MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO MÉDIA E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM VITICULTURA E ENOLOGIA
PERFIL VITIVINÍCOLA DO
MUNICÍPIO DE FARROUPILHA - RS
CRISTIANE MATANA
Bento Gonçalves, junho de 2010
2
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO MÉDIA E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM VITICULTURA E ENOLOGIA
PERFIL VITIVINÍCOLA DO
MUNICÍPIO DE FARROUPILHA – RS
Trabalho de Conclusão de Curso para a obtenção
do título de Tecnólogo em Viticultura e Enologia
CRISTIANE MATANA
Orientador: Dr. Eduardo Giovannini
Bento Gonçalves, junho de 2010
3
AGRADECIMENTOS
Aos mestres, pela dedicação, paciência e por compartilharem seus conhecimentos.
A família, pelo apoio e encorajamento.
Aos produtores de uva e de vinho do Brasil, especialmente aos pioneiros, por terem
iniciado tão valorosa atividade; aos que deram continuidade e aos que continuam acreditando
na vitivinicultura, apesar das adversidades e desafios.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ____________________________________________________________ 5
1. A VITICULTURA NO BRASIL _____________________________________________ 6
1.1 VITIVINICULTURA NO RIO GRANDE DO SUL________________________________ 8
1.2 VITIVINICULTURA NO MUNICÍPIO DE FARROUPILHA _____________________ 11
2. LEGISLAÇÃO VITIVINÍCOLA ___________________________________________ 13
3. CRITÉRIOS ADOTADOS ________________________________________________ 15
4. PERFIL VINÍCOLA DO MUNICÍPIO DE FARROUPILHA ____________________ 18
4.2 CULTIVARES UTILIZADAS ________________________________________________ 19
4.3 PRODUTOS ELABORADOS ________________________________________________ 21
4.4 PRODUTOS ESTOCADOS __________________________________________________ 22
4.5 FORMAS DE COMERCIALIZAÇÃO _________________________________________ 23
4.6 LOCAIS DE COMERCIALIZAÇÃO __________________________________________ 24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS _________________________________________ 27
ANEXOS ________________________________________________________________ 29
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INTRODUÇÃO
A viticultura no estado do Rio Grande do Sul foi introduzida no século XVII. Mas foi
com a chegada dos imigrantes italianos nesse estado, por volta de 1875, que o cultivo de
videiras efetivamente se desenvolveu.
O município de Farroupilha foi colonizado por imigrantes italianos e tem no cultivo de
vides uma de suas principais atividades econômicas. É uma das regiões vitivinicultoras
tradicionais na produção de uvas e vinhos no Brasil, a qual pertence à Serra Gaúcha.
O presente trabalho objetiva conhecer o perfil vinícola do município de Farroupilha,
conhecendo as principais cultivares utilizadas, os produtos elaborados, a quantidade de
estoques nas empresas e os locais de comercialização.
As empresas que processam uvas na cidade estudada foram entrevistadas e as respostas
apresentadas, analisadas, objetivando conhecer a situação real da cadeia vinícola
farroupilhense.
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1. A VITICULTURA NO BRASIL
Os primeiros registros do plantio de videiras no território brasileiro datam de logo
após do descobrimento do Brasil pelos portugueses.
Para Sousa (1969), Martim Afonso de Sousa trouxe da Ilha dos Açores, em 1532, as
primeiras videiras à Capitania de São Vicente, atual estado de São Paulo. Brás Cubas foi o
primeiro viticultor brasileiro, fundando parreirais e elaborando vinho na citada capitania.
Alguns anos depois, o cultivo de videiras foi estendido à Bahia e Pernambuco.
Conforme o autor citado anteriormente, a viticultura paulista prospera até o final do
século XVII, quando foi descoberto o ouro nos estados de Minas Gerais, Mato Grosso e
Goiás. Nesse período, perece a atividade agrícola paulista. O ressurgimento da agricultura no
estado de São Paulo ocorre quando há a decadência das minas, no final do século XVIII. A
expansão do cultivo da cana-de-açúcar e café faz com que a viticultura paulista praticamente
desapareça até metade do século XIX.
A dificuldade de adaptação das cultivares de Vitis viniferas, utilizadas até então,
possibilita o desenvolvimento e consequente disseminação das variedades americanas que,
conjuntamente com a imigração italiana, favorece o ressurgimento da viticultura paulista:
Por volta de 1830-1840, surgiram as variedades americanas, principalmente Isabel, mais rústicas que as variedades de Vitis viniferas, as quais, juntamente com a chegada de imigrantes italianos, provocaram o ressurgimento da viticultura do Estado de São Paulo, adquirindo significativa importância econômica na segunda metade do século XIX. No começo do século XX, a variedade Isabel começou a ser substituída pela Niagara Branca, proveniente dos Estados Unidos, sendo usada como uva de mesa, e pela Seibel 2, de origem francesa, para vinificação. Em 1933, em
7
Jundiaí, SP, em conseqüência de mutação somática em uma planta de Niagara Branca, surgiu a variedade Niagara Rosada, que transformou toda a estrutura vitícola do Estado de São Paulo, tornando-o o maior produtor de uvas de mesa do Brasil. (POMMER, 2003, p.19)
Como ilustra Sousa (1969), há videiras em todos os estados brasileiros, embora a
presença constante de calor e umidade em estados onde predominem condições amazônicas,
como Acre, Rondônia, Amazonas, Pará, norte de Mato Grosso e Goiás e parte do Maranhão,
limite o desenvolvimento de videiras a poucas cultivares, sendo um exemplo destas a Isabel.
Segundo Lapolli et al (1995), o estado do Rio Grande do Sul lidera a superfície
vitícola brasileira, bem como a produção de uvas, sendo que esta se destina principalmente a
vinificação. A principal região produtora desse estado é a MR – 016 (região de Caxias do
Sul), colonizada por imigrantes italianos.
Pommer (2003) explica que a segunda área vitícola brasileira encontra-se no estado de
São Paulo, sendo que a produção destina-se a uvas de mesa, com predomínio das variedades
americanas Niágara Branca e Rosada. As principais regiões produtoras dessas cultivares
encontram-se em torno das cidades de Campinas e Jundiaí. Há também a produção de uvas de
mesa finas, cultivadas na região sul do citado estado. Nas regiões oeste e noroeste do mesmo
estado houve significativo crescimento da produção de uvas de mesa.
O estado de Santa Catarina concentra suas principais áreas vitivinícolas no Vale do
Rio do Peixe, sendo que também há produção de uvas em Urussanga, como explana Gobbato
(1942). A viticultura nesse estado assemelha-se a vitivinicultura sulriograndense, destinando a
maior parte à indústria e tendo mão de obra basicamente familiar, como esclarece Giovannini
(1999).
Pommer (2003) elucida que o estado do Paraná apresenta viticultura semelhante ao
estado de Santa Catarina, destinada à vinificação. Porém, no norte paranaense, devido a
influência japonesa, há predomínio da produção de uvas de mesa.
No estado de Minas Gerais há duas regiões que tem destaque na produção de uvas,
conforme Giovannini (1999). Uma inclui os municípios de Andradas e Caldas, com
predomínio das variedades Jacquez e Bordô respectivamente, com produção destinada à
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elaboração de vinhos. A outra região está localizada no norte do referido estado, no Vale do
São Francisco, com uvas designadas a consumo “in natura”.
A região nordeste brasileira apresentou notável desenvolvimento vitícola. Pommer
(2003) esclarece que essas áreas são irrigadas e aprovisionam uvas de qualidade elevada
quase todos os meses do ano. De forma semelhante a região Noroeste do estado de São Paulo,
constitui uma zona vitícola emergente. Tais regiões tem como principal atividade o plantio de
uvas finas de mesa.
Essa regiões emergentes em produção de uva fina de mesa apresentam características peculiares de clima e de solo, que permitem obter produtividades elevadas, aliadas a colheitas durante praticamente todo ano, uma vez que os parreirais podem ser adaptados a ciclos sucessivos, com a programação de podas e de produção e controle de irrigação. Tal programação possibilita a administração da oferta, fazendo-a coincidir com as entressafras tanto das regiões vitícolas tradicionais brasileiras como do exterior, fugindo, portanto, das limitações inerentes à sazonalidade.
(POMMER, 2003, p.25)
Além das uvas de mesa, a região Nordeste vem apresentando considerável
desenvolvimento com variedades destinadas a elaboração de vinhos finos. Rigon et al.(2006)
explica que a região do Vale do Submédio do São Francisco começou a ser considerada como
referência mundial na elaboração de vinhos finos em locais onde o clima é tropical, em
consequência de seu sucesso.
1.1 VITIVINICULTURA NO RIO GRANDE DO SUL
A viticultura no estado do Rio grande do Sul teve origem no século XVII. Sousa
(1969) explica que a cultura da videira no estado gaúcho teve origem no ano de 1626, quando
o jesuíta Padre Roque González de Santa Cruz funda a primeira redução cristã, a qual recebeu
o nome de São Nicolau.
Pommer (2003) considera que alguns autores atribuem aos imigrantes oriundos das
ilhas dos Açores a implantação da viticultura no referido estado. Tais imigrantes colonizaram
a região de Porto Alegre entre os anos de 1732 e 1773.
Para o autor anteriormente citado, as primeiras videiras gaúchas eram de variedades de
Vitis vinifera de origem espanhola, seguidas por variedades portuguesas, francesas, italianas e
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alemãs, as quais foram cultivadas até metade do século XIX. O surgimento das variedades
americanas, especialmente a cultivar Isabel, sobrepôs-se ao cultivo de Vitis vinifera, devido a
maior facilidade de cultivo das variedades americanas.
Essa situação persiste até a atualidade. A vinda de imigrantes italianos ao Rio Grande
do Sul, a partir do ano de 1870, e o plantio de cultivares americanas faz com que a viticultura
gaúcha desenvolva-se notavelmente.
...com a imigração italiana que a produção de uva ganhou maior impulso, concorrendo para isto os mais diversos fatores culturais e econômicos. A vitivinicultura da região colonial italiana ficou em um primeiro momento voltada para o consumo próprio. Posteriormente, com a gradual evolução e adaptação da produção local, ampliou suas vendas para os mercados estadual e nacional. Mais recentemente, com a melhoria das variedades viníferas e com o gradual aperfeiçoamento da tecnologia da produção do vinho, a região consagrou sua posição no âmbito do mercado nacional, contando também com pequena mas progressiva participação no mercado internacional. (LAPOLLI, 1995, p.13)
A referida região, conforme Lapolli (1995) é denominada Microrregião 016, a qual
compreende os municípios de Antônio Prado, Bento Gonçalves, Carlos Barbosa, Caxias do
Sul, Cotiporã, Fagundes Varela, Farroupilha, Flores da Cunha, Garibaldi, Monte Belo do Sul,
São Marcos, Santa Tereza, Veranopólis e Vila Flores. Tais municípios estão localizados na
região serrana do nordeste do estado do Rio Grande do Sul.
Sousa (1969) explica que o solo deste território geralmente é pobre e ácido,
apresentando coloração escura, derivado de arenito triássico. No final do mencionado período,
desencadeou-se intensa atividade vulcânica, a qual resultou recobrir o arenito de magma, em
uma extensão de um milhão de quilômetros quadrados.
A maioria dos vinhedos da região da Serra do Nordeste está estabelecida sobre
encostas com abundância de fragmentos de rocha na superfície, os quais se encontram
empilhados, formando paredes rústicas que protegem dos efeitos das enxurradas.
Para o mesmo autor, o clima do estado gaúcho é propício ao cultivo de videiras. O
inverno rigoroso favorece o perfeito repouso vegetativo. Porém, o excesso de chuvas favorece
a incidência de moléstias fúngicas.
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Conforme Giovannini (1999), a produção de uvas do Rio Grande do Sul está voltada
ao cultivo de variedades americanas, sendo destinada, principalmente, à indústria. São
elaborados vinho de consumo corrente, sucos, destilados e vinagre das cultivares americanas e
híbridas, e vinhos finos das variedades viníferas.
Para Rigon et al.(2006), a vitivinicultura gaúcha avançou para outro estágio, iniciado
pelo cultivo de Vitis vinifera: a busca pela qualidade, em detrimento da quantidade,
aumentando a elaboração de vinhos varietais. As condições climáticas do sul do Brasil são
propícias à elaboração de espumantes de alta qualidade e competitividade.
Giovannini (1999) explica que Alto Jacuí, Alto Uruguai e Fronteira são outras
importantes regiões do estado gaúcho. A região da Fronteira distinguem-se por extensas áreas
cultivadas, de grandes empresas. As outras regiões se caracterizam por pequenas
propriedades, incluindo a Serra Gaúcha. Há empreendimentos por diversas regiões do estado.
Rigon et al (2006) explana que há vinhedos nas regiões da Serra do Sudeste e na
Campanha gaúchas. Novas áreas produtoras estão surgindo na região dos Campos de Cima da
Serra e no Planalto, próximo ao município de Erechim.
Conforme informações da UVIBRA(2009) do ano de 2008, foram produzidos
634.264.333 Kg de uva neste ano, sendo que 550.462.367 Kg são de variedades americanas,
notando-se a preferência dos produtores de uva pelas cultivares citadas, devido a maior
facilidade de cultivo e adaptação.
Segundo dados do IBRAVIN, do Cadastro Vinícola da safra 2008, no estado do Rio
Grande do Sul foram elaborados 47,33 milhões de litros de vinho de variedades viníferas e
287,44 milhões de litros de variedades americanas. De outros derivados da uva e do vinho,
foram elaborados 93,19 milhões de litros.
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1.2 VITIVINICULTURA NO MUNICÍPIO DE FARROUPILHA
O surgimento do município de Farroupilha, bem como o início do cultivo das vides na
citada cidade, coincide com a chegada de imigrantes italianos no estado do Rio Grande do
Sul, como explica Manfredini (1982).
Schneider et al.(2009), mencionam que o local onde se estabeleceram os primeiros
imigrantes, na referida unidade da Federação, foi a localidade de Nova Milano, a qual
pertence ao município de Farroupilha.
Conforme Manfredini (1982), pouco menos da metade dos imigrantes italianos que
vieram ao Rio Grande do Sul entre os anos de 1884 a 1914, era de origem peninsular. Os
citados imigrantes fundaram núcleos povoadores, onde cultivavam milho, trigo, videira e
pequenas criações. A cultura da videira e o mercado do vinho expandiram-se devido ao
aumento regional da produção e o início de condições de comercialização. Tal fato foi
paralelo ao surgimento dos municípios próximos a Nova Milano, sendo que a criação do
município de Farroupilha data do ano de 1934.
O município de Farroupilha localiza-se na Serra Superior do Nordeste (Serra Gaúcha),
no Rio Grande do Sul, no extremo sul do Brasil. Tem como limites “... ao Norte, os
Municípios de Nova Roma do Sul e Flores da Cunha; a Leste, o Município de Caxias do Sul;
a Oeste, os Municípios de Bento Gonçalves e Garibaldi; e ao Sul os Municípios de Carlos
Barbosa e Alto Feliz.” (MONTEGUTTI et al, 1993, p.96).
A área do município Farroupilha é de 359,3 Km², segundo Montegutti et al.(1993). A
altitude média é de 760 metros e seus terrenos foram formados no período triássico superior e
a formação rochosa caracteriza-se por efusivas basálticas.
O mesmo autor defende que o município de Farroupilha é acometido por chuvas
abundantes e bem distribuídas ao longo do ano; as temperaturas variam de zero a 32 graus
Celsius, com verões quentes e invernos frios, sendo que nesta última estação há ocorrência de
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geadas e nevadas esporádicas; ocasionalmente, há precipitação de granizos. Nos dias de baixa
temperatura há cerração.
A atividade econômica mais importante desse município, conforme dados da
EMATER – ASCAR é a produção de uvas, com produção aproximada de 66.000 toneladas na
safra 2009.
Conforme Mello (2008), a mencionada cidade possuia, no ano de 2007, 3.892,26
hectares de parreirais. A maior área pertence à cultivar Isabel, a qual abrange 931,54 hectares.
O setor vitivinícola atravessou uma crise, na década de 1980, o que forçou produtores
e entidades envolvidas a buscarem alternativas. Houve estagnação na área com parreirais e
aumento de área plantada com outras culturas. No final da década de 90, o setor vitivinícola
reagiu e ocorreu aumento da área com parreirais e consequente aumento da produção de uvas.
Segundo informações da EMATER – ASCAR, a vitivinicultura atravessa novamente
uma crise, devido à concorrência com vinhos finos importados e outros fatores estruturais e
fiscais. A tendência atual é de estagnação de áreas plantadas com variedades viníferas e
reestruturação das propriedades para manter parreirais com variedades americanas, para
consumo “in natura”, fabricação de sucos e elaboração de vinhos de consumo corrente.
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2. LEGISLAÇÃO VITIVINÍCOLA
A produção, circulação e comercialização do vinho e dos derivados da uva e do vinho
são regidas pela Lei n° 7.678, de 08 de novembro de 1988. Tal lei teve alterações, previstas na
Lei n° 10.970, de 12 de novembro de 2004.
A Lei n° 7.678, define vinho como sendo “a bebida obtida pela fermentação alcoólica
do mosto simples de uva sã, fresca e madura”. E considera que a “denominação vinho é
privativa do produto a que se refere este artigo, sendo vedada sua utilização para produtos
obtidos de quaisquer outras matérias-primas”.
A mencionada lei considera vinho de mesa como “o vinho com teor alcoólico de 8,6%
(oito inteiros e seis décimos por cento) a 14% (catorze por cento) em volume, podendo conter
até uma atmosfera de pressão a 20ºC (vinte graus Celsius)”. O vinho de mesa de viníferas “é o
vinho elaborado exclusivamente com uvas das variedades Vitis vinifera” e o vinho de mesa de
americanas “é o vinho elaborado exclusivamente com uvas do grupo das uvas americanas
e/ou híbridas”.
A Lei n° 7.678 considera vinho fino como “o vinho de teor alcoólico de 8,6% (oito
inteiros e seis décimos por cento) a 14% (catorze por cento) em volume, elaborado mediante
processos tecnológicos adequados que assegurem a otimização de suas características
sensoriais e exclusivamente de variedades Vitis vinífera do grupo Nobres”.
Como vinho frisante, a citada lei menciona que é “o vinho com teor alcoólico de 7%
(sete por cento) a 14% (catorze por cento) em volume, e uma pressão mínima de 1,1 (um
inteiro e um décimo) a 2,0 (dois inteiros) atmosferas a 20ºC (vinte graus Celsius), natural ou
gaseificado”.
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A lei 10.970, de 12 de novembro de 2004 alterou e reformulou algumas definições da
lei 7.678. Para espumantes, considera:
Champanha (Champagne), Espumante ou Espumante Natural é o vinho cujo anidrido
carbônico provém exclusivamente de uma segunda fermentação alcoólica do vinho em
garrafas (método Champenoise/tradicional) ou em grandes recipientes (método
Chaussepied/Charmad), com uma pressão mínima de 4 (quatro) atmosferas a 20ºC
(vinte graus Célsius) e com teor alcoólico de 10% (dez por cento) a 13% (treze por
cento) em volume.
Para vinho moscato espumante ou Moscatel Espumante a referida lei pondera que “é o
vinho cujo anidrido carbônico provém da fermentação em recipiente fechado, de mosto ou de
mosto conservado de uva moscatel, com uma pressão mínima de 4 (quatro) atmosferas a 20ºC
(vinte graus Célsius), e com um teor alcoólico de 7% (sete por cento) a 10% (dez por cento)
em volume, e no mínimo 20 (vinte) gramas de açúcar remanescente”.
A reformulação dada pela Lei n° 10.970 quanto ao teor de açúcar, classifica os vinhos
como: nature; extra-brut; brut; seco, sec ou dry; meio doce, meio seco ou demi-sec; suave e
doce.
Conforme a lei 7.678, suco de uva “é a bebida não fermentada, obtida do mosto
simples, sulfitado ou concentrado, de uva sã, fresca e madura”.
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3. CRITÉRIOS ADOTADOS
A presente pesquisa foi realizada no município de Farroupilha, no Estado do Rio
Grande do Sul, através de entrevistas realizadas com as empresas que vinificam uva no
referido município. Tal relação foi obtida através da Prefeitura Municipal de Farroupilha, pela
lista das vinícolas que possuem Alvará Ativo. Foram realizadas entrevistas com os
proprietários ou responsáveis pelos citados estabelecimentos, tendo-se como referência a safra
2008.
A citada pesquisa, realizada com os responsáveis pelos estabelecimentos vinícolas do
município de Farroupilha, tem por objetivo obter informações sobre os seguintes assuntos:
• Quantidade de uva processada;
• Quantidade de vinhos, espumantes, sucos, doces ou outros produtos elaborados;
• Cultivares utilizadas;
• Quantidade de vinho engarrafado e comercializado a granel;
Quanto às cultivares utilizadas, estas foram agrupadas em variedades americanas (Vitis
labrusca,Vitis bourquina e variedades híbridas) e Vitis vinifera (uvas finas), brancas e tintas.
No grupo das variedades de uvas comuns, foram analisadas separadamente as cultivares
Bordô (York Madeira ou Folha de Figo), Isabel e Niágara branca, devido a importância que
conferem à vitivinicultura local. No grupo das variedades de uvas finas, destacou-se a cultivar
Moscato.
1. Uvas comuns:
• Bordô (York Madeira ou Folha de Figo);
• Isabel;
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• Outras tintas comuns (americanas e híbridas, incluindo a cultivar
Niágara rosada);
• Niágara branca;
• Outras brancas comuns (americanas e híbridas).
2. Uvas finas:
• Moscato (Moscato Giallo e demais variedades moscatadas);
• Viníferas brancas;
• Viníferas tintas.
Os produtos elaborados foram divididos em:
• Vinhos comuns (vinhos de mesa, licorosos, leves e frisantes elaborados a partir de
uvas americanas e híbridas);
• Vinhos finos (vinhos de mesa, licorosos, leves e frisantes elaborados a partir de uvas
da espécie Vitis vinifera);
• Espumantes;
• Sucos;
• Outros (doces, coquetéis de vinho e vinhos compostos).
Devido ao fato de a Prefeitura Municipal de Farroupilha não possuir uma classificação
quanto a tamanho, quantidade de uva processadas ou faturamento, as empresas foram
classificadas quanto a quantidade de uva processada em:
• Pequenas: até 300 toneladas;
• Médias: de 300 a 1.000 toneladas;
• Grandes: acima de 1.000 toneladas.
Os responsáveis pelas vinícolas foram indagados quanto aos locais de comercialização dos
produtos elaborados. Objetiva-se conhecer as quantidades destinadas aos devidos tipos de
estabelecimentos (mercados, bares, restaurantes).
A citada pesquisa pretendeu apurar se há estoques da safra 2008 nas cantinas
farroupilhenses, bem como de quais produtos.
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Conforme a Prefeitura Municipal de Farroupilha, há trinta e quatro estabelecimentos
vinícolas que possuem Alvará Ativo no citado município, sendo que duas empresas não
vinificaram no referido ano. Não foram utilizados a Razão Social ou Cadastro Nacional de
Pessoa Jurídica (CNPJ) de cada empresa, sendo que os citados estabelecimentos serão
representados por números.
A empresa Golden Sucos, localizada no município de Farroupilha, processa grande
quantidade de uvas oriundas de produtores farroupilhenses. Porém, como não faz parte da
lista de Alvarás Ativos do mencionado município, não consta na presente pesquisa.
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4. PERFIL VINÍCOLA DO MUNICÍPIO DE FARROUPILHA
4.1 EMPRESAS PESQUISADAS
A empresa que processou a menor quantidade de uvas na safra referenciada representa
0,013% do total, com a quantia de 7.800 Kg. A maior quantidade foi de 17.472.000 Kg,
representando 29,98% do total.
Tabela1. Empresas que processam uvas –divididas por quantidade processada
Categorias Número de empresas Uva processada (ton.)
Até 300 ton. 20 (62,5%) 2.038,416 (3,49%) 300 a 1.000 ton. 5 (15,63%) 3.220,250 (5,53%) Acima de 1000 ton. 7 (21,87%) 53.020,377 (90,98%) Total 32 (100%) 58.279,043 (100%) A tabela 1 mostra o predomínio de pequenas empresas, em número de 20,
representando 62,5% do total de empresas. A quantidade de empresas grandes, em número de
sete, representa 21,87%. Porém, a quantia por elas processada sobrepõe-se notavelmente as
demais, representando 90,98% do total de uvas processadas, o que contabiliza 53.020,377
toneladas. As cinco empresas médias bancam 15,63% do total de empresas inscritas.
Segundo o que foi informado pelos responsáveis por algumas vinícolas, no município
pesquisado, prevalecem pequenas empresas, provavelmente de origem familiar e destinadas, a
sua maioria, ao processamento de uvas de origem próprias.
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4.2 CULTIVARES UTILIZADAS
As variedades comuns se sobressaem no território farroupilhense, devido a boa
adaptação, facilidade de cultivo, boa produtividade e mercado garantido.
Tabela 2. Uvas processadas – divididas por tipos estudados.
Variedades Quantidade (toneladas) Percentual
Bordô 11.858,298 20,34%
Isabel 14.457,958 24,81%
Outras tintas comuns 5.561,979 9,54%
Niágara branca 8.575,373 14,71%
Outras brancas comuns 3.152,600 5,41%
Moscato 3.083,385 5,29%
Outras viníferas brancas 4.213,800 7,23%
Viníferas tintas 7.375,650 12,65%
Total 58.279,043 100%
Podemos observar a preponderância das variedades comuns, as quais representam
74,82% do total de uvas processadas. Confere-se destaque a cultivar Isabel, a qual concebe
24,81% desse total.
A variedade Isabel é amplamente cultivada em todo o estado, o que representa que a
viticultura gaúcha segue os parâmetros tradicionais, do início do cultivo de vides nesse estado,
por ser rústica e resistente a moléstias.
Para Giovannini (2008), o vinho comum possui o gosto e aroma foxado, que agrada
aos consumidores brasileiros. O vinho tinto comum brasileiro tido como padrão nacional é da
cultivar Isabel.
A citada variedade, além de outras cultivares americanas, também é muito usada para
elaboração de sucos. As uvas viníferas não são aconselhadas para este fim, pois perdem suas
características aromáticas e gustativas com o processamento industrial.
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A Vitis labrusca Bordô, também conhecida como Ives e Folha de figo, é a segunda
variedade mais cultivada no município de Farroupilha, com percentual de 20,34%. Sua
produção é destinada à elaboração de vinhos e sucos, sendo muito utilizada em cortes devido
a sua intensidade corante.
As outras tintas comuns representam 9,54% do total de uvas produzidas, sendo que são
variedades que possuem elevada acidez.
Conforme Giovannini (2008), a cultivar Niágara branca é muito comercializada como uva
de mesa, devido a seu sabor aframboesado e doce. Origina vinho típico na Serra Gaúcha,
aromático, tido como padrão nacional de vinho comum brasileiro.
As outras uvas brancas comuns representam 5,40% e, geralmente, são uvas de sabor e
aroma neutros.
No grupo de cultivares moscatadas, notamos o percentual de 5,29%, o menor dos grupos
estudados. Para Giovannini (2008), o Moscato é a segunda uva vinífera mais plantada do
Brasil. É muito sensível a podridões. Proporciona vinho fino aromático.
As outras viníferas brancas respondem por 7,23% e são utilizadas para elaboração de
espumantes e vinhos finos.
O último grupo estudado, das viníferas tintas, representa os 12,65% do percentual
restante. A mudança de pensamento de muitos produtores, a busca por vinhos de qualidade e
por novos mercados, faz com que essa alíquota tenha um resultado significativo para o
município no qual foi realizada a pesquisa.
21
4.3 PRODUTOS ELABORADOS
Os estabelecimentos que processam uvas foram agrupados conforme os produtos
elaborados, sendo que destes, somente duas empresas possuem produtos que se enquadram na
classificação “outros”, os quais sejam “grappa” e mosto de uva branca e uva tinta.
Dentre as 32 empresas consultadas, somente duas não utilizam uvas comuns para o
preparo de seus produtos, confirmando o perfil do município quanto ao cultivo de uvas
comuns. Dentre as duas empresas mencionadas, uma elabora vinhos tranquilos e espumantes
e a outra somente vinhos tranquilos.
A tabela seguinte apresenta os produtos divididos por grupos.
Tabela 3. Empresas que processam uvas – divididas por produtos elaborados
Produtos elaborados Número de empresas Porcentagem
Vinhos comuns 11 34,4%
Vinhos finos 1 3,1%
Vinhos comuns e vinhos finos 8 25,0%
Vinhos comuns, finos e sucos 1 3,1%
Vinhos comuns, finos e espumantes 2 6,3%
Vinhos comuns, finos, espumantes e sucos 4 12,5%
Vinhos comuns e sucos 1 3,1%
Vinhos finos, espumantes e sucos 1 3,1%
Vinhos finos e espumantes 1 3,1%
Vinhos comuns, finos e outros (mosto de uva branca e tinta) 1 3,1%
Vinhos comuns, finos, espumantes, sucos, outros (grappa) 1 3,1%
Total 32 100%
Interpretando os dados da tabela 3, percebemos que a maioria das empresas, 34,4%,
elabora somente vinhos comuns. Os estabelecimentos que elaboram vinhos comuns e finos,
em número de oito, representam 25% do total.
Vinhos comuns, vinhos finos, espumantes e sucos são elaborados por quatro empresas. O
grupo que produz vinhos comuns, vinhos finos e espumantes é composto por duas empresas,
somando 6,3%. Os demais grupos possuem uma empresa cada, representando 3,1% cada.
22
4.4 PRODUTOS ESTOCADOS
A existência de estoque da safra 2008 nas empresas consultadas consta como item da
presente pesquisa, para saber se tais produtos tem comercialização rápida ou demoram muito
para chegarem a seus locais de destino.
Conforme as respostas apresentadas pelos entrevistados, observa-se que somente três
empresas comercializaram a totalidade de seus produtos elaborados na safra 2008. Duas
empresas comercializaram seus produtos, porém possuem produtos estocados para
envelhecimento.
Tabela 4. Produtos estocados da safra 2008
Estoque Número de empresas Percentual
Total 8 25,00%
Mais de metade da produção 4 12,50%
Menos da metade da produção 15 46,88%
Não possuem estoque 3 9,37%
Estoque de vinhos para guarda 2 6,25%
Total 32 100%
Segundo dados apresentados na tabela 4, oito empresas não venderam os produtos
elaborados, apresentando todo estoque na empresa. Tal fato pode demonstrar a dificuldade de
vendas por parte dessas empresas, ou preço baixo para venda.
A maioria das empresas, em número de 19 (59,38%), possuem estoques da safra
estudada. Das referidas empresas, 15 tem menos da metade de seus produtos estocados e
quatro possuem mais da metade.
23
4.5 FORMAS DE COMERCIALIZAÇÃO
Chama a atenção a forma como as indústrias entrevistadas dispõem seus produtos para
venda. Indagou-se aos responsáveis pelos estabelecimentos se a forma de venda de seus
produtos é a granel ou em recipientes, no caso garrafas, garrafões e similares.
Conforme os produtos que elaboram, as empresas entrevistadas utilizam os seguintes
recipientes:
• Vinhos de consumo corrente – Garrafas “PET” (politereftalato de etileno) de 870 ml e
1,48L; garrafas de vidro de 750 ml, 1L e 1,5L; garrafões de 2L e 4,6L, embalagens
Bag in Box de 2L, 3L e 5L
• Vinhos finos – Garrafas de vidro de vidro de 375 ml, 750 ml, 1L e 1,5L: garrafões de
2L e 4,6L e embalagens Bag in Box de 2L, 3L e 5L
• Espumantes – Garrafas de 375 ml, 750 ml e 1,5L
• Sucos – Garrafas de 300 ml, 500 ml, 1L e 1,5L
• ‘Grappa’ – Garrafas de 350 ml e 750 ml.
A tabela 5 explicita que a maior parte das empresas, que representam 37,50-% do total,
vende seus produtos somente a granel, pois não exige investimentos com embalagens, rótulos
e divulgação dos produtos, embora o valor agregado seja menor ou inexistente.
Tabela 5. Forma de comercialização.
Forma de venda Número de empresas Percentual
Granel 12 37,50%
Engarrafado 11 34,38%
Granel e engarrafado 9 28,12%
Total 32 100%
A venda somente em recipientes, 34,38%, efetuada por 11 empresas, demonstra a
preocupação por parte dos proprietários com os lucros proporcionados pela agregação de
valor aos produtos, embora exija maiores gastos até os produtos chegarem aos consumidores
finais.
24
A comercialização a granel e em recipientes é efetuada por nove empresas, que
respondem por 28,12% do total.
4.6 LOCAIS DE COMERCIALIZAÇÃO
Interessam os locais onde as empresas questionadas vendem seus produtos.
Primeiramente, analisaremos o destino dos produtos a granel, onde constam também as
empresas que comercializam a granel e em recipientes.
Tabela 6. Locais de comercialização dos produtos vendidos a granel
Local de venda Quantidade de empresas Percentual
Rio Grande do Sul 2 9,52%
Fora do estado 15 71,43%
Outras vinícolas da região 4 19,05%
Total 21 100%
Os dados apresentados na tabela 6 esclarecem que, das 21 empresas que vendem produtos
a granel, 15 destinam suas mercadorias para fora do Rio Grande do Sul, a outros estados
brasileiros. Esse número representa a maioria, 71,43%, o que demonstra que há mercado para
essa forma de distribuição fora do estado gaúcho.
Conforme dados informados pelas empresas, foram vendidos mais de 14 milhões de
litros da safra 2008 a granel. Mais da metade deste total foi vendida ao estado de São Paulo.
Aproximadamente 40% foi destinado ao estado do Rio de Janeiro. Do restante do vinho, perto
de 5% foi destinado ao mercado gaúcho e o restante ao estado do Espírito Santos e estados do
Nordeste.
As empresas que comercializam em garrafas, garrafões e similares, vendem seus
produtos a bares, restaurantes, mercados, hotéis, lojas especializadas dentro e fora do estado.
Dos estabelecimentos citados, somente um exporta para a Europa. Algumas vinícolas vendem
diretamente aos consumidores, na própria empresa.
25
CONCLUSÃO
O município de Farroupilha possui a maioria dos estabelecimentos vinificadores
considerados pequenos quanto à quantidade de uva recebida.
O processamento de uvas comuns prevalece notavelmente sobre as variedades viníferas.
A dificuldade de venda de vinhos finos nacionais devido à alta competitividade de vinhos
finos importados, provavelmente é outro fator que contribui para este evento.
A cultivar Isabel é a variedade mais cultivada. A variedade Bordô também é
largamente cultivada, sendo a segunda mais utilizada pelas vinícolas farroupilhenses.
Segundo os responsáveis pelas vinícolas, somente duas empresas não elaboram vinhos de
uvas comuns. Tal fato corrobora a supremacia das uvas americanas sobre as viníferas.
A maioria das empresas apresenta estoques da safra 2008. A venda dos produtos a
granel é realizada por grande parte das empresas, embora esta forma de comercialização seja
mais comum em empresas que processam menor quantidade de uvas. Tais produtos destinam-
se, principalmente, à venda a outros estados.
As empresas que comercializam seus produtos em recipientes os vendem a
estabelecimentos como mercados, hotéis, lojas especializadas e similares, sendo que alguns
comerciam seus produtos a clientes diretamente nas vinícolas.
26
O perfil da indústria vinícola do município de Farroupilha volta-se, especialmente, à
elaboração de produtos de consumo corrente, para venda a granel e em recipientes, dentro e
fora do Rio Grande do Sul.
27
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Brasília, Subchefia para assuntos jurídicos da Presidência da República, 1988
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Subchefia para assuntos jurídicos da Presidência da República, 2004.
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Renascença, 1999.
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CNPUV/SEBRAE-RS, 1995. 200 p.
28
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vinicultora de Caxias do Sul. Bento Gonçalves. EMBRAPA-UEPAE de Bento Gonçalves,
1982.
MELLO, Loiva Maria Ribeiro de; MACHADO, Carlos Alberto Ely. Cadastro Vitícola do
Rio Grande do Sul - 2005 a 2007/Editado por Loiva Maria de Mello, Carlos Alberto Ely
Machado. Bento Gonçalves: Embrapa Uva e Vinho: Ibravin, 2008.
MONTEGUTTI, Ivo; GIACOMEL, Miriam Teresa; DALL’OSBEL, Simone Ana.
Farroupilha ontem e hoje subsídios. Farroupilha. Secretaria Municipal de Educação e
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POMMER, Celso Valdevino. Uva: tecnologia de produção, pós-colheita, mercado. Porto
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RIGON, Liana et al. Anuário brasileiro da uva e do vinho. Santa Cruz do Sul. Editora
Gazeta Santa Cruz, 2006.
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patrimônio cultural / material. Porto Alegre. CORAG, 2009.
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derivados 1998 – 2009. extraído em 17 de novembro de 2009, em
http://www.uvibra.com.br/pdf/safra_uva1998-2009.pdf.
29
ANEXOS
ANEXO 1
Quantidade de uvas comuns processadas pelas vinícolas na safra 2008 ( em Toneladas ) VINÍCOLA BORDÔ ISABEL OUTRAS TINTAS NIÁGARA OUTRAS BRANCAS TOTAL COMUNS BRANCA COMUNS
1 52,0 39,0 0,0 0,0 0,0 91,0 2 22,4 34,5 0,0 6,5 0,0 63,3 3 422,5 2.977,0 1.950,8 1.391,0 1.000,0 7.741,3 4 5.000,0 5.000,0 2.666,0 3.000,0 1.000,0 16.666,0 5 62,4 295,1 0,0 35,1 94,9 487,5 6 15,6 32,5 0,0 0,0 0,0 48,1 7 195,0 481,0 65,0 130,0 19,5 890,5 8 26,0 26,0 0,0 26,0 0,0 78,0 9 130,0 266,5 0,0 195,0 117,0 708,5
10 111,6 42,5 2,0 50,1 0,0 206,1 11 53,0 160,0 0,0 8,0 0,0 221,0 12 58,5 4,5 39,0 0,0 0,0 102,0 13 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 14 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 15 520,0 390,0 195,0 65,0 0,0 1.170,0 16 650,0 130,0 121,0 65,0 0,0 966,0 17 25,0 400,0 0,0 0,0 50,0 475,0 18 0,0 0,0 3,3 0,0 0,0 3,3 19 58,5 32,5 0,0 0,0 0,0 91,0 20 156,0 130,0 0,0 26,0 0,0 312,0 21 18,5 0,0 0,0 0,0 1,5 20,0 22 71,5 32,5 0,0 3,9 0,0 107,9 23 75,0 30,0 0,0 30,0 50,0 185,0 24 2.535,0 845,0 0,0 845,0 0,0 4.225,0 25 0,0 11,7 0,0 0,0 2,6 14,3 26 1.300,0 2.600,0 520,0 2.600,0 780,0 7.800,0 27 5,2 2,6 0,0 0,0 0,0 7,8 28 140,0 19,5 0,0 13,0 9,1 181,6 29 22,8 22,8 0,0 0,0 0,0 45,5 30 28,0 224,0 0,0 0,0 28,0 280,0 31 100,0 225,0 0,0 85,8 0,0 410,8 32 3,9 3,9 0,0 0,0 0,0 7,8
TOTAL 11.858,3 14.458,0 5.562,0 8.575,4 3.152,6 43.606,2
30
ANEXO 2
Quantidades de uvas de variedades Vitis vinifera processadas na safra 2008 ( em toneladas )
VINÍCOLA MOSCATO OUTRAS VINÍFERAS BRANCAS VINÍFERAS TINTAS TOTAL
1 0,0 0,0 0,0 0,0 2 5,2 2,6 0,0 7,8 3 1.267,5 0,0 1.066,0 2.333,5 4 80,0 76,0 650,0 806,0 5 0,0 0,0 0,0 0,0 6 15,6 0,0 10,4 26,0 7 0,0 19,5 65,0 84,5 8 26,0 6,5 0,0 32,5 9 247,0 0,0 48,1 295,1
10 2,9 0,0 0,0 2,9 11 0,0 0,0 0,0 0,0 12 0,0 0,0 0,0 0,0 13 0,0 0,0 20,0 20,0 14 23,4 91,0 0,0 114,4 15 0,0 0,0 0,0 0,0 16 156,0 0,0 78,0 234,0 17 25,0 0,0 0,0 25,0 18 0,8 3,9 5,0 9,7 19 0,0 0,0 0,0 0,0 20 9,1 0,0 7,2 16,3 21 0,0 0,0 0,0 0,0 22 0,0 0,0 22,1 22,1 23 0,0 0,0 0,0 0,0 24 0,0 2.000,0 2.225,0 4.225,0 25 0,0 0,0 2,6 2,6 26 1.000,0 2.000,0 2.850,0 5.850,0 27 0,0 0,0 0,0 0,0 28 0,0 0,0 0,0 0,0 29 0,0 0,0 0,0 0,0 30 0,0 0,0 0,0 0,0 31 218,4 3,9 296,4 518,7 32 6,5 10,4 29,9 46,8
TOTAL 3.083,4 4.213,8 7.375,7 14.672,8
31
ANEXO 3
Quantidade de uvas ( comuns e viníferas ) processadas pelas vinícolas na safra 2008 (em toneladas)
VINÍCOLA UVAS COMUNS VINÍFERAS TOTAL 1 91,0 0,0 91,0 2 63,3 7,8 71,1 3 7741,3 2333,5 10074,8 4 16666,0 806,0 17472,0 5 487,5 0,0 487,5 6 48,1 26,0 74,1 7 890,5 84,5 975,0 8 78,0 32,5 110,5 9 708,5 295,1 1003,6
10 206,1 2,9 209,0 11 221,0 0,0 221,0 12 102,0 0,0 102,0 13 0,0 20,0 20,0 14 0,0 114,4 114,4 15 1170,0 0,0 1170,0 16 966,0 234,0 1200,0 17 475,0 25,0 500,0 18 3,3 9,7 12,9 19 91,0 0,0 91,0 20 312,0 16,3 328,3 21 20,0 0,0 20,0 22 107,9 22,1 130,0 23 185,0 0,0 185,0 24 4225,0 4225,0 8450,0 25 14,3 2,6 16,9 26 7800,0 5850,0 13650,0 27 7,8 0,0 7,8 28 181,6 0,0 181,6 29 45,5 0,0 45,5 30 280,0 0,0 280,0 31 410,8 518,7 929,5 32 7,8 46,8 54,6
TOTAL 43606,2 14672,8 58279,0
32
ANEXO 4
Classificação das empresas conforme a quantidade de uva processada EMPRESA PEQUENA MÉDIA GRANDE
(até 300 ton)
(de 300 a 1000 ton) (acima de 1000 ton)
1 91,000 0,000 0,000 2 71,110 0,000 0,000 3 0,000 0,000 10.074,777 4 0,000 0,000 17.472,000 5 0,000 487,500 0,000 6 74,100 0,000 0,000 7 0,000 975,000 0,000 8 110,500 0,000 0,000 9 0,000 0,000 1.003,600
10 208,976 0,000 0,000 11 221,000 0,000 0,000 12 102,000 0,000 0,000 13 20,000 0,000 0,000 14 114,400 0,000 0,000 15 0,000 0,000 1.170,000 16 0,000 0,000 1.200,000 17 0,000 500,000 0,000 18 12,930 0,000 0,000 19 91,000 0,000 0,000 20 0,000 328,250 0,000 21 20,000 0,000 0,000 22 130,000 0,000 0,000 23 185,000 0,000 0,000 24 0,000 0,000 8.450,000 25 16,900 0,000 0,000 26 0,000 0,000 13.650,000 27 7,800 0,000 0,000 28 181,600 0,000 0,000 29 45,500 0,000 0,000 30 280,000 0,000 0,000 31 0,000 929,500 0,000 32 54,600 0,000 0,000
TOTAL 2.038,416 3.220,250 53.020,377