O Agronegócio
e o Programa de biocombustíveis
Regina Lago
AFECG
JOURNÉES CHEVREUL
PARIS, 7-8 APRIL 2009
3. BIOCOM
ABQ - 09/04/2010
Agronegócio
O Agronegócio - rede que envolve
desde a produção e comercialização
de insumos, passando pela própria
produção agropecuária, até a
transformação, distribuição e
comercialização de produtos
agropecuários.
Agronegócio
A produção e comercialização
envolve desde a extração de matéria-
prima,
beneficiamento, distribuição e
comercialização
dos insumos para a produção
agropecuária.
A produção agropecuária envolve o
pequeno e o grande produtor,
assistência técnica, manejo do ambiente,
entre outros aspectos diretos e indiretos
que se relacionam com a geração de
bens e serviços ligados ao ambiente
rural.
Agronegócio
A transformação, distribuição e
comercialização de produtos
agropecuários envolve a indústria,
distribuidores, consumidores de bens e
serviços ligados ao ambiente rural.
Agronegócio
Envolve ainda o ambiente institucional
composto pela cultura, tradições, educação
e costumes e também o ambiente
organizacional composto pela informação,
associações, P&D, finanças e empresas.
Agronegócio
Plataformas de Agroenergia
O agronegócio e os biocombustíveis implica em três linhas:
- Desenvolvimento de Tecnologia Agronômica
- Desenvolvimento de Tecnologia Industrial; e,
- Estudos Transversais (sociais/econômicos/mercado/gestão e políticas
públicas)
Florestas
Energéticas
Resíduos e
Co-produtos
Biodiesel
Etanol
Etanol
Matérias primas para a produção de etanol
Sorgo doce MandiocaCana de
açúcar
Resíduos
agrícolas
Bagaço
Sacarinas Amiláceas Celulósicas
Áreas para
expansão
Cana de açúcar
Protected Area
Resíduos
Florestais
PROBLEMAS RELACIONADOS COM A OFERTA
DE ETANOL DE SACAROSE
Disponibilidade de matéria
prima
Ocupação dos solos Fertilidade dos solos
2007 2008 Variação
Participação na
produção mundial
de 2008
Rendimento
Agrícola em 2008
(t/ha)
1º Brasil 497.777 569.300 14,37% 34,22% 80,09
2º Índia 355.520 348.188 -2,06% 20,93% 68,88
3º China 113.732 124.918 9,84% 7,51% 73,11
4º Tailândia 64.365 73.502 14,19% 4,42% 69,71
5º Paquistão 54.742 63.920 16,77% 3,84% 51,49
6º México 52.089 51.107 -1,89% 3,07% 76,37
7º Colômbia 38.500 38.500 0,00% 2,31% 100,42
8º Austrália 36.397 33.973 -6,66% 2,04% 87,11
9º Argentina 29.950 29.950 0,00% 1,80% 84,37
10º EUA 27.751 27.603 -0,53% 1,66% 73,77
11º Filipinas 32.500 26.601 -18,15% 1,60% 66,84
12º Indonésia 25.300 26.000 2,77% 1,56% 62,56
13º Guatemala 25.437 25.437 0,00% 1,53% 88,63
14º África do Sul 20.300 20.500 0,99% 1,23% 48,24
Outros 201.161 203.974 1,40% 12,26% 68,60
Mundial 1.575.521 1.663.472 5,58% 74,50
Produção mundial de cana-de-açúcar (mil t)
Elaboração: Datagro
Etanol no Brasil – Localização das Usinas de Açúcar - 2007
CENTER/SOUTH
Produção em 2006/2007:
18 bilhões de litros
Fonte: UNICA
Fonte; MME e MAPA - 2007
Figura 1. Produção Mundial de Etanol.
Fonte: Elaboração D. L. Gazzoni, a partir de diversas fontes
Biodiesel
Produção de oleaginosas no Brasil
Soja: adequado domínio tecnológico, requisitos para incorporação
de matéria-prima ao sistema produtivo:
zoneamento agroclimatico, sistemas de produção, materiais
certificados – variedades melhoradas e adaptadas, infra-estrutura de
produção e comercialização de sementes etc.
Zoneamento (indica os melhores períodos e as regiões mais aptas
para o plantio, prevenindo perdas por eventos climáticos).
Concluídos zoneamentos de risco climático para sete oleaginosas:
algodão, amendoim, canola, dendê, girassol, mamona e soja
(Ferreira, MAPA, 2009).
Gergelim: em construção
Características de espécies oleaginosas no Brasil
Fonte: Plano Nacional de Agroenergia, 2005, MAPA
Espécies tradicionais Origem do óleo
Teor de óleo
(%)
Meses de colheita /ano
Rendimento
(t de óleo/ha)
Dendê/Palma (NO) Amêndoa 22 12 3,0 - 6,0
Babaçu nativo (NE) Amêndoa 4 - 5 12 0,1 - 0,3
Girassol (CO) Grão 38 - 48 3 0,5 - 1,9
Colza/Canola Grão 40 - 48 3 0,5 - 0,9
Mamona (NE) Grão 45 - 50 3 0,5 - 0,9
Amendoim Grão 40 - 43 3 0,6 - 0,8
Soja Grão 18 3 0,2 - 0,4
Algodão Grão 15 3 0,1 - 0,2
Sementes / Grãos
Recepção
Limpeza / Secagem
Classificação / Decorticação
Esmagamento / Aquecimento
Extração por Solvente
Filtração Degomagem
Óleo Bruto
PrensadoTorta úmida Miscela
Refino
Dessolventização
Torração
Secagem
Refrigeração
Farelos
Remoção do solvente
Por Destilação
Óleo Bruto extraído
Capacidade de Processamento de Óleos Vegetais, por UF (2008)
Fonte: Elaborada por Freitas e Nachiluk com base nos dados da Abiove (2009)
Principais oleaginosas esmagadas nas indústrias
brasileiras (2006)
Brasil:
Soja 83%
Algodão 07%
Palma 02%
Mamona 02%
Linhaça 01%
Fonte: Abiove, Agropalma e Bom Brasil (2007)
Disponibilidade de óleos vegetais e gorduras animais no Brasil (2007/08) – 1.000 toneladas
Em 2006, a produção mundial de óleos vegetais foi de 124,3 milhões de toneladas,
5% > que em 2005. Os óleos de palma e de soja atendem 60% do mercado e os
de colza e de girassol representam, respectivamente, 15% e 9% (USDA, 2007).
Paradoxo:Plantar mais soja para biocombustível resulta em mais farelo e
proteína de soja, muito utilizados na produção de rações.
Com isso, fortalece-se a cadeia produtiva do grão, equilibrando a
produção de biocombustível e a de alimentos”.
As fontes alternativas: a mamona
Na safra 2007/08, 186 mil hectares cultivados com mamona e
produção de 155 mil toneladas de baga-grão (45% de óleo), com
produtividade média de 834 kg/ha.
O biodiesel de óleo de mamona pode ser misturado ao diesel até o
B30.
"A expansão da produção de óleo de palma é uma das
principais causas de destruição de florestas úmidas no
sudeste asiático.
É um dos produtos que maior dano ambiental provoca
no planeta",
O óleo mais produzido, atualmente, é o óleo de palma
> 50milhões de toneladas
Composição média de um cacho de frutos
de palma
Peso do Cacho 23-27kg
Fruto/Cacho 60-65%
Óleo/Cacho 21-23%
Amêndoa/Cacho 5-7%
Polpa/Cacho 44-46%
Polpa/Fruto 71-76%
Amêndoa/Fruto 21-22%
Casca/Fruto 10-11%
Operações unitárias no
processamento de óleo de palma
Recepção dos cachos
Esterilização dos cachos
Debulhamento
Digestão do fruto
Prensagem da polpa
Clarificação
Secagem do óleo
Empacotamento
Cachos vazios
Caroço & FibraRecuperação do caroço
Secagem
Quebra
Separação da amêndoa
Armazenamento da amêndoa
Cascas
Frutos fervidos /esterilizados
Processo batelada
Processo “úmido”
em jato
Óleo + Água +NOs
Prensagem “seca”
direta
Óleo + NOs
Clarificaçãõ
Torta de fibras,
caroço e óleo
residual
Fibra e caroço
limpos e separados
Processo seco
Semi – Contínuo
Digestão e prensagem
Integradas
Óleo + NOs
Digestão
Prensagem
Óleo + NOs
Clarificação
NOs = Sólidos não oleosos arrastados no óleo tais como proteína coagulada, gomas, resinas etc.
Rosca
Hidráulica
Expeller
Torta de fibras, caroço e
óleo residual
Principais Matérias-Primas para a Produção de Biodiesel (dezembro/2008)
Fonte: Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP. Boletim
mensal de biodiesel. Disponível em: <http://www.anp.gov.br>. Acesso em: 2009.
A produção nacional do biocombustível quadriplicou
nos últimos três anos, passando de 400 milhões de
litros em 2007 para 1,6 bilhão em 2009. Para 2010,
estão previstos 2,4 bilhões de litros. (ANP)
Florestas energéticas
O termo, de forma geral, traduz as plantações
florestais industriais voltadas para a produção de
energia, principalmente Pinus, Eucaliptos e
Bracatingas, que substituem a madeira oriunda de
florestas nativas.
As florestas nativas são a maior fonte de energia
utilizada por cerca de 3 bilhões de pessoas no mundo
todo.
Resíduos e coprodutos
Frango: ossos, gordura, penas, esterco
Matérias-primas para etanol:
Bagaço da cana (queima energia)
Colmos de sorgo
Manipueira (mandioca)
Outros resíduos agrícolas
ETANOL LIGNOCELULÓSICO
SOLUÇÃO
ALTERNATIVA
Aproveitamento de resíduos
agroindustriais e florestais
Papel e Celulose Indústria
Sucroalcooleira
Cereais (milho, trigo,
arroz, cevada, etc.)
Florestas
Energéticas
Resíduos e coprodutos
Oleaginosas e proteoleaginosas:
Cascas, palhas, sabugo (milho)
Tortas e farelos
Óleo de palma: cachos vazios, casca, caroço e fibras;
Efluente
Biodiesel: glicerol
Resíduos florestais: celulósicos e lignocelulósicosEnzimas Cellic, da Novozymes
65milhões
No Brasil, 65 milhões de ha são plantados para alimentos
(área de produção de grãos) e registra anualmente, 141
milhões de toneladas.
O agronegócio brasileiro tem sido o ÚNICO setor
superavitário da economia brasileira, há anos.
Responsável pelos US$ 240 bilhões de reservas.
A agropecuária responde por 1/3 dos empregos do país e
pelo superavit de US$ 23 bilhões da balança comercial.