Avaliação em Fisioterapia Dermatofuncional
Ms. Giovana B. Milani
Mestre em Ciências pela FMUSP
Pós- Graduada em Fisioterapia Dermato-Funcional
Pós- Graduada em Aparelho locomotor no esporte
Fisioterapia Dermatofuncional
Fisioterapia Estética • Dermatofuncional: conotação de restauração de
função• Estética: melhorar ou restaurar a aparência • Importante: Não é uma área totalmente
separada da fisioterapia tradicional, ao contrário.
• Todas se complementam!!
Fisioterapia Dermatofuncional
• Celulite• Estrias• Pré e pós cirurgia plástica• Flacidez de pele e muscular• Linfedema• Queimados• Acne• Fototerapia (LIP)• Carboxiterapia (??)• Entre outras
Atuação:
Tópicos da Avaliação
• Identificação
• Queixa principal
• Anamnese completa
• Observação Clínica
• Inspeção/Palpação
• Exames complementares
Identificação
Fundamental:• Sexo;• Cor;• Idade do paciente / data de nascimento -
muitas patologias são mais comuns em determinadas faixas etárias;
• Profissão - muitas patologias são favorecidas pelo hábito diário;
Queixa Principal
• Muito importante!!• Nem sempre o que incomoda o avaliador
é a mesma patologia que incomoda o paciente;
• Perguntar ao paciente o que incomoda, por que foi procurar a fisioterapia;
• Nunca sugestionar;• Nunca dar opiniões próprias a respeito da
condição do paciente.
Anamnese
Questões que devem estar presentes:
• Atividade física (atual, prévia, nível);
• Distúrbio hormonal;
• Ciclo menstrual;
• Gravidez;
• Alterações durante a gravidez;
• Cirurgias;
• Estresse;
Anamnese
• Hábitos alimentares (café, bebidas alcoólicas, refrigerantes, dietas, fumo);
• Patologias associadas (alterações posturais comprovadas, ovários policísticos,etc);
• Alterações circulatórias periféricas (varizes ou edemas);
• Medicação.
Observação Clínica
• Dependendo da patologia, avaliar em diferentes vistas e/ou decúbitos;
• A iluminação da sala de avaliação é muito importante;
• Comparar lados D e E sempre que possível;• Observar condição geral do paciente
(muscular e de pele);• Avaliar a postura dependendo da patologia.
Inspeção/ Palpação
• Verificar o trofismo da pele e dos músculos;
• Verificar a presença de nódulos;
• Buscar aderências;
• Paciente em decúbito dorsal e/ou supino favorece a palpação.
Medidas Úteis
• Índice de massa corpórea (IMC) = peso / altura2
Magreza: menor que 18,5 kg/m2
Normalidade: de 18,5 a 24,9 kg/m2
Sobrepeso: de 25 a 29,9 kg/m2
Obesidade: de 30 a 39,9 kg/m2 Obesidade mórbida (maiores que 40 kg/m2)
Medidas Úteis
Coeficiente cintura- quadril
Fornece o biótipo do paciente
Coeficiente cintura-quadril = C (cm)
Q (cm)
Medidas Úteis
Menor que 0,72 cm: GinóideEntre 0,72 - 0,80 cm: ModeradoMaior que 0,80 cm: Andróide
Ginóide: acúmulo de gordura em metade inferior do corpo.
Andróide: metade superior
Coeficiente cintura- quadril
Registro
Fichas:
- Anamnese
- Para registro dos achados e de evolução
Fotografia : Iluminação muito importante, resolução, posicionamento do paciente e padronização das fotografias.
Material necessário
• Balança• Fita métrica• Máquina fotográfica• Material para avaliação postural (qdo necessário)• Materiais para exames complementares
(Bioimpedância, Adipômetro, Placa de Termografia)
Lipodistrofia Ginóide – “Celulite”
Celulite
Hidrofilia do tecido conjuntivo
Peculiaridades do tecido subcutâneo feminino
Alteração microcirculatória
Teorias da formação da celuliteTerranova et al, 2006Terranova et al, 2006
Diferenças do tecido adiposo ♀ e ♂
Mulheres Homens
Celulite
HereditariedadeHereditariedade
(Rona, 2006; (Rona, 2006; Medeiros, 2004)Medeiros, 2004)
IdadeIdade(Rao(Rao et al, 2005; Guirro & Guirro,2002) et al, 2005; Guirro & Guirro,2002)
SexoSexo (Milani et al, 2006; Rossi, 1996)(Milani et al, 2006; Rossi, 1996)
Uso de anticoncepcionalUso de anticoncepcional(Avram, 2005; (Avram, 2005; Sandoval, 2003)Sandoval, 2003)
FumoFumo(Medeiros, 2004; Rossi, 1996)(Medeiros, 2004; Rossi, 1996)
SedentarismoSedentarismo(Avram, 2005; (Avram, 2005; Milani et al, 2006)Milani et al, 2006)
ObesidadeObesidade(Rona, 2006; (Rona, 2006; Medeiros, 2004)Medeiros, 2004)
Perturbações circulatóriasPerturbações circulatórias
(Guirro & Guirro, 2002;(Guirro & Guirro, 2002;Sandoval, 2003)Sandoval, 2003)
Fatores MecânicosFatores Mecânicos
Alterações ortostáticas como pé plano e alterações da coluna lombar (hiperlordose)Alterações ortostáticas como pé plano e alterações da coluna lombar (hiperlordose)
(Medeiros, 2004; (Medeiros, 2004; Sandoval, 2003)Sandoval, 2003)
Fatores causais
Classificação da LDG
• Grau I: Assintomático ou latente. Não possui alterações macroscópicas (não visível).
Qto ao grau de comprometimento:
Classificação da LDG
• Grau II: Alterações visíveis somente à palpação/ contração, comprometimento circulatório, sem fibrose, aspecto macroscópico de casca de laranja.
• Grau III: Visível. Em algumas regiões, micronódulos, fibrose sem representar fator predominante.
Classificação da LDG
• Grau IV: Nódulos. Pele com aspecto de casca de nozes, fibrose como fator predominante, pode ter comprometimento nervoso e dor.
Classificação da LDG
• Flácida• Compacta• Edematosa • Mista
Qto a forma clínica:
Classificação da LDG
Avaliação da LDG
AnamneseObservação
- Paciente em pé
- Paciente deitadaPalpaçãoExame Complementar
Importante: A classificação da LDG pode variar de acordo com a região avaliada.
Hábitos diários Nível de atividade física Se a LDG piorou ou melhorou nos últimos tempos Se sua presença atual está associada à algum
distúrbio, patologia ou à gravidez Questionar sobre todos os fatores que influenciam
a presença de LDG (predisponentes, determinantes e condicionantes)
Anamnese Avaliação da LDG
Avaliação da LDG
• Observar paciente em pé• Com e sem contração do Glúteo• Observar paciente em prono ( se LDG desaparece
com a mudança de decúbito)
Observação:
• Presença à palpação;• Presença de nódulos e avaliar quanto a
mobilidade e tamanho;• Observar aumento de sensibilidade local ou dor.
Palpação:
Avaliação da LDG
Exame complementar LDG
• Placas de cristais de colesterol termossensíveis.
• Avalia o grau da LDG pela temperatura cutânea superficial.
Placa de Termografia
Avaliação da LDG
Estrias
Estrias
Regiões de atrofia de pele. Relacionadas a: Repentino estiramento da
pele; Alterações endocrinológicas; Exercício vigoroso; Algumas infecções como febre
tifóide e hanseníase.
Estrias
Podem ser classificadas qto ao seu aspecto:
Eritemato-violácea
Branca nacarada
Estrias
Avaliação da Estria
Anamnese:- Quando apareceu- Como começou Observação:- Localização- Cor / Aspecto; Teste de
sensibilidade local
Lipodistrofia Localizada(Gordura Localizada)
Lipodistrofia Localizada
Acúmulo regional de tecido adiposo. Varia de acordo com sexo:
Homens: células adiposas na região do abdômen;
Mulheres: maior depósito em regiões femuro-glúteas.
Localização da Lipodistrofia
Biótipo Ginóide Biótipo Andróide
Localização da Lipodistrofia
Calça de Montaria Calça de Soldado Garrafa de Champanhe
Tipos Ginóide
Avaliação da Lipodistrofia Localizada
Anamnese:
- Verificar antecedentes familiares
- Verificar Hábitos diários (atividade física, alimentação)
- Desde quando tem essa gordura localizada (se apareceu após gravidez, após parar atividade física ou se sempre apresentou).
Avaliação da Lipodistrofia Localizada
- Localização da adiposidade
- Avaliação Postural : Muito importante!
Observação:
- Relação cintura-quadril
- Medidas de circunferência:
- Pescoço, ombros, peito, cintura, quadril, coxa, joelho, panturrilha, tornozelo, bíceps, antebraço, pulso
Avaliação da Lipodistrofia Localizada
Inspeção:
Exames complementares
• Utilizada para determinar a composição corporal
• Existe relação entre gordura localizada nos depósitos abaixo da pele, gordura interna e densidade corporal
• Existem equações para estimar a densidade corporal.
Dobras Cutâneas
Dobras Cutâneas
Vista Posterior:• Subescapular• Tricipital Vista Anterior:• Supra-ilíaca• Abdominal• Coxa Superior
Locais utilizados para mensuração:
Dobras Cutâneas
Sexo feminino:
Dc= 1,096095 – 0,0006952 (X1) + 0,0000011(X1) – 0,0000714(X2)
Sexo Masculino
Dc= 1,10938 – 0,0008267 (X1) + 0,0000016 (X1) – 0,0002574 (X2)
Onde:
Dc: densidade corporal (g.cm-3)
X1– a soma das dobras cutâneas
X2- idade
Equações de estimativa da densidade corporal:
% da gordura = (495 / Dc) – 450
Onde:
Dc: densidade corporal (g.cm-3)
Dobras Cutâneas
Conversão de densidade corporal em % de gordura corporal:
Exames complementares
• Fornece dados sobre a relação gordura-massa magra do organismo
• Utiliza corrente elétrica
Bioimpedância
Conclusões
• A Fisioterapia Dermatofuncional não é uma área isolada, necessita de acompanhamento multidisciplinar como dermatologistas, cirurgiões, nutricionistas, educadores físicos;
• Dentro da Fisioterapia é uma área que utiliza os mesmos princípios e recursos de conhecimento do fisioterapeuta;
• Porém, ainda é uma área que, apesar de crescente, requer muitas pesquisas para o embasamento científico dos recursos utilizados.
1) Milani GB, João SMA, Farah EA. Fundamentos da Fisioterapia dermato-funcional: revisão de literatura. Fisioterapia e Pesquisa 2006; 13 (1): 37-43.
2) Milani GB , Filho, AN , JOÃO SMA. Correlation between the lumbar lordosis angle and the gynoid lypodistrophy (cellulite) in a asymptomatic women. Clinics (São Paulo), v. 64, p. 503-508, 2008.
3) Guirro E, Guirro R. Fisioterapia Dermato-Funcional- fundamentos, recursos, patologias. 3ª ed. Manole. São Paulo; 2002.
4) Borges FS. Dermato-Funcional: Modalidades Terapêuticas nas disfunções estéticas. Phorte. São Paulo; 2006.
5) Rawlings AV. Cellulite and its treatment - Review article. Int J Cosmet Sci 2006; 28: 175-90.
6) Avram MM. Cellulite: a review of its physiology and treatment. J Cosmet Laser Ther 2005; 7: 1-5.
Referências Bibliográficas
Obrigada!