AGENTES BIOLÓGICOS
E
NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA
Profa. Luciane A Amado
Risco Biológico
Risco:
Expressa uma probabilidade de possíveis
danos dentro de um período de tempo ou
número de ciclos operacionais.
• CONCEITUAÇÃO DE RISCO
Risco Biológico
O Risco Biológico visto como possibilidadede evento danoso é inerente ao processo deviver.
O Risco Biológico considerado comoprobabilidade de evento danoso pode ser :
- Controlado
- Avaliado
- Administrado
Risco Biológico
Avaliação Qualitativa
X
Avaliação Quantitativa
Considerar:
1) Probabilidade da ocorrência do evento
danoso.
2) Potencial de dano.
Risco Biológico
A ocorrência do evento danoso está ligado à :
1) Existência ou não de medidas preventivas que
garantam a conformidade das condições
ambientais “Níveis de Biossegurança”.
2) Existência ou não de medidas preventivas que
garantam a execução dos procedimentos
respeitadas as normas de Biossegurança.
Risco Biológico
A necessidade de proteção contra o risco
biológico é definida:
1) Pela fonte do material;
2) Pela natureza da operação;
3) Pela natureza do experimento a serrealizado ;
4) Pelas condições ambientais de suarealização.
Risco Biológico
O risco é função matemática que relaciona duas
variáveis.
Risco = F X ( Ocorrência de não conformidade X
Potencial de Dano)
1) Ocorrência de não conformidade aos preceitos e
procedimentos de segurança biológica;
2) Potencial de Dano ( Classificação do Bioagente
patogênico-NR 32).
NR 32
32.4.22.1 O PCMSO, além do previsto na NR 7, deve contemplar,
ainda:
a) a avaliação dos riscos biológicos
b) localização das áreas de risco elevado segundo os parâmetros do
Anexo I;
c) identificação nominal dos trabalhadores expostos aos agentes
biológicos classificados nos grupos 3 e 4, do anexo I, desta NR;
d) vigilância médica dos trabalhadores expostos;
e) programa de vacinação.
Risco Biológico
Risco Biológico
NR32
Classificação dos agentes biológicos
em grupos
Risco Biológico
Grupo 1: os que apresentam
baixa probabilidade de causar
doenças ao homem:
Risco Biológico
Grupo 2: os que podem causar
doenças ao homem e constituir perigo
aos trabalhadores, sendo diminuta a
probabilidade de se propagar na
coletividade e para as quais existem,
geralmente, meios eficazes de
profilaxia ou tratamento.
Risco Biológico
Grupo 3: os que podem causar
doenças graves ao homem e constituir
um sério perigo aos trabalhadores,
com risco de se propagarem na
coletividade e existindo, geralmente,
profilaxia e tratamento eficaz.
Risco Biológico
Grupo 4: os que causam doenças
graves ao homem e que constituem
um sério perigo aos trabalhadores,
com elevadas possibilidades de
propagação na coletividade e, para as
quais, não existem geralmente meios
eficazes de profilaxia ou de
tratamento.
Risco Biológico
QUALIDADE
Aplicação apropriada do conhecimento
disponível, bem como da tecnologia, no
cuidado da saúde. Denota um grande
espectro de características desejáveis de
cuidados, incluindo eficácia, eficiência,
efetividade.
Risco Biológico
EFICÁCIA
É a habilidade do cuidado, no seu máximo
para incrementar saúde.
Risco Biológico
EFICIÊNCIA
É a habilidade de obter um máximo de
saúde com um mínimo de custo.
Risco Biológico
EFETIVIDADE
O Grau no qual a atenção à saúde é
realizado.
Risco Biológico
A Qualidade-Eficácia-Eficiência-Efetividade:
Não podem ser alcançados sem a
administração efetiva de um programa de
prevenção de riscos biológicos que
proporcione condições ambientais seguras
para o paciente e para os profissionais que aí
desenvolvem suas atividades de trabalho.
Risco Biológico
Os estabelecimentos de atenção à saúde
devem desenvolver essa política, assegurando que
gerentes e funcionários estejam cientes de suas
responsabilidades na eliminação e redução de
riscos biológicos e acidentes.
Devem promover e reforçar práticas seguras
de trabalho e proporcionar ambientes livres de
riscos, em acordo com as obrigatoriedades
técnicas e legais.
Risco Biológico
O risco biológico pode ser alto porque a
não conformidade é muito alta ( embora o
potencial de dano seja baixo).
O Risco Biológico pode ser alto porque
o potencial de dano é de alta magnitude
(embora seja um evento raro).
Risco Biológico
Agente de Risco
Qualquer coisa, pessoa, procedimentooperacional ou administrativo, responsávelou co-responsável pela existência decondições que propiciam ou possampropiciar a ocorrência de um eventodanoso.
Risco Biológico
Doenças Transmissíveis
São causadas por Bioagentes
Patogênicos cujo agente pode passar de um
indivíduo para outro ou de um animal para
um indivíduo ou ainda de um indivíduo para
um animal.
Risco Biológico
Doenças Infecciosas
x
Doenças Infecto-Contagiosas
TODA DOENÇA CONTAGIOSA É
INFECCIOSA.
NEM TODA DOENÇA INFECCIOSA É
CONTAGIOSA.
Risco Biológico
Doenças Infecciosas comumente não são
transmitidas do doente para os seus contatos.
Este fato deve-se a características relacionadas ao:
• Bioagente patogêncico;
• Local de instalação no organismo infectado;
• Características do indivíduo infectado;
• Suscetibilidade individual.
Risco Biológico
CADEIA DE TRANSMISSÃO DE UMA DOENÇA
É um conjunto de eventos ( elos ) encadeadosde tal forma, que para a existência de um elo énecessário que exista o elo anterior e assimsucessivamente, de forma a permitir a propagaçãodo Bioagente patogênico.
Ao se romper um dos elos, cessará a transmissão
Risco Biológico
CADEIA EPIDEMIOLÓGICA
É composta dos seguintes elos:
1. Bioagente patogênico
2. Reservatorio
3. Via de eliminação (porta de saida)
4. Modo de transmissão
5. Via de penetração (porta de entrada)
6. Novo hospedeiro ou suscetível
Risco Biológico
1) Bioagente patogênico: organismo vivo (micro oumacro) capaz de causar uma infecção, ou sejapenetrar num organismo e aí se multiplicar e ou sedesenvolver.
• Infectividade
• Patogenicidade
• Virulência
• Imunogenecidade
• Dose infectante
Risco Biológico2 ) Reservatório
Todo organismo vivo ou matéria inanimada queabriga um bioagente e lhe oferece condições parasobreviver e reproduzir e do qual ele serátransmitido para um hospedeiro.
Fonte de Infecção:
Refere-se ao organismo ou substância ou objeto doqual o bioagente passa diretamente para umorganismo suscetível.
Risco Biológico
3) Via de eliminação ou porta de saida:
É o local por onde o bioagente “deixa” oreservatório para continuar a cadeia detransmissão.
A eliminação pode se dar por:
• Orifícios naturais
• Solução de continuidade da pele e mucosa
• Mucosa integra
• Extração mecânica através de objetos
• Picada de vetores
Risco Biológico
4) Modo de transmissão:
1. De forma horizontal (entre pessoas)
a) Direta
– imediata (quando o bioagente é transferido doreservatorio para novo hospedeiro sem passar peloambiente (ex: via sexual)
– Mediata (quando o bioagente passa por um curtíssimointervalo de tempo pelo ambiente (ex:tosse, espirro)
b) Indireta : ocorre quando existe um veículo ou hospedeirointermediário ou quando existe um vetor
2. De forma vertical (da mãe para o feto, intrautero, ou durante o parto)
Risco Biológico
• Veiculo: substância ou objeto que carreia o bioagente(ex:sangue, alimentos)
• Vetor: invertebrados que carreiam o bioagentemecanicamente
1 – vetor mecânico: barata, formiga, aranha...
2 – vetor biológico: no qual o bioagente desenvolveparte do seu ciclo de vida: chagas, dengue...
• Hospedeiro intermediário: ser vivo que oferece abrigoao bioagente e onde esse desenvolve as formasimaturas ou se reproduz assexuadamente: caramujos
• Hospedeiro definitivo: aquele onde o bioagente atingea maturidade e se reproduz sexuadamente: doença dechagas.
Risco Biológico
5) Porta de entrada ou via de penetração
É o local por onde o bioagente penetra quandoinfecta um novo hospedeiro
Mecanismos de penetração
• Invasão e colonização da pele integra (micose)
• Penetração ativa do bioagente na pele íntegra(esquistossomose)
• Ingestão do bioagente (veículos contaminados ouingestão de um hospedeiro intermediário mortocapaz de liberar o bioagente do organismohumano (carne mal cozida de porco ou gado -toxoplasma)
Risco Biológico 6) Novo hospedeiro ou suscetível
Indivíduo ou animal passível de adquirir a infecção.
Quando ele não oferece resistência à penetração,
multiplicação e desenvolvimento do bioagente,
diz-se que está suscetível: hospedeiro
O hospedeiro pode apresentar manifestações clínicas
decorrentes de uma infecção ou ser apenas um
portador, muitas vezes sem nem saber que
apresenta a doença.
Comunicante: é aquele que tem contato com o
hospedeiro (doente ou portador são) em situação
que possibilita a transmissão.
Risco Biológico
O controle das doenças transmissíveis está
baseado em:
• Conhecimento de sua cadeia de transmissão
• Conhecimento técnico
• Recursos tecnológicos existentes
• Disponibilidade de recursos financeiros
• Adoção de estratégias de controle visando a
eliminação de um ou mais elos da cadeia
epidemiológica
Risco Biológico
A doença infectocontagiosa é dividida em
cinco períodos:
1. Período de incubação
2. Período prodrômico
3. Período de estado
4. Periodo de convalescença
5. Período de transmissibilidade
Risco Biológico
1. Período de incubação
inicia-se com a infecção e dura até o início dos
sintomas clínicos
Obs: muitas doenças já começam a transmissão
durante o período de incubação (hepatite A,
onde a transmissão se dá desde a segunda
semana antes do início dos sintomas)
Risco Biológico
2 . Período prodrômico
Período inicial das manifestações clínicascom sinais e sintomas inespecíficos comofebre, coriza, tosse, espirros, mialgias emal estar.
Obs: o sarampo e a rubéola podem sertransmitidas neste período.
Risco Biológico
3 . Período de estado
As manifestações clínicas são
características de determinada doença,
possibilitando a formulação da hipótese
diagnóstica com consequente investigação
epidemiológica e desencadeamento das
medidas de controle.
Risco Biológico
4 . Periodo de convalescença
é o período de remissão das manifestações
clínicas em direção à cura
Obs: a febre tifóide pode ser transmitida pelas
fezes até o final da convalescença.
Risco Biológico
5 . Período de transmissibilidade
É o péríodo em que o bioagente éeliminado através da porta de saída,possibilitando a infecção de suscetíveis.
Obs: é variável entre as doençastransmissiveis, podendo permear todos osperíodos
Risco Biológico
Doenças de transmissão indireta:
• Relacionadas ao fator ambiental (responsável por
carregar o bioagente)
• Doenças de veiculação hidrica (o veículo é a água
como no caso do coléra e hepatite A)
• Doenças transmitidas por alimentos
Risco Biológico
COMISSÃO INTERNA DE BIOSSEGURANÇA
Nível de Biossegurança
“ NBS”SETORIAL
Existem quatro níveis de biossegurança:
1. NBS-1,
2. NBS-2,
3. NBS-3 e
4. NBS-4,
crescentes no maior grau de contenção e
complexidade do nível de proteção biológica
NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA
Nível de Biossegurança 1 (NB-1):
• É o NB necessário ao trabalho que envolva agente biológico que
contenha agentes biológicos da classe de risco 1.
• Representa um nível básico de contenção, que se fundamenta na
aplicação das boas práticas de laboratório (BPLs), na utilização de
equipamentos de proteção e na adequação das instalações com
ênfase em indicadores de Biossegurança.
• O laboratório não precisa estar separado das demais dependências
do edifício.
• O trabalho é conduzido, em geral, em bancada.
• Os equipamentos de contenção específicos não são exigidos.
• Os profissionais do laboratório deverão ter treinamento em
Biossegurança e na atividade específica do laboratório.
•Recomenda-se a supervisão por um profi ssional de nível superior.
Procedimentos Padrão de Laboratório para o
NB-1
• O acesso ao laboratório deve ser controlado e permitido
mediante autorização, não sendo permitido o acesso de
crianças e animais.
• O laboratório deve apresentar as áreas de circulação
desobstruídas e livres de equipamentos e estoques de
materiais
Na porta de acesso ao laboratório onde houver o manuseio
de agente biológico devem ser afixados o símbolo
internacional de risco biológico, a advertência de área
restrita, além da identificação e do número de telefone do
profissional responsável.
• No laboratório, todos os procedimentos, sejam técnicos
ou administrativos, devem estar descritos e devem ser de
fácil acesso e do conhecimento dos técnicos envolvidos em
sua execução.
• Os profissionais devem lavar as mãos antes e após a
manipulação de agentes biológicos de risco e antes de
saírem do laboratório.
• São proibidas as atividades de comer, beber, fumar e
aplicar cosméticos (maquiagem, cremes) nas áreas de
trabalho do laboratório.
• Recomenda-se a não utilização de cosméticos e adereços
(brincos, pulseiras, relógios) no laboratório.
Procedimentos Padrão de Laboratório para o
NB-1
•É proibido levar qualquer objeto à boca no laboratório; a
pipetagem deverá ser realizada com dispositivos
apropriados, nunca com a boca.
Materiais e reagentes devem ser estocados em instalações
apropriadas no laboratório; além disso, deve haver sempre
disponível no local um kit de primeiros socorros.
Todos os resíduos devem ser descartados segundo as
normas vigentes e em cumprimento ao Plano de
Gerenciamento de Resíduos da instituição.
Procedimentos Padrão de Laboratório para o
NB-1
Práticas Especiais para o NB-1
Não se aplicam.
Os EPIs, tais como luvas e vestuário de proteção, ou seja, avental,
uniforme ou jaleco, são requeridos durante o trabalho.
O vestuário de proteção deverá ter mangas compridas ajustadas nos
punhos e não deve ser usado fora da área laboratorial.
É obrigatório o uso de calçados fechados que possam proteger os pés
contra acidentes.
Óculos de segurança e protetores faciais devem ser usados sempre
que os procedimentos assim o exigirem.
Equipamentos especiais de contenção –
EPI para o NB-1
Equipamentos especiais de contenção, tais como as CSBs, não são
exigidos para manipulações de agentes biológicos da classe de risco 1.
Equipamentos especiais de contenção –
EPC para o NB-1
O laboratório deve possuir dispositivo de emergência para lavagem
dos olhos, além de chuveiros de emergência localizados no
laboratório ou em local de fácil acesso.
Instalações Laboratoriais de NB-1
O laboratório deve ser projetado de modo a permitir fácil
limpeza e descontaminação.
As rotas de fuga e as saídas de emergência devem estar
identificadas e, preferencialmente, localizadas nas áreas de
circulação pública e nos laboratórios na direção oposta às
portas de acesso, com saída direta para a área externa da
edificação.
As portas de saída de emergência devem ser dotadas de
barra antipânico, que permita a abertura com um pequeno
toque, conforme as normas vigentes.
Instalações Laboratoriais de NB-1
As paredes, o teto e os pisos devem ser lisos, não porosos,
sem reentrâncias, com acabamentos impermeáveis e
resistentes a produtos químicos, para facilitar a limpeza e a
descontaminação da área.
Os pisos e o teto devem ser nivelados.
Os laboratórios devem possuir portas para o controle do
acesso ao público..
Instalações Laboratoriais de NB-1
As portas devem ser mantidas fechadas e devem possuir
visores, exceto quando haja recomendação contrária.
Não é necessário requisito especial de ventilação além dos
estabelecidos pelas normas vigentes.
As janelas com abertura para a área externa ao laboratório devem
conter telas de proteção contra insetos.
Deve haver espaço suficiente entre as bancadas e os equipamentos de
modo a permitir acesso fácil para a realização da limpeza.
A superfície das bancadas deve ser revestida por materiais
impermeáveis, lisos, sem emenda e deve ser resistente ao calor
moderado e à ação dos solventes orgânicos, ácidos, álcalis e solventes
químicos utilizados na descontaminação das superfícies.
Instalações Laboratoriais de NB-1
Cada laboratório deve possuir:
(a) pelo menos um lavatório, exclusivo para a lavagem das mãos,
localizado próximo aos locais de entrada e saída do ambiente;
(b) (b) chuveiro de emergência e lava-olhos próximos às áreas
laboratoriais;
(c) um local, dentro do laboratório, próximo ao acesso, para
guardar jalecos e outros EPIs utilizados no laboratório;
(d) um local, fora da área laboratorial, para guardar pertences pessoais
e possibilitar a troca de roupas;
(e) um local, dentro do laboratório, como armários ou prateleiras,
para armazenar substâncias e materiais de uso freqüente.
Procedimentos Padrão de Laboratório
para o NB-2
Os procedimentos padrão exigidos são os
mesmos já descritos para o
NB-1.
•Deve-se assegurar um sistema de manutenção, calibração e de
certificação dos equipamentos de contenção. A cada seis
meses, as CSBs e os demais equipamentos essenciais de
segurança devem ser testados, calibrados e certificados.
•Os filtros Hepa da área de biocontenção devem ser testados e
certificados de acordo com a especifi cação do fabricante ou
no mínimo uma vez por ano.
Práticas especiais em NB-2
•Acidentes ou incidentes que resultem em exposição a
agentes biológicos patogênicos devem ser imediatamente
notificados ao profissional responsável, com providências de
avaliação médica, vigilância e tratamento, devendo ser
mantido registro por escrito desses episódios e das
providências adotadas.
• Todos os materiais e resíduos devem ser descontaminados,
preferencialmente esterilizados, antes de reutilizados ou
descartados.
Práticas especiais em NB-2
Instalações laboratoriais em NB-2
As instalações laboratoriais de NB-2 devem atender aos
critérios estabelecidos para o NB-1, acrescidos dos
critérios que seguem:
•As instalações laboratoriais devem estar afastadas das áreas
de circulação do público.
•É exigido um sistema de portas com trancas para acesso ao
laboratório.
•Recomenda-se a instalação de lavatórios, com acionamento
automático ou acionados com cotovelo ou pé, em cada
laboratório
Instalações laboratoriais em NB-2
As CSBs devem ser instaladas longe das passagens de
circulação e fora das correntes de ar procedentes de portas
ou janelas e de sistemas de ventilação.
O ar de exaustão das CSBs, classe II, filtrado através de
filtros Hepa, e o ar das capelas químicas devem ser
lançados acima da edificação laboratório
O ar de exaustão das CSBs pode recircular no interior do
laboratório se a cabine for testada e certificada anualmente
inclui os agentes biológicos que possuem capacidade
de transmissão por via respiratória e que causam
patologias humanas ou animais potencialmente letais e
para as quais existem
usualmente medidas de tratamento e/ou de prevenção.
Representam risco se disseminados na comunidade e no
meio ambiente, podendo se propagar de pessoa para
pessoa. Exemplo: Bacillus anthracis.
NB3- Classe de risco 3
(alto risco individual e moderado risco para a
comunidade):
É obrigatório o uso de roupas de proteção apropriadas, bem
como o uso de máscaras, luvas, propés ou sapatilhas. As
pessoas que usarem lentes de contato em laboratórios
deverão também usar óculos de proteção ou protetores
faciais.
Devem ser utilizadas CSBs (classe II ou III) em quaisquer
operações com agentes biológicos que incluam
manipulação de culturas e de material clínico ou ambiental.
A autoclave, de dupla porta, deve estar localizada no
laboratório ou dentro da área de apoio da instalação de
biocontenção.
Equipamentos de Contenção para o NB-3
Este nível de contenção exige a
intensificação dos programas de utilização
das práticas microbiológicas e de segurança
estabelecidas para o
NB-2, além da existência obrigatória de
dispositivos de segurança e do uso,
igualmente obrigatório, de CSB classe II ou
III.
Procedimentos Padrão de Laboratório
para o NB-3
Práticas Especiais em NB-3
As equipes do laboratório e de apoio devem receber
treinamento adequado sobre os riscos potenciais associados
ao trabalho desenvolvido, os cuidados necessários para evitar
ou minimizar a exposição ao agente biológico e sobre os
procedimentos de avaliação da exposição.
A equipe do laboratório deverá freqüentar cursos periódicos
de atualização ou treinamento adicional e também em caso de
mudanças de normas e procedimentos.
Jamais uma pessoa deve trabalhar sozinha dentro do
laboratório de NB-3.
BOM SENSO!!!!
Instalações Laboratoriais em NB-3
O sistema de ar no laboratório NB3 deve ter pressão
negativa e ser independente, com ventilação unidirecional
das áreas de acesso para o interior do laboratório.
A câmara e o vestiário devem ser dotados de sistema de
bloqueio de dupla porta e providos de dispositivos de
fechamento automático e de intertravamento.
A entrada de materiais de consumo e materiais biológicos
(humanas e animais) deve ser feita através de câmara
pressurizada ou de outro sistema de barreira equivalente.
Instalações Laboratoriais em NB-3
Deve ser feita a instalação de uma autoclave na área de
biocontenção, para a descontaminação de resíduos.
Quando as tubulações das instalações prediais atravessarem
pisos, paredes ou o teto da área de contenção, os orifícios de
entrada e saída devem ser vedados com materiais que
garantam o isolamento.
Deve haver pelo menos um lavatório, para lavagem das
mãos com acionamento automático ou acionado com
cotovelo ou pé, próximo à porta de saída de cada
laboratório.
Instalações Laboratoriais em NB-3
Deve haver chuveiro, lava-olhos de emergência e lavatório,
com dispositivos de acionamento por controles automáticos
em área em contenção, adjacentes à área do laboratório.
O laboratório deve ter um sistema de ar independente, com
ventilação unidirecional, a fim de garantir que o fluxo de ar
seja sempre direcionado das áreas de menor risco potencial
para as áreas de maior risco de contaminação.
O ar de exaustão não deve recircular para qualquer outra
área da edificação, devendo ser filtrado por meio de filtro
Hepa antes de ser eliminado para o exterior do laboratório.
São recomendados visores nas paredes divisórias e nas portas entre salas
e áreas de circulação. As janelas e os visores devem ter vidro de
segurança e devem ser devidamente vedados.
Classe de risco 4 (alto risco individual e alto risco para a
comunidade):
inclui os agentes biológicos com grande poder de
transmissibilidade por via respiratória ou de transmissão
desconhecida.
Até o momento não há nenhuma medida profilática ou
terapêutica eficaz contra infecções ocasionadas por tais
agentes.
Eles causam doenças humanas e animais de alta gravidade,
com alta capacidade de disseminação na comunidade e no
meio ambiente. Esta classe inclui principalmente os vírus.
Exemplo: vírus Ebola.
NB-4
Este nível de contenção deve ser usado sempre que o
trabalho envolver agentes biológicos da classe de risco 4 ou
com potencial patogênico desconhecido. Para esses agentes
não há nenhuma vacina ou terapia disponível.
Este nível de contenção exige a intensificação dos
programas de utilização das práticas microbiológicas
e de segurança estabelecidas para o NB-3.
Procedimentos Padrão de Laboratório para o
NB-4
Práticas especiais em NB-4
Nenhum material deverá ser removido do laboratório de
contenção máxima (NB-4), a menos que tenha sido
esterilizado, exceto os agentes biológicos que
necessariamente tenham de ser retirados na forma viável.
O agente biológico viável, a ser removido da CSB classe
III ou do laboratório de contenção máxima, deve ser
acondicionado em recipiente de contenção primária
inquebrável e selado. Este, por sua vez, deve ser
acondicionado dentro de um segundo recipiente também
inquebrável e selado, que deverá passar por um tanque de
imersão contendo desinfetante
Práticas especiais em NB-4
Previamente à realização de trabalhos em contenção
utilizando-se CSB da classe III, os profissionais devem:
1. Trocar suas roupas na entrada do laboratório, nos
vestiários internos, também em contenção, adjacentes
ao laboratório, por roupa protetora completa e
descartável.
2. Antes de sair do laboratório para a área de banho,
devem retirar as roupas usadas no laboratório,
depositá-las em recipiente exclusivo para esse fim e
encaminhá-las para a esterilização antes de que sejam
descartadas.
Principais características do NB4:
.Utilização de macacão pressurizado conectado com ar para
respiração;
.Utilização de cabines de segurança biológica;
.Entrada de técnicos no laboratório através de um sistema
airlock;
.Saída de técnicos do laboratório através do airlock, com
descontaminação química do macacão;
.Entrada de amostras através de pass-through;
.Complexo sistema de fluxo e filtração do ar;
.Vedação total de paredes pisos e tetos e portas;
.Ar de insuflamento com filtragem absoluta (HEPA);
.Ar de exaustão com dupla filtragem absoluta (HEPA);
.Sistemas de comunicação, alarme e controle de acesso;
.Sistemas de descontaminação de resíduos líquidos e sólidos
Instalações Laboratoriais para o NB-4
•O acesso dos profissionais deve ser controlado por
sistemas de identificação acionados por leitor de íris ou
leitor de digitais ou de cartão magnético ou, ainda, por
outro tipo de sistema de segurança rigoroso.
•A entrada e a saída dos técnicos devem ser feitas por
meio de vestiários de barreira, com diferencial de
pressão entre os ambientes, dotados de sistema de
bloqueio de dupla porta, providos de dispositivos de
fechamento automático e de intertravamento.
Instalações Laboratoriais para o NB-4
•A entrada de materiais de consumo e de materiais
biológicos deve ocorrer por meio de câmara
pressurizada (passthrough).
•A saída de resíduos deve ocorrer após a autoclavação.
•Diariamente, antes que o trabalho se inicie, devem
ser feitas inspeções de todos os sistemas de contenção
e de suporte à vida
Câmara pressurizada, utilizada para a passagem de
produtos entre dois ou mais ambientes diferentes,
impedindo a troca de ar e o risco de contaminação
cruzada
Instalações Laboratoriais para o NB-4
As portas devem permitir vedação total com sistema de
acionamento de abertura automático e com acionamento
interno de emergência após identificação.
As paredes, os pisos e o teto das áreas de contenção
devem ser construídos de maneira que formem uma
concha interna selada e permitam os procedimentos de
fumigação (tratamento químico realizado com
compostos químicos voláteis (no estado de vapor ou
gás) em um sistema hermético, visando a desinfestação
de materiais, objetos e instalações que não possam ser
submetidas à outras formas de tratamento.)
Instalações Laboratoriais para o NB-4
Todas as áreas de contenção deverão ter um sistema de
tratamento de ar, sem recirculação, que assegure o fluxo
do ar das áreas de menor risco para as áreas de maior
risco potencial, mantendo uma pressão diferencial.
Esse sistema deverá ser monitorado e deverá existir um
alarme para acusar qualquer irregularidade no
funcionamento do sistema de tratamento de ar.
Todo o ar de exaustão deverá passar por dois filtros
Hepa, em série, antes de ser lançado acima da
edificação.
Instalações Laboratoriais para o NB-4
Todos os efluentes líquidos, tais como a água do
chuveiro, os efluentes da condensação da autoclave e de
outros pontos da instalação, devem estar conectados
diretamente a um sistema de tratamento térmico
(caldeira) e biologicamente monitorado, para que sejam
esterilizados antes de descartados no sistema de esgoto
sanitário.
Instalações Laboratoriais para o NB-4
Todos os efluentes líquidos, tais como a água do
chuveiro, os efluentes da condensação da autoclave e de
outros pontos da instalação, devem estar conectados
diretamente a um sistema de tratamento térmico
(caldeira) e biologicamente monitorado, para que sejam
esterilizados antes de descartados no sistema de esgoto
sanitário.
Instalações Laboratoriais para o NB-4
O laboratório deve possuir:
(1) um sistema de comunicação de circuito
interno de imagem e/ou outro dispositivo de
comunicação de emergência entre as áreas
(2) um sistema de abastecimento de energia elétrica
de emergência ligado aos sistemas de suporte à vida,
para também alimentar os circuitos da iluminação, os
alarmes, os controles de entrada e saída, os sistemas de
comunicação, as CSBs e os outros equipamentos;
(3) Um sistema próprio de tratamento adequado de
eliminação de resíduos localizado em área contígua ao
laboratório, para eliminação dos resíduos gerados.
As linhas de suprimento de gases comprimidos devem ser
dotadas de filtros ou de sistema equivalente para proteção de
inversão do fluxo (dispositivo anti-refluxo).
Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde
construirá o primeiro laboratório brasileiro de referência nacional
com área de máxima segurança, em Brasília, até o final de 2007. As
obras serão iniciadas em abril deste ano, logo após a finalização do
projeto, prevista para março. Ao todo, serão investidos R$ 20
milhões, financiados com recursos da União e do Banco Mundial.
Este será o terceiro laboratório nas Américas com uma área de Nível
de Biossegurança 4 (NB4), tornando o país referência para
diagnósticos e pesquisas com agentes que só podem ser manipulados
nestas instalações. As outras duas unidades estão nos Estados
Unidos e Canadá.