DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS
Prof. Douglas Monteiro
ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA
ELA: Histórico
• 1830 (Mal que cursava com paralisia dos membros e dalíngua) – Charles Bell;
• 1848 (natureza neurológica da patologia) – François Aran;
• 1869 (caracterização da doença – reconhecida como umapatologia que acomete os neurônios motores) – Charcot eJoffroy;
• 1939 (a ELA passa a ser considerada uma DNM) – Brain eWalton.
ELA: Conceito
• Também conhecida como Doença de Charcot, a ELA é umadoença degenerativa progressiva e fatal, caracterizada peladegeneração dos neurônios motores;
• Compromete o 1º neurônio superior e o 2º neurônio inferior.
ELA: Conceito
• É a forma mais comum das doenças dos neurônio motor;
• O termo esclerose lateral refere-se ao "endurecimento" do
corno lateral da medula espinhal , no qual se localizam fibras
nervosas oriundas de neurônios motores superiores, formando
o trato córtico-espinhal lateral.
ELA: Etiologia
• Não se conhece a causa específica;
• Acredita-se na multifatorialidade da doença:
- Componente genético;
- Idade;
- Substâncias do meio.
ELA: Epidemiologia
• Mais comum em homens (2,5:1);
• Atinge principalmente pessoas da raça branca;
• Está associada à faixa etária acima dos 60 anos.
ELA: Fatores de Risco
• Atividade física intensa;
• Traumas mecânicos;
• Choques elétricos.
ELA: Fisiopatologia
ELADegeneração dos
neurônios motores
1º neurônio superior (cérebro) e 2º neurônio inferior
(medula)
Perda da capacidade de transmissão dos impulsos nervosos
Atrofia e fraqueza muscular crescente
ELA: Quadro Clínico
• Atrofia dos músculos (pp. mãos);
• Fraqueza muscular;
• Reflexos exaltados;
• Espasticidade;
• Redução da sensibilidade;
• Dificuldade na articulação da palavras;
• Paralisia muscular;
• Câimbras musculares e fasciculações
ELA: Quadro ClínicoForma mais agressiva:
quando ocorre a paralisia bulbar progressiva (ataca a língua e a
glote). Com isso, o paciente deixa de mastigar e falar, passando a
diminuir rapidamente de peso.
ELA: Quadro Clínico
• Pode afetar os músculos
respiratórios;
• Gera perda progressiva da
capacidade respiratória;
• Óbito em alguns anos.
ELA: Diagnóstico
• Em geral, leva-se de 10 meses a 01 ano para a confirmação do
diagnóstico da ELA;
• A avaliação clínica é de grande importância para o diagnóstico;
• Exames complementares: LCR,TC, Eletroneuromiografia.
ELA: Tratamento
• Medicamentoso:
- Riluzol – aumenta o tempo de sobrevida em cerca de 3 meses;
- Outros medicamentos auxiliam a absorção dos alimentam e
reduzem a produção de saliva;
- Uso de drogas com efeito anti-colinérgico e drogas
antiparkinsonianas.
ELA: Tratamento
• Cirúrgico:
- Retirada dos ductos ou glândulas parótidas;
- Radioterapia nas glândulas parótidas;
- Aplicação de toxina botulínica nas glândulas parótidas;
- OBS: O tratamento fisioterapêutico irá perdurar durante toda
a vida do paciente.
Doença de Alzheimer
Doença de Alzheimer: Conceito
A doença se apresenta como demência, ou perda de funções cognitivas (memória,
orientação, atenção e linguagem), causada pela morte de células cerebrais.
• Séc XX – Dr. Alzheimer (Alemanha)
• Seu nome oficial refere-se ao médico Alois Alzheimer,o primeiro a descrever a doença, em 1906. Eleestudou e publicou o caso da sua paciente AugusteDeter, uma mulher saudável que, aos 51 anos,desenvolveu um quadro de perda progressiva dememória, desorientação, distúrbio de linguagem(com dificuldade para compreender e se expressar),tornando-se incapaz de cuidar de si.
• Após o falecimento de Auguste, aos 55 anos, o Dr.Alzheimer examinou seu cérebro e descreveu asalterações que hoje são conhecidas comocaracterísticas da doença.
Doença de AlzheimerGeneralidades
Alois Alzheimer (1864-1915)
Doença de Alzheimer
Demência senil comum (início após 65 anos)
– < 65 anos (precoce) – 1%
– 65 anos – 5 a 10%
– > 65 anos – 30 a 40%
Costumam viver por uma média de 10 anos (4 a 16 anos)após o início dos sintomas
Incidência maior em mulheres, pp após 85 anos
Generalidades
Doença de Alzheimer
Evolução progressiva:
Alteração da memória → Perda cognitiva grave → Incapacidade → Morte
• Períodos de estabilização
– Distúrbio cognitivo inalterado por 1 ou 2 anos
• Queixa inicial:
– dificuldade na memória recente
Síndrome clínica
Doença de Alzheimer
• Evolução do quadro:
– Distúrbio da linguagem, do raciocínio abstrato e da função executiva ou da tomada de decisões
• Sintomas associados:
– Depressão, insônia ou anorexia (5 a 8% dos casos)
– Delírios e comportamento psicótico, agitação, alucinações visuais e auditivas (dça avançada)
Síndrome clínica
Doença de Alzheimer
Exame neurológico:
Estado mental comprometido
Sinais extrapiramidais são relativamente freqüentes
Rigidez
Bradicinesia
Alterações posturais
Marcha de pés arrastados
– Funções motoras e sensitivas normais
– Anormalidades oculomotoras, cerebelares, de nervos periféricos demonstram alguma forma de demência
Síndrome clínica
Doença de Alzheimer
ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS
• Placas senis
– As placas senis são lesões no neurópilo (tecidoentre os corpos celulares dos neurônios)
– Estruturas extracelulares dos nervos terminaiscujo axônio e dentritos são constituídos de umaproteína chamada beta-amilóide
– Na doença, a clivagem da amilóide (proteínaprecursora) ocorre de forma alterada, gerando aproteína β - amilóide, que vai se acumulando eprovocando lesões no córtex cerebral, cerebelo,vasos meníngeos (efeito tóxico).
Patologia
Amilóide
β - amilóide
Pode estar presente desmielinização secundária na substância branca subcortical.
Doença de Alzheimer
ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS• Emaranhado neurofibrilar intracelular
– Proteína tau (filamento helicoidais pareados)
• Estabiliza os microtúbulos que participam do transporte axonal
• Fosforilação ocorre de forma anormal na doença, originando a proteína tau patológica (hiperfosforilada).
• Acúmulo de tau → instabilidade nos microtúbulos, dificultando o transporte axonal e ocasionando a morte da célula.
• Ocorrem no hipocampo e no córtex cerebral
Patologia
A proteína tau deve estar
presente para permitir que a
β-amilóide induza a
degeneração das células
cerebrais que ocorre na
doença de Alzheimer.
• Apresentam as placas senis decorrentes do depósito de proteína beta-amiloide, anormalmente produzida.
• Os emaranhados neurofibrilares, frutos da hiperfosforilaçãoda proteína tau.
• Outra alteração observada é a redução do número das células nervosas (neurônios) e das ligações entre elas (sinapses), com redução progressiva do volume cerebral.
• Comprometimento de vias colinérgicas.
Doença de AlzheimerPatologia
PLACAS SENIS
A doença de Alzheimer causa a morte das células nervosas e perda de tecido em todo o cérebro,
principalmente nos lobos frontal, parietal e temporal.
DEMÊNCIA
O diagnóstico da demência requer...
“o desenvolvimento de múltiplos déficits cognitivos que são suficientemente graves para
causar comprometimento no funcionamento ocupacional ou social.”
(Diagnostic and Styatistical Manual of Mental Disorders, 4ª ed – DSM IV)
Doença de Alzheimer
Critérios (NINCDS-ADRA*, 1984): Deterioração progressiva na capacidade cognitiva (excluindo outras
causas)
Testes psicológicos
Estudos de imagens cerebrais
“Definida”→ Autópsia
“Provável” → Sem co-morbidades com mesma
sintomatologia
“Possível” → Com co-morbidades com mesma
sintomatologia (ex: doença vascular cerebral)
Diagnóstico
* National Institute of Neurological and Communicative Disorders and Stroke e
Alzheimer´s Disease and Related Disords Association
Doença de Alzheimer
Exames laboratoriais normais
LCR normal, com possível ↑ de proteínas
Proteína tau (estabilizam os microtúbulos axonais) encontrada em altas concentrações
EEG
Lentificação generalizada sem características focais
Testes neuropsicológicos
Imagens cerebrais
RNM e TC – Revelam dilatação nos ventrículos laterais e temporais e redução do volume em regiões cerebrais vulneráveis
Diagnóstico
PET (Tomografia por Emissão de Pósitrons) realizado um ano e dois anos depois do
diagnóstico A hipoperfusão da região temporo-parietal observável no primeiro ano se
torna significativamente mais grave 12 meses depois.
RNM - Permite uma discriminação espacial superior, elevando a sensibilidade diagnóstica para a doença de Alzheimer aos 90%. Bastante utilizado
na investigação diagnóstica.
Tratamento
Casos discretos a moderados: Inibidores da colinesterase a fim de
diminuir a hidrólise da Ach Tipos específicos no mercado:
• Tacrina, donepezil, rivastigmina, galantamina
Outras:• Psicotrópicos (agitação, psicose, delírios)• Alfa-tocoferol e selegilina (retarda os
estágios mais avançados)
Não há cura!!!Reabilitação interdisciplinar para favorecer
qualidade de vida – ATIVIDADE CEREBRAL!!!
Tratamento • As medicações que atuam na acetilcolina, aprovadas para uso no Brasil
nos casos de demências leve e moderada, são a rivastigmina, a donepezila, memantina e a galantamina (conhecidas como inibidores da acetilcolinesterase ou anticolinesterásicos).
• Também atua reduzindo um mecanismo específico de toxicidade das células cerebrais. É possível também que facilite a neurotransmissão e a neuroplasticidade.
• Há evidências científicas que indicam que atividades de estimulação cognitiva, social e física beneficiam a manutenção de habilidades preservadas e favorecem a funcionalidade.