Ano II- Nº 22 NOVEMBRO de 2020 - Rua Pangauá, 669 - E-mail: [email protected] - CONTATOS: 981.453.242 Alair; /959.587.742 Rocky; 968.352.792 Felix; 959.301.176 Didi
Editorial: VOCÊ DEC IDE !
Morei durante quatro anos em um sobrado da Itinguçú, em frente ao prédio aonde hoje
funciona uma famosa loja de uma rede de móveis e eletrônicos.
Era um imóvel antigo, que por fora lembrava aqueles casebres de filme de terror, aces-
sado por uma escada antiga de madeira, e que era formado por dois cômodos e um ba-
nheiro.
A vista do fundo era para uma área de lavanderia coletiva, e para o telhado de algumas
casas, tão velhas quanto a nossa. Dava pra ver ainda um pedaço do Masiero, escola na
qual concluí meu ensino médio.
Já a vista da frente cobria toda a avenida. Carros, ônibus, caminhões, barulho, gente, o
tempo todo. O ruído nunca zerava, mesmo nas madrugadas frias e nos finais de sema-
na.
Dali daquela janela principal eu vi muita coisa.
Vi o atropelamento de um senhor, e ouvi o grito lancinante da filha tentando ajudá-lo.
Vi a festa da torcida corinthiana na manhã da conquista do Mundial de 2012.
Vi a derrota do Brasil por 7x 1, seguida por um silêncio.
Ouvi ladrões batendo o carro de propósito na porta de um comércio (gangue da marcha
ré na Vila Ré?).
Vi o assalto, na grande loja que citei acima, que teve reféns, imprensa, helicóptero, as-
sim como vi um dos bandidos sair fingindo ser funcionário, na frente de uns 50 polici-
ais.....
Ouvi fogos no Ano Novo, granizo no verão, som alto no carnaval.
Vi jovens namorando e adultos discutindo e brigando.
Foi a primeira casa do meu filho, e nosso primeiro lar, como casal.
Quando passo lá em frente, esse bólido de lembranças boas e ruins me toma.
A gente continua morando nos lugares, mesmo depois de sair deles.
HABITA Prof. Raimundo Justino
De dois em dois anos os brasileiros são chamados a
participar de um processo de decisão. Anos pares, to-
dos e todas devem participar da decisão sobre os des-
tinos de sua cidade. Anos ímpares, a decisão é mais
ampla, pois serão escolhidos os Governadores, Deputa-
dos Estaduais e, principalmente, os mandatários de car-
gos federais, Deputados Federais, Senadores e Presi-
dente da República.
2020, ano par, devemos decidir sobre os projetos políti-
cos para a cidade, para aquilo que está mais próximo.
Muita gente, entretanto, acredita que esse seja o mo-
mento de cuidar apenas do buraco que está na frente
de sua casa. É uma forma egoísta de se importar com o
próprio umbigo e não, com a cidade. A vila, o bairro, a
cidade são espaços de sociabilidade, onde os morado-
res trocam suas experiências, dividem suas angústias e
devem lutar para melhorar as condições de vida dos
cidadãos e das cidadãs.
Muito mais do que isso, as eleições municipais se
constituem num momento decisório sobre o futuro da
cidade. Quem será priorizado? O carro ou o transporte
coletivo? O asfalto ou a arborização de ruas, parques e
praças? Torrar o dinheiro dos impostos em obras des-
necessárias ou priorizar saúde, educação, cultura, la-
zer, etc.? Os recursos públicos devem ser destinados
para contribuir na redução de tanta desigualdade ou
continuarão sendo direcionados para os bairros ricos e
urbanizados, onde vive a população mais abastada?
Infelizmente, há muita distorção nesse processo de
decisão dos eleitores e eleitoras. Muitos se deixam ilu-
dir com as migalhas que lhes são oferecidas ou com o
atendimento de interesses muito localizados e até mes-
mo de interesse pessoal.
É com essa mania de oferecer migalhas que muitos po-
líticos se perpetuam fazendo carreira; seja como herdei-
ro de um nome, seja de temas midiáticos e televisivos,
encastelando-se no poder.
A Igreja Católica, durante um tempo, explicitou um pro-
pósito, hoje retomado pelo Papa Francisco, de “Ação
preferencial pelos pobres”. Dessa mesma maneira, a
cidade exige que os recursos públicos sejam destina-
dos prioritariamente para reduzir as desigualdades.
Por isso, as propostas dos candidatos devem estar dire-
cionadas para a realização do que está inscrito na
Constituição de 1988, no seu artigo 6º:
“são direitos sociais a educação, a saúde, o traba-
lho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência
social, a proteção à maternidade e à infância, a as-
sistência aos desamparados“ . Essas são diretrizes
que deveriam constar como dogmas nos programas de
governo de qualquer candidato.
Na eleição municipal ocorre um outro tipo de embuste.
É comum, mas inaceitável, que candidatos a vereador
façam promessas que não são de sua competência.
Candidato a vereador que diz que irá pavimentar, cons-
truir, implantar programas que exigem recursos orça-
mentários, não passa de um charlatão.
Portanto, cuidado! Sua escolha em novembro será res-
ponsável pelo destino da cidade nos próximos quatro
anos.
EM DEFESA DO SUS Páginas 4 e 5
c o mb ate n d o a o b e s i da d e ! Página 6
CONVERSANDO 1 : Ditão, o gigante negro Página 7
CONVERSANDO 2: Na rede Social Página 5
CANTINHO PRÓ SAÚDE Página 8
AS RUAS DA VILA RÉ Página 8
NATUREZA VIVA EM VILA RÉ
Página 9
DEU EM OUTRAS MÍDIAS: Laço da Verdade
(facebook de Antonio Veronese)
Página 9
Violência Doméstica e Familiar Página 10
ELEIÇÕES, INDECISÃO, REPRESENTAÇÃO Página 2
Você é um Eleitor Indeciso?
Veja se você se reconhece.
São Paulo, doze milhões e duzentos mil habi-
tantes. Maior cidade da América Latina, quin-
ta maior cidade do planeta, segundo a BBC.
Uma mistura de gente de toda parte. Cidade
imensa, pungente, de cultura e trabalho. Ci-
dade que até amamos, mas uma cidade bru-
ta, difícil de domar, difícil para trabalhar, estu-
dar, ir e vir. Transborda de gente e de água
quando chove. Testa a nossa paciência. Que
cidade queremos? Ela pode ser melhor? To-
dos achamos que sim. Mas qual a mágica
para isso? Não existe mágica. O que existe é
a participação e a maior delas no momento
do voto, de escolher quem vai definir as prio-
ridades para seus habitantes.
Há que se pensar que ela também pode ser
pior quando as prioridades para a maioria
não são levadas em conta, quando a distri-
buição de serviços e emprego não são pen-
sados adequadamente pelos governos. En-
tão começamos por aí. Onde se distribuem
os eleitores? Mesmo que o Prefeito deva go-
vernar para todos, o desenho da cidade é fei-
to pela maioria que precisa de seus equipa-
mentos e serviços. Nas periferias está a mai-
or concentração de eleitores, o que permite
dizer que eles definem as eleições. Estarão
eles decididos, indecisos?
Indecisão pode atingir até 40%
dos eleitores de São Paulo
Escolher alguém que nos representa não é
mesmo fácil. Todos somos tomados de dúvi-
das e indecisões. Chegamos no momento de
votar e nos damos conta que não conhece-
mos os candidatos com a segurança que
gostaríamos. Mas, uma única pergunta pode
nos orientar melhor: quem é mesmo que nos
representa?
Parece simples e é. Saber quem se é, origem
e necessidades, ter orgulho de suas raízes e
do lugar que você ou seus pais escolheram
para viver. Que partido é esse deste ou da-
quele candidato, o que ele fez pela cidade ou
pela minha região e, especialmente, como
entende a parcela da população da qual faço
parte? O que pensam e para o que e para
quem trabalham e se dedicam? Ele fala a mi-
nha língua a ponto de me entender? Ele está
preocupado com os mesmos temas que me
angustiam, que me orientam na vida? Eu es-
tou, realmente, incluído nos planos deste par-
tido ou deste candidato?
ELEIÇÕES, INDECISÃO, REPRESENTAÇÃO A 15 dias das eleições Institutos de Pesquisa nos contam que o índice de indecisão pode atingir cerca de 40% dos eleitores de São Paulo (Ibope).
Ana Clara Fabrino — Pesquisadora e jornalista
Jornal da Vila Ré e região Ano II- Nº 22 NOVEMBRO de 2020 Pág. 2
As campanhas nos bombardeiam com as
qualidades dos candidatos. Às vezes até de-
mais. Você coloca um ao lado do outro e vê
que as diferenças, que em princípio, parecem
tão poucas, vão aparecendo através de traços
importantes, como a experiência, a conduta, a
ética, o modo de perceber as necessidades
do povo, o jeito de se apresentar mais ou me-
nos parecido com a gente. Estas questões
respondidas desembocam na representação,
na percepção mais clara e sincera das neces-
sidades que devem ser resolvidas para que
se tenha uma cidade melhor.
Representação
e Cenário Difícil em São Paulo
O Mapa da Violência e a Rede Nossa São
Paulo nos conta que a violência contra as mu-
lheres cresceu 64% em três anos. Sendo elas
54% dos eleitores em São Paulo, com maior
concentração nos extremos periféricos da zo-
na sul, norte e leste, é de se perguntar se os
candidatos que se apresentam consideram
estes números alarmantes. Este é apenas al-
guns números que podem clarear o cenário
de mais de 9 milhões de eleitores.
Outros dados interessantes vieram após as
últimas eleições de 2016 para Prefeito na Ca-
pital. Ibope realizou uma pesquisa que José
Roberto Toledo do Estadão analisou com
Márcia Cavalari do próprio Ibope. Ela nos trás
alguma luz sobre como se distribui os eleito-
res em termos de comportamento até então, o
que pode ainda estar em curso.
A indecisão ao voto faz sentido quando se
pensa em representação e em cenário de es-
colaridade e renda tão precários. Tempo, o
que mais falta aos trabalhadores e estudantes
que gastam mais de quatro horas por dia para
ir e vir. Que são tomados pelo cansaço físico
e mental, que não deixa energia para convi-
vência comunitária, leituras, informação. Os
candidatos devem levar estes dados em con-
ta quando traçam seus planos de trabalho e
os eleitores devem ser levados a prestar aten-
ção nos Planos de Governo, antes e depois
das eleições.
Eleitores
Onde Você se Reconhece ?
Convictos Engajados: 36% - politizados, es-
tão mais no interior que na capital, mais parti-
dários, menos permeáveis às campanhas po-
líticas e menos indecisos. Definem o voto as-
sim que sabem quem são os candidatos.
Isentão Decisivos: 26% - mais volúveis, têm
interesse na política, define-se no último mo-
mento, assiste jornais de TV, dá atenção ao
horário eleitoral e debates. Muito aberto às mu-
danças. Mais metropolitanos, mais de um terço
deles pode alterar o voto se receber alguma
notícia negativa do candidato escolhido.
Só voto obrigado: 38% - maior grupo e é o
oposto do engajado. Não tem interesse na polí-
tica e não tem identidade partidária. Pode anu-
lar o voto ou votar em branco, está mais nas
cidades periféricas. Não gostam de ver os de-
bates e se o voto fosse facultativo 84% deles
declaram que não votariam.
Onde mesmo você está incluído? Bom voto.
Em 30/10/2020, o IBOPE divulgou os resultados
da pesquisa eleitoral em São Paulo
1.204 pessoas foram entrevistadas entre os dias
28 e 30 de outubro e com margem de erro a
evolução de cada candidato nos últimos 15 dias:
Covas foi de 22% para 26%;
Russomanno foi de 25% para 20%;
Boulos foi de 10% para 13%;
França foi de 7% para 11%;
Jilmar Tatto foi de 4% para 6%;
Arthur do Val foi de 2% para 3%;
Joice Hasselmann foi de 1% para 2%;
Andrea Matarazzo se manteve com 1%;
Levy Fidelix se manteve com 1%;
Orlando Silva se manteve com 1%;
Filipe Sabará (sem partido, desistiu da candida-
tura) se manteve com 1%;
Vera Lúcia foi de 1% para 0%;
Marina Helou foi de 1% para 0%;
Antônio Carlos se manteve com 0%
Veja mais em
https://noticias.uol.com.br/eleicoes/2020/10/30/
covas-sobe-4-pontos-e-tem-26-russomanno-cai-
5-a-20-aponta-ibope.htm?cmpid=copiaecola
Jornal da Vila Ré e região Ano II- Nº 22 NOVEMBRO de 2020 Pág. 3
O Jornal da Vila Ré e região é de responsabilidade editorial dos diretores da Sociedade Amigos de Vila
Ré e região.
EDITOR: Alair Molina.
COLABORAÇÃO: Célia, Thozzi, Andreia, Marron,
Marilsa; Rogério; Eloisa; Didi;
Teodoro (em memória).
Endereço: Rua Pangauá, 669 Vila Ré
Contatos: 981.453.242 Alair; 9.59.301.176 Didi .
A IMPORTÂNCIA EM LER – “PEDAGOGIA DO OPRIMIDO” DO PAULO FREIRE
Edvaldo B. Fernandes—Didi
NARCISO EM FÉRIAS Profª Célia Cordeiro
Oportunidade
de aprender violão!!
Perto do metrô
Patriarca/Vila Ré
Inscrições 98204-6052
Prof. Gustavo Monteleone
P A R A A N U N C I A R
vide página 05
981.453.242 981.195.517
No dia 27 de dezembro de 1968, 14 dias de-
pois de decretado o AI-5, famoso instrumento
"legal" criado pelos militares para prender, in-
terrogar, torturar e “suicidar” inúmeros confron-
tadores do regime de exceção, Caetano Velo-
so e Gilberto Gil foram presos em São Paulo
para "averiguações".
Eles tinham sido denunciados, durante o pro-
grama da TV Record “Guerra é Guerra!”, pelo
apresentador Randal Juliano (1925-2006) por
terem supostamente cantado o hino nacional
de forma subversiva num show realizado no
bar Sucata, acompanhados pelos Mutantes e
por Hélio Oiticica.
A ditadura também acusava Caetano de ser
“comunista” por ter lançado um disco com uma
música chamada CHE, que ele comprovou ser
um engano colossal. A canção tinha sido lan-
çada pelo cantor mexicano Pancho CATANEO,
mas militares não costumam rever posiciona-
mentos.
Foram levados de São Paulo para um quartel
no Rio de Janeiro, em Marechal Deodoro, tran-
cados em celas fétidas depois de terem os ca-
belos raspados. Ficaram dois meses presos,
só conseguiram ser soltos após inúmeros inter-
rogatórios, prometendo que iriam para o exílio.
Parte de mais essa história dos horrores da
ditadura militar foi contada num filme lançado
há pouco tempo no streaming Global, NARCI-
SO EM FÉRIAS. Nele vemos o depoimento
sentido, emocionante e choroso, de um
Caetano Veloso envelhecido- mas com voz po-
derosa cantando Hey Jude com violão impecá-
vel-, descrevendo a situação kafkiana, as acu-
sações, a violência velada, os companheiros, o
desespero de saber o que poderia acontecer!
Medo e saudades da família, dos amigos, da
esposa, de cantar e de “ver Irene dar sua risa-
da”.
Foi numa das celas da cadeia aquartelada
que Caetano viu as fotos que a missão Apollo
8, após entrar na órbita da Lua, tirou da Terra.
Coberta de nuvens.
Provavelmente os generais consideraram na-
da fácil explicar a morte acidental de dois ar-
tistas populares. Exilados estariam
“neutralizados”.
Após saírem da prisão, Caetano e Gil tiveram
licença dos generais para fazer um show em
Salvador e arrecadar assim, dinheiro para a
viagem. Deu tempo, ainda, para Gil gravar
"Aquele abraço", sua primeira canção do exí-
lio.
Em agosto de 1969, chegaram a Londres, so-
brevivendo de shows e compondo maravilhas
como "London, London", "Back in Bahia".
Enfim, produziram MPB de excelente qualida-
de, gravaram em inglês, foram reconhecidos
no mundo como representantes da cultura
brasileira, expulsos pelo totalitarismo dos mili-
tares.
Em 1971, antes de voltar definitivamente para
o Brasil, os militares permitiram à Caetano
visitar seus pais, que faziam 40 anos de casa-
dos. No aeroporto foi levado por membros do
DOPS exigindo que ele compusesse uma
canção sobre a Transamazônica e se apre-
sentasse no programa do Chacrinha. Gil e
Caetano só voltariam em definitivo para o
Brasil em 1972, mas a experiência do exílio
lhes rendeu boas composições e ,para nós,
versos como "Eu estou apaixonado/ por uma
menina Terra/signo do elemento terra/ do mar
se diz'terra à vista'/ Terra para o pé, firmeza/
Terra para as mãos, carícia/Outros astros lhe
são guia".
Caetano já me deixou nervosa por defender
um liberalismo canhestro no qual cabia o beija-
mão em figuras funestas como ACM. Mas a
idade lhe trouxe uma sabedoria necessária
para rever posicionamentos.
Nesses últimos dois anos em que presenciou
o Brasil se desmanchando com a ação da di-
reita bolsonarista e seus aliados liberais opor-
tunos, geraram um Caetano mais à esquer-
da.
A leitura dos marxistas João Manuel e Losurdo
deu outra dimensão da importância do socia-
lismo para o baiano de Santo Amaro da Purifi-
cação.
Numa entrevista ao “liberalóide global” Pedro
Bial, Caetano deixa o jornalista big brother
sem jeito após este comparar o nazismo ao
socialismo: ”Vou ser mil por cento sincero com
você. Quando ouço pessoas como você e ou-
tras dizendo: ‘o comunismo e o nazismo são
igualmente horríveis, são autoritarismo’. Essa
equalização das experiências socialistas com
o nazismo eu não engulo mais. Não gosto
mais. ‘A extrema esquerda é igual à extrema
direita’. Não acho mais. Não consigo”.
“Mea Culpa” feito, Caetano Veloso nos brinda
com um documentário sobre a fealdade huma-
na, a injustiça, a violência sofrida por um corpo
jovem que posteriormente descobriu ser um
defensor não de um mundo liberal mas sim de
uma sociedade libertária , liberdade que soa
como Hey Jude dos Beatles. Um documentário
sobre a beleza de sermos livres e defender-
mos a democracia para seguirmos libertos e
repensarmos formas de impedir injustiças .
Genial! Poderoso! Caetanesco...
https://youtu.be/PqQM4cMIe4g.
https://youtu.be/gMsSrxGwW8U.
A relevância está, justamente, na proposta de
construção de uma pedagogia que não seja
“bancária” – ou seja, o educando é depositário
das informações. É o receptor de um conjunto
de conceitos, ideias, valores acabados que
devem ser assimilados, incorporados como
verdades absolutas, sem o contraditório.
Não há espaço para questionamento. Não há
diálogo.
Na Pedagogia do Oprimido, a rigor, não se
ensina, aprende-se em “reciprocidades de
consciências. Não há professor, há um coor-
denador, que tem por função dar as informa-
ções solicitadas pelos respectivos participan-
tes e propiciar condições favoráveis à dinâmi-
ca do grupo, reduzindo ao mínimo sua inter-
venção direta no curso do diálogo.
Na alfabetização de adultos vamos tomar o
seguinte exemplo: Pegamos a Palavra TIJO-
LO que é uma palavra “geradora” – tem uma
carga grande de significados numa comunida-
de rodeada de olarias. Separamos em sílabas
TI-JO-LO essa palavra fatiada fica exposta e
passamos a AD-MIRAR – decodificá-la para
depois reconstituir o seu significado.
Os alunos-educandos, que são os sujeitos da
cultura, passam a desvendar o significado da-
quela palavra: TI-JO-LO é feito de barro, re-
sultado da mistura da terra com água, depois
enformados e colocados para secar. Todo
esse processo é fruto do trabalho do ho-
mem que nesse caso tem o nome de OLEI-
RO. E como é a, vida dele, o seu dia a dia –
de onde veio, idade, tem família, pai, mãe, es-
posa, filhos, quais os seus sonhos, esperan-
ças, como é seu relacionamento com a comu-
nidade, qual é o seu salário, dá para atender
todas as necessidades e etc. Rompe os limites
da composição das palavras reagrupadas.
A “codificação” e a “descodificação” permi-
tem ao alfabetizando integrar a significação
das respectivas palavras geradoras em seu
contexto existencial. Ele a redescobre num
mundo expressado em seu comportamento.
“Conscientiza a palavra como significação”.
Além de alfabetizar e conscientizar, o método
Paulo Freire é uma ferramenta necessária pa-
ra todos aqueles que queiram contribuir na
construção de um mundo solidário.
...continuaremos no próximo número.
Jornal da Vila Ré e região Ano II- Nº 22 NOVEMBRO de 2020 Pág. 4
50 anos s em H endr ix e a desp edida de Van H al en Thiago Ferrari @thiagoferrarifotografia
POR UM SUS DE QUALIDADE PARA TODOS E NÃO UM NEGÓCIO PARA POUCOS Por Alexandre Padilha
Com certeza todos já estiveram em uma Uni-
dade Básica de Saúde (UBS) seja para pas-
sar em consulta ou para tomar vacina. Sabe
aquela equipe de profissionais de saúde que
acompanham as famílias e visitam a casa das
pessoas? Elas fazem parte da equipe do pro-
grama Estratégia Saúde da Família que foca
no olhar integral e leva atendimento de saúde
para mais perto das pessoas. Esse programa
é constituído por uma equipe de médicos, en-
fermeiros e agentes comunitários de saúde.
Ainda de apoio a essa equipe, também com-
põe o atendimento nutricionistas, fisioterapeu-
tas, psicólogos, farmacêuticos, dentistas. O
Brasil conta com cerca de 44 mil UBS que são
a porta de entrada para o nosso Sistema Úni-
co de Saúde (SUS), esse atendimento está
inserido no que chamamos de Atenção Primá-
ria em Saúde, que tem os municípios como
gestor.
Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econô-
mica Aplicada (Ipea) apontou que 60% da po-
pulação brasileira é atendida por uma equipe
do Estratégia Saúde da Família, mas infeliz-
mente isso vem caindo no governo Bolsonaro.
Segundo a pesquisa nacional de saúde
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísti-
ca (IBGE) realizada em 2019, 38.4% dos domi-
cílios revelaram ter recebido uma visita mensal
de agentes comunitários de saúde ou de al-
gum outro membro da Equipe de Saúde da
Família no ano passado. Em 2013, esse nú-
mero era de 47.2%
Estou explicando como funciona este que é o
principal atendimento no SUS porque foi as-
sustador o decreto que o governo Bolsonaro
anunciou esta semana, que foi revogado horas
depois pela repercussão negativa, que autori-
za estudos para participação de empresas pri-
vadas no SUS, sem o consentimento dos mu-
nicípios. Mais parece que o governo pensa
que o atendimento prestado nesses serviços
não é um direito ou forma de cuidar, mas sim
uma oportunidade de negócios para a privati-
zação da Atenção Primária, quer vender algo
que nem é de responsabilidade dele.
O decreto sugere a transferência para inicia-
tiva privada para ampliação e construção de
UBS, o que é estranho imaginar que o gover-
no está pensando na expansão dos postos
de saúde tendo em vista que autorizou a reti-
rada de recursos para a Atenção Primária,
desmontou o programa Mais Médicos que
atendiam exatamente nessas unidades, e
criou uma agência privada para atenção pri-
mária.
Junto com outros deputados federais, apre-
sentamos um Projeto de Decreto Legislativo
para suspender este decreto, o que se so-
mou as inúmeras manifestações contrarias a
medida e que fizeram o governo recuar na
proposta.
Nós, que defendemos um SUS gratuito e
universal, que queremos vacinas para todos
precisamos também de uma Atenção Primá-
ria em Saúde para todos para que a vacina
chegue as pessoas. E não que esses servi-
ços sejam tratados como negócios financei-
ros que atendem poucos.
*Alexandre Padilha é médico, professor universi-tário e deputado federal (PT-SP). Foi Ministro da Coordenação Política de Lula e da Saúde de Dil-ma e Secretário de Saúde na gestão Fernando Haddad na cidade de SP.
Desde o mês passado, cinemas, teatros, bibli-
otecas e museus voltaram a funcionar na ci-
dade de São Paulo. A decisão foi anunciada
pelo prefeito Bruno Covas (PSDB) no dia 9 de
outubro, em entrevista coletiva ao lado do go-
vernador João Doria (PSDB) e de integrantes
do Governo do Estado de São Paulo.
Segundo o governo, a capital teve queda nos
números da covid-19 e, com outras cinco regi-
ões do Estado, chegou à fase verde do Plano
São Paulo, que permite mais flexibilização no
funcionamento de estabelecimentos.
A Prefeitura assinou os protocolos de saúde
com as entidades que representam essas
áreas culturais em 24 de setembro, com o ob-
jetivo de garantir a reabertura das atividades
de uma forma segura. As regras para a rea-
Cinemas e atividades culturais reabrem em São Paulo Thiago Ferrari @thiagoferrarifotografia
bertura, entre outras, são: o uso de máscaras
é obrigatório em todos os ambientes; os espa-
ços culturais poderão reabrir por oito horas diá-
rias e operar com 60% da capacidade; os lo-
cais terão de disponibilizar totens com álcool
em gel e poderão medir a temperatura dos cli-
entes; eventos com mais de 600 pessoas
precisarão de uma autorização especial da
Prefeitura e eventos com mais de duas mil
pessoas continuam proibidos.A chegada da
cidade à fase verde era muita aguardada
pelo setor cultural, que sofre um grande pre-
juízo econômico desde o começo da pande-
mia. É um alívio para os profissionais do se-
tor e para todos os amantes da rotina cultu-
ral de São Paulo. Com a alegria e a anima-
ção de voltar a visitar os espaços de cultura,
ainda é preciso ter atenção aos cuidados de
saúde. Entre em contato ou acesse as redes
sociais dos locais que você deseja ir para se
informar sobre regras e horários de funcio-
namento.
Fonte: Época Negócios - Foto: Bruno Henrique/
Pixabay
Nos últimos meses o mundo se lembrou dos mai-
ores guitarristas de todos os tempos!
Em setembro, a morte de Jimi Hendrix completou
50 anos e no mês passado recebemos a triste notí-
cia do falecimento de Eddie Van Halen, devido à
complicações de um câncer de garganta que ele
tratava ha cinco anos.
Os dois não eram apenas guitarristas, mas sim
músicos com ampla visão artística e de com-
posição.
Ambos inovaram com técnicas pouco conhe-
cidas e outras realmente novas. Potencializa-
ram o uso da guitarra para além das fronteiras
do rock. Cada um transformou o instrumento
em épocas diferentes, Hendrix nos anos 1960
e Van Halen a partir de 1978.
Jornal da Vila Ré e região Ano II- Nº 22 NOVEMBRO de 2020 Pág. 5
Se há algo de positivo, no Brasil, no enfrenta-
mento da pandemia do COVID -19 é, sem dú-
vida, o nosso sistema da saúde pública, o
SUS.
Com todos os defeitos e deficiências, com to-
da a falta de recursos e material humano, sem
o SUS o número de mortos e sequelados pelo
coronavirus teria sido muito maior.
O SUS, mesmo com os inúmeros problemas
decorrentes da falta de recursos, garantiu o
que apregoa a Constituição de 1988: o direito
á saúde.
Não se pode deixar de registrar a vergonhosa
sanha da corrupção, encastelada nas empre-
sas e no poder público. Fizeram horrores com
desvio de recursos na implantação dos hospi-
tais de campanha e na compra de equipamen-
tos e remédios.
Licitações fraudulentas levaram secretários de
saúde e empresários para a prisão. Famoso
NÃO À PRIVATIZAÇÃO DO SUS
ficou o líder do governo federal que, ao ser
visitado pela Polícia Federal, tentou escon-
der um grande volume de dinheiro entre as
nádegas. Apesar dessas e de muitas outras
ocorrências de ilicitudes, o SUS tem dado
conta do recado.
Vale dizer que a precarização dos serviços
públicos tem sido o principal instrumento
para “justificar” a necessidade de entregar
os recursos públicos às empresas privadas,
fazendo dos direitos, como o da saúde, um
bem escasso e só acessível por quem por
ele puder pagar.
Agora, o governo federal baixa o Decreto Nº
10.5630/2020 que tem por objetivo privati-
zar o SUS. Na contramão da Constituição o
decreto visa transformar, definitivamente, a
saúde em mercadoria. Quem pode pagar,
pode obtê-la.
Depois do congelamento dos recursos da
saúde, educação e assistência por 20 anos,
ainda no governo Temer, a ganância pretende
dar o golpe final.
As intenções são tão mal disfarçadas. Que
quem assina o decreto é o Presidente Jair
Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes da
Economia. O Ministro da Saúde, general Edu-
ardo Pazuello, depois de ter sido humilhado
com a “anulação” do protocolo firmado com o
governo de São Paulo, sequer foi ouvido ou
tenha assinado o decreto.
As reações contrárias foram tantas e tão fortes
que o Presidente Jair Bolsonaro já anunciou de
vai anular o decreto.
Entretanto, isso não elimina, nem esconde as
reais intenções de transformar, ainda mais, a
Saúde numa mercadoria.
A palavra de ordem é:
RESISTIR! VIVA O SUS !
Durante anos eu me senti presa em uma espé-
cie de limbo, como se meus dias, semanas e
meses fossem todos iguais. Como uma roda-
gigante, eu sentia minha vida girar e voltar
sempre pro mesmo lugar.
Primeiro, eu coloquei a culpa no ritmo de vida
que eu levava: trabalho tanto que não tenho
tempo pra mais nada. Depois, eu culpei a de-
pressão: tanto tempo em tratamento me fez
sentir estagnada.
Mas a verdadeira culpada eu só descobri re-
centemente: a ausência de mim mesma na mi-
nha própria vida. Eu percebi que o meu único
objetivo era pagar meus boletos, fazer dinhei-
ro. Eu deixava a vida me levar, aceitava pro-
postas e projetos pensando nas finanças e
sem pensar se aquilo ali fazia sentido pra mim,
se realmente era o que eu queria fazer.
Quantas vezes eu disse pra mim mesma: “é
estressante demais mas paga as minhas
contas” e, sem perceber, deixava aquilo
ocupar a minha vida inteira, sem espaços
pra mim, pros meus hobbies, sonhos e obje-
tivos.
É claro que dinheiro é importante, nós vive-
mos em um sistema capitalista. Também é
claro que não dá pra fazer só o que gosto o
tempo todo e, às vezes, eu fecho sim proje-
tos bem estressantes pra mim. Mas eu
aprendi que a minha vida só é minha se eu
estiver lá.
Por isso, eu tive que sair do piloto automáti-
co e aprender a planejar. Não, ainda não
consigo fazer planos de longo prazo, mas
consigo planejar os meus dias o mais próxi-
mo possível do ideal, reservando espaços
pro que é importante pra mim, porém de um
jeito REAL.
Como? Fazendo as pazes com a rotina e an-
dando de mãos dadas com ela!
Rotina não é aquela coisa chata com horários
definidos pra tudo. Rotina é definir e respeitar
suas prioridades, transformar seus dias no
que você precisa que eles sejam e, principal-
mente, ter consciência de onde você está gas-
tando o seu tempo.
Nem sempre ela é perfeita, imprevistos acon-
tecem, a vida acontece. Mas essa foi a melhor
solução que consegui pra não deixar os meus
dias serem ocupados só por coisas que não
fazem sentido pra mim, que não me trazem
prazer e não me colocam ali de verdade.
Rotina foi o melhor jeito de eu parar de fazer,
fazer, fazer, sentindo que não chego em ne-
nhum lugar, e começar a sentir que estou indo
pra lá… onde quero chegar.
O MOMENTO IDEAL NÃO EXISTE Natália Perestrelo
Gente querida, em 2017, lá pelos idos de fe-
vereiro, comecei a publicar crônicas. Sempre
gostei de escrever, de registrar acontecimen-
tos, histórias de vida. Minhas e dos encon-
tros.
Criei um espaço no facebook e deposito lá as
ideias. Muitas pessoas me incentivam, leem,
comentam.
Há alguns dias, fui ao barbeiro. Sim, eu sei,
os cabelos são poucos, mas a barba cresce
desaforadamente. Além disso, corto cabelo
com o Anacreon desde fevereiro de 1971! 50
anos praticamente! Além disso, é o jeito de
me inteirar dos acontecimentos na Vila!
Contei pra vocês, estava lá e, na cadeira do
barbeiro um sargento da Polícia Militar, apo-
sentado desde 1990. Tão falante quanto eu!
Ele contou a história do Ditão, Benedicto dos
Santos.
Era um jovem forte, tinha futuro no boxe, era
membro da Força Pública (nome antigo da
Polícia Militar). Contei pra vocês que o co-
nheci em 1954, eu tinha sete anos!
Ouvindo a história do sargento. Associei mi-
nhas lembranças e fui ao "pai dos burros "o
Google”, pesquisar. E está tudo lá...é verda-
de!
É verdade também que o campeão europeu,
Spalla, foi ator de cinema e cantor! Trabalhou
em filmes de Vittório de Sica! Morreu em
1971 com 74 anos!
Bem, por que voltei à crônica? Pelo interesse
que ela despertou! Cerca de 600 pessoas le-
em minhas crônicas quase diariamente. Fico
envaidecido!
Esta crônica foi lida e comentada por mais de
5.000 (cinco mil pessoas!)!
Por que tanto interesse? História do bairro?
Amantes do boxe?
Fiquei feliz...
Vou pesquisar outros personagens ilustres que
eu tenha conhecido e dividirei com vocês! Afi-
nal este tempo de isolamento social nos permi-
te ler e escrever!
Beijos e bênçãos, que o tempo está fresqui-
nho. Aqui em casa chove com hora marcada.
Ontem e hoje foi um aguaceiro com trovoadas
às 16 horas!
De novo, boa tarde cheia de alegrias!
CONVERSANDO 2: Na rede Social Prof. Thozzi
Jornal da Vila Ré e região Ano II- Nº 22 NOVEMBRO de 2020 Pág. 6
Comer vegetais vermelhos combate a obesidade ! Andréia Carrara —Nutricionista
Você já reparou como os alimentos são colori-
dos? Tons claros e escuros do amarelo, verde,
vermelho, laranja, etc. colorem frutas, legumes
e verduras o ano inteiro.
Essas cores também possuem propriedades
nutricionais. São compostos bioativos que pre-
vinem e auxiliam no tratamento de doenças.
Um desses compostos são os flavonóides.
As antocianinas são fitoquímicos que perten-
cem à classe dos flavonóides, e dão as cores
que variam entre o vermelho-laranja e o azul-
violeta aos vegetais.
Essas cores atraem polinizadores para as
plantas que dispersarão sementes, ajudando no
ciclo reprodutivo.
A estrutura molecular da antocianina absorve
luz solar, atuando como um filtro e protegendo
as células das plantas.
Mas essa substância oferece tam-
bém muitos benefícios à saúde hu-
mana.
Vários estudos comprovam as
ações antioxidantes, antiproliferativas
e de sinalização celular realizadas
pelas antocianinas. Isso significa que
esses fitoquímicos auxiliam na pre-
venção e tratamento de doenças como diabe-
tes, doenças cardiovasculares, câncer e doen-
ças visuais. Por isso é importante consumir ali-
mentos vegetais — frutas, legumes e verduras
— de todas as cores, inclusive os vermelhos.
Em relação à obesidade, anteriormente esta
doença era considerada apenas uma questão
de armazenamento excessivo de energia de-
sencadeada pelo desequilíbrio energético; no
entanto, muitos estudos indicaram que a infla-
mação crônica de baixo grau no tecido gorduro-
so pode ser um problema importante. Em parti-
cular, essa inflamação pode permitir a origem
de doenças crônicas associadas à obesidade.
As antocianinas têm grande atividade biológica,
por isso muitos cientistas estão interessados
nos benefícios das antocianinas para a saúde,
bem como sua aplicação na prevenção e trata-
mento de doenças crônicas, incluindo a obesi-
dade.
Em 2017 foi publicado, na Revista Nutrientes,
um estudo de revisão que discute a interação
entre inflamação e obesidade e seu tratamento
por meio do uso de antocianinas na dieta, su-
gerindo uma estratégia alimentar alternativa
para reduzir o excesso de peso e as doenças
crônicas associadas.
Dentre os alimentos ricos em antocianina es-
tão:
- Os legumes: rabanete, tomate, repolho roxo,
alface roxa, beterraba, pimenta vermelha, pi-
mentão vermelho, batata-doce roxa, cenoura,
cebola roxa.
- As frutas: morango, melancia, cereja, amora,
framboesa, romã, uva, maçã, mirtilo, jabutica-
ba, açaí.
Mas, é importante ressaltar que a saúde não
se baseia apenas no consumo des-
ses alimentos. Devemos ter uma
alimentação bem variada e outras
boas condutas de saúde, como ati-
vidade física regular, boas horas de
sono, etc.
Andréia Carrara - Nutricionista
www.andreianutricionista.com.br
COMUNICADO À COMUNIDADE ESCOLAR www.eecarvalhosenne.com.br
Estimados Pais ou Responsáveis.
Queridos Alunos. Esperamos encontrá-los bem, com saúde e
em paz!
Restam poucos dias para que parte desse
grande desafio enfrentado durante o ano nos
mostre resultados em cenário de grande
aprendizado.
Referimo-nos às questões relacionadas direta-
mente com a nossa escola, em especial, à
participação dos alunos e à entrega de ativida-
des aos professores durante a suspensão das
aulas presenciais.
Como temos avisado e orientado desde 25 de
março último, vários são os critérios a serem
utilizados para os procedimentos de PROMO-
ÇÃO e de RETENÇÃO do aluno, principal-
mente, considerando os níveis de participação
e de entrega das atividades solicitadas pelos
professores.
Entretanto, o interesse demonstrado pelo alu-
no tem grande significado. Temos clareza das
dificuldades que todos possam estar enfren-
tando, mas, com certa estranheza encaramos
situações em que durante sete meses não
houve qualquer contato do aluno com a escola
quer por telefone quer por e-mail, até mesmo,
pessoalmente, pois durante todo esse período
a escola esteve aberta para acolher e prestar
esclarecimentos a todos que precisassem.
Mas, esse é um tempo que já passou. E, ainda
temos mais oportunidades a oferecer.
Convidamos a todos que apresentam partici-
pações parciais ou integrais até o momento
que intensifiquem suas atuações continuando
a entregar e a atender aos pedidos feitos pe-
los professores.
E, em especial, a você querido aluno que até
agora não tem participado, temos um convite
especialíssimo. Venha até a escola e receba
todas as orientações necessárias para que,
ainda em tempo, consiga demonstrar seu in-
teresse em ser promovido para o próximo
ano. Depende de você.
Prioritariamente para essas questões, conti-
nuaremos atendendo de 2ª. à 6ª. feira, das
09h00 às 16h00. Telefone antes (2957-0101
ou 2957-6657) ou envie um e-mail
([email protected]) solicitando
um agendamento. Será muito bem-vindo.
Acreditamos em você. Ainda há tempo para
mudar qualquer situação.
Desejando a todos alegria e saúde, propomos
intensa aprendizagem nesse tempo de sofri-
mento e dor coletiva a partir da lembrança de
Shakespeare, em Romeu e Julieta, Ato II, Ce-
na II na fala de Romeu – Só ri das cicatrizes
quem ferida nunca sofreu no corpo. Que a
generosidade e a tolerância sempre predomi-
nem.
Cordiais saudações.
Prof. André Manoel – Coordenador Peda-gógico Profa. Talita Dantas Ferreira – Vice-Diretora Prof. Paulo César Miguel Martins – Diretor
PANDEMIA:
ATÉ QUANDO?
O Brasil atinge a assombrosa marca de 160.000 mortos em decorrência do Coronavi-rus. Depois de um enfrentamento errático à pandemia, os números parecem indicar um vagaroso decréscimo nas contaminações e mortes.
Contudo, esses números são excessivamente altos. Com o registro de cerca de 500 mortes diariamente não é possível “baixar a guarda” e agir irresponsavelmente sem obedecer aos cuidados propostos pelo protocolo.
Ademais, o Brasil bate recordes de taxas de mortalidade.
Com a retomada de todas as atividades e re-laxamento dos cuidados para evitar a conta-minação, alguns estados já apontam o recru-descimento dos números de contaminados.
Enquanto isso, preocupa o que está aconte-cendo na Europa. A segunda onda promete ser mais arrasadora que a primeira.
O aumento da contaminação obrigou vários países a adotar medidas severas de controle, como declaração de estado de emergência ou estabelecer o lockdown.
Ainda teremos, Finados, Eleições, Natal e Re-veillon para facilitar as aglomerações.
Haverá responsabilidade suficiente para im-pedir ou, ao menos, retardar uma segunda onda entre nós?
PAIS MORTALIDADE
(por 100.000 Habitantes)
BRASIL 76,3
EUA 70,5
REINO UNIDO 70,2
ITALIA 63,9
Jornal da Vila Ré e região Ano II- Nº 22 NOVEMBRO de 2020 Pág. 7
CONVERSANDO 1: Ditão, o gigante negro Prof. Thozzi
Novembro mês sobre a consciência negra
Prof. Rogério Mendes
Quando eu era bem menino e viemos do
interior morar em São Paulo, na Penha,
me impressionava encontrar um negro
muito alto, forte, usando um uniforme da
guarda civil. Eu não sabia quem era.
Porém, há poucos dias fui ao barbeiro e
havia uma conversa sobre boxe. Aí des-
cobri quem era o gigante negro. Ditão,
boxeador nos anos 20, cem anos atrás!
Contaram-me que, em 1927 ou 1928,
veio ao Brasil o campeão europeu dos
peso pesados. Erminio Spalla, já vetera-
no.
Um empresário brasileiro, vendo ali uma
chance de ganhar dinheiro, armou uma
luta entre Spalla, campeão com dezenas
de vitórias e Ditão, potente lutador paulis-
ta, vencedor de TRÊS lutas todas no pri-
meiro assalto!
A luta, que era para ser de exibição, em
15 assaltos teve um começo inusitado!
Ditão partiu para cima do italiano e derrubou-o
no primeiro round!
O italiano enfurecido esqueceu-se da "exibição"
e aplicou violenta surra em Ditão. Ele sofreu
tanto com sequelas que arrastava sempre uma
das pernas.
Consta que arrumaram-lhe um emprego na
Guarda Civil de São Paulo.
E, no final dos anos cinquenta o co-
nheci. Sempre de farda azul marinho,
com estatura e físico enormes. Tal-
vez beirasse os 60 anos.
Eu via que todos o tratavam reveren-
temente. Muitos domingos eu o vi na
missa, sempre em atitude devota!
Quanto ao italiano, campeão euro-
peu, consta que depois de aposenta-
do fez diversos filmes e foi cantor de
ópera!
Não sei se isso é tudo verdade ou se é conversa
de barbearia!
Mas eu conheci o Ditão, que poderia ter sido cam-
peão de boxe!
Boa noite, gente amiga querida!
Isso é primavera de verdade!
Benedicto dos Santos, o Ditão.
Considerado o primeiro boxeador
A luta pela abolição da escravatura no Brasil se consolidou no dia 13 de maio de 1888, deixando de lado séculos de explo-ração contra uma população obrigada a deixar sua terra natal, separando familia-res, perdendo sua humanidade, sendo vendidos como produtos de consumo bá-sico para os grandes senhores latifundiá-rios da recém colônia, que mesmo depois de sua liberdade ainda sofreram por mui-tos anos pela falta de políticas de promo-ção da justiça para seu martírio.
A escravização de uma grande parcela da população africana foi uma atividade lu-crativa para a burguesia europeia e a as-cendente elite colonial, aumentando os conflitos no continente africano, causando guerras para alimentar a ganancia das metrópoles, traficando as mais diversas camadas sociais que foram aprisionadas pelo mero desejo de conter braços para cortar as terras com os canaviais, depois a mineração, ganhando mais força com os cafezais.
O fim desta pratica nefasta e criminosa se deu quando surgem as industrias na Inglaterra, tratando esta modalidade como prejudicial a suas atividades econômicas, com a intenção de usar estes cativos co-mo consumidores de seus produtos, pres-sionando assim seus aliados e dependen-tes para acabar com a escravidão em seus domínios, se colocando como se-nhores do Atlântico, manipulando os inte-resses destas recém nações independen-tes na América Latina.
O governo brasileiro que era dependente da economia britânica foi obrigado a dar uma resposta a tal solicitação da Coroa Inglesa, mas por um outro lado também deveria zelar pelos interesses da elite lo-cal, assim as politicas adotadas foi na substituição dos escravos por imigrantes europeus, além de medidas internas de se buscar diminuir a população de escravos, enviando escravos para a “Guerra do Pa-raguai”, criando diversas leis para comba-ter primeiramente o tráfico, depois propor-cionando liberdades quase inalcançável aos que deveriam atender por seus ansei-
os, retardando o processo que iria se arrastar de 1850 com a Lei Eusebio de Queiroz até 1888 com a Lei Aurea.
O problema apresentado depois da abolição foi para controlar uma massa que foi liberta sem ser atendidos por nenhuma política públi-ca, afastados dos serviços básicos como a educação, a propriedade de terras, sofrendo com o desemprego e a ataques a suas memó-rias, como a ordem de Rui Barbosa da destrui-ção dos arquivos de registros de posse dos escravos, primeiramente evitando possíveis prejuízos aos cofres públicos ao desejos de indenizações pelos senhores, mas acabando com muitos relatos de quanto prejudicial foi para a população cativa estes séculos de es-cravização.
O dia 20 de novembro é uma data simbólica para lembrarmos nossas origens mestiças, denunciando os mais diversos crimes contra esta população explorada e marginalizada por séculos, que mesmo após sua libertação ain-da sofre com os grilhões de seus antepassa-dos, empurrados as periferias e tendo sua História negada, diminuindo seu sofrimento e ignorando os gritos amordaçados de seus an-tepassados, mas se faz urgente esta revisão e as políticas de afirmação e justiça para estes que foram abandonados pelo Estado e parte dos que poderiam lutar pela equidade de to-dos.
EM OUTRAS MÍDIAS: RETRATO DA MULHER QUE NÃO TRABALHA
Desenho feito por um menino india-
no, pois ouviu que o pai sempre
apresentava a esposa, dizendo:
“Ela fica em casa”.
“Ela não trabalha”
E o menino viu que a mãe sempre
estava ocupada, o dia todo, e ia
dormir muito cansada.
Este desenho foi selecionado para
a capa do documento
“ORÇAMENTO DE GÊNERO 2020—
2021, pois representa o Trabalho
não remunerado; o Trabalho não
reconhecido de milhares de Mu-
lheres no mundo todo
O Jornal da Vila Ré e região, desde janeiro de 2019, tem sido o substituto da forma impressa, mantida anterior-mente por 13 anos. Sua circulação, antes bimestral, passou a ser mensal e dirigida para leitores da zona leste.
A inserção de anúncios será feita segundo tabela abaixo com direito a replicá -la no
https://www.facebook.com/Sociedade-Amigos-de-Vila-R%C3%A9-106974027631160/ e no
https://sites.google.com/savre.org/savre/in%C3%ADcio
MODELO 1 — 9cm X 9cm = R$20,00
MODELO 2 —19,0cm X 9cm = R$30,00
MODELO 3 —19,0cm X 9cm = R$30,00
MODELO 4 — 19,5cm X 19,5cm = R$50,00
PARA ANUNCIAR - 981.453.242 - 981.195.517
Jornal da Vila Ré e região Ano II- Nº 22 NOVEMBRO de 2020 Pág. 8
AS RUAS DA VILA RÉ
CANTINHO PRÓ SAÚDE
(vide mapa)
Estima-se uma população em torno de 29000
pessoas.
BALANÇO SOBRE A COVID-9 NA NOSSA
ÁREA DE ABRANGÊNCIA ATÉ 22/10/2020
1203 pessoas foram notificadas no nosso ter-
ritório como suspeitos ou tendo contraído a
doença.
348 casos foram confirmados como POSITI-
VOS – ou seja, pegaram o vírus.
1009 tiveram alta ou fizeram o teste e não
ficou confirmado que contraíram a doença.
28 nesse momento estão aguardando o re-
sultado dos exames.
19 é o número de pessoas monitoradas por
telefone ou com visitas na
residência.
11 é o número de pessoas
que vieram a óbito em
função da doença.
INFORMAÇÕES:
1 – No último dia
24/10/2020 – sábado
passado a nossa UBS
participou do mutirão de
coleta Papanicolau. A
nossa unidade realizou
O objetivo desse cantinho é falar da nossa
UBS – Vila Granada e Vila ré. Vamos falar
também da saúde na Penha que é administra-
da através da SUPERVISÃO TÉCNICA DE
SAÚDE –STF –PENHA.
Sabemos que é o SUS que coordena, cuida
da saúde no município, estado e união. Então
vamos ter que falar das políticas públicas no
nosso país.
Vamos falar de política? Sim. Vamos discutir
o tempo todo sobre quais são as políticas do
ministério da Saúde para o Brasil e como isso
nos afeta direta ou indiretamente. Qual a me-
lhor política de saúde publica para a popula-
ção. Isso implica tratar do meio ambiente, mo-
radia, trabalho, transporte coletivo, escola, la-
zer, enfim, todos os temas que digam respeito
à qualidade de vida e, consequentemente,
afetam a nossa saúde.
Será um cantinho democrático onde todos po-
derão falar e expor suas ideias. Porém, o nos-
so compromisso será pautado em fatos, na
realidade. Não aceitaremos opiniões precon-
ceituosas, fake news – mentiras.
Vamos lá. A nossa UBS Vila Granada tem
área de abrangência que vai da Wadih Hatti
até a rua Nilza, tendo o rio Franquinho e a li-
nha de trem – rua Renato os outros limites.
Como foi informado, na edição de outubro,
muita gente quer saber o significado dos no-
mes das ruas. Com frequência, os nomes po-
dem identificar particularidades do logradouro
(praça da matriz, por exemplo) ou representa
uma homenagem a alguém querido na locali-
dade (Pça. Teodoro Alves, ao lado da igreja
Santo Antonio).
Porém, os políticos, em geral, gostam muito de
homenagear seus apaniguados, completamen-
te desconhecidos na região (Av. Canio Lettieri.
Ganha um doce para quem disser quem foi).
Nome de rua é dado para melhor localização
dos domicílios e das pessoas. Mas muita con-
fusão é feita, também. Por exemplo, a Av. Ti-
quatira, que não existe oficialmente, foi consa-
grada pela população.
Originalmente, o nome da via é Av. Governa-
dor Carvalho Pinto e se desenvolve ao longo
do Córrego Tiquatira, no trecho da Av. São Mi-
guel até a Ponte Domingos Franciulli Neto.
Foi seguindo a lógica popular de atribuir o no-
me pelo acidente geográfico, por exemplo Cór-
rego Tiquatira—Av.Tiquatira que a avenida fi-
cou assim conhecida
Um esclarecimento é necessário: o Córrego
Tiquatira é formado pelo Córrego Franquinho
e pelo Córrego Ponte Rasa, a partir da Av.
São Miguel.
Com o prolongamento da avenida em dire-
ção ao Jd. Nordeste, outros nomes foram
sendo atribuídos. Da Av. São Miguel até a
Av. Amador Bueno da Veiga o homenageado
é Dom Helder Câmara.
Na inauguração do trecho da Av. Amador
Bueno até a Águia de Haia foi atribuído a ele
o nome de Av. Córrego Franquinho, confor-
me estampado na placa da inauguração
(abaixo).
Interesses políticos, entretanto, rebatizaram
a Av. Córrego Franquinho com o nome de
Calim Eid.
Quem é esse cidadão homenageado?
Uma breve consulta à internet fica-se saben-
do que foi “braço direito” e amigo de Paulo
Maluf, foi seu tesoureiro e coordenador de
campanhas eleitorais e ocupou cargos nas
administrações como: Secretário Municipal
de Abastecimento e Chefe da Casa Civil do
estado de São Paulo.
Seu nome ficou marcado por escândalos como
no caso da compra de voto na disputa presi-
dencial indireta de 1984, em favor do candida-
to Maluf e no caso da corretora Pau Brasil,
aonde foi considerado, pela Polícia Federal, o
mentor intelectual do esquema, com a denún-
cia de formação de quadrilha, falsidade ideoló-
gica e sonegação fiscal.
Podemos nos sentir honrados com tal home-
nagem?
A lei permite pedir uma alteração no nome,
quando a denominação é, entre outras coisas,
suscetível de expor ao ridículo moradores ou
domiciliados no entorno.
47 coletas, sendo a segunda da Prefeitura
regional Penha que totalizou 539.
2 – A SOCIEDADE AMIGOS DA VILA RÉ E
REGIÃO – SAVRÉ em conjunto com o gru-
po PRÓ SAÚDE já confeccionou e distribu-
iu quase 7000 máscaras em parceria com a
UBS – IGREJA SANTO EXPEDITO, IGREJA
SANTO ANTONIO, CIRCO ESCOLA, NCI
“Entre que a casa é sua” e presencialmente
nas feiras, filas de bancos e etc.
E estamos, também, com a campanha de
SOLIDARIEDADE doando mensalmente
cestas básicas para 15 famílias em situa-
ção de vulnerabilidade.
Comissão Pró Saúde.
Jornal da Vila Ré e região Ano II- Nº 22 NOVEMBRO de 2020 Pág. 9
registro de um olhar: Imagens da Vila Ré Marron Messias
DEU EM OUTRAS MÍDIAS: Laço da Verdade (facebook de Antonio Veronese)
'Um dia descobri que cantava.
O meu filho mais velho João Carlos estava
morrendo e eu já tinha perdido 2 filhos e não
queria perder mais um.
Eu não tinha dinheiro pra cuidar do meu
filho e ouvi no rádio que o programa do
Ary Barroso de calouros Nota 5, estava
com o prêmio acumulado. Não sei como,
mas eu sabia que ia buscar esse prêmio!
Fiz a inscrição e me avisaram que eu pre-
cisava ir bonita. Mas eu não tinha roupa
nem sapatos, não tinha nada! Então, eu
peguei uma roupa da minha mãe, que pe-
sava 60kg e vesti, só que eu pesava
32kg, já viu né? Ajustei com alfinetes. Tu-
do bem que agora é moda ne? Hoje até a
Madonna usa, mas essa moda aí fui eu
que comecei viu? Alfinetes na roupa é muito
meu, é coisa de Elza!
No pé coloquei uma sandália que a gente
chamava de “mamãe tô na merda”, e fui!
Quando me chamaram, levantei e entrei no
palco do auditório. O auditório tava lotado, todo
mundo começou a rir alto debochando de mim
Seu Ary me chamou e perguntou:
_ O que você veio fazer aqui?
_ Eu vim Cantar!
_ Me diz uma coisa, de que planeta você veio?
_ Do mesmo planeta seu Seu Ary.
_ E qual é o meu planeta?
_ PLANETA FOME!
Ali, todo mundo que estava rindo viu que a
coisa era séria e sentaram bem quietinhos.
Cantei a música Lama.
O Gongo não soou e eu ganhei, levei o
prêmio e meu filho está vivo até hoje, gra-
ças a Deus!
De lá pra cá, sempre levo comigo um Alfi-
nete.
Naquela época eu achava que se tivesse
alimentos pros meus filhos, não teria mais
fome. O tempo passou e eu continuei com
fome, fome de cultura, de dignidade, de
educação, de igualdade e muito mais, per-
cebo que a fome só muda de cara, mas
não tem fim.
Há sempre um vazio que a gente não conse-
gue preencher e talvez seja essa mesma a
razão da nossa existência.'
Elza Soares
NATUREZA VIVA EM VILA RÉ
Violência Doméstica e Familiar — Eloisa Lima Pereira
Instagran @elolima_17; Facebook Eloisa Lima Pereira; Coach/Administradora; Membro colaboradora do Grupo Mulheres do Brasil - Núcleo Violência Contra Mulher e Comissão da Mulher Advogada - OAB SP
Jornal da Vila Ré e região Ano II- Nº 22 NOVEMBRO de 2020 Pág. 10
Com a evolução e invasão da tecnologia em
nossas vidas, não podemos desconsiderar
que esta traz consigo muitas coisas boas,
mas também muitas ruins. Ainda não temos
controle de diversas ações como por exem-
plo: nas redes sociais.
O assédio nas redes sociais é um dos pontos
negativos e de extremo perigo para mulheres
e crianças que são “pegas” de forma engano-
sa e perigosa neste mundo virtual. É muito
difícil identificar esse crime, porque há víti-
mas que não identificam que estão sendo
abusadas e quando conseguem, já estão em
sofrimento e sendo abusadas.
O que pode ser considerado assédio virtual?
A lista é grande, segue uma série de compor-
tamentos, como: abuso verbal, uso de lingua-
gem de forma dura e constrangedora, assé-
dio sexual, ameaça de violência sexual e físi-
ca, constrangimento da vítima, bullying, assé-
dio racista, machista, moral, pedofilia, extor-
são monetária, etc.
A Plan International fez uma pesquisa com
500 meninas no Brasil sobre assédio virtual,
segue:
• 77% das meninas no Brasil entre 15 à 25
anos de idade declara que; já sofreu al-
gum tipo de assédio on line.
• 58 % sofrem constantemente algum tipo
de assédio on-line. O mais comum é a
linguagem que ataca.
• 48% sofreram assédio sexual.
Há consequências graves: psicologicamente,
depressão, baixa autoestima e 40% perde-
ram a confiança em si.
Para identificar esses assediadores é difícil,
porque os perfis são Fake.
Temos que ficar atentos e cuidar das crianças
nas redes sociais.
Quero agregar nesta matéria local de atendi-
mento direcionado a Mulheres. O Centro So-
cial possui serviços/projetos gratuitos para
Mulheres na Zona Leste /SP.
A Zona Leste - SP (Arthur Alvim), ganhou um
espaço que está destinado a projetos volta-
dos para as mulheres. O Centro Social, nas-
ceu pela parceria de Mulheres que acreditam
no trabalho social e voluntariado; para ajudar
outras mulheres (Sororidade). Os projetos
direcionados ao terceiro setor são: (cultura,
educação, esporte, saúde e habitação). Tam-
bém conta com profissionais especializados:
Assistente Social, Psicólogos e Advogadas
(atendimento gratuito com horário agenda-
Como é do conhecimento de todos, esta-mos vivendo dias difíceis diante da atual Política, dos governos do Brasil, de São Paulo e, também, devido à Pandemia, que está demorando muito para acabar.
A UBS de Vila Granada/Vila Ré, passou por uma reforma, no ano de 2019, e precisou contar com a luta dos moradores do bairro para poder retornar à comunidade, tendo sido reinaugurada em 23/12/2019.
Quando estava retornando os atendimen-tos com a comunidade, tentando se rees-truturar, veio a Pandemia. No mesmo mês, houve a troca da gerência e os atendimen-tos foram suspensos quando só eram aten-didos os casos suspeitos e/ou confirmados de COVID-19. Por um longo período, a co-munidade ficou sem suas consultas, exa-mes. Mais um tempo de sofrimento para os que dependem da Saúde Pública.
Aos poucos, foram retornando os atendi-mentos na UBS de Vila Granada/Vila Ré, mas com a alta demanda, devido ao fecha-mento pela Pandemia, ainda há muitas difi-culdades.
Nos bairros de Vila Ré e Vila Granada, os usuários podem contar com movimentos populares de saúde, com o Conselho Ges-tor, eleito em 2019 e a Comissão Pró Saú-de. Esta, formada com moradores de diver-sos segmentos dos bairros, tem procurado contribuir com a melhoria nas dificuldades
do), contato WhatsApp (11-99134-5671).
Elas, também tem parcerias com dois projetos
magníficos que são: Amor em Mechas
(www.amoremmechas.com.br) e Mamas do
Amor (www.mamasdoamor.com.br). Este pro-
jeto é chamado de Alma Linda.
No local elas recebem doação de cabelos, ins-
crições para retirada de perucas e de prótese
mamária.
Se você pensou que Elas pararam por aí, não,
no Cetro Social, as mulheres podem contar
também com a SC Assessoria, que irá realizar
atendimento para as organizações sociais e
desenvolvimento de projetos.
O projeto Alma Linda, focado na área social,
preza o respeito e o amor ao próximo e atende
pessoas vítimas de abuso sexual, síndrome do
pânico, depressão, deficiências físicas, recu-
peração da saúde mental e integração social,
emocional e profissional.
Há também tratamento com terapias me-
dicinais, alternativas e comportamental.
O compromisso do Centro Social é com o bem
-estar físico e emocional das mulheres, tratan-
do e reintegrando as mesmas na sociedade.
Local: Centro Social
Rua: Waldemar Tietz, 1682
Cep: 03589-001 Arthur Alvim - Cidade Líder.
Horário de atendimento:
Segunda à Sexta, das 09 às 18h.
DENUNCIE: LIGUE 180
O ATENDIMENTO DA UBS DE VILA GRANADA/VILA RÉ E A PESQUISA DE SATISFAÇÃO
Marilsa Gonçalves
atuais existentes na UBS e na comunidade, na defesa do SUS, participando de reuni-ões, (no momento online), ouvindo as quei-xas trazidas pelos usuários, encaminhando para a gerência, com sugestões.
No momento, a UBS, para tentar amenizar as dificuldades com o reagendamento de consultas, tem procurado novas estratégias para diminuir as demoras dos atendimen-tos. Assim, o Setor de Acolhimento, vem procurando ouvir as queixas dos usuários para encaminhar suas dificuldades.
Estão também sendo realizadas campanhas para prevenção de doenças (Papanicolau, Mamografia); Vacinas e ações em diversos locais do bairro (para orientações e encami-nhamentos sobre COVID-19, aferição de pressão arterial, diabetes, etc.
A Comissão Pró Saúde, vem desde a Pan-demia, ajudando realização de diversas ações nestes bairros com distribuição de máscaras, para os usuários da UBS e da comunidade; também com a distribuição de cestas básicas para usuários em situação de vulnerabilidade dos Programas PAI e, também, usuários da comunidade.
E, com sucesso, tem procurado atender às queixas e necessidades do bairro, na medi-da do possível, sempre em parceria com a Sociedade Amigos de Vila Ré, que muito nos ajuda e apoia nestas ações de solidari-edade.
E, mediante toda a situação vivenciada na saúde pública dos bairros de Vila Ré e Vila Granada, percebemos a importância de avali-ar a satisfação das pessoas destes bairros. Para isso, foi elaborada uma Pesquisa e um grupo da Comissão Pró Saúde Pública está entrevistando moradores.
Para poder avaliar toda a dinâmica da UBS de Saúde Pública, o que se pode melhorar (sugestões) e que outros modelos de Saúde Pública poderiam ser implantados para um melhor atendimento dos usuários desta co-munidade.
Então, em outubro e começo de novembro, será realizada esta Pesquisa nos bairros de Vila Ré e Vila Granada; nas feiras livres; nos Sacolões, nas Igrejas, na UBS, na Comunida-de; e assim que tivermos o fechamento, en-caminharemos à apreciação da Comissão Pró Saúde e à comunidade.
É importante ressaltar, os tempos estão difí-ceis, mas com união, inovações, parcerias, e compromisso de uns pelos outros, podere-mos vencer tantas tribulações e construir um modo de vida melhor para cada um de nós e dos nossos bairros.
Participe da Pesquisa, faça a sua parte, aju-de-nos à melhorar a Saúde Pública dos nos-sos bairros e juntos vamos sempre defender o SUS e a comunidade!
#juntossoosmaisfortessempre!
Comissão Pró Saúde Outubro/20