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MARCOS LUIZ DA SILVA
PREVALÊNCIA DE LESÕES EM ATLETAS DE VOLEIBOL MASCULINO DA
UNISUL -UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
Tubarão, 2005
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MARCOS LUIZ DA SILVA
PREVALÊNCIA DE LESÕES EM ATLETAS DE VOLEIBOL MASCULINO DA
UNISUL -UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
Monografia apresentada ao curso defisioterapia, como requisito à obtenção dotítulo de Bacharel em fisioterapia.
Universidade do Sul de Santa Catarina
Orientador: Esp. Alexandre Figueiredo Zabot
Tubarão, 2005
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MARCOS LUIZ DA SILVA
PREVALENCIA DE LESÕES EM ATLETAS DE VOLEIBOL MASCULINO DA
UNISUL - UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
Essa monografia foi julgada adequada àobtenção do grau de bacharelado emFisioterapia e aprovada em sua forma finalpelo Curso de Bacharelado em Fisioterapia.
Universidade do Sul de Santa Catarina
Tubarão, 21 de novembro de 2005
______________________________Prof. Alexandre Figueiredo Zabot
Universidade do Sul de Santa Catarina
______________________________Prof. Jaqueline de Fátima Biazus
Universidade do Sul de Santa Catarina
_______________________________Prof. Kelser Kock
Universidade do Sul de Santa Catarina
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais Maria Roseli da
Silva e Silvio da Silva, pela luta constante para que
eu conseguisse realizar um sonho. As minhas irmãs
Cheila e Scharlene da Silva e ao meu cunhado, João
Ricardo por todo o apoio e força depositada em
mim. A Deus, pelo privilégio que me concedeu em
conviver com essas pessoas importantes pra mim, e
por ter me ajudado a superar mais essa etapa de
minha vida.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus, por ter me dado
forças para terminar esse trabalho, mesmo perante a
alguma dificuldade.
À minha família um agradecimento especial, por
estar sempre presente nas horas difíceis desta
caminhada.
À minha namorada Karina, pelo amor, paciência,
força e compreensão nas horas de desânimo.
A toda a equipe de vôlei da Unisul e seus dirigentes
que me deram total apoio e depositaram confiança
em meu trabalho.
E por fim a todas as pessoas que direta ou
indiretamente me ajudaram na realização do mesmo.
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RESUMO
No mundo moderno, onde o desenvolvimento do corpo e da mente anda lado-a-lado, praticaresporte significa estar ligado ao mundo. Porém o que muita gente ainda confunde é a questãode achar que esporte é saúde, quando na verdade esporte é desempenho. Por isso o presentetrabalho tem como objetivo geral levantar o número de lesões sofridas pelos atletas devoleibol da Unisul, e como objetivos específicos, saber a atividade que ocorreu a lesão, ostipos de lesões, o momento da lesão, o mecanismo de lesão, o lado envolvido e a localizaçãoanatômica das lesões. Dentre os dados coletados pode-se observar na atividade que ocorreu alesão todos as posições obtiveram mais que 50% das lesões em treinos. Nos tipos de lesões, avariação de dados foi maior tendo uma predominância nas lesões tendinosas e entorses. Nomomento das lesões observa-se uma predominância nas lesões sofridas no bloqueio e ataque.Já no mecanismo de lesão o trauma indireto recebe maior influencia sobre as lesões. Quandofalamos no lado envolvido, as lesões ficam dispersas mantendo um percentual deaproximadamente 50% para cada lado. Os dados deste trabalho corroboram com o resultadosde outros autores que realizaram pesquisas semelhantes.
Palavras Chave: Prevalência; Lesões do esporte;
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ABSTRACT
In the modern world, where the development of the body and the mind walks side-the-side, topractise sport it means to be on to the world. However what much people still confuse it is thequestion to find that sport is health, when in the truth sport is performance. Therefore thepresent work has as objective generality to raise the number of injuries suffered for theathletes from voleibol of the Unisul, and as objective specific, to know the activity that theinjury occurred, the types of injuries, the moment of the injury, the mechanism of injury, theinvolved side and the anatomical localization of the injuries. Amongst the collected date it canbe observed in the activity that occurred the injury all the positions had gotten more than 50%of the injuries in train. In the types of injuries, the variation of date was bigger having apredominance in the tendinosas injuries and sprains. At the moment of the injuries apredominance in the injuries suffered in the blockade is observed and has attacked. No longerinjury mechanism the indirect trauma receives greater influences on the injuries. When wespeak in the involved side, the injuries are dispersed keeping a percentage of approximately50% for each side. The date of this work corroborate with the results of other authors who hadcarried through similar research.
Key Words: Prevalence; Athletic Injuries;
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LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01 – Atividade que ocorreu as lesões – Atacantes.......................................................35
Gráfico 02 – Atividade que ocorreu as lesões – Levantadores.................................................36
Gráfico 03 – Atividade que ocorreu as lesões – Líbero...........................................................36
Gráfico 04 – Tipos de Lesão – Atacantes.................................................................................37
Gráfico 05 – Tipos de Lesão – Levantadores............................................................................38
Gráfico 06 – Tipos de Lesão – Líbero......................................................................................38
Gráfico 07 – Momento das Lesões – Atacantes........................................................................39
Gráfico 08 – Momento das Lesões – Levantadores..................................................................40
Gráfico 09 – Momento das Lesões – Líbero.............................................................................41
Gráfico 10 – Mecanismo de Lesão – Atacantes........................................................................41
Gráfico 11 – Mecanismo de Lesão – Levantadores..................................................................42
Gráfico 12 – Mecanismo de Lesão – Líbero.............................................................................42
Gráfico 13 – Lado Envolvido – Atacantes................................................................................43
Gráfico 14 – Lado Envolvido – Levantadores..........................................................................44
Gráfico 15 – Lado Envolvido – Líbero.....................................................................................45
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................12
2 CARACTERISTICAS DAS LESÕES...............................................................................15
2.1 Lesão...................................................................................................................................15
2.1.1 Definição de lesão............................................................................................................15
2.1.2 Mecanismo de lesão.........................................................................................................16
2.1.2.1 Visão global dos mecanismos de lesão.........................................................................17
2.1.3 Determinação da gravidade da lesão................................................................................17
2.1.4 Principais fatores auxiliares da lesão...............................................................................18
2.1.4.1 Idade..............................................................................................................................19
2.1.4.2 Sexo...............................................................................................................................19
2.1.4.3 Genética........................................................................................................................19
2.1.4.4 Estado fisiológico e condição física..............................................................................20
2.1.4.5 Nutrição.........................................................................................................................20
2.1.4.6 Estado psicológico........................................................................................................20
2.1.4.7 Fadiga............................................................................................................................20
2.1.4.8 Equipamento.................................................................................................................21
2.2 Tipos de Lesão...................................................................................................................21
10
2.2.1 Fratura..............................................................................................................................21
2.2.2 Contusão...........................................................................................................................22
2.2.3 Lesão Musculotendinosa..................................................................................................23
2.2.4 Entorses............................................................................................................................23
2.2.5 Luxação............................................................................................................................24
2.2.6 Lesão Tendinosa..............................................................................................................25
2.3 Resposta Inflamatória......................................................................................................26
2.4 Biomêcanica do Voleibol..................................................................................................27
2.4.1 Biomecânica dos Gestos desportivos do Voleibol..........................................................28
2.4.2 Números do Voleibol.......................................................................................................30
3 DELINEAMENTO DA PESQUISA...................................................................................32
3.1 Tipo de pesquisa................................................................................................................32
3.1.1 Classificação quanto à abordagem...................................................................................32
3.1.2 Classificação quanto ao nível...........................................................................................32
3.1.3 Classificação quanto ao procedimento.............................................................................33
3.2 População/amostra............................................................................................................33
3.3 Instrumentos utilizados para coleta de dados................................................................33
3.4 Procedimentos utilizados na coleta de dados..................................................................33
3.5 Procedimentos para análise e interpretação de dados...................................................34
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS..........................................................................35
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................51
11
REFERÊNCIAS......................................................................................................................52
APÊNDICES............................................................................................................................56
Apêndice A – Questionário......................................................................................................57
Apêndice B – Quadros e Gráficos............................................................................................60
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1 INTRODUÇÃO
No mundo moderno, onde o desenvolvimento do corpo e da mente anda lado-a-
lado, praticar esporte significa estar ligado ao mundo. O esporte hoje tem o poder de trazer
“status” ao praticante, é onde a pessoa passa a pertencer a um grupo ou comunidade, e passa a
ser reconhecida pelo que faz. Hoje em dia, ainda há uma confusão em relação a esporte de
alto nível e saúde, quando na verdade esporte é desempenho. Entrando em uma especificidade
maior, o voleibol é hoje praticado em muitos lugares do Brasil de forma onde o desempenho
do atleta é o principal objetivo. Trazendo com isso muitas conseqüências boas e ruins para os
desportistas.
Quando falamos em lesões esportivas, temos que analisar vários pontos
importantes, entre eles, a suscetibilidade do atleta a sofrer lesões e a exposição que este atleta
sofre aos variados tipos de lesões ou mecanismos de lesões. Atualmente, a prática do voleibol
envolve gestos variados e complexos, gestos esses que são realizados para aprendizagem ou
aperfeiçoamento, sendo então repetidos inúmeras vezes, até a exaustão, expondo assim o
atleta a uma sobrecarga de treinamento.
Estar ciente de como é feito o treinamento do atleta, quais as jogadas são mais
favoráveis ao desenvolvimento de lesões, como a lesão afeta a vida pessoal e profissional,
quais recursos estão disponíveis para o tratamento, de que tipo de suporte dispõe o atleta é
fundamental para o profissional fisioterapeuta que atuará na área desportiva.
13
Para o profissional de saúde é importante estar familiarizado com as lesões
específicas do esporte, tanto para prestar um atendimento individual adequado, bem como
para prevenir estas lesões. Cabe lembrar que hoje a fisioterapia já se faz indissolúvel da
medicina desportiva, portanto uma depende da outra para que se obtenha resultados mais
rápidos e satisfatórios.
Especialistas em Medicina do Esporte do mundo inteiro têm procurado estudar as
alterações fisiológicas, metabólicas e psicológicas dos “atletas”, sendo a identificação destes
fatores primordial, pois esses estudos se tornam um auxílio no planejamento de um
treinamento, assim podendo reduzir o número de lesões que ocorrem durante os treinamentos
e jogos.
A função da fisioterapia no voleibol e nos esportes como um todo, se encontra no
ato de prevenir e tratar lesões desportivas, para isso é de suma importância para a fisioterapia
uma avaliação completa do atleta e do meio a qual ele vive.
Estudos epidemiológicos estão se tornando cada vez mais freqüentes com atletas,
pois a epidemiologia nos trás a exata noção de como anda o atleta mundial e neste caso o
atleta brasileiro.
Falar em lesão desportiva dentro do esporte de alto rendimento é lembrar que toda
lesão sofrida causa perdas para o atleta e para sua equipe, portanto evitá-las se torna de
relevante importância. Neste trabalho definimos lesão desportiva como: todo acidente que
impede o treinamento ou à prática da atividade esportiva por pelo menos um dia e requer
atenção médica especializada, (LEADBETTER et al apud ZABOT, 2001).
Com isso o trabalho tem como objetivo geral levantar o número de lesões sofridas
pelos atletas de voleibol masculino da Unisul, e como objetivos específicos, saber a atividade
que ocorreu a lesão, os tipos de lesões, o momento da lesão, o mecanismo de lesão, o lado
envolvido e a localização anatômica das lesões.
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Esta pesquisa é do tipo descritiva, quantitativa e de levantamento. Contou com 13
atletas que integram a equipe de vôlei da Unisul, onde todos responderam a um questionário.
O trabalho se inicia dando uma introdução sobre esporte de rendimento, especificamente o
voleibol. Já no segundo capítulo, o enfoque está nas lesões, seus tipos e suas particularidades
e na biomecânica do voleibol. No terceiro capítulo a atenção é voltada para o tipo de pesquisa,
procedimento para coleta e interpretação dos dados. Dados esses que são discutidos e
analisados no capítulo quatro. Tendo como desfecho as considerações finais apresentadas no
capítulo cinco.
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2 CARACTERÍSTICA DAS LESÕES
2.1 Lesão
Quando falamos em lesão existe uma relação direta com a dor, pois
independentemente do tamanho da lesão a característica mais marcante dentre as outras é a
sua dor. A lesão pode ser caracterizada como grave ou leve e sempre vem acompanhada com
outros fatores, que influenciarão na qualidade de vida das pessoas, alguns fatores são, custos
físicos, emocionais e ainda econômicos.
2.1.1 Definição de Lesão
Sempre quando estudamos sobre algum assunto devemos saber seus conceitos e
definições. Partindo disto começaremos com uma definição funcional de lesão que segundo
Whiting e Zernicke (2001), é o dano causado por trauma físico, sofrido pelos tecidos do
corpo.
Lesão pode ser definida como, todo acidente que impede o treinamento ou à
prática da atividade esportiva por pelo menos um dia e requer atenção médica especializada,
(LEADBETTER et al apud ZABOT, 2001).
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Lesão foi definida por Chen et al (2005) como, “todo o problema físico durante a
prática ou a competição em que resultou em um efeito ou em uma ausência da prática ou da
competição seguinte.”
2.1.2 Mecanismo de Lesão
Mecanismo de lesão é definido por Whiting e Zernick (2001), como sendo, “o
processo físico fundamental responsável por uma determinada ação, reação ou resultado.” Em
outras palavras mecanismo de lesão é como ocorreu a lesão, que pode ter sido por trauma
direto ou indireto. Na área desportiva saber identificar o mecanismo de lesão é fundamental
para um bom diagnóstico e para a partir daí, elaborar um plano de tratamento eficaz,
permitindo que o atleta volte a sua capacidade física satisfatória o mais rápido possível.
Por exemplo, quando um atleta de voleibol desce de um bloqueio e acaba caindo
de forma inesperada em cima do pé do oponente ficando ao chão com dor, o seu técnico, ou o
médico responsável pela competição ou ainda o fisioterapeuta da equipe corre e pergunta “O
que aconteceu?”, o jogador com a mão no pé e com caretas vai responder: “Torci meu
tornozelo”. A partir desse momento o jogador especificou o mecanismo de lesão. Essa lesão
pode ser descrita de forma diferente por cada componente da área da saúde, depende da sua
visão, por exemplo, um médico para explicar o acontecido poderia dizer que houve uma carga
excessiva sobre a parte lateral do pé, podendo ter rompido os ligamentos talofibular anterior,
calcaneofibular e ainda o tibiofibular, entre outros. O fisioterapeuta por sua vez poderia
descrever como sendo um excesso de movimento, e pouca propriocepção do atleta permitindo
esse movimento patológico, assim podendo romper ou até mesmo causar uma frouxidão
ligamentar, dos ligamentos talofibular anterior, tibiofibular ou ainda do calcaneofibular, entre
outros.
17
Enquanto algumas vezes um único mecanismo é responsável por uma lesão em
outras eles trabalham em conjunto. É necessário não confundir o mecanismo de lesão com os
fatores auxiliares da mesma, pois o mecanismo de lesão estabelece uma relação de causa-e-
efeito. Enquanto os fatores auxiliares podem diminuir ou aumentar a probabilidade da
ocorrência e o nível do efeito.
2.1.2.1 Visão Global dos Mecanismos de Lesão
Existem variados mecanismos que são responsáveis por causarem lesão. Na
medicina desportiva, um sistema de classificação identifica sete mecanismos básicos de lesão:
(1) contato ou impacto, (2) sobrecarga dinâmica, (3) uso excessivo (overuse), (4)
vulnerabilidade estrutural, (5) inflexibilidade, (6) desequilíbrio muscular e (7) crescimento
rápido (LEADBETTER, 1994). O Commitee on Trauma Research, (1985), ainda
complementa a lista com outros fatores, que são eles, deformação por esmagamento, o
impacto impulsivo, a aceleração esquelética, a absorção de energia e a extensão e o grau de
deformação tecidual como mecanismos causais.
2.1.3 Determinação da Gravidade da Lesão
Segundo Whiting e Zernick (2001), cada lesão é impar, embora seja muitas vezes
semelhante às outras lesões, ela nunca de fato é exatamente igual a anterior. A gravidade da
lesão está relacionada ao grau de dano sofrido pelo tecido. Por exemplo, nas lesões leves e
moderadas, existe tipicamente uma ruptura parcial da estrutura tecidual. O tecido lesionado
ainda pode suportar carga de treinamento, porém em menor quantidade. Nos casos de lesões
graves com ruptura total de estruturas, não há continuidade do tecido, ou seja, em um
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determinado ponto ele se encontra interrompido e isso não permite que uma carga de
treinamento seja imposta e aceita pelo organismo. As lesões musculares podem ser
classificadas segundo sua ruptura da seguinte maneira, sendo essa classificação dada pelo
radiologista.
- Grau I: Poucas fibras lesadas, sem rompimento de fáscia;
- Grau II: Moderado número de fibras lesadas, sem lesão de fáscia;
- Grau III: Muitas fibras lesadas, com lesão de fáscia;
- Grau IV: Abundante lesão de fibras, com lesão de fáscia.
Abaixo segue um quadro da classificação da Gravidade das lesões que diz respeito
a ligamento. Ver quadro 1.
Graduação Gravidade Grau AcometimentoEstrutural
Exame Déficit deDesempenho
1 Leve Primeiro Negligenciável Nenhuma lesão visível, apenaslocalmente sensível, articulaçãoestável.
Mínimo a unspoucos dias
2 Moderada Segundo Parcial Tumefação visível,hipersensibilidade acentuada, +/-estabilidade.
Até 6 semanas(pode sermodificado por umdispositivoprotetor).
3 Grave Terceiro Completo Tumefação acentuada,hipersensibilidade intensa,postura antálgica, instável.
Indefinido, mínimode 6-8 semanas.
Quadro 1 Classificação da Gravidade das Lesões Ligamentares.
Fonte: Leadbetter, (1994).
2.1.4 Principais Fatores Auxiliares da Lesão
De forma simples uma lesão ocorre quando uma carga excedente é imposta e esta
ultrapassa a tolerância orgânica. Vários são os fatores que influenciam na tolerância do
organismo. Fatores estes citados a seguir.
19
2.1.4.1 Idade
Na população em geral, até a terceira década de vida, nossos tecidos estão
crescendo e se desenvolvendo. A partir deste ponto o nosso organismo começa a sofrer perdas
isso em relação à força, complacência, densidade e capacidade de carrear energia. As lesões
agudas são mais comuns em jovens enquanto as crônicas vão aparecendo com maior
freqüência com o passar dos anos. Porém sempre é muito importante lembrar o leitor da
diferença entre idade cronológica e idade fisiológica. A idade cronológica se baseia em anos
de vida, podemos dizer então que é baseada em um calendário, a idade fisiológica tem como
base à qualidade dos tecidos. Assim uma pessoa de 55 anos pode ter uma idade fisiológica
melhor que uma pessoa de 40 anos (WHITING; ZERNICK, 2001).
2.1.4.2 Sexo
Este ponto é um dos mais complexos para ser debatido, as diferenças específicas
entre os sexos giram em torno da estrutura, hormônios, sociologia, padrões de atividade, entre
outros pontos, como por exemplo, a visão cultural que se tem entre homens e mulheres.
Enquanto os homens se encontram estatisticamente à frente das mulheres no número de
fatalidades por lesão não intencional, como lesões devidas a choque por corrente elétrica,
motociclismo, por afogamento, as mulheres têm uma maior probabilidade que os homens de
sofrerem as conseqüências da osteoporose, especialmente na época pós-menopausa
(WHITING; ZERNICK, 2001).
2.1.4.3 Genética
20
Os fatores genéticos são de importante atenção, pois eles é que influenciam a
composição da matriz tecidual. Ou seja, uma carga genética pode contribuir para a
predisposição a lesões como degeneração dos discos intervertebrais, a síndrome do túnel do
carpo e as rupturas tendinosas (WHITING; ZERNICK, 2001).
2.1.4.4 Estado Fisiológico e Condição física
Uma pessoa bem condicionada fisicamente tem uma probabilidade menor de
sofrer uma lesão. Então podemos dizer que quanto mais apta à pessoa, menor são as suas
chances de sofrer uma lesão. E quando esta acontece, ela será mais leve e sua recuperação
mais rápida (WHITING; ZERNICK, 2001).
2.1.4.5 Nutrição
A dieta alimentar, é que nos fornece os nutrientes necessários para fazer as
atividades diárias, para um atleta uma dieta bem equilibrada mantém a homeostasia nos
tecidos, evitando ou diminuindo o risco de sofrerem lesões (WHITING; ZERNICK, 2001).
2.1.4.6 Estado Psicológico
Os níveis de estresse, a inatenção, a distração, a fadiga, a depressão, a excitação e
os fatores de personalidade, influenciam na incidência de lesões (WHITING; ZERNICK,
2001).
2.1.4.7 Fadiga
21
Com um número de treinamentos acima do normal, muitos atletas entram em
estado de fadiga, que pode ser mental ou física, assim aumentando as chances de sofrer uma
lesão, devido a um comprometimento da atenção mental, da força muscular e da coordenação.
Os atletas têm um maior risco de sofrerem com as lesões nos últimos estágios de uma sessão
de treinamento ou de um jogo, quando a fadiga mental e física está mais evidente (WHITING;
ZERNICK, 2001).
2.1.4.8 Equipamento
Os equipamentos usados na prática esportiva desempenham um papel de
relevância nas lesões, esses equipamentos vão desde a vestimenta utilizada para a prática
esportiva até instrumentos como um computador. Equipamentos utilizados para no primeiro
momento proteger, acabam em um segundo momento causando algum tipo de lesão. Por
exemplo, a joelheira que protege o jogador de voleibol contra impactos diretos, ao mesmo
tempo provoca um estresse térmico, por aumentar a retenção e produção de calor no local
(WHITING; ZERNICK, 2001).
2.2 Tipos de Lesão
As principais e mais freqüentemente lesões encontradas em atletas, especialmente
no voleibol, um esporte de impacto, esforço físico, horas e horas de treinamento diário, são as
lesões do tipo: fratura, contusão, lesão muscular, entorses, luxação e lesão tendinosa.
2.2.1 Fratura
22
É caracterizada como a quebra da continuidade óssea, ou ainda da continuidade
estrutural. Pode ser definida ainda como, “a carga aplicada ultrapassa a capacidade do osso
em suportar a força.” (WHITING; ZERNICKE, 2001).
Na fratura, além da lesão óssea, o tecido que envolve o osso sofre lesões. Esta
afirmação pode ser encontrada na definição dada à fratura por Curtiss em 1967 (apud
MALONE, p. 115, 2000), “é uma lesão traumática grave de partes moles com falha óssea
subjacente.”
O osso é capaz de suportar uma quantidade X de carga, e para que ele consiga
suportar isso sem sofrer uma fratura, ele passa pelo processo ao qual é chamado de deflexão
de carga, aonde conforme a carga vai aumentando, essa deflexão ou flexão óssea, também
aumenta a fim de se adaptar as condições impostas pelo meio. Existem duas fases que o osso
passa antes de acontecer à fratura, a fase elástica, onde o osso consegue absorver a energia e
logo voltar ao seu estado normal, e a fase plástica onde então chegamos a um ponto
determinado como limite proporcional ao qual o osso já começa a sofrer pequenas falhas na
sua substância, quando retiramos a carga nessa fase podemos observar que o osso não volta ao
seu estado normal. Se por ventura a carga ultrapassar o limite da fase elástica a fratura será
inevitável.
2.2.2 Contusão
Contusão é designada quando, o músculo sofre um golpe direto sobre seu ventre,
levando à ruptura de capilares e à hemorragia intramuscular. Porém não ocorre ruptura
completa e nem incapacidade funcional total do músculo afetado.
Uma contusão muscular pode ser leve, moderada ou grave, há de se ressaltar que, a
gravidade da lesão só poderá ser determinada após um período de 48 horas. Pois a lesão só
atinge sua estabilidade após 24 horas de seu acontecimento. Após 48 horas a gravidade será
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determinada conforme sua dor e a limitação articular que o músculo contundido propiciou há
articulação que ele transgride.
2.2.3 Lesão Musculotendinosa
A lesão musculotendinosa é definida por Malone (2000) como “uma ruptura macro
ou microscópica da substância da unidade musculotendinosa, a qual compreende: (1) o corpo
do músculo, (2) a junção músculo tendinosa, (3) o tendão e (4) a inserção tenoperióstea.” A
lesão muscular é detectada com a resposta anormal ao exame da musculatura contra
resistência. Duas são as respostas indicadoras de lesão muscular dor ou fraqueza muscular na
contração.
A partir da observação da dor ou da fraqueza muscular, é necessária uma
investigação mais profunda para um diagnóstico mais preciso, pois uma série de patologias
podem estar ocorrendo. “Uma lesão parcial pode provocar uma redução à dor produzida
durante a contração. Uma lesão completa das unidades motoras resulta na incapacidade do
músculo em gerar qualquer movimento.” (STARKEY; RYAN, 2001).
2.2.4 Entorses
A palavra "entorse" (latim: exprimere "pressionar para fora") é literalmente
definida como uma lesão articular na qual algumas fibras do ligamento de sustentação são
rotas, mas a continuidade do ligamento permanece intacta sem deslocamento ou fratura.
(CAILLIET, 1976).
24
A entorse é uma das patologias que mais acomete o atleta. Starkey e Ryan (2001),
dizem que, “a entorse ocorre quando uma articulação é alongada além de seus limites
anatômicos, resultando no estiramento ou laceração dos ligamentos e/ou cápsula articular.”
Malone (2000), diz que, “a forma mais benigna de lesão articular costuma ser a
simples distensão dos ligamentos, da cápsula articular ou de ambos, sem deslocamento das
superfícies articulares.” Ainda complementa dizendo que, “a entorse consiste na ruptura
parcial ou completa das fibras do ligamento.”
Fica assim descrito que a lesão do ligamento ou da cápsula articular, pode
comprometer a capacidade dos mesmos estabilizarem a articulação e esta pode vir há sofrer
lesões.
As entorses são classificadas de acordo com dois fatores: primeiro na quantidade
de fibras que sofreram lesão e segundo na instabilidade consecutiva da articulação afetada.
Outra maneira de classificação das entorses é classificá-las em agudas e crônicas, esta vai
depender do tempo de exposição ao agente causador (MALONE, 2000).
O processo de cicatrização, segundo Denegar e Miller (2002) pode perdurar até
três semanas, até que o conteúdo de colágeno nos ligamentos seja adequado o suficiente para
permitir uma boa resistência à tração e melhor alinhamento das fibras.
Para que o processo de recuperação seja acelerado, Mattacola e Dwyer (2002),
dizem que a estimulação do colágeno, alinhamento de suas fibras, proteção do local lesado,
diminuição da dor e da resposta inflamatória, são essenciais. Podemos ainda ressaltar que nos
atletas de alto rendimento esse processo é de fundamental importância.
2.2.5 Luxação
25
“Luxações envolvem a dissociação completa das superfícies articulares da
articulação.” (STARKEY; RYAN, 2001)
A avaliação das luxações muitas vezes é dispensada, pois se pode observar que as
superfícies articulares salientam-se sobre a pele, principalmente em dedos da mão.
Quando uma força suficiente é aplicada a uma articulação, os ossos articuladospodem ser deslocados com relação à sua estrutural normal. Isso resulta em umdeslocamento completo (luxação) ou em um deslocamento parcial (subluxação). Asluxações, tanto parciais quanto completas, são acompanhadas freqüentemente porlesões adicionais, incluindo entorse ligamentar e lacerações da cápsula articularfibrosa. (WHITING; ZERNICKE, p.127, 2001).
2.2.6 Lesão Tendinosa
O tendão é a estrutura que faz a junção ou a ligação entre o músculo e o osso, ele é
responsável pela transferência da força que o músculo produz para o osso, para assim
conseguirmos produzir movimento.
Uma lesão das estruturas tendinosas pode restringir ou até mesmo impedir o
movimento e a função normal de determinadas estruturas ósseas, (WHITING; ZERNICKE,
2001).
A lesão dos tendões pode resultar de um insulto direto, como é observadocomumente nos tendões da mão e dos dedos [...]. A lesão tendinosa pode sertambém indireta, resultando das cargas tensivas excessivas aplicadas na estruturado tendão. As tentativas de transmitir cargas que ultrapassam a força final dasfibras (ou de todo o tendão) resultam em lesão tendinosa. (WHITING; ZERNICKE,p. 121, 2001).
As sobrecargas repetitivas de um tendão podem dar origem a uma resposta
inflamatória, ou tendinite. Obtendo uma reação aguda (em resposta a uma sessão ou evento
limitado) ou crônica (o resultado do uso excessivo repetido), (WHITING; ZERNICKE, 2001).
26
Além da lesão do tendão propriamente dito ainda pode haver lesão nas junções
miotendionsa e osteotendinosa, lesões essas que podem ser confundidas com uma lesão na
estrutura do tendão quando mal avaliadas.
A palavra tendinite aplica-se às lesões da porção tendinosa da unidade
musculotendinosa. Na tendinite aguda existem rupturas microscópicas no tendão, essas
provocam edema, sensibilidade dolorosa e localizada. Na tendinite crônica ocorre um
processo degenerativo, e se localiza principalmente na junção entre tendão e osso.
(MALONE, 2000).
2.3 Resposta Inflamatória
A resposta inflamatória é um processo patológico generalizado que afeta os vasos
sangüíneos e os tecidos adjacentes. Apresenta-se no organismo em resposta a uma ampla
variedade de estímulos, especialmente após uma lesão, Whiting e Zernick (2001).
Um total de cinco, é o número de apresentações clínicas de um processo
inflamatório.
- Calor;
- Tumefação;
- Rubor;
- Dor;
- Perda da função.
O calor e o rubor, acontece devido a uma resposta vascular caracterizada por
dilatação dos vasos sangüíneos e aumento do fluxo de sangue para a região acometida pela
lesão, Whiting e Zernick (2001).
Ocorre ainda uma elevação na pressão hidrostática intracapilar e a permeabilidade
capilar aumentada se combinam para acarretar a tumefação, Whiting e Zernick (2001).
27
A dor está intimamente relacionada com a tumefação, pois esta faz um aumento de
pressão sobre as terminações nervosas, sendo esta dor ainda maior em casos de espaços
confinados (p. ex. articulação sinovial) Whiting e Zernick (2001).
A resposta inflamatória tem como finalidade principal, funcionar como a primeira
linha de defesa do organismo, contra qualquer insulto, como aquele imposto por uma lesão.
Whiting e Zernick (2001).
O processo inflamatório tem por finalidade eliminar do local as conseqüências dotraumatismo, tais como detritos celulares e tecidos necróticos, assim comopromover a regeneração dos tecidos. Nos ferimentos penetrantes a inflamação podecomplicar-se pela presença de bactérias ou de toxinas. (MALONE, T. 2000, p. 84).
2.4 Biomecânica do voleibol
O estudo da biomecânica no voleibol torna-se importante para entendermos como
acontecem os movimentos, facilitando assim a compreensão do esporte, e para podermos
explicar alguns mecanismos de lesões. Tendo assim um êxito maior no tratamento curativo ou
preventivo.
Num jogo de voleibol acontecem 250 a 300 atos motores, representado-se nos
saltos, corridas velozes de curta distância e nos “peixinhos” (BARBANTI, 1986). As ações
predominantes são de força, de potência, são acíclicas, com repouso ativo ou não (SLEIVERT
et al 1995).
O voleibol é uma modalidade que exige velocidade de deslocamento (QUELLET,
1985; TEIXEIRA; GOMES, 1998; THISSEN-MILDER; MAYHEW, 1991).
O jogo de voleibol possui a integração dos fundamentos do saque, passe,
levantamento, ataque, bloqueio e defesa (EOM; SCHUTZ, 1992).
28
2.4.1 Biomecânica dos gestos desportivos do voleibol
Quando o atleta de voleibol realiza um salto, Hall (1993) explica que quanto maior
o impulso realizado contra o solo, maior é a alteração do movimento do desportista e o salto
será mais alto.
No saque em suspensão, um dos fundamentos do voleibol, pode ocorrer uma lenta
caminhada, denominada de passada. O ciclo da caminhada (WEINECK, 1990) ou da corrida
(HAY, 1981; WIRHED, 1986) é dividido em impulsão, oscilação e apoio.
Na fase de impulsão o jogador impulsiona com os seus pés contra o solo e a seguir
inicia a fase de oscilação (HAY, 1981; WEINECK, 1990; WIRHED, 1986). Com ajuda da
impulsão, um dos membros inferiores se movimenta para frente ocasionando a saída dos pés
do solo na fase de oscilação (HAY, 1981; WEINECK, 1990; WIRHED, 1986). Após a
oscilação, o voleibolista realiza o contato do pé no solo (fase de apoio) e termina esta fase
quando a perna de apoio passa pela vertical (HAY, 1981; WEINECK, 1990; WIRHED,
1986).
Quando o atleta faz flexão do quadril e do joelho na caminhada (WEINECK,
1990) ou na corrida, na fase de oscilação e de apoio acontece ação muscular excêntrica
(KOMI, 1992), ação isométrica por um tempo curto (ÁVILA et al apud MARQUES, 2004) na
etapa de apoio, e passando para a contração concêntrica (KOMI, 1992) na fase de impulsão,
com ação articular de extensão do quadril e do joelho (WEINECK, 1990).
Na fase preparatória para impulsão ocorre um contramovimento (movimento de
flexão dos membros inferiores em direção contrária à ação principal, o salto) de 90° na
cortada, no saque em suspensão e no bloqueio (TOYODA, 1983) e no levantamento. O
contramovimento é uma ação dos membros inferiores responsável pelo aumento da altura do
salto vertical (ROCHA et al, 1999).
29
Harman et al (1990) afirmam que o contramovimento contribui em 39% para a
impulsão. Nesta etapa (a fase preparatória para impulsão) do bloqueio com corrida de
aproximação, no saque em suspensão e na cortada, os ombros praticam uma extensão
acompanhados da rotação interna da cintura escapular.
Na fase de impulsão do bloqueio, da cortada e do saque em suspensão e no
levantamento, o jogador pratica contração concêntrica, com ação articular de extensão do
quadril, do joelho, da coluna vertebral e flexão plantar (CARNAVAL 2000; COLEMAN et al,
1993).
Shalmanov (1998) ensina que no momento da flexão do ombro deve acontecer ao
mesmo tempo a flexão do cotovelo com o intuito do atleta fazer menos esforço. Este
procedimento deve acontecer no saque em suspensão, na cortada e no bloqueio com corrida
de aproximação.
Rasch & colaboradores (1991) ensinam que a alavanca de 3ª classe possui a força
(F) entre o eixo (E) e a resistência (R). Quando o voleibolista pratica a flexão do ombro com o
cotovelo esticado no bloqueio, no saque ou na cortada, utiliza a alavanca de 3ª classe com o
braço de resistência (BR) maior do que o braço de força (BF), resultando em menor vantagem
mecânica (VM). Mas se realizarmos a flexão do ombro simultaneamente com a flexão do
cotovelo "prematuramente", conforme Shalmanov (1998) recomenda, diminui o BR e
aumenta o BF, proporcionando em VM positiva.
No saque e no ataque Coleman et al (1993) informam que o jogador faz
hiperextensão da coluna vertebral simultaneamente com rotação da mesma. O ombro da mão
de saque finaliza a flexão, vindo a praticar a abdução de 90° e estendido horizontalmente
(COLEMAN et al 1993) e os cotovelos se encontram flexionados e acima do ombro
(CARNAVAL, 2000).
30
Quando o atleta de vôlei realiza o saque e/ou ataque, a coluna vertebral efetua
rotação (BORSARI, 1996) simultaneamente com flexão anterior da mesma. O ombro da mão
de saque efetua adução, rotação interna e extensão (CARNAVAL, 2000).
O membro superior de equilíbrio faz uma adução e extensão, acontecendo ao
mesmo tempo extensão dos joelhos (COLEMAN et al, 1993). O golpe da mão na bola ocorre
em aproximadamente 16,3 ± 1,5 m.s-1 (COLEMAN, 1997) com flexão do punho, Carnaval
(2000) explica que a batida da mão na bola é similar a uma chicotada aumentando o poder de
saque.
A potência muscular dos membros inferiores do voleibolista é importante para o
desempenho do salto (HÄKKINEN apud MARQUES, 2004) porque a impulsão se torna mais
rápida e a altura do salto fica com maior elevação (TRICOLI et al apud MARQUES, 2004). A
melhora da potência é fundamental para a cortada no voleibol (SMITH et al, 1992), embora as
ações de bloqueio (CHIAPPA, 2001), saque em suspensão e outras necessitam da potência, a
ação neuromuscular é predominante no jogo de voleibol (TEIXEIRA; GOMES, 1998).
A corrida horizontal da cortada contribui em 36,05% no salto do ataque
(WILKERSON apud MARQUES, 2004).
A corrida de aproximação é realizada por no máximo quatro passadas, sendo a
última mais longa para o atleta se localizar próximo da rede (CARNAVAL, 2000) ou perto do
local ideal para saltar dos 3 metros e efetuar o ataque.
A biomecânica da recepção e da defesa, não foi relatada, pois não foram
encontradas referências que esclarecessem a biomecânica desses gestos desportivos.
2.4.2 Números do voleibol
31
Barbanti (1996) afirma que 50 a 60% das ações motoras no jogo de voleibol são
constituídas pelos saltos, sendo que 180 a 210 são compostas pelas cortadas e pelos bloqueios.
Para Fortunato et al (apud MARQUES 2004), os vencedores nas competições
possuem um melhor ataque e bloqueio, sendo os principais fundamentos do voleibol atual.
Podemos acrescentar ainda, que atualmente a defesa e o saque são de suma importância.
Os saltos do ataque, bloqueio e saque são os maiores esforços do voleibol
(OLIVEIRA apud MARQUES, 2004). Como o voleibol é um esporte dinâmico e exige
muitos saltos para sua prática, o risco de lesão aumenta por causa do excessivo número de
saltos.
A final da Liga Mundial de 1992, entre Itália e Cuba, Iglesias (apud MARQUES,
2004) identificou que 60% das ações no jogo de voleibol, são constituídas pelos saltos. Os
levantadores efetuam 269 saltos, os atletas de meio fazem 223, os ponteiros da saída de rede
praticam 197 saltos e os ponteiros da entrada de rede executam 128 saltos, dando uma média
de 194 saltos.
Segundo Cordeiro, (apud RODACKI et al, 1997), os levantadores efetuam 21
saltos por set, e os atacantes 32 saltos por set.
Os voleibolistas mais exigidos são os jogadores de meio e os mais propensos a ter
lesões no joelho (LIAN et al 1996).
32
3 DELINEAMENTO DA PESQUISA
3.1 Tipo de pesquisa
O presente estudo está classificado quanto à abordagem como quantitativo, quanto
ao seu nível como descritiva e quanto ao procedimento como levantamento.
3.1.1 Classificação quanto à Abordagem
A pesquisa quantitativa, segundo Stake (1983), prevém a mensuração de variáveis
pré-estabelecidas, procurando verificar e explicar a sua influência sobre outras variáveis,
mediante análise da freqüência de incidência e correlações estatísticas. O pesquisador
descreve, explica e prediz.
3.1.2 Classificação quanto ao Nível
A pesquisa descritiva pode ser definida como, “[...] as pesquisas descritivas têm
como objetivo primordial à descrição das características de determinada população ou
fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis.” (GIL, 1999, p. 45).
33
3.1.3 Classificação quanto ao procedimento
“As pesquisas deste tipo se caracterizam pela interrogação direta das pessoas cujo
comportamento se deseja conhecer. Basicamente, procede-se à solicitação de informações a
um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para em seguida, mediante
análise quantitativa, obter as conclusões correspondentes aos dados coletados.” (GIL, 1999, p.
76).
3.2 População/ amostra
A população foi composta pela equipe de voleibol masculino da Unisul -
Universidade do Sul de Santa Catarina. A amostra foi composta por 13 atletas que compõem a
equipe da Unisul. Após receberem uma carta autorizando a pesquisa e aceitarem fazer parte
do trabalho foi iniciado imediatamente o levantamento.
3.3 Instrumentos utilizados para coleta de dados
O instrumento utilizado foi um questionário adaptado pelo autor, com o objetivo
de investigar as lesões já sofridas pelo atleta.
3.4 Procedimentos utilizados na coleta de dados
34
Os dados foram coletados entre os dias 10 de julho e 20 de julho de 2005, cada
atleta respondeu de forma individual a um questionário previamente elaborado. A partir do
término da coleta de dados foi iniciada a análise dos mesmos.
3.5 Procedimentos para análise e interpretação de dados
Os dados foram analisados por estatística descritiva simples, e serão apresentados
através de quadros e gráficos, sendo as informações agrupadas por características das posições
que cada atleta faz na equipe.
35
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
Neste capítulo serão apresentados os dados provenientes das informações obtidas
ao redor de 13 questionários de voleibol, do qual fazem parte da equipe de vôlei da Unisul, e
que disputam campeonatos a nível estadual e nacional.
2
18
45
24
024
68
101214
161820
A.A T.T T.T.a T.F A.R.I A.R.E J.F.C J.C
Gráfico 01: Atividade que Ocorreu as Lesões – Atacantes. Onde A.A = aquecimento/alongamento, T.T= treino de técnicas, T.Ta= treino tático, T.F= treino físico, A.R.I= atividaderecreativa interna, A.R.E= atividade recreativa externa, J.F.C= jogos fora de casa, J.C= jogosem casa.
No gráfico 01, podemos observar que as lesões em atacantes acontecem em 80%
(28) em treinos e com 20% (7) em jogos fora e dentro de casa.
36
31 1 1
02468
101214161820
A.A T.T T.T.a T.F A.R.I A.R.E J.F.C J.C
Gráfico 02: Atividade que ocorreu as Lesões – Levantador. Onde A.A = aquecimento/alongamento, T.T= treino de técnicas, T.Ta= treino tático, T.F= treino físico, A.R.I= atividaderecreativa interna, A.R.E= atividade recreativa externa, J.F.C= jogos fora de casa, J.C= jogosem casa.
No gráfico 02, podemos ver uma porcentagem também maior nos treinos onde
pode se observar um valor igual a 4 (66,7%) e nos jogos dentro e fora de casa um valor de 2
(33,3%) do número total de lesões em levantadores.
1
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
A.A T.T T.T.a T.F A.R.I A.R.E J.F.C J.C
Gráfico 03: Atividade que Ocorreu as Lesões – Líbero. Onde A.A = aquecimento/alongamento, T.T= treino de técnicas, T.Ta= treino tático, T.F= treino físico, A.R.I= atividaderecreativa interna, A.R.E= atividade recreativa externa, J.F.C= jogos fora de casa, J.C= jogosem casa.
37
No gráfico 03, a porcentagem de lesão foi igual a 100% nos treinos, pois houve um
número de lesões igual a 1.
O que podemos observar nesses três gráficos anteriormente mostrados de comum?
Podemos ver e analisar que há uma predominância no número de lesões em treinos
em relação aos jogos. Dentro disto cabe analisarmos que essa elevação ocorre devido a vários
fatores, como por exemplo, o tempo de treinamento é proporcionalmente maior que o tempo
de jogo, os treinos atingem uma média diária de até 4 horas e meia e um jogo pode chegar a
ter uma duração de 2 horas e meia. Sendo que nos treinos ocorre uma freqüência maior de
movimentos e de exigência para com o atleta, em relação aos jogos.
3
5 5
9
6
13
0
2
4
6
8
10
12
14
Fratura Contusão LesãoMuscular
Entorses Luxação Lesãotendinosa
Gráfico 04: Tipos de Lesão - Atacantes
No gráfico 04, observa-se uma predominância com 32% (13) de lesões tendinosas
que acometeram os atacantes, destes 7 (53.8%) das lesões foram em joelho, 4 (30.8%) foram
em ombro, 1 (7.7%) em cotovelo e 1 (7.7%) tornozelo. Das 9 lesões (22%) de entorses
sofridos 8 (88.9%) ocorrem em tornozelo e 1 (11.1%) em joelho. Dos 15% (6) luxações que
foram sofridas, 5 (83.3%) foram em dedos da mão, e 1 (16.7%) foi em ombro.
38
1 1 1
3
1
0
1
2
3
4
Fratura Contusão LesãoMuscular
Entorses Luxação Lesãotendinosa
Gráfico 05: Tipos de Lesão - Levantadores
No gráfico 05, observa-se uma predominância no número de entorses sofridas
pelos levantadores com 3 (44%), destes 2 (66.7%) foram de tornozelo e 1 (33.7%) de joelho.
Observamos ainda 1 (14%) de lesões por fratura, sendo esta nos dedos da mão, 1 (14%) por
contusão, sendo esta no joelho, 1 (14%) por lesão muscular, sendo esta na coxa e 1 (14%) de
lesão tendinosa, sendo esta no joelho.
1 1
0
2
4
6
8
10
Fratura Contusão LesãoMuscular
Entorses Luxação Lesãotendinosa
Gráfico 06: Tipos de Lesão - Líbero
39
Neste gráfico pode-se observar que o líbero sofreu uma lesão e uma contusão
sendo que 100% foi na coluna lombar.
14
20
1 1 00369
12151821
Bloqueio Ataque Defesa Saque Levantamento
Gráfico 07: Momento das Lesões - Atacantes
No gráfico 07, houve 20 lesões durante o ataque (55.6%), deste percentual
encontramos 7 (35%) das lesões em joelho, destas 5 (71.5%) foram lesões tendinosas, 1
(14,25%) foi contusão e 1 (14.25%) foi entorse, 6 (30%) em ombro, destes 4 (66.7%) foram
lesões tendinosas, 1 (16.65%) contusão e 1 (16.65%) luxação, 3 (15%) em tornozelo, sendo 2
(66.7%) foram entorses, 1 (33.3%) foram lesão tendinosa, 1 (5%) em dedos da mão, sendo
uma fratura com luxação, 1 (5%) em cotovelo, sendo uma lesão tendinosa, 1 (5%) em coluna
lombar, sendo uma contusão e 1 (5%) em outros (tíbia), sendo uma lesão muscular. Houve 14
(38.9%) lesões no bloqueio, dentro deste percentual encontramos 5 lesões em dedos da mão
(35.8%), sendo 4 (80%) foram luxação, 1 (20%) foram fratura, 4 lesões em tornozelo
(28,6%), sendo 4 (100%) foram entorses, 2 (14,3%) em joelho, sendo 1 (50%) contusão, 1
(50%) lesão tendinosa, 1 (7.1%) em coxa, sendo uma lesão muscular e 1 (7.1%) em
panturrilha, sendo uma lesão muscular, 1 (7.1%) em coluna lombar, sendo uma contusão.
Houve ainda 1 (2.75%) de lesões na defesa, sendo o tornozelo acometido com uma entorse e 1
(2,75%) no saque, sendo o tornozelo acometido com uma entorse.
40
2
1 1
2
0
1
2
3
Bloqueio Ataque Defesa Saque Levantamento
Gráfico 08: Momento das Lesões - Levantadores
No gráfico 08, onde analisamos os dados dos levantadores pode-se observar que há
um número de lesões de 2 (33%) em levantamento, sendo destes 1 lesão (50%) nos dedos da
mão, e 1 lesão (50%) no joelho sendo uma entorse. E 2 (33%) no bloqueio acomentendo 1
(50%) o joelho, sendo uma lesão tendinosa e 1 (50%) no tornozelo, sendo uma entorse. E 1
(17%) na defesa sendo a coxa acometida com uma lesão muscular e 1 (17%) no ataque, sendo
o tornozelo acometido.
41
1
0
1
2
3
4
5
Bloqueio Ataque Defesa Saque Levantamento
Gráfico 09: Momento das Lesões -Líbero
No gráfico 09 o momento da lesão foi na defesa com 1 (100%), acometendo a
coluna lombar.
14
22
02468
1012141618202224
Trauma Direto Trauma Indireto
Gráfico 10: Mecanismo de Lesão - Atacantes
No gráfico 10, os atacantes tiveram um número de 22 lesões (61,1%) por trauma
indireto, sendo desde percentual 11 (50%) foram lesão tendinosa, 5 (22.6%) foram entorses, 3
(13.7%) foram contusões e 3 (13.7%) foram lesões musculares. E de 14 lesões (38,9%) por
42
trauma direto, 5 (35.8%) foram de luxação, 4 (28.6%) foram entorses, 2 (14.3%) foram
fratura, 1 (7.1%) foram contusão, 1 (7.1%) foram lesão muscular e 1 (7.1%) foram lesão
tendinosa.
1
6
0
2
4
6
8
10
Trauma Direto Trauma Indireto
Gráfico 11: Mecanismo de Lesão - Levantadores
No gráfico 11, o número de trauma direto em levantadores foi de 1 lesão (14,3%),
sendo uma fratura e o número de trauma indireto em levantadores foi de 6 lesões (85,7%),
sendo 3 (50%) entorses, 1 (≈16,66%) contusão, 1 (≈16.66%) lesão muscular e 1 (≈16.66%)
lesão tendinosa.
102468
101214161820
Trauma Direto Trauma Indireto
Gráfico 12: Mecanismo de Lesão - Líbero
43
No gráfico 12, não houve nenhum trauma direto e apenas um trauma indireto que
corresponde a 100% de lesões que acomete a coluna lombar.
7
14 14
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Direito Esquerdo Ambos
Gráfico 13: Lado Envolvido – Atacantes
No gráfico 13, 14 (40%) são lesões que acometeram o lado direito, sendo destas 7
(50%) foram lesão tendinosa, acometendo 3 (42.8%) ombro, 2 (28.6%) joelho, 1 (14.3%)
cotovelo e 1 (14.3%) tornozelo, 3 (21.4%) foram luxação, acometendo 2 (66.7%) dedos da
mão e 1 (33.3%) o ombro, 1 (7.125%) foram entorses, sendo de tornozelo, 1 (7.125%) foram
lesão muscular, sendo de coxa, 1 (7.125%) foram contusão, sendo joelho e 1 (7.125%) foram
fratura, sendo de dedos da mão. 14 (40%) são de lesões envolvendo o lado esquerdo, sendo 7
(50%) foram entorses, destas 6 (85.7%) foram de tornozelo e 1 (14.3%) foram de joelho, 2
(14.3%) foram contusão, destas 2 (100%) foram em joelho, 2 (14.3%) lesão muscular, destas
1 (50%) foram tíbia e 1 (50%) foram panturrilha, 2 (14.3%) foram luxação, desta 2 (100%)
foram em dedos da mão, 1 (7.1%) foram lesão tendinosa, desta 1 (100%) foram ombro. E 7
(20%) envolvem ambos os lados, sendo 4 (57.1%) foram lesão tendinosa, desta 4 (100%)
foram joelho, 1 (14.3%) foram lesão muscular, destes 1 (100%) foram em coluna lombar, 1
44
(14.3%) foram fratura, deste 1 (100%) foram em dedos da mão e 1 (14.3%) foram entorses,
destes 1 (100%) foram em tornozelo. Uma observação importante a ser feita é que todos os
atacantes eram destros de MMSS.
4
2
1
0
1
2
3
4
5
Direito Esquerdo Ambos
Gráfico 14: Lado Envolvido - Levantadores
No gráfico 14, onde analisamos os levantadores os resultados são 4 (57%) das
lesões acometem o lado direito, sendo 2 (50%) foram entorses, destes 1 (50%) foram de
tornozelo e 1 (50%) foram de joelho, 1 (25%) foram lesão muscular, deste 1 (100%) foram
em coxa e 1 (25%) foram fratura, desta 1 (100%) foram dedos da mão. 2 (29%) acometem o
lado esquerdo, sendo 1 (50%) foram entorses, destas 1 (100%) foram de tornozelo e 1 (50%)
foram contusão, destas 1 (100%) foram de joelho e 1 (14%) acomete ambos os lados, sendo 1
(100%) lesão tendinosa de joelho.
45
1
0
2
4
6
8
10
Direito Esquerdo Ambos
Gráfico 15: Lado Envolvido - Líbero
No gráfico 15, encontramos 1 (100%) de lesão em ambos os lados, sendo que ela
se divide em 50% contusão e 50% lesão muscular, atingindo a região da coluna lombar.
Como podemos observar os dados mais relevantes encontrados foram em relação à
localização anatômica (ombro, tornozelo, joelho e dedos da mão), tipos de lesões (tendinite e
entorse), resta agora discutir o porque dentro da literatura científica.
Santos (2005) fez uma pesquisa e verificou o número e o local das lesões que
acometeram os atletas nos últimos dois anos, sendo que a somatória de lesões dos 14 atletas
foi de 78 lesões, onde o segmento mais afetado foi tornozelo (22); seguido da mão (12);
ombro (8); joelho (8).
Willian (1999) e Ferreti (1996, apud SILVA 2005), realizaram um estudo onde
encontraram lesões no tornozelo como a mais comum entre os atletas de vôlei, seguidos de
lesões na mão e joelho, e ainda, bastante comuns foram às lesões no ombro, punho e região
lombar.
Gerberich et al (1987) analisando os atletas de voleibol encontraram que a
seqüência de salto e aterrissagem (bloqueio e cortada) era responsável por 63% de todas as
lesões, destas 61% na articulação do joelho e próximo de 90% de todas as lesões sofridas
pelos atletas, foram concentradas nos membros inferiores, comprovando o levantamento do
46
trabalho, onde também se pode observar uma predominância das lesões nos membros
inferiores.
Quando falamos de lesão no tornozelo, vários autores chegaram a um número
parecido com o nosso estudo.
As lesões no tornozelo ocorrem em 15 a 60% nos voleibolistas, principalmente
quando tocam no solo após um salto (BRINER JUNIOR; KACMAR, 1997).
Segundo Chiappa (2001) as lesões mais comuns no tornozelo acontecem por
entorse.
Ghirotto e Gonçalvez (1997) informam que a entorse de tornozelo acontece uma
vez por ano em voleibolistas.
Gross e Marti (1999) dizem que, a instabilidade do tornozelo e a entorse são
comuns em jogadores de voleibol, porque esta modalidade é muito intensa e possui longa
duração, colaborando com essas contusões. Um dos motivos da instabilidade do tornozelo são
as várias entorses ocorridas nos desportistas do voleibol proveniente do impacto da queda do
salto principalmente.
Em outro estudo, Aagaard et al (1997) relatam que nos jogadores de quadra as
lesões no tornozelo têm um percentual de 22%. Ainda complementa dizendo que o principal
motivo é o uso excessivo do tornozelo nos treinos e jogos.
Dentre vários autores fica claro que o salto no voleibol é o principal causador de
lesão, o joelho é um componente muito afetado, (BRINER JUNIOR; KACMAR, 1997; LIAN
et al 1996).
Nylandd et al (apud MARQUES 2004), sugere que as lesões no joelho estão
associadas com a fadiga e com o impacto no momento da impulsão, ainda ressalva que os
atletas de voleibol se contundem na passagem da corrida horizontal para a elevação vertical.
47
As principais lesões no joelho são as tendinites e as lesões ligamentares, sendo que
as lesões ocorrem em jogadores de idade entre 20 a 25 anos ou com tempo de pratica de 2 a 5
anos, ainda diz que em atletas que treinam mais de um turno por dia o risco aumenta
(BRINER JUNIOR; BENJAMIN, 1999).
A síndrome do joelho do saltador caracteriza-se por uma tendinite patelar ou no
tendão do quadríceps (GHIROTTO; GONÇALVES, 1997).
(GERBERICH et al 1987), diz que a segunda lesão mais freqüente são as lesões de
joelho com 61% de ocorrência, o joelho só perde para o tornozelo com 92%. Em nosso
trabalho pode-se observar que houve uma pequena predominância nas lesões de joelho em
relação às de tornozelo.
Superfícies suaves diminuem as contusões no joelho, observamos que os jogadores
do voleibol na areia possuem menos lesões no joelho do que os atletas da quadra, (CHIAPPA,
2001).
Aagaard et al (1997) afirmam que a maioria das lesões acontece em membros
inferiores nos jogadores de vôlei de quadra, principalmente no ataque ou no bloqueio.
Chiappa (2001) afirma que nas lesões de membro superior a região mais
acometida é o ombro. Briner Junior e Kacmar (1997), dizem que o percentual de lesão em
ombro é de cerca de 8 a 20%. Em nosso trabalho o percentual foi de 13% aproximando-se do
resultado que o autor anterior alcançou com sua pesquisa.
Aagaard et al (1997) afirma que em jogadores de quadra o percentual de lesões em
ombro é de 15%.
As contusões nos jogadores geralmente são por overuse, resultando em tendinites
nos rotadores do ombro ou manguito rotador e no tendão do bíceps braquial. (BRINER
JUNIOR; KACMAR, 1997). Os autores ressaltam que o motivo é que os atletas realizam uma
48
rotação externa e interna do ombro no saque e na cortada por várias vezes durante um treino
ou jogo.
Outro segmento corpóreo muito lesionado são os dedos das mãos. Os atletas
profissionais contundem mais as mãos no bloqueio e no levantamento em virtude de uma
inadequada técnica das mãos na execução do fundamento (BHAIRO et al 1992). O autor
ainda diz que nos atletas, a mão direita é a lesionada com mais freqüência em qualquer um
dos fundamentos citados.
Bhairo et al (1992), diz que as lesões de dedos da mão acontecem com freqüência
de 37% no levantamento, 36% nas bolas batidas no bloqueio, 18% na defesa de peixinho e
8% na cortada. Em nosso estudo houve uma predominância de lesões em bloqueio, onde o
atleta sofria um trauma direto da bola na região afetada.
Aagaard et al (1997) em seu estudo diz que o tipo de lesão mais freqüente nos
dedos da mão são as luxações com 39% seguido de fraturas com 25%. Em nosso estudo 85%
foram luxações e 15% fraturas. Esta discrepância pode ser explicada, pelo fato do atleta não
saber se sofreu uma luxação, uma sub-luxação, ou até mesmo uma entorse das articulações
interfalangeanas.
Em relação às tendinites sabemos que dentre todas as maneiras de ocorrer a
principal é por overuse ou uma carga de treino muito elevada.
Nogueira (2002) informa que o treino exagerado prejudica a saúde dos atletas,
física e emocionalmente, predispondo estes desportistas a lesões. Simplício (1996 apud
MARQUES, 2004) ainda afirma que muitas lesões no voleibol acontecem por esforços
repetitivos.
Uma lesão por excesso de treinamento é devida à repetição estereotipada de um
movimento padrão, que compromete os tecidos (BLACK, 2005).
49
O excesso de estímulos impede as adaptações fisiológicas e pode levar ao
overtraining, um sério problema que acontece quando o organismo é submetido a uma
sobrecarga exagerada sem que haja o devido descanso, levando a graves alterações
cardiovasculares, metabólicas, hormonais, motoras e psicológicas que causam estagnação ou
perda significativa de desempenho (KUIPERS, 1998).
Em nosso estudo pode-se observar um alto índice de tendinites patelares,
principalmente as infra-patelares, dado este que não foi exposto pelo autor, pois não estava
definido como objetivo do trabalho. Ainda deve-se dar destaque às tendinites da musculatura
do ombro, que são muito comuns nos atletas de vôlei, acomentendo o manguito rotador.
A tendinite distal da patela é uma doença que acomete principalmente jovens
esportistas e caracteriza-se por dor referida na extremidade distal da patela junto à inserção do
ligamento patelar (AMATUZZI et al 2005).
O mesmo autor ainda diz que, a tendinite distal da patela é encontrada
principalmente em atletas de algumas modalidades esportivas que exigem movimentos
repetitivos de extensão brusca do joelho decorrentes da contração do músculo quadríceps da
coxa, entre elas o voleibol.
As modalidades desportivas onde mais ocorrem este tipo de lesão são, o futebol
(21%), a corrida de longa distância (13%), o voleibol (12%) (JARVINEN apud JARDIM,
2005). Em nosso estudo, houve um número maior que o citado pela literatura de lesões
tendinosas, sendo o joelho no principal acometimento.
A tendinite é uma síndrome de excesso de uso em resposta a inflamação local
devido a microtraumas repetidos que podem ocorrer devido a desequilíbrios musculares ou
fadiga, alterações nos exercícios ou nas rotinas funcionais, erros de treinamento ou uma
combinação de vários fatores (RANDAM, 2002). No voleibol a utilização dos membros
superiores é tão importante quanto à dos membros inferiores. E nesta utilização o ombro
50
acaba sofrendo lesões, pois necessita de estabilidade e mobilidade, na realização do ataque, do
bloqueio, do saque e do levantamento. E esta exigência causa desequilíbrios musculares, o
que acabam ocasionando as chamadas síndromes do impacto, que acometem a musculatura do
manguito rotador e a bursa, como acima já citado.
Os esportes que estão sujeitos aos traumatismos de arremesso incluem o baisebol,
futebol americano, futebol, tênis e outros esportes com raquete, arremesso de dardo, handebol
e esportes com outros movimentos acima da cabeça, como a natação e o vôlei (PETERSON;
RENSTRÖM, 2003).
51
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nos resultados obtidos e respeitando as limitações do estudo, conclui-se
que, todos os objetivos do trabalho foram alcançados, onde ainda pode-se perceber que a
equipe investigada apresenta lesões prioritariamente nos membros inferiores e, da mesma
forma que detectado em outros trabalhos a maioria das lesões ocorrem nos bloqueios e nos
ataques.
Por fim, mesmo observando que apesar do voleibol ter mudado algumas
características, onde antes predominava a técnica e hoje se preconiza muito a força, as lesões
não mudaram de local e nem de tipo.
Fica como sugestão, com esses dados, elaborar um plano de tratamento para tentar
a prevenção de lesões que o atleta venha a sofrer. Para isto fica a sugestão de realizar um
trabalho com o objetivo de verificar os resultados de uma intervenção profilática, nos atletas
de voleibol.
52
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APÊNDICES
57
APÊNDICE A
Questionário de lesões no voleibol
Sexo:______Idade:_____Idade que iniciou o esporte:_______Tempo de prática:______Carga horária de treinamento:________
01) Você já teve algum tipo de lesão praticando voleibol? a. ( ) Não b. ( ) Sim
02) Atividade que ocorreu a lesão?a.( ) Aquecimento/ alongamentob.( ) Treino de técnicasc.( ) Treino táticod.( ) Treino físicoe.( ) Atividade recreativa internaf.( ) Atividade recreativa externa
03. Posição em que joga:a.( ) ponta de redeb.( ) meio de redec.( ) saída de rede
58
d.( ) levantadore.( ) líbero
04. Momento da lesão?a.( ) Bloqueiob.( ) Ataquec.( ) Defesad.( ) Saquee.( ) Levantamento
05. Condições da quadra?a.( ) Excelenteb.( ) Boac.( ) Regulard.( ) Péssima
06. Tipos de lesão:a.( ) Fraturab.( ) Contusãoc.( ) Lesão musculard.( ) Entorsese.( ) Luxaçãof.( ) Lesão tendinosa
07. Mecanismo de lesão:a.( ) Trauma diretob.( ) Trauma indiretoc.( ) Excesso de amplituded.( ) Desaceleraçãoe.( ) Aceleraçãof.( ) Mudança de direçãog.( ) Excesso de usoh.( ) outros Especifique:_________
08. Lado envolvidoa.( ) Direitob.( ) Esquerdoc.( ) Ambos
09. Localização da lesão:a.( ) Cabeça l.( ) Olhob.( ) Orelha m.( ) Cavidade oralc.( ) Nariz n.( ) Abdomend.( ) Tórax o.( ) Púbise.( ) Pelve p.( ) Joelhof.( ) Coxa q.( ) Dedos do pég.( ) Tornozelo r.( ) Punhoh.( ) Ombro s.( ) Coluna cervicali. ( ) Dedos da mão t.( ) Cotovelo
59
j. ( ) Coluna lombar u.( ) Outros ___________________k.( ) Rosto
10. Lado dominante?a.( ) Direitob.( ) Esquerdo
11. Numero de lesões?________________
APENDICE B
Quadros e Gráficos
60
APÊNDICE BQuadros e Gráficos
Quadro 1: atividade que Ocorreu a Lesão
Nome/Posição A.A T.T T.T.a T.F A.R.I A.R.E J.F.C J.CAtacante
ID1 1 3ID2 3ID3 1 1ID4 1 2ID5 2ID6 2 1ID7 1 3ID8 1 4 1 1ID9 2 3 1ID10 1Total 2 4 18 4 0 0 5 2
LevantadorID11 2 1ID12 1 1 1Total 3 1 1 1
61
LíberoID13 1Total 0 0 1 0 0 0 0 0
Quadro 2: Tipos de LesãoNome/Posição Fratura Contusão
LesãoMuscular Entorses Luxação
Lesãotendinosa
AtacanteID1 1 1 1 1ID2 1 1 1 1ID3 1 1ID4 1 2ID5 1 1ID6 1 1 1ID7 1 1 2ID8 1 1 2 2 3ID9 2 1 2 1ID10 1 1 1 0 1Total 3 5 5 9 6 13
LevantadorID11 1 1 2
Nome/Posição Fratura Contusão
LesãoMuscular Entorses Luxação
Lesãotendinosa
LevantadorID12 1 1 1Total 1 1 1 3 0 1LíberoID13 1 1Total 0 1 1 0 0 0
Quadro 3: Momento das LesõesNome/Posição Bloqueio Ataque Defesa Saque LevantamentoAtacante
ID1 1 3ID2 1 2ID3 2ID4 1 1 1ID5 2ID6 1 2ID7 3 1ID8 4 4
62
ID9 4 2ID10 1Total 14 20 1 1 0
LevantadorID11 1 1 1ID12 2 1Total 2 1 1 2Líbero 1ID13Total 0 0 1 0 0
Quadro 4: Mecanismo de lesãoNome/Posição
TraumaDireto
TraumaIndireto
AtacanteID1 2 2ID2 1 2ID3 1 1ID4 1 2ID5 1 1ID6 2 1
Nome/Posição
TraumaDireto
TraumaIndireto
AtacanteID7 2 2ID8 2 6ID9 1 5ID10 1 0Total 14 22
LevantadorID11 0 4ID12 1 2Total 1 6LíberoID13 0 1Total 0 1
Quadro 5: Lado EnvolvidoNome/Posição Direito Esquerdo AmbosAtacante
ID1 2 0 2
63
ID2 1 1 1ID3 1 1ID4 1 1 1ID5 0 1 1ID6 1 2 0ID7 2 2 0ID8 4 3 0ID9 2 2 2ID10 0 1 0Total 14 14 7
LevantadorID11 3 1 0ID12 1 1 1Total 4 2 1LíberoID13 0 0 1Total 0 0 1
Quadro 6: Localização da LesãoNome/Posição Coxa Tornozelo Ombro
DedosMão
ColunaLombar Joelho Cotovelo Outros
AtacanteID1 1 1 1 1ID2 1 1 1ID3 1 1ID4 1 1 1ID5 1 1ID6 1 1 1ID7 1 1 1 1ID8 1 1 1 2 1 1 1ID9 2 1 1 2ID10 1Total 1 9 6 6 2 9 1 2
LevantadorID11 1 1 2ID12 1 1 1Total 1 2 0 1 0 3 0 0LíberoID13 1Total 0 0 0 0 1 0 0 0
64
1
9
6 6
2
9
1
2
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Coxa Tornozelo Ombro Dedos Mão ColunaLombar
Joelho Cotovelo Outros
Gráfico: Localização das Lesões – Atacantes
1
2
1
3
0
2
4
6
8
10
Coxa Tornozelo Ombro Dedos Mão Coluna Lombar Joelho Cotovelo Outros
Gráfico: Localização das Lesões – Levantadores