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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAQUARA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL E
MEIO AMBIENTE
Laís Rigulin Milanez
Avaliação da Qualidade de Água de Abastecimento para o Município de
Passos-MG
ARARAQUARA
2014
1
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAQUARA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL E
MEIO AMBIENTE
Avaliação da Qualidade de Água de Abastecimento para o Município de
Passos-MG
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Desenvolvimento Regional e
Meio Ambiente, curso de Mestrado, do Centro
Universitário de Araraquara – UNIARA –
como parte dos requisitos para obtenção do
título de Mestre em Desenvolvimento
Regional e Meio Ambiente.
Área de Concentração: Dinâmica Regional e
Alternativas de Sustentabilidade.
Orientada: Laís Rigulin Milanez
Orientador: Profº. Dr. Denílson Teixeira
ARARAQUARA
2014
2
FICHA CATALOGRÁFICA
M584a Milanez, Laís Rigulin
Avaliação da qualidade de água de abastecimento para o município
De Passos-MG/Laís Rigulin Milanez. -- Araraquara: Centro
Universitário de Araraquara, 2014.
95f.
Dissertação (Mestrado)- Centro Universitário de Araraquara
Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Meio
Ambiente
Orientador: Prof. Dr. Denílson Teixeira
1.Recursos hídricos. 2. Estação de tratamento de água. CONAMA
357/2005. I. Título.
CDU 504.03
3
FOLHA DE APROVAÇÃO
4
A água de boa qualidade é como a saúde ou a liberdade: só tem valor quando acaba.
Guimarães Rosa
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, aos meus pais Ari Roberto Milanez e Odete Rigolin Milanez por
todo apoio, amor e carinho, ao meu marido Ricardo Luis Patrício pela paciência e pelo apoio.
Ao meu orientador, professor Dr. Denílson Teixeira, pela objetividade, colaborações e
sugestões. Por toda paciência e por todos os ensinamentos fundamentais que me
proporcionaram grande amadurecimento acadêmico.
À professora Dra. Odila Rigolin de Sá pela sua competência, paciência, dedicação e
sugestões para que este trabalho fosse realizado.
Ao Sistema de Abastecimento de Água e Esgoto de Passos – Minas Gerais, na pessoa
do Sr. José Mário Freire – Chefe da Estação de Tratamento de Água e Elevatórias, por ter
autorizado o fornecimento das análises de água bruta e tratada do município de Passos-MG.
Ao Laboratório de Hidrobiologia da FESP/UEMG – Minas Gerais, nas pessoas da
Sra. Professora Dra. Odila Rigolin de Sá, professor Norival França e Keyla Cristiane Pereira
por me auxiliarem na realização das análises das amostras de água.
Ao Douglas de Pádua Andrade por fornecer dados que auxiliaram de forma
significativa nas análises e conclusões dos resultados.
Ao Centro Universitário de Araraquara – UNIARA e à Secretaria do Mestrado em
Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente pela atenção, colaboração e por fornecer os
subsídios necessários para um ótimo desenvolvimento dos trabalhos relacionados.
Agradeço também aos amigos conquistados no decorrer deste curso, e aos professores,
pela dedicação, pelo incentivo e pela colaboração.
6
RESUMO
Além das graves questões sociais relacionadas com a água, tais como carência e desperdiço,
cabe destacar os problemas relacionados à poluição dos mananciais, principalmente em
decorrência do desenvolvimento agrícola e industrial, exigindo medidas tecnológicas
apropriadas ao tratamento da água destinada ao consumo humano. O presente estudo tem
como objetivo avaliar a qualidade da água bruta captada pela Estação de Tratamento de Água
(ETA) da cidade de Passos-MG e verificar a eficiência do tratamento. Para tanto, o trabalho
foi realizado no período de janeiro a dezembro de 2012. As amostras de água bruta foram
coletadas do Ribeirão Bocaina, principal recurso hídrico que abastece a cidade e na entrada
das estações ETA I. As amostras de água tratada foram coletadas nos reservatórios de
distribuição de água das estações de tratamento e nos pontos de riscos (escolas, creches,
hospitais e igrejas). As coletas de água foram realizadas pelo grupo de pesquisa do SAAE e
pelo Laboratório de Hidrobiologia da FESP/UEMG. A água do Ribeirão Bocaina, segundo os
parâmetros analisados, é classificada conforme a Resolução CONAMA 357/2005 do
Ministério do Meio Ambiente em classe 2. Sendo assim essas águas podem ser utilizadas para
abastecimento após tratamento convencional. Observou-se também um tratamento eficiente
por parte do SAAE, mas para que este tratamento continue sendo realizado com sucesso é
necessário investimentos que resultem na melhoria da qualidade da água do Ribeirão Bocaina.
Palavras chave: Recursos Hídricos. Estação de Tratamento de água. CONAMA 357/2005.
7
ABSTRACT
Besides the serious social issues related to water, such as need and wasting, we highlight the
problems related to pollution of water sources, mainly due to agricultural and industrial
development, requiring appropriate treatment of water intended for human consumption
technological measures. The present study aims to evaluate the quality of raw water for the
city of Passos - MG Water Treatment Plant (WTP) and verify the effectiveness of the
treatment. To this end, the work was done in the month of January to December 2012.'s Raw
water samples were collected from Ribeirão Bocaina, main water source that supplies the city
and the entrance of ETA I. stations treated water samples were collected in distribution
reservoirs of water treatment plants and points of risk (schools, kindergartens, hospitals and
churches). The water samplings were conducted by the research group of AMSA and the
Laboratory of Hydrobiology, HSPA / UEMG. The water of Ribeirão Bocaina, according to
the analyzed parameters, is classified according to CONAMA Resolution 357/2005 of the
Ministry of Environment in Class 2. Thus this water can be used to supply after conventional
treatment. There was also an effective treatment by the SAAE, but that this treatment
continues to be carried out successfully it is necessary investments that improve the water
quality of Ribeirão Bocaina.
Keywords: Water Resources. Water Treatment Plant. CONAMA 357/2005.
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Mapa da Bacia Hidrográfica do médio Rio Grande ......................................... 33
Figura 2 - Sistema de Tratamento de Água Convencional do SAAE............................... 34
9
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Resultado das análises de coliformes totais para água bruta no período de
Janeiro a Dezembro de 2012 ............................................................................................. 46
Gráfico 2 - Resultados das análises de coliformes totais das amostras de água tratada ... 47
Gráfico 3 - Quantidade de alumínio da Água Bruta (gráfico 3A), e da Água Tratada
(gráfico 3B) ................................................................................................................ ....... 60
Gráfico 4 - Quantidade de Amônia da Água Bruta (gráfico 4A), e da Água Tratada
(gráfico 4B) ................................................................................................................ ....... 61
Gráfico 5 - Quantidade de Cianeto da Água Bruta (gráfico 5A), e da Água Tratada
(gráfico 5B) ................................................................................................................ ....... 62
Gráfico 6 - Condutividade da Água Bruta (gráfico 6A), e da Água Tratada (gráfico 6B) 63
Gráfico 7 - Cor da Água Bruta (gráfico 7A), e da Água Tratada (gráfico 7B) ................. 64
Gráfico 8 - Quantidade de ferro na Água Bruta (gráfico 8A), e da Água Tratada
(gráfico 8B) ....................................................................................................................... 65
Gráfico 9 - Quantidade de Flúor na Água Bruta (gráfico 9A), e da Água Tratada
(gráfico 9B) ....................................................................................................................... 66
Gráfico 10 - Quantidade de Manganês na Água Bruta (gráfico 10A), e da Água Tratada
(gráfico 10B) ..................................................................................................................... 67
Gráfico 11 - Quantidade de Nitrito na Água Bruta (gráfico 11A), e da Água Tratada
(gráfico 11B) ..................................................................................................................... 68
Gráfico 12 - Quantidade de Nitrato na Água Bruta (gráfico 12A), e da Água Tratada
(gráfico 12B) ..................................................................................................................... 69
Gráfico 13 - Quantidade de teor de sólidos dissolvidos na Água Bruta (gráfico 13A), e
da Água Tratada (gráfico 13B) ......................................................................................... 70
Gráfico 14 - Quantidade de Sulfato na Água Bruta (gráfico 14 A), e da Água Tratada
(gráfico 14 B) .................................................................................................................... 71
Gráfico 15 - Teor de Turbidez da Água Bruta (gráfico 15A), e da Água Tratada
(gráfico 15B) ..................................................................................................................... 72
Gráfico 16 - Níveis de cloro residual da Água tratada, Pontos de risco, Reservatório,
Poço, Ponta de rede ........................................................................................................... 73
10
Gráfico 17 - Níveis de turbidez da Água tratada, Pontos de risco, Reservatório, Poço,
Ponta de rede .....................................................................................................................
75
11
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Pontos de coleta de água bruta ........................................................................ 36
Tabela 2 - Pontos de coleta de água tratada: Pontos de riscos .......................................... 36
Tabela 3 - Bairros de coletas de água tratada nos pontos de redes de distribuição .......... 36
Tabela 4 - Análises físicas, químicas e microbiológicas das amostras de água ............... 38
Tabela 5 - Produtos da desinfecção .................................................................................. 38
Tabela 6 - Os agrotóxicos foram analisados por cromatografia e espectrometria
e massa (EPA, 2007) ......................................................................................................... 39
Tabela 7 - Métodos de análises dos compostos inorgânicos ............................................ 40
Tabela 8 - Métodos de análises dos compostos orgânicos ................................................ 41
Tabela 9 - Parâmetros dos padrões organolépticos e de potabilidade e os métodos de
análises .............................................................................................................................. 42
Tabela 10 - Resultados das análises de coliformes totais ................................................. 44
Tabela 11 - Resultados positivos de todas as análises bacteriológicas ............................. 45
Tabela 12 - Valores de metais pesados permitidos para água bruta e água tratada .......... 76
Tabela 13 - Resultados dos metais pesados encontrados na água tratada da Ponta de
Rede - Rua Turquesa, 1660 em Junho de 2012 ................................................................ 77
Tabela 14 - Resultados dos metais pesados encontrados na água tratada na Rede de
Abastecimento da Vila São José em Junho de 2012 ......................................................... 78
Tabela 15 - Resultados dos metais pesados encontrados na água tratada na Estação de
Tratamento de Água Sistema Rio Grande em Agosto de 2012 ........................................ 78
Tabela 16 - Resultados dos metais pesados encontrados na água tratada no Setor ETA
Sistema Rio Grande - Rua Rio Doce, 772 em Agosto de 2012 ........................................ 79
Tabela 17 - Resultados dos Metais Pesados encontrados na água tratada da estação de
tratamento de água Antônio do Porto – Janeiro de 2012 .................................................. 80
Tabela 18 - Resultados dos Metais Pesados encontrados na água tratada da Estação De
tratamento de água sistema do Rio Grande – janeiro de 2012 .......................................... 81
Tabela 19 - Resultados dos Metais Pesados encontrados na água tratada - ETA Antonio
Porto - Rua Turquesa – ponta de rede em Janeiro de 2012 .............................................. 82
Tabela 20 - Resultados dos Metais Pesados encontrados na água tratada Rede de
Abastecimento da Vila São José – Janeiro de 2012 .......................................................... 83
12
Tabela 21 - Resultados dos Metais Pesados encontrados na água bruta da Captação do
Ribeirão Bocaina - Janeiro de 2012 ..................................................................................
84
13
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 15
2 OBJETIVOS ................................................................................................................. . 18
2.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 18
2.2 Objetivos Específicos ...................................................................................... 18
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................................... 19
3.1 A água na sociedade ........................................................................................ 19
3.2 Histórico da legislação brasileira sobre controle da qualidade da água para
consumo humano .............................................................................................................. 21
3.3 Resolução CONAMA 357/2005: Águas superficiais ..................................... 22
3.4 Padrões de Potabilidade da Água .................................................................... 23
3.5 Tratamento convencional para obtenção de água potável .............................. 24
3.6 Estudos na área de qualidade de água e sistemas de tratamento ..................... 26
4 MATERIAIS E MÉTODOS .......................................................................................... 31
4.1 Município de Passos-MG ................................................................................ 31
4.1.1 Rio Grande ................................................................................................... 31
4.1.2 Ribeirão Bocaina ......................................................................................... 32
4.2 Sistema de Abastecimento de Água e Esgoto do Município de Passos-MG .. 33
4.3 Descrição Experimental .................................................................................. 35
4.3.1 Pontos de Estudos ........................................................................................ 35
4.3.2 Locais das análises ...................................................................................... 37
4.3.3 Análises físicas, químicas e microbiológicas ............................................... 37
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................. 43
5.1 Resultados das Análises Microbiológicas ....................................................... 43
5.1.1 Coliformes Totais e Coliformes Fecais ........................................................ 43
5.2 Cianofíceas ou Cianobactérias ........................................................................ 49
5.3 Agrotóxicos, compostos orgânicos ................................................................. 51
5.4 Produtos de desinfetantes e produtos secundários da desinfecção da água .... 55
5.5 Resultados das análises físicas e químicas da água tratada (ETA I) e água
bruta do Ribeirão Bocaina, Passos-MG ............................................................................ 58
5.6 Elementos Traços ou Metais pesados ............................................................. 75
14
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 86
7 REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 87
15
1 INTRODUÇÃO
Considerando a água como um elemento essencial ao ser humano devemos tratar as
diferentes questões relacionadas a seus usos múltiplos de forma integrada, participativa e
ética. (FRANCO, 2011).
O Brasil é um país que possui uma grande quantidade de recursos hídricos, mas a
ausência de uma política de preservação do mesmo comprometem a qualidade e a quantidade
de água disponível. (CARVALHO, 2008).
Além das graves questões sociais relacionadas com a água, tais como carência e
desperdiço (AUGUSTO et al., 2012), cabe destacar os problemas relacionados à poluição dos
mananciais, principalmente em decorrência do desenvolvimento agrícola e industrial,
exigindo medidas tecnológicas apropriadas ao tratamento da água destinada ao consumo
humano. (VERAS et al., 2008).
Um sistema de tratamento e abastecimento de água de boa qualidade depende do bom
controle operacional dos diversos processos unitários de tratamento, o que nem sempre é
observado, mesmo que se trate de controle de rotina. Além disso, o desempenho de uma
estação de tratamento de água (ETA) depende, inicialmente, de uma seleção adequada da
tecnologia de tratamento e de um projeto criterioso, acompanhados da disponibilidade de
recursos humanos e materiais que propiciem uma boa rotina de operação. (FNS/ASSEMAE,
1995; MOITA, 1993).
Segundo Pereira (1998) a primeira legislação a ser utilizada como subsídio para
aplicação do enquadramento de corpos d’água foi a Resolução CONAMA 20, criada em 1986
a partir de um aperfeiçoamento da Portaria 13, de 15 de janeiro de 1976, do Ministério das
Relações Interiores, que fixou pela primeira vez, padrões específicos de qualidade das águas
para fins de balnealidade ou recreação de contato primário.
Contudo, a resolução CONAMA 20/86 apresentava diversas incoerência em relação
aos padrões de qualidade, sendo alguns considerados muitos restritivos frente à capacidade
tecnológica existente para controle da poluição e outros muito permissivos frente a qualidade
ambiental, o que resultou na revogação da resolução CONAMA 20/86, sendo criada uma
nova resolução a CONAMA 357 em 17 de março de 2005 (PIZZELA, 2006).
A Resolução CONAMA 357, de 2005, classifica os corpos de água, as diretrizes
ambientais, e estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, sendo esta
complementada e alterada pela Resolução 430 de 2011. Muito embora, não se pode afirmar
16
que dessas resoluções decorreram ações que possibilitassem a reversão do quadro de
degradação da qualidade das águas.
Também em 2011 foi lançado pela Agência Nacional de Águas (ANA) o Programa
Despoluição de Bacias Hidrográficas (Prodes), conhecido como “programa de compra de
esgoto tratado”. O Prodes pretende incentivar a implementação de sistemas de tratamento de
efluentes e o aumento da eficiência dos existentes, bem como outras iniciativas para melhoria
da qualidade das águas.
Sistemas de tratamento de água e de efluentes são de suma importância, para reduzir a
contaminação e a poluição e assim minimizar os efeitos negativos a população.
Os efeitos dos sistemas de tratamento em relação à formação de compostos capazes de
apresentar efeitos adversos à saúde humana foi estudada pela primeira vez na década de 70
(MEYER, 2004).
Por exemplo, a fase de desinfecção da água merece muita preocupação porque todos
os desinfetantes químicos utilizados no tratamento de água produzem algum tipo de produto
secundário. A geração de diferentes tipos e concentrações destes produtos depende,
principalmente, do tipo de desinfetante, da qualidade da água, do tempo de contato e de
fatores ambientais como pH, temperatura, etc. (DANIEL, 2001; DI BERNARDO e
DANTAS, 2005).
Diferentes questões vêm sendo discutidas sobre esse tema, tais como:
- Parâmetros normativos da água (FERNANDES, 2007);
- Educação ambiental (CAMARGO FILHO, 2010);
- Qualidade de água para consumo (ROCHA, 2006)
- Com destaque para o tema análise e monitoramento de qualidade de água em
bacias hidrográficas (GONÇALVES, 2005)
Esses estudos têm contribuído de forma significativa para o processo de gestão
municipal de recursos hídricos.
A Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011, estabelece os limites dos parâmetros
físicos, químicos e microbiológicos para a água tratada, dispondo sobre os procedimentos de
controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de
potabilidade.
O município é responsável pela água de distribuição e por sua potabilidade, sendo
assim, de acordo com essa Portaria, a Vigilância Sanitária Municipal (VISA), a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e o Sistema de Abastecimento de Água e Esgoto
(SAAE) devem controlar a qualidade da água distribuída para a população.
17
O objetivo da pesquisa foi avaliar a qualidade da água bruta captada pela Estação de
Tratamento de Água (ETA) da cidade de Passos-MG e verificar a eficiência do tratamento.
Para tanto, as amostras de água bruta foram coletadas do Ribeirão Bocaina, principal recurso
hídrico de abastecimento da cidade. Já as amostras de água tratada foram coletadas nos
reservatórios de distribuição de água das estações de tratamento (ETA I e ETA II), nos pontos
de riscos (escolas, hospitais, creches, igrejas), nos pontos de rede, ou seja, nas residências
distribuídas nos bairros do município de Passos-MG, nos reservatórios de distribuição dos
bairros e nos poços artesianos.
18
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
O estudo tem como objetivo avaliar a qualidade da água bruta captada pela Estação de
Tratamento de Água (ETA) da cidade de Passos-MG e verificar a eficiência do tratamento.
2.2 Objetivos Específicos
- Verificar a qualidade da água em função do enquadramento da água bruta do
Ribeirão Bocaina segundo a Resolução CONAMA 357/2005, nos pontos de
captação da estação de tratamento (ETA I) no município de Passos-MG;
- Verificar a qualidade da água tratada em função do enquadramento segundo a
Portaria 2914/2011 captada do Ribeirão Bocaina e nos pontos de distribuição da
cidade após o tratamento na estação de tratamento I, no município de Passos-MG.
19
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 A água na sociedade
A história das civilizações revela que as comunidades sempre dependeram da
disponibilidade dos recursos naturais, especialmente da água. O aumento das atividades
econômicas desenvolvidas pela sociedade, e o acelerado crescimento da demanda
populacional, têm causado uma tremenda pressão sobre os mananciais superficiais e
subterrâneos, provocando a contaminação e degradação dos mesmos. (KESSLER, 2004).
Devido à contaminação e degradação da água, a mesma esta se tornando cada vez
mais escassa, sendo assim surgiu a necessidade de gerenciar este recurso cada vez mais
valioso, utilizando-o de forma mais racional e eficaz . (LOPES, 2011).
Com o processo de urbanização e industrialização do Brasil, sem a devida
preocupação com os recursos hídricos, tem elevado os problemas de qualidade e poluição das
águas. (FULLER, 2009).
Segundo Bustos (2003), a escassez da água e os problemas causados pela poluição
constituem a “crise da água”, atualmente reconhecida por governantes de todo o mundo.
As principais fontes de poluição das águas são classificadas em quatro tipos: química,
física, fisiológica e biológica: Poluição química: poluentes orgânicos e inorgânicos; Poluição
física: materiais que alteram as características físicas da Água; Poluição fisiológica:
substancias que alteram o odor e o gosto; Poluição biológica: organismos patogênicos. (LUIZ
DANIEL, 2001).
A lei federal 6.938 de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do
Meio Ambiente, define no seu artigo 3° o que é poluição:
Poluição é a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta
ou indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas as atividades sociais e econômicas; c) afetem
desfavoravelmente a biota; d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio
ambiente; e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.
A palavra poluição está relacionada ao ato de manchar ou sujar, demonstrando assim a
conotação estética dada à poluição quando esta passou a ser percebida. Mas a alteração da
20
qualidade da água não está necessariamente ligada somente a aspectos estéticos, já que a água
de aparência satisfatória para um determinado uso pode conter micro-organismos patogênicos
e substâncias tóxicas para determinadas espécies. (BRAGA et al., 2002). Segundo o mesmo
autor é importante distinguir a diferença entre os conceitos de poluição e contaminação, já que
ambos são às vezes utilizados como sinônimos. A contaminação acontece pela transmissão de
substância ou micro-organismos patogênicos presentes na água, isso não implica
necessariamente um desequilíbrio ecológico. Entretanto, nem sempre a poluição causa riscos
à saúde dos organismos que fazem uso dos recursos contaminados. Por exemplo, o calor
excessivo nos corpos de água pode causar profundas alterações, mais isso não significa que
essa água não possa ser consumida.
A Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011, estabelece os limites dos parâmetros
físicos, químicos e microbiológicos para a água tratada, dispondo sobre os procedimentos de
controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de
potabilidade.
O município é responsável pela água de distribuição e por sua portabilidade, sendo
assim, de acordo com a Portaria 2.914/2011 a Vigilância Sanitária Municipal (VISA), a
ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o Sistema de Abastecimento de Água
e Esgoto (SAAE) devem controlar a qualidade da água distribuída para a população. Com
base nesta portaria, o núcleo de Vigilância Sanitária Municipal (VISA), em alguns casos, em
parceria com a Universidade e o Sistema de Abastecimento de Água e Esgoto (SAAE),
realizam as análises de todos os parâmetros exigidos na resolução CONAMA 357/2005 para
água bruta, já a água tratada, utiliza os estabelecidos na Portaria 2.914/2011. Por sua vez a
ANVISA fiscaliza os resultados e quando necessário refaz os procedimentos para confirmar a
qualidade da água tratada na Estação de Tratamento de Água.
Cabe destacar a importância para o poder municipal tomar conhecimento da qualidade
da água distribuída para a população e a qualidade da água bruta usada para o tratamento e
posterior abastecimento, a fim de tomar providências urgentes para diminuir a contaminação e
poluição dos recursos hídricos.
Embora a legislação brasileira sobre recursos hídricos seja considerada avançada, os
resultados práticos de sua aplicação são poucos. (CAMPANILI, 2003).
21
3.2 Histórico da legislação brasileira sobre controle da qualidade da água para
consumo humano
A Lei Federal 9.433/97 considera a água como um bem finito e importante para a
manutenção da vida, instituindo assim aos comitês de bacias hidrográficas a implantação do
gerenciamento, da gestão e do planejamento dos recursos hídricos. Estabelecendo uma
Política Nacional de Recursos Hídricos, onde foram definidos os Planos de Recursos
Hídricos, o enquadramento dos corpos de água em classes de acordo as suas prioridades, a
outorga de direitos de uso dos recursos hídricos, a cobrança pelo uso da água, a compensação
aos municípios e o Sistema de Informações sobre recursos hídricos. (BUSTOS, 2003).
A qualidade dos recursos hídricos brasileiros é estabelecida na Resolução n° 357 de 17
de março de 2005 do Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA. De acordo a
resolução as águas são divididas em doces, salobras e salinas, esta classificação estabelece o
uso da água:
Água doce: classificada em especial, classe1, classe2, classe3;
Água salobra: classe especial, classe1, classe2, Classe3;
Água salina: classe especial, classe1, Classe2 e Classe3.
Muito embora essa regulamentação da Resolução 357/2005 tenha sido implementada
há nove anos, não se pode afirmar que dela decorreram ações que possibilitassem a reversão
do quadro de degradação da qualidade das águas. Posteriormente foi lançado pela Agência
Nacional de Águas (ANA), o Programa de Despoluição de Bacias Hidrográficas, que pretende
incentivar a implementação de sistemas de tratamento de efluentes e o aumento da eficiência
dos existentes, bem como outras iniciativas para melhoria da qualidade das águas, como a
Resolução nº 430/2011, que dispõe sobre os parâmetros, condições, padrões e diretrizes para
gestão do lançamento de efluentes, alterando e complementando a 357/2005 e atualmente a
Política Nacional de Resíduos sólidos, lei nº 12.305/10, o qual contribuirá para melhorar a
qualidade das águas dos recursos hídricos, através do tratamento dos resíduos sólidos dos
municípios.
22
3.3 Resolução CONAMA 357/2005: Águas superficiais
A Resolução CONAMA 357, de 17/03/2005, classifica os corpos de água, as diretrizes
ambientais, e estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, sendo
complementada e alterada pela Resolução nº 430/2011.
O Art. 2° da referida Resolução estabelece que a qualidade da água deve ser
obrigatoriamente alcançada de acordo com os usos preponderantes. O enquadramento deve
assegurar às águas qualidade compatível com os usos mais exigentes a que foram destinadas.
Do Capítulo V, das diretrizes ambientais para o enquadramento, no Art. 38 e seus
incisos, ficam estabelecidos:
• Art. 38 O enquadramento dos corpos de água: acordo com as normas e
procedimentos definidos pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos – e
Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos;
• § 1° O enquadramento do corpo hídrico será definido pelos usos preponderantes
mais restritivos da água, atuais ou pretendidos;
• § 2° Nas bacias hidrográficas em que a condição de qualidade dos corpos de
água esteja em desacordo com os usos preponderantes pretendidos, deverão ser
estabelecidas metas obrigatórias, intermediárias e final, de melhoria da qualidade da
água para efetivação dos respectivos enquadramento, excetuados nos parâmetros que
excedam aos limites devido às condições naturais. • § 3° As ações de gestão referentes ao uso dos recursos hídricos, tais como a
outorga e cobrança pelo uso da água, ou referentes à gestão ambiental, como o
licenciamento, termos de ajustamento de conduta e o controle da poluição, deverão
basear-se nas metas progressivas intermediárias e final aprovadas pelo órgão
competente para a respectiva bacia hidrográfica ou corpo hídrico específico.
• § 4° As metas progressivas obrigatórias, intermediárias e final, deverão ser
atingidas em regime de vazão de referência, excetuados os casos de baías de águas
salinas ou salobras, ou outros corpos hídricos onde não seja aplicável a vazão de
referência, para os quais deverão ser elaborados estudos específicos sobre a
dispersão e assimilação de poluentes no meio hídrico.
• § 5° Em corpos de água intermitentes ou com regime de vazão que apresente diferença sazonal significativa, as metas progressivas obrigatórias poderão variar ao
longo do ano.
• § 6° Em corpos de água utilizados por populações para seu abastecimento, o
enquadramento e o licenciamento ambiental de atividades a montante preservarão,
obrigatoriamente, a condições de consumo. (BRASIL, 2012)
Estão estabelecidos nos artigos 24 e 28 do capítulo IV da Resolução as condições e
padrões de lançamento de efluentes, sendo alterada e complementada pela Resolução Nº
430/2011, que dispõe sobre os parâmetros, condições, padrões e diretrizes para gestão do
lançamento de efluentes.
A resolução 357 estabelece que a água superficial de classe especial pode ser usada
sem tratamento, a classe 1 após tratamento simplificado, a classe 2 e 3 podem ser utilizadas
23
para o abastecimento, após um tratamento convencional, enquanto a água de classe 4 pode ser
usada somente para navegação, não sendo permita o uso para o abastecimento.
Para os recursos hídricos que estiverem na classe 3, tendendo a classe 4, deverão ser
estabelecidas metas obrigatórias, intermediárias e final, de melhoria da qualidade da água para
efetivação dos respectivos enquadramento; para que a sua qualidade melhore e seja possível
realizar um tratamento convencional e utilizar esta água para o abastecimento público.
Esta resolução representa um grande avanço na área de gestão de recursos hídricos,
pois consegue promover no plano legislativo a conciliação dos instrumentos de gestão para
avaliar a qualidade das águas em relação às classes estabelecidas.
3.4 Padrões de Potabilidade da Água
A Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011, estabelece os limites dos parâmetros
físicos, químicos e microbiológicos para a água tratada, dispondo sobre os procedimentos de
controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de
potabilidade. Sendo assim, de acordo com a Portaria 2.914/2011, o padrão microbiológico
estabelece que a água tratada no sistema de distribuição apresente ausência de coliformes
termotolerantes em 100 mL de água e ausência de coliformes totais em 100 mL em 95% das
amostras. Quanto ao valor de cloro residual, o art. 34 estabelece a obrigatoriedade da
manutenção de, no mínimo 0,2 mg/L de cloro residual livre ou 2 mg/L de cloro residual
combinado ou de 0,2 mg/L de dióxido de cloro em toda a extensão do sistema de distribuição
(reservatório e rede), e no § 2º do Art. 39 recomenda que o teor máximo de cloro residual
livre em qualquer ponto do sistema de abastecimento seja de 2 mg/L. (SILVA, 2012).
Segundo o mesmo autor, para a garantia da qualidade microbiológica da água deve ser
observado o padrão de turbidez, que é uma característica física da água, decorrente da
presença de sólidos suspensos, finamente divididos ou em estado coloidal, e de organismos
microscópicos. A Portaria 2.914/2011 também estabelece que o valor de turbidez máximo
permitido seja de 0,5 uT para água filtrada por filtração rápida (tratamento completo ou
filtração direta) em 95% das amostras e entre os 5% das amostras que pode apresentar valores
de turbidez superiores ao VMP, o limite máximo para qualquer amostra pontual deve ser
menor ou igual a 1,0 uT.
24
3.5 Tratamento convencional para obtenção de água potável
O tratamento de água é de suma importância para reduzir a contaminação e a poluição
e assim minimizar os efeitos negativos à população, pois remove todas as impurezas presentes
na água.
Devido à importância da água para o ser humano é necessário que as características
físicas, químicas, biológicas e radioativas não causem efeitos adversos à saúde. A poluição
das águas naturais por contaminantes químicos e biológicos é um problema de âmbito
mundial. A relação entre o uso de oxidantes nas estações de tratamentos, suas reações com a
matéria orgânica natural e a formação de compostos capazes de apresentar efeitos adversos à
saúde humana foi estudada pela primeira vez na década de 70. (MEYER, 2004).
A fase de desinfecção da água merece muita preocupação porque todos os
desinfetantes químicos utilizados no tratamento de água produzem algum tipo de produto
secundário. Os desinfetantes químicos utilizados nas estações de tratamento de água
produzem algum tipo de produtos secundários, os tipos e concentrações destes produtos
depende, do tipo de desinfetante, da qualidade da água, do tempo de contato e de fatores
ambientais como pH, temperatura. Como exemplo podemos citar o uso de cloraminas, que
pode levar à formação de tricloramina, dicloramina e monocloramina, dependendo da relação
cloro/amônia e do pH da água. A formação de dicloramina, assim como a de tricloramina é
indesejável, pois tais compostos conferem gosto e odor à água, dificultando sua ingestão.
Com o uso do dióxido de cloro, pode correr a formação os subprodutos clorito (ClO2-) e
clorato (ClO3-), enquanto a ozonização podendo ocorrer à formação do subproduto bromato
(BrO3-). (DANIEL 2001; DI BERNARDO e DANTAS, 2005).
O tipo de tratamento varia conforme a sua classificação. O tratamento convencional
possui as seguintes etapas:
- Pré-cloração: é adicionado cloro para remover a matéria orgânica e metais;
- Pré-alcalinização: é adicionado cal ou soda, para ajustar o pH;
- Coagulação: é adicionado sulfato de alumínio, cloreto férrico ou outro coagulante,
em seguida a água é agitada com isso as partículas de sujeira ficam eletricamente
desestabilizadas e mais fáceis de agregar;
- Floculação: mistura lenta da água, que provoca a formação de flocos;
- Decantação: a água passa por grandes tanques para separar os flocos de sujeira
formados na etapa anterior.
25
- Filtração: a água atravessa tanques formados por pedras, areia e carvão a sujeira
que restou da fase de decantação é retida;
- Pós-alcalinização: correção final do pH da água, para evitar a corrosão ou
incrustação das tubulações.
- Desinfecção: última adição de cloro no líquido antes de sua saída da Estação de
Tratamento.
- Fluoretação: é adicionado flúor na água.
Foram realizados vários trabalhos nessa área de estudo. Uma das pesquisas foi feita
por Oliveira (2005), que analisou o desempenho de 166 estações de tratamento de esgotos
urbanos nos estados de Minas Gerais e de São Paulo, sendo investigadas seis modalidades de
tratamento diferentes:
- Fossa séptica seguida de filtro anaeróbio
- Lagoas facultativas
- Lagoas anaeróbias seguidas por lagoas facultativas
- Lodos ativados reatores UASB operando isoladamente
- Reatores UASB seguidos por pós-tratamento.
As concentrações de efluentes e as eficiências de remoção dos constituintes DBO,
DQO, SST, NTK, PT e coliformes, foram comparadas com valores encontrados na literatura
técnica. A remoção de matéria orgânica esteve dentro do esperado, mostrando assim um bom
desempenho das estações de tratamento. Já a remoção de SST foi abaixo do esperado, e a
remoção de coliformes foi maior que a descrita na literatura. A parte 2 do estudo avaliou a
influência de fatores de projeto e de operação no desempenho de estações de tratamento de
esgotos, considerando a concentração e a eficiência de remoção de DBO. Das seis tecnologias
de tratamento estudadas na Parte 1, apenas quatro forneceram dados suficientes para análise.
O objetivo do estudo era verificar a influência das condições de carga tais como sobrecarga,
carga adequada e subcarga, da estação e do envolvimento operacional, podendo assim indicar
a frequência do monitoramento no desempenho das estações de tratamento.
Através do estudo podemos concluir que não existe uma relação consistente entre a
eficiência de remoção e as variáveis operacionais. A quantidade e a influência de cada
variável diferem de ETE para ETE e pode ser resultado de projeto, operação ou ambos.
Dois trabalhos exemplificam as pesquisas voltadas ao estudo da qualidade
microbiológica e físico-química da água na “ponta da rede”.
Carvalho (2008) avaliou a qualidade microbiológica e físico-química da água que
abastece os bebedouros e a caldeira de um campus universitário de Ipatinga - MG. Para
26
realizar as análises microbiológicas, foram coletadas água dos 21 bebedouros do campus. De
acordo com os resultados encontrados, a contagem de bactérias heterotróficas ultrapassou o
valor permitido pela Portaria número 518 do Ministério da Saúde. Na análise de coliformes
apenas um bloco apresentou média superior a 1,1 em uma coleta, sendo considerada
imprópria para o consumo humano. Todas as amostras coletadas apresentaram o teor de
cloretos de acordo com os padrões de potabilidade e duas amostras de cloro residual total
ultrapassaram padrões estabelecidos pela legislação.
Silva (2012) avaliou a qualidade microbiológica e parâmetros físico-químicos de
amostras de água tratada, em 28 pontos de distribuição do Serviço Autônomo de Água e
Esgoto de Passos (SAAE), distribuídos entre 13 bairros do município. Por meio das análises
dos resultados foi possível constatar que em 96% das amostras analisadas não houve
crescimento bacteriano.
Tanto em um estudo quanto o outro, independente de resultados positivos ou não,
conclui-se a necessidade de monitoramento constante dos pontos finais da rede para um
controle microbiológico e físico-químico da qualidade da água para consumo.
3.6 Estudos na área de qualidade de água e sistemas de tratamento
Importantes estudos vêm sendo realizados sobre qualidade das águas como:
parâmetros normativos da água, qualidade e tratamento de águas de chuva, educação
ambiental, qualidade de água para consumo, índices de qualidade de água tratada, com
destaque para o tema análise e monitoramento de qualidade das águas.
Sipaúba-Tavares (2007) avaliou a qualidade da água da chuva de viveiros que
apresentam fluxo contínuo de recurso hídrico, onde o mesmo é passado de um viveiro para
outro sem tratamento prévio.
Os resultados da pesquisa mostram que a chuva afetou positivamente a qualidade da
água, porém, como os sistemas analisados estão dispostos em distribuição sequencial e
escoamento constante da água de viveiros e tanques paralelos sem tratamento prévio,
cuidados devem ser averiguados para que o aumento do fluxo de água provocado pelas
chuvas não tenha efeito adverso nos viveiros.
Antunes et al. (2004) pesquisou a qualidade da água e verificou sua influência no
estado nutricional de crianças de 03 a 06 anos. Foram realizadas análises físico-químicas e
27
bacteriológicas em todas as amostras. As crianças que moram no local realizarão exames
parasitológicos de fezes e foi realizada uma avaliação do estado nutricional. Nas amostras
com 100% de cloro residual negativo foram encontradas 43% de bactérias coliformes
termotolerantes, e 55 amostras apresentaram turbidez fora do padrão estabelecido. Foram
encontrados nas amostras de fezes: Giárdia lamblia (7,1%), Ascaris lumbricoides (33,3%) e
Entamoeba coli (46,4%). Os resultados nutricionais das crianças foram considerados
satisfatório, mas a má qualidade da água pode reverter esse quadro, sendo assim é necessário
mecanismos que proporcionem melhorias da potabilidade desse recurso.
Iachinski (2005) verificou a poluição orgânica ao longo do perfil longitudinal do
arroio do Engenho, Guarapuava (PR), nos período de cheia e estiagem.
Os resultados demonstraram elevados níveis de poluição orgânica em quase toda sua
extensão e diferenças pouco significativas entre os períodos de estiagem e cheia.
Alves (2008) monitorou a qualidade da água da bacia do rio Pirapó, principal fonte de
abastecimento do município de Maringá, Estado do Paraná, e região. Para a avaliação da
qualidade da água foram utilizados os parâmetros estabelecidos pela Resolução CONAMA nº
357/2005. Sendo assim foi possível indicar duas principais fontes poluidoras. A primeira
fonte é a exploração do solo que vai até a margem do rio, onde não se encontra mata ciliar,
ocasionando assim o transporte de sedimentos e nutrientes principalmente em períodos
chuvosos para os corpos d’água. A segunda é o lançamento ilegal do esgoto doméstico,
elevando os índices de matéria orgânica e coliforme encontrados no corpo receptor.
Santos (2008) verificou a ocorrência de metais pesados no curso inferior do rio Ivaí –
Maringá (PR). De acordo com os resultados podemos concluir que os metais pesados Pb, Zn,
Cu e Fe apresentam regularidade maior de impactarem o rio ultrapassando os limites da
Resolução CONAMA 357/2005, resultante da atividade agrícola na bacia hidrográfica.
Grutzmacher (2008) analisou e monitorou a presença de agrotóxicos nas águas do
canal São Gonçalo e do rio Piratini, localizados na região sul do Estado do Rio Grande do
Sul. Analisando os resultados percebemos que durante a semeadura e a colheita a quantidade
de resíduos de agrotóxicos na água diminuiu. Foram observados no ponto mais baixo do canal
a presença de resíduos, ou seja, onze análises foram encontradas com resíduo de agrotóxico.
Pinto (2009) estudou o comportamento da qualidade da água, ao longo do tempo, em
uma bacia hidrográfica de cabeceira do Rio Grande, MG. Para obter os resultados foi
realizado o calculo do Índice de Qualidade da Água (IQA), e em seguida foi realizado o
enquadramento em classes conforme Resolução 357/05 CONAMA. Foram levadas em
considerações as condições ambientais para analisar os valores do IQA e para realizar o
28
processo de enquadramento. Foi possível concluir que a água esta sendo poluída por
coliformes, e isso esta associada com a pecuária. Em menor escala o OD e a DBO são
também fatores limitantes.
Blume (2010) monitorou a qualidade da água do rio dos Sinos, principal rio da bacia
hidrográfica do rio dos Sinos (RS). Os resultados foram analisados com base na resolução
CONAMA nº 357 de 2005, e pelo Índice de Qualidade das Águas (IQA). O estudo mostrou
uma água de má qualidade, isso pode ocasionar um serio problema para a população local,
devido ao fato do rio ser utilizado como a principal fonte de abastecimento. As condições
sanitárias encontradas, principalmente no trecho inferior, são alarmantes e indicam atividades
antrópicas na bacia.
Lucas (2010) avaliou a qualidade da água do ribeirão dos Marins Piracicaba (SP) de
fevereiro a dezembro de 2005 em sete pontos ao longo do ribeirão, considerando-se o uso e
ocupação do solo. As águas apresentaram-se fora do padrão estabelecido pela Resolução
357/2005 do CONAMA, ou seja, a mesma não serve para a irrigação de hortaliças, sendo
assim não podem ser utilizadas.
Barbosa (2011) mediu a concentração de ferro total, sólidos suspensos, dissolvidos,
totais e turbidez na água do Córrego do Coqueiro. De acordo com os resultados o manancial
possui um pequeno potencial de causar danos ao sistema de irrigação para os parâmetros
físicos. Entretanto a concentração de ferro encontrada apresentou médio a alto potencial de
risco ao sistema de irrigação, sendo assim, a utilização de sistemas de irrigação sem filtragem,
pode causar risco de obstrução de tubulações e emissores, principalmente nos pontos finais do
manancial.
Scuracchio (2010) estudou a qualidade da água utilizada em escolas e creches
municipais da cidade de São Carlos-SP. A maioria das amostras de coliformes totais foi
proveniente dos filtros e da rede, para bactérias heterotróficas foi colhida nos filtros. Segundo
as análises físico-químicas o maior numero de amostras fora do padrão ocorreu na rede para
pH, na rede e no filtro para flúor, no filtro para cloro residual livre e no reservatório para
turbidez. O flúor foi o parâmetro com maior número de amostras inadequadas. Mostrando
assim a necessidade de conservação, limpeza e manutenção dos reservatórios e filtros nas
escolas e creches de São Carlos, devido à água analisada estar imprópria para o consumo
humano.
Macedo et al. (2000) avaliou o sistema de monitoramento da sub-bacia do ribeirão das
Cruzes – Araraquara-SP e a aplicação da resolução CONAMA 357/2005, com base em
análise de dados históricos realizadas em 13 estações nos períodos seco e chuvoso. Os
29
resultados revelaram os parâmetros que apresentam concentrações significativas nas diversas
estações de amostragem, onde ocorreu uma heterogeneidade entre as estações, indicando os
pontos com baixa influência antrôpica, estações com influência direta da zona urbana e onde
se encontram a montante e jusante da Estação de Tratamento de Esgoto de Araraquara. Foram
verificadas a frequência de amostragem e a localização das estações de coleta de amostras.
Sendo assim foi possível propor um plano de monitoramento mais eficaz e economicamente
viável de acordo com os parâmetros da resolução CONAMA 357/2005.
Sistemas de tratamento de água e de efluentes são de suma importância, para reduzir a
contaminação e a poluição e assim minimizar os efeitos negativos a população.
Entretanto, existem implicações dos sistemas de tratamento em relação a formação de
compostos capazes de apresentar efeitos adversos à saúde humana, essas consequências foram
estudadas pela primeira vez na década de 70. (MEYER, 2004).
A fase de desinfecção da água, por exemplo, merece muita preocupação porque todos
os desinfetantes químicos utilizados no tratamento de água produzem algum tipo de produto
secundário, os diferentes tipos e concentrações destes produtos dependem do tipo de
desinfetante, da qualidade da água, do tempo de contato e de fatores ambientais tais como pH,
temperatura, etc. (DANIEL, 2001; DI BERNARDO e DANTAS, 2005).
Lage Filho e Andrade Junior (2007) observou os efeitos da pré-ozonização e da inter-
ozonização de acordo com as variáveis de qualidade de águas em diversas etapas de
tratamento: demanda de cloro livre, absorbância de luz ultravioleta em 254 nm e concentração
de matéria orgânica. Nas águas decantadas, a ozonização favoreceu a remoção da matéria
orgânica, mas não influenciou a redução da demanda de cloro livre em relação aos ensaios
sem ozonização. As águas filtradas os ensaios com ozônio proporcionaram maiores remoções
da matéria orgânica e valores da relação da demanda de cloro livre e matéria orgânica do que
os ensaios sem ozônio, entretanto estes últimos foram mais eficientes na redução da demanda
de cloro livre. A ozonização da água bruta reduziu a concentração de matéria orgânica e a abs
UV254, mas não a demanda de cloro livre.
Sardinha (2008) pesquisou possíveis entradas antropogênicas nas águas superficiais do
Ribeirão do Meio – Leme-SP. A água próximo à nascente até a cidade de Leme de acordo
com suas características permitiu concluir que há pouca interferência antropogenica na sua
qualidade. A falta de tratamento para o esgoto doméstico da cidade de Leme piora a qualidade
da água. Foi utilizado o modelo QUAL 2K, para identificar as zonas de autodepuração,
indicando assim a necessidade de tratamento de esgotos em nível secundário, com eficiência
de 76%.
30
Fernandes (2007) discutiu os parâmetros normativos da água quanto à evolução do
padrão brasileiro, o paradigma da sustentabilidade e a política nacional de recursos hídricos.
O estudo revela os impactos ao ambiente e riscos à saúde das populações, devido a presença
de contaminantes químicos nas águas, sobretudo aquelas utilizadas para consumo humano.
Esses resultados permearão a próxima revisão do padrão de potabilidade ora em vigor no país,
por agregar na sua síntese aspectos relevantes do modelo de desenvolvimento estabelecido no
Brasil e na maioria dos países em desenvolvimento. E Rocha (2006) comparou a qualidade da
água para consumo doméstico e agropecuário e seus fatores determinantes. Para o autor a
percepção dos proprietários sobre a potabilidade da água relaciona-se às características físicas
e organolépticas, não a sanitária.
Souza e Libano (2009) propuseram um Índice de Qualidade da Água Bruta (IQAB)
afluente para estações convencionais de tratamento para comparar a tratabilidade dos
mananciais superficiais. O Índice de Qualidade de Água aplicado a cinco mananciais
superficiais permite recomendar seu emprego como ferramenta adicional de avaliação da
desempenho das estações de tratamento pelas concessionárias de abastecimento de água do
país
Achon et al. (2013) avaliaram de forma crítica a problemática dos resíduos das
estações de tratamento de água no Brasil, através do estudo da viabilidade de construção e uso
de indicadores, definidos pela ISO 24512. A grande maioria das estações de tratamento de
água analisadas, não relata a quantidade de resíduos gerados, a minoria avaliam suas
características e descartam adequadamente esses resíduos, dificultando o uso de indicadores
como ferramentas de gestão. Isso mostra o desafio enfrentado na área de saneamento em
relação à gestão dos resíduos em consonância com as normas internacionais.
Esses estudos têm contribuído de forma significativa para o processo de gestão
municipal de recursos hídricos e refletem os principais desafios enfrentados nas pesquisas no
Brasil, na área de qualidade de água e sistemas de tratamento.
31
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Município de Passos-MG
O presente estudo foi realizado no período de Janeiro a Dezembro de 2012, na cidade
de Passos-MG, localizado no sul de Minas Gerais. Passos é um município brasileiro
localizado no interior do estado de Minas Gerais, na Mesorregião do Sul e Sudoeste de Minas.
Com uma população de 111.661 habitantes (IBGE/2012).
A formação do município iniciou-se em meados do século XVIII, com o surgimento
das primeiras fazendas entre 1780 e 1830, foi considerada cidade no ano de 1858. A cidade
possui 155 anos, seu aniversario é comemorado no dia14 de maio.
A economia da cidade é movida pela agropecuária e pelo agronegócio, possui
pequenas indústrias de confecções de móveis e de roupas. Os solos são originários de rochas
pré-cambrianas, muito rico em minerais primários, com altos teores de potássio, o que
transfere aos solos características de alta fertilidade.
O Município é rico em recursos hídricos, por estar situado na bacia do médio Rio
Grande, Rio São João, Ribeirão Conquista e Ribeirão Bocaina. O clima é tropical, a
temperatura média anual é superior a 18º C e inverno seco. A precipitação média anual é de
1.709,4 mm (PEREIRA et al., 2005).
4.1.1 Rio Grande
O rio Grande é um rio Federal, suas águas passam pelo estado de São Paulo, Minas
Gerais que junto com o Rio Paranaíba forma o Rio Paraná cujo curso é de 1351 km. O Rio
Grande recebe toda a água do Ribeirão Bocaina após o seu percurso na cidade de Passos-MG.
As águas do Rio Grande são usadas para produção de energia elétrica. Apenas um
reservatório, o de Furnas, possui um reservatório com extensão máxima de 220 km com uma
área inundada de 1.440 km2 (PEREIRA et al., 2005).
32
A suas águas são utilizadas na irrigação, geração de energia elétrica, dessedentação de
animais, pesca, piscicultura, diluição de agrotóxico, balneabilidade, recreação e paisagismo
(PEREIRA et al., 2005).
O município de Passos-MG iniciou a captação de água desse recurso hídrico em 2012,
ou seja, no ano em que foi realizado o presente estudo, abastecendo somente um bairro da
cidade, o Santa Luzia. Por esse motivo a quantidade de dados sobre esse recurso hídrico são
poucas sendo assim as análises desta água serão feitas em estudos posteriores.
4.1.2 Ribeirão Bocaina
A microbacia do Ribeirão Bocaina está localizada na região sudeste do estado de
Minas Gerais, sua altitude é de 739 metros, tem coordenadas geográficas 20º 43’ 01’’ de
latitude sul e 46º 36’ 39’’ de longitude oeste, apresenta uma área de drenagem de 252,10 Km2
(252.100ha). O Ribeirão Bocaina é responsável pelo abastecimento de água da cidade de
Passos (PEREIRA et al., 2013).
O Ribeirão Bocaina nasce neste município e pertence à Bacia Hidrográfica do médio
rio Grande. A sub-bacia Hidrográfica do ribeirão Bocaina abrange aproximadamente 20,3%
da área total do Município. Seu trajeto é de mais de 100 km de extensão e recebe vários
afluentes. A maior parte das nascentes que definem a sub-bacia do Ribeirão Bocaina surge nas
Serras do Fundão, Jaú, Ventania, Água Azul e da Conquista, que por sua vez, pertencem a
Unidade Geomorfológica da Serra da Canastra (PEREIRA et al., 2013).
Sua rede de drenagem é bastante densa, sendo composta além do próprio Bocaina,
pelo Ribeirão das Ninfas, e pelos Córregos das Cocotas, Fundão, Sertãozinho, Santo Antônio,
Mumbuca, Mata, Barreiro, Lacrimal, Delfina, Matinha e Angola e seus tributários, sem
denominação oficial (PEREIRA et al., 2013).
Com um clima tropical chuvoso, a temperatura média das máximas é de 36ºC e a
média das mínimas de 20ºC, com precipitação pluviométrica média anual de 1.700 mm
(PEREIRA et al., 2013).
A figura 1 mostra a Bacia do Médio Rio Grande. A cidade de Passos-MG, com o
Ribeirão Bocaina passando dentro da cidade e o Rio Grande em sua periferia.
33
Figura 1: Mapa da Bacia Hidrográfica do médio Rio Grande. Observa-se a cidade e o córrego do Ribeirão
Bocaina passando dentro do município de Passos, MG em laranja e o Rio Grande em Azul
Fonte: (COLLARES, E. G., 2013).
4.2 Sistema de Abastecimento de Água e Esgoto do Município de Passos-MG
O Sistema de Abastecimento de Água e Esgoto (SAAE) é a empresa responsável pela
captação, tratamento e distribuição de água para consumo no município. A água captada para
34
o tratamento e posteriormente distribuída para o município de Passos é proveniente do
Ribeirão Bocaina, Rio Grande e Poços Artesianos que fornecem água a mais de 111 mil
pessoas e muitos estabelecimentos comerciais e industriais da cidade, cabendo ao SAAE
cumprir às normas e padrões estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Esse fornecimento é
feito através da captação, tratamento e distribuição.
As duas Estações de Tratamento de Água (ETAs) de Passos-MG são do tipo
convencional. A ETA I tem capacidade de produção de até 360L/s e a ETA II tem a
capacidade de produção 84L/s.
A ETA I capta a água do Ribeirão Bocaina e abastece os bairros: Jardim Califórnia,
Coimbrãs, COHAB, Santa Casa, Penha, São Benedito, Jardim Colégio de Passos, São
Francisco, Umuarama, Belo Horizonte, Vila Rica, Nossa Senhora das Graças, Nossa Senhora
Aparecida, João Paulo II, Aclimação. O manancial de captação da ETA II é o Rio Grande e
abastece somente o bairro Santa Luzia.
Em ambas as estações as etapas de tratamento da água são mistura rápida, Coagulação,
Floculação, Decantação, Filtração, Fluoretação e para desinfecção a Cloração.
A Figura 2 representa o sistema da estação de tratamento convencional de água
(ETAII), do SAAE.
Figura 2: Sistema de Tratamento de Água Convencional do SAAE.
Fonte: SAAE, 2012.
35
4.3 Descrição Experimental
4.3.1 Pontos de Estudos
O trabalho foi realizado no período de Janeiro de 2012 a Dezembro de 2012. As
amostras para o estudo foram de água bruta (superficial) e de água tratada, as coletas de foram
realizadas pelo grupo de pesquisa do SAAE e pelo Laboratório de Hidrobiologia da
FESP/UEMG.
As amostras de água bruta foram coletadas no Ribeirão Bocaina, principal recurso
hídrico que abastece a cidade, na entrada das estações ETA I. As amostras de água tratada
foram coletadas nos reservatórios de distribuição de água das estações de tratamento (ETAI e
ETA II) e nos pontos de riscos. Os pontos classificados como de riscos foram:
- Escolas: o município de Passos possui 37 escolas publicas e 6 escolas de educação
infantil;
- Creches: o município possui 10 creches;
- Hospitais e igrejas.
Nos pontos de rede, ou seja, nas residências distribuídas nos bairros do município de
Passos-MG, nos reservatórios de distribuição dos bairros e nos poços artesianos.
As coletas eram realizadas de Segunda a Sexta-feira no período da manhã, no ponto de
captação (água bruta), foram realizadas diariamente, já as coletas da água tratada foram
realizadas aleatoriamente, ou seja, cada dia era coletada em um bairro diferente. Eram
coletadas 6 amostras de água por dia totalizando um total de 120 amostra por mês, as análises
de temperatura, pH, turbidez eram realizadas na hora,em seguida a as amostras eram levadas
para os laboratórios para a realização das demais análises. As análises físico-química e
microbiológicas eram realizadas diariamente, as análises de ferro total, nitrito, nitrato,
agrotóxicos eram realizadas uma vez por semana.
O tratamento realizado na ETA I e ETA II é o convencional e o tratamento realizado
nos poços artesianos é o tratamento simplificado.
A seguir são apresentados os pontos de coletas de água bruta e os pontos de riscos da
água tratada (Tabelas de 1 a 2). Na tabela 3 são apresentados os bairros de coletas da água
tratada nas pontas de rede de distribuição do Município de Passos–MG.
36
Tabela 1: Pontos de coleta de água bruta, Ribeirão Bocaina, Poço Artesiano e Reservatórios da ETA I.
Reservatórios – ETA I Água Bruta Poços Artesianos
Avenida da Penha, 103 Calha água do Ribeirão
Bocaina Poço Artesiano
Rua Julio do N. Maia, 12 Filtro de água do Rio
Grande. Calha Pashaal R. Ns. Sr. dos Passos,
1013
Rua José Muzetti, 15 Poço Artesiano
Rua Congonhas, 54 R. Ns. Sr dos Passos, 1013
R. Imaculada Conceição
s/n
Distrito Industrial, II
Fonte: Fonte: SAAE, 2012.
Tabela 2: Pontos de coleta de água tratada: Pontos de riscos.
Pontos de Riscos
Asilo São Vicente de
Paulo
Creche Múcio de Alencar
Viana
Hospital Otto Krakauer
Associação Espírita
Cáritas
Creche Naim Simão Hospital São José
Creche Campe Creche Nossa S. das
Graças
Pronto Socorro Municipal
Creche Dolores de
Queiroz
Creche Santo Agostinho Santa Casa de M. de
Passos
Creche Mizael F. Silva Creche São Francisco de
Assis
Terminal Rodoviário
Municipal
Creche Mons. João
Pedro
Creche Sonho Meu – 12º
B.P. M.
Fonte: Fonte: SAAE, 2012.
Tabela 3: Bairros de coletas da água tratada nas pontas de rede de distribuição:
Bela Vista Carmelo
Bela Vista II Jardins das Rosas
Distrito Industrial I Polivalente
São Benedito Santa Luzia
Canjeranus Recanto da Harmonia Fonte: Fonte: SAAE, 2012.
37
4.3.2 Locais das análises
As amostras foram analisadas no Laboratório da ETA1 de Passos; Laboratório de
Hidrobiologia da FESP e nos laboratórios privados, Araxá Ambiental.
As análises realizadas com a água bruta foram: cor, condutividade, pH, turbidez,
alumínio, amônia, cianetos, demanda química de oxigênio, Ferro, cloretos, manganês, nitrato,
nitrito, sólidos dissolvidos totais, substâncias tenso-ativas, sulfatos, nitrogênio total,
temperatura, oxigênio dissolvido, agrotóxicos, coliformes totais e coliformes termotolerantes,
cianobactérias, cianotoxinas: microcistinas e bactérias heterotróficas.
As análises realizadas com a água tratada foram: cloro residual livre, temperatura, cor,
condutividade, pH, turbidez, alumínio, amônia, cianetos, ferro, fluoretos, manganês, nitrato,
nitrito, sólidos dissolvidos totais, sulfatos, flúor, coliformes totais, coliformes termotolerantes,
cianobactérias, cianotoxinas: microcistinas e bactérias heterotróficas.
As análises realizadas pela VISA (Vigilância Sanitária) Municipal na água tratada
foram: pH, cloro, coliformes totais e termotolerantes, turbidez.
4.3.3 Análises físicas, químicas e microbiológicas
As análises físicas, químicas e microbiológicas estão representadas nas tabelas de 4 a
13:
38
Tabela 4: Análises físicas, químicas e microbiológicas das amostras de água
Análise Materiais e Métodos Referência
Temperatura Termômetro de mercúrio em C°. APHA, 2005
Condutividade Condutivímetro em µs APHA, 2005
Sólidos Dissolvidos
Totais
Titulometria APHA, 2005
Cloro residual livre Colorimetria APHA, 2005
Cor Colorimetria APHA, 2005
Turbidez Fotometria APHA, 2005
Alumínio Fotometria APHA, 2005
Amônia Fotometria APHA, 2005
Cianetos Fotometria APHA, 2005
Ferro Fotometria APHA, 2005
Fluoreto Fotometria APHA, 2005
Manganês Fotometria APHA, 2005
Nitrato Fotometria APHA, 2005
Nitrito Fotometria APHA, 2005
Substâncias tenso-ativas Fotometria APHA, 2005
Sulfatos Fotometria APHA, 2005
Nitrogênio total Destilação e titulação com H2SO4
0,01 N
APHA, 2005
Cianobactérias (água
bruta)
Quantitativo através da contagem
de células em microscopia de luz
Standard Methods,
2012
Cianotoxinas (água bruta e
tratada)
Método enzimático (Kit), e
quantificação através do método
Elisa (Enzima Ligada).
BISHOP, C.T. et al.,
1959
Coliformes Totais e
Coliformes
Termotolerantes
Tubos múltiplos APHA, 2005
Fonte: Fonte: SAAE, 2012.
Tabela 5: Produtos da desinfecção - Estes parâmetros foram analisados pelos descritos a seguir.
PARÂMETROS MÉTODO
Ácidos Haloacéticos Total EPA 552.3- Cromatografia gasosa com captura de
elétrons
Bromato EPA 300.1- Cromatografia de íons
Cloraminas Totais EPA 8720 D – Cromatografia gasosa/espectrometria de massa
Clorito SM 4500 – Colorimétrico
2,4,6- Triclorofenol SM 6410 A – Cromatografia gasosa/espectrometria
de massa
Trihalometanos totais ASTM D6520/00 – Micro extração em fase sólida de água
Fonte: Fonte: SAAE, 2012.
39
Tabela 6: Os agrotóxicos foram analisados por cromatografia e espectrometria e massa (EPA, 2007).
PARÂMETROS MÉTODO
2,4-D + 2, 4,5 T 1 SM 6410 A - Cromatografia gasosa /
espectrometria de massa
Alaclor EPA-8270 D - Cromatografia gasosa /
espectrometria de massa
Aldicarb+Ald. Sulfona+Ald. Sulfóxido SM 6410 A- Cromatografia gasosa / espectrometria
de massa
Aldrin + Dieldrin SM 6410 A- Cromatografia gasosa / espectrometria
de massa
Carbendazim + Benomil EPA 8270 C - Cromatografia gasosa / espectrometria
de massa
Carbofurano EPA 8270 D - Cromatografia gasosa /
espectrometria de massa
Clorpirifós + Clorpirifós – oxon EPA 8270 C - Cromatografia gasosa / espectrometria
de massa
DDT + DDD + DDE SM 6410 A - Cromatografia gasosa / espectrometria
de massa
Diuron EPA 8270 C - Cromatografia gasosa / espectrometria
de massa
Endossulfan EPA 8270D, SM 64010B – Cromatografia gasosa /
espectrometria de massa
Endrin SM 6410 A - Cromatografia gasosa / espectrometria
de massa
Glifosato + AMPA EPA 300.1- Determinação de ânions inorgânicos por
Cromatografia de Íons
Lindano (Gama - BHC) SM 6410 A - Cromatografia gasosa / espectrometria
de massa
Mancozebe EPA 8260 B - Compostos orgânicos voláteis por gás
cromatografia / Espectroscopia de massa
Metamidofós EPA 8270 C - Cromatografia gasosa / espectrometria
de massa
Metolacloro SM 6410 A - Cromatografia gasosa / espectrometria
de massa
Molinato SM 6410 A - Cromatografia gasosa / espectrometria
de massa
Parationa Metílica EPA 8270 C - Cromatografia gasosa / espectrometria
de massa
Pendimetalina SM 6410 A - Cromatografia gasosa / espectrometria
de massa
Permetrina SM 6410 A - Cromatografia gasosa / espectrometria
de massa
Profenofós EPA 8270 C - Cromatografia gasosa / espectrometria
de massa
Simazina SM 6410 A - Cromatografia gasosa / espectrometria
de massa
Tebuconazol SM 6410 A - Cromatografia gasosa / espectrometria
de massa
Terbufós EPA 8270 C - Cromatografia gasosa / espectrometria
de massa
Trifluralina SM 6410 A - Cromatografia gasosa / espectrometria
de massa
Fonte: Fonte: SAAE, 2012.
40
Compostos Inorgânicos
Os compostos inorgânicos foram analisados por espectrofotômetro. Os parâmetros e
os métodos estão citados abaixo:
Tabela 7: Métodos de análises dos compostos inorgânicos
PARÂMETROS MÉTODO
Antimônio SM 3114 B/C – Absorção atômica
Arsênio Total SM 3114 B/C- As - Absorção atômica
Bário Total (a c) SM 3111 D – Espectrometria de absorção atômica
com chama
Cádmio SM 3111B – Espectrometria de absorção atômica
com chama
Chumbo SM 3111 B – Espectrometria de absorção atômica
com chama
Cianeto Total SM 4500-CN – Colorimétrico
Cobre Total (a c) SM 3111 B – Espectrometria de absorção atômica
com chama
Cromo Total SM 3111 B – Espectrometria de absorção atômica
com chama
Mercúrio Total SM 3112 B – Espectrometria de absorção atômica
com chama
Níquel Total SM 3111 B – Espectrometria de absorção atômica
com chama
Selênio SM 3114 B/C- Se - Espectrometria de absorção
atômica com chama
Urânio Total SM 3120 B – Espectroscopia de emissão
Fonte: Fonte: SAAE, 2012.
Compostos Orgânicos
Os compostos Orgânicos foram analisados por espectrofotômetro. Os parâmetros e os
métodos estão citados abaixo:
41
Tabela 8: Métodos de análises dos compostos orgânicos
PARÂMETROS MÉTODO
Acrilamida EPA-8270 D – Cromatografia
gasosa/espectrometria de massa
Benzeno ASTM D6520/00 – Micro extração
em fase sólida da água
Benzo (a) pireno SM 6410 A - Cromatografia gasosa /
espectrometria de massa
Cloreto de Vinila ASTM D 6520/00 – Cromatografia
gasosa / espectrometria de massa
1,2- Dicloroetano EPA-8260 B – Cromatografia gasosa
/ espectrometria de massa
1,1- Dicloroeteno ASTM D6520/00 - Cromatografia
gasosa / espectrometria de massa
1,2- Dicloroeteno (Cis + Trans) EPA-8260 B - Cromatografia gasosa /
espectrometria de massa
Diclorometano SM 6410 A - Cromatografia gasosa /
espectrometria de massa
Di (2-Etilhexil) Ftalato EPA 8270 C - Cromatografia gasosa
espectrometria de massa
Estireno ASTM D6520/00 - Cromatografia
gasosa / espectrometria de massa
Pentaclorofenol SM 6410 A - Cromatografia gasosa /
espectrometria de massa
Tetracloreto de Carbono ASTM D6520/00 - Cromatografia
gasosa / espectrometria de massa
Tetracloroeteno ASTM D6520/00 - Cromatografia
gasosa / espectrometria de massa
Triclorobenzenos ASTM D6520/00 - Cromatografia
gasosa / espectrometria de massa
Fonte: Fonte: SAAE, 2012.
42
Radioatividade
Os parâmetros de radioatividade Alfa e Beta Global foram analisados por cintilação.
Padrão Organoléptico de potabilidade
Os métodos e os parâmetros dos padrões organolépticos e de potabilidade estão
citados a seguir:
Tabela 9: Parâmetros dos padrões organolépticos e de potabilidade e os métodos de análises
PARÂMETROS MÉTODO
1,2- Diclorobenzeno EPA-8260 B - Compostos orgânicos voláteis
por gás cromatografia /
Espectroscopia de massa
1,4- Diclorobenzeno EPA-8260 B - Compostos orgânicos voláteis
por gás cromatografia /
Espectroscopia de massa
Etilbenzeno ASTM D6520/00 - Cromatografia gasosa /
espectrometria de massa
Monoclorobenzeno ASTM D6520/00 - Cromatografia gasosa /
espectrometria de massa
Sódio Total SM 3111 B - Espectrometria de absorção
atômica com chama
Tolueno ASTM D6520/00 - Cromatografia gasosa /
espectrometria de massa
Xileno ASTM D6520/00 - Cromatografia gasosa /
espectrometria de massa
Zinco Total SM 3111 B - Espectrometria de absorção
atômica com chama Fonte: Fonte: SAAE, 2012.
43
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Resultados das Análises Microbiológicas
5.1.1 Coliformes Totais e Coliformes Fecais
Os coliformes totais indicam presença de bactérias na água, mais isso não
necessariamente representa problemas para a saúde. As bactérias do grupo coliforme são
bacilos gram-negativos, aeróbios ou anaeróbios facultativos, não formadores de esporos,
oxidase negativos, capazes de desenvolver-se na presença de sais biliares ou agentes tenso
ativos que fermentam a lactose com produção de ácido, gás e aldeído a 35,0 ± 0,5 °C em 24-
48 horas e que podem apresentar atividade da enzima ß galactosidase. (ÁGUA BRASIL,
2010).
A água possui diversos tipos de microrganismos por esse motivo são realizadas
análises para verificar a presença de coliformes totais e coliformes fecais.
O destino da água é determinado pelos padrões de qualidade:
- Para o consumo humano: Ausência em amostra de 100 ml;
- Na saída do tratamento: Ausência em amostra de 100 ml;
- Tratada no sistema de distribuição: Ausência em amostra de 100 ml;
- Sistema de distribuição que analisam 40 ou mais amostra por mês: Ausência em
100 ml em 95% das amostras examinadas no mês;
- Sistema de distribuição que analisam menos de 40 amostras por mês: Somente
uma amostra poderá apresentar mensalmente resultado positivo em 100 ml (DI
BERNARDO, et al., 2002).
Os resultados das análises microbiológicas da água bruta e da água tratada encontram-
se na tabela 10.
44
Tabela 10: Resultado das análises de coliformes totais realizadas mensalmente na água tratada e na água bruta
em 2012.
Mês
Coliformes totais
Água tratada Água bruta
Positivo Negativo Negativo Positivo
Janeiro 2 96 25 35
Fevereiro 2 100 21 39
Março 1 100 21 39
Abril 1 98 29 31
Maio 0 100 29 31
Junho 1 99 28 32
Julho 0 100 30 30
Agosto 2 98 34 40
Setembro 1 99 21 39
Outubro 3 97 21 35
Novembro 1 99 29 31
Dezembro 0 84 28 32
Subtotal 14 1170 316 414
Total 1184 730
Fonte: a autora
Das 1.184 análises de água tratada durante o ano de 2012, os meses que apresentaram
coliformes totais foram Janeiro, Fevereiro, Março, Abril, Junho, Agosto, Setembro, Outubro e
Novembro totalizando 14 amostras com a presença de Coliformes totais e unidade formadora
de colônias (UFC). Das 730 amostras realizadas na água bruta 414 apresentaram Coliformes
totais.
Os resultados das análises microbiológicas da água tratada encontram-se na tabela11.
45
Tabela 11: Resultados positivos de todas as análises bacteriológicas realizadas nos pontos de
amostragem
Mês
Tratada Pontos de
Risco Reservatório Poço
Pontas de
Rede
Totais
análises
C.
to. C. te
C.
to. C. te C. to. C. te
C.
to. C. te
C.
to. C. te
Janeiro 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 116
Fevereiro 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 116
Março 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 116
Abril 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 116
Maio 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 116
Junho 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 116
Julho 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 116
Agosto 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 116
Setembro 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 116
Outubro 0 0 0 0 1 0 0 0 2 0 116
Novembro 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 116
Dezembro 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 116
Total 1 0 2 0 1 0 1 0 11 0 1.392
Fonte: a autora
Das 1.392 amostras de água tratada durante o ano de 2012 nos pontos de amostragem,
a água tratada apresentou coliformes totais no mês de Maio, nos pontos de risco coliformes
totais no mês Agosto e em uma em Dezembro, nos reservatórios coliformes totais no mês de
Outubro, nos poços coliformes totais no mês de Novembro, nas pontas de rede duas no mês
de Janeiro, duas em Fevereiro, uma em Março, uma em Abril, uma em Junho, uma em
Agosto, duas em Outubro e uma em Novembro de coliformes totais. Totalizando 16 amostras
com a presença de coliformes totais.
No Gráfico 1 estão apresentados os resultados das análise de coliformes totais para
água bruta nos meses de Janeiro a Dezembro de 2012.
46
Gráfico 1: Resultados das análises de coliformes totais para água bruta nos meses de Janeiro a Dezembro de
2012.
Fonte: a autora
O gráfico mostra as análises de coliformes totais da água bruta dos meses de Janeiro a
Dezembro de 2012. Em janeiro das 80 amostras coletadas 25 apresentaram resultado negativo
e 55 positivos, em fevereiro das 80 amostras coletadas 20 apresentaram resultado negativo e
60 positivos. No mês de março das 80 amostras coletadas 20 apresentaram resultados
negativos e 60 positivos. No mês de abril das 80 amostras coletadas 28 apresentaram
resultados negativos e 52 positivos. No mês de maio das 80 amostras coletadas 29
apresentaram resultados negativos e 51 positivos. No mês de Junho das 80 amostras 28
apresentaram resultados positivos e 52 negativos. No mês de julho das 80 amostras coletadas
30 apresentaram resultados negativos e 50 positivos. No mês de agosto das 80 amostras 35
apresentaram resultados negativos e 45 positivos. No mês setembro das 80 amostras 20
apresentaram resultados negativos e 60 positivos. No mês de outubro das 80 amostras 23
apresentaram resultados negativos e 57 positivos. No mês de novembro das 80 amostras 30
apresentaram resultados negativos e 50 positivos. No mês de dezembro das 80 amostras 28
apresentaram valores negativos e 52 positivos.
O gráfico 2 mostra a quantidade de análise e os resultados de coliformes totais da água
tratada nos meses de Janeiro a Dezembro de 2012.
47
Gráfico 2: Resultados das análises de coliformes totais das amostras de água tratada.
Fonte: a autora
A Resolução CONAMA 357/2005 estabelece que os valores para Coliformes
termotolerantes para a classe 3 – Águas Doces não pode ultrapassar 4.000 coliformes por 100
mililitros.
Os valores microbiológicos das amostras de água tratada durante o ano, apenas 14
amostras foram positivas para Coliformes totais, 45 para unidade formadora de colônias
(bactérias mesófilas) e não se observou em nenhuma amostra a presença de Escherichia coli,
ou seja, coliformes termotolerantes.
O exame bacteriológico do presente trabalho revelou elevada concentração de
coliformes totais e Escherichia na água bruta. Estas ocorrências podem ter acontecido
devido ao período de chuva e pode estar sendo provocada pela poluição antropogênica em
consequência da presença de valas negras em bairros próximos ao Ribeirão Bocaina que em
períodos de chuvas fortes, estas valas arrebentam levando o esgoto in natura em direção ao
ponto alto da estação de captação do Ribeirão.
O Ribeirão Bocaina está classificado como Classe 2, analisando as amostras de
coliformes percebemos que os valores estão acima do valor permitido na Resolução
CONAMA 357/2005, isso mostra que os padrões de qualidade previamente estabelecidos não
estão sendo atendidos. Sendo assim seu uso só pode ser destinado ao abastecimento humano,
após tratamento convencional ou avançado.
Durante todo o ano a Visa emite um relatório a ANVISA, sempre que ocorre um
resultado positivo para coliformes totais, coliformes termotolerantes e Unidade formadora de
48
colônia a ANVISA realiza a verificação “in locu” por meio de novas análises de amostras de
água.
O padrão microbiológico estabelece que a água tratada no sistema de distribuição
apresente ausência de coliformes termotolerantes em 100 mL de água e ausência de
coliformes totais em 100 mL em 95% das amostras.
Nem sempre a presença de coliformes totais indica que a água esta contaminada, pois
sua presença pode ser detectada naturalmente na água, no solo e nas plantas (SANTOS e
RUOCCO, 2010).
Para Bernardo e Dantas (2005) quanto maior o número de coliformes presentes na
água, maior a probabilidade da ocorrência de micro-organismos patogênicos.
É importante analisar os parâmetros bacteriológicos, pois assim é possível investigar a
origem da ocorrência da contaminação e providenciar medidas de caráter corretivo e
preventivo.
Casali (2007) avaliou a qualidade da água rural destina ao consumo humano, foram
monitorados 34 pontos, onde 64,7% são abastecidos por poço tubular, 35,3% tem captação de
água superficial e nenhum deles conta com tratamento de água e de esgoto. Dos pontos
monitorados, 73,5% é abastecido por águas fora dos limites estabelecidos pela Portaria Nº
518/2004 do Ministério da Saúde. Sendo assim conclui-se que grande parte dos usuários das
escolas e comunidades rurais está consumindo água fora dos padrões de potabilidade
estipulados pela legislação, que a melhoria da qualidade da água de abastecimento depende da
tecnologia de saneamento e do uso de metodologias de educação ambiental dos moradores
desse município.
Conte (2003) avaliou a qualidade microbiológica de diferentes amostras de águas
tratadas e sem tratamento provenientes da região Nordeste do Rio Grande do Sul. Foram
analisadas 140 amostras de água, onde 93 possuíam tratamento e 47 eram provenientes de
poços, ou seja, sem tratamento. Das 93 amostras de água tratada, 75,3% apresentaram- se
adequadas ao consumo humano, porém em 24,7% das amostras observou - se presença de
Escherichia coli. Entre as águas sem tratamento, apenas 38,3% mostraram-se próprias para
consumo, sendo que 61,7% apresentaram contaminação por E. coli.
49
5.2 Cianofíceas ou Cianobactérias
A comunidade fitoplanctônica pode ser utilizada como parâmetro de avaliação para
qualidade da água e dimensão de impactos ambientais. Esta comunidade é a base da cadeia
alimentar aquática, e por esse motivo é regente da produtividade dos elos seguintes da cadeia.
Dentro desta comunidade estão as cianobactérias, que são micro-organismos procarióticos
autotróficos, também denominados como cianofíceas (algas azuis) capazes de ocorrer em
qualquer manancial superficial especialmente naqueles com elevados níveis de nutrientes
(nitrogênio e fósforo) podendo produzir toxinas com efeitos adversos à saúde, e cuja
ocorrência em grande número está relacionada à mortandade de animais (STANDARD
METHODS, 2012).
Por serem gram-negativas, possuem paredes celulares pouco permeáveis aos
antibióticos e, assim, como muitas cianobactérias são capazes de liberar toxinas, podendo
contaminar os mananciais, ou seja, o tratamento de água tradicional e a fervura não são eficaz
para o tratamento dessa água. Ao contaminar a água, as cianotoxinas comprometem a vida
aquática e a dos seres vivos presentes na mesma. Algumas destas são neurotoxinas bastante
potentes e outras são tóxicas, principalmente para o fígado, sendo que há, ainda, aquelas que
podem ser irritantes ao contato (ARAGUAIA, 2012).
Alguns gêneros de cianobactérias produzem compostos com significativo potencial
hepatotóxico. As microcistinas, são heptapeptídeos cíclicos, sintetizáveis por diferentes
gêneros de cianobactérias, como: Microcystis, Oscillatoria e Anabaena, e de acordo com a
concentração, podem contaminar as águas destinadas ao consumo humano, podendo provocar
diarreia ou morte dos seres vivos (BISHOP, et al., 1959).
Atualmente as toxinas de cianobactérias estão associadas a episódios de intoxicação de
pássaros, peixes, animais selvagens, animais de criação, animais de estimação e, com menos
frequência, de seres humanos (KAMOGAE e HIROOKA, 2000).
Segundo a Resolução CONAMA 357/2005, os valores de células de Fitoplâncton
permitidos em água bruta são: Classe 1, o limite de células por mililitros é de 20.000,00, para
água de classe 2 o limite é de 50.000,00 células por mililitros e para água de classe 3 é de
100.000 células por mililitros.
Observa-se que durante o ano de 2012 os resultados quantitativos das Cianotoxinas
analisadas em amostras de água tratada, encontram-se de acordo com os valores permitidos na
portaria 2.914/11.
50
Microcistinas são toxinas naturais produzidas por cianobacterias, é uma ameaça para
os animais domésticos e selvagens, e para os humanos que tiverem contato com a água
contaminada. São extremamente estáveis e resistentes à temperatura, hidrólise química e
oxidação. Embora possam ser quebradas por proteases bacterianas, na maioria dos casos estas
não estão presentes, pelo que as microcistinas permanecem intactas nas águas.
Saxiotoxinas é um tetraidropurina neurotóxica responsável pelo envenenamento
paralítico por mariscos proveniente de mexilhões. Esta toxina se liga ao canal de cálcio do
nervo, impedindo a passagem de íons de sódio através da membrana celular e, portanto,
bloqueando a passagem dos impulsos nervosos. Facilmente solúvel em água, podendo ser
dispersa em aerossóis, é tóxica através da ingestão e inalação, no caso de inalação pode levar
a ao colapso respiratório e morte rápida. Quimicamente estável, pode ser inativada pelo
tratamento com substâncias alcalinas fortes.
Os resultados quantitativo das Cianotoxinas em amostras de água bruta do Ribeirão
Bocaina (ponto de captação) em junho de 2012, apresentaram a presença de Frustulia sp e de
Melosira em 10% dos campos analisados.
Fatores ambientais como temperatura, luz, nutrientes, salinidade, pH e concentrações
de micronutrientes no meio afetam o seu crescimento, e favorecem a produção de
cianotoxinas. A maior parte das toxinas são produzidas sob condições que são favoráveis ao
seu crescimento.
Mas às vezes, pode estar sendo provocada pela poluição antropogênica em
consequência de lançamentos de dejetos indústrias e domésticos.
Os resultados quantitativos das Cianotoxinas encontrados em amostras de água tratada
da ETA I e da ETAII encontram-se de acordo com os valores permitidos na portaria 2.914/11.
Os resultados qualitativos de fitoplâncton (cianofíceas ou cianobactérias) encontrados
em amostras de água bruta do Rio Grande (ponto de captação) em Agosto são menores
20.000,00 por mililitros. E estão de acordo com a portaria 357/2005.
51
5.3 Agrotóxicos, compostos orgânicos
Segundo a lei 7.802/89 agrotóxicos são produtos e agentes de processos físicos,
químicos ou biológicos, utilizados na produção, no armazenamento e beneficiamento de
produtos agrícolas, pastagens, proteção de florestas, nativas ou plantadas, e de outros
ecossistemas e de ambientes urbanos, hídricos e industriais. São produtos que visa alterar a
composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos nocivos.
Também são considerados agrotóxicos as substâncias e produtos empregados como
desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento.
De acordo com o Ministério Do Meio Ambiente os agrotóxicos podem ser divididos
em duas categorias:
Agrícolas são utilizados na produção, no armazenamento e beneficiamento de
produtos agrícolas, nas pastagens e nas florestas plantadas, seus registros são concedidos pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, atendendo as diretrizes e exigências dos
Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente.
Não agrícolas usados na proteção de florestas nativas, outros ecossistemas,
ambientes hídricos, utilizado em ambientes urbanos (domiciliares, públicos ou coletivos) e
industriais, ao tratamento de água e em campanhas de saúde pública cujos os registros são
concedidos pelo Ministério da Saúde/ANVISA, atendendo as diretrizes e exigências dos
Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente.
Independente do modo de aplicação o agrotóxico tem capacidade de atingir o solo e as
águas, isso ocorre através da ação do vento e da água das chuvas, da lixiviação e da erosão.
Seu comportamento no meio ambiente é extremamente complexo, sendo o homem o seu
principal receptor. A complexidade da avaliação do comportamento de um agrotóxico deve-se
à necessidade de se considerar a influência dos agentes que atuam provocando seu
deslocamento físico e sua transformação química e biológica. As substâncias sofrem
processos físicos, ou químicos ou biológicos, esses processos podem modificar as suas
propriedades e influenciar o comportamento dos agrotóxicos, inclusive com a formação de
subprodutos com propriedades absolutamente diferentes do produto inicial e cujos danos à
saúde ou ao meio ambiente também são diferenciados (MINISTÉRIO DO MEIO
AMBIENTE).
No Brasil são utilizados agrotóxicos diariamente, somos considerados os maiores
consumidores. Por esse motivo e pelos danos que pode causar ao meio ambiente e aos seres
52
vivos, possui um grande numero de normas legais, e uma legislação que rege o processo de
registro de um produto (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2011).
Os Herbicidas são agrotóxicos, utilizados para impedir o crescimento de ervas
daninhas durante a produção, seu uso apresenta algumas vantagens, pois é um produto de
ação rápida, baixo custo, efeito residual e não revolvimento do solo. Sua utilização pode
contaminar o ambiente, com o tempo pode surgir ervas resistentes, além de serem tóxicos
para os seres humanos (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2011).
Segundo o Ministério do Meio Ambiente os herbicidas são agrupados pela atividade,
pelo uso, modo de ação, grupo químico, tipo de vegetação a ser controlada.
- Pela atividade: contato ou sistêmicos
- Pelo uso: Aplicados no solo, Pré-emergentes, Pós-emergentes.
- Modo de ação: Inibidores da acetil - coenzima A - carboxilase, Inibidores da
acetolacto - sintase, Inibidores da enolpiruvil - shikimato 3 - fosfate - sintase,
Auxina sintética, Inibidores do fotossistema (MINISTÉRIO DO MEIO
AMBIENTE, 2011).
De acordo com a praga a ser combatida os pesticidas são classificados em
(MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2011):
- Bactericidas: usados no controle de bactérias;
- Inseticidas: usados no controle de insetos;
- Herbicidas: usados no controle de ervas daninhas;
- Fungicidas: usados no controle de fungos;
- Acaricidas: usados no controle de ácaros.
De acordo com a composição são classificados em:
- Botânicos: composição à base de nicotina, sabatina, piretrina e retenona;
- Orgânicos de síntese: composição à base de Carbamatos, clorados, fosforados e
clorofosforados;
- Inorgânicos: composição à base de Arsênio, Tálio, Bário, Nitrogênio, Fósforo,
Cádmio, Ferro, Selênio, Chumbo, Mercúrio, Zinco, Cobre.
Os pesticidas são tóxicos tanto para os seres vivos quanto para o meio ambiente,
podem contaminar os lençóis freáticos e rios causando a morte de seres que vivem nesse
local, afetam as estruturas físicas das plantas e seu metabolismo.
Nos seres humanos pode ocorrer a mutação dos genes das células, podendo
desencadear o câncer em várias partes do corpo. (SAVOY, 2011).
53
Os Carbamatos são compostos que apresentam em comum a estrutura fundamental do
ácido N - metilcarbâmico. Exemplo: carbaril (sevin), carbofuran e propoxur. Propoxur:
inseticida altamente tóxico, classe toxicológica II; fórmula bruta C11H15NO3; quimicamente
denominado metilcarbamato de 2 - isopropoxifenila, empregado no controle de moscas,
mosquitos, baratas, formigas, percevejos e escorpiões. (SAVOY, 2011).
Os Organoclorados são os mais tóxicos, compostos com propriedades físico-químicas
semelhantes, lipofílicos, à base de carbono com radicais de cloro e altamente resistentes aos
mecanismos de decomposição dos sistemas biológicos. Seu uso está proibido em diversos
países. Alguns dos principais são: BHC, lindano, aldrin, dieldrin, heptacloro, endossulfan,
DDT, dodecacloro, toxafeno. (SAVOY, 2011).
Os Organofosforados são compostos orgânicos derivados do ácido fosfórico,
tiofosfórico ou ditiofosfórico. Existem compostos organofosforados sintéticos utilizados
como inseticidas, acaricidas, nematicidas e fungicidas, sendo que os relacionados a seguir são
os inseticidas mais utilizados no combate a pragas. (SAVOY, 2011).
No estudo da água bruta coletada no Ribeirão Bocaina pode-se observar que a
quantidade de agrotóxicos encontrados foi mínima e menor que os valores aceitáveis, para a
classe de água 2 e os valores encontrados na água tratada também são pequenos e aceitáveis
pela Portaria MS n. 2014/2011. Estes valores baixos também ocorreram para os surfactantes
da água bruta do Ribeirão Bocaina.
Estes resultados são de extrema importância para a micro bacia hidrográfica uma vez
que a contaminação por estes compostos orgânicos causam intoxicações agudas e crônicas
nos invertebrados, nos vertebrados e nos vegetais e algas e contaminação em toda cadeia
alimentar tanto na água como na terra.
O comportamento, transporte e destino desses compostos no meio ambiente dependem
de suas características físico-químicas e bioquímicas. Geralmente os hidrocarbonetos
aromáticos policíclicos (hap) são persistentes no meio ambiente e possuem baixa solubilidade
em água.
Os surfactantes foram analisados na água bruta junto com os agrotóxicos, porque são
compostos orgânicos, mas também podem ser sintéticos. O termo “surface active agent”,
significa, literalmente, agente de atividade superficial. Em português pode ser designado
como substância tenso ativo. É um composto capaz de alterar as propriedades superficiais e
interfaciais de um líquido. O termo interface denota o limite entre duas fases imiscíveis,
enquanto o termo superfície indica que uma das fases é gasosa. Outra propriedade é a
tendência de formar agregados chamados micelas que, geralmente, formam-se a baixas
54
concentrações em água. A concentração mínima na qual inicia-se a formação de micelas
chama-se concentração micelar crítica (CMC) sendo uma importante característica de um
surfactante. Estas propriedades tornam os surfactantes adequados para uma ampla gama de
aplicações industriais envolvendo: detergência, emulsificação, lubrificação, capacidade
espumante, capacidade molhante, solubilização e dispersão de fases. Quando o surfactante é
produzido por um microrganismo é chamado biossurfactante. (SAVOY, 2011).
A utilização de surfactantes é ampla, são utilizados em grandes quantidades tanto em
ambientes domésticos, comerciais e industriais, principalmente na lavagem de roupas,
equipamentos e higiene pessoal. A utilização de surfactantes em excesso pode influenciar a
eutrofização dos corpos receptores, além da inibição do crescimento de alguns organismos.
Além disso, poderá ocorrer a desestabilização de processos metabólicos dos microrganismos,
devido à modificação de algumas atividades enzimáticas, da parede celular e de algumas
organelas celulares. (BRAGA, 2002).
Os surfactantes utilizados na agricultura aumenta a eficiência do produto aplicado nas
plantações. O surfactante é anfipático e é um agente tenso ativo na água, o que significa que
ele reduz acentuadamente a tensão superficial da água. Na verdade trata-se de uma mistura
complexa de vários fosfolipídios, proteínas e íons. (GUTTON et al., 2002).
Entre os poluentes no esgoto, estão os detergentes sintéticos, que em sua formulação
são compostos basicamente de surfactantes e aditivos. Os detergentes sintéticos, atualmente
têm se apresentado como grande empecilho em muitos sistemas de tratamento, já que em
condições anaeróbias os surfactantes não são biodegradados, dificultam a transferência de
oxigênio, modificam as características de sedimentação dos sólidos em suspensão, além de, na
baixa eficiência de sua remoção, provocam a formação de espuma em corpos d’água, que
mais do que o efeito estético, pode ocasionar problemas à saúde. (RAMOS & SOBRINHO,
2002).
Sendo assim, o uso de agrotóxicos e seus possíveis efeitos à saúde humana e
ambiental tornaram-se uma grande preocupação à comunidade cientifica, principalmente
quando o recurso hídrico potencialmente contaminado seria utilizado para consumo humano.
Entretanto, já foi comprovado através de diversos estudos que a presença de agrotóxicos nos
sistemas hídricos seria mais comum do que se imaginava, principalmente nos sistemas
hídricos próximos de regiões agrícolas intensivas na utilização de agrotóxicos. (VEIGA et al.,
2006).
Os Resultados das análises de agrotóxicos em amostras de água Bruta, Ribeirão
Bocaina (Ponto de captação) em junho de 2012, estão dentro dos valores permitidos.
55
5.4. Produtos de desinfetantes e produtos secundários da desinfecção da água
Os produtos utilizados na desinfecção da água combinam com variáveis físicas e
químicas e formam subprodutos.
Os halogenados são comumente formados quando a água apresenta matéria orgânica
que reage com cloro ou bromo livre. Em 1974, pesquisadores holandeses e americanos foram
pioneiros em detectar a presença destes subprodutos, após processos de desinfecção, em águas
para abastecimento público. A partir daquele ano, investigações realizadas nos Estados
Unidos mostraram uma possível correlação positiva entre a qualidade das águas de
abastecimento público e a incidência de certos tipos de câncer, o que desencadeou o
desenvolvimento de uma série de pesquisas que diagnosticaram a ocorrência de trialometanos
em ETAs que utilizavam produtos clorados no processo de desinfecção. (MACÊDO et al.,
2000).
Segundo um estudo em 113 estações de tratamento realizado pela Agência de Proteção
Ambiental dos Estados Unidos (EPA), verificou - se a presença de 27 compostos orgânicos
com capacidade de causar doenças. Foram encontrados com grande frequência clorofórmio,
bromo diclorometano, dibromoclorometano em todas as pesquisas realizadas nas águas de
abastecimento com cloro. Após a realização do estudo, a EPA em 1978, estabeleceu um limite
máximo permitido de 100 μg.L-1 de trialometanos nas águas de abastecimento. Mesmo não
existindo estudos que comprovem a nocividade à saúde humana, o limite foi proposto com
objetivos preventivos. Em 1979, apesar das evidências de carcinogenicidade em estudos com
animais o limite para trialometanos total foi alterado para 80 μg.L-1. (MEYER, 2004).
De acordo com a legislação de alguns países em relação ao valor máximo permitido de
trialometanos existem diferenças significativas. Nos Estados Unidos, por exemplo, o padrão
de potabilidade é de 80 μg.L-1, no Canadá e na União Europeia esse padrão é de 100 μg.L-1.
Na França são permitidos valores máximos da ordem de 10 μg.L-1, ao passo que no México o
padrão é de 200 μg.L-1 (LATIFOGLU, 2003; PÁDUA et al., 2004; GOSLAN et al., 1998).
A Organização Mundial de Saúde não inclui um valor máximo permitido para
trialometanos total, mas dispõe de valores guias para cada trialometano. Para Bromofórmio,
valor de 0,1 mg.L-1; Dibromoclorometano valor de 0,1 mg.L-1 ; Bromo diclorometano valor
de 0,06 mg.L-1; Clorofórmio valor de 0,3 mg.L-1. É recomenda que a soma das razões entre
56
a concentração de cada trialometano e seu respectivo valor guia não deve ultrapassar a
unidade de < 1,0. (WHO, 2004 e 2008).
No Brasil, o valor máximo de permitido trialometanos total é de 0,1 mg.L-1, conforme
a Portaria MS nº 2914/2011. Além dos Trialometanos, outros subprodutos da cloração têm
merecido atenção.
A Portaria MS nº 2914/2011 estabelece a frequência mínima de amostragem de
trialometanos para o controle da qualidade da água do sistema de abastecimento, em função
do tipo de manancial. A frequência trimestral para manancial de superfície é proposta tanto
para a saída do tratamento quanto para o sistema de distribuição (reservatórios e rede),
independente da população abastecida. Somente o número mínimo de amostras para este
parâmetro apresenta variação em função da população abastecida, devendo ser de uma e
quatro amostras para população inferior e superior a 50.000 habitantes, respectivamente,
sendo as amostras coletadas, preferencialmente, em pontos de maior tempo de detenção da
água no sistema de distribuição. (BRASIL, 2012).
A desinfecção é um processo seletivo, não destrói todas as formas vivas e tampouco
elimina todos os organismos patogênicos, usa um agente químico ou não químico e que tem
por objetivo a inativação de microrganismos patogênicos presentes na água por meio da
ocorrência de um ou mais dos seguintes mecanismos: i) destruição da estrutura celular; ii)
interferência no metabolismo com inativação de enzimas; iii) interferência na biossíntese e no
crescimento celular, evitando a síntese de proteínas, ácidos nucléicos e coenzimas. (DI
BERNARDO e DANTAS, 2005).
O cloro é o produto químico mais utilizado como agente desinfetante nas ETAs, pois
ele inativa os microrganismos muito rápido, não é tóxico aos seres humanos, não altera sabor
e odor da água, produz residuais persistentes e, apresenta custo razoável. Mesmo com todas
essas qualidades, a reação do cloro residual livre com alguns compostos orgânicos naturais
acarreta a formação de subprodutos indesejáveis, tais como: Trialometanos; Ácidos
haloacéticos, Haloacetonitrilas, Haletos cianogênicos, Halopicrinas, Haloacetonas, Cloro
hidrato, Haloaldeídos, Halofenóis. (WHO, 1993).
Os trialometanos são gerados como subproduto da cloração da água. O íon brometo é
oxidado pelo ácido hipocloroso formando assim o ácido hipobromoso que reage com a
matéria orgânica formando os trialometanos bromados. O clorofórmio é o trialometano mais
encontrado na água. O segundo trialometanos mais encontrado é o bromodiclorometano,
dibromoclorometano e bromofórmio. (MORRIS et al., 1992; SINGER, 1994; WHO, 1996;
SINGER, 1999; GOLFINOPOULOS, 2000; WHO, 2000).
57
Com a oxidação do cloro e da matéria orgânica presentes na água são formados os
ácidos acéticos clorados constituindo o segundo grupo de subprodutos predominante com
ácidos dicloroacético e tricloroacético. (WHO, 2000). O cloro hidrato, ou tricloro acetaldeído
hidratado é um subproduto formado quando o cloro reage com ácidos húmicos. O cloro
hidratado é encontrado na água em concentrações acima de 100 μg.L¹ é utilizado como
sedativo ou em seres humanos e em animais. (WHO, 1993; WHO, 1996). A reação do cloro
com ácidos húmicos e nitrofenóis forma a cloropicrina, ou tricloronitrometano, sua formação
aumenta na presença de nitratos.
Segundo WHO (1993) e WHO (1996) as concentrações na água tratada são
normalmente menores que 5 μg.L-1.
Durante a cloração ou amônia cloração de substâncias naturais tais como algas, ácidos
fúlvicos e proteína são produzidas as acetonitrilas halogenadas. As concentrações de brometo
podem influenciar a formação das haloacetonitrilas, cuja ocorrência é usualmente inferior a
1,0 μg.L-1. A espécie mais encontrada na água tratada é a dicloroacetonitrila. (WHO, 2008).
Os subprodutos orgânicos da desinfecção podem ser divididos em subprodutos
halogenados que são formados quando ocorre a reação entre compostos orgânicos da água
com cloro livre, bromo livre ou iodo livre. E subprodutos não halogenados que são formados
quando precursores reagem com outros oxidantes. (BELL-AJY et al., 1992; WHO, 2000;
USEPA, 2008).
Essas reações de formação dos subprodutos podem ocorrer na estação de tratamento
ou no sistema de distribuição de água. De acordo com o tipo de formação destes subprodutos,
é recomendado que a aplicação do cloro seja realizada após os processos de clarificação da
água, para garantir a pré remoção de substancias precursoras. (BRASIL, 2007).
A pré-oxidação da água para que ocorra à oxidação de compostos inorgânicos, como
por exemplo, Fe+2 e Mn+2 é muito realizada em alguns estados brasileiros, podendo
aumentar a formação de subprodutos. A pré-cloração de águas eutrofizadas utilizada no
tratamento de água, junto com a floração tóxica de cianobactérias no manancial de captação
pode aumentar a quantidade de toxinas no meio aquático. (FERREIRA FILHO e
SAKAGUTI, 2008).
As reações de cloro residual livre e dos compostos orgânicos naturais são
extremamente complexas, essa complexidade ocorre devido à elevada diversidade de grupos
funcionais aromáticos, carboxílicos, fenólicos, bem como grandes quantidades de duplas e
triplas ligações que são facilmente atacadas pelo agente oxidante. Essas reações permitem a
formação dos subprodutos da desinfecção, pelo fato destas reações químicas envolverem a
58
quebra de determinadas moléculas orgânicas e a substituição ou introdução do halogênio em
sua estrutura molecular. (CESCO, 2007; FERREIRA FILHO e SAKAGUTI, 2008).
A degradação de corpos d’água através das atividades antrópicas, como lançamento de
efluentes domésticos e industriais, ou a poluição de origem difusa, dificulta a captação de
água em manancial superficial comprometido. A eutrofização de corpos d’água e a ocorrência
de florações podem acarretar diversos problemas, como sabor e odor, aumento da formação
de subprodutos indesejados da cloração, interferências no tratamento da água e corrosão de
unidades do sistema de abastecimento.
A literatura traz que os tipos de subprodutos orgânicos halogenados formados e as
concentrações resultantes dependem da quantidade, das espécies de algas presentes e suas
fases de crescimento, dificultado prever se haverá formação significativa de subprodutos
quando um manancial encontrar-se eutrofizado. Só é possível afirmar se os gêneros
predominantes de algas são precursores da formação de subprodutos orgânicos halogenados
com a realização de um estudo experimental com a água bruta. (GRAHAM et al., 1998; DI
BERNARDO e DANTAS, 2005; NGUYEN et al., 2005).
Para que ocorra a desinfecção da água tratada é obrigatória à manutenção de no
mínimo 0,2 mg/L de cloro residual livre, ou 2,0 mg/L de cloro residual combinado, ou de 0,2
mg/L de dióxido de cloro. Recomenda-se também que o teor máximo de cloro residual livre
em qualquer ponto do sistema de abastecimento seja de 2,0 mg/L. (MINISTÉRIO DA
SAÚDE).
No presente estudo o numero de análises em um ano, foi pequeno para afirmarmos que
os valores estão dentro do recomendado pela Portaria MS nº 2914/2011, portanto faz-se
necessário mais análises para que possamos afirmar que os trialometanos não são problemas
no tratamento da ETA I do município de Passos-MG. Os resultados dos produtos de
desinfecção encontrados na água tratada estão de acordo com a portaria 2.914 /11, visto que
as características da água bruta variam em função da sazonalidade, a ocorrência de
subprodutos também apresenta variação. Assim, torna-se importante monitorá-los com o
objetivo de minimizar sua formação.
5.5 Resultados das análises físicas e químicas da água tratada (ETA I) e água
bruta do Ribeirão Bocaina, Passos-MG.
Alumínio
59
O alumínio pode ocorrer na água em diferentes formas e sua concentração depende de
fatores físicos, químicos e geológicos. Os níveis de alumínio na água potável variam
conforme as concentrações encontradas na fonte de água e quando são utilizados coagulantes
a base de alumínio no tratamento da água (CETESB, 2012).
Em um estudo realizado no Rio de Janeiro em 2001 as análises mostram somente o
alumínio como o metal que se apresenta com valores acima dos padrões estabelecidos na
Portaria 36/90. Foram estudadas duas regiões a Colubandê e o Parque Fluminense. No
Colubandê, 100% das amostras apresentaram concentrações de alumínio superiores ao padrão
da Portaria 36/90, e, no Parque Fluminense, esse valor foi de 75% (FREITAS et al., 2011).
O valor Maximo permitido de alumínio para água bruta é de 0,2 mg/L, para água
potável é de 0,1 mg/L
O gráfico 3A mostra os valores de Alumínio da Água bruta nos meses de Janeiro a
Dezembro de 2012. O gráfico 3B mostra os valores de alumínio da água tratada nos meses de
Janeiro a Dezembro de 2012.
De acordo com o gráfico 3A (Água Bruta) o mês de Maio apresentou um valor acima
do permitido 0,8 mg/L, isso pode ter ocorrido pelo fato do alumínio sofrer influencia do pH,
temperatura, pela presença de fluoretos, sulfatos, matéria orgânica e outros ligantes na água.
Ou pelo fato do solo do cerrado ser rico em alumínio.
De acordo com o gráfico 3B (água tratada) os valores encontrados estão de acordo
com a portaria, o único mês que o valor se aproximou do valor permitido foi em outubro, isso
pode ter ocorrido pelo uso excessivo de coagulantes a base de alumínio ou essa água não
recebeu um tratamento completo.
60
Gráfico 3: Quantidade de alumínio da Água Bruta (gráfico 3A), e da Água Tratada (gráfico 3B).
Fonte: a autora
Amônia
É um gás incolor, alcalino e irritante em condições normais de temperatura e pressão,
bastante solúvel em água em baixos valores de pH ácidos. Apresenta um odor muito forte é
detectável em concentrações acima de 30 mg/L, ocorre irritação da vista e respiratória a 50
mg/L, disfunção pulmonar a 1000 mg/L e há risco de morte se uma pessoa for exposta a
concentrações acima de 1500 mg/L. Utilizada na agricultura como fertilizantes e componentes
de vários produtos de limpeza, é facilmente biodegradável. São absorvidas facilmente pelas
plantas, é um nutriente muito importante fornecedor de nitrogênio para a produção de
compostos orgânicos azotados. Na água de consumo em concentrações elevada pode causar
sérios danos à saúde, pelo fato de interferir o transporte do oxigênio pela hemoglobina, entre
outros efeitos tóxicos (CETESB, 2012).
Origina-se, também, através de rejeitos humanos e industriais que contem grandes
quantidades de nitrogênio amoniacal. A sua origem natural se dá através da água da chuva
que contem pequenas quantidades provenientes da atmosfera de poluição industrial e das
descargas elétricas. A água de chuva pode conter de 0,1 a 2,0 mg/L de nitrogênio (PEREIRA
et al., 2005).
O gráfico 4A mostra os valores de Amônia da Água Bruta do mês de Janeiro a
Dezembro de 2012. De acordo com o gráfico a amônia apresentou valores abaixo em todos os
meses do ano, valores estes dentro dos padrões normais estabelecidos pela Resolução 357/05
que é de 1,0 mg/L.
61
O gráfico 4B mostra os valores de Amônia da Água Tratada do mês de Janeiro a
Dezembro de 2012. De acordo com o gráfico a amônia apresentou valores abaixo em todos os
meses do ano, valores estes dentro dos padrões normais estabelecidos pela portaria
2.914/2011 onde a concentração máxima permitida por litro de água potável, no Brasil, é de
0,2 mg/L.
Gráfico 4: Quantidade de Amônia da Água Bruta (gráfico 4A), e da Água Tratada (gráfico 4B).
Fonte: a autora
Cianeto
O cianeto é amplamente utilizado na mineração, no refino e na eletrodeposição de
metais, como ouro, cádmio e níquel. O íon cianeto é muito toxico para a vida animal, pois se
liga fortemente aos íons metálicos da matéria viva, ou seja, ao ferro das proteínas que são
necessárias para que o oxigênio molecular seja utilizado pelas células. O cianeto é muito
estável e não se decompõe facilmente, devendo ser destruído quimicamente, em vez de apenas
descartado em um sistema aquático (UENF, 2012).
O gráfico 5A mostra os valores de Cianeto da Água Bruta do mês de Janeiro a
Dezembro de 2012. Os valores apresentados estão de acordo com a resolução CONAMA
430/2011 onde o valor permitido para cianeto é de 1,0 mg/L.
O gráfico 5 B mostra os valores de Cianeto da Água Tratada do mês de Janeiro a
Dezembro de 2012. Sua concentração máxima permitida na água potável é de 0,01 mg/L, o
único mês que apresentou valor acima do permitido foi em Junho 0,019 mg/L.
62
Gráfico 5: Quantidade de Cianeto da Água Bruta (gráfico 5A), e da Água Tratada (gráfico 5B).
Fonte: a autora
Condutividade
A condutividade é a capacidade de a água conduzir corrente elétrica, depende das
concentrações iônicas e da temperatura. Indica a quantidade de sais existentes na coluna
d’água e, portanto, representa uma medida indireta da concentração de poluentes. Altos
valores podem indicar características corrosivas da água, níveis superiores a 100 µS/cm
indicam ambientes impactados (CETESB, 2012).
O gráfico 6 A mostra os valores de Condutividade da Água Bruta do mês de Janeiro a
Dezembro de 2012. Os resultados obtidos estão de acordo com os estabelecidos na resolução
CONAMA.
O gráfico 6 B mostra os valores de Condutividade da Água Tratada do mês de Janeiro
a Dezembro de 2012. Os meses que obtiveram valores acima do permitido foram Fevereiro
152µS/cm, Março 200,2 µS/cm, Abril 170 µS/cm, Maio151 µS/cm, Junho 149 µS/cm, Julho
154 µS/cm, Agosto 154 µS/cm, Setembro 180 µS/cm, Outubro 160 µS/cm, Novembro 180
µS/cm e em Dezembro 160 µS/cm.
63
Gráfico 6: Condutividade da Água Bruta (gráfico 6A), e da Água Tratada (gráfico 6B).
Fonte: a autora
Cor
A cor é, geralmente, devida à matéria orgânica em suspensão coloidal, podendo ser
devida à matéria mineral em solução, como um coloide, ou em suspensão (BABBITT, 1973).
Quando a água, além da cor, apresenta uma turbidez adicional, diz-se que a cor é
aparente. Removida a turbidez, o residual que se mede é a cor verdadeira, devido às partículas
coloidais carregadas negativamente (RICHTER e AZEVEDO NETTO, 1991).
O gráfico 7A mostra os valores de Cor da Água Bruta do mês de Janeiro a Dezembro
de 2012. No mês de Janeiro podemos observar que o valor apresentado foi de 100 mgPt/L; em
Fevereiro 99 mgPt/L; em Março 899 mgPt/L; em Abril 99 mgPt/L; em Maio 98 mgPt/L; em
Junho 97 mgPt/L; em Julho 95 mgPt/L; em Agosto 96 mgPt/L; em Setembro 99 mgPt/L; em
Outubro 105 mgPt/L; em Novembro 97 mgPt/L e em Dezembro 100 mgPt/L. De acordo com
o gráfico, podemos observar altas concentrações de cor nos meses de Janeiro a Dezembro de
2012, isso mostra que não estão dentro dos padrões normais estabelecido pela Resolução
357/05 que estabelece cor até 75 mgPt/L.
Provavelmente isto ocorreu devido à presença de substâncias em suspensão, pela
decomposição da matéria orgânica na água, plânctons, macrófitas.
O gráfico 7B mostra os valores de Cor da Água Tratada do mês de Janeiro a
Dezembro de 2012. O valor Maximo permitido para Água tratada é de 15 mgPt/L, o gráfico
mostra que os valores obtidos estão de acordo com os estabelecidos.
64
Gráfico 7: Cor da Água Bruta (gráfico 7A), e da Água Tratada (gráfico 7B).
Fonte: a autora
Ferro
O ferro é encontrado em águas subterrâneas devido à dissolução do minério pelo gás
carbônico da água. Em águas de poços é encontrado com elevados níveis de concentração.
Em águas superficiais o nível de ferro aumenta nas estações chuvosas devido ao carregamento
de solos e a ocorrência de erosão das margens, ou por efluentes industriais. Indústrias
metalúrgicas removem a camada de ferrugem das peças antes de seu uso, através do banho
ácido (CETESB, 2012).
O ferro não é tóxico, mas pode provocar diversos problemas para o abastecimento
público, alteração da cor e sabor da água, manchas em roupas e utensílios sanitários. Podem
ocorrer depósitos em canalizações de ferro - bactérias, provocando a contaminação biológica
da água na própria rede de distribuição (CETESB, 2012).
O gráfico 8A mostra os valores de Ferro da Água Bruta, do mês de Janeiro a
Dezembro de 2013. Os resultados de ferro estão de acordo com os valores estabelecidos pela
Resolução 357/05, onde o valor Maximo permitido é 5,0 mg/L.
O gráfico 8B mostra os valores de alumínio da Água Tratada do mês de Janeiro a
Dezembro de 2012. A concentração limite para água tratada é de 0,3 mg/L, de acordo com o
gráfico podemos observar que em Janeiro0,50 mg/L, Fevereiro 1,00 mg/L e Abril 0,50 mg/L
os valores obtidos foram maior do que o permitido. Isso pode ter ocorrido por corrosão de
condutas de aço ou de ferro instaladas no sistema de distribuição.
65
Gráfico 8: Quantidade de ferro na Água Bruta (gráfico 8A), e da Água Tratada (gráfico 8B).
Fonte: a autora
Flúor
O flúor é um elemento químico adicionado à água de abastecimento, pois auxilia na
proteção dos dentes contra a cárie. O teor de flúor é definido de acordo com o clima e a
temperatura de cada região (SABESP, 2011).
Os compostos de flúor são encontrados muitas vezes na sua forma natural, em
quantidades maiores nas águas subterrâneas do que nas superficiais. A solubilidade do
fluoreto e a quantidade em que esse se encontra na água dependem da natureza, da formação
rochosa, da velocidade com que a água passa sobre as rochas, da porosidade dessas rochas e
da temperatura local. O conteúdo de fluoretos tende a ser mais elevado em águas temperadas
e alcalinas.
O gráfico 9A mostra os valores de Flúor da Água Bruta, do mês de Janeiro a
Dezembro de 2012. No mês de Janeiro podemos observar que o valor apresentado foi de 0,7;
em Fevereiro 1,0; em Março em; em Maio 0,7; em Junho 0,8; em Julho 0,6; em Agosto 0,7;
em Setembro 0,2; em Outubro 0,6; em Novembro 0,8 e em Dezembro 0,7. A concentração
permitida para a água bruta é de 1,4 mg/L, os meses que apresentaram valores acima do
permitido foi Março2,0 mg/L e Abril 1,6mg/L.
O gráfico 9B mostra os valores de Flúor da Água Tratada do mês de Janeiro a
Dezembro de 2012. O teor ideal de flúor para água tratada é de 0,7 mg/L, de acordo com o
gráfico os meses que apresentaram valores acima do permitido foram Fevereiro0,8 mg/L,
66
Março1,0 mg/L, Maio0,8 mg/L, Junho0,86 mg/L, Agosto0,82 mg/L, Novembro 0,82 mg/L e
Dezembro 0,83 mg/L.
Gráfico 9: Quantidade de Flúor na Água Bruta (gráfico 9A), e da Água Tratada (gráfico 9B)
Fonte: a autora
Manganês
O manganês ocorre naturalmente na água superficial e subterrânea, mas atividades
antropogênicas são também responsáveis pela contaminação da água (CETESB, 2012).
O gráfico 10A mostra os valores de Manganês da Água Bruta, do mês de Janeiro a
Dezembro de 2012. A concentração permitida para água bruta é 0,5 mg/L, os meses que
apresentaram valores acima do permitido foram Janeiro de 2,7 mg/L, Março 2,0 mg/L,
Outubro 1,0 mg/L, Novembro 1,0 mg/L e Dezembro 0,8 mg/L. Estas alterações nas
concentrações pode estar associadas a presença de matéria orgânica, ou pela poluição por
resíduos industriais.
O gráfico 10B mostra os valores de Manganês da Água Tratada do mês de Janeiro a
Dezembro de 2013. A concentração máxima permitida na água tratada é de 0,1 mg/L, de
acordo com o gráfico nenhum mês apresentou valores acima do permitido.
67
Gráfico 10: Quantidade de Manganês na Água Bruta (gráfico 10A), e da Água Tratada (gráfico 10B).
Fonte: a autora
Nitrito
O nitrito é um parâmetro simples sua presença é um indicativo de contaminação. O
nitrito pode ser encontrado na água como produto da decomposição biológica, devido à ação
de bactérias ou outros micro-organismos sobre o nitrogênio amoniacal, ou ser provenientes de
ativos inibidores de corrosão em instalações industriais. Estes processos de oxidação e
redução podem ocorrer em estações de tratamento de água, sistema de distribuição de águas e
em águas naturais. Raramente ele é encontrado em águas potáveis em níveis superiores a 0,1
mg/L (GADELHA et al., 2005).
O gráfico 11A mostra os valores de Nitrito da Água Bruta, do mês de Janeiro a
Dezembro de 2012. O valor Maximo permitido de nitrito para água bruta é 1,0 mg/L, sendo
assim todos os meses apresentaram valores dentro do permitido.
O gráfico 11B mostra os valores de Nitrito da Água Tratada do mês de Janeiro a
Dezembro de 2013. A quantidade máxima permitida de nitrito na água tratada é de 1 mg/L, os
meses que apresentaram valores acima do permitido foram Março1,10 mg/L, Outubro 1,8
mg/L e Dezembro1,3 mg/L.
68
Gráfico 11: Quantidade de Nitrito na Água Bruta (gráfico 11A), e da Água Tratada (gráfico 11B).
Fonte: a autora
Nitrato
O nitrato ocorre naturalmente em águas subterrâneas, mas a sua presença em
concentrações elevadas é geralmente resultante da atividade antrópica, dentre elas, se
destacam principalmente a aplicação de fertilizantes orgânicos e inorgânicos e o uso de
sistemas de saneamento in situ. As substâncias nitrogenadas dos fertilizantes e dos resíduos
orgânicos são transformadas e oxidadas por reações químicas e biológicas e o resultado é a
presença de nitrato no solo. Sendo o nitrato extremamente solúvel na água, move-se com
facilidade e contamina a água subterrânea (BARBOSA, 2005).
O gráfico 12A mostra os valores de Nitrato da Água Bruta, do mês de Janeiro a
Dezembro de 2012. No mês de Janeiro podemos observar que o valor apresentado foi de 2,5;
em Fevereiro 1,0; em Março 9,3; em Abril 0,9; em Maio 0,9; em Junho 0,9; em Julho 0,9; em
Agosto 0,9; em Setembro 0,4; em Outubro 0,9; em Novembro 0,9 e em Dezembro 2,2. No
presente estudo observam-se valores altos de compostos nitrogenados na água bruta no
Ribeirão Bocaina, esses valores podem ser explicados pela presença de suinocultura na área
rural na extensão do Ribeirão Bocaina. As excretas de suínos atingem o Ribeirão Bocaina
com a lixiviação.
O teor máximo de nitrato permitido para a água ser considerada potável é de 10mg/L.
O gráfico 12B mostra os valores de Nitrato da Água Tratada do mês de Janeiro a Dezembro,
de acordo com o gráfico todos os meses estão de acordos com o valor permitido.
69
Gráfico 12: Quantidade de Nitrato na Água Bruta (gráfico 12A), e da Água Tratada (gráfico 12B)
Fonte: autora
Sólidos dissolvidos totais
O teor de sólidos dissolvidos representa a quantidade de substâncias dissolvidas na
água, que alteram suas propriedades físicas e químicas da água. Em águas naturais a presença
dos íons: sódio, cloreto, magnésio, potássio, sulfatos, é devida a dissolução de minerais. A
concentração de sólidos dissolvidos deve ser menor que 500 mg/L em água para
abastecimento público, pois em concentrações de sólidos dissolvidos superiores a 2000 mg/L,
esta apresenta efeito laxativo (UTFPR).
O gráfico 13A mostra os valores de Sólidos Dissolvidos Totais da Água Bruta do mês
de Janeiro a Dezembro de 2012. O único mês que apresentou valor elevado foi o mês de
Janeiro 298 mg/L, isso pode ter ocorrido porque os sólidos dissolvidos são constituídos
principalmente por carbonatos, bicarbonatos, cloretos, sulfatos, fosfatos e, possivelmente,
nitrato de cálcio, magnésio, potássio, pequenas quantidades de ferro, manganês, magnésio e
outras substancias. Ou pode ter ocorrido pela adição de despejos industriais.
O gráfico 13B mostra os valores de Sólidos Dissolvidos Totais da Água Tratada do
mês de Janeiro a Dezembro de 2013. Os valores estão de acordos com os estabelecidos.
70
Gráfico 13: Quantidade de teor de sólidos dissolvidos na Água Bruta (gráfico 13A), e da Água Tratada (gráfico
13B)
Fonte: a autora
Sulfatos
O sulfato é um dos íons mais abundantes na natureza. Em águas naturais, a fonte de
sulfato ocorre através da dissolução de solos e rochas e pela oxidação de sulfeto. As principais
fontes antrópicas de sulfato são as descargas de esgotos domésticos e efluentes industriais. Já
nas águas tratadas é proveniente do uso de coagulantes (CETESB, 2012).
É importante o controle do sulfato na água tratada, pois a sua ingestão provoca efeito
laxativo. Já no abastecimento industrial, o sulfato pode provocar incrustações nas caldeiras e
trocadores de calor. E na rede de esgoto, em trechos de baixa declividade onde ocorre o
depósito da matéria orgânica, o sulfato pode ser transformado em sulfeto, ocorrendo a
exalação do gás sulfídrico, que resulta em problemas de corrosão em coletores de esgoto de
concreto e odor, além de ser tóxico (CETESB, 2012).
O gráfico 14A mostra os valores de Sulfato da Água Bruta do mês de Janeiro a
Dezembro de 2012. O valor máximo permitido de sulfato na água bruta é de 250 mg/L, os
valores encontrados estão de acordo com o permitido.
O gráfico 14B mostra os valores de Sulfato da Água Tratada do mês de Janeiro a
Dezembro de 2012. O valor máximo permissível para sulfatos na água tratada é de 100 mg/L,
sendo assim o único mês que apresentou valor elevado foi em Novembro 740 mg/L. Isso pode
ter ocorrido à elevada concentração de sulfato de alumínio para o tratamento da água.
71
Gráfico 14: Quantidade de Sulfato na Água Bruta (gráfico 14A), e da Água Tratada (gráfico 14B)
Fonte: a autora
Turbidez
A turbidez refere-se à matéria suspensa presente na água, de qualquer natureza. É
causada principalmente por areia, argila e microrganismos em geral (DI BERNARDO e
DANTAS, 2005). Pode ser considerada como o inverso da sua transparência (CARDOSO,
2007). A turbidez, em si só não traria inconvenientes sanitários, não fosse a natureza química
de certos compostos em suspensão que poderão estar presentes, bem como a ocorrência, em
muitos casos, de organismos patogênicos associados a esses compostos (VIANNA, 1995).
O gráfico 15A mostra os valores de Turbidez da Água Bruta do mês de Janeiro a
Dezembro de 2012. No mês de Janeiro podemos observar que o valor apresentado foi de 29;
em Fevereiro 19; em Março 49; em Abril 30; em Maio 18; em Junho 20; em Julho 8; em
Agosto 7; em Setembro 18; em Outubro 32; em Novembro 14 e em Dezembro 20.
O gráfico 15B mostra os valores de Turbidez da Água Tratada do mês de Janeiro a
Dezembro de 2012. O valor máximo permitido de turbidez na água distribuída é de 5,0 NTU
segundo a portaria 2914/2011, os valores estão dentro dos permitidos.
72
Gráfico 15: Teor de Turbidez da Água Bruta (gráfico 15A), e da Água Tratada (gráfico 15B).
Fonte: a autora
Turbidez
Para a garantia da qualidade microbiológica da água deve ainda ser observado o
padrão de turbidez, que é uma característica física da água, decorrente da presença de sólidos
suspensos, finamente divididos ou em estado coloidal, e de organismos microscópicos. A
Portaria 2.914/2011, também estabelece que o valor de turbidez máximo permitido seja de 0,5
uT para água filtrada por filtração rápida (tratamento completo ou filtração direta) em 95%
das amostras e entre os 5% das amostras que pode apresentar valores de turbidez superiores
ao VMP, o limite máximo para qualquer amostra pontual deve ser menor ou igual a 1,0 uT.
O gráfico 16 mostra os níveis de turbidez para estabilização de coliformes nos meses
de Janeiro a Dezembro de 2012 da Água tratada, Pontos de risco, Reservatório, Poço, Ponta
de rede.
Água tratada: No mês de Janeiro podemos observar que o valor apresentado foi de
0,50; em Fevereiro 0,35; em Março 0,38; em Abril 0,39; em Maio 0,55; em Junho 0,60; em
Julho 0,52; em Agosto 0,40; em Setembro 0,39; em Outubro 0,38; em Novembro 0,47 e em
Dezembro 0,50.
Pontos de risco: No mês de Janeiro podemos observar que o valor apresentado foi de
0,48; em Fevereiro 0,42; em Março 0,50; em Abril 0,51; em Maio 0,69; em Junho 0,70; em
Julho 0,71; em Agosto 0,40; em Setembro 0,57; em Outubro 0,38; em Novembro 0,50 e em
Dezembro 0,60.
73
Reservatório: No mês de Janeiro podemos observar que o valor apresentado foi de
0,63; em Fevereiro 0,38; em Março 0,60; em Abril 0,35; em Maio 0,40; em Junho 0,45; em
Julho 0,66; em Agosto 0,58; em Setembro 0,59; em Outubro 0,40; em Novembro 0,43 e em
Dezembro 0,40.
Poço: No mês de Janeiro podemos observar que o valor apresentado foi de 0,50; em
Fevereiro 0,27; em Março 0,34; em Abril 0,25; em Maio 0,30; em Junho 0,39; em Julho 0,27;
em Agosto 0,50; em Setembro 0,30; em Outubro 0,31; em Novembro 0,20 e em Dezembro
0,24.
Ponta de rede: No mês de Janeiro podemos observar que o valor apresentado foi de
0,68; em Fevereiro 0,38; em Março 0,48; em Abril 0,50; em Maio 0,82; em Junho 0,58; em
Julho 0,70; em Agosto 0,50; em Setembro 0,42; em Outubro 0,44; em Novembro 0,50 e em
Dezembro 0,52.
Gráfico 16: Níveis de turbidez da Água tratada, Pontos de risco, Reservatório, Poço, Ponta de rede.
Fonte: a autora
A presença de concentrações das características físicas e químicas em água bruta com
valores acima dos permitidos pela Resolução 357/2005 pode ter origem natural. No entanto,
pode estar sendo provocada pela poluição antropogênica em consequência de lançamentos de
dejetos indústrias e domésticos. Presença de valas negras em bairros próximos ao Ribeirão
Bocaina que em períodos de chuvas fortes, arrebentam levando o esgoto in natura em direção
ao ponto alto da estação de captação de água.
De acordo com a Resolução CONAMA 357/2005 os corpos de água que se encontram
em desacordo com os usos pretendidos, deverão ser estabelecidas metas de melhoria da
74
qualidade da água para efetivação dos respectivos enquadramentos, excetuados nos
parâmetros que excedam aos limites devido às condições naturais.
Observando o perfil sanitário de um curso d´água pôde - se identificar os trechos
críticos, onde os parâmetros encontram-se acima dos limites estabelecidos. Sendo assim
foram identificadas e estimadas as principais fontes de poluição e adotadas medidas para
reduzir a poluição. Todas as possíveis fontes de poluição foram levantadas, compreendendo
esgotos domésticos, industriais, fertilizantes, etc.
Cloro residual
O gráfico 17 mostra os níveis de cloro residual nos meses de Janeiro a Dezembro de
2012 da Água tratada, Pontos de risco, Reservatório, Poço, Ponta de rede.
Água tratada: No mês de Janeiro podemos observar que o valor apresentado foi de
1,62; em Fevereiro 1,61; em Março 1,78; em Abril 1,60; em Maio 1,65; em Junho 1,64; em
Julho 1,57; em Agosto 1,39; em Setembro 1,60; em Outubro 1,41; em Novembro 1,61 e em
Dezembro 1,60.
Pontos de risco: No mês de Janeiro podemos observar que o valor apresentado foi de
0,70; em Fevereiro 0,82; em Março 1,02; em Abril 1,00; em Maio 1,20; em Junho 1,20; em
Julho 0,99; em Agosto 1,00; em Setembro 0,99; em Outubro 0,80; em Novembro 0,80 e em
Dezembro 0,60.
Reservatório: No mês de Janeiro podemos observar que o valor apresentado foi de
0,41; em Fevereiro 0,80; em Março 1,00; em Abril 0,77; em Maio 0,95; em Junho 1,00; em
Julho 1,00; em Agosto 1,10; em Setembro 1,0; em Outubro 0,70; em Novembro 0,79 e em
Dezembro 0,60.
Poço: No mês de Janeiro podemos observar que o valor apresentado foi de 0,30; em
Fevereiro 0,70; em Março 0,58; em Abril 0,60; em Maio 0,58; em Junho 0,59; em Julho 0,50;
em Agosto 0,60; em Setembro 0,59; em Outubro 0,80; em Novembro 0,42 e em Dezembro
0,80.
Ponta de rede: No mês de Janeiro podemos observar que o valor apresentado foi de
0,60; em Fevereiro 0,79; em Março 1,97; em Abril 0,70; em Maio 1,0; em Junho 0,80; em
75
Julho 0,80; em Agosto 0,79; em Setembro 0,80; em Outubro 0,62; em Novembro 0,60 e em
Dezembro 0,58.
Gráfico 17: Níveis de cloro residual da Água tratada, Pontos de risco, Reservatório, Poço, Ponta de rede.
Fonte: a autora
O art. 34 da Portaria 2.914/2011 estabelece para o valor de cloro residual a
obrigatoriedade da manutenção de no mínimo 0,2 mg/L de cloro residual livre ou 2 mg/L de
cloro residual combinado ou de 0,2 mg/L de dióxido de cloro em toda a extensão do sistema
de distribuição (reservatório e rede), e no § 2º do Art. 39 recomenda que o teor máximo de
cloro residual livre em qualquer ponto do sistema de abastecimento seja de 2 mg/L.
5.6 Elementos Traços ou Metais pesados
Elementos Traços ou Metais pesados são elementos químicos com número atômico
superior a 22, e causam efeitos adversos à saúde humana, pois apresenta uma alta taxa de
toxicidade. Os níveis de metais pesados são controlados pela Portaria 2914 de 2011 do
Ministério da Saúde, que cuida do padrão de potabilidade da água tratada para o consumo
humano. Os metais pesados apresentam elevados níveis de reatividade e bioacumulação, ou
seja, além de desencadear diversas reações químicas, eles ficam acumulados ao longo da
cadeia alimentar. (ALEIXO, 2003).
76
Esses elementos não são encontrados de forma isolada por serem muito reativos, mais
são muito utilizados pela indústria, sendo lançados com os resíduos industriais ao meio
ambiente. (LIMA et al., 2009).
Alguns metais pesados participam de atividades metabólicas, como, por exemplo, o
cobalto, que participa da produção das hemácias; o cobre, que compõe diversas enzimas e é
essencial para a síntese da hemoglobina; o vanádio, que interfere na atividade da insulina;
entre outros. Já os metais como o mercúrio, chumbo e cádmio não possuem nenhuma função
nos organismos e a sua acumulação pode provocar graves doenças, como câncer e outras
doenças graves. (ALEIXO, 2003).
Na tabela 12 estão os valores de metais pesados permitidos para lançamento de
efluentes e para água tratada.
Tabela 12: Valores de metais pesados permitidos para lançamento de efluentes e para água tratada.
Metal Lançamento de efluente Potabilidade de água
Alumínio - 0,2
Antimônio - 0,005
Bário 5,0 0,7
Cádmio 0,2 0,005
Chumbo 0,5 0,01
Cobre 1,0 2,0
Cromo 0,5 0,05
Estanho 4,0 -
Ferro 15,0 0,3
Manganês 1,0 0,1
Mercúrio 0,01 0,001
Níquel 2,0 -
Prata 0,1 -
Sódio - 200,0
Zinco 5,0 5,0
Fonte: SAEE, 2012
De acordo com os resultados apresentados nas tabelas 13 a 21 os valores de metais
pesados encontrados na água tratada estão dentro dos limites estabelecidos na Portaria
2914/2011. As quantidades de análise realizadas durante o ano de 2012 da água bruta foram
77
insuficientes para afirmar que os valores estão dentro da resolução CONAMA 357/2005, foi
realizada somente uma análise e a resolução diz que é necessário pelo menos seis amostras no
período de um ano, visto que as características da água bruta variam em função da quantidade
de efluentes lançados nos rios. Assim, torna-se importante monitorá-los com o objetivo de
minimizar sua quantidade.
Tabela 13: Resultados dos metais pesados encontrados na água tratada da Ponta de Rede - Rua Turquesa, 1660
em Junho de 2012.
Metais Pesados Resultados Unidade Limite
Aceitável (L1)
LQ
Antimônio <0,005 mg/L 0,005 0,005
Arsênio Total <0,01 mg/L 0,01 0,01
Bário Total <0,5 mg/L 0,7 0,5
Cádmio <0,001 mg/L 0,005 0,001
Chumbo <0,008 mg/L 0,01 0,7
Cianeto Total <0,005 mg/L 0,07 0,005
Cobre Total <0,05 mg/L 2 0,05
Cromo Total <0,009 mg/L 0,05 0,009
Fluoretos <0,05 mg/L 1,5 0,05
Mercúrio Total
<0,0002 mg/L 0,001 0,0002
Níquel Total <0,008 mg/L 0,07 0,008
Nitratos
1,03 mg/L 10 0,01
Nitritos <0,01 mg/L 1 0,01
Selênio <0,01 mg/L 0,01 0,01
Urânio Total <0,01 mg/L 0,03 0,01
Fonte: SAEE, 2012
78
Tabela 14: Resultados dos metais pesados encontrados na água tratada na Rede de Abastecimento da Vila São
José em Junho de 2012
Metais Pesados Resultados Unidade Limite Aceitável
(L1)
LQ
Antimônio <0,005 mg/L 0,005 0,005
Arsênio Total <0,01 mg/L 0,01 0,01
Bário Total <0,5 mg/L 0,7 0,5
Cádmio <0,001 mg/L 0,005 0,001
Chumbo <0,008 mg/L 0,01 0,7
Cianeto Total <0,005 mg/L 0,07 0,005
Cobre Total <0,05 mg/L 2 0,05
Cromo Total <0,009 mg/L 0,05 0,009
Fluoretos <0,05 mg/L 1,5 0,05
Mercúrio Total <0,0002 mg/L 0,001 0,0002
Níquel Total <0,008 mg/L 0,07 0,008
Nitratos 1,03 mg/L 10 0,01
Nitritos <0,01 mg/L 1 0,01
Selênio <0,01 mg/L 0,01 0,01
Urânio Total <0,01 mg/L 0,03 0,01
Fonte: SAEE, 2012
Tabela 15: Resultados dos metais pesados encontrados na água tratada na Estação de Tratamento de Água
Sistema Rio Grande em Agosto de 2012
Metais Pesados Resultados Unidade Limite Aceitável
(L1)
LQ
Antimônio <0,005 mg/L 0,005 0,005
Arsênio Total <0,01 mg/L 0,01 0,01
Bário Total <0,5 mg/L 0,7 0,5
Cádmio <0,001 mg/L 0,005 0,001
Chumbo <0,008 mg/L 0,01 0,7
Cianeto Total <0,005 mg/L 0,07 0,005
Cobre Total <0,05 mg/L 2 0,05
Cromo Total <0,009 mg/L 0,05 0,009
Fluoretos <0,05 mg/L 1,5 0,05
Mercúrio Total <0,0002 mg/L 0,001 0,0002
Níquel Total <0,008 mg/L 0,07 0,008
79
Nitratos 1,03 mg/L 10 0,01
Nitritos <0,01 mg/L 1 0,01
Selênio <0,01 mg/L 0,01 0,01
Urânio Total <0,01 mg/L 0,03 0,01
Fonte: SAEE, 2012
Tabela 16: Resultados dos metais pesados encontrados na água tratada no Setor ETA Sistema Rio Grande - Rua
Rio Doce, 772 em Agosto de 2012.
Metais Pesados Resultados Unidade Limite aceitável
(L1)
LQ
Antimônio <0,005 mg/L 0,005 0,005
Arsênio Total <0,01 mg/L 0,01 0,01
Bário Total <0,5 mg/L 0,7 0,5
Cádmio <0,001 mg/L 0,005 0,001
Chumbo <0,008 mg/L 0,01 0,7
Cianeto Total <0,005 mg/L 0,07 0,005
Cobre Total <0,05 mg/L 2 0,05
Cromo Total <0,009 mg/L 0,05 0,009
Fluoretos <0,05 mg/L 1,5 0,05
Mercúrio Total <0,0002 mg/L 0,001 0,0002
Níquel Total <0,008 mg/L 0,07 0,008
Nitratos 1,03 mg/L 10 0,01
Nitritos <0,01 mg/L 1 0,01
Selênio <0,01 mg/L 0,01 0,01
Urânio Total <0,01 mg/L 0,03 0,01
Fonte: SAEE, 2012
80
Tabela 17: Resultados dos Metais Pesados encontrados na água tratada da estação de tratamento de água
Antônio do Porto – Janeiro de 2012.
Metais Pesados Resultados Unidade LQ LD LM (1)
Alumínio 0,027 mg Al/L 0,06 0,02
0,2
Antimônio Nd mg Sb/L 0,003 0,001 0,005
Arsênio Nd mg As/L 0,01 0,004 0,01
Bário 0,0198 mg Ba/L 0,0005 0,0002 0,7
Cádmio 0,0007 mg Cd/L 0,0005 0,0002 0,005
Chumbo Nd mg Pb/L 0,007 0,002 0,01
Cobre 0,0044 mg Cu/L 0,0015 0,0005 2
Cromo 0,0047 mg Cr/L 0,0004 0,0001 0,05
Dureza 56 mg
CaCO3/L
0,04 0,01 500
Ferro 0,036 mg Fe/L 0,017 0,006 0,3
Manganês 0,0040 mg Mn/L 0,0008 0,0002 0,1
Mercúrio Nd mg Hg/L 0,0002 0,0001
0,001
Níquel Total 0,0015 mg Ni/L 0,0014 0,0004 0,07
Selênio Nd mg Se/L 0,01 0,003 0,01
Sódio 3,5 mg Na/L 0,13 0,04 200
Urânio Total 0,005 mg U/L 0,008 0,003 0,03
Zinco 0,056 mg Zn/L 0,019 0,006 5
Fonte: SAEE, 2012
81
Tabela 18: Resultados dos Metais Pesados encontrados na água tratada da Estação De tratamento de água
sistema do Rio Grande – janeiro de 2012
Metais
Pesados
Resultados Unidade LQ LD LM (1)
Alumínio 0,08 mg Al/L 0,06 0,02
0,2
Antimônio Nd mg Sb/L 0,003 0,001 0,005
Arsênio Nd mg As/L 0,01 0,004 0,01
Bário 0,0167 mg Ba/L 0,0005 0,0002 0,7
Cádmio 0,0005 mg Cd/L 0,0005 0,0002 0,005
Chumbo Nd mg Pb/L 0,007 0,002 0,01
Cobre 0,0055 mg Cu/L 0,0015 0,0005 2
Cromo 0,0047 mg Cr/L 0,0004 0,0001 0,05
Dureza 21 mg
CaCO3/L
0,04 0,01 500
Ferro 0,0345 mg Fe/L 0,017 0,006 0,3
Manganês 0,0029 mg Mn/L 0,0008 0,0002 0,1
Mercúrio Nd mg Hg/L 0,0002 0,0001 0,001
Níquel Total 0,0015 mg Ni/L 0,0014 0,0004 0,07
Selênio Nd mg Se/L 0,01 0,003 0,01
Sódio 2,5 mg Na/L 0,13 0,04 200
Urânio Total 0,005 mg U/L 0,008 0,003 0,03
Zinco 0,046 mg Zn/L 0,019 0,006 5
Fonte: SAEE, 2012
82
Tabela 19: Resultados dos Metais Pesados encontrados na água tratada - ETA Antonio Porto - Rua Turquesa –
ponta de rede em Janeiro de 2012.
Metais Pesados Resultados Unidade LQ LD LM (1)
Alumínio 0,02 mg Al/L 0,06 0,02
0,2
Antimônio Nd mg Sb/L 0,003 0,001 0,005
Arsênio Nd mg As/L 0,01 0,004 0,01
Bário 0,0169 mg Ba/L 0,0005 0,0002 0,7
Cádmio 0,0005 mg Cd/L 0,0005 0,0002 0,005
Chumbo Nd mg Pb/L 0,007 0,002 0,01
Cobre 0,0065 mg Cu/L 0,0015 0,0005 2
Cromo 0,0065 mg Cr/L 0,0004 0,0001 0,05
Dureza 54 mg
CaCO3/L
0,04 0,01 500
Ferro 0,041 mg Fe/L 0,017 0,006 0,3
Manganês 0,0034 mg Mn/L 0,0008 0,0002 0,1
Mercúrio Nd mg Hg/L 0,0002 0,0001 0,001
Níquel Total 0,0023 mg Ni/L 0,01 0,0003 0,01
Selênio Nd mg Se/L 0,01 0,003 0,01
Sódio 3,6 mg Na/L 0,13 0,04 200
Urânio Total 0,004 mg U/L 0,008 0,003 0,03
Zinco 0,046 mg Zn/L 0,019 0,006 5
Fonte: SAEE, 2012
83
Tabela 20: Resultados dos Metais Pesados encontrados na água tratada Rede de Abastecimento da Vila São José
– Janeiro de 2012.
Metais
Pesados
Resultados Unidade LQ LD LM (1)
Alumínio 0,02 mg Al/L 0,06 0,02
0,2
Antimônio Nd mg Sb/L 0,003 0,001 0,005
Arsênio Nd mg As/L 0,01 0,004 0,01
Bário 0,0295 mg Ba/L 0,0005 0,0002 0,7
Cádmio 0,0002 mg Cd/L 0,0005 0,0002 0,005
Chumbo Nd mg Pb/L 0,007 0,002 0,01
Cobre 0,0090 mg Cu/L 0,0015 0,0005 2
Cromo 0,0054 mg Cr/L 0,0004 0,0001 0,05
Dureza 34 mg
CaCO3/L
0,04 0,01 500
Ferro 0,034 mg Fe/L 0,017 0,006 0,3
Manganês 0,0013 mg Mn/L 0,0008 0,0002 0,1
Mercúrio Nd mg Hg/L 0,0002 0,0001 0,001
Níquel Total 0,0014 mg Ni/L 0,01 0,0003 0,01
Selênio Nd mg Se/L 0,01 0,003 0,01
Sódio 4,5 mg Na/L 0,13 0,04 200
Urânio Total 0,03 mg U/L 0,008 0,003 0,03
Zinco 0,059 mg Zn/L 0,019 0,006 5
Fonte: SAEE, 2012
84
Tabela 21: Resultados dos Metais Pesados encontrados na água bruta da Captação do Ribeirão Bocaina - Janeiro
de 2012.
Metais Pesados Resultados Unidade LQ LD LM (1)
Alumínio 0,04 mg Al/L 0,06 0,02
0,2
Arsênio Nd mg As/L 0,01 0,004 0,033
Bário 0,0387 mg Ba/L 0,0005 0,0002 1,0
Berilo total Nd mg Be/L 0,0008 0,0002 0,1
Boro Nd mg B/L 0,06 0,02 0,75
Cádmio 0,0004 mg Cd/L 0,0005 0,0002 0,001
Chumbo 0,014 mg Pb/L 0,007 0,002 0,003
Cobalto Total 0,0004 mg Co/L 0,0005 0,0002 0,2
Cobre solúvel Nd mg Cu/L 0,0015 0,0005 0,013
Cromo 0,0057 mg Cr/L 0,0004 0,0001 0,05
Ferro solúvel 0,864 mg Fe/L 0,028 0,009 5,0
Lítio 0,002 mg Li/L 0,006 0,002 2,5
Manganês 0,0013 mg
Mn/L
0,0008
0,0002
0,1
Mercúrio Nd mg Hg/L 0,0002 0,0001 0,002
Níquel Total 0,0021 mg Ni/L 0,014 0,0004 0,025
Prata Nd mg Ag/L 0,002 0,007 0,05
Selênio Nd mg Se/L 0,01 0,003 0,05
Urânio Total 0,008 mg U/L 0,008 0,003 0,02
Vanádio total 0,021 mg/L 0,005 0,0002 0,1
Zinco 0,059 mg Zn/L 0,019 0,006 5
Fonte: SAEE, 2012
Observa-se que os resultados das análises de metais pesados nas amostras de água
tratada do ano de 2012 estão dentro dos valores permitidos na portaria 2914/2011 isso mostra
mais uma vez eficiência das estações de tratamento de água.
Segundo Andrade et al. (2010), o Ribeirão Bocaina vem recebendo descargas de
efluentes agrícolas, industriais e domésticos sem nenhum tipo de tratamento, principalmente
próximo a cidade de Passos-MG
85
Um grande problema encontrado na avaliação da qualidade da água de recursos
hídricos esta nas próprias ferramentas e métodos utilizados. Segundo Rigolin-Sá et al. (2011)
os parâmetros físicos, químicos e bacteriológicos são ineficientes na avaliação ecológica dos
ecossistemas aquáticos por avaliarem apenas uma fase momentânea do ambiente.
Um segundo problema é a falta de padronização ao se utilizar indicadores biológicos
como ferramenta de avaliação de qualidade de água, fazendo com que este não seja efetivo na
hora de classificar um recurso hídrico no âmbito legal. Segue como exemplo, o índice
biológico BMWP “Biological Monitoring Working Part Score System” utilizado por Rigolin-
Sá et al. (2011) na Bacia Hidrográfica do Médio Rio Grande, MG, onde a avaliação foi feita
por meio da identificação de famílias de macroinvertebrados bentônicos, que ordena as
famílias em pontuações de 0 a 10, em que as famílias menos tolerantes a poluição recebe
maior pontuação. Feito isso, a classificação segue de acordo com a quantidade de famílias
encontradas, e são enquadradas em 7 classes distintas, o que entra em contradição com a
Resolução CONAMA 357/05, que classifica os recursos hídricos em apenas 4 classes. Neste
contexto faz com que a estimativa de um índice biológico seja apenas auxiliar aos padrões
estabelecidos pela legislação.
O Ribeirão Bocaina no estudo do projeto Zoneamento ambiental, feito em 2010 a
2011 e publicado no livro Bacias Hidrográficas discute a classificação dos afluentes do Rio
Grande. O Ribeirão Bocaina e o Rio Grande pelos dados apresentados se enquadra na
classificação Classe 4, para os parâmetros físicos e químicos; Classe 2 para valores elementos
traços; Classe 1 para microbiológicos; Classe 4 para índice biológico, ficando com uma
classificação geral de Classe 4, segundo Andrade, et al. (2011 apud RIGOLIN-SÁ, 2011).
86
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A água do Ribeirão Bocaina no município de Passos-MG segundo os parâmetros
analisados é classificada segundo a Resolução CONAMA 357/2005 do Ministério do Meio
Ambiente em classe 2, entretanto alguns resultados analisados caracterizam padrões de
qualidade para rios de classe 3. Ainda assim, essas águas podem ser utilizadas para
abastecimento após tratamento convencional. Cabe destacar que estes dados geram uma
preocupação para o poder municipal, que precisa urgentemente tomar medidas mitigadoras
para melhorar a qualidade da água bruta.
Observou-se também um tratamento eficiente por parte do SAAE, mas para que este
tratamento continue sendo realizado com sucesso, é necessário investimentos que resultem na
melhoria da qualidade da água do Ribeirão Bocaina.
De acordo com a Resolução CONAMA 357/2005, capítulo V, Art. 38, § 2º nas Bacias
hidrográficas em que a condição de qualidade dos corpos de água esteja em desacordo com os
usos preponderantes pretendidos, deverão ser estabelecidas metas obrigatórias, intermediárias
e finais, de melhoria da qualidade da água, para efetivação dos respectivos enquadramentos,
excetuados nos parâmetros que excedam aos limites devido às condições naturais.
A classificação da qualidade da água é de extrema importância, pois a classificação
dos recursos hídricos somada a outros trabalhos realizados, como por exemplo, a avaliação do
uso e ocupação do solo e indicação das atividades modificadoras do meio ambiente, dá
subsídios à elaboração do plano diretor de bacias hidrográficas, principalmente no âmbito do
enquadramento dos cursos d’água, e nas tomadas de decisões para uso, recuperação e
preservação dos ecossistemas aquáticos.
Dessa forma, faz-se necessária implantação de ações mitigadoras imediatas nessa
microbacia, por parte do poder municipal e estadual, uma vez que essa região possui grande
importância social, histórica e econômica.
O estudo foi realizado apenas no Ribeirão Bocaina, mas é necessário um novo estudo
para o Rio Grande e ETA II para conferir o padrão de qualidade das águas e a classificação
existente com a Resolução CONAMA 357/2005, ou seja, para saber se os parâmetros
encontrados também estão de acordo ou não com a classe 2, uma vez que muito investimento
foi aplicado pelo município com a construção desta ETA.
87
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