baixa das atletas são, em parte,
património familiar. Também Baxter-Jones e Maffuli (2001) dizem-nos que o treino não
parece afetar o crescimento e a maturação mas que as ginastas são selecionadas em estádios
primários pela sua baixa estatura e maturação tardia. Apesar dos pressupostos anteriores, no
nosso estudo, não existem diferenças estatisticamente significativas para a variável peso e
altura entre ginastas e não ginastas.
No nosso estudo, ao analisarmos os valores médios para a estatura e massa corporal
com base nos dados produzidos pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC,
2000) verificamos que o grupo das ginastas se encontram entre o percentil 25 e 50, estando
muito próximas do percentil 50, no entanto, o grupo de não ginastas apesar de se encontrarem
entre o percentil 25 e 50 a proximidade é para o percentil 25 para a estatura. Para a massa
corporal o grupo de ginastas está entre o percentil 50 e 75 e o grupo de não ginastas entre o
percentil 75 e 90. Num estudo realizado por Filaire & Lac (2002), estes concluíram que a
ginasta é caracterizada pela baixa estatura, percentagem de massa gorda muito baixa e que
estas se situam no percentil 10 entre o rácio idade/altura.
Tabela 6. Estatística descritiva média e desvio padrão e teste de significância para as variáveis da
somatotipologia entre ginastas e não ginastas.
Ginastas
(n=13)
Não Ginastas
(n=33) t-test
Média Dp Média Dp t P
Endomorfismo 3.6 1.0 4.3 1.5 -1.599 0.11
Mesomorfismo 2.7 0.8 3.1 1.2 -2.113 0.04*
Ectomorfismo 2.9 1.0 2.5 1.5 1.094 0.28
n.s. (não significativo); * (p<0.05), **(p<0.01)
No somatótipo, o mesomorfismo diferencia os ginastas das não ginastas (p<0.05), no entanto
a caracterização da amostra classifica as ginastas como sendo do tipo endomorfo-equlibrado e
26
as não ginastas como sendo meso-endomorfos. Num estudo feito Broeck et al., (1986) em que
compararam 18 ginastas com 18 não ginastas, verificaram que, nas ginastas, o somatótipo se
apresentava significativamente mais mesomórfico e menos endomórfico do que o grupo de
não ginastas. Para além disso, apresentavam menos percentagem de tecido adiposo
subcutâneo em proporção ao peso do corpo. Claessens e Levefre (1998), classificaram o
somatótipo das ginastas que estudaram como ecto-mesomorfico.
4.1.4 Componente funcional entre ginastas e não ginastas
A estatística descritiva média e desvio padrão e o teste de significância para as variáveis da
componente funcional entre ginastas e não ginastas são apresentados na tabela 7.
Tabela 7. Estatística descritiva média e desvio padrão e teste de significância para as variáveis das capacidades
funcionais na aplicação de testes físicos entre ginastas e não ginastas.
Ginastas
(n=13)
Não Ginastas
(n=33) t-test
Média Dp Média Dp t P
Flexão-extensão da bacia, # 15 4 12 4 1.948 0.06
Extensão-flexão do tronco, # 16 4 11 4 4.073 0.00**
Flexão de braços, # 19 7 8 5 5.823 0.00**
Ângulo “V”, seg 16 11 1 2 5.31 0.00**
Resistência 2x10m, # 28 3 28 3 0.427 0.67
Espargata Sagital Dir. Anterior, cm (1) 3.2 13.6 -19.4 9.8 5.453 0.00**
Espargata Sagital Esq. Posterior, cm (1) 0.9 11.4 -19.9 8.0 6.027 0.00**
Espargata Sagital Esq. Anterior, cm (1) 4.2 9.9 -20.3 8.3 8.521 0.00**
Espargata Sagital Dir. Posterior, cm (1) 1.9 7.9 -20.5 7.6 8.867 0.00**
Espargata Frontal Membro Dir., cm (1) 7.2 16.2 -25.2 11.7 7.565 0.00**
Espargata Frontal Membro. Esq., cm (1) 11.7 21.2 -25.4 11.1 5.985 0.00**
Espargata Vertical Direita, cm (1) 12.5 13.1 -72.6 26.0 14.695 0.00**
Espargata Vertical Esquerda, cm (1) 10.4 8.5 -75.6 25.5 17.077 0.00**
n.s.(não significativo); * (p<0.05), **(p<0.01)
Alguns autores citados Corte-Real (1997), referem que, na ginástica, muitos movimentos
requerem a manutenção do corpo em determinadas posições que dependem essencialmente da
27
força, essencialmente ao nível do abdominal e que uma boa flexibilidade é essencial para a
aquisição dos gestos técnicos.
Podemos verificar que, para as variáveis das capacidades funcionais na aplicação de
testes físicos, existem diferenças estatisticamente significativas (p<0.01), para todos os testes
de força, excepto para o teste de flexão-extensão da bacia, apesar do p se encontrar muito
próximo de 0,05. Segundo Marques (1993),”um bom desenvolvimento muscular constitui um
contributo decisivo para a capacidade de prestação desportiva e cumpre ainda uma importante
função de proteção ao reforçar e robustecer os pontos mais fracos do aparelho locomotor”, daí
a sua importância.
Também em todos os testes de flexibilidade existem diferenças estatisticamente
significativas (p<0.01), sendo a média das espargatas dos ginastas sempre positiva (valores
superiores 180º) e a dos não ginastas, sempre negativa (valores inferiores a 180º). Alves, E.
(1994) diz-nos que a flexibilidade é importante na medida que permite facilitar a técnica e
prevenir lesões.
No teste de resistência em termos médios e de significância, não existe diferença entre
os dois grupos, o que nos leva a concluir que a seleção não é evidenciada nesta componente.
28
CAPÍTULO V
Conclusões
___________________________________________________________________________
Com base nos resultados, podemos constatar que na ginástica aeróbica, no que diz respeito às
ginastas da 1ª divisão e às ginastas da divisão base:
- Nas variáveis da morfologia e maturação somática, as ginastas da 1ª divisão são mais
leves, mais altas e com valores superiores de estatura sentada e comprimento do membro
inferior. Quanto ao somatório das pregas, este é inferior nas ginastas da primeira divisão
bem como a estatura matura predita.
- As ginastas da 1ª divisão apresentam um somatótipo endomorfo-ectomorfo que difere das
ginastas da divisão base em que a sua classificação é endomorfo-equilibrado.
- Para a massa corporal, as ginastas da 1ªdivisão situam-se entre o percentil 50 e 75 e as
ginastas de divisão base entre percentil 10 e 25 e para a estatura o grupo de ginastas da 1ª
divisão está no percentil 50 e o grupo das ginastas de divisão base no percentil 25, com
base nos dados produzidos pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC,
2000).
Nos testes das capacidades funcionais os resultado sugerem que:
Capacidades físicas
Nos testes de força: as ginastas da 1ª divisão tem melhores resultados que as ginastas
da divisão base, essencialmente nos testes da flexão de braços e do ângulo “V”;
No teste de resistência: apesar das ginastas da 1ª divisão terem realizado em média 28
repetições com uma amplitude de variação de 1 repetição, as ginastas da divisão base
fizeram em média 27 repetições com uma amplitude de 8 repetições, não havendo por
isso grande diferença;
Nos testes de flexibilidade: as ginastas da 1ª divisão têm, em média, mais valores
positivos e superiores do que as ginastas da divisão base.
Qualidades físicas específicas
- Para todos os elementos o erro é menor nas ginastas da 1ª divisão, sendo na maior parte
dos elementos o erro 0;
29
No que diz respeito às ginastas e às não ginastas, os resultados indicam que:
- Ao nível da morfologia e maturação somática, apenas no somatório das pregas de
adiposidade, se verificam diferenças estatisticamente significativas entre estas, não
existem diferenças estatisticamente significativas no que diz respeito à massa corporal e
estatura e altura entre ginastas e não ginastas.
- Quanto ao somatótipo, a componente do mesomorfismo diferencia as ginastas das não
ginastas, no entanto a caracterização da amostra classifica as ginastas como sendo um
endomorfo-equlibrado e as não ginastas como sendo meso-endomorfos.
- Com base nos dados produzidos pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC,
2000), para a estatura, o grupo das ginastas encontra-se entre o percentil 25 e 50, estando
muito próximas do percentil 50, no entanto, o grupo de não ginastas apesar de se
encontrarem entre o percentil 25 e 50 a proximidade é para o percentil 25. Para a massa
corporal o grupo de ginastas está entre o percentil 50 e 75 e o grupo de não ginastas entre
o percentil 75 e 90.
Nos testes das capacidades funcionais, nomeadamente nos testes físicos:
- Nos testes de força: existem diferenças estatisticamente significativas (p<0.01), para
todos os testes, excepto para o teste de flexão-extensão da bacia, apesar do p se encontrar
muito próximo de 0,05;
- No teste de resistência: não existem diferenças estatisticamente significativas;
- No teste de flexibilidade: existem diferenças estatisticamente significativas (p<0.01), em
todos os testes.
Pela revisão bibliográfica os dados demonstram que até á presente data os estudos
efetuados com ginastas de ginástica artística, denotam que não existe uma definição evidente
que o treino afete o crescimento e a maturação nos ginastas, sendo mais consistente a seleção
natural por parte de ginastas, pais e treinadores.
30
CAPÍTULO VI
Limitações do Estudo
___________________________________________________________________________
Este estudo revela algumas limitações que deverão ser mencionadas. A primeira está
relacionada com o reduzido número de atletas desta faixa etária que não permitiu desenvolver
uma técnica estatística que permitisse tirar outras conclusões. Em futuros estudos deve ser
aumentado o número da amostra.
A segunda, está relacionada com o protocolo dos testes específicos que devem ser
mais esclarecedores quanto as normas a aplicar e devem ter valores de referência.
A terceira prende-se com o facto de estarmos a lidar com uma disciplina nova da
Ginástica em que não existe bibliografia nem dados para podermos comparar.
Para futuros estudos propomos a realização de estudos longitudinais, a inclusão de
variáveis de nutrição, metabolismos e fatores endócrinos para um controlo direto dos atletas e
comparar com medidas de crescimento na infância e adolescência da população desta
modalidade, propondo uma monitorização deste controlo durante os anos que é identificado
como talento.
31
CAPÍTULO VII
Referências Bibliográficas
___________________________________________________________________________
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36
ANEXOS
ANEXO I – PROTOCOLOS
1.1. Antropometria
1.1.1. Antropometria de Superfície
Massa corporal
Apesar de na medição da massa corporal ser desejável que os sujeitos se apresentem
desprovidos de vestuário, decidimos restringir a roupagem a peças leves, ficando os
observados em fato de banho ou em calções e camisola de manga curta, e descalços. Será
utilizada uma balança electrónica SECA, modelo 770, que providencia dados até às 100
gramas.
Estatura
Com a mesma roupagem permitida para a medição da massa corporal, o observado será
encostado ao estadiómetro, sendo a cabeça ajustada pelo observador de forma a orientar
correctamente o Plano Horizontal de Frankfurt. Por fim, seguindo as recomendações de
Gordon et al. (1988), será pedido ao sujeito para inspirar o máximo volume de ar, mantendo a
posição erecta. Utilizar-se-à um estadiómetro portátil Harpender.
Altura sentado
Utilizando um estadiómetro com banco acoplado (Sitting Height Table Harpender), o
observado senta-se de modo a permitir a medição da altura sentado.
Comprimento dos membros inferiores
Esta variável será estimada a partir da determinação da diferença entre a estatura e a altura
sentado.
37
Perímetros
Braquial
Este perímetro é medido com o membro superior direito flectido em ângulo recto ao nível da
articulação do cotovelo. A fita métrica (fita métrica metálica Rosscraft) envolve a maior
circunferência do braço.
Braquial em contracção máxima
Este perímetro é medido com o membro superior direito flectido em ângulo recto ao nível da
articulação do cotovelo. A fita métrica (fita métrica metálica Rosscraft) envolve a maior
circunferência do braço em contracção máxima.
Geminal máxima
O observado permanece na posição antropométrica de referência com o peso do corpo
distribuído sobre os dois apoios. Utilizando uma fita métrica metálica Rosscraft é efectuada
uma medida do perímetro ao nível da máxima circunferência do segmento, aproximadamente
no terço proximal.
Diâmetros
Bicôndilo-umeral
O observado eleva o membro superior direito com a articulação do cotovelo flectida em
ângulo recto. Posicionado de frente para o sujeito, o antropometrista usa o compasso de
pontas redondas (Rosscraft Campbell Caliper 10) para medir a distância entre os pontos
laterais dos côndilos da epífise inferior do úmero.
Bicôndilo-femoral
Virado para o antropometrista, o sujeito senta-se de modo a ficar com o joelho direito flectido
em ângulo recto. Nesta posição, o antropometrista procede à palpação dos pontos laterais
extremos dos côndilos da epífise inferior do fémur para aí aplicar as hastes do compasso de
pontas redondas (Rosscraft Campbell Caliper 10). Nalguns casos, é necessária uma ligeira
força compressiva para remover a porção da largura atribuível aos tecidos moles.
38
Pregas
Na recolha de todas as pregas de gordura subcutânea, recorreu-se a um Slim Guide Skinfold
Caliper. As pregas são medidas dos valores locais dos depósitos de gordura subcutânea. A
técnica de medição das pregas de gordura subcutânea é efectuada usando o polegar e o
indicador em forma de pinça, destacando-se com firmeza a pele e a gordura subcutânea dos
outros tecidos subjacentes. Com a prega agarrada de forma firme, colocam-se as pontas do
adipómetro a cerca de 2 cm ao lado dos dedos, a uma profundidade de aproximadamente 1
cm, numa posição perpendicular em relação à prega. A leitura deverá proceder-se antes de
largar a prega e após decorridos 2 a 3 segundos depois de colocado o adipómetro. As medidas
poderão ser medidas do lado direito ou esquerdo do corpo. As pontas do adipómetro deverão
apresentar uma pressão constante de 10 g/mm2. Deverão ser efectuadas duas medições e o
valor final é encontrado através da média dessas duas medições.
Tricipital
A prega de gordura assume uma orientação vertical na face posterior do braço direito, a meia
distância entre os pontos acromial e olecraneano. Recorreu-se a um Slim Guide Skinfold
Caliper tal como para todas as outras pregas.
Subescapular
Esta prega assume uma orientação oblíqua (olha para baixo e para fora) e é medida na região
posterior do tronco, mesmo abaixo do vértice inferior da omoplata.
Suprailíaca
Como o próprio nome indica, a prega suprailíaca é medida imediatamente acima da crista ilíaca, ao
nível da linha midaxilar.
Geminal
Esta prega vertical é medida com a articulação do joelho flectida em ângulo recto, estando o
observado sentado. A dobra de gordura subcutânea é destacada na face interna,
39
aproximadamente ao mesmo nível do plano horizontal onde foi medida a circunferência
geminal.
1.1.2. Medidas Antropométricas Compostas
Somatotipologia
Para a determinação do somatótipo utilizaram-se os procedimentos previstos por Carter e
Heath (1990).
Endomorfismo
No cálculo desta componente utilizámos a fórmula:
-0.7182 + 0.1451(X) – 0.00068(X2) + 0.0000014(X
3)
em que (X) corresponde à soma das pregas de gordura subcutânea tricipital,
subescapular e suprailiaca. Para corrigir o endomorfismo para a estatura multiplicámos
(X) por (170.18/estatura do observado). Este procedimento é proposto por Carter e
Heath (1990) e por Malina (1995), no entanto a vasta literatura que faz uso da
somatotipologia não é clara quanto à obediência deste pressuposto.
Mesomorfismo
Determinado com recurso à fórmula:
[(0.858 x diâmetro bicôndilo-umeral) + (0.601 x diâmetro bicôndilo-femoral) + (0.188
x circunferência braquial máxima corrigida) + (0.161 x circunferência geminal
corrigida)] – (estatura x 0.131) + 4.50
A correcção das circunferências era feita através da subtracção das pregas de gordura
divididas por 10. Isto é, à circunferência braquial máxima subtraia-se a prega de gordura
tricipital dividida por 10 e à circunferência geminal subtraia-se a prega de gordura
geminal também dividida por 10. A necessidade de dividir as pregas de gordura por 10
resulta do facto das circunferências estarem em cm e as pregas de gordura em mm.
40
Ectomorfismo
Na determinação da terceira componente do somatótipo necessitámos de calcular
previamente o índice ponderal recíproco (IPR) dado pela seguinte expressão:
Estatura (cm)/massa corporal (kg)⅓
Se IPR ≥ 40.75, ectomorfismo = IPR x 0.732 – 28.58
Se IPR < 40.75 e > 38.25, ectomorfismo = IPR x 0.463 – 17.63
Se IPR ≤ 38.25, ectomorfismo = 0.1
Soma das pregas de gordura subcutânea
Trata-se da soma aritmética dos valores correspondentes à medição de quatro pregas de
gordura subcutânea, a tricipital, a subescapular, a supraíliaca e a geminal.
Considerando a idade cronológica, registam-se os coeficientes da tabela 1 utilizados na
fórmula:
βo + C1 * (Estatura em lb) + C2 * (Massa corporal em in) + C3* (Estatura media parental)
A conversão da estatura e da massa corporal é obtida pelas seguintes correspondências [1
in = 2.54 cm; 1 lb = 433.59 g].
Depois de aplicada a fórmula de Khamis & Roche (1994, 1995), é necessário voltar a
converter a estatura matura predita de in para cm, permitindo, assim, que a estatura observada
seja expressa em valor percentual do valor matura estimado.
O indicador maturacional é dado pela percentagem de estatura matura predita, alcançada
no momento da medição anterior.
% estatura matura predita = (estatura no momento / estatura matura predita) x
100
41
Tabela 1.1 -Coeficientes necessários para a utilização do método Khamis-Roche com
o objectivo de determinar a estatura matura predita – sexo feminino
Idade
cronológica B
C1
(Estatura)
C2
(Massa
corporal)
C3 (Estatura média
parental)
04.0-04.4 -10.2567 1.23812 -0.087235 0.50286
04.5-04.9 -10.7190 1.15964 -0.074454 0.52887
05.0-05.4 -11.0213 1.10674 -0.064778 0.53919
05.5-05.9 -11.1556 1.07480 -0.057760 0.53691
06.0-06.4 -11.1138 1.05923 -0.052947 0.52513
06.5-06.9 -11.0221 1.05542 -0.049892 0.50692
07.0-07.4 -10.9984 1.05877 -0.048144 0.48538
07.5-07.9 -11.0214 1.06467 -0.047256 0.46361
08.008.4 -11.0696 1.06853 -0.046778 0.44469
08.5-08.9 -11.1220 1.06572 -0.046261 0.43171
09.0-09.4 -11.1571 1.05166 -0.045254 0.42776
09.5-09.9 -11.1405 1.02174 -0.043311 0.43593
10.0-10.4 -11.0380 0.97135 -0.039981 0.45932
10.5-10.9 -10.8286 0.89589 -0.034814 0.50101
11.0-11.4 -10.4917 0.81239 -0.029050 0.54781
11.5-11.9 -10.0065 0.74134 -0.024167 0.58409
12.0-12.4 -9.3522 0.68325 -0.020076 0.60927
12.5-12.0 -8.6055 0.63869 -0.016681 0.62279
13.0-13.4 -7.8632 0.60818 -0.013895 0.62407
13.5-13.9 -7.1348 0.59228 -0.011624 0.61253
14.0-14.4 -6.4299 0.59151 -0.009776 0.58762
42
14.5-14.9 -5.7578 0.60643 -0.008261 0.54875
15.0-15.4 -5.1282 0.63757 -0.006988 0.49536
15.515.9 -4.5092 0.68548 -0.005863 0.42687
16.016.4 -3.9292 0.75069 -0.004795 0.34271
16.5-16.9 -3.4873 0.83375 -0.003695 0.24231
17.0-17.4 -3.2830 0.93520 -0.002470 0.12510
17.5-17.9 -3.4156 1.05558 -0.001027 -0.00950
1.2. Bateria de testes para avaliação física e específica de GA – FGP
1.2.1. Capacidades Físicas
FORÇA
1. Nº máximo de flexão-extensão da bacia em suspensão no espaldar (20’’);
Posição Inicial:
Suspensão total no espaldar com membros inferiores juntos em extensão.
Ação:
Flexão da bacia com elevação dos membros inferiores até ao mínimo de 90º
(paralelo ao solo)
Posição Final:
Suspensão total no espaldar com membros inferiores juntos em extensão.
2. Nº máximo de extensão-flexão do tronco em decúbito ventral no plinto (20’’);
Posição Inicial:
Decúbito frontal com 90º da flexão da bacia, mãos apoiadas na cabeça com
cotovelos para a frente a tocar no colchão.
Ação:
Elevação do tronco até 180º (ficando o tronco paralelo ao solo)
43
Posição Final:
Posição de decúbito frontal com 90º da flexão da bacia, mãos apoiadas na
cabeça com cotovelos para a frente a tocar no colchão.
3. Nº máximo flexões de braços no solo (20’’);
Posição Inicial:
Apoio facial com membros superiores em extensão.
Ação:
Flexão dos membros superiores com ombros á mesma altura dos cotovelos,
braços paralelos ao solo.
Posição Final:
Apoio facial com membros superiores em extensão.
4. Tempo máximo de permanência em ângulo V no solo;
Posição Inicial:
Sentado de pernas afastadas em extensão a 90º, mãos totalmente apoiadas no
solo entre as pernas.
Ação:
Elevação do solo ficando apenas o apoio das mãos.
Posição Final:
Assim que os calcanhares tocarem o solo.
RESISTÊNCIA
Nº de percursos em corrida entre as linhas de 10x10m (2 min.)
Posição Inicial:
Decúbito frontal, fora da área de 10x10m, com membros superiores em
extensão, com dedos a tocar na fora da linha de 10m.
Ação:
Elevação para a posição de pé, corrida de ida e volta entre as linhas de 10x10m
a tocar no solo fora de cada linha.
Posição Final:
44
Toque fora de uma das linhas, com contagem do número de percursos
realizados.
FLEXIBILIDADE
1- Espargata sagital direita anterior e esquerda posterior
2- Espargata sagital esquerda anterior e direita posterior
(Medição da amplitude de elevação do membro inferior á frente e atrás)
Posição:
Espargata sagital com apoio das mãos no solo de cada lado da perna da frente, tronco
vertical, alinhamento do apoio das mãos na vertical aos ombros. (importante controlo
da postura dos ginastas).
3- Espargata frontal
Medição da amplitude de ambos os membros inferiores para os casos sem 180º
de amplitude.
Medição da amplitude do membro inferior esquerdo e direito para casos com
180º ou mais amplitude.
4- Espargata vertical sagital direita
(Medição da amplitude de elevação do membro inferior livre.)
Posição:
Espargata vertical com apoio das mãos no solo, aproximação da cabeça ao joelho da
perna de apoio e rotação externa da bacia.
1.2.2. Qualidades Físicas Específicas
Tabela 1.2 – Elementos de dificuldade do escalão iniciado (CIP-FIG, 2013-2017)
45
Elementos
Descrição Símbolo
Push-up
Front support
Perform a push up with the downward and the
upward phase.
Front support
Wenson push-up
Front support with one extended leg supported on
the upper part of the triceps of the same side
(wenson).
Both legs must be straight.
From wenson a push up is performed.
Finishin front support.
Straddle support
Straddle seat.
The body is supported by both arms with only the
hands in contact with the floor.
Both hands are placed in front of the body.
Hips are flexed and legs straddled (minimum
width 90°) and parallel to the floor.
5 hold for 2 seconds.
Straddle support ½ turn
Straddle support.
The body turns 180°.
Hold for 2 seconds, at the start, during or end of
the1/2 turn.
Changing hands on the floor up to 2 times.
1/1 Air turn
A two-foot take off with the body vertical, fully
extended.
While airborne the body turns 360°.
Position of arms is optional.
Landing with feet together.
Tuck jump
A Vertical Jump where the legs are lifted, with
knees bent close to the chest, a Tuck.
Landing feet together.
1/1 Turn Tuck jump
A Vertical Jump with a 360° turn.
While airborne, show a Tuck.
Landing with feet together, facing the same
direction as the start.
46
Split
The legs are fully extended into a Sagital Split.
The hips are square. Vertical split
While one leg supports the body, the other leg is
lifted 180° to a Vertical Split.
The hands touch the floor besides the supporting
foot.
Head, trunk and leg are all alignment.
Split Through (Pancake)
Frontal split.
The torso fold forward until the chests is on the
floor.
The legs continue the rotation at the hip joint until
the body is in extended prone.
1.3. Instrumentarium
1.3.1. Antropometria
Medidas Material
Massa corporal Balança eletrónica SECA, modelo 770, com aproximação às 100
gramas.
Estatura e Altura sentada
Fita métrica de 200 centímetros graduada em cm e mm. Ou
estadiómetro com banco acloplado Sitting Height Table
Harpender
Estadiómetro portátil Harpender.
Diâmetros Compasso de pontas redondas Rosscraft Campbell Caliper 1.
Pregas de adiposidade subcutânea Slim Guide Skinfold Caliper.
Perímetros Fita métrica metálica Rosscraft (1 metro), graduada em cm e mm.
1.3.2. Bateria de testes para avaliação física e específica de GA
Testes Material
Força
1 Cronómetro, espaldar e colchão fino.
2 Cronómetro, cavalo e colchão fino.
3 Cronómetro, colchão de quedas e colchão fino.
4 Cronómetro.
Resistência Cronómetro e fita adesiva para marcar o chão.
Flexibilidade Colchão fino e réguas de 50 cm.
47
ANEXO II – Fichas de observação
2.1. Morfológica e Funcional
FICHA DE OBSERVAÇÃO
Responsável……………………. Data Observ. …../…../…..Hora de Observ. …..h…..min.
I - Dados pessoais da observada Ficha nº ………..
Nome……………………………………… Data Nasc. ……/……/…… Idade ……… Anos
Clube/Escola …………………………………… Há quantos anos pratica ……………
II - Dados Antropométricos
Estatura ……….cm
Altura sentada ………cm
Comprimento membros inferiores ……….cm
Massa corporal ……….cm
Altura da mãe ……….cm
Altura do pai ……….cm
Pregas de adiposidade:
Tricipital ……….mm Subescapular ……….mm Suprailíaca ……….mm
Geminal ……….mm
Diâmetros:
Bicôndilo-umeral ……….cm Bicôndilo-femural ……….cm
Perímetros:
Braquial ……….cm Braquial Máx. ……….cm Geminal ……….cm
48
2.2. Bateria de testes para a avaliação física e específica de GA
FICHA DE OBSERVAÇÃO
Responsável……………………. Data Observ. …../…../…..Hora de Observ. …..h…..min.
I - Dados pessoais da observada Ficha nº ………..
Nome……………………………………… Data Nasc. ……/……/…… Idade ……… Anos
Clube/Escola …………………………………… Há quantos anos pratica ……………
II –Capacidades Físicas
Força:
1 ……….cm 2 ……….cm 3 ……….cm 4 ……….cm 5 ……..cm
Resistência:
1 ……….rep.
Flexibilidade:
1 ……….cm 2 ……….cm 3 ……….cm 4 ……….cm5 ……..cm
III – Qualidades Físicas e Específicas
Flexão de braços ……… Flexão de braços wenson ……….
Ângulo “V” ………. Ângulo “V” ½ volta ……….
Salto engrupado ………. Salto engrupado 1 volta ………. Pirueta ……….
Espargata sagital ………. “Pancake” ……… Espargata vertical ………
49
Observações
…………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………...
…………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………
50
ANEXO III
Termo de Consentimento
A Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra no
âmbito da recolha de dados para a Tese de Mestrado em Treino Desportivo para Crianças e
Jovens nas áreas da antropometria e avaliação da condição física, convida a sua educanda a
participar voluntariamente nesta iniciativa.
Os professores responsáveis são o Prof. Doutor Vasco Vaz e o Prof. Doutor António
Figueiredo, orientadores das alunas de mestrado Doutora Vanda Dias e Doutora Filipa Dunker
e terão à sua volta uma equipa de investigadores das áreas onde irão incidir a recolha de
dados.
A recolha de dados será realizada nas instalações da Escola Básica nº1 de Cantanhede no dia
19 de Abril de 2013 com início às 14h.
Dado o entendimento das implicações do estudo, permitindo assim a utilização dos resultados
para fins científicos e pedagógicos e a concordância com uma participação voluntária,
suscetível de ser interrompida em qualquer altura, solicitamos o preenchimento do termo e a
assinatura das partes envolvidas.
Eu (aluna)_____________________________concordo em participar nas sessões acima
descritas, e eu (responsável legal)____________________________________, autorizo a sua
participação, utilização dos resultados e utilização do registo de imagem com uso restrito
confinado às instituições envolvidas.
(Local)_____________, ______de____________ de 2013
Assinatura da aluna
________________________
Assinatura do Responsável Legal
________________________
Nota: deverá anexar ao termo a fotocópia do B.I ou Cartão de Cidadão dos responsáveis legais de forma a
podermos ter acesso à alturas dos pais (dado absolutamente necessário para o estudo).
51
ANEXO IV– Carta entregue no Agrupamento de Escolas Marquês de
Marialva
A Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra tem na
sua oferta educativa diversos cursos de 2º ciclo constituindo-se o Mestrado em Treino
Desportivo como um desses elementos.
No culminar das tarefas avaliativas os mestrandos têm de proceder à realização de uma
dissertação que evidencie os seus dotes investigacionais necessitando, para esse efeito, de
recolher um conjunto de dados para dar sequência a esta exigência.
É nesta perspectiva que se solicita a autorização para que as Dras Filipa Dunker e Vanda Dias,
estudantes do referido mestrado, possam proceder a uma recolha de dados nas dimensões
antropométrica e funcional junto de alguns dos alunos do Agrupamento de Escolas Marquês
de Marialva.
Para uma mais efectiva contextualização poder-se-á encontrar abaixo os pormenores
associados à investigação.
Título provisório
Maturação, crescimento e qualidades físicas especificas da modalidade de ginástica em jovens
femininas peri-pubertárias.
Identificação da equipa:
Dra Filipa Dunker e Dra Vanda Dias (investigadoras)
Professor Doutor António Figueiredo e Professor Doutor Vasco Vaz (orientadores)
Instituição de origem da equipa de investigação:
Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra
Instituições associadas até à presente data:
Academia CantanhedeGym;
Descrição da Amostra:
Escalão etário 9-11 anos
G1: Ginastas da Seleção Nacional - Elite (n=15)
G2: Ginastas de âmbito local – Regional (n=40)
G3: População escolar (n=40)
[o grupo G3 corresponde à amostra para a qual é necessária a autorização do Agrupamento de Escolas
Marquês de Marialva]
Escalão etário 12-14 anos
G1: Ginastas da Seleção Nacional - Elite (n=15)
52
G2: Ginastas de âmbito local – Regional (n=40)
G3: População escolar (n=40)
[o grupo G3 corresponde à amostra para a qual é necessária a autorização do Agrupamento de Escolas
Marquês de Marialva]
Avaliações
Antropometria
Irá ser feito o registo dos seguintes dados: idade cronológica, estatura, altura sentada,
comprimento dos membros inferiores, massa corporal, altura da mãe, altura do pai, perímetro
braquial, braquial máximo e geminal, prega tricipital, prega subescapular, prega suprailíaca,
prega geminal, diâmetro bicôndilo-umeral e bicôndilo-femural.
Capacidades funcionais
Bateria de testes para avaliação física e específica de ginástica aeróbica da Federação de
Ginástica de Portugal
Relativamente ao estudo e concomitante recolha de dados dão-se as seguintes garantias:
A pesquisa efetuar-se-á com a aplicação dos testes acima descritos, mas mantendo-se o
anonimato de cada resultado.
Somente o investigador e os orientadores terão acesso aos resultados de cada teste e medições.
O estudo é comparativo apenas por grupos de prática e não por pessoas individuais;
Serão enviados consentimentos informados para serem assinados pelos responsáveis legais de
todas as menores em estudo respeitando-se a condição de voluntariado.
Os nossos melhores cumprimentos,
Coimbra, 27 de Novembro de 2012
Investigadoras Orientadores
(Dra Filipa Dunker)
(Professor Doutor António Figueiredo)
(Dra Vanda Dias)
(Professor Doutor Vasco Vaz)