WAGNER LOIOLA
Padres de Trévoux 1752: um homem que se ocupa com toda espécie de ciências
sem aprofundar nenhuma.
Enciclopédia de Diderot: A filologia é “uma espécie de ciência que se compõe de
gramática, poética, antiguidade, história, filosofia, às vezes inclusive matemáticas, medicina e jurisprudência, e que não investiga a fundo estes campos, nem em particular nem em seu conjunto, mas toca ligeiramente a todos, ou em parte”
A língua o leva a todos os campos do ser e do espírito humano.
Humboldt, queria ver a língua como expressão do espírito humano, compreendê-la como imagem característica de um povo, e quando entendemos a história da língua como história da cultura.
Construção Especulativa – Criação de uma Metodologia
para crítica textual e para a filologia comparada
Franz Bopp: estudo do indo-europeu Era preciso comparar as línguas, estabelecer seu
parentesco e sua ascendência comum (Faraco, p.133)
1833 e 1852 – Gramática comparativa do sânscrito, persa, grego, latim, lituano, gótico e alemão.
Jacob Grimm “interpretou a existência de correspondências fonéticas sistemáticas entre as línguas como resultado de mutações no tempo”(Faraco, p.135)
Podia-se derivar qualquer palavra de outra.
Trabalhava com “quatro fontes de corrupção”, com relação à evolução fonética: troca, acréscimo, truncamento e transposição de letras. Fr. Fard “carmim” do latim fucus “corante vermelho,
púrpura, carmim”
Fucus, fucardus, fuardus, fardus, fard
Fard deriva muito provavelmente de um germânico farwidon “tingir”
A sorte das línguas tem muita relação com a dos impérios; têm seus períodos, suas revoluções, seu esplendor e sua decadência. Um espírito filosófico desembaraça facilmente os estreitos laços que unem estas coisas entre si: vê como um dilúvio de barbárie ou alguma inundação de falso bel-esprit podem deter o progresso das línguas, e até fazê-las retroceder; de outro lado, vê quanto a precisão do espírito, a delicadeza dos costumes, o conhecimento sólido das ciências e das Belas Artes, influem sobre a perfeição da linguagem. Geralmente é acertado dizer que se fala como se pensa .......
A mudança fonética tem caráter de absoluta regularidade, leis fonéticas (Faraco, p.52)
Aparentes exceções no processo gramatical são denominadas de analogia.
Chegar do latim plicare
Chave do latim clave
/kl-/ e /pl-/ do latim se trasmudaram em /^s-/ em português Praia do latim plaga ou
Cravo do latim clauum
“pesquisar os múltiplos fatores que interferiram no processo histórico e geraram tais fatos.”(FARACO, p.55)
1900 - atlas linguísticos – do som (f0nética) para a palavra Dialetos
Geografia linguística
Onomasiologia
semasiologia
Saussure – língua como sistema
Vossler- passa da letra para a história da língua como do espírito humano.
Filologia idealista: “o princípio de querer descobrir por detrás da história da língua os impulsos histórico-culturais que a determinam”(BALDINGER, p.41)
História da língua significa mudança de um sistema linguístico muito complexo, significa mudança estrutural; e, como por detrás da língua está o homem, como ser físico e psíquico, há que encarar-se esta mudança estrutural como dependente do homem. Com isso, porém, a história da língua se converte em história da cultura. A história da língua passa a sr uma ciência auxiliar da história, e com isto fica emoldurada pela história do homem, a qual o abrange inteiramente
Passagem no francês -r- a –s- (fonética) Mon mazi est à Pazi
num mari est à Paris
Hipercorreção la rairon por la raison
le courin por le cousin
Fr. Haricot derivar do latim faba:
Faba, fabarius, fabaricus, fabaricotus, faricotus; haricot;
par le chngement ordinaire de l´F em H: comme en hors, de foris; em habler, de fabulari, etc. (Mén. 1964)
O latim faba gerou: francês Fève; espanhol haba; português fava - alimento de gente de baixa condição e dos porcos
Haricot derivado do mexicano aycotli “feijão”. Segundo Wartburg Dicionário Etimológico Francês. O espanhol que é a língua intermediária não conhece a
palavra.
Por razões fonéticas.
Feijão(tipo) derivou do novo mundo. Haricot deriva do alemão Heer “exército” Harlôn (palavra gemânica “deteriorar-se”) verheeren,
antigo alto alemão firherion “deteriorar pela guerra”
Francês antigo Harigoter “despedaçar”. Formou-se no francês médio um derivado haricot (espécie de guisado de cordeiro) que era feito com carne picada e verduras, especialmente o feijão.
Latim phaseolus, perdura no Sudeste da França. Italiano fagiuolo. No português feijão.
A ervilha, do lat. Pisum fr. pois, já era cultivado e considerado como feijão e ficou conhecida como petits pois.
Assim, uma única palavra nos introduz em amplas relações de tipo histórico-cultural. No vocabulário isto é tão patente que seria insensato querer negar a necessidade de uma consideração de tipo histórico-cultural. Mas a história da língua e da cultura não estão ...somente unidas neste campo da língua, ... , desde a fonética, passando pela morfologia e a formação de palavras, até a sintaxe ... A linguística tornou-se novamente, com isto, mais complexa ... , e tornou a encontrar o homem e seu tão enigmático destino.(BALDINGER, 56)