“Descobrimento” e Conquista da Amazônia
IntroduçãoA partir do final do século XIII o feudalismo europeu começou a apresentar fortes sintomas de perda de vitalidade, ou seja, era a sua dinâmica atingindo os limites possíveis de seu funcionamento estrutural. Para superar a inércia da economia feudal, era necessário aumentar os mercados produtores de matérias-primas e de consumidores de produtos manufaturados europeus. A saída foi a expansão marítima.
Impérios Coloniais Ibéricos »Império Português
A grande nobreza feudal portuguesa, que atravessava uma ampla crise em decorrência da crise geral do feudalismo do século XIV, via nessa “união” uma forma de ter acesso a mais terras. Contra essa situação colocaram-se a pequena nobreza, os comerciantes e os artesãos, principalmente de Lisboa, temerosos do poder que teria essa nobreza com a união castelhana.
• Império colonial português:
Ilhas atlânticas: Madeira, Açores, e Cabo Verde;
África: Ceuta; Tanger; Mazagão, no Marrocos; de Arguim (atual Mauritânia) até Serra Leoa, na costa Guiné; Mina, Ilha do Príncipe, Ano Bom e São Tomé, no golfo da Guiné; além do Congo e da Angola; Lourenço Marques, Inhambane, Sofola, Queliname, Sena, Tete, Moçambique e Etiópia, na costa Oriental.
Ásia: Ormuz, no golfo pérsico; Diu, Damão, Chaul, Goa,
Calicute, Cochim, Baçaim, na Índia; Colombo, no Ceilão; Malaca, na Malásia; Timor, na Indonésia; Macau, na China.
América: Brasil
»Império Espanhol
•A história da Espanha foi profundamente marcada pela luta contra os muçulmanos, iniciada em 718, a qual perdurou por oito séculos, finalizando em janeiro de 1492, com a tomada de Granada. Durante esse período houve a formação dos reinos de Castela, Leão, Navarra e Aragão, os quais foram unificados, formando a Espanha.
O império de Carlos V englobava terras que correspondem, hoje, aos seguintes países e algumas unidades político-administrativas da Europa, da América, da África e da Ásia:
Europa: Espanha, Áustria, Holanda, Bélgica, Alemanha, Itália (parte sul), Milão, Sardenha e Sicília.
África: Tunis; Peñon de Vélez e Melilha, no Marrocos; Orã e Mostaganem, na Argélia.
Mediterrâneo: Ilhas Baleares. Atlântico: Ilhas Canárias. Ásia: Filipinas. América: Califórnia, Arizona, Texas, Colorado, Utha,
Geórgia, Flórida e Novo México nos Estados Unidos da América (EUA); México, Guatemala, Honduras, El Salvador, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Cuba, Haiti, Porto Rico, São Domingos, Colômbia, Venezuela, Equador, Peru; Amazonas, Roraima, parte do Pará no Brasil; Bolívia, Chile, Paraguai, Argentina e Uruguai.
Expedições Espanholas na Amazônia Quinhentista
• Pelo Tratado de Tordesilhas (1494), a maior parte do território que representa hoje a Amazônia pertencia à Espanha. Até por volta de 1570, cerca de duas dezenas de expedições com patrocínio espanhol tentaram penetrar na Amazônia. Dessas, apenas duas percorreram, totalmente, a calha do Solimões-Amazonas: a Expedição de Francisco de Orellana, em 1542, e a de Pedro de Ursúa/Lopo de Aguirre, em 1560-1561.
Expedição de Francisco Orellana
• Segundo Antonio Porro, depois da conquista do Peru (1532), pelas tropas de Francisco Pizarro, os espanhóis inteiravam-se de notícias a respeito de duas regiões que, na sua imaginação, torna-se-iam fabulosas: o “El Dorado” e o “País das Canelas”. Símbolo da utopia americana e nunca precisamente situados, esses paraísos do ouro e das especiarias iriam levar à exploração do noroeste da América do Sul e da bacia amazônica.
“Paraíso perdido”
El Dorado, nas duas imagens.
Expedição de Ursúa/Aguirre
•As notícias que chegaram a Lima, através dos sobreviventes da expedição de Orellana, reavivaram no Peru a crença já existente de países fabulosamente ricos perdidos nas florestas equatoriais. A expedição mais famosa, não pelo sucesso, mas pelos dramas humanos que envolveu, foi de Ursúa e Agirre, em 1560-61, que desceu o Marañon e todo o Amazonas até o Atlântico.
Conquista Lusitana da Amazônia
• » União Ibérica (1580-1640)
Com a morte de D. Sebastião, rei de Portugal, em 1578, e a de seu sucessor, o cardeal D. Henrique, em 1580, instaurou-se uma crise de sucessão dinástica, pois nenhum dos referidos monarcas deixou sucessores diretos. Entretanto, de acordo com o parentesco entre as casas reais, dois pretendentes reclamaram o trono do reino de Portugal: Filipe II, rei da Espanha, e D. Catarina, duquesa de Bragança, respectivamente filhos de D. Isabel e de D. Duarte, que eram filhos de D. Manuel. Portanto, Filipe e Catarina eram netos de um falecido rei de Portugal, ambos por linha direta e legítima.
Ocupação Militar: o Forte do Presépio
•A conquista da Amazônia inicia-se em 1616. A Amazônia significava para os portugueses apenas um problema militar, pois o delta amazônico vinha sendo ocupado por ingleses e holandeses. Por seu turno, os franceses, já instalados em Caiena, alcançaram o Maranhão, onde fundaram São Luís, em 1612.
Administração Colonial da Amazônia
•Devido às dificuldades de comunicação da nova conquista com a Bahia, sede da administração do Estado do Brasil, o rei Filipe III da Espanha criou, em 1621, o Estado do Maranhão, com capital em São Luís, ligado a Lisboa.
Expedição de Pedro Teixeira
• Devido à União Ibérica, desde o início, os portugueses que estavam na porção propriamente dita de Portugal, tinham ordens régias para efetuarem a conquista territorial mais a oeste da Amazônia, na porção espanhola. Porém, por uma série de problemas, ainda não tinham cumprido as determinações reais até que algo inusitado acontecesse: a chegada inesperada da chamada Expedição dos Irmãos Leigos composta pelos frades franciscanos espanhóis, Domingos de Brieba e André de Toledo, ao forte de Gurupá, em 5 de fevereiro de 1637.
Crônica do Padre Acuña
•Durante a longa viagem de volta, o padre Acuña recolheu todas as informações possíveis sobre os costumes dos índios, a fauna, a flora e a geografia Amazônica, o que lhe possibilitou a feitura do famoso livro “Novo Descobrimento do Grande Rio das Amazonas”, um verdadeiro tratado, contendo detalhes da terra e do homem da Amazônia, e que foi publicado em 1641.
Conclusão
•Foi um período no qual as Monarquias em aliança com a burguesia mercantil se “jogaram” na famosa Expansão Marítima. Pode-se notar também que os navegadores viajavam sempre com suposições de que havia países fabulosamente ricos perdidos nas florestas equatoriais, como o El Dorado, por exemplo.
Referências
•AS PRIMEIRAS imagens da Amazônia. Disponível em: < http://www.povosdamazonia.am.gov.br. Acesso em: 22/02/2011
•DOS SANTOS, Francisco Jorge. História Geral da Amazônia. Rio de Janeiro: Editora MemVavMem