Autopercepção dos idosos quanto às alterações fonoaudiológicas no envelhecimento
Luciana Nunes Bueno; Maristela de Fátima Oliveira Thomaz; Mayse Bonetto; Angélica
Savoldi; Lenita da Silva Quevedo
Universidade de Passo Fundo
Brasil
Resumo
Objetivo: Verificar junto aos idosos a autopercepção quanto às alterações fonoaudiológicas
decorrentes do envelhecimento humano. Método: Estudo do tipo quantitativo de caráter
transversal. A amostra foi constituída por 18 indivíduos de ambos os sexos, com idade
acima de 60 anos, residentes em três instituições de longa permanência para idosos de
Passo Fundo-RS/Brasil, no período de março e abril de 2017. A coleta de dados foi
realizada mediante a utilização de um questionário, na forma de entrevista, que buscou
informações referentes à autopercepção dos idosos quanto às alterações fonoaudiológicas
decorrentes do envelhecimento humano. Foi investigada a percepção dos sujeitos quanto às
alterações relacionadas à voz, audição, mastigação, deglutição e fala. Resultados: Ao
analisar os resultados obtidos, pode-se destacar que a maioria dos indivíduos pesquisados
não referiu nenhuma alteração. Conclusão: A maioria dos idosos, participantes deste
estudo, não têm queixas quanto às mudanças fonoaudiológicas decorrentes do
envelhecimento.
Palavras-chave: Idosos. Envelhecimento. Saúde. Fonoaudiologia. Autopercepção.
Abstract
Aim: To verify with the elderly the self-perception regarding speech-language disorders
resulting from human aging. Method: A quantitative cross-sectional study. The sample
consisted of 18 individuals of both sexes, aged over 60 years, living in three long-stay
institutions for the elderly in Passo Fundo City - RS, in the period of March and April of 2017.
Data collection was performed through the use of a questionnaire, in the form of an interview,
which sought information regarding the self-perception of the elderly regarding speech-
language disorders resulting from human aging. The subjects' perceptions regarding
changes related to voice, hearing, chewing, swallowing and speech were investigated.
Results: When analyzing the results obtained, it can be highlighted that most of the
surveyed people did not report any changes. Conclusion: Most of the elderly participants of
this study do not report complaints about speech-language changes due to aging.
Keywords: Elderly. Aging. Health. Speech Therapy. Self-perception.
INTRODUÇÃO
Envelhecer é um campo que desperta o interesse, estudo e atuação por parte de
vários especialistas. Tem uma ampla área para a realização de um trabalho interdisciplinar,
pois os profissionais das mais variadas áreas da saúde como medicina, enfermagem,
psicologia, fonoaudiologia, fisioterapia, gerontologia, terapias ocupacionais, dentre outras,
podem contribuir positivamente possibilitando uma melhor qualidade de vida para a
população idosa1.
Segundo dados demográficos divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia
Estatística (IBGE) 12% da população brasileira é constituída por indivíduos com idade
superior a 60 anos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a terceira idade inicia
aos 60 anos de idade nos países em desenvolvimento. A Organização das Nações Unidas
(ONU) estima que até 2050 haja cerca de 400 milhões de pessoas com idade superior a 80
anos no mundo2. No Brasil, o idoso é definido como “toda pessoa com idade igual ou
superior a 60 anos” 3.
Com a chegada da senilidade o aparecimento de alterações já é esperado e faz
parte do processo de envelhecer. Dentre as mudanças já esperadas nesta fase da vida
estão as alterações fonoaudiológicas que ganham destaque, pois podem interferir
diretamente na qualidade de vida desta população4. Algumas alterações de ordem
morfofisiológicas ocasionadas pelo envelhecimento comprometem a motricidade oral, voz,
audição, linguagem e deglutição5.
Percebe-se um aumento da procura de idosos por atendimento fonoaudiológico, os
quais estão sendo encaminhados por outros profissionais quando são identificadas
dificuldades relacionadas à mastigação, deglutição, alteração da voz e fala6.
Conhecer as necessidades da população idosa na área da fonoaudiologia se torna
importante para que se possa organizar e desenvolver estratégias que beneficiarão esta
parcela da população que vem aumentando no país4.
Sendo assim, o presente estudo se faz necessário, pois tem por objetivo verificar
junto aos idosos a autopercepção quanto às alterações fonoaudiológicas decorrentes do
envelhecimento humano.
MÉTODO
Trata-se de um estudo quantitativo de caráter transversal, realizado em três
instituições de longa permanência para idosos do município de Passo Fundo – RS/Brasil.
Foram considerados critérios de inclusão na pesquisa os itens: assinatura do Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Anexo 1), segundo a Resolução nº 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde; ter idade de 60 anos ou mais; estar vinculado à instituição;
não ter alterações neurológicas e degenerativas com diagnóstico médico comprovado.
Foram excluídos idosos que não assinaram o TCLE, não estavam vinculados à instituição,
possuíam alterações neurológicas e degenerativas com diagnóstico médico comprovado.
Inicialmente, os idosos receberam esclarecimentos sobre a pesquisa a ser realizada.
Para a coleta de dados foi realizada uma entrevista, utilizando um questionário elaborado
pelas pesquisadoras (Anexo 2) que buscou informações referentes à autopercepção dos
idosos quanto às alterações fonoaudiológicas decorrentes do envelhecimento humano. Foi
investigada a percepção dos sujeitos quanto às alterações relacionadas à voz, audição,
mastigação, deglutição e fala.
O presente projeto foi submetido à apreciação do Comitê de Ética e Pesquisa da
Universidade de Passo Fundo, obtendo a aprovação conforme o protocolo 10034/2016.
RESULTADO
Durante a pesquisa se buscou verificar se os idosos selecionados para participar deste
estudo relatavam, ou não, alterações na voz, na audição, na mastigação, na deglutição e na
fala.
Ao analisar os resultados obtidos, pode-se destacar que a maioria dos indivíduos
pesquisados não referira nenhuma alteração. Os dados serão apresentados através de
gráficos representando os achados no estudo.
Figura1- Percepção dos idosos quanto às alterações da voz. Passo Fundo, RS, 2017.
Quanto à percepção das alterações da voz (Figura 1) destaca-se que nenhum
3 2 1
15 16 17
0
10
20
rouquidão voz fraca não soube especificar
sim não
participante relatou perceber voz trêmula. Com maior percepção para queixa de rouquidão.
Figura 2- Percepção dos idosos quanto às alterações da audição. Passo Fundo, RS, 2017.
Quanto à percepção de alterações auditivas demonstradas na (Figura 2) dá-se maior
relevância para o relato de ouvir pouco, tontura e zumbido.
Figura 3- Percepção dos idosos quanto às alterações da mastigação. Passo Fundo, RS,
2017.
Em relação à percepção de alterações mastigatórias, enfatizou- se o ressecamento
oral.
Figura 4- Percepção dos idosos quanto às alterações da deglutição. Passo Fundo/RS,
Brasil. 2017.
Demonstra a percepção quanto às alterações de deglutição, destaca-se que nenhum
dos indivíduos referiu engasgar-se durante o ato da deglutição.
4 2 3 2
14 16 15 16
0
1020
ouvir pouco tontura aumentar o volume da tv
zumbido
sim não
4 2 1 1
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0
10
20
ressecamento dor escape de alimento
outra alteração
sim não
4 2 1
14 16 17
0
10
20
engolir várias vezes tosse outra alteração
sim não
Figura 5- Percepção dos idosos quanto às alterações da fala. Passo Fundo, RS, 2017.
Quanto à autopercepção de alterações de fala, sujeitos relatam perceber mudanças,
destacando-se entre eles a queixa de dificuldade em lembrar das palavras.
DISCUSSÃO
Como descrito acima, os resultados desta pesquisa evidenciam que a grande maioria
dos indivíduos pesquisados não referiu alterações percebidas no processo de
envelhecimento nos aspectos fonoaudiológicos de voz, audição, mastigação e deglutição.
Mudanças que ocorrem na voz em decorrência do envelhecimento podem gerar
queixas entre os idosos referentes a alterações vocais. Estas alterações na qualidade vocal
devem ocorrer devido às modificações presentes na estrutura do sistema vocal e
histológico, fazendo com que diminua a vibração das pregas vocais e tendo que fazer
maiores esforços para poder realizar a vibração. Assim como neste estudo, outros autores4
apontam a rouquidão como um fator de maior relato entre os idosos, interferindo na
qualidade vocal.
Em outro estudo7 fala que a autopercepção nas alterações vocais que ocorrem na
senilidade, não é tão percebida quanto às outras modificações. Refere, também, que
quando a voz é usada profissionalmente, procuram tratamento e, no cotidiano, atrapalham
seu dia a dia quando percebidas.
As alterações vocais ocorrem com a presbifonia, mas nem sempre isso é regra, pois
outras patologias como o Parkinson, Alzheimer e outros fatores como; maus hábitos vocais,
o uso de tabaco e álcool, também, interferem na qualidade vocal8.
A voz também sofre impacto pelas alterações do organismo causadas pelo
envelhecimento, ocorrendo uma calcificação e ossificação das estruturas laríngeas,
diminuindo a qualidade vocal do idoso. Considera-se que a voz é uma ferramenta
importante para a comunicação humana. Alterações na sua emissão podem acarretar
dificuldades para os indivíduos9.
De acordo com outro estudo10 ocorrem alterações referentes à voz em consequência
36
1512
0
5
10
15
20
não articular as palavras corretamente não lembrar as palavras
sim não
do envelhecimento. Porém que diz respeito à qualidade vocal foi observado predominância
de uma voz rouca, tal fato pode ter diferentes motivos. Nos idosos a rouquidão está
interligada ao processo natural do envelhecimento e nesse presente estudo é possível
observar que parte dos idosos identifica rouquidão em suas vozes. Portanto, a diminuição
da intensidade vocal também pode ser observada com o envelhecimento e está relacionada
à redução da capacidade respiratória conforme achados na Figura 1 deste estudo. Tais
mudanças na percepção podem estar associadas a alteração estrutural que ocorre no
interior do trato vocal11.
Com o envelhecimento surgem mudanças como a curvatura da prega vocal,
saliência dos processos vocais das aritenóides, atrofia da musculatura intrínseca e
extrínseca da laringe e o processo gradual de ossificação e calcificação das cartilagens
laringeas12.
Os idosos podem apresentar dificuldades relacionadas à pressão sonora vocal em
consequência da diminuição do suporte respiratório que interfere na produção vocal,
reduzindo os tempos máximos de fonação, a velocidade de fala e a loudness. O declínio da
pressão aérea subglótica pode ocorrer em virtude da perda do controle fino das pregas
vocais e, consequentemente, a projeção vocal fica comprometida12.
No que se referem a alterações auditivas, como se pode observar na Figura 2, as
queixas de tontura e zumbido geralmente estão dentre os sintomas vestibulares da audição
e são motivos de quedas entre os idosos. Tanto que, no que diz respeito à pesquisa
realizada, também destacou a elevada proporção de relato de zumbido e tontura entre os
indivíduos, caracterizando a segunda queixa otológica referida13.
O zumbido ou “barulhinho e/ou apitinho” no ouvido traz uma forte influência de forma
nociva para o bem-estar. Entretanto, o quanto interfere está vinculado à compreensão e
conceito de bem-estar do indivíduo13.
Nas pessoas que tem zumbido ocorre uma perda de modulação das células ciliadas
externas, onde produz uma atividade das vias auditivas, ocorrendo o chamado “som e ou
chiado”, podendo provocar uma equivocada interpretação dos sons da fala devido a esse
som irregular (zumbido). O comprometimento das vias auditivas pode ter diversas causas
associadas ao seu surgimento, tais como: doenças que chegam até o ouvido
secundariamente e doenças otológicas sendo caracterizadas primariamente14.
São as diversas causas que podem estar relacionadas ao zumbido, como: o efeito
de medicamentos ototóxicos, as mudanças metabólicas e ou circulatórias, estresse, quadros
de depressão e ansiedade, entre outras22
Na parcela da população idosa existe maior queixa relacionada à tontura, o que pode
aumentar os riscos de quedas entre os indivíduos4.
Dentre os tipos de tontura, a VPPB (vertigem posicional paroxística benigna) é a
causa mais comum diagnosticada nos idosos15. Os problemas de saúde como: a ansiedade,
a depressão, a fadiga, a hipotensão postural e as alterações metabólicas (diabetes,
hipertensão, alterações de tireoide) são alterações que podem interferir no funcionamento
do sistema vestibular que é um dos pilares para o equilíbrio corporal, comprometendo a
estabilidade postural do indivíduo15.
Pesquisas destacam que a presbiacusia é pouco evidenciada pelos idosos pelo fato
de não perceberem ou ainda considerarem fazer parte do processo de envelhecimento. Esta
queixa é identificada quando eles procuram profissionais e ou serviços de saúde
especializados referindo hipoacusia4,
Entre as dificuldades causadas pela redução da audição nos idosos estão perda de
informação nas atividades comunicativas interpessoais e as dificuldades em obter
informações pelos meios de comunicação como rádio e televisão9. Achados estes que estão
de acordo com as queixas relatadas neste estudo, conforme a Figura 2.
Não compreender os interlocutores pode ter relação com qualquer uma das perdas
auditivas adquiridas inclusive o envelhecimento18, o que coincide com a percepção dos
sujeitos da presente pesquisa.
A presbiacusia, que é a perda auditiva em decorrência do envelhecimento, reduz a
capacidade de o indivíduo discriminar sons, dificulta a inteligibilidade da fala e pode
impossibilitar o uso do telefone, sendo que esta patologia é comum em idosos19. A
pesquisa20 apresentou uma média de idosos que identificou perda auditiva de grau leve o
que pode ser justificado pelo fato de que a presbiacusia tem seu início nas frequências altas
e depois atinge as médias e baixas frequências.
Déficits relacionados à memória, atenção e diminuição generalizada e progressiva na
atividade cerebral são responsáveis pela maioria dos declínios relacionados ao
envelhecimento. A deficiência no processamento auditivo e da fala em decorrência da
senilidade é um dos fatores que aumentam os desafios na capacidade diária de ouvir dos
indivíduos idosos21.
Quanto aos achados relacionados à mastigação e deglutição demostrados nas
Figuras 3 e 4 destacam-se que os participantes relataram ter que engolir várias vezes o
alimento e sentir ressecamento oral. Essas alterações podem ser conseqüências
provocadas pelo avanço da idade, afetando o sistema estomatognático. A presbifagia que
ocorre devido à redução da reserva da função que se faz presente nos sistemas e órgãos,
causando deterioração das funções sensitivas e motoras diminuindo a sua funcionalidade.
Ocorre em função da diminuição de mobilidade e sensibilidade da estrutura orofacial, a
redução da saliva, perdas dentárias, apresentando alguma queixa relacionada à
alimentação15.
Nas estruturas fonoarticulatórias há alterações da força e mobilidade, a diminuição
saliva, incoordenação do bolo alimentar, redução do processo de mastigação, estase oral16.
Percebe-se que os idosos se adaptam as alterações que ocorrem em decorrência do
envelhecimento e, por este motivo, não fazem queixas quanto à elas5.
Dificuldades relacionadas à mastigação de alimentos podem ter como causas a
diminuição da qualidade neuromuscular do indivíduo e a perda de dentes que impossibilitam
uma oclusão adequada, desta forma, prejudicando a mastigação eficiente, o uso de
medicamentos também pode modificar o paladar e o olfato dificultando a salivação9. Na
amostra pesquisada, observa-se que os idosos referem como uma das alterações
percebidas durante a mastigação a xerostomia, queixa também referida no estudo
anteriormente mencionado.
Os resultados obtidos neste estudo apresentam baixa frequência dos sujeitos que
relataram dor ou desconforto durante o ato da mastigação, também revelou que os idosos
possuem autopercepção positiva quanto a sua mastigação, conforme os resultados
presentes nesse estudo, de acordo com a Figura 3.
Deglutir adequadamente se faz importante para uma alimentação satisfatória e sem
riscos à vida dos indivíduos, pois com o processo do envelhecimento podem ocorrer
distúrbios como a disfagia, seja pela lentidão das ações motoras ou incoordenação das
mesmas. Além de comprometer o prazer em se alimentar, essa alteração pode implicar em
risco de vida grave para os idosos, que podem estar suscetíveis a aspiração alimentar para
as vias aéreas inferiores, podendo evoluir para a morte9.
Em outro estudo com idosos18 foram encontradas queixas de engasgos e tosse
durante as refeições por alterações encontradas na fase oral da deglutição, entre elas, a
diminuição do movimento da língua; modificação da velocidade da mastigação; sobra de
resíduos alimentares em valéculas e em seios piriformes. Reconhecer quando a alteração é
consequência do desgaste natural causado pelo envelhecimento, o que se considera normal
e quando está relacionado com uma alteração patológica, tem importância fundamental em
se tratando da deglutição24.
Quando se trata de alterações na fala, os dados estão de acordo com a Figura 5 e
em outros estudos4, 17, pois os participantes referem à dificuldade em lembrar-se das
palavras; isso pode estar relacionado coma diminuição da função cognitiva, e também à
velocidade de processar a informação, memória de trabalho, velocidade e atenção seletiva.
Na produção da fala as correções de sílabas e/ou palavras, interjeições e hesitações são
presentes na terceira idade.
Com o envelhecimento do corpo humano, as perdas biológicas ao longo da vida,
levam a diminuição da força muscular, coordenação e equilíbrio do corpo, a presbiacusia, a
deterioração do trato vocal a dificuldade em lembrar palavras e a demora em produzir a
fala17.
A fala é o ato motor que evidencia a linguagem. É um processo complicado e
engloba o sistema neuromuscular, responsáveis pela pressão de ar e ressonância, que são
fatores importantes para a movimentação dos órgãos que produzem a fala14.
Alterações que comprometam a linguagem ou a falta de ocasiões para exercer a sua
autonomia em realizar as suas vivências e experiências, permitindo o convívio social se
tornam barreiras para um envelhecimento saudável25.
No que se refere à fala é importante frisar que os aspectos relacionados às
condições dentárias dos indivíduos, ou seja, a falta de dentes interfere na inteligibilidade, na
articulação e na precisão articulatória10. Conforme relatado por alguns sujeitos, confirma-se
o encontrado no estudo anterior, os idosos referiram como queixa dificuldade em articular as
palavras (Figura 5).
Longevos com ausência de dentes ou que fazem uso de próteses dentárias mal
adaptadas podem ter sua articulação da fala prejudicada12. Contudo, os achados obtidos
nesta pesquisa demostraram que o número de idosos que referem queixas quanto às
alterações fonoaudiológicas decorrentes do envelhecimento humano é relativamente baixo.
CONCLUSÃO
A maioria dos sujeitos participantes desta pesquisa não fazem queixas quanto às
mudanças fonoaudiológicas decorrentes do envelhecimento humano. Por isso, pesquisar
junto aos idosos a autopercepção quanto a estas alterações se faz importante para um
maior conhecimento sobre os acontecimentos que afetam esta parcela da população.
Sugere-se a realização de novos estudos, com maior número de sujeitos que
busquem estratégias para o desenvolvimento de ações fonoaudiológicas efetivas
direcionadas a esta população, visando melhorar a qualidade de vida dos mesmos.
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