SONO
Estado regular, recorrente, facilmente reversível, caracterizado
por inatividade relativa e acentuado aumento do limiar de resposta a estímulos externos,
quando comparado com o estado de vigília.
É SAUDÁVEL QUANDO EM QUANTIDADE E QUALIDADE SUFICIENTES PARA MANTER UM BOM NÍVEL DE VIGÍLIA DURANTE O DIA.
Estrutura do sono
1. NREM (not rapid eyes movement)
Fase 1 – Breve, corresponde à transição vigília-sono.
Fase 2 – Corresponde à metade do sono total, com atividade mental fraca ou ausente.
Fases 3 e 4 – Correspondem a um sono lento e profundo, essencial à restauração somática.
No seu conjunto, a fase NREM tem uma função restauradora, participando na conservação da energia do organismo e contribuindo para a termorregulação, sendo fomentada pelo exercício físico.
2. REM (rapid eyes movement) – acontece a cada 1,5 a 2 ho- ras de sono e dura cerca de 20 minutos (o que corresponde de 4 a 5 vezes por período total de sono, se esse período for de 8 horas), em que ocorre um maior afluxo de sangue ao cérebro. Esse processo está relacionado com sonhos e fantasias, e é fundamental para a recuperação funcional do cérebro e para a consolidação mnésica.
O ciclo do sono é o período que vai da vigília até a fase REM (inclusive), passando pelas fases de adormecimento, sono superficial e profundo. Tem duração de 1,5 a 2 horas.
Idade - A necessidade de dormir diminui com o avançar de idade.
Ambiente - Temperaturas extremas, ruído, luminosidade, alterações do ritmo circadiano.
Psicológicos - Estresse, ansiedade, depressão, labilidade afetiva, humor, tipo de personalidade.
Orgânicos - Dor, dispneia, tosse, prurido, dispepsia, alterações da micção, cãibras musculares, angina noturna, asma, hipertensão arterial, alterações da tireoide.
Fármacos - Teínas, álcool, anfetaminas, corticoides, propranolol, antidepressivos tricíclicos.
Abuso de substâncias prejudiciais - Tabaco, cocaína.
Primários
Dissonias
Insônia
Hipersonia
Primária
Narcolepsia
Parassonias
Mioclonia
SAOS – síndrome de apneia obstrutiva do sono
Alterações do ritmo circadiano
Pesadelos/terrores noturnos
Sonambulismo
Secundários
Psiquiátricos
Médicos
História do sono
História familiar de distúrbios do sono.
Contexto familiar e social, situação de vida.
Humor – existência de transtorno afetivo, como ansiedade ou depressão.
Estilo e hábitos de vida – exercício físico, tabaco, álcool, café, chá, drogas, medicamentos, bebidas “energéticas” ou guaraná.
Fatores ambientais – ruído, luz, animais domésticos, temperaturas extremas.
Antecedentes pessoais e familiares.
causas orgânicas
obesidade
processos obstrutivos das vias aéreas
hiper e hipotireoidismo
doença cardiovascular
doenças neurológicas
doenças degenerativas
doenças musculoesqueléticas
doenças infiltrativas.
Exames complementares de diagnóstico (ECDs)
Laboratoriais – hemograma, glicemia, função tireóidea (TSH e T4 livre), função renal (creatinina, microalbumi- núria) e função hepática (gama GT, TGO);
Radiografia do tórax;
Eletrocardiograma;
Tomografia computadorizada de crânio;
Laboratório do sono, se houver suspeita de SAOS
Insônia crônica (queixas de insônias durante pelo menos 3 meses)
Treino de hábitos de sono
Utilização intermitente de hipnóticos
Excluir depressão
Sono reduzido nos idosos
Treino de hábitos de sono
Evitar hipnóticos (e usar apenas os de ação curta)
Doença física
Tratar a doença primária ou subjacente
Hipnóticos, se apropriado, e por períodos curtos
Alcoolismo/abuso de substâncias prejudiciais
NÃO utilizar hipnóticos
Desabituação etílica ou reabilitação
Crianças
Programas de comportamento
Treino de hábitos de sono
Apoiar os pais
Referenciação para pedopsiquiatra
Tratamento não farmacológico
Utilização do quarto só para dormir;
Estabelecer horários de sono e vigília, evitando sestas e sonecas;
Fazer exercício físico moderado durante o dia e evitar exercício físico 2 horas antes de dormir (exceto sexo, que pode ser benéfico);
Evitar refeições abundantes à noite;
Moderar ingestão de bebidas alcoólicas e café (ou chá), que devem ser evitados à noite;
Suspensão tabágica;
Tentar identificar e compreender o que ajuda a pessoa a sentir-se melhor (banho quente, música, leitura, etc.);
Psicoterapia.
Tratamento farmacológico
Apenas justificado em caso de falha de tratamento não farmacológico durante pelo menos um mês.
Os hipnóticos são os fármacos de eleição,
Insônias iniciais (dificuldade em adormecer)
, benzodiazepínicos de curta duração, 1 vez por dia,antes de deitar, de forma continuada e por curtos períodos de tempo (2 a 4 semanas).
zolpidem (10 mg)
loprazolam (1 mg).
Insônias terminais (despertar precoce). - 1vez por dia, antes de deitar, de forma continuada e por curtos períodos de tempo (2 a 4 semanas), devendo, então, ser descontinuados
benzodiazepínicos de ação prolongada
diazepam, 5 a 10 mg
lorazepam, 1 a 2,5 mg
antidepressivo ISRS
trazodona, 100 mg
Referenciar para cuidados especializados
Dificuldades ou dúvidas de diagnóstico;
Situações refratárias ao tratamento (mais de um mês);
Situações que exijam técnicas fisiológicas (estudo da estrutura do sono) ou psicológicas específicas
Se houver necessidade de encaminhamento imediato para outras especialidades, como psiquiatria (suspeita de transtorno psicótico) ou otorrinolaringologista/pneumologia (SAOS).