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Ginástica Laboral como ferramenta de prevenção para a melhoria da
qualidade de vida
Luiz Fabianno Corrêa Leal 1
Dayana Priscila Maia Mejia2
Pós-graduação em Ergonomia – Faculdade Ávila
Resumo
O presente estudo tem como objetivo mostrar como a Ginástica Laboral é utilizada para
prevenção de melhorias da qualidade de vida dos trabalhadores, destacando as principais
doenças ocupacionais LER/DORT. No início da revolução industrial as atividades laborais
basicamente concentravam-se próximos de rios e cursos d’água. Muitas dessas indústrias
eram improvisadas ou instaladas em galpões, elas absorviam uma mão de obra
despreparada, vindas de classes desfavorecidas em sua grande maioria eram mulheres,
crianças e imigrantes vindos em busca de novas oportunidades. Essas empresas não
possuíam instalações adequadas para receber os seus funcionários isso facilitou o
aparecimento de dores pelo corpo, apenas alguns anos depois escritas, por Ramazzini, um
médico italiano que se dedicou a descrever doenças ocupacionais, tais palavras parecem
apontar para o fato de que certas atividades ocupacionais, exige das pessoas posturas,
esforços físicos e mentais que podem produzir doenças. Conforme Lima (2003), muitas
empresas têm se destacado em ações reais de apoio à melhoria da qualidade de vida de seus
funcionários consistentes e determinados, rumo à busca de melhor bem-estar e condições de
saúde. O principal objetivo da Ginástica Laboral é promover adaptações fisiológicas, físicas
e psíquicas, por meio de exercícios que trabalhem a reeducação postural, aliviem o estress,
diminua as tensões acumuladas no trabalho.
Palavras Chaves: Ginástica Laboral; LER/DORT; Qualidade de Vida
Introdução
A partir da segunda década do séc. XVIII houve uma renovação de técnicas e utensílios
agrícolas, além da modificação dos regimes de exploração e mecanização de produção,
1 Pós-graduando em Ergonomia
2 Orientadora: Fisioterapeuta. Especialista em Metodologia do Ensino Superior. Mestranda em Bioética e Direito
em Saúde.
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transformações essas que foram denominadas de Revolução Agrícola que se alargou devido à
Revolução Industrial num conjunto de alterações econômicas e socioculturais resultantes do
aparecimento da maquinofatura.
No início da revolução industrial as atividades laborais basicamente concentravam-se
próximos de rios e cursos d’água. Muitas dessas indústrias eram improvisadas ou instaladas
em galpões, elas absorviam uma mão de obra despreparada, vindas de classes desfavorecidas
em sua grande maioria eram mulheres, crianças e imigrantes vindos em busca de novas
oportunidades.
Simultaneamente com a revolução, Taylor consolida-se sua teoria de que para administrar e
organizar o trabalho numa empresa era fundamental, uma vez que era necessária a
padronização dos movimentos e dos tempos para a execução das tarefas. Vale ressaltar que a
característica mais marcante da era Taylor foi a fragmentação do trabalho, ou seja, o homem
não precisava mais dominar ou conhecer toda a técnica de produção, pois cabia ele somente
uma parte, um fragmento de todo o processo produtivo.
Palavras essas que ecoaram e fizeram que Herry Ford desenvolve-se uma nova proposta de
gestão da produção: a linha de montagem. Esse processo passou a ser denominado fordismo.
Segundo Flerury e Vargas (1983), a partir daí, a esteira rolante passou a ter funcionamento
ininterrupto, combinado operações extremamente parceladas dos trabalhadores.
De acordo com Heloani (2002), p.45
“o fordismo reformula o projeto de administrar as particularidades de cada
trabalhador no exercício dos tempos e movimentos. Para tal fim, preconizará limitar o
deslocamento do trabalhador no interior da empresa. O Trabalho será dividido de tal
forma que o trabalhador possa ser abastecido das peças e componentes através de
esteiras, sem precisar movimentar-se. A administração dos tempos se dará de forma
coletiva, pela adaptação do conjunto dos trabalhadores ao ritmo imposto pela esteira”.
Com essas medidas adotadas por Ford, houve sim uma melhoria na produção, mais de acordo
com Heloani (2002), a disciplina proposta por Taylor e Ford, embora incorporasse
mecanismos de aumento de salários, por causa do capital que estava em alta, os trabalhadores
não aceitaram tal mudança. Por esse motivo, nos momentos de tensão, as empresas
incorporavam os “Programas Sociais” como elementos de reciprocidade para com o
trabalhador.
Produto moderno da era da industrialização, o homem por sua vez, sentiu-se e sente até os
dias de hoje os impactos das transformações que ocorrem no mundo do trabalho. Nos seus
corpos ficam as “marcas” das inovações tecnológicas e das exigências cada vez da produção
industrial capitalista.
Como conseqüência surge então um novo tipo de patologia chamada de Doenças
Ocupacionais. Salários baixos, problemas pessoais, vícios também fazem parte do quadro.
Além destas, ainda existe a falta de organização no ambiente de trabalho, maquinas em mal
estado de uso e conservação, trabalhadores não treinados para o desenvolvimento de suas
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atividades laborais que muitas vezes culminam na incidência de acidentes e doenças
ocupacionais.
Escritas no século XVII, por Ramazzini, um médico italiano que se dedicou a descrever
doenças ocupacionais, cerca de 200 anos antes da evolução industrial e dos métodos Taylor-
Fordianos de organização da produção, tais palavras parecem apontar para o fato de que certas
atividades ocupacionais, independente da época em que são exercidas e da presença de
máquinas ou produção organizada, exigem das pessoas posturas, esforços físicos e mentais
que podem produzir doenças.
Devido a esse aumento de doenças no trabalho, as empresas pressionadas pelas leis do
Ministério do Trabalho, procuraram alternativas para minimizar seus problemas, e
proporcionar maior motivação, conforto e bem-estar a seus funcionários. Então elas
começaram a elaborar Programas de Qualidade de Vida com a inclusão da Ergonomia e da
Ginástica Laboral onde o trabalhador seja o maior beneficiado.
Conforme Lima (2003), grande parte das empresas estão modificando seus conceitos em
relação às formas de conceber e proporcionar a qualidade e vida a seus colaboradores.
Histórico
1. Histórico da profissão
A Ginástica Laboral não é uma atividade recente. Segundo Lima (2003), registros afirmam
que esse tipo de atividade existiu na Polônia, em 1925. Essa Ginástica era destinada a
operários e surgiu alguns anos depois na Holanda e na Rússia.
Mais foi no Japão em 1928, que segundo Alvarez (2002), que a Ginástica Laboral teve sua
origem conhecida, ela era aplicada diariamente nos funcionários do correios. Visando à
descontração e ao cultivo da saúde. Após a 2º Guerra Mundial este hábito passou a ser
difundido por todo o Japão, Segundo Leite e Mendes (2002) apud Alvarez, p. 25-26
“... esta grande difusão da Ginástica Laboral no Japão deve-se ‘a adaptação de um
programa de RádioTaissô, que consiste um tipo de ginástica Rítmica, com exercício
específicos, acompanhados por uma música própria. Esta atividade acontece todas as
manhãs, sendo transmitida pela rádio, por pessoas especialmente preparadas, e é
praticada não somente nas fabricas ou ambiente de trabalho, mais também nas ruas e
residências. O programa e acompanhado de palestras de curta duração sobre assuntos
relativos à saúde, ao trabalho, à circulação sanguínea e ao aumento da
produtividade”.
No Brasil, a Ginástica Laboral foi introduzida em 1969 por executivos nipônicos na
Ishikawajima do Brasil Estaleiros S.A, localizada no Rio de Janeiro. Esta aula tinha duração
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de 8 minutos feita às 07h30, com a participação de 4300 funcionários divididos em grupos ao
som de Tchaikowsky.
Bergamaschi(2003) diz que em 1973, houve uma experiência pioneira no Brasil, cuja a
proposta foi elaborada pela Federação de Estabelecimentos de Ensino Superior em Novo
Hamburgo – RS (FEEVALE), esta proposta consistia na criação de exercicíos, baseados em
analise biomecânica, para o relaxamento da musculatura. O projeto foi chamado “Educação
Física Compensatória e Recreação”, e tinha por finalidade esclarecer as linhas gerais que
deveriam nortear a criação de centros de Educação Física junto aos núcleos fabris. A
FEEVALE junto com o SESI elaborou um novo projeto e denominaram de “Ginástica
Laboral Compensatória” e foi implantada em cinco empresas daquela cidade, mais o projeto
não foi à frente, duraram apenas três meses. As causas deste fracasso foi que as empresas
prestadoras deste serviço não se dedicaram ao serviço.
Após esta primeira experiência, a Ginástica Laboral caiu no esquecimento, sendo retomada
com força total em 1990. Mais antes disso em 1989, a Associação Nacional de Medicina do
Trabalho declarou que o Ministério da Saúde deveria exigir a implantação da prática de
atividades físicas como meio de prevenção de doenças crônico-degenerativas. Com efetivo
apoio do sindicato dos trabalhadores. Já em 1995 a Ginástica Laboral passou a ser
compreendida como um bom instrumento na melhoria da saúde física do trabalhador,
reduzindo os problemas ocupacionais.
1.1 Conceitos da Ginástica Laboral
A Ginástica Laboral é a combinação de algumas atividades físicas que tem como
característica comum, melhorar sob o aspecto fisiológico, a condição física do indivíduo em
seu trabalho; emprega exercícios de fácil execução que são realizados no próprio local de
trabalho que contribuirão para um melhor condicionamento e desempenho físico,
concentração e um melhor posicionamento frente aos postos de trabalho.
Segundo Silva (2007), como o nome indica, Ginástica Laboral é a realização de exercícios
físicos no ambiente de trabalho, durante o horário de expediente, para promover a saúde dos
funcionários e evitar lesões de esforços repetitivos e doenças ocupacionais. Além de
exercícios físicos, a Ginástica Laboral consiste em alongamentos, relaxamento muscular e
flexibilidade das articulações. Apesar da prática da Ginástica Laboral ser coletiva, ela é
moldada de acordo com a função exercida pelo trabalhador.
Picoli e Guastelli (2002), p. 19 colocam que a Ginástica Laboral é constituída,
principalmente, por exercícios de alongamento:
“O alongamento é uma atividade simples, suave, tranqüila, que proporciona grande
relaxamento e bem-estar. Praticando corretamente, pode evitar muitos problemas
relacionados ao trabalho, com a vantagem de que pode ser realizado em quase todos
os lugares e a qualquer hora, não exigindo nenhum equipamento especial”.
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A Ginástica Laboral pode ser destacada como um método efetivo na prevenção da
LER/DORT, já que ela garante o alongamento e melhora a articulação. Os exercícios podem
ser feitos no mesmo local de trabalho e atuam de forma preventiva e terapêutica. Segundo
Figueiredo (2008) essa ginástica não leva o funcionário ao cansaço, por que é leve e de curta
duração .
1.2 Objetivo da Ginástica laboral
A Ginástica Laboral visa diminuir o número de acidentes de trabalho, previnir doenças
originadas por traumas cumulativos, previnir a fadiga muscular, aumentar a disposição do
funcionário ao iniciar o trabalho e retonar a ele, e promover maior integração no ambiente de
trabalho.
Picoli e Guastelli (2002) afirmam que alguns dos objetivos da Ginástica Laboral são:
Reduzir a Fadiga Muscular;
Promover a consciência corporal, a saúde e o bem-estar;
Promover a integração entre os funcionários;
Reduzir o número de acidentes de trabalho;
Aumentar a motivação e a disposição para o trabalho;
Previnir doenças ocupacionais.
Hoje em dia a Ginástica Laboral e vista como a salvadora de muitas empresas, pois muitas
querem que a ginástica, elinime os casos de doenças ocupacionais. Mais o principal papel da
Ginástica Laboral e prevenir o aparecimento de lesões músculo- esqueléticas e/ou
ligamentares, assim como neurológicas devido a situações de stress.
Doenças do Trabalho
Oliveira (2006) apud Pulcinelli, coloca que a adoção da Ginástica Laboral justifica-se pelo
fato de o desempenho do trabalhador não ser algo constante. Segundo Rey, no início do turno
de trabalho, o organismo começa a progressivamente adptar seus processos fisiológicos às
exigências do trabalho. Em seguida ao período de adptação inicial, o homem gradativamente
“caminha” rumo ao ápice de seu rendimento, cuja duração é de aproximadamente duas horas.
Após esse período, devido à fadiga ou cansaço, o desempenho do trabalhador começa a
decrescer.
Estudos comprovam que pausas realizadas no início destes momentos de baixo rendimento
tornam variáveis os retardos dos “sintomas improdutivos”. Pesquisas apontam que há três
momentos, durante a jornada de trabalho, em que podem ser feitas as aulas de Ginástica
Laboral:
1. Ginástica de Aquecimento ou Preparatória é aquela realizada antes da jornada de
trabalho e tem como objetivo preparar o indivíduo para o início do trabalho,
aquecendo os grupos musculares que serão solicitados nas suas tarefas e despertando-
os para que sintam mais dispostos (Alves & Vale (2003) Oliveira).
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2. Ginástica de Pausa ou Compensatória é praticada no meio do expediente de
trabalho e tem como objetivo aliviar as tensões, fortalecer os músculos do trabalhador,
além de interronper a monotonia operacional e, acima, promover exercícios
especificos de compensão para os esforços repetitivos, estruturas sobrecarrecagas e
posturas solicitadas nos postos de trabalho. (Oliveira, 2003; Lima, 2003).
3. Ginástica de Relaxamento é praticada no final ou após o expediente de trabalho, e
tem como objetivo proporcionar o relaxamento muscular e mental dos trabalhadores
(Oliveira, 2003).
Muitas empresas optam em fazer apenas uma seção de ginástica, pois faze-la em três seções
aumentara seu custo e para os empresários atraza-rá a produção. De fato e preferivel fazer a
ginástica em três partes se não opte em fazer a Ginástica Preparatória, pois, de acordo com
Monteiro(2002) apud Martins, os acidentes durante a jornada de trabalho ocorrem mais
durante as primeiras horas deste período por causa do estado de inércia física, psíquica e
sonolência em que se encontra o empregado.
Os profissionais habilitados devem orientar os funcionários, esclarecendo que alguns
exercícios podem ser feitos em qual quer momento que sentir necessidade: antes, durante ou
após o expediente de trabalho, pois cada um também é responsável por sua saúde.
No Brasil a jornada de trabalho é regulamentada pela Constituição Federal em art. 7º XIII e a
CLT art. 58, não pode ultrapassar 8 horas diarias, salvo por algumas exeções. Hoje se
encontra no meio industrial os maiores casos de Doenças Ocupacionais, devido às más
condições do ambiente de trabalho.
De acordo com Miranda (1998), a doença do trabalho é aquela adquirida ou desencadeada em
função das condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relaciona
diretamente. Para Orso et al. (2001), é a doença causada pelo exercício de determinadas
atividades profissionais.
O surgimento do trabalho mecanizado agravou o problema do surgimento das doenças
ocupacionais ao impor ritmo de trabalho da máquina ao homem, gerando, em grande parte
dos casos, uma série de movimentos repetidos, monótomos e em alta velocidade. No Brasil, o
termo Lesões por esforços Repetitivos (LER) foi utilizada na década de 80, para a tradução do
conceito australiano de Repetitive Strain Injury.
Essa enfermidade era conhecida no país, até então por Tenossinovite Ocupacional. Mais so
em 06 de agosto em 1987, pela portaria 4062 ela passou a ter reconhecimento do INSS
(Institutio de Nacional de Seguridade Social) e da sociedade Braileira.
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Em 1999, o termo Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) foi usado
no Brasil, derivando da tradução Work-Related Upper-Extremity Disordes dos Estados
Unidos.
Segundo Ranney (2000), sobre o uso da denominação DORT, quando existem no trabalho
múltiplos fatores associados a esta doença e até quando as exposições não ocupacionais
podem produzi-la, o termo “doença relacionada ao trabalho” é o mais adequado. Por outro
lado, se o resultado para a saúde apresenta um claro processo ou agente patólogico, então o
termo “doença” pode ser aceito. Mais quando alguns dos resultados são de patogênese incerta,
podendo consistir de sintomas sem sinais óbvios, então o termo “distúrbio” é mais preciso,
concordando com o que dispõe a norma técnica. Sobre o mesmo assunto.
2. Causas das doenças
Para o INSS as doenças ocupacionais ou as Lesões, atingem tendões, sinoviais, músculos,
nervos, fáscias ou ligamentos, de forma isolada ou associada, com ou sem degeneração dos
tecidos, afetando principalmente, mas não somente, os membros superiores, região escapular
e pescoço, de origem ocupacional, decorrentes do: - uso repetitivo de grupos musculares; -
uso forçado de grupos musculares; - manutenção de postura inadequada.
Os fatores ligados às condições de trabalho: força, posturas, ângulos, repetitividade; Os
fatores organizacionais: organização da empresa, clima social, relações; Os fatores
individuais: capacidade funcional, habilidade, enfermidades contribuem para uma disposição
a doenças ocupacionais.
2.1 Principais Sintomas
A causa direta parece ser o uso excessivo de determinadas articulações do corpo, em geral
relacionado a certas profissões. Como exemplo, poderemos citar os datilógrafos, os
operadores de caixas registradoras, os profissionais da área de computação, os trabalhadores
de linhas de montagem, costureiras e outros. Essas pessoas passam horas fazendo o mesmo
movimento com as mãos ou braços, provocando uma inflamação das estruturas ósseas, nos
músculos, nos tendões ou mesmo comprimindo nervos e a circulação. Existe várias doenças
que podem ser enquadradas nesse grupo LER, cada uma delas com uma característica
diferente, mas que irão levar no final aos sintomas de dor, fraqueza e fadiga das articulações,
impedindo a pessoa de trabalhar normalmente.
Os sintomas podem ser os mais variados, a dor pode ser localiza, irradiada ou generalizada
com desconfortos, fadigas e sensação de peso, formigamento, parestesia, sensação de
diminuição de força, edema enrijecimento articular, choque, falta de firmeza nas mãos e
sudorese excessiva. Essas queixas geralmente se apresentam em diferentes graus de
severidade, podendo ser caracterizadas em relação ao tempo de duração, localização,
intensidade, entre outros aspectos.
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De acordo com a gravidade dos sintomas, poderá ser atribuída á LER/DORT o grau em que se
encontra. Normalmente os sintomas são verificados nas mãos, nos punhos, nos antebraços,
nos cotovelos, braços, ombros e pescoço. Vejamos os tipos de graus:
• Grau 1: Surge uma sensação de desconforto no membro afetado. Alguma dor não muito
forte poderá surgir eventualmente durante a execução de trabalhos, embora não represente
impedimento para continuação das atividades.
• Grau 2: Aqui a dor será mais frequente e intensa, mas ainda será tolerável, permitindo a
realização das tarefas, embora atrapalhe o desempenho quando um maior esforço for exigido.
Poderão ocorrer também formigamentos e leve perda de sensibilidade, além de serem
perceptíveis nódulos no local atingido.
• Grau 3: Neste estágio a dor será mais forte e persistente, sendo perceptível o local de onde
se origina e não cessará completamente com o repouso. A força do músculo será reduzida e a
produtividade, inevitavelmente, cairá. Haverá inchaço e sensibilidade será irregular. O
simples ato de apalpar o local causará dor e o trabalho geralmente será contra-indicado, pois
poderá agravar a situação.
• Grau 4: Caracterizado por dor forte, persistente e não raras vezes insuportável,
principalmente ao movimentar o membro, embora exista dor até quando a pessoa estiver
imóvel. A perda de força e coordenação dos movimentos do músculo também é perceptível.
Há inchaço e podem ocorrer atrofias. A invalidez para o trabalho é inevitável neste estágio e
até mesmo as atividades do cotidiano serão prejudicadas. Não raramente haverá quadro de
ansiedade e depressão, sendo que a reabilitação é muito difícil.
2.2 Prevenção das Doenças Ocupacionais
O melhor jeito de evitar as doenças das LER/DORT é cuidar das questões da ergonomia, ou
seja, organizar o trabalho em função da relação entre o homem e a máquina, para que o
profissional não force o corpo adotando uma postura errada. Ter mobiliário adequado é outro
ponto importante.
A organização e ritmo de trabalho também devem ser adequados para que o trabalhador não
fique sobrecarregado. Deve-se evitar o excesso de carga horária, e quando isso ocorrer,
procurar compensar o esforço de outras formas.
Identifique tarefas, ferramentas ou situações que causam dor ou desconforto e converse sobre
elas com os profissionais da Comissão de Saúde Ocupacional e com sua chefia.
Faça revezamento nas tarefas. Procure aprender outras tarefas que exijam outros tipos de
movimento. Faça pausas obrigatórias de 10 minutos a cada 50 minutos trabalhados, evitando
ultrapassar 6 horas de trabalho diário de digitação. Levante-se de tempos em tempos, ande um
pouco, espreguice-se, faça movimentos contrários àqueles da tarefa.
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Hoje em dia muitas empresas estão adotando os programas de qualidade de vida, onde o
maior beneficiário e o trabalhador. A qualidade de vida no trabalho não é mais um diferencial,
mas sim uma exigência de mercado, pois a empresa que não estiver com pessoas em primeiro
plano, dificilmente torna-se competitiva no mercado. Enquanto as organizações preocupam-se
em ser mais competitivas, produzindo mais e melhor a custos menores, os empregados
buscam no interior das empresas onde trabalham a compensação do estresse causado pela
busca frenética de resultados.
Este programa trata especialmente do bem-estar do que os trabalhadores entendem que os
cargos representam uma fonte de renda e principalmente um meio de motivação para o bem-
estar de cada um deles. Para alcançar níveis elevados de qualidade e produtividade, as
organizações precisam de pessoas motivadas, que participam ativamente nos trabalhos que
executam e que sejam adequadamente recompensadas pelas suas contribuições.
Fazendo parte do programa de qualidade de vida, a Ginástica Laboral vem agregar benefícios
para a saúde do trabalhador. Pena Marinho(1974) apud Cantarino & Pinheiro, afirma que a
Ginástica na Empresa tem como objetivo geral, suscitar, desenvolver e aprimorar as
qualidades físicas do industriário, estimular o funcionamento de seus órgãos e, como principal
objetivo desenvolver excepcionalmente certas qualidades que a natureza da profissão
escolhida exige.
Benefícios da Ginástica Laboral
Exercícios de alongamento e relaxamento contribuem para eliminar a fadiga muscular e o
estresse, aumentando a flexibilidade e melhorando a circulação sanguínea.
Como antes já mencionado, é importante que o trabalhador discuta com o empregador a
implantação de um programa de Ginástica Laboral, que é uma opção rápida, barata e de
grandes resultados.
Porém, enquanto a Administração não o fizer, o trabalhador pode, seguindo instruções,
realizar alguns exercícios. Esses exercícios podem ser responsáveis, em grande parte, pela
prevenção das LER/DORT.
Figueiredo (2005) apud Claudia Mont´alvão, afirma que a busca incessante por maior
produtividade trouxe também fortes pressões para o trabalhador, gerando muitos desgastes
físicos, mentais, emocionais, que causam o desequilíbrio.
Esta prática melhora a condição física e psicológica do trabalhador, favorecendo a integração
dos mesmos, corrige vícios posturais, melhora a disposição ao trabalho. Além de haver uma
diminuição no numero de acidentes de trabalho e no absenteísmo.
Os programas promovem a saúde mental, física e social do indivíduo. Alguns de seus
benefícios, segundo Pagilar (2002) estão listados a seguir:
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Fisiológicos
Possibilita melhor utilização das estruturas osteo-mio-articulares, como maior
eficiência e menor gasto energético por movimento especifico;
Promove o combate e prevenção das doenças profissionais;
Promove o combate e prevenção do sedentarismo, estresse, depressão, ansiedade;
Melhora da flexibilidade, força, coordenação, ritmo, agilidade e a resistência,
promovendo uma maior mobilidade e melhor postura;
Promove a sensação de disposição e bem estar para a jornada de trabalho;
Redução da sensação de fadiga no final da jornada;
Contribui para a promoção da saúde e da qualidade de vida do trabalhador;
Propicia através da realização dos exercícios características preparatórias,
compensatórias e relaxantes no corpo humano;
Bem como os principais benefícios fisiológico relacionados ao exercício sobre o
sistemas cardíaco, respiratório, esquelético, entre outros bem documentados nas
evidências científicas;
Psicológicos
Motivação por novas rotinas;
Melhora do equilíbrio biopsicológico;
Melhora da auto-estima e da auto-imagem;
Desenvolvimento da consciência corporal;
Combate as tensões emocionais
Melhora da atenção e concentração as atividades desempenhadas sociais
Favorece o relacionamento social e trabalho em equipe;
Melhoria das relações interpessoais;
Empresarias
Redução dos gastos com afastamento e substituição de pessoal;
Diminuição de queixas, afastamentos médicos, acidente e lesões;
Melhoria da imagem da instituição junto aos empregados e a sociedade;
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Maior produtividade.
Pode-se observar que são muitos os benefícios da Ginástica Laboral nas empresas, sendo seu
foco principal e a prevenção das doenças ocupacionais.
3 Ergomotricidade
Psicomotricidade: É a ciência que tem como objetivo de estudo o homem através do eu corpo
em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. Com isso alguns profissionais
que atuam com a Ginástica Laboral estão adotando nesta nova perspectiva, que através da
psicomotricidade podem trabalhar na “reabilitação” de alguns movimentos e isso ajuda na
movimentação do trabalho.
“A Psicomotricidade é então uma técnica que se dirige, pelo exercício do corpo e do
movimento, considerando o ser em sua totalidade” (Camarços, R.L/ Cansado, H.R.)
Barreto, Nunes & Baechtold (1999) propõem a criação da Ergomotricidade, uma aplicação da
Psicomotricidade no campo da Ergonomia, em uma nova abordagem aos problemas
ocupacionais. Na mesma linha Lapaguesse (1998), justifica a Ergomotricidade como
mecanismo de compreensão do homem de uma forma mais global na sua relação com o
trabalho. Sendo que a redução do esgotamento físico e mental do trabalhador e a conseqüente
diminuição de acidentes, objetivos da Ergonomia, serão maximizadas através do
desenvolvimento da consciência corporal, preconizada pela Psicomotricidade.
A Ergomotricidade visa não só compensar vícios posturais através de exercícios
compensatórios, mas também atuar sobre todo o ser através de programas de alongamento,
respiração, relaxamento (nível neuro-muscular), relaxação (nível neuro-psíquico) e mudança
cognitiva, desenvolvidos no próprio posto de trabalho. Ao estimular o desenvolvimento da
consciência corporal atuando nos processos cognitivos do indivíduo, a Ergomotricidade visa
propiciar o bem estar do ser humano e sua qualidade de vida no ambiente de trabalho e além
dele. Estes objetivos devem ser alcançados pela junção entre a Psicomotricidade e a
Ergonomia (Barreto, Nunes & Baechtold, 1999).
Revisão de Literatura
Oliveira(2006) acrescenta a liberação de movimentos bloqueados por tensões emocionais,
obtendo a sensação de um corpo mais relaxado, melhora na coordenação motora dos
funcionários, reduzindo assim, o gasto de energia para a execução de suas tarefas diárias,
aumento da flexibilidade, ativação do aparelho circulatório, preparação do corpo para a
atividade muscular, desenvolvimento da consciência corporal, proporcionando o bem-estar
físico e mental.
A Ginástica Laboral é apresentada como mecanismo de prevenção de lesões
osteoligamentares e musculares relacionadas ao desgaste e estresse do trabalho (Reis, 1998;
Cañete, 1996; Guiselini, 1996; Barreto, 1997; Polito & Bergamaschi, 2002; Kooling, 1980;
dias, 1994; Alves & Vale, 1999; Leite,1999; Barros Neto, 1997; Bawa, 1997; Labor Physical,
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1999; Maratona,1999; Guerra, 1997; Mgm, 1999; Pimentel, 1999; Astrand & Rodahl apud
Pimentel, 1999; Martins, 2001; Oliveira, 2006).
Segundo as empresas que trabalham com a mesma, a Ginástica Laboral atua na qualidade de
vida, no bom relacionamento entre as pessoas, controle do estresse, diminuição de acidentes
de trabalho e aumento de rendimento em milhares de empresas brasileiras.
Oliveira (2006) afirma que um programa de atividade física geral pode melhorar a capacidade
de força dos membros superiores e inferiores, melhorar as capacidades funcionais
relacionadas com o transporte e utilização do oxigênio pelas células, favorecer e potencializar
a função cardíaca e respiratória.
Silva (1995) sobre os efeitos dos exercícios sobre o sistema locomotor, cita a ocorrência de
um desenvolvimento harmonioso dos grandes grupos musculares, estabilizando corretamente
a coluna vertebral e as articulações. Aborda ainda, a prevenção ao aparecimento de
anormalidades articulares e rupturas tendíneas e ligamentares.
Para Alves (2000), os exercícios em forma de Ginástica Laboral ativam a circulação
periarticular com aquecimento tecidual e neuromuscular, que são imprescindíveis às
atividades que exigem atenção e tomadas de decisão que resultam em atos motores,
promovem ganho de força pelo alongamento muscular restaurando o potencial contrátil,
melhorando o retorno venoso, a capacidade ventilatória, reduz o estresse e melhoram a
postura.
Conclusão
O objetivo deste estudo foi mostrar como a Ginástica Laboral contribui para a prevenção e
melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores. Pode-se verificar que a ginástica laboral
realmente contribui para saúde deles. Os estudos mostraram que a ginástica laboral, quando
orientada diretamente pelo por um profissional habilitado, reduz significativamente as dores
nas costas, de cabeça, nos ombros e pescoço, nos membros superiores e inferiores. Diminuiu
também o desânimo, a falta de disposição, insônia e irritabilidade, promovendo uma melhor
qualidade de vida.
Identificamos os benefícios da ginástica laboral nos trabalhadores, eles percebem que as aulas
de Ginástica Laboral trazem mais motivação, organização no trabalho e melhora quanto à
frequência e horário. O profissional habilitado deve inovar não deixar cair na mesmice, ele
deve inovar tipo, contar durante os exercícios, variar ou adaptar os exercícios para que estes
não se tornem monótonos e repetitivos, trazer músicas que embalem as aulas assim as aulas
de Ginástica Laboral atingirá todos os seus objetivos.
Também verificamos se a Ginástica Laboral influencia para um estilo de vida saudável, ela
contribui de maneira significativa para adoção de hábitos alimentares mais saudáveis e para
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um sono mais tranquilo dos funcionários Além de despertar nos trabalhadores mudanças no
cotidiano, no lazer, passando estes a caminhar e praticar esportes nos finais de semana.
Ou seja, o programa de Ginástica Laboral aparece em paralelo ao programa de Qualidade de
Vida e promoção de saúde e lazer, que visam amenizar os efeitos que o mau uso da tecnologia
causa no ser humano.
Referencias Bibliográficas
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Terapêuticos no Trabalho. Revista Fisioterapia Brasil, v. 1, n. 1, set./out., 2000. p.19 - 22.
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