EVANDRO BRANDÃO BARBOSA
A INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO: O TRABALHO DOS
PEDAGOGOS DA REDE ESTADUAL DE ENSINO DO AMAZONAS,
NO MUNICÍPIO DE MANAUS
Manaus – 2003
EVANDRO BRANDÃO BARBOSA
A INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO: O TRABALHO DOS
PEDAGOGOS DA REDE ESTADUAL DE ENSINO DO AMAZONAS,
NO MUNICÍPIO DE MANAUS
Monografia apresentada para a conclusão do Curso
de Especialização em Informática e Educação das
Faculdades Objetivo, como atividade da Disciplina
Metodologia da Pesquisa.
Manaus – 2003
Monografia do Curso de Especialização em Informática e Educação, na Disciplina
Metodologia da Pesquisa, apresentada pelo aluno:
______________________________
EVANDRO BRANDÃO BARBOSA
E aprovada pelo Professor Doutor:
_______________________________
THOMAZ DÉCIO ABDALLA SIQUEIRA
Às professoras e aos professores que, mesmo tendo
estudado através de métodos tradicionais, têm a consciência de
que as tecnologias de informação são apenas ferramentas à
disposição da inteligência humana; e assim, estudam
informática de modo consciente.
AGRADECIMENTOS
Ao Professor doutor Thomaz Décio Abdalla Siqueira, meu orientador, cuja
metodologia de ensino proporciona o tirocínio necessário ao amadurecimento
intelectual; pela paciência e sugestões nas revisões dos textos originais do Projeto
de Pesquisa e da Monografia propriamente dita.
À professora Helena, que soube metodologicamente desenvolver nos alunos o
compromisso com a aprendizagem do uso da Informática em Educação,
instigando-nos ao uso da criatividade a partir de softwares e aplicativos populares,
bem como esclarecendo-nos sobre a responsabilidade social dos especialistas
dessa área, cujo resultado é a construção do saber dos estudantes do ensino
fundamental e médio, futuros profissionais de um mundo cada vez mais
globalizado.
Ao professor Nilson Barreiros e ao Marcos (que não aceitava ser chamado de
professor), cujos entusiasmos e desmistificação do ensino-aprendizagem da
Informática na Educação permitiu-nos visualizar maiores possibilidades para o uso
do computador em Educação.
Aos alunos e às alunas da Primeira Turma do Curso de Pós-Graduação em
Informática e Educação, das Faculdades Objetivo, pelas discussões e debates
suscitados durante as aulas e pela colaboração durante a realização da pesquisa.
Aos pedagogos e às pedagogas que participaram da pesquisa, pela cordialidade,
sinceridade e interesse durante o preenchimento dos questionários.
A todos os professores do Curso de Pós-Graduação em Informática na Educação,
das Faculdades Objetivo, pelo intercâmbio de informações sobre a elaboração do
pensamento científico para a realização desta monografia.
Às Faculdades Objetivo, pela possibilidade da aprendizagem em Informática na
Educação durante o primeiro curso dessa natureza na instituição. E como sujeitos
de uma primeira experiência, nós os alunos, descobrimos o quanto e como
precisamos aprender sobre essa temática.
RESUMO
Esta monografia investiga a atuação dos pedagogos da rede estadual de
ensino do Amazonas, em relação ao uso da Informática na Educação dos alunos
do Ensino Fundamental e Médio do município de Manaus. A realização de uma
pesquisa experimental entre os pedagogos foi de fundamental importância para a
compreensão do cenário educacional, relacionado ao uso do computador nos
Laboratórios de Informática das escolas. A partir deste trabalho, alunos dos cursos
de Especialização em Informática e Educação podem elaborar projetos teórico-
práticos, que possam contribuir para o exercício da prática profissional dos
pedagogos e dos profissionais de educação que atuam nos Laboratórios de
Informática das Escolas da Rede Estadual de Ensino do Amazonas.
ABSTRACT
This monograph investigates the educators' of the state net of teaching
performance in Amazon, in relation to the use of the Computer science in the
students' of the Fundamental and Medium Teaching of the district of Manaus
Education. The accomplishment of an experimental research among the educators
went of fundamental importance to the understanding of the education scenery,
related to the use of the computer in the Laboratories of Computer science.
Starting from this work, students of the courses of Specialization in Computer
science in the Education can elaborate theoretical-practical projects, that can
contribute to the exercise of the educators' professional practice and of the
professionals that act at the Laboratories of Computer science of the Schools of
the State Net of Teaching of Amazon.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .............................................................................09
1.1. A influência da Informática na Educação .............................09
1.2. Políticas Públicas para a Educação .....................................09
2. DESENVOLVIMENTO ..................................................................10
2.1. Delimitação do Problema.......................................................10
2.2. Objetivos ...............................................................................12
2.3. Procedimentos Metodológicos...............................................14
2.4. Documento Utilizado na Pesquisa ........................................15
2.5. Tabulação e Análise dos Dados ............................................16
2.6. Projetos a serem desenvolvidos ............................................23
3. CONCLUSÃO .................................................................................26
4. MÉTODO ........................................................................................32
5. BIBLIOGRAFIAS ........................................................................... 33
1. INTRODUÇÃO
1.1. A INFLUÊNCIA DA INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
A crescente utilização dos recursos da informática na área da educação
no Estado do Amazonas, com a implantação dos laboratórios de informática,
capacitação de profissionais da educação e o interesse dos alunos em utilizar
o computador, são apenas alguns dos indicadores da importância da
informática na vida da sociedade amazonense.
O trabalho desenvolvido com a Informática na Educação, junto aos
alunos do Ensino Fundamental e Médio carece de tornar práticos os projetos
existentes e de desenvolver habilidades e competências nos profissionais da
educação, voltados para a área de Informática na Educação; os softwares
construcionistas (de construção e reconstrução do saber) devem ser de uso
prioritário, com os quais os alunos possam aprender a conviver em sociedade,
aprender a conhecer, aprender a fazer e, também aprender a ser - que são os
quatro pilares da educação, citados inclusive no Relatório para a UNESCO da
Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI,
independentemente do uso da informática ou não.
1.2. POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A EDUCAÇÃO
À medida que as autoridades competentes reconhecerem a educação
como um bem comum, e como tal um direito de todos, deverá haver uma
intensificação das políticas públicas educativas direcionadas para a informática
na educação, um suporte aos trabalhos desenvolvidos pelos pedagogos e
pelos professores nos laboratórios de informática da rede estadual de ensino
do Amazonas, no município de Manaus. Surgirão as necessidades e
possibilidades da criação de convênios e acordos com as Universidades, para
a realização de cursos de especialização e o desenvolvimento de programas
educativos e treinamento dos profissionais que atuam nos Laboratórios de
Informática; atitudes que causarão uma melhoria na qualidade da educação
praticada no Estado do Amazonas.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA
A metodologia utilizada pelos instrutores de Informática nos cursos
técnicos especializados está direcionada para a operação e realização de
tarefas, constando de um conjunto de instruções previamente estruturadas, as
quais devem ser seguidas pelo instruendo (aluno) durante o uso do
computador.
Desse modo, o instrucionismo (seguir instruções previamente testadas)
torna-se o caminho para treinar os instruendos (alunos) no domínio dos
programas de computador. Atualmente, os conhecimentos básicos de
informática para os usuários envolvem a operação de um Processador de
Textos, a manipulação de uma Planilha de Cálculos, o uso de um
Apresentador de slides e de um Programa de Desenho. São essas as
competências adquiridas pelos estudantes dos cursos técnicos de Informática;
as estruturações de banco de dados e os comandos das Linguagens de
10
Programação estão num nível mais elevado, e, somente usuários mais
especializados estudam a estruturação e o gerenciamento de banco de dados,
bem como a programação de computadores.
O uso da informática na educação é instrucionista quando os
equipamentos do laboratório de informática são utilizados pelos alunos,
seguindo o modo tradicional dos cursos técnicos de informática, conforme
explicitado anteriormente.
Por exemplo, qualquer pessoa alfabetizada em informática sabe, que
um computador serve, no mínimo, para a digitação de textos, realização de
cálculos numa planilha, elaboração de apresentação de aulas e palestras e
realização de desenhos. O instrucionismo em informática na educação é a
utilização dos computadores do laboratório de informática, para instruir os
alunos em como usar um processador de textos para digitar textos, formatar
parágrafos e letras; instruir os alunos sobre os comandos de uma planilha de
cálculos para a realização de operações pré-programadas na máquina; instruir
os alunos para preenchimento das páginas de apresentação de uma aula ou
de uma palestra; ou ainda, utilizar os computadores do laboratório de
informática para que os alunos assistam às apresentações (multimídia) pré-
elaboradas pelos professores, diante das quais os alunos permanecem
estáticos como observadores desatentos, algumas vezes apenas pressionando
uma tecla para mudar os cenários de algum sistema multimídia no monitor.
Nos casos citados anteriormente, o professor está somente
reproduzindo o que a educação tradicional tem realizado. O professor “ensina”
e o aluno “aprende”. Analisando a situação da informática na educação, o
11
instrucionismo deve ser utilizado quando o objetivo for desenvolver habilidades
para a utilização dos programas de computadores, tão somente para isso.
O uso da informática na educação deve objetivar a aprendizagem tão
desejada pelos idealizadores da educação, onde os alunos devem ser sujeitos
no processo ensino-aprendizagem, inclusive participando da elaboração dos
projetos pedagógicos que definem os conhecimentos a serem trabalhados
entre alunos e professores nos laboratórios de informática. O direcionamento
do trabalho precisa também privilegiar a aprendizagem, e não somente o
ensino, como normalmente acontece.
Os profissionais limitados ao instrucionismo enquanto atuam nos
laboratórios de informática da escola, podem estar realizando um trabalho de
treinamento, mas com certeza não estão praticando o uso da informática na
educação; estão profundamente equivocados e necessitam de reformulação
dos seus planos de ensino, reciclagem dos conhecimentos pedagógicos,
redefinição dos objetivos do processo ensino-aprendizagem, e tudo isso com
rapidez, antes que os péssimos resultados do uso equivocado da informática
na educação comecem a influenciar na sociedade, no médio ou longo prazo.
2.2. OBJETIVOS
2.2.1. Geral
Investigar o trabalho dos pedagogos da rede estadual de
ensino do Amazonas, em relação ao uso da Informática na Educação
dos alunos do Ensino Fundamental e Médio do município de Manaus. E,
finalmente, apresentar os resultados obtidos aos alunos do Curso de
12
Especialização em Informática na Educação das Faculdades Objetivo,
como subsídio para a elaboração de projetos educacionais na área de
Informática na Educação, os quais possibilitem melhor orientação aos
pedagogos e aos professores, na questão das práticas a serem
realizadas nos laboratórios de informática pelos alunos do ensino
fundamental e médio.
2.2.2. Específicos
a) Realizar pesquisa experimental entre os pedagogos, a fim
de verificar capacitação na área de informática, existência
de laboratório de informática nas escolas onde atuam e o
desenvolvimento de projetos que contemplam a
informática na educação;
b) Analisar os dados da pesquisa realizada e apresentar
soluções aos problemas detectados, com o objetivo de
participar do processo de melhoria na qualidade da
educação do estado do Amazonas.
c) Disponibilizar o presente trabalho, quando concluído, para
o acesso público na biblioteca das Faculdades Objetivo em
Manaus.
2.3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O levantamento do número de Pedagogos na rede estadual de ensino
foi o ponto de partida para a realização dos trabalhos. A fonte responsável por
13
essa informação foi o Centro de Formação Profissional Benjamin Constant, o
qual informou que um total de 300 (trezentos) pedagogos da rede estadual de
ensino atuam no município de Manaus.
A amostra utilizada para a pesquisa foi definida em 17% (dezessete por
cento) daquele total de pedagogos; os questionários foram distribuídos aos 51
(cinqüenta e um) pedagogos de forma aleatória, visando evitar resultados
tendenciosos.
A distribuição dos questionários tornou-se mais demorada que o
previsto, pois há escolas que não possuem pedagogos, desse modo aumentou
o número de escolas visitadas. E quando a escola visitada possuía pedagogo,
nem sempre havia laboratório de informática. O recolhimento dos questionários
respondidos também tornou-se morosa, porque quase sempre o pedagogo ou
pedagoga só podia devolver o questionário dois ou três dias depois de
recebido o mesmo.
Os dados dos questionários foram tabulados, constituindo-se em tabelas
e gráficos elaborados com o software Excel 2000, da Microsoft, e os resultados
estão publicados a seguir neste trabalho, bem como uma cópia do modelo de
questionário respondido pelos pedagogos durante a pesquisa.
14
2.4. DOCUMENTO UTILIZADO NA PESQUISA
QUESTIONÁRIO
Se você é pedagogo ou pedagoga da Rede Estadual de Ensino do Amazonas, e trabalha em Manaus com alunos do Ensino Fundamental ou do Ensino Médio, participe desse projeto de melhoria da qualidade da Educação. Por favor, responda este questionário sobre Informática Aplicada à Educação:
1) Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino2) Há quanto tempo você trabalha na
SEDUC? ___ anos3) Em que ano você concluiu o curso de
Pedagogia? 19______.4) Se você tem outro curso superior,
informe qual: __________________5) Qual a Zona da cidade onde você
trabalha? ( )Norte ( )Leste ( ) Centro-Sul( ) Sul ( ) Oeste ( )Centro-Oeste
6) Os alunos com os quais você trabalha são: ( ) do Ensino Fundamental ( ) do Ensino Médio
7) Existe Laboratório de Informática na Unidade de Ensino onde você trabalha? ( ) Sim ( ) Não
8) Qual a área de formação da pessoa responsável pelo Laboratório de Informática? ______________________________
9) Quais os tipos de projetos em desenvolvimento no Laboratório de Informática? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________
10) Quantos computadores existem no Laboratório de Informática? _____.
11) E quantas impressoras? ________.
12) Quais os cursos que você possui na área de Informática?
( ) Informática na Educação( ) Operador de Microcomputador( ) Operações básicas-WORD( ) Operações básicas-EXCEL( ) Operações básicas–POWERPOINT( ) Operações básicas–ACCESS( ) Navegação na INTERNET( ) Programação básica( ) Outros(______________________)( ) Nenhum
13) Você possui computador em casa? ( ) Sim ( ) Não
14) Qual a sua interação com as atividades de ensino desenvolvidas no Laboratório de Informática da escola? ( ) Participativa ( ) Não
existe( ) Coordeno projetos ( ) De
orientação
15) Qual a sua idade? _______ anos.
16) Qual o total de alunos da escola onde você trabalha?Ensino Fundamental ___
AlunosEnsino Médio _____
Alunos
17) Na escola onde você trabalha, os computadores são utilizados para:
( ) construir o saber dos alunos( ) apenas digitar textos e planilhas( ) habilitar alunos para o uso do
Word( ) nenhuma atividade
15
16
2.5. TABULAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS PESQUISADOS
Observação: As escolas pesquisadas estão na área metropolitana de Manaus
a) Dados sobre o Sexo dos pesquisados
Masculino Feminino18 33
b) Tempo de trabalho na SEDUC (Secretaria de Educação e Cultura)
Os pesquisados possuem em média 8 anos de trabalho junto à SEDUC, o
que revela um período significativo para o desenvolvimento de projetos
pedagógicos que contemplem a informática na educação.
c) Ano de conclusão do Curso de Pedagogia
Entre os pesquisados há uma variação muito grande entre os anos de
conclusão do curso de pedagogia, mas verificou-se que o ano mais longínquo
foi o ano de 1976, e o ano mais recente o de 2000. Houve uma concentração
significativa de formados no período de 1990 a 1998.
d) Possuem outro curso de graduação
Somente 10% (dez por cento) dos pesquisados possuem outro curso
superior (basicamente licenciaturas).
e) Zona de trabalho dos pesquisados
f) Trabalham com o Ensino Fundamental ou Médio
30% dos pesquisados trabalham com o Ensino Fundamental e com o
Ensino Médio, 20% trabalham somente com o Ensino Médio e 50% trabalham
apenas com o Ensino Fundamental.
g) Existência de Laboratório de Informática
15% dos pesquisados trabalham em escolas onde não existem laboratório
de informática, mas todos eles têm expectativas de que até o final do ano 2003
os laboratórios de informática sejam instalados e entrem em funcionamento.
h) Área de Formação do profissional responsável pelo Laboratório de Informática
Nas escolas (quarenta e três – 35%) onde os pedagogos foram
pesquisados não foi encontrado qualquer laboratório sob a responsabilidade
dos pedagogos. Normalmente a pessoa responsável pelo laboratório é um
professor ou professora de qualquer Curso de Licenciatura. Há também
escolas onde o responsável pelo laboratório é um técnico e limita-se a
controlar o patrimônio, a limpeza, e abrir e fechar o mesmo.
Foram encontrados 2 (dois) professores, especializados em Informática na
Educação, responsáveis por laboratórios de informática. Esses reclamam da
falta de um projeto pedagógico que valorize as possibilidades da Informática na
Educação, como um recurso a ser explorado na melhoria da qualidade do
ensino na rede estadual de ensino em Manaus.
i) Sobre projetos de informática em desenvolvimento na escola
Apenas 10% (dez por cento) dos pesquisados trabalham em escolas onde
há projetos em desenvolvimento voltados para a Informática na Educação, de
um modo estruturado, com um acompanhamento e participação de diretores,
pedagogos, professores e alunos, cujos resultados são considerados
satisfatórios, pois periodicamente são realizados eventos para o público interno
e externo com as produções da temática Informática na Educação. Os outros
90% (noventa por cento) das escolas onde existem laboratórios apresentam
práticas instrucionistas junto aos alunos, quando o laboratório de informática
presta-se apenas à apresentações multimídia, ou treinamento de algum
aplicativo onde os alunos capacitam-se para o uso de determinados softwares,
essas carecem de uma organização pedagógica voltada para a informática na
Educação.
Nas escolas onde há projetos em desenvolvimento, esses contemplam
pacotes como o Micromundo (software contendo possibilidades diversificadas
de uso para cálculos, textos e cenários a serem criados pelos alunos), ou
trabalhos desenvolvidos através do Paint Brush, ambiente de desenho onde os
alunos podem representar as suas realidades através da criação de cenários.
Nesses casos o professor age como um orientador e, somente toma ciência do
que realmente está sendo produzido à medida que as atividades são
desenvolvidas. O nível de desenvolvimento pedagógico é acompanhado pelo
pedagogo no interior do laboratório, para as reorientações dos projetos.
j) Quanto ao número de computadores no Laboratório de Informática
Cada Laboratório de Informática possui em média 12 (doze) computadores;
em algumas atividades sentam-se dois ou três alunos diante de cada máquina,
causando uma falta de contato com o equipamento por parte daqueles alunos
mais tímidos ou menos habilitado ao uso dos programas.
k) Com relação à quantidade de impressoras no Laboratório
Entre as escolas que possuem laboratório, verificou-se uma tendência para
a inexistência de impressoras no interior do mesmo. Apenas 30% (trinta por
cento) dos laboratórios têm impressoras, e mesmo assim há um controle muito
grande para a impressão de qualquer documento, pois sendo impressoras do
tipo jato de tinta, e com um cartucho custando em média R$ 90,00 (noventa
reais), justifica-se tal controle.
l) Formação dos pedagogos em relação à Informática
Entre os pedagogos pesquisados, 30% (trinta por cento) estão cursando
especialização em informática na educação; 20% não possuem qualquer
formação formal ou informal na área de informática e nem mesmo acessam a
Internet, assim, não operam um computador; 10% conhecem e utilizam os
aplicativos básicos como o Word (processador de textos), o Excel (Planilha de
cálculos) e o Power Point (Apresentador de slides), além de serem curiosos e
realizarem algumas tarefas em aplicativos como o Flash (programa de
animação) e o Delphi (Linguagem de programação e gerenciador de bancos de
dados) e experiência com a Internet. E 40% declararam somente conhecer e
utilizar o básico do Word e do Excel e acesso à Internet.
m) Se possui computador em casa
Entre os pedagogos entrevistados, 60% possuem computador na
residência, mas somente a metade desses utilizam efetivamente o computador
em casa.
n) Como os pedagogos interagem com as atividades do Laboratório de Informática
INTERAÇÃO QUANTIDADE %Participativa 15 29Nenhuma 10 20Coordena Projetos 5 10Orientação 21 41
20% dos pedagogos pesquisados não têm qualquer contato com as
atividades desenvolvidas nos Laboratórios de Informática da escola onde
trabalham; 41% disseram que apenas orientam os professores na parte
pedagógica; 10% coordenam projetos Pedagógicos que contemplam a
Informática na Educação e 29% participam das atividades nos laboratórios
juntamente com os professores e alunos.
o) A idade dos pesquisados
Faixa Etária Quantidade %24 a 29 5 1030 a 35 16 3136 a 41 20 39
42 a 47 10 20
As idades variam entre 24 e 47 anos, gerando média de 36 anos. Verifica-
se pelo gráfico que 70% dos pesquisados apresentam idades entre 30 e 41
anos, o que revela a necessidade de projetos que capacitem os pedagogos da
rede estadual de ensino na área de informática na educação, devido à recente
introdução dessa temática na vida escolar.
p) Utilização dos computadores na escola
15% dos entrevistados declararam que os computadores têm sido utilizados
no laboratório de informática para construir e reconstruir o saber dos alunos;
50% explicaram que os computadores são utilizados para a digitação de
textos, planilhas e projeção de slides; 20% afirmaram que os computadores do
laboratório da escola são utilizados somente para exibição de programas
multimídia, e 15% declararam que os computadores não são utilizados em
atividades educacionais, mas em atividades administrativas.
2.6. PROJETOS A SEREM DESENVOLVIDOS
Os dados obtidos durante a pesquisa com os pedagogos da rede estadual
de ensino do Amazonas, no município de Manaus, possibilitam uma visão
sobre a informática na educação que estimula os acadêmicos, sejam
especialistas ou mestres em Informática na educação, a pensarem na
composição de equipes transdisciplinares (ultrapassa a idéia de
multidisciplinaridade), profissionais da educação, de acordo com o nível dos
alunos a serem atendidos, com o objetivo da elaboração de projetos de
Informática na Educação, os quais devem voltar-se para a construção e
reconstrução do saber dos alunos, pois como diz Edgar Morin, a educação
deve ser para a pessoa tornar-se um cidadão planetário, ultrapassa o limite da
globalização (pois esta tem sido apenas econômica). Comenius já
compreendia há mais de um século, que é preciso manter uma seqüência
durante os trabalhos voltados para atingir o conhecimento: primeiramente,
sugeria ele, ativam-se os sentidos dos alunos, a seguir trabalha-se a memória,
logo depois a inteligência, para finalmente desenvolver-se o juízo. E
atualmente não deve ser muito diferente. A utilização da informática na
educação não suprime a figura do professor e, nem mesmo do livro, antes
reforça-os a presença, pois o mundo da informática oferece modelos, uma
visualização do mundo real, e esta precisa ser explicitada e compreendida sob
diversos ângulos.
Os alunos dos cursos de especialização em informática e educação
podem realizar pesquisas em grupos de quatro ou cinco pessoas, escolhendo
antecipadamente um dos níveis de ensino (fundamental ou médio), definir um
tema, desenvolvendo assim um projeto, o qual deverá carecer da participação
de pedagogos, professores, gerentes de unidades escolares, programadores
de computador, técnicos em multimídia, etc., a fim de elaborar um trabalho que
resulte em possibilidades do aluno trabalhar o próprio conhecimento de forma
lúdica, intelectual e científica, em lugar de desenvolver sistemas multimídias,
nos quais os alunos nada constróem ou descobrem, limitam-se a assistir o
show realizado pelo programador do sistema.
O apoio aos pedagogos da rede estadual de ensino em relação à
informática na educação é uma necessidade real, pois descobriu-se durante a
pesquisa realizada neste trabalho, que há muito pouca desenvoltura dos
pedagogos quando a temática Informática e Educação é abordada. Alguns
pedagogos apresentam muitas idéias, mas páram por aí, eles nem mesmo
sabem como viabilizar tais idéias. Desse modo, os especialistas e os mestres
em informática e educação tornam-se fundamentais na ligação e religação
(plagiando Edgar Morin, no seu livro Religar os Pensamentos) da teoria e da
prática dos laboratórios de informática das escolas estaduais. Um projeto sério
e relevante nessa área poderia até mesmo ser apresentado à SEDUC, para
um patrocínio, financiamento, composição de equipe multi-institucional, pois a
elevação do nível de qualidade do ensino da rede estadual do Amazonas será
o objetivo principal.
Constatou-se durante a pesquisa que, ainda existem pedagogos que não
mantêm contato com os computadores, nem nas escolas nem em outros
ambientes, bem como a existência de pedagogos que não participam dos
projetos a serem desenvolvidos nos laboratórios de Informática das escolas.
Um projeto que também pode ser desenvolvido, a partir da compreensão
da multidisciplinaridade natural na área da informática na educação, é criar
uma Turma de Informática e Educação, constituída por especialistas na área,
professores e profissionais da área de informática, cujo objetivo seria
desenvolvimento de projetos pelos integrantes da Turma, independente de
estarem estudando num mesmo curso ou não. Seria uma Turma de Informática
e Educação em Manaus, com a criação de uma Home Page para a veiculação
das idéias, redação de artigos científicos sobre as temáticas de interesse,
constituição de equipes de consultoria para as escolas públicas e particulares,
etc. E futuramente, talvez até organizando livros para a publicação em editora
local, voltados para atender aos pedagogos e aos profissionais da educação
interessados em utilizar a informática na educação como um dos recursos para
trabalhar o conhecimento com os alunos.
Finalmente, pode-se dizer que o panorama revelado pela pesquisa
estimula a criação de projetos bastante diversificados na área de informática
na educação. E tais projetos precisam ser desenvolvidos por pessoas
habilitadas e competentes para elevar o nível da qualidade de ensino no
Amazonas.
3. CONCLUSÃO
Este trabalho ora concluído, pode incentivar profissionais da área de Educação
e Informática a desenvolverem projetos específicos em Informática e Educação,
que apresentarão soluções para os problemas aqui detectados. Considerando a
importância do trabalho pedagógico no ensino fundamental e médio, bem como a
necessidade de utilizar os recursos da informática para desenvolver a educação
dos alunos, justifica-se a pesquisa, a composição de equipes interdisciplinares
voltadas à orientação dos pedagogos, enriquecendo o ambiente científico dos
laboratórios de informática com o uso da criatividade direcionada para a
construção do saber dos alunos, sem perder a ludicidade e o encanto pelas
descobertas. Ao abordar a informática na educação, os pedagogos não devem
deixar de consultar a obra A Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard
Gardner, cuja temática possui milhares de adeptos e constitui prática pedagógica
de inúmeras escolas no mundo inteiro.
A Informática na Educação pode ser uma das bases para a formação
necessária aos profissionais do século XXI; cidadão planetário, educado para um
modelo de desenvolvimento sustentável (desenvolvimento que preserva o meio
ambiente e a capacidade de renovação dos recursos naturais, mantendo a
qualidade de vida para a geração atual e para as gerações futuras).
Responsáveis pelos resultados futuros da educação praticada no presente, os
pedagogos não devem desprezar os avanços das tecnologias de informação,
descobrindo e redescobrindo como tais avanços podem ser utilizados como
ferramentas úteis à educação de futuros cidadãos. È preciso estudo criterioso e
sério, pesquisas e atualização profissional para reunir condições de vislumbrar
hoje uma idéia de mundo que os alunos encontrarão no futuro; e a partir da
visualização desse mundo futuro, trabalhar a informática na educação de modo
proativo. Caso contrário continuaremos trabalhando uma educação voltada para o
passado; desprezar as possibilidades das tecnologias de informação na área da
Educação será um prejuízo significativo para toda a sociedade no futuro.
A integração de pedagogos, professores, alunos e gestores escolares em
projetos interdisciplinares inicialmente, nos quais um método de aprendizagem
utilizado em uma disciplina possa ser utilizado em outras, possibilitando ao aluno
construir a ligação entre as disciplinas, bem como perceber a contextualização
dessa aprendizagem com o seu dia-a-dia, no seu mundo real fora da sala de aula.
E no momento subseqüente, a integração de pedagogos, professores, alunos e
gestores escolares deverá estar voltada para a transdisciplinaridade, conforme
explica Edgar Morin na sua obra: praticar a transdisciplinaridade é compreender a
pessoa em toda a sua complexidade, o processo ensino-aprendizagem somente
pode ser considerado completo quando além da cultura científica atualmente
desenvolvida, também for desenvolvida a cultura de humanidades; a criatividade,
a espiritualidade, a cultura, as experiências anteriores, tudo isso faz parte da
humanidade, da complexidade que é a pessoa, e normalmente tais aspectos têm
sido considerados como verdadeiros valores, embora estejam presentes em cada
pessoa e participando do sucesso ou do fracasso do processo ensino-
aprendizagem. Há a necessidade de compreender a pessoa como um todo,
literalmente de forma integral, e não de modo particionado como tem acontecido
através do ensino pluridisciplinar, como se o cérebro da pessoa tivesse partições
onde as disciplinas seriam armazenadas, cada uma no seu devido lugar.
Esta monografia trata do trabalho dos pedagogos em relação ao uso da
Informática na educação. E, como docente há seis anos, trabalhando inclusive
com a informática, tenho verificado durante esse período que o uso do
computador em ambiente escolar pode tornar-se um diferencial positivo na
composição do processo ensino-aprendizagem. Sem jamais substituir o professor,
o computador tornou-se mais um desafio aos pedagogos, aos professores e aos
gestores de escolas. Desafio aos pedagogos pelo fato de exigir destes, um
conhecimento mais aprofundado da filosofia do funcionamento de tais máquinas,
para compreender as relações destas com as teorias cognitivas e o
desenvolvimento de projetos a serem praticados nos laboratórios de informática
das escolas, paralelamente aos trabalhos realizados pelos professores em sala de
aula com os conteúdos programáticos das diversas disciplinas. Assim, a
informática poderá servir como um conhecimento que agrega valores à
aprendizagem considerada convencional, pois pode tornar o aluno em uma
pessoa muito mais autônoma para as tomadas de decisões, assim como um
cidadão muito mais participativo no mundo real, onde a informática está inserida
em quase todos os setores.
Em relação aos professores, o uso do computador como auxiliar na prática do
processo ensino-aprendizagem torna-se também um desafio, porque carece de
treinamento, em alguns casos até mesmo intensivo, porque a prática da
informática na educação ocorre nos laboratórios ou em sala de aula, onde o
professor deve estar presente com a sua turma de alunos, utilizando softwares em
geral, programas multimídias e softwares educativos de modo interativo. E é
exatamente nessa interatividade que o aluno constrói e reconstrói o conhecimento;
o papel do professor enquanto orientador, incentivador da pesquisa, dinamizador
dos meios para as descobertas torna-se fundamental para o sucesso da
informática na educação.
A informática na educação é um desafio para os gestores de escolas porque
esses, além das responsabilidades administrativas e pedagógicas que lhes são
peculiares, precisarão conhecer as potencialidades pedagógicas e as capacidades
operacionais dos computadores, de modo a compreenderem como tais máquinas
devem ser inseridas na educação dos alunos, para assim valorizarem os trabalhos
dos pedagogos e dos professores. É exatamente esse desafio, não muito bem
compreendido por alguns gestores, o principal responsável pela inação desses
profissionais da Educação sobre o apoio e a otimização das atividades
desenvolvidas nos laboratórios de informática das escolas; às vezes tais
laboratórios podem até mesmo serem considerados sem importância para alguns
gestores - quando essa realidade se concretiza, os pedagogos e os professores
não conseguem desenvolver seus projetos, muito menos os alunos utilizar-se-ão
da informática para a construção do saber. É por isso que em algumas escolas, os
computadores do laboratório de informática permanecem sendo utilizados apenas
como máquinas de escrever sofisticadas e ambientes para jogos inexpressivos;
ocorrem situações em que tais máquinas tornam-se um reforço para a execução
das tarefas administrativas da unidade escolar.
Os pedagogos devem ser os profissionais responsáveis pela disseminação da
conscientização na escola, do valor da utilização da informática na educação de
maneira construcionista. Quando necessário, os pedagogos devem convidar
palestrantes para falar sobre o assunto, e promover um trabalho que sensibilize
professores, gestores de escola e alunos, para que estes possam utilizar os
computadores na educação, de forma lúdica, criativa, metodológica e científica.
A informática precisa estar presente, e de modo claro e objetivo no Projeto
Pedagógico de cada escola.
Concluo esta monografia afirmando que pedagogos, professores e gestores de
escolas não devem afastar-se das suas profissões de educadores e
transformarem-se em técnicos de informática; é preciso muito cuidado nesse
aspecto, pois a área de informática é tão apaixonante que não é difícil o
profissional de educação começar a fazer cursos de programador, recursos
multimídia, sistema de informação e tantos outros, esquecendo-se da sua
responsabilidade social como pedagogo, como professor e como gestor de escola.
A informática, através do uso do computador, é apenas mais uma ferramenta
da tecnologia de informação, cujas características podem ser utilizadas em prol de
uma educação mais desveladora de conhecimentos.
Sendo um profissional da educação, tenho a expectativa de que as temáticas
abordadas neste trabalho poderão contribuir, de modo teórico e prático para o
desenvolvimento dos trabalhos dos pedagogos da rede estadual de ensino do
Amazonas, na área do ensino fundamental e médio. E embora os resultados
apresentados pela pesquisa realizada, não revelem ainda o nível desejado de
qualidade para a informática na educação no município de Manaus, é provável
que o desenvolvimento de projetos públicos e privados voltados para a educação
no estado do Amazonas, venha melhorar esse quadro antes do final do ano de
2005. Para isso, será preciso esforço adicional dos especialistas em informática e
educação, dos professores que trabalham ou pretendem trabalhar com a
informática na educação, dos alunos e dos gestores escolares, sempre apoiados
pelas autoridades para que os objetivos sejam atingidos. A parcela de trabalho de
cada um deve promover a sinergia necessária para o enriquecimento das idéias e
das práticas diurante o desenvolvimento dos projetos de informática na educação
no município de Manaus e no estado do Amazonas.
4. MÉTODO
Tipo de Pesquisa:
Pesquisa Bibliográfica
5. BIBLIOGRAFIAS
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Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.
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múltiplas. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.
FAGUNDES, Léa Cruz Fagundes. O QUE É CRIATIVIDADE? Texto, LEC /
UFRGS.
LUCENA, Marisa. Um Modelo de Escola Aberta na Internet: Kidlink no Brasil.
Rio de Janeiro, RJ: Brasport, 1997.
MORIN, Edgar. O Método: O conhecimento do conhecimento. Editora Sulinas.
MORIN, Edgar. Os Sete Saberes necessários à Educação do Futuro. 4ª ed.
São Paulo, SP: Editora Cortez. UNESCO. 2000.
MORIN, Edgar. O Desafio do Século XXI: Religar os Pensamentos. Institiuto
Piaget.
SAMPAIO, Marisa Narcizo; Leite, Lígia Sílvia. Alfabetização Tecnológica do
Professor. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 21ª ed. rev.
e ampl. São Paulo: Cortez, 2000.
TAJRA, Sanmya Feitosa,. Informática na Educação: Novas Ferramentas
Pedagógicas para o Professor da Atualidade. 3ª ed. rev., atual. e ampl. São
Paulo: Érica, 2001.