contigoconto
A Fotografia de mãos dadascom a Poesia
O olhar do Henrique, o cantar da Ana
Telhado Céu estrelado
ChaminéQue miras tu Lá no alto Em pé?
Telhado Sonho alado, aguado Pousado no amanhecer.
Telhado És o chão do entardecer.
Quando anoitecerEu sou o meu gatoMiro o céu estreladoLá no alto do telhado. Te
lhad
o
HenriqueSantos AnaFrança
A flor.A cor.A cor da flor.Colorida - vida!Flor - amor.
Colorida com amorViva a flor!Viva a cor!
Pode ser amarelaPode estar à janelaSer aroma de canela
Pode nascer neste chãoque é o meu coração.
Flo
r
HenriqueSantos AnaFrança
Muitos Paus Muitos Pés Muitas Estacas Muitas Marcas.
Muitos, mesmo muitos!
Muitos postes a pular… Perfilados a marchar… Bem certinhos a parar… Ou simplesmente a olhar para o mar?
Po
ste
s
HenriqueSantos AnaFrança
Macaco:LigeiroImitador MarotoMatreiro.
Macaco:TrepaPulaSaltaBaloiça.
Macaco:EspreitouTirouFugiuDesapareceu.
O que tirou o macaco?O que pôs dentro do saco? M
acaq
uin
ho
HenriqueSantos AnaFrança
Princesa branca…Borboleta-amor…Mistério, perfume de flor…
Cetim florido.Segredo nascidoem forma de flor…
Bailarina num só pé.Suave, balança…Tranquila, dança…
Brancura de seda…Planta-boneca…
Gosto de tocar a tua pele de flor.
Bra
nca
-flo
r
HenriqueSantos AnaFrança
Era uma casa na noite.Era uma casa na noite escura.Era uma casa na noite escura, janelas de olhar aceso.Era uma casa na noite escura, olhos acesos, a boca aberta.
Uma casa espantada.Janelas a olhar,porta a gritar.
Uma casa.Uma casa iluminada.Quem quer lá morar? C
asa
HenriqueSantos AnaFrança
Pombinhas…Meninasde asas tão finas.
Pombinhas…Meninas,vestidinhos levescom penas armadosfofos, matizadosde desenhos breves.
Pombinhas…Bicos de ternuraa comer o pão.São seda purabicandobicandomigalhas ao calhasda minha mão!
Pombinhas…Adeus, meninasde belo voar. P
om
bin
has
HenriqueSantos AnaFrança
Em dias que chove assim, sem parar, o meu dia fica de pernas para o ar! Em vez de acordar só quero dormir: a água do céu embala ao cair...
Se a mãe me deixasse experimentar perdia a vergonha: saía à rua, mesmo ali à porta,o frasco do gel a toalha em punhoe havia de serum duche a preceitocom águas das nuvensa cair assimmesmo para mimdos céus no meu peito! C
hu
va
HenriqueSantos AnaFrança
Há um jardim dentro de mim.Será que sim?Será que sim?
Faço um sorriso, assim e assimNasce um jardim dentro de mim.
Dou-te a mão, assim e assimCresce um jardim dentro de mim.
Corremos juntos, assim e assimVoa um jardim dentro de mim.
Provo o teu pão, assim e assimCheira a jardim dentro de mim.
Ouço o que dizes, assim e assimChove agora no meu jardim.
Dou gargalhadas, assim e assimE o sol brilha no meu jardim.
Há um jardim dentro de mim.Será que sim?Será que sim? Ja
rdim
HenriqueSantos AnaFrança
Entreaberta, convida…Entreaberta, espera…Ser empurrada, devagarinho…
Pé ante pé, aqui vou eu.A porta range, bem de mansinhocomo a dizer:“Favor entrar, favor entrar!”
E lá vou eua visitar o meu vizinho!
Vis
itas
HenriqueSantos AnaFrança
O tempo, lá no altoolha para mim…Diz-me que sim,que está a passar,que não precisode me ralar.Que o deixe correr.Que o deixe voar.Que apenas queira,que apenas saiba,saborear!Saborear!Saborear!
Tem
po
HenriqueSantos AnaFrança
Malmequer, malmequer,o que quer o malmequer?Mal me vê,mal me sente,o malmequer não mente:Dá-me a cor, dá-me o seu coração de flor!Mal o olho,mal o toco,mal o vejo no jardim,sou feliz, porque sim,porque vi um malmequera florir para mim.
Mal
me
qu
er
HenriqueSantos AnaFrança
Uma alvura quietaum arco caiado… De cal ou açúcar barrado? Um desenho em traço lavado.Um sossegomoldado em tranquila mudez. Lugar de aconchego como segredo sussurrado uma vez…
Brandura calma… Aqui sento os medos no chão e embaloà sombra o meu coração.
Doçura caiada…
Lug
ar e
m a
rco
HenriqueSantos AnaFrança
Ah! Dêem-me um vento!Vento que em mim pegasse e me transportasse num pensamento para lá do mar…
Cabelos de luaeu, a navegarao colo das nuvens…
Minha alma nuaà solta no ar em pleno luar!
Pensamento…Vento…Subo no azul sem fim.Sou as montanhas e valesque trago em mim. Fa
z-m
e v
oar
, ve
nto
!HenriqueSantos AnaFrança
Ce
go
nh
as
As cegonhas fazem ronha?
E são pássaros com vergonha?
Há quem diga
que trazem bebés
dentro duma fronha…
São cegonhas tristonhas.
Aves pensativas
em ninhos bravios de alturas sem par.
Fazem voos de desenhos serenos
e descem em pousos suaves
para passeios pernaltas
à caça de rãs
à tardinha
e cedo, pelas manhãs.
HenriqueSantos AnaFrança
Que bem que sabe vir para a rua!De dia o sol à noite a lua.
Que bom que é saltar as pedras ao pé coxinho, bater à porta daquele vizinho!
Ai como eu gosto da minha rua!De dia o sol à noite a lua.
Lavar a rua à mangueiradacom os amigos,largar a rir à gargalhada!
Gosto de olhara minha rua!De dia o sol à noite a lua.
Sentar à portarefasteladaa mordiscar pãozinho quente com marmelada!
O escuro chegaà minha rua…De dia o sol à noite a lua. R
ua
HenriqueSantos AnaFrança
Rosinha amarela rosinha em botão gosto de tocar-te com a minha mão.
O que te dizer?Como te chamar?És rosa, charmosa sedosa cheirosa mimosa…
Olho a tua cor,minha preferida,e volto a dizer:floridatingidaesculpidae plenade vida! R
osa
HenriqueSantos AnaFrança
Espelho.Lago.Reflexo de água, mudo, encantado.Espelho aguado, líquido, molhado.
Lanço uma pedrinha assim, a rasar…O espelho vai estilhaçar?
Oh! Não, o espelho é água!
A pedrinha salta faz desenhos de água.Ondinhas, mansinhas…
Lago.Quieta superfíciecomo uma planíciemolhada de sonho…
O que terá no fundo? Lag
o
HenriqueSantos AnaFrança
Há amigos assim.
Como uma casinha quieta, em ar de sossego…Singela brancuraà beira da rua,à espera de alguéma quem dar aconchego.
Casinha-amizade.Casinha-segredo.Casinha-verdade.
Se
gre
do
HenriqueSantos AnaFrança
Vou à praia.De saia.É nova, a minha saia.Hoje estreei-ae vim à praia!
Quero brincarcorrer, saltar,cavar buracose chapinhar.
E a minha saia?É nova, quero-a mostrar!
Mas…Se não a tirocomo fareipara me molhar? P
raia
HenriqueSantos AnaFrança
Po
nte
Ah! Se eu fosse ponte!
Atravessaria rios…Voaria em vales…Tocaria montes…Mesmo como fazemas pontes!
Ah! Se eu fosse ponte!
Com um pé aquie outro acoládeixava passarcarros e comboiospatins, bicicletas…Ligaria gentes de cá para lá,de lá para cá…
Ah! Se eu fosse ponte! Que em mim corressemrumo ao horizonte!HenriqueSantos AnaFrança
- Moinho, moinho,que fazes no altinho?
-Estou quieto, sossegado, parado.Se viesse um vento...
- Ou um ventinho?Assim, devagar, devagarinho, ganhavas movimento?
- Com um ventinho punha-me ligeirinhoe já moía um grãozinho!...Com um vento eu ganhava alento!Minhas velas em movimentojá não seria lento:rodar, girar sem parar,nunca parar de girar!
- E com um ventão?
- Com um vento, ventãoeu moía todo o grão!Com um vento, ventaniaeu moía, moía, moía... M
oin
ho
HenriqueSantos AnaFrança
Riso de florem amarelo perfeito Cara dourada, risonha Cabelo de pétalanum penteado inclinado, ajeitado em forma de sol. Menina vegetalquase que falaquase que olhaquase que dançaquase que chamaquase que corre, mãos dadas comigo, e quase me ama…
Do
ura
da
HenriqueSantos AnaFrança
A minha cadelasentada no verde,quieta, a olhar,atenta, a cheirar,fica tão bonita!
Olho para ela,a sentir o sola saber do vento,a querer brincar!
Pousa em mim o olhar:é a sua forma, canina,meiga, de conversar…(em surdina)
Gosto dela, da minha cadela.Faz-me companhiaé uma alegria!
Somos mesmo amigos.Não importa, não,que eu seja “humano”e ela seja “cão”! E
la, a
min
ha
cad
ela
HenriqueSantos AnaFrança
- Porta-te bem, ó porta!Vou passar com a minha tortaacabada de fazerpara dar à minha avó:-Abre-te, dá-me passagemde mim tem dó!
Mas a porta, teimosa, mesmo torta, fez ouvidos moucos.Não tugiu nem mugiu.Não rangeu nem abriu.Que dia de loucos!
Po
rta
HenriqueSantos AnaFrança
Ca-ta-ven-toooooooo!
Catavento… Catavento…CatatovenCatotavenCaventatoCaventota - que vento está!
Tacavento – está cá vento, está!TacatovenTavencatoTaventoca – está vento cá!TatocavenTatovenca
VencatatoVentacatoVencatotaVentocata – que vento cá está!Ventotaca – o vento está cá!
TovencataTocatavenTotavencaTocaventa – toca a ventar!
Ca-ta-ven-toooooooo… Cat
a-ve
nto
HenriqueSantos AnaFrança
Ser assim,casa sem telhado.Ser assim, varanda abertaem muro antigo.Lugar de eterno abrigo.Ser assim, janela sem vidro,debruçada, escancarada,espantada de olhar!Ser assim,presente em mimcomo a pedra no muro.Agora. Sempre.Posta no lugarem que deve estar.
Lug
ar
HenriqueSantos AnaFrança
Se o mar fosse camaeu dormiria numa onda.
Sonharia conchasde cores nunca vistas,ouviria marulhos…
Inventaria mergulhosem mundos sem fim por dentro de mim.
Se
o m
ar…
HenriqueSantos AnaFrança
Ficha técnica
O Henrique olhou à sua volta e fotografou montou os diapositivos escolheu a música
A Ana olhou para as fotografias e escreveufez a animação
O Theme, do musical Love Story, foi composto pelo Howard Godall , e dá um perfeito “ninho” ao conjunto…