Biomedicina – Unip
UNIPBIOMEDICINA- NOITE
Disfunções Gastrointestinais
Doença de Chorn e Colite Ulcerativa
SOROCABA- 2010
UNIP
Biomedicina – Unip
BIOMEDICINA- NOITE
Disfunções Gastrointestinais
Doença de Chorn e Colite Ulcerativa
Alunos: Danielle Cristina Piva – RA: A1466c-5Flavia Cardoso Costa – RA: 875515-9
Heloíse Fernandes – RA: 351104-9Jessica Roberta Galvão Lopes – RA: 259079-4
Karina Lopes de Matos – RA: 477094-3
Trabalho apresentado para avaliação na disciplina de Fisiopatologia, do curso de Biomedicina, turno noturno, 3° semestre, da Universidade Paulista - UNIP, ministrado pelo Profº. Dr. Halbert Villalba.
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Biomedicina – Unip
SOROCABA- 2010
ÍNDICE
INTRODUÇÃO - Doenças Gastrointestinais
CAPÍTULO I
FISIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO
1. Formação
Constituição do sistema Disgestório
2. A cavidade Oral
Constituição, descrição e função
3. Esôfago
Descrição e função
4. Estômago
Descrição e função
5. Intestino Delgado
Constituição, descrição e função
6. Intestino Grosso
Constituição, descrição e função
CAPÍTULO II
DISFUNÇÕES GASTROINTESTINAIS
1. Introdução
2. As principais Causas
CAPITULO III
DOENÇA DE CROHN
1. Introdução
2. Definição
3. Epidemiologia
4. Etiopatogenia, as principais Causas
4.1 Disfunção do sistema imune
4.2 Infecção
4.3 Dieta alimentar
5. Anatomopatologia
5.1 Macroscopia
5.2 Microscopia
6. Manifestações clínicas
6.1 Sintomas extradigestivos
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6.1.1 Desordens articulares
6.1.2 Distúrbios oculares
6.1.3 Debilitação do Sistema Nervoso
6.1.4 Alterações na pele
6.2 Sintomas digestivos
7. Diagnóstico
7.1 Radiografias contrastadas
7.2 Colonoscopia
7.3 Exames de sangue
7.4 Ultrassonografia
8. Complicações na doença de Chorn
8.1 Estenoses
8.2 Fístulas
8.3 Hemorragia Intestinal
8.4 Megacólon tóxico
8.5 Neoplasias
9. Tratamento
10. Recomendações nutricionais e dietéticas
10.1 Educação do paciente
10.2 Dieta
10.3 Uso terapêutico de ácidos graxos
CAPITULO IV
COLITE ULCERATIVA
1. Introdução
2. Etiologia
3. Morfologia
4. Manifestações clínicas
4.1 Colite ulcerativa leve
4.2 Colite ulcerativa moderada
4.3 Colite ulcerativa grave ou fulminante
4.4 Colite ulcerativa na gravidez
4.5 Colite ulcerativa no idoso
5. Diagnóstico
5.1 Sigmoidoscopia
5.2 Colonoscopia
5.3 Enema opaco
5.4 Ressonância magnética
5.5 Ultrassonografia
5.6 Tomografia Computadorizada
6. Tratamento
7. Manifestações extra-intestinais
7.1 Artrite colítica
7.2 Espondilite anquilosante
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7.3 Sacroileíte
8. Complicações
8.1 Pseudopólipos
8.2 Doença perianal
8.3 Abscessos
8.4 Megacólon tóxico
8.5 Perfuração colônica
9. Recomendações nutricionais e dietéticas
ANEXOS
- Artigos científicos
- Lista de Ilustrações
BIBLIOGRAFIA
GLOSSÁRIO
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Introdução
Ainda que várias doenças intestinais possam ter sua origem em
processos inflamatórios, a denominação doença inflamatória intestinal ficou
restrita à doença de Crohn e à retocolite ulcerativa. De evolução crônica,
caracterizam-se por sua recorrência, com períodos de atividade e/ou
complicações, intercalados por fases de remissão clinica. Apesar de
apresentarem semelhanças na sua distribuição geográfica, preferência racial,
étnica e de incidência em indivíduos de maior nível socioeconômico, de
ambiente urbano e de profissão intelectualizada, tem marcadas diferenças
quanto à sua localização anatômica, aspecto e profundidade das lesões,
seqüelas e resposta aos esquemas terapêuticos clínicos e cirúrgicos.
Embora evolua com taxa de mortalidade relativamente baixa, sua
elevada morbidade interfere de forma significativa na qualidade de vida dos
doentes. É provável que a incidência dessas doenças entre nós seja
relativamente baixa, mesmo considerando não haver dados estatísticos
fidedignos que permitam concluir sobre este dado epidemiológico.
Neste trabalho tentaremos mostrar as possíveis causas, os sintomas,
e os possíveis tratamentos clínicos e como prevenir.
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Capítulo I
FISIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO
1. Formação
O sistema digestório é constituído por boca, dentes, glândulas
salivares, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso e
órgãos anexos.
2. A Cavidade Oral
- Constituição, descrição e função
A boca é a primeira parte do sistema digestório. Estende-se
desde os lábios até a bucofaringe.
Nenhum alimento á absorvido na boca, uma vez que as células
de revestimento não são capazes de fazer absorção.
Os dentes auxiliam o sistema digestório cortando, perfurando,
triturando e dilacerando os alimentos para sua posterior digestão.
As glândulas salivares da boca produzem cerca de 1.000 a 2.000
ml de saliva diariamente. Estas glândulas secretam
continuamente e conservam a mucosa úmida.
A maior parte da saliva é secretada por três pares de glândulas
salivares, ativadas principalmente pela presença do alimento. O
maior par são as glândulas parótidas localizadas abaixo e
anteriormente à orelha.
O alimento que é deglutido passa da boca para a parte bucal da
faringe e depois para a parte laríngea da faringe. Estas duas
porções da faringe servem como uma passagem comum aos
sistemas digestório e respiratório.
A principal função da faringe está relacionada com as contrações
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musculares envolvidas na deglutição. Após deixar a parte
laríngea da faringe, o alimento entra no esôfago.
3. O Esôfago
- Descrição e função
O esôfago é um tubo muscular de aproximadamente 25 cm de
comprimento, cuja função consiste em transportar os alimentos
da faringe ao estômago. Podem-se distinguir três porções no
esôfago: cervical, torácica e abdominal o esôfago situa-se
ventralmente à coluna vertebral e dorsalmente a traquéia.
Apresenta uma porção estreitada (istmo) ao nível da bifurcação
da traquéia, onde é comprimido entre a traquéia e o arco aórtico.
4. O Estômago
- Descrição e função
O estômago é um órgão muscular dilatado do canal digestivo
situado entre o esôfago e o duodeno. Sua capacidade é de
aproximadamente 1,5 litros. Seu eixo longitudinal dirigiu-se ao
hipocôndrio esquerdo para baixo e para direita. É revestido
internamente, por uma camada espessa, de muco e pregas,
onde se situam as glândulas gástricas e estas produzem o suco
gástrico, constituído por água, ácido-clorídrico e enzimas. Nele
ocorre a digestão dos alimentos.
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5. Intestino Delgado
- Constituição, descrição e função
É a parte do canal alimentar que vai desde o estômago
até ao intestino grosso, estando separado de ambos pelo piloro
e pela válvula ileocecal, respectivamente, tem cerca de 6 metros.
A camada mucosa que reveste o seu interior apresenta
invaginações que são as vilosidades intestinais, estas absorvem
as substâncias digeridas. Ele é compreendido por três partes, o
duodeno, perto do estomago, jejuno ou parte central e o íleo, nas
proximidades do intestino grosso. Suas funções compreendem a
produção de secreções contendo enzimas digestivas, digestão
definitiva do preparado pela boca e pelo estomago e a absorção
das moléculas menores.
6. Intestino Grosso
- Constituição, descrição e função
O intestino grosso é a parte final do tubo digestório, ele
estende-se do ceco ao reto, com cerca de 1,5 m formando uma
espécie de moldura em torno das alças intestinais. As partes que
ele compreende são o ceco, o colo ascendente, transverso,
descendente e sigmóide, reto e ânus. Suas principais funções
são: formação, transporte e evacuação de fezes.
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8. Órgãos anexos
- Constituição, descrição e função
São aqueles que, mesmo não fazendo parte do tubo
digestivo, se comunicam com ele através de canais,
desempenhando um papel importante na digestão. São eles:
glândulas salivares, pâncreas e fígado.
A saliva é produzida por inúmeras glândulas microscópicas da
mucosa bucal e por três grandes glândulas salivares, que se
encontram fora da cavidade bucal. A saliva é um fluido aquoso,
transparente, além de umedecer os tecidos moles e duros da
cavidade bucal, diminui a acidez bucal.
O pâncreas é uma glândula em forma de folha, seu corpo se
situa atrás do estômago, e sua cauda repousa sobre o rim
esquerdo, a cada dia o pâncreas produz cerca de 1,5 litro de
suco digestivo, que flui para os ductos pancreáticos. Que lançam
os sucos no duodeno, é uma glândula endócrina e exócrina.
O fígado é a maior das glândulas anexas ao intestino, situa-se à
direita do estômago seu suprimento sangüíneo é proveniente da
Veia Porta em sua maior parte (70-80%) e pela Artéria Hepática.
Suas principais funções compreendem a produção da bile,
desintoxicação, armazenamento de vitaminas, síntese protéica,
secreção de bilirrubina.
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Capítulo II
Disfunções Gastrointestinais
1. Introdução
As doenças intestinais inflamatórias, como a colite ulcerativa e doença
de Crohn, são doenças crônicas do trato gastrointestinal. São diagnosticadas
por um grupo de características clínicas, endoscópicas e histológicas, mas
não existe nenhum achado que, isoladamente, seja diagnóstico para uma ou
para outra doença. Além disso, alguns pacientes exibem um quadro clínico
que se situa entre as duas doenças; nesse caso, diz-se que estão padecendo
de colite indeterminada, pois o quadro patológico pode não ser específico o
suficiente para distinguir entre essas duas entidades.
2. As principais causas
As causas ainda não estão totalmente esclarecidas, mas sabe-se que,
tanto a doença de Crohn, quanto a colite ulcerativa, apresenta influencias de
fatores genéticos e ambientais.
Atualmente a teoria mais aceita é de que haveria um mau funcionamento
do sistema imune, desencadeado provavelmente por alguma infecção viral ou
bacteriana, que passaria equivocadamente a atacar elementos normais do
trato digestivo como bactérias, alimentos e células, levando a um estado de
inflamação crônica dos intestinos, em um processo semelhante às doenças
auto-imunes.
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Capítulo III
DOENÇA DE CROHN
1. Introdução
A doença de Crohn foi descrita pela primeira vez em 1932 pelo Dr.
Burril B. Crohn, da cidade de Nova York, como uma inflamação no
intestino delgado, que é crônica e deixa cicatrizes na parede intestinal.
A doença de Crohn é uma doença inflamatória intestinal de
origem não conhecida e caracterizada pelo acometimento focal,
assimétrico e transmural de qualquer parte do aparelho digestivo, da
boca ao ânus. Apresenta-se sob três formas principais: inflamatória,
fistulosa e fibroestenosante. Suas manifestações clínicas mais comuns
são dor abdominal e diarréia, formação de fístulas e sintomas
obstrutivos intestinais. Os segmentos do tubo digestivo mais
freqüentemente acometidas são o íleo, o cólon e a região perianal.
Além das manifestações no sistema digestório, a doença de Crohn
pode ter manifestações extra-intestinais, sendo as mais freqüentes as
oftalmológicas, as dermatológicas e as reumatológicas.
2. Definição
É uma desordem granulomatosa do tubo digestivo de origem
desconhecida. A doença de Crohn (DC), inicialmente descrita como
ileíte regional, pode afetar, entretanto, qualquer segmento do canal
alimentar, desde a boca até o ânus; evolui por surtos de exacerbação e
remissão imprevisíveis, além de apresentar comportamento desigual
quanto à resposta aos tratamentos clínicos e cirúrgicos.
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3. Epidemiologia
É descrita em todo o mundo, mas principalmente nas populações do
Ocidente com nítido crescimento em sua incidência nas ultimas
décadas, inclusive no Brasil; predomina em indivíduos da raça branca e
em judeus. De distribuição semelhante em ambos os sexos, a faixa
etária preferencial para o inicio dos sintomas ocorre entre 15 e 35 anos
de idade, ou tardiamente, num segundo pico, a partir dos 55 anos.
Sua incidência anual nos Estados Unidos é de aproximadamente 3 por
100.000. As mulheres são afetadas de modo mais leve que os homens.
Os brancos parecem apresentar a doença com uma freqüência duas a
cinco vezes maiores do que os não – brancos. Nos Estados Unidos, a
doença de Crohn é três a cinco vezes mais freqüentes em judeus do
que entre não judeus. O fumo é um fator de risco exógeno forte.
4. Etiopatogenia, as principais causas
As causas da doença de Crohn são desconhecidas. As investigações
concentraram-se em três possibilidades principais: uma disfunção do
sistema imunitário, uma infecção e a dieta alimentar.
4.1 Disfunção do sistema imunitário
A ciência ainda não sabe qual a exata razão pela qual algumas
pessoas desenvolvem o mal de Crohn. Entretanto, existe uma
evidência crescente de que a predisposição genética, fatores
ambientais e o sistema imunológico possam estar envolvidos. O
aparelho digestivo possui uma superfície de contato muito grande, de
aproximadamente 250m². Esta área é importante para absorção dos
alimentos e água ingeridos. Por causa deste contato com substâncias
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exógenas, o trato digestivo possui um grande número de células do
sistema imunológico que, dentre outras funções, defendem nosso
organismo da invasão de substâncias estranhas que acompanham os
alimentos. A barreira imunológica mais importante no intestino é
representada por um tipo de imunoglobina, a lg A, que possui funções
diferentes da lg G encontrada no sangue. Estudos científicos têm
mostrado que na doença inflamatória intestinal ativa crônica, a
proporção entre lg A e lg G, muda a favor dessa última, na parede
intestinal. Enquanto a lg A normalmente mantém antígenos distante
das paredes do intestino, a lg G não possui esta capacidade,
permitindo a ligação de antígenos ao tecido intestinal, podendo
contribuir para a inflamação intestinal. Além disso, a lg G, combinada
com antígenos e anticorpos, forma "complexos imunes" que podem
ser transportados a outros órgãos do corpo causando processos
inflamatórios distantes do intestino.
4.2 Infecção
A mais aceita atualmente é de que um provável processo viral,
bacteriano ou alérgico, inicialmente acomete o intestino levando a
um processo inflamatório. Este processo em combinação com
uma predisposição genética levaria ao desenvolvimento de
anticorpos que iriam contra o próprio intestino, cronicamente
tentando destruí-lo.
4.3 Dieta alimentar
Uma dieta alimentar errônea associada a fatores ambientais tais
como consumo do tabaco e estilo de vida, pode ter importância
casual.
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1. Anatomopatologia
Ocorre em qualquer segmento do tubo digestivo, da boca ao
ânus de forma heterogênea.
5.1 Macroscopia
As lesões produzidas, independentemente da sua localização,
decorrem da característica invasiva do processo inflamatório,
que não respeita a superfície mucosa, estendendo-se à
profundidade da parede comprometida, até exteriorizando-se
para estruturas vizinhas. Três são as formas básicas de
apresentação das lesões: ulcerativa, estenótica e fistulizada.
Esta divisão, na prática, dificilmente ocorre, identificando-se,
freqüentemente, associações entre os tipos, com predomínio de
algum deles e, não raramente, todos, concomitantemente.
Qualquer segmento do tubo digestivo é suscetível à inflamação,
mas a preferência é pela região ileocecal. Formas exclusivas
cólicas, ileais ou jejuno-ileais também são observadas,
reservando-se as localizações, gástricas, duodenal, esofágica e
oral a casos limitados.
5.2 Microscopia
Nos segmentos intestinais enfermos, a serosa é granular e cinza
escuro, e, com freqüência, a gordura mesentérica enrola-se ao
redor da superfície intestinal (gordura trepadeira). O mesentério
do segmento acometido também se mostra espessado,
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Biomedicina – Unip
edematoso e, às vezes fibrótico. A parede intestinal é elástica e
espessa, em virtude de edema, inflamação, fibrose e hipertrofia
da túnica muscular própria. As estenoses podem ocorrer no
cólon, mas, em geral, são menos intensas. Uma característica
clássica da doença de Crohn é a demarcação nítida de
segmentos intestinais enfermos do intestino indene adjacente.
Quando múltiplos segmentos intestinais são envolvidos, o
intestino interposto é essencialmente normal (lesões
descontínuas).
Um sinal típico da doença incipiente é ulceras focais da mucosa
semelhantes a aftas (ulceras aftosas), edema e perda da
textura normal da mucosa. Com a progressão da doença, as
ulceras da mucosa coalescem em ulceras lineares longas e
sinuosas, que tendem a seguir a orientação do eixo longitudinal
do intestino. Como a mucosa interposta tende a ser
relativamente poupada, a mucosa adquire uma aparência de
textura grosseira, em pedras de calçamento. Fissuras estreitas
desenvolvem-se entre as pregas da mucosa, muitas vezes
penetrando profundamente através da parede intestinal e
acarretando doenças intestinais. A extensão adicional das
fissuras leva à formação de fistulas ou tratos sinusais para uma
víscera aderente, pele externa ou cavidade cega. Uma
perfuração livre ou abscessos localizados também podem se
desenvolver.
5.3 Tipos de lesões
Podem ser do tipo ulcerosas, estenótica e fistulizada.
5.3.1 Ulcerosa
A ulceração pode ser superficial, solapar a mucosa
adjacente em direção lateral, ou penetrar profundamente
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Biomedicina – Unip
até as camadas teciduais subjacentes. Muitas vezes, há
uma transição abrupta entre mucosa ulcerada e normal
adjacente.
5.3.2 Estenótica
Comprometimento repetitivo e grave de planos profundos
da parede intestinal, com formação de tecido cicatricial
fibroso e lesões fibroestenóticas, trata-se de um processo
inflamatório levando ao espessamento da parede do local
afetado.
5.3.3 Fistulizada
É o avanço do processo inflamatório pela parede que
forma uma solução de continuidade das vísceras ou
estruturas da vizinhança, tais como outra alça do delgado,
cólon, bexiga, vagina, mesentério ou o exterior, através de
orifícios de saída pela parede abdominal.
6. Manifestações clínicas Intestinais
Depende da localização anatômica da doença, assim como da sua extensão e
do tipo da lesão. Não é possível estabelecer quadro clinico característico,
alem do que, em alguns doentes, as manifestações podem iniciar-se por
sintomas extradigestivos. Devido ao comprometimento mais freqüente do
segmento ileocólico, ocorrem episódios repetidos de diarréia, dor abdominal
no quadrante inferior direito, febre baixa e perda de peso, que, eventualmente,
não são de intensidade nem de duração suficientes para merecer investigação
mais detalhada, resultando em retardo do diagnóstico. Se o processo
inflamatório incluir maior comprometimento do cólon, o sintoma
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Biomedicina – Unippredominantemente é representado por evacuações com muco e sangue,
sugerindo seu estudo complementar, com possibilidade de definir o
diagnostico mais precocemente. Essas queixas podem estar associadas, ou
ser antecedidas por eventos de outros sistemas, como dor articular,
especialmente das grandes articulações, ou lesões cutâneas, como o eritema
nodoso e pioderma gangrenoso, e oftálmicas do tipo uveíte e epiesclerite. A
presença de sinais e sintomas extra-digestivos favorece a hipótese
diagnostica de doença inflamatória intestinal com maior consistência.
Fístulas é, em ordem de freqüência, a segunda manifestação da doença de
Crohn, comunicando o segmento doente com alguma das vísceras ou
estruturas da vizinhança, tais como outra alça do delgado, cólon, bexiga,
vagina, mesentério ou o exterior, através de orifícios de saída pela parede
abdominal. Abcessos perianais “intratáveis”, fístulas ou fissuras perianais
podem vir a ser o ponto de partida para o diagnóstico.
Quadros agudos simulam abdome agudo inflamatório e, não raramente, a
doença vem a ser identificada em cirurgia, na hipótese de tratar-se de
apendicite aguda ou de outros processos inflamatórios do abdome inferior.
Queixas de febrícula de origem indeterminada ou retardo de crescimento,
mesmo sem manifestações digestivas, devem incluir esta doença no
diagnóstico diferencial.
Outras infecções crônicas podem cursar com sintomas semelhantes, como
ocorre nas contaminações por Yersinia enterocolítica e Campylobacter jejuni.
Também as lesões ileais causadas pelo bacilo da tubercolose são muito
parecidas com a doença de Crohn, dificultando, em muitas ocasiões, a
diferenciação etiológica.
Na evolução da doença, a fibrose, que se desenvolve nas áreas ulceradas,
atribui às alças maiores ou menor grau de estenose, que, clinicamente, tende
a apresentar-se com episódios de suboclusão intestinal.
6.1 Sintomas extradigestivos
Algumas das manifestações extradigestivas, podem nos dizer a
prosseguir com a investigação dependendo do quadro clínico do
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Biomedicina – Unip
paciente, dentre eles temos: desordens articulares, distúrbios nos
olhos, debilitação do sistema nervoso e alterações na pele.
6.1.1 Desordens articulares
Reumatismo e doença de Crohn podem ter efeito recíproco: a
inflamação reumática nas articulações pode acompanhar a
doença; por outro lado, a administração anti-reumática pode
exacerbar a doença de Crohn. Nestes casos, a cooperação
entre médicos de diferentes especialidades é requerida. De
acordo com os últimos estudos, a permeabilidade intestinal a
compostos antigênicos está aumentada na doença de Crohn,
e estes complexos imunológicos causam dor nas grandes
articulações dos braços e das pernas, assim como da parte
baixa da coluna vertebral, e isto ocorre em 25% dos
pacientes. Essas inflamações são descritas como artrite. Os
tendões e cartilagens também podem estar envolvidos neste
processo doloroso. A conexão estreita entre intestino e
inflamação das articulações torna-se clara durante o
tratamento. Uma melhora nos sintomas reumáticos
freqüentemente ocorre em conexão com o sucesso do
tratamento e melhoria da atividade inflamatória intestinal.
6.1.2 Distúrbios oculares
Inflamações nos olhos ocorrem em um grande número de
pacientes portadores da doença de Crohn. As mais comuns
são conjuntivite, inflamação parcial ou completa da
esclerótica (parte branca globo ocular), inflamação da Íris,
inflamação da membrana intermediária do globo ocular e
inflamação da retina. A inflamação da esclerótica ou da Íris é
comumente associada à doença de Crohn e pode ocorrer
acompanhando ou não um ataque agudo da doença. Os
tratamentos dos distúrbios oculares incluem colírios a base
de cortizona e o tratamento efetivo da doença inflamatória
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Biomedicina – Unip
intestinal. Os distúrbios oculares, na doença de Crohn, muito
provavelmente são causados por uma reação tipo antígeno –
anticorpo. Ë importante, tanto para o paciente quanto para o
médico, considerar a possibilidade do envolvimento ocular na
doença de Crohn, assim que os primeiros sintomas surjam, o
paciente já receba imediatamente o tratamento oftálmico
necessário.
6.1.3 Debilitação do sistema nervoso
Alterações circulatórias e pequenas oclusões vasculares no sistema
nervoso são extremamente associadas ao mal de Crohn. Os efeitos
da perda de grande volume de líquidos e eletrólitos ocasionados
pela diarréia podem afetar o fluxo sangüíneo. Também é possível
que o sistema nervoso dos pacientes possa ser afetado pela
carência de vitamina B, pelo fato de sua absorção intestinal ser
insuficiente durante o ataque da doença inflamatória. Em casos de
pacientes que foram submetidos à cirurgia para a remoção de parte
do intestino, a absorção de outras vitaminas como A, E, D e K
também podem ser afetadas. Polineuropatia tem sido observada em
pacientes com Crohn. Ela reduz a sensibilidade da região nervosa
afetada, podendo causar dor e atividade reflexa reduzida. Caso um
tratamento em longo prazo com metronidazol (antibiótico) seja
necessário por causa da intensidade do Crohn, distúrbios nervoso
podem ocorrer. Este fármaco liga-se a vitamina B e, deste modo,
polineuropatias podem ocorrer, como dores nas mãos e pés com
perda de reflexos musculares. Estes sintomas normalmente são
reduzidos com a descontinuidade do metronidazol.
6.1.4 Alterações na pele
Mudanças na pele e na mucosa ocorrem ao redor de 40% dos
pacientes com Crohn. Lesões avermelhadas dolorosas, que em
muitos casos são observadas antes das manifestações intestinais
da doença, podem ser importantes indicações do mal de Crohn;
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estas podem parecer na mucosa bucal ou na região anal. Os
dermatologistas chamam estas alterações de inflamações
granulomatosas em função de características das células do
sistema imunológico presentes nesses locais. Elas são
particularmente comuns ao redor de fístulas e em locais onde ocorra
fricção cutânea, como mamas e virilha. Sem conexão direta com o
trato intestinal, as reações granulomatosas também podem ocorrer
nos lábios e na bochecha, com dores muito fortes nas bordas da
língua. Muitas das alterações epidérmicas parecem estar
associadas com a perda ou a reduzida absorção de vitaminas e de
oligoelementos, que ocorrem em função da diarréia, que causa
perda de sangue e fluidos. Por exemplo, a inflamação da língua
(glossite), pode ser resultante de um quadro anêmico. Transtornos
semelhantes ao eczema na região bucal são atribuídos à carência
de zinco, que é um importante oligoelemento para a defesa
endógena. A deficiência do zinco também ocasiona atraso no
processo de cura. Quando a função de defesa da pele é danificada
pode ocorrer uma invasão por fungos (monília).
6.2 Sintomas digestivos
Em muitos casos a doença desenvolve-se e produz muitos sintomas
que não são característicos. Dores estomacais inexplicáveis e
diarréia são os primeiros sintomas descritos, entretanto, um súbito
ataque com uma aguda e severa dor na "boca do estômago" é
também possível. Além da dor, que lembra uma caimbra, diarréias
ocorrem na maior parte das pessoas afetadas pela doença. Febre
também ocorre irregularmente e os enfermos reclamam de perda de
peso e de apetite. Sintomas inexplicáveis que frequentemente
ocorrem no ataque da doença não indicam diretamente a doença de
Crohn e podem passar até mesmo anos para que o médico
encontre o diagnóstico correto. O ataque simultâneo de dor
abdominal, diarréia e febre, com sintomas em articulações,
inflamação na pele ou inflamação recorrente nos olhos também
podem ser sinais de Crohn, assim como a presença de fístulas
21
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anais. O curso da doença é contínuo. A doença de Crohn é
intermitente, sendo interrompida por intervalos mais ou menos
longos de pouca ou nenhuma sintomatologia.
7. Diagnóstico
Alguns dos possíveis exames diagnósticos a seguir podem indicar a
doença de Crohn: Radiografias contrastadas, colonoscopia, exames
de sangue, ultrassonografia.
7.1 Radiografias contrastadas
Estas radiografias do intestino delgado feitas com a administração
intravenosa do contraste irão nos mostrar o transito intestinal,
podem ajudar a apurar o diagnostico podendo ser encontradas,
ulceras, fistulas e obstruções intestinais.
7.2 Colonoscopia
A colonoscopia é um exame que permite o médico examinar a
mucosa do seu cólon (intestino grosso). Isso é realizado inserindo
um tubo flexível da espessura de um dedo em seu ânus e
avançando com ele lentamente através do reto e cólon. Durante o
procedimento, o médico pode tirar uma pequena amostra da
parede do intestino (biópsia) para análise laboratorial. Algumas
vezes esta amostra pode ajudar a confirmar o diagnóstico. Se
houver agrupamentos de células inflamatórias chamadas
granulomas, por exemplo, é provável que você tenha doença de
Chorn, já que granulomas não ocorrem em colite ulcerativa. Os
riscos deste procedimento incluem perfuração da parede do cólon
e sangramento.
7.3 Exames de sangue
Dois exames de sangue, ASCA e p-ANCA, podem ser usados no
diagnostico da doença, mas não são confirmatórios e são limitados
22
Biomedicina – Unip
devido ao seu custo elevado. Analise ao sangue permitem ainda
verificar se há anemia (que pode indicar sangramento no intestino),
e se há uma alta taxa de glóbulos brancos (sinal de infecções
algures no corpo).
7.4 Ultrassonografia
Além do padrão segmentar das alterações patológicas típicas
demonstradas por ultrassonografia, o tipo e a intensidade da
inflamação transmural mais freqüente e suas complicações, com
padrão extravagante e constantemente alternante. São
características da doença de Crohn (hipervascularizaçao
inflamatória, acentuador da parede, envolvimento do cólon).
8. Complicações na Doença de Chorn
O diagnóstico tardio da doença poderá levar a sérias complicações, onde
estas agravaram a evolução da doença no paciente, dentre elas temos:
estenoses, fístulas, hemorragia intestinal, megacólon tóxico e neoplasias.
8.1 Estenoses
Estas comprometem repetitivamente e gravemente os planos profundos
da parede intestinal, com formação de tecido cicatricial fibroso e lesões
fibroestenóticas, acarretando um processo inflamatório que ira fazer
com que a parede intestinal fique cada vez mais espessa.
Alguns sintomas poderão nos dizer de que uma obstrução parcial ou
total, aguda ou crônica esta acontecendo, como: cólicas, distensão
abdominal, constipação, diarréia paradoxal, massa palpável (alça
intestinal de diâmetro aumentado ou abscesso intra-abdominal),
vômitos, anorexia e perda de peso.
23
Biomedicina – Unip
8.2 Fístulas
O avanço do processo inflamatório pela parede forma uma solução de
continuidade com estruturas adjacente, que podem resultar em massas
inflamatórias e abscessos quando se estendem para estruturas
adjacentes. Este achado esta presente em cerca de 1/3 dos pacientes
com doença de Chorn.
8.3 Hemorragia Intestinal
Geralmente as pesquisas de sangue oculto nas fezes tem resultado
positivo, os sangramentos em sua maioria são visíveis a olho nu,
sangramentos de origem maciça são neste caso muito raros.
Uma hemorragia crônica e indolente do intestino delgado pode requerer
em muitos casos transfusões intermitentes.
8.4 Megacólon tóxico
É um processo inflamatório que compromete a camada muscular,
adelgaçando a parede intestinal e permitindo dilatação patológica do
cólon, pode ocorrer na colite ulcerativa como processo agravamento da
doença, pode evoluir para perfuração e peritonite.
8.5 Neoplasias
A doença de Chorn pode aumentar a incidência de adenocarcinoma de
intestino, também pode ocorrer um pequeno aumento na incidência de
leucemia, linfomas e carcinoma das vias biliares, os adenocarcinomas
tendem a ser multifocais e pouco diferenciados, o diagnóstico pré-
operatório do carcinoma de intestino delgado é difícil, pois os sinais,
sintomas e achados radiológicos são parecidos com os da própria
doença de Chorn.
24
Biomedicina – Unip9. Tratamento
Não existe um tratamento curativo para a doença de Chorn. No entanto,
muitos tratamentos ajudam a reduzir a inflamação e a aliviar os sintomas. As
cólicas e diarréia são aliviadas com a administração de medicamentos
anticolinérgicos, difenoxilato, loperamida, tintura desodorizada de ópio ou
codeína. Esses medicamentos são administrados pela via oral,
preferencialmente antes das refeições. Algumas vezes, o uso de preparações
de metilcelulose ou de psílio pela via oral ajuda a evitar a irritação anal, pois
elas tornam as fezes mais consistentes. Os antibióticos de amplo espectro
(antibióticos que são eficazes contra muitos tipos de bactérias) são
freqüentemente prescritos. O metronidazol pode ajudar a aliviar os sintomas
da doença de Chorn, principalmente quando ela afeta o intestino grosso ou
causa a formação de abscessos e fístulas em torno do ânus. Entretanto,
quando ele é utilizado de forma prolongada, pode lesar nervos e acarretar
sensação de formigamento nos membros superiores e inferiores. Com a
suspensão do medicamento, esse efeito colateral desaparece, mas a
recorrência da doença de Chorn após a interrupção do metronidazol é comum.
A sulfasalazina e os medicamentos relacionados quimicamente a ela podem
suprimir a inflamação discreta, especialmente a do intestino grosso. Contudo,
essas drogas são menos eficazes nas exacerbações repentinas e graves. Os
corticosteróides (p. Ex., prednisona) podem reduzir de forma dramática a febre
e a diarréia, aliviam a dor e a sensibilidade abdominal e melhoram o apetite e
a sensação de bem estar. No entanto, a terapia prolongada com esses
medicamentos invariavelmente acarreta efeitos colaterais graves. Geralmente,
são administradas doses elevadas para aliviar a inflamação e os sintomas
importantes. Em seguida, a dose é reduzida gradativamente e o uso do
corticosteróide é interrompido assim que for possível. Os medicamentos que
alteram as ações do sistema imune (p. Ex., azatioprina e mercaptopurina) são
eficazes no tratamento da doença de Chorn não responsiva a outros
medicamentos e, sobretudo na manutenção de longos períodos de remissão.
Esses medicamentos melhoram bastante o estado geral do paciente, reduzem
a necessidade de corticosteróides e, freqüentemente, curam as fístulas. No
entanto, essas drogas comumente tornam se ineficazes após 3 a 6 meses e
25
Biomedicina – Unippodem produzir efeitos secundários potencialmente graves. Por essa razão, o
médico deve controlar rigorosamente o paciente que fizer uso, verificando a
ocorrência de alergias, inflamação do pâncreas (pancreatite) e redução da
contagem leucocitária. As fórmulas dietéticas específicas, nas quais cada
componente nutricional é medido com precisão, podem melhorar os quadros
de obstrução ou as fístulas intestinais, pelo menos por um curto período de
tempo. Além disso, elas também ajudam as crianças a ter um crescimento
adequado. Essas dietas podem ser tentadas antes ou juntamente com a
cirurgia. Ocasionalmente, os pacientes necessitam de nutrição parenteral total
ou de hiperalimentação, na qual nutrientes concentrados são administrados
através da via intravenosa para compensar a má absorção dos nutrientes
típica da doença de Chorn. Quando ocorre obstrução intestinal ou quando os
abscessos ou as fístulas não curam, a cirurgia pode ser necessária. A
remoção cirúrgica de áreas doentes do intestino pode aliviar os sintomas
indefinidamente, mas ela não cura a doença. A inflamação tende a recorrer na
área da junção (anastomose) do intestino remanescente. Uma segunda
cirurgia é necessária em quase 50% dos casos. Conseqüentemente, a cirurgia
é reservada somente para os casos que apresentam complicações
específicas ou de fracasso da terapia medicamentosa. Em geral, a maioria
dos indivíduos submetidos à cirurgia considera a sua qualidade de vida melhor
do que era antes da sua realização. Normalmente, a doença de Chorn não
encurta a vida do doente. Entretanto, alguns indivíduos morrem de câncer do
trato digestivo, que pode ocorrer na doença de Chorn de longa duração.
10. Recomendações nutricionais e dietéticas
O tratamento da Doença de Chorn é individualizado de acordo com as
manifestações da doença em cada paciente. Como não há cura, o objetivo do
tratamento é o controle dos sintomas e das complicações.
Não existe um padrão dietético para pacientes com Chorn, mas alguns
parâmetros nutricionais podem auxiliar os pacientes a evitar erros na dieta.
Doces e frutas em compota com alto grau de açúcar exacerbam a atividade da
doença em muitas pessoas. Pão branco, pão de forma e comidas altamente
condimentadas não fazem parte da dieta para pacientes com doença de
Chorn e deveriam ser substituídos por alimentos com alta quantidade de
26
Biomedicina – Unipfibras. Importantes fontes de fibra podem ser encontradas em pão integral e
em muitos tipos vegetais. As fibras vegetais auxiliam as funções intestinais.
Entretanto, nos casos de constrição intestinal (redução da luz intestinal ou
estenose); uma dieta pobre em fibras deve ser seguida.
Médicos e nutricionistas precisam estar atentos à possibilidade de má
nutrição, que pode ocorrer no ataque inflamatório ou mesmo no curso crônico
da doença.
Uma deficiência protéica pode ocorrer:
- Na presença de dieta desbalanceada ou quando o paciente se recusa a se
alimentar por causa do medo da dor.
- Segmentos inflamados do intestino falham na absorção adequada de
nutrientes.
- Secreções inflamatórias com alta quantidade protéica são excretadas
através do intestino.
- Aumento da excreção protéica por envolvimento renal.
Uma deficiência de ferro ocorre como resultado de perda sangüínea severa.
Entretanto, mesmo na fase crônica da doença pode ocorrer distúrbio na
utilização do ferro. Ele é um elemento muito importante na formação do
sangue e no transporte de oxigênio. Por essa razão a dosagem regular e
anual de ferro no sangue é necessária.
Devido à perda de fluídos propiciada pela diarréia, distúrbios do metabolismo
de água eletrólitos podem ocorrer. Estas perdas devem ser repostas pela
dieta e por líquidos contendo eletrólitos
No caso de haver constrições ou fístulas, use uma dieta com baixo teor de
resíduos (elementar) ou baixo teor de fibra, que seja rica em calorias, com
conteúdo elevado de proteína, de 1-1,5 g/Kg (especialmente proteínas de alto
valor biológico). Poderá ser útil a alimentação por sonda com acréscimo de
glutamina.
Uma dieta relativamente rica em gordura pode melhorar o equilíbrio
energético. Limite de ingestão de gordura apenas se estiver ocorrendo
esteatorréia. TCMs podem ser mais bem tolerados. Pode haver indicação de
ácidos graxos ômega-3.
27
Biomedicina – UnipReduzir a ingestão de lactose, se não houver tolerância. Verifique as
tolerâncias ou trigo e glúten.
É provável que a terapia antioxidante seja benéfica. Suplemente a dieta com
quantidades adequadas de vitamina C, D, E, B6 e B12, ferro, zinco, cobre,
cálcio, potássio, fosfato e magnésio. As vitaminas A e K devem ser
administradas em dias alternados.
Monitore cuidadosamente a evolução; os pacientes podem ficar enjoados.
Refeições pequenas e mais freqüentes podem ser mais bem toleradas. No
caso de ressecção superior a 200 cm, poderá ocorrer deficiência de selênio.
Monitore cuidadosamente.
10.1 Educação do paciente
Incentive o paciente a comer. Diminua seus temores associados
aos horários das refeições.
Evitar temperos e condimentos, caso sejam poucos tolerados.
Certificar se as fontes de potássio serão aumentadas durante o
período de diarréia.
Avaliar a tolerância de alimentos gelados. Instruir o paciente a
mastigar bem os alimentos e evitar a deglutição de ar
(aerofagia).
Discutir o papel das fibras, dos suplementos e da ingestão de
líquidos.
Fale sobre o cálcio e a vitamina D e seus papeis na
mineralização dos ossos; forneça fontes alternativas, quando
não puder ser utilizado o leite. A densidade óssea deve ser
monitorada anualmente.
O consumo de alimentos poderá ser útil a assistência ou
reavaliação periódica por um nutricionista.
Alimentação noturna por sonda tem se revelado útil para a
recuperação do peso ou para o crescimento.
28
Biomedicina – Unip
10.2 Dieta
Alimentos Permitidos - Doença de Chorn
- arroz;
- purês;
- carnes magras;
- legumes cozidos;
- ovo cozido;
- gelatina;
- banana maçã;
- maçã;
- chuchu;
- mandioquinha;
- batata;
- cenoura;
- abobrinha;
- espinafre, agrião;
- óleo de peixe, sardinha, atum, salmão.
** As refeições devem ser freqüentes e de pequeno volume.
Para obter as quantidades adequadas de cada um dos alimentos
citados, consulte seu (sua) nutricionista.
Alimentos Restringidos - Doença de Chorn
- feijão;
- verduras cruas;
- mamão, pêra, laranja, ameixa;
- leite, iogurte, queijos;
- mel;
- aveia;
- carne de porco, lingüiça, salsicha;
- carnes gordas, banha;
29
Biomedicina – Unip
- biscoitos amanteigados, doces folhados, chocolate;
- frituras, gratinados, preparações sauté, maionese;
- pratos prontos, industrializados;
- manteiga, margarina, creme de leite
10.3 O uso terapêutico de ácidos graxos
A doença de Chorn e a colite ulcerativa, tradicionalmente a doença é
tratada com antiinflamatórios, esteróides e não esteróides. Inúmeros
imunomoduladores, incluindo ácidos graxos, foram testados no
tratamento da doença aguda ou na manutenção de remição. AGCL na
doença de Chorn é mais controverso. Acreditava-se que ácidos
linoléico e, especialmente, araquidônico, deveriam ser contra indicados,
na terapia nutricional da doença ativa, uma vez que esses AG são
precursores de eicosanóides inflamatórios como LTB4, TxA2 e PGE2.
Porem, um estudo multicêntrico europeu comparou o uso de
pednisolona e duas dietas enterais poliméricas (dadas como fonte
exclusiva de nutrição) diferentes apenas na fonte lipídica (80% de acido
oléico ou 50% de acido linoico) em 62 pacientes com DC ativa. Os
resultados mostraram taxa de remissão de 79% com uso de
prednisolona, em 63% com dieta rica em ácido linoléico e apenas 27%
com a dieta rica em ácido oléico. Esse trabalho, embora surpreendente
quanto aos benefícios de Al, ressalta a importância da fonte de AG na
evolução da doença. Uso do TCM (triglicerídeos de cadeia alimentar)
em DII também foi investigado. Na maioria dos resultados o TCM, não
induziu efeitos negativos na evolução da doença, sugerindo que esses
lipídeos podem ser utilizados na terapia nutricional.
30
Biomedicina – Unip
Capitulo IV
Colite ulcerativa
1. Introdução
A colite ulcerativa é uma doença inflamatória intestinal de patogenia
multifatorial (envolvendo disfunção imunológica, fatores ambientais e
genéticos) geralmente limitada ao reto e ao cólon (retocolite), podendo afetar
o apêndice cecal e o íleo terminal se envolver o cólon inteiro e jamais afeta o
intestino delgado. Dessa maneira os pacientes podem ser classificados como
tendo a doença limitada ao reto (proctite), quando afeta até a porção média do
sigmóide (proctossigmoidite), com envolvimento do cólon descendente até o
reto (colite esquerda) e envolvimento de porções proximais à flexura esplênica
(pancolite). A resposta inflamatória fica em grande parte confinada à mucosa e
submucosa, exceto em casos mais graves.
2. Etiologia
A causa infecciosa da colite ulcerativa pode ser invalidada devido a menor
incidência nos países subdesenvolvidos onde era de se esperar uma maior
incidência das doenças de natureza infecciosa. A favor dessa não infecção
tem o fato da colite ulcerativa não ser uma doença contagiosa.
O fator genético por outro lado, deve ser valorizado. Há uma incidência
familiar na colite ulcerativa maior que na população em geral. . Essa
incidência aumenta de 5 para 10% entre parentes dos pacientes e é
significativamente acentuada entre gêmeos homozigóticos.
31
Biomedicina – UnipPesquisas recentes tentam explicar a participação do sistema imunológico na
ocorrência da colite ulcerativa. Não há dúvida de que, muitas vezes, pode se
observar algum distúrbio da imunidade no paciente com colite Ulcerativa,
demonstráveis em exames de laboratório, como por exemplo, a síntese e
secreção de imunoglobulinas, especialmente a IGA.
Outras investigações interessantes sobre as causas da colite Ulcerativa são
aquelas relativas ao papel dos distúrbios psiquiátricos como um possível fator
secundário agravante. Os elementos causais de origem psicológica foram
destacados no final da década de 40. O estresse é, de fato, desencadeador
dos ataques de colite Ulcerativa, porém, observa-se que tais ataques ocorrem
em situações onde não se detecta o estresse. Portanto, tem sido um
consenso, os fatores emocionais devem ser vistos como fortes elementos
contribuidores e precipitadores da melhor ou da pior fase da doença, mesmo
que não possam ser considerados agentes diretamente causadores.
3. Morfologia
A colite ulcerativa afeta o reto e se estende em sentido proximal, de maneira
retrograda, de forma a envolver o cólon inteiro (“pancolite”) nos casos mais
graves, é uma doença contínua. Em 10 % dos pacientes com grave pancolite
o íleo distal pode desenvolver inflamação da mucosa (ileíte retrógrada). Isso
provavelmente ocorre devido à incompetência da válvula ileocecal, resultando
em refluxo do material inflamatório a partir do cólon. O apêndice cecal pode
ser afetado.
Durante o desenvolvimento da lesão do cólon pela colite ulcerativa, a mucosa
pode exibir discreta granulação associada à vermelhidão, friabilidade e
sangramento. Após o desenvolvimento total da inflamação intensa e ativa,
pode surgir extensa ulceração na mucosa do cólon distal ou em toda a
extensão do cólon. Ilhotas isoladas de mucosa em regeneração fazem
protrusão entre as áreas lesadas, criando pseudopólipos.
A colite ulcerativa ativa se caracteriza por neutrófilos na mucosa e na
submucosa e por aglomerados de neutrófilos nos lumens criptais (abscessos
de cripta). Ocorre depleção do muco, edema de mucosa e congestão vascular
acompanhada de hemorragia focal. Além dos sinais de atividade aguda,
32
Biomedicina – Uniptambém há sinais de cronicidade com agregados de linfócitos, plasmócitos,
mastócitos e eosinófilos na lâmina própria.
Freqüentemente, as bases das margens de úlceras adjacentes se
interconectam, criando túneis cobertos por delicadas pontes de mucosa. As
ulceras costumam seguir o longo do eixo do cólon, mas raramente produzem
aspecto tortuoso e linear. Na doença crônica arrastada ou após uma
cicatrização da doença ativa, a atrofia progressiva da mucosa leva ao
achatamento e ao apagamento das pregas da superfície da mucosa.
Nos casos mais graves de colite ulcerativa a lesão à camada muscular e aos
plexos neurais leva ao total impedimento da função neuromuscular. Nestas
circunstancias, o cólon dilata-se progressivamente e se torna gangrenoso
(megacólon tóxico).
As alterações da mucosa na colite ulcerativa: inflamação, lesão crônica da
mucosa e ulceração. Primeiro, um infiltrado inflamatório difuso,
predominantemente mononuclear, infiltra a lâmina própria de forma ampla,
mesmo no inicio do quadro clínico. A infiltração neutrofílica na camada epitelial
pode produzir grupamentos de neutrófilos na luz das criptas (abscessos em
criptas – originados na profundidade das glândulas (criptas), destroem o
epitélio glandular, afloram na superfície e penetram na submucosa causando
lesões subminadas (mais largas na profundidade que na superfície). Vão
destruindo a submucosa adjacente e levantando a mucosa o que leva a
formação dos pseudopólipos. Às vezes as lesões formam túneis pela
submucosa), estes não são específicos da colite ulcerativa, podendo ocorrer
em qualquer colite inflamatória ativa. Na colite ulcerativa não existem
granulomas, embora a ruptura dos abscessos das criptas possa causar uma
reação do tipo corpo estranho na lamina própria. Segundo, a destruição
posterior da mucosa leva à ulceração imediata, que se estende à submucosa,
ás vezes deixando exposta a camada muscular. Terceiro, com a remissão da
doença ativa, o tecido de granulação preenche as crateras das ulceras, sendo
seguido de regeneração do epitélio mucoso. A fibrose na submucosa, a
desorganização da arquitetura mucosa e a atrofia permanecem como sinais
da doença cicatrizada.
Um achado típico da colite ulcerativa é a lesão contínua que se estende a
partir do reto, em sentido proximal. Na colite ulcerativa arrastada,
33
Biomedicina – Unipespecialmente na doença tratada na qual a inflamação neutrofílica ativa não
está presente, a mucosa pode parecer praticamente normal à microscopia.
Isto não exclui o risco de displasia.
Particularmente significativo na colite ulcerativa é o espectro de alterações
epiteliais relacionadas com o desenvolvimento de displasia e a progressão
para carcinoma franco. A atipia nuclear e a perda da diferenciação
citoplasmática podem existir na mucosa colônica não inflamada e na
inflamada. A displasia epitelial é classificada como sendo de baixo grau
(alterações estão confinadas à porção basal das criptas epiteliais) ou de alto
grau (as alterações são mais intensa e freqüentemente se estendem além da
porção basal do epitélio), os achados citológicos são fundamentais na
avaliação da displasia. A distinção entre alterações regenerativas e displasia
pode ser difícil ou mesmo impossível.
As agudizações são classificadas em três categorias:
Leve – com menos de 3 evacuações, com ou sem sangue, sem
comprometimento sistêmico e com velocidade de sedimentação globular
normal;
Moderada – mais de 4 evacuações por dia com mínimo de comprometimento
sistêmico;
Grave - mais de 6 evacuações por dia com sangue e com evidência de
comprometimentos sistêmicos, tais como febre, taquicardia, anemia e
velocidade de sedimentação globular acima de 30. Casos com suspeita de
megacólon tóxico também devem ser considerados graves.
4. Manifestações clínicas
A colite ulcerativa típica é uma doença recidivante, marcada por como surtos
de diarréia com muco e sangue, que persiste por dias, semanas ou meses;
em seguida, melhora para recidivar após um intervalo assintomático de
meses, anos ou mesmo décadas. Alguns pacientes têm a sorte de terem uma
única crise. Por outro lado, a doença pode se iniciar com um surto inicial grave
associado a uma hemorragia tão intensa, com distúrbio tão grave dos líquidos
e eletrolíticos, que pode se tornar uma emergência médica. Na maioria dos
pacientes, o primeiro sinal da doença é uma diarréia sanguinolenta com muco
34
Biomedicina – Unipespesso, acompanhada de dor abdominal baixa e espasmos que geralmente
melhoram após a defecação. Paradoxalmente, em um pequeno numero de
pacientes pode ocorrer constipação por interrupção de peristalse normal.
Freqüentemente, a primeira crise é precedida por um período estressante na
vida do paciente. Geralmente, após tratamento adequado, mas às vezes
espontaneamente, os sintomas somem após dias ou semanas. Crises
associadas à intensa congestão mucosa podem ser deflagradas por intenso
estresse físico e emocional e raramente por crescimento luminal concomitante
do C.difficile (formador de enterotoxinas). A parada brusca da função intestinal
com dilatação tóxica (megacólon tóxico) raramente está associada a intensas
crises agudas; a perfuração é uma possível complicação letal.
O prognóstico dos pacientes com colite ulcerativa depende de dois fatores: (1)
da gravidade da doença ativa e (2) da sua duração.
4.1 Colite ulcerativa leve
É a forma mais comum da doença e acomete cerca de 60% dos
pacientes. A idade, a predileção sexual e a incidência familiar são
idênticas na doença leve e nas outras formas.
Às vezes complicações extra-intestinais como doenças articulares e
dermatológicas são as principais queixas do paciente em vez de
diarréia ou sangramento retal. Nem a diarréia e nem o sangramento
colonico e nem a diarréia são intensos na colite ulcerativa leve, e não
há sinais e sintomas sistêmicos.
A mortalidade imediata da colite ulcerativa leve é quase nula.
4.2 Colite ulcerativa moderada
Atinge 25% de todos os pacientes com a doença. A diarréia é um
sintoma importante, em contraste com o que ocorre na categoria leve.
As evacuações nesse caso freqüentes de 4 a 5 ao dia e as fezes são
moles e quase sempre contêm sangue. A dor abdominal em cólica
acontece no quadrante inferior esquerdo e geralmente as cólicas são
aliviadas pela defecação.
35
Biomedicina – Unip
Muitos dos pacientes com a doença moderada têm febre intermitente
de 37,8 a 38,3º C. O paciente se cansa facilmente e não consegue
exercer suas atividades diárias corretamente.
4.3 Colite ulcerativa grave ou fulminante
Essa é a forma menos comum, afeta cerca de 15% de todos os
pacientes com a doença. Os pacientes costumam ter sintomas iniciais
relativamente súbitos, que em pouco tempo progridem para um ponto
no qual o paciente este perigosamente enfermo. A diarréia é profusa e
o sangramento retal constante. A febre é alta, de 38,3 a 39,4º C ou
mais, podendo ocorrer em picos ou continuamente.
O apetite e o peso são perdidos rapidamente. A fraqueza é profunda e
a palidez acentuada. O paciente está agudamente enfermo, febril,
desidratado e bastante fraco. O paciente com a colite grave permanece
o mais refratário e a morte por um episódio agudo quase sempre
decorre da doença nesse grau de atividade.
4.4 Colite ulcerativa na gravidez
As mulheres com colite parecem ser normalmente férteis, de 80 a 90%
foram capazes de conceber, uma taxa semelhante a da população em
geral.
No homem o que pode fazer efeito são as dozes de remédio
terapêutico como a sulfasalazina que pode causar oligospermia, e
baixa mobilidade dos espermatozóides, porém, semanas após a
suspensão do uso, a produção de espermatozóides volta ao normal.
O que ocorre com gestantes quando tem colite é que ela não pode
fazer uso de certos medicamentos e uma colonoscopia, por exemplo,
que é um exame diagnostico, não poderá ser realizada se os riscos
forem considerados maiores que os potenciais benéficos do exame. Em
mulheres que amamentam e se submeteram ao exame recomenda-se
que o leite seja retirado completamente por bombinha após 4 a 6 horas
da realização do exame e descartado devido talvez ao uso de sedativos
36
Biomedicina – Unip
e/ou analgésicos que ajudam a relaxar e a tolerar o desconforto
proporcionado pelo exame. Depois disso a amamentação pode ser
realizada sem riscos ao bebê.
4.5 Colite ulcerativa no idoso
A colite em pacientes idosos é um pouco mais grave mais em geral os
sintomas, a evolução clinica e a resposta ao tratamento é semelhante
aos de pacientes jovens. A diferença é que pacientes idosos se
queixam de constipação, em vez de diarréia, porque o espasmo retal
impede a eliminação das fezes.
5. Diagnóstico
O diagnostico preciso é o mais importante para que o paciente possa receber
o tratamento mais apropriado.
Se os sintomas forem bem leves o médico deve solicitar uma amostra das
fezes, que será analisada para excluir uma possível infecção e análises de
sangue para detectar uma possível anemia. Outros exames também poderão
ser feitos:
5.1 Sigmoidoscopia
É exame radiológico realizado com um sigmoidoscópio (uma sonda fina
e flexível com cerca de 50 cm de comprimento e com uma câmera de
vídeo na ponta), que permite a visualização da parte inicial do interior
do intestino grosso (reto e sigmóide). Este aparelho esta equipado com
material para fazer biopsia durante o exame se for necessário.
5.2 Colonoscopia
37
Biomedicina – Unip
É um exame que permite ao médico examinar a mucosa do cólon
(intestino grosso). Isso é realizado inserindo um tubo flexível da
espessura de um dedo no ânus e avançando com ele lentamente
através do reto e cólon. O cólon deve estar completamente limpo para
que a colonoscopia seja realizada com sucesso, costuma-se realizar
uma lavagem intestinal antes do exame.
5.3 Enema opaco
O objetivo do enema opaco é estudar radiologicamente a forma e a
função do intestino grosso, bem como detectar quaisquer condições
anormais. Os exames uni e bi-contrastados com sulfato de bário são
métodos habituais no estudo dos cólons. Com procedimentos
fluoroscópicos e radiográficos combinados, o contraste é introduzido
pelo reto e acompanhado por fluoroscopia. A limpeza do cólon é de
suma importância no enema opaco, entre os esquemas que funcionam
melhor, inclui-se o uso de laxativo com grande quantidade de liquido
por via oral funcionando com uma lavagem.
5.4 Ressonância magnética
O scanner para ressonância magnética cria um campo magnético em
volta do paciente e, em seguida, emite ondas de rádio sobre os tecidos
em questão. A ressonância magnética proporciona imagens detalhadas
dos tecidos moles sem a obstrução de ossos sobrepostos. O exame é
usado para esclarecer achados de tomografias computadorizadas ou
raios X anteriores, ou pode ser recomendado quando a área a ser
examinada estiver obstruída por ossos ou corpos estranhos. A RM
pode mostrar uma área ampla do abdome sob vários planos. Ela pode
refletir determinadas funções orgânicas, mostrando claramente
linfonodos e vasos sangüíneos. Trata-se de um procedimento não-
invasivo capaz de avaliar o fluxo sangüíneo.
38
Biomedicina – Unip
5.5 Ultrassonografia
A ultra-sonografia pode ajudar muito na identificação de abscessos e
do espessamento da parede intestinal que acompanha a doença
inflamatória. Por vezes, a ultra-sonografia também revela massas
abdominais não-palpáveis. Com freqüência, a ultra-sonografia não é útil
para detectar as lesões intraluminais comuns em virtude do gás
colônico.
5.6 Tomografia computadorizada
É um exame complementar de diagnóstico por imagem, que consiste
numa imagem que representa uma secção ou "fatia" do corpo. É obtida
através do processamento por computador de informação recolhida
após expor o corpo a uma sucessão de raios-X.
A principal vantagem da TC é que permite o estudo de "fatias" ou
secções transversais do corpo humano vivo, ao contrário do que é dado
pela radiologia convencional, que consiste na representação de todas
as estruturas do corpo sobrepostas. É assim obtida uma imagem em
que a percepção espacial é mais nítida. Outra vantagem consiste na
maior distinção entre dois tecidos. A TC permite distinguir diferenças de
densidade da ordem 0,5% entre tecidos, ao passo que na radiologia
convencional este limiar situa-se nos 5%. Desta forma, é possível a
detecção ou o estudo de anomalias que não seriam visualizadas em
radiografias comuns, ou através de métodos invasivos, sendo assim um
exame complementar de diagnóstico de grande valor
6. Tratamento
Não existe tratamento que cure a colite ulcerativa, mas o tratamento melhora
os sintomas.
39
Biomedicina – UnipA nutrição parenteral total (NPT ou hiperalimetação parenteral) seria uma
medida coadjuvante valiosa no tratamento de pacientes com colite ulcerativa.
O estado catabólico, a ingestão de nutrientes diminuída, as perdas excessivas
de líquidos, eletrólitos, proteínas e sangue nas fezes diarréicas contribuem
para a intensa debilitação de muitos pacientes com colite ulcerativa ativa. A
restauração de um balanço de nitrogênio positivo, reidratação e ingestão
calórica adequada são difíceis de alcançar em muitos pacientes com doença
moderadamente intensa ou intensa, a despeito do uso de uma dieta oral pobre
em resíduos e suplementação com líquidos intravenosos periféricos. É
evidente que os pacientes com doença ativa melhoram subjetiva e
objetivamente enquanto mantidos sob hiperalimentação.
Alguns medicamentos usados são:
Aminossalicilato – escolha farmacológica inicial quando o paciente apresenta
colite de atividade leve a moderada e com extensão proximal ao cólon
sigmóide. Suas propriedades são semelhantes ao do grupo das aspirinas
(AINEs). Efeitos úteis: diminuição da inflamação, remissão da doença,
retardação da progressão, diminuição da probabilidade de episodio agudo.
Prednisona – para pacientes com doença mais ativa, pacientes em que são
desejáveis umas respostas mais rápidas ou pacientes que não responderam
ao tratamento de aminossalicilatos. É uma droga corticóide que tem um efeito
de glucocorticóide (como o cortisol controla o metabolismo dos carboidratos,
gordura e proteínas e são antiinflamatórios por prevenirem a liberação de
fosfolipídio, diminuindo a ação dos eosinófilos e diversos outros mecanismos).
Prednisona é uma droga que é convertida pelo fígado em prednisolona que é
a droga ativa e também um esteróide. É particularmente efetiva como uma
imunossupressante e afeta tudo do sistema imune então, pode ser usado em
doenças auto-imunes, doenças inflamatórias, várias doenças renais e na
prevenção e tratamento de rejeição em transplante de orgãos,
Corticosteróides - é o nome dado a um grupo de hormonas esteróides
produzidas pelas glândulas supra-renais, ou a derivados sintéticos destas. Os
40
Biomedicina – Unipcorticosteróides possuem diversas ações importantes no corpo humano,
possuindo um papel de relevo no balanço eletrolítico (equilíbrio de íons e
água), e na regulação do metabolismo.
Sulfasalazina – é um antiinflamatório ganstrintestinal que é pouco absorvido.
No intestino é transformado em sulfapiridina e masalazina. Sua ação se dá
pela atividade antibacteriana da sulfapiridina e da atividade antiinflamatória da
mesalazina.
Quando os medicamentos não fazem mais efeito, a cirurgia é recomendada.
Os pacientes submetidos a cirurgia, na maioria das vezes, são curados da
doença. Alguns tipos de cirurgia sao:
Ressecção – é um procedimento cirúrgico que envolve a retirada da porção
afetada junto com duas extremidades saudáveis. É realizada quando o
intestino apresenta estenose (obstrução parcial ou total devido a inflamação)
longa ou proxima uma da outra.
Colectomia – consiste na ressecção cirúrgica de uma parte ou da totalidade
do intestino grosso (cólon), porém o reto é preservado. Sendo assim é
possivel ligar a parte final do intestino delgado (chamada íleo) ao reto,
permitindo que o paciente continue eliminando o material fecal através do
ânus.
Proctocolectomia - um procedimento que envolve a remoção do cólon e do
reto, o que é feito juntamente com uma Ileostomia. A Ileostomia - feita após a
proctocolectomia – consiste em levar a parte final do intestino delgado (íleo)
até a parede abdominal, através de uma abertura, permitindo a drenagem do
material fecal para fora do corpo. A abertura, chamada estoma, fica na parte
inferior direita do abdômen, próxima à cintura. Uma bolsa externa deve ser
usada sobre a abertura para coletar os dejetos, e devem ser esvaziadas
várias vezes ao dia.
7. Manifestações extra-intestinais
41
Biomedicina – UnipAté 33% dos pacientes com doença inflamatória intestinal podem apresentar
manifestações extra–intestinais que podem ser mais problemáticas que a
doença intestinal. . As manifestações extra–intestinais podem ser divididas em
2 grupos principais: (1) aquelas cuja atividade clínica acompanha a atividade
da doença intestinal; e (2) as cuja atividade clínica não esta relacionada à
atividade clínica da doença intestinal. As mais comuns são:
7.1 Artrite colítica
É uma artrite migratória que afeta joelhos, quadris, tornozelos, pulsos e
cotovelos que acompanha o curso da doença intestinal e o tratamento
bem sucedido resulta em melhora da artrite.
7.2 Espondilite anquilosante
Apresentam-se com rigidez maternal, dores lombares e postura
encurvada; pode ser inexoravelmente progressiva e incapacitante.
7.3 Sacroileíte
É uma inflamação da articulação situada entre o sacro e o ilíaco, ocorre
juntamente com a espondilite anquilosante, mas é observada mais
freqüentemente como entidade isolada. 15% dos pacientes têm
radiografia consistente com sacroileíte, mas a maioria é assintomática.
8. Complicações
As complicações hepáticas que ocorrem na colite ulcerativa é a complicação
do trato biliar chamada de colangite esclerosante que é caracterizada pela
inflamação fibrosante dos ductos biliares intra e extra-hepáticos, ocorre em 1 a
4% dos pacientes. A colangite esclerosante é uma das indicações mais
comuns para transplante de fígado em adultos.
42
Biomedicina – UnipA complicação dérmica mais comum é a piodermatite gangrenosa que quase
sempre ocorrem durante um episódio de colite aguda, sendo comum seu
desaparecimento com o controle da colite por corticosteróides orais ou
intradérmicos.
8.1 Pseudopólipos
Ocorrem em 15 a 20 % dos pacientes com colite ulcerativa.
Constituem-se de mucosa e parte da submucosa descoladas da
camada muscular pelo processo inflamatório supurativo e necrosante.
Na fase ativa da doença, apresentam glândulas pobres em células
caliciformes. A superfície pode estar erosada. Há tecido de granulação,
com vasos congestos e infiltrado crônico inespecífico exuberante. O
termo 'pseudopólipo' visa diferenciar estas lesões dos pólipos
verdadeiros do cólon, que são hiperplasias ou neoplasias.
8.2 Doença Perianal
Inclui hemorróidas (encontradas em 20% dos pacientes), fissuras anais
(4 a 6%) e prolapso retal (2%). Essas lesões freqüentemente aparecem
durante episódios de colite ativa quando a diarréia é proeminente. A
doença perianal costuma responder prontamente a medidas
antiinflamatórias locais e ao controle da colite.
8.3 Abscessos
Os abscessos (uma coleção cheia de pus proveniente de uma infecção)
e fístulas (é um túnel anômalo que pode ir de um abscesso a um órgão
oco, como os intestinos. Uma fístula pode também ligar duas alças
próximas do intestino, ligar o intestino à bexiga, vagina, pele ou outro
órgão). As fistulas são inicialmente tratadas com medicação, mas a
cirurgia pode ser necessária se a fístula estiver provocando sintomas
que não respondem a medicações. O procedimento cirúrgico é uma
ressecção do intestino afetado e uma anastomose. Um abscesso deve
ser drenado. Isto pode ser feito com uma agulha inserida através da
pele, que é conduzida até a área onde se localiza o abscesso, com a
ajuda do ultra-som ou uma tomografia computadorizada. Em muitos
43
Biomedicina – Unip
casos, a cirurgia é necessária para drenar o abscesso ou fazer uma
ressecção.
8.4 Megacólon Tóxico
A dilatação aguda do cólon associada à toxemia é provavelmente a
complicação mais grave e ameaçadora. Embora geralmente ocorra na
quarta década de vida, o megacólon tóxico pode aparecer em qualquer
idade. Pode ser a primeira manifestação da colite ulcerativa ou
desenvolver-se no curso de uma doença crônica.
A patogênese do megacólon tóxico não é bem compreendida. O exame
histológico de cólons removidos à cirurgia ou necropsia de pacientes
acometidos mostra ulceração extensa e profunda e inflamação aguda
envolvendo todas as túnicas musculares, amiúde com extensão do
processo inflamatório até a serosa. Supostamente, a presença de
inflamação difusa envolvendo todas as túnicas do cólon no megacólon
tóxico responsável pela toxemia (febre, taquicardia, dor e
hipersensibilidade abdominais, leucocitose) e pela aparente perda do
tônus muscular colônico, resultando em dilatação do cólon. Encontram-
se evidências de inflamação em pequenas arteríolas (vasculite) e nos
plexos nervosos mesentério e submucoso, entretanto, esses achados
são variáveis e, provavelmente, a vasculite e a inflamação e destruição
do plexo mesentérico e submucoso são fenômenos secundários. Além
da inflamação e destruição difusa da musculatura colônica, acredita-se
que outros fatores que tendem a promover pressões intraluminais altas
ou redução do tônus muscular colônico contribuem para a dilatação do
cólon, estes incluem aerofagia, uso excessivo de opiáceos ou
anticolinérgicos e hipocalemia.
8.5 Perfuração colônica
A grande maioria das perfurações colônicas complicando a colite
ulcerativa aparecem associadas ao megacólon tóxico, apenas uma
pequena percentagem de pacientes com colite ulcerativa
moderadamente grave ou grave sofre perfuração o que não é vista na
44
Biomedicina – Unip
doença leve. Cerca de três quartos das perfurações ocorrem em
situação de megacólon tóxico e foram algumas vezes múltiplas e
predominantemente no cólon transverso, incluindo as flexuras
hepáticas e esplênicas. Por razões obscuras, o risco de perfuração
parece ser maior no episódio intenso inicial de colite ulcerativa. Na
colite ulcerativa grave, o processo inflamatório colônico às vezes
estende-se profundamente na parede do cólon, assim como no
megacólon tóxico. Contudo, à diferença deste, uma extensão
transmural generalizada é incomum na maioria dos pacientes com
intensa; quando presente está algumas vezes restrita a um ponto ao
invés de estender-se ao longo de grandes segmentos do cólon.
Supostamente, a perfuração do cólon na colite intensa origina-se desse
ponto de envolvimento transmural. A freqüência de perfuração na
doença grave após um clister opaco (é um exame que utiliza técnicas
de raios-X e um meio de contraste (o bário), colocado no cólon através
do ânus, para tornar a parede do intestino e do reto mais visível através
da radiação) ou colonoscopia não esta bem documentada, mas a
prudência determina que esses exames sejam adiados até que o
paciente tenha se recuperado do episódio intenso. A perfuração é
facilmente diagnosticada ou fortemente suspeita em muitos pacientes
com colite. Uma deterioração súbita com dor abdominal intensificada,
taquicardia, febre, aumento do perímetro abdominal e dor à palpação
direta e à descompressão súbita sugerem perfuração. Sem duvida, o
diagnóstico de perfuração ou mesmo de uma perfuração fortemente
suspeita acarreta laparotomia (uma manobra cirúrgica que envolve uma
incisão através da parede abdominal para aceder à cavidade
abdominal. Dependendo do local da incisão, pode-se ter acesso a todo
um órgão ou ao espaço abdominal). A taxa de mortalidade em
pacientes com perfuração colônica è altíssima, a perfuração é
responsável por cerca de um terço de todas as mortes diretamente
relacionadas à colite ulcerativa.
9. Recomendações nutricionais e dietéticas
45
Biomedicina – UnipO AGCC é candidatos naturais para suplementação lipídica, por serem
precursores de eicosanóides antiinflamatórios. Alguns resultados mostram que
o óleo de peixe, dado isoladamente ou em associação com outro programa de
suporte nutricional, pode ser mais benéfico que arginina e glutamina. Estudos
clínicos feitos em pacientes com exacerbação em colite ulcerativa mostraram
redução nos índices de atividade da doença com o uso de óleo de peixe,
comparado com outras fontes de gordura. Por outro lado, quando a remissão
foi avaliada, vários estudos mostraram resultados conflitantes de ômega3 na
doença ativa ou na manutenção da remissão. Um interessante estudo italiano
foi conduzido para testar formulações lipídicas especificas na manutenção da
remissão. A formulação teste continha 1,8g de EPA e 0,9g de DHA, enquanto
a formulação controle era feita de uma mistura de TCM. Os resultados
mostraram que 59% dos pacientes com a formulação teste rica em EPA e
DHA mantiveram-se em remissão após um ano de suplementação, contra
apenas 26% no grupo de controle. Por outro lado, os estudos clínicos
randomizados falharam em mostrar um maior tempo de remissão com AG
ômega 3.
Em relação ao AGCC, durante as ultimas décadas, vários estudos
experimentais investigaram seus efeitos no cólon de diferentes espécies
animais, mostrando inúmeros benefícios com a suplementação principalmente
do AGCC de 4 carbonos butirato. Estudos clínicos com a administração de
butirato estão sendo conduzidos, com resultados promissores. Em um deles, o
tratamento com enemas de butirato de sódio, melhorou os parâmetros
clínicos, endoscópicos e histológicos da CU após 4 a 8 semanas de
tratamento. Essa melhora foi associada à redução da inflamação e dos
macrógafos na área da lesão, provavelmente devido aos efeitos no fator de
transcrição NF-kB de macrógafos na lâmina própria. O butirato em CU tem
ganhado cada vez mais atenção, teoricamente a redução do fator de
transcrição NF-kB reduziria a inflamação característica da doença, mas a
eficácia clinica ainda carece de comprovação.
O principal fator limitante do uso de butirato é a sua administração via retal
(como enemas). A administração oral em uma formulação que impeça a
absorção no intestino delgado é potencialmente útil. Porem o odor e sabor
característico do butirato é de difícil aceitação. O uso oral da tributirina,
46
Biomedicina – Uniptriacilglicerol contendo três butiratos, já foi testado. Os resultados mostram
redução da irritação e toxidade que são conseqüentes da ingestão de
butirato ou da ingestão concomitante de sódio. Porem, a meia vida
plasmática da tributirina é curta desaparecendo 5 horas após a ingestão.
Assim, embora exista potencial terapêutico para a tributirina, são necessárias
varias doses diárias para manutenção de níveis de plasmáticos e eficazes.
ANEXOS
- Tabelas
Comparison of the Pathological Features in the Colon of Chron Disease and Ulcerative Colitis
CHORN ULCERATIVELESION DISEASE COLITISMACROSCOPICThickened bowel wall Typical UncommonLuminal narrowing Typical Uncommon‘Skip’ lesions Common AbsentRight colon predominance Typical AbsentFissures and fistulas Common AbsentCircumscribed ulcers Common AbsentConfluent linear ulcers Common AbsentPeudopolyps Absent Common
MICROSCOPICTransmural inflammation Typical UncommonSubmucosal Fibrosis Typical AbsentFissures Typical RareGranulomas Common AbsentCrypt Abscesses Uncommon Typical
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Biomedicina – Unip
- Artigos científicos.
- Lista de ilustrações
Capitulo I – 1.
48
Biomedicina – Unip
Figura 1- Sistema Digestório
Capitulo I – 2.
Figura 2- Cavidade oral
Capitulo I – 3.
49
Biomedicina – Unip
Figura 3 – Esôfago
Capitulo I – 4.
Figura 4 – Estômago
50
Biomedicina – UnipCapitulo I – 5.
Figura 5 – Intestino Delgado
Capitulo I – 6.
Figura 6 – Intestino grosso
51
Biomedicina – Unip
Capitulo III – 5.3
Figura 1 – Microscopia granuloma comum na doença de Chorn
Referência: www.medicinageriatrica.com.br/page/73/?p=hmlyykjl
Capitulo III – 5.3.1
Figura 2 – Colón com ulcera serpiginosa
52
Biomedicina – Unip
Capitulo III – 5.3.2
Figura 3 - Estenose da anastomose íleo-cólica
Capitulo III – 5.3.3
Figura 4 – Fístula perianal
Referência: www.sbcp.org.br/revista/nbr253/P241_248.htm
53
Biomedicina – Unip
Capitulo III – 8.1
Figura 5 – Estenose (espessamento da parede)
Referência: www.saude.rio.rj.gov.br/servidor/media/crohn.pdf
Capitulo III – 8.2
Figura 6 – Fístula (trânsito do intestino delgado)
Referência: www.saude.rio.rj.gov.br/servidor/media/crohn.pdf
54
Biomedicina – Unip
Capitulo IV – 3.
Figura 1 - Abscessos da cripta e depleção de células caliciformes.
Referência: http://library.med.utah.edu/WebPath/GIHTML/GI184.html
Capitulo IV – 3.
Figura 2 - Pseudopólipos na colite ulcerativa
Referência: http://anatpat.unicamp.br/lamtgi5.html
55
Biomedicina – Unip
Capitulo IV – 5.2
Figura 3 - Ulcerações na colite ulcerativa
Referencia: www.iged.com.br/index.php?sec=Servicos&id=6
Capitulo IV – 8.4
Figura 4 – Megacólon tóxico
Referência: http://www.pathology.pitt.edu/lectures/gi/colon-a/10.htm
Figura 4 – Megacólon tóxico
56
Biomedicina – Unip
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LIVROS
CONTRAN/KUMAR/COLLINS, Robbins Patologia Estrutural e Funcional. 6ª
edição, Ed.GUANABARA KOOGAN.
F. CINTRA, P.; RAMOS, Jairo.; VALLE, j. Ribeiro, Atualização Terapêutica.23ª
edição, Ed. ARTES MÉDICAS Ltda. 2007.
GOLDMAN AUSIELO. Tratado de Medicina Interna/Tradução. 22ª edição,
Ed.SAUNDERS Elsevier Ltda. 2005.
MAGNONI,Daniel; CUKIER, Celso; Perguntas e Respostas em Nutrição
Clínica. 2ª edição. Ed. ROCA. 2005.
MOREIRA, Emilia A.M; CHIARELLO, Paula G.; Nutrição e Metabolismo;
Atenção nutricional, abordagem dietoterápica em adultos. Ed. GUANABARA
KOOGAN. 2008.
ROBIN,Emanuel;FARBER, John L.; Pathology. Third Edition. Ed.Lippincott-
raven.
SYLVIA ESCOTT-STUNP, MA, RD, LDN. Nutrição Relacionada ao
Diagnóstico e Tratamento. 5ª edição. Ed. Manole.’
SCHIMIDT,Guenter; Atlas de diagnóstico diferencial em ultrassonografia. Ed.
GUANABARA KOOGAN.
SITES
Disponível em: http://www.nutricaoativa.com.br. Acesso em: 25 de março de
2010.
Disponível em: http://www.abcd.org.br/coliteasp. Acesso em: 25 de março de
2010.
Disponível em: http://www.gastronet.com.br. Acesso em 30 de março de 2010.
Disponível em: http://www.angelfire.com. Acesso em 30 de março de 2010.
57
Biomedicina – Unip
GLOSSÁRIO
Alexitinia – dificuldade em reconhecer e descrever as emoções, definindo-as em
termos de sensações somáticas, ou reações comportamentais.
Aminossalicilato – agente bacterioseatico contra o bacilo da tuberculose, utilizado
como auxiliar de extreptomicina.
Arginina – um dos aminoácidos que ocorrem entre os produtos de hidrolise na
proteína, particularmente abundante nas proteínas básicas tais como histonas e
protaminas, e que forma, com a lisina e a histamina, os grupos de aminoácidos
básicos denominados bases hexonicas ou aminoácidos de seis carbonos.
Atipia – irregularidade nos acessos de moléstias periódicas.
Azatioprima – empregado como citotoxicoe imunossupressor.
Abrupta – com grande inclinação declínio rápido, separação ou deslocamento.
Aerofagia – é engolir ar em excesso enquanto fala-se ou come-se. O ar no
estômago provoca gases dando uma sensação de estômago cheio e arrotos e
flatulências são freqüentes.
Butirato – sal ou ester do acido butírico.
Colangite – inflamação de um ducto biliar ou de toda a árvore biliar.
Creptus – liberação ruídos de gases no intestino
Eritema – vermelhidão inflamatória na pele.
Fístula – uma passagem anormal de um órgão oco para a superfície, ou de um órgão
para outro.
Glutamina – derivado por oxidação da prolina no fígado ou pela combinação do acido
glutâminico com amônia, está presente em proteínas no sangue e outros tecidos, e é
uma fonte importante de amônia urinaria sendo desdobrado no rim pela ação da
enzima glutaminase.
Pericolangite – inflamação dos tecidos ao redor dos ductos biliares.
Peristase – hiperemia peristáltica; fases de inatividade de vasoconstrição na
inflamação.
Aerofagia – é engolir ar em excesso enquanto fala-se ou come-se. O ar no estômago
provoca gases dando uma sensação de estômago cheio e arrotos e flatulências são
freqüentes.
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Biomedicina – Unip
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