Ana Laura A. DiasNutricionista EMTN/HSR
Especialista em nutrição clínica - UFMTMestre em Ciências da Saúde – PPGCS – UFMT
Docente da Faculdade de Nutrição e Educação Física - UNIC
Avaliação
nutricional do
paciente
Hospitalizado
Avaliação nutricional do paciente Hospitalizado
Importância da avaliação nutricional
Semiologia nutricional
Métodos indiretos de peso e estatura
Avaliação dietética
ASG, ASG ppp, MAN estendida e reduzida;
Exames por imagem: Dexa, USG, TC, RM
Dinamometria e capacidade funcional
EMAP
BIA
Exames bioquímicos
Avaliação Nutricional do paciente Hospitalizado
Estado nutricional
A condição nutricional desfecho clínico e na qualidade de vida.
“Condição de saúde de um indivíduo, influenciada pelo consumo de nutrientes, identificada pela correlação de informações obtidas de
estudos físicos, bioquímicos, clínicos e dietéticos” (Vasconcelos, 2000).
Existem claras evidências de que a triagem e a avaliação nutricional,realizadas com ferramentas adequadas, podem detectar pacientesdesnutridos ou em risco de desnutrição e, desta forma, contribuírem paraum melhor desfecho clínico.
(CRISTAUDI et al., 2011)
A falta do diagnóstico nutricional adequado é prejudicial para a definição do tratamento
correto do paciente e consequentemente, para sua recuperação.
(apostila pág 10)
Até o momento não se dispões de ummétodo padrão -ouro para a determinaçãodo estado nutricional.
Todas as medidas utilizadas na suaavaliação podem ser afetadas pela doençaou pelo trauma;
Não há também um método sem pelomenos uma limitação importante.
Convém enfatizar a necessidade deobtenção do MAIOR número possível de
dados com base na história dietética eclínica, no exame físico, nas mediçõesantropométricas e laboratoriais que:completam o perfil de avaliação, quefavoreçam a interpretação e tentamidentificar a alteração nutricional.
Estado nutricional
A triagem de risco nutricional e a avaliação da condição nutricional devem ser realizadas dentro das primeiras 48 horas da admissão.
Fatores determinantes do estado nutricional:
· Fatores econômicos (renda, acesso)
· Fatores sociais (hábitos, modismos, estéticos, mídia, colegas,etc.)
· Fatores culturais (descendência, costumes)
· Fatores religiosos (mitos, tabus, crenças)
· Fatores psicológicos (necessidade, prazer, desconforto, insegurança)
· Fatores fisiopatológicos
Semiologia nutricional
A semiologia nutricionalé realizada de formasistêmica e progressiva,da cabeça aos pés, com oobjetivo de determinaras condições nutricionaisdo paciente
Os achados da inspeção geralrefletem desnutrição crônica maisdo que uma depleção aguda.
GlossiteMagenta
Queilite Candidíase oral
Infraclavicular
Supraclavicular
Fúrcula esternal
Edema
Excesso de peso
hídrico
+ tornozelo 1 kg
++ joelho 3-4 Kg
+++ Raiz da coxa 5-6 Kg
++++ anasarca 10-12 Kg
O exame físico, combinado com outroscomponentes da avaliação nutricional,oferece uma perspectiva única daevolução do estado nutricional. O examefísico pode fornecer evidências dasdeficiências nutricionais ou piorafuncional, que podem afetar o estadonutricional e que, muitas vezes, podem serperdidas na entrevista
Local Manifestações clínicas Carência
Cabelo Perda de brilho, seco, quebradiço,despigmentado, fácil de arrancar
Ptn, zinco, ácido fólico, ferro
Face Seborreia nasolabial, edema de fase B2, Fe e PTN
Olhos Palidez conjuntival, xerose, blefariteangular
Fe, Vit.A, B2 e B6
Lábios Estomatite angular, quelite B2
Língua Glossite, língua magenta, atrofia ehipertrofia das pupilas
B2, B3, B9, B12
Gengivas Esponjosas, sangramento Vit C
Pele Xerose, hiperceratose folicular,petéquias, equimoses excessivas
Vit A, C e K
Unhas Coiloníquia, quebradiças Ferro
Tec subcutâneo Edema, pouca gordura PTN e Calorias
Sist. Músculo esquelético Atrofia muscular, alargamentoepifisário, persistência da abertura dafontanela, perna em “x”, flacidez daspanturrilhas, fraturas
Vit D, B1, Cálcio
Sist. Cardiovascular Cardiomegalia B1
Sist. nervoso Alterações psicomotoras, depressão,alterações sensitivas, fraqueza motora,formigamento das mãos e pés
B1, B6 e B12
Métodos indiretos de peso e estatura
Peso corporal
Peso atual
Peso usual ou habitual
Peso ideal ou teórico
PI= IMC médio x estatura2
H = 22 kg/m2
M = 21 kg/m2
O peso é uma medida simples, mas representa asoma de todos os compartimentos corporais, edeve ser avaliado com cautela em algumascondições.
Percentual de
perda de peso
Perda de peso (%) = (peso usual – peso atual) x 100peso usual
Em termos de intervenção diagnóstica, terapêuticae nutricional, constitui uma importanteinformação para avaliar a gravidade doproblemas de saúde, haja vista sua elevadacorrelação com a mortalidade. É realizada pormeio da fórmula
Tempo Perda de peso importante (%)
Perda de pesograve (%)
1 semana 1-2 >2
1 mês 5 >5
3 meses 7,5 >7,5
6 meses 10 >10
Peso ideal para
amputados Em casos de amputação, o peso corporal deve sercorrigido subtraindo-se, do peso ideal, o pesoestimado da parte amputada. A imagem abaixoapresenta a contribuição percentual de diferentespartes corporais amputadas.
Estatura
* Estimativa de altura:Quando não é possível aferir a altura do indivíduo, pode se estimar a medida com base em alguns métodos.
a) Altura do joelho:O indivíduo deve estar em posição supina ou sentado o mais próximo possível da extremidade da cadeira, com o joelho esquerdo flexionado em ângulo de 90°.
Medir o comprimento entre o calcanhar e a superfície anterior da perna (cabeçada fíbula) na altura do joelho. Usa-se a seguinte fórmula:
Homem = 64,19 – (0,04 x I) + (2,02 x AJ)Mulher = 84,88 – (0,24 x I) + (1,83 x AJ)
Avaliação dietética
• Os inquéritos dietéticos podem fornecer informações, tanto qualitativascomo quantitativas, a respeito da ingestão alimentar, sendo estes utilizadospara avaliar o consumo alimentar de indivíduos e populações em umdeterminado período de tempo estabelecido previamente.
• QFA - Este método raramente tem acurácia suficiente para ser usado para avaliar aadequação da ingestão de nutrientes, tanto em indivíduos quanto em grupos.
• R24h - diferentes interpretações dos tipos de alimentos ou preparações, bem comoao peso dos alimentos, alimentos informados erroneamente, à sazonalidade daalimentação e aos erros sistemáticos como a variação intrapessoal.
Não existem métodos de história dietética validados para uso em população hospitalizada.
Inquéritos alimentares
Avaliação da ingestão oral do almoço e jantar do paciente marcando o pratinho.
Exemplo da pergunta:1- O Sr. Aceitou quanto do almoço? Mais ou menos da metade da comida que veio no seu prato? Resposta: Menos da metade.2- O quanto que é esse menos da metade? Menos ou mais de (1/4) 25%.Resposta: mais ou menos 25 a 30%. O profissional vai marcar um X no 1/4
ATENÇÃO: Você pode fazer o mesmo modelo para os líquidos utilizando um copo.
Aceitabilidade da dieta oral
O paciente ingere mais ou menos de 50%?
+
-Análise
Resto/ingestão
Motivo da recusa
Consistência
Preferências
Exames
Medicação
Porcionamento Alergias ouintolerâncias
TRN, ASG, ASG ppp, MAN
Ferramentas de triagem nutricional
1.Identificar o estado nutricional dos pacientes adultos àinternação.
Exceção: gestantes de risco habitual internadas para parto, epacientes críticos (UTI, CTQ, unidades semi-intensivas) que jáestão em risco nutricional.
2. Disponibilizar a conclusão da triagem no prontuário dopaciente para subsídio do profissional que irá realizar aavaliação nutricional, implementando ações imediatas deintervenção nutricional, contribuindo com a redução damorbimortalidade dos pacientes e reduzindo a média depermanência hospitalar.
Triagem nutricional – NRS 2002
PRINCIPAIS RAZÕES PARA A FALTA DE TRIAGEM NUTRICIAL NOS HOSPITAL
• Aplica-se o método ASG para diagnosticar e classificar adesnutrição, com enfoque em questões relacionadas àdesnutrição crônica ou já instalada, como percentual deperda de peso nos últimos seis meses, modificação naconsistência dos alimentos ingeridos, sintomatologiagastrointestinal persistente por mais de duas semanas epresença de perda de gordura subcutânea e de edema.
• Além disso, é o único método que valoriza alteraçõesfuncionais que possam estar presentes.
ASG