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MEDICAMENTOS A PARTIR DE
PLANTAS MEDICINAIS NO BRASIL
Equipe Principal:
Sérgio H. Ferreira (Supervisor)
Lauro E. S. Barata (Coordenador)
Sérgio L. M. Salles Fº
Sérgio R. R. de Queiroz
Auxiliares:
Rosana Corazza (auxiliar de pesquisa)
Reus Coutinho Farias (consultor)
Projeto financiado pela Academia Brasileira de Ciências e
Ministério da Ciência e Tecnolgia-MCT (1997)
Livro Publicado pela Academia Brasileira de Ciências
1998
OBS: A edição deste livro está esgotada. Uma nova edição está sendo preparada. Cópias cuja
comercialização é proibida, podem ser feitas á partir deste arquivo. É vedado o uso do todo ou de
parte desta obra, sem a expressa licença do seu Coordenador ([email protected]). Pede-se
citar a fonte.
MEDICAMENTOS A PARTIR DE PLANTAS MEDICINAIS NO BRASIL
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 1
2. A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA E DE FITOTERÁPICOS 4
2.1 As mudanças recentes na indústria farmacêutica mundial 4
2.2 A indústria de fitoterápicos: quadro internacional 6
2.3 A produção brasileira de medicamentos a partir de plantas medicinais 12
3. A PESQUISA DE MEDICAMENTOS A PARTIR DE PLANTAS 22
3.1 O processo de desenvolvimento de novos medicamentos 22
3.2 A pesquisa científica em plantas medicinais no Brasil 28
3.3 Avaliação dos estudos experimentais com plantas medicinais 32
4. A AÇÃO GOVERNAMENTAL PARA O DESENVOLVIMENTO DE FITOFÁRMACOS 51
5. ESTRATÉGIAS PARA DESENVOLVER A PRODUÇÃO DE MEDICAMENTOS A PARTIR DE PLANTAS MEDICINAIS 65
5.1 Quem são os atores e como eles interagem 65
5.2 Vantagens e obstáculos para o desenvolvimento da área de produtos naturais 67
5.3 Proposta para uma estratégia para desenvolver a produção de medicamentos a partir de plantas medicinais 70
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MEDICAMENTOS A PARTIR DE PLANTAS MEDICINAIS NO BRASIL
1. INTRODUÇÃO
A nossa proposta inicial era de realizar uma análise ampla dos problemas associados ao
desenvolvimento de medicamentos no Brasil com o intuito de promover o incentivo desta área.
Esta proposta se impunha pelo fato do Brasil, apesar da enorme diferença de poder aquisitivo de
suas camadas sociais, encontrar-se, já há alguns anos, entre os dez maiores consumidores de
medicamentos do mundo.
Neste estudo, todavia, restringimos nosso enfoque para o desenvolvimento de medicamentos a
partir de plantas medicinais. Em parte, porque em análise anteriormente realizada sobre a
competitividade da indústria de fármacos brasileira (Coutinho e Ferraz, 1994), ficou demonstrado
que o Brasil teria enormes dificuldades de atuar na área de medicamentos sintéticos. Além disso, a
recente implantação da lei de patentes enfraqueceu substancialmente as perspectivas da indústria
química brasileira.
Grande parte dos medicamentos que estão no mercado originam-se de produtos naturais, em
especial, de plantas. Entre as vinte drogas mais vendidas nos EUA em 1988, apenas sete não
derivavam diretamente de produtos naturais. Ainda assim, estes participaram em algum momento
da história farmacológica dessas drogas. Naturalmente, o Brasil, com a sua enorme biodiversidade,
pode contribuir para o desenvolvimento de novos medicamentos produzidos a partir de plantas. O
grande problema consiste em saber que parcela desse esforço de desenvolvimento caberá aos
cientistas e às empresas brasileiras.
A nação já fez um considerável investimento na formação de investigadores e montagem de
laboratórios. Houve um estímulo continuado no estudo de propriedades farmacológicas, na sua
maioria, tentando comprovar a validade do uso popular de plantas medicinais. A idéia que presidia
estes estudos era de utilizar os produtos naturais como substituição barata à terapia convencional.
Embora várias plantas estejam sendo utilizadas com fins terapêuticos (e mesmo comercializadas) a
grande maioria não possui dados científicos que comprovem a sua eficácia e seu espectro
toxicológico no homem, assim como garantia de qualidade do produto ou de sua produção. Apesar
de três ou quatro décadas de estudos, pode-se dizer que até esta data não houve um processo
coordenado de todos os atores do processo (indústria, farmacólogos, fitoquímicos, químicos de
síntese, toxicólogos, investigadores clínicos, etc) visando o desenvolvimento de drogas a partir de
plantas. Permanece a questão: até quando um país com a rica biodiversidade como a do Brasil
continuará deixando de explorar este potencial para descoberta de novos medicamentos?
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Estas considerações fizeram com que enfocássemos neste trabalho os aspectos da P&D, produção e
ações governamentais relacionadas ao desenvolvimento de medicamentos a partir de plantas
medicinais. Espera-se que este estudo possa fornecer a pesquisadores, empresas e policy-makers,
entre outros, dados para tomar decisões de investimento em termos de prazos, recursos, projetos e
esforços nessa área.
Neste relatório foi levantado um conjunto amplo de dados quantitativos através de pesquisa
bibliográfica e consulta a bases de dados informatizadas. Essas informações foram organizadas em
um banco de dados bibliográficos, com acesso por assunto ou por autor, cuja estrutura é apresentada
no Anexo 1.
Também fez parte da metodologia utilizada no trabalho a aplicação de questionários (vide Anexo 2)
dirigidos a empresas, cientistas e órgãos do governo. O objetivo básico destes questionários era
obter dados qualitativos a respeito do quadro nacional na produção, na pesquisa e no apoio do
governo a atividades na área de plantas medicinais. Esse mesmo objetivo foi também buscado
através de entrevistas com empresários, cientistas e agentes governamentais, visando reforçar
alguns pontos deste relatório que poderiam vir a ser polemizados.
Uma grande dificuldade que pode ser percebida durante a pesquisa foi a falta de dados estatísticos
da área de negócios, bem como problemas para extrair informações de fontes oficiais. As empresas,
além de não disporem dos dados, têm uma grande dificuldade de produzi-los quando instadas a
fazê-lo.
Com relação à estrutura do trabalho, no capítulo 2 discute-se a indústria de fitoterápicos dentro de
seu contexto, a indústria farmacêutica. Primeiramente, são apresentadas algumas das principais
transformações mundiais por que vem passando esta última. Em seguida, analisa-se o quadro
internacional da indústria de fitoterápicos. Por fim, a análise se volta para o caso brasileiro.
O capítulo 3, também dividido em três seções, analisa a pesquisa de medicamentos a partir de
plantas. Na primeira seção, destaca-se o processo de desenvolvimento de novos medicamentos, de
modo geral. A segunda trata da pesquisa científica em plantas medicinais no Brasil. Finalmente, é
feita uma avaliação de estudos experimentais com plantas medicinais produzidos nas universidades
brasileiras.
O capítulo 4 discute as principais ações governamentais para o desenvolvimento de fitofármacos.
O capítulo final pretende esboçar uma estratégia para desenvolver a produção de medicamentos a
partir de plantas medicinais no Brasil.
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Definições utilizadas neste trabalho:
Plantas medicinais
São plantas que têm atividade biológica, possuindo um ou mais princípios ativos, úteis à saúde
humana. Muitas delas são hoje usadas em cosméticos e neste caso se denominam cosmecêuticos (do
inglês, cosmetics + pharmaceuticals).
Fitoterápicos ou Fitomedicamentos
A expressão fitoterapia é atribuída a medicamentos originados exclusivamente de material botânico
integral ou seus extratos usados com o propósito de tratamento médico1.
Fitoterápicos são classificados como medicamentos e como suplemento alimentar. Podem ser:
1) Plantas Medicinais - no Brasil são consideradas como produtos não-éticos e tratados em muitos
casos como suplemento alimentar. Podem ser adquiridas em Farmácias de Manipulação,
Supermercados ou Feiras Livres; são regulamentadas pelo DINAL (Ministério da Saúde); o
controle de qualidade é precário ou não existente; não há necessidade de registro no MS ou
qualquer outro órgão controlador para o comércio e venda de plantas medicinais, a granel ou
embalados como chás em saquinhos. Esta situação deve mudar em janeiro de 2000 com a
entrada em vigor da Portaria nº 6, de 31 de janeiro de 1995, da Secretaria de Vigilância Sanitária
do MS.
2) Extratos de Plantas - são muitas vezes produzidos por empresas não cadastradas. Produtos
técnicos produzidos por empresas respeitadas (ex. Sanofi, Sanrisil) são adquiridas por outras
empresas que frequentemente adulteram o produto final ao consumidor.
Fitofármaco
É a substância medicamentosa isolada de extratos de plantas, como a rutina e a pilocarpina, alguns
dos raros fitofármacos produzidos no Brasil.
1 Diferentes outras expressões aparecem em jornais e revistas estrangeiros para designar os medicamentos originados de
plantas medicinais: herbal drugs, medicinals & botanicals, etc.
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2. INDÚSTRIA FARMACÊUTICA E DE FITOTERÁPICOS
2.1 As mudanças recentes na indústria farmacêutica mundial
A indústria farmacêutica caracteriza-se pela alta tecnologia e rápido crescimento. Nos anos recentes
ela tem sofrido intensa pressão por parte dos governos dos países industrializados, preocupados com
os custos de seus sistemas de saúde. Em particular, os EUA, cujos gastos com atendimento à saúde
chegaram a 14% do PNB em 1994 - 40% a mais que Canadá, Japão ou UE -, vêm forçando uma
redução dos preços dos medicamentos. Estes não são, certamente, os únicos responsáveis pelos
elevados gastos em saúde, mas podem dar sua contribuição para reduzir os custos na área.
Desse modo, as margens de lucro da indústria farmacêutica - usualmente bastante elevadas - vêm
sendo comprimidas. A isto soma-se ainda o aumento dos custos de inovação. O custo médio da
P&D de um novo medicamento passou de US$ 1,5-2,0 milhões no período 1956-62 para US$ 20-22
milhões entre 1966 e 1972 (dólar de 1973), segundo Rigoni (1985). Em 1985 o autor estimava esse
custo em torno de US$ 100 milhões, valor que no início da década de 90 teria mais do que
dobrado2. As despesas em P&D como percentagem do faturamento passaram de algo como 10%
nos anos 60 e 70 para um valor acima de 15% nos anos 80. Como se pode ver no Quadro 2.1, a
média do gasto em P&D nos principais países atingia quase 16% em 1991, com números
significativamente maiores em alguns casos (Reino Unido, Suíça e Suécia).
Quadro 2.1 - Gasto em P&D farmacêutica no mundo em 1991 País Gasto em P&D
(US$ milhões) % das vendas (1)
EUA 9.056 18,39 Japão 4.665 12,11 Alemanha 3.126 16,13 Reino Unido 2.845 28,17 França 2.529 14,82 Suíça 1.644 28,77 Itália 1.545 10,36 Suécia 617 23,23 Países baixos 285 8,60 Bélgica 272 8,32 Dinamarca 262 15,52 Espanha 167 2,80 Total 27.013 15,72
(1) vendas domésticas mais exportação Fonte: Scrip’s Yearbook, 1993.
2 Segundo outras fontes, o valor poderia chegar a US$ 300 milhões por medicamento.
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O Quadro 2.2 mostra o gasto em P&D por empresa, confirmando os dados apresentados acima.
Quadro 2.2 - As 11 maiores companhias farmacêuticas em gasto em P&D, em 1991-92(1) Companhia País Vendas Farmacêuticas
(US$ milhões) Gasto em P&D (US$ milhões)
P&D como % de vendas
Merck (2) EUA 7225,1 1100,0 15,2 Glaxo Reino Unido 7247,0 1052,7 14,5 Roche Suíça 4119,9 953,3 23,1 Bristol-Myers Squibb EUA 5908,0 845,0 14,3 Hoechst (3) Alemanha 6263,9 785,8 12,5 Bayer (4) Alemanha 5306,4 688,8 13,0 Ciba-Geigy (5) Suíça 4052,3 677,8 16,7 Sandoz Suíça 4440,7 675,0 15,2 Smithkline Beecham EUA /Reino Unido 4370,1 654,6 15,0 Johnson & Johnson EUA 3795,0 569,0 15,0 Boehringer Ingelheim Alemanha 2534,5 462,8 18,3 (1) Números para ano terminado em dez/91, exceto Glaxo (jun/92) e Johnson&Johnson (jan/92) (2) estimativa (3) inclui cosméticos (4) inclui diagnósticos (5) somente produtos éticos Fonte: Scrip’s Yearbook, 1993.
O efeito combinado dos gastos crescentes com P&D e aperto nas margens de lucro vêm
estimulando uma onda de fusões e incorporações na indústria farmacêutica, iniciada na década de
80 e que prossegue até hoje. O Quadro 2.3 mostra as 15 maiores empresas do setor em 1991.
Aparecem nesta lista a terceira (Bristol-Myers Squibb), sétima (SmithKline Beecham) e décima-
segunda (Rhône-Poulenc Rorer) como resultado de fusões. Desde então a Glaxo comprou a
Welcome, a Ciba-Geigy (quinta da lista) fundiu-se com a Sandoz (sexta) e a Roche comprou a
Sintex, para ficar nos maiores negócios apenas.
Quadro 2.3 - As 15 maiores companhias farmacêuticas em vendas no mundo, 1991-92 (1) Companhia Vendas Farmacêuticas (US$ milhões) % do total de vendas 1 Glaxo (UK) 7.247 100,0 2 Merck (US) 7.225 84,0 3 Bristol-Myers Squibb (US) 5.908 52,9 4 Hoechst (Ger) 5.429 19,1 5 Ciba-Geigy (Sw) 4.612 31,4 6 Sandoz (Sw) 4.441 47,4 7 SmithKline Beecham (UK/US) 4.370 52,7 8 Bayer (Ger) 4.309 16,9 9 Roche (Sw) 4.120 51,6 10 Eli Lilly (US) 4.031 70,4 11 American Home (US) 4.018 56,8 12 Rhône-Poulenc Rorer (Fra/US) 3.824 100,0 13 Johnson & Johnson (US) 3.795 30,5 14 Pfizer (US) 3.771 54,3 15 Abbott (US) 3.512 51,1
(1) Números para ano terminado em dez/91, exceto Glaxo (jun/92) e Johnson&Johnson (jan/92) Fonte: Scrip’s Yearbook, 1993.
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Pode-se afirmar, portanto, que a indústria farmacêutica internacional passa por transformações
importantes. As fusões e incorporações estão criando empresas gigantescas, com enorme
capacidade de investimento em P&D, tornando ainda mais difícil a participação nesse mercado de
países como o Brasil. Conforme apontado em Queiroz (1993), a competitividade da indústria
químico-farmacêutica brasileira é praticamente nula no caso dos produtos patenteados. O aumento
de escala da P&D deixa ainda mais remota a possibilidade de reverter esse quadro em um horizonte
de tempo previsível.
Além disto, as empresas buscam também novas oportunidades de diversificação e, como veremos
adiante, o segmento de fitoterápicos tem se mostrado atraente.
2.2 A indústria de fitoterápicos: quadro internacional
Mercado mundial de fitoterápicos: dimensões
As estimativas de mercado para produtos farmacêuticos derivados de plantas variam
consideravelmente em função das distintas definições adotadas em cada análise. Tomando-se, por
exemplo, o trabalho de Jörg Grünwald (1995), baseado em dados do IMS e do Herbal Medical
Database, o mercado mundial de fitoterápicos (herbal remedies) está avaliado em US$ 12,4 bilhões,
divididos segundo o Quadro 2.4. Isto representaria aproximadamente 5% do mercado mundial de
produtos farmacêuticos.
Quadro 2.4 - Mercado mundial de fitoterápicos Região US$ milhões União européia 6.000 Resto da Europa 500 Ásia 2.300 Japão 2.100 EUA 1.500 Total 12.400 Fonte: IMS 1994 e The Herbal Medical Database 1993, apud Jörg Grünwald (1995)
Segundo outras estimativas, este mercado poderia ser bem maior. O Departamento de Comércio
americano apresenta, apenas para os EUA, os seguintes dados de vendas de medicinals/botanicals:
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Quadro 2.5 - Mercado americano de produtos farmacêuticos e de fitoterápicos Item 1987 1988 1989 1990 1991 1992(2) 1993(3) Vendas (1) 35.283 39.532 43.796 47.832 51.880 55.607 58.428 Medicinals & botanicals 4.224 4.948 5.393 5.789 6.647 6.898 7.116
(1) Valor de produtos classificados na indústria farmacêutica produzidos por todas as indústrias. (2) Estimativa, exceto exportações e importações. (3) Estimativa Fonte: Bureau of the Census - U.S. Department of Commerce
Estes dados indicam valores quase cinco vezes maiores para o mercado dos EUA em relação aos
dados do Quadro 2.4. Pode estar havendo diferenças nas definições empregadas pelo Departamento
de Comércio dos EUA (medicinals/botanicals) e por Jörg Grünwald (herbal remedies). Mas a
discrepância entre os dados também pode decorrer do fato de que este último autor utiliza dados de
venda no varejo (Retail Sales Price - RSP), que deixam de incluir vendas efetivadas através de
outros canais ou vendas dirigidas a outros segmentos da indústria , inclusive exportações. De todo
modo, não se pode ignorar as dificuldades na delimitação do mercado de fitoterápicos.
As diferenças entre países são também pronunciadas. A Alemanha é, de longe, o maior mercado
mundial de herbal drugs, com vendas de US$ 3 bilhões, isto é, metade do mercado da UE
apresentado no Quadro 2.4, e um consumo anual por habitante de US$ 39. A França, com US$ 1,6
bilhões e 26,5% do mercado da UE, vem em segundo.
Em termos do peso desse segmento no conjunto da indústria farmacêutica as variações também são
grandes. Na Alemanha, os fitoterápicos representavam aproximadamente 25% do mercado
farmacêutico total em 1990. Naquele país, 27% dos medicamentos que não exigiam receita médica
(OTC) em 1993 eram produtos de plantas, cabendo aí a divisão entre os que eram receitados e
reembolsados pelo sistema de seguridade de saúde (12%) e desse modo modo poderiam ser
classificados como “semi-éticos”, e os que eram OTC “puros” (15%).
Crescimento do mercado de fitoterápicos
In 1993, as vendas de medicinals/botanicals nos EUA aumentaram mais de 7%, atingindo US$ 7
bilhões (aumento de 1,8% em dólares constantes). Como aponta o Departamento de Comércio dos
EUA (1994), “o mercado americano de herbal products é relativamente novo, tendo iniciado seu
crescimento nos anos 60. Desde essa época, a indústria deixou uma posição marginal para se
integrar ao mainstream do mercado biomédico. Com o crescente interesse do consumidor em
produtos naturais, as companhias estão ampliando a adição de ingredientes botânicos em seus
produtos...à medida que a indústria (farmacêutica) continua a procurar meios de conter preços, a
participação de mercado dos medicamentos de plantas deverá crescer”.
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Esta é também a posição de Jörg Grünwald acerca do potencial dos fitoterápicos. Na Europa o
mercado destes produtos está crescendo a uma taxa mais elevada do que a do mercado farmacêutico
como um todo, como mostra o Quadro 2.6.
Quadro 2.6 - Crescimento do mercado de fitoterápicos em países selecionados em 1993
País % Espanha 35 Alemanha 15 Itália 11 Reino Unido 10 Fonte: Nicolas Hall Company (1994)
O Quadro 2.7 mostra que esse crescimento, além de expressivo, é bastante generalizado:
Quadro 2.7 - Taxas de crescimento anual por região (%) Região Crescimento
1985-1991 Crescimento 1991-1992
Projeção 1993-1998
EUA 10 12 12 União Européia 10 5 8 Resto da Europa 12 8 12 Japão 18 15 15 Sudeste da Ásia 15 12 12 India e Paquistão 12 15 15 Fonte: The Herbal Medical Database 1993, apud Jörg Grünwald (1995)
Um fator importante para explicar esse dinamismo é o aparecimento da “onda verde”. Desde o final
dos anos 60, com o movimento hippie, grupos diferenciados da sociedade começaram a buscar
modos de vida mais em harmonia com a natureza e processos e produtos mais naturais. Nos anos
80, o mercado de consumo na Europa e EUA absorve esta tendência que leva a sociedade a exigir
alimentos sem contaminação de pesticidas e outras substâncias tóxicas. Este movimento da
sociedade conhecido como “onda verde” (green wave) está ampliando significativamente o
interesse em produtos terapêuticos derivados de plantas como uma alternativa “natural” aos
medicamentos sintéticos com sua costumeira lista de efeitos colaterais. Os consumidores típicos
dessa medicina complementar, a maior parte deles com níveis educacionais e de renda acima da
média (Jörg Grünwald, 1995), crêem que ela pode aumentar a resistência a doenças. Esta “onda”
tem levado empresas de distribuição de plantas medicinais na Europa a buscar em toda parte
“produtos novos” para atender o mercado em expansão, inclusive para aplicação em cosméticos.
10
Características do mercado
A Europa é bastante representativa do mercado global de fitoterápicos, respondendo por
aproximadamente metade das vendas registradas no mundo3. Naquela região, os medicamentos
originados de plantas distribuem-se pelas principais categorias terapêuticas conforme o Gráfico 2.1.
Gráfico 2.1 - Categorias terapêuticas de fitomedicamentos na Europa
Cardiovascular28%
Digestivo15%
Respiratório15%
Uso tópico7%
Hipnótico/sedativo9%
Tônicos14%
Outros12%
Fonte: Jörg Grünwald (1995)
O mercado é, portanto, razoavelmente bem distribuído entre as classes terapêuticas, analogamente
ao mercado farmacêutico em geral (o que não significa que as distribuições entre ambos sejam as
mesmas). A predominância dos produtos com efeito cardiovascular também é coerente com o
quadro nosológico do mundo desenvolvido, onde as doenças crônico-degenerativas ganham
importância com o progressivo envelhecimento da população.
Um fato muito importante com relação ao mercado de fitoterápicos é a entrada de novos
participantes, notadamente grandes empresas farmacêuticas. Isto está associado ao ponto levantado
acima acerca da aproximação ao mainstream. Na Europa o recurso à medicina complementar está
em franco progresso, sendo que os fitomedicamentos bem documentados cientificamente são cada
vez mais aceitos e apreciados por pacientes e médicos. Na Alemanha, em particular, mais de 80%
dos médicos utilizam regularmente medicamentos a base de plantas. O Tebonin (extrato de Ginkgo
biloba), da Dr. Schwabe’s, principal produtora alemã de fitoterápicos, é o produto farmacêutico
mais vendido naquele país.
3 Vale observar que boa parte do comércio de fitoterápicos nos países periféricos não é formalizado. Considerando
ainda que esses países devem consumir proporcionalmente mais fitoterápicos que os países desenvolvidos, pode-se
concluir que o valor das vendas registradas no mundo está subestimado.
11
Nos EUA, apesar de o próprio Departamento de Comércio ter observado que desde os anos 60 a
indústria de herbal products vem deixando sua posição marginal, a situação ainda difere bastante. A
medicina complementar e a medicina convencional continuam pertencendo a mundos distintos.
Mas, como aponta Jörg Grünwald (1995), essa situação deve mudar rapidamente à medida que as
autoridades de saúde daquele país vão se apercebendo da crescente demanda da população por
alternativas seguras de tratamento médico. As diferenças que ainda permanecem podem ser
ilustradas pela Figura 2.1.
Figura 2.1 - Medicinas convencional e complementar nos EUA e Europa
EUA
Medicina convencional Fito Medicina
medicamentos complementar
Europa
Medicina convencional Fito Medicina
medicamentos complementar
Fonte: Jörg Grünwald (1995)
Como sugere o esquema acima para o caso europeu, “fitomedicamentos podem ser vistos como
fechando a brecha entre a medicina complementar de base tradicional e a medicina convencional
altamente científica” (Jörg Grünwald, 1995). Como mostra a Figura 2.1 esta ligação é melhor
estabelecida no sistema de saúde europeu. Na Alemanha, por exemplo, 80% dos médicos
prescrevem regularmente preparações fitoterápicas. Na Europa a fitoterapia vem crescendo
significativamente, como mostrado no Quadro 2.7, revelando uma aceitação cada vez maior não só
dos pacientes mas também dos médicos. Já nos EUA a situação da medicina convencional e da
fitoterápica é de flagrante separação, sendo esta última compreendida como uma medicina à parte,
12
apenas complementar. Esta situação de confronto tem raízes históricas e na desinformação por parte
dos médicos americanos.
Mudanças na estrutura da indústria de fitoterápicos
A aproximação entre as duas práticas médicas acima mencionada é uma das razões principais para o
movimento que se observa desde a década passada das grandes multinacionais farmacêuticas
adquirindo empresas produtoras de fitoterápicos. O Quadro 2.8 mostra as recentes incorporações
destas últimas por companhias do setor farmacêutico.
Quadro 2.8 - Aquisições recentes de empresas de fitoterápicos por multinacionais farmacêuticas
Multinacional farmacêutica Empresa produtora de fitoterápicos American Home Products Dr. Much (Alemanha) Boehringer Ingelheim Pharmaton (Suíça)
Quest (Canadá) Boots Kanoldt (Alemanha) Bausch and Lomb Dr. Mann (Alemanha) Ciba-Geigy Valverde (Suíça) Degussa Asta Medica (Alemanha) Ferrosan Healthcrafts (Reino Unido)
Nature’s Best (Reino Unido) Fujisawa Klinge Pharma (Alemanha) Hoechst Iberica S.A. Laboratórios Veterin S. A. Johnson & Johnson/Merck Woelm Pharma (Alemanha) Merck & Co. Britcair Ltd. (Reino Unido) Pfizer Mack (Alemanha) Rhône-Poulenc Rorer Nattermann (Alemanha) Sandoz Dietisa S. A. (Espanha) Sanofi Plantorgan (Alemanha) Searle Heumann (Alemanha) SmithKline Beecham Fink (Alemanha) Solvay Kali Chemie (C) Fontes: Jörg Grünwald (1995) e McAlpine, Thorpe & Warrier (1992)
Um grande número de multinacionais farmacêuticas já vendia medicamentos de plantas, como se
pode ver no Quadro 2.9:
Quadro 2.9 - Vendas de fitoterápicos de empresas farmacêuticas selecionadas
Empresa farmacêutica Vendas de fitoterápicos em 1990 (US$ milhões)
Rhône-Poulenc Rorer 52 Johnson & Johnson 25-30 Fujisawa 22 Fisons 22 Sanofi/Sterling 21 Sandoz 9 Fonte: Scrip, nº 1756, set/92
13
A novidade está no maior envolvimento dessas empresas com a indústria de fitomedicamentos,
expandindo a atuação nessa direção e/ou adquirindo empresas já existentes.
Não menos importante é o efeito dessa entrada das multinacionais farmacêuticas em termos de
revolucionar as técnicas de marketing e distribuição do setor de medicamentos de plantas. Muitas
empresas desse segmento adquiriram sofisticada capacitação tecnológica mas não dispõem de
capital para comercializar seus produtos em nível mundial. Surge então uma oportunidade
vislumbrada pelas companhias farmacêuticas que compram essas empresas, rebatizam seus
produtos e fazem seu marketing e comercialização através da enorme rede de que já dispõem.
O resultado esperado é, portanto, uma maior profissionalização da área de produtos naturais,
reforçada pela abordagem crescentemente científica que vem recebendo. Diversos desses produtos
começam a ser licenciados para venda no mercado ético, que exige prescrição médica, a partir de
estudos científicos. Por exemplo, o “Efamol” (óleo de Evening Primrose), para tratamento de
eczema, a partir de pesquisas da equipe de Sir James Black (Prêmio Nobel por suas pesquisas com
beta-bloqueadores na ICI). É também o caso do “Kwai Garlic”, para manutenção da circulação das
artérias coronárias, cuja validade foi sustentada por mais de vinte testes clínicos na Europa.
Em suma, a indústria internacional de fitoterápicos está passando por um processo de transformação
importante. Além da expansão do mercado de seus produtos, está havendo uma aproximação das
práticas das empresas farmacêuticas tanto no que diz respeito a atividades técnicas e científicas
como nas de produção e marketing. Aliás, em diversos casos essa aproximação tem sido causada
simplesmente pela absorção de empresas tradicionais de fitoterápicos por grandes multinacionais do
setor farmacêutico.
A principal lição que parece ficar desse processo é a de que a fase do “amadorismo” na área dos
produtos naturais está sendo deixada para trás rapidamente. É bastante provável que as empresas
que não promoverem mudanças no sentido apontado enfrentem dificuldades de sobreviver no futuro
ou, na melhor das hipóteses, deixem de usufruir do dinamismo que deverá continuar caracterizando
o mercado de fitomedicamentos pelos próximos anos.
2.3 A produção brasileira de medicamentos a partir de plantas medicinais
Cabe agora mostrar o quadro nacional na área de fitoterápicos e fitofármacos. Inicialmente, vamos
apresentar alguns dados básicos a respeito de faturamento, comércio exterior, principais produtos e
produtores. Ao final, buscaremos avaliar como esse quadro pode ser impactado pelas mudanças
internacionais discutidas acima.
14
Em 1994 as vendas de medicamentos em farmácia somaram US$ 3.831 milhões, dos quais US$ 212
milhões, em torno de 5,5% daquele valor, correspondiam a produtos contendo exclusivamente
princípios ativos de origem vegetal (ver Anexo 3). Tomando como base esse percentual e
considerando um mercado global de produtos farmacêuticos de US$ 6.410 milhões naquele ano4,
chega-se a US$ 355 milhões como estimativa do mercado de medicamentos produzidos a partir de
plantas no Brasil. Se incluirmos ainda os medicamentos com princípios ativos de origem vegetal
associados a princípios ativos de outra natureza podemos concluir que o mercado é ainda maior do
que esta estimativa5.
Como mostra o Quadro 2.10, os 25 principais medicamentos contendo apenas princípios ativos de
origem vegetal venderam em farmácias US$ 145 milhões (representando 68% do total de vendas
desse tipo de produto).
4 A diferença de US$ 2.579 milhões entre o mercado global de US$ 6.410 e os US$ 3.831 milhões vendidos em
farmácia corresponde a consumo em hospitais e postos de saúde, distribuição governamental, etc.
5 As vendas de medicamentos associados somadas às vendas dos não-associados chega a 15,6% do total, o que
representaria vendas globais de US$ 999 milhões. Mas esse número significaria uma estimativa exagerada do mercado
de produtos obtidos a partir de plantas já que nos medicamentos associados estes podem ter uma participação marginal.
15
Quadro 2.10 - Medicamentos com princípios ativos de origem vegetal vendidos em farmácias
PRODUTO LABORATORIO US$ mil (*) VICK VAPORUB LEP.M BIOLAB/SEARLE 14.742 HYDERGINE SANDOZ 14.374 FLORATIL MERCK S.A. 11.560 DIGOXINA WELLCOME ZENECA 10.459 TEBONIN BYK QUIMICA E FARM 8.399 VENOCUR TRIPLEX KNOLL 8.391 TAMARINE BARRENNE 7.379 TANAKAN KNOLL 6.136 TRANSPULMIN ASTA MEDICA 5.766 VALDA CANONNE 5.687 EPAREMA BYK QUIMICA E FARM 5.662 NATURETTI MERRELL/LEPETIT 5.050 PASSIFLORINE MILLET-ROUX 5.043 GIAMEBIL HEBRON 3.823 METAMUCIL BIOLAB/SEARLE 3.544 NICOTINELL TTS BIOGALENICA 3.424 TANAKAN F KNOLL 3.334 CHOPHYTOL MILLET-ROUX 3.314 BUSCOPAN BOEHRINGER ANGELI 3.195 LEGALON BYK QUIMICA E FARM 3.110 POLYTAR STIEFEL 2.753 PASALIX MARJAN 2.421 AGIOLAX BYK QUIMICA E FARM 2.409 PROSTEM PLUS BALDACCI 2.396 HYDROCARE ALLERGAN-LOK 2.336 Total 144.707
(*) Vendas em farmácia de medicamento contendo um ou mais princípios ativos de origem vegetal exclusivamente Fonte: IMS, 1994.
Com respeito ao comércio exterior, como se pode observar no Quadro 2.11, as exportações
brasileiras de produtos naturais em 1995 e 1996 foram de US$ 47,8 milhões e US$ 53,9 milhões,
respectivamente.
Essas vendas ao exterior estão fortemente concentradas em apenas dois fitofármacos - pilocarpina e
rutina -, que respondiam por 57% do total em 1995 e 48% em 1996 (vide Anexo 4). Se
considerarmos que o Grupo Merck é o grande exportador de rutina e pilocarpina, podemos inferir
que a concentração também é alta em termos do número de exportadores (um único grupo industrial
responde por grande parcela do total exportado de produtos naturais).
16
Quadro 2.11 - Exportações de produtos de origem vegetal aplicados a medicamentos CAPÍTULO NBM 1995
US$FOB 1996
US$FOB CAP. 12 – SEMENTES E FRUTOS OLEAGINOSOS; GRÃOS SEMENTES E FRUTOS DIVERSOS; PLANTAS INDUSTRIAIS OU MEDICINAIS; PALHAS E FORRAGENS
5.757.699 5.855.260
CAP. 13 - GOMAS RESINAS E OUTROS SUCOS E EXTRATOS VEGETAIS 3.647.512 7.490.165 CAP. 29 - PRODUTOS QUÍMICOS ORGÂNICOS 30.789.912 34.082.718 CAP. 30 - PRODUTOS FARMACÊUTICOS 7.205.023 6.331.910 CAP. 35 - MATÉRIAS ALBUMINÓIDES, PRODUTOS À BASE DE AMIDOS OU DE FÉCULAS MODIFICADAS; COLAS; ENZIMAS
433.963 104.395
Total 47.834.109 53.864.448 Fonte: Secex
Como mostra o Quadro 2.12, as importações brasileiras de produtos naturais foram de US$ 193,3
milhões em 1995 e US$ 178,0 milhões em jan-out/1996.
Essas importações estão melhor distribuídas por diversos produtos. O único item que ultrapassa
10% do total nos dois anos é o Acetato de ciproterona (vide Anexo 4).
Quadro 2.12 - Importações de produtos de origem vegetal aplicados a medicamentos CAPÍTULO NBM 1995
US$FOB 1996 (Jan-Out)
US$FOB CAP. 12 - SEMENTES E FRUTOS OLEAGINOSOS; GRÃOS SEMENTES E FRUTOS DIVERSOS; PLANTAS INDUSTRIAIS OU MEDICINAIS; PALHAS E FORRAGENS
4.401.979 3.827.216
CAP. 13 - GOMAS RESINAS E OUTROS SUCOS E EXTRATOS VEGETAIS 19.461.961 18.122.378 CAP. 29 - PRODUTOS QUÍMICOS ORGÂNICOS 160.700.015 147.398.934 CAP. 30 - PRODUTOS FARMACÊUTICOS 7.671.632 8.434.958 CAP. 35 - MATÉRIAS ALBUMINÓIDES, PRODUTOS À BASE DE AMIDOS OU DE FÉCULAS MODIFICADAS; COLAS; ENZIMAS
1.040.674 242.935
Total 193.276.261 178.026.421 Fonte: Secex
Chama a atenção a disparidade entre os níveis de exportação e importação registrados nos Quadros
2.11 e 2.12. O Quadro 2.13, com o balanço comercial, mostra o déficit existente em quatro dos
cinco capítulos da NBM selecionados, com destaque para o capítulo 29 (Produtos Químicos
Orgânicos).
17
Quadro 2.13 - Balanço do comércio exterior para as categorias de produtos de origem vegetal aplicados a medicamentos
CAPÍTULO NBM 1995 US$FOB
1996 (estimativa) US$FOB
CAP. 12 - SEMENTES E FRUTOS OLEAGINOSOS; GRÃOS SEMENTES E FRUTOS DIVERSOS; PLANTAS INDUSTRIAIS OU MEDICINAIS; PALHAS E FORRAGENS
1.355.720 1.262.601
CAP. 13 - GOMAS RESINAS E OUTROS SUCOS E EXTRATOS VEGETAIS (15.814.449) (14.256.689) CAP. 29 - PRODUTOS QUÍMICOS ORGÂNICOS (129.910.103) (142.796.003) CAP. 30 - PRODUTOS FARMACÊUTICOS (466.609) (3.790.040) CAP. 35 - MATÉRIAS ALBUMINÓIDES, PRODUTOS À BASE DE AMIDOS OU DE FÉCULAS MODIFICADAS; COLAS; ENZIMAS
(606.711) (187.127)
Total (145.442.152) (159.767.257) Fonte: Secex
O Quadro 2.14 mostra as 25 maiores empresas por faturamento em medic amentos contendo
exclusivamente princípios ativos de origem vegetal.
Quadro 2.14 - 25 maiores empresas por vendas em farmácia de medicamentos contendo exclusivamente princípios ativos de origem vegetal
Empresa Vendas Totais US$ mil
Vendas de m.o.v. (*) US$ mil
% das Vendas Totais
BYK QUIMICA E FARM 102.076 21.132 21 BIOLAB/SEARLE 87.123 19.570 22 KNOLL 80.673 17.861 22 SANDOZ 99.358 14.671 15 MERCK S.A. 72.999 12.770 17 WELLCOME ZENECA 82.475 11.137 13 MILLET-ROUX 16.018 9.386 59 BARRENNE 8.371 8.371 100 STIEFEL 33.544 6.574 20 ASTA MEDICA 75.986 6.043 8 CANONNE 5.687 5.687 100 MERRELL/LEPETIT 132.672 5.050 4 FRUMTOST 35.549 4.011 11 HEBRON 10.209 3.968 39 INFABRA 4.822 3.733 77 VIRTUS 21.083 3.536 17 BIOGALENICA 220.445 3.424 2 BALDACCI 16.355 3.353 20 CATARINENSE 10.854 3.339 31 BOEHRINGER ANGELI 132.284 3.195 2 MARJAN 19.155 3.017 16 ALLERGAN-LOK 16.425 2.695 16 BRISTOL MEYERS SQUIBB 252.847 2.530 1 LUITPOLD 9.778 2.386 24 FONTOVIT 3.287 2.229 68 Total Geral 1.550.075 179.668 (*) Medicamento contendo um ou mais princípios ativos de origem vegetal exclusivamente Fonte: IMS, 1994.
18
A partir do Quadro 2.14, podemos montar os Quadros 2.15 e 2.16. No Quadro 2.15 estão 11
empresas que figuram entre as 25 maiores empresas farmacêuticas por faturamento total (Quadro
2.17), indicando que as grandes empresas têm forte presença no mercado de medicamentos obtidos
a partir de plantas, com vendas variando entre 2,5 e 21 US$ milhões. Pode-se notar também que a
participação desses medicamentos no total de vendas é pequena (máximo de 22%; 9% em média).
O Quadro 2.16 é composto pelos 7 laboratórios cujas vendas de m.o.v. representam mais de 30%
das vendas totais, isto é, por aqueles que estão mais fortemente direcionados para
fitomedicamentos. Como se pode notar, são empresas farmacêuticas de menor porte, nenhuma das 7
aparecendo na lista das 25 maiores.
Quadro 2.15 - Empresas do Quadro 2.14 com vendas em farmácia superiores a US$ 70 milhões
Empresa Vendas Totais US$ mil
Vendas de m.o.v. (*) US$ mil
% das Vendas Totais
BRISTOL MEYERS SQUIBB 252.847 2.530 1 BIOGALENICA 220.445 3.424 2 MERRELL/LEPETIT 132.672 5.050 4 BOEHRINGER ANGELI 132.284 3.195 2 BYK QUIMICA E FARM 102.076 21.132 21 SANDOZ 99.358 14.671 15 BIOLAB/SEARLE 87.123 19.570 22 WELLCOME ZENECA 82.475 11.137 13 KNOLL 80.673 17.861 22 ASTA MEDICA 75.986 6.043 8 MERCK S.A. 72.999 12.770 17 (*) Medicamento contendo um ou mais princípios ativos de origem vegetal exclusivamente Fonte: IMS, 1994.
Quadro 2.16 - Empresas do Quadro 2.14 com participação de m.o.v. nas vendas em farmácia superior a 30%
Empresa Vendas Totais US$ mil
Vendas de m.o.v. (*) US$ mil
% das Vendas Totais
BARRENNE 8.371 8.371 100 CANONNE 5.687 5.687 100 INFABRA 4.822 3.733 77 FONTOVIT 3.287 2.229 68 MILLET-ROUX 16.018 9.386 59 HEBRON 10.209 3.968 39 CATARINENSE 10.854 3.339 31 (*) Medicamento contendo um ou mais princípios ativos de origem vegetal exclusivamente Fonte: IMS
19
Quadro 2.17 - 25 maiores empresas farmacêuticas em vendas em farmácia EMPRESA US$ mil
BRISTOL MEYERS SQUIBB 252.847 ACHE 237.700 BIOGALENICA 220.445 ROCHE 198.229 WYETH 153.832 MERRELL/LEPETIT 132.672 BOEHRINGER ANGELI 132.284 PRODOME 128.261 LILLY 113.575 SCHERING PLOUGH 105.493 SANOFI WINTHROP 102.669 BYK QUIMICA E FARM 102.076 RHODIA 101.174 SANDOZ 99.358 HOECHST 94.648 MERCK SHARP DOHME 88.483 BIOLAB/SEARLE 87.123 WELLCOME ZENECA 82.475 KNOLL 80.673 ASTA MEDICA 75.986 MERCK S.A. 72.999 CILAG FARM.LTDA 72.709 ORGANON 67.697 ABBOTT 65.777 FARMASA 57.414 Total 2.926.599
Fonte: IMS
Os Quadros acima sugerem a existência de pelo menos dois grupos distintos de empresas entre as
maiores fabricantes de medicamentos de origem vegetal no Brasil. De um lado, grandes empresas
farmacêuticas, cujo peso nesse mercado específico na verdade reflete seu porte e atuação no
conjunto da indústria farmacêutica. A maior parte de suas vendas (na média, mais de 90%)
concentra-se em produtos sintéticos e a pequena parcela dos medicamentos de origem vegetal é
composta principalmente de produtos cujos princípios ativos são obtidos por extração
(fitofármacos). De outro lado, estão os laboratórios menores, com produção direcionada mais
fortemente para medicamentos de origem vegetal, entre os quais, possivelmente, seja maior a
participação de fitoterápicos em relação a fitofármacos.
As do segundo grupo são, de modo geral, pequenas e médias empresas familiares. Dentre estas,
apenas algumas poucas se destacam pelo profissionalismo e seriedade com que atuam na área de
produtos naturais. Por exemplo, uma das empresas entrevistadas possui uma área de P&D
estruturada, com 8 farmacêuticos, 2 químicos, 1 engenheiro químico e 3 técnicos, em grande
20
medida voltada para pesquisa em produtos naturais6. Seu faturamento está na casa dos US$ 17
milhões (1994), dos quais aproximadamente 65% correspondem a produtos naturais puros ou
associados (percentagem que vem crescendo continuamente desde 1990, quando atingia 45%). Essa
empresa mantém acordos de cooperação com universidades, basicamente voltados para a realização
de pesquisas pré-clínicas e clínicas com o objetivo de comprovar a eficácia terapêutica dos produtos
e garantir sua qualidade e segurança desde o cultivo da planta até a extração dos princípios ativos.
De todo modo, o exemplo acima deve ser encarado antes como a exceção do que a regra entre as
empresas desse primeiro grupo.
As do primeiro grupo não se distinguem de outras empresas farmacêuticas que trabalham
unicamente com produtos sintéticos. Costumam especializar-se em determinadas classes
terapêuticas que, em certos casos, pode implicar um maior número de produtos de origem natural,
sem restringir necessariamente o uso de moléculas obtidas por outros meios - síntese química ou
biotecnologia. As principais empresas desse tipo são multinacionais que preferem privilegiar um
modelo que, sem descartar os fitofármacos, tem apreço relativamente pequeno pelos fitoterápicos.
A principal restrição decorre da dificuldade de lidar com produtos que contenham uma grande
quantidade de componentes, alguns dos quais, além de inefetivos, podem ser perigosos. Habituadas
a um ambiente onde são severamente fiscalizadas pelas autoridades sanitárias, muitas empresas
internacionais preferem a segurança de trabalhar com substâncias isoladas, descartando os
fitoterápicos.
O exemplo da Merck é ilustrativo. A empresa, uma das mais importantes em produtos naturais do
país, possui plantações próprias de jaborandi e de fava d’anta para extração da pilocarpina e rutina,
que comercializa como substâncias puras, principalmente no mercado externo7. Entretanto, os
produtos naturais representam pouco mais de 20% das vendas da empresa, os sintéticos somando
quase 80%, segundo dados da empresa8.
Esse ponto deve ser destacado na análise das dificuldades para desenvolver a produção de
medicamentos a partir de produtos naturais. As firmas, de modo geral, encaram esse segmento
6 As atividades incluem otimização dos processos de extração, processos de separação, isolamento, identificação e
doseamento dos princípios ativos das plantas e do produto acabado, busca de comprovação científica das atividades
terapêuticas e segurança do produto, entre outras.
7 Vale registrar a balança comercial positiva da Merck, atestada no Quadro 4, fato pouco usual na indústria farmacêutica
brasileira.
8 O dado do Quadro 2.15, limitado a vendas em farmácia, é de 17% para vendas de produtos de origem vegetal.
21
como marginal e concentram-se fundamentalmente na produção de sintéticos. Uma grande empresa
farmacêutica nacional, apesar de revelar um grande interesse na área de produtos naturais,
acompanhando os desenvolvimentos internacionais, realiza menos de 3% de suas vendas com esses
produtos.
Por outro lado, os laboratórios que concentram suas vendas (acima de 30%) em produtos naturais
são, quase sempre, pequenos e com baixa capacidade de investir no desenvolvimento da área. Não
por acaso, a Portaria 123 de 1º de outubro de 1994 do Ministério da Saúde, regulamentando a
comercialização de fitoterápicos, encontra forte resistência entre as empresas - com exceção de uma
única, já mencionada acima como caso raro de empresa que investe em P&D e mantém acordos de
cooperação com universidades.
O principal argumento utilizado pelas empresas questionando a Portaria é a dificuldade inerente ao
processo de caracterização química e farmacológica dos princípios ativos contidos nos materiais
vegetais, o que exige tempo e recursos apreciáveis. Na verdade, essa reclamação atesta a
incapacidade técnica e econômica dessas empresas para se enquadrar em um ambiente de maiores
níveis de exigência, exagerados para os atuais padrões brasileiros, mas adequados ao quadro
internacional.
Em síntese, vários problemas dificultam a atuação das empresas farmacêuticas brasileiras na área de
produtos naturais:
1) O elevado grau de internacionalização da indústria farmacêutica (algo como 70% das vendas
pertencem a empresas estrangeiras) define uma orientação dada pelas matrizes dessas grandes
multinacionais. Como vimos acima, de modo geral, essa orientação privilegia as substâncias
isoladas e obtidas por síntese. Embora, como apontado na seção anterior, essas grandes firmas
revelem um interesse crescente pelos produtos naturais, os efeitos das mudanças em curso (como as
aquisições do Quadro 2.8) ainda levarão algum tempo para repercutir no Brasil.
2) São diminutos os investimentos em P&D. Isto também decorre, em parte, da orientação dada
pelas grandes firmas internacionais. Estas tendem a concentrar suas atividades de P&D nas
matrizes, diversificando no máximo para um segundo centro (em geral na Europa, quando se trata
de firmas americanas, e nos EUA, quando são firmas européias). As firmas nacionais, que
tenderiam a fazer pesquisa no país, simplesmente não têm porte suficiente para realizar os
investimentos necessários (porte esse que, como apontado no capítulo 2, é cada vez mais
expressivo). Tudo isto acaba favorecendo a aquisição de pacotes tecnológicos prontos.
22
3) Os baixos investimentos em P&D limitam drasticamente a interação universidade-empresa. Não
existem mecanismos de comunicação eficientes entre essas instituições, a exemplo do que ocorre
nos países desenvolvidos. Tecnologias simples, muitas vezes disponíveis na universidade, acabam
não se tornando acessíveis a empresas que teriam a possibilidade de explorá-las.
4) É baixa a qualificação dos recursos humanos. A oferta de pessoal técnico de bom nível é muito
restrita e a disponibilidade de recursos das empresas para treinamento é limitada.
5) Existem dificuldades no suprimento, armazenamento, padronização e cumprimento de prazos de
entrega de matérias-primas. Os produtores de plantas medicinais não estão organizados e não
mantêm um controle botânico de qualidade adequado. Além disto, o extrativismo destrutivo
compromete o abastecimento futuro e leva a adulterações frequentes.
Concluindo, a indústria nacional necessita realizar um grande esforço para atingir os padrões de
qualidade que estão sendo exigidos mundialmente e até mesmo no país, a partir de medidas como a
Portaria 123. Em um primeiro momento as empresas podem considerar impossível o atendimento
de todas as exigências da Portaria, mas o fato é que se não caminharem rapidamente na direção por
ela sinalizada estarão na contra-mão das tendências internacionais.
A partir daí, pode-se imaginar alguns desdobramentos possíveis. Caso os investimentos das
empresas em pesquisa, melhor controle de qualidade, etc, não venham a ocorrer, a defasagem em
relação às empresas de fitoterápicos de outros países irá se ampliar. Como estas empresas estão se
internacionalizando, eventualmente associadas ou incorporadas a multinacionais do setor
farmacêutico, é razoável supor que o futuro da produção brasileira de fitomedicamentos dependerá
diretamente das estratégias das grandes empresas. A exemplo do que já ocorreu no segmento de
medicamentos sintéticos, tenderá a haver uma internacionalização da produção, com a atuação das
empresas nacionais restrita a nichos de mercado e com participação marginal.
23
3. A PESQUISA DE MEDICAMENTOS A PARTIR DE PLANTAS
3.1 O processo de desenvolvimento de novos medicamentos
Plantas medicinais para pesquisa de novas drogas
O rápido desenvolvimento da biotecnologia e da biologia molecular a partir da década de 70 parecia
tornar obsoleto o método tradicional de pesquisa de novos medicamentos através do screening de
extratos de plantas. A compreensão dos mecanismos causadores das enfermidades em nível
molecular e a capacidade de desenhar proteínas, com auxílio de novas ferramentas computacionais
que também se desenvolviam rapidamente, abria a perspectiva de sintetizar novas drogas com muito
maior eficácia, partindo apenas do saber científico acumulado. Por conta disto, diversas empresas
farmacêuticas redirecionaram seus esforços de pesquisa, assignando um papel secundário ao
screening.
Essa percepção do screening como método ultrapassado, ou em vias de obsolescência, vêm se
revelando precipitada nos anos recentes. Observa-se uma retomada por parte das empresas das
pesquisas que partem de plantas medicinais, até mesmo em função das novas técnicas disponíveis.
Novos ensaios biológicos, ditos robotizados, (High trougthput screening) permitem escrutinar
dezenas de milhares de compostos por ano com esforço muito menor do que o despendido nos
testes tradicionais.
Esse movimento de “volta às raízes” (Scientific American, jan/1993) também decorre da
comprensão de que a biotecnologia ainda não está em condições de competir com a natureza na
formulação de moléculas com atividade terapêutica:
“Nós ainda não atingimos o avanço científico que permita desenhar drogas rotineiramente a
partir de princípios básicos, sem quaisquer pistas” (Lynn Caporale, diretor de avaliação
científica da Merck, citado em Science, vol. 256, 22/5/1992).
As empresas internacionais não esperam “descobrir” novos compostos de uso terapêutico a partir de
plantas medicinais, ainda que isto tenha uma pequena chance de ocorrer. Elas procuram, na
verdade, modelos na natureza (templates) que lhes permitam utilizar como ponto de partida para o
desenho de drogas. Trata-se, portanto, de uma combinação de técnicas novas com o screening, e
não a sua substituição.
A SmithKline Beecham acaba de lançar no mercado um medicamento derivado de planta, o
topotecam, para tratamento de câncer no ovário (FSP, jun/96). Essa droga é um análogo do
24
camptotecin, um composto extraído de árvores na China e na India (Camptotheca acuminata),
descoberto nos anos 60 pelo Instituto Nacional do Câncer e considerado muito tóxico para tratar
pacientes de câncer. A SmithKline e a Rhône-Poulenc criaram a partir da C. acuminata produtos
similares, solúveis em água, e menos tóxicos.
A Glaxo também está estudando análogos do camptotecin e está pesquisando novas plantas
medicinais como parte de um consórcio de pesquisa com a Universidade de Illinois, Chicago, um
dos mais importantes centros acadêmicos na área.
O enfoque dessas grandes empresas farmacêuticas está na identificação de princípios ativos, e não
na utilização direta de plantas medicinais. Estas podem eventualmente ser a matéria-prima para
extração das substâncias puras (fitofármacos), embora as empresas naturalmente busquem
desenvolver métodos de síntese. Mas o que deve ser sublinhado aqui é a importância renovada das
plantas medicinais na descoberta desses novos princípios ativos, seja por utilização direta, hemi-
síntese ou síntese.
Das 250.000 espécies de plantas no mundo, menos de 10% foram exaustivamente investigadas com
vistas ao descobrimento de propriedades terapêuticas (Scientific American, jan/93 - segundo outras
estimativas, o número de plantas investigadas é muito menor, inferior a 0,5%). A pesquisa desse
enorme acervo, longe de ser relegada a segundo plano, ganha impulso com as novas técnicas
biotecnológicas.
Em um trabalho que busca estimar o valor de fármacos ainda não descobertos nas florestas
tropicais, onde se encontram metade das plantas do mundo, Mendelsohn e Balick (1995) calculam
em 375 o número potencial de drogas existentes naquelas florestas. Desse total, 47 já teriam sido
descobertas, como a vincristina, vinblastina, curare, quinino, codeína e pilocarpina.
Esta seguramente é uma das razões para que 125 das maiores empresas farmacêuticas mundiais, que
não tinham qualquer projeto com plantas medicinais há cerca de 15 anos, estejam agora
empenhadas em pesquisas nessa área.
O desenvolvimento de novos medicamentos e as competências requeridas
A Figura 3.1 mostra esquematicamente como são pesquisados, desenvolvidos, testados, produzidos
e formulados medicamentos, incluindo o estudo de marketing. O esquema pode ser aplicado ao
estudo integral de plantas medicinais visando novos medic amentos.
Os conjuntos A e B existem eventualmente nas universidades, o conjunto C na indústria química e o
conjunto D na indústria farmacêutica. Em nenhuma empresa, instituto de pesquisa ou universidade
25
estão presentes todos os quatro conjuntos, o que sublinha a necessidade de articulação e integração
entre esses distintos elementos.
Existem inúmeras dificuldades no percurso que vai da idéia de um medicamento até o mercado:
tempo longo, custo alto, necessidade de domínio de tecnologias avançadas e de equipes bem
treinadas e multidisciplinares. Isto faz com que apenas empresas grandes, competentes e com
grande disponibilidade de recursos para investimento desenvolvam medicamentos.
26
Tomemos como exemplo as metodologias de P&D de medicamentos (que podem ser aplicáveis à
P&D de qualquer outro produto derivado do metabolismo secundário de plantas, sejam inseticidas,
cosméticos, corantes, etc.). Desde a idéia inicial até o produto ser colocado no mercado, consome-
se entre 7 a 20 anos. A média dos últimos anos (McChesney, 1993) atingiu 12,6 anos nos EUA e
segundo outras fontes o valor pode chegar a US$ 600 milhões/medicamento, aí incluídos os custos
com marketing, e demorados estudos biológicos, conforme já apontado na seção 2.1. Esses
Figura 3.1 - a produção de novos medicamentos: da idéia ao mercado
Idéia A
ê
Pesquisa em laboratório
î
ê Screening B
P&D ê
ê C Ensaios pré-clínicos
Produção piloto ê
Ensaios clínicos
ê í
Produção industrial
ê
Formulação D
ê marketing
Mercado
27
números indicam que essa atividade é restrita a poucas e grandes empresas multinacionais
farmacêuticas.
Vários pesquisadores afirmam que quando um medicamento é originado de plantas medicinais o
custo pode ser bem menor. McChesney (1993) mostra que um produto desenvolvido na University
of Mississipi, Research Institute of Pharmaceutical Sciences custou US$ 35 milhões.
Os 4 conjuntos A, B, C e D (Figura 3.1) raramente são executados pelo mesmo organismo mesmo
na área empresarial. Na China há informações de que isto é algumas vezes realizado com base em
decisões políticas de governo.
No Brasil a P&D e produção piloto (conjunto C) raramente são realizadas, exceções feitas a
algumas cópias de medicamentos sintéticos comerciais, desenvolvidas no passado pela Codetec e
algumas poucas empresas brasileiras.
A multidisciplinaridade e a interinstitucionalidade são fatores exigidos se se pretende desenvolver
medicamentos à base de plantas, principalmente fitofármacos.
Existe uma razoável capacitação técnica, mas a interação entre os atores principais é muito
deficiente.
Joint-venture para a descoberta de fitofármacos
Nos anos 90 as companhias farmacêuticas se lançaram fortemente nas cooperações para a
descoberta de novos produtos farmacêuticos (Drug Discovery Alliance).
Empresas médias fizeram aquisições, fusões, mas sobretudo joint-ventures e acordos de cooperação
para conseguir seus objetivos e metas.
Metodologia para a descoberta de fitofármacos
Vários métodos são usados por empresas internacionais farmacêuticas para a pesquisa de
medicamentos de plantas medicinais:
• Etnofarmacologia
• Triagem e Erro
• Estudos Micromoleculares
• Busca em Banco de Dados
28
A etnofarmacologia é uma ciência ainda mal desenvolvida e mal compreendida no Brasil, onde há
poucos profissionais que se definem como etnofarmacólogos e a disciplina praticamente não existe
nos cursos de pós-graduação. Além isso é pouco acreditada por amplos setores da ciência oficial.
No entanto a etnofarmacologia é um elemento metodológico hoje fundamental para empresas dos
EUA e Europa buscar medicamentos de plantas nos trópicos.
A empresa inglesa Hutton Molecular Development e a Shaman Pharmaceuticals dos EUA, adotam a
etnofarmacologia para a sua estratégia de pesquisar medicamentos. O NIH nos anos 90 publicou
um edital internacional o seu interesse de pesquisar plantas medicinais das áreas tropicais para
AIDS e Câncer .O mais interessante é que o edital exigia a pesquisa de informações diretamente
com curandeiros e outros profissionais não reconhecidos pela ciência ortodoxa.
Com relação aos estudos micromoleculares, são quase sempre estudos de fitoquímica clássica:
extração, isolamento, purificação e identificação de substâncias naturais de plantas. São também
chamados, “estudos de substâncias do metabolismo secundário”, como os alcalóides, glicosídeos,
esteróides, terpenos, flavonóides, e outras moléculas de baixo peso molecular (< 1000), e que
frequentemente são os princípios ativos das plantas medicinais.
Os estudos micromoleculares aliados a botânica algumas vezes são advogados (Gottlieb, 1993)
como uma metodologia alternativa para a busca de fitofármacos. No entanto, não foi demonstrado,
até agora, que esta metodologia possa substituir os meios ortodoxos como a etnofarmacologia e
etnobiologia aliada à busca on-line em banco de dados.
Banco de dados bem organizados e acessíveis como o NAPRALERT da Univ. de Illinois (Prof. N.
Farnsworth), tem sido usados por importantes empresas estrangeiras na área de Produtos Naturais,
para a descoberta (drug discovery) de novos medicamentos (Seidl, 1993)
Triagem e erro e estudos micromoleculares têm sido usados em pequena escala por empresas
farmacêuticas usando medicamentos naturais.
No Simpósio Brasileiro de Plantas Medicinais, sediado em Florianópolis, em setembro de 1996, o
Dr. Michael Tempesta, da empresa Farmacêutica LAREX (EUA), informou que sua empresa está
fazendo um amplo estudo fitoquímico de plantas farmacologicamente ativas. Larex desenvolveu
um processo quimio-mecânico que permite o isolamento e a separação em larga escala (tons de
plantas/hora) de 200 até 500.000 diferentes moleculas de baixo peso molecular(<1000amu). De
cada planta é possivel retirar 100 diferentes moleculas que serão oferecidas a empresas
farmacêuticas para o desenvolvimento de ensaios biológicos. Este é um exemplo de empresa que
29
poderia proliferar no Brasil, já que, como veremos, não falta ao país competência científica, mas
objetivos e metas.
3.2 A pesquisa científica em plantas medicinais no Brasil
Infraestrutura
O Brasil possui a maior base universitária e técnica das Américas, excluindo os EUA. Nossos
cientistas publicam nas melhores revistas internacionais. O sistema de pós-graduação tem bom
nível, com 36.000 bolsas de estudos no país e 4.000 no exterior (Barreto de Castro, 1993).
Há uma inegável capacitação científica, nas áreas de química de produtos naturais (pelo menor 900
profissionais) e farmacologia (pelo menos 1500 outros), que permite o desenvolvimento de
fitofármacos. As outras áreas afins como medicina, botânica, farmácia e engenharias, estão
igualmente bem qualificadas e em número adequado.
São aproximadamente 70 os grupos lidando com a pesquisa de produtos naturais no Brasil,
especializados em química e farmacologia. Alguns destes grupos estudam especificamente plantas
medicinais.
Recursos
Embora regrados, nos últimos anos os recursos para a pesquisa de plantas medicinais existem, como
se pode observar pelo que foi dispendido pela CEME-MS desde a sua criação.
Em 1995 o MCT teve um orçamento de US$ 1 bilhão, sendo US$ 550 milhões atribuídos ao CNPq.
Outros recursos para a pesquisa científica foram fornecidos pelas FAP’s, FINEP, CAPES, FIPEC,
PADCT, e outros internacionais. No capítulo 4 estão indicados os valores destinados à área de
produtos naturais e afins. Infelizmente, não foi possível destacar desse total quanto foi alocado para
a pesquisa de plantas medicinais.
O parque de equipamentos analíticos nas universidades brasileiras é, em alguns casos, equivalente
aos das melhores universidades estrangeiras.
Apesar dessa razoável base científica, a distância necessária para realizar P&D de compostos bio-
ativos é ainda muito grande. Conforme apontado acima, os custos de desenvolvimento são muito
altos, o tempo é longo e são exigidas equipes multidisciplinares e competentes para a tarefa
específica. Devido à complexidade e custo para colocar um novo medicamento no mercado, quase
sempre são as multinacionais as que conseguem desenvolver novos produtos farmacêuticos. O fator
30
limitante, e isto transparece das entrevistas feitas, não são os recursos alocados mas outros fatores
como a vontade política de fazer medicamentos e a cooperação entre grupos multidisciplinares.
Base técnico-científica brasileira
A universidade brasileira é o centro de pesquisas e eventualmente do desenvolvimento de
medicamentos de plantas medicinais. As empresas brasileiras, como vimos na seção 2.3, não
apresenta capacidade de pesquisa na medida das necessidades do setor.
Sem dúvida, a massa crítica capaz de desenvolver pesquisas em plantas úteis/medicinais está nas
universidades (Redwood, 1995). As universidades e institutos de pesquisa brasileiros, apesar das
dificuldades, têm contribuído fortemente para a descoberta de novas moléculas que poderão vir a
ser aproveitadas para a pesquisa fitofarmacêutica de plantas medicinais.
Os modernos métodos de prospecção disponíveis hoje para a identificação de micromoléculas
(Gottlieb, 1993) assim como outras metodologias químicas permitiram um avanço considerável nos
últimos anos, levando à descoberta de protótipos (synthons e templates), moléculas modelo para a
produção de fitofarmacêuticos.
Muitas patentes que deram origem a medicamentos hoje comercializados por empresas
multinacionais tiveram origem em universidades brasileiras, através de pesquisas financiadas pelo
governo brasileiro (Gottlieb, 1980; Pharma 1994; Napralert, 1995).
Inclusive, muitas plantas que não são consideradas medicinais podem vir a ser a base de novas
moléculas biologicamente ativas, se exploradas dentro de um programa adequado voltado para a
P&D e produção de novos fármacos (Barata, 1976 e 1994). Para um programa deste tipo é
necessário um trabalho multidisciplinar, envolvendo botânicos, biólogos, farmacológos, médicos,
agrônomos, economistas, químicos e engenheiros químicos, mas ainda isto não é suficiente. É
necessário uma metodologia adequada e objetivos e metas bem definidas.
Não existem no Brasil institutos de pesquisa como a Caltech e o MIT (EUA), ou de apoio como o
BTG (Inglaterra), dirigidos à pesquisa aplicada/tecnológica, e a universidade brasileira, cuja
competência para produzir recursos humanos é inegável, não revela o mesmo dinamismo na
pesquisa aplicada. Entretanto, ela poderia ser mobilizada nesta direção, como indicam os cerca de
70 grupos de pesquisa em química e farmacologia de produtos naturais no Brasil que poderiam
participar do esforço da produção de medicamentos no país (Quadro 3.1).
31
Quadro 3.1 - Grupos de pesquisa em química de produtos naturais, botânica e farmacologia. Amapá IRDA - ex-Icomi, atual Grupo CAEMI
Museu Costa Lima SEPLAN Gov. Estado Pará UFPa - Depto. Química
POEMA - Eng. Química MPEG - Museu Paraense Emílio Goeldi Instituto Evando Chagas Embrapa - PA
Amazonas INPA (Instituto Nacional de Pesquisa da Amazonia) UFAm Embrapa - AM
Ceará UFCe - Inst. Química Instituto de Biologia PADETEC Embrapa - CE
Paraíba UFPb: IQ e LTF (Laboratório Tecnologia Farmacêutica) UFPb – FCM (Faculdade de Ciências Médicas)
Pernambuco UFPe: IQ e Instituto de Antibióticos Embrapa – PE
Alagoas UFAL - Grupo de Biotecnologia Bahia UFBa-IQ
EMBRAPA-BA Minas Gerais UFMG: IQ e Fac. Farmácia
Univer.Fed. Viçosa FIOCRUZ Inst. Reneé Rachou Embrapa-MG
Brasília UNB-IQ CENARGEM EMBRAPA
Rio de Janeiro UFRJ: NPPN; Instituto Carlos Chagas e Instituto Biofísica FIOCRUZ-RJ UFF-IQ UFRRJ-Rural UERJ EMBRAPA-RJ
São Paulo USP- SP: IQ; IB; Fac. Farmácia; RP- USP-RP: Fac. Farmácia e FCM USP – S. Carlos UNESP: Botucatu e Araraquara UNESP- ESALQ-Piracicaba UNICAMP: IQ; IB; FCM; HC;CPQBA e FEA - Lab. Óleos e Gorduras IAC-(Instituto Agronômico de Campinas) Grupos de Fitoquímica e Plantas Medicinais EPM (atual UFSP) EMBRAPA- Jaguariuna ITAL Instituto Butantã Instituto Adolpho Lutz Instituto Florestal Instituto Biológico UF São Carlos - IQ Univ. MetodistaPiracicaba-UNIMEP
Paraná UFPr: IQ e Fac. de Farmácia UE Maringá
Santa Catarina UFSC - Depto. de Química e Farmacologia Rio Grande do Sul UFRGS: IQ e IB
Sta Maria Mato Grosso UFMT - Inst. Biologia
32
Goiás UFGo
Perfil dos grupos de pesquisa
Na área química, Seidl (1991) aponta que 27,6% dos orientadores de projetos atuam em química
orgânica, e destes 31,2% estão em produtos naturais e 35,8% em sínteses orgânicas. A absoluta
maioria (99,9%) seriam doutores em tempo integral na academia.
São aproximadamente 45 os grupos de Fitoquímica no Brasil. (Quadro 3.1). Estão distribuídos pelo
Norte, Nordeste (15 grupos) Sudeste (25) e alguns poucos no Sul (5). Estão localizados sobretudo
nas universidades e apenas 10 em instituições governamentais e outras. Estão sediados sobretudo
nos institutos de química mas também em faculdades de farmácia, e mais raramente nos institutos
de biologia. Na sua imensa maioria fazem parte do sistema de pós-graduação e como consequência
geram teses de mestrado e doutorado, além de publicações.
A imensa maioria dos grupos é coordenada por pesquisadores seniors com titulação mínima de
doutor em ciência, muitos com pós-doutorado no exterior.
São fitoquímicos com pós-graduação no país sendo formados em diferentes cursos de graduação,
sobretudo química mas também farmácia e biologia além de outras.
Das equipes fazem parte um vasto número de bolsistas de iniciação científica9, mestrandos,
doutorandos e técnicos. Mas são raros os contratados como free-lancer para projetos específicos. As
bolsas de especialização são muito difíceis de obter e em S. Paulo o Programa RHAE-CNPq é sub-
utilizado.
As condições de trabalho variam enormemente, de laboratórios de excelente qualidade estrutural a
outros com condições até precárias. No entanto, a qualidade acadêmica do trabalho é boa, mesmo a
dos grupos abrigados em laboratórios que deixam a desejar.
Os grupos de pesquisa de produtos naturais quase sempre fazem parte dos departamentos de
química orgânica, distribuídos por 15 universidades e outras instituições governamentais. De fato,
um terço dos orientadores na área de química orgânica pertence a grupos de produtos naturais
(SEIDL, 1991)10.
9 Em 1995, havia em todo o país aproximadamente 15.000 bolsistas de I.C. do CNPq e menos que 1000 da FAPESP.
10 SEIDL, P.R. - Potencial da Pesquisa Química nas Universidades Brasileiras, Estudos e documentos no 17, CNPq
(1991)
33
Há registro de apenas alguns poucos grupos de pesquisa e desenvolvimento de produtos naturais
ligado a empresas ( ex.: CAEMI, ex-ICOMI, Brasmazon ,Estado do Amapá e Centroflora -SP). É
certo que outras empresas eventualmente fazem convênios ou contratos com universidades para
estudos específicos, mas estes dados não puderam ser levantados. Há ainda um competente exemplo
na Universidade do Ceará (UFCe), coordenado p/ Prof. Afranio Aragão Craveiro, que instalou
várias empresas de Produtos Naturais numa incubadora dentro da Universidade. São empresas que
já tem produtos no mercado como a empresa Selachii. Muitos dos empresários são originados da
área de pesquisa da própria Universidade.
Em Belém-PA, na UFPa, o Programa de Incubação de Empresas de Base Tecnológica, coordenado
pelo Prof. Gonzalo Enriquez, é um caso interessante a citar por estar desenvolvendo a cooperação
Universidade-Empresa na Amazônia. No entanto, este projeto, mesmo já tendo 5 empresas
instaladas no local, ainda está longe de ter o sucesso de sua correspondente na UFCe.
Quadro 3.2 - Relações já existentes entre empresas -universidades na área de produtos naturais
empresa universidade The Body Shop UFPa, Dpto. Química IRDA, CAEMI FEA-UNICAMP e Nucleo de Produtos Naturais da
FIOCRUZ-Rio Laboratório Catarinense UFSC, Dpto. Química e Farmacologia e Unicamp Rhodia CPQBA e IQ UNICAMP e UFPb Aché UNICAMP – CPQBA Diversas Empresas Incubadora de Empresas-UFPa Diversas empresas PADETEC, UFCe PHYTOpharmaceuticals (EUA) ESALQ - Lab. Biotecnologia da ESALQ,Piracicaba
3.3 Avaliação dos estudos experimentais com plantas medicinais
O item 3.2 mostrou que a pesquisa com produtos naturais no Brasil está praticamente vinculada às
instituições universitárias, onde são desenvolvidas as pesquisas com plantas medicinais. Tais
instituições apresentam recursos técnicos e pessoal capacitado, além de razoável apoio financeiro.
Baseado nesses fatos, nosso objetivo principal neste item 3.3, foi apontar, através de análise das
publicações em eventos nacionais, as linhas de pesquisa preponderantes, as instituições e
pesquisadores envolvidos, bem como a divulgação dos resultados em revistas internacionais
indexadas.
34
Metodologia
Realizou-se uma análise quantitativa dos trabalhos de pesquisa experimental com plantas medic-
inais no Brasil, assim como as instituições que desenvolveram esses trabalhos e as áreas que
despertaram maior interesse nesse tipo de pesquisa. Para isso montou-se um banco de dados dos
trabalhos publicados no Brasil que foram desenvolvidos em universidades, por pesquisadores
seniores, estudantes de graduação e pós-graduação.
Como em qualquer área de pesquisa, esses trabalhos na sua maioria são divulgados em congressos e
simpósios regionais e nacionais, sob forma de pôsters e/ou comunicações orais. Por isso, os
números obtidos e os resultados apresentados em seguida são baseados em trabalhos coletados de
livros de resumos de eventos de divulgação científica ocorridos a nível nacional, no período de
1986 até 1995.
Alguns resumos não foram computados devido a dificuldade de obtenção de alguns livros ou por
alguns eventos não ocorrerem anualmente.
Foram escolhidos todos os resumos nos quais constatou-se a presença de trabalhos experimentais
com substâncias extraídas de plantas e que apresentaram uma possibilidade de aplicação futura nas
diversas áreas ligadas a saúde. Não foram datados resumos referentes à pesquisa em nutrição, ou
aspectos de aproveitamento dessas plantas como alimento. A atenção voltou-se para os resumos dos
trabalhos de pesquisa básica ou clínica que tiveram importância em farmacologia, toxicologia e
terapêutica.
Realizou-se o levantamento através da leitura e seleção de resumos publicados em 7 eventos
nacionais importantes que apresentaram de trabalhos com plantas medicinais, dentre esses eventos
cita-se:
Congresso Nacional de Botânica - BOT.
Reunião Anual da FESBE (Federação de Sociedades de Biologia Experimental) - FESBE.
Congresso Nacional de Genética - GEN.
Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química - QUI.
Reunião Anual Sobre Evolução, Sistemática e Ecologia Micromoleculares - RESEM.
Congressos da Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência - SBPC.
Simpósio de Plantas Medicinais do Brasil - SPM.
35
Os quadros a seguir mostram a quantidade de resumos analisados, assim como os respectivos anos
em que os trabalhos dos diversos grupos de pesquisa em plantas medicinais foram divulgados nos
eventos científicos.
Quadro 3.3 - Número total de resumos referentes a plantas medicinais classificados por congressos/simpósios e ano de publicação
Classificação dos Resumos
Nºde publicações
Anos de Publicação
BOT
47 1988,1989,1991,1994,1995
FESBE
655 1986,1987,1988,1989,1990,1991,1992,1993,1994, 1995
GEN
45 1990, 1993,1994, 1995
QUI
150 (1) 1992,1993,1994,1995
RESEM
85 1987,1988,1989,1994,1995
SBPC
475 1986,1987,1989,1990,1991,1992,1993,1994
SPM
506 (2) 1986,1988,1990,1994
OBS.: (1) Os resumos do congresso de química eram apresentados até o ano de 1991 junto com os da SBPC. (2) O congresso da SPM é bianual.
Quadro 3.4 - Número de resumos referentes a plantas medicinais, em eventos nacionais por ano de publicação.
NOME DOS RESUMOS
ANO DE PUBLICAÇÃO
NÚMERO DE RESU MOS
1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995
BOT -- -- 05 07 -- 09 -- -- 16 10 047
FESBE 32 39 54 57 64 86 78 79 37 129 655
GEN -- -- -- -- 10 -- -- 23 12 -- 45
QUI -- -- -- -- -- -- 31 23 35 60 150
RESEM -- 19 30 17 -- -- -- -- 03 04 85
SBPC 158 112 -- 173 07 02 02 11 10 -- 475
SPM 81 -- 115 -- 114 -- -- -- 196 -- 506
TOTAL RESUMOS
271 170 204 254 195 97 11 136 309 203 1 950
36
Os resumos analisados foram divididos em 4 grandes categorias destacando-se fitoquimica,
toxicologia e farmacologia e ação em sistemas
1. FITOQUÍMICA
A.Substâncias Químicas Isoladas
B. Screening Químico
C. Ambos
2. TOXICOLOGIA
A. Geral
B. Mutagênese
C. Ambas
3. FARMACOLOGIA
A. Inflamação
I. Antiinflamatórios/Antipiréticos.
II. Antiinflamatórios/Analgésicos
III. Antiinflamatórios/Cutâneos
IV. Cicatrizantes
V. Outros (Agentes Flogísticos)
B- Anticancerígenos
C- Antiparasitários/antibacterianos/antifúngicos.
D- Antialérgicos
4- ACÃO EM SISTEMAS
A- Sistema Cardiovascular
I. Pressão Arterial, Freqüência Cardíaca
II. Coagulação/Ateroesclerose
III. Infarto/Perfusão
IV. Outros
B- Trato Gastro-Intestinal (TGI)
37
I Gastro-Protetores
II. Antidiarréicos
IV. Outros
C- Sistema Nervoso Central (S.N.C.)
I. Anticonvulsivantes
II. Analgésicos
III. Neuroprotetores
IV. Psicoestimulantes
V. Antidepressivos
VI. Outros
D- Sistema Renal e Urogenital
I. Musculatura Lisa Urogenita
II. Filtração/Excreção/etc.
III. Outros
E- Hepático
I. Secreção/Metabolismo
II. Outros
F- Sistema Respiratório
I. Antiasmático/Broncodilatador
II. Outros
G- Sistema Imunológico
I. Imunologia Celular
II. Imunologia Humoral
III. Outros
H- Reprodutor
I. Fertilizantes
38
II. Anticoncepcionais
III. Outros
I- Endócrino
I. Eixo Hipotálamo-Hipófise
II. Glândulas
III. Outros
Resultados
Seguindo a ordem de classificação apresentada acima, os gráficos a seguir indicam o número de
resumos distribuídos nas categorias que mais se destacaram - número de resumos superior a 20 - o
que corresponde aproximadamente a 1% do total de resumos (1950). A percentagem que
corresponde ao número de resumos em relação ao total levantado apresenta-se entre parênteses.
Também é mostrado número de resumos e o percentual das respectivas subdivisões dentro das
categorias analisadas. Os números indicativos das categorias de Antiparasitários / antibacterinos /
antifúngicos e Antialérgicos, foram irrelevantes.
Cada resumo classificado pode aparecer em mais de uma categoria, por exemplo: um resumo de
trabalho publicado por um grupo de pesquisa que realizou a análise fitoquímica de uma planta, pode
somar-se aos resultados de outros grupos que pesquisaram os efeitos toxicológicos das substâncias
ativas dessa planta, assim como as ações antiinflamatórias das substâncias isoladas.
FITOQUÍMICA 1103 resumos (56,56%)
Substância química isolada
(707) 64,10%
Ambos (93)8,43%
"Screening" químico (303)
27,47%
39
TOXICOLOGIA 187 resumos (9,59%)
Geral (120)64,17%
Ambos (10)5,35%
Mutagênese (57)30,48%
INFLAMAÇÃO 235 resumos (12,05%)
Antiinflamatório cutâneo (13) 6%
Cicatrizantes (07)3,17%
Antiinflamatório antipirético (22)
10%Agentes flogísticos
(45)20%
Antiinflamatório analgésico (134)
61%
ANTICANCERÍGENOS 40 resumos (2,05%)
in vitro 23%
ambos49%
in vivo 28%
40
CARDIOVASCULAR 120 resumos (6,15%)
P. Arterial/F. Cardíaca (67)
14,58%
Coagulação Aterosclerose (16)
33,33%
Outros (19)39,58%
Infarto/Perfusão (06) 12,50%
TRATO GASTRO-INTESTINAL 136 resumos (6,97%)
Antidiarréicos (22) 17%
Outros (44) 35%
Gastro-Protetores (60)48%
41
SNC 112 resumos (5,74%)
Outros (05) 4%Antidepressivos
(01) 0,88%
Analgésicos (56)49,56%
Psicoestimulan-tes (13) 12%
Neuroprotetores (06) 5%
Anticonvulsivan-tes (32) 28%
RENAL/UROGENITAL 64 resumos (3,28%)
Filtração/ Excreção (29)
47,54%
Musculatura lisa urogenital (25)
40,98%
Outros (07)11,48%
SISTEMA RESPIRATÓRIO 40 resumos (2,05%)
Outros (24)55,81%
Antiasmático (19) 44%
42
SISTEMA IMUNE 80 resumos (4,1%)
Imunologia Celular (55)
77,46%
Imunologia Humoral (09)
12,68%Outros (07)
9,86%
SISTEMA REPRODUTOR 33 resumos (1,69%)
Anticoncepcio-nais (15) 47%
Outros (14)43,75%
Fertilizantes (03)9,38%
43
SISTEMA ENDÓCRINO 23 resumos (1,18%)
Gândulas (12)44,44%
Outros (10)37,04%
Eixo Hipotálamo-Hipófise (01)
18,52%
As categorias de fitoquímica, inflamação, toxicologia, sistema cardiovascular, TGI e SNC
apresentaram um número de resumos superior a 100. Na categoria Inflamação, computou-se mais
trabalhos em áreas de pesquisa relacionadas à antiinflamatórios (cerca de 80%), sendo que 61%
com atividade analgésica, 10% com atividade antipirética, 6% como antiinflamatório cutâneo e 3%
como cicatrizantes. Em Toxicologia constatou-se uma maior número de resumos em linhas de
pesquisa com toxicologia geral (61%), ou seja, trabalhos experimentais realizados apenas para
verificar efeitos tóxicos sistêmicos de extratos de plantas consideradas medicinais, como
hepatoxicidade, cardiotoxicicidade e grau de letalidade (DL 50) etc em cobaios. Do sistema
Cardiovascular, os trabalhos evidenciaram mais a parte cardiológica, do que a vascular, com
trabalhos experimentais in vivo, in situ e com órgão isolado, relacionados a Pressão Arterial,
Frequência Cardíaca e Força de Contração. Do TGI, destacaram-se estudos com substâncias
extraídas de plantas com ações gastro-protetoras e anti-diarréicas. No SNC, observou-se um número
maior de resumos que apontam principalmente pesquisas com analgésicos e anticonvulsivantes. Em
relação aos sistemas urogenital, hepático, respiratório, imune, reprodutor e endócrino, houve um
número de resumos abaixo de cem.
Os resultados demonstram que a maior percentagem de resumos apresentados está relacionada à
Fitoquímica (~56%), ou seja, a maioria dos grupos que pesquisaram plantas medicinais fizeram-no
objetivando isolar substancias destas plantas, não indicando necessariamente que os “principios
ativos” foram procurados ou isolados, ou que sofreram algum tipo ensaio biológico.
Os resultados a seguir apresentam a relação entre a quantidade de resumos que referem-se a
trabalhos que realizaram a “fitoquímica”, analisando a composição química dos extratos dessas
plantas e identificando as substâncias com atividade biológica através de bioensaios pertinentes.
Para isso, as categorias que mais apresentaram resumos (>100), em ordem decrescente (Inflamação,
235; Toxicologia 187; TGI,136; Cardiovascular, 120 e SNC, 112) foram avaliadas quanto a
44
realização dos bioensaios com os compostos isolados das plantas. O número de resumos, e o
percentual mostrado em cada figura corresponde ao total de resumos apresentado pela categoria
principal, cruzado com a categoria fitoquímica. Por exemplo: A categoria inflamação apresentou
235 resumos, destes levantou-se quantos apresentaram estudos com fitoquímica (95 resumos),
assim como as respectivas subdivisões, dentro desse levantamento.
INFLAMAÇÃO + FITOQUÍMICA 91 resumos (38,7%)
Antiinflamatório analgésico (57)
62,64%
Agentes flogísticos (23)
25,27%
Antiinflamatório Cutâneo (03)
3,30%
Cicatrizantes (06)6,59%
Antiinflamatório Antipirético (02)
2%
TOXICOLOGIA + FITOQUÍMICA 64 resumos (34,2%)
Mutagênese (08)12,90% Ambos (05)
8,06%
Geral (49)79,03%
45
TGI + FITOQUÍMICA 138 resumos (30,8%)
Outros (44)40,48%
Gastro-protetores (60)
47,62%
Antidiarreicos (22) 11,90%
CARDIOVASCULAR + FITOQUÍMICA 43 resumos (35,8%)
Outros (19)7%
Coagulação Aterosclerose (16)
19%
P. Arterial F. Cardíaca (67)
74%
46
SNC + FITOQUIMICA 57 resumos (50,8%)
Psicoestimulan-tes (06) 19%
Anticonvulsivan-tes (13) 43%
Analgésicos (08)26%
Neuroprotetores (01) 3%
Antidepressivos (01) 3%
Outros (02) 6%
Nota-se que percentualmente nenhuma das 5 categorias apontadas anteriormente, apresentou um
percentual acima de 50%, sendo que apenas 38,7 % dos trabalhos apresentados em inflamação
realizaram experimentos com as substâncias químicas isoladas, para a constatação ou não de sua
atividade biológica; dentro dessa categoria foidada maior atenção a antiinflamatórios analgésicos
(62,64%). Em relação a toxicologia, a maioria dos resumos apontou uma maior preocupação com
estudo de efeitos toxicológicos gerais (79,03%), dos princípios ativos isolados. Na categorria de
TGI, os estudos voltaram-se mais para efeitos gastro-protetores (47,62%). No sistema
cardiovascular, houve uma acentuada atenção nas substâncias isoladas de plantas que agiam a nível
de pressão arterial e frequência cardíaca (agentes antihipertensivos). Finalmente os resultados de
SNC apontam um maior percentual de pesquisa em anti-convulsivantes e analgésicos, 43 e 26 %
respectivamente.
Outro parâmetro investigado foi que autores mais publicaram resumos (acima de 30) nos eventos
nacionais, e paralelamente quais os trabalhos desses autores que apresentados em forma de resumos
transformaram-se em trabalhos publicados em revistas de divulgação científica indexadas, no
mesmo intervalo de tempo (1986-1995). O gráfico ilustra que os pesquisadores mais atuantes não
transformam o material de estudo em uma publicação que possa ser acessada pelos sistemas
internacionais de informação literária e científica (“medline”, “index medicus”, “current contents”).
Numa análise qualitativa observou-se que, com raras exceções, a maioria destes trabalho foram
realizados por químicos, que apresentaram pequeno ou nenhum interesse pelas propriedades
farmacoterapêuticas de seus produtos isolados.
47
O gráfico a seguir mostra, a correlação entre o número de resumos dos autores que mais publicaram
trabalhos com plantas medicinais (barras escuras) e o número de trabalhos publicados em revistas
científicas indexadas - “papers” (barras claras).
Gráfico 3.1 - Número de publicações em eventos nacionais e em revistas científicas indexadas, dos 18 autores que mais apresentaram resumos de trabalhos a nível nacional.
Número de publicações por autor
020
4060
8010
012
0
A B C D E F G H I J K L M N O P Q R
ResumosPapers
As instituições de pesquisa que mais publicaram trabalhos sobre plantas medicinais em eventos nacionais
O gráfico a seguir mostra as instituições que mais se destacaram na publicação de resumos em
eventos nacionais são apresentadas a seguir. Os resultados demonstraram que a Universidade de
São Paulo - USP (REPRESENTADAS POR São Paulo, Ribeirão Preto, São Carlos E
Pirassununga) e a Universidade Federal do Ceará (UFC), acima de 200 resumos.
48
010
020
030
040
0USP
UFC
UFRJ
UFPB
UFSC
UNICAMP
UFMG
UFPE
UNIFESP
Faz-se necessário observar que as bolsas e auxílios concedidos pelo CNPq, para projetos de
fitofármacos se concentra mais nas áreas de Química e Farmacologia (vide adiante quadro 4.8, pp.)
e a distribuição dessas bolsas por regiões concentra-se mais nas Sudeste e Nordeste (quadro 4.9,
pp.).
O volume de financiamento versus produção de trabalhos (resumos) demonstram forte
disparidade.por ex. observa-se dos graficos que a ufc recebeu um auxílio por área de conhecimento
quase 10 vezes superior à usp ( veja tabela cap), que no entanto publicou tanto quanto nos
congressos nacionais.
CONCLUSÕES
Apesar de existirem grupos altamente capacitados na realização de bioensaios com plantas
medicinais, são ainda poucos os grupos que associam Fitoquímica À caracterizacao
farmacologica dos produtos isolados. Talvez porque na historia recente quimicos e farmacólogos
raramente se associaram para desenvolver um prototipo ou um produto.
Colaborações em Pesquisa e Desenvolvimento
Existe uma razoável colaboração inter-grupos EM projetos acadêmicos. Esta experiência, se
estendida multidisciplinarmente, poderá ser eficaz na descoberta de novos medicamentos.
A cooperação internacional entre cientistas e técnicos é ainda insuficiente. Quando se trata de áreas
altamente dinâmicas como a pesquisa de novos princípios ativos, esta cooperação é fundamental.
49
A comunicação entre grupos de pesquisadores, tão necessária para o desenvolvimento de produtos,
é ainda pequena mas pode melhorar com a RNP e Internet.
A multidisciplinaridade nos projetos científicos e tecnológicos não é exercitada com muita
freqüência. É certo, no entanto, que com os estímulos dos financiamento da FAPESP e CNPq para
projetos temáticos, este problema vem sendo aos poucos reduzido. Esta deverá ser uma tendência:
o governo financiando projetos multidisciplinares na área de plantas medicinais e as empresas
buscando as universidades para a P&D de medicamentos.
Os financiamentos a universidades, principalmente nos últimos anos, diminuíram (exceção feita a
São Paulo) e quase sempre são descontínuos, o que afeta muito as pesquisas em curso.
A universidade, parece claro, não tem competência para desenvolver sozinha produtos para a
sociedade. Para isto é necessária a participação das empresas.
A Lei de Patentes, assinada há pouco, e a recente portaria do Ministério da Saúde (Secretaria de
Vigilância Sanitária), deverão levar a universidade a reforçar sua relação com as empresas.
Dificuldades
Existem diferentes problemas que afetam os que lidam com a química e a farmacologia de produtos
naturais.
1) São poucos os grupos explicitamente desenvolvendo estudos de plantas medicinais, mesmo os
estudos de composição química (fitoquímica) de plantas medicinais.
2) O estudo puramente fitoquímico de plantas medicinais, acrescenta preciosas informações
químicas ao estudo de plantas medicinais mas isto raramente significa que o princípio ativo da
planta esteja sendo buscado. Na maior parte dos trabalhos publicados, o aspecto medicinal é apenas
ligeiramente relatado na introdução e referências
3)As competentes empresas multinacionais têm obtido os maiores proveitos dos estudos feitos com
os recursos governamentais.Quase sempre não há o cuidado de se proteger os inventos com patentes
ou mesmo resguarda-los com o necessario sigilo,mesmo que temporário.Neste caso,as empresas
ligadas á área farmacêutica se apropriam legitimamente das informações, que publicadas são de
uso irestrito.Estas empresas dispoem de equipes treinadas especificamente para obter da literatura
evidências que apontem à descoberta de novos fármacos.
4) Os cursos de pós-graduação em química orgânica recebem cada vez menos estudantes na área de
fitoquímica e os profissionais desta área têm frequentemente mudado para a área de síntese.
50
Outrossim, os poucos profissionais da área fitoquímica raramente pesquisam plantas medicinais e
quando isto ocorre não realizam os necessários ensaios biológicos que conduzam ao isolamento dos
princípios ativos.
Conclusões Finais
- A pesquisa e desenvolvimento (P&D) de fitoterápicos e fitofármacos, em uma base moderna,
praticamente não existe no Brasil. Existem esforços nesta direção vindos principalmente da
universidade, que raramente está associada a empresas. Sem empresas não há caminho viável na
descoberta e P&D de fitofármacos e fitoterápicos.
- As várias competências nessas áreas para a P&D de um fármaco existem no Brasil. No entanto,
são localizadas em diferentes bolsões, quase excludentes, nas universidades e IPQs e empresas que
não se comunicam entre si.
- A maioria das empresas nacionais na área de fitoterápicos são pequenas e médias e praticamente
não investem em pesquisas. A portaria da Vigilância Sanitária deve mudar estas tendências para um
apoio ao desenvolvimento dos fitoterápicos.
- Existem muitas dificuldades para a pesquisa científica de plantas medicinais, principalmente:
recursos financeiros para pesquisa; ausência de instalações adequadas, infra-estrutura deficiente,
falta de massa crítica em áreas como a toxicologia e clínica, falta de informações, bibliotecas,
dificuldades de comunicações, baixo nível de comunicação interna e externa.
- Existem excepcionais oportunidades na exuberante biodiversidade, no conhecimento pré-cientifico
e uso de plantas medicinais pela população brasileira , na entrada de novos consumidores da classe
média, nas pesquisas científicas de plantas medicinais. No interesse de algumas empresas nacionais
na P&D de medicamentos, na abertura e interesse dos mercados europeu, americano e asiático para
novos produtos de plantas para a área medicinal e cosmética,na base técnico-científica existentes,
no sistema de pós-graduação melhor estruturado das Américas do Sul e Central e na razoável
massa crítica disponível em química e farmacologia.
- Os recursos financeiros não são a condição sine qua non para a P&D de drogas a partir de plantas.
Antes disso, há que considerar a necessidade de juntar os esforços dos atores necessários para este
fim (Figura 3.1).
- Os dados nos fazem supor que us$ 100 milhões de dólares foram aplicados nos ultimos 10 anos na
pesquisa cientifica relacionada a produtos naturais e apesar disso nemhum medicamento baseado
51
em plantas medicinais foi desenvolvido no pais.nem mesmo a ceme-ms que pesquisou 72 plantas
medicinais chegou a qualquer fitomedicamento.
52
4. A AÇÃO GOVERNAMENTAL PARA O DESENVOLVIMENTO DE FITOFÁRMACOS
Apesar da riqueza da flora brasileira -com cerca de 55 mil espécies- e da ampla utilização de plantas
medicinais pela população, existe consenso sobre a insuficiência de estudos científicos sobre o
assunto. Pouca atenção foi dada tradicionalmente a esta área de conhecimento pelas instituições
acadêmicas e pelas agências governamentais de fomento à pesquisa e ao desenvolvimento de
fitofármacos. Com os recentes avanços na área de biologia molecular e com o crescente interesse
das grandes corporações farmacêuticas pelo potencial de mercado dos produtos naturais, é
imprescindível dar maior atenção ao aprofundamento do conhecimento das propriedades das
espécies vegetais e sua utilização na formulação de medicamentos. Neste capítulo apresentam-se as
ações das principais agências públicas envolvidas no apoio ao aprimoramento do conhecimento
científico, do desenvolvimento tecnológico e da produção industrial de fitofármacos nos últimos
anos. Essas ações serão apresentadas por instituição, com atenção à Central de Medicamentos -
CEME, à FINEP e ao CNPq, comentando-se ainda as atividades de outras agências como a
Fundação Banco do Brasil e a CAPES.
Central de Medicamentos
A Central de Medicamentos - CEME, além de sua atribuição principal de compra e distribuição de
medicamentos, tem apoiado sistematicamente atividades de pesquisa em produtos fitofarmacêuticos
nas últimas duas décadas. Já em 1973 foram realizados alguns estudos pioneiros com plantas
medicinais no âmbito da CEME, como o “Screening farmacológico de plantas brasileiras”,
executado pela Escola Paulista de Medicina, mas a função de assistir instituições governamentais na
formulação, coordenação e execução de políticas e programas de desenvolvimento tecnológico e
industrial do setor químico-farmacêutico só seria atribuída formalmente ao órgão pelo decreto
presidencial No 75.985 de 17 de julho de 1975.
Nos primeiros anos não existia uma política clara para orientar a seleção de projetos, sendo uma
atividade de “balcão”, em que os apoios eram concedidos na medida da disponibilidade dos
recursos. Em 1982, visando uma orientação mais consistente para suas ações na área, a CEME
promoveu um Encontro sobre Plantas Medicinais, que resultou na elaboração do Programa de
Pesquisas em Plantas Medicinais -PPPM.
Este Programa começou a operar em 1983. Seu objetivo era promover a investigação científica
sobre as propriedades terapêuticas de espécies vegetais utilizadas pela população brasileira,
favorecendo o futuro desenvolvimento de medicamentos, assim como orientar a população sobre o
53
verdadeiro potencial terapêutico e os possíveis efeitos tóxicos destas plantas, normalmente
utilizadas de forma pouco criteriosa. O Projeto visava à criação de uma alternativa medicamentosa
de baixo custo, principalmente para os 50 milhões de brasileiros que não têm acesso a
medicamentos. Foram privilegiados projetos de rápido retorno, com um prazo médio de execução
de 1 a 2 anos. Uma das metas do programa foi a constituição de um banco de dados com cerca de
9.000 informações sobre plantas medicinais.
Os estudos se concentraram em testes toxicológicos e de eficácia terapêutica das plantas medicinais.
Foram realizados testes com animais de laboratório e ensaios clínicos com seres humanos. Na Fase
I as pesquisas empregaram a planta inteira (“abafado” ou chá); na Fase II, ora em andamento,
tenciona-se isolar os princípios ativos das espécies com ação terapêutica comprovada.
No início, foram selecionadas 21 espécies para estudo a partir de critérios médicos, antropológico-
sociais, botânico-agronômicos e econômicos. Essa seleção foi feita por um Comitê formado pelos
melhores profissionais da área. Entre elas estavam: quebra-pedra, funcho, maracujá, capim-cidrão,
espinheira-santa, abacateiro, alho, guaco, confrei, artemísia, hortelã, jambolão, etc. Em 1986 as
espécies selecionadas foram ampliadas para 74 (ver Quadro A.1 no Anexo 6).
Na denominada Fase I do Programa, de 1983 a 1993, foram executados 95 projetos, cuja
distribuição por ano aparece no Quadro 4.1 e por região no Gráfico 4.1 (a informação detalhada
sobre os objetivos e as intituições envolvidas em cada projeto é apresentada no Quadro A.2, Anexo
6).
Quadro 4.1 - Número de projetos executados pela CEME na Fase I do Programa de Pesquisa de Plantas Medicinais (1983-1993)
Ano No de projetos
1983 21 1984 4 1985 9 1986 32 1987 8 1988 15 1989 5 1990 - 1991 1 Total 95
54
Gráfico 4.1 - Distribuição dos projetos executados pela CEME (1983-1993) por região
Sul11%
Sudeste62%
Centro-Oeste9%
Nordeste11%
Norte7%
Vemos que houve uma intensa atividade nos anos 80, mas o programa praticamente parou nos anos
90. Este arrefecimento correspondeu a um brusco corte orçamentário, como pode ser constatado na
Quadro 4.2, em razão das reformas impostas durante o governo Collor.
Quadro 4.2 - Recursos liberados pela CEME para o Pro grama de Pesquisas de Plantas Medicinais
Ano Liberações (US$ mil de 1995)
1983 434,18 1984 268,41 1985 231,89 1986 678,18 1987 1.377,68 1988 863,45 1989 323,05 1990 808,22 1991 112,98 1992 - 1993 28,87 1994 95,59 1995 1.710,74 Total 6.610,52
55
Gráfico 4.2 - Recursos liberados pela CEME para o Programa de Pesquisas de Plantas Medicinais
1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 19950
200400600800
10001200140016001800
US
$ m
ild
e 19
95
1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995
O Gráfico 4.2 permite uma melhor visualização dos dados do Quadro 4.2. Observa-se que os
recursos globais da Fase I (de 1983 a 1993) foram da ordem de US$ 5 milhões. Nos últimos dois
anos o Programa parece ter tomado novo impulso, depois de ter passado por três anos em que a
maioria dos trabalhos precisou ser interrompida, em razão da desativação de várias funções do
Estado promovidas pelo governo Collor. Hoje existem 13 projetos em andamento, mas a maioria
das propostas apresentadas nos anos 90 não foi ainda implementada, havendo 19 projetos em
carteira, conforme pode ser visto no Quadro 4.3.
56
Quadro 4.3 - Projetos em carteira no Programa de Pesquisas de Plantas Medicinais da Ceme Título do projeto Ano Instituição
“Verificação do possível efeito adaptógeno ou resistógeno de plantas brasileiras. Parte II. Pfaffia e Catuaba”.
1994
EPM/UNIFESP
“Avaliação clínico-laboratorial de plantas medicinais como possíveis agentes diuréticos, antihipertensivos e eumetabólicos”.
1995
UERJ
“Identificação de antiparasitários de origem vegetal e desenvolvimento de formas farmacêuticas”.
1991
UFRS
“Avaliação da ação tóxica de plantas medicinais em ensaios biológicos”.
1991
USP
“Endoscopia funcional nasal e cirurgia funcional sinusal associadas à avaliação da Luffa opercutata (cabacinha) no tratamento das patologias nasosinusais”.
1989
EPM/UNIFESP
“Estabelecimento de bases analíticas para estandartização de chás medicinais”.
1991 UFPA
“Ensaio de atividade de Amaranthus viridis e Luffa cilindrica contra helmintos parasitas de galinhas e cães”.
1991
UNESP
“Analise farmacológica dos extratos brutos de Bacharis trimera”.
1991 UFSC
“Estresse oxidativo hepático: Modulação por produtos naturais da flora brasileira”.
1991 USP
“Extração e identificaçào de substâncias com atividade antiúlcera de Maytenus ilicifolia”.
1991 UFMG
“Determinação do efeito farmacológico potencial de extratos vegetais utilizados em medicina popular”.
1991 UFRS
“Investigação farmacológica da atividade central de plantas medicinais”.
1991 EFSC
“Esquemas terapêuticos alternativos, farmacologia e química de novas drogas de origem vegetal”.
1991 UFPB
“Determinação de componentes polifenólicos farmacologicamente ativos obtidos de vegetais”.
1991 USP
“Avaliação toxicológica de vegetais empregados em medicina popular”.
1991 UNESP
“Estudo toxicológico pré-clínico do B-mirceno: Substância analgésica encontrada no capim-cidrão”.
1991 FIOCRUZ
“Núcleo de fornecimento de plantas medicinais selecionadas pela CEME”.
1990 UFMA
“Estudo fitoquímico e fitorápico de plantas brasileiras”. 1991 FIOCRUZ “Coleta e conservação de plantas medicinais”. 1991 EMBRAPA
Observa-se que apenas três projetos envolvem extração de principios ativos de plantas medicinais,
ou seja, estudos fitoquímicos farmacológicos. Maciçamente os projetos concentram-se no estudo de
chás ou no máximo extratos de plantas.
Os primeiros resultados do programa foram publicados em 1985, correspondendo à conclusão do
estudo de Cymbopogon citratus (capim-cidrão)11. Em 1993 tinham sido concluídas as pesquisa com
11 Carlini E. L. (Coordenador) Farmacologia pré-clínica, clínica e toxicologia do capim-cidrão, Cymbopogum citratus,
Brasília, CEME, 1985.
57
28 espécies vegetais, cujos resultados aparecem na série de publicações “Programa de Pesquisa em
Plantas Medicinais” da CEME. Em alguns casos as plantas medicinais não provaram ter efeitos
significativos, em outros revelaram-se tóxicas, enquanto certas espécies confirmaram ação
terapéutica, sendo as duas principais Maytenus ilicifolia (espinheira-santa) e Phyllantus niruri
(quebra-pedra). Após a conclusão das pesquisas para testar o real efeito das diversas espécies
procurar-se-ía aprimorar as técnicas de cultivo para posterior industrialização.
De acordo com entrevista realizada na CEME, existem atualmente cinco medicamentos em
condições de scale-up para produção industrial, tendo como base farmacológica as seguintes
espécies: Mikania glomerata (guaco), Phyllantus niruri (quebra-pedra), Maytenus ilicifolia
(espinheira-santa) e Cecropia glazioui (embaúba). Sua produção será realizada por laboratórios
oficiais. Pretende-se patentear esses medicamentos tão logo seja aprovada a legislação em tal
sentido.
O Programa tem atuado co-financiando Projetos de Pesquisa através de contratos e convênios com
instituições públicas e privadas. Na realidade, a grande maioria dos estudos foi realizada pelas
universidades federais e estaduais, sendo pouco significativa a participação de empresas privadas.
Há 23 instituições vinculadas ao Programa, existindo núcleos de pesquisa importantes em diversas
regiões do país, como os grupos de Belém (UFPA) na região Norte, de Fortaleza (UFCE) no
Nordeste e Santa Catarina (UFSC) no Sul (ver Quadro 4.4). Na região Sudeste a participação da
UFRJ, e na área de testes clínicos e pré-clínicos a Escola Paulista de Medicina, que foi responsável
por 27 dos 95 projetos executados. O Centro Nacional de Recursos Genéticos (CENARGEM) da
EMBRAPA também realizou alguns estudos. A CEME financia os projetos, com exceção do salário
dos pesqisadores.
Quadro 4.4 - No de projetos executados na Fase I (1983-1993) do Progama de Pesquisa de Plantas Medicinais da CEME, por região
Região No de projetos
Sul 12 Sudeste 60 Centro-oeste 9 Nordeste 10 Norte 3
FINEP
A FINEP atua no financiamento a projetos de fitofármacos através, principalmente, de três
Departamentos: Agropecuária, Ciências Biológicas e da Saúde, e Ciências da Natureza. Nos últimos
58
10 anos os projetos vêm sendo apoiados fundamentalmente com recursos do PADCT (Porgrama de
Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e, em menor monta, com recursos do FNDCT
(Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). A seguir, apresentamos uma breve
avaliação dos financiamentos da FINEP nessa área, nos três Departamentos citados.
Desde 1985 o Departamento de Agropecuária vem operando o Programa de Cultivos Pioneiros
(PROCULT). Este programa promoveu o estudo integral de 20 espécies de interesse, em sua
maioria nativas. Entre essas espécies, três foram selecionadas pelo seu poder medicinal: Digitalis
lanata (Dedaleira), Cephaelis ipecacuanha (Ipeca) e Pilocarpus microphyllus (Jaborandi), sendo as
restantes escolhidas pelo seu potencial alimentício, oleaginoso, laticífero (produção de látex), etc.
Estimava-se que o tempo necessário para transformar uma espécie em planta cultivada seria de 5 a
10 anos. Assim, foram privilegiados cultivos que pudessem se de fácil e rápida adoção pelo sistema
produtivo nacional. Pretendia-se sistematizar o conhecimento necessário para o cultivo dessas
espécies, uma vez que a maioria tem sido explorada só pelo sistema extrativista, chegando, em
alguns casos, à quase extinção. Os principais objetivos do Programa eram:
-criar oportunidades técnicas e científicas para aproveitamento de espécies vegetais nativas e
exóticas de interesse econômico e social.
-promover a diversificação da agricultura brasileira em bases ecológicas e culturais,
economicamente sustentáveis.
-Incorporar ao sistema produtivo plantas não tradicionalmente cultivadas, criando inclusive
alternativas de produção para áreas até então inexploradas.
-Promover e/ou intensificar as pesquisas com espécies vegetais de uso já popularizado e de
potencialidade econômica e social destacadas, com vistas à sua transformação em plantas
cultivadas.
-Conservar a variabilidade genética das espécies selecionadas.
-Promover o conhecimento científico-tecnológico sobre a propagação, manejo e obtenção do
produto econômico das espécies selecionadas.
-Promover a difusão controlada das pesquisas bem como desencadear o processo de
desenvolvimento dos novos cultivos no país.
As pesquisas desenvolvidas incluíram linhas relativas à botânica, ecologia, recursos genéticos,
biologia, utilização e processamento, e estudos sócio-econômicos das espécies selecionadas.
59
Tratava-se de estudos de caráter interdisciplinar que exigiam a participação de várias instituições.
No caso de espécies de plantas medicinais, as instituições participantes foram:
a) Digitalis lanata (Dedaleira): Instituto Agronômico de Campinas.
b) Cephaelis ipecacuanha (Ipeca): Instituto Agronômico de Campinas, SEICT/RO -Secretaria de
Estado de Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia, UEPAE/RO -Unidade de Execução de
Pesquisa de Âmbito Estadual e Territorial, UFMT -Universidade Federal de Mato Grosso,
EMPA/MT -Empresa Matogorssense de Pesquisa Agropecuária, Universidade federal do Rio de
Janeiro/Núcleo de Pesquisas de Produtos Naturais.
c) Pilocarpus microphyllus (jaborandi): UNICAMP, Universidade Federal do Rio de Janeiro,
CENARGEN/EMBRAPA.
Para assessoramento à FINEP e ao CNPq na implementação do Programa de apoio a Cultivos
Pioneiros constituiu-se um grupo formado por: um representante do CNPq; um representante do
Comitê Assessor de Agronomia do CNPq; um representante da FINEP; quatro representantes da
Comunidade Científica; e dois representantes da Iniciativa Privada. Esse grupo participou na
avaliação das propostas de projetos, pedidos de auxílios e bolsas. Para o acompanhamento dos
projetos foram contratados consultores especializados.
Ao CNPq coube outorgar bolsas de pesquisa e de formação, financiar a contratação de consultores
internacionais e possibilitar a public ação dos resultados do programa. À FINEP correspondeu
financiar o investimento necessário para a realização dos projetos. O custeio para fomento e
acompanhamento das pesquisas foi compartilhado em partes iguais pelas duas instituições.
O detalhe dos projetos realizados dentro do Programa Cultivos Pioneiros, no relativo a plantas
medicinais, aparece no Quadro 4.5.
60
Quadro 4.5 - Projetos de pesquisa em plantas medicinais realizados com o apoio do Programa Cultivos Pioneiros (PROCULT) da FINEP/CNPq
Título Objetivos Instituição Ano do convênio
Recursos aproximados
(US$) “Biologia, cultivo experimental e aspectos sócio-econômicos de ipecacuanha”
Estudar a biologia e estimular o seu cultivo
UNICAMP/CPQBA
1988
24.500,00
“Coleta e conservação de germoplasma de ipecacuanha”
Coleta de germoplasma para domesticação da espécie e estabelecimento de Banco de Germoplasma
EMBRAPA/ CENARGEN
1988
21.000,00
* Estabelecer o cultivo racional de jaborandi, com plantas de caraterísticas uniformes e produtivas, visando ao fornecimento de matéria-prima para a indústria de sais de pilocarpina
UNICAMP/CPQBA
1990
5.000,00
*sem título
Além das atividades do Departamento de Agropecúaria, a FINEP tem concedido financiamento a
projetos de fitofármacos pelo seus Departamentos de Ciências Biológicas e da Saúde e de Ciências
da Natureza. A maior parte desses recuros foi outorgada através do Programa de Apoio ao
Desenvolvimento Científico e Tecnológico -PADCT. Desde 1985 foram implementados por esta
via 31 projetos, cujos objetivos e instituições envolvidas aparecem no Anexo 6 (Quadro A.3). A
seguir, apresentam-se os recursos envolvidos em 28 desses projetos, que incluem os dois
Departamentos (para o três projetos restantes não se dispõe da informação dos valores).
Quadro 4.6 - Financiamento de projetos em fitofármacos pelos Departamentos de Ciências Biológicas e da Saúde e de Ciências da Natureza da FINEP
Ano do convênio No de projetos Total (US$ 1995)
1985 2 145.964,18 1986 7 644.733,57 1987 6 613.659,12 1988 1 74.346,57 1990 1 17.536,7 1991 2 836.262,72 1992 4 1.381.283,6 1993 5 3.502.865,9 Total 28 6.528.646,67
Os auxílios na segunda metade da década de oitenta foram da ordem de US$ 1,5 milhões. Após
1990, coincidindo com a segunda fase do PADCT, esses auxílios cresceram significativamente.
61
A distribuição dos financiamentos por região é apresenta no Quadro 4.7. Observa-se que os auxílios
foram distribuídos a instituições de diversas regiões, destacando-se a participação de grupos da
UFRJ, UFSC, UFCE e UFPA, dos respectivos departamentos de química e farmacologia. Alguns
projetos visaram à criação de laboratórios para atender às demandas em nível regional, como por
exemplo, a implantação do Laboratório de Espectrometria (LEMAR) para atendimento multiusuário
na região Norte e Nordeste, em 1994.
Em certos casos, as pesquisas avançaram até a formulação de medicamentos e acordos com
empresas para sua produção. Tal foi o caso de um estudo realizado pela UFSC que resultou num
consórcio com a BIOBRÁS e a Microbiológica para o desenvolvimento de um medicamento que
bloqueia a ação da bradicinina, chegando à solicitação de pedido de patente junto ao INPI.
Todavia, na maioria dos casos, os resultados das pesquisas não tiveram aplicação comercial direta,
resultando basicamente na formação de recursos humanos com divulgação de resultados através de
congressos e publicações em periódicos nacionais e estrangeiros.
Quadro 4.7 - Projetos financiados pela FINEP segundo região de origem da instituição apoiada Região No de projetos
Sul 5 Sudeste 6 Centro-Oeste 4 Nordeste 7 Norte 4 TOTAL 25
CNPq
Com relação à formação de Recursos Humanos especializados na área de fitofármacos, coube às
agências de financimento, como CNPq e CAPES, um papel destacado. A informação consolidada
dos auxílios concedidos no período 1992/1994 aparece nos Quadros 4.8 a 4.12. Como vemos nos
Quadros 4.11 e 4.12, coincidindo com o financiamento concedido pelas instituições acima
analisadas, destacam-se as participações da UFCE e da UFRJ no uso de bolsas e auxílios. A maior
parte das pesquisas foi desenvolvida pelos departamentos de química e farmacologia. Porém, no
caso da UFCE existe também participação dos departamentos de botânica, bioquímica e agronomia,
o que pode significar um tratamento mais integrado em relação ao tema. Nas bolsas e auxílios a
região Nordeste participou com cerca de 40% nesse período, o que também estaria indicando a
existência de uma significativa capacitação regional na área de fitofármacos. Além da UFCE,
também a UFPB teve uma participação importante.
62
Em nível nacional, destacam-se ainda a UFRJ e a UFMG, que o apoio das agências e instituições de
fomento criaram núcleos de pesquisa importantes na área de fitofármacos. Como pode ser visto no
Quadro 4.12, todas as modalidades de bolsas e auxílios foram utilizadas por essas instituições.
Observe-se que mais da metade dos auxílios concedidos correspondem à área de química.
Além da informação apresentada, tanto a CAPES como o CNPq oferecem auxílios na forma de
bolsas de mestrado e doutorado em áreas relacionadas com fitofármacos. Entretanto, este tipo de
auxílio não pode ser discriminado por corresponder a quotas de demanda social das instituições.
Quadro 4.8 - Bolsas e auxílios concedidos pelo CNPq para projetos de fitofármacos de 1992 a 1994 Área do
conhecimento Bolsas Auxílios Total
No Valor US$ No Valor US$ No Valor US$
Botânica 48 102.687,14 4 25.611,52 52 128.298,66
Farmácia 8 22.323,89 1 0,04 9 22.323,93
Farmacologia 54 196.089,60 11 90.961,28 65 287.050,88
Química 125 559.643,06 17 41.638,85 142 601.281,91
Genética 2 2.386,54 2 2.386,54
Bioquímica 3 29.993,14 1 2.675,62 4 32.668,76
Agronomia 3 2.231,15 1 0,02 4 2.231,17
Total Geral 243 915.354.52 35 160.887,33 278 1.076.241,85
Quadro 4.9 - Distribuição por região das bolsas e auxílios concedidos pelo CNPq, de 1992 a 1994 Área do
conhecimento Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul
No Valor US$ No Valor US$ No Valor US$ No Valor US$ No Valor US$
Botânica 45 112.960,80 5 7.545.33 2 7.792,53
Farmácia 1 11.899,86 8 10.424,07
Farmacologia 1 1.060,23 15 87.213,76 5 17.207,75 27 145.635,45 17 35,933,69
Química 8 30.319,09 43 117.784,34 2 8.966,71 79 402.093,67 10 42.118,10
Genética 2 2.386,54
Bioquímica 2 20.208,17 1 10.958,24 1 1.502,35
Agronomia 2 843.04 2 1.388,13
Total 9 31.379,32 108 350.909,97 13 44.678,03 113 560.798,67 35 88.475,86
63
Quadro 4.10 - Bolsas e auxílios concedidos pelo CNPq segundo modalidade, de 1992 a 1994 Tipo No de projetos Valor US$ correntes
Inic. Científica 159 223.374,54 Aperfeiçoamento 17 34.930,21 Pesquisa 52 526.258,66 Ap. Técnico 8 15.432,52 Exterior 7 115.358,59 Auxílios 35 160.887,33 Total 278 1.076.241,85
Quadro 4.11 - Distribuição dos auxílios do CNPq por área de conhecimento e por instituição, de 1992 a 1994
Institituição Botânica
No Pro
Farmácia
No Pro
Farmacol
No Pro
Química
No Pro
Bioquímica
No Pro
Agronomia
No Pro
Total
No Pro
Valor US$
corrente
UFCE 4 2 2 1 1 10 38.026,82
UFPR 1 1 -
UFRS 2 2 4.448,98
UFPB 1 1 2 21.990,78
UFRJ 1 3 4 17.039,03
USP 1 1 2 4.717,21
UFSP 3 3 51.166,66
UFMG 1 1 2.288,37
UNICAMP 1 1 -
UFBA 2 2 4.228,74
UFSC 1 1 2.986,00
UFRRJ 2 2 1.649,34
UFPA 2 2 3.280,07
UFSCAR 1 1 6.115,44
INPA 1 1 2.949,74
TOTAL 4 1 11 17 1 1 35 160.887,33
64
Quadro 4.12 - Distribuição das bolsas concedidas pelo CNPq por área de conhecimento e por instituição, de 1992 a 1994
Institituição Botânica
No Pro
Farmácia
No Pro
Farmacol
No Pro
Química
No Pro
Genética
No Pro
Bioquímica
No Pro
Agronomia
No Pro
Total
No Pro
Valor US$
corrente
UFCE 30 3 25 1 59 150.985,98
UFPR 2 2 3.059,66
UFRS 7 10 1 18 37.354,48
UFPB 3 1 8 8 20 85.266,63
UFRJ 7 13 1 21 91.832,85
USP 1 12 13 49.394,40
UFSP 10 10 33.871,11
UFMG 2 17 19 45.694,19
UNICAMP 1 2 3 28.213,99
UFBA 3 1 1 5 26.804,34
UFSC 3 2 5 14.381,08
UFRRJ 6 6 58.427,55
UFPA 1 5 6 25.149,51
UFSCAR 3 2 5 35.028,22
UFMT 5 5 17.207,75
UFRPE 4 4 5.723,65
UFPE 1 1 2 10.481,31
UNESP 2 2 21.069,22
UF LAVRAS 2 2 1.388,13
UFF 6 6 7.114,39
Inst. Biológico 3 3 12.916,93
UFSM 5 5 25,224,24
UNB 2 2 8.966,71
FIOCRUZ 3 3 10.839,58
Ins. Botân. SP 1 1 6.668,50
U. ALFENAS 1 1 1.785,26
EMBRAPA 5 5 7.545,33
M. AGRICUL. 1 1 10.958,24
IME 1 1 12.349,60
UFAL 4 4 7.381,72
Univ. Caxias 1 1 1.021,38
Sem vínculo 3 3 61.228,59
Total 48 8 54 125 2 3 3 243 915.354,52
Outras instituições
Outra instituição que concedeu alguns auxílios na área de fitofármacos foi a Fundação Banco do
Brasil. No Quadro 4.13 apresenta-se informação sobre os auxílios solicitados a essa instituição.
Nota-se que a grande maioria dos pedidos não foi atendida, indicando, de um lado, pequeno
65
interesse da instituição nessa área e, de outro, que há uma demanda reprimida por estudos em
fitofármacos e produtos naturais.
Quadro 4.13 - Auxílios solicitados à Fundação Banco do Brasil, 1991-1995 Título do Projeto Instituição Período
“Workshop em biotecnologia de plantas” UFAL/D. Química 01/94 a 12/96
“Plantas medicinais brasileiras como fonte de substâncias imunomoduladoras, Antivirais e Antitumorais”
UFRJ/Inst.Ciên. Bio.Dep.Bioquímica
indeferido
“Estudo do ecossistema floresta tropical Atlântica visando ao aproveitamento dos recursos vegetais”
UFSC/Coord. Horto Florestal
indeferido
“Aspectos ecofisiológicos das Cianofíneas brasileiras: avaliação de toxicidade e aproveitamento econômico”
Fud. Bio-Rio
indeferido
“Montagem de laboratório de química farmacêutica da ULBRA”
Univ. Luterana do Brasil ULBRA
arquivado
“Pesquisas botânicas do Herbário Barbosa Rodrigues”
Herbario Barbosa Rodrigues
indeferido
“Obtenção de fármacos anti-maláricos a partir de Artemisia annua”
CPQBA-UNICAMP 06/95 a 04/97
“Extração e obtenção de princípios bioativos de plantas medicinais da localidade de Jaceruba-Reserva Biológica de Tinguá”
Fund.Bio-Rio/Lab. Biotecnologia de Plantas
indeferido
“Controle da qualidade de plantas medicinais exógenas e brasileiras, empregadas no tratamento de infestações: parasitárias e viróticas”
FIOCRUZ/Lab. Química de Produtos Naturais Farmanguinhos
indeferido
“Estudo químico e farmacológico de plantas medicinais do Norte e Nordeste”
UFCE/Dep. Fisiol. Farmac.
indeferido
“Caracterização de substâncias fitoterápicas da Flora Roraimense”
UF Roraima / Dep. Química
indeferido
“Produtos naturais e sintéticos bioativos” UFPB/Lab. Tecnol. Farmacêutica
indeferido
66
5. ESTRATÉGIAS PARA DESENVOLVER A PRODUÇÃO DE MEDICAMENTOS A PARTIR DE PLANTAS MEDICINAIS
Partindo dos elementos discutidos nos capítulos anteriores, iremos, inicialmente, apresentar os
principais atores atuantes na P&D e produção de fitomedicamentos e, em seguida, resumir os
principais pontos favoráveis de que o Brasil dispõe para desenvolver essa área, assim como as
dificuldades existentes. Finalmente, apresentaremos uma proposta de estratégia de desenvolvimento
da produção de medicamentos a partir de plantas medicinais que contemple o aproveitamento das
oportunidades indicadas e ao mesmo tempo supere os obstáculos apontados.
5.1 Quem são os atores e como eles interagem
O estudo de plantas medicinais é realizado por fitoquímicos, farmacólogos, bioquímicos, botânicos,
etnológos, médicos e farmacêuticos na ampla área de medicina natural. Aqui, no entanto, vamos nos
ater aos principais grupos de pesquisadores atuando no Brasil. São eles, os fitoquímicos,
pesquisadores da área de química orgânica também denominados químicos de produtos naturais e
que raramente dominam a área farmacológica e os farmacólogos/ biólogos, profissionais originados
de diferentes áreas (médica, farmacêutica e biológica) e que raramente dominam a área química.
É muito raro que um mesmo indivíduo realize, ele mesmo, pesquisas fitoquímicas-
farmacológicas/biológicas necessárias para a descoberta de novos fármacos. Por isso, plantas
medicinais são estudadas do ponto de vista químico por fitoquímicos e do ponto de vista
farmacológico por farmacólogos, estabelecendo uma dicotomia perigosa. Cooperações
interdepartamentais, interinstitucionais e multidisciplinares, embora necessárias, raramente são
realizadas, comprometendo o sucesso do estudo de plantas medicinais
A relação entre fitoquímicos e biólogos
A área química de produtos naturais é ampla, abrangendo os estudos fitoquímicos (estudo da
composição química de plantas) zooquímicos (estudo químico de insetos) e o estudo químico de
organismos marinhos. Devido às dificuldades inerentes à área, os pesquisadores costumam se
restringir a uma área específica. Os grupos de fitoquímica raramente cooperam entre si ou com
grupos de farmacologia visando novos fitofármacos. É muito comum que as publicações na área
farmacológica se refiram a extratos brutos ou apenas ligeiramente purificados (veja p.ex. Anais da
SBFTE, Seção Produtos Naturais). Ou seja, o princípio ativo da planta em questão é raramente
isolado.
67
Químicos, por outro lado, raramente estudam a composição química de plantas em mistura (extratos
brutos). O comum é a purificação dos extratos, levando a frações e estas a substâncias puras. No
entanto, é muito comum que o princípio ativo de uma planta medicinal seja uma mistura de
substâncias. A separação de uma amostra em substâncias puras pode levar perder o efeito
farmacológico esperado. Quando a relação existe, os fitoquímicos produzem mais frações e
substâncias puras que o farmacólogo/biólogo pode testar.
Todos estes fatores, além de outros menores, geram tensão na relação química e biologia de modo
que dificilmente as relações progridem. Tampouco fluem as relações entre grupos universitários
para a pesquisa (obrigatoriamente) multidisciplinar na área de medicamentos de plantas medicinais.
Os pontos de vista de acadêmicos de diversas especialidades muitas vezes se confrontam.
Estes grupos, por sua vez, raramente tem cooperação com a área empresarial.
A relação entre universidade e empresas
Um dos maiores problemas detectados a partir dos questionários aplicados é que não há cooperação
entre os grupos acadêmicos da universidade e as empresas (nacionais ou não) para o
desenvolvimento de novos medicamentos. Isto acaba criando um paradoxo: a universidade
desenvolve pesquisas e divulga o conhecimento para a comunidade científica internacional e, como
nossa indústria não possui cultura e visão de desenvolvimento tecnológico, permite que as
industrias transnacionais façam uso deles. No nosso entender só é possível desenvolver
medicamentos em cooperação com empresas que finalmente vao comercializar o produto.
Há uma desconfiança que permeia as relações entre acadêmicos e empresas, de ambos os lados. O
empresário teme colocar recursos nas mãos dos cientistas acreditando que a relação custo/benefício
seja muito alta, além de exigir sigilo com relação ao projeto. Por outro lado, os cientistas a) não
apreciam trabalhar sob o cronograma apertado dos empresários, b) dificilmente aceitam
interferências em seu trabalho, c) não estão mobilizados para os trabalhos que visam produtos (vide
Tabela - Recursos do Estado FNDCT/CNPq/FAPESP), d) não aceitam produzir trabalhos que
tenham alguma restrição à publicação. Deste modo, as relações entre empresas-universidades,
dificilmente fluem. Os recursos para as pesquisas vem massivamente do Estado e só muito
raramente de empresas (vide Quadro 7).
68
5.2 Vantagens e obstáculos para o desenvolvimento da área de produtos naturais
As vantagens detectadas são a flora, o conhecimento popular, o conhecimento científico, a
disponibilidade de tecnologia, o interesse da área empresarial e o volume de recursos aplicados nos
últimos dez anos. Em seguida, detalharemos cada um destes pontos.
1. Entre os elementos favoráveis ao desenvolvimento de medicamentos a partir de produtos naturais
de que o Brasil dispõe está a riqueza de sua biodiversidade, particularmente concentrada na Mata
Atlântica e na Amazônia12.
A região amazônica cobre 5 milhões de km2, com 33.000 espécies de plantas superiores, sendo pelo
menos 10.000 destas medicinais, aromáticas e úteis (Brown, 1992, Mors, 1966; Di Stasi, 1989;
Brito, 1993; Barata, 1994; Gottlieb, 1980), 300 espécies de frutas comestíveis (Cavalcante, 1988)
além de uma enorme fauna marinha, insetívora e animal, muitos dos quais usados na
etnofarmacologia, mas sem qualquer registro atual. Portanto, é maior o nú mero de plantas
medicinais/úteis nessa região que na India e China13. Mesmo as plantas tóxicas existentes na região
(Da Silva, 1979) poderão se tornar importantes templates para a descoberta de novos produtos
terapêuticos. Além dos estudos com plantas medicinais, os estudos de venenos e toxinas de origem
animal abrem um novo horizonte para a compreensão de fenômenos moleculares complexos em
nível celular. (CALIXTO. DOC.)
Estes números justificam a opção de concentrar os estudos de plantas medicinais na região
amazônica, onde será muito maior a probabilidade de se encontrar produtos exploráveis de modo
sustentável. É aí também que as empresas farmacêuticas multinacionais concentram seus esforços
(APP, 1992; BUSW, 1992; Science, 1990). O Quadro 5.1 mostra algumas empresas nacionais ou
estrangeiras que transformam produtos naturais da Amazônia em produtos finais com alto valor
agregado (Scrip, 1992 e 1993).
12 A maior diversidade biológica do país se encontra na mata atlântica, da qual, lamentavelmente, não restam mais do
que 12%. Na Amazônia, restam ainda 90% de área florestal (Brown, 1991, 1992).
13 India e China, países tradicionais nesta área, contam com 5.000 e 2.500 espécies medicinais respectivamente.
69
Quadro 5.1 - Empresas que transformam produtos naturais da Amazônia. Empresa Área Produtos comercializadas
Hutton Molecular (Inglaterra)
Medicamentos Fitofármacos, agroquímicos e veterinários
PHYTOpharmaceuticals (EUA)
Medicamentos Fitofármacos
Shaman Pharmaceuticals (EUA)
Medicamentos Fitofármacos
Xenova (Inglaterra) Medicamentos Fitofármacos The Body Shop (Inglaterra)
Cosméticos Óleo de castanha do Pará, óleo de Andiroba, etc
Rainforest Crunch (USA)
Alimentos Amendoas, Castanha do Pará
Natura (São Paulo)
Cosméticos Óleo Andiroba
Boticário (Curitiba)
Cosméticos Diferentes produtos em P&D
Nutrimental (Curitiba)
Alimentos Amendoas, Castanha do Pará
Irda (Amapá)
Matérias-primas para cosméticos e medicamentos
Óleos Vegetais
Brasmazon (Amapá)
Matérias-primas para cosméticos e medicamentos
Diferentes Produtos
Centroflora (São Paulo) Medicamentos Matérias-primas para fitoterápicos e cosméticos
Sanrisil (São Paulo) Medicamentos Matérias-primas para fitoterápicos e cosméticos
Por outro lado, um grande obstáculo ao aproveitamento do potencial associado à biodiversidade
brasileira está na destruição do meio-ambiente em ritmo acelerado, o equivalente a 10.000 Km2 por
ano (dados do INPE, 1995). Nichos ecológicos desaparecem como em Rondônia (80% da floresta
destruída) e rios são contaminados com mercúrio, como o Tapajós.
Desde o descobrimento, em 1500, plantas que adquirem valor econômico tendem a ser predadas até
seu esgotamento. Isto já aconteceu com o Pau-Brasil, e atualmente com o Sassafras (Ocotea
pretiosa), Pau-Rosa (Aniba rosaeodora), Jaborandi (Pilocarpus jaborandi), Pfaffia (Pfaffia
paniculatta) e muit as outras plantas selvagens comercializadas.
2. Outro fator que favorece a área de produtos naturais é o conhecimento etnobotânico e
etnofarmacológico da população brasileira, a miscigenação tendo sido um fator primordial para este
conhecimento. Negros e europeus trouxeram para o Brasil o seu conhecimento sobre o uso de
plantas que se somou ao dos índios. A difusão desse conhecimento no seio da população facilita a
aceitação popular de fitoterápicos e a aderência terapêutica.
Entretanto, é um sério problema a perda corrente do conhecimento etnomédico e do manejo das
plantas do ambiente devido, em grande medida, às migrações internas e ao desaparecimento físico
de indígenas que no descobrimento eram 2 milhões e hoje são apenas 250 mil. O conhecimento dos
70
mais jovens sobre plantas medicinais/ úteis está definhando como consequência da aculturação
desses povos. Desse modo, é preciso resgatar essas informações etnofarmacológicas e
etnobotânicas, inventariando-as em banco de dados que permitam seu acesso por cientistas e
empresas.
3. A simplicidade da tecnologia usada para extração de plantas medicinais constitui uma vantagem
adicional para explorar os recursos vegetais. Existem centenas de pequenos fabricantes, a maior
parte dos quais sequer registrada no Ministério da Saúde, cujos produtos são colocados a venda em
praças públicas, feiras e outros pontos. Até mesmo repartições públicas se ocupam dessas
atividades. Esta prática se ampliou enormemente nos últimos anos devido ao Programa “Plantas
medicinais no serviço público”, que recomenda o cultivo e produção de fitoterápicos por parte de
diversos organismos (prefeituras, ONGs, associações de bairro).
Por outro lado, a fabricação realizada muitas vezes em condições precárias e à margem da
Vigilância Sanitária pode representar um risco adicional pela falta de controle da qualidade dos
produtos distribuídos ou vendidos por essas organizações.
4. O patamar de desenvolvimento tecnológico-industrial alcançado pelas empresas farmacêuticas no
Brasil, embora deficiente, não é nulo e permite considerar pelo menos a possibilidade de que elas
reajam de modo positivo e passem a fazer desenvolvimento a partir de produtos naturais em ritmo
mais intenso do que o verificado até o presente.
5. A capacitação científica nacional, apresentada no capítulo 3, atingiu um nível de excelência
razoável, tornando mais factível a exploração dos conhecimentos originados da biodiversidade e da
etnofarmacologia. Os estudos já realizados no país sobre plantas medicinais, conforme visto no item
3.3, constituem um acervo de conhecimento significativo que deve ser explorado para o
desenvolvimento de uma tecnologia própria.
6. Os estudos já realizados no país sobre plantas medicinais, conforme visto no capítulo 4,
constituem um acervo de conhecimento significativo que deve ser explorado para o
desenvolvimento de uma tecnologia própria.
7. Financiamento: O PADCT III que vai vigorar de 1997-2000 deverá privilegiar projetos
tecnológicos, multidisciplinares de aplicação da ciência, permitindo realizar consórcios entre a
academia e empresas.
71
5.3 Proposta para uma estratégia para desenvolver a produção de medicamentos a partir de plantas medicinais
A seção acima mostrou o potencial e as dificuldades existentes no uso de plantas medicinais para a
produção de medicamentos, cosméticos, agroquímicos e intermediários químicos. Nesta seção
vamos propor uma estratégia voltada para o aproveitamento das potencialidades e superação das
dificuldades apontadas.
Propomos a formação de Laboratórios Integrados para Desenvolvimento de Fármacos (LIDF)
coordenados por um Núcleo Estratégico de Desenvolvimento de Fármacos. Este Núcleo teria as
seguintes responsabilidades:
- traça a política e define as estratégias para o setor
- faz diagnóstico da área
- estabelece objetivos e metas no tempo
- estrutura um banco de dados com informações da área
- constitui um corpo de assessores jurídicos encarregados do patenteamento e relacionamento
entre as partes contratantes
- coordena as relações academia / setor produtivo
- analisa projetos da comunidade e encontra os parceiros: cientistas e empresários
- estabelece um CA no CNPq específico para P&D de medicamentos
- ajuda a captar os financiamentos necessários
- qualifica as propostas e confere um “selo verde” que habilita o projeto à parceria e
financiamento
- acompanha e avalia as várias fases dos projetos
Este Núcleo, de caráter executivo, teria seu corpo constituído a partir de um Comitê independente
do qual participariam as comunidades científica (representantes das sociedades científicas e
cientistas independentes com forte tradição em P&D), empresarial (associações patronais e
empresários de destaque na área) e governamental (representantes das agências de financiamento,
CNPq, FINEP, FAPESP...)
Os LIDF estariam estrategicamente associados em um projeto de desenvolvimento de um
processo ou produto específico (ou conjunto de produtos terapeuticamente similares). Seriam
72
constituídos de laboratórios pré-existentes, com competência já demonstrada em P&D e que
ganhariam atribuições estabelecidas pelo Núcleo a partir de editais de chamadas específicos para o
desenvolvimento de tecnologia para fármacos.
Essa proposta é abrangente e não se restringe apenas aos fitofármacos. Todavia, pensamos que as
vantagens apontadas acima sugerem que as oportunidades são maiores dentro dessa área. Portanto,
seria um bom ponto de partida para implementar a estratégia.
Como virtudes desta proposta deverá ocorrer:
1) progressivo aumento da interação universidade-indústria, estabelecendo mecanismos de
comunicação entre os parceiros de projetos de descoberta de novos fármacos.
2) abordagens multidisciplinares dos estudos químicos e biológicos.
3) aumento do número de patentes obtidas pelas universidades e institutos de pesquisa
4) estabelecimento de projetos conjuntos estimulará o fortalecimento de cooperação internacional
Complementarmente, medidas como as descritas abaixo deverão ser tomadas:
Com relação à flora
- Criar um mecanismo de proteção no qual plantas e organismos originados da biodiversidade
brasileira serão registrados pelo governo para efeito de estudos, pesquisa e desenvolvimento.
Neste contexto poderão ser coletadas e trabalhadas por instituições de pesquisas ou empresas de
qualquer nacionalidade, que, em caso de exploração comercial futura de patentes descobertas,
deverão pagar royalties em benefício de uma Fundação Nacional da Biodiversidade,
possivelmente nos moldes do projeto da Merck Sharp & Dohme (USA) com o governo da Costa
Rica, que deveria ser estudado para verificar o quanto se aplica ao Brasil (B&DM, 1991).
- Conferir aos produtos originados da biodiversidade brasileira um “selo verde” como garantia de
qualidade e indicação de produto original e natural. Um comitê analisaria a qualidade dos
produtos/produtores como condição para outorgar o selo.
- o cultivo de culturas anuais/ perenes de plantas medicinais/ úteis nas áreas desmatadas do país
(500.000 km2).
73
Com relação ao gerenciamento de informações
- Inventariar, catalogar e organizar as informações antropológicas, etnológicas, ecológicas e
taxonômicas já existentes em um banco de dados (Brasilert), tornando-as acessíveis à
comunidade acadêmica e empresarial.
- Realizar estudos do tipo “Quem é quem” e “Onde e quanto custa” para projetos químicos e
biológicos de produtos naturais, cujos resultados também devem constituir um banco de dados;
a partir desses estudos poder-se-á identificar as competências acadêmicas (universidades,
institutos de pequisa) para desenvolvimento de projetos científicos/tecnológicos em
medicamentos, cosméticos e agroquímicos.
Com relação à formação de competências
- Estabelecer centros de referência de estudos em produtos naturais para a indústria de
medicamentos, cosméticos e agroquímicos e intermediários químicos. Estes centros deverão
contribuir para:
a) padronizar mecanismos de controle de qualidade de plantas medicinais comercializadas e
fitoterápicos consumidos pela população;
b) desenvolver estudos toxicológicos de produtos naturais;
c) desenvolver um sistema de avaliação (screening) e de ensaios farmacológicos de produtos
naturais14
, cuja estratégia geral está explicitada na Figura 5.2 (McChesney, 1993).
- Facilitar a permanência de pessoal de empresas (técnicos e estagiários) nos laboratórios das
universidades e institutos de pesquisas governamentais para o desenvolvimento de técnicas,
controle de qualidade e produtos.
- Treinamento de pessoal em instituições relacionadas com screening/ fitoquímica de plantas
medicinais/úteis (Universidade de Illinois, Pharmazeutische Institute Münich, prof. Wagner,
H.).
14 Caso a estratégia privilegie o mercado internacional, os estudos deverão abarcar as seguintes áreas: câncer,
mutagênesis, HIV, hepatite, cardiovascular, antifungos, doenças imuno-supressoras, doenças dermatológicas, diabetes,
alergias e mal de Alzheimer, especialidades que as empresas multinacionais farmacêuticas têm priorizado (ABNI, 1991)
e analgésicos.( vide anexo .........)
74
- Criar condições nos sistemas de PG do Brasil de realizar teses com caráter multidisciplinar na
área de medicamentos de plantas, que poderão ter caráter sigiloso por certo número de anos para
impedir cópias de processos e pesquisas (garantir patenteamento)
Com relação a financiamento
- Suprir as diferentes carências apontadas no item "dificuldades 3.3.2" isto é, financiar através de
programas de editais, como o PADCT, projetos multidisciplinares e específicos para o
descobrimento e P&D de drogas apenas quando houver empresas interessadas nos resultados
das pesquisas.
- Provocar a parceria da Universidade - Empresas através de financiamentos ligados a editais
específicos para a P&D de drogas.Criar uma política de fortalecimento da indústria nacional de
fitoterápicos para aproveitar a competência no fabrico de medicamentos Este incentivo seria
dado estimulando o estudo da eficácia clínica dos produtos já existentes no mercado (
portaria.....) e assim como de processos controle de qualidade.
- Gerar na universidade condições desburocratizadas para pesquisadores estabelecerem relações
formais com empresas permitindo uma flexibilização oficial do RDIDP e possibilidade de
ganhos financeiros ou royalties de processos ou produtos desenvolvidos em colaboração.
75
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80
ANEXO 1 - BANCO DE DADOS BIBLIOGRÁFICOS
O banco de dados “Produtos naturais.mdb”
A pesquisa bibliográfica que subsidiou a elaboração deste trabalho constitui levantamento de um
conjunto amplo de dados quantitativos e qualitativos, que abrangem material bibliográfico impresso
e bases de dados informatizadas de fontes raramente consultadas por químicos de produtos naturais
ou por biólogos. O material impresso inclui revistas especializadas (Scrip, Biofutur etc), revistas de
espectro mais amplo contendo matérias de interesse da pesquisa (Business Week, Science etc),
outras publicações especializadas (IMS) e artigos de jornal (Gazeta Mercantil, sobretudo). As bases
de dados consultadas pertencem ao DIALOG.
As informações foram organizadas em um banco de dados bibliográficos, confeccionado através do
software Microsoft Access e é apresentado em disquete que acompanha este relatório. Assim, este
banco de dados, que recebeu o nome de “Produtos naturais.mdb”, é uma coleção de dados
bibliográficos referentes à temática de medicamentos de origem vegetal.
A vantagem do emprego do banco de dados é permitir consultas orientadas de acordo com as
necessidades do usuário. A estrutura do banco de dados, apresentada a seguir, permite o acesso por
assunto ou por autor.
A estrutura do banco de dados
O banco de dados bibliográficos contém duzentas referências, armazenadas em forma de uma tabela
(table) que organiza e apresenta os dados segundo oito “campos”: índice, autor, título, referência,
ano, tipo, localização e assunto (nesta ordem).
O índice (“ID”) é o primeiro campo e tem a função de contador, ou seja, é o número que indica a
ordem segundo a qual a referência foi introduzida no banco de dados.
O campo “autor” apresenta o nome autor do documento bibliográfico ou, como na maioria dos
casos, o nome do periódico de onde o documento foi extraído.
O campo “título” corresponde, ao título do documento.
O campo “referência” traz a referência bibliográfica completa do documento, exceto título.
Exemplo: Chemical Business Newsbase,Pharma Japan (CBNB,PHRMJ) - April 5, 1992.
81
O “ano” indica o ano da publicação do documento, enquanto que o campo “tipo” indica se o
documento é artigo, livro, brief article, book review, report, editorial, etc.
A “localização” indica onde está o documento e o “assunto” apresenta algumas “palavras-chaves”
que dão uma idéia do conteúdo do documento, como ownership changes, R&D agreements,
corporate strategy, regulation, ou ainda refere-se aos países e/ou firmas envolvidos/tratados pelo
documento.
82
ANEXO 2 - QUESTIONÁRIOS
Este anexo apresenta os questionários utilizados para a obtenção de dados, sobretudo qualitativos,
utilizados no trabalho. A idéia foi obter, através de questionários bastante sintéticos e objetivos, um
conjunto básico de informações e uma orientação para as entrevistas, realizadas em um segundo
momento.
Foram utilizados três questionários distintos, dirigidos a cientistas, empresas e instituições atuantes
na área de produtos naturais no Brasil. Os questionários são apresentados nesta ordem:
1. questionário cientistas;
2. questionário empresas;
3. questionário instituições governamentais.
83
1. QUESTIONÁRIO CIENTISTAS
Informações Gerais:
1) Identificação do respondente:
Nome:
Cargo:
Endereço:
E-mail:
Telefone:
Fax:
2) Equipe atual:
Nome Qualificação Ano de ingresso
3) Projetos na área de produtos naturais:
Título Fonte de financiamento Valor (US$)
Questionário (responder um para cada projeto):
1) Título do projeto:
2) Objetivo do projeto:
3) Período de vigência:
84
4) Participantes do projeto:
Qualificação Número Antropólogos
Botânicos Farmacólogos
Biólogos Médicos
Fitoquímicos Químicos
Economistas Outros (especificar)
5) Trabalhos científicos produzidos a partir do projeto:
Tipo Número Papers nacionais
Papers internacionais Teses
Relatórios Outros (especificar)
6) O projeto gerou patentes? Quais? Onde estão depositadas?
7) O projeto contribui para a consolidação da equipe de pesquisa? Novos membros foram
incorporados a partir dele?
8) O projeto envolvia alguma parceria com empresas? Em caso afirmativo:
a) a empresa contribuiu para o financiamento do projeto
Totalmente Parcialmente Não contribuiu
b) como avalia a participação empresarial no projeto
Positiva Negativa Neutra
85
c) teve algum tipo de dificuldade com a participação da empresa no projeto
Nunca Sempre Às vezes
9) Órgãos do governo ligados à área de saúde acompanharam ou participaram do projeto? Quais?
10) Algum produto farmacêutico foi gerado no âmbito do projeto? Descreva.
11) O conhecimento gerado foi útil para o desenvolvimento de tecnologia para outros produtos
farmacêuticos? Comente.
12) O financiamento foi importante para o desenvolvimento do laboratório? Por que?
13) A equipe montada à época do projeto ainda poderia ser reunida se necessário?
86
2. QUESTIONÁRIO EMPRESAS
Informações Gerais:
1) Identificação do respondente:
Nome:
Cargo:
Endereço:
E-mail:
Telefone:
Fax:
2) Dados gerais da empresa:
Origem do capital:
Faturamento em 1994 (US$):
Nº de empregados em 1994:
Principais produtos (por ordem de importância):
Principais mercados em que atua (classes terapêuticas):
87
Questões:
1) Distribuição das vendas (1994):
Produtos %
sintéticos
naturais puros
naturais associados
2) Evolução da participação dos produtos naturais (puros e associados):
Ano % das vendas
1990
1991
1992
1993
1994
3) Qual a expectativa de participação nas vendas dos produtos naturais nos próximos cinco anos?
4) Origem das matérias-primas para fabricação de produtos naturais:
%
Brasil
Exterior
88
5) Grau de purificação das matérias-primas adquiridas para fabricação de produtos naturais:
Produtos Matéria-prima bruta Semi-purificada Pura
A:
B:
C:
D:
E:
6) Quais os principais concorrentes da empresa na área de produtos naturais?
7) A empresa faz P&D? Como está estruturada a área de P&D (posição funcional, pessoal ocupado,
qualificações, orçamento anual)
8) Quais atividades de P&D têm relação com produtos naturais? Explicar (escopo, objetivos e
resultados já alcançados).
9) A empresa tem acordos de cooperação com outras instituições (universidades, institutos de
pesquisa) para desenvolvimento de pesquisas relacionadas com produtos naturais? Explicar
(escopo, objetivos e resultados já alcançados).
10) Como avalia a cooperação com outras instituições:
Positiva Negativa Neutra
11) Quais as outras fontes de tecnologia a que a empresa recorre (licenciamento, acordos de
assistência técnica, etc)? Separar produtos naturais do restante.
89
Questões para o principal dirigente da empresa:
12) Como vê o desenvolvimento internacional da área de produtos naturais?
13) Como analisa o potencial da área no Brasil?
14) O que falta para o aproveitamento desse potencial?
15) Como avalia a política governamental existente para a área de produtos naturais?
16) Que medidas deveriam ser tomadas, no seu entender, para melhor direcionar essa política?
17) Que medidas de política em outros âmbitos seriam necessárias para desenvolver a área de
produtos naturais:
a) política de comércio exterior:
b) políticas monetária e fiscal:
c) política de saúde:
d) políticas especiais de fomento:
90
3. QUESTIONÁRIO INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS
Nome da instituição_________________________________________________
__________________________________________________________________
Entrevistado _______________________________________________________
Função ___________________________________________________________
Formação _________________________________________________________
Data ____/___/____
Principal atividade da instituição
_______________________________________________________________
Quais atividades desenvolve na área de Produtos Naturais
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
_______________
Qual é o número de funcionários e sua qualificação?
Nº total_____________________________________________________________
___________________________________________________________________
Atuando com Produtos Naturais_________________________________________
___________________________________________________________________
Há quantos anos tem atividades relacionadas a Produtos Naturais?
_________________________________________________________________
91
Houve descontinuidades que levaram à paralisação das atividades nessa área? Quando e por
que?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
Que recursos a instituição tem alocado para atividades com Produtos Naturais nos últimos 5
anos?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
No caso da instituição apoiar projetos de desenvolvimento de Produtos Naturais para a
comercialização, quais os principais critérios para o apoio?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
____________________
Há avaliação de mercado e de parceiros para comercialização dos produtos e processos a
serem apoiados? Como isto é feito?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
___________________________________
A instituição atende prioritariamente a equipes de universidades e instituições públicas de
pesquisa ou a empresas? Ou ainda a projetos conjuntos entre setor público e setor privado?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
___________________________________
92
Existe uma política deliberada por parte da instituição para estimular os acordos de
cooperação entre as empre sas e entre estas e os institutos públicos de pesquisa?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
___________________________________
Como se dá a participação de parceiros estrangeiros nas atividades da instituição voltadas a
Produtos Naturais?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
___________________________________
Há exemplos de produtos hoje em comercialização que tenham sido desenvolvidos a partir das
atividades da instituição?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
___________________________________
Como a instituição atua em relação à propriedade intelectual?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
___________________________________
Há patentes saídas de projetos ou progrmas apoiados pela instituição? Quais?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________
Há uma política explícita para Produtos Naturais no país? Qual?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
___________________________________
93
Quais deveriam ser, do seu ponto de vista, as prioridades de uma política nacional para
Produtos Naturais?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Quais os principais programas envolvendo Produtos Naturais conduzidos pela instituição?
-Título do programa/projeto
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
-Instituições envolvidas
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
-Período de realização
_________________________________________________________________
-Recursos envolvidos
_________________________________________________________________
-Principais resultados
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
94
ANEXO 3 - VENDAS EM FARMÁCIA DE PRODUTOS NATURAIS
Este anexo é formado por duas tabelas, cada uma das quais é apresentada em cinco páginas. A primeira delas apresenta dados de vendas em farmácia de medicamentos com origem em produtos vegetais ordenados segundo o faturamento total do laboratório. A segunda apresenta os mesmos dados ordenados segundo o percentual de vendas de medicamentos com origem em produtos vegetais em relação ao faturamento total do laboratório.
MERCADO DE MEDICAMEN TOS COM ORIGEM EM PRODUTOS VEGETAIS - 1994 POR FATURAMENTO TOTAL DO LABORATÓRIO
(1/5) LABORATORIO (1) %(1) (2) %(2) (3) %(3) (4) %(4) TOT. LAB
BRISTOL MEYER SQUIBB
3.104 1,23 371 0,15 2.159 0,85 2.530 1,00 252.847
ACHE 10.196 4,29 0 0,00 881 0,37 881 0,37 237.700 BIOGALENICA 772 0,35 0 0,00 3.424 1,55 3.424 1,55 220.445 ROCHE 446 0,22 0 0,00 1.373 0,69 1.373 0,69 198.229 WYETH 1.266 0,82 0 0,00 0 0,00 0 0,00 153.832 MERRELL/LEPETIT 4.921 3,71 5.050 3,81 0 0,00 5.050 3,81 132.672 BOEHRINGER ANGELI 20.580 15,56 0 0,00 3.195 2,42 3.195 2,42 132.284 PRODOME 3.055 2,38 0 0,00 0 0,00 0 0,00 128.261 LILLY 0 0,00 0 0,00 1.191 1,05 1.191 1,05 113.575 SCHERING PLOUGH 1.594 1,51 226 0,21 576 0,55 802 0,76 105.493 SANOFI WINTHROP 4.364 4,25 1.120 1,09 1.005 0,98 2.125 2,07 102.669 BYK QUIMICA E FARM 18.454 18,08 9.259 9,07 11.873 11,63 21.132 20,70 102.076 RHODIA 1.575 1,56 0 0,00 0 0,00 0 0,00 101.174 SANDOZ 3.837 3,86 0 0,00 14.671 14,77 14.671 14,77 99.358 HOECHST 85 0,09 0 0,00 0 0,00 0 0,00 94.648 MERCK SHARP DOHME 1.471 1,66 0 0,00 0 0,00 0 0,00 88.483 BIOLAB/SEARLE 1.235 1,42 15.729 18,05 3.841 4,41 19.570 22,46 87.123 WELLCOME ZENECA 0 0,00 0 0,00 11.137 13,50 11.137 13,50 82.475 KNOLL 916 1,14 8.391 10,40 9.470 11,74 17.861 22,14 80.673 ASTA MEDICA 0 0,00 5.766 7,59 277 0,36 6.043 7,95 75.986 MERCK S.A. 666 0,91 1.210 1,66 11.560 15,84 12.770 17,49 72.999 CILAG FARM.LTDA 4.799 6,60 0 0,00 0 0,00 0 0,00 72.709 ORGANON 5.699 8,42 0 0,00 0 0,00 0 0,00 67.697 ABBOTT 4.195 6,38 1.196 1,82 534 0,81 1.730 2,63 65.777 FARMASA 1.525 2,66 0 0,00 0 0,00 0 0,00 57.414 SARSA 1.342 2,44 0 0,00 1.449 2,64 1.449 2,64 54.899 WHITEHALL 8.065 15,17 0 0,00 0 0,00 0 0,00 53.150 ALCON 0 0,00 724 1,47 1.068 2,17 1.792 3,64 49.180 IQC HOSBON 2.415 5,12 184 0,39 3 0,01 187 0,40 47.161 EMS 1.338 3,40 187 0,48 9 0,02 196 0,50 39.352 SINTOFARMA 4.449 11,84 0 0,00 0 0,00 0 0,00 37.590 FRUMTOST 5.541 15,59 0 0,00 4.011 11,28 4.011 11,28 35.549
continua
Notas: (1) Medicamento contendo princípio(s) ativo(s) [P.A.(s)] de origem vegetal associados com P.A.(s) de outra natureza; (2) Medicamento contendo associação de P.A.(s) de origem vegetal somente; (3) Medicamento contendo P.A. não associado. (4) = (2) + (3) % (N) categoria em relação ao total do faturamento do laboratório.
95
continuação (2/5)
LABORATORIO (1) %(1) (2) %(2) (3) %(3) (4) %(4) TOT. LAB BIOSINTETICA 3.309 9,40 0 0,00 1.253 3,56 1.253 3,56 35.188 STIEFEL 665 1,98 3.538 10,55 3.036 9,05 6.574 19,60 33.544 LIBBS 47 0,15 0 0,00 0 0,00 0 0,00 32.199 NEWLAB 16.267 54,24 0 0,00 0 0,00 0 0,00 29.991 FARMALAB I.Q.F. 233 0,97 217 0,90 0 0,00 217 0,90 24.054 ZAMBON 19 0,08 1 0,00 13 0,06 14 0,06 22.839 VIRTUS 3.225 15,30 2.056 9,75 1.480 7,02 3.536 16,77 21.083 DORSAY 8.984 43,83 0 0,00 0 0,00 0 0,00 20.497 UPJOHN 470 2,37 0 0,00 772 3,90 772 3,90 19.798 MARJAN 0 0,00 3.017 15,75 0 0,00 3.017 15,75 19.155 EUROFARMA 4.059 24,66 0 0,00 0 0,00 0 0,00 16.458 ALLERGAN-LOK 2.313 14,08 0 0,00 2.695 16,41 2.695 16,41 16.425 BALDACCI 0 0,00 0 0,00 3.353 20,50 3.353 20,50 16.355 MILLET-ROUX 1.091 6,81 5.121 31,97 4.265 26,63 9.386 58,60 16.018 UNIAO QUIMICA F.N 393 2,61 4 0,03 34 0,23 38 0,25 15.084 SYNTHELABO 2.199 14,97 0 0,00 0 0,00 0 0,00 14.689 DARROW 282 2,27 0 0,00 962 7,74 962 7,74 12.430 LEGRAND 2.475 21,38 0 0,00 207 1,79 207 1,79 11.575 CATARINENSE 2.620 24,14 1.024 9,43 2.315 21,33 3.339 30,76 10.854 NOVAQUIMICA 1.120 10,34 0 0,00 0 0,00 0 0,00 10.832 ENILA 699 6,83 0 0,00 2.040 19,92 2.040 19,92 10.239 HEBRON 930 9,11 145 1,42 3.823 37,45 3.968 38,87 10.209 LUITPOLD 802 8,20 2.160 22,09 226 2,31 2.386 24,40 9.778 LUPER 1.402 14,58 166 1,73 0 0,00 166 1,73 9.616 BARRENNE 0 0,00 7.379 88,15 992 11,85 8.371 100,00 8.371 NIKKHO 801 11,39 0 0,00 0 0,00 0 0,00 7.034 CANONNE 0 0,00 5.687 100,00 0 0,00 5.687 100,00 5.687 GROSS 1.431 25,69 970 17,41 10 0,18 980 17,59 5.571 UCI-FARMA 101 1,83 0 0,00 0 0,00 0 0,00 5.519 HERTZ 147 2,67 94 1,71 311 5,66 405 7,37 5.498 JOHNSON+JOHNSON 3.606 71,63 0 0,00 0 0,00 0 0,00 5.034 INFABRA 30 0,62 2.863 59,37 870 18,04 3.733 77,42 4.822 Q.I.F. 1.634 34,10 134 2,80 0 0,00 134 2,80 4.792 SANVAL 148 3,52 74 1,76 58 1,38 132 3,14 4.204 INST. TEUTO BRASILEIRO
0 0,00 3 0,07 44 1,08 47 1,15 4.084
FARMOQUIMICA 828 20,56 0 0,00 0 0,00 0 0,00 4.028 CLIMAX 1.468 41,29 0 0,00 0 0,00 0 0,00 3.555 ARISTON 248 7,05 8 0,23 454 12,90 462 13,13 3.520 FONTOVIT 0 0,00 0 0,00 2.229 67,81 2.229 67,81 3.287 DAUDT OLIVEIRA 1.958 61,32 438 13,72 0 0,00 438 13,72 3.193 ZURITA 1.132 35,69 312 9,84 0 0,00 312 9,84 3.172 BUNKER 0 0,00 25 0,79 0 0,00 25 0,79 3.145 SANUS 0 0,00 0 0,00 16 0,55 16 0,55 2.891 HERALD'S 157 5,83 60 2,23 644 23,93 704 26,16 2.691
continua
96
Notas: (1) Medicamento contendo princípio(s) ativo(s) [P.A.(s)] de origem vegetal associados com P.A.(s) de outra natureza; (2) Medicamento contendo associação de P.A.(s) de origem vegetal somente; (3) Medicamento contendo P.A. não associado. (4) = (2) + (3) % (N) categoria em relação ao total do faturamento do laboratório.
continuação (3/5)
97
LABORATORIO (1) %(1) (2) %(2) (3) %(3) (4) %(4) TOT. LAB OSORIO MORAES 0 0,00 55 2,17 1.898 74,75 1.953 76,92 2.539 GILTON 39 1,55 1.185 47,15 275 10,94 1.460 58,10 2.513 GRANADO 38 1,54 0 0,00 46 1,86 46 1,86 2.473 CIBRAN FARMA LDT 5 0,21 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2.436 C.I.F. 280 12,68 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2.208 VITACOS-PRARMA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1.899 FRESENIUS 0 0,00 0 0,00 9 0,49 9 0,49 1.821 INST. BIOCHIMICO 3 0,17 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1.813 PRIMA 1.319 73,98 4 0,22 0 0,00 4 0,22 1.783 HERUS 752 45,27 2 0,12 0 0,00 2 0,12 1.661 DANSK-FLAMA 0 0,00 0 0,00 20 1,22 20 1,22 1.639 NEOVITA 1.224 85,96 4 0,28 0 0,00 4 0,28 1.424 NATURIN 220 15,57 124 8,78 238 16,84 362 25,62 1.413 AUAD 1.396 99,93 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1.397 HENFER 1.377 99,57 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1.383 PROFARMIG 0 0,00 835 61,90 0 0,00 835 61,90 1.349 DE MAYO 666 51,59 87 6,74 0 0,00 87 6,74 1.291 LAB N INDICADO 0 0,00 575 46,45 70 5,65 645 52,10 1.238 HONORTERAPICA 0 0,00 0 0,00 6 0,51 6 0,51 1.173 SIBRAS 0 0,00 606 53,58 0 0,00 606 53,58 1.131 BETA ATALAIA 0 0,00 541 48,35 562 50,22 1.103 98,57 1.119 HALLER 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1.116 FARMION 0 0,00 229 24,70 0 0,00 229 24,70 927 J.P. 0 0,00 0 0,00 88 9,77 88 9,77 901 BERGAMO 375 43,40 0 0,00 0 0,00 0 0,00 864 DELTA 4 0,47 0 0,00 0 0,00 0 0,00 847 QUIMICA E BIOLOGIA 1 0,13 0 0,00 0 0,00 0 0,00 784 GUNTHER 651 86,45 0 0,00 0 0,00 0 0,00 753 EVERSIL 148 19,71 0 0,00 0 0,00 0 0,00 751 MILLER 32 4,60 167 24,03 415 59,71 582 83,74 695 GEYER 0 0,00 0 0,00 8 1,16 8 1,16 691 SANITAS 0 0,00 190 29,73 444 69,48 634 99,22 639 BARUEL 0 0,00 226 35,87 0 0,00 226 35,87 630 BASA 0 0,00 0 0,00 65 10,33 65 10,33 629 REGIUS 77 12,69 1 0,16 0 0,00 1 0,16 607 DUCTO 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 604 MADREVITA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 567 PHARMACIA 0 0,00 0 0,00 159 31,67 159 31,67 502 SEDABEL 70 14,49 0 0,00 8 1,66 8 1,66 483 HANEMAN.VERITAS 14 3,44 0 0,00 0 0,00 0 0,00 407 FLORA DA ÍNDIA 0 0,00 129 32,25 271 67,75 400 100,00 400 ELOFAR 1 0,26 0 0,00 0 0,00 0 0,00 382 MEDQUIMICA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 374
continua
Notas: (1) Medicamento contendo princípio(s) ativo(s) [P.A.(s)] de origem vegetal associados com P.A.(s) de outra natureza; (2) Medicamento contendo associação de P.A.(s) de origem vegetal somente; (3) Medicamento contendo P.A. não associado. (4) = (2) + (3) % (N) categoria em relação ao total do faturamento do laboratório.
98
continuação (4/5)
LABORATORIO (1) %(1) (2) %(2) (3) %(3) (4) %(4) TOT. LAB LAB.N.I.PR.QUIM 0 0,00 0 0,00 10 2,69 10 2,69 372 FARMAVY 95 25,82 192 52,17 0 0,00 192 52,17 368 FARMAERVAS 0 0,00 340 100,00 0 0,00 340 100,00 340 LIFAR 0 0,00 143 46,13 11 3,55 154 49,68 310 KLEIN 0 0,00 35 11,48 0 0,00 35 11,48 305 DERMOPEN 43 14,24 0 0,00 0 0,00 0 0,00 302 LOPROFAR 71 24,74 47 16,38 0 0,00 47 16,38 287 NYTRAFARM 3 1,08 0 0,00 0 0,00 0 0,00 278 BRASTERAPICA 20 7,22 24 8,66 0 0,00 24 8,66 277 BREVES 238 86,23 0 0,00 0 0,00 0 0,00 276 CAZI 0 0,00 69 25,37 0 0,00 69 25,37 272 CRISTALIA 0 0,00 0 0,00 226 85,93 226 85,93 263 PETROFARMA 0 0,00 0 0,00 263 100,00 263 100,00 263 LABORSIL 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 244 SANIFER 0 0,00 0 0,00 64 31,37 64 31,37 204 BRASILEIRO DE BIOLOGIA
66 32,51 0 0,00 0 0,00 0 0,00 203
ARAUJO PENA 0 0,00 0 0,00 200 100,00 200 100,00 200 MESQUITA 0 0,00 2 1,02 0 0,00 2 1,02 196 KINDER 30 15,71 0 0,00 0 0,00 0 0,00 191 PERNAMBUCO 0 0,00 0 0,00 48 25,40 48 25,40 189 DINIZ BRANDÃO 0 0,00 92 57,50 0 0,00 92 57,50 160 DINAFARMA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 156 MARTEL 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 153 I.M.A. 108 72,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 150 ODONTUS 13 8,90 0 0,00 0 0,00 0 0,00 146 NECKERMAN 0 0,00 132 91,03 0 0,00 132 91,03 145 ODONTOFARMA 38 27,34 0 0,00 0 0,00 0 0,00 139 BRASMEDICA 8 5,88 13 9,56 0 0,00 13 9,56 136 FISIOQUIMICA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 130 GEMBALLA 5 4,13 1 0,83 0 0,00 1 0,83 121 LOUFARCAM 4 3,42 0 0,00 0 0,00 0 0,00 117 INKAS 0 0,00 17 14,66 0 0,00 17 14,66 116 LABOLESSEL 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 112 CANGERI 0 0,00 0 0,00 9 8,41 9 8,41 107 DROGASIL 0 0,00 0 0,00 103 100,00 103 100,00 103 EDISON BEZERRA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 99 SINTERAPICO 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 97 IODO-SUMA 1 1,05 0 0,00 0 0,00 0 0,00 95 BELFAR 0 0,00 0 0,00 6 6,52 6 6,52 92 DIMECO LTDA 0 0,00 36 42,35 11 12,94 47 55,29 85 SOBRAL 19 24,68 0 0,00 0 0,00 0 0,00 77 NATURELL 0 0,00 0 0,00 59 93,65 59 93,65 63 PROFARB 7 11,48 1 1,64 0 0,00 1 1,64 61 SIMOES 0 0,00 0 0,00 17 29,82 17 29,82 57
continua
99
Notas: (1) Medicamento contendo princípio(s) ativo(s) [P.A.(s)] de origem vegetal associados com P.A.(s) de outra natureza; (2) Medicamento contendo associação de P.A.(s) de origem vegetal somente; (3) Medicamento contendo P.A. não associado. (4) = (2) + (3) % (N) categoria em relação ao total do faturamento do laboratório.
continuação (5/5)
LABORATORIO (1) %(1) (2) %(2) (3) %(3) (4) %(4) TOT. LAB HIPOLABOR 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 48 BARROS 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 44 PRECIFARMA 0 0,00 0 0,00 3 6,98 3 6,98 43 WALDEMIRO PEREIRA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 37 MAKROFARMA 0 0,00 1 2,78 20 55,56 21 58,33 36 CIMED 0 0,00 0 0,00 5 15,15 5 15,15 33 LABORATORIO FARIA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 25 LEOFARMA 13 65,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 20 QUIMIOT. BRASILEIRA 17 100,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 17 WINDSON 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 13 SINTOMED LTDA 8 66,67 0 0,00 0 0,00 0 0,00 12 MANTUIL 0 0,00 0 0,00 1 11,11 1 11,11 9 A LEIVAS LEITE 7 100,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 7 LABORMAX 0 0,00 0 0,00 5 71,43 5 71,43 7 CIBECOL 0 0,00 1 16,67 0 0,00 1 16,67 6 BRASIFA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 5 ANEMIOTONICO 0 0,00 0 0,00 4 100,00 4 100,00 4 COSMOFAR 2 100,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2 JONAS GLADINO 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2 MAKROS 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2 MILIAN 1 50,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2 NATURABON 0 0,00 0 0,00 2 100,00 2 100,00 2 LABORBRAS 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1 PAGE 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1 A NATUREZA 0 0 0 0 0 DAVAKAN 0 0 0 0 0 QUIMIOTERAPIA 0 0 0 0 0 SILVA ARAUJO 0 0 0 0 0
Total 194.707 91.015 121.458 212.473 3.831.179
Notas: (1) Medicamento contendo princípio(s) ativo(s) [P.A.(s)] de origem vegetal associados com P.A.(s) de outra natureza; (2) Medicamento contendo associação de P.A.(s) de origem vegetal somente; (3) Medicamento contendo P.A. não associado. (4) = (2) + (3) % (N) categoria em relação ao total do faturamento do laboratório.
100
MERCADO DE MEDICAMENTOS COM ORIGEM EM PRODUTOS VEGETAIS (4) - 1994 POR PARTICIPAÇÃO NO TOTAL DO FATURAMENTO DOS LABORATÓRIOS
(1/5) LABORATORIO (1) %(1) (2) %(2) (3) %(3) (4) %(4) TOT. LAB
BARRENNE 0 0,00 7.379 88,15 992 11,85 8.371 100,00 8.371 CANONNE 0 0,00 5.687 100,00 0 0,00 5.687 100,00 5.687 FLORA DA ÍNDIA 0 0,00 129 32,25 271 67,75 400 100,00 400 FARMAERVAS 0 0,00 340 100,00 0 0,00 340 100,00 340 PETROFARMA 0 0,00 0 0,00 263 100,00 263 100,00 263 ARAUJO PENA 0 0,00 0 0,00 200 100,00 200 100,00 200 DROGASIL 0 0,00 0 0,00 103 100,00 103 100,00 103 ANEMIOTONICO 0 0,00 0 0,00 4 100,00 4 100,00 4 NATURABON 0 0,00 0 0,00 2 100,00 2 100,00 2 SANITAS 0 0,00 190 29,73 444 69,48 634 99,22 639 BETA ATALAIA 0 0,00 541 48,35 562 50,22 1.103 98,57 1.119 NATURELL 0 0,00 0 0,00 59 93,65 59 93,65 63 NECKERMAN 0 0,00 132 91,03 0 0,00 132 91,03 145 CRISTALIA 0 0,00 0 0,00 226 85,93 226 85,93 263 MILLER 32 4,60 167 24,03 415 59,71 582 83,74 695 INFABRA 30 0,62 2.863 59,37 870 18,04 3.733 77,42 4.822 OSORIO MORAES 0 0,00 55 2,17 1.898 74,75 1.953 76,92 2.539 LABORMAX 0 0,00 0 0,00 5 71,43 5 71,43 7 FONTOVIT 0 0,00 0 0,00 2.229 67,81 2.229 67,81 3.287 PROFARMIG 0 0,00 835 61,90 0 0,00 835 61,90 1.349 MILLET-ROUX 1.091 6,81 5.121 31,97 4.265 26,63 9.386 58,60 16.018 MAKROFARMA 0 0,00 1 2,78 20 55,56 21 58,33 36 GILTON 39 1,55 1.185 47,15 275 10,94 1.460 58,10 2.513 DINIZ BRANDÃO 0 0,00 92 57,50 0 0,00 92 57,50 160 DIMECO LTDA 0 0,00 36 42,35 11 12,94 47 55,29 85 SIBRAS 0 0,00 606 53,58 0 0,00 606 53,58 1.131 FARMAVY 95 25,82 192 52,17 0 0,00 192 52,17 368 LAB N INDICADO 0 0,00 575 46,45 70 5,65 645 52,10 1.238 LIFAR 0 0,00 143 46,13 11 3,55 154 49,68 310 HEBRON 930 9,11 145 1,42 3.823 37,45 3.968 38,87 10.209 BARUEL 0 0,00 226 35,87 0 0,00 226 35,87 630 PHARMACIA 0 0,00 0 0,00 159 31,67 159 31,67 502 SANIFER 0 0,00 0 0,00 64 31,37 64 31,37 204 CATARINENSE 2.620 24,14 1.024 9,43 2.315 21,33 3.339 30,76 10.854 SIMOES 0 0,00 0 0,00 17 29,82 17 29,82 57 HERALD'S 157 5,83 60 2,23 644 23,93 704 26,16 2.691 NATURIN 220 15,57 124 8,78 238 16,84 362 25,62 1.413 PERNAMBUCO 0 0,00 0 0,00 48 25,40 48 25,40 189 CAZI 0 0,00 69 25,37 0 0,00 69 25,37 272 FARMION 0 0,00 229 24,70 0 0,00 229 24,70 927 LUITPOLD 802 8,20 2.160 22,09 226 2,31 2.386 24,40 9.778 BIOLAB/SEARLE 1.235 1,42 15.729 18,05 3.841 4,41 19.570 22,46 87.123
continua
101
Notas:
(1) Medicamento contendo princípio(s) ativo(s) [P.A.(s)] de origem vegetal associados com P.A.(s) de outra natureza; (2) Medicamento contendo associação de P.A.(s) de origem vegetal somente; (3) Medicamento contendo P.A. não associado. (4) = (2) + (3) % (N) categoria em relação ao total do faturamento do laboratório.
continuação (2/5)
102
LABORATORIO (1) %(1) (2) %(2) (3) %(3) (4) %(4) TOT. LAB KNOLL 916 1,14 8.391 10,40 9.470 11,74 17.861 22,14 80.673 BYK QUIMICA E FARM 18.454 18,08 9.259 9,07 11.873 11,63 21.132 20,70 102.076 BALDACCI 0 0,00 0 0,00 3.353 20,50 3.353 20,50 16.355 ENILA 699 6,83 0 0,00 2.040 19,92 2.040 19,92 10.239 STIEFEL 665 1,98 3.538 10,55 3.036 9,05 6.574 19,60 33.544 GROSS 1.431 25,69 970 17,41 10 0,18 980 17,59 5.571 MERCK S.A. 666 0,91 1.210 1,66 11.560 15,84 12.770 17,49 72.999 VIRTUS 3.225 15,30 2.056 9,75 1.480 7,02 3.536 16,77 21.083 CIBECOL 0 0,00 1 16,67 0 0,00 1 16,67 6 ALLERGAN-LOK 2.313 14,08 0 0,00 2.695 16,41 2.695 16,41 16.425 LOPROFAR 71 24,74 47 16,38 0 0,00 47 16,38 287 MARJAN 0 0,00 3.017 15,75 0 0,00 3.017 15,75 19.155 CIMED 0 0,00 0 0,00 5 15,15 5 15,15 33 SANDOZ 3.837 3,86 0 0,00 14.671 14,77 14.671 14,77 99.358 INKAS 0 0,00 17 14,66 0 0,00 17 14,66 116 DAUDT OLIVEIRA 1.958 61,32 438 13,72 0 0,00 438 13,72 3.193 WELLCOME ZENECA 0 0,00 0 0,00 11.137 13,50 11.137 13,50 82.475 ARISTON 248 7,05 8 0,23 454 12,90 462 13,13 3.520 KLEIN 0 0,00 35 11,48 0 0,00 35 11,48 305 FRUMTOST 5.541 15,59 0 0,00 4.011 11,28 4.011 11,28 35.549 MANTUIL 0 0,00 0 0,00 1 11,11 1 11,11 9 BASA 0 0,00 0 0,00 65 10,33 65 10,33 629 ZURITA 1.132 35,69 312 9,84 0 0,00 312 9,84 3.172 J.P. 0 0,00 0 0,00 88 9,77 88 9,77 901 BRASMEDICA 8 5,88 13 9,56 0 0,00 13 9,56 136 BRASTERAPICA 20 7,22 24 8,66 0 0,00 24 8,66 277 CANGERI 0 0,00 0 0,00 9 8,41 9 8,41 107 ASTA MEDICA 0 0,00 5.766 7,59 277 0,36 6.043 7,95 75.986 DARROW 282 2,27 0 0,00 962 7,74 962 7,74 12.430 HERTZ 147 2,67 94 1,71 311 5,66 405 7,37 5.498 PRECIFARMA 0 0,00 0 0,00 3 6,98 3 6,98 43 DE MAYO 666 51,59 87 6,74 0 0,00 87 6,74 1.291 BELFAR 0 0,00 0 0,00 6 6,52 6 6,52 92 UPJOHN 470 2,37 0 0,00 772 3,90 772 3,90 19.798 MERRELL/LEPETIT 4.921 3,71 5.050 3,81 0 0,00 5.050 3,81 132.672 ALCON 0 0,00 724 1,47 1.068 2,17 1.792 3,64 49.180 BIOSINTETICA 3.309 9,40 0 0,00 1.253 3,56 1.253 3,56 35.188 SANVAL 148 3,52 74 1,76 58 1,38 132 3,14 4.204 Q.I.F. 1.634 34,10 134 2,80 0 0,00 134 2,80 4.792 LAB.N.I.PR.QUIM 0 0,00 0 0,00 10 2,69 10 2,69 372 SARSA 1.342 2,44 0 0,00 1.449 2,64 1.449 2,64 54.899 ABBOTT 4.195 6,38 1.196 1,82 534 0,81 1.730 2,63 65.777 BOEHRINGER ANGELI 20.580 15,56 0 0,00 3.195 2,42 3.195 2,42 132.284 SANOFI WINTHROP 4.364 4,25 1.120 1,09 1.005 0,98 2.125 2,07 102.669 GRANADO 38 1,54 0 0,00 46 1,86 46 1,86 2.473
continua
103
Notas:
(1) Medicamento contendo princípio(s) ativo(s) [P.A.(s)] de origem vegetal associados com P.A.(s) de outra natureza; (2) Medicamento contendo associação de P.A.(s) de origem vegetal somente; (3) Medicamento contendo P.A. não associado. (4) = (2) + (3) % (N) categoria em relação ao total do faturamento do laboratório.
continuação (3/5)
104
LABORATORIO (1) %(1) (2) %(2) (3) %(3) (4) %(4) TOT. LAB LEGRAND 2.475 21,38 0 0,00 207 1,79 207 1,79 11.575 LUPER 1.402 14,58 166 1,73 0 0,00 166 1,73 9.616 SEDABEL 70 14,49 0 0,00 8 1,66 8 1,66 483 PROFARB 7 11,48 1 1,64 0 0,00 1 1,64 61 BIOGALENICA 772 0,35 0 0,00 3.424 1,55 3.424 1,55 220.445 DANSK-FLAMA 0 0,00 0 0,00 20 1,22 20 1,22 1.639 GEYER 0 0,00 0 0,00 8 1,16 8 1,16 691 INST. TEUTO BRASILEIRO
0 0,00 3 0,07 44 1,08 47 1,15 4.084
LILLY 0 0,00 0 0,00 1.191 1,05 1.191 1,05 113.575 MESQUITA 0 0,00 2 1,02 0 0,00 2 1,02 196 BRISTOL MEYER SQUIBB 3.104 1,23 371 0,15 2.159 0,85 2.530 1,00 252.847 FARMALAB I.Q.F. 233 0,97 217 0,90 0 0,00 217 0,90 24.054 GEMBALLA 5 4,13 1 0,83 0 0,00 1 0,83 121 BUNKER 0 0,00 25 0,79 0 0,00 25 0,79 3.145 SCHERING PLOUGH 1.594 1,51 226 0,21 576 0,55 802 0,76 105.493 ROCHE 446 0,22 0 0,00 1.373 0,69 1.373 0,69 198.229 SANUS 0 0,00 0 0,00 16 0,55 16 0,55 2.891 HONORTERAPICA 0 0,00 0 0,00 6 0,51 6 0,51 1.173 EMS 1.338 3,40 187 0,48 9 0,02 196 0,50 39.352 FRESENIUS 0 0,00 0 0,00 9 0,49 9 0,49 1.821 IQC HOSBON 2.415 5,12 184 0,39 3 0,01 187 0,40 47.161 ACHE 10.196 4,29 0 0,00 881 0,37 881 0,37 237.700 NEOVITA 1.224 85,96 4 0,28 0 0,00 4 0,28 1.424 UNIAO QUIMICA F.N 393 2,61 4 0,03 34 0,23 38 0,25 15.084 PRIMA 1.319 73,98 4 0,22 0 0,00 4 0,22 1.783 REGIUS 77 12,69 1 0,16 0 0,00 1 0,16 607 HERUS 752 45,27 2 0,12 0 0,00 2 0,12 1.661 ZAMBON 19 0,08 1 0,00 13 0,06 14 0,06 22.839 WYETH 1.266 0,82 0 0,00 0 0,00 0 0,00 153.832 PRODOME 3.055 2,38 0 0,00 0 0,00 0 0,00 128.261 RHODIA 1.575 1,56 0 0,00 0 0,00 0 0,00 101.174 HOECHST 85 0,09 0 0,00 0 0,00 0 0,00 94.648 MERCK SHARP DOHME 1.471 1,66 0 0,00 0 0,00 0 0,00 88.483 CILAG FARM.LTDA Total 4.799 6,60 0 0,00 0 0,00 0 0,00 72.709 ORGANON 5.699 8,42 0 0,00 0 0,00 0 0,00 67.697 FARMASA 1.525 2,66 0 0,00 0 0,00 0 0,00 57.414 WHITEHALL 8.065 15,17 0 0,00 0 0,00 0 0,00 53.150 SINTOFARMA 4.449 11,84 0 0,00 0 0,00 0 0,00 37.590 LIBBS 47 0,15 0 0,00 0 0,00 0 0,00 32.199 NEWLAB 16.267 54,24 0 0,00 0 0,00 0 0,00 29.991 DORSAY 8.984 43,83 0 0,00 0 0,00 0 0,00 20.497 EUROFARMA 4.059 24,66 0 0,00 0 0,00 0 0,00 16.458 SYNTHELABO 2.199 14,97 0 0,00 0 0,00 0 0,00 14.689 NOVAQUIMICA 1.120 10,34 0 0,00 0 0,00 0 0,00 10.832
continua
105
Notas:
(1) Medicamento contendo princípio(s) ativo(s) [P.A.(s)] de origem vegetal associados com P.A.(s) de outra natureza; (2) Medicamento contendo associação de P.A.(s) de origem vegetal somente; (3) Medicamento contendo P.A. não associado. (4) = (2) + (3) % (N) categoria em relação ao total do faturamento do laboratório.
continuação (4/5)
106
LABORATORIO (1) %(1) (2) %(2) (3) %(3) (4) %(4) TOT. LAB NIKKHO 801 11,39 0 0,00 0 0,00 0 0,00 7.034 UCI-FARMA 101 1,83 0 0,00 0 0,00 0 0,00 5.519 JOHNSON+JOHNSON 3.606 71,63 0 0,00 0 0,00 0 0,00 5.034 FARMOQUIMICA 828 20,56 0 0,00 0 0,00 0 0,00 4.028 CLIMAX 1.468 41,29 0 0,00 0 0,00 0 0,00 3.555 CIBRAN FARMA LDT 5 0,21 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2.436 C.I.F. 280 12,68 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2.208 VITACOS-PRARMA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1.899 INST. BIOCHIMICO 3 0,17 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1.813 AUAD 1.396 99,93 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1.397 HENFER 1.377 99,57 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1.383 HALLER 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1.116 BERGAMO 375 43,40 0 0,00 0 0,00 0 0,00 864 DELTA 4 0,47 0 0,00 0 0,00 0 0,00 847 QUIMICA E BIOLOGIA 1 0,13 0 0,00 0 0,00 0 0,00 784 GUNTHER 651 86,45 0 0,00 0 0,00 0 0,00 753 EVERSIL 148 19,71 0 0,00 0 0,00 0 0,00 751 DUCTO 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 604 MADREVITA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 567 HANEMAN.VERITAS 14 3,44 0 0,00 0 0,00 0 0,00 407 ELOFAR 1 0,26 0 0,00 0 0,00 0 0,00 382 MEDQUIMICA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 374 DERMOPEN 43 14,24 0 0,00 0 0,00 0 0,00 302 NYTRAFARM 3 1,08 0 0,00 0 0,00 0 0,00 278 BREVES 238 86,23 0 0,00 0 0,00 0 0,00 276 LABORSIL 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 244 BRASILEIRO DE BIOLOGIA
66 32,51 0 0,00 0 0,00 0 0,00 203
KINDER 30 15,71 0 0,00 0 0,00 0 0,00 191 DINAFARMA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 156 MARTEL 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 153 I.M.A. 108 72,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 150 ODONTUS 13 8,90 0 0,00 0 0,00 0 0,00 146 ODONTOFARMA 38 27,34 0 0,00 0 0,00 0 0,00 139 FISIOQUIMICA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 130 LOUFARCAM 4 3,42 0 0,00 0 0,00 0 0,00 117 LABOLESSEL 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 112 EDISON BEZERRA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 99 SINTERAPICO 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 97 IODO-SUMA 1 1,05 0 0,00 0 0,00 0 0,00 95 SOBRAL 19 24,68 0 0,00 0 0,00 0 0,00 77 HIPOLABOR 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 48 BARROS 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 44
continua Notas:
(1) Medicamento contendo princípio(s) ativo(s) [P.A.(s)] de origem vegetal associados com P.A.(s) de outra natureza; (2) Medicamento contendo associação de P.A.(s) de origem vegetal somente; (3) Medicamento contendo P.A. não associado. (4) = (2) + (3) % (N) categoria em relação ao total do faturamento do laboratório.
107
continuação (5/5)
LABORATORIO (1) %(1) (2) %(2) (3) %(3) (4) %(4) TOT. LAB WALDEMIRO PEREIRA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 37 LABORATORIO FARIA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 25 LEOFARMA 13 65,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 20 QUIMIOT. BRASILEIRA 17 100,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 17 WINDSON 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 13 SINTOMED LTDA 8 66,67 0 0,00 0 0,00 0 0,00 12 A LEIVAS LEITE 7 100,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 7 BRASIFA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 5 COSMOFAR 2 100,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2 JONAS GLADINO 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2 MAKROS 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2 MILIAN 1 50,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2 LABORBRAS 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1 PAGE 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1 A NATUREZA 0 0 0 0 0 DAVAKAN 0 0 0 0 0 QUIMIOTERAPIA 0 0 0 0 0 SILVA ARAUJO 0 0 0 0 0 Total 194.707 91.015 121.458 212.473 3.831.179
Notas:
(1) Medicamento contendo princípio(s) ativo(s) [P.A.(s)] de origem vegetal associados com P.A.(s) de outra natureza; (2) Medicamento contendo associação de P.A.(s) de origem vegetal somente; (3) Medicamento contendo P.A. não associado. (4) = (2) + (3) % (N) categoria em relação ao total do faturamento do laboratório.
108
ANEXO 4 - COMÉRCIO EXTERIOR DE PRODUTOS NATURAIS: EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES
Este anexo apresenta os dados sobre importações e exportações de produtos naturais, através das
seguintes tabelas:
1. Capítulo 12 - Sementes e frutos oleaginosos; grãos, sementes e frutos diversos; plantas
industriais ou medicinais; palhas e forragens;
2. Capítulo 13 - Gomas, resinas e outros sucos e extratos vegetais;
3. Capítulo 29 - Produtos químicos orgânicos;
4. Capítulo 30 - Produtos farmacêuticos;
5. Capítulo 35 - Matérias albuminóides, produtos à base de amidos ou de féculas modificadas;
colas; enzimas.
109
CAPÍTULO 12 - SEMENTES E FRUTOS OLEAGINOSOS; GRÃOS SEMENTES E FRUTOS DIVERSOS; PLANTAS INDUSTRIAIS OU MEDICINAIS; PALHAS E FORRAGENS
ITEM Importações Exportações 1995 1996 (jan-out) 1995 1996 RAIZES DE ALCACUZ, FRESCAS/SECAS/MESMO CORTADAS/ETC.
167.137 16.243 - -
RAIZES DE "GINSENG",FRESCAS/SECAS/MESMO CORTADAS/ETC.
56.415 109.660 225.882 75.772
ALTEIA FRESCA/SECA/MESMO CORTADA/TRITURADA/EM PO
74 800 - -
ARNICA FRESCA/SECA/MESMO CORTADA/TRITURADA/EM PO
12.695 9.817 17.713 71.786
BOLDO FRESCO/SECO/MESMO CORTADO/TRITURADO/EM PO
166.908 146.416 3.614 5.370
CAMOMILA FRESCA/SECA/MESMO CORTADA/TRITURADA/EM PO
548.491 486.237 4.788 -
CASCARA SAGRADA,FRESCA/SECA/MESMO CORTADA/TRITURADA/
125.271 116.641 3.580 30
CUMARU/FAVA-TONCA, FRESCA/SECA/MESMO CORTADA/TRITURADA/
410 - 511.107 166.848
GUARANA EM GRAO, DESIDRATADO 414 - 1.048.299 1.950.768 QQ.OUT.GUARANA FRESCO/SECO,EXC.DESIDRATADO
101.040 101 1.866.536 1.276.752
IPECACUANHA FRESCA/SECA/MESMO CORTADA/TRITURADA/EM PO
20.259 15.008 5.700 -
RUIBARBO FRESCO/SECO/MESMO CORTADO/TRITURADO/EM PO
26.061 27.625 - -
ZIMBRO FRESCO/SECO/MESMO CORTADO/TRITURADO/EM PO
22.517 8.447 - -
POS DE FOLHAS DE SENE 325.817 267.679 100 - QQ.OUT.SENE FRESCO/SECO,MESMO CORTADO/TRITURADO
205.704 218.252 145.686 232.521
MENTA (HORTELA-PIMENTA), FRESCA/SECA/MESMO CORTADA/ETC.
55.747 83.696 3.107 -
OUTS.PLANTAS/PARTES, P/PERFUMARIA/MEDICINA/ETC.
2.204.278 2.150.999 1.919.111 2.075.010
ALGAS FRESCAS/SECAS,PARA MEDICINA 362.741 169.595 2.476 403 TOTAL DO CAP. 12 4.401.979 3.827.216 5.757.699 5.855.260
110
CAPÍTULO 13 - GOMAS RESINAS E OUTROS SUCOS E EXTRATOS VEGETAIS ITEM Importações Exportações
1995 1996 (jan-out) 1995 1996 BALSAMO-DE-COPAIBA 21.957 14.189 554.245 336.246 BALSAMO-DO-PERU 51.854 72.081 - - SUCOS E EXTRATOS, DE OPIO 86.306 58.750 - - SUCOS E EXTRATOS, DE CASCARA SAGRADA
540 - - -
SUCOS E EXTRATOS, DE GUARANA (PAULINIA SORBILIA/CUPANA)
- - 816.631 1.213.246
SUCOS E EXTRATOS, DE MAMAO (CARICA PAPAYA), SECO
383.000 207.400 - -
SUCOS E EXTRATOS, DE PODOFILINA 18.489 25.422 - - SUCOS E EXTRATOS, DE JABORANDI 693 1.140 3.573 - SUCOS E EXTRATOS, DE GINGKO BILOBA 3.129.418 4.175.932 - - OUTS.SUCOS E EXTRATOS VEGETAIS 4.608.156 3.703.800 2.111.560 5.625.296 AGAR-AGAR,POLIMERIZADO (ALTO POLIMERO/PLASTICO/ETC.)
4.174 22.395 - -
AGAR-AGAR,EXCETO O POLIMERIZADO 1.161.176 1.018.224 129.794 152.191 MUSGOS-DA-IRLANDA ("CARRAGHEEN") 7.629.787 7.109.105 23.008 51.420 MUCILOIDE PSYLLIUM 735 - - - GLUCOMANANO 205.430 107.270 6.651 - OUTS.PRODS.MUCILAGINOSOS/ESPESSANTES,DERIVS.DE VEGETAIS
2.160.246 1.606.670 2.050 111.766
TOTAL DO CAP. 13 19.461.961 18.122.378 3.647.512 7.490.165
111
CAPÍTULO 29 - PRODUTOS QUÍMICOS ORGÂNICOS ITEM Importações Exportações
1995 1996 (jan-out) 1995 1996 CITRONELOL E SEUS ISOMETOS 575.860 858.623 55.824 40.504 COLESTEROL 40.632 118.059 - 2.834 OUTS.ESTEROIS 1.612.959 414.605 - - CRISAROBINA - - 2.784 - ALCOOL CONIFERILICO - - - - GUAIACOL 20.372 2.779 - - EUGENOL E ISOEUGENOL 264.365 436.587 - 4.621 GUAIACOLSULFONATO DE POTASSIO 46.650 37.762 - - PSEUDO-IONONAS 5.366 1.798 - - CANFORA 302.687 966.179 2.351 19 BROMOCANFORA 4.275 59 - - PALMITATO DE ISOPROPILA 442.015 287.868 1.875 5.725 ACIDO MALICO 32.204 53.788 - - LEVODOPA 961.140 336.050 7.300 6.582 METILDOPA 3.522.579 323.803 1.606 1.082 VERAPAMIL 140.500 31.859 87 - CLORIDRATO DE VERAPAMIL 3.173.542 3.705.636 - 8 QQ.OUT.SAL DE VERAPAMIL 27.809 229 - 615 CARBIDOPA 994.250 793.800 - - CUMARINAS 1.110.736 1.351.448 - - ETILCUMARINAS 212.869 545.475 - - EUCALIPTOL 253.348 193.139 746 - ISOSSAFROL (5-PROP-1-ENIL-1,3-BENZODIOXOL)
448 627.540 - -
SAFROL (5-ALIL-1,3-BENZODIOXOL) 13.842 22 - - PIPERONAL (HELIOTROPINA) 482.995 454.726 1.149.020 1.797.375 ROSOXACINO 156.000 195.000 - - ETOXIQUINA 586.249 35.464 - - PRIMAQUINA E SEUS SAIS 309 94.174 33 - CLORIDRATO DE BUCLISINA 320.650 353.385 - - TOCOFEROL 389.304 197.822 198.634 197.071 ACETATO DE TOCOFEROL 16.635.750 16.183.625 603.547 605.944 OUTS.VITAMINAS E E SEUS DERIVADOS 709.814 2.004.261 - 109.800 ACIDO NICOTINICO 1.865.730 1.552.398 350 1.319 CORTISONA 4.530 910 - - HIDROCORTISONA 1.639.062 1.196.286 - 24.083 PREDNISONA (DEIDROCORTISONA) 1.523.446 1.111.880 - - PREDNISOLONA (DEIDROIDROCORTISONA)
167.455 241.764 15.001 -
ACETATO DE DEXAMETASONA 304.090 501.768 517.815 751.326 21-FOSFATO DE DEXAMETASONA 40.679 26.075 - - 21-FOSFATO DISSODICO DE DEXAMETASONA
227.640 159.210 - -
continua
112
continuação (2/4)
METANOSSULFOBENZOATO SODICO DE DEXAMETASONA
- 7.700 - -
QQ.OUT.DEXAMETAZONA, SEUS ESTERES E SEUS SAIS
255.464 342.328 101.549 94.806
17,21-DIPROPIONATO DE BETAMETASONA
637.300 723.885 - -
17-VALERATO DE BETAMETASONA 1.226.104 1.465.475 - - QQ.OUT.BETAMETASONA, SEUS ESTERES E SEUS SAIS
2.799.649 4.294.178 - -
ACETONIDO DE TRIANCINOLONA 296.345 143.731 - - 21-CAPROATO DE FLUORCORTOLONA 102.694 74.250 - - 21-PIVALATO DE FLUORCORTOLONA 147.646 68.580 - - VALERATO DE DIFLUORCORTOLONA 360.000 404.000 - - QQ.OUT.FLUORCORTOLONA, SEUS ESTERES E SEUS SAIS
- 1.562 - -
ACETONIDO DE FLUOCINOLONA 31.000 46.650 - - PIVALATO DE FLUMETASONA (LOCORTEN)
230.604 557.302 - -
21-ACETATO DE METILPREDNISOLONA 355.197 61.909 - - QQ.OUT.METILPREDNISOLONA/SEUS ESTERES/SEUS SAIS
581.829 796.330 - -
ACETATO DE DEXAMETASONA - 13.500 - - QQ.OUT.BETAMETASONA, SEUS ESTERES E SEUS SAIS
- 54.736 - -
21-ACETATO DE HIDROCORTISONA 299.300 256.518 - - 21-SUCCINATO SODICO DE HIDROCORTISONA
563.757 1.025.515 - -
QQ.OUT.ESTER E SAIS, DE HIDROCORTISONA
67.199 63.200 - -
OUTS.HORMONIOS CORTICOSSUPRA-RENAIS E SEUS DERIVADOS
5.521.562 5.361.973 57.850 -
PROGESTERONA, SEUS ESTERES E SEUS SAIS
71.816 86.616 - -
MEDROXIPROGESTERONA, SEUS ESTERES E SEUS SAIS
963.864 651.985 - -
LINESTRENOL 25.000 50.000 - - NORETINDRONA, SEUS ESTERES E SEUS SAIS
157.700 32.960 - -
VALERATO DE ESTRADIOL 612.560 468.870 - - ETINILESTRADIOL 69.350 72.050 - - QQ.OUT.ESTRADIOL, SEUS ESTERES E SEUS SAIS
2.028.366 1.904.923 - -
ESTRIOL, SEUS ESTERES E SEUS SAIS - - - - LEVONORGESTREL 3.598.652 2.995.413 - - DL-NORGESTREL 1.297.000 1.424.000 28.800 - QQ.OUT.NORGESTREL, SEUS ESTERES E SEUS SAIS
192.287 419.293 - -
17-ALFA CAPROATO DE HIDROXIPROGESTERONA
25.740 - - -
continua
113
continuação (3/4)
QQ.OUT.HIDROXIPROGESTERONA/SEUS ESTERES/SEUS SAIS
127.269 33.753 - -
NORMETRANDONA (METILNORTESTOSTERONA), SEUS ESTERES/SAIS
103.139 73.068 - -
ACETATO DE NORETISTERONA 354.735 273.192 - - OUTS.ESTROGENIOS E PROGESTOGENIOS 20.481.617 14.416.947 12.126 155.440 EPINEFRINA E SEUS SAIS 20.910 21.883 - - ENANTATO DE TESTOSTERONA - - - - FEMPROPIONATO DE TESTOSTERONA 179.841 100.173 - - UNDECANOATO DE TESTOSTERONA 306.436 486.231 - - QQ.OUT.TESTOSTERONA, SEUS ESTERES E SEUS SAIS
1.557.513 785.222 - -
MESTEROLONA E SEUS SAIS 506.000 362.500 - - OXIMETOLONA E SEUS SAIS 238.400 226.800 - - ACETATO DE CIPROTERONA 23.555.223 20.409.020 - 3.104.195 QQ.OUT.CIPROTERONA, SEUS ESTERES E SEUS SAIS
56 - - -
OUTS.HORMONIOS/DERIVS/OUTS.ESTEROIDES COMO HORMONIOS
7.323.867 3.332.983 137.500 23.286
RUTOSIDIO (RUTINA) 3.866 169.016 12.668.862 12.310.159 DERIVADO DO RUTOSIDIO (RUTINA) 1.587.631 1.313.355 272.913 511.365 ALOINA 35.685 600.170 - 12.050 DIGITOXINAS 17.974 13.708 - - GLICIRRIZINA 171.803 134.556 - 904 SAPONINA QUILAIA 54.106 44.114 1.564 1.560 QQ.OUT.SAPONINA 503.481 410.134 - - DIOSMINA 1.306.232 1.924.048 - - DESLANOSIDO 44.916 43.568 - - DIGOXINA 399.764 489.496 3.079 6.299 HESPERIDINA 18.900 5.100 - 61 MORFINA E SEUS SAIS 368.243 272.417 - - PAPAVERINA 540.299 1.340.111 - - CLORIDRATO DE PAPAVERINA 574.655 435.240 - - QQ.OUT.SAL DE PAPAVERINA - - 67 12 FOSFATO DE CODEINA 825 - - - DESOMORFINA 18.700 - - - OUTS.ALCALOIDES DE OPIO, SEUS DERIVADOS E SEUS SAIS
478.595 426.333 81.325 188.467
QUININA 3.207 227 - 2.123 CLORIDRATO DE QUININA 436.898 351.401 - - OUTS.SAIS DE QUININA 762.317 1.241.126 2.758 - QUINIDINA - - - - SULFATO DE QUINIDINA 187.620 129.385 2.190 - SULFATO ACIDO DE QUINIDINA 58.653 88.796 696 - OUTS.ALCALOIDES DE QUINA, SEUS DERIVADOS E SEUS SAIS
99.058 19.856 - -
CAFEINA 7.855.982 7.525.086 12.084 1.644
continua
114
continuação (4/4)
SAIS DE CAFEINA - - - - TEOFILINA 266.553 231.702 - 430 AMINOFILINA (TEOFILINA-ETILENODIAMINA)
599.301 933.622 7.576 7.574
DERIVADO/SAIS DA TEOFILINA E AMINOFILINA
2.656.657 2.154.973 2.950 2.950
MALEATO DE METILERGOMETRINA - - 146 - MALEATO DE ERGOMETRINA 35.388 70 96 401 ERGOMETRINA (ERGONOVINA, ARGOCLININA, SINTOMETRINA)
- - - -
QQ.OUT.ERGOMETRINA E SEUS SAIS - - 91 - ERGOTAMINA E SEUS SAIS 618.465 164.780 - - ERGOCORNINA - - - - MESILATO DE DIIDROERGOCORNINA 2.194.752 2.557.951 784 556 ALFAMESILATO DE DIIDROERGOCRIPTINA
1.390.419 1.744.754 - -
BETAMESILATO DE DIIDROERGOCRIPTINA
839.522 1.030.926 - -
QQ.OUT.SAL DE ERGOCRIPTINA 187.923 231.951 - 39.606 ERGOCRISTINA - 236.000 - - MESILATO DE ERGOCRISTINA 170.000 19.473 - - QQ.OUT.SAL DE ERGOCRISTINA 17.000 404.101 - - MALEATO DE METILERGOMETRINA 444.675 241.307 - - QQ.OUT.METILERGOMETRINA E SEUS SAIS
- - - -
OUTS.ALCALOIDES DA CRAVAGEM DO CENTEIO, DERIVADOS/SAIS
1.939.445 4.627.591 - -
NICOTINA E SEUS SAIS 41 9.371 - - ATROPINA 652 172 49 29 SULFATO DE ATROPINA 68.050 18.701 - - QQ.OUT.SAL DE ATROPINA - 12 566 - N-BUTILBROMETO DE ESCOPOLARAMINA
1.907.431 3.388.333 4.338 2.903
QQ.OUT.ESCOPOLAMINA E SEUS SAIS 4.075.153 1.743.429 - 449 PILOCARPINA E SEUS SAIS 940 272 14.731.473 13.533.118 RESERPINA E SEUS SAIS - 4.058 13 - TEOBROMINA E SEUS SAIS 985.305 1.965 - - EMETINA E SEUS SAIS - 629 - - VINCAMINA E SEUS SAIS 93.075 48.900 - - QQ.OUT.ALCALOIDE EXTRAIDO DA PRESTONIA AMAZONICA/ETC.
- 150.000 100.100 -
QQ.OUT.ALCALOIDE EXTRAIDO DE BANISTERIOPSIS CAAPI/ETC.
- - 1.335 -
OUTS.ALCALOIDES VEGETAIS/SEUS SAIS/SEUS ETERES/ESTERES/
10.594.716 10.689.588 - 533.423
QQ.OUT.CASUGAMICINA, SEUS DERIVADOS E SEUS SAIS
- - 59 -
TOTAL DO CAP. 29 160.700.015 147.398.934 30.789.912 34.082.718
115
CAPÍTULO 30 - PRODUTOS FARMACÊUTICOS ITEM Importações Exportações
1995 1996 (jan-out) 1995 1996 MEDICAMENTO C/EXTR.DE PLANTA MEDICINAL,S/HORMON.S/ANTIB
72.335 570.849 131.498 100.232
MEDICAMENTO C/OUT.ALCALOIDE 877.063 1.183.200 21.862 - OUTS.MEDICAMENTOS C/EXTRATO DE PLANTA MEDICINAL
18.777 28.056 - -
MEDICAMENTO C/EXTR.DE PLANTA MED.S/HORM.S/ANTB.EM DOSES
458.328 1.888.597 15.410 109.142
MEDICAMENTO C/OUT.ALCALOIDE,EM DOSES
4.028.536 3.508.736 6.925.706 5.761.460
MEDICAMENTO C/EXTRATO DE PLANTA MEDICINAL,EM DOSES
2.216.593 1.255.520 110.547 361.076
TOTAL DO CAP. 30 7.671.632 8.434.958 7.205.023 6.331.910
CAPÍTULO 35 - MATÉRIAS ALBUMINÓIDES, PRODUTOS À BASE DE AMIDOS OU DE FÉCULAS MODIFICADAS; COLAS; ENZIMAS
ITEM Importações Exportações
1995 1996 (jan-out) 1995 1996 BROMELINA 727.964 58.532 4.696 - PAPAINA 312.710 184.403 429.267 104.395 TOTAL DO CAP. 35 1.040.674 242.935 433.963 104.395
116
ANEXO 5 - QUADROS A.1, A.2, A.3
Este anexo é composto por três quadros: A.1, A.2, A.3. O primeiro traz uma lista das espécies
vegetais selecionadas para estudos no Programa de Pesquisa de Plantas Medicinais da CEME,
(1993). Na denominada Fase I do Programa (de 1983 a 1993), foram executados 95 projetos, cuja
distribuição por ano aparece no Quadro 4.1 e por região no Gráfico 4.1 do relatório final desta
pessquisa. As informações detalhadas sobre os objetivos e as intituições envolvidas em cada projeto
é apresentada no Quadro A.2. O Quadro A.3 apresenta os projetos de pesquisa em fitofármacos
financiados pelo PADCT-FNDCT, bem como seus objetivos.
QUADRO A.1 ESPÉCIES VEGETAIS SELECIONADAS PARA ESTUDOS NO PROGRAMA DE PESQUISA DE
PLANTAS MEDICINAIS DA CEME, 1993
(1/3)
Nome Científico Nome
Popular
Nome Científico Nome Popular
01.Achirocline
satureoides
macela 39. Lippia gracillis alecrim
02.Ageratum conyzoides menstrato 40. Lippia sidoides alecrim
03. Allium sativum alho 41. Luffa operculata cabacinha
04. Alpinia nutans colônia 42. Matricaria chamomila camomila
05. Amarantus viridis bredo 43. Maytenus ilicifolia espinheira santa
06. Anona muricata graviola 44. Melissa oficinalis erva cidreira
07. Anona squamosa pinha 45. Mentha piperita hortelã
08. Arrabidea chica pariri 46. Mentha spicata hortelã
09.Artemisia vulgaris artemisia 47. Mikania glomerata guaco
Continua
117
Continuação (2/3)
10.Astronium urundeuva aroeira 48. Momordica charantia melão de São Caetano
11. Baccharis trimera carqueja 49. Musa sp bananeira
12. Bauhinia affinis unha-de-vaca 50. Myrcia uniflora pedra-ume-caá
13. Bauhinia forficata unha-de-vaca 51. Nasturtium oficinale agrião
14. Bixa orellana urucu 52.Passiflora edulis maracujá
15. Boerhavia hirsuta pega pinto 53. Persea americana abacateiro
16. Brassica oleraceae couve 54. Petiveria alliacea tipi
17.Bryophyllum
callicynum
folha de
fortuna
55. Phyllanthus niruri quebra-pedra
18. Caesalpina ferrea jucá 56. Phytolaca dodecandra “endod”
19. Carapa guianensis andiroba 57. Piper callosum elixir paregórico
20. Cecropia glazioui embaúba 58. Plantago major tanchagem
21. Chenopodium
ambrosioides
mastruço 59. Polygonum acre erva de bicho
22. Cissus sicyoides cipó-pucá 60. Portulaca pilosa amor crescido
23. Coleus barbatus boldo 61. Pothomorphe pelata caapeba do Norte
24. Costus spicatus cana do brejo 62. Pothomorphe
umbelata
caapeba
25. Croton zehtnery canela de
cunhã
63. Psidium guajava goiabeira
26. Cucurbita máxima abóbora 64. Pterodon
Polygalaeflorus
sucupira branca
Continua
118
Continuação (3/3)
27. Cuphea aperta sete sangrias 65. Schinus
terebentifolius
aroeira
28. Cynbopogom citratus capim-cidrão 66. Scoparia dulcis vassourinha
29. Dalbergia subcymosa veronica 67. Sedum prealtum bálsamo
30. Dioclea violacea mucunha 68. Sollanum
paniculatum
jurubeba
31. Elephantopus scaber língua-de-
vaca
69. Stachytarpheta
cayenensis
gervão roxo
32. Eleutherine plicata marupari 70. Striphnodendron
barbatiman
barbatimão
33. Foeniculum vulgare funcho 71. Symphytum
officinale
confrei
34. Hymenaea courbaryl jatobá 72. Syzygyum
jambolanum
jambolão
35. Imperata exaltata sape 73. Tradescantia diuretica trapoeraba
36. Lantana camara cambará 74. Xilopia sericea embiriba
37.Leonotis nepetaefolia cordão de
frade
38. Lippia alba falsa melissa
119
QUADRO A.2 PROJETOS EXECUTADOS NA FASE I (1983 A 1993) DO PROGRAMA DE PESQUISAS DE
PLANTAS MEDICINAIS DA CEME, POR ANO DE APRESENTAÇÃO
(1/7)
Ano Instituição Objetivos do Projeto
1983 UFSC Selecionar e estudar os extratos brutos e frações semi-
purificadas de duas plantas medicinais escolhidas a partir de um
número maior de espécies de familias diferentes
1983 UFPA Realizar os testes pré-clínicos referentes a ação antidiabética
com vista a dar embasamento científico ao uso popular
1983 MPEG (PA) Coleta, secagem, estabilização e distribuição de 7 espécies
selecionadas pela CEME para estudos farmacológicos
1983 AFIP/EPM Estudar a atividade farmacológica de capim-cidrão em testes
toxicológicos pré-clínicos e clínicos com a finalidade de, se
confirmada sua atividade, possibilitar o uso medicinal e
científico da planta
1983 UnB Realizar pesquisas no sentido de avaliar a existência de
princípios ativos e a segurança medicamentosa de plantas usadas
como antidiarréicas
1983 EMBRAPA/
CENARGEM
Desenvolver metodologia para coleta, conservação e avaliação
de plantas medicinais para posterior aplicação em âmbito
nacional
1983 UFCE Coleta de plantas para ensaios pré-clínicos e clínicos do
Programa de pesquisas da CEME
1983 UFRJ Coletar plantas a serem distribuídas a pesquisadores indicados
pela CEME
continua
120
continuação(2/7)
1983 EPM Determinar os efeitos tóxicos em humanos, de doses crescentes
de PM e sua atividade metabólica e lítica sobre cálculos das vias
urinárias
1983 UFU Verificar a toxicidade aguda (até 24 hs) e crônica (30 dias) do
chá de funcho (F. vulgaris) em voluntários normais
1983 EPM Avaliar a eficácia terapêutica e toxicidade das plantas C. peltata
e C. antisyplhilitica no tratamento de pacientes hipertensos
1983 EPM Verificar clinicamente o real efeito hipoglicemiante oral das
plantas referidas confirmando ou não sua validade terapêutica
1983 UNICAMP Verificar a ação toxicológica aguda e crônica de extratos
aquosos de P. edulis (chás) em voluntários normais, e em
pacientes neuróticos
1983 UFPb Avaliar o uso popular de vegetais através de ensaios
farmacológicos, com o intuito de estimular com base científica
as práticas úteis e eficazes e desestimular as prejudiciais
1983 UNICAMP Avaliar a eficácia terapêutica e a tolerabilidade do A. conyzoides
L. em doença articular crônica
1983 EPM Estudar as propriedades farmacodinâmicas e tóxicas dos extratos
de plantas, empregadas popularmente nas afecções das vias
aéreas
1983 UNESP Determinar os efeitos tóxicos agudos e sub-agudos de vegetais
após administração oral e tópica em ratos e suínos
1983 UNESP Atualizar, à luz de metodologia moderna, conhecimentos sobre
duas espécies de vegetais classicamente reconhecidas como
antihelmínticos
continua
121
continuação (3/7)
1983 UnB Avaliação farmacológica e toxicológica de espécies brasileiras
de Phytolaccas
1983 UFRJ Estudo crítico da atividade farmacológica do extrato aquoso da
P. americana sobre a função renal
1983 UFRJ Avaliar a eficácia terapêutica (ensaios clínicos) das plantas M.
glomerata (guaco) e L. camara (cambará)
1984 MPEG Coleta, secagem, estabilização e distribuição de espécies
selecionadas pela CEME para estudos farmacológicos
1984 (não
identificada)
Coletar plantas a serem distribuídas a pesquisadores indicados
pela CEME
1984 (não
identificada)
Coletar plantas a serem distribuídas a pesquisadores indicados
pela CEME
1984 UFCE Manter, por cultivo em pequena escala, as principais espécies da
flora medicinal regional e atender os pedidos de fornecimento de
plantas para os projetos da CEME
1985 EPM Verificar as propriedades hipnóticas e/ou ansiolíticas do infuso
de plantas. Verificar também se estas preparações não
apresentam efeitos tóxicos
1984 EPM Estudos farmacodinâmicos e toxicológicos com os extratos
aquosos de L.camara L., M. glomerata, P. niruri, C. aperta,
Rohne e Cecropia glazioui
1985 EPM Verificar as propriedades de plantas em proteger animais contra
úlcera gástrica experimental. Testar a eventual ação tóxica de
plantas ativas em animais e no homem
continua
122
continuação (4/7)
1985 UERJ Investigar a atividade antimalárica da caá-peba (P.peltata) e
outras plantas com potencial atividade antimalárica
1985 UFSC Verificar a existência de efeito antidiabético em algumas plantas
medicinais empregadas popularmente com finalidade terapêutica
1985 UNESP Determinar os efeitos farmacológicos e toxicológicos induzidos
pelo infuso das folhas de P. callosum visando o seu eventual
emprego terapêutico
1985 EPM Avaliar o poder lítico bem como seu efeito sobre o manuseio
renal de elementos litogênicos
1985 EMBRAPA Conservar germoplasma, fornecer material vegetativo seco à
pesquisa farmacológica
1985 UFSC Ampliar os estudos farmacológicos de P. niruri e P. sellowianus
1985 FMRP/USP Verificar a eficácia do uso tópico como cicatrizante e antiséptico
de A. urundeuva
1986 EPM Verificar a eficácia terapêutica e toxicidade das plantas C.
peltata e C. antisyplhilitica no tratamento de pacientes
hipertensos
1986 UFRJ Fornecer material vegetal para núcleos de pesquisa
farmacológica
1986 EPM Verificar se a administração de duas doses diárias de espinheira-
santa terá efeitos terapêuticos benéficos em caso de úlcera
péptica e de dispepsias (quando comparada a dose de placebo)
1986 EPM Realizar estudos pre-clínicos farmacológicos e toxicodinâmicos
de 5 plantas medicinais escolhidas pela CEME
1986 MPEG Coleta, secagem, estabilização e distribuição de 7 espécies
selecionadas pela CEME
continua
123
continuação (5/7)
1986 UFMA Cultivar e coletar plantas para distribuição à CEME
1986 UFCE Fornecimento de espécies vegetais aos núcleos de pesquisas
farmacológicas
1986 FM/USP Verificação da eficácia dos chás de A. sativum e M. spicata no
tratamento de crianças parasitadas por A. lumbrigoides
1986 EPM Verificar se as preparações populares de aroeira têm efeitos
tóxicos em animais de laboratório e no homem e se é capaz de
proteger animais contra úlcera gástrica experimental
1986 UFMG Fornecimento de material vegetal aos centros de pesquisa
toxicológicas/farmacológicas
1986 EPM Estudo do efeito hipoglicemiante das plantas M. uniflora, B.
Rodr. (Myrtaceae) e da B. forficata Link (Leguminosa
caesalpinoideae) em pacientes diabéticos
1986 UFRJ Investigar a atividade antimalárica de C. maxima, da M.
charantia e outras plantas com potencial atividade antimalárica
1986 EPM Implantação de um centro de pesquisas em psicofarmacologia
clínica
1986 UnB Caraterização de atividades farmacológicas, inclusive DL-50,
“in vivo”, “in vitro” de plantas medicinais
1986 UFSC Análise farmacológica pré-clínica dos extratos de Leonotis
nepetaefolia e C. spicatus
1986 UFSC Determinar a ação farmacológica de algumas espécies vegetais
continua
124
continuação (6/7)
1986 UNESP Determinar os efeitos tóxicos agudos e sub-agudos de algumas
plantas medicinais
1986 UNESP Atualizar, à luz de metodologia adequada, conhecimentos sobre
duas espécies de vegetais popularmente conhecidas como anti-
helmínticas
1986 UFSC Avaliar através de testes específicos “in vivo” e “in vitro”, as
propriedades anticonceptiva, antiedematogênica, antitérmica,
antiespasmódica, diurética e hipotensora de E. scaber, P. acre H.
B. R. e P. pilosa
1986 UFPb Avaliar o uso popular de vegetais através de ensaios
farmacológicos, com o intuito de estimular ou não, com base
científica, a utilização dos mesmos
1986 UERJ Demonstrar as ações antiinflamatórias de plantas estudadas
(relacionadas pela CEME)
1986 FIOCRUZ Investigar a atividade sedativa e ou hipnótica de Cissus
sicyoides e Croton zehntnery
1987 UFU Avaliar o possível efeito ansiolítico e/ou sedativo-hipnótico do
Cissus sicyoides e Croton zehntnery
1986 FCFRP/USP Estudar as plantas P. major (tanchagem) P. acre (erva de bicho)
e S. barbatiman (barbatimão) realizando testes pré-clínicos,
toxicológicos e farmacológicos
1986 UFRS Verificar as atividades terapêuticas propostas pelo uso popular
para os vegetais P. alliaceae e S. cayenensis
1987 UNAERP Multiplicação em larga escala de plântulas idênticas
desenvolvidas “in vitro”
continua
125
continuação (7/7)
1986 UFC Avaliar o possível efeito protetor do extrato aquoso e alcoólico
de A. urundeuva Engl. em modelos experimentais de úlceras
gástricas
1987 EMBRAPA Coletar e conservar germoplasma de plantas medicinais e
fornecer material vegetal para pesquisas farmacológicas
1987 FMRP/USP Procura de fatores antidiabetogênicos em produtos de origem
vegetal
1986 UFPA Avaliação psicofarmacológica pré-clínica dos efeitos de C.
sicyoides
1986 FMVZ/USP Avaliar os efeitos psicofarmacológicos do Croton zehntnery
1986 UFCE Investigar as propriedades farmacológicas de A. speciosa e seus
efeitos em nível pré-clínico
1986 EPM Avaliar o efeito diurético de três produtos naturais e sua
toxicidade em voluntários normais
1987 EPM Avaliar o efeito analgésico de um produto natural em pacientes
com lombalgia
1986 EPM Avaliar a ação de N. officinale na dinâmica das vias aéreas de
asmáticos
1987 EPM Execução de testes farmacodinâmicos e toxicológicos de plantas
medicinais brasileiras
1987 UFRJ Avaliar em estudos pré-clínicos o extrato aquoso da M.
glomerata
1988 EPM Estudar a eventual toxicidade clínica e pré-clínica de A. vulgaris
1987 EPM Implantação do centro de pesquisa em psicofarmacologia clínica
continua
126
continuação ( / )
1988 UNICAMP Estudo agronômico de plantas brasileiras dotadas de atividade
farmacológica e fornecimento de material vegetal
1988 UFRS Verificar atividades terapêuticas propostas pelo uso popular das
espécies através de testes farmacológicos específicos
1988 UFSC Análise farmacológica pré-clínica dos extratos de H. courbaryl
1988 UFSC Caraterizar os efeitos do tratamento prolongado com P. alliacea
1988 UFCE Avaliar a atividade antiinflamatória e antiulcerogênica de A.
urundeuva
1988 FIOCRUZ Investigar a atividade antimalárica de M. charantia e Piper sp e
de outras espécies
1988 EPM Desenvolvimento de novo medicamento antiepiléptico: benzil-
eugenol
1986 UFPR Determinar a atividade intiinflamatória de A. chica
1988 UFPA Avaliar os efeitos anticonvulsivantes e hipnóticos do C.
sicyoides
1988 UNESP Avaliar efeitos tóxicos após administração oral e tópica em ratos
e suínos
1988 UNESP Avaliar as propriedades antihelmínticas das plantas Anona
squamosa e Musa sp
1988 UFGO Construção da estação biológica de Serra Dourada
1986 EPM Avaliar ação antihipertensiva a toxicológica aguda de espécies
medicinais
1989 UFMA Cultivar e coletar plantas para distribuição à CEME
1988 IQUEGO Cultivo de plantas medicinais
1989 EPM Realização de ensaios toxicológicos e farmacodinâmicos
continua
127
continuação ( / )
1989 PMEG Fornecimento de espécies vegetais aos núcleos de pesquisa
farmacológica
1988 EPM Avaliar a possível ação antiepiléptica da D. violacea
1989 FARMACOTÉ
CNICA
Verificar a viabilidade do cultivo econômico de plantas
medicinais
1989 UFRJ Coleta de mudas e sementes de espécies de interesse
farmacêutico, distribuição de plantas indicadas pela CEME
1991 EPM Verificar se plantas brasileiras possuem efeitos adaptógenos
128
QUADRO A.3 PROJETOS DE PESQUISA EM FITOFÁRMACOS FINANCIADOS PELO PADCT-FNDCT
(1/3)
Ano do
convênio
Instituição Título Recursos
US$
1985 Inst. Nacional de
Pesquisa da
Amazônia
“Químic a, farmacologia e ecologia do
gênero Humirianthera”
7.845,00
1985 UFSC “Antagonista competitivo para a
bradicinia a partir de extrato bruto ou
frações semipurificadas de uma
Apocinaceae: análise química e
farmacológica”
99.324,00
1986
UFPA/ Dep.
QUÍMICA
“Fortalecimento e consolidação do grupo
de pesquisa em química de produtos
naturais da UFPA”
85.395,00
1986 “Elaboração de um medicamento
caritonico a partir das sementes de
Thevetia nerifolia”
28.600,00
1986 UFSM/NPPN “Constituintes químicos de laureaceas do
RGS”
43.082,00
1986 UFMS/Dep.
QUÍMICA
“Estudo químico de plantas do MS” 43.074,00
1986 USP/RP/QUÍMIC
A
“Invest. do mecanismo de reprodução em
mercurio e da transformação por via
eletroquímica de um produto natural de
grande disponibilidade na flora”
70.429,00
continua
129
continuação (2/3)
1986 UFPA/Dep.
QUÍMICA
“Determinantes de constantes físico-
químicas de óleos vegetais regionais”
20.989,00
1987 Inst. Nac. de
Pesquisa da
Amazonia
“Controle de pragas via meliaceae”
7.361,00
1986 UFCE/Dep.
QUÍMICA
“Estudo químico de produtos naturais da
flora nordestina, especialmente do Ceará”
194.289,00
1987 UFCE/Dep.
QUÍMICA
“Sintese de substâncias valiosas a partir
de produtos naturais e intermediários
abundantes na região”
16.676
1987 USP/Inst.
QUÍMICA
“Estudo da potencialidade antialérgica de
lignoides”
180.716,00
1987 UFCE/Dep.
QUÍMICA
“Utilização de espectrometria de massa
na determinação estrutural de
constituintes químicos orgânicos de
produtos naturais”
94.581,00
1987 UFSC/ Dep.
QUÍMICA
“Identificação química e análise
farmacológica de compostos inibidores
da bradicinina obtidos da Mandevilla
velutina”
152.587,35
1988 UFSC/ Dep.
QUÍMICA
“Isolamento de compostos inibidores da
bradicinina obtidos da Mandevila
velutina”
57.633,00
1988 UFPB/LTF “Plantas medicinais do Nordeste” -
continua
130
continuação (3/3)
1989 FUJB/NPPN/UFR
J
“Programa de formação de RH ao nível
de pós-graduação em química -
Subprojeto Química Orgânica”
-
1990 (não identificada) “Análise de princípios ativos de algumas
plantas de interesse nacional”
9.193,93
1991 UFRJ/ Dep.
QUÍMICA
“Estudo da composição química de
plantas brasileiras”
399.461,00
1991 FAPEU/UFSC “Obtenção de compostos anti-
inflamatórios e anti-alérgicos a partir de
produtos naturais abundantes”
341.250,00
1992 (não identificada) “Diagnóstico para produção de
medicamentos a partir de plantas
medicinais”
170.543,20
1992 UFSC/DEQ “Espécies de Phyllantus como como
ponto de partida para a obtenção de
novos medicamentos”
256.599,00
1992 FUJB/NPPN/UFR
J
“Espécies de Phyllantus como como
ponto de partida para a obtenção de
novos medicamentos”
362.031,00
1993 FUNDEP-
UFMG/DQ
“Consórcio para aquisição de
espectrômetro de RMN para atendimento
multiusuário em Minas Gerais”
940.383,00
1993 FUJB/NPPN/UFR
J
“Manuntenção e aprimoramento de um
sistema multiusuários de espectrometria
de massas”
303.934,00
continua
131
continuação
1993 FUNDEP “Programa de pesquisa e formação de
RH ao nível de pós-graduação na área de
Química -Subprojeto Química Orgânica
173.380,00
1993 UFCE/LPN “Criação de um sistema de
espectrometria de massas para
atendimento multiusuário”
597.630,00
1993 FUJB/NPPN/UFR
J
“Síntese enantioseletiva e alcalóides de
Aspidosperma”
240.408,00
1994 UFCE/DQ “Isolamento e síntese de componentes
fixos/voláteis de plantas medicinais do
Nordeste: estudo químico farmacêutico”
-