INTERAÇÕES PREDAROR-PRESA E SUAS ESTRATÉGIAS
Diogo B. ProveteFabrício J. PereiraJúlio C. Noronha
Mario Sacramento
INTRODUÇÃO
• Tópicos a serem abordados– Conceitos – Estratégias utilizadas por presas e
predadores– Mecanismos de grupos animais
selecionados frente à predação
INTRODUÇÃO
• Predadores: organismos ativos, carnívoros, não parasitas, que consomem todo ou parte de outro organismo vivo, retirando-o da população, ou reduzindo o seu desenvolvimento, fecundidade ou sobrevivência.
• Tipos de predador: (Pinto-Coelho) Não há um termo satisfatório para
descrever todos os “animais consumidores de organismos vivos”
INTRODUÇÃO
• Predadores regulam a população de suas presas;
• Predador eficiente = captura a presa c/ < gasto de energia.
INTRODUÇÃO
• Defesa química– Veneno (Pred & Pres) – Impalatabilidade (Presas)
• Defesa comportamental– Mimetismo (Pred & Pres)– Camuflagem (Pred & Pres) – Tanatose (Presas)– Aposematismo (Pres & Pred)– Fuga (Presas)
• Adaptações morfológicas (Pred & Pres)
DEFESA QUÍMICA
• Veneno => usado para paralisar a vítima do ataque.
DEFESA QUÍMICA
• O besouro bombardeiro lança jatos de ácido para afugentar os predadores
• Impalatabilidade => girinos do gênero Bufo são impalatáveis e por isso têm comportamento agregário. Outro exemplo seria vespas...
DEFESA COMPORTAMENTAL
• Camuflagem => Capacidade que têm certos animais de adaptar-se (confundir-se) à cor do ambiente ou de outros seres ou objetos, para passarem despercebidos de seus predadores/presas. Comumente encontrado em animais pouco ativos. Dilema: defesa contra pred x atração de parceiros, defesa de território.
Onde está Wally?
DEFESA COMPORTAMENTAL
• Mimetismo => habilidade que alguns animais têm de imitar o comportamento ou o padrão de coloração de outros. Muito comum em insetos. Três tipos (p/ animais): Batesiana (animais palatáveis que imitam o padrão de cores daqueles impalatáveis/venenosos); Mülleriana (quando tanto o “original” e o mímico são impalatáveis) e agressiva (onde uma espécie imita o comportamento ou a coloração de uma outra a fim de predar).
Larva de traça.
Mimicria aposemática
Zangão.
Mimicria agressiva
DEFESA COMPORTAMENTAL• Tanatose =>
comportamento de “fingir-se de morto”. Isso ajuda a afugentar predadores que preferem alimentar-se de presas vivas ou ainda frescas. Só que nem sempre funciona...
DEFESA COMPORTAMENTAL
• Fuga => pernas pra que te quero!!! Geralmente este artifício é utilizado por animais de pequeno porte quando são defrontados com predadores maiores.
DEFESA COMPORTAMENTAL
• Aposematismo=> coloração de aviso de partes do corpo ou do corpo todo exibida por animais venenosos ou que são impalatáveis. Insetos aposemáticos normalmente vivem em grupos, pois isto aumentaria a probabilidade de sobrevivência.
BELAS E PERIGOSAS
Belas e perigosas
Adaptações morfológicas• Percebe-se
tanto em predadores e presas; unhas, garras, espinhos...
DEFESA COMPORTAMENTAL
• Vigília => beneficia o grupo como um todo. Usado por animais que vivem em estruturas sociais.
DEFESA COMPORTAMENTAL
• Cardumes => têm a função de confundir o predador.
CNIDÁRIOS
• Predadores formidáveis.• Cnidócitos: defesa e captura de alimentos. • Cápsula: o nematocisto - líquido tóxico e
um filamento, geralmente farpado, enrolado.
• Estimulação do cnidócito evaginação do filamento.
• O simples estímulo mecânico é suficiente?
ZOOPLÂNCTON
• Coluna d’água como seu habitat principal.
• Protozoários (flagelados, sarcodinas e ciliados) e metazoários, destacando-se os rotíferos, cladóceros e copépodos (crustáceos) e larvas de dípteros (insetos) da família Chaoboridae.
ROTÍFEROS• Presença do mástax e da corona.Duas estratégias principais para
predação:1 - Tipo “Fórceps”: peças do mástax têm a
forma de um par de pinças. Exemplo: Asplanchna priodonta pode se alimentar tanto de rotíferos como Keratella, quanto de algas grandes como Dinobryon.
2 - Tipo “sugador”: um órgão em forma de dedos que segura e suga os alimentos e um outro órgão em forma de estilete, o mástax que perfura a presa e suga-a.
CLADÓCEROS• Mais freqüentes em água doce: Sididae,
Daphnidae, Bosmidae e Chydoridae.• Distribuição heterogênea na coluna d’água:
dia e noite.• São por excelência filtradores. Somente os
Polyphemidae e Leptodoride são predadores. • Ciclomorfose: variação de formas e
tamanhos durante o desenvolvimento. Ex: D. cucullata no lago Fure (Dinamarca), em determinadas épocas do ano possuem um grande elmo - defesa contra predadores.
• Apoio: distribuição dos grupos que sofrem ciclomorfose acentuada (Daphnia e Bosmina) coincidente com a distribuição de seu maior predador, a forma jovem do peixe Coregonus.
• Alongamento do corpo dos cladóceros: mecanismo de defesa - transparência.
COPÉPODOS• Formam com os cladóceros os organismos mais
típicos do chamado plâncton de rede.• Corpo alongado. • Principais ordens: Cyclopoida, Calanoida e
Harpacticoida.• Calanóides: filtradores.• Ciclopóides: são carnívoros (microcrustáceos,
larvas de dípteros e oligoquetas). Ex: Mesocyclops preda seletivamente copepoditos de Diaptomus e espécies de cladóceros. Espécies carnívoras são maiores que as herbívoras
Predação de peixes sobre o zooplâncton
• Alta densidade de peixes predadores baixa densidade de organismos zooplanctônicos de grande porte como Daphnia e alta de pequeno porte como Bosmina, Ceriodaphnia, Chydorus e rotíferos.
• Duas estratégias de predação: a predação visual e a filtração.
• Predação visual: diurna, presas móveis e de grande tamanho.
• Pigmentação das presas (olhos em Cladocera): mais visíveis
• Filtração: por deslocamento ou bombeamento (evitada por presas mais fugazes)
Os cladóceros de maior tamanho são selecionados preferencialmente aos copépodos: natação rápida e mudança freqüente de direção.
• Durante o dia: maior predação migração do zooplâncton.
Adaptações anatômicas: Desenvolvimento de estruturas pouco visíveis,
como elmos; Aumento do tamanho real sem contudo
aumentar sua visibilidade(compressão lateral em Daphnia);
Polimorfismo (mudanças de formas) nos cladóceros.
Predação de invertebrados aquáticos
sobre o zooplâncton• Larva de Diptera (Chaoborus): copépodos,
cladóceros e alguns animais bentônicos.• Cyclopoida: selecionam suas presas pelo
tamanho, velocidade de nado e comportamento. Preferem as formas alongadas dos Diaphanossoma ou dos copepoditos de Calonoida.
• Bosmina: dobra suas antenas num sulco, em seguida afundando passivamente estratégia.
ANELÍDEOS
• Poliquetas tubículas: abrigo protetor e/ou como uma cova para capturarem as presas
• Onufídeos (Diopatra e Onuphis): tubos ornamentados refúgio críptico e detecção de possíveis predadores ou presas quimiorreceptores monitoram a corrente d’água.
• Presas: pequenos invertebrados capturados por uma faringe eversível.
• Oligoquetas: maioria detritívoros • Gênero Chaetogaster: (pequenos
oligoquetos comensais de caramujos de água doce) são predadores e capturam amebas, ciliados, rotíferos e larvas de trematódeos por meio da ação aspiratória da faringe.
• Sanguessugas: Erpobdellidae sanguessugas predadoras (vermes, caramujos e larvas de insetos) presa engolida inteira.
• Glossifonídeos (Rhynchobdellida) sugam todas as partes moles da presa.
MOLLUSCA• Características gerais do grupo.• Principais grupos de moluscos predadores:• Cephalopoda - adaptações - velocidade, desenvolvimento
cerebral, estratégias, tentáculos, bico, olhos, veneno. Predam animais desde invertebrados ou vertebrados inclusive nadantes
• Gastropoda - rádula com dentes, formas canibais e predadores de animais sésseis, veneno.
• Potenciais presas - são predados por: equinodermos, crustáceos, peixes, aves, repteis, mamíferos etc.
• Cefalopodos evitam ataques com fuga rápida e liberação de tinta. Podem ainda mimetizar o ambiente mudando padrão de cores, com ação de músculos e mudança instantânea de cor.
• Gastrópodos podem evitar ataques com suas conchas, caracterizando proteção mecânica.
• As conchas podem gerar padrões de ornamentação que evitam ataques pelo aumento do tamanho das mesmas, espinhos, incrustações etc.
• Padrões de coloração em conchas podem mimetizar e esconder os moluscos dos potenciais predadores.
• Pode ocorrer isolamento interno da concha total ou parcial.
ARTRHOPODA - CRUSTACEA• Crustacea, Chelicerata e Unirramia são os filos que que
formam o grupo dos artrópodos.• Características gerais e ambientes que se encontram.• Principais predadores - Malacostracos• Grupo Hoplocarida: tamburatacas, apêndices
subquelados, golpes extremamente fortes, garras cortantes, impactos de armas de calibre 0.22.
• Decapoda: grande maioria dos crustáceos predadores, formas com diferentes estratégias para ataques, velocidade de locomoção, apêndices quelados.
• São predadores de invertebrados e pequenos peixes, canibalismo.
• Podem ser predados por peixes e outros vertebrados e invertebrados.
• Para defesa podem exibir exoesqueleto calcificado.
• Podem exibir camuflagem e mimetismo, comportamento criptico.
• Formas do zooplâncton exibem espinhos para defesa.
• O caranguejo paguro aproveita conchas de gastropodos.
ARTRHOPODA - CHELICETRATA
• Maioria formas predadoras, quelíceras, digestão extra-oral, sem mandíbulas.
• As formas predadoras podem exibir: quelas, quelíceras, veneno, dentes, cerdas etc.
• Os límulos, predam moluscos e poliquetos, possuem gnatobases e moela para triturar as presas.
• Os Pycnogona, possuem dentes, cerdas e mecansimo para faringe sugar a presa. Predam esponjas, cnidários e briozoários.
• Os Arachnida formam 98% dos chelicerados. Predadores de insetos basicamente.
• Quelicerados predam predominantemente insetos.• Aranhas - aparelho de produção e inoculação de
veneno, produção de seda, teias com formas variadas para capturar presa.
• Comportamentos complexos para captura de presa.• Canibalismo com a fêmea devorando o macho depois
da cópula, e filhotes depois do nascimento. • Podem ser presas de: repteis, aves, mamíferos ou
outros artropodos.• Defesas - velocidade, coloração aposemática,
comportamento criptico, algumas aranhas desprendem pernas para possibilitar a fuga.
• Machos de aranhas desenvolveram formas de evitar a predação.
ARTRHOPODA - UNIRRAMIA
• Características gerais.• Predadores - os chilopodos e insetos das ordens:
Orthoptera, Hymenoptera, Odonata e Coleoptera.• Podem usar quelas e sub-quelas, veneno, ferrões,
aparelho bucal, espinhos entre outras adaptações para caça.
• Possuem comportamentos variados para captura da presa.
• São presas de vários grupos animais.• Para evitar a predação podem apresentar nos miriapodos
calcificação do exoesqueleto e presença de glândulas repugnatórias que expelem complexas misturas e inclusive HCN.
• Em insetos: defesas químicas produzidas pelo animal principalmente no grupo dos Hymenopteros, com ácido formico.
• Besouros Brachinus podem expelir jatos de spray contendo misturas complexas, acompanhado de barulho, à temperaturas de 100ºC.
• outros grupos adquirem veneno pela alimentação.
• Podem exibir coloração aposemática, comportamento criptico, mimetismo de bates ou müleriano, mimetismo do ambiente.
ECHINODERMATA
• Características gerais. • Única classe predadora é a Asteroidea,
eversão do estômago.• Podem ser predados por alguns animais,
possuem defesas como as pedicelárias, produção de veneno, espinhos destacáveis, e calcificação da parte externa.
VERTEBRADOS
Grande variedade de modos e estratégias.Forte pressão seletiva do meio.Evolução e aprimoramento;Aspectos:-Estruturais e morfológicos;-Comportamentais (complexidade do SNC);-Ecológicos.Adaptação e especialização.
PEIXES
ANFÍBIOS
RÉPTEISCOMO PREDADORES:• Língua viscosa e protrátil (Ex: camaleão).• Camuflagem agressiva.• Engodo caudal (Ex: spp de cobra-cipó da Mata Atlântica).• Saliva com bactérias mortais (Ex: dragão de komôdo).• Afogamento (Ex; crocodilos).COMO PRESAS:• Cascos e couraças (Ex: quelônios e crocodilianos).• Alerta sonoro (Ex; guiso de crotalídeos).• Mimetismo (Ex: corais falsa e verdadeira).• Achatamento do corpo (Ex: boipeva).• Descarga cloacal.• Tanatose.• Chicoteio com a cauda.• Uso de dentes e garras.
AVESCOMO PREDADORES:• Camuflagem • Anexos córneos (Ex: bicos; garras; etc).• Visão aguçada (Ex: rapinantes).COMO PRESAS:• Camuflagem defensiva (Ex: urutau; fêmeas no ninho;
padrão de pintas e manchas nos ovos;spp que trocam de coloração no inverno; etc).
• Imobilidade (Ex: fêmeas no ninho; urutau; curiango).• Grito de intimidação.• Eriçamento das penas.• Uso do bico e das garras.• Desprendimento das penas. • Regurgitação e descarga cloacal.
Mamíferos
REFERÊNCIAS
• BARNES, R.S.K; CALOW, P; OLIVE, R.J.W; Os invertebrados uma nova síntese, São Paulo, Atheneu, 1995, 526p.
• RICKLEFS, R.E; A economia da Natureza, 3ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1996, 470p.