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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos
Departamento de Pesquisas e Estudos EconômicosConjuntura Macroeconômica Semanal20 de abril de 2012
Priscila Pereira Deliberalli
Ana Maria Bonomi Barufi
Onde estamos, para onde vamos? Mobilidade social no Brasil na última década e perspectivas para os próximos anos
• O movimento de mobilidade social no Brasil foi bastante intenso no período recente, em especial quando é considerada a entrada de pessoas na Classe C. A grande questão que se coloca neste momento é a possibilidade de continuidade deste processo nos moldes em que ele se conformou até agora e o que esperar em termos do comportamento das famílias que ascenderam socialmente nos últimos anos.
• A análise da evolução das classes sociais mostra que houve um ganho expressivo na última década em direção à melhora da qualidade de vida das famílias brasileiras, baseado no crescimento acelerado da renda acompanhado de significativa redução da desigualdade pessoal. A distribuição atual de renda aponta que ainda existe um contingente relevante de pessoas que podem ascender para a Classe C, apesar do movimento já verificado nos últimos anos e do menor potencial de novos ingressantes. Além disso, caso persista o cenário de crescimento da renda e redução da desigualdade, mais pessoas deverão ingressar na Classe B.
Incerteza global mais elevada deve persistir no curto prazo, afetando o preço dos principais ativos internacionais
• Um mês atrás, os preços dos ativos estavam refletindo uma melhora com relação à expectativa de recuperação da economia mundial, contudo, destacamos naquele momento que apesar da tendência positiva para a atividade mundial, alguns riscos deveriam ser monitorados, ainda que nossa visão fosse que a direção de recuperação global no médio prazo não estava alterada. De fato, esses fatores de risco para o cenário de recuperação global voltaram ao centro das atenções nas últimas semanas, abalando o nível de confiança dos agentes internacionais e elevando o grau de incerteza e de aversão ao risco no curto prazo, com efeitos diretos sobre os preços dos ativos.
• A forte recessão enfrentada pela Espanha continua suscitando dúvidas no mercado com relação à capacidade de o país realizar o ajuste fiscal necessário. Além disso, o mercado ainda questiona a saúde do sistema bancário espanhol, carregado com um montante considerável de créditos duvidosos decorrentes do estouro da bolha imobiliária em 2008, e também muito exposto à dívida pública do país. Além disso, o resultado do PIB chinês do primeiro trimestre deste ano reforçou o processo de desaceleração gradual em curso no país. Adicionalmente, o resultado mais fraco da criação de vagas no mercado de trabalho nos EUA observado em março arrefeceu o clima de otimismo com relação à velocidade de recuperação da economia norte-americana.
• Olhando para frente, embora o cenário internacional deva exercer efeitos deflacionistas sobre as economias no curto prazo em virtude da postergação da consolidação da recuperação da economia global, acreditamos que há espaço para a melhora dos preços dos ativos ao longo do ano, em linha com nosso cenário de retomada gradual da atividade econômica. Contudo, além dos indicadores econômicos, alguns eventos podem adicionar volatilidade no curto prazo.
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Evolução das participações das Classes A, B e C e da Classe E na população brasileira, dados originais em média móvel 12 meses
Ana Maria Bonomi Barufi
Fonte: PME, PNAD/IBGEElaboração: BRADESCO
Onde estamos, para onde vamos? Mobilidade social no Brasil na última década e perspectivas para os próximos anos
O movimento de mobilidade social1 no Brasil, veiculado largamente nos meios de comunicação, foi bastante intenso no período recente, em especial quando é considerada a entrada de pessoas na Classe C. A grande questão que se coloca neste momento é a possibilidade de continuidade deste processo nos moldes em que ele se conformou até agora e o que esperar em termos do comportamento das famílias que ascenderam socialmente nos últimos anos.
A análise da evolução das classes sociais mostra que houve um ganho expressivo na última década em direção à melhora da qualidade de vida das famílias brasileiras, baseado no crescimento acelerado da renda acompanhado de significativa redução da desigualdade pessoal. A distribuição atual de renda aponta que ainda existe um contingente relevante de pessoas que podem ascender para a Classe C, apesar do movimento já verificado nos últimos anos e do menor potencial de novos ingressantes. Além disso, caso persista o cenário
de crescimento da renda e redução da desigualdade, mais pessoas deverão ingressar na Classe B.
O processo de mobilidade social não parece ter se esgotado na nossa visão, enquanto continuarem colocados os fatores que o possibilitam. Assim, por mais que os ganhos relativos a programas sociais e aos aumentos reais do salário mínimo já tenham sido em larga escala apropriados pelos grupos de renda mais baixa, é muito provável que tais estímulos sejam mantidos nos próximos anos e que continuará impulsionando os movimentos da parte de baixo da distribuição de renda. Adicionalmente, nosso cenário inclui a nossa expectativa de que a renda continuará em uma trajetória ascendente, acompanhada por ganhos de produtividade em função da expansão atual da educação. Todos estes elementos sustentam a nossa expectiva de que o consumo das famílias seguirá se destacando na composição do PIB, mantendo o mercado interno firme, a despeito das volatilidades de curto prazo características do ciclo macroeconômico.
1 Os critérios de classificação das pessoas em classes sociais aqui utilizados se baseiam na renda familiar, ou seja, contabilizam o número de pessoas cuja renda familiar fica entre os seguintes intervalos: Classe E: menos de R$ 771; Classe D: R$ 771 a menos de R$ 1.276; Classe C: R$ 1.276 a menos de R$ 5.104; Classe B: R$ 5.104 a menos de R$ 7.715; Classe A: R$ 7.715 ou mais, em valores reais de fevereiro de 2012.
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59,2%60,8%
64,3% 65,5%
35,2%
27,3%
23,3%21,5% 20,6%
18,8% 18,1%16,1%16,0%
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Classes A, B e C
Classe E
Classes A, B e C m Setembro de 2011 (MM12M): 120,2
Classes A, B e C em Fevereiro de 2012: 121,1 milhões de pessoas (74,1 em 2004)
Classe E em Fevereiro de 2012: 29,8 milhões de pessoas (56,5 em 2004)
De maneira mais específica, a Classe C foi a que apresentou os ganhos mais expressivos (em números absolutos), com quase 40 milhões de pessoas passando a compô-la nos últimos oito anos. Dessas,
um significativo percentual provém da ascensão social (ou seja, pessoas que saíram das Classes D e E) e o restante do crescimento vegetativo da população (novas famílias formadas).
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Variação do número de pessoas em cada classe social entre jan/2004 e fev/2012 (em milhões de pessoas)
Fonte: PNAD/IBGE, IPEADATAElaboração: BRADESCO
Razão entre a renda dos 10% mais ricos e a dos 40% mais pobres, 1981-2009
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Classe E Classe D Classe C Classe B Classe A
Fonte: PME, PNAD/IBGEElaboração: BRADESCO
A recente evolução das classes sociais está diretamente associada aos ganhos reais de renda que foram bastante disseminados entre os diversos grupos sociais, mas mais concentrados nos grupos de renda mais baixa. Esse último fator, aliás, é o que proporciona a redução da desigualdade social verifi cada ao longo dos últimos anos. As informações da PNAD mostram que a relação da massa de renda possuída pelos 10%
mais ricos da população em relação à massa de renda dos 40% mais pobres passou de 19,9 em 2004 para 16,7 em 2009 (ou seja, em 2009, a massa de renda dos 10% mais ricos da população era 16,7 vezes maior do que a massa de renda dos 40% mais pobres). Claro que ainda existe uma desigualdade bastante signifi cativa, mas de fato os últimos anos vivenciaram mudanças interessantes.
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* Informações interpoladas pelo fato da PNAD não ter ido a campo (média entre o ano anterior e o ano posterior).
O conceito de classe social é defi nido pelo critério de renda familiar
Antes de prosseguir, é relevante discutir o conceito de classe social aqui utilizado. De fato, diversos estudos sobre o tema apontam a necessidade de classifi car as famílias pelo bem-estar que elas conseguem atingir, o qual está associado a seu acesso a bens duráveis, infraestrutura, conforto relativo ao tamanho do domicílio, entre outras características. Entretanto, o conceito de bem-estar é bastante relativo, dependendo das preferências de cada pessoa, e muito provavelmente o nível de felicidade atingido com a posse de bens duráveis, por exemplo, pode variar signifi cativamente
entre os indivíduos. Ainda assim, considerando que os elementos acima mencionados permitam diferenciar os níveis de bem-estar atingidos pelas pessoas, o conceito de classe social busca capturar em que medida os indivíduos, dentro do contexto familiar, conseguem acessar determinados níveis de consumo.
É importante destacar, que em virtude da falta de informações que melhor representem o consumo e a posse de bens com a frequência desejada, utilizamos a renda familiar como variável defi nidora das classes sociais. Por mais que esta não seja a metodologia ideal, acompanhar a evolução do número de pessoas em cada grupo, mantendo o critério de classifi cação
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Número de pessoas por escolaridade e por classe social, (em milhões)2004 - 2009
constante, garante que de uma maneira ou de outra estejamos avaliando como a sociedade evoluiu de modo a possibilitar que seus membros tenham maior renda para atingirem níveis de consumo mais elevados. Em que medida isto permite de fato avaliar quanto o bem-estar de tais indivíduos aumentou é uma questão maior, a qual deve ser contextualizada na avaliação dos fundamentos da teoria microeconômica neoclássica e não será alvo da presente análise.
As classes sociais são caracterizadas também pela diferença de escolaridade, fontes de renda e composição da renda do trabalho
O primeiro aspecto que chama a atenção é a diferença de escolaridade entre os distintos grupos de renda.
Esta é uma ideia que já está bastante arraigada, mas ainda assim a diferença relativa de acesso ao nível superior de ensino é bastante surpreendente. Dessa maneira, enquanto nas Classes D e E quase 75% das pessoas não possuem instrução ou chegam apenas ao nível fundamental incompleto, nas Classes A e B 65% das pessoas possuem no mínimo ensino médio completo ou superior incompleto. Nos três gráficos a seguir percebe-se também que entre 2004 e 2009 houve um aumento do acesso à educação em todos os níveis de renda, destacando-se, entretanto, o significativo crescimento das pessoas com ensino médio completo, ensino superior incompleto e completo na Classe C. De fato, o forte crescimento do número de estudantes universitários se deve majoritariamente ao aumento de pessoas na Classe C que têm buscado maior nível educacional.
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Classes E e D -2004
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Sem instrução Fundamentalincompleto
Fundamentalcompleto e ensinomédio incompleto
Ensino médiocompleto e superior
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Classe C -2004
Classe C -2009
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Sem instrução Fundamentalincompleto
Fundamentalcompleto e ensinomédio incompleto
Ensino médiocompleto e superior
incompleto
Ensino superiorcompleto
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Classes A e B -2004
Classes A e B -2009
Fonte: PNAD/IBGEElaboração: BRADESCO
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Participação de cada componente na massa de renda das famílias, por classe social2009
Participação dos tipos de ocupação das pessoas ocupadas por classe social 2009
O segundo aspecto avaliado se refere às fontes de renda das famílias em cada classe. O gráfico a seguir mostra que a renda do trabalho constitui a principal fonte de renda para os três grupos analisados, mas é
relativamente mais importante para as Classes A e B. Já nas Classes D e E se destacam a aposentadoria federal, pensões federais e outras transferências, com maior participação para este grupo do que para os demais.
66,2%
18,4%
0,1%
7,0%1,7%
6,6%
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0,5% 3,0% 0,8% 0,5%0%
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Renda do trabalho Aposentadoriafederal
Outrasaposentadorias
Pensões federais Outras pensões Outrastransferências
Classes E e D
Classe C
Classes B e A
Fonte: PNAD/IBGEElaboração: BRADESCO
Por fim, considerando apenas a renda do trabalho, é possível desvendar qual a posição na ocupação das pessoas ocupadas das classes sociais. Para as Classes D e E, o emprego sem carteira assinada e o conta própria (trabalho informal) apresentam participação maior do que para os demais grupos. Já
para a Classe C o principal destaque é o empregado com carteira assinada (trabalho formal). Por fim, as Classes A e B se destacam pelo fato de que a ocupação de seus componentes se dá de maneira significativa no caso de empregadores e militares e funcionários públicos estatutários.
25,3%
3,1%
22,0%
2,4%
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1,1%
9,7%
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0,4%
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Empregado com carteira
Militar e funcionário público estatutário
Outros empregados sem carteira
Trabalhador doméstico com carteira
Trabalhador sem carteira
Conta própria
Empregador
Outras ocupaçõesClasses B e AClasse CClasses E e D
Fonte: PNAD/IBGEElaboração: BRADESCO
Continuamos apostando na perpetuação do processo de mobilidade social, com destaque para a expansão relativa da classe B comparativamente à classe C
Por fim, é relevante compreender em que medida o processo de mobilidade social pode se perpetuar nos próximos anos. Utilizando a Pesquisa Mensal de Emprego2, é possível avaliar quantas pessoas estão prestes a mudar de classe (para cima ou para baixo).
Em 2004, o contingente de pessoas na Classe D, perto da divisão com a Classe C, era muito mais elevado do que em 2012, o que pode ter sido um dos fatores que facilitaram a ascensão social (ou seja, pessoas com a renda familiar próxima ao limite inferior de definição da Classe C tiveram maior facilidade para passar para este grupo).
Com base no mesmo raciocínio, o número de pessoas prestes a ingressar na Classe B é maior em 2012
2 Na metodologia utilizada para avaliar a evolução mensal das classes sociais, o movimento mês a mês é dado pelas informações da PME, enquanto que o nível é estabelecido pela PNAD.
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odo que era em 2004. Ou seja, a atual distribuição de renda favorece mais a expansão da Classe B do que a de 2004. Claro que o número de pessoas na vizinhança da Classe B é bem menor do que o de pessoas na vizinhança da Classe C (mesmo em 2012). Portanto, a comparação que deve ser feita é relativa ao volume esperado de ingresso de pessoas em cada classe. Ainda é importante destacar que existe um significativo contingente de pessoas na Classe C que estão próximas ao seu limite inferior de renda. Isso faz com que um choque negativo na economia tenha o potencial de fazer um grupo relevante de pessoas voltarem para a Classe D.
Em resumo, a situação atual quando comparada à de 2004 traz os seguintes sinais: se a situação econômica se mantiver favorável, com expansão da renda e redução da desigualdade, o ingresso de pessoas na Classe C continuará a ser significativo em termos absolutos, enquanto que a passagem de pessoas da Classe C para a Classe B será maior do que foi até o momento. Entretanto, caso a conjuntura oposta se desenhe, ou seja, caso ocorra uma desaceleração mais forte da atividade econômica que tenha impactos relevantes sobre a renda das famílias (o que não é o nosso cenário), um grupo grande de pessoas pode retornar à Classe D.3
3 Um futuro trabalho do DEPEC objetivará analisar as condições estruturais que definem o direcional do movimento esperado das classes sociais na próxima década.
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1.000.000 1.500.000 2.000.000 2.500.000 3.000.000 3.500.000 4.000.000 4.500.000 5.000.000
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E D C B A
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Distribuição das pessoas por renda familiar real, fevereiro de 2004 e fevereiro de 2012 (em pessoas)
Fonte: PME, IBGEElaboração: BRADESCO
Em resumo, a análise da evolução das classes sociais mostra que houve um ganho expressivo na última década em direção à melhora da qualidade de vida das famílias brasileiras, baseado no crescimento acelerado da renda acompanhado de significativa redução da desigualdade pessoal. Como mencionado, a distribuição atual de renda aponta que ainda existe um contingente relevante de pessoas que podem ascender para a Classe C, apesar do movimento já
verificado nos últimos anos. Ou seja, o movimento recente foi tão intenso que atualmente existe menor número de pessoas que podem de fato ascender para a classe média. Além disso, mantendo o crescimento da renda e a redução da desigualdade, mais pessoas deverão ingressar na Classe B.
Uma ressalva a ser feita quanto ao escopo deste trabalho é que ele não tem como objetivo desvendar
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oo processo de inclusão social e os fatores que o engendraram. Ou seja, o alcance, a durabilidade e as consequências das políticas sociais serão alvo de outro estudo a ser realizado pelo DEPEC-Bradesco.
O processo de mobilidade social não parece ter se esgotado na nossa visão, enquanto continuarem colocados os fatores que o possibilitam. Assim, por mais que os ganhos relativos a programas sociais e aos aumentos reais do salário mínimo já tenham sido em larga escala apropriados pelos grupos de renda mais baixa, é muito provável que tais estímulos
sejam mantidos nos próximos anos e que continuem impulsionando os movimentos da parte de baixo da distribuição de renda. Adicionalmente, nosso cenário comtempla a continuidade da renda em uma trajetória ascendente, acompanhada por ganhos de produtividade em função da expansão atual da educação. Todos estes elementos sustentam a perspectiva de que o consumo das famílias seguirá se destacando na composição do PIB, mantendo o mercado interno firme, a despeito das volatilidades de curto prazo características do ciclo macroeconômico.
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Priscila Pereira Deliberalli
Índice VIX de volatilidade
Fonte e Elaboração: Bradesco
Incerteza global mais elevada deve persistir no curto prazo, afetando o preço dos principais ativos internacionais
Um mês atrás, os preços dos ativos estavam refletindo uma melhora com relação à expectativa de recuperação da economia mundial, contando inclusive com notícias positivas vindas dos EUA, além do alívio gerado pelo endereçamento da crise soberana grega e por sinais de relativa estabilização da atividade na Zona do Euro. Contudo, destacamos naquele momento1 que apesar da tendência positiva para a atividade mundial, alguns riscos deveriam ser monitorados, ainda que nossa visão fosse que a direção de recuperação global no médio prazo não estava alterada. De fato, esses fatores de risco para o cenário de recuperação global voltaram ao centro das atenções nas últimas semanas, abalando o nível de confiança dos agentes internacionais
e elevando o grau de incerteza e de aversão ao risco no curto prazo, com efeitos diretos sobre os preços dos ativos. Ainda assim, embora o cenário internacional deva exercer efeitos deflacionistas sobre as economias no curto prazo em virtude da postergação da consolidação da recuperação da economia global, mantemos nossa visão de que, a despeito da volatilidade de curto prazo, a tendência de lenta e gradual retomada da atividade global não está alterada.
O comportamento do índice VIX de volatilidade reflete essa piora na percepção com relação ao cenário externo; o indicador abriu mais de 5 pontos entre o final de março e meados de abril.
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índice VIX de volatilidade. Fonte: bloomberg. elaboração: Bradesco
A forte recessão enfrentada pela Espanha continua suscitando dúvidas no mercado com relação à capacidade de o país realizar o ajuste fiscal necessário. O atraso nas reformas, especialmente na entrega do orçamento, combinada com a decisão de alterar o déficit fiscal no país (em dezembro anunciou déficit nominal de 8,5% PIB versus 6,0% projetado anteriormente, fixando depois a meta para 2012 em 5,3% PIB) já haviam levado o mercado a questionar a credibilidade do governo espanhol. Adicionalmente, o Partido Popular (PP) que assumiu em dezembro de 2011, venceu nas eleições regionais realizadas em 25 de março, mas não conseguiu o controle dos 17 governos regionais,
o que despertou ainda mais as incertezas quanto à capacidade dos governos regionais contribuírem para o ajuste fiscal necessário. Segundo informações divulgadas pela imprensa, o governo pode até assumir o controle das finanças de alguns governos regionais com problemas de endividamento. Além disso, apesar das diversas reformas implementadas, o mercado ainda questiona a saúde do sistema bancário espanhol, carregado com um montante considerável de créditos duvidosos decorrentes do estouro da bolha imobiliária em 2008, e também muito exposto à dívida pública do país, exposição essa que aumentou ainda mais após as operações de liquidez do Banco Central Europeu (a
1 Ver Conjuntura Macroeconômica Semanal de 23 de março de 2012.
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Fonte: BloombergElaboração: BRADESCO
Espanha: Juros 10 anos dos títulos soberanos
tomada bruta de empréstimos alcançou € 316,3 bilhões em março). Adicionalmente, o Banco Central Espanhol anunciou esta semana que os bancos deverão fazer um esforço extra de provisionamento, o que levaria o ajuste total apenas neste ano para acima dos € 50 bilhões estimados inicialmente, mostrando que de fato existem problemas concretos a serem resolvidos.
Os leilões de títulos da dívida realizados essa semana foram relativamente bem sucedidos. No primeiro, embora a taxa exigida pelo mercado (o retorno ao investidor ou yields) tenha sido bem mais alta, a demanda foi forte e o governo conseguiu vender um volume maior do que o pretendido, o que acabou sendo refletido positivamente na curva das taxas dos títulos de 10 anos, que voltaram para patamar inferior a 6%. No leilão realizado ontem, após o anúncio da necessidade extra de provisionamento por parte dos bancos, o governo também conseguiu vender mais do que o previsto, mas o retorno ao investidor dos títulos longos mostrou elevação em relação ao último leilão; por outro lado, o retorno exigido nos títulos de mais curto prazo ficou ligeiramente abaixo do observado anteriormente. Mas apesar destes resultados, os yields de diversos vencimentos voltaram a subir. O mercado tem justificado estes movimentos com base na situação
delicada dos bancos e também na percepção de que os efeitos das operações de injeção de liquidez do Banco Central Europeu têm perdido força.
A desconfiança quanto à capacidade de ajuste fiscal afetou também a curva de juros dos títulos soberanos na Itália. A dificuldade de aprovação de alguns pontos da reforma trabalhista também levou o mercado a exigir taxas maiores para financiar o país, como podemos observar no gráfico a seguir. O cenário de incerteza que acabamos de descrever explica o comportamento da cotação do euro, que depreciou 1,5% desde o final de março. Contudo, afirmações da presidente do FMI, Christine Lagarde, de que a Espanha não precisa da injeção de recursos da instituição, trouxe algum alento para a cotação da moeda europeia, que passou a operar acima de US$ 1,31.
Os indicadores de atividade na Zona do Euro têm mostrado a situação heterogênea da região, com atividade e confiança na Alemanha mostrando recuperação, enquanto a situação ainda se deteriora na Espanha, cenário que deve persistir por algum tempo, mantendo esse desconforto com relação a fraqueza da região, antes de que sinais mais claros de estabilização sejam observados.
Fonte: BloombergElaboração: BRADESCO
Itália: Juros 10 anos dos títulos soberanos
4,50
5,55 5,55
5,22
6,32
4,96
5,41
6,70
5,71
4,87
6,07
5,93
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
6,0
6,5
7,0
19/1
0/20
10
19/1
1/20
10
19/1
2/20
10
19/0
1/20
11
19/0
2/20
11
19/0
3/20
11
19/0
4/20
11
19/0
5/20
11
19/0
6/20
11
19/0
7/20
11
19/0
8/20
11
19/0
9/20
11
19/1
0/20
11
19/1
1/20
11
19/1
2/20
11
19/0
1/20
12
19/0
2/20
12
19/0
3/20
12
19/0
4/20
12
Espanha
apresentação do orçamento ao congresso
divulgação da taxa de desemprego
anúncio de cortes adicionais no
orçamentopreocupação com os
bancos
4,39
4,64
4,96
4,64
6,20
5,05
5,51
7,25
5,87
6,94
4,84
5,695,61
04
04
05
05
06
06
07
07
08
19/1
0/20
10
19/1
1/20
10
19/1
2/20
10
19/0
1/20
11
19/0
2/20
11
19/0
3/20
11
19/0
4/20
11
19/0
5/20
11
19/0
6/20
11
19/0
7/20
11
19/0
8/20
11
19/0
9/20
11
19/1
0/20
11
19/1
1/20
11
19/1
2/20
11
19/0
1/20
12
19/0
2/20
12
19/0
3/20
12
19/0
4/20
12
10DEPEC
Cen
ário
Ext
erno
Evolução diária da cotação do dólar em relação ao euro 2009 - 2010
Fonte: BloombergElaboração: BRADESCO
1,578
1,477
1,252
1,442
1,258
1,367
1,292
1,430
1,414
1,502
1,451
1,332
1,361
1,192
1,328
1,266
1,421
1,291
1,383
1,4821,450
1,339
1,419
1,268
1,340
1,312
1,15
1,20
1,25
1,30
1,35
1,40
1,45
1,50
1,55
1,60
1,6517
/07/
0814
/08/
0811
/09/
0809
/10/
0806
/11/
0804
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0801
/01/
0929
/01/
0926
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0926
/03/
0923
/04/
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0918
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/07/
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/01/
1025
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1025
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1015
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1009
/09/
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1004
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1002
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1030
/12/
1027
/01/
1124
/02/
1124
/03/
1121
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1119
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1114
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1108
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1106
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1103
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1101
/12/
1129
/12/
1126
/01/
1223
/02/
1222
/03/
1219
/04/
12
EVOLUÇÃO DIÁRIA DA COTAÇÃO DO DÓLAR EM RELAÇÃO AO EURO 2009 - 2010 (US$ DÓLAR/ EURO). Fonte: Bloomberg
O resultado do PIB chinês do primeiro trimestre deste ano, mostrando expansão de 8,1% em relação ao mesmo período do ano passado (arrefecendo ante alta de 8,9% registrada nos últimos três meses do ano passado), reforçou o processo de desaceleração gradual em curso no país. Contudo, os demais indicadores de atividade de março, com destaque para o índice PMI e as concessões de crédito, mostram certa retomada ante a média de janeiro e fevereiro, sugerindo que o pior deve ter ficado para trás. Contudo, embora nossa leitura seja de que indicadores de março mostraram uma ligeira recuperação, de fato o PIB não deve acelerar ao longo do ano, devendo fechar pouco acima
de 8,0%. O governo, comprometido em entregar taxas de crescimento mais sustentáveis para a economia, seguirá calibrando as políticas monetária, creditícia e fiscal gradualmente. O mercado, diante da confirmação da desaceleração do país, tem mostrado certa decepção com relação à reação cautelosa do governo, em promover a política de ajustes finos, mantendo inclusive algumas medidas restritivas, especialmente as voltadas ao setor imobiliário. Com isso, o ambiente se torna mais propício para um movimento baixista nos preços das principais commodities, trazendo também ruídos para o desempenho das bolsas, especialmente as ligadas a esses mercados.
346,8
377,5
346,5 345,6
290,3
309,0
321,6
312,7
324,9
312,8
388,7
405,5409,7
388,7
344,7
323,1
365,6
351,6
360,7
343,8
338,1
411,5
440,2
318,7319,3
401,5
367,6
401,0
429,5423,6
398,7
403,2
280,0
320,0
360,0
400,0
440,0
19/0
1/11
19/0
2/11
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3/11
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4/11
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0/11
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1/11
19/1
2/11
19/0
1/12
19/0
2/12
19/0
3/12
19/0
4/12
Índices agregados de preços de commodities. Fonte:Bloomberg.
Indice AgrícolaIndice IndustriaisIndice Energeticas
Índices agregados de preços de commodities
Fonte: BloombergElaboração: BRADESCO
Fonte: BloombergElaboração: BRADESCO
Evolução do índice agregado da bolsa
mundial, emergentes e desenvolvidos
147,4
153,8
151,5
142,2
147,4
153,6
143,8
151,3
145,5
134,2
125,8
133,0
124,5
141,2
127,5
137,7
131,7
139,4
143,9
149,0
146,4
152,9
145,6
148,5
335,4
342,3
339,7
352,4343,2
328,3
337,1
303,5
312,9
276,3
309,4
291,5
303,0300,3
329,9321,8
200
220
240
260
280
300
320
340
360
380
400
120
130
140
150
160
170
180
27/0
1/20
11
10/0
2/20
11
24/0
2/20
11
10/0
3/20
11
24/0
3/20
11
07/0
4/20
11
21/0
4/20
11
05/0
5/20
11
19/0
5/20
11
02/0
6/20
11
16/0
6/20
11
30/0
6/20
11
14/0
7/20
11
28/0
7/20
11
11/0
8/20
11
25/0
8/20
11
08/0
9/20
11
22/0
9/20
11
06/1
0/20
11
20/1
0/20
11
03/1
1/20
11
17/1
1/20
11
01/1
2/20
11
15/1
2/20
11
29/1
2/20
11
12/0
1/20
12
26/0
1/20
12
09/0
2/20
12
23/0
2/20
12
08/0
3/20
12
22/0
3/20
12
05/0
4/20
12
19/0
4/20
12
Evolução do índice agregado da bolsa mundial, emergentes e desenvolvidos. Fonte: Bloomberg
Desenvolvidos
Emergentes
11DEPEC
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Ext
erno
Taxa de juros do título de 10 anos do tesouro americano 2006- 2010
Fonte: BloombergElaboração: Bradesco
Apesar desse movimento no curto prazo, devemos levar em conta que o preço do minério de ferro pode apresentar alguma correção de alta ante os preços atuais ao longo do ano com a estabilidade da atividade econômica na China. Contudo, as demais commodities devem se manter praticamente estáveis ou até recuarem discretamente, devido (i) à fraca atividade na Europa e aos sinais mais moderados da economia chinesa (afetando principalmente as metálicas), (ii) à entrada de uma safra norte-americana de grãos mais favorável no segundo semestre (contribuindo para preços das agrícolas mais baixos) e (iii) a uma possível redução das tensões no Oriente Médio (puxando a cotação do petróleo para um patamar mais próximo de US$ 120/barril, considerando o tipo Brent).
Adicionalmente, o resultado mais fraco da criação de vagas no mercado de trabalho nos EUA observado em março arrefeceu o clima de otimismo com relação
à velocidade de recuperação da economia norte-americana, puxando novamente a curva da taxa de juros dos títulos da dívida norte-americana de 10 anos para baixo. Com relação ao desempenho da indústria, o forte resultado do índice ISM em março (53,4) pode não se repetir em abril se considerarmos os resultados decepcionantes dos indicadores de atividade industrial dos Fed´s regionais de Nova York e Filadélfia conhecidos até o momento. Assim, embora a expectativa dos analistas com relação ao crescimento para 2012 não tivesse sido alterada, ficando entre 2,0% e 2,5%, a sucessão de surpresas positivas com os indicadores neste início de ano vinha colocado algum viés de alta nessas projeções, viés este que vem sendo retirado por conta dos resultados mais fracos nas últimas semanas. Mas isso ainda não seria forte o suficiente para alterar a visão do Fed, a ponto de adotar uma nova rodada de afrouxamento monetário.
Fonte: BloombergElaboração: BRADESCO
Evolução do Índice S&P
Evolução do IBOVESPA
Fonte: BloombergElaboração: BRADESCO
3,986
3,541
2,949
3,121
2,792
2,398
2,773
3,5323,737
3,170
2,864
3,182
3,014
2,106
1,718
2,396
2,051
1,797
2,377
1,967
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
20/0
3/10
20/0
4/10
20/0
5/10
20/0
6/10
20/0
7/10
20/0
8/10
20/0
9/10
20/1
0/10
20/1
1/10
20/1
2/10
20/0
1/11
20/0
2/11
20/0
3/11
20/0
4/11
20/0
5/11
20/0
6/11
20/0
7/11
20/0
8/11
20/0
9/11
20/1
0/11
20/1
1/11
20/1
2/11
20/0
1/12
20/0
2/12
20/0
3/12
20/0
4/12
TAXA DE JUROS DO TÍTULO DE 10 ANOS DO TESOURO AMERICANO 2006- 2010. Fonte: Bloomberg
ISM
payroll
1.353
1.314
1.344
1.292
1.119
1.219
1.154
1.216
1.099
1.201
1.285
1.159
1.258
1.205
1.281 1.2891.312
1.3451.372
1.343
1.3941.419
1.375
1.050
1.100
1.150
1.200
1.250
1.300
1.350
1.400
1.450
07/0
7/20
1114
/07/
2011
21/0
7/20
1128
/07/
2011
04/0
8/20
1111
/08/
2011
18/0
8/20
1125
/08/
2011
01/0
9/20
1108
/09/
2011
15/0
9/20
1122
/09/
2011
29/0
9/20
1106
/10/
2011
13/1
0/20
1120
/10/
2011
27/1
0/20
1103
/11/
2011
10/1
1/20
1117
/11/
2011
24/1
1/20
1101
/12/
2011
08/1
2/20
1115
/12/
2011
22/1
2/20
1129
/12/
2011
05/0
1/20
1212
/01/
2012
19/0
1/20
1226
/01/
2012
02/0
2/20
1209
/02/
2012
16/0
2/20
1223
/02/
2012
01/0
3/20
1208
/03/
2012
15/0
3/20
1222
/03/
2012
29/0
3/20
1205
/04/
2012
12/0
4/20
1219
/04/
2012
Índice S&P
ISM
payroll
PIB China
63.891
58.838
60.263
48.668
54.324
52.440
58.11857.103
51.014
54.010
59.513 59.536
55.298
59.147
61.927 62.770
66.204
68.394
65.828
66.685
63.691
62.598
46.000
52.000
58.000
64.000
70.000
04/0
7/20
11
14/0
7/20
11
24/0
7/20
11
03/0
8/20
11
13/0
8/20
11
23/0
8/20
11
02/0
9/20
11
12/0
9/20
11
22/0
9/20
11
02/1
0/20
11
12/1
0/20
11
22/1
0/20
11
01/1
1/20
11
11/1
1/20
11
21/1
1/20
11
01/1
2/20
11
11/1
2/20
11
21/1
2/20
11
31/1
2/20
11
10/0
1/20
12
20/0
1/20
12
30/0
1/20
12
09/0
2/20
12
19/0
2/20
12
29/0
2/20
12
10/0
3/20
12
20/0
3/20
12
30/0
3/20
12
09/0
4/20
12
19/0
4/20
12
índice Bovespa em pontos
aumento da aversão ao risco por conta de
Espanha
PIB da China
12DEPEC
Cen
ário
Ext
erno
Olhando para frente, acreditamos que há espaço para a melhora dos preços dos ativos ao longo do ano, em linha com nosso cenário de retomada gradual da atividade econômica, mas alguns eventos podem adicionar volatilidade no curto prazo. Além dos indicadores econômicos (com atenção especial para os resultados mensais dos orçamentos dos países no centro da crise soberana na Europa), destacamos os eventos políticos, dentre eles: (i) a votação do orçamento do governo central na Espanha, que está em discussão no parlamento e deve ser aprovado até o final do mês; (ii) a votação do orçamento regional
espanhol, que deve ser aprovado em maio ou junho; (iii) a reunião do G20 (em 21-22 de abril), na qual haverá possivelmente alguma decisão sobre contribuição de recursos ao FMI; (iv) as eleições na França em 22 de abril (1°turno) e maio (2° turno); (v) as eleições na Grécia em 6 de maio; (v) a decisão sobre o formato final das reformas do mercado de trabalho na Itália, provavelmente pela segunda quinzena de maio; e, por fim (vi) o referendo irlandês em 31 maio. Dessa maneira, deveremos continuar enfrentando um cenário de incerteza elevada nos próximos meses, com impacto direto sobre os preços de ativos.
13DEPEC
Qua
dro
de P
roje
ções
Mac
roec
onôm
icas
Ext
erna
s
p = (projeção).(*) projeção referente ao ano fiscal.
Fonte: FMIElaboração e estimativas: BRADESCO
Quadro de Projeções - PIB real Mundial e países selecionados 2003-2012
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011p 2012pPaíses Desenvolvidos 1,8 3,0 2,5 2,8 2,5 0,4 -3,3 2,5 1,5 1,1Estados Unidos 2,5 3,6 3,1 2,7 1,9 0,0 -2,6 2,8 1,7 2,2Zona do Euro 0,8 2,2 1,7 3,0 2,8 0,6 -4,1 1,8 1,5 -0,5Alemanha -0,2 0,7 0,9 3,6 2,8 0,7 -4,7 3,5 3,0 0,2França 1,1 2,3 2,0 2,4 2,3 0,1 -2,5 1,5 1,6 0,0Itália 0,0 1,5 0,7 2,0 1,5 -1,3 -5,2 1,3 0,5 -1,2Reino Unido 2,8 3,0 2,2 2,8 2,7 -0,1 -4,9 1,3 0,8 0,5Japão 1,4 2,7 1,9 2,0 2,4 -1,2 -6,3 3,9 -0,9 2,2Países Emergentes 6,0 7,3 6,9 7,7 8,1 5,8 2,1 7,3 6,4 5,7China 10,0 10,1 11,3 12,7 14,2 9,6 9,2 10,3 8,8 8,2Coréia 2,8 4,6 4,0 5,2 5,1 2,3 0,2 6,1 3,5 3,0Rússia 7,3 7,2 6,4 8,2 8,5 5,2 -7,8 4,0 3,0 3,2Índia* 8,5 7,5 9,5 9,7 9,0 6,8 8,4 8,5 7,8 7,8América Latina 2,9 5,7 4,5 5,4 5,9 4,3 -1,9 6,7 4,1 3,6Brasil 1,1 5,7 3,2 4,0 6,1 5,2 -0,3 7,5 2,7 3,7Argentina 9,0 8,9 9,2 8,5 8,6 6,8 0,8 9,2 8,9 3,0Chile 7,0 6,0 5,5 4,6 4,6 3,7 -1,7 5,3 6,0 3,9Colômbia 3,9 5,3 4,7 6,7 6,9 3,5 1,5 4,3 5,9 4,6México 1,4 4,0 3,2 5,2 3,2 1,5 -6,1 5,5 4,0 2,6Peru 4,0 5,0 6,8 7,7 8,9 9,8 0,9 8,8 6,9 5,3Mundo 3,6 4,9 4,6 5,2 5,4 2,9 -0,5 5,0 3,8 3,3
14DEPEC
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Fonte: Dados oficiais para números efetivosElaboração: BRADESCO
(1): A partir de 2002 com dados calculados de acordo com a nova metodologia da Pesquisa Mensal de Emprego.Atualizado com dados até 20/abril/2012
Quadro de Projeções Macroeconômicas - Ano base 2003-2012
(*) Projeções.(**) Este número exclui as receitas extraordinárias do processo de capitalização da Petrobras.nd = não disponível.
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011* 2012*ATIVIDADE, INFLAÇÃO E JUROS
PIB (%) 1,1 5,7 3,2 4,0 6,1 5,1 -0,3 7,5 2,7 3,4Agropecuária (%) 5,8 2,3 0,3 4,8 4,8 5,7 -3,1 6,3 3,9 1,5Indústria (%) 1,3 7,9 2,1 2,2 5,3 4,4 -5,6 10,4 1,6 2,3Serviços (%) 0,8 5,0 3,7 4,2 6,1 4,8 2,1 5,5 2,7 3,5Consumo Privado (%) -0,8 3,8 4,5 5,2 6,1 7,0 4,4 6,9 4,1 4,5Consumo da Adm. Pública (%) 1,2 4,1 2,3 2,6 5,1 1,6 3,1 4,2 1,9 3,7 Investimento (FBKF) (%) -4,6 9,1 3,6 9,8 13,9 13,4 -6,7 21,3 4,7 5,6 Exportações Bens e Serviços Não Fatores (%) 10,4 15,3 9,3 5,0 6,2 -0,6 -9,1 11,5 4,5 6,5 Importações Bens e Serviços Não Fatores (%) -1,6 13,3 8,5 18,4 19,9 18,0 -7,6 35,8 9,7 6,6PIB (R$) - bilhões (Preços Correntes) 1.700 1.941 2.147 2.369 2.661 3.032 3.239 3.770 4.135 4.491PIB (US$) - bilhões 552,3 663,5 881,8 1.088,9 1.366,3 1.652,8 1.621,7 2.141,9 2.468,7 2.429,4População - milhões 178,7 181,1 183,4 185,6 187,6 189,6 191,5 193,3 194,9 196,5PIB per capita - US$ 3.086 3.654 4.789 5.715 7.281 8.717 8.469 11.084 12.664 12.361Produção Industrial - IBGE (%) 0,1 8,3 3,1 2,8 6,0 3,1 -7,4 10,5 0,3 1,5Taxa de Desemprego Aberto (30 dias) - IBGE (1) 12,3 11,5 9,9 10,0 9,3 7,9 8,1 6,7 6,0 5,5Vendas no Comércio Varejista - Restrita (%) -3,7 9,2 4,8 6,2 9,7 9,1 5,9 10,9 6,7 8,0IPCA - IBGE (%) 9,3 7,6 5,7 3,1 4,5 5,9 4,3 5,9 6,5 5,2IPC - FIPE (%) 8,2 6,6 4,5 2,5 4,4 6,2 3,7 6,4 5,8 4,7IGP-M - FGV (%) 8,7 12,4 1,2 3,8 7,8 9,8 -1,7 11,3 5,1 4,6IGP-DI - FGV (%) 7,7 12,1 1,2 3,8 7,9 9,1 -1,4 11,3 5,0 4,8Taxa Selic (final de período) % 16,50 17,75 18,00 13,25 11,25 13,75 8,75 10,75 11,00 8,50Taxa Selic nominal (acumulado 12 meses) % 23,33 16,24 19,04 15,08 11,85 12,48 9,92 9,78 11,62 8,95Taxa Selic real / IPCA (acumulado 12 meses) % 12,6 8,0 12,6 11,6 7,1 6,2 5,4 3,7 4,8 3,6Taxa Selic real / IGP-M (acumulado 12 meses) % 13,5 3,4 17,6 10,8 3,8 2,4 11,8 -1,4 6,2 4,2
EXTERNO, CÂMBIO, RISCO E BOLSABalança Comercial (US$ bilhões) 24,8 33,7 44,8 46,5 40,0 24,7 25,3 20,2 29,8 21,2 Exportações (US$ bilhões) 73,1 96,5 118,3 137,8 160,6 197,9 153,0 201,9 256,0 268,3 Importações (US$ bilhões) 48,3 62,8 73,5 91,4 120,6 173,2 127,7 181,7 226,2 247,1Corrente de Comércio (% PIB) 24,0 26,4 24,1 21,0 20,6 22,5 17,3 17,9 19,5 21,2Déficit em serviços e rendas (US$ bilhões) 23,5 25,2 34,3 37,1 42,5 57,3 52,9 70,4 -85,2 -85,9Saldo em conta-corrente (US$ bilhões) 4,2 11,7 14,0 13,6 3,6 -28,2 -19,9 -64,7 -52,6 -63,3Saldo em conta-corrente (% PIB) 0,75 1,75 1,57 1,25 0,11 -1,70 -1,55 -2,27 -2,13 -2,47Investimento Direto Estrangeiro (US$ bilhões) 10,1 18,1 15,1 18,8 34,6 45,1 25,9 48,5 66,7 55,0Risco País (EMBI+) final de período 463 382 311 192 221 428 197 189 190 150Taxa de câmbio (final de período) R$ / US$ 2,89 2,65 2,34 2,14 1,77 2,34 1,74 1,67 1,88 1,80Taxa de câmbio (média anual) R$ / US$ 3,07 2,93 2,43 2,18 1,95 1,83 2,00 1,76 1,67 1,85Desvalorização nominal ponta (%) -18,38 -8,13 -11,82 -8,66 -17,15 31,94 -25,49 -4,09 12,32 -4,04Desvalorização nominal média (%) 4,78 -4,75 -16,80 -10,56 -10,53 -5,82 8,89 -11,89 -4,85 10,38Reservas internacionais (US$ bilhões) - liquidez 47,1 54,0 62,1 85,8 180,3 206,8 239,1 288,6 352,0 384,8Dívida Externa Total Médio e Longo Prazo (US$ bilhões) 214,9 201,4 168,9 172,5 193,2 198,4 202,3 255,2 261,5 296,4Dívida Externa Líquida / Exportações 2,3 1,5 0,9 0,6 0,1 0,0 -0,2 -0,2 -0,4 -0,3Reservas Internacionais / Importações 1,0 0,9 0,8 0,9 1,5 1,2 1,9 1,6 1,6 1,6Rating Soberano Moody's B2 B1 Ba3 Ba2 Ba1 Ba1 Baa3 Baa3 Baa2 -Rating Soberano S&P B+ BB- BB- BB BB+ BBB- BBB- BBB- BBB -IBOVESPA - Pontos 22.236 26.196 33.456 44.474 63.886 37.550 68.588 69.305 56.754 -Resultado primário do setor público (R$ bilhões) 55,6 72,2 81,3 75,9 88,1 103,6 64,8 69,5 128,7 113,0Resultado primário do setor público (% PIB) 3,3 3,7 3,8 3,2 3,3 3,4 2,0 2,7 3,1 2,5Resultado nominal do setor público - sem câmbio (% PIB) -5,2 -2,9 -3,6 -3,6 -2,8 -2,0 -3,4 -2,5 -2,6 -1,9Dívida Líquida do Setor Público (R$ bilhões) 934 982 1.035 1.113 1.201 1.154 1.345 1.457 1.509 1.647Dívida Líquida do Setor Público (% PIB) 54,8 50,6 48,4 47,3 45,5 38,5 42,1 39,1 36,4 36,5
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Octavio de Barros - Diretor de Pesquisas e Estudos EconômicosMarcelo Cirne de Toledo - Superintendente executivoEconomia Internacional: Fabiana D’Atri / Leandro de Oliveira Almeida / Daniela Cunha de Lima /Igor Velecico / Thomas Henrique Schreurs Pires / Matheus Ribeiro Machado Economia Doméstica: Robson Rodrigues Pereira / Andréa Bastos Damico / Ellen Regina Steter / Myriã Bast / Andrea Marcos Angelo / Priscila Pereira DeliberalliAnálise Setorial: Regina Helena Couto Silva / Priscila Pacheco Trigo / Rita de Cassia Milani Pesquisa Proprietária: Fernando Freitas / Ana Maria Bonomi Barufi / Leandro Câmara NegrãoEstagiários: Mirella P. Amaro Hirakawa / Gabriel Lyrio de Oliveira / Priscila Monteiro Ortega / VRicardo Romano / Ana Beatriz Ract Pousada / Thiago Chaves-Scarelli
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