Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
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I. AS LÍNGUAS DO ANTIGO TESTAMENTO
O Antigo Testamento foi escrito em duas línguas semíticas: o hebraico e o aramaico. 1. Aramaico
O aramaico, língua que tem origem bem próxima do hebraico, e não derivado deste, é o idioma em que estão escritas as passagens de Dn 2:4-7; Ed 4:8 - 6:18; 7:12-26; Jr 10:11; duas palavras em Gn 31:47. A referência em II Re 18:26 demonstra que, já no tempo de Senaqueribe (705-681 a.C.), o aramaico era um idioma diplomático. No império persa (550-450) esse era o idioma oficial. A forma escrita é a mesma que no hebraico, pois o aramaico tem aproximadamente as mesmas características fonológicas.
Sete dialetos do Aramaico Ocidental eram falados na época de Jesus. Eles eram provavelmente distintos ainda que mutuamente inteligíveis. O Velho Judaico era o dialeto proeminente de Jerusalém e da Judéia. A Samaria tinha seu Aramaico Samaritano distinto, onde as consoantes 'he', 'heth' e '`ayin' todas se tornaram pronunciadas como 'aleph'. O Aramaico Galileu, a língua da região natal de Jesus só é conhecida de alguns poucos lugares, das influências no Targúmico Galileu, de alguma literatura dos rabinos e algumas poucas cartas privadas. Ela parece ter um número de características distintas, como: ditongos nunca são simplificados a "monotongos". A leste do Jordão, os vários dialetos de Jordaniano Oriental eram falados. Na região de Damasco e no Líbano, o Aramaico Damasceno era falado (deduzido na sua maioria do Aramaico Ocidental Moderno. Finalmente, bem ao norte, como em Aleppo, o dialeto do Aramaico de Orontes era falado.
Além desses dialetos de Aramaico, o Grego era usado extensivamente nos centros urbanos. Há pouca evidência do uso do Hebraico durante esse período. Algumas palavras em Hebraico continuaram como parte do vocabulário Aramaico Judeu (em sua maior parte palavras religiosas, mas também algumas do cotidiano, como `ēṣ, árvore) e a língua escrita do Tanakh era lida e entendida pelas classes cultas. Contudo, o Hebraico deixou de ser a língua do dia a dia. Em adição, as várias palavras no contexto Grego do Novo Testamento que não são traduzidas, são claramente Aramaico ao invés de Hebraico.
2. O hebraico O Hebraico pertence ao grupo ocidental dos idiomas semíticos. No antigo testamento é chamado
de “a língua de Canaã” (Is 19:18), ou “judaico” (II Re 18:26;Is 36:11 e Ne 13:24). A primeira designação “hebraico” ocorre pela primeira vez no livro de Ben-Siraque (130 a.C).
Umas das características dos idiomas semíticos e a raiz tri-consonatal que age como uma espécie de arcabouço para uma série de padrões vocálicos. Os sinais vocálicos não eram usados, mas, em conseqüência de certas alterações fonéticas, surgiram soletrações etimológicas em w e y, e essas letras passaram então a ser usadas em outros lugares a fim de representarem as vogais longas.
Quando o hebraico entrou em declínio como língua falada, foram inventados os sinais vocálicos com a finalidade de conservar a pronúncia aproximada das palavras. Este sinais foram inventados pelos massoretas (de “massorah” que significa tradição - eles viveram entre os século V e X d.C.). Por isso, esses sinais são também chamados de sinais massoréticos.
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3. Vocabulário
4. Frases Ao fazermos a leitura de textos na língua hebraica não devemos nos esquecer que esta
língua tem uma particularidade: sua leitura deve ser efetuada da direita apara a esquerda. Vejamos alguns exemplos.
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5. O Texto Hebraico Consonantal
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II. A CLASSIFICAÇÃO DOS LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO
LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO (LXX)
LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO (TM)
A Lei
(Pentateuco)
Poesia
A Lei (Tora)
Os Profetas (Nebhiin)
Gênesis
Êxodo
Levitico
Números
Deuteronômio
Jo
Salmos
Proverbios
Eclesiastes
Cantares
Gênesis
Êxodo
Levítico
Números
Deuteronômio
Profetas
Anteriores
Josué
Juízes
Samuel
Reis
Profetas
Posteriores
Isaías
Jeremias
Ezequiel
Os doze
História Profetas Os Escritos (Kethubhim)
Josué, Juizes
Rue, I Samuel
II Samuel, I reis
II reis, I crônicas
II crônicas,
Esdras, Neemias,
Ester
Profetas Maiores Profetas Menores
Livros Poéticos Cinco Rolos Livros Históricos
Isaías
Jeremias
Lamentações
Ezequiel
Daniel
Oséias, Joel, Amós,
Obadias,Jonas,
Miquéias,
Naum, Habacuque,
Sofonias, Ageu
Zacarias, Malaquias
Salmos
Provérbios
Jó
Cantares
Rute
Lamentações
Ester
Eclesiastes
Daniel
Esdras - Neemias
Crônicas
ANTIGO
TESTAMENTO
Lei
História
Poesia
Profecia
Fundamento da chegada de Cristo
Preparação para a chegada de Cristo
Anelo pela chegada de Cristo
Certeza da Chegada de Cristo
NOVO
TESTAMENTO
Evangelhos
Atos
Epístolas
Apocalipse
Manifestação de Cristo
Propagação de Cristo
Interpretação e aplicação de Cristo
Consumação em Cristo
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III. INTERPRETANDO O ANTIGO TESTAMENTO
Segundo as Escrituras Sagradas os dois Testamentos, que ela compõem, estão em um constante fluxo e refluxo de interpretação, ou seja, tanto o V.T. deve ser interpretado à luz do N.T. como o N.T. à luz do V.T.
Neste movimento interpretativo temos a relação entre sombra e realidade, antítipo e tipo, profecia verbalizada e profecia cumprida (Cl 2:16,17; Hb 10:1 / Hb 7:1-3; Jo 1:29; At 2:29-36; Mt 1:1-16).
Diante deste fato, necessário se faz que entendamos alguns aspectos da revelação bíblia do Antigo Testamento:
a) Ela não é exaustiva , ou seja, não trata sobre todos os assuntos e de uma forma completa. Existem
doutrinas bíblicas que são próprias do Novo Testamento e outras que só foram indicadas no AT, mas não tiveram uma elaborada conceituação por partes dos escritores veterotestamentátrios. (ex. a trindade, arrebatamento etc.)
b) Ela é progressiva , isto quer dizer que Deus não concedeu ao povo de Israel, em um único momento, todo
o conhecimento a respeito de todo o plano da salvação e os assuntos a ele ligado. A revelação divina foi sendo concedida e expandida na história. Cada geração obteve conhecimento a mais sobre os desígnios divinos (Ex. O plano da salvação, a Trindade, escatologia etc)
c) Ela é, em muitos fatos e aspectos, uma sombra (Cl 2:16,17; Hb 10:1), e, como sombra, devem ser
consideradas algumas verdades:
c.1 Uma sombra é incompleta : a circuncisão era menos abrangente quando comparada ao batismo, pois aquela era ministrada tão somente aos descendestes do sexo masculino (Gn 17:10), já este tanto aos homens como às mulheres (At 16:14,15).
c.2 Uma sombra é transitória: em sua própria essência, toda sombra se esvai quando vem plena luz e
quando a realidade que representa se aproxima mais e mais, até assumir completamente o seu lugar (Dn 9:26,27; Hb 9:1, 10, 11); ou seja, apresença da realidade exclui necessariamente a sombra.
c.3 Não é o retrato real do que representa: embora se assemelhe a realidade, a sombra nada mais é
do que um contorno daquilo que representa (Hb 10:1). Exemplo disto temos a cerimônia da unção naqual o óleo representava a presença do Espírito Santo na vida daquele que era ungido.
c.4 Apresenta parcialmente a realidade: as várias cerimônias existentes na lei mosaica nos
demonstram que o ministério de Cristo, em sua totalidade, não poderia ser representado por apenas um só ato cerimonial ou litúrgico (Cl 2:16,17; Lv 16:5-10)
c.5 Aponta para uma realidade: os rituais do V.T. não foram dados por Deus em função de si mesmos (I
Co 7:19), mas para comunicar ao seu povo realidades futuras que certamente já existiam e que estavam “prestes” a se manifestarem (Cl 2:16,17). A sombra era, portanto, a testemunha daquilo que certamente Deus faria.
d) Ela é profética , no sentido em que Deus inspirou homens santos a proclamarem e escreverem sobre fatos
que ainda viriam acontecer na nova dispensação (Mt 1:18-23; At 2:29-36).
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Profecia Onde Cumprimento Como Filho de Deus Sl 2.7 Lc 1.32,35 Como descendente de mulher Gn 3.15 Gl 4.4 Como descendente de Abraão Gn 17.7; 22.18 Gl 3.16 Como descendente de Isaque Gn 21.12 Hb 11.17-19 Como descendente de Davi Sl 132.11; Jr 23.5 At 13.23; Rm 1.3 Sua vinda em tempo certo Gn 49.10; Dn 9.23,25 Lc 2.1 Seu nascer de uma virgem Is 7.14 Mt 1.18; Lc 2.7 Ser chamado Emanuel Is 7.14 Mt 1.22,23 Nascer em Belém Mq 5.2 Mt 2.1; Lc 2.4-6 Grandes viriam adorá-lo Sl 72.10 Mt 2.1-11 Matança dos meninos de Belém Jr 31.15 Lc 2.16-18 Ter chamado do Egito Os 11.1 Mt 2.15 Ser precedido por João Is 40.3; Ml 3.1 Mt 3.1-3; Lc 1.17 Sua unção com o Espírito Sl 45.7; Is 11.2, 61.1 Mt 3.16; Jo 3.34; At 10.38 Ser profeta semelhante a Moisés Dt 18.15-18 At 3.20-22 Ser sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque Sl 110.4 Hb 5.5,6 Sua entrada no ministério publico Is 61.1,2 Lc 4.16-21, 43 Se ministério iniciado na galiléia Is 9.1,2 Mt 4.12-16, 23 Sua entrada publica em Jerusalém Zc 9.9 Mt 21.1-5 Sua vinda ao templo Ag 2.7,9; Ml 3.1 Mt 21.12; Lc 2.27-32; Jo 2.13-16 Sua pobreza Is 53.2 Mc 6.3; Lc 9.58 Sua humildade e falta de ostentação Is 42.2 Mt 12.15,16,19 Sua ternura e compaixão Is 40.11; 42.3 Mt 12.15, 20; Hb 4.15 Sua ausência de engano Is 53.9 1Pe 2.22 Seu zelo Sl 69.9 Jo 2.17 Sua pregação por parábola Sl 78.2 Mt 13.34,35 Seus milagres Is 35.5,6 Mt 11.4-6; Jo 11.47 Ter sido injuriado Sl 22.6; 69.7,9,20 Rm 15.3 Ter sido rejeitado por seus irmãos Sl 69.8; Is 63.3 Jo 1.11; 7.3 Ser uma pedra de escândalo aos judeus Is 8.14 Rm 9.32; 1Pe 2.8 Ter sido odiado pelos judeus Sl 69.4; Is 49.7 Jo 15.24,25 Ter sido rejeitado pelos lideres judeus Sl 118.22 Mt 21.42; Jo 7.48 Os judeus e os gentios, contra Ele Sl 2.1,2 Lc 23.12; At 4.27 Seria traído por um amigo Sl 41.9; 55.12-14 Jo 13.18-21 Seus discípulos O abandonariam Zc 13.7 Mt 26.31-56 Seria vendido por trinta moedas Zc 11.12 Mt 26.15 Seu preço seria dado pelo campo do oleiro Zc 11.13 Mt 27.7 A intensidade de seus sofrimentos Sl 22.14,15 Lc 22.42,44 Seu sofrimento em lugar de outros Is 53.4-6,12 Mt 20.28 Sua paciência e silencio sob os sofrimentos Is 53.7 Mt 26.63; 27 12-14 Ser esbofeteado Mq 5.1 Mt 27.30 Sua aparência maltratada Is 52.14; 53.3 Jo 19.5 Terem-No cuspido e flagelado Is 50.6 Mt 14.65; Jo 19.1 Cravação de seus pés e mãos à cruz Sl 22.16 Jo 19.18; 20.25 Ter sido esquecido por Deus Sl 22.1 Mt 27.46 Ter sido zombado Sl 22.7,8 Mt 27.39-44 Mel e vinagre ser-Lhe-iam dados Sl 69.21 Mt 27.34 Suas vestes seriam divididas e sortes lançadas Sl 22.18 Mt 27.35 Seria contado com os transgressores Is 53.12 Mc 15.28 Sua intercessão pelos Seus assassinos Is 53.12 Lc 23.34 Sua morte Is 53.12 Mt 27.50 Nenhum dos Seus ossos seria quebrado Ex 12.46; Sl 34.20 Jo 19.33,36 Seria traspassado Zc 12.10 Jo 19.34,37 Seria sepultado com o rico Is 53.9 Mt 27.57-60 Não veria a corrupção Sl 16.10 At 2.31 Sua ressurreição Sl 16.10; Is 26.19 Lc 2.6,31,34 Sua ascensão Sl 68.18 Lc 24.51; At 1.9 Seu assentar à direita de Deus Sl 110.1 Hb 1.3 Seu exercer o oficio sacerdotal, no céu Zc 6.13 Rm 8.34 Seria a pedra principal da igreja Is 28.16 1Pe 2.6,7 Seria Rei em Sião Sl 2.6 Lc 1.32; Jo 18.33-37 Conversão dos gentios a Ele Is 11.10; 42.1 Mt 1.17-21; Jo 10.16; At 10.45-47 Seu governo reto Sl 45.6,7 Jo 5.30; Ap 19.11 Seu domínio universal Sl 72.8; Dn 7.14 Fp 2.9-11 A perpetuidade de Seu reino Is 9.7; Dn 7.14 Lc 1.32,33
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IV. A LINHA HISTÓRICA O Antigo Testamento compreende um espaço de tempo de milhares anos, pois é o registro do que
ocorreu entre a criação de todas as coisas (Gn 1:1) até última profecia a respeito da vinda do Messias (Ml 4:2). Neste caminhar da humanidade podemos destacar os seguintes fatos históricos que são importantes na história do povo de Israel e sua relação com a revelação do Novo Testamento.
1. A Criação
O Velho Testamento logo em seu início nos apresenta elohim (~yhla) criando todas as coisas. O
registro da criação é um dos argumentos das Escrituras para afirmar o direito que Deus tem sobre tudo que nos rodeia, e sobre nós mesmos. O texto de Gênesis desconhece a teoria da evolução. Para o escritor sagrado, tudo quando existe é obra de um único Deus pessoal que, em seu infinito poder e graça, comunica a realidade de sua existência aos homens, criados à sua imagem e semelhança.
2. O Pacto de Gn 2:16,17
Tendo criado os seres humanos à sua imagem e semelhança (Gn 1:26), o Senhor Deus (~yhla
hwhy) estabelece com estes um pacto de obras (Gn 2:16,17), através do qual Ele promete a perpetuidade da vida edêmica através da obediência perfeita de nossos primeiros pais. Que as palavras de Gn 2:16,17 são palavras pactuais, isto nós sabemos pois nelas encontramos os seguintes elementos:
a. Duas partes envolvidas: estas partes envolvidas logicamente são a humanidade, representada
em Adão, e Deus, como criador e soberano sobre todas as coisas. b. Uma promessa: a promessa é a vida eterna c. Uma condição: plena obediência no ato de não comer da árvore do conhecimento do bem e do
mal. d. Uma sentença de juízo: a morte
Neste pacto Deus não propôs nada que estivesse além daquilo que Adão e Eva poderiam realizar.
Muito pelo contrário, Deus concedeu a eles todos os meios e condições para que triunfassem sobre a prova. Vejamos:
a. Eles foram criados seres racionais (Gn 1:26; 2:16,17), portanto entenderam a proposta de Deus.
b. Foram criados positivamente retos (Ec 7:29), portanto poderiam praticar o bem.
c. Possuíam livre arbítrio o que tornava cada ação uma livre expressão da vontade de cada um.
d. Tinham uma excelente motivação material para não desobedecerem: a vida eterna
e. Tinham uma infinita motivação espiritual para não desobedecerem: a comunhão com Deus
f. Possuíam abundância de alimento.
g. Foram orientados enfaticamente sobre o perigo da desobediência.
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3. A Queda Mesmo diante de todas as graças que Deus concedeu aos nossos primeiros pais, eles
desobedeceram a lei divina e ficaram sob o domínio da morte. De fato, eles ficaram sob o julgo da morte física, espiritual e eterna. E as conseqüências de tal rebelião se estenderam também a toda descendência deles (Gn 4; Rm 3).
4. O Anúncio do plano da salvação Como conseqüência da quebra da lei divina, o que caberia ao ser humano instantaneamente era
tão somente o justo juízo de Deus. Entretanto, por mais paradoxal que seja, aquele mesmo que fora o agente da tentação recebe de Deus a demonstração da Sua graça à humanidade caída, prometendo-lhe um salvador que viria para esmagar-lhe a cabeça (Gn 3:15). Aí, então, temos o primeiro registro do pacto da redenção, a promessa de um salvador. E tendo feito esta promessa, o próprio Deus derrama o sangue de um animal e faz para Adão e Eva vestimentas para que se cobrissem. E, aí, então, temos o princípio de cobertura de pecados por morte substitutiva, que norteará todo o Velho Testamento.
4. O Chamado de Noé
Com o crescimento do pecado, Deus separa para si Noé (Gn 6) e salva sua família através de uma
arca. Neste ato salvífico Deus confirma o pacto da graça (Gn 9) e à humanidade é dada a continuidade de existência.
5. O Chamado de Abrão
Da linhagem de Sem (Gn 11:10-26), filho de noé, Abrão recebe o chamado de Deus para ir à uma
terra que lhe mostraria e na qual ele e sua descendência seriam abençoados ricamente (Gn 12). De Abraão nasce Isaque, de Isaque nasce Jacó. Até que Jacó viesse a se converter muitas tristezas sua família teria que suportar. Mas no encontro
que teve com Deus no val de Jaboque, seu nome foi mudado para Israel e sua vida transformada. De seus casamentos Jacó, teve doze filhos e destes vieram as doze tribos (Gn 49), que seriam chamadas mais à frente de “povo de Israel”.
6. A Ida de Israel Para o Egito
Avançado em dias, Israel tinha José como filho predileto. Isto causou tanto ódio a seus outros
filhos que José foi vendido, por estes, como escravo. Contudo, José tudo sofreu pacientemente até que veio a ser uma grande autoridade no Egito e meio de livramento à sua família que passava grandes necessidades. Através de José, a família toda de Israel foi para o Egito, no qual por anos gozou de toda a consideração das autoridades daquela nação estrangeira (Gn 37 – 50).
7. O Chamado de Moisés
Após a morte de José subiu ao trono egípcio um faraó que começou a explorar os israelitas. Na
aflição o povo clama por libertação, e Deus chama Moisés para liberta-lo (Ex 3). Este Moisés, embora viver na corte egípcia como filho da filha do faraó, era na verdade um israelita que pela providência divina havia sido poupado da morte, quando o faraó tinha decretado a morte das crianças hebréias.
Este Moisés, juntamente com seu irmão Arão, apresentam-se a faraó; contudo, mesmo diante de cada praga, o líder egípcio fica cada vez mais duro em seu coração. Com a morte dos primogênitos o povo de Israel e liberado (Ex 12). E isto o povo faz após realizar a primeira páscoa, na qual um cordeiro sem defeito e sem mácula é morto, assado e comido pelas famílias hebréias e seu sangue é posto nos umbrais das portas.
Com Moisés o povo atravessa o Mar Vermelho e caminha rumo a terra que Deus havia prometido a Abraão.
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AS DEZ PRAGAS DO EGITO
Praga
Texto
Aviso
O Deus Egípcio
Zombado
O Coração de Faraó
Produziu Efeito em Gósen?
Os Magos Copiaram?
Comentário
Água do rio Nilo
se tornou sangue
7:14-24
Sim
Os deuses do Rio Nilo
Coração dele se endureceu
- 7:22
Sim - 7:20-21
Sim
Ficou 7 dias. O Nilo era um rio sagardo do Egito. Os magos copiaram as pragas, mas
porque? O que pricisaram foi água, não mais sangue. Eles não puderam desfazer
o que Deus tinha feito, nem fazer água para o povo beber.
Rãs
8:1-15
Sim
Pta e Heca - deus
e deusa de cabeça de rã
Endureceu o seu coração -
8:15
Sim - 8:6
Sim
Fizeram de novo. Para que? Não precisaram mais rãs. De novo não
puderam desfazer o que Deus tinha feito. A rã representou para o Egoto a vida
humana em embrião. Deus mostrou que Ele é a fonte de toda vida.
Piolhos
8:16-19
Não
Leb - deus da
terra
Coração dele se endureceu
- 8:19
Sim - 8:17
Não
Piolhos são pulgas ou mosquitos. Esta vez os magos disseram a Faraó que “isto
é o dedo de Deus, 8:19. As pulgas ficaram sobre a terra como o pó.
Moscas
8:20-32
Sim
Quepara - deus-
besouro
Endureceu
ainda esta vez seu coração -
8:32
Não 8:22-23
Não
Um tipo de mosca chamado “mosca de cachorro”que morde a pálpebra, pode dar
doença dos olhos e até cegueira. Começando com esta praga Deus fez diferença entre Egito e Israel, 8:22-23,
11:7. Observa os comprissos de Faraó,, v. 25 e 28.
Pestilênc
ia Gravíssi
ma
9:1-7
Sim
Seráfis (Ápis) –
deus sagrado de Mênfis do gado
O coração de
Faraó se agravou - 9:7
Não 9:4 e 7
Não
Os magos não puderam desfazer nem curar a doença. Uma doença que atacou o gado. Todo gado do Egito morreu, mas
nenhum morreu de Israel.
Sarna
9:8-12
Não
Neite - deusa e rainha do céu
O Senhor
endureceu o coração de Faraó - 9:12
Não - 9:11
Não
Deus nesta praga zombou a deusa e rainha do céu do Egito. Moisés jogou o pó para o céu que deu um tumor ulceroso na pela do povo que doeu demais. Os magos
também pegaram a doença e não puderam adorar a sua deusa e rainha
religiosa.
Saraiva
9:13-35
Sim
Íris - deus da água e
Osiris - deus de fogo
O coração de Faraó se
endureceu - 9:35
Não 9:26
Não
Todos que creram na Palavra de Deus escaparam desta praga, 9:20-21. Deus
mandou saraiva cair na terra e fogo correr no chão. Mostou que seus deuses da água e do fogo eram mesmo nada.
Gafanhotos
10:1-20
Sim
Xu - deus do ar e Sebeque - deus-
inseto
O Senhor
endureceu o coração de
Faraó – 10:20
Não - 10:6
Não
Deus encheu o ar de gafanhotos. Os deuses egípcios (Xu E Sebeque) não puderam fazer nada para não deixar
acontecer. Ó que deuses fracos! Observa o terceiro comprisso oferecido por Faraó,
10:11.
Trevas
10:21-23
Não
Rá - deus-sol. Ele era o deus
principal do Egito
O Senhor
endureceu o coração de
Faraó – 10:27
Não - 10:23
Não
Com esta praga Deus derrubou o deus principal do Egito, Rá, o deus-sol. A
palavra Faraó significa sol, ele era um deus. Egito ficou nas trevas (sem ver
nadinha) durante 3 dias, mas Israel ficou na luz. Observa o quarto comprisso de
Faraó, 10:24.
Morte do primogên
itos
11-12
Não
Jeová reina! Ele destruiu todos os deuses falsos do
Egito. Agora mostra que Ele é
a vida.
Pela última vez o seu
coração se endureceu -
14:1-10, 21-28
Aqueles que
tinham o sangue do
cordeiro não morreram
Não puderam aliviar o povo
Depois disto todos souberam que Deus era o Senhor e Seu nome ficou anunciado em toda a terra. Deus destruiu todo deus falso do Egito. Na morte do primogênito
Deus mostoru que Ele tem na Sua mão o poder de morte e de vida. Depois vamos estudar mais detalhadamente a Páscoa.
Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
10
8. O Chamado de Josué Com a morte de Moisés Deus chama Josué para substituí-lo (Js1). Muitas batalhas são
travadas, mas o povo conquista a terra prometida a seus pais (Js 24:14-33).
9. O tempo dos juízes
Shoftim ou Juízes (em hebraico: שפטים) do Velho Testamento que trata da história dos israelitas entre a conquista da terra de Canaã no final da vida de Josué até o estabelecimento do primeiro reinado. Escrito originalmente em hebraico, sua autoria é até hoje incerta, embora alguns afirmem que poderia ter sido profeta Samuel, durante o reinado de Saul, em torno de 1050 a.C..
Juízes retrata um período de aproximadamente três séculos em que os israelitas, encontrando-se na terra prometida, desviaram-se dos mandamentos divinos praticando a idolatria e que por isso chegaram a ser derrotados pelas nações vizinhas ou próximas que passavam a oprimir o povo. Então os israelitas arrependiam-se e pediam a ajuda de Deus. Surgiam assim líderes heróicos para resgatarem o povo de Israel dos inimigos e restabelecerem a obediência à lei mosaica.
O primeiro juiz teria sido Otniel, o qual teria libertado os israelitas do rei Cusã-Risataim. Após a morte de Otniel, os israelitas novamente afastam-se dos mandamentos de Deus e são dominados pelos moabitas. Novamente é levantado um novo juiz, Eúde que livra o povo de seus opressores. Assim, seguem novos períodos sob a liderança dos juízes em que, repetidamente, os israelitas voltam a adorar deuses pagãos, são dominados por outros povos, arrependem-se e são mais uma vez libertos. O último juiz da história dos israelitas foi Sansão, o qual possuía uma força excepcional e teria liderado o povo contra os filisteus, mas foi traído por Dalila ao lhe revelar que o segredo de sua força encontrava-se nos seus cabelos. Entre alguns juízes durante essa época que mais se destacam no livro estão Débora, Gideão e Sansão.
O livro termina relatando a decadência moral dos israelitas, assim concluindo no verso 6 do caítulo 17: Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada qual fazia o que achava mais reto.
Cronologicamente pode-se mencionar os seguintes líderes que teriam julgado Israel, com suas respectivas tribos de origem e referências bíblicas:
JUÍZES DE ISRAEL Juíz Orige m Texto Bíblico
Otniel Judá Jz 1:11-15; Jz 3:7-11 Eúde Benjamim Jz 3:12-30; Jz 4:1 Sangar desconhecido a origem Jz 3:31; Jz 5:6 Débora Efraim Jz 4:1; Jz 5:31 Gideão Manassés Jz 6:1-8; Jz 6:32 Abimeleque Manassés Jz 8:33-9:57 Tola Issacar Jz 10:1-2 Jair Manassés Jz 10:3-5 Jafté Manassés Jz 10:6-12; Jz 7 Ibsã Judá ou Zebulom Jz 12:8-9 Elom Zebulom Jz 12:11-12 Abdom Efraim Jz 12:13-15 Sansão Dã Jz 13:1-16 e Jz 31
Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
11
10. O Reino Vendo Israel que os povos ao seu redor possuíam reis, pedem a Samuel que lhes dê um
rei. Deus se mostra desgostoso com o povo pois tal pedido era a prova que os israelitas não estavam satisfeitos com a teocracia. Saul então é o escolhido (I Sm 10). Porém, sua personalidade instável, ciúme excessivo quanto ao trato do povo a favor de Davi e sua deliberada desobediência a Deus fizeram com este primeiro perdesse o seu reinado para o jovem Davi (I Sm 16).
11. O Chamado de Davi
Com a morte de Saul, Davi reina em Israel. Seu reinado é próspero e os inimigos dos
israelitas são postos longe dos muros de Jerusalém. A construção um templo para YAHWEH (hwhy) é dado a seu filho Salomão (I Re 1:11-39), uma vez que Davi havia derramado muito sangue em seu reinado.
Entretanto, antes mesmo de Davi partir, Deus lhe faz a promessa de que nunca lhe faltaria um sucessor em seu trono e que seu reinado seria eterno (II Sm 7:12-16).
12. O Chamado de Salomão
Às portas da morte de Davi, Salomão já experimenta as lutas políticas próprias da
monarquia. Seu irmão Adonias (I Re 1:5-10) usurpa o trono; todavia, Nata e Bate-seba advogam a favor de Salomão (I Re 1:11-31) e Davi ordena a Zadoque (o sacerdote) e Natã (o profeta) que proclamem a Salomão como rei sobre Israel. E assim é feito (I Re 1:32-40).
13. A Divisão do reino
Com a proximidade da morte de Salomão, mais uma vês o reinado sofre abalo e cisão. O
filho de Salomão, Roboão, sobe ao trono, mas mostra-se desqualificado para tal posto de liderança. Nisto, Jeroboão (filho de Nebate, eframita de Zeredá, servo de Salomão – I Re 11:26-40) levantou-se contra a posição de Roboão e dez tribos seguem-no (I Re 12:12-20). Com isto a monarquia judaica se divide:
a. Reino de Judá: sob a liderança de Roboão e tendo como capital Jerusalém.
b. Reino de Israel: sob a liderança de Jeroboão e tendo como capital Samaria.
14. O Exílio
Pelos muitos pecados dos reinos do norte (reino de Israel) e do sul (Reino de Judá), o
povo judeu foi para o cativeiro. O reino do Norte foi para exílio assírio no ano 722 a.C. e o reino do sul foi para o cativeiro
babilônico em 587 a.C. Contudo, mesmo diante da término da monarquia judaica; sempre o povo de Israel
acalentou em seu coração a esperança que um filho de Davi novamente reinaria em Jerusalém e traria à nação judaica os tempo áureos de outrora.
Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
12
14. O Retorno Para a Palestina Tendo purificado o povo de Israel da idolatria por meio do cativeiro (Dn 3), Deus levanta
Ciro (o medo-persa) para repatriar seu povo à terra prometida. Para a reconstrução da cidade e fortalecimento da fé, Deus envia Neemias e Esdras (Ne 1).
15. A última Profecia
Com Malaquias ouvimos a última profecia com respeito à vinda do Messias (Ml 4:5,6). A
revelação da velha dispensação está selada e o povo instruído quanto a vindo do Filho de Davi, o Messias.
Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
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Reino Hebraico Unido : 1102 – 982 a.C.
Saul (40) - Davi (40) - Salomão (40)
Reino Hebraico Dividido
Reino de Judá Reino de Israel
Roboão 17 Profetas do V. T. Jerobão 22
Abias 3 Judá Israel Nadabe 2
Asa 41
Baasa 24
Josafá 25 Elá 2
Josafá 8 Zinri 7 dias
Acazias 1 Onri 12
Atalia 6 Elias Acabe 22
Joás 40 Eliseu Acazias 2
Amazias 29 Obadias
Josafá 12
Uzias 52 Isaías Jeú 28
Jotão 16 Miquéias Jeoacaz 17
Acaz 16
Jonas Joás 16
Ezequias 29 Oséias Jeroboão II 41
Judá Só 135 anos Amós Zacarias 6 meses
Manassés 55
Salum 1 mês
Amom 2 Menaém 10
Josias 31 Pecaías 2
Jeocaz 3 meses Peca 20
Jeoaquim 11 Jeremias Oséias 9
Zoaquim 3 meses Naum Cativeiro Assírio 722 a.C.
Zedequeias 11 Sofonias Habacuque
Cativeiro Babilônico 587 a.C. (49 anos)
Jerusalém Destruída Daniel e Ezequiel
Restauração (147 anos)
Zorobabel
Esdras
Neemias
Ageu
Zacarias
Malaquias
Entre s Testamentos (386 anos)
Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
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16. O Período Intertestamentário
a. Desenvolvimento Político A Expressão “400 anos de silêncio”, freqüentemente empregada para descrever o
período entre os últimos eventos do A.T. e o começo dos acontecimentos do N.T. não é correta nem apropriada. Embora nenhum profeta inspirado se tivesse erguido em Israel durante aquele período, e o A.T. já estivesse completo aos olhos dos judeus, certos acontecimentos ocorreram que deram ao judaísmo posterior sua ideologia própria e, providencialmente, prepararam o caminho para a vinda de Cristo e a proclamação do Seu evangelho.
a.1 Supremacia Persa
Por cerca de um século depois da época de Neemias, o império Persa exerceu
controle sobre a Judéia. O período foi relativamente tranqüilo, pois os persas permitiam aos judeus o livre exercício de suas instituições religiosas. A Judéia era dirigida pelo sumo sacerdotes, que prestavam contas ao governo persa, fato que, ao mesmo tempo, permitiu aos judeus uma boa medida de autonomia e rebaixou o sacerdócio a uma função política. Inveja, intriga e até mesmo assassinato tiveram seu papel nas disputas pela honra de ocupar o sumo sacerdócio. Joanã, filho de Joiada (Ne 12.22), é conhecido por ter assassinado o próprio irmão, Josué, no recinto do templo.
A Pérsia e o Egito envolveram-se em constantes conflitos durante este período, e a Judéia, situada entre os dois impérios, não podia escapar ao envolvimento. Durante o reino de Artaxerxes III muitos judeus engajaram-se numa rebelião contra a Pérsia. Foram deportados para Babilônia e para as margens do mar Cáspio.
a.2 Alexandre, o Grande
Em seguida à derrota dos exércitos persas na Ásia Menor (333 AC), Alexandre
marchou para a Síria e Palestina. Depois de ferrenha resistência, Tiro foi conquistada e Alexandre deslocou-se pra o sul, em direção ao Egito. Diz a lenda que quando Alexandre se aproximava de Jerusalém o sumo sacerdote Jadua foi ao seu encontro e lhe mostrou as profecias de Daniel, segundo as quais o exército grego seria vitorioso (Dn 8). Essa narrativa não é levada a sério pelos historiadores, mas é fato que Alexandre tratou singularmente bem aos judeus. Ele lhes permitiu observarem suas leis, isentou-os de impostos durante os anos sabáticos e, quando construiu Alexandria no Egito (331 AC), estimulou os judeus a se estabelecerem ali e deu-lhes privilégios comparáveis aos seus súditos gregos.
a.3 A Judéia sob os Ptolomeus
Depois da morte de Alexandre (323 AC), a Judéia, ficou sujeita, por algum tempo a
Antígono, um dos generais de Alexandre que controlava parte da Ásia Menor. Subseqüentemente, caiu sob o controle de outro general, Ptolomeu I (que havia então dominado o Egito), cognominado Soter, o Libertador, o qual capturou Jerusalém num dia de sábado em 320 AC Ptolomeu foi bondoso para com os judeus. Muitos deles se radicaram em Alexandria, que continuou a ser um importante centro da cultura e pensamento judaicos por vários séculos. No governo de Ptolomeu II (Filadelfo) os judeus de Alexandria começaram a traduzir a sua Lei, i.e., o Pentateuco, para o grego. Esta tradução seria posteriormente conhecida como a Septuaginta, a partir da lenda de que seus setenta (mais exatamente 72 - seis de cada tribo) tradutores foram sobrenaturalmente inspirados para produzir uma tradução infalível. Nos subseqüentes todo o Antigo Testamento foi incluído na Septuaginta.
Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
15
a.4 A Judéia sob os Selêucidas Depois de aproximadamente um século de vida dos judeus sob o domínio dos
Ptolomeus, Antíoco III (o Grande) da Síria conquistou a Síria e a Palestina aos Ptomeus do Egito (198 AC). Os governantes sírios eram chamados selêucidas porque seu reino, construído sobre os escombros do império de Alexandre, fora fundado por Seleuco I (Nicator).
Durante os primeiros anos de domínio sírio, os selêucidas permitiram que o sumo sacerdote continuasse a governar os judeus de acordo com suas leis. Todavia, surgiram conflitos entre o partido helenista e os judeus ortodoxo. Antíoco IV (Epifânio) aliou-se ao partido helenista e indicou para o sacerdócio um homem que mudara seu nome de Josué para Jasom e que estimulava o culto a Hércules de Tiro. Jasom, todavia, foi substituído depois de dois anos por uma rebelde chamado Menaém (cujo nome grego era Menelau). Quando partidários de Jasom entraram em luta com os de Menelau, Antíoco marcho contra Jerusalém, saqueou o templo e matou muitos judeus (170 AC). As liberdades civis e religiosas foram suspensas, os sacrifícios diários forma proibidos e um altar a Júpiter foi erigido sobre o altar do holocausto. Cópias das Escrituras foram queimadas e os judeus foram forçadas a comer carne de porco, o que era proibido pela Lei. Uma porca foi oferecida sobre ao altar do holocausto para ofender ainda mais a consciência religiosa dos judeus.
a.5 Os Macabeus
Não demorou muito para que os judeus oprimidos encontrassem um líder para sua
causa. Quando os emissários de Antíoco chegaram à vila de Modina, cerca de 24 quilômetros a oeste de Jerusalém, esperavam que o velho sacerdote, Matatias, desse bom exemplo perante o seu povo, oferecendo um sacrifício pagão. Ele, porém, além de recusar-se a fazê-lo, matou um judeu apóstata junto ao altar e o oficial sírio que presidia a cerimonia. Matatias fugiu para a região montanhosa da Judéia e, com a ajuda de seus filhos, empreendeu uma luta de guerrilhas contra os sírios. Embora os velho sacerdote não tenha vivido para ver seu povo liberto do jugo sírio, deixou a seus filhos o término da tarefa. Judas, cognominado “o Macabeu”, assumiu a liderança depois da morte do pai. Por volta de 164 AC Judas havia reconquistado Jerusalém, purificado o templo e reinstituído os sacrifícios diários. Pouco depois das vitórias de Judas, Antíoco morreu na Pérsia. Entretanto, as lutas entre os Macabeus e os reis selêucidas continuaram por quase vinte anos.
Aristóbulo I foi o primeiro dos governantes Macabeus a assumir o título de “Rei dos Judeus”. Depois de um breve reinado, foi substituído pelo tirânico Alexandre Janeu, que, por sua vez, deixou o reino para sua mãe, Alexandra. O reinado de Alexandra foi relativamente pacífico. Com a sua morte, um filho mais novo, Aristóbulo II, desapossou seu irmão mais velho. A essa altura, Antípater, governador da Iduméia, assumiu o partido de Hircano, e surgiu a ameaça de guerra civil. Conseqüentemente, Roma entrou em cena e Pompeu marchou sobre a Judéia com as suas legiões, buscando um acerto entre as partes e o melhor interesse de Roma. Aristóbulo II tentou defender Jerusalém do ataque de Pompeu, mas os romanos tomaram a cidade e penetraram até o Santo dos Santos. Pompeu, todavia, não tocou nos tesouros do templo.
a.6 Roma
Marco Antônio apoiou a causa de Hircano. Depois do assassinato de Júlio Cesar e da
morte de Antípater (pai de Herodes), que por vinte anos fora o verdadeiro governante da Judéia, Antígono, o segundo filho de Aristóbulo, tentou apossar-se do trono. Por algum tempo chegou a reina em Jerusalém, mas Herodes, filho de Antípater, regressou de Roma e tornou-se rei dos judeus com apoio de Roma. Seu casamento com Mariamne, neta de Hircano, ofereceu um elo com os governantes Macabeus.
Herodes foi um dos mais cruéis governantes de todos os tempos. Assassinou o venerável Hircano (31 AC) e mandou matar sua própria esposa Mariamne e seus dois filhos. No seu leito de morte, ordenou a execução de Antípater, seu filho com outra esposa. Nas Escrituras,
Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
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Herodes é conhecido como o rei que ordenou a morte dos meninos em Belém por temer o Rival que nascera para ser Rei dos Judeus.
Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
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V. A LEI
A primeira deliberação de Deus ao libertar o povo de Israel do cativeiro egípcio foi entregar a Lei. Os dez mandamentos foram
1. Lei Civil : Esta lei incluía todas as determinações referentes à vida social e comunitária de Israel, regulando o comportamento do povo, estabelecendo o padrão de santidade em todos os aspectos do cotidiano e requerendo a punição justa pelos delitos cometidos. Esta lei era, contudo, peculiar ao povo de Israel, pois fora promulgada em um clima de pacto entre Deus e este povo, o que dava a esta lei o caráter restrito e transitório [Ex 21 e 22].
2. Lei Cerimonial : Esta lei incluía todas as determinações referentes a vida religiosa (festas, rituais, símbolos, etc) do povo de Israel. E, como e religião vetero-Testamentária era profética e apontava, em sombras, para Aquele que haveria devir, deduzimos que esta lei também tinha caráter transitório e sua permanência era assegurada até a vinda daquilo que ela representava (cordeiro pascal=Jesus; sábado=vida eterna; unção com óleo=recebimento do E.S.; Festa dos Tabernáculos=encarnação de Cristo, etc) [Ex 25 – 30].
3. Lei Moral : Esta lei estabelecia o padrão de comportamento ético e moral pelo qual o povo de Deus deveria se guiar. Enquanto a Lei Civil apontava para as conseqüências de uma vida em pecado, a lei moral inspirava o povo a ter o caráter dAquele que o vocacionara. Disto concluímos que a lei moral é eterna e universal pois revela o caráter santíssimo do Deus Eterno [Ex 20].
Para ilustrarmos estes três aspectos da lei de Deus no V.T. damos o exemplo da guarda do
sábado. Relacionado a este dia de culto, temos nele um aspecto cerimonial, um aspecto moral e outro civil.
a. Por aspecto cerimonial, nos referimos a guarda literal do sétimo dia da semana e aquele significado espiritual para o qual ele apontava, ou seja, a vida eterna;
b. por aspecto moral, dizemos aquele princípio que encontramos em Ex 20:9 que diz “seis dias trabalharás...mas o sétimo dia é o sábado do Senhor”, ou seja, após seis dias trabalhados, o próximo pertence ao Senhor para o culto;
c. e, por aspecto civil nos referimos as sanções e punições pala quebra deste ou de qualquer mandamento.
Portanto, dizer que o Evangelho nos desobriga a guardar um dia de culto ao Senhor é uma
compreensão errada da Lei de Deus. Não é razoável asseverarmos que Deus ordena que pratiquemos todos os nove mandamentos do decálogo e venhamos a esquecer exatamente aquele nos intima a cultuá-lo. Daí segue-se que a guarda do sábado ainda é um princípio válido para todo povo de Deus ainda hoje. Contudo, não segundo o cerimonialismo do V.T., entretanto, de acordo com o espírito da lei que trás vida. O que nos faz concluir que, quando os sabatistas condenam a cristandade por guardar o domingo, como dia de culto, estes hereges se mostram ainda agrilhoados pelas sombras da antiga dispensação, pois são incapazes de perceber que o princípio moral da Lei não é quebrado, pois o trabalho de segunda a sábado perfaz um total de seis dias, e, que foi exatamente no dia de domingo que aquilo que o sábado representava foi-nos dado, ou seja, a vida eterna através da ressurreição de Cristo, no primeiro dia da semana.
Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
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VI. O TABERNÁCULO, O EVANGELHO EM SOMBRAS (Ex 25:1-9)
1. O Sumo Sacerdote (Lv 21; Hb 5:1-9):
b. Suas vestes sacerdotais (Ex 28) b.1 Em seu vestuário o sumo sacerdote trazia com sigo as cores: branco, carmesim, púrpura e
azul. b.2 No peitoral leva 12 pedras, e cada uma delas representava cada uma tribo de Israel. b.3 Nas ombreiras, o sacerdote possuía também 2 pedras de ônix, nas quais estavam escritas os
nomes das doze tribos de Israel. Seis em cada uma delas.
c. Aplicação Teológica :
Diante destes elementos algumas conclusões podemos tirar, vejamos:
c.1 O sacerdócio era uma sombra da pessoa e ministério de Cristo (Cl 2:16,17; Hb 5:1-9). c.2 A verdade da expiação limitada se faz presente no ofício sacerdotal, pois o Sumo-sacerdote
representava diante de Deus tão somente aqueles que estavam incluídos nas doze pedras do seu peitoral e nas duas pedras de ônix em suas ombreiras. Ou seja, assim como o sumo sacerdote oficiava diante de Deus somente a favor do povo de Israel, assim também, Jesus, o sumo sacerdote da nova aliança, intercede tão somente pelos eleitos (Jo 17:9-20).
2. Os levitas (Nm 3)
Levi do Hebraico Lêwi ligado a raiz IÃWÂ significa “juntar”, ou ainda HILLAWEH que significa UNIR. O nome HILLAWEH (LEVÍ) é da mesma família onomatopaica da palavra HALELUIA.
"Outra vez concebeu Lia, e deu à luz um filho, e disse: Agora, desta vez, se unirá mais a mim meu marido, porque lhe dei à luz três filhos; por isso, lhe chamou Levi." (Gn 29:34)
2.1 Responsabilidades com o Tabernáculo
O papel dos levitas como ministros do tabernáculo era de cooperarem na construção do tabernáculo, sob a supervisão do filho de Arão, Itamar. Nas leis preparatórias para a marcha pelo deserto, Levi foi separado por Deus, das outras tribos, e colocado sob a responsabilidade de desmanchar, transportar e erigir o tabernáculo alem de servirem como uma espécie de pára-choque para protegerem as demais tribos israelitas da indignação de Deus, que os ameaçava se despercebidamente entrassem em contato com a tenda sagrada ou com os seus móveis (Números 1: 47-54).
a. Seu corpo : As leis que estabeleciam o sacerdócio eram extremamente rígidas. Não eram quaisquer descendentes de Arão que poderiam oficiar diante de YAHWEH, pois o próprio Deus estabelecera uma série de regras, as quais citamos a baixo:
a.1 Não poderia tocar em mortos, exceto o pai, mãe, filho, filha, irmão ou irmã virgem.
a.2 Não poderiam fazer calva a cabeça. a.3 Não poderiam cortar as extremidades da barba. a.4 Não poderiam ferir a sua carne. a.5 Só deveriam casar com uma virgem. a.6 Não poderiam ter alguma deformidade: cego, coxo, rosto mutilado
desproporcionado, pé quebrado, mão quebrada, corcovado, anão, sarna, impinges, testículo quebrado.
Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
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2.2 O Levita e a Santificação
A santificação é o elemento chave para que um levita tenha o seu ministério bem sucedido e é também a maior responsabilidade de um servo de Deus. "Segui a paz com todos e a
santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor" (Hebreus 12:14 RA). Nenhum Levita pode fazer a obra de Deus sem estar com sua vida em santidade:
"Os levitas se purificaram e lavaram as suas vestes, e Arão os apresentou por oferta movida perante o SENHOR e fez expiação por eles, para purificá-los. Depois disso, chegaram os levitas, para fazerem o seu serviço na tenda da congregação, perante Arão e seus filhos; como o SENHOR ordenara a Moisés acerca dos levitas, assim lhes fizeram." (Números 8:21-22 RA)
3. Ordem para a construção do tabernáculo (Ex 25:8, 9) A ordem divina concernente à construção do tabernáculo era que o mesmo deveria ser construído
e feitos seus utensílios exatamente como Deus havia revelado a Moisés; isto porque, segundo o plano sábio do Senhor; o tabernáculo seria para os irmãos velha dispensação o meio didático pelo qual o próprio Deus os ensinaria sobre a vinda do messias, sua vida e morte, seu ministério, e, por fim, as bênçãos decorrentes do penoso trabalho de sua alma. Retirar ou acrescentar algo à revelação de Deus acarretaria uma real deturpação da pessoa do salvador.
4. Propósito da Construção (Ex 25:9 = Gn 3:8 = Jo 1 :14 = Ap 21:3):
o propósito do tabernáculo é muito bem posto pelo próprio Deus, ou seja, “para que eu possa habitar
no meio deles”. Esta assertiva apresenta-se não somente neste texto, mas sim, durante todo o transcurso histórico da revelação bíblica, o que certamente é testemunha inequívoca daquele anelo maior de Deus que foi, é, e sempre será, de habitar no meio do seu povo.
Kai o logoj sarx egeneto kai eskhnwsen em hmin (Jo 1:14) E o Verbo carne se fez e habitou entre nós
Idou h skhnh tou çqeou meta twn antrwpwn, kai skhnwsei met’’~ autwn (Ap 21:3)
Eis o tabernáculo de Deus com os homens e habitará com eles
Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
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5. Localização (Nm 2): A orientação quanto a localização do tabernáculo foi dado por Deus por cinco motivos diferentes.
a. Ele deveria ficar no centro do acampamento do povo de Israel afim de que este pudesse a cada dia lembrar que o centro de sua vida deveria ser a vida espiritual.
b. Ele deveria ser no centro para ilustrar que todos os fatos históricos na vida do povo convergiriam para a vinda do messias representado no tabernáculo.
c. Deveria ser no centro para lembra-los da constante presença de Deus na direção do destino do seu povo.
d. A porta do átrio deveria estar direcionada para o leste, ou seja, para o oriente (Nm 3:38) d.1 Foi exatamente desta banda que os magos viram a estrela que anunciava o nascimento de
Jesus (Mt 2:2), d.2 Em Apocalipse, Jesus é chamada de a radiante estrela da manhã (Ap 22:16). d.3 Para a banda do oriente pois era exatamente nesta localização em a tribo de Judá se
acampava (Nm 2:1-3), o que nos lembra as várias profecias concernentes a origem do Messias como vindo desta tribo (Gn 49:8-11).
d.4 Este era a “entrada” do Éden Gn 3:24)
6. Estrutura do Tabernáculo (Ex 38:9-20): 6.1 Átrio (Ex 27:9-19; 38:4-20):
a. Era cercado por cortinas de linho fino retorcido, seguras em colunas, cujos ganchos e vergas
eram de prata e cujas as bases eram de bronze.
b. Possuía uma só porta (Ex 38:13,14), o que nos lembra as palavras de cristo “eu sou a porta” (Jo 10:9,10), e certamente nos assevera que só existe um caminho de salvação (Jo 14:6).
Judá Issacar Zebulon
Leste Oriente
Efraim Manassés Benjamim
Oeste Ocidente
Dã Aser
Naftali
Norte
Ruben Simeão Gade
Sul
Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
21
b.1 Esta porta possuía quatro colunas (Ex 38:19). O número quatro é símbolo da terra pois nos lembra dos quatro pontos cardeais (norte, sul, leste e oeste); nisto os irmãos do V.T. eram doutrinados sobre a universalidade da graça que era oferecida a todas às nações, bem como a universalidade do único meio de salvação que Deus propôs ao homem.
b.2 Nesta única porta de quatro colunas havia um reposteiro de estofo azul, púrpura, carmesim e linho fino retorcido . Disto concluímos que este único salvador oferecido à todas nações não poderia ser qualquer pessoa, antes, sim, deveria agregar em seu ser determinadas características e virtudes imprescindíveis para efetuar com poder a salvação. E estas características eram:
* Azul: tinha que ter origem celestial * Púrpura: ser grande em poder * Linho fino retorcido: sem nenhum pecado. * Carmesim: disposta a morrer pelos seus em uma morte expiatória e vicária.
c. No átrio, entre a sua porta e a tenda da congregação, ficavam o Altar do Holocausto e a Bacia de Bronze.
c.1 Altar do Holocausto (Ex 27): feito de madeira de acácia revestida de ouro, simbolizando a humanidade de Cristo revestida do esplendor da glória de Deus; em seus quatro cantos haviam quatro chifres, que simbolizavam o poder da morte vicária de Cristo para salvar a quem ele queira dos quatro cantos da terra.
c.2 Bacia de Bronze (Ex 30:17-21): feita de bronze, na qual se colocava água para purificações. O bronze é símbolo de juízo e a água, símbolo de purificação. Arão e seus filhos deveriam ser purificados antes de entrarem na tenda da congregação ou antes de ministrarem no altar para acender a oferta queimada. Disto retiramos a verdade que o nosso mediador deveria ser perfeito e santo, pois somente assim ele seria aceito diante de Deus e intercederia com eficácia a nosso respeito (). [Jo 13:1-11]
6.2 A Tenda da Congregação (Ex 25 e 26) a. A cobertura : o Tabernáculo, ou Tenda da Congregação, era coberto por peles de animais que
em suas texturas e cores (Ex 26:1-14) traziam ao povo de Israel conhecimento sobre a vida e o ministério do Messias, vejamos: a.1 Pelos de cabras (Ex 25:4) a.2 Peles de carneiro tintas de vermelho (Ex 25:5). a.3 Peles finas (Ex 25:15)
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b. As divisões da Tenda da Congregação (Ex 26:31-33; Hb 9:3): a tenda da congregação
estava dividida em “santo lugar” e “Santo dos santos”, por meio de uma cortina (Hb 10:20 ; Mt 27:51; Mc 15:38; Lc 23:45; Hb 6:19). Esta cortina era feita de estofo azul, púrpura, carmesin e linho fino retorcido, tendo querubins bordados (Ex 26:31). [Gn 3:23,24 // Ex 26:31]
c. Os Utensílios:
c.1 Mesa dos Pães da proposição (Ex 25:23-29). Na mesa eram postos 12 pães asmos (sem fermento). Um para cada tribo de Israel. [Jo 6:35-51; I Co 5:1-8]
c.2 O Candelabro (Ex 25:31-40): o candelabro possuía 7 lâmpadas e seu óleo era especialmente preparado. [Jo 8:12]
c.3 O Altar do Incenso (Ex 30:1-10; Hb 9:4): O incenso era continuamente queimado na
presença de Deus. [Lc 1:9-11; Ap 5:8; Ap 8:3,4]
c.4 A Arca da Aliança (Êxodo 25:10-16): a arca da aliança era o mais sagrado de todos os utensílios no tabernáculo. Aqui os hebreus guardavam uma cópia dos dez mandamentos, que eram o resumo de toda a Aliança.
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* O propiciatório (Ex 25:17-22; Hb 9:5): o propiciatório era o nome dado à tampa da arca da aliança. Nele o sangue era aspergido como o fim de se pedir o perdão de pecados. [Rm 3:25; Hb 2:17; I Jo 2:2; I Jo 4:10]
* O testemunho (Ex 25:16; Hb 9:4): A figura abaixo mostra a Arca aberta para que
você possa ver o seu conteúdo, que eram estes:
1. As duas tábuas da Lei 2. A vara de Aarão que floresceu 3. O pote de ouro com maná “escondido”
7. A Lei Sobre as Coisas Puras e Impuras 7.1 Aquilo que era impuro
Em todo o Velho Testamento, um dos atributos marcantes de Deus é a sua santidade. E o meio didático de Deus ensinar ao povo este princípio espiritual foi a separação de um série de coisas que tornavam o israelita cerimonialmente impuro, vejamos os exemplos:
a. Tocar em um morto (Lv 5:2; Lv 21:1; Nm 19:13) b. A menstruação (Lv 15:19) c. A mulher após o parto (Lv 12:2) d. A lepra (Lv 13:1,2) e. Comer animais considerados imundos (Lv 11:26,27).
Estas questão certamente tinham apenas um valor cerimonial; apontavam tanto para a realidade da santidade de Deus, como convocava os israelitas à uma vida de contínua consagração e purificação aos olhos de Deus. Aprova disto é que a separação entre animais limpos e imundos vem após a queda de Adão. Antes disto, a palavra de Deus afirma que tudo “era muito bom”. Vejamos também At 10:15, At 11:9; I Co 10:25,26; Cl 2:16,17; Rm 14:6.
7.2 Atos de purificação
A lei mosaica era precisa em questões de purificação. Para cada forma de impureza cerimonial havia respectivamente um ritual de purificação oferecido ao povo comum e aos sacerdotes. Isto porque, a intenção de Deus através dessas leis não era de esmagar a consciência do povo com a idéia de pecado e impureza, mas, sim, mostrar que eles necessitavam de um purificar poderoso para todos os seus pecados. E o próprio Deus oferecia isto a eles através da lei mosaica. Vejamos:
a. Leproso (Lv 14) b. A mulher após o parto (Lv 12) c. Tocar num morto (Nm 19:11-22) Entretanto, todos estes rituais não eram um fim em si mesmos. Desde o início da revelação
bíblica, a promessa divina recaía sobre “o” descendente da mulher que viria para esmagar a cabeça da serpente (Gn 3:15). Todos os rituais de purificação apontavam para o mesmo purificador futuro, Jesus Cristo (Cl 2:16,17; Hb 10:1-10). Mas, enquanto ele não vinha, o próprio Deus Pai estabeleceu, pela Lei de Moisés, uma série de atos ritualísticos que apontavam para a sua obra vicária na cruz do calvário (Hb 9:11-14; I Pe 1:18-20).
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VII. SACRIFÍCIOS E RITUAIS Logo após Deus ter retirado o povo de Israel do Egito, Ele ordena a Moisés não só a construção
do tabernáculo, mas também estabelece uma série leis e rituais que deveriam dirigir a vida espiritual do povo de Israel até a chaga do Messias prometido em Gn 3:15.
1. Holocausto (Lv 1:1-17; Lv 6 8:13)
A palavra original é derivada de uma raiz que significa ‘ascender’, e aplicava-se à oferta que era inteiramente consumida pelo fogo e no seu fumo subia até Deus. Uma pormenorizada descrição dos holocaustos se pode ler nos primeiros capítulos do Levítico. Pertenciam à classe dos sacrifícios expiatórios, isto é, eram oferecidos como expiação daqueles pecados, que os oferentes tinham cometido - eram, também, sacrifícios de ação de graças - e, finalmente, constituíam atos de adoração. Os altares para holocaustos eram invariavelmente edificados com pedras inteiras, à exceção daquele que foi feito para acompanhar os israelitas na sua jornada pelo deserto, e que se achava coberto de chapas de cobre. Os holocaustos, bem como as ofertas de manjares, e as ofertas de paz, eram sacrifícios voluntários, sendo diferentes dos sacrifícios pelos pecados, pois estes eram obrigatórios - e tinham eles de ser apresentados de uma maneira uniforme e sistemática, como se acha estabelecido em Lv caps. 1 a 3. os três primeiros (holocaustos, ofertas de manjares, e as ofertas de paz) exprimem geralmente a idéia de homenagem, dedicação própria, e ação de graças - e os sacrifícios pelos pecados tinham a idéia de propiciação. os animais, que serviam para holocaustos, podiam ser reses do rebanho ou da manada, e aves - mas se eram novilhos ou carneiros, ou rolas, tinham de ser machos, sem defeito, e deviam ser inteiramente queimados, sendo o seu sangue derramado sobre o altar, e as suas peles dadas aos sacerdotes para vestuário. Havia holocaustos de manhã e de tarde - e eram especialmente oferecidos todos os sábados, também no primeiro dia de cada mês, nos sete dias dos pães asmos, e no dia da expiação. o animal era apresentado pelo oferente, que punha nele a sua mão, e depois o matava, fazendo o sacerdote o resto. Realizavam-se holocaustos nos atos de consagração dos sacerdotes, levitas, reis, e lugares - e na purificação de mulheres, dos nazireus, e dos leprosos (Êx 29.15 - Lv 12.6 - 14.19 - Nm 6 - 1 Rs 8.64). Antes de qualquer guerra também se efetuavam holocaustos, e em certas festividades, ao som das trombetas.
2. Ofertas de Manjares (Lv 2:1-16; Lv 6:14-18) Minhah [vj±b¦n] (oferta-refeição, oferta de cereais ou de manjares). Esse vocábulo é usado
de três maneiras diferentes no AT. Significa “presente, “tributo” (Jz 3:15; I Rs 4:21); em Levítico faz referência à oferta de cereais (Lv 2) e em outras instância faz referência a sacrifícios em geral (I Sm 26:19; 2:29).S. R. Driver definiu corretamente o minha como um sacrifício que não expressa, meramente a idéias neutra de presente, mas também que denota “um presente feito para obter ou reter e boa-vontade” (I Sm 3:10-14; 26:19).
De conformidade com Lv 2, devia constituir ou de farinha (2:1-3), ou de bolos cozidos (2:4-10) ou de cereal cru (2:14-16), juntamente oferecido com azeite e incenso puro. Outros ingredientes podiam ser o sal (Lv 2:13) e o vinho (Lv 23:13). Nenhuma dessas ofertas eram consumidas pelo ofertante. Pertenciam aos sacerdotes depois que uma porção memorial (L 2:2) houvesse sido queimada sobre o altar.
3. Ofertas pelo Pecado (Lv 6:24-30)
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4. O Bode Emissário - Azazel O termo ‘ªzazel (em nossa versão, ‘bode emissário’) ocorre quatro vezes e somente na descrição
sobre o Dia da Expiação (Lv 16:8,10,26). Em todas as quatro ocorrências da palavra, ela é prefixada pela preposição “para”. Há quatro interpretações possíveis.
a. As versões antigas (LXX, Símaco, Teodócio e Vulgata) entendem que a palavra indica o
“bode que se vai”, considerando-a como derivada de duas palavras hebraicas: ‘ez, “bode”, e ‘azal , “virar-se”.
b. Mediante associação com o árabe ‘azala , “banir”, “tirar”, ela tem sido traduzida como “para remoção total”.
c. A interpretação rabínica em geral tem considerado que esta palavra designa o local aonde o bode era enviado, um deserto (Lv 26:22).
d. Uma possibilidade final é considerar o vocábulo como a designação de um ser pessoal de modo a contrapor-se à palavra “SENHOR”. Nesse sentido Azazal poderia ser um espírito maligno (Enoque 8:1 10:4; II Cr 11:15; Is 34:14) ou até mesmo o próprio demônio, numa posição de antítese ao Senhor. Derivado de ‘azaz, “ser forte” e de ‘el , “Deus”.
Alguns eruditos preferem esta última possibilidade, já que no versículo 10 o nome ‘ªzazel aparece em paralelismo ao nome do Senhor, e pelo fato de ser citado num livro apócrifo (Enoque 6:6; 8:1 ) como um anjo caído.
Contudo , diante desta posição se faz necessária algumas objeções importantes:
a. Além do escrito apócrifo de Enoque não ser inspirado, e, portanto, não ser autoritativo para definir uma doutrina, é, também, fora de qualquer dúvida que aquele que escreveu tal obra literária valeu-se do que já estava escrito em Levítico para compor a sua obra com os conceitos que melhor lhe pareciam.
b. Na própria Lei havia uma proibição clara sobre o sacrificar a demônios (Lv 17:7). c. O sistema sacrificial do V.T. era cristocêntrico, ou seja, apontava para algum aspecto da
pessoa ou abra que Cristo viria realizar a favor dos pecadores (Cl 2:16,17). d. Outro fato importante era o ato do sacerdote impor as mãos sobre a cabeça do bode
confessando todos os pecados dos filhos de Israel, e, assim, simbolicamente, os pecados do povo eram postos sobre o animal (Lv 16:21,22)
e. O Significado do ritual é que o pecado é removido da sociedade humana e levado para a região da morte (Mq 7:19). Deus provê ao povo arrependido um meio para lançar para longe os seus pecados (Sl 103:12).
f. Na teologia bíblica é Cristo que leva sobre si os nossos pecados (Is 53:4-6). g. A presença de dois animais (um que morre, e outro que é solto no deserto) simplesmente
apresenta diante de nós a fragilidade do sistema sacrificial do V.T. Os vários rituais demonstram que era impossível uma só cerimônia retratar fiel e completamente tudo o que o Messias seria e faria. Pode-se ver um paralelo no bode expiatório no ritual de purificação de um leproso curado. Dois pássaros eram escolhidos. Um deve ser sacrificado, e tanto o ex-leproso como o pássaro vivo eram tocados com o seu sangue. Então, o pássaro vivo era solto. Este pássaro levava embora o mal, a lepra propriamente dita, para o campo aberto, e o leproso era declarado limpo (Lv 14:1-9).
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VIII. ATOS DE CONSAGRAÇÃO
1. Circuncisão
a. Este ritual consistia no corte do prepúcio da criança do sexo masculino aos oito dias de nascimento (Gn 21:1-7).
b. A criança só poderia ser circuncidada se tivesse debaixo daquele pacto que Deus havia feito entre Deus e a descendência de Abraão; pacto este no qual YAHWEH prometia ser o Deus dos que exerceriam fé em seu nome, e Deus da descendência destes (Gn 17:9-14).
c. Os gentios adultos poderiam ser circuncidados, bastando-lhes para isto a conversão ao Deus de Israel. Nesta conversão e circuncisão, os gentios obtinham para si a graça de colocarem seus filhos sob o pacto da graça.
d. A circuncisão possuía, também, um caráter nacionalista, pois a circuncisão diferia aqueles que pertenciam ou não a nação judaica.
e. Embora a circuncisão tivesse de fato um aspecto nacional e político pois indicava quem pertencia ou não a nação de Israel, contudo não são poucos os textos do V.T. que a representam como tendo um aspecto mais profundo e espiritual (Dt 10:16;Cl 2:11), ou seja, uma purificação espiritual pela qual o povo judeu deveria passar afim de poderem estar em plena comunhão com Deus; e não somente isto, mas também esta circuncisão praticada no Antigo Testamento representava na mente dos escritores inspirados aquela purificação que o Messias viária trazer sobre o povo do pacto da graça. Diante disto, asseveramos que a circuncisão, de fato, em sombra, representava a graça da regeneração tão claramente exposta no Novo Testamento. É por isso, então, que encontramos as várias citações tanto no V.T.como no N.T. a respeito da circuncisão no coração (Dt 10:16, 30:6). Esta afirmação que a circuncisão simbolizava a regeneração decorre do fato que, assim como a água é um símbolo universal de purificação, a circuncisão também o é, pois é profilaxia contra doenças, e, simbolicamente é a retirada da carne = carnalidade = pecado. Vejamos a baixo o quadro ilustrativo sobre os aspectos relacionados à circuncisão.
2. Unção
Conceito
Ungir era o ato de se derramar um precioso óleo sobre a cabeça de certas pessoas com o fim de separa-las para um ofício ou objetos, tirando-os do uso comum para o uso exclusivo do culto a Deus (Lv 8:1-12 ).
Material
O material usado para nesta cerimônia era um óleo especialmente feito para estas ocasiões importantes e que não poderia ter outra utilização, a não ser esta (Ex 30:22-33).
Símbolo
Este óleo representava a presença do Espírito Santo na vida do homem de Deus (Lc 4:16-18).
TEXTOS A CIRCUNCISÃO
Simbologia Gn 17:11 Aliança Gn 17:14 Nacionalidade terrena Rm 4:9-12 Realidades espirituais Gn 17:14 Pertencia ao povo de Deus Rm 4:9-12 Fé At 15:1-5 Conversão Dt 10:16 e Cl 2:11 Purificação
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Quem recebia
Sacerdotes (Lv 8:1-12 ), reis (I Sm 16:11-13) e profetas (Is 61:1 )
Implicações A unção foi o ritual pelo qual o Salvador veio a ser identificado no V.T. uma vez que todos
esperavam a vinda do x;yvime, ou seja, aquela pessoa cheia do poder do Espírito Santo, autoridade e poder, descendente de Davi (Sl 2:2 // At 13:32 // Hb 1:5; Dn 9:25, 26 ), para realizar cabalmente a vontade de YAHWEH sobre a vida de Israel.
Por isso, não foi sem propósito, que Mateus em seu Evangelho (Mt 1:16,21), escreveu:
Ihsouj o” legomenoj Cristo,j... Jesus o chamado Cristo...
autoj gar swsei ton laon autou/ ele pois salvará o povo dele
De fato, todas as unções apontavam para aquela unção maior na qual, em uma só pessoa,
se faria plena. Jesus, como profeta, sacerdote e rei, em seu batismo, recebeu realísticamente aquilo que a cerimônia da unção representava, ou seja, a plena presença do Espírito Santo na sua vida. Isto posto, então, entendemos que o nome de Jesus Cristo era tão somente Jesus, mas veio a ser designado como o”” ”” ”” ”” Cristo,j [o Cristo], pois:
1. tanto os seus discípulos (Mt 16:16), Su ei o Cristoj o uioj tou Qeou tou zwntoj Tu eis o Cristo o filho do Deus vivo
2. como os samaritanos (Jo 4:29), mhti ou-toj estin o Cristo,j não este será o Cristo?
reconheceram que ele era o messias. E assim nós escrevemos paralelamente os termos “Cristo” e “Messias” para lembrarmos que estas duas palavras tem o mesmo significado, ou seja, “ungido”. Vejamos isto no texto de Jo 4:25 .
legei autw h gunh Oida oti Messiaj ercetai o legomenos Cristo,j
Diz ele a mulher: Sei que Messias vem o chamado Cristo
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3. Nazireado (Nm 6) Narizeu, em hebraico rh°z²b, derivado de r³z²b “separar”, “consagrar”, “abster-se”. Em Israel, nazireu
era aquele que se separava dos outros ao consagrar-se a YAHWEH mediante um voto especial. A origem da prática é pré-mosaica e obscura. Os semitas e outros povos primitivos
freqüentemente deixavam seus cabelos compridos durante algum empreendimento que exigia o auxílio divino, e depois consagravam seus cabelos.
3.1 Proibições
O nazireu impunha sobre si mesmo certas observâncias que tinham como finalidade evidenciar
diante da comunidade a sua completa consagração a Deus e abstinência das coisas consideradas comuns. Vejamos cada uma delas:
a O nazireu tinha que abster-se de vinho e bebidas intoxicantes, de vinagre e de passas,
em fim, de tudo que tinha relação coma vide. b. Não podia cortar o cabelo durante o período de sua consagração. Fato interessante é
que apalavra ryzin é aplicada a uma vinha em Lv 25:5,11; vinha esta que devia ficar sem poda durante o ano sabático e deixada para crescer por si só.
c. Não podia aproximar-se de qualquer cadáver, nem mesmo de seus parentes mais chegados, proibição essa que também se aplicava no caso do sumo sacerdote.
3.2 Violação Se esta última regra chegasse a ser violada, o nazireu tinha de submeter-se a ritos purificatórios. É
notável, todavia, que as condições do voto do nazireado não excluía a realização de outros deveres domésticos e sociais.
3.3 Término
No fim do seu período de voto, o nazireu tinha de oferecer diversos sacrifícios prescritos,e em
seguida cortar seus cabelos e queimá-los sobre o altar. Depois de certas ações rituais levadas a efeito pelo sacerdote, o nazireu ficava livre de seu voto.
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IX. AS FESTAS
1. Sábado
O sábado era visto como dia de festa para culto e consagração a Deus, após uma semana de trabalho. Êx 23:1-3
2. Páscoa - Pães Asmos
Esta festa foi estabelecida para lembrar i livramento do povo de Israel do Egito (Ex 10:12; 12:8,14). Era observada no décimo quarto dia do primeiro mês do ano. Durante sete dias eram comidos pães fermento e nenhum trabalho servil podia ser realizado. O primeiro e último dia da festa eram convocações santas e os sacrifícios eram oferecidos (Nm 28:16-25; Dt 16:1-8). Êx 23:4-8
3. Primícias: Êx 23:9-14
4. Festas das Semanas – Festa da Colheita - Penteco stes A Festa das Semanas também é chamada de “Festa da Colheita” e “Dia das Primícias” (Ex 23:16;
34:22; Nm 28:26). Posteriormente tornou-se conhecida como “Festa de Pentecostes” visto que era celebrada cinqüenta dias depois do sábado que começada com a páscoa. Era assinalada com santa convocação e por oferta de sacrifícios. Êx 23:15-25
5. Tabernáculos Durava sete dias sendo que o primeiro e último dia eram convocações santas. As frutas eram
colhidas e o povo habitava em cabanas feitas de ramos e galhos de árvores (Lv 23:39-43; Nm 29:12-38). Êx 23:33-44
6. Dia da expiação (Lv 23:26-31) Era observado no décimo dia do sétimo mês, e era de “convocação santa”, duranet a qual as
almas se afligiam e uma expiação anual era efetuada pelo pecado de todo o povo. Era realizada apenas uma vez por ano (Ex 30:10).
7. Purim A Festa do Purim (nome que vem do termo babilônico pur, que significa sorte) descrita em Ester
(capítulo 9), foi estabelecida por Mordecai no tempo de Assuero a fim de comemorar o notável livramento dos judeus das intrigas de Hamã, sendo dia de festividade e regozijo. Celebrada no 14° e 15° dias do 1 2° mês (Adar). Et 9:1-32
8. Festa da Dedicação
Era uma festa de origem extra-bíblica de celebração da recuperação e purificação do templo de
Jerusalém por Judas Macabeu, em 164 a.C., a pós a sua profanação por Antíoco Epifânio. Também é chamada de Festa das Luzes. Veja em Jo 10:22, onde é chamada pelo nome grego, enkainia [egkainia ], ou seja, “dedicação”. Um festa com 8 dias de duração, celebrada no nono mês (Quisleu).
Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
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Festas Anuais de Israel (Lv 23:1-44)
Festa
Texto
Dia Mês do Ano
Sagrado
Mês
Sábado
Ex 20:8-11; Ex 31:12-17; Lv 23:3; Dt 5:12-15
Celebrado durante todo o ano, no sétimo dia da semana
Páscoa Ex 12:1-14; Lv 23:5; Nm 9:1-14; Nm 28:16; Dt 16:1-7
14
1 - Abibe
Março-Abril
Pães Asmos Ex 12:15-20; Ex 13:3-10; Lv 23:6-8;
Nm 28:17-25; Dt 16:3,4,8
15 - 21
1 - Abibe
Março-Abril
Primícias Lv 23:9-14; Nm 28:26 16
06 1 – Abibe 3 – Sivã
Março-Abril Maio - Junho
Semanas Colheita ou Pentecoste
Ex 23:16; Ex 34:22; Lv 23:15-21;
Nm 28:26-31; Dt 16:9-12
06 (50 dias após a colheita da cevada)
3 – Sivã
Maio - Junho
Trombetas Rosh Hashanah
Lv 23:23-25; Nm 29:1-6
1
7 - Tisri
Setembro - Outubro
Dia da Expiação Yom Kippur
Lv 16; Lv 23:26-32; Nm 29:7-11
10
7 - Tisri
Setembro - Outubro
Tabernáculos Cabanas ou Colheita
Ex 23:16; Ex 34:22; Lv 23:33-36,39-43; Nm 29:12-38; Dt 16:13-15
15 - 22
7 - Tisri
Setembro - Outubro
Outras Épocas Sagradas de Israel Ano Sabático
Ex 23:10,11; Lv 25:1-7
Cada sétimo ano era designado como “ano de descanso”. A terra não deveria ser cultivada.
Ano do Jubileu
Lv 25:8-55; Lv 27:17-24; Ez 46:17
O 50° ano, que vinha após sete anos sabáticos, era para proclamar liberdade àqueles que tinham tornado-se escravos por causa de dívida e para devolver as terras aos seus antigos donos.
Lua Nova
Nm 28:11-15; Sl 81:3
O primeiro dia do mês hebreu, que tinha entre 20 e 30 dias, era um dia de descanso, sacrifícios especiais e toques de trombetas.
Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
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X. PACTOS No Velho Testamento encontramos não poucas vezes pessoas entrando em um relacionamento
pactual (Gn 21:27, 32; I Sm 18:3; I Sm 23:18; I Re 20:34). E como forma de mostrar a sinceridade dos pactuados e de garantir que as partes, de fato, se comprometeriam em cumprir o acordado, uma série de rituais eram realizados nos tempos bíblicos, vejamos a baixo:
a. Um juramento verbal (Gn 21:23-31; Ex 19:8; Dt 7:8,12; Ez 16:8). b. A concessão de uma dádiva (Gn 21:28-31).
c. Comer uma refeição (Gn 26:28-30; Gn 31:54; Ex 24:11)
d. O erguimento de um memorial (Gn 31:44ss; Js 24:27)
e. O aspergir de sangue (Ex 24:8)
f. O oferecimento de sacrifício (Sl 50:5)
g. O passar debaixo do cajado (Ez 20:37)
h. Ou dividir animais (Gn 15:10,18)
1. Pactos entre os homens
Quando duas ou mais pessoas entravam em um pacto, elas apresentavam no mesmo pé de
igualdade com os outros pactuantes; podendo interferir diretamente sobre os meios e consequências da aliança.
2. Pactos divinos
Nos pactos estabelecidos por Deus, Ele se apresenta como Criador e soberano sobre suas
criaturas. Ele não negocia os termos de sua aliança, mas sim os estabelece.
Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
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X. MEIOS REVELACIONAIS NO VELHO TESTAMENTO
a. Natureza: Sl 19
b. Sonhos: Gn 37:5-8
c. Visões: Gn 15:1; Nm 12:6
d. Profecias: II Cr 15:8; Dn 9:24
e. Teofanias: Jz 2:1; Ex 3:2
f. Urin e Tumin: Ex 28:30; I Sm 28:6;
Nome de um ou mais objetos pertencentes ao Racional do Juízo que o sumo pontífice trazia ao peito de modo que estivesse sobre o coração do sacerdote quando se apresentava diante do Senhor (Ex 28.30; Lv 8.8). Estes objetos, provavelmente, eram guardados em uma dobra do Racional do Juízo, ou por baixo dele. Por meio do Urim e Tumim, o sumo sacerdote consultava a vontade de Deus em casos difíceis. Este processo não era aplicável a casos particulares, nem a interesses privados, e somente sobre negócios de interesse público. Por isso mesmo, o lugar do Urim e Tumim era no Racional do Juízo, onde se achavam gravados os nomes das doze tribos de Israel sobre pedras preciosas. Por meio do Urim e Tumim, se consultava a vontade de Deusa acerca de assuntos judiciais e de negócios públicos (Nm 27.21; cp. Js 9.14; Jz 1.1; 20. 18,23,27,28; 1Sm 10. 22; 14.36-42; 22.10,13; 23. 9-12; 28. 6; 30.7,8; 2Sm 2.1; 5.19, 23,24. O Urim e Tumim eram consultados, não só no onde estava a arca, Jz 20.27,28; 1Sm 22.10, como em qualquer outro lugar onde estivesse presente o pontífice devidamente autorizado. As respostas eram simples, consistindo em afirmativas ou negativas, nem sempre era este o caso, 1Sm 10.22; 2Sm 5.23,24. Ocasionalmente, também, quando o pecado havia interrompido a comunhão com Deus, não havia respostas, 1Sm 14.37; 28.6. Não se encontram referências ao Urim e Tumim, depois do reinado de Davi. Depois da volta do cativeiro, nenhum dos sacerdotes usava o Urim e Tumim, Ed 2.63; Ne 7.65. Somente o sumo sacerdote poderia gozar o privilégio de consultar o Senhor por meio do Urim e Tumim. leste privilégio constituiu a glória da tribo de Levi, Dt 33.8.
Tem havido diferentes explicações sobre o Urim e Tumim. Por exemplo: procuram descobrir analogia com as insígnias de que usava o sacerdote egípcio, quando funcionava como supremo juiz. Dizem os escritores clássicos que ele trazia um emblema suspenso ao pescoço por uma cadeia de ouro, representando a verdade, somente enquanto duravam as suas funções de juiz, que colocava sobre a pessoa a favor de quem pronunciava a sentença. Não existem provas que indiquem que tal insígnia também servisse para consultar a vontade divina. Outros são de parecer, que por ocasião de o sacerdote vestir o éfode com o Urim e Tumim e fazer oração a Deus, ocorria-lhe uma idéia, cuja origem divina se confirmava por um brilho estranho produzido pelas pedras preciosas do Racional do Juízo, ou peitoral. Deste fenômeno se originou a palavra Urim, que quer dizer luzes. Tem-se pensado que as respostas se percebiam através de um brilho sucessivo das letras que formavam os nomes próprios, gravados nas pedras; mas para nada dizer sobre o fato de que o alfabeto completo não havia produzido estes nomes, e que em várias das respostas de que há notícia, existem letras que não se encontram nas pedras, a idéia integral cheira aos milagres inventados pelos sacerdotes gregos e romanos, inteiramente estranhos aos métodos e concepções do ritual hebraico. Existem apenas duas teorias dignas de atenção.
a. O Urim e o Tumim eram um ou mais acessórios do éfode e que dele se podiam separar para serem usados à maneira de dados, e pelo modo por que caíam, revelavam a vontade de Deus. Esta é realmente uma concepção possível, mas sem provas a seu favor. Procuram firmar esta teoria, dizendo que duas vezes se faz referência ao lançamento de sortes, em íntima conexão com as consultas ao Urim e Tumim (1Sm 10. 19-22; 14.37-42). Neste último caso, Saul rogou ao Senhor que lhe desse a conhecer por meio da sorte porque é que não respondia ao seu servo. A palavra usada no original é thamim; que se pronunciava thummim. Assim sendo, o Urim e Tumim era uma espécie de sorte. Mas nas duas passagens citadas, o lançar as sortes é ato distinto de consultar o Senhor, e se realizava para propósito diferente daquele que pedia conselhos.
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b. O Urim e Tumim não fazia manifestações exteriores, era antes um símbolo. O sumo sacerdote vestia o éfode com o Urim e Tumim, sinais de sua investidura para obter a luz e a verdade, como as duas palavras indicam, a fim de que pudesse buscar o conselho de Jeová da maneira por Ele indicada. Humildemente punha diante de Deus a sua petição. A resposta vinha-lhe à mente; e como tivesse feito o seu pedido de acordo com as Instruções divinas e baseada na promessa de que receberia luz e verdade, tinha-a como a expressão da vontade de Deus. A fé em Deus baseava-se na evidência das cousas não vistas. Esta interpretação do Urim e Tumim harmoniza-se com o espírito de todo o ritualismo do tabernáculo. A resposta consistia em uma iluminação interna, sem nenhum sinal exterior em paralelo com as revelações dos profetas.
g. Escritura Sagrada: Ex 17:14; Ex 34:27; Sl 19; Jr 30:2
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XI. A ESPERANÇA MESSIÂNCICA
1. As Personalidades Bíblicas
No ponto de vista teológico sobre a vida neste mundo, como já foi mencionado, esta enraizado no conhecimento do único Deus, que se revelou pessoalmente a eles. A esperança Messiânica, ela começou com a criação do mundo. A fidelidade de Deus e auto-coerência do Deus de Israel lhes concedeu uma chave para o futuro, até o ponto em que seria necessário a fé discernir as coisas futuras. Deus havia agido tipicamente e caracteristicamente por meio de certos grandes indivíduos.
a. Adão : Existem certas características do futuro messiânico que nos faz lembrar o estado do Éden. O (meio ambiente perfeito em que foram criados e de paz e harmonia do mundo de criaturas vivas, e do mundo de ralações humanas. Devido a desobediência de Adão e Eva, que originou a queda do homem, e conforme Deus nos disse: És Santo quem os criou. E os efeitos sobre este mundo, essas eram as coisas perdidas quando a maldição de Deus entrou em ação. Deus prometeu um “redentor”; e quando esta maldição for revertida e o homem de Deus restaurar todas as coisas, então a cena edênica reaparecerá (Am. 9:13; Is. 4:2; 32:15,20; 55:13; Sl. 72:16; Is. 32:18). Todas as passagens acima citadas dizem respeito ao Rei messiânico à natureza de seu governo e reino. Adão tinha total “domínio”, sobre o resto das coisas criadas (Gn. 1:28;2:19,20), mas caiu permitindo que Satanás usurpasse o seu “domínio” (Gn. 3:13). Esse “domínio” será restaurado no Messias. Além destes aspectos, lembremos também que Jesus é chamado pelo N.T. como sendo o segundo Adão (I Co 15:45), aquele que tomou para si a tarefa de cumprir cabalmente a Lei de Deus e garantir ao seu povo , a quem representou, todos os dons e graças decorrentes da obediência.
b. Moisés : Na época em que o povo de Israel estava sendo escravizado no Egito. Onde Moisés foi chamado por Deus, para libertar o povo de Israel das mãos de Faraó. Aqui revelação eterna de Deus (Ex. 3:11). Podemos ver como Deus operou por intermédio de Moisés libertando povo da escravidão do Egito. Êxodo é messiânica (Os. 2:14-23; Jr. 31:31-34; Ez. 20:33-44), (Is. 51:9-11); (52:12; Jr. 23:5-8), pois encontramos em sua própria profecia registrada em (Dt. 18:15-19), a “qual diz que o Senhor levantará um profeta ‘semelhante’ a mim”. Moisés foi um originador, os profetas foram propagadores. Com Moisés a religião de Israel entrou numa nova fase, os profetas lutaram pelo estabelecimento e manutenção dessa fase, prepararam o caminho para a próxima fase, para a qual olhavam como sendo coisa futura. Portanto cada profeta devia ser, dentro do máximo de sua capacidade, semelhante ao profeta do passado (Moisés) até a vinda daquele que seria capaz de reformular o tipo mosaico e o ser profeta , legislador e mediador da aliança futura e nova.
c. Josué: Alguns fatos da vida deste servo de Deus devem nos chamar a atenção: primeiramente, ele foi escolhido por Deus para suceder a Moisés na tarefa de conduzir o povo de Israel até a terra prometida; sombra esta da Canaã celestial, o céu, o eterno descanso para o povo de Deus. Este homem era o legítimo representante de Deus que conduziria os israelitas vitoriosos em todas as coisas. Seu nome a princípio não era Josué , mas sim Oseias ; este significando “salvo ” e aquele “YAHWEH É SALVADOR ” (Nm 13:16), nisto entendemos que Deus estava ensinando que Josué era penas um canal pelo qual a salvação de YAHWEH se manifestaria na história do podo. De fato, Deus estava ensinando o povo que não somente o descanso terreno viria por sua intervenção poderosa, mas também, que a vida celestial lhes seria concedida mediante a vinda de um outro Josué,não terreno, mas sim celestial, ou seja, Jesus; este que lhes garantiria a entrada na Canaã celestial. Essa relação entre Josué e Jesus encontra-se claramente exposta em Mt 1:21 quando o anjo diz a José:
kai kale,seij to. o[noma autou Ihsoun autoj gar swsei ton laon autou
e chamarás o nome dele Jesus ele pois salvará o povo dele
Nesta anunciação Deus claramente fala a José que a salvação procedia de seu amor. Que assim como no passado Josué tinha salvado o seu povo de todos os seus inimigos e tinha lhes dado descanso em Canaã, assim também Deus estava enviando, naqueles dias, a realidade daquilo que Josué era apenas uma pálida sombra, o seu filho JESUS, cujo nome possuía exatamente o mesmo sentido de JOSUÉ.
d. Davi : Em Davi está a promessa da restauração do Reino Messiânico. Num sentido inicial e ao mesmo tempo normativo, isso verificou no caso de Davi, de Judá, com quem todos os reis todos os reis de Judá e de Israel, quere pelo bem, quer pelo mal, foram comparados (I Rs. 14:46; 14:8; 15:3, 11-14; II Rs. 18:3; 22:2). A profecia de Natã (2ª Sm. 7:12-16) não requer precisamente um único rei como cumprimento,
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mas antes prediz uma casa, um reino e um trono estáveis para Davi. No Trono de Davi fracasso e glória, ia cristalizando a esperança no “Davi” do Futuro (Ez. 34:23). Esse rei enfrentou oposição por parte do mundo (Sl. 2:1-3; 110:1) mais se saindo vitorioso; (Sl. 45:3-5; 89:22, 23), estabeleceria um governo mundial, (Sl. 2:8-12; 18:43-45; 45:17; 72: 8-11) baseado Sião (Sl. 2:6), seu governo seria eterno (Sl. 21:4; 45:6) seu reino seria pacífico (Sl. 72:7); ele seria o amigo dos pobres e o adversário dos opressores (Sl. 72:2-4 12-14). Debaixo de seu governo os justos florescerão (Sl. 72:7); Ele será lembrado para sempre (Sl. 45:17), Ele é o herdeiro do pacto davídico (Sl. 89:28-37).
2. O Tabernáculo
O tabernáculo, como já vimos anteriormente, foi dado ao povo de Israel como meio didático pelo qual Deus ensinaria o seu método de salvação. Portanto, a cada ministração das coisas sagradas o povo era conclamado a olhar para o futuro com esperança na grande expectativa da chegada do cordeiro que viria para tirar o pecado do mundo.
3. O Templo
A ordem para a construção do templo foi dada a Israel em um período no qual esta nação havia
deixado a vida semi-nômade e havia se fixado na terra de Canaã, tendo em sua estrutura política a estabilidade de um reinado sábio e justo na pessoa do rei Salomão. Esta construção trazendo consigo a mesma estrutura, utensílios e cerimônias do tabernáculo, nos faz concluir que, também, o templo era uma sombra do Messias que viria e que deveria ser aguardado.
4. As Profecias
As profecias bíblicas certamente foram a base central de toda a esperança messiânica do povo de
Israel. A fé dos primórdios de Israel estava enraizada na promessa primeira de Gn 1:15, denominada de proto-evangelho. Promessa esta que foi a base de todas as demais profecias; aliás, sem esta promessa, da semente da mulher que viria para esmagar a cabeça da serpente, não teríamos a própria Bíblia, pois esta é o registro inspirado de como Deus agiu providencialmente na história da humanidade para executar este seu plano de destruir Satanás de salvar o homem.
5. Os Tipos
No V.T. existem várias figuras que são postas diante de nós, dentro dos rituais da Lei, e que nos apresentam de alguma forma aquilo que o Messias seria, o que faria e quais seriam os resultados do penoso trabalho de sua alma, vejamos:
a. O Cordeiro : deveria ser sem defeito (Ex 12:5), seus ossos não poderiam ser quebrados (Ex
12:46 // Jo 19:36). b. O Sumo-Sacerdote : Não poderia ter nenhuma deformidade (Lv 21:17-20 // Hb 7:28),
deveria casar-se somente com uma virgem (Lv 21:13 // Ef 5:25)
c. Os dois bodes: No Dia da Expiação um bode era morto (Lv 16:9 // Jo 19:30) e outro era levado ao deserto (Lv 16:10 // Sl 103:12)
d. Os utensílios do tabernáculo:
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6. A Literatura Apócrifa
Este tipo de literatura apareceu especialmente naquele período compreendido entre Malaquias e
Mateus, espaço de tempo este denominado de Período Intertestamentário, e que teve como característica a completa cessação da palavra profética. E é nesta carência que surgem tais escritos com o fim de motivarem os judeus na caminhada e relembra-los de muitos dos seus valores, dentre estes estava a esperança messiânica que, aliás, era o centro de convergência, o elemento unificador da comunidade judaica espalhada em toda a parte do mundo.
TIPOS SIGNIFICADO
Altar do holocausto
Jesus , aquele que se submete ao juízo de Deus, mas é poderoso para perdoar pecados.
A bacia de bronze
Jesus , aquele que se submete ao juízo de Deus e nos purifica
Os pães da proposição
Jesus , o puro pão do céu, alimento espiritual para o seu povo eleito
O candelabro
Jesus , a perfeita luz do mundo que ilumina o seu povo escolhido
O altar do incenso
Jesus , o poderoso intercessor dos predestinados
A arca da aliança
Jesus , o glorioso, que cobre os pecados dos eleitos
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XIII. AS RELIGIÕES PAGÃS 1. Sistema Religioso
a. Politeísmo As nações no tempo do Velho testamento possuíam as mais variadas formas de religião e
cultos e criam na existências de vários deuses.
2. Rituais a. Adivinhação
A adivinhação é, de modo geral, a tentativa de discernir os acontecimentos distantes no
tempo e no espaço e que, conseqüentemente, não podem ser percebidos pelos meios naturais. A adivinhação é proibida na Palavra de Deus (Lv 19:26; Dt 18:9-14; II Re 17:17, etc).
A palavra usualmente traduzida como “adivinhação” ou adivinho é a raiz qsm. A raíz nhsh é usada em Gn 4:5,15,e outros lugares, e é traduzida por “adivinhação” ou “encantamento” ou “usar de encantamentos”. A raíz ‘nn é algumas vezes aliada às formas anteriores e é traduzida por “augúrio”, “predição”, etc.
As seguintes formas de adivinhação são mencionadas na Bíblia:
1. Radomancia : Pauzinhos ou flexas eram atirados ao ar, e os presságios eram deduzidos da
posição em que caíam (Ez 21:21; Os 4:12).
2. Hepatoscopia : Exame do fígado ou entranhas dos animais, que supostamente forneciam orientação (Ez 21:21).
3. Terafim : São associados com a adivinhação em I Sm 15:23; Ez 21:21;Zc 10:2. Se os terafins
eram imagens de antepassados mortos, essa adivinhação era provavelmente uma forma de espiritismo.
4. Necromancia : A consulta aos mortos. Essa é associada à adivinhação em Dt 18:11; I Sm
28:8; II Re 21:6, é condenada na Lei (Lv 19:31; 20:6), nos profetas (Is 8:19), e nos livros históricos (I Cr 10:13). O médium era referido como alguém que tinha um ’ôbh , palavra esta traduzida como “espírito familiar ”.
5. Astrologia : Que tira conclusões da posição do sol, da lua e dos planetas em relação aop
zodíaco e em relação uns com os outros (Is 47:13; Jr 10:2).
6. Hidromancia : Ou seja, adivinhação por meio da água. Aqui, as formas e figuras aparecem na água colocada num vaso. A única referência a essa prática, na Bíblia, fica em Gn 44:5,15, onde parece que José usou seu cálice de prata para esse propósito.
e. Sacrifícios de crianças: Lv 18:21; Jr 32:35 f. Autoflagelação: Lv 19:28
3. Moralidade: Lv 18, 19, 20
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XIV. A SOCIEDADE 1. Família
a. Determinação de Companheiros
Na seleção de cônjuges, certos parentes chegados, tanto por nascimento como por casamento eram excluídos (Lv 18:6-18; Dt 27:20-23). Fora desses graus de parentesco o casamento dentro do clã era preferido, conforme demonstrado pelos casamentos de Isaque com Rebeca (Gn 24:4), de Jacó com Raquel e Lia (Gn 28:2; Gn 29:19). Por outro lado, casamentos com estrangeiros, como heteus (Gn 26:34), egípcios (Gn41:45), midianitas (Ex 2:21), Moabitas (Rt 1:4) e outros tiveram lugar. Um caso especial em que o cônjuge é determinado com antecedência é o caso da lei do levirato, mediante a qual se um homem casado morresse sem filhos, seu irmão seguinte estava na obrigação de casar-se com a viúva a fim de gerar filhos que perpetuassem o nome do falecido.
b. Métodos de Adquirir Esposa Na maioria dos casos, as escolha do cônjuge eram feitos pelos pais. O método usual de
adquirir esposa era por compra; embora que o pagamento feito pelo novo ao pai da noiva, tinha mais a natureza de compensação dada à família pela perda de um membro valioso, do que um pagamento em dinheiro. Serviço poderia ser prestado em lugar de dinheiro, no caso de jacó que serviu Labão por 14 anos em troca de Lia e Raquel. Meios não ortodoxos incluía a captura durante a guerra (Dt 21:10-14) ou durante assaltos (Jz 21), ou ainda a sedução, no qual caso o sedutor estava obrigado a casar-se com a jovem violada (Ex 22:16; Gn 34:1-4).
c. Residência Os casamentos israelitas eram patrilocais; a mulher deixava a casa de seu pai e ia viver
com seu marido. Nos tempos patriarcais isso envolvia frequentemente a necessidade de viver no mesmo grupo do pai e dos irmãos do marido. Nos tempos da monarquia o filho saía da casa para estabelecer sua própria casa.
d. Número de Cônjuges Apesar de que, por ocasião da criação, a monogamia tenha sido estabelecida, pelo tempo
da época patriarcal a poligamia podia ser encontrada (Gn 16:1,2). A posse de duas pessoas era evidentemente suposta dentro da legislação mosaica (Dt 21:15) e sob os juízes e a monarquia ainda havia menos restrições, e o fator econômico era o único que impunha limitação. Mas, que esse não era o plano de Deus é demonstrado pela apresentação profética de Israel como esposa única de Deus (Is 50:1; Jr 2:2). Em adição às esposas e às criadas, aqueles que podiam possuíam concubinas e aos filhos nascidos dessas ligações podiam receber posição equivalente à dos filhos legítimos, se o pai assim o quisesse.
e. Marido e Mulher
Até o seu casamento, a jovem estava sujeita a seu pai, e depois do casamento ao seu marido. O homem podia divorciar-se de sua mulher, mas provavelmente ela não podia divorciar-se dele; ela não herdava sua propriedade que pertencia aos seus filhos.
Os deveres das esposas incluíam antes de mais nada o cuidado pelos filhos, e aquelas tarefas caseiras como a cozinha, em adição à ajuda ao marido quanto houvesse oportunidade para isso.
A fidelidade era importante e havia provisão escrita na lei, para o castigo contra o adultério. A função mais importante da esposa era dar à luz filhos, e ser estéril era motivo de opróbrio.
f. A concubina
Esposa secundária adquirida por compra ou como cativa de guerra. Quando os casamentos não produziam herdeiro, as esposas apresentavam uma escrava como concubina aos seus esposos a fim de que lhe dessem filhos (Gn 16:2,3). As amas, dadas como presente de casamento às mulheres, frequentemente se tornavam concubinas (exemplo Zilpa [Gn 29:24] e Bila [Gn 29:29]). As concubinas eram protegidas pela lei mosaica (Ex 21:7-11; Dt 21:10-14), embora fossem distinguidas das verdadeiras esposas (Jz 8:31), e estavam sujeitas a um divórcio mais fácil (Gn 21:10-14).
g. Pais e Filhos
O maior desejo de marido e mulher era terem muitos filhos (Sl 127), mas especialmente filhos homens.
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O filho mais velho ocupava posição especial, e, por ocasião do falecimento do pai, herdava dupla porção da herança e se tornava chefe da família. Algumas vezes, contudo, o pai demonstrava favor especial para com o filho mais jovem, como Jacó demonstrou para com José e depois para com Benjamim. A filha nada herdava do pai, a não ser que não houvesse filhos homens.
h. Educação
Quando ainda eram bem pequenas, todas as crianças eram cuidadas pela mãe; porém, conforme os meninos iam crescendo, era-lhes ensinado o ofício de seu pai, de tal maneira que em geral o pai governava a educação dos rapazes, enquanto a mãe dirigia a educação das jovens.
i. Solidariedade Entre os Parentes
Dois fatores explicam a solidariedade nos tempos patriarcais: a descendência comum e a habitação comum. Um dos resultados dessa unidade era o direito que cada membro de um grupo tinha de ser protegido pelo mesmo grupo. De fato, o grupo estava na obrigação de prestar certos serviços a cada um de seus membros. Dentre esses serviços o mais importante era a obrigação de go’el, cujas obrigações podiam estender-se até à necessidade de casar-se com a viúva de um parente chegado (Rt 2:20; Rt 3:12), de redimir um parente da escravidão que , por motivo de dívida insolúvel seria obrigado a ser reduzido.
j. O Levirato
Quando um homem casado morria sem filhos, esperava-se que seu irmão solteiro se casasse com a cunhada viúva. Os filhos desse segundo casamento eram reputados como filhos do primeiro marido. Dt 25:5-10 assevera que essa lei se aplicava a irmãos que moravam juntos, mas permite ao irmão vivo a opção de recusar-se.
k. A Adoção Na antiga Mesopotâmia a prática da adoção da parte de casais sem filhos é bem atestada. E
foi de conformidade com essa prática que Abraão considerou em tornar seu herdeiro a um dos seus servos (Gn 15:3). Entretanto, não existe legislação bíblica específica a respeito da adoção. Mas encontramos o caso em que Jacó adota os filho de José (Gn 48:5,12) e de Noemi e do filho de Rute (Rt 4:16,17). O livro de Rute demonstra que tal costume se estendia além do irmão do marido. Aqui um parente cujo nome não é dado, tinha o dever primário e foi somente quando ele se recusou que Boaz pode casar-se com Rute.
2. Escravos
a. Fonte de escravos a.1 Por captura: Os cativos, especialmente prisioneiros de guerra, eram comumente reduzidos à
escravidão (Gn 14:21; Nm 31:9; Dt 20:14; Jz 5:30; I Sm 4:9). a.2 Por Compra: Os escravos podiam ser prontamente adquiridos de outros proprietários ou dos
comerciante em geral (Gn17:12,13,27; Ec 2:7). A lei permitia que os judeus comprassem escravos estrangeiros em sua própria terra ou no exterior (Gn 37:36; Gn 39:1; Lv 25:44).
a.3 Por nascimento: Os filhos “nascidos na casa” de pais escravos tornavam-se “escravos nascidos em casa” (Gn15:3; Gn 17:12,13,27; Ec 2:7; Jr 2:14).
a.4 Como restituição: Se um ladrão comprovado não pudesse fazer restituição e pagar os danos de multas, os fundos necessários para tanto podiam ser levantados vendendo-o como um escravo (Ex 22:3).
a.5 Por falta de fundo para pagar dívidas: Os devedores que caíssem em bancarrota eram frequentemente forçados a vender os seus filhos como escravos, ou seus filhos seriam confiscados como escravos pelo credor (II Re 4:1; Ne 5:5-8). O próprio devedor falido, bem como a sua esposa e família comumente se tornavam escravos do credor e lhe prestavam trabalho por seis anos em pagamento da dívida e então seguiam livres (Dt 15:18), e ao ser-lhe dada liberdade, era-lhe concedido algum estoque para dar início novamente à vida por seus próprios meios.
a.6 Auto-venda: Vender-se voluntariamente à escravidão a fim de escapar da pobreza era algo largamente conhecido. Lv 25:39-43 é passagem que reconhece isso, ainda que apresenta meios do indivíduo redimir-se por ocasião do ano do jubileu ou até mesmo antes.
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a.7 Rapto: raptar uma pessoa e reduzir à escravidão era ofensa punida com a morte, tanto na lei de Hamurabi como na lei de Moisés (Ex 21:16; Dt 24:7). Os irmãos de José se tornaram culpados essencialmente desse crime (Gn 37:27-28; 45:4), e bem podiam ficar atemorizados, precisando de palavras para que não ficassem entristecidos (Gn 45:3-5; Gn 50:15).
b. Escravos possuídos por particulares em Israel
b.1 Escravos hebreus A lei procurava evitar o risco de populações inteiras caírem na escravidão e na servidão sob
a pressão econômica exercida sobre os pequenos proprietários de terras mediante a limitação da duração do serviço que os devedores falidos tinham que dar até no máximo seis anos, ao mesmo tempo que sua libertação deveria ser acompanhada pela provisão de riquezas suficientes que pudessem ter um novo começo (Ex 21:2-6; Dt 15:12-18). O homem que já fosse casado, quando assim escravizado levava sua esposa consigo quando libertado; porém, se antes de ser escravo fora solteiro e seu senhor lhe dera esposa, tal esposa e quais quer filhos ficavam pertencentes ao senhor. Por conseguinte, aqueles que desejassem permanecer no serviço do proprietário e ficar com a própria família, podiam faze-lo permanentemente (Ex 21:6; Dt 15:16); no ano do jubileu seria solto de qualquer modo (Lv 25:40) em conexão com a restauração da herança (Lv 25:28), ainda que preferisse permanecer definitivamente com seu senhor. Os devedores insolventes, em escravidão temporária semelhante à que se encontra em Ex 21:2ss, são provavelmente o sujeito de Ez 21:26,27, quando a perda permanente de um membro cancelava a dívida e tornava obrigatória a liberdade do escravo.
As criadas-escravas da principal esposa de um homem podiam dar filhos ao seu senhor em lugar de sua esposa estéril (Gn 16). Se uma jovem hebréia fosse vendida como escrava (Ex 21:7-11) a sua condição marital era cuidadosamente salvaguardada:
* Podia casar-se com o seu senhor (e redimida se depois disso viesse a se
rejeitada) * Podia ser dada em casamento ao filho de seu senhor. * Podia tornar-se uma concubina apropriadamente sustentada, mas em todos os
casos seria libertada se o seu senhor não cumprisse qualquer das três possibilidades concordadas.
Na Mesopotâmia tais contratos eram usualmente mais cruéis, pois frequentemente a jovem
não tinha garantia alguma.
b.2 Escravos estrangeiros Diferentemente dos escravos hebreus, esses podiam ser escravizados permanentemente e
podiam ser transmitidos em herança como as demais propriedades da família (Lv 25:44-46). Não obstante, estavam incluídos na comunidade de Israel à base do precedente patriarcal (Circuncisão, Gn 17:10-14,27), e, participavam da festividades anuais (Ex 12:44, a páscoa; Dt 16:11,14), além de descansarem no sábado (Ex 20:10; Ex 23:12).
Uma mulher capturada na guerra podia ser tomada como legítima esposa por um hebreu, e então deixaria de ser escrava; assim sendo, se seu marido subsequentemente de divorciasse dela, recebia a liberdade e não se tornava mais escrava (Dt 21:10-14).
c. Condições gerais
O tratamento dispensado aos escravos dependia diretamente da personalidade dos senhores. Podia ser uma relação de confiança (Gn 24:; Gn 39:1-6) e de afeição (Dt 15:16), ainda que a disciplina pudesse ser violenta e até mesmo fatal (Ex 21:21), ainda que assassinar voluntariamente um escravo estava sujeito a certa penalidade (Lv 24:17,22).
Nos tempos patriarcais um senhor sem filhos podia adotar um escravo da casa e torná-lo seu herdeiro, conforme é registrado sobre Abraão e Eliezer, antes do nascimento de Ismael e Isaque (Gn 15:3).
d. Alforria
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Nas leis hebraicas um devedor escravizado tinha de ser libertado depois de seis anos de servidão (Ex 21:2; Dt 15:12,18).
Ou então como compensação por injúrias físicas recebidas (Ex 21:26,27). Uma jovem escrava podia ser redimida ou libertada se viesse a ser repudiada, ou então se
as condições estipuladas de serviço não fossem cumpridas pelo senhor (Ex 21:8,11). Um hebreu que se vendesse à escravidão tinha de ser libertado ao chegar o ano do jubileu. Ou, então podia ser redimido mediante resgate em qualquer tempo, caso seu senhor fosse
estrangeiro (Lv 25:39-43, 47-55). A mulher cativa podia tornar-se liberta por meio de casamento (Dt 21:10-14).
e. Escravidão ao estado e ao templo
e.1 Escravidão ao estado: Era praticada em pequena escala. Davi fez com que os amonitas conquistados se tornassem trabalhadores forçados (II Sm 21:31).
e.2 Escravidão ao templo: Depois da guerra contra Mídia, Moisés assinalou dentre os guerreiros e de Israel em geral, uma pessoa em cada quinhentas, e um em cada cinqüenta, respectivamente de seus despojos em pessoas e bens, para que servissem ao sumo-sacerdote e aos levitas no tabernáculo, obviamente como trabalhadores braçais (Nm 31:28,30,47). Então foram adicionados a estes os gibeonitas, poupados por Josué, os quais se tornaram “rachadores de lenha e tiradores de água para a congregação e para o altar do senhor” (Js 9:3-27). Semelhantemente, Davi e seus oficiais contavam com estrangeiros dedicados para serviço semelhante aos levitas que serviam no templo; alguns de seus descendente retornaram do cativeiro em companhia de Esdras (Ed 8:20). Sob Neemias (Ne 3:26,31) alguns desses viviam em Jerusalém e ajudaram a reparar os seus muros.
3. Duas Gentes
a. Os circuncidados Os circuncidados eram aqueles que tinham sobre si o sinal da aliança feita com Abraão (Gn
17:9-14). Eram considerados do povo de Deus, e quem não possuísse tal sinal deveria ser retirado do arraial israelita por ter quebrado a aliança de YAHWEH (Gn 17:14).
b. Os não circuncidados
Para o VT, não por os filhos do sexo masculino sob o sinal da aliança era algo terrível, passível até de morte, como foi o caso de Moisés, aquém o Senhor quase matou por não ter circuncidado seus filhos (Ex 4:24-26).
Os não circuncidados não eram considerados parte do povo de Israel e deveriam ser expulsos do arraial, pois eram considerados impuros e alheios à aliança de YAHWEH (Gn 17:14).
4. Os judeus e Samaria
Samaria é uma cidade que durante o reino dividido de Israel foi a capital do reino do norte. Foi tomada pelos Assírios em aproximadamente 722 a.C. Samaria segundo a Bíblia (Fonte: Bíblia Online): A província da Samaria compreendia primeiramente todo o território ocupado pelas dez tribos revoltadas, as quais se reuniram sob o governo de Jeroboão. Estendia-se desde Betel até Dã, e desde o mar Mediterrâneo até à Síria e Amom.
Este território foi diminuído pela inclusão das tribos de Simeão e Dã no reino de Judá - pelas conquistas de Hazael (2 Rs 10.32), de Pul e Tiglate-Pileser (2 Rs 15.29 - 1 Cr 5.26), e finalmente pelas vitórias de Salmaneser (2 Rs 17.5,6). Depois deste último foi Samaria terra de completa desolação (2 Rs 17.23 - 21.13), sendo depois repovoada por estrangeiros durante os anos do cativeiro (2 Rs 17.24 - Ed 4.10).
A cidade de Samaria, capital das dez tribos, era uma cidade forte, semelhante à de Jerusalém. Estava situada a meio caminho do Jordão ao Mediterrâneo, ao oriente da planície de Sarom, no alto de um alto monte, acessível de uma parte, e bem protegido pela outra. Foi edificada por Omri, rei de Israel, que comprou o monte de Samaria a Semer por dois talentos de prata (1 Rs 16.24). Os reis empreenderam muitas obras na cidade de Samaria para a tornarem forte, bela, e rica. Acabe construiu uma
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casa de marfim (1 Rs 22.39) - e o profeta Amós descreve a cidade como sendo a sede do luxo e efeminação (Am 3.15 - 4.1,2). A vida de Acabe e a sua morte, e também o culto a Baal, acham-se relacionados com a cidade de Samaria (1 Rs 16.32 - 22.38 - 2 Rs 10.1 a 28 - 2 Cr 18).
Foi ali que, o profeta Eliseu exerceu o seu ministério (2 Rs 5 - 6.1 a 20 - 7). Por duas vezes foi cercada a cidade de Samaria, mas sem resultado, pelos sírios (1 Rs 20.1 a 34 - 2 Rs 6.24 - 7.20), sendo tomada mais tarde, depois de um cerco de três anos. o assédio, principiado por Salmaneser IV, foi concluído por Sargom no ano 722 a.C. (2 Rs 17.5,6). os habitantes sofreram horrivelmente durante esse tempo, e esses sofrimentos acham-se descritos por Oséias (10.4,8,9) Em Miquéias (1.6) diz que a cidade foi reduzida a um montão de pedras. Subjugada a cidade, mandou Sargom os seus habitantes para longe, estabelecendo-os em sítios que ficavam muito longe do país de Israel. Em conformidade com a política dos conquistadores da antigüidade, Sargom e, mais tarde, Esar-Hadom, repovoaram Samaria com gente da Babilônia, de Cuta, e de outras províncias longínquas, sendo o seu fim certamente destruir os sentimentos nacionais entre os povos conquistados (2 Rs 17.24 - Rd 4.2).
Os cutitas reedificaram até certo ponto a destruída cidade, e, quando os judeus voltaram do seu cativeiro, foi residiram alí um certo número deles que casaram com suas mulheres estrangeiras (Ed 4.17 - Ne 4.2). A Samaria continuou, sem grandes mudanças, até que Aulo Gabínio, enviado de Pompeu, a reedificou no ano 60, mais ou menos. Permaneceu ainda como lugar insignificante até que Herodes a mandou novamente edificar, adquirindo essa cidade um esplendor ainda maior do que o de outros tempos, recebendo, então, o nome de Sebastia, que quer dizer Augusta, segundo o nome do imperador romano. Por vontade de Herodes foi aquela antiga povoação convertida em cidadela, maior do que tinha sido em qualquer tempo, e para mais a embelezar mandou construir um magnífico templo, do qual apenas se podem-se ver hoje algumas colunas. Estas ruínas acham-se na parte exterior da atual pequena vila de Sebastia, que representa hoje a antiga capital dos reis de Israel. Depende da presença ou da ausência do artigo grego, em At 8.5, o ser ou não ser a cidade de Samaria mencionada no N.T. Herodes morreu no ano 4 (a.C.), quando a Samaria fazia parte dos domínios de seu filho Arquelau.
Segundo a tradição, foi João Batista sepultado em Sebastia, e como prova desse fato se mostram as ruínas de uma igreja com o nome do pregador do deserto. A província de Samaria, nos tempos do N.T., estava situada entre a Judéia e a Galiléia (Lc 17.11) - era limitada ao norte pela série de montes que formam o limite meridional da planície de Esdrelom e ao sul pela fronteira setentrional de Benjamim. Foi atravessada por Jesus Cristo (Jo 4.4 a 43), e em parte muito cedo recebeu a luz do Evangelho (At 8.5 a 25).
A questão entre samaritanos e judeus na época de Cristo remonta aos tempos do velho Testamento. Com a divisão da nação judaica entre o reino do norte (Israel), tendo como capital Samaria, e reino do Sul (Judá), tendo como capital Jerusalém, temos um dos fatos históricos que nos apresenta o início das grandes dificuldades que encontramos entre os judeus e os samaritanos no NT, uma vez que Jerusalém era tida como a Cidade de Deus (Sl 87:3) o centro do culto israelita.
Além desta questão temos o fato de que os reis do reino do norte (Israel) foram muito mais incrédulos, desobedientes a lei de Deus e cometeram as mais terríveis idolatria (I Re 16:29-33) ao ponto deste reino ser o primeiro a ir para o cativeiro (cativeiro assírio), ao passo que no reino do Sul (Judá), alguns reis piedosos apareceram e até fizeram reformas religiosas (II Cr 34:33).
Com o cativeiro assírio, aqueles judeus do reino do norte que ficaram na terra se casaram com pessoas de outros povos e seus filhos, portanto, não eram judeus racialmente puros.
Quando os judeus voltam para a Palestina com o fim de reconstruir Jerusalém, os samaritanos, não poucas vezes se opuseram a tal obra (Ne 4:2; Ne 6).
Então, é dentro deste contexto histórico que percebemos que já no VT
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XV. DÍZIMO
O costume de dar o dízimo não se originou com a lei mosaica (Gn 14:17-20), nem era peculiar aos hebreus. Era praticada entre outros povos antigos. E quanto a esta prática há três questões principais a considerar:
1. Sobre o que os judeus deveriam dizimar
A Torah legislava que a semente da terra, o fruto da árvore, e a erva ou rebanho (Lv 27:30-32) deveriam render dízimos.
A maneira de pagar o dízimo do gago era como segue: o proprietário contava os animais conforme iam passando para o pasto,e cada décimo animal era dado a Deus. Dessa maneira não havia a possibilidade de selecionar os animais inferiores (Lv 27:32).
Se um hebreu preferisse dedicar a décima parte da produção de seus cereais e frutas, na forma de seu valor monetário, tinha a liberdade de fazê-lo mas um quinto dessa somas tinha de ser adicionado. Não lhes era permitido redimir a décima parte de seus rebanhos de gado vacum e de gado miúdo dessa maneira (Lv 27:31,33).
2. Para quem eram pagos os dízimos Deviam ser entregues aos levitas (Nm 18:21). Por causa da natureza de sua posição e de suas
funções na comunidade os levitas não tinham meios de renda, nem gado, nem herança que lhes assegurasse o sustento; por conseguinte, em recompensa “pelo serviço que prestavam, serviço da tenda da congregação”, recebiam “os dízimos dos filhos de Israel” (Nm 18:21,24).
Os levitas, entretanto, não tinham a permissão de conservar para si a totalidade dos dízimos recebidos. Mas receberam ordens para apresentar “uma oferta ao Senhor” que representava o dízimos dos dízimos (Nm 18:26) que eram dados aos sacerdotes (Lv 18:28; Ne 10:39).
3. Onde é que os hebreus deveriam oferecer os seus dízimos Competia-lhes trazê-los ao lugar que o Senhor escolhesse (Dt 12:5,17), isto é Jerusalém. Se
Jerusalém ficasse por demais distante o adorador poderia levar o seu dízimo em forma de dinheiro (Dt 14:22-27). Em cada terceiro ano, os dízimos deveriam ser oferecidos na própria localidade em que habitava o dizimista (Dt 14:28), embora nessa ocasiões apesar disso estava ainda na obrigação de subir a Jerusalém a fim de adorar, após ter oferecido os seus dízimos em sua própria comunidade (Dt 26:12).
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XV. TABELAS: PESOS, DINHEIRO, CAPACIDADE, COMPRIMENTO E DISTÂNCIA
PESOS
DINHEIRO
CAPACIDADE
COMPRIMENTO
DISTÂNCIA
Siclo (Unidade básica ) Gn 24:22 Equivale atual 11,424 g Gera (1/20 de um siclo) Êx. 30:13 Equivale atual 571 g Beca (meio siclo) Êx. 38:26 Equivale atual 5,712 g Mina (50 siclos) Ed. 2:69 Equivale atual 571,2 g Talento (3000 siclos) Ed. 2:69 Equivale atual 34,272 Kg Talento Ap 15:21 equivale a 40 Kg
Lepto (1/128 de um denário) Moeda de cobre ou de bronze Mt.12:42 Quadrante (1/64 de um denário) Moeda romana de cobre Mc. 12.42 Asse (1/16 de um denário) Moeda romana de cobre Mt 10:29 – Centil Drácma (Unidade básica) Moeda grega de prata Equivale a um denário Lc. 15:8 Denário (Unidade Básica) Moéda romana de prata Equivale a um Drácma Mt. 20:2 Didrácma Moeda grega de prata Equivale a 2 drácmas Mt. 17:24 Tetradrácma Moeda grega de prata Equivale a 4 drácmas Mt. 26:15 Estáter Moeda grega de prata Equivale a 4 drácmas Mt. 17:27 Mina Moeda grega de ouro Equivale a 100 denários Lc. 9:13 Talento Moeda de prata ou ouro Equivale a 6.000 denários Mt. 15:25
Cabo (1/18 do Efa) Equivalente atual 1 litro II Rs. 6:25 Gômer (1/10 do efa) Equivalente atual 1,76 litros Êx. 16:16 Alqueire (1/3 do efa) Equivalente atual 5,87 litros II Rs. 7:1 Efa (Unidade básica) Equivalente atual 17,62 litros Lv. 19:36 Leteque (5 efas) Equivalente atual 88,1 litros Os. 3:2 Coro (10 efas) Equivalente atual 176,2 litros Ed. 7:22 ou ômer Ez. 45.11 Almude (Metreta) Equivalente atual 40 litros João 2:6
Dedo Equivalente atual 1,8 cm Jr. 22:21 Quatro Dedos Equivalente atual 7,4 cm Êx. 37:12 Palmo Equivalente atual 22,2 cm Êx. 28:16 Côvado (Quatro palmos) Equivalente atual 44,4 cm Gn. 6:15 Braça (Quatro côvados) Equivalente atual 1,8 cm At. 27:28
Jornada de um sábado At 1:12 888m Jornada de um dia Gn 31:23 30 a 40 Km
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BIBLIOGRAFIA PARA CONSULTA E PESQUISA BRIGTH, John. História de Israel. T ed. São Paulo: Paulos, 2003 CERESKO, Anthony R. Introdução ao antigo testamento numa perspectiva, libertadora. São Paulo: Paulos, 1996. FARIA, Jacir de Freitas, (org). História de Israel e as pesquisas mais recentes. Petrópolis: Editora Vozes, 2003 GOTTWALD, N. K. As tribos de de lahweh: uma sociologia da religião de Israel liberto 1250-1050 a. C . São Paulo: Paulos, 1986 Bibliografia Complementar
KEEL, Othmar. Do meio das nações. A Bíblia como porta de entrada de cultura antigas do Oriente Próximo. Conciliam, Petrópolis, n. 257, p. 10-21, 1995. SCMEINDEIN, Raymond P. História ilustrada do povo judeu. São Paulo: Ediouro, 2002. KONINGS, Johan. A Bíblia, sua história e leitura: uma introdução. Petrópolis: Vozes, 1992. TREBOLLE-BARRERA, J. A Bíblia judaica e a Bíblia cristã. Petrópolis: Vozes, 1993. Tarefa para todos/as: Resenha do texto-base