Luzia11-07-2012
Nós nascemos antes da televisão, antes da penicilina,
antes da vacina Sabin, antes da comida congelada,
da fralda descartável, do Xerox, do plástico, das
lentes de contato e da pílula.
Nós nascemos antes do radar, dos cartões de crédito,
da fissão de átomos, raio lazer e canetas
esferográficas. Antes das máquinas de lavar pratos,
secadoras de roupas, cobertores elétricos, ar
condicionado e antes do homem andar na lua.
Nós casávamos primeiro e só depois
morávamos juntos.
Gente estranha não?
Nós nascemos antes dos direitos dos “gays”, da
mulher que trabalha dentro e fora de casa, da
“produção independente” de filhos, dos berçários,
da terapia em grupo, dos SPAS e dos Flats.
Nós nunca tínhamos
ouvido falar em fitas
cassetes, vídeo cassete,
máquinas de escrever
elétricas, vídeo games,
computadores,
“danoninho” e rapazes
de brinco.
Nos nossos dias fumava-se
cigarros, “erva” era usada para
fazer chá, “coca” era um
refrigerante e “pó” era sujeira.
Embalo era como se faziam as
crianças dormir, “lambada” era
chicotada, “fio dental” servia
para higiene bucal e “malhar”
era coisa de ferreiro.
Nós nos contentávamos com o que tínhamos.
Nós fomos a última geração tão boba a
ponto de pensar que se precisa de um marido
para ter um bebê.
Não é de se espantar
que sejamos tão
confusos e haja
tamanha lacuna
entre as gerações.
Mas nós vivíamos.
Sim, nós vivíamos e
continuaremos a viver apesar
da próxima invenção.
FORMATAÇÃO: LUZIA GABRIELEEMAIL: [email protected]: INTRNETTEXTO: HENRIQUE NEGRIMÚSICA: FOI DEUS GUITARRADATA: 27 DE JULHO DE 2012
“Me ame quando eu menos merecer,
pois é quando eu mais preciso”