O uso da abóbada na construção pombalina
nas áreas limítrofes da Baixa de Lisboa
José Pedro Jesus Gouveia
Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em
Arquitectura
Orientador: Professor Doutor João Vieira Caldas
Júri
Presidente: Professora Doutora Ana Cristina dos Santos Tostões
Orientador: Professor Doutor João Vieira Caldas
Vogal: Professor Doutor José Maria da Cunha Rego Lobo de Carvalho
Dezembro 2014
Para o meu sobrinho Bernardo,
porque a vida é feita de novas etapas e, as nossas, estão a começar agora.
iii
Agradecimentos
Durante o meu curso e desenvolvimento deste trabalho, contei com o apoio
de pessoas sem as quais a tarefa ter-se-ia tornado difícil ou mesmo impossível.
Ao Instituto Superior Técnico e à Universidade de Lisboa, pelo brio na nossa
relação e pela oportunidade de ser parte integrante da sua identidade.
Ao professor João Vieira Caldas, pela disponibilidade e acompanhamento
incomparáveis e pela chance ao ter-me apresentado este trabalho a ser
desenvolvido, o qual abracei incondicionalmente.
À arquivista do Arquivo Municipal de Lisboa, Paula Borges, pela ajuda e
paciência ímpares, nesta que foi uma verdadeira aventura em parte do espólio
camarário da capital do país.
De uma forma geral, a todos os proprietários e gerentes dos espaços
visitados, pela compreensão da actividade científica e, por isso mesmo, terem
autorizado o registo gráfico e fotográfico imprescindíveis à realização deste trabalho.
À Ângela e Luís, pelo acolhimento caloroso em Lisboa.
À minha mana, Sofia, pela postura sempre alegre, pelas gargalhadas e
raspanetes na hora certa. Ao meu cunhado, Fábio, pelo companheirismo e amizade.
Ao meu pai, Eleutério, pela partilha do amor à profissão e pelo exemplo de
mestria, competência e seriedade (serena) no meu percurso.
À minha mãe, Natália, pelo ânimo e impulso em cada conversa sobre o tema
mas, mais do que isso, em cada fase da vida.
À minha namorada, Catarina, tudo.
v
Resumo
Devido ao terramoto de 1755, que destruiu parte significativa do centro
histórico da cidade de Lisboa, foi necessário proceder à rápida reconstrução e
revitalização urbana desta área. Tendo como principais intervenientes Manuel da
Maia, Eugénio dos Santos e Carlos Mardel, a nova forma de encarar o planeamento
da cidade demonstrou-se inovadora não só pelas tipologias construtivas adoptadas,
assentes nos princípios iluministas, como pelas soluções de índole estrutural
preconizadas de forma a garantir um novo termo de segurança para a edificação da
cidade de Lisboa. Dado o carácter inovador da componente estrutural dos
quarteirões deste plano, a construção Pombalina tem sido alvo de profundos estudos
quanto às soluções utilizadas para a estabilidade dos edifícios a nível das suas
fundações e pisos elevados (Gaiola Pombalina) e quanto à sua reacção anti-sísmica.
Enquadrada na temática da história da construção, a presente dissertação
pretende aprofundar os sistemas construtivos utilizados no piso térreo das
construções de três áreas limítrofes da Baixa Pombalina – a zona do Cais do Sodré,
a Rua Garrett no Chiado e as praças do Rossio e da Figueira – tendo como principal
foco de interesse a percepção do “peso” e significado do recurso à abóbada como
elemento estrutural do 1º piso das edificações.
Confrontando vários tipos de levantamento, essencialmente de campo,
pretende-se analisar a utilização da construção abobadada nas três zonas em estudo,
com base em parâmetros como: processos construtivos utilizados, data de
construção, tipologia arquitectónica e localização geográfica dentro do plano geral
de reconstrução.
Palavras Chave:
Lisboa | Baixa Pombalina | Sistema Construtivo | Abóbadas | Arcos
vii
Abstract
Due to the 1755 earthquake, which destroyed a significant part of the historic
center of Lisbon, it was necessary to proceed with a fast reconstruction and urban
revitalization of this area. With the main actors Manuel da Maia, Eugenio dos Santos
and Carlos Mardel, the new way of looking at the city planning was demonstrated not
only by the innovative constructive typologies adopted, based on Enlightenment
principles, as by the envisaged structural solutions to ensure a new security level for
the buildings in Lisbon. Given the innovative structural component of the blocks this
plan, the pombaline construction has been the subject of thorough studies regarding
the solutions used for the stability of buildings in terms of their foundations and
upper floors – Pombaline Cage (“Gaiola Pombalina”) and their anti-seismic reaction.
As part of the construction history, this thesis aims to deepen the constructive
systems used on the ground floor of the buildings in three borderline areas of Baixa
– Cais do Sodré, Chiado and Rossio and Figueira squares – with the main focus in
the perception of the "weight" and the meaning of the use of vaults as structural
elements on the 1st floor of these buildings.
Comparing different types of research, essentially field work, it is intended to
analyze the use of vaulted construction in these three areas, based on parameters
such as: construction processes, date of construction, architectural typology and
geographical location within the overall reconstruction plan.
Keywords:
Lisbon | Pombaline Downtown | Building System | Vaults | Arches
viii
Índice
Agradecimentos .................................................................................................. iii
Resumo ............................................................................................................... v
Abstract ............................................................................................................. vii
Índice ............................................................................................................... viii
Índice de Imagens ................................................................................................ x
Índice de Gráficos ............................................................................................. xiv
01 Introdução ....................................................................................................... 1
1.1 Objectivos da investigação .................................................................................... 1
1.2 Objecto de estudo ................................................................................................. 2
1.3 Metodologia de trabalho ........................................................................................ 2
1.4 Estrutura da dissertação ......................................................................................... 3
1.5 Estado da Arte ....................................................................................................... 4
02 Enquadramento Geral ...................................................................................... 9
2.1 Lisboa até ao séc. XVIII .......................................................................................... 9
2.1.1 Dinâmicas económicas, políticas e sociais .................................................................... 9
2.1.2 Registos sísmicos na cidade de Lisboa ....................................................................... 15
2.2 O Terramoto ........................................................................................................ 17
2.2.1 As suas consequências ............................................................................................... 18
2.2.2 A reacção do comando ............................................................................................... 20
2.3 A reconstrução como resposta ao terramoto ......................................................... 22
2.3.1 Dissertação de Manuel da Maia ................................................................................... 23
2.3.2 Principais intervenientes ............................................................................................. 28
2.4 Produção dos planos ........................................................................................... 28
2.4.1 Os estudos prévios ..................................................................................................... 28
2.4.2 O plano (de/para) execução ........................................................................................ 31
03 O Plano em Prática ........................................................................................ 35
3.1 A sua unidade tipo-morfológica ........................................................................... 35
3.1.1 O conceito .................................................................................................................. 35
3.1.2 Estandardização e Pré-fabricação ................................................................................ 35
3.1.3 Relação exterior-interior .............................................................................................. 36
3.1.4 A “gaiola” pombalina – Realidade anti-sísmica ........................................................... 36
3.2 A sua materialização ao longo do tempo .............................................................. 41
ix
04 Casos de Estudo ........................................................................................... 45
4.1 Métodos, critérios e limitações ............................................................................ 46
4.2 Cais do Sodré ...................................................................................................... 56
4.2.1 Processos de Arquivo ................................................................................................. 58
4.2.2 Levantamento de Campo............................................................................................. 58
4.2.3 Distribuição dos Sistemas Construtivos ...................................................................... 59
4.3 Chiado ................................................................................................................. 60
4.3.1 Processos de Arquivo ................................................................................................. 62
4.3.2 Levantamento de Campo............................................................................................. 62
4.3.3 Distribuição dos Sistemas Construtivos ...................................................................... 63
4.4 Rossio e Praça da Figueira ................................................................................... 64
4.4.1 Processos de Arquivo ................................................................................................. 66
4.4.2 Levantamento de Campo............................................................................................. 66
4.4.3 Distribuição dos Sistemas Construtivos ...................................................................... 67
4.4.4 Cruzamento dos Sistemas Construtivos com a Décima da Cidade ............................... 69
05 Conclusões .................................................................................................. 71
06 Desenvolvimentos Futuros ............................................................................ 75
07 Bibliografia ................................................................................................... 77
08 Anexos ......................................................................................................... 79
8.1 Cais do Sodré ...................................................................................................... 80
8.1.1 Arquivo Municipal de Lisboa ....................................................................................... 83
8.1.2 Levantamento de Campo............................................................................................. 84
8.2 Chiado ................................................................................................................. 94
8.2.1 Arquivo Municipal de Lisboa ....................................................................................... 97
8.2.2 Levantamento de Campo............................................................................................. 98
8.3 Rossio e Praça da Figueira ................................................................................. 108
8.3.1 Arquivo Municipal de Lisboa ..................................................................................... 111
8.3.2 Levantamento de Campo........................................................................................... 168
8.4 Vários ................................................................................................................ 179
x
Índice de Imagens
Imagem 1 - Lisboa Pombalina e o Iluminismo de José Augusto França ............................. 4 fonte: http://www.livraria-varadero.com/ctemasli.htm
Imagem 2 - A reconstrução de Lisboa e a arquitectura pombalina de José Augusto França 4 fonte: http://montalvoeascinciasdonossotempo.blogspot.pt/2013/01/a-reconstrucao-de-lisboa-e-arquitectura.html
Imagem 3 - Além da Baixa: indícios de planeamento urbano na Lisboa setecentista de Walter Rossa ............................................................................................................................... 5 fonte: http://www.livrarialeitura.pt/livro/alem-da-baixa-walter-rossa/
Imagem 4 - A Baixa Pombalina, passado e futuro de Maria Helena Ribeiro dos Santos ...... 5 fonte: http://virtualbss.com/book/?p=5169
Imagem 5 - Sistemas de Construção V - O Edifício de Rendimento da Baixa Pombalina de Jorge Mascarenhas .......................................................................................................... 5 fonte: http://www.fnac.pt/Sistemas-de-Construcao-V-MASCARENHAS-JORGE/a178934
Imagem 6 - Catalogo da Exposição Lisboa 1758, o Plano da Baixa hoje ............................ 6 fonte: http://www.fnac.pt/Lisboa-1758-O-Plano-da-Baixa-Hoje-Catalogo-da-Exposicao-Varios/a119913
Imagem 7 - Revista Monumentos 21 ................................................................................ 7 fonte: http://repositorio.ul.pt/handle/10451/1985
Imagem 8 - Olissipo - Lisboa durante a ocupação romana ................................................ 9 fonte: http:// lisboa-cidade.com/lx/index99pt.asp?pa=ptihist.htm
Imagem 9 - Situação aproximada do Esteiro do Tejo ......................................................... 9 fonte: http:// biclaranja.blogs.sapo.pt/497178.html
Imagem 10 - As muralhas da cidade de Lisboa - "cerca moura" e "cerca fernandina” ...... 11 fonte: http:// issuu.com/camara_municipal_lisboa/docs/revista_rossio
Imagem 11 - A cidade dos descobrimentos .................................................................... 12 fonte: http:// issuu.com/camara_municipal_lisboa/docs/hist__ria_de_lisboa-_tempos_fortes
Imagem 12 - Desembarque de D. Filipe II de Portugal no Terreiro do Paço ..................... 13 fonte: http:// canthecanlisboa.com/wp-content/uploads/2012/12/MC.GRA_.1404.jpg
Imagem 13 - Vista sobre o Terreiro do Paço, cerca de 1662 ........................................... 13 fonte: http:// torredahistoriaiberica.blogspot.pt/2010/05/d-joao-v-rei-de-portugal-1689-1750.html
Imagem 14 - Aqueduto das Águas Livres ........................................................................ 14 fonte: http:// issuu.com/camara_municipal_lisboa/docs/hist__ria_de_lisboa-_tempos_fortes
Imagem 15 - A cidade de Lisboa antes do Terramoto de 1755 ........................................ 15 fonte: http:// marialynce.wordpress.com/2008/11/01/o-terramoto/
Imagem 16 - Terramoto de Lisboa (1755) ...................................................................... 17 fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=276383
Imagem 17 - A cidade de Lisboa durante o terramoto de 1755 ....................................... 17 fonte: Catálogo da Exposição Lisboa 1758 - O Plano da Baixa Hoje, imagem nº 001
Imagem 18 - Zonas atingidas pelo terramoto e incêndio ................................................. 18 fonte: (FRANÇA, 1988, p. 63)
Imagem 19 - Ruínas da Patriarcal ................................................................................... 19 fonte: http://www.museudacidade.pt/Coleccoes/Gravura/Paginas/Colec%C3%A7cao-de-algumas-Ruinas.aspx
xi
Imagem 20 - Ruínas da Ópera ......................................................................................... 19 fonte: http://www.museudacidade.pt/Coleccoes/Gravura/Paginas/Colec%C3%A7cao-de-algumas-Ruinas.aspx
Imagem 21 - Ruínas Igreja S. Nicolau ............................................................................. 19 fonte: http://www.museudacidade.pt/Coleccoes/Gravura/Paginas/Colec%C3%A7cao-de-algumas-Ruinas.aspx
Imagem 22 - Ruínas da Sé (Basílica de Santa Maria)Imagem 23 - Gravura britânica de 1756 ...................................................................................................................................... 19 fonte: http://www.museudacidade.pt/Coleccoes/Gravura/Paginas/Colec%C3%A7cao-de-algumas-Ruinas.aspx
Imagem 23 - Gravura britânica de 1756 .......................................................................... 20 fonte: http://briefeankonrad.tripod.com/Lebenssinn/index.blog?entry_id=1584482
Imagem 24 - Sebastião José de Carvalho e Melo (Marquês de Pombal) .......................... 21 fonte: http://scalaregia.blogspot.pt/2011/06/inter-alia.html
Imagem 25 - Engenheiro Manuel da Maia ....................................................................... 23 fonte: Catálogo da Exposição Lisboa 1758 - O Plano da Baixa Hoje, imagem nº 088
Imagem 26 - Engenheiro Eugénio dos Santos ................................................................. 27 fonte: Catálogo da Exposição Lisboa 1758 - O Plano da Baixa Hoje, imagem nº 106
Imagem 27 - Tenente-Coronel Carlos Mardel .................................................................. 27 fonte: Catálogo da Exposição Lisboa 1758 - O Plano da Baixa Hoje, imagem nº 107
Imagem 28 - Desenho para fachada tipo presente no anexo da terceira parte da dissertação de Manuel da Maia ......................................................................................................... 27 fonte: http://home.fa.utl.pt/~jaguiar/MIARQ/WRossaAula4%20MIARQ.pdf
Imagem 29 – Planta nº1; P. Gualter da Fonseca e F. Pinheiro da Cunha .......................... 28 fonte: http://www.museudacidade.pt/Coleccoes/Desenho/Paginas/Planta-1.aspx
Imagem 30 -Planta nº2; Elias Sebastião Poppe e José D. Poppe ..................................... 28 fonte: http://www.museudacidade.pt/Coleccoes/Desenho/Paginas/Planta-2.aspx
Imagem 31 - Planta nº 3; Eugénio dos Santos e António C. Andreas ................................ 29 fonte: http://www.museudacidade.pt/Coleccoes/Desenho/Paginas/Planta-3.aspx
Imagem 32 - Planta nº4; Gualter da Fonseca ................................................................... 29 fonte: http://www.museudacidade.pt/Coleccoes/Desenho/Paginas/Projecto-4.aspx
Imagem 33 - Esquiço da Planta nº5, Eugénio dos Santos ................................................ 30 fonte: http://home.fa.utl.pt/~jaguiar/MIARQ/WRossaAula4%20MIARQ.pdf
Imagem 34 - Planta nº6, Elias Sebastião Poppe .............................................................. 30 fonte: http://home.fa.utl.pt/~jaguiar/MIARQ/WRossaAula4%20MIARQ.pdf
Imagem 35 - Planta para a reedificação da Baixa Pombalina ............................................ 32 fonte: Catálogo da Exposição Lisboa 1758 - O Plano da Baixa Hoje, imagem nº 095
Imagem 36 - Gravura da Baixa Pombalina reedificada, vista sobre a Praça do Comércio .. 32 fonte: Catálogo da Exposição Lisboa 1758 - O Plano da Baixa Hoje, imagem nº 120
Imagem 37 - Prospecto de fachadas das ruas principais, autoria de Eugénio dos Santos . 33 fonte: Catálogo da Exposição Lisboa 1758 - O Plano da Baixa Hoje, imagem nº 143
Imagem 38 – Prospecto de fachadas para a Rua Nova do Carmo, autoria de Eugénio dos Santos ............................................................................................................................ 33 fonte: Catálogo da Exposição Lisboa 1758 - O Plano da Baixa Hoje, imagem nº 140
xii
Imagem 39 - Corte transversal de um quarteirão, exemplificando o sistema de rede de esgotos .......................................................................................................................... 34 fonte: Catálogo da Exposição Lisboa 1758 - O Plano da Baixa Hoje, imagem nº 150
Imagem 40 - Corte em perspectiva de um edifício pombalino, apresentando a sua organização e características interiores ........................................................................... 37 fonte: (MASCARENHAS, 2009, p. 57)
Imagem 41 - Axonometria de pormenor do sistema de Gaiola Pombalina ........................ 39 fonte: (MASCARENHAS, 2009, p. 84)
Imagem 42 - Estrutura de cobertura do piso térreo em abóbada de aresta ....................... 40 fonte: (MASCARENHAS, 2009, p. 58)
Imagem 43 - Estrutura de cobertura do piso térreo em arcos e vigas de madeira ............. 40 fonte: (MASCARENHAS, 2009, p. 58)
Imagem 44 - Estrutura de cobertura do piso térreo em vigamento de madeira ................. 40 fonte: (MASCARENHAS, 2009, p. 58)
Imagem 45 – Abóbada com arco toral no perímetro da fachada ...................................... 40 fonte: (MASCARENHAS, 2009, p. 80)
Imagem 46 - Sistema de arcos apenas paralelos à fachada ............................................. 40 fonte: (MASCARENHAS, 2009, p. 82)
Imagem 47 - Pavimento do 1ºandar sobre abóbada ........................................................ 40 fonte: (MASCARENHAS, 2009, p. 82)
Imagem 48 - Incêndio nos antigos Armazéns do Chiado (1988) ..................................... 42 fonte: Catálogo da Exposição Lisboa 1758 - O Plano da Baixa Hoje, imagem nº 382
Imagem 49 – Planta de intervenção do Arquitecto Siza Vieira com apontamento do metro de Lisboa ............................................................................................................................ 42 fonte: Catálogo da Exposição Lisboa 1758 - O Plano da Baixa Hoje, imagem nº 387
Imagem 50 - Proposta de requalificação urbana da Rua da Vitória, Arquitecto João Pedro Falcão de Campos.......................................................................................................... 44 fonte: http://falcaodecampos.pt/index.php?/equipamento/percurso-assistido-ao-castelo/
Imagem 51 - Rua da Vitória requalificada; à esquerda: vista sobre os Armazéns do Chiado; à direita: vista para a encosta do castelo ............................................................................ 44 fonte: http://www.cm-lisboa.pt/noticias/detalhe/article/acessibilidade-ao-castelo-distinguida-internacionalmente
Imagem 52 - Chiado, bloco C, vista do Largo do Chiado ................................................. 50 fonte: Arquivo próprio
Imagem 53 - Chiado, bloco C, vista da Rua Garrett ......................................................... 50 fonte: Arquivo próprio
Imagem 54 - Abóbada de aresta no prédio com o número de obra 39728 ....................... 54 fonte: Arquivo próprio
Imagem 55 - Abóbada de berço no prédio com o número de obra 27319 ....................... 55 fonte: Arquivo próprio
Imagem 56 - Carta Temática de Análise dos Sistemas .................................................... 68 fonte: (LISBOA, 2011, p. 189)
Imagem 57 - Inventário do Património Arquitectónico: conjunto urbano Baixa Pombalina – datação da reconstrução (1762-1834) ............................................................................ 69 fonte: (REIS, et al., 2004)
xiii
xiv
Índice de Gráficos
Graf. 1 - Ocorrências de sismos, em território português, até à catástrofe de 1755 .......... 15 fonte: Informação de Jorge Mascarenhas – Sistemas de Construção V, 2009; Autor; Realizado com suporte AutoCAD e Photoshop
Graf. 2 - Ocorrências de sismos, em território português, após a catástrofe de 1755 ....... 15 fonte: Informação de Jorge Mascarenhas – Sistemas de Construção V, 2009; Autor; Realizado com suporte AutoCAD e Photoshop
Graf. 3 - Cronologia dos sismos históricos em Portugal .................................................. 16 fonte: Informação de http://expresso.sapo.pt/sismos-historicos-em-portugal=f553574; Autor; Realizado com suporte AutoCAD e Photoshop
Graf. 4 - Ortofotomapa com indicação das zonas em estudo; 1:15000 ............................ 45 fonte: https://maps.google.com. Editado por autor
Graf. 5 - Nomeação gráfica do conjunto de edifícios por blocos; 1:6000 - Cais do Sodré, Chiado e praças do Rossio e da Figueira ........................................................................ 47 fonte: Autor; Realizado com suporte AutoCAD e Photoshop; Disponível nos anexos 3, 33 e 58
Graf. 6 - À esquerda: identificação do bloco com um único número de obra, 1:2500; à direita: fotografia da fachada para o Rossio em que se nota a presença de pilastras, paredes corta-fogo e diferentes cores/texturas ...................................................................................... 48 fonte: Autoria e arquivo próprios; Realizado com suporte AutoCAD e Photoshop
Graf. 7 - Tabela exemplo de levantamento de fachadas para o Chiado, bloco C ............... 50 fonte: Autor; Disponível no anexo 42
Graf. 8 - Ortofotomapa da zona do Cais do Sodré com indicação dos limites da área em estudo; 1:4000 ............................................................................................................... 56 fonte: https://maps.google.com; Editado por autor; Disponível no anexo 1
Graf. 9 - Nºs de obra mapeados, correspondentes aos processos da CML; 1:2000 .......... 56 fonte: Autor; Realizado com suporte AutoCAD e Photoshop; Disponível no anexo 4
Graf. 10 - Registo gráfico do levantamento de fachadas no Cais do Sodré; 1:2000 .......... 57 fonte: Informação base disponível nos anexos pares de 8 a 28; Autor; Realizado com suporte AutoCAD e Photoshop
Graf. 11 - Planta base para o Cais do Sodré, resultante da análise do território; 1:2000 ... 57 fonte: Autor; Realizado com suporte AutoCAD e Photoshop
Graf. 12 - Distribuição gráfica, no Cais do Sodré, dos tipos de sistemas construtivos considerados, em fase de arquivo; 1:2000 ...................................................................... 58 fonte: Informação base pesquisada no Arquivo Municipal de Lisboa; Tabela de fontes disponível no anexo 6; Autor; Realizado com suporte AutoCAD e Photoshop
Graf. 13 - Distribuição gráfica, no Cais do Sodré, dos tipos de sistemas construtivos considerados, em fase de campo; 1:2000 ...................................................................... 58 fonte: Informação base disponível nos anexos impares de 7 a 27; Autor; Realizado com suporte AutoCAD e Photoshop
Graf. 14 - Distribuição gráfica final, no Cais do Sodré, dos tipos de sistemas construtivos considerados; 1:2000 .................................................................................................... 59 fonte: Autor; Realizado com suporte AutoCAD e Photoshop
Graf. 15 - Distribuição, percentual, no Cais do Sodré, dos tipos de sistemas construtivos considerados ................................................................................................................. 59 fonte: Informação base disponível no anexo 199; Autor; Realizado com suporte Photoshop
xv
Graf. 16 - Ortofotomapa da zona do Chiado com indicação dos limites da área em estudo; 1:4000 ........................................................................................................................... 60 fonte: https://maps.google.com. Editado por autor. Disponível no anexo 31
Graf. 17 - Nºs de obra mapeados, correspondentes aos processos da CML; 1:2000 ........ 60 fonte: Autor; Realizado com suporte AutoCAD e Photoshop; Disponível no anexo 34
Graf. 18 - Registo gráfico do levantamento de fachadas no Chiado; 1:2000 ..................... 61 fonte: Informação base disponível nos anexos pares de 38 a 54; Autor; Realizado com suporte AutoCAD e Photoshop
Graf. 19 - Planta base para o Chiado, resultante da análise do território; 1:2000 .............. 61 fonte: Autor; Realizado com suporte AutoCAD e Photoshop
Graf. 20 - Distribuição gráfica, no Chiado, dos tipos de sistemas construtivos considerados, em fase de arquivo; 1:2000 ............................................................................................ 62 fonte: Informação base pesquisada no Arquivo Municipal de Lisboa; Tabela de fontes disponível no anexo 36; Autor; Realizado com suporte AutoCAD e Photoshop
Graf. 21 - Distribuição gráfica, no Chiado, dos tipos de sistemas construtivos considerados, em fase de campo; 1:2000 ............................................................................................. 62 fonte: Informação base disponível nos anexos impares de 37 a 53; Autor; Realizado com suporte AutoCAD e Photoshop
Graf. 22 - Distribuição gráfica final, no Chiado, dos tipos de sistemas construtivos considerados; 1:2000 ..................................................................................................... 63 fonte: Autor; Realizado com suporte AutoCAD e Photoshop
Graf. 23 - Distribuição, percentual, no Chiado, dos tipos de sistemas construtivos considerados .................................................................................................................. 63 fonte: Informação base disponível no anexo 199; Autor; Realizado com suporte Photoshop
Graf. 24 - Ortofotomapa da zona do Rossio com indicação dos limites da área em estudo; 1:4000 ........................................................................................................................... 64 fonte: https://maps.google.com; Editado por autor; Disponível no anexo 56
Graf. 25 - Nºs de obra mapeados, correspondentes aos processos da CML; 1:5000 ........ 64 fonte: Autor; Realizado com suporte AutoCAD e Photoshop; Disponível no anexo 59
Graf. 26 - Registo gráfico do levantamento de fachadas nas praças do Rossio e da Figueira; 1:2500 ........................................................................................................................... 65 fonte: Informação base disponível nos anexos impares de 163 a 191; Autor; Realizado com suporte AutoCAD e Photoshop
Graf. 27 - Planta base para as praças do Rossio e da Figueira, resultante da análise do território; 1:2500 ............................................................................................................ 65 fonte: Autor; Realizado com suporte AutoCAD e Photoshop
Graf. 28 - Distribuição gráfica, nas praças do Rossio e da Figueira, dos tipos de sistemas construtivos considerados, em fase de arquivo; 1:2500 ................................................... 66 fonte: Informação base pesquisada no Arquivo Municipal de Lisboa; Tabela de fontes disponível no anexo 61; Disponíveis nos anexos de 62 a 161; Autor; Realizado com suporte AutoCAD e Photoshop
Graf. 29 - Distribuição gráfica, nas praças do Rossio e da Figueira, dos tipos de sistemas construtivos considerados, em fase de campo; 1:2500 ................................................... 66 fonte: Informação base disponível nos anexos pares de 162 a 190; Autor; Realizado com suporte AutoCAD e Photoshop
xvi
Graf. 30 - Distribuição gráfica final, nas praças do Rossio e da Figueira, dos tipos de sistemas construtivos considerados; 1:2500 ................................................................................. 67 fonte: Autor; Realizado com suporte AutoCAD e Photoshop
Graf. 31 - Distribuição, percentual, nas praças do Rossio e da Figueira, dos tipos de sistemas construtivos considerados .............................................................................................. 67 fonte: Informação base disponível no anexo 199; Autor; Realizado com suporte Photoshop
Graf. 32 - Distribuição, nas praças do Rossio e da Figueira, por datação da reconstrução, do número de propriedades edificadas, agrupadas por sistema construtivo .......................... 70 fonte: Informação base disponível no anexo 193; Autor; Realizado com suporte Photoshop
Graf. 33 - Distribuição, nas praças do Rossio e da Figueira, por ritmos construtivos, do número de propriedades edificadas, agrupadas por sistema construtivo .......................... 70 fonte: Informação base disponível no anexo 194; Autor; Realizado com suporte Photoshop
xvii
1
01 Introdução
1.1 Objectivos da investigação
Na reconstrução da Baixa Pombalina, os aspectos construtivos adquirem
uma importância significativa. Contudo, não existe nenhum tipo de documento ou
legislação que se refira especificamente a estes parâmetros, tanto no que respeita
aos materiais utilizados, à forma como se utilizaram ou até mesmo à própria
uniformização e pré-fabricação aplicadas. Efectivamente, estes aspectos podem ser
observados fisicamente, mas não foram verdadeiramente regulados em documentos
da época, nem no plano de reedificação da cidade de 1758.
Apesar disso, os sistemas construtivos utilizados nos pisos elevados,
respeitantes à conhecida gaiola pombalina, têm sido bastante referidos em várias
publicações, sendo, pelo contrário, menos estudado o embasamento destes
edifícios. Considerando as edificações limítrofes da Baixa Pombalina construídas
após o terramoto de 1755, o objectivo central desta dissertação prende-se,
justamente, com o estudo da estrutura dos pisos térreos, mais concretamente com
o desenvolvimento do conhecimento sobre a construção abobadada.
Para isso, torna-se necessário seleccionar, como caso de estudo, um
combinado de edificações que apresente informação significativa que contribua para
o enquadramento desta linha de investigação. Com o intuito de verificar qual a
expressão e dimensão do uso da abóbada na construção pombalina, a presente
dissertação tem como principal objectivo o cruzamento de parâmetros tais como: a
tipologia de abóbadas, a sua distribuição no conjunto edificado em estudo, a sua
relação com as funções dos espaços e a datação da sua construção. Confrontando
e estabelecendo um paralelismo entre este tipo de informações, procura-se entender
o significado do emprego da abóbada, no contexto geral da utilização dos materiais
e processos construtivos, na reconstrução da Baixa Pombalina lisboeta.
Ainda no âmbito desta investigação, como objectivo último, pretende-se não
só chegar a atingir a compreensão adequada do caso de estudo, como também
fomentar o debate que se gera em torno da interpretação, conservação, reabilitação
e restauro, no panorama de possíveis intervenções no objecto de análise.
2
1.2 Objecto de estudo
Sendo a baixa de Lisboa um território vasto com um número de construções
considerável, torna-se necessária a pesquisa e conhecimento do todo através das
partes. Já tendo sido desenvolvida a dissertação O Sistema Construtivo do Piso
Térreo dos Prédios de Rendimento Pombalinos, por Ana Rita Lisboa Duarte (2011),
sobre as ruas centrais da Baixa – Sapateiros, Augusta e Correeiros – com
preocupações idênticas ao presente trabalho, foram aqui abordados os edifícios de
rendimento nas áreas limítrofes da construção pombalina, de modo a obter um leque
de respostas que possam ser o mais contrastantes possível.
Analisando então estes limites, ao contrário da pesquisa de Rita Lisboa que
se focou em ruas específicas, no âmbito desta dissertação foram escolhidas três
áreas, compostas por conjuntos edificados com propriedades distintas quanto à
ocupação e adaptação ao tipo de território, reflectindo-se, justamente, essas
diferentes apropriações nos seus traçados: as praças do Rossio e da Figueira,
correspondentes a uma porção plana de território e com quarteirões regulares e bem
definidos, o Cais do Sodré, com quarteirões irregulares mas ainda assim bem
definidos, já constituindo algum ajuste do plano de 1758 a pré-existências e, por
fim, o Chiado, com quarteirões irregulares e complexos, correspondente a uma zona
declivosa da malha da Baixa e reflectindo a adaptação do plano à cidade existente.
1.3 Metodologia de trabalho
Para que a investigação corresponda aos objectivos definidos, o presente
trabalho deverá ser estruturado em duas partes fundamentais. Numa primeira fase
apresenta-se o objecto de estudo, de forma a contribuir para a sua interpretação no
panorama da reconstrução urbana e arquitectónica da Baixa lisboeta após o
terramoto de 1755. Salienta-se a importância desta reconstrução para o
desenvolvimento do planeamento urbano da cidade bem como para os inovadores
aspectos estruturais e comportamentais do conjunto edificado.
Numa segunda fase, deverá apresentar-se uma análise detalhada ao conjunto
dos casos de estudo mais significativos ou sobre os quais seja possível reunir mais
informação. Para tal, recorre-se ao levantamento de informação por diferentes vias:
levantamento de campo (a partir de visitas ao local) devidamente documentado por
recurso ao registo gráfico e fotográfico; levantamento de material técnico
3
proveniente de arquivos camarários ou de outras fontes possíveis, que possam
também apresentar os diferentes projectos de alteração já preconizados; e
interpretação de estudos semelhantes que possam já ter sido desenvolvidos para
outras áreas do centro histórico da cidade.
Confrontando as várias fontes documentais obtidas e investigando um
número significativo de abóbadas, espera-se conseguir encontrar padrões, formular
hipóteses e tirar conclusões respeitantes ao uso deste sistema construtivo na
edificação Pombalina.
1.4 Estrutura da dissertação
A presente dissertação está dividida em quatro partes essenciais:
Enquadramento Geral, O Plano em Prática, Casos de Estudo e Conclusões e
Desenvolvimentos Futuros.
No capítulo 02 – Enquadramento Geral – está patente uma contextualização
histórica do fenómeno motor da reestruturação da baixa de Lisboa, explicando-se,
desde as primeiras populações que deixaram cunhos na cidade até ao terramoto de
1755, os principais acontecimentos que marcaram e definiram Lisboa como capital
do território português. São ainda aprofundados as reacções e os planos elaborados
para a Lisboa como resposta à catástrofe natural.
No capítulo 03 – O Plano em Prática – aproximando o foco, em termos
urbanísticos e construtivos, ao tema em análise, são transmitidos os parâmetros
geradores da zona edificada que hoje conhecemos como Baixa Pombalina. Ainda
neste capítulo, como forma de remate, junta-se uma breve descrição da cidade pós-
terramoto ao longo do tempo da sua evolução adaptativa.
No capítulo 04 – Casos de Estudo – são apresentadas as pesquisas, análises
e ilações resultantes do trabalho prático inerente a esta dissertação. Numa secção
inicial, de forma a condensar e simplificar a informação, são explicados, em
pormenor, os métodos, critérios e limitações seguidos no tratamento dos diferentes
conjuntos em análise. Posteriormente, são expostos e analisados os dados
recolhidos, próprios de cada caso de estudo, e descritos os saberes alcançados.
Nos capítulos 05 e 06 – Conclusões e Desenvolvimentos Futuros – ficam
registadas as novas informações que o trabalho transmite, as suas implicações e o
4
seu contributo para o entendimento e conhecimento da Baixa Pombalina. Em modo
de continuidade científica, são também apresentados aspectos em que o trabalho
poderá ser complementado, de forma a enriquecer e solidificar o seu conteúdo, e
pistas que outros desenvolvimentos e estudos poderão utilizar como base de
trabalho.
1.5 Estado da Arte
A baixa pombalina é, sem dúvida, um dos melhores exemplos de urbanismo
e arquitectura na história de Portugal e a própria imagem de Lisboa fica, em parte,
associada, a este projecto de reedificação. A forma de encarar o plano de
reconstrução total da cidade, possível por via da sorte de Lisboa em 1755, revelou-
se inovadora, não só a nível do planeamento urbano, como também a nível das
soluções construtivas adoptadas nas edificações. Por isso mesmo, é natural
compreender o interesse que se atribui à reconstrução desta área da cidade,
existindo uma vasta linha de investigação que discute o património urbanístico e
arquitectónico da Baixa Pombalina. A abrangência deste plano requer um olhar
atento e preciso sobre as várias escalas de informação, daí existirem diversos
autores com linhas de pesquisa diferenciadas que, englobando questões desde a
escala da dimensão urbana, até aos pormenores construtivos, complementam o
conhecimento global que se possui sobre o tema. No que respeita aos aspectos
construtivos que, no fundo, são os que mais interessam para a presente dissertação,
foram tratados de forma diferente por diversos autores.
Salienta-se a investigação que José Augusto França iniciou em 1962, com o
desenvolvimento da sua tese de doutoramento em história e posterior publicação do
livro “Lisboa Pombalina e o Iluminismo” em 1966. A investigação que França
apresenta tem um foco generalista, na medida em que nos transmite uma visão
global sobre a história urbana da Baixa. São abordados temas diversos como as
dinâmicas sociais, urbanas e arquitectónicas da cidade antes do terramoto; os
impactos da catástrofe; os parâmetros e a legislação aplicados à reconstrução de
Lisboa; e tópicos mais específicos como os princípios arquitectónicos do estilo
pombalino e as soluções construtivas. Neste último ponto, que está mais ligado à
temática desta dissertação, é importante especificar que José Augusto França é
pioneiro a chamar a atenção, de uma forma organizada e sistemática, para os
aspectos construtivos inerentes à reedificação da Baixa, como a estandardização e
Imagem 1 - Lisboa Pombalina e oIluminismo de José Augusto França
Imagem 2 - A reconstrução deLisboa e a arquitectura pombalinade José Augusto França
5
normalização na construção e a aplicação do inovador sistema estrutural de
segurança anti-sísmica, conhecido como a “gaiola pombalina”. Apesar desta
referência constituir um importante enquadramento teórico, os parâmetros
construtivos são apresentados de uma forma global, não avançando especificações
sobre a estrutura dos pisos térreos. Do mesmo autor, e com a mesma lógica de
enquadramento, destaca-se o livro “A reconstrução de Lisboa e a arquitectura
pombalina” publicado em 1977 que revê, sinteticamente, as noções que tinham
sido apresentadas no livro referido anteriormente.
Pode também ser evidenciado o trabalho de Walter Rossa, nomeadamente
no desenvolvimento da sua dissertação de mestrado em história de arte (1991) pela
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e
consequente publicação do livro “Além da Baixa: indícios de planeamento urbano
na Lisboa setecentista” em 1998. Apesar de avançar no campo de conhecimento
que envolve as questões urbanísticas, na abordagem à experiência, aos métodos e
à consciência urbana conduzidos no plano da Baixa em paralelo com o estudo de
outras zonas da cidade, planeadas pelos mesmos autores através da Casa do Risco
das Obras Públicas, não são os problemas construtivos que lhe interessam e,
portanto, não são aprofundados na sua linha de investigação. A autora Maria Helena
Ribeiro dos Santos publica, em 2005, o livro “A Baixa Pombalina, passado e futuro”
e, mais uma vez, é abordado o tema dos processos técnicos e construtivos de um
modo genérico, passando pela descrição da “gaiola pombalina”, a definição das
fachadas, o sistema de fundações, mas nunca pela estrutura dos pisos térreos.
No que toca aos princípios e sistemas construtivos implementados nas
edificações pombalinas, Jorge Mascarenhas desenvolveu, no ano de 1996, a sua
tese de doutoramento enquadrada nesta temática. Estes conhecimentos construtivos
seriam publicados no livro “Sistemas de Construção V – o Edifício de Rendimento
da Baixa Pombalina” em 2004. Embora dê mais enfoque ao sistema da “gaiola
pombalina”, Jorge Mascarenhas faz uma breve abordagem à estrutura dos pisos
térreos, sendo o primeiro a expressar claramente a possibilidade de existirem três
tipos de composição construtiva nestes pisos. Assim, sobre os pilares ou as paredes
resistentes em pedra, o autor indica que podem existir abóbadas de aresta, arcos
em pedra com vigamento em madeira ou simplesmente vigas em madeira. Contudo,
a distribuição geográfica dos três processos construtivos presentes nos pisos
térreos e a cronologia da sua utilização não nos é apresentada, surgindo apenas a
Imagem 3 - Além da Baixa: indícios de planeamento urbano na Lisboa setecentista de Walter Rossa
Imagem 4 - A Baixa Pombalina, passado e futuro de Maria Helena Ribeiro dos Santos
Imagem 5 - Sistemas deConstrução V - O Edifício deRendimento da Baixa Pombalina deJorge Mascarenhas
6
ideia que a utilização de abóbadas seria mais expressiva nas ruas secundárias em
espaços associados a armazéns ou estábulos.
Refere-se também a tese de mestrado em Recuperação e Conservação do
Património Construído de Joana Rosa Graça da Mota Fernandes Alegria – A
arquitectura Pombalina na Rua da Madalena – de Julho de 2008. De forma a efectuar
uma contextualização global da construção da Baixa, a autora refere, tal como já
tinha sido clarificado por Jorge Mascarenhas, a existência de estruturas abobadadas
em tijolo e/ou arcos em cantaria como sistemas de cobertura dos pisos térreos não
anotando a distribuição destes processos na Rua da Madalena, registando apenas a
utilização de abóbadas no bloco edificado que corresponde ao seu objecto em
estudo (lote nº110 a 118 da rua em questão). A existência desta dissertação justifica
o facto de não se ter seleccionado esta área como caso de estudo.
Igualmente em 2008, para assinalar os 250 anos sobre o plano de
reedificação da Baixa de Lisboa (1758), foi realizada uma exposição dinamizada pela
Câmara Municipal de Lisboa, que tinha como intuito principal proporcionar o debate
sobre a valorização da reabilitação desta zona da cidade. Desta exposição: Lisboa
1758, o Plano da Baixa hoje, resulta a publicação de um livro, que reúne um
conjunto de textos de vários autores sobre a Baixa Pombalina, como por exemplo:
Walter Rossa, Ana Tostões e Manuel Salgado. Todavia, esta publicação não avança
mais conhecimento sobre a temática especifica dos sistemas construtivos.
É certo que a construção pombalina tem sido alvo de profundos estudos
quanto às soluções construtivas utilizadas, todavia, como se verifica, existe uma
lacuna quanto à percepção dos processos realmente implementados no piso térreo,
quanto à sua natureza, datação e propósito. É necessário perceber qual a distribuição
de cada sistema no contexto da Baixa Pombalina e entender se correspondem a
períodos de construção diferenciados, uma vez que o tempo previsto para a
conclusão da reedificação da cidade foi, em grande medida, alargado. Dentro deste
tema, começam a surgir algumas linhas de investigação específicas, podendo
referenciar-se a dissertação de mestrado em arquitectura O sistema construtivo do
piso térreo dos prédios de rendimento pombalinos, desenvolvida em 2011, no IST,
por Ana Rita Lisboa Duarte. Nesta tese foram analisadas as ruas Augusta, dos
Sapateiros e dos Correeiros. Menciona-se ainda o artigo desenvolvido pela mesma
autora e pelo seu orientador, o professor João Vieira Caldas – The Use os Vaults in
Imagem 6 - Catalogo da ExposiçãoLisboa 1758, o Plano da Baixa hoje
7
the Reconstruction of Pombaline DownTown Lisbon, de 2012, como
desenvolvimento desta linha de investigação.
Para além destes, existe um número da revista Monumentos – o 21 de 2004
– dedicado à Baixa que traz importantes artigos que a analisam sob das mais
diversas perspectivas. Mesmo que alguns autores avancem novos conhecimentos,
a revista é, no fundo, um ponto de situação no entendimento da Baixa de Lisboa até
essa data. Portanto, ela própria é um estado da arte.
Tendo em conta estas referências, a presente dissertação pretende contribuir
para o aprofundamento do tema, seleccionando-se três áreas limítrofes para
interpretação – as praças do Rossio e da Figueira, a zona do Cais do Sodré, e a Rua
Garrett no Chiado.
Imagem 7 - Revista Monumentos 21
8
9
Imagem 9 - Situação aproximada do Esteiro do Tejo
02 Enquadramento Geral
2.1 Lisboa até ao séc. XVIII
Privilegiadamente posicionada em termos geográficos, a cidade de Lisboa
estava naturalmente destinada não só a oferecer condições propícias para a fixação
das suas primeiras ocupações, como também a desempenhar um papel relevante
no panorama da área mediterrânea. Em primeiro lugar, aponta-se para a forte relação
que a cidade nutre com o rio Tejo e para a sua localização no ponto de conexão entre
o mar Mediterrâneo e o oceano Atlântico, transmitindo-lhe uma excelente condição
de porto mercantil para o estabelecimento de trocas comerciais. Para além de
constituir uma óptima via de comunicação, o elemento natural água era ainda
favorável para a definição de um conjunto de terrenos aráveis contíguos à zona
ribeirinha e para evidenciar a qualidade da linha de paisagem. Não menos
importante, a área oferecia uma baía de águas calmas, fruto de um esteiro natural
que permitia uma zona abrigada, protegida do estuário do Tejo (MASCARENHAS,
2009). A topografia também se revelou uma característica decisiva para a
determinação dos primeiros povos, na medida em que o território da cidade se
apresentava recortado por vales e encostas junto ao rio, garantindo um ponto
estratégico defensivo na zona mais alta da colina virada para o esteiro. É justamente
na área deste esteiro que, mais tarde, seria edificada a baixa pombalina, sobre um
terreno pouco consolidado, significativamente susceptível a acções sísmicas, tal
como se verificou com o terramoto de 1755.
Espontaneamente, durante os primeiros momentos da evolução de Lisboa, a
expansão e desenvolvimento da cidade materializaram-se ao longo da margem do
rio, procurando que o espaço urbano fosse capaz de articular uma configuração
morfológica acidentada – apta a assegurar uma defesa eficaz – e uma aproximação
vital ao recurso natural “água”. Assim, Lisboa foi crescendo em dois planos – a urbe
portuária ribeirinha e a cidade da colina – com carácter de anfiteatro sobre o rio.
2.1.1 Dinâmicas económicas, políticas e sociais
Por influência das excelentes características físicas e geográficas da cidade
de Lisboa, o seu território foi sendo progressivamente ocupado por diversas
populações que foram definindo dinâmicas económicas, políticas e sociais
Imagem 8 - Olissipo - Lisboa durante a ocupação romana
10
diferenciadas. O momento da história urbana da cidade em que se pode identificar
a primeira ocupação histórica corresponde à fixação das populações Fenícias, que
se estabeleceram em Lisboa (“Allis Ubo”- Baía Calma, tal como a designavam) por
razões económicas, associadas à importância das trocas comerciais existentes na
área do mar Mediterrâneo (MASCARENHAS, 2009). Foi durante a ocupação romana,
fixada na colina orientada para o esteiro, que a cidade alcançou um progresso
cultural e económico significativo, integrada no conhecido sistema de romanização
(Gabinete de Estudos Olissiponenses, 2008). Consagrada com o nome de Olissipo,
a cidade romana ficou mais desenvolvida a nível da fisionomia urbana e da sua rede
viária, permitindo um melhor contacto com os restantes territórios romanos, dentro
de um itinerário imperial. Com a queda do império romano, Lisboa sofreu inúmeras
invasões por parte de povos bárbaros, correspondendo este momento a um período
de grande violência. Como consequência deste fenómeno, refere-se não só o
decréscimo expressivo da população, como também a ruptura na expansão e
desenvolvimento urbano da cidade.
Apenas através da ocupação muçulmana (714-1147) é que a cidade
conseguiu voltar a ganhar alguma estabilidade para crescer em termos
populacionais. Foi possível proceder a uma reorganização da cidade configurada,
nos seus limites, pela “cerca moura” que protegia defensivamente a população. O
ano de 1147 torna-se um marco especialmente importante para Lisboa, na medida
em que esta é conquistada por D. Afonso Henriques e integrada no Reino de
Portucale – iniciando-se assim a ocupação cristã da cidade (MASCARENHAS,
2009). Com a fixação da população dentro dos limites da “cerca velha” é possível
delimitar-se um tecido urbano bem definido. Lisboa adquire uma nova revitalização,
tanto a nível nacional, como internacional, com a fixação da corte de D. Afonso III
na cidade e consequente identificação como capital do Reino durante o século XIII.
Estas circunstâncias foram acompanhadas, como é natural, por um grande
crescimento populacional e urbano.
Este forte incremento da população obrigou a uma expansão da área urbana,
de tal modo que, entre 1373 e 1375, o rei D. Fernando manda edificar uma nova
muralha – “cerca fernandina” – para garantir maior estabilidade da povoação
aquando das guerras com o reino de Castela (Gabinete de Estudos Olissiponenses,
2008). Chegando então ao final do período medieval, a grande expansão do tecido
11
urbano, que constitui uma estrutura morfológica do tipo orgânico, justifica e delimita
a existência de novos limites.
Outro momento importante que marcou a evolução urbana da cidade está
relacionado com o período dos descobrimentos portugueses. A riqueza conquistada
ao longo do vasto império ultramarino facilitou, em grande medida, o
desenvolvimento da cidade (Gabinete de Estudos Olissiponenses, 2008), numa
altura em que não existiam muitos problemas relacionados com a defesa militar.
Centrando principal atenção na expansão portuguesa “além-mar” e nas trocas
comerciais, um dos principais objectivos passava por transformar a cidade num
lugar monumental, símbolo do poder económico característico daquele que seria
um importante porto de mercadorias para o resto da Europa.
É neste contexto que se reúnem um conjunto de circunstâncias que
influenciaram positivamente a cidade. Em primeiro lugar, destaca-se a decisão da
corte de D. Manuel I em estabelecer residência no centro da cidade, junto ao rio,
onde decorriam os principais acontecimentos políticos e económicos. Deixando a
área mais alta da colina, onde se situava primariamente o castelo, foi necessário
proceder a uma modernização da frente ribeirinha, dotando-a de novas instituições
e serviços públicos, como são exemplos a Casa da Índia e a Alfândega
(MASCARENHAS, 2009). Para esta nova organização urbana da cidade,
concentrando vários níveis de poder junto à margem do rio, foi necessário
conquistar mais território, construindo-se uma série de novos aterros sobre o
Imagem 10 - As muralhas da cidade de Lisboa - "cerca moura" e "cerca fernandina”
12
recurso natural. Durante este período áureo, fruto das riquezas adquiridas durante os
descobrimentos, são ainda edificadas construções monumentais que, embora
tenham sido implantadas fora do núcleo da cidade, reflectem a conjuntura positiva
em que se vivia. São exemplos disso o Mosteiro dos Jerónimos, a Torre de Belém
e o Convento da Madre de Deus.
Surgem novas zonas de organização na cidade, completamente inovadoras
no que toca ao pensamento e desenho urbano. Fora das muralhas anteriormente
definidas, a poente da cidade já edificada, nascem novas urbanizações que
obedecem a tecidos ordenados, de base racional e apoiadas em normas
urbanísticas. O Bairro Alto corresponde, no século XVI, a uma nova consciência de
pensar a cidade, intrinsecamente ligada às ideologias renascentistas. Lisboa entra
assim numa nova era – a era moderna.
No final do século XVI (1578), o país sofre um período de crise institucional
com a morte do rei D. Sebastião (1554-1578), durante a batalha de Alcácer Quibir,
colocando em causa a própria evolução da cidade de Lisboa (MASCARENHAS,
2009). Com a perda do monarca, segue-se a ocupação do território português sob
domínio do poder filipino. Durante este período foi dada especial atenção aos
problemas da cidade relativos a infra-estruturas e no estabelecimento de alguns
regulamentos e normas urbanísticas, actualizando algumas das estruturas urbanas
existentes. Foi dada uma nova monumentalidade a Lisboa, através de edificado, com
Imagem 11 - A cidade dos descobrimentos
13
a construção de edifícios como a Igreja de São Vicente de Fora e o Torreão do Paço
Real do arquitecto Filippo Terzi (1520-1597).
O período complicado, sentido pelo país durante a presença espanhola,
promoveu significativamente o processo de restauração da independência, que foi
reconquistada a 1 de Dezembro de 1640. Novamente confirmada a soberania da
nação, pela aclamação do rei D. João IV (1604-1656), foi possível verificar uma
melhoria nas conjunturas económica, política e financeira da cidade e, por
consequência “a monarquia cedo procurou intervir no urbanismo de Lisboa”
(ROSSA, 2008, p. 41). Entrando no período Barroco e gozando de uma situação
mais favorável, as principais ideias que se teciam em relação à evolução urbana
prendiam-se com a necessidade de repensar e transformar a cidade como uma
macro estrutura, melhorada igualmente a nível estético, de forma a conjugar novas
construções de utilidade e qualidade pública – sistema de esgotos, limpeza,
facilidade de comunicação, circulação e transportes.
Imagem 12 - Desembarque de D. Filipe II de Portugal no Terreiro do Paço
Imagem 13 - Vista sobre o Terreiro do Paço, cerca de 1662
14
Embora inicialmente não se possam identificar grandes obras de carácter
monumental e o desenvolvimento tenha sido amplamente sentido a nível da criação
de corpo legislativo sobre a organização da cidade, o momento de maior esplendor
construtivo é encontrado no reinado de D. João V (1689-1750), no início do séc.
XVIII. Graças ao dinheiro proveniente da exploração mineira no Brasil, foi possível
edificar um conjunto de novas construções imponentes (MASCARENHAS, 2009),
como é o caso do Convento de Mafra que representou uma escola importante, não
só de arquitectura como de engenharia e urbanismo.
Foram repensados os sistemas de comunicação e abertas novas vias, sendo
que a principal constituía a conexão entre o Terreiro do Paço e Belém, projectada
por Carlos Mardel (1696-1763), que unificava a frente ribeirinha e a série de
edifícios estabelecidos, ao longo do tempo, nessa linha.
Ainda dentro daquele que foi o procedimento de equacionar os problemas
arquitectónicos e urbanísticos, a obra que se pode destacar com maior relevância
para o funcionamento da cidade é a edificação do Aqueduto das Águas Livres.
Promovendo e solucionando o abastecimento de água potável, esta construção
representou um importante marco para a salubridade da população e para a infra-
estruturação do tecido urbano a ocidente (ROSSA, 2008).
A cidade de Lisboa chegou ao início do século XVIII apresentando uma
estrutura relativamente inerte às transformações. À excepção do Bairro Alto, a urbe
transparecia uma imagem orgânica de génese medieval, constituída por uma rede
que conjugava um edificado heterogéneo e irregular com ruas estreitas e
emaranhadas.
Imagem 14 - Aqueduto das Águas Livres
15
2.1.2 Registos sísmicos na cidade de Lisboa
A ocorrência de sismos em Lisboa não se pode resumir apenas ao terramoto
de 1755, uma vez que o território português se localiza numa área susceptível a
actividades tectónicas. Efectivamente podem ser enumerados vários terramotos que
ocorreram na cidade, existindo registos que remontam às ocupações romanas
(MASCARENHAS, 2009).
Embora o terramoto de 1755 não tenha sido, de todo, uma novidade e,
mesmo sabendo que existiram catástrofes identicamente devastadoras para a
cidade 1 , este merece ser ponto de análise e interpretação se tivermos em
consideração a inovação das respostas. Pela primeira vez é implementado um
sistema de reconstrução com tal grau de organização e estruturação (ROSSA, 2008).
Este fenómeno pode ter sido influenciado pelo facto de, neste período, o
1 Tome-se como exemplo o sismo ocorrido a 26 de Janeiro de 1531 que assumiu especial violência. Para identificação de outros sismos históricos que ocorreram em Portugal, deve-se analisar os gráficos apresentados.
Imagem 15 - A cidade de Lisboa antes do Terramoto de 1755
Graf. 1 - Ocorrências de sismos, em território português, até à catástrofe de 1755
Graf. 2 - Ocorrências de sismos, em território português, após a catástrofe de 1755
16
conhecimento científico estar mais desenvolvido, levando a uma primeira
consciencialização sobre as razões naturais inerentes a este tipo de catástrofes.
Colocando de parte as doutrinas religiosas, “este Terramoto marca o
nascimento da sismologia moderna e do conceito de risco” (ROSSA, 2008, p. 39).
Considerando então que a probabilidade de ocorrência de terramotos é
bastante elevada em território português, a interpretação e análise da datação das
principais actividades sísmicas torna-se significativamente relevante, não só para
definir a periodicidade deste tipo de fenómenos naturais, como também para
estruturar medidas de segurança, contra os riscos de eventuais catástrofes, a nível
das políticas urbanísticas e arquitectónicas da cidade. No campo da periodicidade
dos terramotos e tendo em conta a observação dos gráficos apresentados é notória
a presença de inúmeros sismos, com a particularidade de se distribuírem, no espaço
temporal, em picos de maior frequência.
Graf. 3 - Cronologia dos sismos históricos em Portugal
17
2.2 O Terramoto
A cidade de Lisboa, que tinha crescido ao longo de seis séculos, foi
violentamente atingida por um terramoto durante a manhã do dia 1 de Novembro de
1755 – Dia de Todos os Santos. Embora tendo noção que este tipo de catástrofe
natural não constituía uma novidade, dado o historial de actividade sísmica em
Portugal, o terramoto de 1755 pode ser retratado como um dos cenários mais
violentos na vida da cidade. O nível de destruição foi de tal forma elevado que “a
cidade que se vangloriara de ser a mais rica do Ocidente era agora como um deserto
da Arábia” (FRANÇA, 1988, p. 59).
O primeiro tremor de terra sentido, definido por abalos na direcção norte-sul,
surgiu por voltas das nove horas e quarenta minutos, tendo sido acompanhado por
ruídos que provinham do subsolo. Apesar deste primeiro momento ter tido uma
duração de apenas cerca de 90 segundos, seguiram-se um segundo e terceiro
abalos violentos (separados por um intervalo temporal de um minuto), que duraram
dois minutos e meio e três minutos, respectivamente (MASCARENHAS, 2009).
Considerando que o sismo atingiu o grau 9 na escala de Richter, podemos imaginar
a dimensão dos danos que provocou nas construções da cidade. Todavia, o nível de
destruição não foi só consequência do terramoto. Aquando se faziam sentir os
abalos, a margem do rio Tejo recuou, conformando posteriormente um tsunami que
alagou tanto o Terreiro do Paço, como toda a frente ribeirinha, arrastando pessoas e
destruindo as embarcações que aí se encontravam. Para além disso, o processo de
queda das edificações originou focos de fogo que se alastraram dando origem a um
incêndio que “completou a obra do terramoto” (FRANÇA, 1988, p. 62) consumindo
o núcleo da cidade durante cerca de cinco dias.
Imagem 16 - Terramoto de Lisboa (1755)
Imagem 17 - A cidade de Lisboa durante o terramoto de 1755
18
O ambiente que se vivia na cidade de Lisboa tornou-se rapidamente
assustador entre a confusão da população em pânico, a queda de escombros e a
atmosfera asfixiante de gases e pó provenientes das fendas abertas ao longo das
ruas (MASCARENHAS, 2009). A dimensão do fenómeno e a proporção da destruição
impressionaram o mundo, estimulando a criação de especulações a nível científico
e filosófico. Também a literatura e as artes foram alimentadas pelo desastre,
surgindo várias reflexões e gravuras de autores estrangeiros que pretendiam
transmitir o que tinha ocorrido na cidade de Lisboa (FRANÇA, 1988).
2.2.1 As suas consequências
Tal como tinha sido referido, tanto a acção sísmica, como a do incêndio,
tiveram repercussões negativas para a cidade, levando à destruição de parte
significativa do tecido urbano existente. Efectivamente, uma das principais
consequências fez-se sentir a nível da estrutura construída, uma vez que as zonas
mais atingidas pelo terramoto correspondem precisamente a bairros que possuíam
grande densidade habitacional. A zona devastada pelo incêndio coincide
sensivelmente com a área central afectada pelo terramoto, embora se tenha
estendido a faixas da cidade que não tinham sido tão destruídos pela actividade
Imagem 18 - Zonas atingidas pelo terramoto e incêndio
19
sísmica, localizados na extensão oriental do Bairro Alto e na encosta ocidental da
colina do Castelo. Perante este cenário de destruição, também acentuado pela falta
de regularidade das construções medievais pré-existentes, as perdas materiais
revelaram-se preocupantes. No que toca à habitação salienta-se o facto de apenas
três mil casas (das vinte mil existentes) terem ficado com as condições mínimas de
segurança e habitabilidade, após a actuação do incêndio (FRANÇA, 1988).
Somam-se igualmente inúmeros edifícios de carácter público e institucional
que não foram capazes de resistir aos efeitos simultâneos do terramoto e incêndio.
São exemplos disso, a destruição do Palácio Real, do Palácio da Inquisição, da
Ópera e da Patriarcal, a perda de um conjunto de edifícios ligados ao poder
económico da cidade como a Casa da Índia e a Alfândega e um conjunto de hospitais
e edifícios religiosos – igrejas e conventos – que foram reduzidos a ruínas. Estes
últimos edifícios públicos certificam a noção que a vulnerabilidade das construções,
durante um terramoto, aumenta quanto maior for a sua dimensão (FRANÇA, 1988).
Ainda considerando o campo das perdas materiais é importante entender que a
destruição de grande parte dos edifícios públicos e de um conjunto de palácios
implicou igualmente a perda dos seus valiosos conteúdos – pintura, mobiliário,
documentação histórica, entre outros valores.
Não menos importantes, e com igual impacto para o declínio da cidade,
foram as perdas humanas associadas a esta catástrofe. O número de vítimas, durante
o mês de Novembro de 1755, aproximou-se a dez mil habitantes. Contudo, o
decréscimo de residentes em Lisboa foi mais expressivo, tendo em conta que parte
da população sentiu necessidade de abandonar a cidade, movida pelo receio da
ocorrência de um novo cataclismo. O mesmo ocorreu com a família real, uma vez
que temia voltar a instalar a sua residência no centro da cidade. Assim, a imagem
de Lisboa tornou-se rapidamente irreconhecível e o acesso a certos lugares ficou
impossibilitado devido à queda das construções (MASCARENHAS, 2009).
Por todos estes aspectos pode afirmar-se que as consequências do
terramoto de 1755 tiveram um impacto negativo sobre o panorama social e
económico da cidade, principalmente se for considerado que os danos causados
nas principais infra-estruturas edificadas conduziram também ao enfraquecimento
dos sectores de produção, comercialização e abastecimento da população.
Imagem 19 - Ruínas da Patriarcal
Imagem 20 - Ruínas da Ópera
Imagem 21 - Ruínas Igreja S. Nicolau
Imagem 22 - Ruínas da Sé (Basílica de Santa Maria)
20
2.2.2 A reacção do comando
Perante um estado completo de desordem era fundamental que existisse uma
resposta urgente, determinada e eficaz por parte das entidades de poder, o que não
seria tarefa fácil, imaginando o desespero e fuga tanto da população em geral, como
da família real e de alguma nobreza. Todavia, face a este ambiente trágico de
devastação, o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra –
Sebastião José de Carvalho e Melo (1699 – 1782) – adquiriu uma relevância
significativa no processo de resolução da crise instalada e da reorganização da
cidade destruída. Aquele que viria a ser conhecido, mais tarde, como Marquês de
Pombal, procedeu, de facto, à tomada de providências de urgência através de uma
conduta pragmática. Apesar de existirem doutrinas religiosas que justificavam a
ocorrência da catástrofe como uma punição divina pelos pecados humanos, e
mesmo que tenham sido efectuados actos devotos para tranquilizar a alma dos
habitantes, Pombal acreditava que se deveria olhar para o problema de forma mais
prática. Por isso mesmo, o poder religioso deveria agir de forma a facilitar a tarefa
do estado e não de maneira a incutir mais pânico e desalento à população (FRANÇA,
1988). Assim, era fundamental enterrar os mortos e tomar especial atenção no
cuidado aos que tinham sobrevivido.
Para restituir a ordem na cidade foi imprescindível a aplicação de medidas
rigorosas. Em primeiro lugar, procurou-se atender às necessidades básicas dos
habitantes, procedendo à distribuição de produtos alimentares e à prestação de
cuidados de saúde. Para evitar a propagação de epidemias e para facilitar a
Imagem 23 - Gravura britânica de 1756
21
deslocação dentro da cidade foram reunidos esforços de prisioneiros para
realizarem actividades de limpeza dos escombros.
No que toca à segurança e ao cumprimento das leis, também estes aspectos
ficaram assegurados, uma vez que foram solicitadas forças militares extraordinárias,
de forma a manter a ordem na cidade, e foi aplicada uma política de justiça rígida
que estabelecia a existência de julgamentos rápidos e o enforcamento de
desordeiros (FRANÇA, 1988). Apesar de ser uma tarefa complicada, procurou-se
controlar ao máximo a especulação de bens, numa tentativa de manter os preços
semelhantes àqueles que vigoravam antes do terramoto. Para além disso, e de forma
a restabelecer os equipamentos públicos, como é o caso da Alfândega, a todos os
produtos importados foi introduzida uma taxa de 4% que facilitou, posteriormente, a
obtenção de fundos para a reedificação da cidade (MASCARENHAS, 2009). Pombal
soube aproveitar a posição que assumiu e preocupou-se verdadeiramente com o
estado do país. Como complemento às actividades de limpeza e reorganização da
cidade de Lisboa, e para reconhecer o real estado da nação a nível demográfico e
físico, o ministro ordenou que se procedesse à elaboração de um questionário que
deveria ser preenchido por todas as paróquias (Memórias Paroquiais).
Efectivamente, Marquês de Pombal teve um papel relevante e decisivo na
resposta pós-catástrofe e foi muito para além das providências de circunstância que
foram apresentadas, abrindo uma linha de debate sobre o futuro desenvolvimento
urbanístico de Lisboa. No fundo “uma nova era ia (…) começar para o país” e “o
seu novo senhor mandava traçar os planos da nova cidade que seria sua capital”
(FRANÇA, 1988, p. 76).
Imagem 24 - Sebastião José de Carvalho e Melo (Marquês de Pombal)
22
2.3 A reconstrução como resposta ao terramoto
Desde cedo, Pombal preocupou-se com o destino da cidade, introduzindo
assim instrumentos políticos e legislativos precisos, mesmo antes de se saber ao
certo qual seria a estratégia de reedificação a implementar. Para o processo de
reconstrução contou-se igualmente com a influência de experiências que já tinham
sido conduzidas em cidades no estrangeiro que tinham sofrido com catástrofes de
escala semelhante (MONTEIRO, 2008).
Logo no final do mês de Novembro de 1755, o Marquês de Pombal ordenou
que fosse realizado um levantamento rigoroso e exaustivo de todos os edifícios,
praças e vias de comunicação existentes até ao dia do terramoto, de forma a
controlar problemas associados à redistribuição e disputa de propriedade durante o
processo de reconstrução. De forma a controlar não só a fuga da população, como
também a expansão descontrolada do tecido urbano, foi introduzida, através do
Decreto de 3 de Dezembro de 1755, a proibição de edificar novas construções fora
dos antigos limites da cidade. A 30 de Dezembro do mesmo ano, estendia-se esta
interdição a todas as novas edificações dentro da cidade, pelo menos enquanto o
processo de levantamento não estivesse concluído e não tivessem sido
apresentados os planos de reconstrução (FRANÇA, 1988). Atendendo a que poucas
habitações apresentavam condições de segurança e salubridade após o terramoto e
que, por consequência, grande percentagem da população tinha ficado desalojada,
era extremamente complicado decretar e impor estas regras. No entanto, as
estruturas governamentais e jurídicas demonstravam-se inflexíveis quanto a esta
situação, surgindo no dia 12 de Fevereiro de 1756 uma nova norma que determinava
a demolição de todas as construções ilegais – ou seja, as edificações que não
respeitavam o que tinha ficado estabelecido nos decretos anteriores (FRANÇA,
1988).
Outras intervenções foram dirigidas pelas entidades de poder,
nomeadamente no que toca à fiscalização do sector da construção e do
arrendamento das habitações, para combater a especulação de preços. É importante
então ter em conta que, de certa forma, a catástrofe que devastou a cidade por
completo, também se transformou num “(…) bom pretexto para antecipar uma
reforma legislativa que se adivinhava e que se reclamava (…) capaz de promover as
necessárias transformações na estrutura da propriedade imobiliária urbana (…)”
23
(MONTEIRO, 2008, p. 83). Para além da tomada destas decisões políticas, iniciava-
se, em simultâneo, uma reflexão na Casa do Risco das Obras Públicas 2 –
começavam-se a desenhar propostas para o Plano de reedificação da cidade, tendo
Manuel da Maia (1677-1768) adquirido um papel importante na direcção destes
projectos.
2.3.1 Dissertação de Manuel da Maia
Pode dizer-se que grande parte do pensamento inicial desenvolvido sobre a
edificação da nova cidade de Lisboa deve-se ao engenheiro-mor do reino, Manuel
da Maia. Apesar da sua idade avançada (oitenta anos), redigiu um conjunto de
reflexões e alternativas urbanísticas relativas à reconstrução da cidade, numa
dissertação que revela o seu sentido prático e o facto de ser “(…) um profissional
consciencioso e atento à ciência do seu tempo” (FRANÇA, 1988, p. 78). Esta linha
de discussão, encomendada pelo ministro Sebastião José de Carvalho e Melo e
desenvolvida por Manuel da Maia, divide-se em três textos que serviram de
orientação para a reedificação da cidade. De seguida pretende-se expor os
pensamentos essenciais que foram transmitidos, pelo engenheiro, em cada parte da
sua dissertação.
Primeira parte da dissertação
Na primeira parte, apresentada a 4 de Dezembro de 1755, Manuel da Maia
descreve cinco alternativas de actuação para a reconstrução da cidade, evidenciando
os aspectos positivos e negativos de cada uma das hipóteses. A primeira solução
consistia em reconstruir a cidade, no mesmo local, seguindo os pressupostos
urbanísticos e arquitectónicos antigos, “(…) levantando os edifícios nas suas
antigas alturas, e as ruas nas suas mesmas larguras” (MAIA, 1988 a). Apesar do
engenheiro admitir vantagens neste modo de intervir – como a utilização dos
escombros como possíveis materiais de construção, a rapidez da obra e a facilidade
em redistribuir os bens pelos proprietários – rapidamente critica a implementação
desta opção pois, se tomada, revelaria não só falta de cuidado no aperfeiçoamento
e modernização de uma cidade que necessitava de ser inteiramente reconstruída,
como também falta de aprendizagem face às consequências da catástrofe. Tal como
2 Apesar da Casa do Risco das Obras Públicas ter desenvolvido outros projectos, ao longo do tempo, foi criada especificamente para o processo de reconstrução da cidade após o terramoto de 1755;
Imagem 25 - Engenheiro Manuel da Maia
24
expõe Manuel da Maia no seu primeiro texto, tomar esta decisão suponha “q o
terramoto passado não he pronostico de outro” (MAIA, 1988 a) e que a população
teria esquecido completamente a vulnerabilidade do tecido urbano e das
construções precedentes.
Seguidamente, são propostas mais duas hipóteses, que se assemelham à
primeira pela manutenção do sistema arcaico da cidade, embora actualizando
alguns dos seus parâmetros. Assim, na segunda solução levantar-se-iam os
edifícios com a mesma altura, e no mesmo lugar, com a particularidade de se perder
parcialmente propriedade para garantir o alargamento das vias de comunicação mais
estreitas. A partir do principal ponto negativo da hipótese anterior – algumas
edificações continuariam a possuir alturas elevadas que poderiam ser prejudiciais
durante a ocorrência de terramotos ou incêndios – é criada uma terceira opção que
apenas acrescenta a limitação da altura das construções a três pisos
(MASCARENHAS, 2009).
Se os três modelos de intervenção anteriores tinham demonstrado um
pensamento mais contido, as duas últimas propostas apresentadas por Manuel da
Maia demonstram intenções mais radicais. Na quarta solução, o engenheiro sugere
a reconstrução integral da cidade central através de um plano completamente novo.
Para aplicar este quarto modo deveriam ser arrasados todos os bairros baixos, que
tinham sido destruídos durante o cataclismo, e elevar a nova cidade sobre os
escombros. Este último ponto teria uma importância significativa, uma vez que a
acomodação dos entulhos controlaria a “(…) aspereza das serventias da cid.e baixa
p.ª a alta (…) expelindo tambem as aguas com melhor êxito p.ª o mar, livrando Lix.ª
baixa das inundações q padece em occasioens de maré chea” (MAIA, 1988 a). Tal
como na terceira solução, Manuel da Maia tece comentários sobre a importância da
altura das edificações e, portanto, nesta opção indica que a altura das construções
não deveria ultrapassar a largura das ruas adjacentes, de forma a respeitar condições
de segurança. Mesmo que, através deste modo, fosse melhorada a condição urbana
da cidade, o engenheiro-mor aponta para a dificuldade do estado em redistribuir as
propriedades, existindo um “(…) grave pezo de dar a cada hum a justa satisfação
do q lhe pertencer” (MAIA, 1988 a).
Por último, o quinto modo corresponde à construção de uma cidade
completamente nova em Belém, deixando que o tempo se encarregasse de ditar a
25
história da antiga cidade em ruínas. Maia, na sua dissertação, parece gostar
particularmente desta proposta, na medida em que existiria a oportunidade de se
edificar uma cidade planificada, sem constrangimentos, num lugar onde o solo
apresentaria um melhor comportamento face à ocorrência de um novo terramoto.
Apesar disso, Manuel da Maia não aponta para um caminho em concreto, preferindo
apenas levantar sugestões sobre o processo de reconstrução da cidade – sugestões
essas que, sendo bem fundamentadas com a apresentação de prós e contras,
demonstram a sua sensibilidade e coerência face ao tema. O teor das suas críticas
e preocupações não se restringe aos problemas urbanos e arquitectónicos, mas
também à dificuldade económica que se vivia e à eventual capacidade das entidades
do poder em realizar cada uma das propostas sugeridas.
Segunda parte da dissertação
Já no final da primeira parte, Manuel da Maia se tinha comprometido a
desenvolver um segundo texto com maior grau de pormenor. Após a aceitação da
sua dissertação por parte do rei e tendo noção que se considerava mais apropriada
a renovação da cidade sobre os escombros, na mesma área central (quarta opção),
Maia dá início ao desenvolvimento de mais um texto que seria apresentado a 16 de
Fevereiro de 1756. No que toca à estrutura desta segunda parte, esta acaba por
seguir a metodologia da anterior, na medida em que se voltam a apresentar algumas
alternativas, para que possam ser analisadas, distintamente, através das suas
vantagens e inconvenientes.
Mesmo partindo do pressuposto que se iria então reedificar a cidade,
conservando-a na área baixa, Manuel da Maia não entende que se queira fazê-lo de
forma a manter as vias de comunicação exactamente com a mesma forma arcaica e,
por isso mesmo, expõe três possibilidades de reconstrução, tendo em conta a
definição da estrutura viária. A primeira alternativa consistiria em renovar a cidade
através de um projecto totalmente novo que pudesse corresponder às condições de
segurança, sem constrangimentos, e que fosse demarcado por uma maior
regularidade. Todavia, pensando igualmente na conservação da imagem da cidade,
o engenheiro-mor sugere mais dois tipos de configuração. Assim, a segunda
possibilidade comportaria a conservação do traçado inicial das ruas principais,
como a Rua Nova dos Ferros, a Rua dos Ourives, a rua dos Escudr.os e Odreiros,
alargando as vias mais estreitas através da “(…) diminuição do valor da propriedade
26
(…)” (MAIA, 1988 a). Numa terceira opção, acrescentar-se-ia ao segundo modo a
abertura de travessas e becos, para que todas as vias públicas apresentassem uma
dimensão adequada de segurança.
Apesar de apresentar estas duas últimas hipóteses, o autor adverte para os
seus pontos negativos. O eventual processo de ampliação das ligações mais
estreitas, travessas e becos, iria acarretar a perda de muitas habitações, não
excluindo que seria necessário rectificar alguns alinhamentos de edifícios nas
próprias vias principais. A partir destas reflexões, Maia deixa claro que o processo
de melhoramento da cidade através da implementação do segundo ou terceiro modo
apresentaria mais limitações que vantagens, dirigindo a sua preferência para a
reconstrução total da cidade (FRANÇA, 1988). É exactamente neste modelo de
intervenção que se focaliza, especificando tecnicamente o problema da expropriação
de propriedades. De uma forma geral, explicita que a redistribuição de rendimentos,
da malha antiga para a nova estrutura de cidade, deveria ser efectuada,
proporcionalmente, com base numa estimativa do património perdido por cada
proprietário. De maneira a harmonizar e equilibrar este processo, todo o proprietário
a quem fosse atribuído mais valor do que aquele que detinha antes da catástrofe,
deveria devolver o excedente, para que se pudesse satisfazer as necessidades de
outro credor a quem fosse conferido um valor menor do que aquele que possuía
(MASCARENHAS, 2009). Se, por outro lado, não fosse possível chegar a consenso
na atribuição de áreas a proprietários, deveria ser o rei a responsabilizar-se pela
construção nessas parcelas.
É importante referir ainda que, na segunda parte da sua dissertação, são
lançadas, pela primeira vez, reflexões sobre a linguagem arquitectónica a seguir na
projecção da nova cidade. Para Manuel da Maia era fundamental que se tivesse em
linha de conta a uniformidade das construções, preservando cada rua “(…) a
mesma simetria em portas e janellas e alturas (…)” (MAIA, 1988 b). Nomeia ainda
Eugénio dos Santos, arquitecto do Senado de Lisboa, como responsável por
desenhar os novos planos para a cidade com base nos princípios enunciados no seu
texto, ou seja, através de uma visão de conjunto (FRANÇA, 1988).
27
Terceira parte da dissertação
O principal fundamento da última parte da dissertação de Manuel da Maia,
completada a 31 de Março de 1756, prende-se com a apresentação de desenhos
correspondentes a projectos de reconstrução da cidade. Assim, como complemento
à parte escrita são anexadas: seis plantas da cidade, representando igualmente seis
propostas distintas; três vertentes de fachadas e uma planta de pormenor de uma
ligação viária de 60 palmos de largura. Para a execução destes planos, Manuel da
Maia elegeu equipas de trabalho, formadas por engenheiros oficiais da academia
militar, que deveriam seguir as orientações expressas na sua dissertação. A cada
equipa foi fornecida uma planta da parte destruída da cidade e exigidas propostas
que representassem diferentes tipos de estratégias. No fundo, a produção dos
trabalhos não teve como base um concurso, mas sim a definição de várias
experiências sobre a baixa de Lisboa. Para além da eleição das equipas de trabalho,
Manuel da Maia expressa a necessidade de nomear colaboradores que tenham
especial papel na “(…) execução desta dificultosa obra da renovação de Lisboa
baixa, para a guiarem livre dos embaraços q se poderão encontrar, ou incluir entre
a correspondência do antigo com o moderno, (…)” (MAIA, 1988 c). Prontamente,
Maia apresenta os seus “braços direitos”, são eles: Eugénio dos Santos e o tenente-
coronel Carlos Mardel.
Imagem 26 - Engenheiro Eugénio dos Santos
Imagem 27 - Tenente-Coronel Carlos Mardel
Imagem 28 - Desenho para fachada tipo presente no anexo da terceira parte da dissertação de Manuelda Maia
28
2.3.2 Principais intervenientes
Tal como tinha sido referido por Manuel da Maia, na terceira parte da sua
dissertação, só a partir “(…)das diversas configurações de um objecto, é que
melhor se (…)” poderia “(…)observar a sua propriedade(…)” (MAIA, 1988 c) e,
portanto, organizou três equipas de trabalho, dirigidas por engenheiros militares
distintos: Eugénio dos Santos, Elias Sebastião Poppe e Pedro Gualter da Fonseca.
A cada um destes três profissionais, deveria juntar-se outro elemento, de forma a
serem criados três tipos de estratégias. Desta forma, a primeira equipa seria
constituída por Pedro Gualter da Fonseca e o praticante da academia militar
Francisco Pinheiro da Cunha. Para acompanhar o capitão Elias Sebastião Poppe, e
consequentemente formar a segunda equipa, foi chamado o seu filho José
Domingos Poppe. Por último, o engenheiro Eugénio dos Santos formou a terceira
equipa acompanhado pelo seu ajudante António Carlos Andreas. Para além dos três
planos que resultaram da formação destas equipas, Manuel da Maia ordenou ainda
que fossem criados mais três planos exclusivos dos dirigentes de cada grupo
2.4 Produção dos planos
2.4.1 Os estudos prévios
Após terem sido estruturadas as três equipas de trabalho e de lhes ter sido
concedida uma carta topográfica da cidade antiga, datada de 1718, os planos
deviam ser desenvolvidos através de linhas orientadoras distintas, contudo Manuel
da Maia estabeleceu a imposição de ser mantida, na íntegra, a localização dos
Imagem 29 – Planta nº1; P. Gualter da Fonseca e F. Pinheiro da Cunha
Imagem 30 -Planta nº2; Elias Sebastião Poppe e José D. Poppe
29
Templos e Capelas, nas três primeiras propostas. Recomendou igualmente a
definição de novas praças – como o Rossio e o Terreiro do Paço – de forma a garantir
a circulação de ar dentro da cidade (SANTOS, 2005).
Pretendendo fazer uma análise das principais estratégias tomadas em cada
plano apresentado, é importante salientar que, de uma forma geral, os projectos vão
evoluindo hierarquicamente, no que diz respeito ao nível de liberdade que
possuíram. Assim, o projecto da definição de uma nova cidade que teve de lidar
com mais restrições, ficou atribuído à primeira equipa de trabalho, correspondente
à parceria entre Gualter da Fonseca e Francisco Pinheiro da Cunha. Os planos a
desenvolver por este grupo de trabalho deveriam ter em conta o respeito pela
linguagem geral da cidade que tinha sido destruída, tentando conservar a sua
fisionomia urbana e procurando apenas apresentar melhorias a nível da correcção
das ruas com menor dimensão, ou a implementação de novas vias de comunicação
para substituir os becos. Com base nestas premissas, a primeira planta não fazia
mais “(…) do que impor uma disciplina ao labirinto pré-existente (…)” apresentado
“(…) as ruas rectilíneas em ângulos bem definidos, ainda que de abertura muito
variável” (FRANÇA, 1988, p. 97). Ao ser interpretada esta primeira planta, é
perceptível a importância que foi transmitida à manutenção do sistema anterior de
artérias principais, ou seja, à preservação não só da Rua Nova dos Ferros, como do
enfiamento definido pelas ruas do Ouro, dos Douradores e dos Escudeiros.
A equipa constituída pelo Capitão Elias Poppe e por José Domingos Poppe
tinha ficado responsável pela projecção de um plano em que não seria necessário
Imagem 31 - Planta nº 3; Eugénio dos Santos eAntónio C. Andreas
Imagem 32 - Planta nº4; Gualter da Fonseca
30
melhorar as ruas estreitas, nem manter obrigatoriamente todas as ruas de maior
dimensão. Dessa forma, pode afirmar-se que usufruía de uma maior liberdade de
criação face ao primeiro grupo de trabalho. A segunda planta proposta preservava a
Rua Nova dos Ferros a partir da qual se desenvolveriam três novas vias de
comunicação no sentido da praça do Rossio.
À terceira equipa tinha sido conferida uma missão com grau de liberdade
ainda maior. Sobre o terreno onde estava implantada a cidade destruída, o
Engenheiro Eugénio dos Santos e respectivo ajudante António Carlos Andreas teriam
de projectar “(…) outra nova planta com toda a liberdade inteiramente, e sem
sogeição nem preceito algum (…)” (MAIA, 1988 c) a não ser a conservação dos
Templos, Capelas e Ermidas. De uma maneira geral, a terceira planta transmitia uma
nova monumentalidade ao Terreiro do Paço, a contar pela dimensão e simetria que
adquire. Em relação à estrutura da rede viária, é dada importância à ligação entre a
Praça do Rossio e o Terreiro do Paço, pela criação de artérias que interligam estes
espaços públicos.
Adicionalmente, e tal como já tinha sido referido, foram desenvolvidos mais
três planos por cada líder das equipas, com a particularidade de não ter sido exigida
a reposição das igrejas e capelas nos mesmos locais, para que este pressuposto de
actuação pudesse entrar “(…) na conta dos pensamentos ponderados” (MAIA,
1988 c). A quarta planta, da autoria de Pedro Gualter da Fonseca, foi projectada com
grande liberdade e, efectivamente, não foram preservados os edifícios de caracter
religioso, numa solução denotada pela ortogonalidade da estrutura viária. A malha
Imagem 34 - Planta nº6, Elias Sebastião Poppe Imagem 33 - Esquiço da Planta nº5, Eugénio dos Santos
31
edificada, nesta estratégia, caracterizava-se por ficar estabelecida em quarteirões de
grande dimensão, graças ao número reduzido de vias existentes no sentido
nascente-poente em comparação com as ruas perpendiculares desenhadas na
direcção norte-sul. Para além disso, as duas praças principais – Terreiro do Paço e
Rossio – apresentavam-se com a mesma direcção e com praticamente as mesmas
dimensões.
Tal como tinha acontecido na planta nº 4, o plano de Elias Sebastião Poppe
(6ª planta) propõe a definição de um tecido urbano reticulado “(…) sem atender à
conservação dos sítios antigos (…)” (MAIA, 1988 c), dando importância, mais uma
vez, à interligação entre as duas praças com maior dimensão. Apesar de ter esta
semelhança com a planta de Gualter da Fonseca, o plano em causa apresenta-se
diferente relativamente à dimensão e forma dos quarteirões. Assim, a malha do sexto
plano é constituída por um maior número de blocos edificados, que apresentam,
simultaneamente, uma configuração praticamente quadrangular e um tamanho
reduzido. Acrescenta-se ainda o facto de este ser o único projecto em que o Terreiro
do Paço ficou delimitado por edifícios em toda a extensão do seu perímetro,
inclusivamente na margem adjacente ao Rio Tejo.
Entre as reflexões mais ousadas, sobre a reconstrução da Baixa, estava
incluída aquela que seria a hipótese eleita. Desenvolvida individualmente pelo
Engenheiro Eugénio dos Santos, a planta nº 5 “é simultaneamente a mais judiciosa
e inovadora” (SANTOS, 2005), uma estratégia demarcada pelo traçado geométrico
ortogonal.
2.4.2 O plano (de/para) execução
De todas as hipóteses, o esboço nº 5 foi o seleccionado como suporte para
o projecto de reedificação da zona central da cidade e, a sua aplicação compreendia
não só a introdução de noções urbanísticas completamente renovadas, bem como
“inovações em termos de funcionamento, salubridade e prevenção contra possíveis
calamidades (MASCARENHAS, 2009, p. 42).
De uma forma geral, o plano criado por Eugénio dos Santos caracterizava-se
por um traçado regular assente numa malha edificada reticular que ficava definida a
partir de uma clara hierarquização da rede viária. As vias de comunicação, por sua
vez, desenvolviam-se em função dos espaços públicos mas emblemáticos que
32
tinham sido conservados na sua localização e hierarquia: a Praça do Comércio, de
configuração quadrangular em diálogo com o rio Tejo, co posteriormente como o
centro das grandes transformações políticas e económicas da cidade pombalina; a
Praça do Rossio, projectada no novo plano com cerca de metade da dimensão da
Praça do Comércio, que possuía um carácter mais social e comunitário (ROSSA,
2004). Embora tenha sido preservada a memória destes dois espaços, à “luz” da
nova proposta foram regularizados e alinhados, entre si, pela vertente poente. A
classificação hierárquica da estrutura viária é efectuada através da distinção entre
ruas e travessas, ganhando mais notoriedade as ruas que estabelecem ligação entre
as Praças do Comércio e Rossio, nomeadamente as ruas do Ouro e Augusta. A malha
Imagem 35 - Planta para a reedificação da Baixa Pombalina
Imagem 36 - Gravura da Baixa Pombalina reedificada, vista sobre a Praça do Comércio
33
construída, enquadrada entre as duas praças, é formada por quarteirões que
assumem uma forma rectangular. Estes orientam o seu lado com maior dimensão
para as ruas principais e, portanto, a grande maioria dos quarteirões fica alinhada na
direcção norte-sul. Exceptua-se neste ponto a “inversão morfológica a sul (…) para
processar o acompanhamento da Rua Nova d’El Rey” (ROSSA, 2004, p. 62). Para
atribuir novas condições de salubridade, foram projectados logradouros na maioria
dos quarteirões, que contribuíam não só para a circulação de ar na massa edificada,
como também para o melhoramento de iluminação natural no interior das
construções, uma vez que a profundidade dos edifícios ficava mais reduzida.
Outro aspecto bastante relevante para a definição do plano de reconstrução,
prende-se com a uniformidade que deveria ser atribuída à linguagem arquitectónica
da cidade, algo que começara a ficar estabelecido logo a partir da segunda parte da
dissertação de Manuel da Maia. Para isso, foram projectados inúmeros alçados de
frentes de rua, que variam consoante a posição hierárquica de cada rua e que
contribuem para “(…) o controle total da volumetria e expressão arquitectónica dos
quarteirões que, de um ponto de vista urbanístico, se comportam como a unidade
arquitectónica de base, não o edifício sobre o lote” (ROSSA, 2004, p. 63). A
uniformidade é essencialmente transmitida pela repetição dos vãos, pelo
estabelecimento de número padrão de pisos e definição da altura máxima dos
edifícios, tendo como referência o estabelecimento da maior dimensão no Terreiro
do Paço. Estas projecções para fachadas são igualmente capazes de se adaptar aos
casos em que as ruas apresentam um declive acentuado, na medida em que o
módulo do alçado é repetido, com a mesma altura, em função da cota de soleira.
Imagem 37 - Prospecto de fachadas das ruas principais, autoria de Eugénio dos Santos
Imagem 38 – Prospecto de fachadas para a Rua Nova do Carmo, autoria de Eugénio dos Santos
34
A edificação da nova cidade foi ainda orientada e influenciada por um
conjunto de regras urbanísticas inovadoras que visavam um aperfeiçoamento das
condições de higiene e salubridade dos espaços exteriores, bem como um
melhoramento do comportamento das estruturas construídas face a uma nova
catástrofe (ROSSA, 2004). Entre estas normas, podem-se salientar a imposição da
altura máxima das edificações com base na largura das ruas adjacentes, a inclusão
de passeios, a implementação de infra-estruturas técnicas, como é o caso das redes
de esgotos, e a introdução de um novo conceito construtivo em estrutura anti-
sísmica e guarda-fogo que será tratada, com maior pormenor, no capítulo seguinte.
Para além dos aspectos referidos e tal como já tinha sido observado, o plano
de Eugénio dos Santos apresentava-se ousado por não conservar, no mesmo local
os edifícios, de carácter religioso. Na nova planta, as Igrejas ganham assim uma
nova tipologia, uma vez que são enquadradas dentro dos próprios quarteirões,
dissimulando a sua volumetria numa estrutura urbana global.
Imagem 39 - Corte transversal de um quarteirão, exemplificando o sistema de rede de esgotos
35
03 O Plano em Prática
3.1 A sua unidade tipo-morfológica
3.1.1 O conceito
A destruição provocada pelo sismo de 1755 exigia um plano pragmático que
fosse capaz de repor a habitabilidade na cidade de forma rápida e eficaz. Nesse
sentido, as directrizes primordiais do plano deveriam reflectir um grande
pensamento de economia, racionalidade e solidez, que visassem, acima de tudo, a
estabilidade e durabilidade das edificações. Estas premissas influenciaram, em
grande medida, a unidade tipo-morfológica do plano.
Entende-se então o facto de os edifícios não surgirem singularmente, mas
integrados numa unidade geral de base, existindo uma supremacia do quarteirão em
detrimento da propriedade individual. Sobrevalorizando-se a imagem urbana, os
diferentes edifícios construídos eram dissimulados dentro de uma fachada que se
apresentava “contínua e austera (…) sendo por vezes difícil dizer onde uma
propriedade começa ou acaba” (MASCARENHAS, 2009, p. 49). Não seriam
privilegiados os pormenores de embelezamento decorativo, mas sim uma ideia de
conjunto para o exterior, apresentando as fachadas um desenho rígido e depurado.
Neste panorama, as variações nas fachadas eram apenas fruto da hierarquização das
vias de comunicação e, por consequência, era nas ruas principais que se
projectavam as fachadas mais elaboradas.
3.1.2 Estandardização e Pré-fabricação
Com base nesta racionalização e uniformização da construção, onde as
diversas unidades edificadas “se juntavam umas às outras sem variação possível”
(FRANÇA, 1988, p. 162), foi igualmente possível estabelecer um padrão dos
elementos construtivos presentes na composição dos quarteirões que poderia ser
multiplicado ao longo de toda a malha urbana. Para aumentar ainda mais a economia
de mão-de-obra e recursos, estes sistemas eram produzidos em larga escala e
independentemente do bloco edificado onde seriam incluídos.
Aborda-se, neste ponto, mais um parâmetro inovador assente neste plano de
reedificação da cidade: a prefabricação das diferentes peças arquitectónicas que,
36
invariáveis e multiplicáveis nas suas características fundamentais, apontam também
para a estandardização na construção. Deste modo, “as relações habituais entre o
artesão e a obra final encontravam-se anuladas: o operário começava a fabricar
abstractamente peças-tipo, longe dos locais em que outros operários as reuniriam”
(FRANÇA, 1988, p. 163).
3.1.3 Relação exterior-interior
Partindo do pressuposto, já enunciado, que as diversas parcelas edificadas
deveriam apresentar uma fachada única e coesa que fortalecesse o sentido de
conjunto, verifica-se que a composição arquitectónica das fachadas acaba por não
ser fruto da organização espacial interna. Ou seja, a imagem externa dos edifícios
não resulta de uma adaptabilidade exterior face ao espaço interno projectado em
cada edifício singular. Isto, se considerarmos que no plano de reedificação da
cidade ficaram realmente previstos os desenhos das diversas fachadas que
poderiam ser implementados em função da importância das vias, não se
apresentando modelos de estruturação espacial interna.
Pelo contrário, a projecção da espacialidade interior dos edifícios é que teve
de passar pelo exercício de se acomodar ao sistema de fachadas, a uma escala
urbana e, por isso mesmo, “a divisão interna das plantas varia de edifício para edifício
devido à dimensão e posição do edifício no quarteirão” (MASCARENHAS, 2009, p.
66).
Para complementar o facto de a disposição interior ter sido adaptada ao
desenho tipo das fachadas, soma-se ainda a constatação que a reedificação da
cidade foi um processo moroso, ao contrário daquilo que tinha sido previsto
inicialmente. Além disso, as estruturas de organização interna das construções da
Baixa Pombalina apresentavam várias alterações, resultantes também da actuação,
ao longo do tempo, dos vários proprietários.
3.1.4 A “gaiola” pombalina – Realidade anti-sísmica
O plano da Baixa Pombalina revelou-se realmente revolucionário pelo
tratamento uniformizado do quarteirão. Todavia, não apenas neste ponto reside a
inovação desta reconstrução da cidade, na medida em que representou, de igual
forma, “um verdadeiro contributo português para a evolução das técnicas de
37
construção e engenharia anti-sísmica” (TOBRINER, 2004, p. 160). Se
considerarmos a antiga construção tradicional em alvenaria ordinária de pedra ou
tijolo, verificamos que consiste num sistema relativamente frágil no que
corresponde ao seu comportamento face à actividade sísmica. Após a ocorrência do
sismo de 1755 em Lisboa, era essencial considerar-se a definição de um sistema
construtivo menos vulnerável a este tipo de fenómenos naturais. Assim, encoberta
pelas paredes externas de alvenaria dos edifícios construídos durante o processo de
reedificação da Baixa, surge uma estrutura interna em madeira, conhecida por gaiola
Imagem 40 - Corte em perspectiva de um edifício pombalino, apresentando a sua organização ecaracterísticas interiores. (MASCARENHAS, 2009)
38
pombalina, que permitiu a edificação, no interior, de paredes consideravelmente
mais ligeiras, interligadas e solidárias com os pavimentos e com as paredes
exteriores ganhando maior elasticidade em situação de terramoto.
Importa descrever sumariamente este método estrutural, utilizado nos pisos
elevados, assente numa estrutura rectilínea maleável composta por “uma matriz de
elementos verticais, os prumos, de elementos horizontais, os travessanhos, e de
elementos em diagonal que formam várias cruzes de Santo André, geometria essa
que deriva do conhecimento empírico que diz que é difícil deformar um triângulo”
(MASCARENHAS, 2009, p. 83). Para além de possuírem um papel fundamental para
o reforço do sistema da estrutura em gaiola, os elementos diagonais contribuem
para a absorção e dispersão das cargas laterais (TOBRINER, 2004). Esta estrutura
em madeira, que poderia empregar carvalho ou azinho, seria interligada a partir do
recurso a componentes quer de madeira, através da técnica de ligação macho-
fêmea, quer de ferro (FRANÇA, 1988). Ao contrário do que tinha ficado estabelecido
para as fachadas, não existe registo de instruções explícitas para a construção dos
interiores dos edifícios.
Ainda que este não seja um sistema construtivo completamente pensado de
raiz3, a sua relevância centra-se no seu aperfeiçoamento, na sua aplicação de modo
generalizado e sistemático a praticamente todos os edifícios da Baixa e o facto de
ter representado uma solução de grande renovação e inovação construtiva, capaz de
assegurar um melhor comportamento em caso de sismo, complementada sempre
com o tratamento regular e simétrico das construções que já foi referido
anteriormente.
Para além disso, a gaiola é, também, mais um modo de estandardização da
construção pombalina, isto porque “a estrutura em madeira (…) podia ser
prefabricada e montada como se de um esqueleto se tratasse, antes do enchimento
com alvenaria” (TOBRINER, 2004, p. 162).
Se, nos pisos superiores, foi empregue o sistema estrutural anti-sísmico –
“gaiola pombalina” – para a edificação do embasamento desta estrutura em madeira
(ou seja, dos pisos térreos) foram utilizadas outras soluções construtivas. Não só
3 Tal como Jorge Mascarenhas indica no seu livro Sistemas de Construção V – O Edifício de Rendimento da Baixa Pombalina de Lisboa, existiam já nos locais mais antigos da cidade algumas edificações que possuíam estruturas de gaiolas, embora executadas com menor grau de aperfeiçoamento e elaboração.
39
nos sistemas estruturais os pisos térreos diferiram dos métodos utilizados nos pisos
elevados. Desde as primeiras considerações tecidas sobre o plano de reedificação
da cidade, mais concretamente aquelas que foram apresentadas a partir da segunda
dissertação de Manuel da Maia, já a nível programático se previam diferenças para
os pisos térreos. Complementando a habitação que se estabelecia superiormente,
estes pisos eram aproveitados, normalmente, para actividades de comércio.
Imagem 41 - Axonometria de pormenor do sistema de Gaiola Pombalina. (MASCARENHAS, 2009)
40
A nível construtivo, são poucos os estudos que nos transmitem uma visão
aprofundada sobre os sistemas utilizados nestes pisos. Toma-se como referência o
autor Jorge Mascarenhas, como o primeiro a identificar claramente as três hipóteses
de construção implementadas. Segundo este, a estrutura dos espaços em análise
pode ser efectuada através de três tipos de composição construtiva, que acabam por
servir de suporte ao pavimento do primeiro andar: paredes resistentes e pilares
isolados interligados por abóbadas que podem descarregar em arcos; paredes
resistentes e pilares isolados interligados por arcos; vigamentos em madeira
assentes em paredes resistentes e pilares de pedra (MASCARENHAS, 2009).
Imagem 42 - Estrutura de cobertura do piso térreo em abóbada de aresta
Imagem 43 - Estrutura de cobertura do piso térreo em arcos e vigas de madeira
Imagem 44 - Estrutura de cobertura do piso térreo em vigamento de madeira
Imagem 45 – Abóbada com arco toral no perímetro da fachada
Imagem 46 - Sistema de arcos apenas paralelos à fachada
Imagem 47 - Pavimento do 1ºandar sobre abóbada
(MASCARENHAS, 2009)
Perspectivando a segunda hipótese enunciada – a construção do piso terreo
com base num sistema abobadado – não se conhece ao certo a sua distribuição
geográfica dentro do plano da baixa, contudo aponta-se para a sua maior existência
nas ruas secundárias, onde tinham ficado previstas funções associadas a armazens
ou estábulos (MASCARENHAS, 2009). As abóbadas, recorrendo à utilização de
tijolo, eram, de uma forma geral de aresta, existindo, ainda assim, abóbadas de
berço perfeito e abatido.
41
3.2 A sua materialização ao longo do tempo
Por todas as características reflectidas no plano de 1758, que vão desde as
primeiras considerações de Manuel da Maia, na sua dissertação, até aos próprios
sistemas construtivos inerentes à reconstrução da malha edificada da zona central
da cidade, pode dizer-se que a Baixa Pombalina representa um dos principais
exemplos do urbanismo e arquitectura histórica em Portugal. A sua importância para
o desenvolvimento urbano da cidade de Lisboa contribuiu, inclusive, para a
classificação desta área como Imóvel de Interesse Público em 1978.
Por outro lado, a constante evolução da cidade e das necessidades
económicas, políticas e sociais, influenciaram rapidamente a tomada de certos
ajustes e alterações nas construções e, consequentemente, “(…) a Baixa foi forçada
a modernizar-se, (…)“ (SALGADO, 2008, p. 235) para que novas actividades
pudessem ser introduzidas na malha antiga, como são exemplos os bancos, novos
modelos de comércio, novos sistemas de transportes públicos, entre outros. Para
além destas estratégias, de centralizar as principais actividades urbanas,
económicas e financeiras na zona baixa da cidade, outras mutações foram
implementadas nos edifícios da Baixa Pombalina, de génese particular. Muitas obras
pontuais foram efectuadas ilegalmente, no interior das construções, assentes na
modificação da disposição organizacional dos espaços e na subversão dos sistemas
construtivos, espelhando, de uma forma geral, “(…) a ausência total de qualquer
conhecimento ou preocupação com a conservação das características da Baixa”
(SANTOS, 2005, p. 116).
Embora tenham sido implementadas estas alterações profundas, como, por
exemplo a reformulação e adaptação dos edifícios às novas necessidades da cidade,
a realidade é que a unidade tipo-morfológica dos quarteirões, como característica
fundamental do plano de 1758, foi perdurando ao longo do tempo. De tal forma que
esta estrutura urbana conseguiu preservar “(…) o seu papel polarizador na
organização da cidade, como centro político, administrativo, económico e financeiro
(…)” (SALGADO, 2008, p. 236) até cerca dos anos 60, altura em que se dá uma
descentralização dos principais serviços da cidade para fora dos limites da Baixa
Pombalina, contribuindo não apenas para a valorização de novos pólos urbanos mas
também, por consequência, para a decadência da zona histórica da cidade.
42
Imagem 48 - Incêndio nos antigos Armazéns do Chiado (1988)
Imagem 49 – Planta de intervenção do Arquitecto Siza Vieira com apontamento do metro de Lisboa
43
Inicia-se então um processo de declínio das edificações e dos espaços
públicos pombalinos, fortemente intensificado pelo abandono e progressiva
descaracterização das construções e pela supremacia do trânsito automóvel
(SALGADO, 2008).
Um dos grandes momentos em que teve de ser automaticamente
considerada a revitalização da malha urbana da Baixa Pombalina ocorreu em 1988,
com o incêndio que devastou alguns quarteirões na zona do Chiado (incluindo os
antigos Armazéns do Chiado), considerada já como uma área limítrofe ao próprio
plano da Baixa. A regeneração desta zona, conduzida pelo Arquitecto Álvaro Siza
Vieira, optou pela reestruturação dos quarteirões destruídos, seguindo um respeito
e salvaguarda da linguagem urbana inicialmente prevista, com a integração do
metropolitano, como transporte contemporâneo, na malha consolida da baixa de
Lisboa.
Se, numa primeira fase, a classificação da Baixa Pombalina, em 1978, como
Imóvel de Interesse Público foi um momento importante para a sua valorização
histórica, urbanística e arquitectónica, existe, ainda na actualidade, a noção de que
muito deve ser realizado para reverter o declínio que esta porção da cidade
enfrentou. Não obstante este facto, nas últimas décadas tem sido alimentado o
debate que se gera em torno da salvaguarda, reabilitação e preservação do
património em foco pela sua importância na definição da identidade de Lisboa. Por
isso, o interesse em repensar as dinâmicas deste espaço urbano intensifica-se,
concentrando o esforço das próprias estratégias da Câmara Municipal de Lisboa
para valorizar este território tão complexo e multifacetado.
Um dos exemplos de requalificação e revalorização das dinâmicas do espaço
público da baixa de Lisboa corresponde à recente intervenção na Rua da Vitória pelo
Arquitecto João Pedro Falcão de Campos. Não se pretendendo desenvolver a análise
deste projecto na presente dissertação, refere-se apenas que se trata de um gesto
subtil no território e que pretende interligar a Baixa ao Castelo de São Jorge através
de um percurso pedonal assistido. Seguindo o alinhamento entre a estação de
metro, desenhada por Siza Vieira na Baixa, e a própria extensão da Rua da Vitória,
utiliza-se o edifício de remate, a nascente, como elemento de transição de diferentes
cotas, garantido novas acessibilidades para o centro histórico da cidade e
salvaguardando o conjunto edificado.
44
Imagem 50 - Proposta de requalificação urbana da Rua da Vitória, Arquitecto João Pedro Falcão de Campos
Imagem 51 - Rua da Vitória requalificada; à esquerda: vista sobre os Armazéns do Chiado; à direita: vista para a encosta do castelo
Algo que importa ainda salientar, nesta que é uma descrição sucinta da
evolução da Baixa ao longo do tempo, é que, seja nos processos de requalificação
urbana do centro histórico da cidade, seja na projecção da expansão urbana
territorial, o Plano de 1758 representa, ainda na actualidade, um excelente exemplo
a seguir, essencialmente porque “(…) contém (…) todos os ingredientes que (…)
são indispensáveis para fazer cidade: um programa político que exprime uma visão
de futuro da cidade, uma estratégia negocial para mobilizar actores e meios
financeiros, traçados do espaço público, regras de composição arquitectónica,
normas técnicas para a sua execução, critérios de gestão e uma sábia utilização do
tempo” (SALGADO, 2008, p. 234).
45
04 Casos de Estudo
Como já referido anteriormente, toma-se como casos de estudo três áreas
distintas: a zona do Cais do Sodré, do Chiado e a das praças do Rossio e da Figueira.
Por se tratarem de zonas limítrofes do plano da Baixa Pombalina, representam
também áreas em que os dados obtidos podem contrastar mais com os estudos já
realizados, até à data, dentro desta temática – que se fixaram mais na parte central
e nas ruas principais do plano.
Graf. 4 - Ortofotomapa com indicação das zonas em estudo; 1:15000
Embora com uma matriz semelhante, são perceptíveis algumas diferenças
nos traçados destes três locais. Destas diferenças, importa lembrar que, do conjunto
em estudo, apenas o Chiado está implantado numa porção consideravelmente
declivosa da cidade de Lisboa, ao invés do Cais do Sodré e das praças do Rossio e
da Figueira que assentam numa zona plana do território. Esta característica
influenciou, em grande medida, a morfologia da malha edificada nos três casos de
estudo, nomeadamente no que diz respeito ao desenho e dimensionamento dos
quarteirões. Enquanto que no Cais do Sodré e nas praças do Rossio e da Figueira
consegue distinguir-se claramente o bloco ou conjunto de blocos que representam
a unidade do plano, no Chiado, por contrário, existe uma maior extensão do
agregado de edifícios paralelamente às ruas principais, situação semelhante ao que
acontece na Rua da Madalena, onde o quarteirão do lado poente ocupa o
46
comprimento de quase toda a via de forma a controlar e evitar conflitos topo-
morfológicos do traçado viário.
Apesar das diferenças existentes em cada zona em estudo, intrinsecamente
ligadas à sua implantação territorial, o facto de constituírem locais diversificados
quanto à natureza construtiva das edificações enquadra-se na óptica dos objectivos
desta dissertação, uma vez que os objectos tornam-se apropriados para o estudo
aprofundado das realidades construídas nos pisos térreos da Baixa Pombalina.
4.1 Métodos, critérios e limitações
Antes mesmo de apresentar a investigação desenvolvida para cada local em
análise, e com o intuito de simplificar os processos de demonstração e leitura de
resultados, optei por iniciar este capítulo indicando todos os procedimentos que
foram efectuados, tanto na fase de levantamento de campo, como no tratamento e
processamento dos resultados, realçando os casos únicos e excepções e a
consciência das fragilidades e limitações que, naturalmente, o trabalho enfrentou.
Acima de tudo, procurei uma homogeneidade na abordagem metodológica aos três
casos de estudo e, por isso mesmo, torna-se pertinente a definição dos parâmetros
orientadores do tratamento da informação, que serão apresentados de seguida.
De uma forma geral, distingo quatro fases no processamento dos casos de
estudo. Num primeiro momento procedi ao levantamento, análise, interiorização e
questionamento da informação gráfica já disponível e tratada sobre a baixa
pombalina, constante quer em publicações quer em documentos obtidos através de
organismos oficiais (como a Câmara Municipal de Lisboa). Numa fase posterior,
tornaram-se essenciais a consulta e levantamento de dados existentes nos
processos camarários relativos às fracções dos locais em estudo, através do Arquivo
Municipal de Lisboa – AML. Para complementar a informação adquirida na fase
anterior, e de forma a colmatar alguma lacuna nos dados, recorri ao reconhecimento,
in loco, das três áreas, procurando identificar os sistemas construtivos existentes,
na actualidade, nos pisos térreos das construções em análise. Por fim, foi
imprescindível fazer o cruzamento dos vários níveis de informação e o seu
tratamento para fins de demonstração de resultados.
Como se pode observar a partir das seguintes imagens, de forma a
simplificar o tratamento de informação, sintetizei cada caso de estudo por blocos
47
(conjunto de edifícios bem definidos). A nomeação atribuída a cada quarteirão não
é aleatória mas também não se prende a nenhum critério sequencial; trata-se de
uma organização praticamente espontânea, fruto da ordem do primeiro
reconhecimento dos objectos em estudo.
Graf. 5 - Nomeação gráfica do conjunto de edifícios por blocos; 1:6000 - Cais do Sodré, Chiado e praças do Rossio e da Figueira
Levantamento, análise, interiorização e questionamento de informação já
disponível e tratada:
Quando abordamos o período de construção da Baixa, verificamos que o
tempo previsto para a reedificação da área central da cidade estendeu-se em grande
medida, de tal forma que a reconstrução foi conduzida até ao séc. XIX. Nesse
sentido, alguns edifícios sofreram processos de adaptação ou foram até mesmo
substituídos. Certos parâmetros podem ter tido influência nas alterações aos
projectos das edificações, nomeadamente o período/data de construção. O facto de
o plano ter-se estendido ao longo de várias décadas, resultou igualmente na
mudança de construtores responsáveis. Para além disso, e considerando que estão
em causa edifícios de propriedade privada, a Baixa de Pombal sofreu, ao longo do
tempo, várias alterações que, por vezes, desvitalizaram as edificações não só a nível
da linguagem arquitectónica externa, mas também internamente, a partir da
modificação das disposições espaciais, dos sistemas construtivos e dos materiais
de acabamento. Por sua vez, essas mutações nem sempre foram registadas e/ou
informadas legalmente às entidades de administração pública, factor esse que
influenciou a ocultação de pistas para a presente dissertação.
Ainda numa fase primária de reconhecimento do território, deparei-me com
algumas incongruências respeitantes ao registo e divisão de propriedade na Baixa
Pombalina. Os dados existentes e disponibilizados pela CML relativos à subdivisão
dos quarteirões apontam para uma realidade distinta daquela que se pode constatar
no local. A organização dos edifícios, pelos serviços camarários de Lisboa
48
(disponível em http://lxi.cm-lisboa.pt/lxi), faz-se através da atribuição de um
número de obra a cada imóvel, ficando a este associados todos os processos que
lhe dizem respeito. O que verifiquei, por interpolação da informação oficial com as
visitas ao local, foi que um número de obra não corresponde, necessariamente, a
um único edifício, mas pode ter a si associado um conjunto de edifícios que, por
lógica, podem pertencer a um ou mais proprietários. Seguindo este raciocínio,
averiguei que alguns dos edifícios em estudo, nas três diferentes áreas, partilham
um único número de obra, o que dificultou a percepção real da divisão de
propriedades. Atendendo a que os edifícios em causa são anteriores a este sistema
de registo, o seu processo de selecção e atribuição de números de obra pode não
ter seguido a norma de divisão por unidade edificada singular, mas por outros
critérios que se desconhecem no âmbito desta pesquisa. Importa ainda acrescentar
que foram verificados todos os números de obra em análise, para apurar se
ocorreram uniões e/ou divisões de propriedade, concluindo que não existem
quaisquer anotações desta natureza.
Consolida-se então a ideia que se deve questionar a veracidade do número
de obra, facilitado pela Câmara Municipal de Lisboa, enquanto elemento
representativo dos limites das construções singulares existentes nas malhas em
estudo. Um exemplo desta situação é o bloco D das praças do Rossio e da Figueira
em que existe, claramente, mais que um edifício associado ao mesmo número de
obra – 14679. Levantaram-se as seguintes questões: Será que a distribuição destes
números de obra foi concretizada tendo em conta propriedades pertencentes à
mesma entidade? Quando estas propriedades estão adjacentes tomam o mesmo
número de obra?
Graf. 6 - À esquerda: identificação do bloco com um único número de obra, 1:2500; à direita: fotografia da fachada para o Rossio em que se nota a presença de pilastras, paredes corta-fogo e diferentes cores/texturas
49
Numa tentativa de clarificar esta situação, senti necessidade de obter uma
planta base, uniforme para todo o tipo de levantamentos realizados, que respeitasse
todos os critérios e circunstâncias das realidades em estudo explicados
anteriormente. Para conseguir definir uma referência sólida, recorri a um exercício
de levantamento, in loco, de elementos que me pudessem ajudar a melhor definir
os limites das propriedades/edifícios. Nesse exercício foram contabilizados o
número de vãos (unidade relativa que foi usada como bitola para o posicionamento
das restantes variáveis) e algumas características indicadoras de descontinuidade
de propriedade como são exemplos: as paredes corta-fogo, as pilastras, a alteração
de cor/textura nas fachadas e a mudança do número de pisos e/ou cota das cérceas
dos edifícios. Este levantamento foi aplicado a cada bloco, subdividido por cada
frente de rua que possui. Exemplo: num determinado bloco Y existem duas frentes
de rua: Y1 - rua y1; Y2 - rua y2.
As contagens foram sempre realizadas no sentido esquerda-direita excepto
nos casos em que a frente do bloco edificado fosse demasiado longa e/ou se
estendesse para fora dos limites da área em estudo. Nesses casos específicos,
recorri ao sentido direita-esquerda, ficando devidamente identificado junto ao
código da frente de rua por um “*” (asterisco). O registo das variáveis de
descontinuidade (paredes corta-fogo, pilastras, mudança de cor/textura, número de
pisos e/ou alteração da cota da cércea) não explicita directamente a quantidade de
elementos de análise existentes em cada fachada, mas sim o seu posicionamento
relativo face aos vãos, que foram tomados como medida de referência. No caso
concreto da contagem do número de pisos, não importava apenas assinalar quando
se efectuam mudanças de cota, por isso, na tabela de registo, acoplou-se uma
informação adicional a este campo, em forma de parênteses, que indica o real
número de pisos perceptíveis. O apuramento dos vãos foi feito de modo simples: na
horizontal, em número inteiro positivo, expressando a quantidade efectiva de vãos
existentes numa determinada fachada (nos casos em que o número de vãos para
fora da área em estudo era grande ou impossível de contabilizar, deixei este campo
em aberto, não oferecendo qualquer desvantagem para as restantes variáveis
consideradas). Neste sistema é possível não só registar a quantidade de elementos
em foco como também distribuí-los adequadamente na fachada, possibilitando a
adequada disposição gráfica das variáveis numa planta do local.
50
Exemplo:
Imagem 52 - Chiado, bloco C, vista do Largo do Chiado
Imagem 53 - Chiado, bloco C, vista da Rua Garrett
Bloco C - No (s) de Obra: 39728; 30147 Moradas: C1- Rua Serpa Pinto; C2- Rua Garrett; C3- Largo do Chiado; C4- Rua Nova da Trindade; C5-Travessa da Trindade Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
C1 12 0 0 - 6 - 6 12 12(4)
C2-C3 18 0 0 - 18 6 - 12 6(5+1) - 12(5)
*C4 12 0 0 - 12 12 12(4+1)
C5 15 0 0 - 15 12 - 3 12(3) - 3(5) Graf. 7 - Tabela exemplo de levantamento de fachadas para o Chiado, bloco C
Leituras:
Na Rua Serpa Pinto o bloco C tem um total de 12 vãos (-|-∏-∏-∏-∏-∏-∏-∏-∏-∏-∏-∏-∏-|-), 0 paredes corta-
fogo visíveis (-|-∏-∏-∏-∏-∏-∏-∏-∏-∏-∏-∏-∏-|-), pilastras no início “0” e mais duas em intervalos de 6 vãos,
sendo a última coincidente com o fim da fachada (-|*∏-∏-∏-∏-∏-∏*∏-∏-∏-∏-∏-∏*|-) e, finalmente, 12 vãos
com as mesmas cores/texturas e número de pisos (-|-∏-∏-∏-∏-∏-∏-∏-∏-∏-∏-∏-∏-|-).
A segunda fachada é referenciada por dois códigos pois inclui duas frentes de rua: Garrett e Largo do Chiado.
A terceira fachada segue uma leitura idêntica às anteriores com o complemento de ser uma realidade com o sentido
inverso – direita-esquerda – por estar presente um “*” (asterisco) junto ao código de frente de rua.
Este levantamento reuniu as informações necessárias para elaborar um
desenho esquemático resultante da sobreposição de todas as variáveis levantadas
que pôde ser usado para restituir a realidade geométrica da divisão de
propriedades/edifícios dos locais em estudo.
Após a expressão gráfica dos dados recolhidos, que, na grande maioria dos
casos, coincidiu com os mapas já existentes, de forma a obter as plantas base para
o desenvolvimento do trabalho, foi apenas necessário comparar a informação
51
adicional, que o levantamento por contagem possibilitou, com as plantas já
existentes sobre os mesmos locais4, sendo este o processo para validação e/ou
anulação das novas informações.
Findo este processo, reconheço que poderiam ter sido adicionados outros
factores, também informativos, sobre a possível divisão de propriedades, como é o
caso da contagem das portas de entrada de acesso aos pisos superiores. Na mesma
linha de pensamento seria até possível a realização de uma planta-base feita
integralmente a partir de processos empíricos no local, mas, admitindo um bom
grau de credibilidade das informações existentes, optei por um processo de
verificação e validação ao invés de uma completa negação dos dados recolhidos.
Ainda assim, os resultados do exercício foram produtivos e, no âmbito deste
trabalho, largamente suficientes para o entendimento e registo dos locais escolhidos
como estudo de caso.
Levantamento de arquivo:
Uma vez terminada a fase anterior, fica preparada a base para o registo das
informações dos tipos de sistemas construtivos nas zonas em análise. Na
perspectiva deste trabalho, optei por distinguir três famílias de sistemas
construtivos: em abóbada, em arco e outro. As duas primeiras famílias são
francamente sugestivas no que toca à sua natureza construtiva, enquanto que na
terceira estão englobados todos os restantes sistemas construtivos encontrados, ou
aqueles que, não estando visíveis, não se conseguiram verificar.
A consulta no Arquivo Municipal de Lisboa – AML – embora morosa, tornou-
se essencial. Neste local, a pesquisa, filtrada por número de obra, resumiu-se ao
encontrar provas ou pistas claras que evidenciassem a existência de algum sistema
construtivo em particular, normalmente sobre forma de elemento gráfico.
A procura traduziu-se, de maneira simples, em três formas:
Documentação do processo da obra disponível e que se reverteu em
dados úteis para a dissertação;
4 São exemplos as plantas disponíveis em http://lxi.cm-lisboa.pt/lxi e os documentos recentes sobre a Décima da Cidade, de 2004, em Monumentos21
52
Documentação do processo da obra disponível, mas que não resultou
em obtenção de dados pertinentes para a investigação;
Documentação do processo da obra não disponível, normalmente por
estar reservada pelos serviços centrais da Câmara Municipal de Lisboa,
não sendo possível prever a sua disponibilidade.
Por razões económicas, de entre os documentos seleccionados como
relevantes, apenas adquiri os relativos à zona das praças do Rossio e da Figueira,
que se apresentam no corpo de anexos (numerados de 62 a 161). Para salvaguardar
o método e a transparência das fontes utilizadas para cada uma das áreas em estudo,
criei uma tabela nos anexos, onde, de forma legível e organizada, está disponível
toda a documentação relevante e informativa sob a forma de referência – anexos 6,
36 e 61.
O reflexo desta pesquisa foi então registado sobre a planta-base, já antes
realizada, introduzindo um sombreamento verde nas áreas com sistema construtivo
em abóbada, sombreado vermelho nas áreas com sistema construtivo em arco e
sem sombreamento todos os restantes, como já foi explicado.
A extracção da informação arquivada poderia ter sido complementada com
outras pesquisas como, a título de exemplo, a Décima da Cidade, presente no
Arquivo Histórico do Tribunal de Contas. Mas, de uma forma geral, todos os dados
encontrados no Arquivo Municipal de Lisboa foram expressivos e de boa qualidade,
contribuindo para uma aproximação justa e fiável à realidade das construções em
estudo.
Levantamento de campo:
De características semelhantes à fase anterior, o levantamento de campo,
embora com uma durabilidade maior, foi também um processo simples. O objectivo
deste levantamento passa por reconhecer, in situ, os sistemas construtivos em foco.
Para isso foi necessário a deslocação aos locais em análise e registar, apenas, o
que pude constatar visualmente no lugar.
A folha de levantamento criada para este efeito teve duas versões, pois, após
o começo da investigação de campo com a sua versão 1 (Anexo 196 - Ficha tipo 1
para levantamento de campo), depressa concluí que se tornou num sistema de
53
organização de informação muito complexo e até desnecessário, uma vez que
aplicava uma página por cada entrada de informação do levantamento. De maneira
a agilizar o processo, actualizei a folha de registo para a versão 2 (Anexo 197 - Ficha
tipo 2 para levantamento de campo) de forma cuidada sem perder nenhuma virtude
da primeira folha, evitando rupturas e descontinuidades no método empregue nesta
fase e não resultando em diferentes abordagens e leituras do material recolhido.
Comprovei ser um sistema mais compacto, flexível e móvel por poder condensar
mais informação numa quantidade consideravelmente reduzida de suportes.
Distingo então dois grupos de tipos de registo: um primeiro composto por
localização e tipo de sistema construtivo e um segundo por provas fotográficas e
desenhos “à mão levantada”. Os campos relacionados com a localização tratam de
identificar claramente a amostra, salientando o bloco e frente de rua
correspondentes e o número de porta como os dados mais importantes deste
conjunto. O segundo registo confirma, em forma de selecção, o sistema construtivo
identificado em cada entrada e o registo fotográfico consiste em recolher, sempre
que possível, duas imagens – da fachada e da entrada do espaço (fixas para todos
os lugares) – e duas imagens de pormenor que exemplifiquem e provem a
informação sobre o sistema construtivo encontrado. De forma a complementar o
registo e melhor transmitir o sistema construtivo relativamente ao espaço
correspondente, foram desenhados, de maneira informal, pequenos esboços que
transmitem a proporção, dimensão e posicionamento dos elementos construtivos
visíveis nos espaços visitados. Toda esta informação encontra-se, já tratada, nos
anexos.
A visita aos diferentes espaços do piso térreo dos edifícios em análise seguiu
a sequência estabelecida pela ordenação dos conjuntos em blocos, já explicada
anteriormente. Todos os espaços em que foi possível a entrada foram registados e
os casos em que não existem fotografias ou desenhos a acompanhar o registo
devem-se ao facto de não me ter sido dada autorização para o efeito.
A tradução dos dados recolhidos no campo seguiu o mesmo método que no
levantamento de arquivo: sobre a planta-base registou-se a verde os sistemas em
abóbada, a vermelho os sistemas em arco e sem cor os sistemas desconhecidos ou
de outra família.
54
Este exercício de levantamento no local, sendo provavelmente o mais
trabalhoso, tornou-se vital para a percepção real de todos os imóveis abrangidos
pelo estudo, sendo uma fonte de informação primária sobre os estudos de caso.
Adianta acrescentar que, embora os resultados sejam suficientemente sólidos, seria
importante fazer um estudo aprofundado que não foi possível realizar, devido tanto
ao tipo como à abrangência desta dissertação, aos casos marcados como
desconhecidos por estarem encobertos ou tapados por materiais de acabamento
mais recentes. A prospecção e soma desta informação iria, com certeza, enriquecer
e consolidar ainda mais a pesquisa que este trabalho desbravou e, logicamente, as
conclusões que se podem tirar.
Cruzamento de informações e demonstração de resultados:
Nesta fase, após recolhida e trabalhada toda a informação de arquivo e de
campo, houve uma junção destas fontes com o intuito de complementaridade e
validação. Como é natural, nas duas fases de pesquisa principais – arquivo e campo
– sobraram alguns casos, por desconhecimento ou falta de informação, mas, no
geral, com o confronto dos dois levantamentos, estas situações ficaram reduzidas a
poucos casos em que não obtive informação em nenhum dos processos.
São notáveis os casos em que o levantamento de campo apurou sistema
construtivo em abóbada e o arquivo correspondente é inapropriado ou até mesmo
displicente na forma de registo destes elementos.
Imagem 54 - Abóbada de aresta no prédio com o número de obra 39728
55
Nestes casos, admito o sistema abobadado por prova física.
A última situação possível acontece quando o levantamento de campo regista
um sistema em arcos e no de arquivo está patente em abóbada. Nesta situação
admito que o sistema abobadado tivesse sido o original, por ser mais complexo do
que o sistema em arco, ficando em aberto a hipótese de a construção ter sido
descaracterizada e desmontadas as abóbadas, restando apenas os arcos de suporte.
Imagem 55 - Abóbada de berço no prédio com o número de obra 27319
Mais uma vez, aponto que um levantamento de campo completo e profundo
seria o mais desejável mas, uma vez que muitos edifícios já sofreram alterações
radicais, arrasando todas as evidências da construção original, o cruzamento com
as informações arquivadas completa o espectro de informação de uma forma
ajustada e consistente.
Como excepção final, gostaria de referir a existência, na zona das praças do
Rossio e da Figueira, de edifícios onde estes sistemas construtivos não só são
utilizados no piso térreo como também no 2º piso. Os casos, presentes no quarteirão
a nordeste da praça do Rossio, estão identificados no capítulo de anexos da presente
dissertação sob a forma de sombreamento a cor vermelha e dizem respeito à
utilização de um sistema duplo de abóbadas – abóbadas no 1º e 2º pisos do edifício.
56
4.2 Cais do Sodré
Graf. 8 - Ortofotomapa da zona do Cais do Sodré com indicação dos limites da área em estudo; 1:4000
O primeiro local em análise, Cais do Sodré, com uma área de cerca de
20.300m2 (dos quais 12.400m2 são de ocupação efectiva por edifícios), é limitado
a sul pelo conjunto da Praça Duque da Terceira e das avenidas 24 de Julho e Ribeira
das Naus, a norte pela Rua de São Paulo, a este pela Rua Bernardino Costa e a oeste
pela Travessa de São Paulo.
Graf. 9 - Nºs de obra mapeados, correspondentes aos processos da CML; 1:2000
57
Graf. 10 - Registo gráfico do levantamento de fachadas no Cais do Sodré; 1:2000
Graf. 11 - Planta base para o Cais do Sodré, resultante da análise do território; 1:2000
58
4.2.1 Processos de Arquivo
Graf. 12 - Distribuição gráfica, no Cais do Sodré, dos tipos de sistemas construtivos considerados, em fase de arquivo; 1:2000
4.2.2 Levantamento de Campo
Graf. 13 - Distribuição gráfica, no Cais do Sodré, dos tipos de sistemas construtivos considerados, em fase de campo; 1:2000
59
Graf. 15 - Distribuição, percentual, no Cais do Sodré, dos tipos de sistemas construtivos considerados
4.2.3 Distribuição dos Sistemas Construtivos
Graf. 14 - Distribuição gráfica final, no Cais do Sodré, dos tipos de sistemas construtivos considerados; 1:2000
A malha em observação, composta por onze quarteirões, embora já sofra
algumas adaptações – por se encontrar numa zona onde a construção pombalina se
adapta à morfologia do terreno e a pré-existências, como a Rua de São Paulo – é
ainda possível distinguir a definição dos conjuntos de edifícios.
Com o levantamento das fachadas, foram ponderados e identificados alguns
quarteirões como propriedades únicas e outro que, embora esteja registado com um
único número de obra, mereceu a correcta divisão pelos elementos em estudo.
Comparando o levantamentos de arquivo e de campo, apesar de em ambos
haver falta de informação, não existem conflitos quanto aos sistemas construtivos
utilizados, tornando as duas fontes perfeitamente complementares entre si.
Dando especial destaque ao Graf. 14 e fazendo uma pequena estatística dos
sistemas construtivos sobre a área ocupada, o estudo revela que o sistema
abobadado ocupa 42% (5150m2) e o sistema em arco 46% (5700m2) havendo um
desconhecimento de 12% (1550m2) do total de espaços em análise.
Na procura e identificação de um padrão de distribuição destes sistemas,
aponto apenas uma maior condensação do sistema em abóbada na zona oeste,
sendo esta a parte do território estudado mais distante do centro da baixa.
60
4.3 Chiado
Graf. 16 - Ortofotomapa da zona do Chiado com indicação dos limites da área em estudo; 1:4000
O segundo local de levantamento, Chiado, com uma área de cerca de
18.500m2 (dos quais 10.400m2 são de ocupação efectiva por edifícios), é definido
pelos edifícios marginais ao eixo formado pela Rua Garrett e pelo Largo do Chiado.
Graf. 17 - Nºs de obra mapeados, correspondentes aos processos da CML; 1:2000
61
Graf. 18 - Registo gráfico do levantamento de fachadas no Chiado; 1:2000
Graf. 19 - Planta base para o Chiado, resultante da análise do território; 1:2000
62
4.3.1 Processos de Arquivo
Graf. 20 - Distribuição gráfica, no Chiado, dos tipos de sistemas construtivos considerados, em fase de arquivo; 1:2000
4.3.2 Levantamento de Campo
Graf. 21 - Distribuição gráfica, no Chiado, dos tipos de sistemas construtivos considerados, em fase de campo; 1:2000
63
Graf. 23 - Distribuição, percentual, no Chiado, dos tipos de sistemas construtivos considerados
4.3.3 Distribuição dos Sistemas Construtivos
Graf. 22 - Distribuição gráfica final, no Chiado, dos tipos de sistemas construtivos considerados; 1:2000
A malha em observação – do Chiado – exceptuando as fachadas que,
alinhadas, formam a Rua Garrett, corresponde a uma zona declivosa da cidade com
quarteirões irregulares e complexos, sendo difícil em muitos casos a sua percepção.
O exercício de levantamento das fachadas veio comprovar a informação já
adquirida, não oferecendo nenhuma informação nova e validando completamente o
registo base inicial da divisão de propriedades nesta zona.
Na comparação dos dois momentos de levantamento principais – arquivo e
campo – exceptuando apenas dois casos, com os números de obra 29728 e 27319,
em que as informações correspondentes são díspares (sofrendo a análise e
ponderação adequadas como explicado nos métodos, critérios e limitações da
presente dissertação), a sobreposição das duas fontes foi feita sem conflitos,
somando uma à outra informação relevante.
Apenas com um desconhecimento de 13% (1400m2) do total de área
construída em foco, os sistemas abobadados e em arco ocupam, respectivamente,
37% (3815m2) e 50% (5184m2).
Pelo facto de os sistemas construtivos em investigação terem, perante a
análise do Graf. 22, uma arrumação aleatória, não é possível distinguir claramente
um padrão na sua distribuição.
64
4.4 Rossio e Praça da Figueira
Graf. 24 - Ortofotomapa da zona do Rossio com indicação dos limites da área em estudo; 1:4000
O último local em análise, formado pelas praças do Rossio e da Figueira,
com uma área de cerca de 49.800m2 (dos quais 15.000m2 são de ocupação
efectiva por edificado), corresponde aos prédios que envolvem as praças citas.
Graf. 25 - Nºs de obra mapeados, correspondentes aos processos da CML; 1:5000
65
Graf. 26 - Registo gráfico do levantamento de fachadas nas praças do Rossio e da Figueira; 1:2500
Graf. 27 - Planta base para as praças do Rossio e da Figueira, resultante da análise do território; 1:2500
66
4.4.1 Processos de Arquivo
Graf. 28 - Distribuição gráfica, nas praças do Rossio e da Figueira, dos tipos de sistemas construtivos considerados, em fase de arquivo; 1:2500
4.4.2 Levantamento de Campo
Graf. 29 - Distribuição gráfica, nas praças do Rossio e da Figueira, dos tipos de sistemas construtivos considerados, em fase de campo; 1:2500
67
Graf. 31 - Distribuição, percentual, nas praças do Rossio e da Figueira, dos tipos de sistemas construtivos considerados
4.4.3 Distribuição dos Sistemas Construtivos
Graf. 30 - Distribuição gráfica final, nas praças do Rossio e da Figueira, dos tipos de sistemas construtivos considerados; 1:2500
As praças do Rossio e da Figueira, dos três casos de estudo, representam a
zona de mais fiel aplicação da unidade tipo-morfológica do plano de Pombal, sendo
os seus quarteirões regulares (tipicamente de forma rectangular) e bem definidos,
em conformidade com a malha edificada do centro da baixa.
O levantamento das fachadas veio comprovar a maior parte das informações
adquiridas, fora os números de obra 5940, 30178, 14515 e 14679, em que tive de
ajustar a divisão de propriedades, explicado nos métodos, critérios e limitações.
A complementaridade dos registos de levantamento de arquivo e campo não
ofereceu nenhum conflito, sendo harmónica a união das duas fontes de informação.
Nesta terceira zona em análise, fica registada uma ocupação de 40%
(6050m2) de sistema construtivo em abóbada, 46% (6850m2) em arco e 14%
(2100m2) são desconhecidos ou noutra técnica não contemplada pelo estudo.
Salvo os edifícios de cabeceira a sul das praças, em que haveria necessidade
de conhecer os prédios vizinhos (não incluídos nesta investigação), é possível
distinguir uma acumulação do tipo de sistema construtivo por cada quarteirão.
68
Indo mais além dos casos anteriores, ainda comparando os resultados
obtidos neste terceiro caso de estudo com a carta final da distribuição dos sistemas
construtivos do trabalho de Rita Lisboa, é possível distinguir um encaixe perfeito
dos dois registos relativamente à faixa de edifícios em comum às duas investigações
– construções de cabeceira das praças do Rossio e da Figueira – exceptuando a
edificação no topo esquerdo, assinalada na Imagem 56 como “sem informação”,
em que a minha pesquisa apresentou sistema construtivo em Arco.
Imagem 56 - Carta Temática de Análise dos Sistemas; (LISBOA, 2011, p. 189)
Embora pudesse ter desenvolvido a minha investigação a partir do trabalho
de Rita Lisboa, achei benéfico, por ser uma informação já tratada, apenas utilizá-la
no final da minha dissertação para não correr o risco de condicionar os resultados.
Comprovo então ter sido uma postura acertada por ter coincidido nos resultados em
comum e até por lhe ter somado mais informação.
69
4.4.4 Cruzamento dos Sistemas Construtivos com a Décima da Cidade
Sobre as praças do Rossio e da Figueira, é ainda possível complementar a
informação da investigação com a presente no trabalho A Décima da Cidade:
contributo para a datação do edificado da Baixa da autoria de Ana Rita Reis, Maria
José Simões e Susana Rodrigues, licenciadas em História da Arte. Este trabalho
resultou num “mapa cronológico” (REIS, et al., 2004, p. 58), que acaba por
identificar a data de construção dos edifícios da Baixa com margem de erro reduzida.
Imagem 57 - Inventário do Património Arquitectónico: conjunto urbano Baixa Pombalina – datação da reconstrução (1762-1834); (REIS, et al., 2004, p. 59)
A décima consistia “numa contribuição geral sobre as propriedades, prédios,
ofícios e ordenados, capitais emprestados e juros e lucros do comércio e indústria”
(REIS, et al., 2004, p. 58). O imposto anual, aplicado de 1762 a 1840, é então um
70
importante e quase exclusivo instrumento de datação dos imóveis da Baixa. A sua
correspondência com a idade das edificações sustenta-se na premissa de que a um
edifício só é cobrada qualquer contribuição quando este “entra em funcionamento”,
ou seja, fica pronto a ser ocupado. Com base nesta informação, é exequível fazer
uma aproximação aos sistemas construtivos quanto à sua data de emprego.
Graf. 32 - Distribuição, nas praças do Rossio e da Figueira, por datação da reconstrução, do número de propriedades edificadas, agrupadas por sistema construtivo
Analisando o Graf. 32, e claro, considerando sempre o objectivo principal da
presente dissertação – o sistema construtivo dos pisos térreos dos edifícios na baixa
– são perceptíveis dois picos construtivos na área das praças do Rossio e da
Figueira. O que distingue esses momentos é exactamente o sistema construtivo
adoptado; se por um lado entre 1770 e 1779 o sistema mais presente é em arco,
entre 1790 e 1799 é em abóbada. Poderá este ser um indício de que, em dois
momentos distintos na edificação da baixa, se tenham alterado princípios
construtivos, com o passar dos anos, após o Terramoto de 1755? Se sim, a
investigação feita indica que a predominância do sistema abobadado sucede
temporalmente o momento em que o sistema em arco é mais dominante. .
Ainda na mesma linha de pensamento, é possível realizar uma comparação
idêntica mas desta vez com os “ritmos construtivos” identificados pelo trabalho A
Décima da Cidade – Graf. 33. Com resultados semelhantes, observando as épocas
de 1762 a 1777 e de 1778 a 1807, é simples identificar uma supremacia do sistema
construtivo em abóbada no segundo momento face ao primeiro, em que essa
superioridade numérica pertence ao sistema em arco. Portanto, como verificado, as
duas diferentes análises revelam uma uniformidade nas conclusões.
Graf. 33 - Distribuição, nas praças do Rossio e da Figueira, por ritmos construtivos, do número depropriedades edificadas, agrupadaspor sistema construtivo
71
05 Conclusões
A Baixa Pombalina, ao longo dos anos, tem sido alvo de muitos estudos e
investigações, pela sua riqueza cultural e no caso em que me enquadro
especificamente, valor arquitectónico. Se, por um lado, o que se conhece e já se
descobriu sobre esta urbanização corresponde a um conjunto relativamente vasto
de sabedoria e, por outro, existe a consciência que ainda subsiste muito por
desbravar e descodificar, é possível imaginar a dimensão e expressão que este
objecto de análise – Baixa de Lisboa – toma na importância do reconhecimento do
nosso Património Construído.
Graf. 34 - Comparação percentual dos três casos de estudo quanto aos sistemas construtivos
Mediante os objectivos da presente dissertação, e fazendo uma comparação
síntese das três áreas em estudo – Cais do Sodré, Chiado e praças do Rossio e da
Figueira – embora existam pequenas variações, posso concluir que a presença dos
sistemas construtivos considerados – abobadado, em arco e outro – é, do ponto de
vista da sua presença, semelhante nas três zonas.
Observando que na análise não considerei o sistema de cobertura dos pisos
térreos em vigas de madeira, por ter encontrado um único caso no total de espaços
visitados, no grupo “sem informação / outro” restam exactamente os edifícios em
que não consegui apurar as suas realidades originais. Tendo uma presença média
de 13% no conjunto contruído estudado, este grupo representa um grau de
desconhecimento baixo, contribuindo para a boa fiabilidade das conclusões obtidas.
Ainda no conjunto investigado, fica, efectivamente, patente uma maior
presença do sistema em arco por oposição ao abobadado, que, no entanto, existe
globalmente em número inferior, numa relação média de 40% para 47%.
72
Se, na área do Cais do Sodré, identifiquei uma maior concentração do
sistema em arco a nascente e, por oposição, do abobadado a poente – sentido de
afastamento em relação ao centro da Baixa – já na zona do Chiado não distingui
nenhum padrão na localização dos sistemas construtivos. Por fim, nas praças do
Rossio e da Figueira, reconheci uma aglomeração genérica da tipologia construtiva
por bloco de edifícios – quarteirão.
O único apontamento sobre a localização da construção abobadada transmite
que estas se encontrariam nas ruas transversais onde estariam as cocheiras e
cavalariças. Terá este princípio sido seguido como real linha orientadora para a
reedificação da Baixa?
Sabendo que a reconstrução de Lisboa se iniciou do eixo central – Rua
Augusta – para o exterior, será que a distribuição encontrada no Cais do Sodré indica
uma sucessão temporal dos princípios construtivos do edificado?
Uma vez que nas praças do Rossio e da Figueira não existe um padrão
evidente de distribuição urbanística dos sistemas construtivos, sendo também
perceptível que estes não estão distribuídos aleatoriamente, mas sim por quarteirão,
será que se pode concluir que os métodos construtivos nos pisos térreos estão
intrinsecamente relacionados com o grau de importância e categorização dos usos
presentes em cada conjunto construído?
Aproximando a atenção uma vez mais para a cronologia da matéria em
estudo, através da comparação dos resultados deste trabalho com os estudos sobre
a Décima da Cidade (no único local em que ambos os trabalhos são coincidentes:
praças do Rossio e da Figueira), da amostra investigada, existe a indicação de que
o sistema em abóbada foi utilizado em maior número num momento posterior a
outro em que o arco prevalecia. É interessante comparar este pensamento com as
conclusões de Rita Lisboa, na sua dissertação de mestrado em arquitectura O
sistema construtivo do piso térreo dos prédios de rendimento pombalinos onde, de
uma forma análoga, interpreta uma crescente utilização do sistema em arco face a
um momento inicial quando existia uma supremacia do sistema em vigas de
madeira. Assim sendo, a hipótese de existir uma evolução dos sistemas construtivos
é sustentada por ambos os trabalhos.
73
Apesar de, no conjunto das duas dissertações – da minha e a de Rita Lisboa
– transparecer uma evolução construtiva (vigas de madeira → arcos → abóbadas),
será que estas variações não estarão relacionadas com as opções dos construtores
ou promotores das obras? É normal admitir que estes intervenientes não tenham
sido os mesmos devido à longa duração da reconstrução da Baixa.
Provavelmente, se for feito um trabalho idêntico sobre a gaiola pombalina,
também se encontrarão pequenas alterações e evoluções ao longo do tempo.
Será que as variantes construtivas identificadas são fruto da pressão incutida
para a rápida reconstrução da cidade? É possível que, numa fase inicial, quando
havia mais urgência na reconstrução, tenham optado por sistemas mais simples e
rápidos de execução? Podemos admitir que, numa fase de reconstrução mais
avançada, aqueles que não podiam ou não tinham possibilidade financeira para
construir a sua propriedade, a tenham vendido a capitalistas com a capacidade de
exigir construções melhores e mais coesas?
Além de tudo isto, as construções da Baixa de Lisboa têm sido sempre
tratadas como um conjunto composto por um piso térreo, com um sistema em
alvenaria e pela denominada gaiola pombalina. Mas apesar disso, existem alguns
casos com sistemas de abóbadas nos primeiros dois pisos do edifício. Ficará
também este facto justificado pelas hipóteses levantadas neste trabalho?
Resta-me perguntar: serão estas ilações verdade para todas as áreas
limítrofes da Baixa Pombalina?
No geral, a maior relevância das conclusões obtidas nesta dissertação, que
estão assentes na distribuição dos sistemas construtivos por área geográfica e na
sua datação, está relacionada não só com a interpretação e estudo dos principais
pressupostos do plano da Baixa para a estrutura dos pisos térreos dos edifícios nos
seus territórios limítrofes como por representar uma importante documentação para
possíveis intervenções futuras nestas áreas. Uma vez que, em muitos casos, o
sistema construtivo original já foi ocultado ou descaracterizado por novos métodos
de construção contemporâneos, através desta investigação poderão ser alargados
os conhecimentos de um objecto a intervir, quanto às suas opções de origem.
74
75
06 Desenvolvimentos Futuros
Tenho consciência que o meu trabalho, embora no seu universo tenha
respondido à maior parte dos objectivos iniciais, pode e deve ter continuidade
científica. Não só de forma a melhorar e consolidar a informação obtida mas também
a ir mais além, à descoberta de novos assuntos e até temáticas derivadas do ponto
a que esta investigação chegou.
Realmente, ao longo do trabalho, fui identificando certos aspectos em que a
presente investigação poderia ter sido ainda mais eficaz. Daqui em diante, seria até
interessante o desenvolvimento desta investigação na perspectiva de uma melhoria
na sua aproximação ao objecto de estudo, como uma inspecção profunda,
recorrendo a tecnologias auxiliares na detecção dos sistemas construtivos, ou até o
recurso à química no sentido de melhor datar os materiais utilizados nas
construções da Baixa. Estas e tantas outras melhorias pontuais no levantamento da
informação in situ, como referidas nos métodos, critérios e limitações, contribuirão,
com certeza, para uma maior e melhor solidez deste avanço científico que alcancei.
Deixo também aqui registado o interesse em desenvolver a abrangência da
Décima da Cidade em torno da área já informada pelo estudo, não só com o intuito
de uma comparação com os meus resultados obtidos nas zonas do Cais do Sodré e
Chiado, como também com o objectivo de alargar uma base informativa sobre a
baixa de Lisboa, a partir da qual muitas temáticas podem ser desenvolvidas.
Naturalmente, será de igual forma relevante complementar os estudos já
realizados – na presente dissertação e no trabalho de Ana Rita Lisboa Duarte –
investigando sobre a distribuição dos sistemas construtivos dos pisos térreos
noutras zonas da Baixa Pombalina.
É também muito importante a noção que a interdisciplinaridade é a chave
para um entendimento global, contínuo e eficaz de uma dada matéria. Nesse sentido,
apelo para que, não apenas a arquitectura, área em que estou envolvido, como
também todas as outras disciplinas, possam, de alguma forma, desenvolver
conhecimento, ou juntar frutos, a partir do desfecho deste trabalho.
What we know is a drop, what we don't know is an ocean.
Sir Isaac Newton
76
77
07 Bibliografia
ALEGRIA, J. R. G. M. F., 2008. A Arquitectura Pombalina na Rua da Madalena, Dissertação
de Mestrado em Recuperação e Conservação do Património Construído [policopiado],
Lisboa: Instituto Superior Técnico.
CALDAS, J. ; LISBOA, R., 2012. "The Use of Vaults in the Reconstruction of Pombaline
Downtown Lisbon". Nuts & Bolts of Construction History. Culture, Technology and Society,
Volume 3, pp. 495-502. Paris, Picard.
FRANÇA, J. A., 1988. Lisboa Pombalina e o Iluminismo. 3º ed. Venda Nova: Bertrand Editora
(1º ed. em 1966).
História de Lisboa - Tempos Fortes. Gabinete de Estudos Olissiponenses, 2008. [Online]
Available at: http://issuu.com/camara_municipal_lisboa/docs/hist__ria_de_lisboa-
_tempos_fortes
[Acedido em 7 Maio 2014].
LISBOA, A. R., 2011. O sistema construtivo do piso térreo dos prédios de rendimento
pombalinos, Dissertação de Mestrado Integrado em Arquitectura [policopiado], Lisboa:
Instituto Superior Técnico.
MAIA, M., 1988. Primeira Parte da Dissertação. Lisboa Pombalina e o Iluminismo. Venda
Nova: Bertrand Editora.
MAIA, M., 1988. Segunda Parte da Dissertação. Lisboa Pombalina e o Iluminismo. Venda
Nova: Bertrand Editora.
MAIA, M., 1988. Terceira Parte da Dissertação. Lisboa Pombalina e o Iluminismo. Venda
Nova: Bertrand Editora.
MASCARENHAS, J., 2009. Sistemas de Construção V - O Edifício de Rendimento da Baixa
Pombalina de Lisboa. 3ª ed. Lisboa: Livros Horizonte (1º ed. em 2004).
MOITA, A. P. ; LOUREIRO, S., 2008. "Lisboa, 1707-1777: A memória da cidade nos arquivos
municipais". Lisboa 1758, O Plano da Baixa Hoje. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa, pp.
254-269.
MONTEIRO, C., 2008. "Escrever direito por linhas rectas". Lisboa 1758, O Plano da Baixa
Hoje. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa, pp. 82-125.
REIS, A. R. ; RODRIGUES, S. ; SIMÕES, M. J. F., 2004. "A Décima da Cidade: contributo para
a datação do edificado da Baixa". Monumentos 21, pp. 58-65.
78
ROSSA, W., 2004. "Do plano de 1755-1758 para a Baixa-Chiado". Monumentos 21, pp. 22-
43.
ROSSA, W., 2008. "No 1º Plano". Lisboa 1758, O Plano da Baixa Hoje. Lisboa: Câmara
Municipal de Lisboa, pp. 24-81.
SALGADO, M., 2008. "Do Plano de Reconstrução de 1758 à Revitalização do Século XXI".
Lisboa 1758, O Plano da Baixa Hoje. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa, pp. 232-247.
SANTOS, M. H. R., 2005. A Baixa Pombalina - Passado e Futuro. 2º ed. Lisboa: Livros
Horizonte (1º ed. em 2000).
SILVA, R. H., 2008. "Lisboa reconstruída e ampliada (1758-1903)". Lisboa 1758, O Plano da
Baixa Hoje. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa, pp. 126-165.
SILVA, V. C., 2004. "Patologia estrutural dos edifícios pombalinos". Monumentos 21, pp.
168-175.
TOBRINER, S., 2004. "A gaiola Pombalina - O sistema de construção anti-sísmico mais
avançado do século XVIII". Monumentos 21, pp. 160-167.
79
08 Anexos
80
8.1 Cais do Sodré
1 - Ortofotomapa com identificação da zona em estudo; 1:4000
2 - Informação urbana em http://lxi.cm-lisboa.pt/lxi com identificação da zona em estudo; 1:2000
81
3 - Divisão da área em estudo por blocos de edifícios; 1:2000
4 - Números de obra mapeados, correspondentes aos processos da Câmara Municipal de Lisboa; 1:2000
82
Nº de Obra Morada (s)
46128
Travessa da Ribeira Nova, 1-13 Praça de São Paulo, 1-3 Rua da Ribeira Nova, 2-6 Praça de São Paulo, 4-7 Rua da Ribeira Nova, 8-14 Praça de São Paulo, 8-10 Rua da Ribeira Nova, 16-22 Praça de São Paulo, 11-15 Rua da Ribeira Nova, 30-32 Travessa de São Paulo, 2-14
1141 Rua Nova do Carvalho, 58-70 Travessa dos Remolares, 33-35
5993 Rua de São Paulo, 49-61 Travessa dos Remolares, 37-41
21439 Rua Nova do Carvalho, 72-78 Rua de São Paulo, 63-69 Praça de São Paulo, 16-22
34040 Rua dos Remolares, 28-38 Travessa dos Remolares, 17-25
8897 Rua Nova do Carvalho, 63-71 Travessa dos Remolares, 27-31A
2280 Rua Nova do Carvalho, 73-81 Travessa da Ribeira Nova, 28-36
13023 Rua dos Remolares, 40-48 Travessa da Ribeira Nova, 18-26
4164
Rua dos Remolares, 25-41 Travessa dos Remolares, 1-15 Avenida 24 de Julho, 2-2G Praça da Ribeira Nova, 2-16
8530 Rua de São Paulo, 23-35 Rua do Alecrim, 21-21A
35713 Rua de São Paulo, 37-47 Travessa dos Remolares, 46-52
29530 Rua Nova do Carvalho, 46-56 Travessa dos Remolares, 38-44
37610 Rua do Alecrim, 19-19ª Rua Nova do Carvalho, 26-44
11726 Rua de São Paulo, 21 Rua Nova do Carvalho, 24
8529 Rua Nova do Carvalho, 33-41 Rua do Alecrim, 9-17
Nº de Obra Morada (s)
4152 Rua Nova do Carvalho, 43-51
34702 Rua Nova do Carvalho, 53-61 Travessa dos Remolares, 30-36
3409 Rua dos Remolares, 20-26 Travessa dos Remolares, 20-28
15350 Rua dos Remolares, 12-18
5380 Rua dos Remolares, 2-10
4059 Praça do Duque da Terceira, 9-13 Rua do Alecrim, 1-7
10898 Rua Nova do Carvalho, 29
37302
Rua dos Remolares, 1-23 Travessa dos Remolares, 2-18 Avenida 24 de Julho, 1-1G Praça do Duque da Terceira, 1-8
6481 Rua de São Paulo, 1-19 Rua do Alecrim, 20-20G Rua Nova do Carvalho, 2-22
8522 Rua do Alecrim, 2-10 Praça do Duque da Terceira, 14-19
30589 Rua Bernardino Costa, 46-54
1698 Rua Bernardino Costa, 40-44
32406 Travessa do Corpo Santo, 17-21 Rua Bernardino Costa, 32-38
19473 Travessa do Corpo Santo, 23-27
33624 Rua Nova do Carvalho, 1-7 Travessa do Corpo Santo, 29-33
1356 Rua Nova do Carvalho, 9-15
197 Rua Nova do Carvalho, 17-25 Rua do Alecrim, 12-14
21378
Travessa do Corpo Santo, 1-15 Rua Bernardino Costa, 31-53 Praça do Duque da Terceira, 20-27 Cais do Sodré, 32-54
7304 Travessa do Corpo Santo, 2-18 Cais do Sodré, 16-30 Rua Bernardino Costa, 15-29
25707 Largo do Corpo Santo, 1-3 Cais do Sodré, 2-14
1279 Rua Bernardino Costa, 1-5 Largo do Corpo Santo, 4-9
1551 Rua Bernardino Costa, 7-13
5 - Números de Obra e frentes de rua correspondentes em http://lxi.cm-lisboa.pt/lxi
83
8.1.1 Arquivo Municipal de Lisboa
Nº de Obra [Volume | Processo | Ano | Folha (s)]
46128 1º | 10401 | 1931 | 4
1141 1º | 15078 | 1939 | 6 1º | 20902 | 1956 | 11
5993 2º | 36636 | 1919 | 15 2º | 42158 | 1966 | 4
21439 1º | 12274 | 1949 | 5; 6; 7; 9
34040 1º | 12376 | 1919 | 2
8897 1º | 25264 | 1947 | 3 1º | 8110 | 1962 | 3
2280 - RESERVADA
13023 - SEM Referencia
4164 1º | 18938 | 1919 | 4
8530 1º | 755/I | 1951 | 2 1º | 48588 | 1951 | 2 2º | 21622 | 1960 | 12
35713 2º | 12618 | 1953 | 15 2º | 49336 | 1967 | 5 2º | 50064 | 1968 | 3
29530 1º | 16602 | 1941 | 6 1º | 22438 | 1948 | 3 1º | 39688 | 1952 | 5
37610 1º | 23840 | 1953
11726 1º | 40216 | 1949 | 17; 18
8529 1º | 57988 | 1958 | 4
Nº de Obra [Volume | Processo | Ano | Folha (s)]
4152 1º | 27704 | 1959 | 11 1º | 8048 | 1973 | 4; 5
34702 1º | 18228 | 1963 | 4 1º | 29750 | 1968 | 13
3409 - Sem INFO
15350 1º | 40058 | 1957 | 3 1º | 2024 | 1971 | 6
5380 - SEM REFERENCIA
4059 2º | 5362 | 1943 | 5; 7
10898 - SEM INFO
37302
1º | 3983 | 1915 | 7 2º | 3370 | 1939 | 6 2º | 14446 | 1939 | 6 3º | 40614 | 1945 | 8; 11
6481 - SEM INFO
8522 1º | 40540 | 1959 | 9
30589 1º | 14807 | 1921 | 4 1º | 10034 | 1951 | 7; 8
1698 - SEM INFO
32406 - SEM INFO
19473 1º | 33292 | 1947 | 6; 7
33624 1º | 7129 | 1928 | 2
1356 1º | 24876 | 1944 | 9
197 1º | 10176 | 1919 | 4
21378 1º | 8 | 1914 | 5 1º | 4962 | 1914 | 9
7304 - SEM INFO
25707 2º | 2608 | 1991 | 9
1279 - SEM INFO
1551 - SEM INFO
6 - Listagem de folhas, no âmbito do presente trabalho, pertinentes do Arquivo Municipal de Lisboa, por número de obra
84
8.1.2 Levantamento de Campo
Bloco A - No (s) de Obra: 46128 Moradas: A1- Travessa da Ribeira Nova; A2- Praça de São Paulo; A3- Travessa de São Paulo; A4- Rua da Ribeira Nova
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
A1 3 Abóbada
a1
A1 7 Abóbada
-
A2 1 Metálico
-
A4 32 Abóbada
a3
A4 16 Abóbada
a4
A4 14 Abóbada
-
A4 12 Abóbada
a5
A4 6-8 Abóbada
a6
A4 2-4 Abóbada
- - -
7 - Ficha de levantamento de campo do bloco A, no Cais do Sodré
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
A1 7 0 0 - 7 7 7(4+1)
A2 15 3 - 4 - 5 0 - 15 7 - 8 15(4+1)
A3 6 0 0 - 6 6 6(4+1)
A4 16 4 - 4 - 4 - 4 0 - 16 16 16(4+1) 8 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco A, no Cais do Sodré
85
Bloco B - No (s) de Obra: 1141; 5993; 21439 Moradas: B1- Travessa dos Remolares; B2- Rua de São Paulo; B3- Praça de São Paulo; B4- Rua Nova do Carvalho
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
B1 41 Arco
a7
B3 17 Abóbada
a8
B3 21 Abóbada
a9
B4 72 Abóbada
- -
9 - Ficha de levantamento de campo do bloco B, no Cais do Sodré
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
B1 8 3 0 - 8 3 - 5 3(5+1) - 5(5)
B2 11 7 0 - 11 7 - 4 7(5) - 4(4+1)
B3 7 4 0 - 7 7 7(4+1)
B4 11 0 0 - 11 4 - 7 4(4+1) - 7(5+1) 10 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco B, no Cais do Sodré
86
Bloco C - No (s) de Obra: 34040; 8897; 2280; 13023 Moradas: C1- Travessa dos Remolares; C2- Rua Nova do Carvalho; C3- Travessa da Ribeira Nova; C4- Rua dos Remolares
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
C2 69 Arco
- - a10
C2 81 Outro
- - -
C3 30 Outro
- - -
C4 36-28 Outro
- - -
11 - Ficha de levantamento de campo do bloco C, no Cais do Sodré
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
C1 8 4 0 - 4 - 4 4 - 4 4(4+1) - 4(5+1)
C2 10 0 0 - 5 - 5 5 - 5 5(5+1) - 5(5)
C3 10 5 0 - 10 5 - 5 5(5) - 5(4+1)
C4 11 5 0 - 11 5 - 6 11(4+1) 12 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco C, no Cais do Sodré
87
Bloco D - No (s) de Obra: 4164 Moradas: D1- Travessa dos Remolares; D2- Rua dos Remolares; D3- Praça da Ribeira Nova; D4- Avenida 24 de Julho
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
D1 9 Outro
- - -
D2 25 Outro
- - -
D3 2-16 Outro - - - - -
D4 2-2G Outro - - - - - 13 - Ficha de levantamento de campo do bloco D, no Cais do Sodré
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
D1 8 6 0 - 8 8 8(4+1)
D2 9 5 0 - 9 9 9(4+1)
D3 8 3 0 - 8 8 8(4+1)
D4 9 3 0 - 9 9 9(4+1) 14 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco D, no Cais do Sodré
88
Bloco E - No (s) de Obra: 8530; 35713; 29530; 37610 Moradas: E1- Rua de São Paulo; E2- Travessa dos Remolares; E3- Rua Nova do Carvalho; E4- Rua do Alecrim
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
E1 23 Abóbada
a11
E1 31 Arco
- -
E1 33 Arco
a12
E1 37 Outro - - - - -
E1 39-41 Abóbada
a13
E2 42 Outro - - - - -
E3 36 Outro - - - - -
E3 46-48 Arco
a14
E3 44 Abóbada
a15
E3 40 Abóbada
a16
E3 36 Abóbada
a17
E3 24 Abóbada -
a18
15 - Ficha de levantamento de campo do bloco E, no Cais do Sodré
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
E1 12 0 0 - 12 6 - 6 6(5+1) - 6(6)
E2 8 4 0 - 8 4 - 4 4(6) - 4(5+1)
E3 15 6 0 - 6 - 9 6 - 9 6(5+1) - 9(5+1)
E4 8 0 0 - 8 4 - 4 8(5+1) 16 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco E, no Cais do Sodré
89
Bloco F - No (s) de Obra: 10898; 8529; 4152; 34702; 3409; 15350; 5380; 4059 Moradas: F1- Rua Nova do Carvalho; F2- Travessa dos Remolares; F3- Rua dos Remolares; F4- Praça do Duque da Terceira; F5- Rua do Alecrim
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
F1 49 Abóbada - - - - a21
F2 34 Abóbada
a22
F3 14 Arco
a23
F3 2 Arco - - - - a24
F4 9-13 Outro - - - - -
F5 1-17 Outro - - - - - 17 - Ficha de levantamento de campo do bloco F, no Cais do Sodré
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
F1 16 0 0 - 16 6 - 5 - 5 16(5+1)
F2 10 5 0 - 10 5 - 5 5(5+1) - 5(6)
F3-F4 18 4 - 4 - 5 0 - 13 - 5 4 - 4 - 5 - 5 4(6) - 4(5+1) - 5(4+1) -
5(4+1)
F5 8 4 0 - 8 4 - 4 4(4+1) - 4(5+1) 18 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco F, no Cais do Sodré
Bloco G - No (s) de Obra: 37302 Moradas: G1- Praça do Duque da Terceira; G2- Rua dos Remolares; G3- Travessa dos Remolares; G4- Avenida 24 de Julho
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
G1 8 Abóbada
b2
G1 6 Abóbada
- - b1
G2 17 Abóbada
- - -
19 - Ficha de levantamento de campo do bloco G, no Cais do Sodré
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
G1 8 4 0 - 8 8 8(4+1)
G2 12 4 - 4 0 - 12 12 12(4+1)
G3 9 0 0 - 9 9 9(4+1)
G4 11 2 - 5 0 - 11 11 11(4+1) 20 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco G, no Cais do Sodré
90
Bloco H - No (s) de Obra: 6481 Moradas: H1- Rua Nova do Carvalho; H2- Rua de São Paulo; H3- Rua do Alecrim
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
- - - - - - - - 21 - Ficha de levantamento de campo do bloco H, no Cais do Sodré
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
H1 9 0 0 - 9 9 9(5)
H2 9 0 0 - 9 9 9(5)
H3 8 0 0 - 8 8 8(5) 22 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco H, no Cais do Sodré
Bloco I - No (s) de Obra: 8522; 30589; 1698; 32406; 19473; 33624; 1356; 197 Moradas: I1- Praça do Duque da Terceira; I2- Rua Bernardino Costa; I3- Travessa do Corpo Santo; I4- Rua Nova do Carvalho; I5- Rua do Alecrim
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
I1 14-19 Outro
- - - -
I2 52-54 Outro
- - - -
I2 46 Arco
- - a19
I2 42 Arco
- - a20
I3 17-33 Outro
- - - -
I4 1-25 Outro
- - - -
23 - Ficha de levantamento de campo do bloco I, no Cais do Sodré
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
I1-I2 18 6 - 5 - 3 0 - 6 - 12 6 - 5 - 3 - 4 18(4+1)
I3 9 0 0 - 3 - 6 3 - 3 - 3 3(4+1) - 3(6) - 3(4+1)
I4 14 8 0 - 8 - 6 4 - 4 - 6 4(4+1) - 4(5+1) - 6(5+1)
I5 8 4 0 - 8 4 - 4 4(5+1) - 4(4+1) 24 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco I, no Cais do Sodré
91
Bloco J - No (s) de Obra: 21378 Moradas: J1- Cais do Sodré; J2- Travessa do Corpo Santo; J3- Rua Bernardino Costa; J4- Praça do Duque da Terceira
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
J1 40 Arco
b3
J2 1-15 Outro
- - - -
J3 38 Arco
(mesmo que em “J1”) (mesmo que em “J1”) -
J4 20-27 Outro
- - - -
25 - Ficha de levantamento de campo do bloco J, no Cais do Sodré
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
J1 18 3 - 5 0 - 3 - 6 - 3 12 12(4+1)
J2 8 5 0 - 8 8 8(4+1)
J3 12 4 - 2 - 3 0 - 12 12 12(4+1)
J4 8 4 0 - 8 8 8(4+1) 26 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco J, no Cais do Sodré
Bloco K - No (s) de Obra: 7304; 25707; 1279; 1551 Moradas: K1- Cais do Sodré; K2- Largo do Corpo Santo; K3- Rua Bernardino Costa; K4- Travessa do Corpo Santo
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
K1 16 Abóbada
b4
K1 2-12 Outro - - - - -
K2 5 Madeira
-
K3 1-29 Outro - - - - - 27 - Ficha de levantamento de campo do bloco K, no Cais do Sodré
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
K1 15 8 0 - 15 8 - 7 8(4) - 7(4+1)
K2 9 3 0 - 9 3 - 6 9(4+1)
K3 15 3 - 4 0 - 15 3 - 4 - 8 3(4+1) - 4(5) - 8(4)
K4 9 0 0 - 9 9 9(4) 28 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco K, no Cais do Sodré
92
29 - “Ficha A” de desenhos à mão levantada
93
30 - “Ficha B” de desenhos à mão levantada
94
8.2 Chiado
31 - Ortofotomapa com identificação da zona em estudo; 1:4000
32 - Informação urbana disponível em http://lxi.cm-lisboa.pt/lxi; 1:2000
95
33 - Divisão da área em estudo por blocos de edifícios; 1:2500
34 - Números de obra mapeados, correspondentes aos processos da Câmara Municipal de Lisboa; 1:2500
96
Nº de Obra Morada (s)
1153 Calçada do Sacramento, 2-12 Rua do Carmo, 1-7 Rua Garrett, 2-18
1888 Rua Garrett, 20-26 Calçada do Sacramento, 1-9
17345 Rua Garrett, 28-40
12448 Rua Garrett, 42-52
4911 Rua Garrett, 54-64
17351 Rua Garrett, 66-78
20630 Rua Garrett, 80-86
28996 Rua Serpa Pinto, 12-12B Rua Garrett, 88-98
39728 Rua Serpa Pinto, 19-19K Travessa da Trindade, 1-23 Rua Garrett, 100-122
30147 Largo do Chiado, 24-25 Rua Nova da Trindade, 2-2J Travessa da Trindade, 25-29
10354 Largo do Chiado, 16-23 Rua Nova da Trindade, 1-1D
Nº de Obra Morada (s)
28652 Largo do Chiado, 13-15
15919 Rua António Maria Cardoso, 41-53 Largo do Chiado, 9-12
3953 Rua Paiva de Andrada, 1-15B Largo do Chiado, 8
27319 Largo do Chiado, 4-7
11851 Largo do Chiado, 1-3 Rua Garrett, 83
41572 Rua Serpa Pinto, 17-17K Rua Garrett, 77
38766 Rua Anchieta, 17-25
171 Rua Anchieta, 27-29
170 Rua Garrett, 69-75 Rua Anchieta, 31
23942 Rua Garrett, 53-67
14305 Rua Garrett, 37-51 Rua Ivens, 66-76
39652 Rua Garrett, 25-35 Rua Ivens, 63-75
11045 Rua Garrett, 13-23
27727 Rua Garrett, 1-11 Rua Nova do Almada, 103-115
35 - Números de Obra e frentes de rua correspondentes; fonte: http://lxi.cm-lisboa.pt/lxi
97
8.2.1 Arquivo Municipal de Lisboa
Nº de Obra [Volume | Processo | Ano | Folha (s)]
1153 1º | 6424 | 1906 | 2
1888 - SEM INFO
17345 1º | 7247 | 1920 | 4 1º | 85 | 1928 | 2 2º | 35604 | 1946 | 8
12448 1º | 7392 | 1903 | 3 1º | 17762 | 1922 | 4 1º | 27310 | 1935 | 3
4911 1º | 6321 | 1928 | 2
17351 1º | 43294 | 1943 | 20; 22; 29
20630 1º | 2159 | 1932 | 5
28996 1º | 437 | 1921 | 4 1º | 223 | 1928 | 2
39728 1º | 5903 | 1914 | 2 1º | 49292 | 1938 | 3
30147 1º | 24797 | 1935 | 2
10354 1º | 1702 | 1934 | 3 2º | 4406 | 1957 | 5
Nº de Obra [Volume | Processo | Ano | Folha (s)]
28652 1º | 26138 | 1947 | 5; 6
15919 1º | 9205 | 1918 | 5
3953 1º | 7764 | 1930 | 2 1º | 1194 | 1941 | 2 1º | 39700 | 1942 | 20
27319 1º | 3583 | 1932 | 2 1º | 31408 | 1935 | 3
11851 - SEM INFO
41572 1º | 38 | 1883 | 2 1º | 24017 | 1929 | 2
38766 1º | 10177 | 1936 | 2
171 - SEM INFO
170 2º | 11968 | 1957 | 5; 6
23942 1º | 5072 | 1927 | 2 1º | 7988 | 1937 | 7
14305 2º | 3582 | 1948 | 8; 9
39652 - RESERVADA
11045 1º | 1977 | 1917 | 2 1º | 15669 | 1922 | 5
27727 1º | 2638 | 1905 | 2
36 - Listagem de folhas, no âmbito do presente trabalho, pertinentes do Arquivo Municipal de Lisboa, por número de obra
98
8.2.2 Levantamento de Campo
Bloco A - No (s) de Obra: 1153 Moradas: A1- Rua do Carmo; A2- Rua Garrett; A3- Calçada do Sacramento
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
A1 9-11 Outro
- -
A1 1-7 Outro
- -
A2 14-18 Outro
- -
A3 8 Outro
- -
37 - Ficha de levantamento de campo do bloco A, no Chiado
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
A1 55 0 0 - 8 - 3 - 7 - (…) 11 - 7 - (…) 18(6) - (…)
A2 9 0 0 - 9 9 9(5)
*A3 … 0 0 - 6 - 5 - 5 - (…) 11 - 5 - (…) 6(4) - 5(5) - (…) 38 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco A, no Chiado
99
Bloco B - No (s) de Obra: 1888; 17345; 12448; 4911; 17351; 20630; 28996 Moradas: B1- Calçada do Sacramento; B2- Rua Garrett; B3- Rua Serpa Pinto
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
B2 20-24 Outro
- -
B2 28-30 Abóbada
c7
B2 32-34 Abóbada
c8
B2 38 Arco
c9
B2 40 Outro
- -
B2 42 Outro
- -
B2 44 Arco
c10
B2 50-52 Outro
- - -
B2 54 Abóbada
c11
B2 66-68 Outro
- -
B2 70-72 Arco
- -
100
B2 78 Arco
c12
B2 82 Arco
- - -
B2 88 Outro
- -
B2 90 Outro
- -
B2 94 Arco
c14
B2 98 Arco
c13
B3 12A Outro
- -
39 - Ficha de levantamento de campo do bloco B, no Chiado
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
B1 6 0 0 - 6 6 6(6)
B2 40 6 - 4 0 - 6 - 4 - 7 - 6 - 6 - 7 - 4 6 - 4 - 7 - 6 - 6 - 7 - 4 6(5+1) - 4(5+1) - 7(5+1)
- 6(5+1) - 6(5+1) - 7(5+1) - 4(5+1)
*B3 16 0 0 - 6 - 5 - 5 6 - 5 - 5 6(4+1) - 5(4+1) - 5(4+1) 40 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco B, no Chiado
101
Bloco C - No (s) de Obra: 39728; 30147 Moradas: C1- Rua Serpa Pinto; C2- Rua Garrett; C3- Largo do Chiado; C4- Rua Nova da Trindade; C5-Travessa da Trindade
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
C2 100
- 102
Outro
- -
C2 104
- 106
Abóbada
c15
C2 110 Arco
c16
C2 112
- 118
Outro
-
C2 120
- 122
Outro
- -
C3 25 Outro
- -
41 - Ficha de levantamento de campo do bloco C, no Chiado
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
C1 12 0 0 - 6 - 6 12 12(4)
C2-C3 18 0 0 - 18 6 - 12 6(5+1) - 12(5)
*C4 12 0 0 - 12 12 12(4+1)
C5 15 0 0 - 15 12 - 3 12(3) - 3(5) 42 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco C, no Chiado
102
Bloco D - No (s) de Obra: 10354 Moradas: D1- Rua Nova da Trindade; D2- Largo do Chiado
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
D1 1C Outro
- -
D1 1B Arco
c17
D2 20-23 Arco
c18
D2 16-17 Outro
- -
43 - Ficha de levantamento de campo do bloco D, no Chiado
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
D1 … 0 0 - 10 - (…) 10 - 3 - (…) 10(5+1) - 3(4) - (…)
D2 8 0 0 - 8 8 8(6+1) 44 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco D, no Chiado
Bloco E - No (s) de Obra: 28652; 15919 Moradas: E1- Largo do Chiado; E2- Rua António Maria Cardoso
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
E1 13-14 Arco
c1
E1 9 Outro
- - -
45 - Ficha de levantamento de campo do bloco E, no Chiado
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
E1 7 0 0 - 4 - 3 4 - 3 4(4+1) - 3(4+1)
*E2 7 0 0 - 7 7 7(4+1) 46 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco E, no Chiado
103
Bloco F - No (s) de Obra: 3953 Moradas: F1- Largo do Chiado; F2- Rua Paiva de Andrada
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
F1 8 Outro
- - -
47 - Ficha de levantamento de campo do bloco F, no Chiado
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
F1 7 0 0 - 7 7 2(4) - 3(3) - 2(4)
*F2 9 0 0 - 9 9 9(4) 48 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco F, no Chiado
Bloco G - No (s) de Obra: 27319; 11851; 41571 Moradas: G1- Largo do Chiado; G2- Rua Garrett; G3- Rua Serpa Pinto
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
G1 6-7 Abóbada
c2
G1 4 Abóbada
- - -
G2 83 Outro
- -
G2 77 Outro
- -
G3 17A Outro
-
49 - Ficha de levantamento de campo do bloco G, no Chiado
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
G1 19 0 0 - 14 - 5 4 - 4 - 6 - 5 4(5+1) - 4(5) - 6(6) - (…)
G2 9 0 0 - 9 3 - 6 9(5+1)
*G3 19 0 0 - 10 - 5 - 4 10 - 5 - 4 10(5+1) - 5(5) - 4(4+1) 50 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco G, no Chiado
104
Bloco H - No (s) de Obra: 38766; 171; 170; 23942; 14305 Moradas: H1- Rua Anchieta; H2- Rua Garrett; H3- Rua Ivens
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
H2 73 Abóbada
c3
H2 69 Abóbada
c4
H2 67 Outro
- -
H2 63 Outro
- - -
H2 53-59 Outro
- - -
H2 49-51 Outro
- -
H2 43-45 Outro
- -
H3 70 Arco
c5
51 - Ficha de levantamento de campo do bloco H, no Chiado
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
H1 … 0 0 - 4 - 5 - 5 - 2 - (…) 4 - 12 - (…) 4(5) - 12(4) - (…)
H2 20 0 0 - 8 - 12 8 - 8 - 4 8(5+1) - 8(5+1) - 4(5)
*H3 … 0 0 - 6 - 8 - 2 - (…) 6 - 8 - 2 - (…) 6(5+1) - 8(4+1) - 2(4+1)
- (…) 52 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco H, no Chiado
105
Bloco I - No (s) de Obra: 39652; 11045; 27727 Moradas: I1- Rua Ivens; I2- Rua Garrett; I3- Rua Nova do Almada
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
I2 33 Outro
- -
I2 27 Outro
- -
I2 21-23 Arco
c6
I2 13-17 Outro
- -
I2 1-9 Outro
- -
53 - Ficha de levantamento de campo do bloco I, no Chiado
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
I1 21 0 0 - 7 - 7 - 7 7 - 7 - 7 7(5+1) - 7(4+1) - 7(4)
I2 18 0 0 - 6 - 6 - 6 6 - 6 - 6 6(5) - 6(5) - 6(5+1)
*I3 21 0 0 - 7 - 7 - 7 7 - 7 - 7 7(6) - 7(6) - 7(6) 54 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco I, no Chiado
106
55 - “Ficha C” de desenhos à mão levantada
107
108
8.3 Rossio e Praça da Figueira
56 - Ortofotomapa com identificação da zona em estudo; 1:4000
57 - Informação urbana disponível em http://lxi.cm-lisboa.pt/lxi; 1:2500
109
58 - Divisão da área em estudo por blocos de edifícios; 1:2500
59 - Números de obra mapeados, correspondentes aos processos da Câmara Municipal de Lisboa; 1:2500
110
Nº de Obra Morada (s)
11220 Praça Dom João da Câmara, 1-6 Rua Primeiro de Dezembro, 102-116 Praça D. Pedro IV, 62-68
5939 Praça D. Pedro IV, 54-61 Rua Primeiro de Dezembro, 84-100
11221 Praça D. Pedro IV, 51-53 Rua Primeiro de Dezembro, 78-82
20631 Praça D. Pedro IV, 45-50 Rua Primeiro de Dezembro, 66-76
1115 Praça D. Pedro IV, 42-44 Calçada do Carmo, 2-12 Rua Primeiro de Dezembro, 60-64
5942 Praça D. Pedro IV, 39-41 Calçada do Carmo, 1-5
1114 Calçada do Carmo, 7-11 Rua Primeiro de Dezembro, 52-58
18768 Rua Primeiro de Dezembro, 40-50 Praça D. Pedro IV, 34-38
6835 Rua Primeiro de Dezembro, 28-38 Praça D. Pedro IV, 27-33
5940 Praça D. Pedro IV, 21-26 Rua Primeiro de Dezembro, 16-26
4649 Rua Primeiro de Dezembro, 10-14 Praça D. Pedro IV, 18-20
20657 Praça D. Pedro IV, 15-17 Rua Primeiro de Dezembro, 2-8
14515
Praça D. Pedro IV, 90-95 Rua Dom Antão de Almada, 1-1D Rua do Amparo, 2-2C Praça D. Pedro IV, 84-89 Rua Dom Antão de Almada, 3-3D
30178 Praça D. Pedro IV, 78-83 Rua Dom Antão de Almada, 5-5D
12574 Praça D. Pedro IV, 69-77 Largo de São Domingos, 1-9 Rua Dom Antão de Almada, 7-7A
14679
Rua do Amparo, 1-1B Rua da Betesga, 2-2C Praça D. Pedro IV, 96-122 Praça da Figueira, 1-3C
3733 Travessa Nova de São Domingos, 1-15 Rua Dom Duarte, 1-1B Praça da Figueira, 8-8E
9326 Travessa Nova de São Domingos, 17-29 Praça da Figueira, 7-7D
Nº de Obra Morada (s)
33808 Travessa Nova de São Domingos, 31-45 Praça da Figueira, 6-6E
6794 Praça da Figueira, 5-5E Travessa Nova de São Domingos, 47-61
3331 Travessa Nova de São Domingos, 63-67 Praça da Figueira, 4-4B Rua Dom Antão de Almada, 2-2A
7271 Praça da Figueira, 9-9C Rua João das Regras, 5-5D
11616 Praça da Figueira, 10-10B
10016 Praça da Figueira, 11-11F
10228 Praça da Figueira, 12-12D
675 Rua dos Condes de Monsanto, 4-4D Praça da Figueira, 13-13A
30120 Rua dos Fanqueiros, 314-320 Rua dos Condes de Monsanto, 3-3C
24551 Rua dos Fanqueiros, 273-285 Praça da Figueira, 14-14B
22690 Rua dos Douradores, 214-230 Praça da Figueira, 15-15B
21749 Rua dos Douradores, 185-189 Praça da Figueira, 16-16B
10317 Rua da Prata, 282-288 Praça da Figueira, 17-17A
9619 Rua da Prata, 293-303 Rua dos Correeiros, 230-240 Praça da Figueira, 18-18C
26285 Rua dos Correeiros, 227-239 Rua da Betesga, 1-1B
9453 Rua Augusta, 284-286 Rua da Betesga, 3
4203 Rua Augusta, 285-295 Praça D. Pedro IV, 1-3
37783 Rua dos Sapateiros, 218-232 Praça D. Pedro IV, 4-6
13616 Rua dos Sapateiros, 225-231 Praça D. Pedro IV, 7-9
12441 Rua Áurea, 286-296 Praça D. Pedro IV, 10-12
5514 Rua Áurea, 285-295 Praça D. Pedro IV, 13-14 Rua do Carmo, 100-110
35 Rua Dom Duarte, 2-2C Rua João das Regras, 6-6B
60 - Números de Obra e frentes de rua correspondentes; fonte: http://lxi.cm-lisboa.pt/lxi
111
8.3.1 Arquivo Municipal de Lisboa
Nº de Obra [Volume | Processo | Ano | Folha (s)]
11220
1º | 165 | 1909 | 3 1º | 1160 | 1923 | 6 1º | 421 | 1926 | 2 1º | 29646 | 1942 | 19
5939 1º | 10857 | 1918 | 4 1º | 1583 | 1924 | 5
11221 1º | 2737 | 1910 | 2 1º | 5826 | 1915 | 5 1º | 4463 | 1921 | 2
20631
1º | 6100 | 1953 | 3 1º | 18590 | 1954 | 3 1º | 56674 | 1955 | 5; 6 1º | 39032 | 1957 | 6; 7 3º | 5854 | 1989 | 30; 31
1115 1º | 30894 | 1946 | 3
5942 1º | 29958 | 1944 | 8 1º | 22416 | 1953 | 6 1º | 6508 | 1955 | 5
1114 1º | 714 | 1926 | 2
18768
1º | 2351 | 1915 | 2; 3; 3ª 1º | 5727 | 1919 | 10; 11 1º | 1901 | 1933 | 22; 23; 25; 26 1º | 13256 | 1934 | 3
6835 1º | 659 | 1912 | 3 1º | 4358 | 1912 | 5; 6 1º | 3722 | 1915 | 4
5940 1º | 7760 | 1937 | 5 2º | 19640 | 1966 | 3; 4
4649 1º | 29826 | 1960 | 4 3º | 286 | 1988 | 7; 8; 10
20657 1º | 6880 | 1927 | 2 1º | 30714 | 1946 | 3; 4 2º | 3758 | 1947 | 5
14515
1º | 3883 | 1905 | 2 1º | 1963 | 1916 | 3 4º | 2602 | 1951 | 8 4º | 18016 | 1951 | 6 4º | 28474 | 1956 | 37 4º | 3092 | 1957 | 3; 23 7º | 3800 | 1999 | 10; 14
30178 1º | 891 | 1907 | 3 2º | 18936 | 1962 | 9; 10
12574
1º | 4374 | 1929 | 2 1º | 12574 | 1929 | 2 1º | 1176 | 1936 | 3 1º | 54636 | 1938 | 7 2º | 20656 | 1951 | 22 2º | 25624 | 1957 | 12
Nº de Obra [Volume | Processo | Ano | Folha (s)]
3733 1º | 4685 | 1919 | 4 1º | 11402 | 1946 | 13; 14 2º | 12664 | 1947 | 3
9326
1º | 11350 | 1944 | 4 2º | 3766 | 1992 | 102;179; 237; 238 3º | 1024 | 1998 | 19 3º | 1432 | 2001 | 9; 11
33808 1º | 46148 | 1949 | 4; 5
6794 2º | 53250 | 1949 | 2
3331 1º | 60 | 1947 | 3 1º | 7146 | 1960 | 12
7271 1º | 20082 | 1920 | 2 2º | 322 | 1957 | 6 3º | 77 | 1988 | 11; 12
11616 2º | 4594 | 1970 | 34
10016 1º | 10781 | 1920 | 2 1º | 4209 | 1936 | 3 1º | 10494 | 1947 | 5
10228 1º | 7709 | 1909 | 2 1º | 32316 | 1952 | 3; 4
675 1º | 891 | 1910 | 2 1º | 6599 | 1918 | 2 1º | 48386 | 1951 | 10
30120 1º | 3920 | 1994 | 27; 30; 31
24551 1º | 47768 | 1947 | 3 1º | 31424 | 1954 | 21
22690 1º | 670 | 1932 | 2 1º | 39306 | 1954 | 4 1º | 18892 | 1960 | 5; 7
21749
1º | 7707 | 1918 | 3 1º | 48414 | 1952 | 4 2º | 1662 | 1979 | 4 2º | 2482 | 1980 | 4
10317 1º | 40472 | 1967 | 18
9619 2º | 29332 | 1943 | 2 2º | 34008 | 1951 | 3 3º | 3682 | 1960 | 5
26285 1º | 88 | 1913 | 2 1º | 1732 | 1929 | 2
9453 1º | 30470 | 1943 | 7 2º | 19072 | 1960 | 3
4203 1º | 5904 | 1918 | 4 1º | 21451 | 1929 | 2
37783 1º | 39528 | 1943 | 7; 8 2º | 13804 | 1954 | 7
13616 1º | 2921 | 1910 | 2; 3
112
3º | 2768 | 1977 | 8; 9
14679
1º | 760 | 1913 | 2 1º | 6158 | 1915 | 5 2º | 30622 | 1952 | 4; 5 2º | 18510 | 1953 | 3 3º | 30480 | 1963 | 5; 7 3º | 49894 | 1963 | 4; 6 3º | 37174 | 1964 | 5
12441 1º | 1746 | 1966 | 3
5514 1º | 1344 | 1913 | 2 1º | 7146 | 1934 | 2; 3
35 2º | 682OB | 1979 | 24 3º | 950OB | 1981 | 15
61 – Listagem de folhas, no âmbito do presente trabalho, pertinentes do Arquivo Municipal de Lisboa, por número de obra
Obra nº 11220
62 - Processo 165, 1909, folha 3; Largo D. João da Câmara, 1 a 6, Praça D Pedro IV, 60 a 68 e Rua 1 de Dezembro, 102 a 116
63 - Processo 1160, 1923, folha 6; Largo D. João da Câmara, 1 a 6, Praça D Pedro IV, 60 a 68 e Rua 1 de Dezembro, 102 a 116
113
64 - Processo 421, 1926, folha 2; Largo D. João da Câmara, 1 a 6, Praça D Pedro IV, 60 a 68 e Rua 1 de Dezembro, 102 a 116
65 - Processo 29646, 1949, folha 19; Largo D. João da Câmara, 1 a 6, Praça D Pedro IV, 60 a 68 e Rua 1 de Dezembro, 102 a 116
114
Obra nº 5939
66 - Processo 10857, 1918, folha 4; Praça D Pedro IV, 54 a 61 e Rua Primeiro de Dezembro, 84 a 100
67 - Processo 1583, 1924, folha 5; Praça D Pedro IV, 54 a 61 e Rua Primeiro de Dezembro, 84 a 100
115
Obra nº 11221
68 - Processo 2737, 1910, folha 2; Praça D Pedro IV, 51 a 53 e Rua Primeiro de Dezembro, 78 a 82
69 - Processo 5826, 1915, folha 5; Praça D Pedro IV, 51 a 53 e Rua Primeiro de Dezembro, 78 a 82
70 - Processo 4463, 1921, folha 2; Praça D Pedro IV, 51 a 53 e Rua Primeiro de Dezembro, 78 a 82
116
Obra nº 20631
71 - Processo 6100, 1953, folha 3; Praça D Pedro IV, 45 a 50 e Rua Primeiro de Dezembro, 66 a 76
72 - Processo 56674, 1955, folha 5; Praça D Pedro IV, 45 a 50 e Rua Primeiro de Dezembro, 66 a 76
73 - Processo 20631, 1955, folha 6; Praça D Pedro IV, 45 a 50 e Rua Primeiro de Dezembro, 66 a 76
117
Obra nº 1115
74 - Processo 30894, 1946, folha 3; Calçada do Carmo, 2 a 12, Praça D Pedro IV, 42 a 44 e Rua Primeiro de Dezembro, 60 a 64
118
Obra nº 5942
75 - Processo 29958, 1944, folha 8; Calçada do Carmo, 1 a 5 e Praça D Pedro IV, 39 a 41
76 - Processo 22416, 1953, folha 6; Calçada do Carmo, 1 a 5 e Praça D Pedro IV, 39 a 41
119
Obra nº 1114
77 - Processo 714, 1926, folha 2; Calçada do Carmo, 7 a 11 e Rua Primeiro de Dezembro, 52 a 58
120
Obra nº 18768
78 - Processo 2351, 1915, folha 3A (parcial); Praça D Pedro IV, 34 a 38 e Rua Primeiro de Dezembro, 40 a 50
79 - Processo 5727, 1919, folha 10; Praça D Pedro IV, 34 a 38 e Rua Primeiro de Dezembro, 40 a 50
80 - Processo 5727, 1919, folha 11; Praça D Pedro IV, 34 a 38 e Rua Primeiro de Dezembro, 40 a 50
121
81 - Processo 1901, 1933, folha 25; Praça D Pedro IV, 34 a 38 e Rua Primeiro de Dezembro, 40 a 50
122
Obra nº 6835
82 - Processo 659, 1912, folha 3; Praça D Pedro IV, 27 a 33 e Rua Primeiro de Dezembro, 28 a 38
83 - Processo 4358, 1912, folha 5; Praça D Pedro IV, 27 a 33 e Rua Primeiro de Dezembro, 28 a 38
84 - Processo 4358, 1912, folha 6; Praça D Pedro IV, 27 a 33 e Rua Primeiro de Dezembro, 28 a 38
123
Obra nº 5940
85 - Processo 19640, 1966, folha 3; Praça D Pedro IV, 21 a 26 e Rua Primeiro de Dezembro, 16 a 26
124
Obra nº 4649
86 - Processo 29826, 1960, folha 4; Praça D Pedro IV, 18 a 20 e Rua Primeiro de Dezembro, 10 a 14
87 - Processo 286, 1988, folha 7; Praça D Pedro IV, 18 a 20 e Rua Primeiro de Dezembro, 10 a 14
88 - Processo 286, 1988, folha 10; Praça D Pedro IV, 18 a 20 e Rua Primeiro de Dezembro, 10 a 14
125
Obra nº 20657
89 - Processo 30714, 1946, folha 3; Praça D Pedro IV, 15 a 17 e Rua Primeiro de Dezembro, 2 a 8
90 - Processo 30714, 1946, folha 4; Praça D Pedro IV, 15 a 17 e Rua Primeiro de Dezembro, 2 a 8
126
Obra nº 14515
91 - Processo 3883, 1905, folha 2; Rua Amparo, 2 a 2C, Praça D Pedro IV, 85 a 95 e Rua D. Antão de Almada, 1 a 3D
92 - Processo 1963, 1916, folha 3; Rua Amparo, 2 a 2C, Praça D Pedro IV, 85 a 95 e Rua D. Antão de Almada, 1 a 3D
93 - Processo 18016, 1951, folha 6; Rua Amparo, 2 a 2C, Praça D Pedro IV, 85 a 95 e Rua D. Antão de Almada, 1 a 3D
127
94 - Processo 3092, 1957, folha 3; Rua Amparo, 2 a 2C, Praça D Pedro IV, 85 a 95 e Rua D. Antão de Almada, 1 a 3D
95 - Processo 3092, 1957, folha 23; Rua Amparo, 2 a 2C, Praça D Pedro IV, 85 a 95 e Rua D. Antão de Almada, 1 a 3D
128
Obra nº 30178
96 - Processo 891, 1907, folha 3; Praça D Pedro IV, 78 a 83 e Rua D. Antão de Almada, 5 a 5D
129
97 - Processo 18936, 1962, folha 9; Praça D Pedro IV, 78 a 83 e Rua D. Antão de Almada, 5 a 5D
98 - Processo 18936, 1962, folha 10; Praça D Pedro IV, 78 a 83 e Rua D. Antão de Almada, 5 a 5D
130
Obra nº 12574
99 - Processo 4374, 1929, folha 2; Praça D Pedro IV, 69 a 77 e Rua D. Antão de Almada, 7 a 7ª e Largo S. Domingos, 1 a 9
100 - Processo 12574, 1929, folha 2; Praça D Pedro IV, 69 a 77 e Rua D. Antão de Almada, 7 a 7ª e Largo S. Domingos, 1 a 9
131
101 - Processo 1176, 1936, folha 3; Praça D Pedro IV, 69 a 77 e Rua D. Antão de Almada, 7 a 7ª e Largo S. Domingos, 1 a 9
102 - Processo 54636, 1938, folha 7; Praça D Pedro IV, 69 a 77 e Rua D. Antão de Almada, 7 a 7ª e Largo S. Domingos, 1 a 9
132
103 - Processo 20656, 1951, folha 22; Praça D Pedro IV, 69 a 77 e Rua D. Antão de Almada, 7 a 7ª e Largo S. Domingos, 1 a 9
104 - Processo 2768, 1977, folha 9; Praça D Pedro IV, 69 a 77 e Rua D. Antão de Almada, 7 a 7ª e Largo S. Domingos, 1 a 9
133
Obra nº 14679
105 - Processo 760, 1913, folha 2; Praça D Pedro IV, 114 a 122, Praça Figueira, 1 a 1M e Rua Betesga, 2 a 2C
106 - Processo 6158, 1915, folha 5; Praça D Pedro IV, 114 a 122, Praça Figueira, 1 a 1M e Rua Betesga, 2 a 2C
107 - Processo 30622, 1952, folha 4; Praça D Pedro IV, 114 a 122, Praça Figueira, 1 a 1M e Rua Betesga, 2 a 2C
134
108 - Processo 30480, 1963, folha 5; Praça D Pedro IV, 114 a 122, Praça Figueira, 1 a 1M e Rua Betesga, 2 a 2C
109 - Processo 30480, 1963, folha 7; Praça D Pedro IV, 114 a 122, Praça Figueira, 1 a 1M e Rua Betesga, 2 a 2C
135
Obra nº 3733
110 - Processo 4685, 1919, folha 4; Praça Figueira, 8 a 8E, Travessa Nova de S. Domingos, 1 a 15 e Rua D. Duarte, 1 a 1B
111 - Processo 11402, 1942, folha 13; Praça Figueira, 8 a 8E, Travessa Nova de S. Domingos, 1 a 15 e Rua D. Duarte, 1 a 1B
136
112 - Processo 11402, 1942, folha 14; Praça Figueira, 8 a 8E, Travessa Nova de S. Domingos, 1 a 15 e Rua D. Duarte, 1 a 1B
137
Obra nº 9326
113 - Processo 3766, 1992, folha 237; Praça Figueira, 7 a 7D e Travessa Nova de S. Domingos, 17 a 29
114 - Processo 3766, 1992, folha 238; Praça Figueira, 7 a 7D e Travessa Nova de S. Domingos, 17 a 29
138
115 - Processo 1024, 1998, folha 19; Praça Figueira, 7 a 7D e Travessa Nova de S. Domingos, 17 a 29
116 - Processo 1432, 2001, folha 11; Praça Figueira, 7 a 7D e Travessa Nova de S. Domingos, 17 a 29
139
Obra nº 33808
117 - Processo 46148, 1949, folha 4; Praça Figueira, 6 a 6E e Travessa Nova de S. Domingos, 31 a 45
140
Obra nº 6794
118 - Processo 53250, 1949, folha 2; Praça Figueira, 5 a 5E e Travessa Nova de S. Domingos, 47 a 61
141
Obra nº 3331
119 - Processo 60, 1947, folha 3; Praça Figueira, 4 a 4B, Travessa Nova de S. Domingos, 63 a 67 e Rua D. Antão de Almada, 2 a 2A
120 - Processo 20796, 1960, folha 12; Praça Figueira, 4 a 4B, Travessa Nova de S. Domingos, 63 a 67 e Rua D. Antão de Almada, 2 a 2A
142
Obra nº 7271
121 - Processo 20082, 1920, folha 2; Praça Figueira, 9 a 9C e Rua João das Regras, 5 a 5D
122 - Processo 322, 1957, folha 6; Praça Figueira, 9 a 9C e Rua João das Regras, 5 a 5D
143
123 - Processo 77, 1988, folha 11; Praça Figueira, 9 a 9C e Rua João das Regras, 5 a 5D
144
Obra nº 11616
124 - Processo 4594, 1970, folha 34; Praça Figueira, 10 a 10B
145
Obra nº 10016
125 - Processo 10781, 1920, folha 2; Praça Figueira, 11 a 11F
126 - Processo 4209, 1936, folha 3; Praça Figueira, 11 a 11F
146
Obra nº 10228
127 - Processo 7709, 1909, folha 2; Praça Figueira, 12 a 12D
128 - Processo 32316, 1952, folha 3; Praça Figueira, 12 a 12D
147
129 - Processo 32316, 1952, folha 4; Praça Figueira, 12 a 12D
148
Obra nº 675
130 - Processo 891, 1910, folha 2; Praça Figueira, 13 a 13ª e Rua Condes de Monsanto, 4 a 4D
131 - Processo 6599, 1918, folha 2; Praça Figueira, 13 a 13ª e Rua Condes de Monsanto, 4 a 4D
149
132 - Processo 48386, 1951, folha 10; Praça Figueira, 13 a 13ª e Rua Condes de Monsanto, 4 a 4D
150
Obra nº 30120
133 - Processo 3920, 1994, folha 27; Rua Condes de Monsanto, 3 a 3C e Rua Fanqueiros, 314 a 320
134 - Processo 3920, 1994, folha 30; Rua Condes de Monsanto, 3 a 3C e Rua Fanqueiros, 314 a 320
135 - Processo 3920, 1994, folha 31; Rua Condes de Monsanto, 3 a 3C e Rua Fanqueiros, 314 a 320
151
Obra nº 24551
136 - Processo 47768, 1947, folha 3; Rua Fanqueiros, 273 a 285 e Praça Figueira, 14 a 14B
137 - Processo 31424, 1954, folha 21; Rua Fanqueiros, 273 a 285 e Praça Figueira, 14 a 14B
152
Obra nº 22690
138 - Processo 18892, 1960, folha 5; Praça Figueira, 15 a 15B e Rua Douradores, 214 a 230
139 - Processo 18892, 1960, folha 7; Praça Figueira, 15 a 15B e Rua Douradores, 214 a 230
153
Obra nº 21749
140 - Processo 7707, 1918, folha 3; Rua Douradores, 185 a 189 e Praça Figueira, 6
141 - Processo 1662, 1979, folha 4; Rua Douradores, 185 a 189 e Praça Figueira, 6
154
Obra nº 10317
142 - Processo 40472, 1967, folha 18; Praça Figueira, 17 a 17A e Rua da Prata, 282 a 288
155
Obra nº 9619
143 - Processo 29332, 1943, folha 2; Rua da Prata, 293 a 303, Praça Figueira, 18 a 18C e Rua Correeiros, 230 a 240
144 - Processo 34008, 1951, folha 3; Rua da Prata, 293 a 303, Praça Figueira, 18 a 18C e Rua Correeiros, 230 a 240
156
145 - Processo 3682, 1960, folha 5; Rua da Prata, 293 a 303, Praça Figueira, 18 a 18C e Rua Correeiros, 230 a 240
157
Obra nº 26285
146 - Processo 1732, 1929, folha 2; Rua Correeiros, 227 a 239 e Rua Betesga, 1 a 1B
158
Obra nº 9453
147 - Processo 30470, 1943, folha 7; Rua Betesga, 3 e Rua Augusta, 284 a 286
148 - Processo 19072, 1960, folha 3; Rua Betesga, 3 e Rua Augusta, 284 a 286
159
Obra nº 4203
149 - Processo 5904, 1918, folha 4; Rua Augusta, 285 a 295 e Praça D. Pedro IV, 1 a 3
160
150 - Processo 21451, 1929, folha 2; Rua Augusta, 285 a 295 e Praça D. Pedro IV, 1 a 3
161
Obra nº 37783
151 - Processo 39528, 1943, folha 7; Praça D. Pedro IV, 4 a 6 e Rua Sapateiros, 218 a 232
162
152 - Processo 39528, 1943, folha 8; Praça D. Pedro IV, 4 a 6 e Rua Sapateiros, 218 a 232
153 - Processo 13804, 1954, folha 7; Praça D. Pedro IV, 4 a 6 e Rua Sapateiros, 218 a 232
163
Obra nº 13616
154 - Processo 2921, 1910, folha 2; Rua Sapateiros, 225 a 231 e Praça D. Pedro IV, 7 a 9
155 - Processo 2921, 1910, folha3; Rua Sapateiros, 225 a 231 e Praça D. Pedro IV, 7 a 9
164
Obra nº 12441
156 - Processo 1746, 1966, folha 3; Praça D. Pedro IV, 10 a 12 e Rua Áurea, 286 a 296
165
Obra nº 5514
157 - Processo 1344, 1913, folha 2; Rua Áurea, 285 a 295, Praça D. Pedro IV, 13 a 14 e Rua do Carmo, 100 a 110
158 - Processo 7146, 1934, folha 2; Rua Áurea, 285 a 295, Praça D. Pedro IV, 13 a 14 e Rua do Carmo, 100 a 110
166
159 - Processo 7146, 1934, folha 3; Rua Áurea, 285 a 295, Praça D. Pedro IV, 13 a 14 e Rua do Carmo, 100 a 110
167
Obra nº 35
160 - Processo 682, 1979, folha 24; Rua D. Duarte, 2 a 2C e Rua João das Regras, 6 a 6B
161 - Processo 950, 1981, folha 15; Rua D. Duarte, 2 a 2C e Rua João das Regras, 6 a 6B
168
8.3.2 Levantamento de Campo
Bloco A - No (s) de Obra: 11220; 5939; 11221; 20631; 1115 Moradas: A1- Praça Dom João da Câmara; A2- Rua Primeiro de Dezembro; A3- Calçada do Carmo; A4- Praça D. Pedro IV
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
A1 4 Arco
- d1
A1 5 Outro
-
A2 94 Arco
- d2
A2 80 Outro
-
A2 60-64 Outro
- -
A3 2-4 Arco
-
A4 44 Outro
- -
A4 48 Arco
d3
162 - Ficha de levantamento de campo do bloco A, nas praças do Rossio e da Figueira
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
A1 6 0 0 - 3 - 6 6 6(4+1)
A2 29 0 0 - 29 4 - 4 - 9 - 3 - 6 - 3 20(4+1) - 6(5) - 3(4+1)
A3 6 0 0 - 3 - 6 6 6(4+1)
A4 27 12 - 12 0 - 3 - 6 - 9 - 6 - 3 3 - 6 - 3 - 8 - 4 - 3 3(4+1) - 6(5) - 3(4+1) - 8(?) - 7(4+1)
163 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco A, nas praças do Rossio e da Figueira
169
Bloco B - No (s) de Obra: 5942; 1114; 18768; 6835; 5940; 4649; 20657 Moradas: B1- Calçada do Carmo; B2- Rua Primeiro de Dezembro; B3- Rua Primeiro de Dezembro; B4- Praça D. Pedro IV
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
B2 10-14 Abóbada
d4
B3 2-8 Abóbada
d5
B4 15-17 Madeira
-
-
B4 21 Abóbada
-
164 - Ficha de levantamento de campo do bloco B, nas praças do Rossio e da Figueira
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
B1 6 0 0 - 3 - 3 3 - 3 3(4+1) - 3(5+1)
B2 28 0 0 - 28 4 - 5 - 6 - 6 - 3 - 4 4(5+1) - 5(7) - 6(6) - 6(5+1) - 3(5) - 4(5)
B3 6 0 0 - 3 - 3 6 6(5)
B4 27 0 0 - 3 - 6 - 9 - 6 - 3 3 - 3 - 6 - 6 - 6 - 3 3(5) - 3(4+1) - 6(5+1) - 6(6) - 6(4+1) - 3(4+1)
165 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco B, nas praças do Rossio e da Figueira
170
Bloco C - No (s) de Obra: 14515; 30178; 12574 Moradas: C1- Rua Dom Antão de Almada; C2- Largo de São Domingos; C3- Praça D. Pedro IV; C4- Rua do Amparo
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
C1 1A Abóbada
d7
C1 5-5D Abóbada
-
C2 5 Abóbada
- -
C3 71 Abóbada
d8
C3 74, 1ºC
Abóbada
-
C3 75 Abóbada
-
C3 76-77 Abóbada
-
C3 83, 1º Abóbada
-
C3 86 Abóbada
-
C3 91 Abóbada
d9
C3 93, 1ºD
Abóbada
-
-
171
C4 2A Abóbada
d10
166 - Ficha de levantamento de campo do bloco C, nas praças do Rossio e da Figueira
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
C1 20 0 0 - 20 6 - 6 - 6 - 2 20(4+1)
C2 3+3+3 0 0 - 3 - 3 - 3 9 9(4+1)
C3 27 9 - 3 - 3 - 3 - 3 - 3 0 - 3 - 6 - 9 - 6 - 3 9 - 9 - 6 - 3 27(4+1)
C4 6 0 0 - 3 - 3 6 6(4+1) 167 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco C, nas praças do Rossio e da Figueira
Bloco D - No (s) de Obra: 14679 Moradas: D1- Praça da Figueira; D2- Rua do Amparo; D3- Praça D. Pedro IV; D4- Rua da Betesca
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
D1 1B Abóbada
d6
D3 105 Arco
- -
168 - Ficha de levantamento de campo do bloco D, nas praças do Rossio e da Figueira
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
D1 27 6 - 3 - 3 - 3 - 3 - 3 0 - 27 27 27(4+1)
D2 6 0 0 - 3 - 3 6 6(4+1)
D3 27 6 - 3 - 3 - 3 - 3 - 3 0 - 3 - 6 - 9 - 6 - 3 3 - 6 - 9 - 6 - 3 27(4+1)
D4 6 0 0 - 3 - 3 6 6(4+1) 169 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco D, nas praças do Rossio e da Figueira
172
Bloco E - No (s) de Obra: 3733; 9326; 33808; 6794; 3331 Moradas: E1- Travessa Nova de São Domingos; E2- Rua Dom Antão de Almada; E3- Praça da Figueira; E4- Rua Dom Duarte
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
E2 4B Arco
- d11
E2 5A Abóbada
d12
E2 7A Arco
d13
E2 7 Arco
- -
E2 7B Arco
- -
E2 8 Arco
d14
E3 1A Arco
- -
E3 1B Arco
-
170 - Ficha de levantamento de campo do bloco E, nas praças do Rossio e da Figueira
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
E1 35 0 0 - 35 8 - 7 - 8 - 8 - 4 8(5+1) - 7(6) - 20(5+1)
E2 5 0 0 - 5 5 5(5+1)
E3 33 4 - 7 - 7 - 7 0 - 4 - 7 - 7 - 15 4 - 7 - 7 - 7 - 8 18(5+1) - 7(6) - 8(5+1)
E4 5 0 0 - 5 5 5(5+1) 171 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco E, nas praças do Rossio e da Figueira
173
Bloco F - No (s) de Obra: 7271; 11616; 10016; 10228; 675 Moradas: F1- Rua João das Regras; F2- Praça da Figueira; F3- Rua dos Condes de Monsanto
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
F1 5A Abóbada
d16
F2 9A Abóbada
d17
F2 10 Outro
-
F2 10B Arco
d18
F2 11A Arco
d19
172 - Ficha de levantamento de campo do bloco F, nas praças do Rossio e da Figueira
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
*F1 22 0 0 - 3 6 6(5+1)
F2 25 5 - 11 0 - 3 - 6 - 7 - 6 - 3 5 - 11 - 9 16(5+1) - 9(6)
F3 10 0 0 - 5 - 5 5 - 5 5(6) - 5(5+1) 173 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco F, nas praças do Rossio e da Figueira
Bloco G - No (s) de Obra: 30120 Moradas: G1- Rua dos Condes de Monsanto; G2- Rua dos Fanqueiros
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
G1 3 Outro
- -
174 - Ficha de levantamento de campo do bloco G, nas praças do Rossio e da Figueira
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
*G1 9 4 0 - 9 4 - 5 9(4+1)
G2 26 0 0 - 17 - 4 - 5 4 - 4 - 6 - 3 - 4 - 5 4(4+1) - 4(6) - (…) 175 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco G, nas praças do Rossio e da Figueira
174
Bloco H - No (s) de Obra: 24551; 22690 Moradas: H1- Rua dos Fanqueiros; H2- Praça da Figueira; H3- Rua dos Douradores
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
H2 14A Outro
- -
176 - Ficha de levantamento de campo do bloco H, nas praças do Rossio e da Figueira
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
*H1 22 0 0 - 22 4 - 3 - 5 - 6 - 4 7(4+1) - 5(6) - (…)
H2 8 4 0 - 8 4 - 4 4(4+1) - 4(5)
H3 23 0 0 - 23 9 - 3 - 5 - 6 9(5) - (…) 177 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco H, nas praças do Rossio e da Figueira
Bloco I - No (s) de Obra: 21749; 10317 Moradas: I1- Rua dos Douradores; I2- Praça da Figueira; I3- Rua da Prata
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
I2 16 Outro
- -
178 - Ficha de levantamento de campo do bloco I, nas praças do Rossio e da Figueira
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
*I1 24 0 0 - 24 6 - 7 - 6 - 5 6(6) - (…)
I2 8 4 0 - 4 - 4 8 4(6) - 4(6)
I3 24 4 - 4 0 - 24 4 - 4 - 4 - 5 - 7 8(6) - 4(5+1) - (…) 179 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco I, nas praças do Rossio e da Figueira
Bloco J - No (s) de Obra: 9619 Moradas: J1- Rua da Prata; J2- Praça da Figueira; J3- Rua dos Correeiros
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
J3 230 Abóbada
-
180 - Ficha de levantamento de campo do bloco J, nas praças do Rossio e da Figueira
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
*J1 24 6 - 4 0 - 24 6 - 4 - 6 - 5 - 3 6(6) - 4(5) - (…)
J2 8 0 0 - 8 8 8(6)
J3 24 6 - 5 0 - 24 6 - 5 - 5 - 8 6(6) - 5(5+1) - (…) 181 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco J, nas praças do Rossio e da Figueira
175
Bloco K- No (s) de Obra: 9619 Moradas: K1- Rua dos Correeiros; K2- Rua da Betesca; K3- Rua Augusta
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
K1 235 Arco
-
182 - Ficha de levantamento de campo do bloco K, nas praças do Rossio e da Figueira
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
*K1 24 7 0 - 24 7 - 10 - 7 7(4+1) - 10(5+1) - 7(5+1)
K2 7 4 0 - 4 - 3 4 - 3 4(4+1) - 3(5)
K3 23 7 - 4 - 7 0 - 23 7 - 4 - 7 - 5 7(5) - 4(6) - 7(4+1) - (…) 183 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco K, nas praças do Rossio e da Figueira
Bloco L- No (s) de Obra: 4203; 37783 Moradas: L1- Rua Augusta; L2- Praça D. Pedro IV; L3- Rua dos Sapateiros
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
L3 220 Abóbada
d20
184 - Ficha de levantamento de campo do bloco L, nas praças do Rossio e da Figueira
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
*L1 22 6 - 4 0 - 3 - 3 - 16 6 - 4 - 3 - 9 10(4+1) - (…)
L2 6 0 0 - 3 - 3 6 3(4+1) - 3(4+1)
L3 20 4 - 4 0 - 4 - 16 4 - 4 - 12 4(5) - 4(4+1) - (…) 185 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco L, nas praças do Rossio e da Figueira
Bloco M- No (s) de Obra: 13616; 12441 Moradas: M1- Rua dos Sapateiros; M2- Praça D. Pedro IV; M3- Rua Áurea
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
M2 10-12 Outro
- -
186 - Ficha de levantamento de campo do bloco M, nas praças do Rossio e da Figueira
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
*M1 20 4 - 6 0 - 4 - 16 4 - 6 - 5 - 5 10(5+1) - (…)
M2 6 0 0 - 3 - 3 6 3(5+1) - 3(4+1)
M3 22 6 - 6 - 7 0 - 3 - 3 - 16 6 - 6 - 4 - 6 6(4+1) - (…) 187 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco M, nas praças do Rossio e da Figueira
176
Bloco N- No (s) de Obra: 5514 Moradas: N1- Rua Áurea; N2- Praça D. Pedro IV; N3- Rua do Carmo
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
N2 14 Outro
- -
188 - Ficha de levantamento de campo do bloco N, nas praças do Rossio e da Figueira
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
*N1 22 6 - 4 - 3 - 5 0 - 3 - 19 6 - 4 - 3 - 5 - 4 6(5) - 7(5+1) - (…)
N2 2 0 0 - 2 2 2(5)
N3 22 0 0 - 6 - 7 - 5 - 4 6 - 7 - 5 - 4 6(5) - 7(5+1) - (…) 189 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco N, nas praças do Rossio e da Figueira
Bloco O- No (s) de Obra: 35 Moradas: O1- Rua Dom Duarte; O2- Rua João das Regras
Morada Porta Sistema Fachada Entrada 1 2 Desenho
O1 2 Arco
d15
190 - Ficha de levantamento de campo do bloco O, nas praças do Rossio e da Figueira
Morada Vãos Corta Fogo Pilastras Cores/Texturas Pisos
O1 6 0 0 - 6 6 6(5)
O2 22 0 0 - 7 - 15 7 - 15 22(5) 191 - Ficha de levantamento de fachadas do bloco O, nas praças do Rossio e da Figueira
177
192 - “Ficha D” de desenhos à mão levantada
178
Sistema Construtivo
1762 -
1769
1770 -
1779
1780 -
1789
1790 -
1799
1800 -
1809
1810 -
1819
1820 -
1834 ?
Por unidades construídas
Abóbada 5 6 0 12 1 0 0 0
Arco 5 7 0 9 1 0 1 2
Outro ou Desconhecido
1 2 0 4 0 0 0 0
Por percentagem (derivada da leitura por unidades construídas)
Abóbada 8,9% 10,7% 0,0% 21,4% 1,8% 0,0% 0,0% 0,0%
Arco 8,9% 12,5% 0,0% 16,1% 1,8% 0,0% 1,8% 3,6%
Outro ou Desconhecido
1,8% 3,6% 0,0% 7,1% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Por área
Abóbada 1417 1322 0 3136 191 0 0 0
Arco 1204 1769 0 2250 386 0 197 1046
Outro ou Desconhecido
276 454 0 1353 0 0 0 0
Por percentagem (derivada da leitura por área)
Abóbada 9,4% 8,8% 0,0% 20,9% 1,3% 0,0% 0,0% 0,0%
Arco 8,0% 11,8% 0,0% 15,0% 2,6% 0,0% 1,3% 7,0%
Outro ou Desconhecido 1,8% 3,0% 0,0% 9,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
193 - Tabela síntese comparativa entre os sistemas construtivos obtidos em campo, nas praças do Rossio e da Figueira, e as suas datas de reconstrução (obtidas no trabalho de Ana Reis, Maria Simões e Susana Rodrigues – A Décima da Cidade)
Sistema Construtivo
1762 -
1777
1778 -
1807
1808 -
1834 ?
Por unidades construídas
Abóbada 11 13 0 0
Arco 12 10 1 2
Outro ou Desconhecido
3 4 0 0
Por percentagem (derivada da leitura por unidades construídas)
Abóbada 19,6% 23,2% 0,0% 0,0%
Arco 21,4% 17,9% 1,8% 3,6%
Outro ou Desconhecido 5,4% 7,1% 0,0% 0,0%
194 - Tabela síntese comparativa entre os sistemas construtivos obtidos em campo, nas praças do Rossio e da Figueira, e o seu enquadramento nos ritmos construtivos (presentes no trabalho de Ana Reis, Maria Simões e Susana Rodrigues – A Décima da Cidade)
179
8.4 Vários
195 - Ficha tipo para pedido de reprodução no Arquivo Municipal de Lisboa
196 - Ficha tipo 1 para levantamento de campo
180
197 - Ficha tipo 2 para levantamento de campo
181
198 - Ficha tipo para levantamento de fachadas
182
Local Área Toral Abóbada % Arco % Outro %
Cais do Sodré 12400m2 5150m2 42 5700m2 46 1550m2 12
Chiado 10400m2 3815m2 37 5185m2 50 1400m2 13
Praças do Rossio e da
Figueira 15000m2 6050m2 40 6850m2 46 2100m2 14
199 - Tabela síntese das áreas afectas a cada tipo de sistema construtivo por cada zona em estudo