Hipertensão Arterial Sistêmica
Universidade PositivoCurso: MedicinaDisciplína: Internato de Saúde Coletiva IProfessora: Dra. Ieda LeonelDoutorandos: João Henrique Pereira
Pedro Annovazzi Paulo Pereira
Curitiba - 2012
Introdução
É a mais frequente doença cardiovascular.
Principal fator de risco para: IAM, AVC, IRC.
Muitas vezes assintomática. Diagnóstico negligenciado Baixa adesão ao tratamento
Comumente associada a DM, dilslipidemia, Obesidade.
Epidemiologia
No Brasil cerca de 17 milhões de portadores.
40% mortes por AVC.
50% mortes por DAC.
50% morte por IR, quando associada a DM.
Aferição da PA
Deve ser realizado por um profissional treinado.
Técnica adequada. Sentada Ambiente tranquilo
Material. Manguito adequado Equipamento calibrado
Aferição da PA
Aparelhos automatizados não são recomendados em pacientes com pulso irregular.
Pacientes com sinais de hipotensão postural, deve-se realizar uma medida após 1 min com a pessoa de pé.
Diagnóstico
PA ≥ 140/90 durante a consulta. Repetir a medida durante a consulta Se apresentar ≠ significativa realizar 3ª aferição,
considerando os 2 menores valores
≥140/90 monitorar a PA ambulatoriamente, ou em casa, para confirmar diagnostico.
Hipertensão severa, considerar inicio da medicação sem monitoramento.
Definições
Hipertensão estágio 1: PA ≥ 140/90 Média diária ≥ 135/35, medida em casa ou
ambulatorialmente.
Hipertensão estagio 2: PA ≥160/100 Média diária ≥150/95
Hipertensão severa: PS ≥ 180 PD ≥ 110
Investigação clínico- laboratorial
Objetivos:
Avaliar a presença de lesões em orgãos-alvo
Identificar fatores de risco para doenças cardiovasculares e risco cardiovascular global
Diagnosticar doenças associadas à hipertensão
Diagnosticar, quando houver, a causa da hipertensão arterial
Investigação clínica
Sintomas de DAC, insuficiência Cardíaca, DM, IR.
HMP: Dislipidemia, obesidade, DPOC.
HMF: AVC, DAC precoces(♂ <55 a,♀< 60 a )
CHV: tabagismo, sedentarismo, alimentação.
Investigação laboratorial
Investigação inicial:
Urina tipo 1. Creatinina- taxa de filtração glomerular. Glicemia de jejum. Hematócrito. CT, HDL, LDL, triglicerídeos. Eletrocardiograma Fundo de olho- retinopatia hipertensiva(NICE)
Investigação laboratorial
Pacientes com alto risco de desenvolvimento de IRC:
*Caderno de Atenção Básica – n. 15. Hipertensão Arterial Sistêmica
Investigação clínico-laboratorial
Fatores de risco para ECV- Escore de Framingham
Tratamento não-farmacológico
Controle de peso.IMC < 25kg/m2 – CA: < 102cm e < 88cm M
Adoção de hábitos alimentares saudáveis.Teor de sódio: <2,4g/dia – 6g de cloreto de sódio por dia
Redução do consumo de bebidas alcoólicas.30ml/dia de etanol para homens e metade para mulheres
Tratamento não-farmacológico
Abandono do tabagismo.Aconselhamento e medidas terapêuticas
Prática de atividade física regular.Moderada 30 minutos 5 vezes por semana
contínua/acumulada
Tratamento não-farmacológico
*Caderno de Atenção Básica – n. 15. Hipertensão Arterial Sistêmica
Tratamento farmacológico
Redução da morbidade e da mortalidade.
< 80 anos em estágio I:- Lesão de orgão alvo- Doença cardiovascular estabelecida- Doença renal- Diabetes- * Risco cardiovascular superior ou equivalente a 20%
em 10 anos
Estágio II
Tratamento farmacológico
Monitoramento e metas da pressão arterial:
- Monitoramento clínico
- < 80 anos: PA < 140/90 mmHg em tratamento
- 80 ou mais: PA < 150/90 mmHG em tratamento
- Avental branco: considerar associação com MAPA ou MRPA
- MAPA ou MRPA, alvo: < 135/85 mmHg < 80 anos e < 145/85 mmHg com 80 anos ou mais
Tratamento farmacológico
Como escolher o fármaco?
- Dose única sempre que possível
- Menor custo
- Usar o mesmo tratamento para hipertensão sistólica isolada (PAS > ou igual a 160 mmHg)
- Levar em conta as comorbidades
- Seguir recomendações em mulheres em idade fértil, gestantes e em aleitamento materno
Tratamento farmacológico
Esquema terapêutico (Passo 1):
- < 55 anos: - IECA ou BRA de baixo custo (intolerância-tosse)- Não combinar BRA com IECA
- > 55 anos ou negros de qualquer idade:- Bloqueador do canal de cálcio- Diurético tiazídico – (intolerância – edema ou risco para
IC)
Tratamento farmacológico
Esquema terapêutico (Passo 1):
- Preferir diuréticos tiazídicos como clortalidona e indapamina em vez dos convencionais como bendroflumetiazida ou hidroclorotiazida.
- Beta-Bloqueadores: não são primeira escolha, a não ser em jovens com intolerância a IECA ou BRA, mulheres em idade fértil e evidência de aumento do sistêma simpático
- Adicionar um BCC ao invés de diurético tiazídico na terapia com beta-bloqueador com necessidade de associação de um novo fármaco – reduzir o risco de desenvolver diabetes
Tratamento farmacológico
Esquema terapêutico (Passo 2):
Pressão arterial não controlada com o passo 1:
- Adicionar um BCC nos tratamento com IECA ou BRA- Intolerância a BCC – oferecer diurético tiazídico- Pacientes negros – adicionar um BRA em preferência a
um IECA
Tratamento farmacológico
Esquema terapêutico (Passo 3):
- Considerar uma revisão dos medicamentos – doses ideias ou melhor toleradas.
- Caso seja necessário uma terceira droga – associar IECA ou BRA com BCC e diurético tiazídico
Tratamento farmacológico
Esquema terapêutico (Passo 4):
- PA > 140/90 mmHg mesmo após o passo 3
- Aumentar as doses (ideais ou melhor toleradas)
- Considerar a adição de um novo farmaco e/ou procurar aconselhamento especializado
Tratamento farmacológico
Esquema terapêutico (Passo 4):
- Usar espironolactona em baixa dose (25 mg 1x ao dia) se potássio sérico igual ou inferior a 4,5 mmol/L – risco de hipercalemia em pessoas com taxa de filtração glomerular reduzida
- Aumentar a dose do diurético tiazídico se potássico sérico maior que 4,5 mmol
Tratamento farmacológico
Esquema terapêutico (Passo 4):
- Na utilização de um dirético adicional deve ser dosado o sódio e potássio e feito monitorização da função renal dentro de 1 mês e repetido os exames quando necessário
- Adicionar um alfa ou beta-bloqueador se o diurético adicional não é tolerado, contra-indicado ou ineficaz
- Pressão arterial persistente mesmo nas doses máximas ou ideias dos quatro fármacos – indicar especialista
Hipertensão em populações especiais
Negros e miscinegenadosIdososCrianças e adolescentesObesidadeDiabetes mellitusDislipidemiaAcidente vascular cerebralDoença arterial coronarianaInsuficiência cardíacaDoença renal crônica
Critérios de encaminhamentos
ICCIRCAngina do peitoSuspeita de HAS e diabete secundáriosHAS resiste ou graveHAS e DM em gestantes, crianças e adolescentesEAP prévioComplicações ocularesLesões vasculares de extremidadesAVE prévio com déficit sentivo e/ou motorIAM prévioDoença aneurismática de aorta
Emergência e urgência hipertensiva
*Caderno de Atenção Básica – n. 15. Hipertensão Arterial Sistêmica
Emergência e urgência hipertensiva
Manifestações clínicas!
PAD > ou igual a 130 mmHg
PA elevada com manifestações clínicas – avaliação clínica com exame físico e fundoscopia
Emergência e urgência hipertensiva
Emergência – controle rápido (UTI – monitorização da PA e ECG)
Urgência – até 24 horas – tratamento convencional
Farmácos orais: captopril, propranolo ou clonidina
Furosemida - EAP
Atribuições e competências da Equipe de Saúde
Agente comunitário de saúdeo Esclarecer / Rastrear / Encaminhar p/ enfermagemAuxiliar de enfermagemo Verificar a PA / Orientar / Encaminhar p / consulta
médica Enfermeiroo Capacitar / Orientar / Atividades educativas /
EncaminharMédicoo Confirmar dx / Exames / Tratamento / EncaminharEquipe multiprofissionalo Ação interdisciplinar para prevenção e controle do DM e
da HAS com nutricionistas, assistentes sociais, psicólogos, odontólogicos, educação física
Bibliografia
NICE clinical guidelines – Issued: August 2011. CG127 Hypertension: Clinical management of primary hypertension in adults.
Caderno de Atenção Básica – N. 15. Hipertensão Arterial Sistêmica