CURSO DE FORMAÇÃO
COACHING ERICKSONIANO
GED - GUIA DE ESTUDO DIRIGIDO COACHING ERICKSONIANO
CAROLINA TOMAZETTI SILVA
São Paulo – Turma 25
20/2018
CAROLINA TOMAZETTI SILVA
GUIA DE ESTUDO DIRIGIDO COACHING ERICKSONIANO
Trabalho apresentado como
exigência para obtenção do título e
certificação internacional da formação de
COACHING ERICKSONIANO
São Paulo – Turma 25
20/2018
Aos meus amores da minha vida, Zão e
Jão.
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SUMÁRIO
1 COACHING ERICKSONIANO ................................................................................... 5 2 OS SETE PRINCÍPIOS DE MILTON ERICKSON .................................................... 11 3 SESSÕES DE COACHING ERICKSONIANO .......................................................... 14 4 CINE COACHING .................................................................................................... 15
4.1 QUANDO NIETZSHE CHOROU .............................................................................. 15 4.2 MINHA VIDA ............................................................................................................ 16 4.3 A ORIGEM ............................................................................................................... 17 4.4 UM METODO PERIGOSO ....................................................................................... 18
5 AS 12 DIMENSÕES DA CONSCIÊNCIA ................................................................. 19 6 O PODER DO TRANSE NO ATENDIMENTO DO COACHING................................ 22 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 23 ANEXOS ...................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. ANEXO 1 – SESSÕES DE COACHING ERICKSONIANO ............. ERRO! INDICADOR NÃO
DEFINIDO. ANEXO 2 – INDUÇÃO COM UMA METÁFORA DE SUA ESCOLHA ...... ERRO! INDICADOR
NÃO DEFINIDO. ANEXO 3 – COACHING GROUP MAIL ....................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
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1 COACHING ERICKSONIANO
Segundo a Wikipedia, a definição de hipnose clássica é um estado de
consciência que envolve a atenção focada e consciência periférica reduzia,
caracterizado por uma maior capacidade de resposta à sugestão. Ela é um estado
mental ou um tipo de comportamento usualmente induzidos por um procedimento
conhecido como indução hipnótica, o qual é geralmente composto de uma série de
instruções preliminares e sugestões.
Segundo o próprio Milton Erikson, a sua definição de hipnose é: “A
suscetibilidade ampliada para a região das capacidades sensoriais e motoras para
iniciar um comportamento apropriado.”
E, para mim, a definição mais completa da hipnose ericksoniana é dada pelos
psicólogos Clystine Abram e Gil Gomes: “A hipnose é um estado de concentração
localizada que permite acessar as estruturas cognitivas, os pensamentos e crenças,
identificando os sentimentos que estão relacionados a essa forma de processar os
estímulos percebidos. Adequando o processamento das percepções e absorvendo o
que é sugestionado.”
Contudo Milton Erickson trouxe para a hipnose um novo olhar epistemológico
sobre o tema da hipnose e da própria Psicologia. Ele trouxe o estado hipnótico através
da facilitação da própria habilidade do terapeuta, que utiliza certos padrões linguísticos
para confundir o cliente, que é o próprio fornecedor dos conteúdos, para fins de
mudança do estado atual do próprio paciente.
Contudo, devo separar o transe da hipnose. Pois nem sempre um estado de
transe é hipnótico. Na minha percepção, o estado de transe é um estado de olhar para
si mesmo, por exemplo quando fechamos os olhos e procuramos e sentimos o nosso
interior, e o estado hipnótico é um estado em que o senso crítico está reduzido, é um
estado de confiar mais em si mesmo. Portanto, nem sempre um transe é uma hipnose.
Agora, um estado de transe hipnótico é a união do estado de observação interna com
foco em algo que precisa ser resolvido.
A hipnose clássica traz um caráter autoritário e, talvez por isso encontrava
resistência dos seus próprios pacientes. Um grande exemplo do início dessa hipnose
é: “agora você está em transe”. Já Milton Erickson trouxe uma hipnose permissiva e
indireta. Um bom exemplo de início dessa hipnose ericksoniana é “como é bom saber
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que, de olhos abertos nosso mundo é finito, e que de olhos fechados nosso mundo é
ilimitado.”
Segundo o próprio Milton Erikcson a melhor forma de indução hipnótica é de
forma sugestiva para que o próprio paciente possa preencher as lacunas com o seu
próprio entendimento inconsciente, mesmo que ele não saiba e não entenda
conscientemente o que ele está fazendo.
Os dez pontos que distinguem a hipnose ericksoniana da hipnose clínica são:
1. Uso da abordagem indireta – em vez de fazer uma indução direta como
exemplificado, “você está em uma ilha deserta”, é feito uma sugestão, “gostaria
de saber como é estar em um ambiente em que você se sinta seguro.”
2. Hipnose como jogo interacional – consiste em uma comunicação bilateral.
3. Pequenas mudanças – é convidado aos coachees que se cumpram tarefas
simples, que no final resultam em mudanças profundas.
4. Foco no sintoma – as representações verbais e sensoriais do sintoma pelo
cliente permitem que o seja transformado, melhorando seu estado geral sob
efeito “bola de neve”.
5. Respeito ao cliente – atenção centrada no cliente.
6. Hipnose com cooperação – pois é na soma de forças do coach mais coachee
é que se terá a superação do problema.
7. Comunicação precisa – o coach deve estar ciente do que está comunicando ao
coachee.
8. Utilização dos sintomas – ao invés de somente suprimir os sintomas, Erickson
sugeria em alguns casos exagerar ou potencializar esses sintomas, que por
sua vez, seria um incômodo tão grande para seu cliente que ele o abandonaria.
9. Adaptação da hipnoterapia – a abordagem da hipnose ericksoniana é adaptada
de acordo com cada coach e a cada coachee.
10. Orientação para o futuro – uma das propostas da hipnose ericksoniana é a
conscientização do coachee de que ele não tem somente um passado
extremamente importante, ele também tem um presente que é mais importante
e um futuro ainda mais importante do que o presente e o passado.
Durante o estado de transe hipnótico podem ser descritos os seguintes
fenômenos:
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• Rapport – que é a ligação ou conexão entre os integrantes do transe através
da sintonia entre eles.
• Catalepsia – que é a ausência da vontade de se mover.
• Dissociação – que é a sensação ou sentimento de ser duas pessoas numa só
e pode ser possível executar coisas diferentes ao mesmo tempo.
• Analgesia – que é a diminuição da intensidade da sensibilidade da dor.
• Anestesia – que é não sentir parte do corpo.
• Regressão de idade – que é a capacidade de se recordar de algo como se
estivesse vivendo aquilo pela primeira vez.
• Progressão de idade – que é se vendo no futuro realizando coisas.
• Distorção do tempo – que é a ausência da percepção do tempo cronológico.
• Alucinação positiva – que pode ser a percepção de algum dos cincos sentidos
de algo que não está presente.
• Alucinação negativa – que pode ser a ausência de percepção de algum dos
cinco sentidos de algo que está presente.
• Amnésia – que é a não lembrança de partes ou de um todo que aconteceu.
• Hipermnésia – que é a lembrança aguçada de algo.
• Atividades ideossensória e ideomotora – que são as sinalizações do corpo em
resposta a algum comando.
• Sugestão pós-hipnótica – que é a execução do pós transe de algo pedido
durante o transe.
Alguns mitos sobre a hipnose:
• Hipnose e meditação não são a mesma coisa. Apesar de ambas estarem em
um estado alterado de consciência, a hipnose busca sugerir mudança de
comportamento, ideia ou atitude e a meditação busca treinar a mente para
obter algum benefício, como o relaxamento, e não há qualquer preocupação
em modelar pensamentos. Ou seja, os objetivos são diferentes.
• A hipnose não é causada pelo poder do hipnotizador. Na verdade, a hipnose
ocorre pelo rapport entre o hipnotizador e o paciente. É preciso de um estado
de permissão do próprio paciente para que ocorra a hipnose.
• Hipnose não é a mesma coisa que dormir. Hipnose e transe são estados de
consciência completamente distintos. Durante o sono, não temos controle
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sobre os nossos pensamentos, já na hipnose, você participa ativamente do que
está pensando.
• É impossível acordar durante o transe. Durante o estado de transe, você pode
acordar na hora que desejar.
• A pessoa hipnotizada conta seus segredos sem querer. Isso não é verdade
porque a mente se mantém em estado de vigília. Apesar da pessoa não falar
durante a hipnose, isso não significa que ela está inconsciente. Ela resolve
todos os seus problemas inconscientemente na sua mente.
• A pessoa hipnotizada fica inconsciente durante a hipnose. Isso não é verdade
porque é preciso que ela esteja consciente do seu trabalho de cura. O transe
hipnótico ocorre por uma dissociação entre mente consciente e inconsciente.
Dentro do coaching ericksoniano, temos 7 princípios:
1. Toda pessoa é única e conta a sua própria história e cria a sua própria metáfora.
2. O coachee tem dentro do seu próprio sistema, a capacidade de resolver o seu
problema. Ele pode e deve fazer todo o trabalho.
3. É possível gerar mudanças estratégicas, a mínima mudança possível e a
viabilizar generalizada. E o coach pode trabalhar dentro do sistema sem
conhecimento específico do problema.
4. O tempo é atemporal. A cada momento há uma nova relação sendo criada.
5. Todo problema tem solução, assim como toda fechadura tem sua chave. Se o
que você está trabalhando não está funcionando, faça diferente até que
funcione.
6. Não existe a chamada “resistência”. Milton prescreve ou exagera o sintoma
para se mover junto com o coachee.
7. Existe poder no intercâmbio na vulnerabilidade. O não saber de duas pessoas
se torna um grande conhecimento.
A melhor explicação da eficácia do coaching ericksoniano é que existe um
poder no intercâmbio da vulnerabilidade. Isso nada mais quer dizer que, mesmo se a
pessoa não sabe a resposta do que ela está procurando, a partir do momento em que
ela abre seu coração para outra pessoa, que também não sabe da sua resposta,
juntas elas podem se unir e encontrar essas respostas.
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Em momento algum o coach ignora ou subestima os problemas do seu
coachee, pelo contrário, ele se alia a essa metáfora e se movimenta com ela. O próprio
coachee tem dentro do seu próprio sistema a capacidade de resolver seu problema.
Segundo as próprias palavras dele “toda fechadura tem a sua chave.”
Os principais elementos do coaching ericksoniano são:
1. Acompanhamento e condução – é o processo de conhecer o modelo de mundo
da outra pessoa e ser capaz de acompanha-la e conduzi-la em direção às
mudanças desejadas.
2. Acuidade sensorial – é o processo de aprender a fazer distinções mais finas e
mais úteis das informações sensoriais que obtemos do mundo.
3. Calibração – é o processo de observar as evidências sensoriais específicas.
4. Congruência – é o processo de focalizar recursos e ser capaz de trabalhar
claramente a fim de um resultado claro desejado.
5. Ecologia – é o processo de olhar para o sistema maior e os tipos de limites que
estabelecemos para definir os sistemas com o qual estamos lidando.
6. Semear – é o processo que estamos literalmente plantando o que é importante
através do rapport e com habilidades de questionamentos.
7. Estado – é a capacidade de escolher o seu estado emocional
8. Flexibilidade – é a capacidade de entender a obtenção de resultados e, se
alguma coisa não está funcionando, faça diferente.
9. Modelagem – É o processo de abrir a sequência de ideias e de
comportamentos que permite a alguém realizar a sua tarefa.
10. Pressuposições – são ideias ou crenças consideradas como dadas e sobre as
quais se age.
11. Rapport – é um relacionamento de confiança e responsividade com si mesmo
e com outros.
12. Resultados – é saber o que quer, entender o que os outros querem de forma
específica e sensorialmente baseado.
13. Sistemas representacionais – é pensar com os sentidos.
Em relação à linguagem utilizada durante a hipnose ericksoniana posso citar:
1. Utilização de contexto, de palavras denotativas e conotativas a fim de promover
mudanças.
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2. Uso da comunicação indireta.
3. Emprego de metáforas, anedotas e analogias na construção de novos
significados a partir dos conteúdos já oferecidos pelo coachee.
4. Utilização de associações e confrontações indiretas.
5. Elaboração de predições a seus pacientes.
6. Encorajamento da resistência e de uma possível recaída pelo paciente, a fim
de criar empatia.
7. Provocação de alguma frustração, a de obter alguma reação do coachee.
8. Ênfase dos aspectos positivos.
9. Utilização de desvios comportamentais do coachee a fim de provocar um
colapso em seu sistema de significações.
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2 OS SETE PRINCÍPIOS DE MILTON ERICKSON
Os sete princípios de Milton Erickson podem ser resumidos a uma só frase:
“existe poder no intercâmbio da vulnerabilidade”. Em outras palavras, duas cabeças
juntas pensam melhor do que uma. Ele já dizia que, uma pessoa que não tem a sua
resposta, passa a tê-la a partir da conexão poderosa no encontro com outra pessoa.
Ao estabelecerem o rapport, que é uma ferramenta facilitador dessa conexão, o
coachee consegue encontrar os seus resultados proveitosos quando atua em conjunto
com o coach.
Em resumo, os sete princípios de Milton Erickson são:
1. Toda pessoa é única e cria a sua própria metáfora.
2. O coachee tem dentro do seu próprio sistema a capacidade de resolver
o problema.
3. É possível gerar uma mudança de estratégia, a mínima mudança
possível, e a viabilizar para ser generalizada.
4. O tempo não tem importância. A cada momento há uma nova relação
sendo criada.
5. Todo problema tem solução – é trabalhável. Se algo não funcione, tente
outra até que funcione.
6. Não existe tal coisa chamada “resistência”.
7. Existe poder no intercâmbio da vulnerabilidade. O não saber de duas
pessoas se torna um grande conhecimento.
2.1 TODA PESSOA É ÚNICA E CRIA A SUA PRÓPRIA METÁFORA.
Cada pessoa cria as suas próprias metáforas e o coach se junta a essa
metáfora e se move a partir dela com o seu coachee. Quando criamos a nossa própria
metáfora, nós estamos falando de nós mesmos. E como a nossa história é única, por
consequência é também a nossa metáfora.
O coachee cria a sua própria metáfora ao contar as suas histórias dentro da
sessão de coaching. Assim, tudo fará sentido para ele, sem intervenção do coach,
apenas com o seu apoio.
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2.2 O COACHEE TEM DENTRO DO SEU PRÓPRIO SISTEMA A CAPACIDADE DE RESOLVER O PROBLEMA.
Assumir que a responsabilidade do estado atual é puramente nossa é o
primeiro passo no processo de autocura. Apesar do vitimismo, da dramatização, da
aflição que temos ao passarmos por momentos difíceis, somos um complexo de
soluções e respostas. A nossa solução está dentro de nós, apesar de termos a
sensação de que são esses problemas que nos definem.
2.3 É POSSÍVEL GERAR UMA MUDANÇA DE ESTRATÉGIA, A MÍNIMA MUDANÇA POSSÍVEL, E A VIABILIZAR PARA SER GENERALIZADA.
Qualquer grau de mudança no coachee, mesmo que seja mínimo, é tudo o que
é necessário, pois cria uma mudança em todos os sistemas relacionados a ele. E,
para isso, o coach pode trabalhar dentro do sistema do coachee sem um
conhecimento específico do problema porque o coach trabalha com o empoderamento
do coachee.
Empoderar é incentivar para que o coachee mude por si só.
2.4 O TEMPO NÃO TEM IMPORTÂNCIA. A CADA MOMENTO HÁ UMA NOVA RELAÇÃO SENDO CRIADA.
Nós somos fontes inesgotáveis de criatividades e formas de linguagem. O
tempo é uma metáfora a ser transcendida. E transcender o tempo é uma crença
efetiva para resultados extraordinários.
2.5 TODO PROBLEMA TEM SOLUÇÃO – É TRABALHÁVEL. SE ALGO NÃO FUNCIONE, TENTE OUTRA ATÉ QUE FUNCIONE.
Toda a essência do problema traz em si mesma a decifração. Não existe
problema sem resposta, pois jamais saberíamos de nossos problemas se antes disso
não conhecêssemos a solução para eles.
Como já dizia Milton Erickson, “toda fechadura tem sua chave”.
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2.6 NÃO EXISTE TAL COISA CHAMADA “RESISTÊNCIA”.
Ter resistência é uma forma de demonstrar, ou de iniciara o processo de
consciência, de que alguma coisa não está bem nas nossas vidas. As resistências e
obstáculos que temos na nossa vida, nada mais são do que criações nossas de coisas
que nem existem por si mesmos.
2.7 EXISTE PODER NO INTERCÂMBIO DA VULNERABILIDADE. O NÃO SABER DE DUAS PESSOAS SE TORNA UM GRANDE CONHECIMENTO.
Quando realmente estamos conectados com as outras pessoas, é transcendido
qualquer resistência. Para nossos machucados, nada melhor que nossos próprios
remédios. E é por isso que, as soluções vindas pelo próprio coachee está a verdadeira
solução de problemas
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3 SESSÕES DE COACHING ERICKSONIANO
Coachee e-mail
1 Cristiano Pimenta [email protected]
2 Cristiano Pimenta [email protected]
3 Cristiano Pimenta [email protected]
4 Cristiano Pimenta [email protected]
5 Cristiano Pimenta [email protected]
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4 CINE COACHING
4.1 QUANDO NIETZCHE CHOROU
Nesse filme, o Doutor Josef Breuer é chamado por Lou Salomé para tratar de
seu amigo atormentado Friedrich Nietzsche. Conseguindo se aproximar do filósofo,
que já tentara vários médicos, Breuer vai aos poucos tentando ganhar sua confiança;
mas não é bem-sucedido.
Nietzche vive atormentado pela rejeição intelectual da sua época, com
enxaquecas insuportáveis. Lou Salomé, que é a mulher pela qual Nietzche se
apaixonara, procurou o Dr Breuer para que ele curasse Nietzche através da técnica
terapêutica da fala. E pede para que o filósofo não perceba esse pedido e não achasse
que o médico soubesse das suas tormentas e dos seus impulsos suicidas.
Então, o médico teve uma ideia e propõe a Nietzsche que ele ajudasse o próprio
médico a encontrar a sua cura. O resultado é surpreendente.
Breuer tentará encontrar na filosofia de Nietzsche a solução para conseguir se
livrar da fixação sexual por uma paciente. O Doutor Breuer é um paciente desesperado
que busca a solução para sua falta de crenças e também pela falta de conexão com
sua vida e sua família e ele diz a Nietzsche que não sabe como e por que viver.
A cada encontro entre o médico e o filósofo, Dr Breuer recorria ao seu discípulo
Sigmund Freud e eles faziam as análises das situações e ele chega a declarar que o
filósofo conhece a humanidade mais a fundo do que qualquer pessoa e que poderia
ser o maior psicólogo de todos os tempos.
O filósofo não dará a resposta que Breuer precisa e ele terá que buscar seu
processo de cura. E ele mesmo encontra a solução para os seus problemas.
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4.2 MINHA VIDA
Michael Keaton é Bob Jones, um relações públicas que renegou seu passado,
sua família, sua cidade natal para viver em Los Angeles. Após anos de uma carreira
bem-sucedida, ele recebe duas notícias extremas: está prestes a se tornar pai pela
primeira vez, ao mesmo tempo em que tem poucos meses de vida. Entre a preparação
e a expectativa da chegada do bebê, tem que aprender a lidar com o não-resultado
do tratamento penoso para tentar conter o câncer que já tomou conta de partes dos
órgãos. Assim, em sua última tentativa de estar presente no crescimento do filho, Bob
começa a gravar fitas onde se apresenta e fala de situações diárias. E, assim,
redescobre a si mesmo.
Em nenhum momento ele deixa passar suas emoções. Os colegas de trabalho
só têm o que falar dele no setor profissional, ninguém o conhece na intimidade. Sua
família não o vê há anos, e quando ele resolve aceitar o convite para o casamento do
irmão, se esconde atrás das câmeras. É capaz de fazer uma declaração de amor à
esposa no vídeo, mas não pessoalmente. Toda essa contenção de sentimentos acaba
por torná-lo um vulcão interno. E que muitos acreditam ser uma das causas do câncer.
Ele precisa deixar a emoção ser externada, como diz um médico alternativo que passa
a frequentar. Lidar com emoções não é algo fácil.
Ao tentar se abrir para a câmera em uma tentativa desesperada de seu filho
conhecê-lo, Bob acaba abrindo-se para si mesmo e compreendendo seus traumas de
infância, a começar por um circo que jamais chegou ao seu quintal como pensara,
finalizando pela figura paterna sempre ausente devido aos compromissos de trabalho.
Situações que ele vai compreendendo aos poucos ao se colocar no lugar daquele
homem que só queria dar uma vida melhor à sua família.
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4.3 A ORIGEM
“A Origem” é um filme de ficção científica que conta a história de como
um grupo de golpistas utilizam uma "máquina de invadir sonhos" para poder
conquistar os seus objetivos mais audaciosos. É como se as pessoas pudessem
compartilhar sonhos com as outras e dentro deste sonho compartilhado, seus
segredos pudessem ser materializados e guardados em algum lugar dentro daqueles,
quase sempre em locais de difícil acesso e com segurança alta, tais como cofres por
exemplo.
Com a ajuda dessa máquina, os membros de um grupo conseguem invadir o
sonho de determinada pessoa e construir uma situação, atuando de modo a
influenciar inconscientemente as decisões do indivíduo na vida real.
O enredo central do filme se foca no protagonista Dom Cobb (Leonardo
DiCaprio), um ladrão que é especializado em extrair informações das pessoas através
dos sonhos.
Cobb está aposentado, mas é obrigado a participar de uma última missão para
que, em troca, tenha o direito de voltar a ver o seu filho.
A missão final é chamada de “inserção”, pois parte do princípio de implantar a
origem de uma ideia ou conceito na mente do rival de seu cliente.
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4.4 UM METODO PERIGOSO
O enredo do filme gira em torno do médico psiquiatra Carl Gustav Jung que se
propõe a tratar a paciente Sabina Spielrein através do método da psicanálise
elaborada por Sigmund Freud. No desenrolar das situações em que são colocados os
personagens, Jung comprova inicialmente a teoria de Freud a respeito de que o desejo
sexual é o que impulsiona o comportamento da sua paciente.
Ele descobriu quando acompanhava Sabina em um passeio que a origem dos
seus comportamentos desorganizados estava na atração que Sabine sentia pelos
castigos físicos impostos pelo seu pai quando ela era criança. A partir da proposta de
Jung para que Sabina que falasse sobre este assunto ele possibilitou que ela
conhecesse a pessoa que ela realmente era, ou seja, possibilitou que um conteúdo
do inconsciente pessoal de Sabina fosse trazido para o seu ego.
O relacionamento de Sabina e Jung foi se tornando mais próximo e ocorreu a
transferência da projeção psíquica de Sabina para Jung e a contratransferência das
projeções psíquicas de Jung para ela. Ela confessou a ele que estava apaixonada.
Quando este conteúdo da sua sombra veio à tona, Jung começou a considerar
a possibilidade de ter um relacionamento mais íntimo com Sabina e acabou perdendo
o receio de se envolver com ela, mesmo ela sendo sua paciente.
O rompimento deles se deu após os questionamentos levantados pelos
envolvimentos dos dois, o que impulsionou Sabine a escrever para Freud. Jung e
Freud já haviam entrado em contato para discussão do caso de Sabine.
Inicialmente Freud escreve a Jung dizendo que não acreditava que este havia
se envolvido com a paciente, porém mais tarde Jung confessa a seu colega que ele
teve realmente um caso com Sabina. Freud passa a ser o terapeuta de Sabina, e ela
e Jung rompem definitivamente.
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5 AS 12 DIMENSÕES DA CONSCIÊNCIA
A definição de consciência que é o sentimento ou conhecimento que permite
ao ser humano vivenciar, experimentas ou compreender aspectos ou a totalidade de
seu mundo interior. Descartes via a consciência como um elemento teórico primitivo.
Em outras palavras, é como se a consciência não pudesse ser explicada,
provavelmente por ser aquilo que é pressuposta na explicação do que quer que seja.
Ser consciente pode ser então considerado como o estado de estar plenamente
consciente dos acontecimentos ou fatos, como esses definem o mundo lógico, ser
consciente é estar no mundo.
Manfred Frank apresenta a seguinte relação entre consciência,
autoconsciência e autoconhecimento:
• Consciência pressupõe autoconsciência. Não há como estar consciente
de alguma coisa sem estar consciente de estar consciente dessa coisa.
• A autoconsciência é pré-reflexiva. Se a autoconsciência fosse o
resultado da reflexão, então só teríamos autoconsciência após termos
consciência de alguma coisa que fosse dada à reflexão.
• Autoconsciência e consciência são distintas logicamente, porém
funcionam de maneira individual.
• O autoconhecimento pressupõe a consciência pré-reflexiva, isto é, a
autoconsciência.
Segundo José Roberto Marques, a consciência pode ser subdividida em 12
grupos:
1. Consciência pessoal: o quanto você se conhece? Olhar para seu interior
é a capacidade que temos de olhar para nós mesmos, para nossa
essência e ter a consciência de quem somos.
2. Consciência corporal: qual é seu grau de autoconsciência corporal?
Olhar para seu corpo e ter a consciência da sua máquina que propicia o
bem-estar e sobrevivência da sua essência.
3. Consciência emocional: o quanto você tem controle das suas emoções?
Você é a plateia da sua vida ou o autor principal? A consciência
emocional está ligada à sua capacidade da auto responsabilidade dos
seus atos e da sua vida.
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4. Consciência mental: quanto você está disposto a mudar seu estilo de
vida? Nós somos o que pensamos. Nossos limites, problemas e
resistências são frutos dos nossos padrões mentais. Entender e ter
consciência desses padrões nos dá compreensão do nosso estilo de
vida e, até mesmo, do nosso futuro.
5. Consciência energética: qual seu grau de autodomínio energético? Ter
consciência da sua energia, seja ela positiva ou negativa, e como as
suas fontes de energias podem afetar seus comportamentos é
fundamental na caminhada da realização da sua missão de vida.
6. Consciência potencial: quanto dos seus recursos
(talentos/inteligência/dinheiro/energia) está sendo usado na sua
realização pessoal? Ter consciência do seu potencial, ou seja, da sua
capacidade de criar, de transferir conhecimento, pode te ajudar a
compreender seus recursos para realizar sua missão de vida.
7. Consciência expressiva: quanto tempo e espaço há em sua vida para a
expressão criativa? A expressão da sua criatividade é a expressão divina
que nós temos no nosso interior. Ter consciência dessa expressão da
criatividade pode nos ajudar a criar a nossa realidade para a realização
dos nossos sonhos.
8. Consciência evolutiva: quanto tempo você se compromete atualmente
com o seu processo evolutivo? Ter consciência evolutiva é ter
consciência do seu quadro de evolução, desde o seu nascimento, até
hoje e como isso pode ajudar na sua transformação para realizar a sua
missão.
9. Consciência relacional: como você avalia a qualidade das relações com
você mesmo? Ter consciência relacional é ter consciência sobre os
relacionamentos que você desenvolve em todos os aspectos de vida.
10. Consciência profissional: em quanto o seu trabalho está alinhado com a
sua missão de vida? Ter consciência profissional é reconhecer a sua
relação entre o trabalho que desenvolve e os recursos envolvidos, sejam
por causas ou consequências do mesmo, e como eles se alinham com
a sua missão de vida.
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11. Consciência social: qual o seu grau de contribuição para a
transformação coletiva? A consciência social é aquela relacionada com
seus papéis exercidos dentro da sua comunidade e como você pode
servir essas pessoas.
12. Consciência espiritual: qual o seu grau de conexão com a sua essência?
Ter consciência espiritual é compreender como a sua espiritualidade
pode afetar seu comportamento e como você faz a sua conexão com o
seu interior e com seu exterior.
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6 O PODER DO TRANSE NO ATENDIMENTO DO COACHING
O poder do transe no atendimento do coaching é incrível e maravilhoso. Em
uma sessão de coaching normal, nós conseguimos ajudar o coachee até determinado
nível, que é o nível consciente. Porém, eu já tinha tido inúmeros casos em que eles
não sabiam o porquê daquele comportamento. E, por isso, não conseguiam ir adiante.
Era literalmente como se algo estivesse travando essas pessoas.
Com o coaching ericksoniano, agora eu consigo ajudar meus coachees de uma
forma bem mais profunda e completa. Eles mesmos viajam no seu inconsciente para
buscar as respostas que tanto procuram. Ao tomarem consciência das “resistências”
que eles mesmos construíram em cima de fatos que aconteceram e, que muitas
vezes, não tinham uma consequência tão pesada, faziam com que eles
inconscientemente resistiam à ação.
Por exemplo, em um caso de uma coachee, ela não conseguia guardar
dinheiro. Todo o dinheiro que aparecia na vida dela, ela gastava. E ela não conseguia
entender a dificuldade que ela tinha de guardar o dinheiro. Em uma sessão de
coaching ericksoniano, ela tomou consciência de que em sua infância ela tinha um
cofrinho, o cofre era a metáfora que o dinheiro era intocável, ela não podia gastar
aquele dinheiro. Como se o dinheiro não fosse dela, como se ele estivesse a salvo e
protegido da sua presença. Quando a coachee tomou consciência disso, rapidamente
e conscientemente, ela conseguiu abrir sua poupança e guardou dinheiro.
E é por isso que o coaching ericksoniano é brilhante e fantástico. Ao me unir à
metáfora da minha própria coachee, eu posso guia-la a encontrar todas as suas
respostas, mesmo nem eu e nem ela sabendo exatamente qual é o problema a ser
resolvido. Unindo as nossas intenções e a nossa vulnerabilidade, nos podemos
encontrar todas as respostas para todo e qualquer tipo de problema.
Além de ajudar meus coachees a encontrarem as suas soluções, eu também
fui capaz de encontrar as minhas através da auto-hipnose. Eu consegui encontrar
várias chaves de problemas aplicando em mim mesma a hipnose ericksoniana. Claro
que durante uma sessão de coaching, ele é muito mais poderoso. Entretanto, ainda
assim, é possível aplicar autocoaching e se ajudar no processo.
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7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AZEVEDO, Regina Maria. O discurso terapêutico de Milton Erickson: uma
análise à luz dos padrões da programação neurolinguística. 2012. Tese (Doutorado
em Psicologia Social) - Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo,
2012. doi:10.11606/T.47.2012.tde-05102012-123033. Acesso em: 2018-12-01.
BAUER, Sofia. Hipnoterapia ericksoniana passo a passo. Editora Livro Pleno,
2000.
NEUBERN, Maurício S.. Milton H. Erickson e o cavalo de tróia: a terapia não
convencional no cenário da crise dos paradigmas em psicologia clínica. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre , v. 15, n. 2, p. 363-372, 2002 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
79722002000200013&lng=en&nrm=iso>. access
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