Programa MAR na Academia
POLÍTICAS DA MEMÓRIAExperiências entreArte e História
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POLÍTICAS DA MEMÓRIA: EXPERIÊNCIAS ENTREARTE E HISTÓRIA[COLÓQUIO INTERNACIONAL]
Ministério da Cultura e
Prefeitura do Rio de Janeiro apresentam
Capa: Sr. de Malta, de Leandro Katz [detalhe]
Fotografia de Patrícia Franca-Huchet
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POLÍTICAS DA MEMÓRIA: EXPERIÊNCIAS ENTRE ARTE E HISTÓRIA[COLÓQUIO INTERNACIONAL]
De 5 a 8 de novembro de 2013Das 19h30 às 22h, no auditório do MAR
Rio de Janeiro, RJMuseu de Arte do Rio (MAR)Casa de Rui Barbosa
Coordenação geralLuiz Cláudio da CostaLeila Danziger
Comissão científicaBernard Guelton (Université Paris 1)Jacinto Lageira (Université Paris 1) Leila Danziger (UERJ)Luiz Cláudio da Costa (UERJ)
ParticipantesAlexia Tala (Santiago)Ana Maria de la Merced Guimarães (Rio de Janeiro)Berna Reale (Belém)Jacinto Lageira (Paris)Leandro Katz (Buenos Aires)Leandro Pimentel (Rio de Janeiro)Márcio Seligmann-Silva (São Paulo)Maria Angélica Melendi (Belo Horizonte) Martin Grossmann (São Paulo) Moacir dos Anjos (Recife) Monica Zielinsky (Porto Alegre) Patrícia Franca-Huchet (Belo Horizonte)Pedro Hussak (Rio de Janeiro) Res (Buenos Aires) Rosana Paulino (São Paulo) Sheila Cabo Geraldo (Rio de Janeiro) Voluspa Jarpa (Santiago) Walmor Correia (São Paulo)
Curadoria da mostra de vídeos Experiências da MemóriaRaphael Fonseca (Colégio Pedro II/PPGArtes-UERJ)
Mediadores (PPGArtes-UERJ)Ana Costa Ribeiro Ivo Godoy Jacqueline Siano Mayra Martins Redin Natália Mello Nicolas Garavello Priscilla Menezes Simone Cortezão
Assistente de produçãoIsabel Carvalho
Entre o desastre e a esperança, Res
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As investigações aqui reunidas participam do interesse crescente pelos dis-
cursos da memória que percebemos de modo acentuado desde as últimas
décadas do século passado. São contribuições que ajudam a construir len-
ta e progressivamente nossas narrativas com base em horizontes locais no
contexto da nova configuração geopolítica internacional. Diante da crise da
lógica do documento material como prova questionada desde o início do
século XX pelos historiadores da École des Annales, seguidos por Michel
Foucault e Jacques Derrida, este colóquio busca pensar uma imagem crítica
do passado partindo do presente. O propósito é abordar experiências artís-
ticas e teóricas que possam fazer frente aos desafios éticos da contempo-
raneidade, bem como elaborar as questões históricas, teóricas e curatoriais
envolvidas.
Após a crítica moderna ao historicismo e, em seguida, o questionamento
contemporâneo da ideia de verdade, a consciência da efemeridade do tem-
po parece aceitar outra vez a sobrevivência do passado. A importância dos
vestígios do tempo, não apenas materiais, mas também virtuais, encarnados
nos corpos individuais e coletivos está na base de diversos discursos, es-
crituras e produções artísticas atuais. O vestígio não retorna para ocupar o
lugar da prova, mas para contestar o presente enrijecido por poderes quase
sempre invisíveis. Seja como for, a temporalidade tornou-se extremamen-
te complexa: o atual pressupondo uma virtualidade múltipla e heterogênea
como seu duplo; o contemporâneo, uma extemporaneidade; e o presente,
uma ausência que sobrevive. Enfrentar o presente implica construir relações
entre o que vivemos e o passado que ainda sobrevive como forma de desco-
brir um futuro em que ainda poderemos resistir e subsistir.
Este colóquio é o primeiro resultado do acordo de cooperação internacio-
nal firmado entre o Instituto de Artes da Universidade do Estado do Rio
de Janeiro e o Departamento de Artes Plásticas da Universidade Paris I –
Panthéon-Sorbonne em torno do tema Memórias e Ficções Urbanas. Inicia-
“O tempo se desdobra a cada instante em presente que passa
e passado que se conserva.”
Gilles Deleuze
“O problema que se coloca: quando o que vemos é suportado por uma
obra de perda, e quando disto alguma coisa resta.”
Georges Didi-Huberman
A elaboração crítica da história, marcada por tantas violações e traumas,
tem sido tarefa não apenas dos historiadores, mas também dos artistas, em
sua capacidade de ouvir e atualizar as expectativas extraviadas do passado.
Como a arte contemporânea tem respondido à dizimação das populações
nativas, à escravidão dos negros, aos desaparecimentos sumários sob as
ditaduras, às violações perpetradas pelas estruturas policiais? Quais são as
formas singulares da violência no início do século XXI? Como esta se inscreve
em nossos corpos e culturas? Como as instituições que conservam a memó-
ria respondem a esses processos históricos? Qual a função e a responsabi-
lidade do museu, do arquivo, da biblioteca?
O colóquio internacional Políticas da Memória: Experiências entre Arte
e História volta-se para a construção das narrativas históricas na América
Latina, atravessada pela consciência de sua origem colonial. A origem não
é a gênese das coisas. Ela é o conjunto de acontecimentos com os quais
negociamos continuamente a partir das urgências do presente. A rememo-
ração dos acontecimentos não diz respeito à posse do que é rememorado.
Ela pressupõe a incompletude de um acontecimento sempre singular, pois
implica o momento de onde se fala.
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O Museu de Arte do Rio (MAR), através de sua Escola do Olhar, desenvol-
ve o Programa MAR na Academia. O objetivo é estimular a participação da
universidade no projeto do MAR de promover a inscrição da arte na esfera
pública, no âmbito da região metropolitana do Rio de Janeiro, com ênfase
nas relações entre museu e educação e no fortalecimento da cidade como
centro de reflexão teórica. Entre os valores, estão a liberdade de expressão
e o respeito à autonomia universitária, o processo de emancipação cultural
e a independência das atividades da crítica e da historiografia em relação ao
Estado e ao mercado. Em torno de uma agenda prioritária comum, o projeto
do MAR objetiva o intercâmbio nacional e internacional e a cooperação entre
os centros de pós-graduação em arte, estética e cultura visual. Busca-se o
envolvimento de amplos setores da sociedade nessas atividades acadêmi-
cas, incentivando a participação de professores e estudantes universitários
em projetos da área curatorial e educacional do MAR.
O programa MAR na Academia tem por objetivo ainda apoiar os processos
de aperfeiçoamento dos cursos universitários de formação de professores
de arte para o ensino fundamental, por meio de estágios, cursos de ex-
tensão, fomento à pesquisa, formação de acervo bibliográfico, publicações,
colóquios e uma série de debates que compõem sua agenda. O resultado
dessa linha de atuação poderá ser a sensível melhoria da relação entre arte
e educação no ensino fundamental na cidade. A iniciativa do MAR espera
contribuir também para o processo de reflexão crítica e para a elevação dos
índices de avaliação dos programas de pós-graduação em arte das universi-
dades do Rio pelo Ministério da Educação.
A programação do MAR na Academia no período de 2011-2013 tem o pa-
trocínio da Fundação Roberto Marinho e dos parceiros do MAR (Organiza-
ções Globo e Vale). Tendo em vista que o MAR é um equipamento público
MAR NA ACADEMIAdos no âmbito da universidade, os debates aqui propostos são potencializa-
dos pela parceria com o programa MAR na Academia, que vem construindo
um importante campo de reflexões sobre as políticas do olhar, abrindo-se ao
diálogo efetivo com as pesquisas e as produções artísticas realizadas a partir
da universidade. Consideramos especialmente significativo que a realização
deste colóquio se inscreva em continuidade a uma série de conferências,
seminários e encontros já realizados pelo MAR em torno dos processos de
transmissão da arte, da história e da cultura, com autores e artistas cujas
contribuições inestimáveis buscam conferir inteligibilidade às perplexidades
de nosso tempo.
Luiz Cláudio da Costa e Leila Danziger
Coordenadores
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· Exposição Atlas, Suite, de Arno Gisinger e Georges Didi-Huberman.
· Curso Cinemáticos: Cinemas de Artista no Brasil, de André Parente, em
parceria com Núcleo de Tecnologia da Imagem (N-Imagem) da ECO-
UFRJ e Faperj.
· Seminário Das Paredes às Redes – Educação, Tecnologia, Corpo e Subje-
tividade, edição carioca, em parceria com PPGCOM-UFF.
· X Ciranda da Psicanálise, em parceria com Escola Lacaniana de Psicaná-
lise do Rio de Janeiro.
· Seminário Tempo e Excesso e lançamento da revista Calibán, em parceria
com Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro.
· Seminário Políticas da Memória: Experiências entre a Arte e a História, em
parceria com PPGArtes-UERJ.
· Seminário Documentos: Movimentos, em parceria com Departamento de
Arte Corporal da UFRJ.
· Curso A Zona das Imagens, de Marie-José Mondzain, em parceria com
PPGAV-UFRJ.
da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, as atividades do MAR
na Academia ocorrem em quaisquer espaços da cidade, dependendo da
adequação aos projetos propostos por professores, estudantes e artistas.
Ações do programa
2011
· I Seminário Internacional Reconfigurações do Público: Arte, Pedagogia e
Participação.
2012
· IV Seminário de Pesquisadores do PPGArtes-UERJ – Vômito e Não:
Práticas Antropoêmicas na Arte e na Cultura.
· Colóquio Internacional Arte, Estética e Política: Diálogos com Jacques
Rancière, em parceria com PPGAV-UFRJ e PPG-COM-UFF.
· Conferência de Marie-José Mondzain Imagem, Matéria Plástica: em torno
de O Canto do Estireno, de Alain Resnais, em parceria com PPGAV-UFRJ.
· Ciclo de conferências, workshop e mostra de filmes de Harun Farocki, em
parceria com PPGAV-UFRJ.
2013
· Conferências de Georges Didi-Huberman Filme, Ensaio, Poema. A Propó-
sito de Pier Paolo Pasolini; e Foto, Álbum, Museu. A Propósito de André
Malraux, em parceria com PPGAV-UFRJ e Consulado da França no Rio
de Janeiro.
· Simpósios Histórias de Fantasmas para Gente Grande e Histórias de
Gente Grande para Fantasmas, em parceria com PPGAV-UFRJ.
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Uma das linhas de atuação do programa editorial do MAR é a publicação, em
coedição com editora comercial, de versões em português de textos críticos
escritos em outros idiomas.
Neste primeiro ano de atuação do Museu, foi estabelecido termo de parceria
para coedição entre o MAR e a Contraponto Editora, viabilizado pela Funda-
ção Roberto Marinho, responsável, com a Prefeitura do Rio de Janeiro, pela
concepção e implantação do MAR. Os títulos lancados em 2013 integram a
Coleção ArteFíssil, dirigida por Tadeu Capistrano.
· A imagem sobrevivente. História da arte e tempo dos fantasmas segundo
Aby Warburg, de Georges Didi-Huberman. Tradução Vera Ribeiro.
· A renovação da Antiguidade pagã. Contribuições científico-culturais para a histó-
ria do Renascimento europeu, de Aby Warburg. Tradução Markus Hediger.
· Aby Warburg e a imagem em movimento, de Philippe-Alain Michaud.
Tradução Sibylle Muller e Vera Ribeiro.
· As distâncias do cinema, de Jacques Rancière. Tradução Estela dos
Santos Abreu.
· Imagem, ícone, economia. As fontes bizantinas do imaginário contempo-
râneo, de Marie-José Mondzain. Tradução Vera Ribeiro.
PROGRAMA EDITORIAL DO MAR
Registro fotográfico da performance Palomo, de Berna RealeFotógrafo - Janduari Simões
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Programação novembro 2013
TERÇA 5 | MAR
14h às 14h30 mostra de vídeos | Experiências da Memória
14h30 às 16h debate Histórias transversais I
com Voluspa Jarpa e Sheila Cabo Geraldo
mediação Ivo Godoy
sinopses
O arquivo como material para imaginar a distopia
A palestra aborda a investigação que tenho realizado com a desclassifica-
ção de arquivos feitos pelos organismos de inteligência dos Estados Unidos
sobre os países da América Latina. Essa investigação de arquivos inclui a
revisão de um período histórico compreendido entre os anos 1948 e 1978,
que envolve 14 golpes de Estado nessa região. Tais documentos são mate-
riais para minha obra, em que a tensão visual e conceitual é conferida a partir
de elementos barrados ou suprimidos em relação à informação do texto. A
censura e a informação permitem configurar noções tanto geopolíticas como
históricas em relação à administração do segredo e do poder. (Voluspa Jarpa)
Montagem e fantasmas
A escrita da história da arte não tem como tarefa compreender as imagens
do passado, mas compreender a eficácia dessas imagens como emergência
no presente. O reconhecimento da montagem como dispositivo historiográ-
POLÍTICAS DA MEMÓRIA: EXPERIÊNCIAS ENTRE ARTE E HISTÓRIA[COLÓQUIO INTERNACIONAL]
fico, o que se pode averiguar na aproximação entre a pintura de Goya e o
texto de André Malraux, conforme Jean-Luc Godard ativa em História(s) do
Cinema. (Sheila Cabo Geraldo)
16h às 17h30 debate Memória afro-brasileira I
com Ana Maria de la Merced Guimarães e Rosana Paulino
mediação Nicolas Garavello
sinopses
Um cemitério conhecido por poucos, esquecido por todos
Será apresentada a descoberta do cemitério dos pretos novos durante a
reforma de uma casa no bairro da Gamboa, no Rio de Janeiro, e a criação do
Instituto de Pesquisa e Memória dos Pretos Novos. Experiências da história
entre o público e privado. (Ana Maria de la Merced Guimarães)
Assentamento: conexões entre arte, memória e história na
construção de um projeto de arte
Entre os anos de 1865 e 1866, o cientista Louis Agassiz esteve no Rio
de Janeiro, onde encomendou uma série de imagens de escravizados e
escravizadas. O intuito era provar a superioridade da raça branca sobre
as demais. Entretanto, o que Agassiz conseguiu foi, de fato, documentar
muitos dos que fundamentaram a cultura brasileira. A partir de uma dessas
imagens a artista discute a formação do país. Ao unir arte, história e me-
mória, o trabalho evidencia o reconhecimento do capital cultural, artístico e
religioso trazido pelas populações de origem africana, além de questionar o
local social ocupado pelos afrodescendentes em nossa sociedade nos dias
atuais. (Rosana Paulino)
1716
18h às 19h palestra Dois projetos: Catherwood e Para o Dia que Me Queiras
com Leandro Katz
Um passeio pelas imagens de dois projetos de longo prazo: Catherwood
– reconstrução por meio da fotografia de duas expedições de Stephens e
Catherwood pelo mundo maia na década de 1840 –, e Para o Dia que Me
Queiras – fotos e instalações da última campanha de Ernesto Che Guevara
na Bolívia, em 1967, onde foi capturado e executado pelo exército.
QUARTA 6 | CASA DE RUI BARBOSA
14h às 14h30 mostra de vídeos | Experiências de Memória
14h30 às 16h debate Histórias transversais II
com Walmor Correia e Patrícia Franca-Huchet
mediação Priscilla Menezes
sinopses
O estranho assimilado
Os diálogos entre arte e ciência, verdade e ficção, texto e imagem estão na
base do meu trabalho artístico. É por meio dessas e de várias outras relações
que proponho experiências de estranhamento aos espectadores. Na presen-
te comunicação, apresentarei aspectos do meu percurso e formação, bem
como das séries que venho desenvolvendo desde o início dos anos 2000.
Focada nos lugares da memória e da interpretação da história e da ciência
em minha poética, a comunicação se desdobrará a partir do meu processo
criativo. (Walmor Correia)
O espectador fotógrafo: entre a história e a ficção
Em uma reflexão sobre a montagem, que envolve fotografia, texto e livro,
observaremos a noção de bricoleur, pensada por Lévi-Strauss em seu livro
O Pensamento Selvagem: “O bricoleur utiliza fragmentos […] testemunhos
fósseis da história de um indivíduo ou de uma sociedade”. Por sua natureza
aberta, a montagem é uma forma de manipular o tempo que aqui passará
pela história das imagens, pelo sentido temporal que elas suscitam e como
podem sobreviver em nossos dias. A questão da teatralidade da imagem
fotográfica revela-se fundamental nessa pesquisa, já que ela nos leva a res-
saltar a pertinência atual das produções artísticas e críticas que tomam como
objeto central nossa relação ambígua com as imagens – a ficção – e con-
sequentemente a experiência do espectador. Essa pesquisa tem como hori-
zonte ou como motivação intrínseca a intensidade da presença das imagens
na formação do indivíduo e da coletividade. (Patrícia Franca-Huchet)
16h às 17h30 debate Processos de institucionalização: biblioteca, arquivo
com Maria Angélica Melendi e Leila Danziger
mediação Jacqueline Siano
sinopses
Biblioteca em ruínas
Com base no estudo de obras de vários artistas contemporâneos que usam
a biblioteca como forma emotiva, a comunicação provocará uma reflexão
sobre uma arte que se serve dos dispositivos de coleção e arquivamento
para fazer memória. A alegorização da biblioteca (e do livro), num momen-
to em que ambos parecem estar em processo de desaparição, marcaria
não só o final de uma época como o colapso das atuais formas de vida e
de sociabilidade. As bibliotecas de Hirschhorn, Kieffer, Whiteread, Brodsky,
1918
Rennó, Dardot, Myrrha, entre outras, arruinadas, rasuradas, fragmentárias,
definitivamente incompletas, impõem-se como emblemas da memória ativa,
aquela que não convoca, apenas, o corpo do leitor, mas que o mobiliza e
o integra na comunidade daqueles que resistem ao esquecimento. (Maria
Angélica Melendi)
Navios de Emigrantes
A série Navios de Emigrantes presta homenagem à pintura homônima de
Lasar Segall e tem como ponto de partida listas de passageiros das em-
barcações que chegaram ao porto do Rio de Janeiro na década de 1930,
trazendo refugiados judeus da Europa ameaçada pelo nazismo. Trata-se de
uma reflexão sobre as lacunas nos documentos, que parecem conter tantos
nomes excluídos e esperanças extraviadas. O levantamento das listas no
Arquivo Nacional foi desencadeado por um conjunto de lembranças afetivas
(familiares e amigos); a visada histórica é assim alcançada por uma rede de
destinos particulares. A poesia de Paul Celan, que me acompanha há vários
anos, permanece como interlocução imprescindível. (Leila Danziger)
18h às 19h palestra Arte como memória do mal e historiografia da catástrofe
com Marcio Seligmann-Silva
Discussão sobre o papel das artes na construção da memória social, com
destaque para as situações pós-conflito, como a Segunda Guerra Mundial e
as ditaduras na América Latina. Como as artes entram no debate e nas lutas
políticas em torno da memória? Como o Brasil se diferencia dos demais paí-
ses na América Latina em relação a essa questão? Qual o papel paradigmáti-
co da memória de Auschwitz nos diversos casos de elaboração pós-traumá-
tica de sociedades fraturadas pela violência? Para introduzir a temática das
artes como medium entre a memória e a história, o autor apresenta de modo
sucinto o que foi a arte clássica da memória e sua transformação no cenário
catastrófico do século XX. Trata-se de mostrar a diferença fundamental entre
a antropologia antiga, que via na memória uma base material neutra de inscri-
ção de fatos passados e, por outro lado, a modernidade, em que o indivíduo
passa a ser visto ele mesmo como um conjunto de inscrições e apagamentos
de traços, tal qual um palimpsesto cuja existência está embebida em uma
subjetividade tênue.
QUINTA 7 | MAR
14h às 14h30 mostra de vídeos | Experiências de Memória
14h30 às 16h debate Imagens da memória I
com Alexia Tala e Luiz Cláudio da Costa
mediação Nathália Mello
sinopses
Recorda-me de recordar: uma aproximação de artistas latino-
americanos com a história
Reflexão sobre os temas que unem as práticas e as estratégias artísticas de
Alexander Apóstol, Voluspa Jarpa, Edgardo Aragón, Iván Argote, Regina José
Galindo e Rosângela Rennó em relação à história. (Alexia Tala)
A imagem afetiva da história: ausência partilhada
A espera e a falta são constituintes da experiência do acontecimento histórico
no trabalho de Doris Salcedo. Ao negar-se à representação direta da violên-
cia, imobilizando muitas vezes os objetos que testemunham o passado, suas
2120
obras colocam o espectador diante de uma opacidade que o surpreende.
O testemunho petrificado nos móveis, roupas e sapatos constitui um saber
precário do acontecimento, à espera de uma imagem em formação. Vê-se o
que se perde; e experimenta-se a história como desaparecimento. Nesta co-
municação analiso particularmente Noviembro 6 e 7 (2002) sob a perspectiva
dessa ausência e espera que fundam um espaço público como partilha do
silêncio das vítimas da violência. Enquanto o passado é vivido no presente,
a história retira-se do tempo vazio e entra na duração que funda o aconteci-
mento. (Luiz Cláudio da Costa)
16h às 17h30 debate Tempos de violência
com Berna Reale e Res
mediação Ana Costa Ribeiro
sinopses
O medo que nos vigia
O medo que nos incomoda, nos vigia e trai. Minha percepção do medo den-
tro do sistema de segurança pública e minha postura como ser que pertence
e que se distancia dele. (Berna Reale)
Entre o desastre e a esperança
Às 4 horas explodiram os primeiros coquetéis Molotov. O Citroën 2cv quei-
mava sob a chuva. Pouco antes Yeyo, ativista e ex-preso político, havia ins-
truído toda a preparação e o manuseio de coquetéis incendiários, e o grupo
havia discutido o significado da ação que iria realizar. Não havia unanimidade.
Alguns decidiram não participar e não evocar, através desse gesto, momen-
tos da história que consideravam superados. Outros disseram que esse era
um “contrafogo”. O fogo transforma o resultado da ação, em outro contexto.
Poderia ser um catalisador para a memória coletiva e, talvez, um fetiche car-
regado de cordobazo. Minha apresentação gira em torno da ação de mesmo
nome e sua relação com a história, a memória e a política. (Res)
18h às 19h | palestra A representação das sobras
com Moacir dos Anjos
A palestra discute de que maneira as artes visuais no Brasil têm sido, ou não,
capazes de fazer a representação das sobras: aquela que nomeia danos,
ilumina sombras, individualiza excluídos, cria equivalências ausentes e desfaz
ideias de inclusão irrestrita. Representação que reclama, ademais, a condi-
ção de parte para aqueles que não são contados no cálculo produtivista que
rege e mede o avanço econômico do país.
SEXTA 8 | CASA DE RUI BARBOSA
14h às 14h30 mostra de vídeos | Experiências de Memória
14h30h às 16h debate Processos de institucionalização: museu, arquivo
com Martin Grossmann e Mônica Zielinsky
mediação Simone Cortezão
sinopses
Agora museu
Na atualidade, vivenciamos uma virada no perfil dos museus de arte. Essa
transmutação, mais do que uma transformação, faz jus à sua trajetória re-
cente, que tem como ponto de partida o lançamento da sede modernista do
MoMA, em Nova York, em 1939. Para entender esse processo, ou melhor,
2322
essa dinâmica do museu de arte na contemporaneidade, uma outra museo-
logia vem sendo modelada. Crítica à estrutura disciplinar e à perspectiva tec-
nicista da museologia da cultura material, esse campo de práticas e estudos
entende que o papel do museu na sociedade contemporânea se apresenta
como complexidade. (Martin Grossmann)
A arte e a memória desde o sul do Brasil: amnésias e políticas de
rememoração
Traz-se à luz, através desta reflexão, um estudo comparativo de casos sobre
dois artistas brasileiros e originários do Rio Grande do Sul, Iberê Camargo e
Heloisa Schneiders da Silva. São examinados através dos desenhos políticos
que norteiam as ações desenvolvidas a partir de seus arquivos de trabalhos
de arte e documentos. A memória é abordada em relação à obra de ambos
os artistas como um fenômeno que evidencia as amnésias existentes no
campo artístico brasileiro ou, ao contrário, a sua condição espetacular. Cada
caso aponta situações que, dependendo de circunstâncias institucionais, re-
caem tanto em uma situação como em outra. O trabalho se propõe a pensar
a experiência da memória vinculada às dinâmicas institucionais ou à sua au-
sência, como um elemento fundamental para a criação de outras histórias da
arte. (Mônica Zielinsky)
16h às 17h30 debate Imagens da Memória II
com Leandro Pimentel e Pedro Hussak
mediação Mayra Martins Redin
sinopses
O desmonte e a montagem nos arquivos e coleções de fotografias
O ímpeto memorialista que levou à produção de fotografias das reformas
urbanas indica a credibilidade no uso da técnica como um modo de preser-
vação daquilo que está em via de desaparecer, e um elogio do futuro que
está por vir. Feita por fotógrafos contratados pelos governos, essa produção
buscou amenizar a perda e construir uma lembrança que, nos arquivos pú-
blicos, adquire um aspecto asséptico. Tal feição garante uma estabilidade
histórica para esses acontecimentos. Enquanto esses usos valorizam o po-
der ilustrativo e a memória factual da fotografia, no âmbito da arte e de outras
abordagens históricas menos ortodoxas são evidenciados e assumidos os
apagamentos, lacunas, opacidades e anacronismos das lembranças evoca-
das pelas coleções e arquivos fotográficos. (Leandro Pimentel)
Imagem e consciência histórica
O ponto de partida da apresentação é a compreensão de Flusser de que o
Brasil estaria entrando diretamente no atual “universo das imagens técnicas”
sem passar pela esfera do livro. Para o pensador, a escrita instaura uma
forma de se orientar no mundo que transformou a necessidade da decifra-
ção das imagens bidimensionais para uma sequência unidimensional dos
símbolos, produzindo uma analogia de uma temporalidade contínua. Com a
universalização do ensino na Europa no século XIX, produz-se o que pode-
mos chamar de consciência histórica. O ponto é que, se no Brasil se verifica
uma falta na formação de sua consciência histórica, na Europa, tal Nietzsche
24
diagnosticou na segunda Extemporânea, há uma crise causada justamente
pelo seu excesso. Diante dos dois lados da crise da consciência histórica,
pretende-se avaliar o papel das imagens na construção de uma outra forma
de elaboração da memória. (Pedro Hussak)
18h às 19h | palestra Percepção e julgamento
com Jacinto Lageira
As experiências de obras de arte de estilo documentário (que utilizam docu-
mentos e arquivos) colocam não só a questão da compreensão e da inter-
pretação mas, sobretudo, do juízo de valor onde não se deveria misturar os
temas éticos, estéticos e artísticos. Distinguir os valores morais não é confun-
di-los com valores artísticos. Mas não podemos evitar a questão moral nas
obras que referem e integram na própria matéria problemáticas que também
são operações históricas. No entanto, um julgamento sobre a história não é
um julgamento estético.
No History´s Library – Question & Answer, de Voluspa Jarpa [detalhe]
2726
MOSTRA DE VÍDEOSEXPERIÊNCIAS DA MEMÓRIA
Para complementar e expandir os debates e as reflexões do seminário, foram
programadas quatro sessões de vídeos, que abordam alguns dos tópicos
centrais do evento. Ao projetar trabalhos em vídeo feitos por artistas visuais
contemporâneos ao lado de curtas-metragens de autoria de cineastas, se
pretende pensar, através de imagens em movimento, para além de cate-
gorias que mais distanciam do que aproximam áreas irmãs – comumente
trabalhadas de modo separado. Os audiovisuais de curta duração aqui mos-
trados possuem origens geográficas diferentes, tanto no que diz respeito ao
amplo território do Brasil, quanto aos outros países que também integram a
chamada América Latina e têm o espanhol como sua língua. Os traumas dos
governos ditatoriais, a utilização de imagens de arquivo, a permanência de
tradições indígenas e africanas nas Américas, o uso do corpo do próprio ar-
tista como motor performático, o exercício claro de linguagens cinematográ-
ficas como a ficção e o documentário foram alguns dos motes da presente
curadoria. Eles poderão servir, quem sabe, como estopins para a discussão
sobre a relação entre arte, história, imagem e memória.
Raphael Fonseca
Curador
Programação
TERÇA 5 14H ÀS 14H30 | MAR
Buruburu Ayrson Heráclito, Bahia, 2010, 2min27s
Buruburu significa pipoca em dialeto africano. No candomblé, a pipoca está
ligada a Obaluaê, o orixá da cura e da transformação. O trabalho evoca
questões rituais, simbólicas e etnográficas, além de abordar a relação entre
natureza e construções culturais.
Babás Consuelo Lins, Rio de Janeiro, 2010, 20 min
Fotografias, filmes de família e anúncios de jornal constroem uma narrativa
sobre a presença das babás no cotidiano de famílias brasileiras. Mostra-se
uma situação em que o afeto é genuíno, mas não dissolve a violência.
Abismo João Castilho, Minas Gerais, 2013, 3 min
Uma pequena embarcação é tripulada por homens negros. Ruma, lenta-
mente, para o desconhecido. Lembra embarcações que saem do norte
da África para o sul da Europa, que deixam Cuba em direção à Flórida e
centenas que deixaram a África rumo as Américas séculos atrás. O desco-
nhecido, sempre aterrador.
2928
QUARTA 6 14H ÀS 14H30 | CASA DE RUI BARBOSA
Cara el Sol Iván Edeza, México, 2011, 4 min
Imagens de paisagens feitas na Espanha contrastam com outras, feitas pela
imprensa no mesmo período. Ao fundo, trechos de uma apresentação do
poeta espanhol Agustín García Calvo em uma passeata.
Vago Vizinho Simone Cortezão e Ramilson Noronha, Minas Gerais, 2013, 25 min
Quatro personagens conectados por um evento na cidade; eles não se co-
nhecem, mas compartilham experiências e convivem sempre com vestígios e
fragmentos um do outro. Um filme sobre uma quase cidade, seus habitantes
e o devir nesse lugar comum e transitório destinado ao acaso.
QUINTA 7 14H ÀS 14H30 | MAR
1978-2003 Carlos Trilnick, Argentina, 2003, 7 min
Performance realizada no estádio onde se jogou a final da Copa de 1978,
evento organizado pela ditadura argentina para ocultar atrocidades e viola-
ções aos direitos humanos no período.
Pedra Bruta Julia Zakia, São Paulo, 2009, 9 min
Há lugares em que só a arte parece ser uma alternativa possível. Rodado
em Mostar, na Bósnia, este curta mostra o encontro entre a atriz Georgette
Fadel, a diretora Julia Zakia e a pianista bósnia Amela Vucina. A paisagem de
um mundo em guerra, os sons de um desejo de paz e o corpo forte, vigoroso
e cheio de coragem da atriz/personagem.
Desapariciones Edwin Sánchez, Colômbia, 2009, 7 min
O diretor entrevista figuras-chave de uma guerra civil. Para maior naturalida-
de, as entrevistas foram documentadas por meio de desenhos e realizadas
nos lugares estabelecidos pelos participantes.
D.O.R. Leandro Goddinho, São Paulo, 2010, 4 min
Os temas da dor e do racismo são retratados apenas com gestos pelos
atores da companhia de teatro Os Crespos.
SEXTA 8 14H ÀS 14H30 | CASA DE RUI BARBOSA
Proyecto Hueco en el Fondo del Rio Colorado Paulo Nazareth, Minas Gerais, 2012, 6 min
Um homem cava um buraco ao lado do Rio Colorado.
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Rapsódia do Absurdo Cláudia Nunes, Goiânia, 2006, 16 min
Documentário com cenas de arquivo da cobertura jornalística de dois mar-
cantes episódios de luta pela terra no campo e na cidade ocorridos no
Brasil: Fazenda Santa Luzia (em Aruanã, Goiás) e Parque Oeste Industrial
(em Goiânia). A dimensão dos enfrentamentos os transforma em exemplos
universais do conflito existente entre a propriedade privada e os pobres de
todo o mundo.
Índio na Tevê Vincent Carelli, Pernambuco, 2000, 5 min
No dia 18 de setembro de 2000, aniversário de 50 anos da TV brasileira,
Hiparendi Xavante exibe filmes de índios na estação de metrô Liberdade, em
São Paulo, e entrevista os passantes sobre a presença do índio na tevê.
Assentamento nº 1, de Rosana Paulino
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Curador da mostra de vídeos
Raphael Fonseca é professor de artes visuais do Colégio Pedro II, Rio de
Janeiro, e doutorando em história e crítica da arte pelo Programa de Pós-Gra-
duação em Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Orga-
nizou os livros Commedia all’italiana (Aeroplano, 2011), Frederick Wiseman:
o documentário além da observação (Jurubeba, 2013) e Do tirar pelo natural
(Unicamp, 2013). Foi curador das exposições City as a Process, na 2nd Ural
Industrial Biennial of Contemporary Art, Ekaterinburg, Rússia, 2012; e A Lua
no Bolso, no Largo das Artes, Rio de Janeiro, 2013, entre outras. Escreve
periodicamente para as revistas ArtNexus, DasArtes e Performatus.
Participantes
Alexia Tala é curadora do Clube de Gravura do Museu da Solidariedade Sal-
vador Allende, em Santiago, Chile, e diretora artística da Plataforma Ataca-
ma, projeto focado na relação entre arte e lugar, com base no deserto de Ata-
cama, Chile. Foi curadora dos eventos Focus Brasil, 2010, e Latin American
Roaming Art (Lara), 2012-2013; e cocuradora da 1a Bienal de Performance
Deformes, 2006, da exposição Museum Man – História do Desaparecimento
(Arquivos Franklin Furnace), no Centro Cultural Palácio La Moneda, 2007;
da mostra Ensaios de Geopoética, da 8a Bienal do Mercosul, Porto Alegre,
2011; e dos Solo Projects: Focus Latin America, para a Arco, Madri, 2013.
Realizou ainda curadorias de mostras individuais de Francisca Aninat, Marce-
lo Moscheta, Cadu e Hamish Fulton. Escreve regularmente para publicações
na América Latina e no Reino Unido.
Ana Maria de la Merced Guimarães é empresária e presidente do Instituto
de Pesquisa e Memória Pretos Novos, Rio de Janeiro.
Coordenadores
Leila Danziger é artista, graduada em artes pelo Institut d’Arts Visuels
d’Orléans, França, e doutora em história pela PUC-Rio, com estágio de pes-
quisa na Universidade de Oldenburg, Alemanha. Realizou pós-doutorado
na Bezalel Academy of Arts and Design, Jerusalém, Israel. É professora do
Instituto de Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e
pesquisadora do CNPq e da Faperj. Publicou Três ensaios de fala (poesia,
7Letras, 2012); Todos os nomes da melancolia (Apicuri, 2012); e Diários pú-
blicos (Contracapa/Faperj, 2013). Realizou as exposições individuais What
Vanishes, e What Resists, na BAAD Gallery, Tel Aviv, Israel, 2011; e Felici-
dade-em-Abismo, na Capela da EAV Parque Lage, Rio de Janeiro, 2012.
Entre as exposições coletivas de que participou destacam-se WegZiehen,
no Frauenmuseum, Bonn, Alemanha, 2001; Bilder des Erinnerns und
Verschwindens, na IFA-Galerie, Berlim, Alemanha, 2003; e Tempo-Matéria,
no MAC, Niterói 2010.
Luiz Cláudio da Costa é professor adjunto dos cursos de graduação e pós-
graduação do Instituto de Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ) e bolsista Prociência/Faperj. Organizou Tempo-matéria (Contracapa,
2010), Dispositivos de registros na arte (Contracapa, 2009) e Narrativas, fic-
ções e subjetividades (com Sheila Cabo Geraldo, Quartet, 2012). Publicou
ensaios em diversos catálogos, livros e periódicos como Sala Preta (USP),
Arte e Ensaios (EBA-UFRJ), Concinnitas (UERJ), Poiesis (Ciência da Arte-
-UFF), Porto Arte (UFRGS), Ars (USP), entre outros. Atuou como vice-presi-
dente da Associação Nacional dos Pesquisadores em Artes Plásticas entre
2010 e 2012. Foi curador da mostra Tempo-matéria, no MAC-Niterói, 2010.
SÍNTESES BIOGRÁFICAS
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neiro, com a tese “O inventário como tática: a fotografia e a poética das
coleções”. Realizou estágio de doutorado no grupo de pesquisa Arts des
Images & Art Contemporain (Aiac), na Université Paris 8. Possui especializa-
ção em história da arte e da arquitetura no Brasil pela PUC-Rio, e em foto-
grafia como instrumento de pesquisa em ciências sociais pela Universidade
Cândido Mendes, Rio de Janeiro.
Márcio Seligmann-Silva, doutor em teoria literária pela Freie Universität,
Berlim, é professor livre-docente de teoria literária da Unicamp e pesquisador
do CNPq. Em 2013 foi professor convidado da Freie Universität. É autor,
entre outros, dos livros Ler o livro do mundo. Walter Benjamin: romantismo e
crítica poética (Iluminuras, 1999) e O local da diferença (Editora 34, 2005); or-
ganizou, entre outros, os volumes Leituras de Walter Benjamin (Annablume,
1999) e História, memória, literatura: o testemunho na era das catástrofes
(Unicamp, 2003); e coorganizou Catástrofe e representação (Escuta, 2000),
Escritas da violência (7Letras, 2012) e Imagem e memória (Fale/UFMG,
2012). Publicou ensaios em livros e revistas no Brasil e no exterior.
Maria Angélica Melendi é graduada em letras pela Faculdade de Filosofia
e Letras da Universidade de Buenos Aires e em artes visuais pela Escola
Guignard da Universidade do Estado de Minas Gerais; e doutora em estudos
literários pela Universidade Federal de Minas Gerais. Atualmente, é profes-
sora associada da Universidade Federal de Minas Gerais e pesquisadora do
CNPq. Investiga as estratégias de memória desenvolvidas pela arte contem-
porânea na América Latina em relação aos terrorismos de estado e à violên-
cia social, assunto sobre o qual tem publicado livros e artigos em jornais e
revistas acadêmicos nacionais e internacionais. É coordenadora do Grupo de
Pesquisa Estratégias da Arte na Era das Catástrofes (www.estrategiasarte.
net.br) e editora da revista virtual Lindonéia.
Berna Reale é realizadora de instalações e performances. Estudou arte na
Universidade Federal do Pará. É perita criminal do Centro de Perícias Cientí-
ficas do Estado do Pará, profissão que a faz ter contato cotidiano com diver-
sas questões relacionadas a delitos e conflitos sociais. Suas performances
são pensadas com o objetivo de criar um ruído provocador de reflexão. Sua
primeira mostra individual, Vazio de Nós, está em cartaz no MAR até dezem-
bro de 2013. Entre as exposições coletivas de que participou destacam-se
Bienal de Cerveira, Portugal, 2005; Bienal de Fotografia de Liége, Bélgica,
2006; From the Margin to the Edge, na Somerset House, Londres, 2012; e
Amazônia – Ciclos da Modernidade, no Centro Cultural Banco do Brasil, Rio
de Janeiro, 2012. Recebeu o grande prêmio do Salão Arte Pará, Belém, em
2009, e foi selecionada pelo Rumos Itaú Cultural Artes Visuais 2012-2013 e
Prêmio Pipa (2012-2013).
Jacinto Lageira é professor catedrático em estética e filosofia da arte na
Université Paris 1 - Panthéon-Sorbonne, diretor do laboratório Æsthetica, Art
et Philosophie e crítico de arte. Publicou, entre outros livros, L’image du mon-
de dans le corps du texte (2003); L’esthétique traversée (2007); La déréalisa-
tion du monde (2010); Cristallisations (2012); e Regard oblique (2013).
Leandro Katz é artista, escritor e cineasta argentino, conhecido por seus fil-
mes e instalações fotográficas. Suas obras incluem projetos de longa duração
que abordam temas latino-americanos e incorporam investigação histórica,
antropologia e artes visuais. O ensaio documental El Día que Me Quieras (1997)
recebeu o prêmio Coral no Festival de Cinema Latino-Americano de Havana.
De 1965 a 2006, viveu em Nova York e exerceu atividades acadêmicas e artís-
ticas. Atualmente, reside em Buenos Aires, onde realizou a mostra Arrebatos,
Diagonales y Rupturas, no Espacio Fundación Telefónica, em 2012.
Leandro Pimentel é doutor pelo programa de Pós-Graduação em Comuni-
cação da Escola de Comunicações da Universidade Federal do Rio de Ja-
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da Silva. Obra e escritos (Margs, 2010). Integrou o conselho curatorial de
diversas instituições museológicas desde 2001 e atualmente integra o Proje-
to RS Contemporâneo – 2014, no Santander Cultural, Porto Alegre.
Patricia Franca-Huchet é artista, professora da Escola de Belas Artes da Uni-
versidade Federal de Minas Gerais e pesquisadora coordenadora do BE-IT:
Bureau de Estudos sobre a Imagem e o Tempo. Possui doutorado e mestrado
pela Université Paris I – Panthéon – Sorbonne e pós-doutorado pela Université
Paris III – Institut de Recherche sur le Cinéma et l’Audiovisuel e no Centre de
Recherche en Esthétique du Cinéma et des Images, com percurso na École
des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris. Trabalha sobre a imagem
com interesse na reconstrução crítica da tradição pictural. É membro da Inter-
national Association of Word and Image Studies, em Montréal.
Pedro Hussak possui graduação, mestrado e doutorado em filosofia pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro. É professor adjunto de estética na
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, onde lidera o grupo de pes-
quisa Estética e Crítica. Atua como professor do Programa de Pós-Gradua-
ção em Filosofia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e como
professor colaborador no Programa de Pós-Graduação em Estudos Con-
temporâneos das Artes da Universidade Federal Fluminense. É bolsista de
pós-doutorado da Capes junto à Université Paris I – Panthéon-Sorbonne.
É membro da Associação Brasileira de Estética e do grupo de estudos de
estética da Associação Brasileira de Pós-Graduação em Filosofia. Organizou
o livro Educação estética: de Schiller a Marcuse (Nau, 2011) e publicou vários
artigos com ênfase em estética contemporânea.
Res, artista argentino, desenvolve fotografia, investigação histórica e perfor-
mance que exploram a relação entre tempo, história e representação. Publi-
cou os livros Verdade inútil (2006), Intervalos intermitentes (2008) e El juicio,
lo abyecto y la pata de palo (2009).
Martin Grossmann é professor titular da Universidade de São Paulo. Atual-
mente é diretor do Instituto de Estudos Avançados dessa instituição. Foi diretor
do Centro Cultural São Paulo de 2006 a 2010; e vice-diretor do MAC-USP,
de 1998 a 2002. Idealizou e é curador-coordenador do Fórum Permanente:
Museus de Arte, entre o Público e o Privado. Idealizou e coordenou, de 1985
a 1987, o Serviço Educativo do MAC-USP. Idealizou e coordenou, de 1995 a
1998, a primeira interface do USP Online. As pesquisas acadêmicas desen-
volvidas desde o mestrado problematizam a transição da cultura material para
uma cultura na virtualidade; a relação entre arte contemporânea, seus agentes
e as Instituições; os processos de mediação cultural e artística; e o desenvol-
vimento e a manutenção de sistemas de informação para a arte e a cultura.
Moacir dos Anjos é graduado em economia pela Universidade Federal de
Pernambuco, mestre em economia pela Universidade Estadual de Campinas
e doutor em economia pela University College London. É pesquisador da Fun-
dação Joaquim Nabuco desde 1990 e foi diretor do Museu de Arte Moderna
Aloísio Magalhães, entre 2001 e 2006. Foi pesquisador visitante no grupo de
pesquisa TrAIN - Transnational Art, Identity and Nation, na University of the
Arts, em Londres, entre 2008 e 2009. Foi curador da 29a Bienal de São Paulo
(2010). Publicou, entre outros, Local/global: arte em trânsito (Zahar, 2005).
Mônica Zielinsky é curadora independente, historiadora da arte e professo-
ra no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Coor-
dena a catalogação da obra completa de Iberê Camargo, na Fundação Iberê
Camargo, e o Centro de Documentação e Pesquisa no Instituto de Artes da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É doutora em artes plásticas na
Université Paris I – Panthéon-Sorbonne, com tese sobre a crítica de arte con-
temporânea no Brasil. É coautora de Espaços do corpo – aspectos das artes
visuais no Rio Grande do Sul -1977-1985 (UFRGS, 1995); organizadora de
Fronteiras: arte, crítica e outros ensaios (UFRGS, 2003), Iberê Camargo – ca-
tálogo raisonné: gravuras/volume I (Cosacnaify, 2006) e Heloisa Schneiders
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to Alegre, 2003; Apêndice/Mostruário Entomológico, no Centro Universitário
Mariantônia – USP, São Paulo, 2004; e Memento Mori, na Laura Marsiaj Arte
Contemporânea, Rio de Janeiro, 2008. Entre as exposições coletivas de que
participou destacam-se 26a Bienal Internacional de Arte de São Paulo, na
Fundação Bienal, São Paulo, 2004; Panorama da Arte Brasileira, no Museu
de Arte Moderna de São Paulo, 2005; Cryptozoology, no Bates College Mu-
seum of Art, Lewiston, Maine, Estados Unidos, 2006; Die Tropen, no Mu-
seum Martin Gropius-Bau, Berlim, 2008; e Os Trópicos – Visões a Partir do
Centro do Globo, no Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, 2008.
Mediadores
Ana Costa Ribeiro é doutoranda em processos artísticos contemporâneos pelo
Programa de Pós-Graduação do Instituto de Artes da UERJ, possui master of
fine arts em cinema pela San Francisco State University e graduação em comu-
nicação social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente é profes-
sora do Ateliê da Imagem e da Escola de Cinema Darcy Ribeiro, Rio de Janeiro.
Ivo Godoy é mestrando em processos artísticos contemporâneos pelo Pro-
grama de Pós-Graduação em Artes da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro. Graduado em artes plásticas pela Universidade Federal do Espírito
Santo, é artista multimídia. Atualmente, desenvolve a série Video-Críticas:
https://vimeo.com/channels/videocriticas
Jacqueline Siano é doutoranda e mestre em processos artísticos contem-
porâneos pelo Programa de Pós-Graduação do Instituto de Artes da Univer-
sidade do Estado do Rio de Janeiro. Atua como professora no curso de Artes
para Crianças e Jovens da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, desde
2006. Fez parte do grupo de educadores do Museu de Arte Moderna do Rio
de Janeiro, sob coordenação de Maria Tornaghi.
Rosana Paulino é bacharel e doutora em artes visuais pela Escola de
Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo e especialista na
área pelo London Print Studio, de Londres. Seu trabalho recebeu o apoio
da Fundação Ford e da Capes, tendo sido recentemente agraciada com
bolsa para o Bellagio Center, da Fundação Rockefeller. Como artista,
aborda questões étnicas e de gênero, tendo participado de exposições
em museus no Brasil e no exterior. É professora da Universidade Estácio
Radial, em São Paulo. Suas obras integram acervo do University of New
Mexico Art Museum, do Museu de Arte Moderna de São Paulo, do Museu
AfroBrasil, São Paulo, e do Museu Salvador Allende, em Santiago, Chile.
Sheila Cabo Geraldo é pesquisadora de história, teoria e crítica da arte;
coordenadora do grupo de pesquisa Escrita: Arte, História e Crítica, vinculado
ao CNPq; professora do Programa de Pós-Graduação em Artes do Instituto
de Arte da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Foi editora da revista
Concinnitas, publicada por essa instituição, de 2003 a 2011, e presidente da
Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas, de 2011 a 2012.
Organizou os livros Trânsito entre arte e política (2012) e Narrativas, ficções e
subjetividades (com Luiz Cláudio da Costa, Quartet, 2012).
Voluspa Jarpa é artista e professora de Escola de Arte da Universidade Ca-
tólica do Chile. Graduou-se na Faculdade de Artes da Universidade do Chile,
instituição na qual concluiu mestrado em artes visuais. Entre 2006 e 2013
participou da Bienal do Mercosul, Bienal de Istambul e Printemps de Tou-
louse, entre outras mostras internacionais. Em 2012, foi contemplada com o
prêmio Illy Sustaine Art, na Arco, Madri, Espanha; e pela Kadist Art Founda-
tion, São Francisco, Estados Unidos.
Walmor Correia é artista, graduado em arquitetura pela Universidade do
Vale do Rio dos Sinos. Realizou as mostras individuais Natureza Perversa,
no Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli – Salas Negras, Por-
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Mayra Martins Redin é doutoranda em processos artísticos contemporâ-
neos pelo Programa de Pós-Graduação do Instituto de Artes da Universidade
do Estado do Rio de Janeiro. Formou-se em artes visuais pela Universidade
Federal do Rio Grande do Sul e em psicologia pela Universidade do Vale do
Rio dos Sinos. Seus processos artísticos lidam com questões relacionadas à
imagem e à palavra pensando os limites entre o visível e o invisível, o registro
e a memória, a intimidade e a troca.
Natália Mello é doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação do Instituto
de Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, graduada em direção
teatral na Universidade Federal do Rio de Janeiro, pós-graduada em dança e
mestre em performance na Trinity Laban University. Recentemente apresen-
tou Abscene, no festival City of Women, Liubliana, Eslovênia, pelo Edital de
Intercâmbio do MinC.
Nicolas Garavello é graduando em artes visuais no Instituto de Artes da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Foi bolsista de extensão no La-
boratório de Cinema e Vídeo desta instituição e atualmente é bolsista de
iniciação cientifica no CNPq.
Priscilla Menezes é mestranda do Programa de Pós-Graduação em Artes
da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, com pesquisa sobre viagens
artísticas (com bolsa Faperj). É formada em licenciatura em artes plásticas
pela Universidade do Estado de Santa Catarina e desenvolve produção artís-
tica com ênfase nas práticas de desenho, escrita e fotografia.
Simone Cortezão é doutoranda em processos artísticos contemporâneos
pelo Programa de Pós-Graduação do Instituto de Artes da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro. Graduada em arquitetura pelo Centro Universitário
do Leste de Minas Gerais, é mestre em artes visuais pela Escola de Belas Ar-
tes da Universidade Federal de Minas Gerais. Atualmente é professora assis-
tente do departamento de arquitetura e urbanismo da Universidade Federal
de São João del Rey (MG).
Gestão Instituto Odeon
Diretor-Presidente Carlos Gradim
Diretor Cultural Paulo Herkenhoff
Diretor de Projetos e Gestão Tiago Cacique
Diretor Administrativo-Financeiro Luiz Guimarães
Gerente de Educação Janaina Melo
Gerente de Conteúdo Clarissa Diniz
Gerente de Comunicação Alan Correia
Gerente Administrativo-Operacional Roberta Kfuri
Gerente de Relações Institucionais Camilla Cardoso
Assessoras Pedagógicas Gleyce Kelly HeitorMelina Almada
Assessor Editorial Marco Aurélio Fiochi
Assessora de Comunicação Mariana Marques
Assessora de Criação Isabel Xavier
Estagiário de Comunicação André Féo
Produção Executiva Stella Paiva
Produção Ana Terra Rodrigues
Assistente de Produção
Silvio Borges
Estagiária de Produção
Marina Cavalcanti
Apoio de Educação
Juliana ÂngeloVinícius Motta
MAR – MUSEU DE ARTE DO RIO
Série Navios de imigrantes [em processo], Leila Danziger
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55 (21) 3031-2741
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