Comparações técnicas entre a TV Analógica e TDT 1/23
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
Comparações técnicas entre Televisão Analógica e TDT
Projeto FEUP 1 ano -‐-‐ Mestrado Integrado Engenharia Eletrotecnicas e Computadores:
Equipa :1MIEEC04
Supervisor: Sérgio Reis Monitor: Bruna Tavares
Estudantes:
Bruno Saraiva (201504787)
Dinis Moreira (201503092)
Diogo Mariano (201505876)
João Presa (201406360)
Miguel Barbosa (201508759)
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Resumo
A unidade curricular Projeto FEUP tem por objetivo oferecer conhecimento aos seus novos estudantes dos vários serviços prestados pela universidade, ajudar numa fácil integração com o meio que nos rodeia e também a promoção do trabalho de grupo.
É com base nisso que realizamos este relatório cuja questão principal é
“As diferenças entre Televisão analógica e TDT.”
Inicialmente foi feita uma caracterização do sinal analógico assim como as técnicas de modulação utilizadas e de seguida falando da televisão analógica.
No momento seguinte também existe uma caracterização do sinal digital e do funcionamento da televisão digital. Assim foi possível de seguida realizar uma comparação entre ambos os sinais e para concluir abordamos as vantagens e desvantagens de ambos e as implicações que existiram com a mudança da televisão analógica para a televisão digital.
Palavras-Chave Sinal Analógico, Sinal Digital, Televisão Digital Terrestre, Televisão Analógica, Modulação, Normas.
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Agradecimentos
Gostaríamos de agradecer ao professor Sérgio Reis e a monitora Bruna Tavares, que nos ajudaram na introdução a este tema e esclareceram todas as nossas dúvidas, tanto a nível de conhecimentos como a de organização do trabalho, assim como todos os envolvidos no projeto FEUP.
Índice de figuras FIGURA 1 : SINAL ANALÓGICO .................................................................................................................... 5 FIGURA 2 : SINAL MODELADO EM AMPLITUDE .......................................................................................... 6 FIGURA 3:MODELO DE CRT ........................................................................................................................ 7 FIGURA 4:REPRESENTAÇÃO DE UM VISOR ................................................................................................. 8 FIGURA 5:REPRESENTAÇÃO DE UM SINAL DE TELEVISÃO ANALÓGICA .................................................. 9 FIGURA 6:EXEMPLO DE UM CRT A CORES ............................................................................................. 10 FIGURA 7:REPRESENTAÇÃO DE UM SINAL COMPLETO(VÍDEO E ÁUDIO) ............................................ 12 FIGURA 8 : SINAL DIGITAL ....................................................................................................................... 14 FIGURA 9 : ESQUEMA ELÉTRICO DE UM MULTIPLEXADOR .................................................................... 16 FIGURA 10:PROCESSO DE EMISSÃO SINAL DIGITAL .............................................................................. 17
Índice de tabelas TABELA 1:PADRÕES DE TV ANALÓGICA ............................................................................................................ 13 TABELA 2:PADRÕES DA TV DIGITAL .......................................................................................................................................... 18
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Lista de acrónimos
TDT: Televisão Digital Terrestre
OFMD: Orthogonal frequency-‐division multiplexing
CRT: Cathode ray tube
FDM: Frequency Division Multiplexing
CDMA: Code Division Multiple Access
DVB: Digital Video Broadcasting
ATSC: Advanced Television System Committee
ISDB: Integrated Services Digital Broadcasting
RMA: Radio Manufactors AssociationRADIO
NTSC: National Television System Committee
PAL: Phase Alternative Line
SECAM: Séquentiel Couleur à Mémoire
DECO: Associação Portuguesa para a Defesa do consumidor
ANACOM: Autoridade Nacional de Comunicações
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Introdução
Os sistemas de transmissão recorrem a um meio (físico ou espacial) para o envio de informações. Define-se como meio de transmissão todo o espaço desde a origem do sinal até ao seu destino.
Nas telecomunicações existem dois tipos de sinais que vamos analisar daqui em diante, os sinais digitais e analógicos.
1. Sinal Analógico
1.1 Caracteristicas técnicas do Sinal Analógico
O sinal analógico é um sinal contínuo que varia em função do tempo, como está representado na figura 1. Se o sinal variar os seus valores entre 0 e 5 V, o sinal analógico pode assumir todos os valores contidos nesse intervalo. É representado por uma onda sinusoidal. Osinal analógico poderá apresenta uma frequência, amplitude, período e fase.
FIGURA 1 : SINAL ANALÓGICO1
1 http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2014/12/sinal-‐analogico-‐ou-‐digital-‐entenda-‐tecnologias-‐e-‐suas-‐diferencas.html
2 http://opac.iefp.pt:8080/images/winlibimg.aspx?skey=&doc=73175&img=1181
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Na televisão analógica um canal apresenta apenas dois sinais, um de vídeo que se encontra modulado em amplitude e um de som que esta modulado em frequência. Em Portugal utiliza-se um sistema com o nome de PAL, no qual os sinais encontram-se a um desfasamento de 6Mhz, e cada canal tem uma largura de banda de aproximadamente 8Mhz.
1.2 Modulação do Sinal Analógico
O sinal analógico pode ser modelado de duas formas distintas:
• Modulação em amplitude(ou AM): é usada para a transmissão de informação através de uma onda portadora. A modulação em amplitude consiste na variação da amplitude da onda portadora de frequência muito elevada pelo sinal a transmitir;
• Modulação em frequência(ou FM): consiste na variação da frequência da onda portadora, cuja amplitude se mantem constante, pelo sinal a transmitir. A alta-fidelidade e a fraca sensibilidade a ruídos proporcionadas pela modulação em FM são algumas das vantagens relativamente a modulação em AM.
Figura 2 : Sinal modelado em amplitude2
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1.3 Introdução à Televisão Analógicas TV: Componentes principais CRT(cathode-ray tube) - Um cathode-ray tube (Tubo de raio catódico ) exibe uma imagem , digitalizando um feixe de eletrões ao longo do ecrã num padrão de linhas horizontais conhecidas como rasto. No final de cada linha, o feixe de eletrões volta para o início da próxima linha. A ponta da última linha faz uma ligação de retorno para a parte superior do ecrã. À medida que o feixe passa por cada ponto a sua intensidade varia, variando também a luminância do ponto em que incide. Sendo o visor revestido por fósforo este brilha quando é atingido pelo feixe de eletrões conforme a sua intensidade. Um sistema de televisão a cores é idêntico, excepto que um sinal de crominância controla a cor do ponto.
FIGURA 3:MODELO DE CRT3
Num tubo de raio catódico, o “cátodo” (terminal negativo) é um filamento aquecido. Esse filamento está em vácuo criado no interior de um “tubo” de vidro. O “feixe” é um fluxo de eletrões que saem do cátodo aquecido para o vácuo. De seguida o “Anodo” (terminal positivo) atrai os eletrões. O fluxo de eletrões é focalizado formando um feixe concentrado e acelerado. Esse feixe de eletrões acelerados viaja pelo vácuo do CRT e atinge o visor. O feixe de eletrões terá de se mover ao longo do ecrã isso consegue-se usando as bobinas de direcionamento. As bobinas de direcionamento são enrolamentos de cobre. Essas bobinas são capazes de criar campos magnéticos dentro do tubo e os feixes de eletrões respondem aos campos. Um conjunto de bobinas cria um campo magnético que
3 https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b0/Cathode_ray_Tube.PNG
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move o feixe de eletrões verticalmente, ao passo que outro conjunto move o feixe horizontalmente. Controlando a tensão das bobinas, pode-se posicionar o feixe de eletrões em qualquer ponto do ecrã. O interior de um visor de CRT é revestido por fósforo. Quando o feixe de eletrões atinge o fósforo, este brilha. TV a preto e branco - o fósforo brilha branco quando é atingido pelo feixe. TV a cores - existem 3 feixes organizados em que cada um emite uma cor diferente: Azul, Vermelho e Verde. TV: Representação da imagem {exemplo da tv preto e branco} Numa TV a preto e branco, o visor é revestido com fósforo branco e o feixe de eletrões "pinta" uma imagem na tela movimentando o feixe de eletrões através do fósforo linha a linha. Para se conseguir visualizar uma imagem, utilizam-se bobinas magnéticas para movimentar o feixe num padrão contínuo. O feixe incide em linha após linha em sentido (esquerda - direita) no final de cada linha o feixe regressa para a esquerda e para baixo. No final, quando ele atinge o lado direito da última linha este volta para o canto superior esquerdo do visor e recomeça o ciclo.
FIGURA 4:REPRESENTAÇÃO DE UM VISOR4
Quando o feixe está a fazer o seu movimento normal (esquerda - direita), está ligado,no entanto quando executa qualquer movimento de volta, este encontrasse desligado. Resolução horizontal - movimento do feixe a voltar para a esquerda no final de cada linha. Resolução vertical - movimento de baixo para cima.
4 https://en.wikipedia.org/wiki/Analog_television#/media/File:Raster-‐scan.svg
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Enquanto o feixe pinta cada linha da esquerda para a direita, a intensidade do raio é mudada para criar diferentes tonalidades de preto, cinza e branco pela tela. A TV utiliza a técnica de entrelaçamento enquanto esta a pintar o ecrã. O visor é pintado 60 vezes por segundo, mas apenas metade das linhas é pintada por quadro. Os feixes pintam alternadamente as linhas enquanto se move para baixo na tela. Em duas passagens, a tela inteira é pintada 30 vezes por segundo. A alternativa para o entrelaçamento é chamada escaneamento progressivo e pinta cada linha na tela 60 vezes por segundo. TV: Transmissão Quando a televisão analógica foi desenvolvida, não existia qualquer tipo de tecnologia acessível para armazenar quaisquer sinais de vídeo. Portanto o sinal de luminância teve de ser gerado e transmitido ao mesmo tempo que era exibida no CRT. Por conseguinte, foi necessário manter a exploração de quadro na câmara em sincronização exata com o varrimento na televisão. Para que possa ocorrer a transmissão se um sinal oriundo de um canal televisivo, o sinal precisa se compor com os dispositivos eletrônicos que controlam os feixes, para que a TV possa pintar precisamente a imagem que o canal televisivo envia. De seguida, o canal envia um sinal bem conhecido para a TV que contém três partes diferentes:
• Informação de intensidade para o feixe pintar cada linha; • Sinais de sincronismo de resolução horizontal para informar à TV quando
movimentar o feixe de volta para o final de cada linha; • Sinais de sincronismo de resolução vertical 60 vezes por segundo para
mover o feixe do canto inferior direito para o esquerdo superior. Um sinal que contem estes últimos 3 caracteres é designado como: Sinal de composição de video.
FIGURA 5:REPRESENTAÇÃO DE UM SINAL DE TELEVISÃO ANALÓGICA5
Os sinais de resolução horizontal são pulsos de 5 microssegundos a zero volt. A eletrônica dentro da TV pode detectar esses pulsos e usá-los para disparar a resolução horizontal do feixe. O sinal real para a linha é uma onda que varia entre 0,5 volts e 2,0 volts, com 0,5 volts representando o preto e 2 volts representando o branco. Este sinal controla o circuito de intensidade para um feixe de eletrões. Em uma TV preto e branco, esse sinal pode ocupar cerca de 3,5 megahertz (MHz) da largura de banda, ao passo que em uma TV a cores o limite é de cerca de 3,0 MHz. 5 http://static.hsw.com.br/gif/tv-‐line.gif
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Um pulso de resolução vertical é similar ao pulso horizontal, mas dura de 400 a 500 microssegundos. O pulso de resolução vertical é serrilhado com pulsos de resolução horizontal para manter o circuito de resolução horizontal na TV sincronizado. TV: Cores Um visor de TV a cores é diferente do ecrã preto e branco porque:
• Há três feixes de eletrões (vermelhos, azuis e verdes) que se encontram simultaneamente em movimento;
• O visor não é revestido com uma simples folha de fósforo como a TV a preto e branco. Ele é revestido com fósforos vermelho, verde e azul organizados em pontos e linhas;
• No interior do tubo, perto do revestimento de fósforo, há uma fina tela de metal chamada máscara de sombra. Esse pedaço de metal é constituído por vários furos minúsculos, alinhados aos pontos de fósforo do ecrã.
FIGURA 6:EXEMPLO DE UM CRT A CORES6
Quando uma TV em cores precisa criar um ponto vermelho, ela dispara o feixe vermelho no fósforo vermelho. O mesmo acontece para os pontos verdes e azuis. Para criar um ponto branco, os feixes vermelho, verde e azul são disparados simultaneamente - as três cores se misturam para criar o branco. Para criar um ponto preto, todos os três feixes são desligados enquanto escaneiam o ponto. Todas as outras cores na tela da TV são combinações de vermelho, verde e azul. TV: Sinal cores
Um sinal de vídeo contem informação para cada subpixel (red green or blue) de modo a poder ser criada uma imagem, porem estes não são transmitidos integralmente porque:
-esse sistema não seria compatível com o sistema já implementado (monocromático),
6 http://pedroamoros.com/images/stories/investigaciones/psicoimagen/psima026.jpg
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-requeria uma largura de banda muito superior, o que iria reduzir o número possível de canais existentes.
Um sistema alternativo baseia-se na conversão dos sinais RGB para a forma YUV,
-Y representa a luminância (medida da densidade da intensidade de luz) das cores. Este sinal é interpretado por um sistema monocromático sendo interpretado como tonalidades entre o preto e o branco.
-Os sinas U e V são relativos a diferenças entre cores:
-U é a diferença entre o sinal B (blue) e o sinal Y
-V é a diferença entre o sinal R (red) e o sinal Y
Assim o sinal U representa uma tonalidade entre roxo azulado e amarelo esverdeado e o sinal V uma tonalidade entre roxo encarnado e verde azulado. Estes sinais especificam a cor da imagem, que é uma característica a que humano tem pouca sensibilidade. Sendo assim pode ser transmitido de uma maneira menos precisa.
No sistema de cor PAL os sinais U e V para serem transmitidos são modulados através de QAM numa onda subportadora. A designação subportadora deve se ao facto de a onda estar na banda de frequências do sinal da luminância . Este sistema de modulação tem a capacidade de adicionar os dois sinais à onda subportadora sendo possível recupera-los independentemente. A este sinal que contem luminância e uma onda subportadora com crominância chama se vídeo composto. A onda subportadora é removida da parte visível do sinal deixando apenas a informação codificada neste. Esta não pode ser eliminada porque e necessária para a reconstrução do sinal de vídeo composto. O resultado deste processo é um sinal que se se denomina “crominância”.
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FIGURA 7:REPRESENTAÇÃO DE UM SINAL COMPLETO(VÍDEO E ÁUDIO)7
Este sinal de vídeo pode ser modulado numa onda de radio (portadora na banda UHF ou VHF) e transmitida.
SOM: A informação da imagem é transmitida usando modulação da amplitude numa só frequência, e o som é transmitido através da modulação da frequência num deslocamento fixo.
1.4 Recepção de um sinal vídeo e áudio
Um sintonizador escolhe uma frequência intermedia do canal e amplifica-o. Depois da se a demodulação onde é processado o sinal do vídeo e como este esta a um desfasamento conhecido do sinal do áudio este também pode ser demodulado.
A onda portadora de vídeo e convertida num sinal de vídeo composto. Este sinal contem luminância, crominância e sinais de sincronização. Estas propriedades são as necessárias para criar uma sequencia de imagens (vídeo). Os sinais de sincronização estão contidos na luminância e a crominância apresenta se modulada.
A faixa de frequência do sinal de cor modulado encontra se inserida na frequência do sinal principal (luminância). Estes podem ser separados porque a frequência do sinal principal é um múltiplo inteiro da velocidade de varrimento horizontal enquanto que o portador da cor é um múltiplo impar de metade da velocidade de varrimento horizontal, o que produz um sinal de cor modulado com a frequência que fica no meio das harmónicas do sinal principal.
A velocidade de varrimento horizontal é a quantidade de linhas que o circuito do monitor é capaz de desenhar por segundo
7 https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/fd/Ntsc_channel.svg/400px-‐Ntsc_channel.svg.png
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1.5 Padrões da TV Analógica
Devido a necessidade de tornar possível a transmissão de um sinal analógico em todo o mundo foi necessário a criação de padrões compatíveis com a frequência elétrica de cada região, assim surgiram os seguintes padrões:
Padrão Abreviatura Caracteristicas National television system commitee
NTSC 625 linhas por quadrado/25 frames por segundo
Phase Alternate Line PAL 625 linhas por quadrado/ 25 frames por segundo(correção de erros)
Séquentiel couler à mémoire
SECAM 625 linhas p/ quadrado e 25 frames p/ segundo (difere do PAL na transmissão de cor)
TABELA 1:PADRÕES DE TV ANALÓGICA8
8 Baseado em : iTVBr."Padrões De Tv Analógicos " in iTVBr Engenharia de Sistemas,novembro 10, 2011, http://www.itvbr.com/index.php?option=com_content&view=article&id=80%3Apadroes-‐detv&catid=48%3Atv-‐a-‐evolucao&Itemid=94&lang=en.
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2. Sinal Digital
2.1 Características técnicas do sinal digital
O sinal digital é um sinal descontínuo em tempo e em amplitude, como está representado na figura a seguir representada. Se o sinal variar os seus valor entre 0 e 5, o sinal analógico pode assumir apenas os valores inteiros.
A digitalização de um sinal analógico é uma sequencia de três passos:
• Amostragem: consiste na discretização do sinal analógico no tempo; • Quantização: é a discretização da amplitude do sinal amostrado; • Codificação : consiste na atribuição de códigos, geralmente binários, às
amplitudes do sinal quantizado.
Assim se conclui que o sinal é quantizado e amostrado.
FIGURA 8 : SINAL DIGITAL9
9 https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Digital.signal.svg
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2.2 Modulação do sistema digital
O sinal digital pode ser modelado de varias formas distintas, entre as quais a modulação em OFDM que permite a partilha da mesma frequência por canais distintos.
OFDM((Orthogonal frequency-‐division multiplexing)
É uma técnica de modulação que consiste na divisão de frequências onde múltiplos sinais são enviados em diferentes frequências. Divide uma única transmissão em vários sinais com uma menor ocupação espetral. Os sinais modelados em OFDM apresentam elevada resistência à interferência.
OFDM em conjunto com algumas técnicas de correção de erros, entre as quais “pedido automático de repetição” temos a COFDM cuja principal característica é a resistência contra causadores de ruido.
É devido a este tipo de modulação que no sinal digital numa frequência é possível receber vários sinais vindos de emissores diferentes. O efeito “fantasma” passa a não existir, e o facto do uso de frequência única proporciona um uso mais efetivo do espetro disponível.
2.3 Multiplexação
Na multiplexação é combinado um conjunto de sinais num único sinal eletrónico, utilizando uma única ligação física. Existem diversos tipos de multiplexadores e técnicas de multiplexação, na TV analógica é utilizado FDM (Frequency Division Multiplexing), onde cada sinal é distinguível pela sua frequência. Na TV digital destaca-se também CDMA (Code Division Multiple Access), onde cada sinal é comprimido, codificado, transportado na transport stream, e descodificado individualmente na chegada ao recetor num demultiplexador, possibilitando assim a receção do sinal original pretendido. Estes métodos são utilizados de modo a reduzir o custo de transmissão.
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FIGURA 9 : ESQUEMA ELÉTRICO DE UM MULTIPLEXADOR10
2.4 Descrição da emissão de um sinal digital
Pode-se descrever a emissão de um sinal digital através de vários passos:
• Os programas são editados e preparados em estúdio; • Codificação dos conteúdos em sinal digital; • Emissão dos conteúdos através dos transmissores TDT ou dos centros
emissores; • Finalmente o sinal é recebido pelas antenas e descodificado por equipamento
especifico que leva a imagem e o som pretendido ao utilizador.
10 https://pt.wikipedia.org/wiki/Multiplexador
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FIGURA 10:PROCESSO DE EMISSÃO SINAL DIGITAL11
2.5 Padrões da TV Digital
Como aconteceu com a Tv analógica também houve necessidade de criar padrões para as emissões digitais.
Norma/Padrão Abreviatura Características
Os sistemas DVB são distribuídos por cabo,
satélite e terrestre. Esses padrões definem a camada física e a camada de link de
dados do sistema de distribuição. Dispositivos
11http://cms.comsoc.org/eprise/main/SiteGen/Uploads/Public/Docs_Chapter_Portugal/Events/Slides_Talk_11_2.pdf?previewstate=1&
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Digital Video Broadcasting
DVB interagem com a camada física via SPI, SSI ou ASI. Todos os dados são
transmitidos em streams de transporte MPEG com
algumas restrições adicionais.
Advanced Televison System Committee
ASTC Foi pensado para operar com conteúdo audiovisual em alta definição (HDTV). A opção do consórcio ATSC garante a melhor resolução de imagem possível. Ao mesmo tempo, restringe a capacidade de transmissão a um só programa por canal e inviabilidade de receção móvel.
Integrated Services Digital Broadcasting
ISDB O ISDB é o sistema de TV Digital mais flexível de todos pois responde melhor às necessidades de portabilidade. O sistema de codificação MPEG-‐4 é superior aos padrões ATSC e DVB permitindo várias transmissões num mesmo canal. Os sinais ISDB podem ser transmitidos para vários tipos de dispositivos.
TABELA 2:PADRÕES DA TV DIGITAL12
2.6 Nº e local de emissores • Reutilização de infra-estruturas de radiocomunicações existentes
sempre que possível; • Reutilização de locais de emissores e retransmissores da teledifusão
analógica; • Partilhas com infra-estruturas existentes de radiocomunicações de
outros serviços; • Utilização de locais sem infra-estrutura de radiocomunicações
existentes só nos casos sem alternativa.
12Baseado em : iTVBr."Padrões De Tv Analógicos " in iTVBr Engenharia de Sistemas,novembro 10, 2011, http://www.itvbr.com/index.php?option=com_content&view=article&id=80%3Apadroes-‐detv&catid=48%3Atv-‐a-‐evolucao&Itemid=94&lang=en.
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Em Portugal as frequências utilizadas são:
• 750-758 MHz , canal 56 • 686-694 MHz , canal 48 • 670-678 MHz , canal 46 • 678-686 MHz , canal 47 • 694-702 MHz , canal 49 • 734-742 MHz , canal 54 • 622-630 MHz , canal 40 • 638-646 MHz , canal 42 • 662-670 MHz , canal 45 • 742-750 MHz , canal 55
Fator Analógico Digital
Resolução 525 linhas (4:3)
1080 linhas (16:9) 720 a 480 linhas (16:9)
ou 1920×1080 pixels (HDTV)
e 640×480 (SDTV) Qualidade de Imagem Degrada Não degrada
Novos Recursos Nenhum Interatividade (datacasting) Múltiplos fluxos de áudio e
vídeo Otimização do espectro
Uso do espectro limitado por interferências Possível uso de canais adjacentes
Interatividade Através de outros recursos (internet – telefone – telemóvel)
Imediato, através do próprio aparelho – Canais de Áudio, Jogos e Compras
Interferência Sim Nunca
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Programação Única Múltipla – até 6 programações por canal Formato de imagem 4:3 (vertical) 16:9 (mais horizontal)
Som Mono ou estéreo (até 2 canais) Dolby Digital (até 6 canais)
3. Comparações entre Tv Analógica e TDT
3.1 Qualidade vs SNR(Signal-‐to-‐noise)
O valor do SNR(em decibéis) é dado por ,ou seja, depende apenas dos valores da potência do sinal e da potência do ruido.
No sinal analógico o valor de SNR pode diminuir até qualquer valor que a imagem continua a existir apesar de a sua qualidade ser cada vez menor. Enquanto que no sinal digital o valor de SNR pode diminuir até um determinado valor que a qualidade de imagem mantem-se elevada mas após esse valor diminuir mais um pouco a imagem deixa de existir.
3.2 Vantagens e desvantagens
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A televisão digital apresenta algumas vantagens entre as quais:
• Qualidade de imagem e de som superior; • Interatividade como por exemplo aceder ao guia de programação ou
gravação de programas; • Maior disponibilização de canais • Utilização mais eficiente do espetro;
Mas também apresenta algumas desvantagens:
• Complexidade do sistema digital
A televisão analógica tem entre as suas vantagens:
• Baixo Custo; • Fácil instalação o que implica mobilidade
As suas desvantagens, entre outras, são :
• Baixa interatividade • Baixa qualidade de imagem associada a presença de vários ruídos • Possibilidade de interferência com outros canais; • Elevada ocupação do espetro.
4. Conclusão
A realização deste relatório permitiu adquirir conhecimento acerca do funcionamento dos tipos de televisão: Analógico e Digital e as suas principais diferenças.
A passagem de Tv analógica para TDT trouxe várias vantagens como por exemplo, uma melhor qualidade de imagem e uma maior interatividade que permite ao utilizador usufruir dos novos serviços proporcionados por esta nova tecnologia. Com a TDT foi possível a economizar o espetro aproveitando-o de forma mais eficaz.
Apesar de todas estas vantagens esta mudança teve varias implicações como a necessidade de adquirir descodificadores para a receção e descodificação do sinal digital, em algumas regiões do pais este processo foi complicado devido a cobertura do sinal digital nessas regiões não corresponder a inicialmente esperada.
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Referências bibliográficas Telecom, Portugal. "Tdt -‐ Televisão Digital Terrestre." http://tdt.telecom.pt/empresas_profissionais/;
"Rede de Transmissão", Wikipedia.org. Outubro 12 de 2015, https://pt.wikipedia.org/wiki/Rede_de_transmiss%C3%A3o;
Silva, George Martins, " Tv analógica X Tv digital", Abril 2008, http://meuartigo.brasilescola.com/atualidades/tv-‐analogica-‐x-‐tv-‐digital.htm
Coelho, Marco António, "Diferença entre sinal analógico e digital", http://cgrbrasil.com.br/artigos/diferenca-‐entre-‐sinal-‐digital-‐e-‐analogico/ ;
Lopes, Carlos, "Implementação da televisão digital terrestre (TDT)", Abril 19 de 2011, http://cms.comsoc.org/eprise/main/SiteGen/Uploads/Public/Docs_Chapter_Portugal/Events/Slides_Talk_11_2.pdf?previewstate=1&
Brain, Marshall, "Como funciona a televisão", http://tecnologia.hsw.uol.com.br/televisao17.htm
"Analog television", Wikipedia.org, Agosto 20 de 2015, https://en.wikipedia.org/wiki/Analog_television
Teleco, Portugal, "TDT - Televisão Digital Terrestre", http://tdt.telecom.pt
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/fd/Ntsc_channel.svg/400px-‐Ntsc_channel.svg.png