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“Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em qualquer época da humanidade” Allan Kardec
FRATERNOFRATERNOJornal Bimestral | Edição 35 | Ano VII | Maio/Junho de 2009
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6 ANOS Divulgando a Doutrina Espírita
“As pessoas ‘boas’ merecem nosso Amor, as pessoas ‘ruins’ precisam dele”
Madre Tereza de Calcutá
OS ENIGMAS DOOS ENIGMAS DOEDIFÍCIO JOELMAEDIFÍCIO JOELMA
Páginas 6, 7 e 8
EDITORIALA primitiva necessidade
humana das crenças .....................................2
MORAL CRISTÃA Caridade ..........................................................3
UM MÉDICO NO ALÉMBreve análise sobre o
livro “Nosso Lar” ............................................4
BIOGRAFIAJerônimo Mendonça ....................................5
DOUTRINAQuem são os espíritas? ...............................9
ARTIGOVisão espírita sobre a Páscoa ................10
EXEMPLO DE VIDAO silêncio dos inocentes .........................11
MENSAGEM DO SEARAHomenagem às mulheres .....................12
Também nesta edição
Entre as crenças e a realidade dessa tragédia que comoveu a cidade, 13 corpos desconhecidos deram origem ao mistério das “Treze Almas”
[email protected] | FRATERNO | Ciência, Filosofi a e Conseqüências Morais | Edição 35 | Maio/Junho 2009
FRATERNO, jornal bimestral contendo: Ciência, Filosofi a e Conseqüências Morais, com sede no “Centro Espírita Seara de Jesus”, Rua Allan Kardec, 173, Vila Nova Osasco, CEP 06070-240, Osasco, SP. [email protected]; Jornalista responsável: Bráulio de Souza - MTB 20049; Coordenação/Direção/Redação: Eduardo Mendes; Revisores: Lúcia Sokolowski de Camargo, Luciana Cristillo e Jussara Ferreira da Silva. Diagramação: Jovenal Alves Pereira; Captação: Manoel Rodilha; Impressão: Gráfi ca Yara; Tiragem: 10.000 exemplares; Dis-tribuição: Osasco e Grande São Paulo; e-mail: [email protected]; Telefone: (011) 3447 - 2006
| editorial |
Shopping Center PrimitivaRua Dona Primitiva vianco, 244 - 3 andar - Centro
Osasco - SP - e - mail www.fschool.com.br
Telefone 8342-2505
Nesta primeira edição do ano
VII de nossas publicações,
permita-nos, caros leitores, o
vislumbre de um pequeno agrade-
cimento aos benfeitores espirituais
pela etapa que encerramos e por esta
nova fase na qual está adentrando
nosso Fraterno.
É com profundo respeito que,
nestes completos seis anos de exis-
tência, louvamos, primeiramente,
ao “Divino Mestre”, pelo Instituto
Incansável da “Semeadura” de conhe-
cimento e divulgação da Verdade, na
qual se justifi ca como “O Consolador
Prometido”. Urge, disseminarmos, à
maneira deste bimestral, os grãos de
Sua verdade como sementeira divina
à regeneração da humanidade, na
bendita “seara” de Seu Evangelho.
Assim sendo, nossos dignos e
A primitiva necessidade humana das crençassinceros agradecimentos aos idealiza-
dores espirituais, os quais colaboram
desde o princípio com este jornal e
àqueles outros ainda encarnados,
que passam fazendo o melhor de si
na elaboração desta caridade com
ética e desprendimento. O “SEARA
DE JESUS” é o nosso Centro, regido
pelo móvel da fraternidade, por seus
servidores encarnados e seus mento-
res desencarnados, todos dedicados
amigos e cooperadores, aqueles que
tanto nos têm emprestado paciência
e tolerância aos nossos argumentos.
Agradecimentos aos iniciantes da
última hora e aos veteranos das horas
de sempre, bem como a diretoria
executiva e seus associados, entre
os idôneos colaboradores e patro-
cinadores que tanto nos auxiliam a
cada tiragem dessas edições. Estejam
certos, irmãos amigos, que cada um
de vós receberá seu quinhão pelas
amostras de boa vontade, donde
Jesus promoverá paz em seus cora-
ções... O nosso muito obrigado!
Nesta edição, falamos sobre as
crenças, que é tema do mito das “13
almas do Joelma” e, assim, louvemos
os sofrimentos, bem como rogamos
as luzes esclarecedoras na forma de
benesses divinas para aqueles irmãos
em espírito. E agora, pelo estudo
metódico da amada Doutrina envi-
daremos salientar e compreender
a destinação de nossas almas aos
planos “extrafísicos” de nossas con-
seqüências morais.
E como é da natureza humana
apegar-se a eventos exteriores, per-
guntaríamos: por que precisamos
tanto do místico para dar prossegui-
mento à nossa jornada espiritual?
Quando haveremos de andar pelas
luzes e não pela escuridão? Quando
deixaremos de cultivar simbolismos
externos, nos voltando para as verda-
des simples e profundas da natureza
da alma? Por que não robustecemos
nossa fé na verdade consoladora do
amor, pela simplicidade das Leis da
Vida, no Bem aos semelhantes, tendo
a religião como verdadeira harmoni-
zadora de sentimentos, consoante ao
favorecimento da união por através
da coerência e do entendimento?
Estas são perguntas que sugerem
avanço às nossas consciências, em
sabermos qual o objetivo e a prati-
cidade de vivermos neste mundo
entre tantas crenças que encabeçam
a natureza das “facilidades inconsolá-
veis” desse contraste humano.
É por isso que, ao falarmos em
crenças, estamos lidando num ter-
reno subjetivo, emocional, atávico,
onde as necessidades e desejos
profundamente arraigados em nosso
psiquismo nos conduzirão pelos
mundos afora, quais autômatos a
despeito dos planejamentos e ideais
religiosos para o futuro.
Manter a ilusão nas crenças e nos
favores fáceis, em uma alucinação de
viver sem o árduo trabalho interno,
sob quais nos compete investir, bus-
cando facilidades prodigiosas pelos
arranjos provisórios da ritualidade
materialista, é o que requer as falácias
milagreiras daqueles que excluem o
esforço da consciência íntima.
Ao longo do tempo, diversos
objetos, pessoas e criações mentais
receberam a projeção de nossas
necessidades e desejos, desde o
bezerro de ouro condenado por
Moisés até os santos recém reco-
nhecidos pelos poderes temporais
dominantes. Porém são verdadeira-
mente os ensinamentos de Cristo por
sua fonte cristalina de sabedoria que
disponibilizam, a quem quer que seja
e que se dê ao trabalho de re-orientar
suas atitudes à verdade pela decodi-
fi cação dessas crenças, de falsos pro-
fetas, em contornos esclarecedores
da conduta e sensatez proclamada
pela doutrina dos espíritos, sob os
quais avançaremos nessa marcha de
grandioso progresso íntimo.
Prender-se às paixões ilusórias
é condenar essas almas ao suplício
da eternidade no vivenciar o dramá-
tico momento do desencarne pela
insistência que nossa crença plasma
a tortura daqueles espíritos, nos últi-
mos instantes do drama no elevador.
E assim retardaremos ainda mais
o reconhecimento de seus cursos
regeneradores às necessidades mais
progressivas. Essa nossa insistência
nas ilusões de milagres, ainda são
jeitinhos isolados pelos quais nos
opomos à verdadeira atitude cristã
que nos pede caridade.
Deixemos que os mortos enter-
rem seus mortos, dizia o Mestre, bem
como devemos fazê-lo ao próprio
Cristo, avançando por seus ensina-
mentos e deixando os ritos da sua
paixão. Não fosse por Sua elevação
moral, quantos sofrimentos Lhe cau-
saríamos todas as “semanas santas”,
pela tortura de Suas lembranças na
Cruz...
Sejamos cada qual em nossa vida,
confiando que do Alto nos vêem
tudo aquilo que necessitamos em
nossa caminhada terrestre e que as
demais coisas nos serão acrescenta-
das. Nem sempre o que desejamos
para nós é o mais justo e adequado,
no entanto, queiramos ou não, os
espíritos nos ensinam que é por
esta ordem que seguiremos para os
estágios mais produtivos de nossa
natureza espiritual.
Boa leitura, o Editor.
“A crença improfícua impede o Homem de enxergar a realidade, qual véu de ilusão a nos manter na ignorância”.
É da natureza humana desde os princípio apegar-se a eventos exteriores
Maio/Junho 2009 | Edição 35 | Ciência, Filosofi a e Conseqüências Morais | FRATERNO | [email protected]
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PSICOLOGIA
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E ainda todos reunidos, Simão
o sacerdote perguntou: “Que
pensais da caridade?”
Então Jesus respondeu: ”que vos
tenho feito até agora? Que tendes
feito escutando minha voz? Em ver-
dade vos digo: quando a caridade
bater à vossa porta, abri-a e deixai
que ela habite vossa casa, porque
ela vos ajudará a suportar vossos dias
de inconstância, vossas lamúrias e
desassossegos.
E na tempestade, ela será vosso
refúgio; na solidão, vossa montanha;
nos confl itos, vossa afi rmação; e na
prisão da indiferença, também será
vossa dor. Pois vos digo: quando o
vosso irmão tiver fome, daí de comer;
quando tiver sede, oferecei-lhe de
beber; quando em sua nudez, tremer
de frio, veste-o; quando estiver na
prisão, visita-o; e no leito da agonia,
consolai-o; porque o Pai não fez
corpos diferentes para vos vangloriar-
des. As funções de todos os corpos
não são semelhantes?
No entanto, quanta mazela ocul-
tais com vossos fi nos trajes!...
Afi rmo-vos ainda: Vossas virtu-
des somente serão valorizadas pelo
que fi zerdes em nome da caridade.
Compreendei vosso irmão e sereis
caridosos. Sede fi éis na amizade e
sereis amigos da caridade.
Aprendei o sentido da genero-
sidade para convosco. Daí de vós
mesmos, o vosso tempo e percebe-
reis que a mendicância começa com
a falta de um sorriso. Não penseis
entretanto, que é apenas na doação
que podereis ser caridosos.
Digo-vos ainda: sabei receber as
dádivas da vida e ai também sereis
caridosos.
Não vos esqueçais dos benefí-
cios que o vosso inimigo um dia vos
prestou; ainda que vejais interesse
em seu serviço, lembrai que o vosso
amor é capaz de dobrar os interesses
mesquinhos de sua ambição.
Em verdade vos digo: quem
vive em caridade não têm inimigos,
porque não o é de ninguém. Possuirá
“Trabalhei muitos anos com
os espíritos sofredores... Eles
me ensinaram muito. O que
sei não aprendi apenas com
os nossos Benfeitores... A
mediunidade também não
pode ser elitista... Médium
elitizado é como um anel de
brilhante, que, de tão caro,
não pode sair do cofre...”.
“O Evangelho de Chico Xavier”,
Carlos Bacelli, Editora Didier
| moral cristã |
A Caridade
alguém, o que não é em si? Não vos
preocupeis em ter amigos mas em
serdes amigos; sede vós aquele que
vai ao encontro do infortúnio; felizes
os que trabalham para educar, ao
invés de condenar; quantos crimes
deixariam de existir, quanta fome
sanada, quantas dores e enfermida-
des seriam evitadas, se a caridade
calasse profundamente no coração
dos homens?...
Educai-vos e sede compreensivo
com todos, nisto reside à verdadeira
caridade. O maior pecado do homem
é quando ele engana a si próprio.
Uma árvore é plantada para dar
muitos frutos, porque então vos apro-
priais dela, impedindo que tantos
saciem a fome? Podeis fazer brotar
uma fl or? No entanto vendeis os seus
frutos. Ficais bêbados com as uvas e
comeis até doer o vosso estômago,
esquecendo-vos que outros estôma-
gos doem pela falta de alimento, que
provoca vossas dores.
O abuso é a causa de vossas
tristezas...
Ainda vos digo que: de nada
valerá minhas palavras, se não eco-
arem em vossa caridade, pois o que
o ouvido escutar poderá o coração
repelir”.
Um Dia em Jerusalém, Emídio Silva Falcão
Brasileiro, Edições Universo
Quem vive em caridade não têm inimigos, porque não o é de ninguém
LAÇOS ETERNOSPeça teatral espírita, baseada no
romance do espírito Lucius e psi-
cografado pela médium Zibia Gas-
paretto. Dia 16 de maio, sábado, às
18 no Teatro Municipal de Osasco
Memórias de Chico XavierMemórias de Chico Xavier
| eventos |
RODÍZIOSDE PIZZANo “Seara de Jesus”6 DE JUNHO DE 2.009.
HORÁRIO: A PARTIR
18HS:00
PREÇO: R$ 12,00
TEMOS TAMBÉM
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SOBREMESA
Ingresso antecipado e meia entrada: R$ 15,00Aquisição: Livraria Espírita Mensageiros de Luz - Rua José Cianciarulo, 89
- Centro - Osasco. Tel. 3682 6767 / 3448 7386
Nota - Para cada ingresso adquirido junto a Livraria Espírita, R$ 2,00 serão
destinados entidades assistenciais de Osasco
OS MENSAGEIROSPeça teatral espírita, baseada no livro
‘Os Mensageiros”, do espírito André Luiz
e psicografado pelo médium Chico
Xavier. Dia 12 de junho, sexta feira, às
20h no Teatro Municipal de Osasco
| teatro |
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Por Dr. Luiz Paiva
Em 1943, aos 33 anos de idade, o
matuto Chico Xavier, da obscura
cidadezinha de Pedro Leopoldo
/ MG, e tido como Intermediário dos
Espíritos, começa a escrever “Nosso
Lar”, o primeiro de uma Série de
Livros narrando as experiências
post-mortem de um médico que
usa o pseudônimo de André Luiz,
segundo o próprio para não ferir as
suscetibilidades dos familiares que
deixara por aqui.
Nos 16 Livros que se seguiriam,
temas complexos de Anatomia,
Fisiologia, Fisiopatologia e outros
relativos à diversas especialidades
médicas são abordados sob a Ótica
do Médico Desencarnado, que não
se contenta em antecipar novos
avanços nas mais diversas áreas da
Medicina, mas também inaugura um
novo paradigma dentro das Ciências
Médicas, onde a Mente, ou Psique, ou
Espírito tem lugar diferenciado.
O mais espantoso é que tudo
que disse há mais de 60 anos, hoje
se cumpre ou caminha para ser
realidade.
As novas descobertas na Psi-
coneuroimunoendocrinologia, nos
conhecimentos sobre a Neuroplasti-
cidade, nos Intrincados Mecanismos
Moduladores dos Neurotransmissores,
da própria Neuropsicologia e até da
Psicoterapia Cognitiva não vêm confi r-
mar a primazia desta Entidade Virtual
chamada Psique ou Alma sobre as
estruturas cerebrais normais?
O Dr. André Luiz, no prefácio
desta sua primeira obra, “Nosso Lar”,
teceu considerações sobre a sua pos-
tura de Homem do Mundo, segundo
consta, Médico e Cientista de renome,
mas que, como nós outros, pouco se
abalava diante das grandes questões
da vida e da morte.
Pelas suas palavras
“A Filosofia do Imediatismo,
porém, absorvera-me”.
“A existência terrestre que a
morte transformara, não fora assina-
lada de lances diferentes da craveira
comum”.
Empedernidos materialistas ou
indefi nidos agnósticos, têm rejeitado
tais revelações, tidas à conta de aluci-
nações ou delírios do Médium.
Ora, o simples fato deste abordar
proficientemente temas médicos
intrincados, inobstante a sua edu-
cação de curso primário, já é por si
um fenômeno que mereceria, no
mínimo, ser estudado.
Se tivesse nascido na Índia, o
Chico seria considerado um Mestre,
e teria sido objeto de consideração e
estudo por Filósofos e Cientistas do
mundo inteiro.
Ora, muito mais fantásticas e
maravilhosas, além das provas de
sobrevivência da alma, cujo estudo
científi co criterioso já se faz há mais
de 150 anos, são as novas descober-
tas trazidas pela Física Quântica ou
pela Astrofísica.
Estas, então, beiram o delírio, e
seriam anatematizadas pelos dogmas
científi cos dos séculos XIX e XX.
Sim, permitindo-nos uma pequena
digressão, vem a Física Quântica nos
dizer que o que vemos e pegamos são
apenas ilusões criadas pelos campos
de força das micropartículas e que
estas também podem se comportar
como ondas; que os elétrons têm a
probabilidade de estar em dois lugares
ao mesmo tempo e que o Modelo Pla-
netário do Átomo já estaria superado;
que o que vemos como real e material
é tudo na verdade espaço vazio, e caso
o tirássemos dentre as Moléculas do
Maior Edifício do Mundo, este fi caria
do tamanho de um Alfi nete, mas com
o mesmo peso; que a matéria não
passa de uma forma de organização
de energia, intercambiável com esta.
Conquanto às vezes desconcer-
tante para os nossos paradigmas, a
Mecânica Quântica é considerada
a teoria científi ca mais abrangente,
precisa e útil de todos os tempos.
Quem ousaria, hoje, defi nir o que
seja a Matéria?
Os astrofísicos nos dizem agora
que a matéria que vemos no Universo
sob a forma de estrelas, galáxias, bura-
alma à morte do corpo e no mundo
espiritual.
A matéria mais sutil é a mais real e
vivemos num Universo de insuspeitá-
veis forças e energias, que escapam à
extrema pobreza dos nossos sentidos
e por que não, também do nosso
apoucado entendimento.
E ainda nos arrogamos doutos
e sábios.
Alguns até olham os “crédulos”
com indisfarçável desprezo, tratando-
os com condescendência e ironia.
Faz parte da pose de douto e
sábio ser incrédulo. Combina e faz
charme.
| um médico no além |
Breve análise sobre o livro “Nosso Lar”
O que julgamos ser tudo, é apenas uma parte infi ma da matéria existente
cos negros etc..., e que julgávamos
ser tudo, corresponde a apenas uma
parte ínfi ma da matéria existente (0,4%
de estrelas e 3,6% de gás intergalác-
tico), contra 23% de matéria escura e
73% de energia escura, sobre as quais
nada se sabe, exceto a imensa força
gravitacional que exercem, estrutu-
rando as galáxias e as afastando entre
si, expandindo o Universo.
Isso não corresponde a afi rma-
ções ou teorias abstrusas (confusa,
difícil de compreender), mas a dedu-
ções matemáticas de fenômenos
observáveis.
Depois disso tudo, é moleza acre-
ditar em Deus, na sobrevivência da
A propósito, para André Luiz o
choque da passagem para outra
realidade, tal como pode acontecer
a qualquer momento, a qualquer um,
abriu-lhe os olhos para realidades que
não cogitara ou preferira ignorar.
E não foi sem sofrimento que a
consciência lhe cobrou uma reavalia-
ção de valores e atitudes assumidas
no Mundo:
“Em momento algum o problema
religioso surgiu tão profundo aos
meus olhos”.
Os princípios puramente fi losófi -
cos, políticos e científi cos, fi guravam-
me agora extremamente secundários
para a vida humana. (...) verificava
Em toda a sua obra, André Luiz mostra-nos, a realidade transcendental de que somos espíritos imortais envergando corpos físicos
Maio/Junho 2009 | Edição 35 | Ciência, Filosofi a e Conseqüências Morais | FRATERNO | [email protected]
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que alguma coisa permanece acima
de toda cogitação meramente inte-
lectual.
“Esse algo é a fé, manifestação
divina ao homem”.
Há que se concluir que por fé
não queria exprimir a simples adesão
a um segmento religioso, mas a
consideração da transcendência de
nossas vidas, com objetivos mais
elevados que a simples luta pela
sobrevivência.
Nesta equação, a fé na existência
de Deus e de um fi o condutor em
nossos destinos que nos aponta
claramente para a evolução e o aper-
feiçoamento constante do espírito,
faz toda a diferença.
Muda-se o referencial dos valores
e a ordem das prioridades.
Em toda a sua obra, André Luiz
mostra-nos, sobretudo, a realidade
transcendental de que somos espíritos
imortais envergando corpos físicos,
com estes interagindo, infl uenciando-
os e por eles sendo influenciados;
para que com esta consciência não
passemos para o outro lado assim
como ele, que desabafa:
“Enfi m, como fl or de estufa, não
suportava agora o clima das realida-
des eternas”.
Tal como o nosso escritor, vive-
mos o dia-a-dia na terra, cercados de
facilidades ou de dores, preocupados
com o amanhã de nossas mesquinhas
necessidades, mas como se fôssemos
assim viver pela eternidade.
A brevidade da vida não nos
toca.
Se nós somos apenas um sub-
produto da matéria que milagro-
samente pensa ou se somos algo
transcendente e consciente que,
pelo contrário, anima a matéria, são
conjecturas que não costumam tirar-
nos o sono.
No entanto, a cada minuto, a
cada dia, mais nos aproximamos do
confronto com a verdade fi nal.
Francisco Candido Xavier, pelo Espírito
André Luiz, médico espiritual
Por Orson Peter Carrara
Em novembro próximo pode-
mos recordar o extraordinário
vulto de Jerônimo Mendonça,
exemplo de paciência e amor ao
próximo, de coragem e determina-
ção no bem. É que exatamente em
novembro de 2009 comemora-se
70 anos de seu nascimento, ocorrido
no dia 1 de novembro de 1939 e 20
anos de sua desencarnação que
ocorreu no dia 26 de novembro
de 1989.
Paralisado numa cama ortopé-
dica por 30 anos, movendo apenas
a boca e os olhos – embora também
cego – tornou-se conhecido como o
Gigante Deitado, face à extensão de
suas obras em torno do ideal espí-
rita e do amor ao próximo. Afi nal,
embora sua extrema limitação
física publicou vários livros, fundou
instituições e percorreu o Brasil
proferindo palestras, consolando
almas e fornecendo na própria
condição exemplos de coragem e
determinação no bem.
Sua voz forte, seu ânimo inque-
brantável, apesar das dores que
sentia em função de problemas
cardíacos e da própria paralisia total
dos membros, fi zeram-no conhe-
cido, respeitado, querido e sempre
requisitado para palestras e diálogos
com grandes ensinamentos, incen-
tivando obras de causas sociais
e de divulgação do Espiritismo.
Para qualquer pessoa que o tenha
conhecido, tornou-se impossível
esquecê-lo, especialmente porque
a bondade de suas palavras, a
confi ança em Deus que transmitia,
os exemplos de fé sempre foram
contagiantes.
Escreveu os livros: Crepúsculo
de um Coração, Cadeira de Rodas,
Nas pegadas de um Anjo, Escada
de Luz, De mãos dadas com Jesus e
Quatorze anos depois (em co-auto-
ria). Por sua vez, Jane Martins Vilela
publicou a importante obra biográ-
fi ca O Gigante Deitado (ed. O Clarim)
| biografi a |
Jerônimo Mendonça
e Maria Gertrudes assinou Jerônimo
Mendonça – Sua Vida e sua Obra,
tendo organizado também Flores
do Coração, de autoria de Jerônimo.
Infelizmente, a maioria das obras
desse autor encontram-se presen-
temente esgotadas. Recentemente,
todavia, a Petit lançou o excelente
Asas da Liberdade, na psicografi a
de Célia Xavier Camargo e assinado
pelo mesmo e querido Jerônimo.
Agora, no ano em que se alcança,
coincidentemente, números inteiros
comemorativos ao nascimento e
desencarnação, conforme acima
apontado, o escritor e palestrante
Jamiro dos Santos Filho, de Ara-
guari-MG, lança mais uma obra
alusiva a esse expressivo vulto do
movimento espírita: Chico Xavier e
Jerônimo Mendonça – a Fórmula da
Felicidade, pela Mythos Books. Para
aquele em que a felicidade seria
virar de lado (em resposta à per-
gunta sobre o que seria a felicidade
para ele), a obra apresenta a fórmula
da felicidade, revelada por Chico
Xavier a Jerônimo, quando ambos
ainda se encontravam encarnados,
e que este último citou numa pales-
tra. Agora o escritor Jamiro publica
a fórmula no referido livro.
O ano de 2009 sugere, pois,
relembrar esse querido autor e
incomparável gigante. Sua voz
ainda ecoa nos ouvidos daqueles
que o conheceram. Um gigante
mesmo na coragem, na determi-
nação, no exemplo, na fé, no amor
ao próximo, na perseverança. Será
de muita utilidade relembrar sua
biografi a, sua história, seus exem-
plos e seus livros para que o público
mais jovem e mais recente no
movimento espírita tenha conhe-
cimento desse vulto extraordinário
que esteve conosco e que há tão
pouco tempo retornou, agora
livre das amarras de um corpo em
difi culdades.
Muitas instituições o homena-
geiam com seu nome, em justa
homenagem. Eis o momento de
novamente divulgar e relembrar os
feitos e exemplos de um homem
incomparável.
Jerônimo, em novembro comemora-se 90 anos de seu nascimento
[email protected] | FRATERNO | Ciência, Filosofi a e Conseqüências Morais | Edição 35 | Maio/Junho 2009
Por Eduardo Mendes
O PASSADO DE CHAMAS
Relembrando o pretérito de
tragédia nacional, o edifí-
cio “Andraus”, localizado na
esquina da Avenida São João
com a Rua Pedro Américo, centro de
São Paulo, foi palco, em 24 de feve-
reiro de 1972, de uma das maiores
tragédias com incêndio, resultando
em 16 mortos e 330 feridos. Logo
após, dois anos mais tarde, outra
coincidente tragédia, e no mesmo
mês, em 1º de fevereiro de 1974, os
25 andares do edifício “Joelma” tor-
naram-se miniaturas de um inferno,
tal como visto às altas labaredas
tentavam refugiar-se no telhado do
prédio, onde a temperatura chegou
a 100 graus rapidamente. Disse o
administrador sobrevivente, Mauro
Cordeiro:“ A sola do meu sapato
derretia. Quando levantava a cabeça
via horrores. Vi uma menina de 15
anos que, ao pular, usava um guarda-
chuva como pára-quedas”. No fi m do
dia, 18 pessoas haviam se atirado do
prédio. O Edifício Joelma, não tinha
escadas de emergência e, sem lugar
para fugir, só havia duas opções,
ou a escada “Magirus” do corpo de
Bombeiros ou o difi cultoso resgate
pelo helicóptero.
A tragédia suscitou o debate
sobre a segurança dos edifícios que
um telefonema e foi para o local. O
trânsito estava caótico, chegando lá,
se prontifi cou a ajudar. Vendo que as
mangueiras dos caminhões de bom-
beiros estavam com defeito, ajudou
os manobristas com a retirada dos
veículos e consertou as mangueiras do
prédio, que estavam na garagem.
Após este incêndio o prédio fi cou
interditado por quatro anos para as
devidas obras e, quando terminou, o
prédio foi rebatizado como Edifício
“Praça da Bandeira”, porém, carre-
gado de mistérios e com a fama de
mal-assombrado.
BIOGRAFIA DO LOCAL
No passado, até o ano de 1850,
cia começou a escavar, Paulo pediu
para ir ao banheiro, onde se trancou e
suicidou-se com um tiro no coração.
Na época, surgiram duas versões
para o crime. A primeira era de que
a família do professor se opunha ao
relacionamento dele com a namo-
rada. A outra é que ele assassinou a
mãe e as irmãs porque elas estavam
gravemente doentes e ele não tinha
como cuidar delas.
Um dos bombeiros que participou
do resgate dos corpos, morreu de
infecção cadavérica e o crime abalou
a população de São Paulo, fi cando
conhecido como “O Crime do Poço”.
O lugar ganhou fama e vinte seis anos
mais tarde, deu lugar à construção do
conhecido Edifício “Joelma”.
DO DRAMA À FAMA
O Edifício localizado na esquina
da rua Sto. Antonio com Av. Nove
de Julho, centro da Capital Paulista,
em 1979, tornou-se roteiro do fi lme:
“JOELMA 23º ANDAR”, baseado no
livro “SOMOS SEIS”, na psicografia
do médium Chico Xavier, pelo qual
se conta a história de uma garota
que previu o incêndio. O papel da
protagonista foi interpretado pela
atriz Beth Goulart e o fi lme teve uma
boa divulgação para o Espiritismo
em todo o país, bem como tiveram
os dois “Pinga-Fogos”, apresentados
pela extinta TV TUPI em 1971.
A película narra a história de uma
jovem chamada Volquimar, que viven-
ciou o drama como uma das vítimas
e, momentos após seu desencarne,
apareceu ao lado da mãe que estava
desesperada por notícias. Então,
explica para mãe que não estava
mais entre nós, os encarnados, que
estava bem e pedia para mãe acatar os
desígnios da Providência Divina sobre
sua morte. No fi lme usaram trechos
reais sobre as vítimas que pulavam das
janelas como bonecos a cair e outras
que se abrigavam no último andar, na
expectativa de serem resgatadas pelo
helicóptero.
A cena da morte dos persona-
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| cultura espírita |
As treze almas do Joelma – fi cção de crenças
em chamas. A causa veio de uma
sobrecarga elétrica, que gerou um
curto-circuito no sistema de ar-con-
dicionado, dando início ao fogo. O
pânico tomou conta dos funcionários
do Banco “Crefi sul” que, até então,
desesperados, ocupavam a maior
parte dos andares daquele prédio. O
resultado da tragédia foi assombroso:
188 mortos e 345 feridos. Pessoas
veio à tona, dois anos antes, com o
incêndio do “Andraus”, onde muito se
falava numa provável “ponte” de um
prédio ao outro, para meio de fuga,
além de maior vazão sobre as escadas
de emergência externas.
O drama poderia ter sido maior se
não fosse a atuação de José Roberto
Viestel, um colaborador que estava
em sua residência quando recebeu
o local do Edifício
J o e l m a e r a u m
pelourinho. Funcio-
nava ali perto o mer-
cado de escravos,
mas os desobedien-
tes eram levados ali
para o castigo. Já no
começo do século
XX, construiu-se ali
um palacete que, no
ano de 1948, virou
um casarão. Porém,
havia um professor
de química orgâ-
nica, chamado Paulo
Camargo, 26 anos,
que morou naquele
local com a mãe,
Dona Benedita, e
as irmãs, Cordélia e
Maria Antonieta. Ele
acabou por assassi-
nar a tiros a mãe e as
duas irmãs e enter-
rou seus corpos no quintal, no fundo
de um poço.
O sumiço misterioso das três
mulheres e uma série de coinci-
dências e contradições levou Paulo
a ser o principal suspeito dos desa-
parecimentos. Houve um vizinho
bisbilhoteiro que do alto de uma
árvore viu tudo e contou para os
policiais. No momento em que a polí-
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gens foi registrada por um fotógrafo.
Quando reveladas, estranhamente
mostravam rostos de pessoas que
não estavam nas fi lmagens. Segundo
testemunhas, os espíritos dos mortos
vagueiam ainda hoje nas dependên-
cias do edifício.
O MISTÉRIO DAS TREZE ALMAS
Este foi o maior desastre paulistano
da segunda metade do século pas-
almas dos que morreram carboniza-
dos, gritam de agonia e só se acalmam
com “água” para matar a sede e “leite”
para desintoxicar-se. Com o tempo,
formou-se uma reunião de devotos, os
quais ganharam um terreno defi nitivo,
doado pela prefeitura, nos anos 80,
com capela própria para venerarem
as vítimas como “santas”.
Para os fi éis, a crença surgiu em
torno dos “13 desconhecidos” donde
e pedindo que os usuários só colo-
quem água sobre as campas e com
muita moderação. Neste local, há um
monitoramento constante para evitar
focos do mosquito da dengue.
Hoje, o remodelado Edifício das
Bandeiras está funcional e das 30
salas comerciais, só 11 estão ocupa-
das. Há anos no prédio no 21º andar,
diz Eduardo Strabelli, de 49 anos, da
Fundação Mário Covas, que existe
é real. Mas o que seria exatamente
real na forma mais expressa a todos
estes enigmas? O assombro dos
escravos, do professor, da mãe e das
irmãs enterradas no poço, das 188
vítimas carbonizadas ou os milagres
e as crendices atribuídas às 13 almas
mortas no elevador?
Muitas vezes se busca com-
preender os mistérios por várias
nuançias, atribuindo-se às crendices
Foto “misteriosa” tirada durante as fi lmagens de “Joelma 23º Andar”, onde aparecem vultos
se materializou oração “Às 13 Almas”.
Dentro da capela do Cemitério São
Pedro encontra-se milhares de san-
tinhos informando como conseguir
uma graça. Há também, ao redor dos
jazigos, dezenas de pedras com dize-
res de agradecimentos junto às tigelas
e copos que contém água e leite para
acalmarem os espíritos. Diz o coveiro
Ronilton dos Santos, com um galho de
arruda na orelha: “O povo diz isso, mas
nunca ouvi nada!”.
Não é difícil encontrar quem seja
testemunha da proteção dessas 13
Almas.
A devoção é tamanha que, para
organizar as visitas aos jazigos, o Cemi-
tério teve que colocar uma placa de
orientação, proibindo copos de leite
sado, matando 188 pessoas, a
maioria carbonizada e deixou
mais de 300 feridos, sobrando
apenas 13 vítimas sem iden-
tificação, as quais morreram
presas num dos elevadores
e foram chamadas de “Às 13
almas do Joelma”.
Entre as crenças impro-
fícuas e a realidade, essa
tragédia comoveu a cidade
e os legistas tiveram muita
difi culdade para identifi car os
13 desconhecidos. Segundo
informações do serviço fune-
rário, estes foram enterrados
como indigentes, todos adul-
tos, cinco deu-se a saber que
eram mulheres, dois homens
e não foi possível determinar
o sexo dos seis restantes,
em razão do estado que se
encontravam seus corpos.
Em seguida, foram sepultadas
entre 6 de fevereiro e 1º de março do
ano da tragédia.Seus corpos nunca
foram reclamados pelos familiares.
Nos anos seguintes, às vezes, apare-
ciam alguns prováveis parentes. Mas
não houve exumação. Os desconhe-
cidos foram sepultados no Cemitério
São Pedro, na Vila Alpina, Zona Leste
da Capital. Enterrados lado a lado, os
corpos deram origem ao mistério das
“Treze Almas” e a elas foram atribuí-
dos milagres.
O SURGIMENTO
DE UMA CRENÇA
Após essa tragédia, histórias e mis-
térios fazem parte do antigo “Joelma”.
Reza a lenda que, à noite, as treze
o que não se compreende
por certos enigmas espiri-
tuais. De outras vezes, faz-se
um caminho mais tortuoso,
criando-se sustentação aos
costumes e aos ditos particu-
lares, sobre os acréscimos de
certas questões no sentido
religioso. É certo, porém, que
não se pode ignorar que boa
parte das antigas religiões,
mistifi caram, amaldiçoaram,
excomungaram e mitifica-
ram em torno das lendas,
criando os mitos com o
prático objetivo de dominar
pelo medo, promovendo as
muitas formas cabalísticas
e ritualísticas de seus cultos
incultos. Foram em torno
dessas lendas que as crenças
improfícuas se formaram e
delas surgiram às religiões do
louvor ao sagrado, o maravilhoso, o
divino, o místico e ao “espírito santo”
na forma de uma pomba pelo mito
cristão.
Assim nos adverte a Doutrina
dos Espíritos que têm seu conceito
fi losófi co-religioso legado pela moral
evangélica, a qual nos diz que religião
não é algo que devemos assimilar ou
adorar cegamente, assim como fazem
o domínio dos cultos ao fanatismo, das
orações insanas, quais se diversifi cam
nos altares das vaidades humanas ou
entre aqueles que se elevam acima
do discernimento do Cristo. Foi assim
que criaram às intervenções milenares
das quimeras apostólicas, dogmáti-
cas, sentenciando a ignorância pelo
domínio da aversão em repúdio da
um enigma à parte nos elevadores,
local onde morreram aquelas treze
pessoas: “Às vezes pára no andar
sem ninguém chamar e outras,
fi ca parando em andares ímpares”.
Em apenas dois pisos abaixo, diz a
secretária Léa Asakawa, de 39 anos,
admitindo ter medo: “Procuro não
pensar nisso. Da janela, vejo a Cate-
dral da Sé e me sinto protegida”. Nas
dezenas de salas vazias a tentativa
de libertar o local dos espíritos que
vagueiam por ali é grande.
PRELÚDIO PARA O ESPIRITISMO
As histórias em torno deste
assunto geraram um grande misté-
rio. Uns acreditam, outros duvidam
e alguns têm certeza de que tudo
“Colagem de envelopes em geral. Pastas com uma e duas bolsas, caixas, wire, espiral, e entercalação em geral.
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igualdade, castrando-se a liberdade
da alma as sujeições dos anátemas.
Sabemos que os fenômenos mais
insólitos não pertencem à classe das
coisas “inexplicáveis”, por sentença
da maldição ou dos milagres divinos,
mas, sobretudo, à razão específi ca de
ser e acontecer, conforme a quântica
vontade de Deus, expressa nas Leis
da Natureza.
Portanto, os denominados “espí-
ritos”, não pertencem exclusivamente
à classe da organização elaborada
por Allan Kardec, o Espiritismo, exis-
da própria alma, pelo imperativo da
mediunidade corregedora. Inclua-se
aí as formas aparentes daquilo que
captamos (pelo chamado sexto
sentido) do que vemos e ouvimos
sob nossas intuições, favoráveis ou
não à qualificação fluídica que dê
abrigo aos espíritos manifestantes, as
quais são necessárias ao aprendizado
regenerador, por ambos os lados
da vida e da morte. É assim que são
atribuídos esses desfavorecimentos
à mediunidade inconsciente, pelos
quais se dão independentemente da
nossa consciência e que provocam
acentuado medo à sensibilidade
desses manifestos em ocorrências
fantasmagóricas, nos lugares chama-
dos “mal-assombrados”. É isso que se
dá o desconhecimento desta mediu-
arsenais dos mitos e dos místicos, das
manias contraproducentes as quais
estão em desacordo com a caridade
sem fronteiras, despertando adian-
tamento para unifi cação pelo amor,
por razões que são cabedal para
aqueles que vibram, ignorantes, como
mortos do lado de lá e para os inábeis
materialistas que urgem, sentenciosos,
chorosos e afl itos, do lado de cá.
FINAL
É possível ainda nutrir um senti-
mento de confi ança em relação a um
grupo de pessoas, como a um objeto
inanimado, uma ideologia, um pensa-
mento fi losófi co, um sistema qualquer
ou até mesmo um conjunto de regras
e ditos populares, que estejam eivados
de crenças pelo velho sobejo milenar.
que restou da velha Roma dos Césa-
res, pela formação de Constantino ao
“cristianismo burguês” que ele mesmo
declarou por sua particularidade e
resistência à reencarnação, dentre
outros artigos que sobreveio aos
Concílios, da primazia dos “credos”
apostólicos: pela criação do medo
e a calcificação da ignorância, nos
fanatismos corporativistas os quais
são chamadas de obscuridades que
se contrapõem a física de Deus.
Chico Xavier, no momento do
incêndio, participava de uma reunião
num centro espírita em Uberaba, MG.
E assim que ouviu a notícia do incêndio
pelo rádio, ele e seu grupo fi zeram uma
prece a todas às vítimas. Chico recebeu
uma mensagem de seu mentor espiri-
tual, Emmanuel, na qual dissera que o
tem desde sempre e são inteligências
independentemente da nomencla-
tura que queiram lhes atribuir, antes
ou depois da Codifi cação. É a isso que
o Espiritismo decodifi ca como séries
demoníacas das idéias místicas, sobre
as crendices que, independente-
mente de seu fanatismo, se afi guram
pelas necessidades em trâmite do
conhecimento e desenvolvimento
Mas aqui nos referimos ao mistério
que ronda a maldição que criaram em
torno daquelas pobres almas, sobre
a forma da oração que as prende
continuamente ao rito dos últimos
instantes, sofridos naquele elevador.
Contudo, quem poderia categorizá-
las como santas, se sabemos que
os “santos” são ordenados pela voz
da Igreja? Coisa que, até então, não
sabemos se ela mesma, a Igreja, reco-
nhece. Portanto, independentemente
deste poder, quem teria dado a Igreja
tal poder de canonizar pessoas como
santas, senão, a sua própria interpre-
tação particular, pelas tendências
dogmáticas de seus mandatários?
Velhas heranças de um passado de
trevas e de vergonhas humanas é o
nidade, pavor e medo.
Portanto, não existem
trevas onde há luz, não existe
ignorância onde há conhe-
cimento, não existe mentira
onde há verdade, não exis-
tem conflitos onde há paz.
Contudo, existe temor onde
há mistérios por desconhe-
cimento. É o que acontece
àquele lugarejo do Joelma,
arena dos tormentos escra-
vagistas, das mortes pelo
professor Paulo Camargo,
sendo por último o palco das chamas,
fi nalizado pelos 13 desconhecidos e
santifi cados por seus corpos carbo-
nizados. Compreendamos, portanto
que, sobretudo, entre os sofrimentos
e beatifi cação das almas, existe a moral
evangélica que é dignamente repre-
sentada pelo Espírito “O Consolador
da Verdade” – que esclarece as Leis
de Ação e Reação pelos ensinamentos
do Espiritismo. Assim sendo, não há
mistérios e nem rituais que resistam
a uma análise profunda e séria, dada
pelo crivo da lógica e da razão, por
mais que se considere indecifrável.
E a esse paradoxo acrescentamos a
fórmula sem rituais: “Não basta crer, é
preciso compreender”! O Espiritismo
é a luz que chegou para derrocar os
incêndio era conseqüência de
uma desencarnação coletiva
violenta, por força das provas
redentoras.
Portanto, saibamos que,
independentemente de
crenças ou religião que por
hora professamos, caberá
sempre aos benfeitores do
Plano Maior, bem como aos
esclarecidos do plano físico,
remanejar nossas idéias à
divina luz da eternidade pelo
absolutismo do que somos
como consciências universais, “almas
santas”, autoras das próprias conseqü-
ências pelas leis benfeitoras da Terra
– amostras redentoras no palco da
vida. E, antes que ocorra aquilo que
nos leve à desencarnação, seja por
doenças, acidentes ou até mesmo
a morte natural, saibamos que o
particularismo dentre as devoções
é o mal que ainda segue os trâmites
das necessidades improfícuas, bem
como os dogmas. Contudo, sere-
mos assim, assistentes portadores
e co-autores diretos das moléstias
alheias, responsáveis tanto pelo mal
que criamos no esboço das ilusões,
quanto ao corporativismo dos quais
participamos, retardando o progresso
da humanidade.
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à margem do caminho
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Que é o espiritismo, quem são
os espíritas, o que fazem e
com que fi nalidade?
É curioso observar, numa época
onde a informação entra em nossa
casa através da Internet, já não se
justifica tanto desconhecimento
assim. Mas, também temos de avaliar
que afi nal nem todas as pessoas se
sentem seduzidas por esta matéria
a ponto de buscarem a vastíssima
informação que existe.
Daí a pergunta: Mas, afi nal, quem
são os espíritas?
A Doutrina Espírita é o pensa-
mento debruçado em si mesmo a
fi m de ajustar-se a realidade.
O espiritismo está ligado à cultura,
ao desenvolvimento de pensamento
dialético, e nada tem a ver com
charlatanice, superstição, crendices,
bruxarias, magias.
Dialética é a Arte de raciocinar;
lógica; arte de argumentar ou dis-
cutir; modo de fi losofar que busca
a verdade por meio de oposição e
reconciliação de contradições (lógi-
cas ou históricas).
Os espíritas são pessoas perfeita-
mente normais, com os seus empre-
gos, famílias, e que, nas suas horas
livres, se dedicam, GRATUITAMENTE,
ao estudo, prática e divulgação do
espiritismo.
Nesse contexto, não são espíritas
aqueles que lucram, exploram ou
enganam em nome do Espiritismo, os
que se ocupam de cartomancia, sorti-
légios ou adivinhações, para iludir os
seus semelhantes, os que mistifi cam
ou se atribuem falsas faculdades em
cujo fundo está o absurdo, fanatismo
ou interesse, os que recebem, direta
ou indiretamente qualquer remune-
ração pela assistência que prestam
ao seu semelhante, os que colocam
anúncios em jornais divulgando os
seus dotes e prometendo curas e
resolução de problemas.
No Livro dos Médiuns, Kardec
assevera que a mediunidade séria
não pode ser e não será nunca uma
profi ssão.
O espiritismo surgiu em meados
do século XIX, através da pesquisa, da
experiência, da observação, compa-
ração e repetição dos fatos, utilizando
o método experimental e método
indutivo.
Dessa componente científica,
aparece toda uma filosofia nova,
revolucionária, que veio abalar o
mundo mergulhado no preconceito
e no fanatismo religioso.
Essa fi losofi a vem dizer-nos, muito
sucintamente, que existe um Criador
do universo, a quem chamamos Deus,
Essa fi losofi a vem dizer-nos que
a reencarnação é uma realidade, que
já vivemos antes desta existência
terrestre e que cá voltaremos mais
vezes dentro das nossas necessidades
evolutivas, vem dizer-nos que de um
modo geral todos os planetas são
habitados pelos Espíritos, com corpos
diferentes, de acordo com a organiza-
a melhorar o mundo, tornando-o
mais fraterno, mais pacífico, mais
tolerante, explicando às pessoas
do porquê da vida, de onde vêm e
para onde vão, das causas dos seus
sofrimentos e alegrias, mostrando o
sentido que a vida tem dentro destes
conceitos que estão bem expostos
em cinco livros, que são obrigatórios
para quem quiser conhecer o espi-
ritismo: «O Livro dos Espíritos», «O
Evangelho segundo o Espiritismo»,
«O Livro dos Médiuns», «A Gênese»
e «O Céu e o Inferno», todos eles de
Allan Kardec.
De tal modo os seus conceitos
são universais que qualquer pessoa,
seja católica, budista ou ateu, em
qualquer parte do mundo, pode
estudar espiritismo e pode chegar
às mesmas conclusões se puser em
prática os ensinamentos práticos con-
tidos em «O Livro dos Médiuns».
Portanto tudo o que contraria a
lógica e o bom senso não é espiri-
tismo e locais que cobram consultas,
fazem rituais e acendem velas, não
é espiritismo. A Doutrina Espírita é
a libertação de toda a superstição,
crendice e sobrenatural.
Tudo o que contraria a lógica e o bom senso não é espiritismo e locais que cobram consultas, fazem rituais e acendem velas, não é espiritismo
Os espíritas são pessoas
perfeitamente normais, com
os seus empregos, famílias,
e que, nas suas horas livres,
se dedicam, gratuitamente,
ao estudo, prática e
divulgação do espiritismo
vem dizer-nos
que ninguém
m o r r e , q u e
somos Espí-
ritos imortais
temporar ia -
mente num
c o r p o d e
carne e que
a vida desdo-
bra-se em dois
planos, ora no
mundo terreno ora no mundo espi-
ritual; vem provar-nos a imortalidade
da alma, através da mediunidade,
onde através dos médiuns, aqueles
que nos precederam na grande
viagem vêm dizer que estão tão
vivos como nós, vêm contar as suas
alegrias ou tristezas, vêm dar provas
irrefutáveis da imortalidade da alma.
ção física de
cada planeta.
Dessa filoso-
fi a que emana
da experiên-
cia, da ciência,
a d v é m u m
componente
mor a l , que
nos deixa os
ensinamen-
tos de Jesus
de Nazaré como um trajeto garantido
a seguir, explicando os Espíritos que
Jesus foi o ser mais perfeito que já
esteve à face da Terra.
O espiritismo, não é mais uma
religião, não é mais uma seita, mas
sim uma doutrina universalista que
procura através da prática dos ensi-
namentos morais de Jesus, auxiliar
Quem são os espíritasQuem são os espíritas
Essa fi losofi a vem dizer-nos que a reencarnação é uma realidade
| doutrina |
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Por Marcelo Henrique Pereira
Nosso pensamento e nossa
emoção, ambos cristãos,
manifestam nossa sensibili-
dade psíquica. Deixando de lado o
apelo comercial da data, e o caráter
de festividade familiar, a exemplo do
Natal, nossa atenção e consciência
espíritas requerem uma explicação
plausível do signifi cado da data e de
sua representação perante o con-
texto fi losófi co-científi co-moral da
Doutrina Espírita.
Deve-se comemorar a Páscoa?
Que tipo de celebração, evento ou
homenagem é permitido nas insti-
tuições espíritas? Como o Espiritismo
visualiza o acontecimento da paixão,
crucificação, morte e ressurreição
de Jesus?
Em linhas gerais, as instituições
espíritas não celebram a Páscoa, nem
programam situações específicas
para “marcar” a data, como fazem
as demais religiões ou filosofias
“cristãs”. Todavia, o sentimento de
religiosidade que é particular de cada
ser-Espírito, é, pela Doutrina Espírita,
respeitado, de modo que qualquer
manifestação pessoal ou, mesmo,
coletiva, acerca da Páscoa não é proi-
bida, nem desaconselhada.
O certo é que a fi gura de Jesus
assume posição privilegiada no con-
texto espírita, dizendo-se, inclusive,
que a moral de Jesus serve de base
para a moral do Espiritismo. Assim,
como as pessoas, via de regra, são
lembradas, em nossa cultura, pelo que
fi zeram e reverenciadas nas datas prin-
cipais de sua existência corpórea (nas-
cimento e morte), é absolutamente
comum e verdadeiro lembrarmo-nos
das pessoas que nos são caras ou
importantes nestas datas. Não há,
francamente, nenhum mal nisso.
Mas, como o Espiritismo não
tem dogmas, sacramentos, rituais
ou liturgias, a forma de encarar a
Páscoa (ou a Natividade) de Jesus,
assume uma conotação bastante
peculiar. Antes de mencionarmos a
signifi cação espírita da Páscoa, faz-se
necessário buscar, no tempo, na His-
tória da Humanidade, as referências
ao acontecimento.
A Páscoa, primeiramente, não
é, de maneira inicial, relacionada ao
martírio e sacrifício de Jesus. Veja-se,
por exemplo, no Evangelho de Lucas
(cap. 22, versículos 15 e 16), a menção,
do próprio Cristo, ao evento: “Tenho
desejado ansiosamente comer con-
vosco esta Páscoa, antes da minha
paixão. Porque vos declaro que
não tornarei a comer, até que ela se
cumpra no Reino de Deus.” Evidente,
aí, a referência de que a Páscoa já era
uma “comemoração”, na época de
Jesus, uma festa cultural e, portanto,
o que fez a Igreja foi “aproveitar-se”
do sentido da festa, para adaptá-la,
dando-lhe um novo significado,
associando-o à “imolação” de Jesus,
no pós-julgamento, na execução da
sentença de Pilatos.
Historicamente, a Páscoa é a junção
de duas festividades muito antigas,
comuns entre os povos primitivos, e
alimentados pelos judeus, à época de
Jesus. Fala-se do “pesah”, uma dança
cultural, representando a vida dos
povos nômades, numa fase em que
a vinculação a terra (com a noção de
propriedade) ainda não era fl agrante.
Também estava associada à “festa
dos ázimos”, uma homenagem que
os agricultores sedentários faziam
às divindades, em razão do início
da época da colheita do trigo, agra-
decendo aos Céus, pela fartura da
produção agrícola, da qual saciavam a
fome de suas famílias, e propiciavam as
trocas nos mercados da época. Ambas
eram comemoradas no mês de abril
(nisan) e, a partir do evento bíblico
denominado “êxodo” (fuga do povo
hebreu do Egito), em torno de 1441 a.C.,
passaram a ser reverenciadas juntas.
É esta a Páscoa que o Cristo desejou
comemorar junto dos seus mais caros,
por ocasião da última ceia.
Logo após a celebração, foram
todos para o Getsêmani, onde os
discípulos invigilantes adormeceram,
tendo sido o palco do beijo da traição
e da prisão do Nazareno.
Mas há outros elementos “evan-
gélicos” que marcam a Páscoa. Isto
porque as vinculações religiosas
apontam para a quinta e a sexta-
feira santa, o sábado de aleluia e o
domingo de páscoa. Os primeiros
relacionam-se ao “martírio”, ao sofri-
mento de Jesus – tão bem retratado
na película hollyodiana “A Paixão de
Cristo” (de Mel Gibson) –, e os últimos,
à ressurreição e a ascensão de Jesus.
No que concerne à ressurreição,
podemos dizer que a interpretação
tradicional aponta para a possibi-
lidade da mantença da estrutura
corporal do Cristo, no post-mortem,
situação totalmente rechaçada pela
ciência, em virtude do apodreci-
mento e deterioração do envoltório
físico. As Igrejas cristãs insistem na
hipótese do Cristo ter “subido aos
Céus” em corpo e alma, e fará o
mesmo em relação a todos os “elei-
tos”, o chamado “juízo fi nal”. Isto é,
pessoas que morreram, pelos séculos
afora, cujos corpos já foram decom-
postos e reaproveitados pela terra,
ressurgirão, perfeitos, reconstituindo
as estruturas orgânicas, do dia do
julgamento, onde o Cristo, separará
justos e ímpios.
A lógica e o bom-senso espíritas
abominam tal teoria, pela impossi-
bilidade física e pela injustiça moral.
Afi nal, com a lei dos renascimentos,
estabelece-se um critério mais justo
para aferir a “competência” ou a “qua-
lifi cação” de todos os Espíritos. Com
| artigo |
Visão espírita sobre a Páscoa
A Páscoa, em verdade, pela interpretação das religiões e seitas tradicionais, acha-se envolta num preocupante e negativo contexto de culpa
Maio/Junho 2009 | Edição 35 | Ciência, Filosofi a e Conseqüências Morais | FRATERNO | [email protected]
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Hamilton Naki, um negro de 78
anos, morreu em maio de 2005.
A notícia não apareceu nos
periódicos, porém sua história é uma
das mais extraordinárias do século XX.
Naki era um grande cirurgião.
Foi ele quem retirou do corpo da
doadora o coração que foi trans-
plantado em Louis Washkanki em
1967, na Cidade do Cabo, na primeira
operação de transplante cardíaco
realizada com êxito.
Era um trabalho muito delicado. O
coração doado teria que ser retirado e
preservado com o máximo cuidado.
Naki era o segundo homem mais
importante na equipe que fez o pri-
meiro transplante cardíaco da história.
Porém, não podia aparecer porque
era um negro no país do “APARTHEID”
(regime racial entre brancos e negros).
O cirurgião chefe do grupo, o branco
Cristian Barnard, se transformou em
uma celebridade instantânea. Porém,
Hamilton Naki não podia sair nas foto-
grafi as da equipe. Quando apareceu
em uma, por descuido, o Hospital
informou que era um empregado do
serviço de limpeza.
Naki usava bata e máscara, porém
jamais estudou medicina ou cirurgia.
Havia abandonado a escola aos 14
anos. Era jardineiro na escola de
medicina da Cidade do Cabo e come-
çou limpando as jaulas, entretanto,
era curioso e aprendia depressa.
Aprendeu a técnica cirúrgica
vendo médicos brancos que prati-
cavam transplantes em cachorros e
porcos. Transformou-se em um cirur-
gião tão excepcional que o Dr. Barnard
o requisitou para sua equipe.
Era um problema para as leis
Sul-Africanas. Naki, negro, não podia
operar pacientes ou tocar em sangue
de brancos. Entretanto, o hospital o
considerava tão valioso que fez uma
exceção e o transformou em um
cirurgião... “clandestino”.
Contudo, isso não importava para
Naki, seguiu estudando e dando o
melhor de si que, apesar da discri-
minação, era o melhor. Dava aulas a
estudantes brancos e ganhava salário
de técnico de Laboratório, o máximo
que hospital podia pagar a um negro.
Morava numa barraca sem luz elétrica
e nem água corrente, em um gueto da
periferia, bem como correspondia a
um negro naquele regime político.
Hamilton Naki ensinou cirurgia
durante 40 anos e se retirou do plano
físico, com uma pensão de jardineiro,
de 275 dólares por mês. Não levou
nada com ele, a não ser a grandiosi-
dade de seus préstimos. Quando o
“Apartheid” terminou, concederam-
lhe uma condecoração e o título de
médico “honoris causa”.
Nunca reclamou das injustiças que
sofreu ao longo de toda sua vida e era
bem humorado, apesar da clandestini-
dade e da discriminação. Jamais deixou
de dar o melhor de si, em sua paixão
por ajudar as pessoas viverem.
E nós, da equipe do Fraterno,
adaptamos esse pequenino trecho
para homenageá-lo. Obrigado Dr. Naki,
por tudo que fi zeste para humanidade
em detrimento de seus próprios valo-
res pessoais. Fica aqui uma grande
refl exão: qual de nós se submeteria a
tão largo exemplo? Eis o silêncio dos
inocentes! Para os homens ele passou
desapercebido, ignorado, mas, para
Deus, ele chegou todo iluminado,
cheio de possibilidades...
| exemplo de vida |
O silêncio dos inocentes
Dr. Hamilto Naki, um exemplo de vida
“tantas oportunidades quanto sejam
necessárias”, no “nascer de novo”, é
possível a todos progredirem.
Mas, como explicar, então as
“aparições” de Jesus, nos quarenta
dias póstumos, mencionadas pelos
religiosos na alusão à Páscoa?
A fenomenologia espírita
(mediúnica) aponta para as mani-
festações psíquicas descritas como
mediunidades. Em algumas ocasi-
ões, como a conversa com Maria de
Magdala, que havia ido até o sepul-
cro para depositar algumas fl ores e
orar, perguntando a Jesus – como
se fosse o jardineiro – após ver a
lápide removida, “para onde leva-
ram o corpo do Raboni”, podemos
estar diante da “materialização”, isto
é, a utilização de fl uido ectoplás-
mico – de seres encarnados – para
possibilitar que o Espírito seja visto
(por todos). Igual circunstância
se dá, também, no colóquio de
Tomé com os demais discípulos,
que já haviam “visto” Jesus, de que
ele só acreditaria, se “colocasse as
mãos nas chagas do Cristo”. E isto,
em verdade, pelos relatos bíblicos,
acontece. Noutras situações, esta-
mos diante de outra manifestação
psíquica conhecida, a mediunidade
de vidência, quando, pelo uso de
faculdades mediúnicas, alguém
pode ver os Espíritos.
A Páscoa, em verdade, pela
interpretação das religiões e seitas
tradicionais, acha-se envolta num
preocupante e negativo contexto
de culpa. Afi nal, acredita-se que
Jesus teria padecido em razão dos
“nossos” pecados, numa alusão
descabida de que todo o sofri-
mento de Jesus teria sido realizado
para “nos salvar”, dos nossos pró-
prios erros, ou dos erros cometidos
por nossos ancestrais, em especial,
os “bíblicos” Adão e Eva, no Paraíso.
A presença do “cordeiro imolado”,
que cumpre as profecias do Antigo
Testamento, quanto à perseguição
e violência contra o “fi lho de Deus”,
está flagrantemente aposta em
todas as igrejas, nos crucifi xos e nos
quadros que relatam – em cores
vivas – as fases da via sacra.
Esta tradição judaico-cristã da
“culpa” é a grande diferença entre
a Páscoa tradicional e a Páscoa
espírita, se é que esta última existe.
Em verdade, nós espíritas devemos
reconhecer a data da Páscoa como
a grande – e última lição – de Jesus,
que vence as iniqüidades, que
retorna triunfante, que prossegue
sua cátedra pedagógica, para asse-
verar que “permaneceria eterna-
mente conosco”, na direção bussolar
de nossos passos, doravante.
Nestes dias de festas materiais
e/ou lembranças dos sofrimentos
do Rabi, possamos nós encarar
a Páscoa como o momento de
transformação, a vera evocação de
liberdade, pois, uma vez despojado
do envoltório corporal, pôde Jesus
retornar ao Plano Espiritual para,
de lá, continuar “coordenando”
o processo depurativo de nosso
orbe. Longe da remissão da cele-
bração de uma festa pastoral ou
agrícola, ou da libertação de um
povo oprimido, ou da ressurreição
de Jesus, possa ela ser encarada
por nós, espíritas, como a vitó-
ria real da vida sobre a morte,
pela certeza da imortalidade e da
reencarnação, porque a vida, em
essência, só pode ser conceituada
como o amor, calcado nos grandes
exemplos da própria existência de
Jesus, de amor ao próximo e de
valorização da própria vida.
Nesta Páscoa, assim, quando
estiveres junto aos teus mais caros,
lembra-te de reverenciar os belos
exemplos de Jesus, que o imorta-
lizam e que nos guiam para, um
dia, também estarmos na condição
experimentada por ele, qual seja
a de “sermos deuses”, “fazendo
brilhar a nossa luz”.
Comemore, então, meu amigo,
uma “outra” Páscoa. A sua Páscoa, a
da sua transformação, rumo a uma
vida plena.
[email protected] | FRATERNO | Ciência, Filosofi a e Conseqüências Morais | Edição 35 | Maio/Junho 2009
TEREZA NESTOR DOS SANTOSAdvogada Trabalhista
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Por Jussara Ferreira da Silva
Neste mês dedicado a elas, faço um
convite para, juntos, adentrarmos o
coração de uma MÃE...
Uma mulher que carrega uma vida em seu
ventre durante nove meses, que, aos poucos,
toma contornos e formas delineadas, possíveis
de serem vistas através de um equipamento de
ultra-sonografi a, sentindo o seu corpo se trans-
formar para melhor acomodar esta vida...
Uma mulher que aceita e acolhe todos os
procedimentos, cirúrgicos ou não, para trazer
esta vida ao mundo, provida de coragem e
determinação para sentir dores, voltar para casa
com esta vida nos braços e, ainda sentindo dores,
acordar durante a noite quantas vezes forem
necessárias para sentir o pulsar desta vida...
Uma mulher que acolhe esta vida em seu
peito, como reverência à força e amor do Pai
Celestial, dando-lhe o alimento que aquecerá
as suas necessidades enquanto a contempla
com a energia necessária para o seu desen-
volvimento...
Uma mulher que aceita os desafios
impostos por um dia repleto de trabalho,
para manter esta vida suprida de suas neces-
sidades, acolhendo-a nos braços em todos
os momentos frágeis, orientando-a sobre
as graças de se viver e sobre os perigos que
poderá encontrar...
Uma mulher que pede aos anjos do céu
por proteção a esta vida entregando as suas
preocupações e afl ições de um novo dia que
surgirá para contemplar esta vida com as
experiências necessárias ao seu desenvolvi-
mento pessoal e espiritual...
Uma mulher que acolhe as defi ciências
desta vida, que a ampara com cuidados que
o momento requer e a coloca nos seus braços
para, juntas, superarem os momentos de preo-
cupação até que estes sejam substituídos por
outros de saúde e de tranqüilidade...
Uma mulher que vibra por esta vida diante
de qualquer sinal de superação e a convida a rir
e a chorar marcando o momento com preciosos
sinais de amor e vitória, reconhecimento e agra-
decimento e, também, de dever cumprido...
Uma mulher que é capaz de dividir com
esta vida a experiência adquirida em tantos
anos de observação, aprendizado, trabalho
e dedicação para que ela pudesse crescer, se
desenvolver e se destacar como ser humano
voltado para o bem...
Uma mulher que é capaz de dividir, em
partes iguais, o seu amor, dedicação e cuida-
dos a todas as vidas lhe forem entregues...
Uma mulher que acolhe as decisões do
Pai Maior quando uma vida lhe é retirada dos
braços após tanta dedicação, reconhecendo
que é chegada a hora da despedida...
Uma mulher que continua a sua caminhada
sentindo o coração transbordar de felicidade
pela doação incondicional às vidas colocadas
em seu caminho...e que agradece ao Pai Celes-
tial, amigo desta caminhada, por ter cumprido o
seu dever de MÃE junto a elas, fi lhos amados!
É assim é o coração de uma MÃE, mas não
é preciso entendê-lo...basta aconchegá-lo
junto ao seu!
Um abraço!
| mensagem do seara | Mãe querida Torno a ver, nos meus dias de criança,
O teu regaço, a lamparina acesa,
O pequeno lençol que trago na lembrança,
A oração da manhã e o pão à mesa...
Varro o chão, a fi tar-te as mãos escravas,
Afagando o fogão, de momento a momento...
A roupa e o batedouro em que cantavas
Para esquecer o próprio sofrimento...
Depois, era o tinir da caçarola,
Aumentando a despesa no armazém...
Vestias-me de renda para a escola
E nunca me lembrei de ofertar-te um vintém.
Cresci... A mocidade me requesta,
Ante a cidade de qualquer maneira...
Parti... – eu era a rosa para a festa,
Ficaste... – eras a rústica roseira.
De tudo vi na estrada grande e nova,
As fl ores do prazer, o brilho, a fama,
A malícia dourada e os suplícios da prova
Marcando a pranto e fel os passos
de quem ama...
Hoje, volto a buscar-te, mãe querida,
Dá-me de tua paz sem ilusão,
Guarda-me em ti, amor de minha vida,
Alma querida de meu coração. Chico Xavier, pelo espírito Maria Dolores
Amigos leitores...Mulher, capaz de dividir em partes iguais o seu amor, dedicação e cuidados a todas as vidas que lhe forem entregues...
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