ENCONTROS
de
F5M
C I RAN D A
ESCOLA SÁ PEREIRA
02
Ciranda de Encontros
03
Índice
Confronto inesperado
Esta história é minha
Isabel e Lobo Mau
Uma aventura no castelo
O encontro contrário
Fome de gordinho
O mistério da casa dos porquinhos
A outra versão
Confusão na França
Como achei você
Querida Vermelhinha
Depois do ponto final
Tudo de novo?
A estraga-contos
Será que é bem assim?
Quando você vai dormir...
Depois do felizes para sempre
Era mais ou menos outra vez
Um mal entendido que daria um filme
Tinha um ministro no meio do caminho
O encontro maluco!
O encontro no mar
A briga pela amizade
Mistério vermelho
06
08
12
13
15
18
20
22
25
27
29
31
33
35
38
41
43
46
49
51
53
56
57
59
ESCOLA SÁ PEREIRA
04
Ciranda de Encontros
05
Apresentação
Esta coletânea de textos é fruto de um percurso de leituras,
reflexões e discussões literárias que a turma seguiu ao longo
do ano.
A ciranda de autores brasileiros coroou um destes
momentos. Criou-se uma espécie de clube do livro para
trocar impressões sobre as obras e comentar a leitura. As
rodas de biblioteca transformaram-se em verdadeiras
conversas literárias.
A riquíssima troca de impressões sobre as histórias nos
permitiu não apenas discutir estruturas narrativas e enredos,
mas também falar um pouco sobre como cada um está se
percebendo no processo de leitura e de que forma está sendo
afetado.
Para mergulhar ainda mais nas histórias e pensar nos
personagens e suas características, foi lançada a proposta:
criar uma história na qual um dos personagens do livro lido
encontrasse um outro, de um conto clássico. Teve
Chapeuzinho encontrando Bisa Bia; Lobo Mau sendo
enganado por uma menininha das crônicas de Sabino;
Cinderela sendo trocada por Bolota, do Mistério da Casa
Verde.
Assim, o processo de escrita revelou, em seu término,
narrativas construídas de forma estruturada, com bons
começos, descrição de cenário e personagens.
Boa leitura!
ESCOLA SÁ PEREIRA
06
Confronto inesperado
N uma manhã, Charles Tiburone estava patrulhando o
mar quando esbarrou numa sereia. O nome dela era
Ariel. Como todos sabem, tubarões comem sereias. Tiburone
e a sereia viram lá longe no mar um duelo entre dois bichos,
um golfinho e uma enguia. Vendo essa cena, a sereia teve
uma brilhante ideia de os dois fazerem um duelo. Então ela
falou:
– Se quiser eu posso chamar o Tritão, o rei dos mares, meu
pai.
O Tiburone queria fazer uma pegadinha para ela, mas
quando ouviu o nome Tritão já logo ficou com medo, pois se
encostasse um dedo nela, iria morrer. Ele disse:
– Então vamos fazer o seguinte: que tal se nós fizermos
uma batalha sem chamar ninguém, só com os nossos
equipamentos?
Quando a sereia ouviu isso, ela logo aceitou a proposta,
pois seria justo, um duelo limpo sem chamar ninguém. Eles
estavam prontos para o duelo do século, já estava quase tudo
pronto, então finalmente depois de duas horas de preparação
o grande momento chegou. Cada um estava com o seus
Ciranda de Encontros
07
equipamentos e começou o duelo. Eles batalharam e lutaram
um contra o outro e quem venceu foi a pequena sereia,
porque, vocês podem não achar, mas normalmente são as
presas que vencem os predadores. Então a Ariel venceu e ela
viveu uma vida feliz com seu pai e seu povo.
Antonio Paternó Castello Bertolini
ESCOLA SÁ PEREIRA
08
Esta história é minha
E ra uma vez uma rainha que sonhava em ter uma filha.
Um dia, costurando, ela espetou o dedo e seu sangue
caiu na neve, então imaginou sua filha branca como a neve,
com lábios vermelhos como sangue e cabelos pretos como
ébano. Após algum tempo, o desejo da rainha se realizou e
ela deu à luz a uma menina que nasceu exatamente como a
mãe havia imaginado. Por isso, a princesa foi batizada como
Branca de Neve... ESPERA... eu acho que você já conhece
essa história, então vamos ao que interessa.
– Tchau, mãe! Pela estrada afora eu vou bem sozinha,
lev…
– Chapeuzinho?!
– Branca de Neve?! O que faz aqui?
– Olha, Chapeuzinho, eu também não sei.
– Ooi, gentee!
– Humm, oi, pera, quem disse oi? Chapeuzinho?
– Eu não sei, Branca de Neve. Eu não lembro disso
acontecer na MINHA HISTÓRIA.
Ciranda de Encontros
09
– Chapeuzinho, essa história não é só sua. Eu também tô
aqui.
– Mas… – disse Chapeuzinho
– Sem mais nem menos, Chapeuzinho. Porque agora eu
tenho que voltar para o meu castelo.
– Vixi, Branca de Neve! Você está muito longe disso. Não
se lembra? Você está na MINHA HISTÓRIA!
– Ah, não, Chapeuzinho! Quantas vezes eu vou ter que te
dizer que essa história também é minha!? Até que no começo
era sua e minha, mas agora nós estamos na nossa história,
estão criando uma nova história e olha só, mal começou e eu
já tô odiando ficar com você. Como você reclama, hein!
– Tá, Branca de Neve, já que você cisma que essa história
também é sua, vai ter de me mostrar para provar que essa
história é nossa e não só minha.
– Certo, Chapeuzinho, vou te provar que essa história não
é só sua.
– Hahaha, até parece, duvido que ache uma prova! – disse
chapeuzinho debochando.
– Humm. Alí, achei! Olha só a minha madrasta má
disfarçada de velhinha inocente.
– Que legal... – disse Branca de Neve, sarcasticamente. -
Tudo de novo... Eu entro na casa dos anões, a minha
madrasta bate na porta disfarçada, eu finjo não saber quem é,
aí ela entra, pede um copo de água e dá maçãs envenenadas.
Aí eu como, desmaio e espero o príncipe Jon chegar me
beijar e eu acordo. E fica tudo bem e depois eles dizem “... e
ESCOLA SÁ PEREIRA
10
viveram felizes para sempre!”, mas isso é mentira, porque
depois acontece tudo de novo!
– Oie, gente, eu acho que vocês têm que me ouvir, é só
prestar atenção na vassoura aqui embaixo. É sério, gente! Já
tá na hora de prestar mais atenção em mim.
– Certo, mas…
– Não adianta tentar falar, porque eu não vou deixar, desta
vez vocês vão me deixar falar! Eu já fui galho, eu já fui urso
de pelúcia e eu aposto que nada disso aconteceu com vocês,
então eu tenho o direito de falar!
– Chapeuzinho, você já percebeu que uma vassoura está
falando com a gente? – sussurrou Branca de Neve.
– Já, sim. – disse Chapeuzinho.
– Ei, eu posso ser uma vassoura, mas eu ouço muito bem!
– Certo, vassoura, já que você sabe de muitas coisas, diga:
como eu posso voltar para o meu castelo? - perguntou Branca
de Neve.
– Aah, isso é fácil. Vocês só têm que acreditar que
conseguem e seguir a história de vocês.
– Ah, se é só isso nós podemos fazer juntas, né
Chapeuzinho? Certo, obrigada vassoura, tchau. Vamos,
Chapeuzinho!
– Ah não, não, não, não! Vocês têm que fazer isso
sozinhas, nada de fazer isso juntas, senão não vai dar certo.
Vocês têm que ir sozinhas, cada uma segue a sua história.
– Certo, então, Branca de Neve, eu te odeio, mas hoje eu
até que gostei de ficar com você.
Ciranda de Encontros
11
– É, eu também, mas não vamos entrar nesse clima, né
Chapeuzinho?
– É verdade, vamos. Tchau, gente. Pela estrada afora eu
vou bem sozinha, levar esses doces para a vovozinha...
– Ah, não, anões! A minha madrasta má está atrás de mim
de novo… – constatou Branca de Neve
E FOI ASSIM QUE A HISTÓRIA SEM FIM
RECOMEÇOU.
Bom, quer dizer, agora nós chegamos ao fim.
Bruna Chartuni Nascimento
ESCOLA SÁ PEREIRA
12
Isabel e Lobo Mau
U m dia Isabel estava andando no parque Laje, na
pracinha. Sabe aquele lugar que tem comida e
brinquedos? (Ops, na verdade é no Jardim Botânico.) Bom,
ela andava por lá quando ela viu o lobo mau. Ela ficou
paralisada de medo e quando o lobo percebeu que ela ficou
assustada, ele correu até ela e ofereceu uma bala para
disfarçar suas intenções. Ela aceitou.
– Ha-ha, trollei. – disse ele enquanto (claro que foi depois,
já que não dá para falar enquanto come) comia ela.
Incrivelmente ele cresceu e comeu os prédios, o bairro, a
capital, a cidade, o país, o Polo Norte, o Polo Sul, a América
do Norte, a América do Sul e o planeta. Foi tipo o Godzilla.
Até me comeu:
– Nossa, dá para ver minha casa aqui dentro! Que cheiro é
esse? – pensei.
O lobo não aguentou, já que comeu muito, por isso ele
vomitou tudo no lugar e tudo voltou ao normal, exceto pelo
fato de que tudo ficou vomitado cheio de muco e meleca.
Caio Hue Padula
Ciranda de Encontros
13
Uma aventura no castelo
E m uma noite chuvosa e fria. Um cabo de vassoura
estava andando pela floresta, triste e solitário. Ele
passou várias e várias noites na floresta sem comida, sem
amigos, sem nada. Até que uma noite ele estava andando por
lá quando avistou um castelo enorme. Ele nunca tinha visto
aquilo antes. O castelo brilhava e de noite as estrelas
cintilantes iluminavam ainda mais ele. O cabo de vassoura
resolveu dormir em uma árvore com a vista para o castelo.
Na manhã seguinte o cabo de vassoura foi caminhando até
o castelo, mas antes de bater na porta, ficou apreciando o
jardim. Era uma das coisas mais lindas que ele já tinha visto!
Ele começou a andar pelo jardim quando deu de cara com
uma linda moça. Ela usava um vestido branco, tinha os
cabelos pretos, os lábios cor de rosa. Ele então perguntou o
seu nome. Ela respondeu que era Branca de Neve. O galho
ficou encantado com o seu nome, mas como ele não sabia o
seu próprio nome, acabou inventando um, caso a menina
perguntasse ou caso ela tivesse curiosidade de saber. Mas ela
não deu a mínima. Eles passaram horas conversando e a
princesa ofereceu a ele um trabalho no castelo. Ele, que não
era bobo nem nada, aceitou.
ESCOLA SÁ PEREIRA
14
No dia seguinte, foi seu primeiro dia. Ele se divertiu
muito, fez amizades com todos, menos com uma vassoura.
Essa vassoura começou a infernizar a vida do pobre cabo e a
fazer planos para que ele fosse demitido. Os dias se passaram
e cada vez mais a vassoura tentava demitir o cabo de
vassoura. Ele já estava achando tudo muito estranho, quando
finalmente Branca foi convencida pela vassoura e mandou
ele embora. Ele ficou se explicando para que não fosse
demitido, mas não teve jeito.
E lá estava o cabo de vassoura, sem nome, sozinho,
sentado na árvore observando o castelo.
Maria Eduarda Souza da Silva
Ciranda de Encontros
15
O encontro contrário
E ra uma vez dois adultos. Um homem e uma mulher.
Eles vão se encontrar... Mas espere! Você não sabe
quem são eles. Deixa eu apresentar: um se chama Malasartes,
Pedro Malasartes*. Sempre está de calça azul, camisa de
moletom branca e sapatos marrons. A segunda é a Dona
Carolina*, que desta vez está de camisa listrada verde e
vermelha e uma saia igual. Já os sapatos, pretos cor de
carvão.
Agora que você já conhece os personagens, posso
continuar minha narrativa. Como eu estava dizendo, eles vão
se encontrar, mas o que você não sabe é que Pedro
Malasartes não está indo para a própria casa, já Dona
Carolina sim. Pedro Malasartes estava indo roubar a casa da
pobre senhora...
Agora você está lendo o acontecimento mais importante da
história O ENCONTRO. Voltando…
Eles estão desligados, cada um pensando na própria vida,
quando se esbarram:
– Ei, que isso? Olha para frente!
– Tá bom, mas não precisava falar desse jeito - diz Dona
ESCOLA SÁ PEREIRA
16
Carolina já irritada - Você também tem que olhar para a
frente. E eu estou indo para minha casa, essa do lado. Já
VOCÊ está indo na direção da minha casa. O que você está
vindo fazer aqui?
– Ah… Eu… Bem… Então…
– Vai, fale!!!
Malasartes reconhece esse rosto, puxa do fundo da
memória e se lembra que era amiga de sua mãe… como era
uma pessoa muito amorosa com ele na infância, ele fica com
vergonha. Então conta a verdade:
– Eu estava indo enganar a sua casa…
– Ah! – E solta uma gargalhada – você, conseguir me
enganar? Há… mas pensando, para que e como você precisa
fazer isso?
– Eu preciso fazer isso, pois trabalho no campo e quase
não tenho comida. Como eu ia enganar ia falar sobre uma
sopa de pedra…
– Sério? Interessante. Vem, entre.
E entram, sentam no sofá, e conversam muito, já nem se
lembram da história da sopa de pedra. Até que Dona Carolina
exclama:
– Pedro, vamos assistir ao jogo do Fluminense x Avaí ?
– Sim, vamos a assistir! Quero que o Avaí vença!
– Sim, o Fluminense va.. – e se dá conta - Pedro você torce
para o Avaí!!!
– Sim… Mas você torce para o Fluminense.
Ciranda de Encontros
17
– Tem razão…
E discutem, discutem até que decidem que Malasartes vai
torcer para o Fluminense, mas Dona Carolina fala:
– O Flu vai perder – e tira sua espinha de peixe presa na
garganta -, tenho certeza!!!
E assistem até o fim do jogo. Quem perdeu? Fluminense.
Então Malasartes exclama:
– Você é vidente!!!
– Só nunca minto.
– Que maneiro, adoraria continuar, mas preciso ir. Tchau!
– Tchau, volte na quinta!
– Beleza!
E quando se dá conta, hoje é quinta…
Francisco Dias Campos Carvalho
ESCOLA SÁ PEREIRA
18
Fome de gordinho
E ra uma vez a história de Chapeuzinho Vermelho, que
você deve conhecer. Só que dessa vez a história
começa com outra pessoa, o Bolota, de A Vingança de
Charles Tiburone. Bolota andava em uma floresta à procura
de comida. A floresta era uma das mais aterrorizantes da
cidade. Era escura, silenciosa, e cheia de insetos. Galhos
caindo, sapos bufando, teias de aranha. Só que lá no fundo
Bolota escutava uma cantoria:
– Lá lá lá lá lá lá, vou entregar essa cesta para a minha
vovózinha.
Quando Bolota se aproximou mais, ele viu uma linda
menina com longas tranças e um capuz vermelho. Ela estava
segurando uma cesta cheia. Quando os dois se olharam,
Bolota já foi perguntando:
– Que tem na cesta? – perguntou Bolota, morrendo de
fome.
– Aqui tem doces, que vou levar pra minha vovó.
– Posso?! Um pouquinho…
– Não!
Ciranda de Encontros
19
Os dois se olharam com cara de raiva, quando de
repente o silêncio tomou conta da floresta, e lá atrás deles
apareceu o lobo:
– O que tem na cesta, Chapeuzinho?
– Nada demais!
Bolota começou a olhar fixo para o lobo. E Chapeuzinho,
assustada, perguntou:
– Que cara é essa, Bolota?
– Co-co-comida! – respondeu Bolota, babando.
De repente Bolota pulou no lobo e começou a comê-lo.
Parece que o jogo virou, não é mesmo? Depois que tudo
acabou, Bolota, de barriga cheia, foi dar tchau a
Chapeuzinho, e continuar sua jornada atrás de mais comida.
Guilherme Lucena Simon
ESCOLA SÁ PEREIRA
20
O mistério da casa dos porquinhos
O s três porquinhos estavam a descansar em sua linda
casinha quando um deles avistou ao longe uma casa
estranha meio caída, pequena e ainda por cima verde.
Chamou os amigos e partiram em caminhada até a casa que
viram.
Só um deles entrou, pois os outros estavam morrendo de
medo. Quando entrou, parecia casa mal assombrada, cheia
de teias de aranhas. Ele andava por aquele lugar sombrio,
quando abriu uma porta barulhenta e avistou duas pessoas
estranhas que conversavam com um senhor bem velhinho.
Todos se assustaram, Arturzinho, então… deu um berro
daqueles e os irmãos do porquinho acharam que estivessem
matando o pobre coitado. No lado de dentro, o porco olhava
assustado e Leo olhava com cara de fome para o bichinho,
pensando “Será que como no almoço ou no jantar?”
O porquinho saiu correndo, avisou os irmãos e correram
juntos meio perdidos enquanto Leo e Arturzinho seguiam
Ciranda de Encontros
21
eles. Mas os porcos eram espertos e se enfiaram na floresta.
Nunca mais foram vistos.
Jess Clarkson Watson
ESCOLA SÁ PEREIRA
22
A outra versão
E após sua mãe ter dito para construírem suas próprias
casas, o segundo porquinho foi em busca de gravetos
para construí-la. Em sua busca encontrou um graveto
estranho, um pouco mais gordo, no chão da floresta. Então o
pegou porque pensava que seria resistente. Mas quando
estava quase encostando suas mãos nele, ouviu uma voz
estranha dizendo:
– O que é isso?! Nem pense em me torturar encostando
essas suas mãos nojentas em mim.
– Q....que...quem é você? - exclamou o porquinho,
morrendo de medo de ser o Lobo Mau.
– Ué, você me ouve?
O porquinho ficou girando no mesmo lugar tentando achar
de onde estava saindo aquela voz estranha.
– Aqui! Aqui! Esse cabo que você ia pegar!
Então o porquinho se aproximou do cabo, encarou-o e
ficou falando para si mesmo:
– Não. Isso não é verdade, é só coisa da minha cabeça.
– Finalmente algum ser dessa terra me entende!
Ciranda de Encontros
23
– Ai, meu Deus do céu, ontem a minha mãe nos expulsou
de casa e hoje estou falando com um gravv…
– Respeito! Não sou um graveto, e sim um cabo de
vassoura.
– Tá, tá, mas pera… Um cabo de vassoura que fala?!
– Não, não! Não sou só eu que falo, quase todos os objetos
falam, você que não consegue escutá-los.
– Ah, tá, entendi…
– Mas enfim, já que você tem pernas e braços poderia me
fazer um favor?
– Depende, qual?
– É que vim parar aqui, no meio da floresta, porque lá na
cidade onde eu moro, tava um vendaval enorme, e preciso
chegar lá antes que percebam que sumi.
– Ok, mas só faço isso se você retribuir me fazendo outro
favor. No caso, me ajudando sendo um graveto protetor da
minha casa, porque você parece ser bem resistente.
– Primeiro, NÃO SOU UM GRAVETO, SOU UM CABO
DE VASSOURA! E segundo, fechado.
Então o porquinho pegou o cabo e usou para sua casa.
– Pera...Mas por quanto tempo vou ter que ficar aqui?
– Só uns trinta minutos, para me proteger.
– Mas pera, te proteger de quem?
– Do Lobo Mau.
– Como assim, do Lobo Mau?! Devia ter dito isso antes!
ESCOLA SÁ PEREIRA
24
– Ué, eu não te disse?
– NÃO!
– Shhh, tô ouvindo os passos do Lobo Mau.
– Ai, meu Deus, acho que esse é o meu fim!
O Lobo foi se aproximando e quando chegou pertinho
exclamou:
– Me deixem entrar!
– NÃO!
– Então vou soprar e sua casa vou derrubar!
E o Lobo, com todas as suas forças, soprou a casa do
porquinho. Mas o sopro dele foi tão, tão, tão forte que levou
o cabo até a sua casa.
O que eles não sabiam era que a janela do quarto estava
fechada e o cabo acabou quebrando ela (o porquinho estava
certo, ele era mesmo um cabo resistente). E assim ele voltou
para sua casa feliz. E se você quiser saber o que aconteceu
com o porquinho, leia a história Os Três Porquinhos.
João Aguiar Cotrim
Ciranda de Encontros
25
Confusão na França
D epois do baile, Cinderela estava em seu miserável
quarto, no sótão sujo com abundância de ratos,
baratas e tristeza. Cinderela estava na terceira
garrafa de vinho quando apagou.
Enquanto isso, no Brasil, Bolota era lançado para fora do
livro por causa da autodestruição do submarino de Mino,
Gavião dos Mares. Estava tão rápido que caiu em Cinderela,
uma cidade escura e sombria. Bolota estava com tanta fome
que desmaiou.
Cinderela nem saiu da cama, porque estava numa ressaca
daquelas. O Príncipe chegou, já sem esperanças. Ele havia
ido em todas as casas do reino atrás da dona do sapatinho de
cristal. As irmãs da Cinderela experimentaram o tal
sapatinho, nada mudou. Foi quando Bolota abriu a porta e
perguntou:
– Vocês têm comida?
O Príncipe logo percebeu que o garoto tinha o mesmo
número de Cinderela:
– É ele!!! – O Príncipe exclamou
ESCOLA SÁ PEREIRA
26
– Ele!? – perguntaram, surpresas, as pessoas em volta.
Uma semana depois o Príncipe e o Bolota se casaram.
Moral: Nem sempre funciona procurar uma pessoa pelo
número do seu sapato.
Joaquim Jabor Mello Rosa
Ciranda de Encontros
27
Como achei você
B el e bisa Bia estavam discutindo sobre sair para
explorar a floresta. A discussão não estava fácil, já
que bisa Bia achava que isso não era coisa de mocinha. Mas
Bel decidiu ir assim mesmo para a floresta explorá-la.
Quando chegaram, estavam ouvindo uma música de uma
menina cantando e decidiram ver quem era que vinha de trás
da árvore. Bel e bisa Bia viram uma menina com uma capa
vermelha. Ficaram surpresas, pois era ninguém menos que
Chapeuzinho Vermelho .
Bel, sempre muito corajosa, foi falar com a Menina de
capa vermelha e perguntou.
– Você é mesmo a Chapeuzinho Vermelho?
– Sim, sou eu !
– Gosto muito da sua história! Mas como você veio parar
aqui?
– Obrigada! Na verdade eu também não sei! Eu gosto
muito da sua história também e acho que temos algo em
comum.
– Como assim algo em comum?
ESCOLA SÁ PEREIRA
28
– Nós duas temos alguém em nosso interior, você com a
bisa Bia e eu com o Lobo Mau.
– Como assim, Lobo Mau?
– Sabe quando você encontrou a foto da bisa Bia?
– Sim.
– Quando você perdeu a foto e depois achou?
– Sim.
– Foi assim também que o Lobo Mau ficou no meu
interior.
– Ah, entendi.
As duas ficaram horas ali conversando sobre experiências,
suas vidas e seus tempos. No final, ficaram grandes amigas e
decidiram que Bel seria uma voz amiga no interior de
Chapeuzinho e Chapeuzinho também ficaria dentro de Bel
com uma voz amiga!
Chapeuzinho já tinha que ir embora, as duas se abraçaram
e cada uma seguiu o seu destino.
Letícia Morais Mccloghrie
Ciranda de Encontros
29
Querida Vermelhinha
N um dia muito frio e maravilhoso lá na floresta, as
árvores balançavam com o vento enquanto todos os
animais dormiam.
Eram só a Chapeuzinho Vermelho e o Lobo para colher as
frutas mais suculentas da floresta. Andaram uns 20 minutos
para chegar às árvores com as frutas; já tinham colhido
morango, uva, limão e laranja, só faltava A MANGA. Mas
havia uma surpresa, tinha um menino que estava pegando
quase todas as mangas.
Na hora que viu cena, o Lobo tentou correr na direção do
menino, mas Chapeuzinho colocou o braço na frente dele e
falou com o olho de apaixonada:
– Não esquenta a cabeça, tá?
– Tá bom – o Lobo respondeu.
Ao chegarem lá, começaram a pegar as últimas mangas.
Sem o Lobo perceber, Chapeuzinho levantou a barra do
vestido para cima do joelho, para chamar a atenção do
garoto. E ela perguntou ao garoto:
– Ô, menino, qual é o seu nome?
ESCOLA SÁ PEREIRA
30
– Arthurzinho, e o seu?
– Chapeuzinho Vermelho.
E a tática de levantar a barra do vestido deu certo. Arthur
ficou completamente apaixonado por ela, foi amor à segunda
vista. O Lobo ficou morrendo de ciúmes do dois, mas
compreendeu o sentimento dela. Mas falou bem baixinho .
– Só quero ver, isso aí não dura nem dois DIAS
hahahahahahhahaha
Dois MESES depois….
No dia 22 de dezembro Arthur e Chapeuzinho assumiram
o namoro pro Lobo:
– Então, Lobo … eu e o Arthur estamos …
– Namorando! – os dois falaram juntos.
E o Lobo acordou de um sonho e falou:
– Nossa, eu foi muito calmo, né?
– O que houve, lobo?
– Nada, querida Vermelhinha, nada.
Letícia de Castro Sierra
Ciranda de Encontros
31
Depois do ponto final
O i, não sei se você lembra de mim… Eu sou o
Arturzinho, e eu vou falar sobre o que aconteceu um
ano depois de destruírem a casa verde.
Em um dia chuvoso, eu combinei com os meus amigos de
irmos na pizzaria Marcolino. Quando eles chegaram na
pizzaria, eu já fui com aquele papo de arranjar um clube
secreto, o Leo reclamou. Com cara de bravo, ele disse:
– Ninguém aguenta mais esse seu plano de criar um clube
secreto! CHEGA!
Eu, mais bravo ainda, respondi:
– Ah, é? Então eu vou tentar fazer um clube secreto
sozinho, lá na casa azul! E quando eu conseguir, eu vou
deixar vocês implorando para entrar!!!!
E fui embora de tão bravo que eu tava. Depois que fui
embora, o Leo disse para os outros amigos:
– Dizem que lá na casa azul tem alguma coisa que mata as
pessoas, mas também pode ser uma lenda…
Enquanto isso eu estava entrando na casa azul. Quando eu
ESCOLA SÁ PEREIRA
32
entrei, vi um lobo e achei muito estranho, porque o lobo
estava usando uma roupa de vovó. De repente o lobo saiu
correndo atrás de mim. Por sorte fechei a porta na cara dele.
Depois eu saí correndo para falar com alguém. Eu falei
com a polícia, com os bombeiros, mas ninguém acreditou…
Porém, como eu não gosto que as pessoas duvidem de mim,
eu voltei pra casa azul, mas dessa vez com um bombeiro
junto. Nós entramos. Aí eu disse:
– Olha o lobo ali!
O bombeiro não acreditou no que estava vendo. Ele disse
para eu ir embora que ele cuidava do lobo. Eu combinei de
novo ir na pizzaria com meus amigos. Quando todos
chegaram eu disse:
– Então, gente... Que tal... A gente... Esquecer esse
negócio de clube secreto?
Luisa Miranda da Silva
Ciranda de Encontros
33
Tudo de novo?
E m uma manhã ensolarada, havia um livro em uma
biblioteca e dentro deste livro havia uma garota de
pele clara e cabelos escuros chamada Bel.
Bel estava cansada do seu livro, ela queria conhecer outras
histórias. Então resolveu ir para os livros mais perto. Ela
sabia que tinha um livro de poesias e outro de contos de
fadas. E achou que o livro de contos de fadas deveria ser
mais legal. Então ela olhou o sumário e escolheu a história da
Branca de Neve.
Quando ela chegou dentro do conto, a primeira coisa que
ela viu foi a casa dos sete anões. Quando ela entrou, viu
Branca de Neve arrumando a casa. A princesa se assustou
quando viu uma garota que nunca tinha visto antes em seu
conto e ainda por cima dentro de “sua’ casa. Então Branca de
Neve começou a gritar falando para Bel sair da casa dos sete
anões.
Mas nem toda a história que começa com briga termina
mal. Depois de um tempo Bel e Branca de Neve começaram
a conversar e acabaram virando amigas.
Quando os sete anões chegaram, Zangado começou a falar
ESCOLA SÁ PEREIRA
34
para Bel sair de lá, alegando que a casa já estava cheia.
“Sete anões e mais a Branca de Neve! Não tem espaço
para mais ninguém!”, ele disse. E quando ele ia gritar com
Bel a campainha tocou. Branca de Neve foi atender a porta, e
quando viu, era uma velhinha vendendo maçãs. Zangado
aproveitou que Branca de Neve saiu para atender a porta e
mandou Bel sair da casa deles. Então Bel saiu pela porta da
cozinha. Quando Branca de Neve voltou, viu que Bel não
estava lá e ficou muito triste com os sete anões por terem
expulsado ela. Então saiu correndo muito brava com
Zangado. Branca encontrou Bel e a menina achou estranho
ela estar por lá, mas Branca de Neve explicou que não
poderia mais morar na casa dos anões, porque estava
decepcionada com eles. Então Bel convidou Branca de Neve
para morar com ela e as duas, contrariando os livros, foram
morar juntas, criando uma nova história.
Luiza Poppe Taborda
Ciranda de Encontros
35
A estraga-contos
A menina passeava tranquila e saltitante na floresta.
Era um dia ensolarado, porém muito fresco. Árvores
de vários tamanhos e espécies, uma mais linda que a outra,
carregadas de suas flores delicadas e frutos suculentos que
davam água na boca.
Ela passou por um enorme arbusto de amoras e de
repente… Parou! Não conseguia resistir a este cheiro de
creme, chocolate, biscoito e açúcar!
A menina se virou lentamente para trás e espiou por entre
as folhas do arbusto. Através de tanto verde conseguiu avistar
uma casa feita somente de doces!
Um teto de chocolate com jujubas, os vidros das janelas
eram grandes placas de açúcar com detalhes de suspiros, as
paredes de biscoito e o cimento de geleia, um capacho de
alcaçuz e uma porta feita somente de bombas, sem se
esquecer da maçaneta de pão-doce.
Havia flores de pirulitos espalhadas por todo aquele
gramado verde, que cheirava à maravilhas, e das árvores com
copas robustas despencavam maçãs-do-amor.
ESCOLA SÁ PEREIRA
36
A menina se beliscou todinha para ter certeza de que não
estava sonhando e… Não, não estava!
Ela ficou de quatro e se espremeu entre as folhas do
arbusto, passando para o outro lado. Ainda engatinhando, ela
não resistiu, rastejou discretamente em direção a um pirulito
e deu uma longa lambida. Instantaneamente se sentiu
hipnotizada, como se não conseguisse mais parar de comer.
Era a coisa mais doce e mais deliciosa que ela já havia
experimentado em toda a sua vida e em alguns minutos, nem
a casa e nem o jardim existiam mais.
Depois de tanta comilança, ela começou a sentir uma
grande dor de barriga, rapidamente se esgueirou no arbusto
mais próximo e só saiu uma hora depois, com uma carinha
satisfeita.
Exausta, se recostou sobre o tronco de um enorme
carvalho, com uma boa sombra e dormiu.
Um tempo depois um casal de crianças não tão tranquilas e
saltitantes passava por ali. Estavam com medo, qualquer pio
de pássaro os assustava.
Passaram pelo arbusto, pararam, se viraram, mas… Espera
aí! Um buraco? No arbusto? A história está errada!
Os meninos estranharam mas passaram para o outro lado.
Nada de casa! E ao invés daquele cheirinho de doce o cheiro
era mais de… Prefiro não falar.
Rapidamente eles viram a menina dormindo e a
acordaram:
Ciranda de Encontros
37
– O que você está fazendo aqui? A gente é João e Maria, a
história já é nossa!
– Ah! É que eu estava andando, aí eu vi uma casa doce, aí
eu a engoli.
– O quê?! Agora você estragou a história! Como?!
– Já disse! Eu engoli!
– Mas como você pode estar assim se engoliu uma casa!?
– É que antes de vocês chegarem, eu desengoli!
Manuela Carvalho de Oliveira
ESCOLA SÁ PEREIRA
38
Será que é bem assim?
O i, eu sou a Quica, lembra de mim? Do Charles
Tiburone. Não?
Ok… Eu tenho seis anos, mas já tenho três medalhas, ha
ha ha. Bom, vou contar uma história emocionante e um tanto
estranha, o depois do meu “felizes para sempre” (já volto,
antes vou fazer xixi).
Foi assim: eram águas claras e estávamos saindo de uma
grande aventura, havia tiburones e siris, eu estava com medo,
passando por rochas e… Bem, essa parte você provavelmente
já conhece. Então cheguei em casa cansada e estava indo
dormir na minha caminha quando comecei a pensar em
coisas horríveis. Fiquei tonta e, respirando fundo, dei um dos
gritos mais altos da minha vida; de repente, não parecia mais
que eu estava em casa. Abri os olhos e tinha árvores altas e
fortes, flores pequenas se estendiam pelo chão, parecia um
conto de fadas. Olhei para o lado e vi uma bela menina
arrastando seus delicados pés no chão, um capuz vermelho
cobria suas tranças e ela tinha uma cestinha na mão. E, vou
admitir, estava com um cheiro ótimo! Ela olhou para mim e
disse:
Ciranda de Encontros
39
– Oi! Estou levando esses doces para a minha vovó.
– Oi, onde estou? – perguntei.
– Na floresta, ué… Minha mãe me disse para eu não vir
por aqui.
– Quê?! E você veio? Eu não quero mais brincar! – eu
disse já quase choramingando.
Ela olhou para mim com um ar metido e falou:
– Sabia que eu falei com um lobo?! E que foi ele mesmo
quem me indicou esse caminho?
– Boba… Você aceitou? – Já logo pensei que o lobo era
mau que nem o Tiburone e ia comer a minha nova amiga.
– Vamos andando, não quero que minha vó espere muito,
vem comigo… Ham...
– Quica - falei.
Enquanto isso, estava sendo provado, sem eu saber, que o
lobo era um belo de um Tiburone mau, ele estava comendo
a vovó da minha amiga. Dá pra acreditar?!
Nós andamos por árvores e rios e “logo’’ chegamos. Era
uma casinha bonita toda enfeitada, cheia de pequenas flores.
Vimos uma vó muito peluda e lembrei de uma história que
minha mãe tinha me contado.
– Que olhos grandes você tem, Vó! – perguntou a menina
inocente.
– São pra te ver melhor, minha netinha.
– Que nariz grande você tem!
ESCOLA SÁ PEREIRA
40
– É pra sentir teu cheiro – o lobo respondeu.
– Posso fazer a última pergunta? – falei lembrando do
conto.
– Que boca enorme…
– É pra te comer!!!
Saímos correndo pulando tudo que víamos pela frente e,
esperando que um caçador chegasse, fiquei mais calma. Um
minuto, dois, três e nada. Ninguém apareceu! Droga!
Nós estávamos escondidas atrás de uma pedra grande e
pouco tempo depois o lobo nos achou, gritou alto, abriu a
boca se aproximou e…
Acordei. Era tudo um sonho, mas como já foi dito, às
vezes os sonhos se realizam, não é mesmo?
Manuela Zyngier Tenório
Ciranda de Encontros
41
Quando você vai dormir...
E m uma quarta-feira à noite, uma menina alegre,
divertida, criativa e sonhadora não estava
conseguindo dormir. Um pouco depois… A sua mãe, um
pouco bagunceira (esquecia de botar as coisas no lugar de
vez em quando) estava entrando no quarto da Bel para pegar
um retrato. Quando ela viu os olhinhos abertos, disse:
– Desculpa por ter te acordado. A mamãe já vai.
– Não, mãe. Não vai, não tô conseguindo.
A mãe, sentando no chão no meio do quarto da menina,
disse:
– Tá bom, mas você promete que vai dormir depois?
– Eu prometo. – disse Bel.
A mãe pegou um livro e disse que a Bisa Bia também
sempre lia essa história para ela. Bel já tinha ficado um
pouco mais animada, adorava as coisas da Bisa Bia. Quando
a história já tinha acabado e ela já tinha adormecido, estava
começando a sonhar. Ela estava se vendo no quartinho dela,
ESCOLA SÁ PEREIRA
42
dizendo “vou levar todos os materiais possíveis: madeira,
tijolo, pedra... Tudo para ajudar meus amigos porquinhos”.
Foi estranho porque num piscar de olhos Bel já estava na
floresta. No sonho, ela estava lá dando as coisas para os
porquinhos e disse que ia protegê-los. Cada um se escondeu
em uma casa. Quando o lobo chegou os dois ficaram se
encarando até ele dizer:
– Não tem medo de Lobo Mau, menina?
– Hum... Nunca vi um lobo que se preocupasse tanto com
aparência
Antes dele dizer alguma coisa ela ouviu uma voz fora do
sonho:
– Vem se arrumar filha, escolaaa!
Maria Antônia Hardman de Castro Tejero
Ciranda de Encontros
43
Depois do felizes para sempre
A história que vou lhe contar é uma que você pensa
que conhece, mas aposto que nunca ouviu esta
versão de Chapeuzinho Vermelho.
Desculpe não ter me apresentado antes, sou Napoleão, o
cabo de vassoura.
Esta história começou antes de eu virar vassoura, quando
eu ainda podia sentir o vento em meu tronco, quando eu
ainda tinha o privilégio de ver passarinhos levantando vôo
pela primeira vez. Devia ter aproveitado mais… Porém, isso
não vem ao caso. Vamos começar.
Em um dia nublado de outono, eu estava sentindo o vento
paradão no meio da “minha” floresta, quando ouvi uma
vozinha cantarolando e logo depois vi algo. Não enxerguei
direito, mas na hora achei que era uma menininha... Morena,
eu acho, com um capuz vermelho, uma cestinha e um sorriso
bem simpático no rosto.
Quando ela estava perto de sumir de vista, apareceu um
lobo, que ao invés devorá-la, que seria o óbvio, começou a
puxar papo. Estranhei.
ESCOLA SÁ PEREIRA
44
puxar papo. Estranhei.
A menina era tagarela, com certeza, abriu a boca e
começou a falar:
– Eu vou para a casa da minha avó!
Ela falava como se fossem velhos amigos.
O lobo parou para pensar um pouco, e disse:
– Que tal você levar umas flores para sua vovozinha?
Talvez ela goste.
– Boa ideia! – disse Chapeuzinho Vermelho,
entusiasmada.
Logo percebi que o lobo estava aprontando, pois ele foi
embora correndo na direção em que a menina havia
apontado.
Isso foi o que eu vi. Mas, por pura coincidência, depois de
ter sido cortado, depois de ter sido comprado, depois virar
Napoleão e depois de ir para Parada de Lucas, aquela família
me consertou e me vendeu. No entanto, não vendeu para uma
pessoa qualquer, me vendeu para a avó de Chapeuzinho, que
me colocou ao lado do armário. De onde conseguia ver tudo
direitinho.
Um dia a velhinha foi às compras sem avisar ninguém, por
achar desnecessário. Neste mesmo dia, a neta queria fazer
uma surpresa, porém antes chegou um lobo apertado entrou e
foi ao banheiro. A menina abriu a porta, não viu a avó, porém
viu pegadas e achou que o lobo queria dar outro golpe nela e
na avó.
Olhou em volta, me pegou pelo meio e saiu
silenciosamente, ficou à espreita ao lado da porta, esperando
Ciranda de Encontros
45
o lobo sair.
Já aliviado, o lobo passou pela porta. Coitado, só queria
fazer xixi e levou uma pancada no meio da testa (devo dizer
que doeu bastante em mim também). Se achando “a esperta”,
a menina começou a procurar a avó. (Como o caçador havia
feito da outra vez.) Acontece que este lobo não era mau, ele
havia vindo de um zoológico, onde aprendeu a ser bom e ele
sempre vinha tomar chá com a velhinha.
A menina estava esmagando a barriga do coitado, tadinho,
desmaiado sem poder fazer nada. Foi quando (graças a
Deus!) a senhorinha apareceu e impediu Chapeuzinho de
enfiar a faca na barriga do lobo.
A vovó explicou à Chapeuzinho tudo que ela deveria
saber, até que o lobo abriu os olhos.
Chapeuzinho olhou para mim e falou decepcionada:
– Você deveria ter me avisado!
Eu tentei avisá-la, mas ela não me deu ouvidos.
A avó perguntou para a menina:
– Quer ficar com esta vassoura? Não uso mesmo.
– Sim, eu quero. Vou brincar de cavalinho! - disse a
Chapeuzinho.
Voltamos para a casa galopando e gritando. Acho que ela
leu minha “mente”, pois foi gritando:
– Vai, Napoleão, vai!
Maria Giacomini Simões
ESCOLA SÁ PEREIRA
46
Era mais ou menos outra vez
E ra mais uma vez, num lugar não tão distante, a
Chapeuzinho Vermelho.
Ela vivia numa velha cabana na Serra dos Órgãos com sua
mãe solteirona.
Certo dia, a mãe de Chapeuzinho lhe pediu para levar os
docinhos que ela tinha feito para a casa de sua avó, já que ela
já tinha feito 13 anos.
Chapeuzinho, obviamente, aceitou o pedido, porém no
meio do caminho ela se lembrou que a casa da vovó era do
outro lado do morro, e do outro lado do morro tinha seu
maior inimigo, o LOBO! Por sorte ela se lembrou que podia
pegar as tábuas que havia no topo do morro e escorregar pelo
caminho de lama.
Enquanto estava descendo, percebeu que as portas da casa
de sua avó estavam abertas e que havia patas de lobo na
entrada.
Depois de ter terminado a ladeira, ela chegou na casa da
vovó, mas não tinha vovó nenhuma, só um garoto de um
Ciranda de Encontros
47
vovó, mas não tinha vovó nenhuma, só um garoto de um
lugar que ela não conhecia, com uma faca na mão, e do outro
lado, estava o lobo com uma barriga enorme choramingando
pra não morrer:
– Por favor não me mate! Eu posso desengoli-la!
– Como?! – perguntou o garoto.
– Ora bolas, como você acha?
– Não sei, ué! Por isso te perguntei.
– É só eu arrotá-la.
– ENTÃO FAÇA LOGO, caramba!
– Calma, apressadinho.
Então Chapeuzinho se intrometeu:
– O que que tá acontecendo aqui?!
O garoto foi logo explicando:
– O lobo tinha vindo aqui para comer algo, mas aí…
– Aí o lobo engoliu a vovó sem querer porque ele comeu o
anel de diamante dela e ela saiu correndo atrás dele, só que
na busca vovó entrou demais na boca dele e ele engoliu ela.
Tá, essa parte da história eu já sei, mas o que VOCÊ tá
fazendo aqui?
O garoto começou a se explicar:
– Eu estou aqui porque a sua avó me convidou para um
jantar, mas ela também convidou o lobo, aí quando eu
cheguei, vi o lobo com a sua avó dentro da barriga dele.
Eis que o lobo falou:
– Eu só quero ajuda para desengoli-la!
E chapeuzinho respondeu:
– Já sei! É só fazer o truque de desengasgar! Minha avó
vai sair daí num instante!
E assim fizeram. Acabou que o truque realmente
funcionou e a vovó saiu inteirinha com o anel na mão.
Agradecida, a avó apresentou Arturzinho à Chapeuzinho e
pegou a comida na cesta para então fazerem um grande
banquete. No fim, todos viveram de barriga cheia e felizes
para sempre.
Mila Sá de Oliveira
Ciranda de Encontros
49
Um mal entendido que daria um filme
E ra uma vez um garoto chamado Arthurzinho. Ele era
um garoto muito agitado, não conseguia ficar quieto,
sempre se metia onde não devia. Um dia Arthurzinho estava
junto dos seus amigos Leo, Pedro Bola e André. Eles
estavam passeando numa floresta bem grande e bonita, com
várias árvores e flores num dia ensolarado e bem quente. Eles
estavam descansando lá quando Arthurzinho falou
resmungando:
– Aah gente, isso é muito chato, vamos fazer alguma coisa
mais legal, tipo desvendar um mistério!
– Arthurzinho, depois de tudo isso que a gente passou você
quer achar outra coisa para se meter? Dá um tempo, cara -
André disse meio irritado.
– O André tá certo. A gente precisa de um descanso - disse
Pedro Bola.
Arthurzinho estava entediado e queria entrar numa
aventura, então saiu andando pela floresta irritado. De
repente ele se afastou dos seus amigos sem prestar atenção
ESCOLA SÁ PEREIRA
50
para onde estava indo, quando sem querer ele entrou numa
área da floresta que estava temporariamente fechada, pois ali
estava sendo gravado um filme da Chapeuzinho Vermelho.
Arthurzinho estava andando por ali quando ouviu algumas
pessoas do outro lado da moita falando algumas coisas, tipo:
– Desculpa, errei.
– Foi mal.
– Corta!
– Vamos fazer de novo!
Arthurzinho era muito curioso e resolveu dar uma espiada
para ver o que estava acontecendo. Estavam gravando uma
cena de filme. Arthurzinho, surpreendido, ficou lá atrás da
moita vendo eles gravando. Quando Arthurzinho estava lá
vendo a gravação, os amigos dele vieram atrás dele e deram
um susto, Arthurzinho levou um susto e deu um grito
enorme, fazendo toda equipe de filmagem se assustar
também, o que fez eles errarem a cena! Na hora, os guardas
correram atrás deles. Arthurzinho e seus amigos correram até
despistar os guardas. Quando saíram da floresta, se deitaram
no chão quase mortos de tanto correr.
Olívia Jobim e Souza Borges da Silva
Ciranda de Encontros
51
Tinha um ministro no meio do caminho
E m uma noite o senador e o ministro estavam em uma
reunião no restaurante.
– Oi, senador. Tudo bem?
– Grande ministro RAVI!
– Por que você faltou um mês sem justificar?
– Como você sabe disso?
– Eu fui lá no Senado.
– É porque eu tava na minha casa deitado, lendo o jornal,
aí o meu neto de quatro anos pegou o meu revólver e apontou
para minha cabeça e disse que ia me matar. Eu comecei a
ficar tonto e apaguei por uns 20 segundos, e vi um vulto de
uma bruxa. Quando eu abri os olhos eu senti um cheiro de
doce e eu falei “Que droga, casa de doces.’’ E me toquei que
o meu neto estava junto, com o revólver na mão. Ouvi um
grito vindo atrás de mim. Eu virei para trás. Era o João, de
João e Maria! O João estava ferido porque quando eu estava
tonto o meu neto atirou para dar um susto em mim.
ESCOLA SÁ PEREIRA
52
Continuando… A Maria quebrou a janela e gritou “Os bruxos
voltaram, peguem as suas tochas!’’ Eu só ouvi o grito da
multidão. Arrombaram a porta de chocolate e amarraram eu e
meu neto. Colocaram a gente em uma fogueira e ficaram
gritando “Bruxas, Bruxas, Bruxas!” Colocaram as tochas nas
fogueiras. Era uma fogueira grande. Quando a fogo chegou
em mim, eu apaguei por 20 segundos de novo vendo aquele
vulto novamente, mas agora ele ficou parado e fez uma
magia em mim. E voltei para meu apartamento. E é por isso
que eu faltei um mês inteiro, eu tinha que me recuperar.
– Quem você acha que é esse vulto?
– Eu acho que é a bruxa ou um bruxo.
– Mentira. Nada disso existe, vem aqui, pessoal da Globo
News. Que feio, mentindo para o ministro, você vai perder o
mandato e vai ser preso.
– Nãoooooo!
Nem toda história termina com um final feliz.
Ravi Cotta Vidal Leite Ribeiro
Ciranda de Encontros
53
O encontro maluco!
E ra uma vez uma garota levando doces pra casa da
vovó. Peraí! Vocês já conhecem essa história! Então,
vou mudar um pouquinho pra ver se vocês gostam
agora!!!
Lá estava a menina levando os docinhos pra casa da vovó,
quando do nada apareceu um portal verde e de lá saiu a Bel
do livro Bisa Bia Bisa Bel. Então ela olhou o cenário em
volta, era bem familiar, mas, não sei como, ela não entendia o
que tava acontecendo naquele lugar. Quando disse:
– Oi, eu sou a Bel! Qual é o seu nome?!
– Oi, o meu nome é Chapeuzinho Vermelho.
– Por que o seu nome é Chapeuzinho Vermelho?!
– Porque eu me visto toda de vermelho! Ué?!
– Mas por que você se veste logo vermelho?!
– Porque eu sou uma menina, ora!
– Mas meninos e meninas podem se vestir do jeito que
quiserem!
– Sério?!
ESCOLA SÁ PEREIRA
54
– Bom, eu estou usando short azul e camisa amarela!
– Legal! Enfim… Minha casa tá a quilômetros daqui e eu
não consigo mudar o meu visual… Vou ficar assim mesmo.
Após muito tempo analisando as coisas, Bel finalmente
reconheceu o conto onde estava:
– Aaaaaaaaahhhhh! Agora eu me lembrei! Você é a
Chapeuzinho Vermelho e estamos na Floresta Encantada!
– Finalmente, hein, Bel!!!
– Posso pegar um doce?
– Não!
– Enfim, não fale com o Lobo Mau. A qualquer custo,
nunca fale com ele!!!
– Ok!
Após muito tempo de jornada, apareceu o (obviamente)
Lobo Mau.
– Olá, menina. Qual é o seu nome?
– Oi! O meu nome é Chapeuzinho Vermelho e o seu?
– Eu sou um lobo, e por que você tem tantos doces?
– São pra minha vovó!
– Aaaaaahhhh! E onde fica a casa da sua vó?
– Fica a uns cinco quilômetros pra lá!!!
– Obrigado! Tchau!
O lobo saiu correndo em direção à casa da vovó.
– Aaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhh!!!!!!!!!!!!! EU DISSE
Ciranda de Encontros
55
PRA VOCÊ NÃO FALAR COM O
LOBO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
– Ops. Desculpa. Sabe, faz parte do conto!
– Ok… Se correr dá pra chegar!
Após cinco quilômetros de caminhada, elas finalmente
chegaram à casa da vovó.
Como é a Chapeuzinho Vermelho, tiveram que parar pra
comer os doces que na verdade eram pra ser da vovó. Mas…
Fazer o quê, né?!
Obviamente, o lobo chegou primeiro, mas quando chegou,
apareceu outro portal e de lá saiu a garota do conto “Festa de
Aniversário”, do livro Cara ou Coroa.
O lobo ia caminhando ao banheiro para se aliviar, mas,
quando olhou, a menina tinha engolido a vovó em uma
bocada só!!! Mesmo assim, o lobo foi ao banheiro.
Quando o lobo voltou, foi abrir o armário para pelo menos
pegar as roupas da vovó, mas quando olhou A VOVÓ
ESTAVA INTEIRINHA E AINDA VIVA LÁ DENTRO!!!!!
– Como você fez isso?!
– Eu engoli. E depois desengoli!
O Lobo Mau saiu correndo muito assustado com a
confusão.
Ronny Reis Berliner
ESCOLA SÁ PEREIRA
56
O encontro no mar
E m um belo dia de verão, a filha de Netuno, Ariel, nadava pelo mar azulado. Na calma, bem devagar,
conhecendo outros lugares do mar. De repente, ela viu um pontinho azul na frente dela, ela achou normal, já que tinha vários peixes no mar. Mas cada vez que esse pontinho se aproximava, ficava mais estranho, com barbatanas, cauda, com um broche e chapéu de general. Cada vez que ele se aproximava, abria ainda mais a boca. Ela ouviu ele falando que iria atacar ela e, de repente, engoliu Ariel. Neste momento, ela acordou do sonho.
Ariel achou estranho, então comeu e foi explorar, para ver se seu sonho era real. Quando chegou lá, ela viu o tubarão. Ele se aproximou, abrindo a boca que nem no sonho. Então quando ele ia comer Ariel, ela usou um escudo mágico, que prendeu a boca dele, mas o tubarão não desistiu. Ele usou seu máximo de força, até soltar o escudo da boca dele. Ela não sabia usar os poderes mágicos, mas continuou tentando. Então fez uma espada mágica e atacou o tubarão, e ele insistia. Ela viu o colar dela, que brilhava, do mesmo jeito que a magia dela. Então ela usou o máximo de energia, para fazer uma mão elástica gigante e empurrou o tubarão para bem longe de lá.
Thiago Vinicius Marynower Camara Py
Ciranda de Encontros
57
A briga pela amizade
E m um belo dia, Bisa Bel estava em casa com sua
mãe fazendo uma limpeza geral, mas a vassoura
partiu ao meio. A Claudia, mãe de Bisa Bel, pediu para ela ir
ao supermercado e comprar uma vassoura nova. Foi andando
porque era perto. Chapeuzinho Vermelho também estava
precisando, então foi até o supermercado comprar uma
vassoura. Bel estava em uma ponta do corredor, Chapeuzinho
em outra ponta, a vassoura estava bem no meio. A vassoura
era marrom, no cabo, e embaixo era piaçava. As duas foram
caminhando até a bendita vassoura. Quando pararam as duas
se olharam.
– Você vai pegar essa vassoura ? – disse Bel.
– Vou, é claro.
Bel arregalou os olhos e pegou a vassoura em um piscar de
olhos, pois era a última de todas. Chapeuzinho deu um pulo e
voou em cima da Bel. Com a vassoura no colo, caíram duras
no chão rolando de um lado para o outro, igual duas baratas
tontas. Mas o pior foi que o Lobo Mau chegou ali querendo a
vassoura. Quando entrou no corredor da limpeza, viu as duas
rolando no chão e gritou:
ESCOLA SÁ PEREIRA
58
– Mas que falta de respeito!!!
Na hora as meninas levantaram e deram a vassoura para o
Lobo. Todo mundo estava olhando. Depois que o Lobo Mau
saiu do supermercado, as meninas deram altas gargalhadas.
Depois desse dia viraram grandes amigas. Perceberam que
tinham o mesmo gosto, para tudo.
Thiare Reis Oliveira Todor
Ciranda de Encontros
59
Mistério vermelho
E m uma manhã de domingo, Chapeuzinho levava
doces para sua avó. O caminho lameado (pois havia
chovido na noite passada) dificultava as coisas. Ao chegar na
casa da avó, Chapeuzinho estranhou o silêncio, pois
normalmente sua avó estaria assobiando enquanto tricota.
Procurou pela casa inteira e não achou nada nem ninguém, só
restava uma coisa a fazer: contactar os detetives da cidade.
Pedro Bola, Arthur, André e Léo.
Quando chegaram, Arthur logo analisou a cena do crime,
observou pegadas saindo da casa e indo mais fundo na
floresta. “Mas espera”, pensou Arthur, “mais de uma pessoa
passou por aqui”.
Léo se aproximou de Arthur e perguntou:
– Reparou as marcas de garras nas árvores?
– Agora percebi – respondeu Arthur.
– Viu as pegadas? – Agora Arthur perguntou a Léo.
– Sim – respondeu Léo. – Vamos seguir elas!
E assim fizeram. Chamaram André e Pedro. Chapeuzinho
ficou lá caso a avó voltasse. Não foram muito longe, as
ESCOLA SÁ PEREIRA
60
pegadas acabavam ali perto, na frente de uma caverna.
Escutaram a avó gritando “NÃÃÃÃOOOO!” e alguém rindo
no fundo. Entraram correndo na caverna e ficaram
boquiabertos ao ver a avó de Chapeuzinho jogando xadrez
com o Lobo Mau.
– Quem são vocês? – perguntou o Lobo, assustado.
– Somos os detetives – respondeu Arthur. – O que você
faz aqui com a avó de Chapeuzinho? – continuou.
– Jogando xadrez – respondeu a avó, interferindo na
conversa.
– Mas e as marcas de garras nas árvores? Você não foi
sequestrada?
– Nâo, o Lobo escorregou e tentou se segurar, nós somos
amigos. Não se preocupe.
– Mas e os gritos de agora há pouco? Ele não ia te
devorar? – insistiu Arthur.
– Ele acabou de me dar um xeque mate. Já disse para você
não se preocupar.
- Então tá - respondeu Arthur, indo embora meio
desapontado junto com o grupo.
Voltaram e explicaram tudo para Chapeuzinho. Tudo deu
certo.
Tito Macdowell Boulting
Ciranda de Encontros
61
ESCOLA SÁ PEREIRA
62
F5M
Antonio Paternó Castello Bertolini
Bruna Chartuni Nascimento
Caio Hue Padula
Francisco Dias Campos Carvalho
Guilherme Lucena Simon
Jess Clarkson Watson
João Aguiar Cotrim
Joaquim Jabor Mello Rosa
Leticia de Castro Sierra
Letícia Morais Mccloghrie
Luisa Miranda da Silva
Luiza Poppe Taborda
Manuela Carvalho de Oliveira
Manuela Zyngier Tenório
Maria Antônia Hardman de Castro Tejero
Maria Eduarda Souza da Silva
Maria Giacomini Simões
Mila Sá de Oliveira
Olivia Jobim E Souza Borges da Silva
Ravi Cotta Vidal Leite Ribeiro
Ronny Reis Berliner
Thiago Vinicius Marynower Camara Py
Thiare Reis Oliveira Todor
Tito Macdowell Boulting
Ciranda de Encontros
63