José Pedro Oliveira Henriques Costa
Povoamento e organização do território na Proto-História entre as Serras do Gerês, do Barroso e da Cabreira: o caso do Baixo
Rabagão
Seminário de Projecto em Arqueologia
Faculdade de Letras da Universidade do Porto
Porto, 2006
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Seminário de Projecto da Licenciatura em Arqueologia
elaborado sob a orientação do Prof. Doutor António Baptista Lopes
apresentado à Faculdade de Letras da Universidade do Porto
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1. Introdução
2. O quadro geográf ico
2.1. Introdução
2.2. Limites geográf icos
2.3. Relevo
2.4. Geologia e recursos minera is
2.5. Cl ima
2.6. Rede hidrográf ica
2.7. Solos e vegetação
3. Evolução do Povoamento: das origens aos finais do I Iº Milénio a.C.
4. O Quadro do Povoamento
4.1. Fontes de in formação
4.2. Inventár io de sí t ios
5. Padrões de Assentamento
5.1. Integração no re levo
5.2. Tipolog ia dos assentamentos
5.3. Relações com o meio
6. Considerações Finais
7. Bibliografia
7.1. Suporte documental
7.2. Suporte informát ico
7.3. Suporte cartográf ico
8. Estampas
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O estudo que agora apresento é o coro lár io de um ano de invest igação
arqueológica rea l izada na região do Ba ixo Rabagão.
Os fundamentos que mot ivaram a escolha deste tema e da reg ião da
bacia h idrográf ica do Rabagão para a rea l ização deste seminário de projecto
devem-se em pr imeiro lugar, ao facto da Proto–Histór ia e os povoados
fort i f icados const i tuírem uma área de estudo que sempre despertou em mim um
grande entusiasmo. Em segundo lugar, mot iva-me poder cont r ibuir com um
novo manancial de informação para a reg ião, produzido ao longo de um ano de
trabalho. A imprec isão da local ização de mui tos sí t ios arqueológicos no espaço
geográf ico em estudo suger iu a necess idade de uma rev isão cr i t ica, a
inventar iação e cartograf ias prec isas e a elaboração de um inventário
pormenorizado dos povoados fort i f icados da região.
O meu interesse pe los razões que estarão na base da escolha, pelas
comunidades, deste ou daquele sí t io para a implantação dos povoados,
mot ivou a minha procura para a compreensão do modelo de povoamento da
região, ref lect ido no t ipo de assentamento e na sua re lação com o meio
ci rcundante. Assim os t raba lhos real izados por a lguns autores ta is como
ROMERO MASIÁ (1976), Alan TRANOY (1981); Ferre ira de ALMEIDA (1983);
Armando Coelho SILVA (1986; 1999); Manuela MARTINS (1990); Francisco
QUEIROGA (1992); Jorge ALARCÃO (1992); António P. DINIS (1993), Ricardo
TEIXEIRA (1996), Brochado de ALMEIDA (1996), Ana BETTENCOURT (1999);
António B. LOPES (2003), apresentavam-se como obras de referência para o
estudo agora desenvo lvido.
A grande extensão da área compreendida entre as Serras do Barroso,
Cabre ira e Gerês, associada a uma grande densidade de povoados for t i f icados
existentes nesta zona, levou-me a optar pelo estudo de uma parcela desse
espaço. Reso lv i , por conseguinte, escolher a parte infer io r do r io Rabagão
(Baixo Rabagão), que por ausência de informação geográf ica re la t ivamente à
sua div isão, assumi, como seu iníc io a part i r da Barragem do A lto Rabagão.
Natura lmente, este não será um estudo integral da área do Baixo
Rabagão, já que dec id i , nesta fase, inc id i r o t rabalho na re local ização e
caracter ização de s í t ios refer idos bib l iograf icamente, cr iando um catálogo de
sí t ios apropr iado, sobre o qual rea l izaremos exercícios de tentat iva de
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estabelec imento de um quadro evolu t ivo do povoamento e do seu próprio
assentamento e re lações com a paisagem.
Contudo, este, como todos os ensaios, cobre-se de l imitações, que me
impede f requentemente de possui r uma mais f idedigna percepção do que
tentamos obter. Neste caso concreto, poderei apontar como principa is
entraves, a carênc ia de publ icações cient í f icas re lat ivas aos s í t ios em causa, a
ausência de escavação em qualquer um dos sí t ios estudados, e, as
di f iculdades de acessos e vis ib i l idade, quer de estruturas, quer de mater ia is ,
de todos os locais em anál ise neste texto.
Apesar de tudo, devo refer i r que, esta é uma boa in ic iat iva por parte dos
docentes do curso de Arqueologia, já que inci ta os alunos à invest igação
pessoal, como o t rabalho de campo, a redacção de textos elaborados, à
anál ise de dados ent re outros t raba lhos que impl icam o desenvo lvimento do
discente.
Num futuro próx imo, quiçá o t raba lho de mest rado, ta lvez possa
desenvolver no A lto e Baixo Rabagão um estudo mais aprofundado do seu
povoamento durante a Proto-His tór ia e Romanização, onde já será possíve l
inclu i r a descoberta de sí t ios inéditos, anal isar a arqueologia espacia l do
terr i tó r io e tentar real izar sondagens arqueológicas que v isem a “ca l ib ração”
cronológ ica dos povoados.
Na rea l ização deste Seminário de Projecto em Arqueo logia fo i possíve l
ut i l izar todos os conhecimentos metodológ icos que ass imi le i durante o curso,
nomeadamente as re lacionadas com prospecção arqueológ ica, cartograf ia,
topograf ia, aná l ise cerâmica e fotograf ia.
Como coro lár io do t rabalho rea l izado resu ltou esta obra que d iv id imos em o ito
partes:
1. Introdução: c lar i f icam–se os ob ject ivos e as mot ivações que resu l taram
na escolha do tema e da espaço geográf ico invest igado.
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2. A Região: descreve–se o quadro natural do terr i tór io em questão, que
poderá colaborar na compreensão das mot ivações para o assentamento
das comunidades.
3. Povoados: expõe–se o inventário dos povoados.
4. Exame da evolução do povoamento, projectada na organização do
habitat na área compreendida entre as serras do Barroso, do Gerês e da
Cabre ira (Baixo Rabagão).
5. Padrões de assentamento: tentam–se def in i r padrões de assentamento,
apoiados num conjunto de factores como a integração no re levo, a
t ipolog ia dos povoados e as re lações com o meio ecológico envo lvente.
6. Considerações f ina is : são tec idos alguns comentár ios sobre o
ordenamento do Ba ixo Rabagão.
7. Bibl iograf ia: menciona–se a bib l iograf ia c i tada ou consultada para a
real ização desta obra.
8. Estampas: inc lu i Mapas, Fotograf ias
Não desejar ia f inal izar esta introdução sem esquecer as d i f iculdades
sent idas na real ização deste Seminár io, pr incipalmente no que diz respeito à
fa l ta de tempo que pude dispor para ta l .
As minhas obrigações prof iss ionais como Assistente Admin ist rat ivo no
Centro de Saúde de Cabeceiras de Basto, obrigou a sacri f icar mui to tempo que
certamente prejudicou de alguma forma este t raba lho, pois a dedicação ao
Seminário nunca pode ser tota l .
Quero expressar os nossos agradecimentos a todos aqueles que
contr ibuíram para a elaboração deste t rabalho.
A minha grat idão vai, de um modo muito especia l , para o meu
orientador, Prof . Dr. António Bapt ista Lopes, pelo auxí l io e d isponibi l idade
constante.
Ao Dr. Migue l Moura, res idente em Montalegre, que me facultou muita
b ib l iograf ia reg ional e me acompanhou nalgumas prospecções.
Ao Nuno Carvalho e ao António “Cem” de V i la da Ponte que nos prestou
preciosas informações sobre a lguns sí t ios.
Ao, Rui Pedro Barbosa.
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2.1. A região
Esta região que esta a ser invest igada no âmbito do Seminár io de
Projecto em Arqueologia, s i tua-se no Noroeste de Portuga l (Est . I , 1) e é
segundo Jorge DIAS (1949), uma grande unidade geográf ica que estabelece
uma t ransição ent re o Baixo Minho e Trás-os-Montes or iental , opin ião
part i lhada por Or lando RIBEIRO (1998: 188, 189). No ponto de vista humano
apresenta muitas af in idades com o Minho montanhoso. A pobreza do so lo e a
r ig idez do cl ima não permitem uma cultura remuneradora dos cereais, apesar
da abundante precip i tação proporc ionar a extensão dos pastos naturais que
garantem o sustento do numeroso gado. As pastagens ocupam os fundos e as
vertentes dos va les, ou seja as terras mais férte is, humedecidas pelas águas
de l ima. Os pastos i rr igados do Barroso são um dos t raços mais característ icos
da rude paisagem de planaltos, desnudada, pobre de t intas, na rasura do
resto lho, na gleba arroteada, na messe ondulante e nos mesquinhos episód ios
hort íco las desde as pradarias até ao bald io dos cerros, não raro encabeçados
de formidáveis acidentes geológicos que tornam o ambiente mais si lencioso
(PROENÇA 1995: 466-467)
O camponês, por vocação, cr iado de gado, começou pouco a pouco, a
consagrar-se à agr icu l tura. O centeio, de afolhamento b ienal, e ra o cult ivo
quase exc lus ivo e t íp ico da região. Contudo o milho fo i int roduzido
naturalmente nos vales profundos e intens if icou-se o seu cu lt ivo em v ir tude do
acréscimo cont ínuo da população. Se a cu ltura do mi lho, tão adaptável aos
terrenos húmidos e à cr iação de gado não tem cessado de progredi r nesta
zona, é preciso reconhecer que a cu ltura verdadeiramente revo lucionár ia tem
sido a da batata, pela sua elevada rentabi l idade. Não obstante, esta produção
é em pequena escala, porque a insegurança não est imula os poucos que
cont inuam a desbravar a terra, gastando quase sempre mais do que aqui lo que
conseguem recuperar (FONTE&FONTES 2005: 17).
A cultura da vinha nestas al turas, é mínima. Não contando a lguns vales
bastante profundos cuja produção é aprec iável, a v inha não passa de um
pormenor insign if icante na economia loca l.
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2.2. Limites geográficos
O âmbi to geográf ico desta invest igação compreende o curso Médio e
Infer io r do Rio Rabagão, t r ibutár io da margem esquerda da Bacia Hidrográf ica
do Rio Cavado, local izado no Noroeste de Portugal, na ext remidade Noroeste
da provínc ia de Trás-os-Montes.
As del imitações são as seguintes:
A Norte esta área encontra-se def in ida por um conjunto de e levações,
que separam esta do vale do r io Cavado até Oeste da povoação de Viade de
Baixo, e, a Nordeste tem como barre i ra f ís ica a Barragem do A lto Rabagão. A
Noroeste a separação caracter iza–se por uma l inha de montes bastante
íngremes com d i recção Oeste-este, à f reguesia de Ferra l un indo na l inha de
montes escarposos que f inam no Rio Cávado.
A Este, a del imitação faz–se a Oeste da povoação de Alturas do Barroso
(Couto do Sudro), pro logando–se até ao marco geodés ico da Armada já em
plena Serra do Barroso descendo até à zona da Tapada dos P igões a Noroeste
da freguesia de Cerdedo.
A Sul, a f ronte ira está def in ida pe la ex istênc ia da Serra de Melca a Este
das povoações de Tabuadela e Carva lho pela Serra das Torr inhe iras já
integrada na Serra da Cabre ira a Sudoeste.
A Oeste, o l imite caracter iza–se pela ex istência de uma zona planált ica,
começando na aldeia de Caniço, passando pelos lugares de Linharelhos,
Lamalonga, no marco geodésico de Campos, Chã Pequena acabando no Rio
Cavado.
A região está compreendida a Oeste pe la coordenada de long itude 8º
01’ 39.4’ ’ Oeste, a Norte de lat i tude 41º 46’16,3’ ’ Norte, a Este 7º 49’ 56,9’ ’
Oeste e a Sul pela la t i tude 41º 35 ’ 34,5’ ’Norte, ocupando uma superf íc ie de
cerca de 115 km2, correspondendo a cerca de metade da sub bacia
h idrográf ica do Rio Rabagão
Admin ist rat ivamente integra parte dos concelhos de Montalegre
(f reguesias de Cove lo do Gerez, Ferral , Fervidelas, Pondras, Re igoso, Salto,
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Venda Nova, Viade de Baixo e V i la da Ponte), Bot icas (f reguesia de Alturas do
Barroso e Cerdedo), ambas do Distr i to de Vi la Real, e, Vie i ra do Minho
(f reguesias de Campos e Ruivães) do Dist r i to de Braga.
2.3. Relevo
De um ext remo ao outro da área que estamos a invest igar e mesmo
extravasando-a, as montanhas quebram a regular idade e monotonia das
superf íc ies mais ou menos horizonta is: é uma região di f íc i l de def in ir no ponto
de vista morfo lóg ico, v isto o seu carácter misto, p laná lt ico e montanhoso.
Estes t raços geomorfológicos são em parte condicionados pe la natureza
contrastada dos do is t ipos l i to lógicos pr inc ipais ex istentes na zona, x istos e
granitos.
Assim as áreas xistentas apresentam-se em geral com decl ives mais
moderados e com uma rede de drenagem dendrí t ica mais densa que nos
granitos. Estes apresentam um padrão de drenagem subrectangular t íp ico ,
sendo frequentes os vales de f ractura.
Fazendo parte de um conjunto de re levos que marginam a Oeste o
Maciço Hespérico, esta região é caracter izada, de forma genérica, por se
apresentar como uma série complexa de planaltos, os quais se const i tuem
numa grande unidade geográf ica que estabelece a t ransição entre o Baixo
Minho montanhoso e os planaltos de Trás-os-Montes: o Barroso (RIBEIRO
1987).
No cent ro do Barroso, na margem esquerda do Rabagão, f ica si tuada a
mais extensa área montanhosa da reg ião: a serra do Barroso - 1279m,
or ientada de Nordeste a Sudoeste, cuja superf íc ie regu lar dos c imos é cortada
por "cotos" granít icos. Mais a or iente, passado o vale do Beça, o cone
deprimido da Serra do Leiranco - 1155m, é o ponto culminante de uma l inha de
al turas que, descendo da fronteira, na direcção Norte-Sul, se pro longa até ao
Tâmega, interrompida pela Veiga de Bot icas.
A car ta a l t imétr ica (Est. I I , 2 ) e h ipsométr ica da região (Est. 3, 3)
( INSTITUTO DO AMBIENTE 1982) most ra-nos al t i tudes var iáveis, nas zonas
mais baixas, onde o Rabagão desagua no Rio Cávado, com a média das
elevações a rondar os 400-450m. No vale do Rabagão da barragem da Venda
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Nova até à barragem do Alto Rabagão os valores andam no intervalo dos 700-
800m e nas zonas mais inter io res como na Serra do Barroso as al t i tudes a
ul t rapassarem os 1000m.
2.4. Geologia e recursos minerais
O Baixo Rabagão está inserido na Zona Centro – Ibér ica, sobretudo na
sub zona Gal iza Media – Trás-os-Montes (NORONHA&RIBEIRO 1983: 4). Nesta
zona dist inguem–se essencia lmente dois t ipos de formações: granitó ides e
metassed imentos, abrangendo 75% e 25% da área, respect ivamente. Segundo
o ATLAS DO AMBIENTE (1982), os granitos correspondem a rochas erupt ivas
plutónicas e os metassedimentos a formações sedimentares e metamórf icas.
Os metassedimentos parecem corresponder a parte das formações dos
quartz i tos infer iores e do complexo dos xis tos e grauvaques do subdomin io
peri t ransmontano.
Xistos
Ocorrem na região Sul da fo lha 6A na zona das Minas da Borralha o
predominância de xistos quartzí t icos (Unidade Infer io r) em relação aos xistos
pelí t icos e aparecem associados a quartz i tos em bancadas lent iculares,
decimétr icas a métr icas. Existe a inda outro t ipo de xis tos pelí t icos (Unidade
Superior) com raros níveis de x istos quartzí t icos caracter izados por uma
granular idade media com for te fo l iação.
Granitos
A observação do mapa geológico da região em estudo indica a grande
concentração de rochas granít icas. Na zona centra l da fo lha existe a mancha
de Pondras encaixada por metassed imentos e a mancha da Borra lha, a su l que
vai desde as minas da Borra lha ate ao maciço do Gerês. Este é um gran ito de
grão grossei ro a médio, porf i ró ide, com megacr is ta is menores de 5 cm
geralmente or ientados e de duas micas. Na área da f reguesia de Campos e no
lugar da Borralha ex is tem pequenas manchas dispersas de granitó ides, sendo
caracter izadas por rochas de granular idade media a f ina possuindo uma cor
escura (NORONHA&RIBEIRO 1983: 7-10). Também com estas caracterís t icas
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de granulos idade exis te na serra das Torr inheiras no l imite ent re Cabecei ras
de Basto e Montalegre. Este granito é de grão f ino a médio, moscovít ico e
fortemente or ientado (NORONHA et a l i i 2000: 16). Na zona da Borra lha e
Paredes da freguesia de Salto ocorrem algumas manchas de granitó ides de
grão grosso a médio, com or ientação Oeste-Noroeste/Este-sudeste que vem
desde o maciço do Gerez passando pelas minas da Borralha e se estende ate à
Reboreda, e aqui deparáramos com um granito de granular idade f ina a média
com uma cor escura “rocha negra” ( idem , 24) .
Na zona de Vi la da Ponte encontramos manchas de granitos de grão
médio por vezes de tendência porf i ró ide com abundância da biot i te. Na parte
Sudoeste da fo lha 6A existe o gran ito da Cabrei ra e const i tu i o essencia l da
serra do mesmo nome. Granitos médios e grosse iros, tendência porf i ró ide de
duas micas podemos observar na região de Ruivães no f lanco Nordeste da
Serra da Cabre i ra, na Serra do Barroso e nos Pisões (viz inhanças da Barragem
do Alto Rabagão).
O potencia l aurí fero da região do Noroeste de Portugal está atestado
nos histor iadores ant igos como Estrabão (VELOZO&CARDOZO 1965:24-25) e
Plín io-o-Velho (GUERRA 1995: 40-41) e a informação presente para a nossa
área de invest igação e para todo o vale do Rabagão no que diz respeito aos
recursos minerais d isponíveis, parece conf irmar as teses dos autores
clássicos. Apesar de não constarem na área, minas de exploração de ouro
(MARTINS 2005: in genere ) , os pr inc ipais minér ios ext raídos foram os de
volf râmio e estanho cuja extracção teve lugar no Couto Mine iro da Borralha
(Norte da fo lha 6C) cujas pr imeiras concessões minei ras datam do iníc io do
séc. XX. Os minér ios eram exp lorados a part i r de f i lões quartzosos e dos
”p ipes”, com preponderância para a vo lf rami te (NORONHA et a l i i 2000: 37-38).
Na zona Sudeste do Couto Minei ro da Borralha as concessões eram para a
exploração de cassiter i te.
A Oeste do Couto Mineiro da Borralha local iza–se o Couto de Campos
onde foram explorados alguns f i lões que const i tuem o prolongamento para
poente do sistema f i lon iano que fo i exp lorado nas minas da Borra lha
(NORONHA&RIBEIRO 1983: 20), cremos que, no futuro, e com o
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prosseguimento de estudos que a isso o visem, possam surgi r novos dados
correspondentes a exp lorações minei ras já de períodos ant igos neste terr i tó r io.
2.5. Clima
A reg ião que estamos a estudar insere–se c l imatér icamente na Província
Montanhosa do Norte de Portuga l (RIBEIRO et a l i i 1988: 364-366). A
modif icação espacial do cl ima na reg ião, apresenta-se, por um lado, segundo
uma or ientação Oeste /Este, resu ltante da inf luência decrescente das massas
de ar proven ientes do oceano para o inter ior; por out ro lado, é resul tado da
disposição do re levo, que permite a passagem ou permanência daquelas
massas de ar, bem como das di ferenças de al t i tude por e le int roduzidas. Os
contrastes c l imát icos existentes t raduzem-se, grosso modo , na existência de
cl imas fr ios, embora suje i tos a uma certa moderação at lânt ica, nos lugares de
al t i tude mais e levada, e de cl imas quentes, caracter izados por acentuadas
ampl i tudes térmicas, nas depressões.
A região de Montalegre e Bot icas insere-se no conjunto das montanhas
do Norte de Portugal (RIBEIRO et a l i i 1987), indiv idua l izando um conjunto
cl imát ico caracter izado por temperaturas médias baixas (<15ºC), temperatura
moderada no Verão (<20ºC), f raca ampli tude térmica anual (<12ºC), e
precip i tação, regra geral superior a 1000m, com um ou dois meses em que é
infer ior a 30mm. Deste modo, acima dos 700m ou 800m, a temperatura média
desce para 10ºC, ocorrendo durante 6 meses abaixo desse va lor. O Verão
re lat ivamente quente e o Inverno longo, f r io e nevoso. Nos va les e nas bacias
inter iores como o Baixo Rabagão, encravadas entre montanhas e planaltos, o
cl ima, com tonal idades cont inentais, é muito mais seco, os Invernos são
moderados e os Verões ardentes podendo at ingi r a temperatura máxima de
46ºC.
Temperatura
Na maior parte do concelho, a temperatura média anual var ia entre
7.5ºC e 10ºC ( INSTITUTO DO AMBIENTE 1975). Ao longo do ano, os va lores
médios das temperaturas máximas var iam ent re 6.4ºC em Janeiro, e 23.2ºC em
Julho, regis tando-se, neste mês, a temperatura máxima mais e levada (34.5ºC).
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Os valores médios das temperaturas mín imas, variam entre 0.4ºC, em Janeiro,
e 11.7ºC em Agosto, registando-se, no mês de Feverei ro, a temperatura
mínima mais baixa, ( -11.6ºC).
As temperaturas máximas superiores a 25ºC ocorrem de Maio a
Setembro, reg istando-se com maior f requência, em Ju lho. O período em que se
regis tam temperaturas mínimas infer io res a 0ºC, decorre de Novembro a Abri l ,
com uma maior f requência em Janeiro.
Precipitação
Na região, os quant i tat ivos p luviométr icos médios anuais variam entre
os 1000mm e os 2800mm (INSTITUTO DO AMBIENTE 1975). A dis tr ibu ição da
precip i tação no ano é bastante i r regular, ver i f icando-se uma ní t ida demarcação
entre um semestre húmido, de Outubro a Março e um semestre seco de Abri l a
Setembro, ocorrendo contudo em todos os meses. De uma maneira geral o mês
de Julho regis ta os valores mais ba ixos e o mês de Janei ro os valores mais
e levados, ao qual se seguem por ordem decrescente os meses de Novembro,
Março, Dezembro e Fevere iro. Estes c inco meses reúnem 65.9% da
precip i tação tota l anua l.
Vento
A or ientação dominante dos ventos ref lecte as inf luências opostas do
mar, ventos de Oeste, Noroeste e Sudoeste, os ventos da chuva e do
cont inente, ventos de Este e Nordeste ( INSTITUTO DO AMBIENTE 1975). A
inf luência cont inenta l exerce-se sobretudo no Inverno, quando no cont inente
arrefecido existe um máximo barométr ico que impuls iona os ventos para o
oceano; a inf luência oceânica, faz-se sent i r ao longo de todo o ano, d iminuindo
para o inter io r pois o conjunto montanhoso do Gerês, Cabre ira , Alvão e Marão,
const i tu i uma barrei ra à l iv re ci rcu lação dos ventos at lânt icos. Também se faz
sent i r nos vales e depressões, que apresentam uma or ientação quase
mer id iana. Num grande número de local idades, o vento pluvioso é o que sopra
de Sul.
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Humidade Relat iva
A humidade re lat iva média do ar é de 75 – 80 % num sector mais
húmido, a Sudoeste , com va lores entre 75-80%, sendo super iores a 80% no
extremo a Sul da f reguesia de Salto e num sector menos húmido, a Nordeste,
com va lores ent re 70-75%.
2.6. Hidrografia
A rede Hidrográf ica do Rio Rabagão (Est. IV, 4). ocupa uma área tota l
de 248 Km2 e corresponde juntamente com o r io Homem aos a f luentes mais
importantes do r io Cávado. O Rio Rabagão, na margem esquerda, atravessa a
depressão transmontana f lanqueada por norte pela serra do Gerês e por Sul
pelas Alturas do Barroso, desaguando perto de Venda Nova, a inda na serra do
Gerês, mas já com a sua margem esquerda na vertente da serra da Cabre ira.
com um compr imento de 37 km rena uma área de 248 km2. 1
Segundo José Dias BAPTISTA (1993: 26) tem aparecido este curso de
água com as designações seguintes: Rabagão, Rebagão, Regavão, Rio de Vi la
da Ponte e Rio Misarela.
Este curso de água era suprac itado por Pinho LEAL (1873-1890: 102-
103): “O Rio Regavão nasce no Sul do lugar de Codeçoso da Chã, f reguesia de
Meixedo, concelho de Montalegre, d ist r i to de Vi la Real , província de Trás os
Montes. Toma uma direcção tortuosa pelas planícies da freguesia da Chã,
recebe pela margem d ire i ta ao lugar de Negrões o r ibei ro da Castanheira e da
esquerda, o r iacho de Morgade. Recebe vár ios r ibei ros que se lhe juntam por
ambas as margens atravessa as f reguesias de Vi la da Ponte e Pondras abaixo
da Ponte da Misare la depois de receber o r io da Ponte do Arco ” .
A importância da tectónica, t raduzida pe la f racturação que o maciço
apresenta, encont ra expressão morfo lóg ica nos numerosos va les de traçado
rect i l íneo existentes na bacia. É exemplo disso, o Rabagão com d irecção Este-
nordeste/Oeste-sudoeste2
Pode-se considerar um r io de montanha, apresentando um perf i l com
decl ives acentuados em toda a extensão do seu percurso, que é coberto pelos
1 Plano Hidrográfico da Bacia do Cávado, 2000, vol.1, Síntese, pp. 2 2 Idem
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seus espe lhos de água. Ao longo do seu percurso, o r io sof re uma var iação de
nível desde 280 metros na conf luência com o r io Cávado até 1000m nas
cabecei ras3
Segundo o INSTITUTO DO AMBIENTE (1975) a evapotransp i ração real
anual fornece va lores que var iam ent re 600 e 800 mm). Os valores mais a l tos
correspondem às zonas local izadas nas barragens da Venda Nova e Alto
Rabagão.
2.7. Solos e vegetação
As característ icas do solo de uma bacia h idrográf ica, em conjunto com o
seu uso, são factores que têm uma inf luência preponderante nas
disponib i l idades hídr icas da bacia. O t ipo de solo predominante na área
abrangida const i tuída por Rankers é o Cambisso lo de rochas erupt ivas, sendo
a restante área da bac ia, Cambisso los de x is tos (Est. V, 5)
A região possui solos com uma ac idez elevada, registando valores entre
os 4.6 – 5.5 na margem di re i ta do Rabagão, e so los a inda mais ácidos com
valores ou iguais 4.5 , na margem esquerda do mesmo r io ( INSTITUTO DO
AMBIENTE 1980).
Dos recursos f lo resta is que a região possu i, podemos assina lar uma
grande disseminação do carvalho roble (quercus robur ) , do pinheiro bravo
(pinus pinaster ) , na zona da Venda Nova e Vi la da Ponte o sabugueiro
(sambucus n igra ) e já perto da barragem de Paradela a Oeste da barragem do
Rabagão, encontramos a dispersão da cereje ira (prunus cerasus ) e da gingeira
(prunus avium) . Os revest imentos vegetais mais comuns nesta zona são a
urze, a carque ja, a queiroga, a g iesta e o to jo (BAPTISTA 1999; 336)
3 Idem, pp.29
19
Actualmente não são conhecidos vest íg ios arqueológicos no terr i tór io,
que correspondam a época crono lógica do Paleolí t ico e do Mesolí t ico.
Com o avanço do processo de neol i t ização, e consequente aparecimento
da agricul tura e a modif icação da paisagem natural , como consequência da
desf lorestação, provocada certamente por uma maior pressão humana e pelo
domínio de uma utensi lagem mais ef icaz, mult ip l icam–se os vest íg ios de
presença humana no vale do baixo Rabagão conf irmada pela presença de
monumentos megalí t icos.
São vários os exemplos de sepulturas megalí t icas que podemos
encontrar na nossa área de traba lho. Estes estão disseminados pe la paisagem
na sua general idade local izam – se em p lanaltos, de a l t i tude var iável ent re os
800 e 1080 metros de al t i tude estando preferenc ia lmente assentes nas
formações granít icas ou si lúr icas.
Para este inventár io recorremos a obras da especia l idade (JORGE, V.
1982), onde podemos assina lar o conjunto de mamoas da Pedra da Caldei ra a
Nordeste de V i la da Ponte, um sepulcro no Alto da Carmadoira a Sudoeste de
Ferv idelas, no Marco Velho no l imi te dos concelhos de Monta legre e Bot icas
em plena Serra do Barroso, no plana lto da Senhora da L ivração a Nordeste da
aldeia de Pai Afonso, na Lamachã a Sudeste da Venda Nova e duas mamoas
junto a Fontadelos a Sudoeste da povoação de Pomar da Rainha
(NORONHA&RIBEIRO 1983: 24)
Relat ivamente à Idade do Bronze temos a ocorrênc ia duas cistas no
lugar do Gorgu lão, f reguesia de V i la da Ponte, provavelmente associadas aos
r i tua is funerár ios. A pr imeira descoberta em 1931 (SANCHES 1980; 1981;
JORGE 1986: 870-71; BAPTISTA 1999), em que o monumento estar ia or ientado
de Oeste-este e cont inha três vasos que estão depositados no Museu de
Antropolog ia do Porto . Estes vasos, são de fabrico manual, apresentam uma
pasta de textura compacta, com desengordurantes const i tuídos por e lementos
de quartzo de médio cal ib re. As superf íc ies são pol idas e de cor castanha
clara . O segundo achado ver i f icou-se em 1994 (BAPTISTA M. 1994) e forneceu
uma c ista, com or ientação Noroeste/Sudeste, que cont inha um vaso t roco-
cónico inte i ro, de per f i l i r regu lar, de bordo sub-horizonta l , fundo plano pelo
exter ior e l igei ramente convexo pe lo inter io r, que o autor na 1ª metade do I I
mi lénio a.C. (SILVA, M. A. 1994). A pasta é de textura compacta ,
20
acastanhada, com grãos de quartzo de médio e grande cal ibre com f raca
percentagem de mica. As superf íc ies internas e externas são al isadas. O
fabrico é manual e apresenta uma decoração plást ica apl icada a toda a vol ta
do bordo enquadra. Em 1938, na mesma freguesia, no lugar da Lomba, fo i
descoberta uma c ista que cont inha um exemplar de vaso tronco-cón ico
semelhante ao da cista do Gorgulão (BAPTISTA 1999)4.
Na margem de um af luente do Rabagão, em Vi la da Ponte, foram
encontradas há vár ios anos, umas contas pol icromas de pasta ví t rea, de
cronolog ia indeterminada, que estão guardadas no Museu de Antropolog ia do
Porto (CARDOZO 1943: 15-16).
Numa recente monograf ia do conce lho de Montalegre, o autor Manuel
DIAS (2002: 132), re fere a uma descoberta em 1938, de um machado em
bronze, no lugar da Veiga, em Vi la da Ponte, não obstante de não encontrar-
mos mais referênc ias de um tão importante achado.
4 SANCHES 1980, refere achado em Portela do Gorgurão, freguesia das Alturas de Barroso, concelho de
Boticas, distrito de Vila Real, localização refutada pelo autor neste artigo.
22
4.1. Fontes de Informação
A elaboração do presente estudo al icerçou–se na pesquisa bib l iográf ica,
na prospecção de terreno e nas informações orais.
A pesquisa bib l iográf ica fo i apo iada em revistas e pub l icações, quer da
especia l idade quer monograf ias reg ionais serviu de base de ident i f icação de
alguns sí t ios. A quase inexis tência de estudos específ icos sobre a região
obrigou-nos a consu ltar uma extensa bib l iograf ia geral . Foram consultadas
obras clássicas da bib l iograf ia h istór ica portuguesa naciona l e regional como
por exemplo a “Corograf ia Portuguesa ” (COSTA 1706-1712), “De Ant iquitat ibus
conventus bracaraugustani ” , (ARGOTE 1728), as “Memorias para a Histor ia
Ecles iást ica do arceb ispado de Braga ” (ARGOTE 1732), o “Portugal Ant igo e
Moderno ” (LEAL- 1873-1890).
Informações essenciais foram fornec idas pelas obras de cariz
monográf ico (COSTA 1968; 1987; MARTINS, J. 1992; BAPTISTA 1993; DIAS
2002; BORRALHEIRO 2005; FONTE&FONTES 2005).
Relat ivamente à bib l iograf ia de estudos re lacionados com o patr imónio e
arqueologia devemos referenciar os t rabalhos de Fernando Braga Barre iros,
mi l i ta r de carrei ra que prestou serviço em Montalegre, como Comandante da
Secção da Guarda Fiscal, um estud ioso da h istór ia, das t radições e cultura das
terras de Barroso, pub l icou em 1914 “Ensaios de inventar iação dos castros do
concelho de Monta legre , art igo igua lmente publ icado no Arqueólogo Português
(BARREIROS 1915), inventariando para o concelho de Montalegre um tota l de
53 povoados. Em 1920 publ icou na separata do Arqueólogo Português
“Materia is para a arqueologia do concelho de Montalegre ” (BARREIROS 1920).
Na década de 60, in ic iou–se um importante cic lo de pesquisas à volta
do Castro de São Vicente da Chã sob a direcção Santos Júnior da Faculdade
de Ciênc ias da Universidade do Porto (SANTOS JUNIOR 1963; SANTOS
JUNIOR&ISIODORO 1963; SANTOS JUNIOR&FREIRE 1964).
Importante fo i também o contr ibuto de Maria Crist ina SANTOS (1969) e
do Pe. João G. Costa que real izou a monograf ia sobre as Terras de Barroso,
mas também abordou a vertente arqueológ ica (COSTA 1963).
José Dias Bapt ista , natural do concelho de Montalegre também
conhecido pelas suas publ icações do “Pa is Barrosão”, publ icou na separata da
23
revista Aquae Flav iae , um art igo sobre os castros de Monta legre (BAPTISTA
1989), onde tentou real izar a car tograf ia estes povoados. No nosso ponto de
vista, esta publ icação ao nível car tográf ico apresenta–se confusa, e, peca pela
ausência da descr ição dos sí t ios arqueológ icas e das referências bib l iográf icas
essencia is ao estudo de povoados fort i f icados e da Proto-Histór ia em gera l.
Um t rabalho mais r igoroso é apresentado por Luís FONTES (1992), que
apesar de inc lu i r s í t ios arqueológicos da nossa área de estudo, estes
correspondem a épocas cronológicas d i ferentes, mormente o período romano e
medieva l.
Porém, na minha opinião a tota l idade das publ icações acerca dos
povoados fort i f icados do Baixo Rabagão apesar de toda a sua importânc ia
informat iva, most ram–se desactua l izadas e carecem de r igor car tográf ico.
4.2. Inventário de sítios
A composição de um inventário de s í t ios arqueológicos do curso do
Baixo Rabagão v isou obter uma base car tográf ica r igorosa para a região, a lgo
que até hoje a inda não fora concret izado. Procurou–se através do inventár io e
cartograf ia de todos os vest íg ios de ocupação humana conhecidos na reg ião
em estudo, esboçar as pr imeiras l inhas gerais do povoamento do período
Proto-h istór ico.
A apresentação das estações arqueológ icas obedece a um esquema com
a seguinte exposição: um pr imeiro con junto de informações que referem o
dist r i to, conce lho e f reguesia por ordem alfabét ica . Segue-se o topónimo,
Código Geográf ico Nacional (C.G.N.), nº da Carta Mi l i ta r 1.25.000 (C.M.P.) do
Inst i tuto Geográf ico do Exérc i to, nº da Carta Geológica 1.50.000 (C.G.P), as
coordenadas geográf icas ret i radas em relação ao merid iano do Greenwich,
coordenadas Gauss-Mi l i ta r, e a l t i tude. A cada povoado é concedido um número
de ordem, para fac i l i tar a sua ident i f icação na le i tura cartográf ica. Para a
comprovação da loca l ização dos sí t ios, procurei a averiguação dos l imites de
freguesia e os valores das coordenadas geográf icas at ravés do Inst i tuto
Geográf ico do Exérc i to .
24
O segundo grupo descreve os acessos, o meio f ís ico e ecológico
envolvente, onde se anal isa a topograf ia do loca l, cond ições naturais de
defesa, potencia l idades económicas do meio envolvente e vis ib i l idade.
O úl t imo b loco de informação faz a descr ição do povoado,
part icularmente à sua planta, s istema defensivo, est ruturas v isíve is e espól io
ident i f icado, a lém da respect iva bib l iograf ia
Para que o levantamento resu ltasse, exaust ivo e o mais completo
possíve l, munimo–nos de cartas topográf icas nas escalas 1:50.000 e 1:25.000.
Foram inventariados todos os povoados conhecidos na região do Baixo
Rabagão. A ident i f icação dos povoados, apesar de uma morfo logia muito
homogénea, não const i tu iu grandes problemas. A sua implantação veri f icou–se
na general idade em pequenos outei ros ou esporões montanhosos,
t radicionalmente u t i l izados como terrenos de pastore io que nesta reg ião é
muito f requente ou de aproveitamento f lorestal (FONTES 1979: 83-92).
Contudo a densa cobertura f lorestal que cobre alguns dos povoados por vezes
di f icul tou a observação de estruturas. Por vezes fo i igua lmente di f íc i l observar
quaisquer e lementos que permit issem esboçar a inda que sumariamente, a
estrutura dos povoados.
Todos os sí t ios inventariados foram vis i tados uma ou mais vezes
consoante as necess idades. Porém fo i nossa opção inventar iar todos os
povoados da região, mesmo quando os conhecimentos sobre estes nos
oferecessem duvidas quanto à sua cronologia. Toda a descrição fo i o mais
exaust iva possíve l, re latando–se o que era na al tura, observável, correndo–se
mesmo o r isco de alguma inexact idão, que poderá ser corr ig ida em rev isões
futuras caso os s í t ios cont inuem intactos. Para enr iquecer o t raba lho, todos os
sí t ios apresentam o seu registo fotográf ico, com a dev ida or ientação e para
oferecer uma melhor panorâmica dos sí t ios, rea l ize i todos os perf is
topográf icos dos povoados anal isados.
Além das pr incipa is referências b ib l iográf icas (BARREIROS 1915: 211-
213; BAPTISTA 1989: 111-124; QUEIROGA 1992 192-196; SILVA 1986: 88-89),
a lguns povoados foram ident i f icados com base na sua toponímia, caracterís t ica
esta, que permite associar ant igas ocupações humanas a sí t ios na paisagem
(MOITA 1966), nas característ icas topográf icas e na observação de vest íg ios
25
de estruturas, onde por vezes fo i possíve l observar f ragmentos de cerâmica e
estruturas pét reas. Não fo i possíve l estabelecer uma caracter ização
cronológ ica e cul tura l da ocupação dos povoados r igorosa, dev ido à ausência
de escavações arqueológicas e à escassez do própr io espó l io observado.
Outra das di f iculdades da elaboração deste Seminário, deve-se ao facto
de não exist i r uma única publ icação que faça uma descr ição de um só
povoado. Nas publ icações que os referem, alguns povoados surgem com erros
de informação a nível da local ização 5, e a inexistência de outras referências
bib l iográf icas sobre o sí t io em questão.
5 Em algumas publicações, certos povoados aparecem com as coordenadas geográficas erradas, e
mesmo a própria freguesia onde estão inseridos.
26
Vila Real
Boticas
Cerdedo
1. Al to da Pedra Pinta, Outeirões
C.G.N.: 170206
C.M.P.: nº 45 (A lturas do Barroso - Bot icas) (Est . VI , 6 )
C.G.P . : nº 6A (Monta legre)
Lati tude : 41º 42 ’ 15, 5 ’ ’ N
Longitude : 07º 53’ 19 ’ ’ W
GAUSS: X – 220346 / Y – 526132
Alti tude : 1090 m
Acessos – Na aldeia de Coimbró, junto a uma vacaria, ex iste um caminho em
terra onde segu imos cerca de 300m. Ao chegarmos a uma cancela de um
campo do nosso lado esquerdo, entramos e seguimos a di recção do sí t io onde
se vê o marco geodésico no seu topo.
Relevo – O Alto da Pedra Pinta corresponde a um outeiro com a cota absoluta
de 1097m, de formato quase cónico que possui um pendor a lgo incl inado para
Norte, Oeste e Sul. Este está bem visíve l na paisagem, mormente quem
observa do lado esquerdo do Rabagão.
Hidrologia – O Alto da Pedra Pinta é uma zona bem i r r igada e aqui nascem
alguns cursos de água que desaguam nas duas l inhas aquíferas que del imi tam
o cabeço. A corga da Agueira e o corgo de Vale Caor is, t r ibutár ios do Rabagão
(Est. VI , 7) .
Substrato rochoso – Xistos pe l i t icos, com raros níve is de xistos quartzí t icos e
com intercalações de rochas ca lcossi l icatadas e de l íd i tos.
Aproveitamento agrológico dos solos – Solos de Classe F. A Noroeste
existem so los da Classe C e a Norte Classe A + F.
Recursos minerais – Num raio de 5km não se conhecem jaz idas de minér io.
Visibil idade – O sí t io possui uma v is ib i l idade excelente em quase todos os
quadrantes, exceptuando a este e sudeste, onde existem cumeadas de maior
a l t i tude.
27
Estruturas e material – Não se detectaram nem est ruturas ou mater ia l
arqueológico. A v is ib i l idade no s í t io era prat icamente nula , devido à
intensidade de vegetação composta por mato espesso .
Vegetação – Existência de mato rastei ro (urzes e carqueja) que cobre a
cumeada por completo .
Bibl iografia - SILVA 1986: 89 nº 467
Montalegre
Ferral
2. Castra
C.G.N.: 170609
C.M.P.: nº 44 (Ruivães – Viei ra do Minho) (Est. VI I I , 14)
C.G.P. : 6A (Montalegre)
Lati tude : 41º 42 ’ 38,1‘ ‘ N
Longitude : 07º 49’ 56,9’ ’ W
GAUSS: X – 225023 / Y – 526844
Alti tude : 670 m
Acessos – Depois de passar a barragem da Venda Nova (E.N 103-8) segue-se
cerca 300m e encosta-se o veícu lo no la rgo em terra à nossa esquerda.
Relevo – O povoado da Cast ra está loca l izado no topo de um morro com a cota
máxima de 682m, que goza um decl ive abrupto voltado para o Rio Rabagão.
Este cabeço está re lat ivamente v isíve l na paisagem, sobretudo quem presencia
do lado sul do refer ido r io (Est. VI I I , 16)
Hidrologia – O monte da Cast ra possu i uma l inha de água que passa que
nasce no monte de Santo António a Norte e vai desaguar no Rabagão onde
f inda o monte. É uma zona pouco ir r igada, porque está cond icionada pela
barragem da Venda Nova, a lgumas centenas de metros at rás (Est. VI I I , 15).
Substrato rochoso – Granitos porf i ró ides, de grão médio a grosse iro, de duas
micas, essencialmente biot í t icos.
Aproveitamento agrológico dos solos – Solos de Classe F. Ex istem solos a
Noroeste Classe C e a Norte Classe A + F e solos t ipo A, a Sudoeste.
28
Recursos minerais – Num ra io de 5km existem a Nordeste jaz idas de
volf râmio e a Su l, f i lões de tungsténio.
Visibil idade – O s i t io possui uma v is ib i l idade um pouco redutora, sendo o
pr inc ipal quadrante de clareza o va le do Rio Rabagão, vol tado a Este.
Estruturas e materia l – Foram detectadas algumas est ruturas que podem
corresponder ao sistema defens ivo do povoado . É notório a ex istênc ia de
al inhamento de la jes, supondo a exis tência de mura lhas. A f igura 16 (Est. VI I I )
parece sugeri r um fosso defensivo na parte cent ra l do povoado. Estas
observações foram possíve is, devido á existência de um incêndio em 2005, que
permit iu a melhor ia da vis ib i l idade no loca l.
Vegetação – Devido ao incêndio não ex iste quase vegetação, apesar do
crescimento recente de fetos. Ex istem também pinhe iros bravos.
Bibl iografia : BAPTISTA 1989 111-124; BARREIROS 1915: 213 nº40
Salto
3. Cabanas
C.G.N.: 170626
C.M.P. : nº 44 (Ruivães – Viei ra do Minho) (Est. XI , 22)
C.G.P. : 6A (Montalegre)
Lati tude : 41º 39 ’ 59,5’ ’ N
Longitude : 7º 59’ 09,1’ ’ W
GAUSS: X – 212266 / Y – 521915
Alti tude : 860 m
Acessos – A chegarmos ao cent ro do lugar de Linharelhos (v ia Salto E.M.
1025-2), nas pr imeiras casas, v irar à esquerda e seguimos num caminho de
terra bat ida. Andamos cerca de 50 m e aparecem t rês novamente t rês t r i lhos, e
aí seguimos o da esquerda cerca de 50m onde temos de estacionar o veicu lo
onde o resto do caminho tem de ser em caminhada.
Relevo – O povoado de Cabanas está loca l izado no topo de um cabeço si tuado
no Norte do planalto de Linharelhos, com a cota absoluta de 869m, que
apresenta um decl ive escarpado a Norte, vol tado para o Rio Rabagão. Este
29
cabeço está re lat ivamente visível paisagem, sobretudo quem presencia do lado
Sul do Rabagão
Hidrologia – O monte das Cabanas é uma zona com muita i r r igação, já que,
a lém do Rabagão estar junto ao povoado, aí também nascem variadas l inhas
de água (Est. XI , 23).
Substrato rochoso – Granitos porf i ró ides, de grão médio a grosse iro, de duas
micas, essencialmente biot í t icos. Ad jacente a este loca l a Oeste, ex istem
xistos pelí t icos, com abundantes níveis de xistos quartz í t icos e com
intercalações de l íd i tos, de quart iz i tos e de rochas ca lcossi l icatadas.
Aproveitamento agrológico dos solos – Solos de Classe F. Ex istem solos a
Oeste de Classe A.
Recursos minerais – A Oeste ex iste o couto minei ro de Campos, com
explorações de tungsténio.
Visibil idade – Este povoado usufru i de uma vis ib i l idade excelente para todos
os quadrantes.
Estruturas e material – Não se detectou espól io arqueológico, não obstante,
observamos uma est rutura pétrea (Est. XI , 22) que poderá eventualmente
corresponder a uma l inha de mura lha ou um talude.
Vegetação – Este s í t io apresenta uma vegetação variada, com urze e
carqueja. Também existem a lguns p inhei ros bravos.
Bibl iografia: BAPTISTA 1989: 111-124
4. Castelos
C.G.N.: 170626
C.M.P. : nº 59 (Dornelas – Bot icas) (Est . XI I I , 28)
C.M.P. nº 6C (Cabecei ras de Basto)
Lati tude 41º 36’ 18, 7 ’ ’ N
Longitude 7º 56’ 15, 9 ’ ’ W
GAUSS X – 216287 / Y – 515112
Alti tude 1030m
Acessos – Os acessos fazem-se de Sa lto pela E. N. 311 para sul na direcção
de Lodeiro de Arque (aproximadamente 5km) a part i r de onde seguimos para
30
este para a Porte la do Fri l , onde seguimos por caminho carrete i ro cerca de
300m.
Relevo – O povoado dos Caste los está si tuado numa pequena rechã mui to
rochoso, com a cota absoluta de 1038m, possuindo um decl ive abrupto
or ientado para Oeste e Norte. A estação está re lat ivamente visível na
paisagem.
Hidrologia – O monte dos Castelos tem a Leste uma nascente de água que
desagua no Ribei ro de Brangadoiro. A Sudeste nascem a lguns cursos de água
que pertencem ao Ribeiro de Poiares, mas este já drena para o Rio Tâmega
(Est. XI I I , 29)
Substrato rochoso – Granitos de duas micas, de grão médio e de grão médio
a grosse iro .
Aproveitamento agrológico dos solos – Solos de Classe F. Ex istem solos a
Noroeste de Classe C e Classe A + F.
Recursos minerais – Existem no loca l f i lões de tungsténio.
Visibil idade – Actualmente a vis ib i l idade é l imitada pela grande quant idade de
vegetação arbórea no local. Contudo, sem o f lorestamento do local, podemos
deduzir que este loca l ter ia uma ópt ima vis ib i l idade, com um raio de quase
360º.
Estruturas e material – Não se encontraram qualquer t ipo de estruturas ou
espól io arqueológ ico.
Vegetação – Vegetação arbórea, p inhei ros e carvalhos, a lém da vegetação
arbust iva, com urzes, fetos e giestas.
Bibliografia: BARREIROS 1915: 213 nº45; QUEIROGA 1992: 195 nº514; SILVA
1986: 89 nº476
Venda Nova
5. Castro de Codeçoso, Monte do Castro
C.G.N.: 170633
C.M.P. : nº 44 (Ruivães – Viei ra do Minho) (Est. XVI, 36)
C.G.P. : nº 6A (Monta legre)
Lati tude : 41º 41 ’ 37,9’ ’ N
Longitude : 7º 57’ 12, 7 ’ ’ W
31
GAUSS: X – 214951 / Y – 524959
Alti tude : 720 m
Acessos – Na E.N. 103 em direcção a Montalegre, logo a segui r à povoação
de Codeçoso, aparece uma s inal ização do lado esquerdo para o Castro .
Relevo – O arqueossít io do Castro está assente num cabeço com a cota
absoluta de 732m, e apresenta um decl ive de pendor re lat ivamente suave até
ser absorvido pe las águas do Rabagão. Este sí t io está re lat ivamente visíve l na
paisagem, devido à sua posição no meio do r io.
Hidrologia – O Castro de Codeçoso, desde a década de 50 6, está submerso
parcia lmente pelas águas do Rabagão. Contudo, const i tu i uma zona ir r igada, já
que apresenta algumas l inhas de água que nascem no própr io monte (Est. XVI,
37).
Substrato rochoso – Xistos pe l i t icos, com raros níve is de xistos quartzí t icos e
com intercalações de rochas ca lcossi l icatadas e de l íd i tos
Aproveitamento agrológico dos solos – Solos de Classe F. Existem a
Nordeste , so los de Classe C + F.
Recursos minerais – Existem jaz idas de estanho a Sudeste.
Visibil idade – O sí t io possui uma v is ib i l idade razoáve l.
Estruturas e mater ial – Foram detectadas const ruções que podem
corresponder a duas l inhas de mura lha (Est. XVI, 38). A foto aérea fornece
também uma ópt ica, daqui lo que poderá ser uma const rução de formato
ci rcular, t ip icamente castre ja, ta lvez habi tacional . Encont ramos ainda o que
parece ser um fosso art i f ic ia l , v isível na (Est. XVI, 39). Fontes orais7 referem
que esse fosso fo i construído no tempo dos mouros para se defenderem de
ataques. A níve l de espól io encont rou-se alguns f ragmentos de cerâmica
micácea bastante ro lados, restos de escória de fundição e também partes de
tegulae. Há anos at rás, nesta estação arqueológica, pe la mão de Mart ins
CAPELLA (1895: 99) fo i descoberto um marco mil iár io com a mi lha XXXVII I
desde Bracara Augusta a Aquae Flav iae, que entretanto fo i dest ruído. Com
6 Situada na bacia hidrográfica do Cávado, foi construída no Rio Rabagão em 1951. Esta barragem
possui 97 m de altura e o comprimento da coroa é de 230 m.
7 Informação fornecida pelo Sr. Adriano “da Praça” do lugar de Currais.
32
estes dados, parece conf irmar-se a romanização deste local e segundo Lereno
BARRADAS (1956: 44) , aqui se si tuar ia a mansio de Praesid io do I t inerário de
Antonino.
Vegetação – A vegetação no local é abundante, sendo const i tuída
pr inc ipalmente de urzes, carqueja e fetos.
Bibl iografia: ALARCÃO 1988: 8 nº 159-160; BARRADAS 1956: 159-240;
BARREIROS 1915: 213 nº39; BELCHIOR & HESPANHA 1959: 143-161;
CAPELLA 1895: 99 nº9; CARDOZO 1943: 109-116; COSTA 1987: 43;
RODRIGUEZ COLMENERO 1987: 397, 400, 402, 438; RODRIGUEZ
COLMENERO et a l i i 2004: 117-118, 125, 165; TRANOY 1981: 208 nº25
Viade de Baixo
6. Andelhe, Fezelhe, Ponte dos Mouros
C.G.N.: 170634
C.M.P. : nº 45 (Al turas do Barroso – Bot icas) (Est . XVII I , 44)
C.G.P. : nº 6A (Monta legre)
Lati tude : 41º 42 ’ 59,1’ ’ N
Longitude : 7º 52’ 05,74’ ’ W
GAUSS: X – 222043 / Y – 527480
Alti tude : 940 m
Acessos – O acesso pode ser fe i to junto ao restaurante “A Cista”, onde
subimos o caminho em terra que há do out ro lado da estrada cerca de 1 km até
encontramos o castro de Andelhe. De j ipe é possível chegar ao sí t io
arqueológico .
Relevo – O castro de Andelhe está si tuado no topo de uma cumeada com a
cota absoluta de 949m, ostentando um decl ive bastante íngreme orientado para
Oeste, Norte e Este. A estação arqueológica está re la t ivamente visíve l na
paisagem e encontra-se protegida dos quadrantes Sul e Este.
Hidrologia – Relat ivamente aos recursos hidro lógicos, o Cast ro de Andelhe
está numa zona bem ir r igada, sendo del imitado por dois cursos de água que
pertencem ao Corgo da Lebesta (Est. XVII I , 45).
33
Substrato rochoso – Granitos de grão médio a grosse iro, de duas micas. É
adjacente ao loca l, g ranito de grão médio, de tendência porf i ró ide, de duas
micas, essencialmente biot í t ico.
Aproveitamento agrológico dos solos – So los de Classe C. A Oeste ex istem
solos de Classe A e a Sul, so los de Classe A + C.
Recursos minerais – Num raio de 5km não existem jazidas de minério.
Visibil idade – O sí t io possui uma boa vis ib i l idade, como se pode comprovar na
Fig. Onde conseguimos ver a ao fundo a Serra do Larouco.
Estruturas e material – Detectaram-se al inhamentos pétreos, que podem
corresponder à l inha de mura lha no topo do cabeço (Est . XIX, 47). Também é
visível a ex istênc ia de derrubes de pedra faceada que podem pertencer aos
mesmos a l inhamentos. Não se detectou espól io arqueo lógico.
Vegetação – O monte está quase coberto de matagal rasteiro, sendo
const i tuída sobretudo de urzes e carque ja.
Bibl iografia: BAPTISTA 1989: 111-124; QUEIROGA 1992: 196 nº 526; SILVA
1986: 89 nº 468
Vila da Ponte
7. Castelo, Castelo da Lomba, Monte do Castelo
C.G.N.: 170635
C.M.P. : nº 32 (Montalegre) e nº 45 (A lturas do Barroso–Bot icas) (Est . XX, 52)
C.G.P . : nº 6A (Monta legre)
Lati tude : 41º 44 ’ 17,3‘ ‘ N
Longitude : 07º 53’ 38,4’ ’ W
GAUSS: X – 219893/ Y – 529888
Alti tude : 900 m
Acessos – A part i r do da alde ia de Bustelo, junto à cape la ex iste um caminho
empedrado que nos leva exactamente ao Castelo , a uma distância de cerca
500m .
Relevo – O Monte do Castelo está si tuado num plateau de grande dimensão
cuja cota máxima é de 916m, apresentando um pendor re lat ivamente suave na
parte cent ra l do monte, e um decl ive mais acentuado nos lados Oeste e Este. A
34
estação arqueológica apresenta-se mais v isíve l na pa isagem do quadrante
Este.
Hidrologia. – O Monte do Castelo está s i tuado numa zona bem ir r igada,
nascendo aí um regato que desagua no Ribeiro de Cambela que del imita o
povoado do lado Este (Est. XX, 53).
Substrato rochoso – Granitos de grão médio a grossei ro, de duas micas.
Aproveitamento agrológico dos solos – Solos de Classe A + C. A Este
existem so los de Classe C, e a Norte, solos de Classe A.
Recursos minerais – Num raio de 5km não existem jazidas de minério.
Visibil idade – O sí t io possui uma boa v is ib i l idade, especia lmente para a l inha
montanhosa s i tuada a Leste.
Estruturas e materia l – Não se detectaram qualquer t ipo de estruturas ou
espól io arqueológ ico, devido possivelmente, ao extenso matagal que aí se
encontra. Segundo as fontes orais 8, o Monte do Castelo assentar ia no morro
rochoso que se observa na (Est. XX, 54)
Vegetação – A vegetação existente resume-se a uma grande quant idade de
giestas e urzes.
Bibl iografia: QUEIROGA 1992: 195 nº 512; SILVA 1986: 89 nº 465
8. Castro de Valongo, Espartida, Ponte dos Mouros
C.G.N.: 170635
C.M.P. : nº 45 (Al turas do Barroso) (Est . XXII I , 59)
C.G.P. : nº 6A (Monta legre)
Lati tude : 41º 43 ’ 47,7’ ’ N
Longitude : 7º 54’ 36,4’ ’ W
GAUSS: X – 218556 / Y – 528970
Alti tude : 840 m.
Acessos – O acesso deve ser fe i to a part i r da aldeia de Ladrugães (E.M. 606),
onde vi ramos à d i re i ta no segundo caminho. Seguimos cerca de 50m e vi ramos
8 Informação prestada pelo Sr. Manuel do lugar de Bustelo. A Sul deste povoado existiria ainda a Mina
dos Moiros, que supostamente guardava tesouros escondidos e terá levado muitos rapazes, durante a
mocidade do Sr. munidos de enxadas e picaretas, sem êxito à procura do referido tesouro.
35
para outro caminho à esquerda. O Cast ro de Valongo aparece cerca de 800m
do nosso lado d ire i to .
Descrição física – O Cast ro de Valongo assenta num pequeno esporão. Este
morro assume uma forma quase pi ramidal e está ladeado pelo corgo do
Valongo, const i tu indo um local bem i r r igado.
Relevo – O povoado está si tuado num morro de formato quase p i ramida l, cuja
cota máxima é de 848m, que está si tuado no extremo Este do monte da
Mi jancei ra e apresenta um decl ive abrupto em quase todos os quadrantes. A
estação arqueológica não é mui to perceptíve l na paisagem, devido à exis tência
de uma l inha de monte junto a Pormidelo, impossib i l i tado a observação do
povoado.
Hidrologia. – O sí t io do Castro de Va longo está numa zona de boa ir r igação já
que é del imitado pe lo Corgo de Va longo (Est . XXII I , 60)
Substrato rochoso – Xistos pe l i t icos, com raros níve is de xistos quartzí t icos e
com intercalações de rochas ca lcossi l icatadas e de l íd i tos.
Aproveitamento agrológico dos solos – Solos de Classe F. A Sudeste
existem so los de Classe A.
Recursos minerais – Num raio de 5km não existem jazidas de minério.
Visibil idade – O sí t io possu i uma v is ib i l idade algo redutora para Nascente,
mas possui um bom horizonte v isual para Su l .
Estruturas e material – Foram observadas algumas estrut pét reas (Est . XXII I ,
62). Ex istênc ia de vários f ragmentos de cerâmica e escoria de fundição.
Segundo José Dias BAPTISTA (1990: 153) e RODRIGUEZ COLMENERO et a l i i
(2005: 124) a loca l ização da mansio, Praesid io, do I t inerár io de Antonino ser ia
no Cast ro de Valongo.
Vegetação – Devido à ocorrênc ia de um incêndio em 2005, nota-se a
precedente existênc ia de giestais , e actualmente observa-se algumas espécies
herbáceas
Bibl iografia: BAPTISTA 1989: 111-124; 1990: 135-182; QUEIROGA 1992: 195
nº 513; RODRIGUEZ COLMENERO et a l i i 2005: 124; SILVA 1986: 89 nº 466
9. Crasto, Cabeça da Armada, Boca dos Infernos
C.G.N.: 170635
C.M.P. : nº 45 (Al turas do Barroso – Bot icas) (Est . XXV, 67)
36
C.M.P . nº 6A (Monta legre)
Lati tude : 41º42’ 39,4’ ’ N
Longitude : 7º 54’ 12,9’ ’ W
GAUSS: X – 219104 / Y – 526864
Alti tude : 810 m
Acessos – Na E.N. 103 em direcção a Montalegre, paramos no entroncamento
que dá acesso à cape la de Sra. de Fát ima e à povoação de Vi la da Ponte. Do
lado di re i to da estrada, exis te um t r i lho em terra bat ida em que subimos a pé
cerca de 100 m até ao Crasto.
Relevo – O Crasto assenta num pequeno esporão no extremo Oeste do monte
dos Outei rões, com uma cota absoluta é de 812m. A estação arqueológica não
é muito perceptíve l na paisagem, dev ido à existênc ia de uma l inha de monte
junto a Pormidelo, impossib i l i tado a observação do povoado.
Hidrologia – O sít io do Crasto está num espaço de boa i rr igação porque está
si tuado no meio de dois pequenos va les, existe uma l inha de água junto ao
povoado e mais duas, uma a Norte e outra a Sul, que nascem no Monte dos
Outeirões (Est. XXV, 68)
Substrato rochoso – Granitos porf i ró ides, de grão médio a grosse iro, de duas
micas essencia lmente biot í t icos. .
Aproveitamento agrológico dos solos – Solos de Classe A + C. A Oeste,
existem so los de Classe C + F e a Norte solos de Classe A.
Recursos minerais – A Sul ex istem jazidas de estanho.
Visibil idade – O sí t io possui uma vis ib i l idade boa para todo o vale do
Rabagão, embora a Este tenha uma v is ib i l idade mais l imitada.
Estruturas e material – Detectaram-se alguns al inhamentos pétreos, que
possive lmente pertencem ao s istema defens ivo do povoado (Est. XXV, 70). Não
se observou espó l io arqueológico. A densidade dos arbustos di f icu l tou a
observação das est ruturas ex istentes.
Vegetação – Zona densamente arbust iva, com vegetação muito a l ta.
Bibl iografia: BARREIROS 1915: 213 nº 41; BAPTISTA 1989: 111-124; 1990:
QUEIROGA 1992: 196 nº 525; SILVA 1986: 89 nº 467
38
5.1. Integração no relevo
Após a anál ise dos nove povoados, podemos observar a pred i lecção
pelo assentamento em e levações de grande al t i tude, d ist r ibuídas
maiori ta r iamente pelo intervalo a l t imétr ico demarcado entre os 800 e os 1000
metros.
Abaixo da l inha dos 600m não ex iste o estabelecimento de qua lquer
povoado, enquanto dos 601m até aos 800m exis tem 2 povoados com 22% do
tota l de sí t ios. A fa ixa entre os 801m e os 1000m const i tu i o espaço al t imétr ico
preferenc ia l do assentamento dos sí t ios, com 56% do tota l , ou seja, 5
estações, enquanto que dos 1001m até aos 1200m temos 22% com os
restantes 2 arqueossít ios. Acima da l inha dos 1200m não existem povoados. A
média de a l t i tudes das elevações onde assentam os povoados é de 875m.
Intervalos Altimétricos Povoados (total) Povoados (%)
Inferior a 600m 0 -
Entre 601 e 800m 2 22%
Entre 801 e 1000m 5 56%
Entre 1001 e 1200m 2 22%
Superior a 1200m 0 -
Quadro 1 – Povoados do Baixo Rabagão: Distr ibuição Alt imétr ica
Povoados
0
1
2
3
4
5
6
Inferior a 600m Entre 601 e800m
Entre 801 e1000m
Entre 1001 e1200m
Superior a1200m
Povoados
Gráfico 1 – Povoados do Baixo Rabagão: Distr ibuição Altimétrica
39
5.2. Tipologia dos assentamentos
A anál ise deste i tem, i rá segu ir como t ipologia dos assentamentos, a
t ipolog ia padrão efectuada por António Pereira DINIS (1993), no seu estudo
real izado acerca do ordenamento do terr i tó r io do Baixo Ave no I mi lénio a .C..
Apesar deste t rabalho não contemplar a área do Rabagão, cre io que fo i a
melhor opção optar por esta obra de referência, já que esta t ipologia pode ser
apl icada aos povoados que estou a invest igar, apesar das característ icas
al t imét r icas serem d iferentes de uma reg ião para out ra. A lém de, face à
ausência de informações de carácter crono lógico dos povoados, de escavações
e mater ia l arqueológico como de pub l icações da especial idade, esta fo i uma
forma de enriquecer o meu traba lho ao acrescentar este t ipo de informação
inédita.
Assim, Antón io DINIS (1993: 159-165) estabelece t rês t ipos de
assentamento, no Baixo Ave:
O t ipo 1 (quatro subt ipos) – assentamento em altura, que se caracter iza
pela ocupação do topo ou a peri fe r ia de média ou baixa a l t i tude, proeminentes
na paisagem e contemplando uma área v isual de extensão muito considerável
para a reg ião.
O t ipo 2 (t rês subt ipos) – assentamento em vertente, onde os povoados
estão si tuados em esporões, ad jacentes às e levações mais eminentes, ou num
pequeno cabeço que se destaca l ige iramente da l inha da ladei ra. Normalmente
estão cercados por pendentes pronunciadas em pelo menos t rês dos lados que
lhes confere exce lentes condições natura is de defesa, l imitando, no entanto,
as suas d imensões.
O t ipo 3 – assentamento na planície, em que estações assentam em
montes de ba ixa a l t i tude, geralmente com más condições de defesa, no centro
da planície ou em posição sobrancei ra aos r ios ou ao mar, com uma grande
acessib i l idade às zonas agrícolas sistemat icamente integrada nos terraços
f luv ia is .
Para o estudo dos povoados do Baixo Rabagão, podemos apl icar os
t ipos 1 e 2.
40
Dos t ipos 1 e 2 , o mais representat ivo é c laramente a t ipo logia 2 com
89% do to ta l dos sí t ios como podemos ver no quadro 2.
Tipo Povoados (total) Povoados %
1 1 11%
2 8 89%
Quadro 2 – Povoados do Baixo Rabagão: Tipos segundo DINIS (1993)
Do t ipo 1, o Alto da Pedra Pinta, pertence ao subt ipo 1A, que se
caracter iza pelo assentamento num topo de um outei ro em al t i tude, ocupando
vulgarmente, os re levos mais importantes da região, por vezes os cumes das
l inhas div isór ias de bacias hidrográf icas, estando ladeados de boas cond ições
de defesa e dominam pela al tu ra todo o espaço dominante .
Do t ipo 2, temos 3 subt ipos, o subt ipo 2A (cabeço ou esporão em
alt i tude), que ocupam remates de esporão ou pequenos morros destacados na
ladei ra, em posição de maior proximidade ao topo do re levo. Inclu i -se neste
subt ipo o povoado dos Caste los.
Do subt ipo 2B (cabeço ou esporão a meia encosta), as característ icas
são idênt icas ao subt ipo 2A, mas tem a part icular idade de estar a uma
distânc ia sensive lmente igual quer ao topo do re levo quer ao vale. Inc lu i -se
nesta subt ipo logia, o Cast ro de Andelhe.
O subt ipo 2C (cabeço ou esporão de baixa al t i tude) que apresentam as
caracterís t icas dos subt ipos, com a pecu l ia r idade de uma maior proximidade de
uma maior prox imidade ao vale. Inclu i -se neste subt ipo o Crasto, o Castro de
Valongo, o Castelo, o Cast ro de Codeçoso, as Cabanas e a Cast ra.
Conforme podemos observar o quadro 3 e no gráf ico 2, o subt ipo 2C é o
mais predominante com 66% do tota l dos povoados, enquanto os restantes 3
subt ipos representam 11% cada.
41
Subtipo Povoados (total) Povoados %
1A 1 11%
2A 1 11%
2B 1 11%
2C 6 66%
Quadro 3: Povoados do Alto Rabagão: Subt ipos, segundo DINIS (1993).
Povoados
0
1
2
3
4
5
6
Inferior a 600m Entre 601 e800m
Entre 801 e1000m
Entre 1001 e1200m
Superior a1200m
Povoados
Gráf ico 2: Povoados do Baixo Rabagão: Subt ipos segundo DINIS (1993).
5.3. Relações com o meio
Após a anál ise ind iv idual izada dos povoados podemos ret i rar a lgumas
observações da sua re lação com o meio envo lvente:
Relat ivamente à sua ocupação da área em estudo veri f ica-se a sua
dispersão junto ao r io Rabagão, em geral, com um bom domínio sobre o vale,
exceptuando o povoado dos Caste los, que está implantado numa zona mais
inter ior (Est . XVII I , 75). As zonas mais afastadas do va le, const i tuem áreas
vazias, já que não foram consideradas pe las comunidades da Proto-Histór ia,
como espaços preferencia is à edif icação de povoados fort i f icados. A
implantação dos sí t ios junto às l inhas de água, most ra a preocupação dessas
populações em estar próximos das zonas bem i r r igadas.
42
Aparentemente e a través da observação empír ica, e da medição de
distânc ia entre os d iversos s í t ios que compõem o nosso inventár io, podemos
subdiv id i r em t rês subgrupos os povoados mencionados. Deste modo, o grupo
1, será composto pe lo Crasto, Alto da Pedra Pinta, Andelhe, Valongo e o
Castelo , osc i lando as distânc ias ent re e les de cerca de 1000 a 3000m. Num
segundo grupo, colocaríamos os povoados de Cabanas, Castra e o Castro,
cujas distâncias osc i lam entre 2000 e 3000m. A distânc ia mais próxima entre
sí t ios deste grupo e o grupo 1, é ent re o Crasto e o Castro, sendo que se
distanc iam cerca de 4500m. Por u l t imo, os Castelos, compõem por s i , um
grupo indiv idual, d istando cerca de 11000m relat ivamente ao Crasto (grupo 1)
e cerca de 8000m relat ivamente a Cabanas (grupo 2)
Geologicamente, a implantação dos povoados veri f ica-se tanto em
substratos rochosos de xisto como de gran ito, embora a preferênc ia seja para
este úl t imo. Em zonas de xisto observou-se a edif icação de 3 povoados e nas
áreas granít icas, 6 povoados.
Substrato rochoso Povoados (total) Povoados (%)
Xisto 3 33% Granito 6 67%
Quadro 4: Povoados do Baixo Rabagão: Dist r ibu ição de povoados segundo o
substrato rochoso
Sendo esta uma reg ião muito r ica em aos recursos mineralóg icos,
metade dos povoados está próx ima, de jazidas de minér io, ta is como o
volf râmio, o estanho e o tungsténio. No quadro 5 podemos observar num ra io
de 5km, 55% com prox imidade a estes recursos.
Recursos mineralógicos (raio 5km) Povoados (total) Povoados (%)
Próximo 5 55%
Sem proximidade 4 45%
Quadro 5: Povoados do Baixo Rabagão: d ist r ibuição de povoados segundo a
proximidade de recursos minera lógicos
43
Já todos sabemos a importância da qual idade dos solos, para o êxi to de
uma agr icu l tura de subsistência. No caso do Baixo Rabagão, dado à região em
que está inser ido, os solos não são mui to propíc ios às act iv idades agríco las,
condic ionados pelas grandes al t i tudes, pobreza dos solos e pelo c l ima. A
maioria dos povoados está implantada em solos de Classe F, ou seja, de
ut i l ização não agríco la , mas f lo resta l , e o restante está em zonas de ut i l ização
agrícola condicionada (Est. XXIX, 76; Est . XXX, 77).
45
Local izando-se numa zona de transição entre o Minho e Trás os Montes,
a área estudada loca l izada entre o Geres, a Cabrei ra e o Barroso, ocupando
uma superf íc ie de 248 km2, parece-nos evidenciar uma consideravelmente
forte ocupação humana pelas comunidades da Proto-Histór ia, pr incipalmente
junto ao eixo condutor que pautou a minha abordagem – o Ba ixo Rabagão.
Se somente considerarmos a área def in ida pela h idrograf ia (248km2),
aparentemente a densidade de povoados por km2 não será muito intensa
f icando-se somente por uma média de cerca de um povoado em cada 27 km2.
No entanto, se t ivermos em consideração, por exemplo o grupo 1, ver i f icamos
faci lmente uma grande densidade de sí t ios (c inco) numa área de 20 km2, o que
nos transmite que neste caso temos uma proporção de um povoado por cada 4
km2.
Depois de anál ise espacial dos povoados, podemos ver i f icar a que estes
estão maior i tar iamente conectados com o vale, ocupando predominantemente
em ladei ras dominando o curso do Baixo Rabagão. Todos os sí t ios estão a um
distânc ia re lat ivamente curta de recursos mineralóg icos, predominando entre
estes o tungstén io, o estanho e o vo lf râmio. A níve l de t ipo de paisagem,
predomina a paisagem de cariz montanhoso de granitos e xistos de nível
pastor i l e f lo resta l , exceptuando-se neste caso o povoado da Castra que é de
gandara to ja l , subserra nordest ina.
A nível da inserção na paisagem, veri f icamos a predominância de um t ipo de
assentamento de vertente, em cabeço ou esporão de baixa al t i tude, sendo que
al t imét r icamente, assist imos única e exc lusivamente a um fenómeno de
posic ionamento dos povoados em a lt i tude (ac ima de 600m).
Anal isando a loca l ização dos sí t ios no que respeita à apt idão solos onde se
encontram, constatamos que estes maior i tar iamente assumem posicionamento
sobre solos de exp loração f lorestal (Classe F) não obstante , veri f icamos a
existência de solos de apt idão agrícola (Classe A) e so los de agricu l tura
condic ionada (Classe C) nas imediações dos povoados.
Em je i to de conclusão, a inda muito prel iminar, pois a inda muito haverá
para fazer, poderemos desde já tecer a lgumas constatações, não obstante das
46
f ragi l idades que condicionaram este t rabalho, a l iás já enunciadas
anter iormente.
Deste modo, constatamos, que apesar das variab i l idades regiona is, que
condic ionaram obviamente a apropriação da paisagem do Baixo Rabagão
durante a Proto-Histór ia, o t ipo de sí t ios, a forma de povoamento, e o seu
posic ionamento, inserem-se no enquadramento característ ico para povoados
cronolog icamente coevos ta is como os do Noroeste de Portugal in genere
(SILVA 1986), os do Médio e Ba ixo Cávado (MARTINS 1990), Médio e Baixo
Ave (DINIS 1993), o l i to ral minhoto (ALMEIDA B, 1996) e no Baixo Minho
(LOPES 2003).
Espero deste modo ter cont r ibuído para uma melhor apreensão do
conhecimento re lat ivo à ocupação humana da área compreendida das serras
da Geres, da Cabre i ra e do Barroso, s ignif icando este estudo, a lgo que
considero importante , na medida da contr ibu ição para ampliação do
conhecimento e invest igação arqueológ ica, v isto considerar assim como
António Perei ra DINIS (1993: 179), essencial a necessidade de mult ip l icar os
estudos reg ionais.
Do ponto de visto pessoal, cre io que este t raba lho ve io cu lminar e
ref lect i r toda a minha apreensão e conhecimento adquir ido ao longo de quatro
prof ícuos anos que f requentei este curso de Arqueologia na Faculdade de
Letras da Univers idade do Porto.
Que este meu t rabalho tenha cont inuidade e evolua com a minha própria
evolução pessoal e como arqueólogo.. .
48
7.1. Suporte documental
ALARCÃO 1988 ALARCÃO, J. , Roman Portugal , Warminster, 1988
ALARCÃO 1992 A evolução da cu ltura castre ja, Conimbriga , 31, pp. 39-
71
ALMEIDA 1983 ALMEIDA, C. A. F. , Cultura castre ja. Evolução e
problemát ica, Arqueologia , 8, Porto, 1983, pp.
70-74,
ALMEIDA, B. 1996 ALMEIDA, C. A. B. , O Povoamento Romano no l i to ral
minhoto, Ent re o Cávado e o Minho , Porto, 1996,
(Tese de Doutoramento)
ARGOTE 1728 ARGOTE, J. C., De Ant iquitat ibus conventus
bracaraugustani , L isboa, 1728
ARGOTE 1732-1734 Memórias para a histór ia ecc les iast ica do Arcebispado
de Braga pr imaz das Hespanhas , L isboa, 1732-
1734, 4 vols.
BAPTISTA 1989 BAPTISTA, J . D., Os cast ros do concelho de
Montalegre, Revis ta Aquae Flav iae , (2 ), Chaves,
1989, pp. 111-124
BAPTISTA 1990 Via Pr ima. A V ia Imperia l Romana de Braga a Astorga,
Revista Aquae Flav iae , (3), Chaves, 1990, pp.
135-182
BAPTISTA 1993 O País Barrosão. 3: Os Rios, Cadernos Cultura is ,
Câmara Munic ipal de Montalegre, 1993
BAPTISTA 1999 As cistas de Vi la da Ponte, Revista Aquae Flaviae ,
(21), Chaves, 1999, pp. 333-352
BAPTISTA, M. 1994 BAPTISTA, M., Importante achado Pré-Histór ico em
Vi la da Ponte, Corre io do Planalto , ano XIX, 359,
31 de Janeiro de 1994
BARRADAS 1956 BARRADAS, L. A. , Vias romanas das regiões de
Chaves a Bragança, Revista Guimarães , 66 (1-
2), Guimarães, 1956, pp. 159-239
49
BARREIROS 1915 BARREIROS, F. B. , Ensaio de inventário dos castros de
Montalegre, Arqueólogo Português , 20, L isboa,
1915, pp. 211-213
BARREIROS 1919-1920 Mater ia is para a arqueologia do Conce lho de
Montalegre, Arqueólogo Português , 24, L isboa,
1919-1920, pp. 58-87
BELCHIOR-HESPANHA 1959 BELCHIOR, M. C. A.; HESPANHA, M. C. F. ,
Not ic ias nova e vetera , Conímbr iga , 1, Coimbra,
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Ant iguidade e a Idade Média , Por to, 1996
(Dissertação de Mestrado)
7.2. Suporte cartográfico
INSTITUTO DO AMBIENTE (1975) - Portugal: At las do Ambiente: Temperatura -
temperatura média diár ia do ar (va lores médios anuais – período 1931-60):
1:1.000.000 (edição do At las do Ambiente Dig i ta l )
INSTITUTO DO AMBIENTE (1975) - Portuga l: At las do Ambiente: Humidade do
ar – Humidade rela t iva às 9 T.M.G. (va lores médios anuais% Período 1931-60):
1:1.000.000 (edição do At las do Ambiente Dig i ta l )
54
INSTITUTO DO AMBIENTE (1975) - Portugal: At las do Ambiente: Precip i tação
– quant idade tota l (va lores médios anuais mm - Período 1931-60): 1:1.000.000
(edição do At las do Ambiente Dig i ta l )
INSTITUTO DO AMBIENTE (1975) - Portugal: At las do Ambiente: Geada –
duração da época no ano agríco la (va lores médios anuais -meses- Período
1941-60): 1:1.000.000 (edição do At las do Ambiente Dig i ta l )
INSTITUTO DO AMBIENTE (1975) - Portugal: At las do Ambiente:
Evapotransp iração – quant idade de água devolv ida à atmosfera (valores
médios anuais mm): 1:1.000.000 (edição do At las do Ambiente Digi ta l)
INSTITUTO DO AMBIENTE (1975) - Portugal: At las do Ambiente: Vento –
(f requência o rumo e da veloc idade): 1 :1.000.000
INSTITUTO DO AMBIENTE (1978) - Portugal: At las do Ambiente : Carta dos
Solos (Unidades Pedológicas): 1:1.000.000 (edição do At las do Ambiente
Dig i ta l )
INSTITUTO DO AMBIENTE (1980) - Portugal: At las do Ambiente: Acidez e
alcal in idade dos So los (c lasses de pH – em água): 1:1.000.000 (edição do
At las do Ambiente Digi ta l)
INSTITUTO DO AMBIENTE (1982) - Portugal: At las do Ambiente: Carta
Hipsométr ica (A lt imet r ia): 1:1.000.000 (edição do At las do Ambiente Dig i ta l )
INSTITUTO DO AMBIENTE (1982) - Portugal: At las do Ambiente: Carta
Hipsométr ica (Hipsometr ia): 1:1.000.000 (ed ição do At las do Ambiente Dig i ta l )
INSTITUTO DO AMBIENTE (1982) - Portugal: At las do Ambiente: Carta da
capacidade de uso de solo (c lasses de capacidade de uso de solo):
1:1.000.000 (edição do At las do Ambiente Dig i ta l )
55
INSTITUTO DO AMBIENTE (1982) - Portugal: At las do Ambiente: Carta
Ecológica – f i to-edafo-cl imát ica (zonas ecológicas): 1:1.000.000 (edição do
At las do Ambiente Digi ta l)
INSTITUTO DO AMBIENTE (1989) - Portugal: At las do Ambiente: Carta da
Hidrograf ia Cont inenta l (Rede Hidrográf ica): 1:1.000.000 (ed ição do At las do
Ambiente Dig i ta l )
INSTITUTO DO AMBIENTE (1982) - Portugal: At las do Ambiente: Árvores
notáveis ( f i totopónimos, monumentos nac ionais, agrupamento de arvores,
espécimes ext intos recentemente, espécimes e f i totopónimos e dois ou mais
exemplares): 1:1.000.000 (edição do At las do Ambiente Dig i ta l)
INSTITUTO GEOGRAFICO E CADASTRAL (1961) Carta Corográf ica de
Portugal: Monta legre f l .6-A, esca la 1: 50.000:
INSTITUTO GEOGRAFICO E CADASTRAL (1962) Car ta Corográf ica de
Portugal: Cabece iras de Basto f l .6-C, escala 1: 50.000
SERVIÇOS CARTOGRAFICOS DO EXERCITO (1996) Carta Mi l i ta r de Portugal:
Montalegre: fo lha nº 32, escala 1 :25. 000
SERVIÇOS CARTOGRAFICOS DO EXERCITO (1997) Carta Mi l i ta r de Portugal:
Ruivães (V ie i ra do Minho), fo lha nº 44, escala 1:25. 000
SERVIÇOS CARTOGRAFICOS DO EXERCITO (1997) Carta Mi l i ta r de Portugal:
Al turas do Barroso (Bot icas), fo lha nº 45, escala 1:25. 000
SERVIÇOS CARTOGRAFICOS DO EXERCITO (1998) Carta Mi l i ta r de Portugal:
Salto (Monta legre), fo lha nº 58, esca la 1:25. 000
SERVIÇOS CARTOGRAFICOS DO EXERCITO (1997) Carta Mi l i ta r de Portugal:
Dorne las (Bot icas), fo lha nº 59, esca la 1:25. 000
56
SERVIÇOS GEOLÓGICOS DE PORTUGAL (1982) Carta Geológ ica de Portugal:
Montalegre - f l .6 -A, escala 1: 50. 000
SERVIÇOS GEOLÓGICOS DE PORTUGAL (1992) Carta Geológ ica de Portugal:
Cabecei ras de Basto - f l .6-C, escala 1: 50. 000
7.3. Suporte informático
ht tp: / / lus ig lob.ed infor. logicacmg.com/pr inc ipa l.html (Porta l geográf ico de
Portugal )
ht tp: / /www. igeoe.pt / ( Inst i tuto Geográf ico do Exerc i to)
ht tp: / /www. ipa.min-cul tura.pt / ( Inst i tuto Português de Arqueolog ia)
63
Estampa VI
6. Localização na C.M.P. 7. Hidrologia
8. Al to da Pedra Pinta (Este-Oeste) 9. Vista do topo (Sul-Norte)
10. Perfi l longitudinal 11. Perfi l transversal
64
Estampa VI I
12. Perfis do Alto da Pedra Pinta
Perf i l Transversal
A l to da Pedra Pinta
1100m
1002m S
A A’ 50m
Perf i l Longitudinal Al to da Pedra P inta
1100m
1034m W
A’ A 60m
65
Estampa VII I
13. Foto aérea Alto da Pedra Pinta - esc. 1:10.000
14. Localização na C.M.P. 15. Hidrologia
16. Castra (Sudoeste-Nordeste) 17. (Sudeste-Noroeste)
66
Estampa IX
18. Perfi l longitudinal 19. Perfi l transversal
20. Foto aérea do povoado da Castra - esc. 1:10.000
67
Estampa X
21. Perfis topográf icos da Castra
Perf i l Transversal
Cast ra
680m Rio Rabagão
576m N
A’ A 50m
Perf i l Longitud inal
L inha de água
Castra 680m Rio Rabagão
566m W
A’ A 50m
68
Estampa XI
22. Localização na C.M.P. 23. Hidrologia
22. Vista do topo (Sul-Norte) 23. Estrutura (Oeste-Este)
24. Perfi l longitudinal 25. Perfi l transversal
70
Estampa XI I I
27. Foto aérea do povoado das Cabanas – esc. 1:10.000
28. Localização na C.M.P. 29. Hidrologia
´
30. Plataforma nos Castelos (Sul-Norte) 31. Flanco Este (Este-Oeste)
71
Estampa XIV
32. Perfi l longitudinal 33. Perfi l transversal
34. Foto área do povoado dos Castelos – esc. 1:10.000
72
Estampa XV
35. Perfis topográf icos dos Castelos
Perf i l Transversal
Castelos
1040m
991m S
A A’
50m
Perf i l Longitudinal
Castelos
1040m
946m E
A A’
50m
73
Estampa XVI
36. Localização na C.M.P. 37. Hidrologia
38. Fig. Muralha (Oeste-Este) 39. Fosso (Este-Oeste)
40. Perfi l longitudinal 41. Perfi l transversal
75
Estampa XVI I I
43. Foto aérea do Castro de Codeçoso – esc. 1:10.000
44. Localização na C.M.P. 45. Hidrologia
46. Vista do Castro de Andelhe (Oeste-Este) 47. Muralha? (Oeste-Este)
76
Estampa XIX
48. Foto aérea do castro de Andelhe – esc. 1:10.000
49. Perfi l longitudinal 50. Perfi l transversal
78
Estampa XXI
52. Localização na C.M.P. 53. Hidrologia
54. Morro rochoso (Norte-Sul) 55. Plataforma do povoado (Sul-Norte)
56. Perfi l longitudinal 57. Perfi l transversal
80
Estampa XXI I I
59. Localização na C.M.P 60. Hidrologia
61. Castro de Valongo (Este-Oeste) 62. Estrutura (Sudeste-Noroeste)
63. Perfi l longitudinal 64. Perfi l transversal
82
Estampa XXV
66. Foto aérea do castro de Valongo – esc. 1:10.000
67. Localização na C.M.P. 68. Hidrologia
69. Crasto (Noroeste-Sudeste) 70. Estrutura (Oeste-Este)
83
Estampa XXVI´
´
71. Perfi l longitudinal 72. Perfi l transversal
73. Foto aérea do Crasto – esc. 1:10.000