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Au la Três
Digníssimos (as) Alunos (as),
Como vão os estudos? E a aula dois, muitas dúvidas? Espero que vocês
estejam entendendo e fixando bem os conteúdos até agora desenvolvidos.
Nesta aula três serão abordados os seguintes pontos do conteúdo
programático:
5. Dinâmica Econômica. Funções da Moeda. 6. Conceitos de Oferta e Demanda
Monetária. 7. Taxas de Juros. 8. Sistema Financeiro Nacional. Funções do BancoCentral do Brasil. Instrumentos de Política Monetária. Modelos IS-LM. 4. Análise de
política monetária e fiscal em economias fechadas e abertas sob diferentes regimes
cambiais. Análise de Determinação da Renda, a relação entre os grandes agregados
e os ciclos econômicos, segundo as concepções Clássicas (Neoclássicas),
Keynesiana, Monetarista, Pós-Keynesiana, Novoclássica e Novo keynesiana.
Em relação ao conteúdo programático, quero fazer uma observação em
relação ao ponto “8”, referente ao Sistema Financeiro Nacional, Funções do Banco
Central do Brasil e dos Instrumentos de Política Monetária. Abordaremos nesta aula
apenas os pontos relacionados especificamente ao BACEN, sem analisarmos de
forma pormenorizada os demais componentes do SFN. Esta opção é devida ao fato
de que o SFN é tratado (e cobrado) de forma extensiva na matéria de Estrutura de
Financiamento do Mercado de Valores Mobiliários, matéria esta exigida a todos os
cargos afetos ao concurso da CVM.
Ainda em relação ao conteúdo programático, destaco que, na parte final da
aula, foram feitas algumas considerações referentes às principais abordagens das
correntes de interpretação econômica quanto à análise de Determinação da Renda e
a relação entre os grandes agregados e os ciclos econômicos. Estas abordagens
são realizadas direta ou indiretamente ao longo dos pontos 1 a 5 da aula. Quero
apenas destacar, por oportuno, que, em minha opinião, vocês não devem se
preocupar com estes pontos, uma vez que as questões de prova, conforme será
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visto e constatado por vocês, baseiam-se nas correntes tradicionais de interpretação
econômica, as teorias clássica e keynesiana.
Por fim, ressalto a vocês que mais uma vez teremos uma aula extensa. De
todo modo, entendo que esta é a melhor forma de otimizarmos o estudo
preparatório, cobrindo todas as possíveis lacunas sujeitas à cobrança por parte da
ESAF.
Feitos estes comentários, passemos agora à aula.
Grande abraço a todos vocês,
Mariotti
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1. Dinâmica Econômica
Conforme verificado na aula dois, o governo possui como interesse maior na
sua intervenção no processo econômico, a realização de políticas que visem
estimular o crescimento da renda e do emprego. Esse crescimento é caracterizado
pela expansão do Produto Interno Bruto – PIB da economia. Ainda de acordo com o
descrito na aula dois, uma das variáveis componentes do PIB é representada pelos
gastos do governo (G). Estes gastos têm a função de gerar impactos diretos na
atividade econômica, a exemplo da realização de investimentos nas áreas de infra-
estrutura (Programa de Aceleração do Crescimento – PAC), melhoria dos serviços
de Saúde e Educação, bem como na realização de uma série de outras medidas de
cunho fiscal, assim denominadas por se constituírem no que a literatura econômica
denomina de Política Fiscal.
Em 2009 o governo federal resolveu expandir os seus gastos na área de
Construção Civil, realizada em função da necessidade de estímulos à atividade
econômica ora impactada pela crise internacional. Como se sabe, o setor da
Construção Civil é um grande gerador de emprego e renda. A criação de novos
postos de trabalho decorrentes desta política permite aos trabalhadores beneficiados
a obtenção de renda destinada ao atendimento de novas demandas por bens e
serviços em diversos outros setores da economia. A política fiscal realizada pelo
governo promove o efeito multiplicador da renda, o que contribui diretamente para o
crescimento do PIB.
Associada à Política Fiscal, a Política Monetária exercida pelo Banco Centralvisa também estimular a expansão da atividade econômica, associada à
manutenção dos preços de bens e serviços ofertados. Como instrumento principal
de controle da política monetária, o BACEN utiliza a taxa básica de juros e,
associados a esta, os instrumentos auxiliares1, como forma de evitar que o estímulo
à atividade econômica acabe tão somente gerando inflação, ou seja, aumento dos
1 Os instrumentos tradicionais utilizados pelo BACEN para fazer política monetária são as operações de
redesconto, os depósitos compulsórios e as operações de mercado aberto (compra e venda de títulos públicos).No tópico seguinte teceremos maiores comentários sobre estes.
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ganhos por apenas uma parte da sociedade sem correspondência positiva sobre a
renda e o emprego.
Dando continuidade à aula e previamente à conceituação dos modelos
econômicos que caracterizam as interações entre as políticas fiscal e monetária,
destacamos alguns pontos importantes relacionados ao papel do BACEN bem como
os motivos que justificam a interferência da Autoridade Monetária sobre a
quantidade de dinheiro em circulação.
1.1 Funções da Moeda e Taxa de Juros
A autoridade monetária é responsável pela condução da política monetária,
ajustando o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia.
Um excesso de moeda em circulação tende a provocar um aumento dos preços,
dado que maior será o volume financeiro de recursos nas mãos dos consumidores
para a compra de bens e serviços. Por meio da política monetária o BACEN pode
controlar o preço do dinheiro, denominado ju ros, estimulando ou desestimulando o
uso deste por parte de consumidores. Quanto maior for o patamar dos juros, menor
será o interesse dos consumidores poupadores em gastar os seus recursos,
preferindo receber o rendimento proporcional à manutenção do seu dinheiro no
banco. Do mesmo modo, para os clientes tomadores de recursos, menor será a
intenção de tomada de empréstimos, dado o aumento do preço do dinheiro.
Para a condução da política monetária o BACEN lança mão dos instrumentosa ele disponíveis. De todo modo, para que possamos compreender os objetivos bem
como os instrumentos de política monetária, é importante conhecermos os motivos
que levam os agentes econômicos a demandar moeda. Estes motivos caracterizam,
em si, as funções exercidas pela moeda.
Podemos dizer que a demanda (procura) por moeda é derivada dos seguintes
motivos:
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i. Motivo transação:
Os agentes econômicos necessitam realizar a compra de bens e serviços
para o atendimento de suas necessidades;
ii. Motivo precaução:
As famílias procuram guardar parte dos seus recursos financeiros como forma
de se prevenirem de imprevistos.
iii. Motivo especulação:
Grande parte dos consumidores utiliza seus recursos financeiros para ganhos
por meio da realização de aplicações financeiras.
O movimento de demanda por moeda no processo econômico visa atender
em geral às necessidades dos agentes por bens e serviços, questão na qual o
próprio Banco Central deve dispensar especial atenção.
O primeiro parâmetro definidor dos agentes econômicos na demanda por
moeda é o custo do dinheiro, conhecido na economia como taxa de juros (i). Diz-se
preço do dinheiro porque quanto mais alta for a taxa de juros, menor será o interesse
dos agentes em utilizar a moeda. A primeira explicação é dada em relação aos
consumidores. Estes fazem a opção de consumir ou de depositar seus recursos em
aplicações financeiras. Quanto maior o rendimento obtido, maior será o interesse emeconomizar. Já para os consumidores que desejam tomar recursos emprestados,
quanto maior for a taxa de juros, maior será o custo do empréstimo (financiamento)
tomado.
Quando a análise se dá para as empresas e seus investimentos, também
temos que analisar de duas formas. As empresas que possuem capital próprio e que
desejam investir em produção e comercialização de bens e serviços estimam qual
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será o seu retorno financeiro (percentualmente) frente ao investimento feito. Toda
vez que o retorno previsto com o investimento produtivo for inferior à taxa de juros
que estas empresas podem obter com a aplicação destes recursos em um banco,
menor tenderá a ser o estímulo a realização de investimentos produtivos e por
consequência maior será o volume de aplicações financeiras por estas.
No caso de uma empresa que visa tomar recursos emprestados no sentido da
realização de investimentos, menor será seu interesse, dado o aumento do custo do
próprio dinheiro.
Adicionalmente à relação existente entre taxa de juros e demanda por moeda,
podemos dizer que esta apresenta relação direta com o nível de crescimento da
renda ou PIB da economia. Assim, toda vez que ocorrer um aumento do total de
riquezas geradas na economia, maior será a demanda por moeda.
2. Funções do Banco Central do Brasil . Instrumentos de Política Monetária
O Banco Central do Brasil é o principal executor das orientações do Conselho
Monetário Nacional2, e responsável por garantir o poder de compra da moeda
nacional. O BACEN tem por objetivos:
1. zelar pela adequada liquidez da economia;
2. manter as reservas internacionais3 em nível adequado;
3. estimular a formação de poupança;
2 O Conselho Monetário Nacional é responsável por adaptar o volume dos meios de pagamento às reais
necessidades da economia; regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos;
orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras; propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos
instrumentos financeiros; zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; e coordenar as políticas
monetária, creditícia, orçamentária e da dívida pública interna e externa.
3 As reservas internacionais referem-se ao quantitativo de moeda estrangeira, especialmente dólares norte-
americanos que o país possui. Estas reservas possuem o papel de ser o “seguro” do Brasil frente à necessidadede quitação de compromissos (pagamentos de importações, empréstimos, etc.)
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4. zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfeiçoamento do
sistema financeiro nacional.
Dentre as atribuições do Banco Central estão, em especial, a emissão de
papel-moeda, o recebimento dos recolhimentos compulsórios e voluntários das
instituições financeiras e bancárias - trata-se dos valores obrigatórios a serem
recolhidos pelas instituições financeiras ao BACEN por conta da chamada política
monetária realizada pela Autoridade -; a realização de operações de redesconto e
empréstimo às instituições financeiras.
Ainda destacam-se como atribuições do BACEN: efetuar operações de compra
e venda de títulos públicos federais (com fins de realização de política monetária, uma
vez que a partir de 2002 a autoridade monetária foi proibida pela Lei de
Responsabilidade Fiscal – LRF (Lei Complementar 101/2000) de financiar o Tesouro
Nacional por meio da compra de títulos públicos e consequente entrega de moeda);
exercer o controle de crédito, autorização e a fiscalização das instituições financeiras;
estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de direção nas
instituições financeiras; vigiar a interferência de outras empresas nos mercados
financeiros, além de controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país (contabilização
dos recursos financeiros oriundos do exterior).
A chamada Conta Única do Tesouro Nacional é mantida no Banco Central do
Brasil, sendo operacionalizada pelo Banco do Brasil - BB. É através dela que são
recolhidas todas as disponibilidades financeiras da União, inclusive fundos, das suas
autarquias e fundações, e também pagos os compromissos da União.
A Constituição Federal de 1988 atribui ao Banco Central do Brasil algumas
competências e faculdades, conforme destacado no art. 164 da Carta Magna. Entre
estas se destaca que a competência da União para emitir moeda será exercida
exclusivamente pelo BACEN. Ainda de acordo com os parágrafos 1º, 2º e 3º do
mesmo artigo, temos o seguinte:
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1. É vedado ao Banco Central conceder, direta ou indiretamente,
empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não
seja instituição financeira.
O parágrafo 1º do art. 164 pretendeu anular a possibilidade do Tesouro
Nacional e, dessa forma, à União, de financiarem suas necessidades de recursos
financeiros por meio da emissão de moeda pelo BACEN.
2. O Banco Central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro
Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.
A compra e venda de títulos públicos pelo BACEN para a realização da
regulação da oferta de moeda na economia foi normatizada e regulada efetivamente
somente com o advento da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF de 2000. A partir
de dois anos da publicação da referida Lei, o BACEN não mais pôde emitir títulos,
necessitando utilizar os títulos emitidos pelo Tesouro para o devido fim. Perceba que
o ponto crucial que levou a proibição da emissão de títulos pelo BACEN somente em
2000, foi que a CF utilizou a palavra “poderá” e não “deverá”, dando brecha para que
a Autoridade Monetária se utilizasse na maior parte das vezes dos títulos emitidos
por si mesma para regular a oferta de moeda e consequentemente a taxa de juros.
3. As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no Banco Central
(...).
Em nível legal o BACEN possui algumas atribuições, destacadasespecialmente nas Leis 4.595/64, 9069/95 – Lei do Plano Real e na Lei
Complementar 101/00 – Lei de Responsabilidade Fiscal, não merecedoras de
destaque em nosso estudo.
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2.1 Os instrumentos de política monetária - Taxa de Redesconto,
Reservas Obrigatórias (compulsórias) e Operações de Mercado Aberto – Open
Market
Para que seja instrumentalizada a política monetária via controle dos meios
de pagamento o BACEN se utiliza dos chamados instrumentos de política monetária.
São eles:
• Recolhimentos Compulsórios (reservas obrigatórias);
•
Redesconto; e• Operações de Mercado Aberto (Gerência da Dívida Pública).
2.1.1 Recolhimentos Compulsórios
Para todo depósito à vista feito pela população em suas contas correntes,
uma fração deste valor deve ser depositado de forma compulsória pelos bancos
junto ao BACEN
4
. O objetivo deste instrumento está em permitir que a AutoridadeMonetária regule o excesso de dinheiro disponível aos bancos para a realização de
empréstimos e financiamentos. Assim, quando o Banco Central realiza uma política
monetária de redução das alíquotas do recolhimento compulsório sobre os depósitos
à vista, visando o estímulo à atividade econômica (PIB), podemos concluir que está
sendo realizada uma política monetária expansionista dos meios de pagamento.
Em situações que em é nítida a probabilidade de geração de aumento de
preços devido ao excesso de crédito concedido pelos bancos aos agentes
econômicos, o BACEN pode promover um aumento da alíquota sobre os
recolhimentos compulsórios, reduzindo assim o efeito multiplicador do excesso de
crédito em circulação.
4
Este conceito é o mesmo referente às reservas compulsórias narradas anteriormente quando da abordagemdos agregados monetários.
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2.1.2 Operações de Redesconto (Taxa de Redesconto)
O Redesconto consiste no que definimos por assistência financeira de
liquidez. Conforme sabemos os bancos realizam a intermediação de recursos
entre os agentes poupadores e devedores de recursos, cobrando por isto uma
determinada taxa de juros. Ocorre que em algumas situações os bancos podem
se ver diante de problemas de liquidez, em que são feitos sucessivos saques dos
clientes credores e, conjuntamente, o não pagamento dos recursos financeiros
tomados por parte dos clientes devedores. Diante desta situação um banco
acaba por necessitar de assistência financeira, solicitando ao BACEN a utilização
de linha de Redesconto.
Este tipo de operação de empréstimo realizada pelo BACEN é de caráter
emergencial, tendo a si associada à cobrança de uma taxa de juros punitiva ao
banco tomador dos recursos, já que se entende que a necessidade de recursos
foi derivada em maior parte pela falta de administração responsável dos recursos
de terceiros pelo banco.
Destaca-se que quando a autoridade monetária deseja realizar uma
política monetária expansionista, ela pode reduzir a taxa de juros cobrada sobre
as operações de redesconto, o que por si só estimula os bancos a emprestarem
mais, uma vez que sabem que, em caso de necessidade, poderão obter recursos
com taxa de juros menos punitiva.
2.1.3 Operações de Mercado Aberto – Gerência da Dívida Pública(Colocação e Retirada (recompra) de títulos Públicos)
As operações de mercado aberto se constituem na colocação (venda) e
retirada (recompra) de títulos públicos federais junto aos bancos. Denomina-se de
gerência da dívida pública pelo fato de que os títulos públicos federais em circulação
no mercado financeiro são todos de emissão do Tesouro Nacional, sendo a emissão
condicionadora da geração de dívida pública.
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que ainda analisa os impactos da política fiscal sobre a economia. Inicialmente a
abordagem se dará em termos das políticas conduzidas no âmbito de uma economia
fechada, em que não existe relacionamento comercial com o exterior.
Posteriormente, voltaremos nossa análise para o caso mais realista, no qual a
economia do país é aberta ao comércio internacional, o que tende a tornar
importante o conhecimento do regime cambial vigente no país, ou seja, como se
comporta a relação entre a moeda nacional e a moeda estrangeira e seus impactos
sobre o balanço de pagamentos.
3. Modelo IS- LM. Análise de política monetária e fiscal em economias fechadas
Uma forma útil de deduzir o padrão da demanda agregada e de verificar os
efeitos das políticas macroeconômicas é através do modelo chamado IS-LM. Este
estuda o equilíbrio do PIB, incorporando, além do mercado de bens e serviços, o
mercado monetário, mercado este que possui como orientação as taxas de juros
aplicadas na economia.
No mercado de bens e serviços (curva IS), o equilíbrio, conforme verificamos
na aula um, se dá no ponto em que a poupança (privada, pública e externa) da
economia é igual ao investimento agregado (investimento bruto). Diferentemente, no
mercado monetário (curva LM), o equilíbrio se dá quando a demanda por moeda é
igual à oferta por moeda.
No estudo do modelo IS-LM, vamos considerar que o investimento agregadodepende da taxa de juros de mercado (isto é, aumentos da taxa de juros devem
inibir investimentos, seja pelo aumento do custo dos empréstimos, seja porque é
relativamente mais atrativo aplicar recursos no mercado financeiro). Veremos
também que não é mais possível determinar a renda da economia apenas no
mercado de bens e serviços, pois o modelo passa a incluir uma nova variável (a taxa
de juros), que é determinada no mercado monetário.
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A partir da interação entre os mercados de bens e o monetário, torna-se
possível a determinação da renda de equilíbrio da economia (Y) a um determinado
nível de taxa de juros de equilíbrio.
3.1. O Equilíbrio no mercado de bens - A Curva IS
A curva IS (Investment-Saving) representa as infinitas combinações de renda
e taxas de juros existentes no mercado de bens e serviços. Em termos de equação,
a sua expressão é dada pela fórmula que já conhecemos muito bem, referente à
demanda agregada.
IS (Y) = C + I + G + (X - M)
Se considerarmos que o investimento agregado depende da taxa de juros de
mercado (isto é, aumentos da taxa de juros devem inibir investimentos, seja pelo
aumento do custo dos empréstimos utilizados na produção, seja porque
relativamente é mais atrativo aplicar recursos no mercado financeiro), o mercado de
bens deve sofrer impactos diretos diante de variações nos juros. Dessa maneira,
aumentos nas taxas de juros tendem a resultar na diminuição da produção e doconsumo de bens e serviços.
Esclarecimento 1:
A maior ou menor incl inação da curva IS está associada à sensibi lidade do
investimento em relação à taxa de juros. Em mercados de bens e serviços
diretamente dependentes de crédito e consequentemente das taxas de juros,
Y (Produção = Q)
i
IS
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são mais sensíveis as variações na taxa, de forma que pequenos aumentos
podem representar grande diminuição do produto agregado.
Tendo-se em mente que os juros interferem diretamente no resultado da
economia, podemos calcular o impacto que este provoca sobre o nível de renda.
Para isso voltamos a lembrar da igualdade definida na Contabilidade Nacional em
que o investimento (I) é igual à poupança (S).
Exemplo:
Função Investimento I = 55 – 200i
Função Poupança S = -40+0,20Y
Situação I: Taxa de Juros = 9% ou 0,09
Equilíbrio S = I 55 - 200(0,09) = - 40 +0,20Y 77 = 0,2Y Y = 385
Uma diminuição dos juros levará a um aumento dos bens e serviços
produzidos na economia.
Juros de 7% ou 0,07
Equil íbr io S = I 55 - 200(0,07) = - 40 + 0,20Y = 0,2Y Y = 405
Y (Produção = Q)
i
IS
10
8
1000 2000
Veja pela fórmula que quanto maior os
juros, menor o nível de investimento.
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De acordo com o gráfico da pagina anterior, uma pequena variação nos juros
provocou um aumento da renda da economia. Corroborando esse entendimento,
verificamos que as alterações nos juros fizeram a renda da economia aumentar de
385 para 405.
É importante destacar que para alguns modelos econômicos mais
simplificados (modelo keynesiano básico), os investimentos não são sensíveis às
variações nas taxas de juros. Isso se reflete em uma situação em que os
investimentos são autônomos. Nesta condição a curva IS torna-se vertical, dado que
aumentos nas taxas de juros não geram impactos negativos sobre a renda da
economia.
3.2 O aumento dos gastos do governo em uma economia fechada e a
curva IS
Considerando que a renda de uma economia fechada é formada pelas
variáveis consumo (C), investimentos (I) e gastos do governo (G), é possível saber,por exemplo, qual seria o impacto sobre a renda caso o governo resolvesse
aumentar os seus gastos. A essa ação dá-se o nome de política fiscal expansionista.
Y = C + I + G
O resultado do aumento dos gastos é a geração do efeito multiplicador sobre
a renda da economia e o consequente deslocamento da curva IS. O processo ocorre
Y (Produção = Q)
i IS
Quando o investimento é autônomo,
ou seja, não depende das taxas de
juros, o impacto da política fiscal e
máximo. Essa situação ocorre diante
da análise de um modelo keynesiano
simplificado.
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da seguinte maneira: o aumento inicial em um determinado setor da economia
provoca a geração de renda naquele setor (ex: gastos do governo no setor da
construção civil). O aumento da renda se reflete no aumento dos trabalhadores
contratados bem como no aumento dos seus salários. Em decorrência deste
aumento os assalariados demandaram outros bens em diversos outros mercados,
gerando por consequência um efeito multiplicador derivado do gasto inicial realizado
pelo governo no setor da construção civil.
Adiante será visto como o aumento dos gastos governamentais, realizados
por meio de uma política fiscal expansionista, gera resultados diretos não somente
no mercado de bens, mas também no mercado monetário, o qual é representado
pela curva LM.
A priori, destacamos, para fins de fixação, que a curva IS mostra a relação
inversa existente entre renda e taxa de juros, representando o lado real da
economia.
3.3 O equilíbrio no mercado monetário – A Curva LM
No chamado mercado monetário o equilíbrio se dá quando a oferta de moeda
é igual à demanda por moeda. O aumento da oferta de moeda é representado pela
colocação de mais dinheiro na economia para circulação, sendo o próprio ato de
colocação realizado pela autoridade monetária, que no nosso país é o Banco
Central.
Y (Produção = Q)
i
IS
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O aumento da oferta monetária é exógeno, ou seja, não depende de
nenhuma outra variável, mas apenas das decisões de política econômica tomadas
pelo BACEN.
Ressalta-se que o mercado monetário é o local onde são realizadas e
analisadas as interações entre a demanda por moeda por parte dos agentes
econômicos e a oferta de moeda realizada inicialmente pelo Banco Central. Diz-se
que o mercado monetário está em equilíbrio quando a oferta de moeda é igual à
demanda por moeda.
Vejamos o gráfico abaixo que exemplifica a oferta de moeda, tendo no eixo
das abscissas a quantidade de moeda em circulação e no eixo das ordenadas a taxa
de juros que determina o preço do dinheiro:
Destaca-se agora o gráfico que procura exemplificar o comportamento da
demanda por moeda, demonstrando que esta apresenta relação inversa com a taxa
de juros (i) e direta com o nível de renda da economia (Y). Esta peculiaridade se
explica por que se considerarmos que sempre podemos obter um rendimento (juros)
ao aplicarmos os nossos recursos financeiros, passa a existir um custo (custo de
oportunidade) de retenção dessa moeda em mãos. Este custo é maior a cada vez
que a taxa de juros aumenta. O mesmo raciocínio é válido para a queda nos juros,
que acaba por estimular a retenção de moeda nas mãos das famílias.
Adicionalmente, destaca-se que quanto maior o nível de renda, maior será a
i
M (Quantidade de Moeda)
M
A oferta de moeda é independente dequalquer outra variável (exógena).
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Me = 50 - 200 i (demanda especulativa de moeda)
a) Equi líbrio Monetário: Ms = Mt + Me
180 = 0,25 Y + 50 - 200 i 200 i = 0,25 Y - 130 (/2)
100i = 0,125Y - 65
b) Equilíbrio no mercado de bens e serviços
Y = C + I + G
Y = 90 + 0,625 Y + 150 - 100 i + 0
Y - 0,625 Y = 90 + 150 - 100i + 0 0,375 Y = 240 - 100 i100 i = 240 – 0,375 Y
c) Resolvendo as duas equações simultaneamente:
100 i = 240 - 0,375 Y 100i= 0,125Y - 65 240 – 0,375Y = 0,125Y - 65
Y = 610
Substituindo-se a renda Y = 610 nas equações IS ou LM, teremos:
Taxa de Juros de Equilíbrio:
100 i = 0,125 Y - 65 100 i = 0,125*(610) - 65
100 i = 11,25 = i = 11,25%
Nível de Investimento de Equilíbrio:
I = 150 - 100 i
I = 150 - 100(0,1125) I = 138,75 (Com uma taxa alta de juros, não vale a penainvestir)
Nível de Consumo de Equilíbrio:
C = 90 + 0,625 Y
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O resultado de uma política monetária expansionista pode ser visto a partir
do gráfico abaixo.
Dentro da análise econômica existem argumentações contrárias à eficácia de
uma política monetária expansionista. Trata-se da explicação keynesiana5
denominada armadilha da liquidez (em que a demanda por moeda é
infinitamente elástica em relação à taxa de juros)6. Para Keynes, uma vez que a
economia esteja em depressão, ou seja, os consumidores não compram e as
empresas não vendem, o nível de taxa de juros esteja muito baixo, e mesmo assim
os consumidores preferem manter os recursos em suas mãos, sem gastá-los, oresultado de uma política monetária expansionista seria inócuo (ponto A), sem o
crescimento do consumo e, consequentemente, dos investimentos (a curva LM é
horizontal).
5 Proposição realiza por John Maynard Keynes, famoso economista inglês que revolucionou o estudo do
comportamento dos mercados.
6 Uma demanda totalmente elástica é aquela em que pequenas variações nas taxas de juros, por exemplo, para
cima, podem reduzir infinitamente a demanda por moeda, fazendo com que os agentes econômicos prefiram
guardá-la. No caso em foco, em que estímulos via aumento da oferta monetária não são eficazes para que os
agentes econômicos consumam mais, a demanda por moeda pelo motivo transação da moeda será nulo,prevalecendo apenas o motivo especulação, em que os agentes econômicos retêm moeda ao invés de utilizá-la.
Y
iLM1
i1
Y1
IS
Equilíbrio inicial
LM2
I2
Y2
Um aumento da disponibilidade de
moeda estimula os investimentos e o
consumo, trazendo como resultado
final o aumento da demanda agregada
em um nível de taxa de juros mais
baixo.
Equilíbrio final
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produção (mão-de-obra, máquinas). Na verdade, caso todos os fatores de produção
estejam operando em sua capacidade máxima (fábricas produzindo em nível
máximo, não existência de desemprego involuntário), o impacto de uma política de
estímulo à atividade economia gerará somente inflação, dado que a própria falta de
oferta de novos bens produzidos tende a contribuir para o aumento dos preços.
Tendo sido finalizada a abordagem do modelo IS/LM para uma economia
fechada, destaco abaixo um resumo das eficácias das políticas fiscal e monetária
dentro do contexto dos modelos clássico e keynesiano. Fizemos o destaque destes
resumos em folha específica de forma que vocês possam consultá-los a qualquer
momento até a data da prova. Não menos importante, após a apresentação dos
resumos são apresentadas questões de provas anteriores.
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RESUMO 1 DAS POLÍTICAS MONETÁRIA E FISCAL E AS EFICÁCIAS DAS
POLÍTICAS KEYNESIANA E CLÁSSICA
Lembre-se que para uma economia fechada o produto é representado pela
seguinte equação:
DA = (Y) = C + I + G
Verificamos que as taxas de juros exercem resultados diretos sobre a
eficácia das políticas monetária a fiscal.
De acordo com a interpretação “clássica”, a curva LM não é sensível à
variação nas taxas de juros, o que importa dizer que a demanda por moeda para fins
de especulação é nula. Deste entendimento podemos afirmar que a elasticidade de
demanda por moeda é igual a zero, também chamada de inelasticidade
(verticalidade).
De forma contrária à visão clássica, temos a chamada “armadilha daliquidez”, situação caracterizada por Keynes quando a economia se encontra em
um profundo processo de recessão, sendo a curva LM totalmente elástica
(horizontal). A definição desse resultado é a de que como a economia não vai bem,
a execução de atividades pela iniciativa privada é nula. Quando o governo resolver
realizar uma política monetária colocando mais moeda na economia, com o objetivo
de aumentar as trocas e retirar o país da depressão, toda a moeda adicional será
retida por especuladores, tornando inócuos os efeitos da política monetária.
Como o aumento da oferta de moeda leva, em tese, a diminuição da taxas de
juros estimulando o consumo e o investimento, na armadilha da liquidez isso não
acontece, devido ao fato de que toda moeda seria retida pelos especuladores. Nesta
situação poderíamos dizer que a demanda por moeda é totalmente elástica, ou
mesmo infinita.
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6 – ((EPPGG/MPOG – ESAF/2002) A demanda real de moeda e expressa por
(M/P) = 0,3Y – 40r, onde Y representa a renda real e r a taxa de juros. A curva IS
é dada por Y = 600 – 800r, a renda real de pleno emprego é de 400, enquanto o
nível de preços se mantém igual a 1. Indique o valor da oferta de moeda
necessário para o pleno emprego.
a) 80
b) 90
c) 100
d) 110
e) 120
7 – (APO/MPOG – ESAF/2008) Com relação à política monetária, identifique a
única opção incorreta.
a) A política monetária apresenta maior eficácia do que a política fiscal quando o
objetivo é uma melhoria na distribuição de renda.
b) Se o objetivo é o controle da inflação, a medida apropriada de política monetária
seria diminuir o estoque monetário da economia, como, por exemplo, o aumento da
taxa de reservas compulsórias (percentual sobre os depósitos que os bancos
comerciais devem colocar à disposição do Banco Central).
c) A política econômica deve ser executada por meio de uma combinação adequada
de instrumentos fiscais e monetários.
d) Uma vantagem, freqüentemente apontada, da política monetária sobre a fiscal é
que a primeira pode ser implementada logo após a sua aprovação, dado que
depende apenas de decisões diretas das autoridades monetárias, enquanto que a
implementação de políticas fiscais depende de votação do Congresso.e) A política monetária refere-se à atuação do governo sobre a quantidade de
moeda e títulos públicos.
8 – (ECONOMISTA/DNOCS – FCC/2010) No modelo IS-LM para uma economia
fechada, se a curva IS e a curva LM apresentam declividades normais e a
economia estiver em equilíbrio, mas com desemprego, um aumento da oferta
de moeda provocará no curto prazo, tudo o mais permanecendo constante,
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c) Quanto maior a propensão marginal a consumir, maior é o efeito do aumento dos
gastos do governo sobre o nível de renda agregada.
d) Quanto maior a elasticidade do investimento em relação à taxa de juros, maior é o
efeito de uma contração monetária sobre a taxa de juros.
e) Quanto maior a elasticidade de demanda de moeda em relação à taxa de juros,
maior é o efeito da expansão monetária sobre o nível de renda agregada.
12 – (APO/SEPLAG – CEPERJ/2009) De acordo com os modelos
macroeconômicos de determinação da renda, no caso da armadilha da
liquidez, é correto afirmar que:
a) A demanda de moeda é perfeitamente inelástica em relação à taxa de juros.
b) É o caso de total ineficácia da política fiscal.
c) O maior gasto público não leva a qualquer alteração na renda.
d) A taxa de juros se altera em reposta ao deslocamento da curva IS.
e) A demanda de moeda é infinitamente elástica em relação à taxa de juros.
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4. Análise de política monetária e fiscal em economias abertas sob diferentes
regimes cambiais
Quando a economia de um país realiza transações com o exterior, nos
moldes das operações de exportação e importação, torna-se necessário mensurar o
valor do produto estrangeiro em moeda nacional, nos casos em que este será
importado, da mesma forma que quando um produto for exportado, torna-se
necessária a mensuração do produto nacional em moeda estrangeira. A forma
encontrada para realizar estas mensurações é por meio da taxa de câmbio, que
representa o preço da moeda estrangeira em moeda nacional7.
Feita esta consideração inicial, podemos destacar frases que rotineiramente
escutamos nos telejornais, como:
“O real se desvalorizou perante o dólar, fechando cotado a R$ 2,25!”
O que se pode entender desta afirmação é que agora, para se comprar uma
unidade de dólar americano, é necessário mais unidades de reais. Para que tenha
ocorrido uma desvalorização do real, conforme o caso acima, é necessário que
anteriormente à desvalorização fosse preciso menos do que R$ 2,25 para se
comprar o mesmo dólar (Ex: R$ 2,00).
4.1 Taxa Nominal de Câmbio
O que determina a variação no valor da moeda estrangeira em relação àmoeda nacional é a oferta e a demanda por dólares. A oferta de dólares representa
o total de divisas estrangeiras à disposição do país. A origem da entrada de dólares
é advinda da exportação de mercadorias e serviços, dos empréstimos,
financiamentos e investimentos estrangeiros realizados no país. A característica
peculiar do dólar é que esta é a principal moeda de negociação internacional, devido
7
Para fins de entendimento, deve-se sempre pensar quantas unidades de real são necessárias para realizar acompra de uma unidade de moeda estrangeira, mesmo que esta relação seja menor do que 1.
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Para que exista igualdade de preço do produto no Brasil e nos Estados
Unidos é necessário que a taxa nominal de câmbio seja igual a 2,5, “e” = 2,5.
Vejamos:
E = e P*/P = 2,5*8/20 = 1
Uma taxa nominal de câmbio igual a R$ 2,50 por US$ garante o que a
literatura denomina de Paridade de Poder de Compra (Purchasing Power Parity -
PPP).
4.3 Regime de câmbio flexível ou flu tuante
Em economia é comum denominarmos a taxa de câmbio a partir do regime
vigente, ou seja, uma taxa de câmbio flexível está associada a um regime de câmbio
flexível.
Considerado este ponto inicial, temos que um regime de câmbio flexível ou
flutuante é representado pela taxa de câmbio que varia “ao sabor” das variações na
oferta e na demanda de divisas estrangeiras. Alguns exemplos da realidade
econômica ajudam a entender o comportamento da taxa de câmbio em um regime
flexível ou flutuante. Caso tenhamos a diminuição do imposto de importação,
ocorrerá naturalmente um aumento na demanda por câmbio, uma vez que se tornou
mais barato comprar produtos do exterior. Esse aumento do câmbio tende a
provocar uma desvalorização da taxa.
A ocorrência da diminuição do imposto de importação é representada pelo
seguinte comportamento gráfico da oferta e da demanda por divisas estrangeiras:
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Caso o governo tome medida inversa, aumentando o imposto de importação,
ocorrerá a diminuição da demanda por câmbio, valorizando a moeda nacional, uma
vez que estamos diante de um regime flexível. Vejamos graficamente:
Imagine agora que ocorra um aumento na oferta de divisas provocada por
políticas de exportação agressivas e pelo crescimento de investimentos estrangeiros
no país. O resultado será um aumento da oferta de moeda estrangeiro, valorizando
novamente a taxa de câmbio, conforme verificado pelo gráfico abaixo.
quantidade de divisas
Taxa decâmbio ODIVISAS
Q1
2,50
Q2
DDIVISAS2
DDIVISAS 1
Equilíbrio
inicialEquilíbrio
Final
2,25
2,00
quantidade de divisas
Taxa de câmbio
ODIVISAS
Q2
2,50
Q1
DDIVISAS1
DDIVISAS 2
Equilíbrio
finalEquilíbrio
inicial
2,25
2,00
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Finalmente, imagine o caso em que ocorra uma saída de capitais estrangeiros
do país ou mesmo uma política agressiva no exterior contra a entrada de produtos
exportados pelo Brasil. Nessa hipótese haverá uma desvalorização do câmbio.
4.4 Regime de câmbio fixo
No regime de câmbio fixo a taxa de troca entre a moeda nacional e a moeda
estrangeira é fixa, sendo definida pela autoridade monetária, no caso o Banco
Central, através de lei que assim o autoriza. Para manter a taxa de câmbio fixa, o
Quantidade de divisas
Taxa decâmbio
ODIVISAS 1
Q1
2,50
Q2
DDIVISAS 1
Equilíbrio
final
Equilíbrio
inicial
2,25
2,00
ODIVISAS 2
Quantidade de divisas
Taxa decâmbio
ODIVISAS 2
Q2
2,50
Q1
DDIVISAS 1
Equilíbrio
inicial
Equilíbrio
final
2,25
2,00
ODIVISAS 1
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4.5 A taxa de câmbio, a elasticidade da oferta e da demanda de divisas e
a formação da curva BP.
O quantum da variação na taxa de câmbio no sentido de valorização ou
desvalorização está diretamente relacionado à sensibilidade que a oferta e a
demanda de divisas possuem em relação aos fatores externos. Conforme dissemos
anteriormente, na medida em que ocorram aumentos e diminuições de impostos
sobre o comércio exterior, maiores ou menores serão os impactos sobre o câmbio.
Ocorrido um aumento na demanda por moeda, para uma mesma oferta, os
impactos sobre a depreciação da taxa de câmbio atingem diferentes magnitudes em
função da elasticidade da oferta. Na análise do modelo IS-LM para uma economia
aberta, adicionaremos à análise a denominada curva BP, representativa do
resultado das políticas econômicas sobre o Balanço de Pagamentos. O grau dosimpactos da entrada e saída de recursos via balanço de pagamentos será
representada pela curva BP que, quanto mais elástica, demonstrará que maior é a
chamada mobilidade de capitais, ou seja, eles podem entrar e sair do país
livremente, sem a existência de restrições de ordem legal, técnica ou comercial.
D1 D2
O2
O1
22,20
2,7
Q1 Q2 Q3
Taxa decâmbio
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O aumento do dólar pressionou os preços dos produtos que possuíam
componentes importados e a taxa de juros básica foi fixada em 45%. O reforço das
reservas, promovido pelo FMI, o controle do déficit público e o anúncio de medidas
de política econômica devolveram o otimismo à economia, acompanhados da volta
dos capitais estrangeiros e da taxa de câmbio mantendo-se por volta de R$ 1,80 no
final de 1999.
A partir do início do regime de liberdade cambial, a taxa de câmbio tem subido
de uma forma mais ou menos acelerada, embora com alguns recuos ocasionais. O
efeito positivo de tal situação é o maior estímulo às exportações e ingresso de
capitais estrangeiros. Do lado das importações, o seu encarecimento resultou em
maior estímulo à produção interna de bens similares. Os produtos com baixo poder
de substituição na produção, como o trigo, o petróleo e máquinas e equipamentos,
provocaram impulsos de custos que acabaram por contaminar as taxas
inflacionárias.
O repasse da variação do dólar para esses preços só não foi maior em função
da não aceitação de preços maiores por parte do setor varejista e do próprio
consumidor. O Banco Central, para evitar maiores pressões sobre a demanda de
dólares, procura evitar elevações exageradas no câmbio, emitindo títulos públicos
com correção cambial.
Em 2002, devido a diversos problemas mundiais, como a recessão nos
Estados Unidos, a crise na Argentina e a expectativa quanto à eleição de um
candidato oposicionista ao cargo de presidente da República fizeram aumentar ademanda por dólares, cujo valor ultrapassou R$ 3,00 em agosto do mesmo ano. A
queda nas Reservas Internacionais e a necessidade de manter a confiança dos
investidores no País fez as autoridades econômicas brasileiras recorrerem a uma
nova ajuda financeira do Fundo Monetário Internacional.
A economia internacional ainda passa por um período turbulento,
especialmente devido à crise de crédito originada na economia norte-americana. Tal
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economia, considerando para isto o regime cambial adotado. O modelo em questão
é válido para uma pequena economia aberta, como no caso do Brasil.
Para que a análise do modelo Mundell-Fleming seja fundamentada, é
importante que façamos algumas ressalvas quanto às curvas IS e LM. Em relação à
curva representativa do mercado de bens (IS), esta passa a ser estruturada por
cinco componentes, quais sejam o consumo agregado (C), o investimento agregado
(I), os gastos do governo (G), as exportações (X) e as importações (M).
IS = C + I + G + (X – M)
Esta consideração é feita devido ao fato de a curva IS é agora diretamente
dependente também do regime cambial vigente, uma vez que esta variável atua
diretamente sobre o resultado do balanço de bens e serviços não fatores (X – M).
Conforme verificado, na ocorrência de uma valorização ou apreciação da taxa
de câmbio, ou seja, na necessidade de menos unidades de moeda nacional para
comprarmos uma unidade de moeda estrangeira, as importações de bens e serviços
serão estimuladas. De forma inversa, caso ocorra uma desvalorização ou
depreciação da moeda nacional frente à moeda estrangeira, o resultado é um
estimulo as exportações do país. Com o aumento das importações, teremos a saída
de recursos do país para o exterior, impactando negativamente a renda da
economia. Já quando ocorrer o aumento das exportações, teremos a entrada
adicional de renda na economia.
5.1 A curva BP
Uma conceituação adicional é a de que existe uma relação direta entre a taxa
de juros e o volume de capitais externos ingressantes. Em situações em que a taxa
de juros encontra-se alta, maior é o fluxo de capitais destinados ao país. É como se
estivéssemos pensando em uma poupança, que, diante de um aumento dos juros,
ocorre um incremento nos saldos dos recursos aplicados.
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Sobre o impacto do aumento dos juros nos fluxos de capitais estrangeiros,
leva-se em consideração o grau de abertura da economia, ou seja, se a legislação
do país é rígida quanto à mobilidade desses capitais (entrar é fácil, e sair?). Essa
interpretação se traduz em dizer se o país possui uma alta mobilidade de capital
(inexistência de amarras a entrada e saída de capitais estrangeiros) ou baixa
mobilidade de capitais estrangeiros (dificuldade de saída dos capitais).
O grau de mobilidade dos capitais é importante pois é através desta
característica que se saberá como o resultado das variações nos juros
remuneratórios impactam a taxa de câmbio e, consequentemente, o balanço de
pagamentos.
Com estas considerações é possível derivarmos a nova formatação dos
gráficos que serão utilizados na verificação dos impactos das políticas fiscal e
monetária sobre a taxa de juros e o nível de renda de equilíbrio. Assim, iniciamos
com a situação em que o país possui uma perfeita mobilidade de capital, ou seja, a
curva representativa do Balanço de Pagamentos é infinitamente elástica. Vejamos o
gráfico abaixo:
Existem países que apresentam amarras a saída de capitais estrangeiros
ingressados, caracterizadas por quarentenas, ou seja, o investimento entrante no
país não pode ser remetido de volta no dia seguinte, respeitando apenas os
interesses do investidor, devendo ficar aplicado na economia do país no mínimo por
quarenta dias. Trata-se de uma medida arbitrária dos governos, mas utilizada como
Y
iLM
i1
Y1
IS
Pode afirmar que a condição padrão
de uma análise econômica do modelo
IS-LM-BP refere-se a uma economia
que apresenta perfeita mobilidade de
capitais, conforme disposto no gráfico.
BP com mobilidadeperfeita de capitais
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5.2.1 Política monetária expansionis ta em um regime de cambio fixo
Um importante conceito adicional a ser tratado na análise dos impactos das
políticas econômicas diante do regime de câmbio fixo refere-se novamente a
operacionalização da manutenção do valor da taxa em patamar único. Conforme
afirmado quando conceituamos o regime cambial fixo, o BACEN utiliza-se das
reservas internacionais como ferramenta de manutenção da taxa, ou seja, caso a
demanda seja maior do que a oferta de câmbio, para que não haja pressões no
sentido de desvalorização da taxa, o BACEN vende reservas internacionais,
voltando a equilibrar a oferta à demanda por câmbio num mesmo patamar de taxa.
Ocorre, no entanto, que como a taxa de câmbio é fixa, a quantidade de reais
necessária para se comprar uma unidade de moeda estrangeira deve ser a mesma,
sempre.
Em situações na qual a demanda por moeda estrangeira é maior do que a
oferta, ou seja, os agentes econômicos estão utilizando reais para comprar dólares,
para que o BACEN mantenha a cotação fixa, toda vez que ele entregar uma unidade
de moeda estrangeira ao demandante de câmbio, que retirará estes dólares do país,
o BACEN deverá obrigatoriamente retirar de circulação o equivalente em reais, afinal
de contas esta é única forma da Autoridade Monetária manter a cotação fixa,
especialmente porque se os dólares não circulam mais na economia nacional, não
há porque os reais também circularem pois, se assim fosse, haveria quebra da
relação fixa da taxa de câmbio.
Sendo assim, vejamos qual será o impacto de uma política monetáriaexpansionista em uma economia em que vigora a taxa de câmbio fixa, considerando
na abordagem um país que apresenta perfeita mobilidade de capitais (BP
horizontal).
Com o aumento da oferta de moeda, a curva LM desloca-se para a direita e
para baixo, elevando a renda para o nível Y2. Quando um país enriquece é padrão o
aumento das importações. No exemplo em questão, como não há razão para supor
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que as exportações tenham-se alterado, uma vez que a taxa de câmbio é fixa, o
saldo do balanço de pagamentos (balanço comercial) certamente piora.
A segunda consequência refere-se à queda dos juros. Esta leva à saída de
capitais do país, dada a existência de uma taxa de juros remuneratória no exterior
mais atraente que no país. Adicionalmente, como a economia opera em um regime
de câmbio fixo, a saída de capitais provoca automaticamente a redução do crédito
interno, uma vez que para cada moeda estrangeira que sai da economia, torna-se
necessário para a Autoridade Monetária a diminuição de uma unidade de moeda
nacional.
Diante da retirada forçada de moeda da economia, toda a expansão
monetária realizada anteriormente pelo Banco Central é anulada, dado que ocorre
uma saída de divisas gerada pela redução dos juros. Necessitando manter a
paridade entre a moeda estrangeira e a moeda nacional, o Banco Central vende
câmbio reduzindo a oferta de moeda na economia. (No gráfico, a renda volta de Y2
para Y1).
Pelo exposto, se pode concluir que a política monetária é ineficaz no
objetivo de elevar a renda da economia diante de um regime de câmbio fixo e
com perfeita mobilidade de capitais. Um destaque importante a ser feito referente
à efetividade da política monetária em um regime de câmbio fixo é o de que quando
a mobilidade de capital é nula (totalmente imperfeita (BP vertical)), o resultado da
Y
i LM1
i1
Y1
IS
A política monetária executada em um
ambiente de câmbio fixo é ineficiente
no sentido do aumento da renda e do
emprego dos fatores de produção.
BP
LM2
Y2
i2
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e t r u c i a R i b e i r o , C P F : 1 8 5 4 2 5 1 4 4 9 1
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aumento da renda do país, dado vez que existe maior disponibilidade de crédito
estimulador do consumo.
É importante ressaltar que a política fiscal em um regime de câmbio fixo é um
instrumento eficaz! A entrada líquida de divisas aumenta a oferta de moeda, a LM se
desloca para a direita até o ponto onde os mercados de bens, o monetário e o
cambial estão em equilíbrio.
Resumo:
Em um regime de taxas FIXAS de câmbio, somente a POLÍTICA FISCAL gera
impactos sobre o crescimento da renda (Y). A magnitude desse crescimento é
dependente da mobilidade que os capitais estrangeiros possuem na sua “estadia”
(entrada e saída) do país.
5.2.4 Política monetária expansionista em uma economia com regime decâmbio flutuante/flexível e com mobilidade de capital plena
Conforme verificamos, quando a taxa de câmbio é determinada
exclusivamente pelo mercado de divisas, sem interferência das autoridades
monetárias, temos um regime de taxas flutuantes de câmbio.
Sendo assim, imaginemos que o governo queira estimular o emprego e a
renda do país via aumento da oferta de moeda. Dessa forma, necessitamos saber
Y
i
LM2
i1
Y1
IS1
IS2
I2
Y3
Com grande mobilidade de capital, os
impactos sobre a entrada de divisas são
maiores do que a saída de divisas
provenientes das importações, o que gerará
um resultado positivo sobre o aumento da
renda do país, uma vez que existe maior
disponibilidade de crédito estimulador do
consumo.
LM1
Y2
I3
BP
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Um aumento nos gastos do governo desloca a curva IS (mercado de bens)
para um nível maior de renda. Com a nova intersecção do mercado monetário, as
taxas de juros domésticas ficam mais altas que as internacionais (lembre-se que os
juros sobem porque a oferta de moeda da economia (LM) não foi alterada), atraindo
capitais devido à alta rentabilidade. Em resultado da entrada de divisas ocorre uma
apreciação da taxa de câmbio, desestimulando as exportações e estimulado às
importações.
Verifica-se assim que o estímulo expansionista realizado pelo governo é
contrabalanceado pela redução das exportações e aumento das importações,
levando a curva IS a retornar para o equilíbrio inicial. Destaca-se que as transações
correntes ficaram deficitárias e o fechamento (equilíbrio) do balanço de pagamentos
(curva BP) será todo derivado da entrada massiva de capital.
Resumo:
Pode se concluir que a adoção de uma POLITICA FISCAL em um regime de
câmbio flutuante é ineficaz no intuito de geração do crescimento da renda no país.
6. Análise de Determinação da Renda, a relação entre os grandes agregados e
os ciclos econômicos, segundo as concepções Clássicas (Neoclássicas),
Keynesiana, Monetaris ta, Pós-Keynesiana, Novoclássica e Novo keynesiana.
Obs.: Iniciamos esta abordagem ressaltando que concentraremos nossas análises
nas teorias econômicas ainda não abordadas exaustivamente ao longo da aula dois
i
LM1
i1
Y1
IS1
IS2
I2
Y2 Y
BP
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da estimação dos coeficientes das equações estruturais de
um modelo macroeconômico em larga escala (+/- 2000
equações).
Durante o período compreendido entre 1940 e 1970 a síntese neoclássica
foi o “consenso” prevalecente entre os macroeconomistas.
6.2 Análise de Determinação da Renda, a relação entre os grandes
agregados e os ciclos econômicos e a concepção monetarista
A concepção Monetarista e a sua relação entre os grande agregados e os
ciclos econômicos parte de algumas proposições básicas, a saber:
1) No longo-prazo a inflação é um fenômeno monetário. No curto-prazo as
variações da quantidade de moeda tem efeitos reais. Segundo Milton Friedman,
maior expoente do monetarismo, não existe um trade-off permanente entre
inflação e desemprego. Com base na curva de Phillips expandida pelas
expectativas, a única forma de se manter a taxa de desemprego
sistematicamente abaixo da taxa natural é por intermédio de uma aceleração da
inflação;
2) A política de estabilização é indesejável e pode causar instabilidade,
de forma que a política econômica deve ser conduzida mediante regras,
preferencialmente uma taxa de crescimento constante para a oferta de moeda.
Assim, o objetivo intermediário da política monetária é a regulação daquantidade de moeda, não a regulação da taxa de juros;
3) A política fiscal tem um papel secundário na administração da
demanda agregada (o efeito riqueza do financiamento via títulos dos déficits do
governo reduz a eficácia da política fiscal : deslocamento da LM para a
esquerda).
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Até o início dos anos 70, o monetarismo não era uma ameaça séria ao
“consenso keynesiano”. De todo modo, dois eventos foram fundamentais para a
quebra desse consenso. O primeiro referia-se ao fato da macroeconomia
tradicional não poder explicar de forma adequada o aumento simultâneo das
taxas de inflação e de desemprego da década de 1970. O segundo referente à
ausência de fundamentos microeconômicos adequados para a macroeconomia.
Esta relação pode ser explicada pelo entendimento da inflação de custos, que
levaram ao aumento dos preços e, ao mesmo tempo, ao aumento do
desemprego.
6.3 Análise de Determinação da Renda, a relação entre os grandes
agregados e os c iclos econômicos e a concepção Novoclássica
A teoria Novo-Clássica faz uma crítica aos modelos keynesianos e aos
modelos que tiverem qualquer resquício keynesiano, incluindo o Monetarismo, ao
eliminar as divisões teóricas entre curto e longo prazo expressas na curva
de Phillips.
Dois importantes economistas, Robert Lucas e Thomas Sargent
elaboraram estas críticas e aplicaram na economia uma nova visão sobre
expectativas, discordante da Hipótese das Expectativas Adaptativas. Para esta, a
política monetária no curto prazo poderia produzir efeitos reais mediatos, em
vários períodos, enquanto os agentes reagem à política.
De acordo com a visão Novo-Clássica, uma política monetária no curtoprazo só poderia ter efeitos reais se fosse imprevista, visto que, de outra
forma, os agentes agiriam antecipadamente e não haveria efeitos defasados,
uma vez que o aprendizado impediria efeitos mediatos. Os agentes, portanto,
aprenderiam com a experiência, e não seria racional a ocorrência de erros
sistemáticos. Com base nestas críticas, foi construída a Hipótese das
Expectativas Racionais (HER).
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c) Expectativas racionais;
d) Informação podem ser imperfeita (Lucas), mas não assimétrica.
2) Quanto aos Mercados:
a) Market-clearing em todos os mercados;
b) Concorrência perfeita em todos os mercados
Duas vertentes principais explicam o Novo-clássica, sendo elas os
Modelos de informação imperfeita e de ciclos monetários de negócios.
• Informação imperfeita quanto aos preços dos bens. Os
indivíduos têm mais informação a respeito dos preços dos
bens que eles produzem do que com respeito aos preços dos
bens que eles consomem. Dessa forma, eles confundem
movimentos no nível geral de preços com movimentos nos
preços relativos (problema de extração de sinal);
• Um choque monetário não antecipado gera um aumento no
nível geral de preços que é interpretado pelos agentes
econômicos como sendo em parte uma mudança nos preços
relativos.
6.4 Análise de Determinação da Renda, a relação entre os grandes
agregados e os ciclos econômicos e a concepção Novokeynesiana
Trata-se do ressurgimento do Keynesianismo na segunda metade dos anos
80. O termo “Keynesiano” refere-se simplesmente a crença de que as flutuações
econômicas não são a resposta eficiente às variações nas preferências e na
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empresários, ocasionando um aumento na taxa de crescimento de longo prazo,
levará um aumento da participação dos lucros na renda. Aumentando uma parte da
renda sob a forma de lucro, induz os capitalistas a pouparem mais de forma a
restaurar o equilíbrio no mercado de bens;
Modelos de segunda geração: O ajuste entre poupança e investimento é feito
através de variações no grau de utilização da capacidade produtiva. A distribuição
da renda entre salários e lucro é determinada pela política de formação de preços
das firmas, ou seja, pelas suas decisões a respeito do nível de ganho sobre os
custos diretos de produção. A taxa de mark-up (margem de ganho acima dos custos)
é tida como uma variável exógena (variável dependente). Neste modelo de segunda
geração analisamos a determinação da taxa de inflação e analisamos os efeitos
macroeconômicos a respeito da incorporação desses modelos do lado financeiro da
economia;
Modelos de terceira geração: Este modelo introduz relações não lineares
entre as variáveis macroeconômicas na estrutura básica dos modelos de segunda
geração, de forma a se obter múltiplas posições de equilíbrio. Nesta terceira geração
se dá uma grande importância para propriedades dinâmicas das economias
capitalistas em desequilíbrio. Há algumas deficiências nesta terceira geração, pois
esta classe de modelos não faz, em geral, uma distinção entre o grau desejado e o
grau efetivo de utilização da capacidade produtiva; e quando o faz, considera o grau
desejado de utilização da capacidade produtiva como dado. Há uma perspectiva
possível de avanço nos modelos pós keynesianos de terceira geração, a qual
consiste na análise dos efeitos que o grau de concentração bancária tem sobre adinâmica de longo prazo das economias capitalistas.
E com base nestas exaustivas, mas necessárias informações, podemos dar
por encerrada a aula três.
Destaco que estou à disposição de vocês no fórum de dúvidas.
Um grande abraço, Mariotti
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d) se o regime for de câmbio fixo, tanto a política monetária quanto a política
fiscal exercem influência sobre a renda agregada, já que as taxas de câmbio
real e nominal são iguais.
e) independentemente do regime cambial, a política fiscal é a única capaz de
exercer influência sobre o produto, já que, no modelo, está implícita a hipótese
de que a taxa de inflação é zero.
15 – (ACE/TCU – ESAF/2000) Supondo que haja livre mobilidade de capital,
os efeitos de uma política monetária expansionista em um país sobre o
nível de renda desse país será
a) nenhum, se houver um regime de câmbio flexível.
b)nenhum, se houver um regime de câmbio fixo.
c) positivo, só se houver um regime de câmbio fixo.
d) positivo, não importando qual regime cambial seja adotado.
e) negativo, se houver um regime de câmbio flexível.
16 – (AFC/STN – ESAF/2000) o modelo “ Mundell-Fleming” representa o
modelo IS/LM aplicado a uma pequena economia aberta. Tal modelo
considera o nível de preços fixo e analisa as causas das flutuações da
renda e da taxa de câmbio. Com base nesse modelo, e supondo livre
mobil idade de capital, é correto afirmar que
a) a política fiscal é a mais adequada para estabilizar a renda,
independentemente de o regime ser de taxas fixas ou flexíveis.
b) quando as taxas são flutuantes, a política monetária não exerce qualquer
influência sobre a renda agregada.c) quando as taxas de câmbio são fixas, a política fiscal não exerce não exerce
qualquer influência sobre a renda agregada.
d) quando as taxas de câmbio são fixas, a política monetária é a única capaz de
influenciar a renda agregada.
e) quando as taxas de câmbio são flutuantes, a política fiscal não exerce
qualquer influência sobre a renda agregada.
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e) uma expansão monetária exerce influência sobre a renda, se a economia
trabalha com um regime de taxas de câmbio fixas.
19 – (Fiscal de Rendas/ Séc. Fazenda – FGV/2007) Considere uma
economia aberta, com câmbio flutuante e sob perfeita mobilidade de
capitais. Qual é o impacto de uma política fiscal expansioni sta sobre a taxa
de câmbio e o nível de produção?
a) A taxa de câmbio se aprecia, e o nível de produção aumenta.
b) A taxa de câmbio se aprecia, e o nível de produção permanece inalterado.
c) A taxa de câmbio se deprecia, e o nível de produção permanece inalterado.
d) A taxa de câmbio se deprecia, e o nível de produção diminui.
e) A taxa de câmbio permanece inalterada, e o nível de produção aumenta.
20 – (AGENTE FISCAL DE RENDAS /SEC. FAZENDA – FCC/2006) Os setores
real e monetário de uma determinada economia em que o nível geral de preços
é igual a 1 podem ser representados por um modelo IS-LM descrito pelas
equações a seguir:
C = 200 + 0,8 Yd
I = 300 – 2000i
G = 400
T = 400
X = 200
M = 100 + 0,2 Y
Md = 0,25Y – 1.000iMs = 200
Onde:
X = exportações
M = importações
Md = demanda de moeda
Ms = oferta de moeda
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i = taxa unitária de juros nominal
No equilíbrio da economia,
a) a taxa de juros nominal é de 8%.
b) o nível de renda é 1.500.
c) as importações são 200.
d) o consumo é 1.000.
e) o investimento é 100.
21 - (ECONOMISTA/PETROBRAS – CESGRANRIO/2008) No regime cambial
de taxa flutuante (ou fl exível), uma subida dos juros domésticos
a) tende a desvalorizar a moeda do país.
b) tende a prejudicar as importações.
c) tende a prejudicar as exportações.
d) aumenta o preço dos produtos importados.
e) causa fuga de capitais do país.
22 - (ECONOMISTA/BNDES – CESGRANRIO/2009) No modelo IS-LM-BP com
câmbio fixo e ausência de mobilidade de capital, uma política monetária
expansioni sta fará o produto:
a) ficar inalterado.
b) se contrair.
c) se expandir.
d) se expandir ao nível de pleno emprego.
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Gabarito Comentado:
1 – (AFRFB/SRF – ESAF/2009) Considere o modelo IS/LM sem os casos
clássico e da armadilha da liquidez. É incorreto afirmar que:
a) quanto maior a taxa de juros, menor a demanda por moeda.
b) um aumento da base monetária reduz a taxa de juros.
c) uma política fiscal expansionista reduz a demanda por moeda.
d) quanto maior a renda, maior a demanda por moeda.
e) um aumento dos gastos do governo eleva a taxa de juros.
Comentários
Essa questão necessita ser resolvida a partir de cada uma das assertivas.
a – Quanto maior a taxa de juros, menor é o interesse dos demandantes de moeda
em tomar recursos emprestados, ou seja, quanto maiores os juros, menor será a
demanda por moeda.
b – O aumento da base monetária significa o aumento da quantidade (da oferta) de
moeda em circulação, o que tende a reduzir o preço da moeda, os juros.
c – A realização de uma política fiscal expansionista (aumento dos gastos do
governo ou redução dos tributos), leva a um aumento da demanda agregada (curva
IS), estimulando o crescimento da produção de bens e serviços. O aumento do nível
da renda leva ao aumento da procura por moeda, promovendo um aumento dos
juros.
d – A letra “d” está explicada pela resolução da alternativa “c”.e – A letra “e” está explicada pela resolução da alternativa “c”.
Gabarito: letra “ c” .
2 – (AFRFB/SRFB – ESAF/2005) Não é verdadeiro no modelo IS/LM sem os
“ casos extremos”:
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a) mantidas as condições de equilíbrio do modelo, um aumento no nível geral de
preços tem que ser compensado por uma queda na demanda agregada ou, em
outras palavras, podemos determinar a curva de demanda agregada a partir do
modelo IS/LM.
b) a demanda por moeda aumenta com o aumento da renda, o que explica os
impactos de uma política fiscal expansionista sobre as taxas de juros.
c) um aumento do nível de investimento autônomo eleva a taxa de juros.
d) um aumento dos gastos do governo eleva a taxa de juros.
e) a demanda por moeda aumenta com a taxa de juros.
Comentários
Na verdade a demanda por moeda diminui diante do aumento das taxas de juros
uma vez que o custo do dinheiro se torna mais alto, estimulando o aumento da
poupança.
Gabarito: letra “e”.
3 - Fiscal de Rendas/Séc. Fazenda – FGV/2007) Suponha que as seguintes
equações descrevam o comportamento da economia no curto prazo:
C = 0,8(1 – t)Y
t = 0,25
I = 900-50i
G = 800L = 0,25Y – 62,5i
M/P = 500
Notação: C é o consumo agregado, t é a taxa de imposto sobre a renda, Y é a
renda, I é o investimento pr ivado, i é a taxa de juros, G é o gasto do governo, L
representa a demanda por moeda e M/P é a oferta de moeda. Dessa forma,
pode-se afirmar que a renda de equil íbrio nessa economia será:
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a) 1.500.
b) 2.000.
c) 2.500.
d) 3.000.
e) 3.500.
Comentários
Essa questão faz referência as equações da curva IS e da curva LM. No caso desta
última, sua formação se dá em função da relação entre a oferta e a demanda por
moeda.
Com isso, deve-se encontrar a renda de equilíbrio, obtida por meio da igualdade
entre a oferta e a demanda por moeda.
L = 0,25Y – 62,5i
M/P = 500
500 = 0,25Y - 62,5i
Y = 2000 + 250i
Posteriormente, deve-se obter a renda de equilíbrio por meio da formação da curva
IS:
Y = 0,8(1 – 0,25)Y + 900 – 50i + 800
Y = 0,6Y + 900 – 50i + 800
0,4Y = 1700 – 50i
y = 4250 – 125i
Igualando-se as equações da LM e da IS, temos a seguinte taxa de juros de
equilíbrio:
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liquidez"; a curva IS é dada pelo "modelo keynesiano simplificado" supondo
que os investimentos não dependam da taxa de juros. Com base nestas
informações, é incorreto afirmar que:
a) aumento nos investimentos autônomos eleva o produto.
b) uma política monetária contracionista reduz o produto.
c) um aumento no consumo autônomo eleva o produto.
d) uma elevação nas exportações eleva as taxas de juros.
e) uma política fiscal expansionista eleva as taxas de juros.
Comentários
Vale lembrar no modelo keynesiano simplificado a curva IS é vertical, em que a
variável investimento não depende da taxa de juros, de tal modo que uma política
monetária contracionista não altera o produto da economia.
Gabarito: letra “ b” .
6 – ((EPPGG/MPOG – ESAF/2002) A demanda real de moeda e expressa por
(M/P) = 0,3Y – 40r, onde Y representa a renda real e r a taxa de juros. A curva IS
é dada por Y = 600 – 800r, a renda real de pleno emprego é de 400, enquanto o
nível de preços se mantém igual a 1. Indique o valor da oferta de moeda
necessário para o pleno emprego.
a) 80
b) 90
c) 100d) 110
e) 120
Comentários
O primeiro objetivo desta questão é obter a taxa de juros de equilíbrio. A forma ideal
de fazer isso é igualar a renda de pleno emprego à curva IS. Sendo assim, temos:
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80
400 = 600 – 800r
r = 200/800 = 0,25 ou 25%
A partir deste dado deve-se lembrar que em equilíbrio a oferta de moeda é igual à
demanda por moeda. Como temos disponível na questão a fórmula da demanda por
moeda, fica fácil encontrarmos também o valor da oferta de moeda. Senão vejamos:
(M/P) = 0,3Y – 40r
(M/P) = 0,3(400) – 40(0,25)
(M/P) = 110
Gabarito: Letra “ d” .
7 – (APO/MPOG – ESAF/2008) Com relação à política monetária, identifique a
única opção incorreta.
a) A política monetária apresenta maior eficácia do que a política fiscal quando o
objetivo é uma melhoria na distribuição de renda.
b) Se o objetivo é o controle da inflação, a medida apropriada de política monetária
seria diminuir o estoque monetário da economia, como, por exemplo, o aumento da
taxa de reservas compulsórias (percentual sobre os depósitos que os bancos
comerciais devem colocar à disposição do Banco Central).
c) A política econômica deve ser executada por meio de uma combinação adequada
de instrumentos fiscais e monetários.d) Uma vantagem, freqüentemente apontada, da política monetária sobre a fiscal é
que a primeira pode ser implementada logo após a sua aprovação, dado que
depende apenas de decisões diretas das autoridades monetárias, enquanto que a
implementação de políticas fiscais depende de votação do Congresso.
e) A política monetária refere-se à atuação do governo sobre a quantidade de
moeda e títulos públicos.
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Resolução:
Trata-se pois de mais uma pergunta melhor relacionada às finanças públicas do que
à economia. De todo modo, considerando a possível vertente a que a assertiva
possa fazer referência, cabe a aplicação desta questão.
A política monetária não consegue diferenciar que parte da população será mais ou
menos atingida com a sua adoção. O aumento da oferta de moeda se dissemina
sobre o sistema financeiro, sendo alocado para a população tomadora de crédito,
sem relação direta com a distribuição da renda gerada em função do aumento do
consumo derivado da maior oferta de moeda.
No caso da política fiscal, o governo pode direcionar a sua aplicação de forma a
estimular as classes de menor poder aquisitivo, gerando como contrapartida a
melhoria da distribuição da renda. É o caso por exemplo da própria tabela de
imposto de renda, que visa tributar menos aqueles que ganham menos.
Gabarito: Letra “ a” .
8 – (ECONOMISTA/DNOCS – FCC/2010) No modelo IS-LM para uma economia
fechada, se a curva IS e a curva LM apresentam declividades normais e a
economia estiver em equilíbrio, mas com desemprego, um aumento da oferta
de moeda provocará no curto prazo, tudo o mais permanecendo constante,
a) deslocamento da curva LM para a esquerda e aumento da taxa de desemprego.
b) deslocamento da curva IS para a direita e diminuição da taxa de desemprego.
c) diminuição da renda de equilíbrio e aumento da taxa de desemprego.d) deslocamento da curva IS para a esquerda e aumento da renda de equilíbrio.
e) deslocamento da curva LM para a direita e aumento da renda de equilíbrio.
Comentários
Conforme já destacado, um ponto fundamental para que as políticas econômicas
sejam ativas e gerem impactos positivos sobre a economia é a de que exista
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desemprego dos fatores de produção. Adicionalmente, destaca-se que o aumento
da oferta de moeda constitui uma política monetária expansionista, representada
pelo deslocamento da curva LM para a direita. Este deslocamento configura-se na
redução dos juros e no aumento da renda de equilíbrio.
Gabarito: Letra “ e” .
9 - (ECONOMISTA/INFRAERO – FCC/2009) Considere uma economia em que a
taxa de juros é endógena. Se o objetivo do governo for estimular
investimentos e tanto a demanda por moeda quanto a demanda por
investimentos forem elásticas em relação à taxa de juros, um dos
procedimentos de política econômica que poderá ser utilizado é
a) aumentar os impostos diretos.
b) diminuir os gastos do governo e os impostos no mesmo montante.
c) resgatar títulos públicos no mercado aberto.
d) conceder subsídios aos importadores.
e) recolher parte do papel moeda em circulação.
Comentários
Repare que a questão não fala de elasticidade infinita da demanda por moeda em
relação à taxa de juros nem tão quanto de elasticidade infinita do investimento em
relação ao investimento. Assim sendo, tanto a curva IS quanto a curva LM não
devem ser vertical nem tão quanto horizontal. Trata-se pois da análise simples do
modelo IS/LM de uma economia fechada, sendo esta última conclusão derivada dofato de que a própria questão não fala de taxa de câmbio, condição necessária,
conforme veremos, para afirmarmos que estamos diante de uma economia aberta.
Dentre as opções destacadas nas alternativas dispostas entre as letras “a” e “e”,
temos o seguinte:
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a) O aumento dos impostos caracteriza-se como uma política fiscal contracionista,
uma vez que diminui a renda dos consumidores e, consequentemente, o consumo.
b) segundo a teoria econômica e a comprovação empírica, a redução dos impostos
no mesmo montante da redução dos gastos do governo, leva obrigatoriamente a
redução do PIB.
c) O resgate de títulos públicos leva a expansão da quantidade de moeda em
circulação promovendo um deslocamento da curva LM para a direita e para baixa,
reduzindo a taxa de juros e estimulando o investimento e o PIB.
d) Como estamos diante de uma economia fechada, conclusão embasada
anteriormente, não há que se falar em importações na análise da questão.
e) O recolhimento de parte do papel moeda em circulação significa reduzir a oferta
de moeda e, consequentemente, aumentar a taxa de juros, impactando diretamente
o investimento e o PIB.
Gabarito: Letra “ c” .
10 - (ECONOMISTA/MPU – FCC/2007) No modelo IS-LM para uma economia
fechada, o efeito de uma política fiscal contracionista praticada pelo governo
é:
a) aumento da taxa de juros e da renda real de equilíbrio.
b) aumento da taxa de câmbio e da taxa de juros.
c) diminuição da taxa de juros e da renda real de equilíbrio.
d) diminuição da taxa de juros e aumento da renda real de equilíbrio.
e) diminuição da renda real de equilíbrio e aumento da taxa de juros.
Comentários
Uma política fiscal contracionista pode se dar por meio ou da redução dos gastos do
governo ou pelo aumento da tributação. Dessa forma, considerando que estamos
tratando de uma economia fechada, uma política fiscal expansionista tende a
aumentar a renda real de equilíbrio e a taxa de juros. Sendo assim, o efeito de uma
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política fiscal contracionista só poderá levar à redução da renda real e da própria
taxa de juros.
Gabarito: Letra “ c” .
11 – (EPS/SEPLAG – CEPERJ/2009) As afirmativas se referem ao modelo IS-
LM, para uma economia fechada, estando incorreta a seguin te:
a) através de combinação de políticas caracterizada por expansão fiscal e expansão
monetária, é possível o nível de renda mantendo a taxa de juros constante.
b) Em uma situação de “armadilha da liquidez”, uma expansão fiscal é capaz de
elevar o nível de renda agregada.
c) Quanto maior a propensão marginal a consumir, maior é o efeito do aumento dos
gastos do governo sobre o nível de renda agregada.
d) Quanto maior a elasticidade do investimento em relação à taxa de juros, maior é o
efeito de uma contração monetária sobre a taxa de juros.
e) Quanto maior a elasticidade de demanda de moeda em relação à taxa de juros,
maior é o efeito da expansão monetária sobre o nível de renda agregada.
Comentários
Essa questão engloba praticamente toda a matéria estudada anteriormente.
Vejamos cada uma das alternativas:
a) A realização de uma política fiscal expansionista, via aumento de gastos, estimula
o aumento do produto do PIB. A conseqüência negativa deste aumento é derivadado aumento da taxa de juros, uma vez que a demanda por moeda, devido às novas
transações, aumentou, mas a oferta de moeda permaneceu constante. Em conjunto
com a política fiscal, uma política monetária expansionista fará com que ocorra um
aumento da quantidade de moeda em circulação, reduzindo a taxa de juros e
aumentando, ainda mais, o PIB.
b) A armadilha da liquidez se caracteriza pela situação em que a política monetária é
ineficiente no sentido do aumento da renda. Diante desta situação, conforme
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defendido por Keynes, a única forma de promover estímulos na demanda agregada
será por meio do aumento dos gastos do governo, os quais caracterizam uma
política fiscal expansionista.
c) A propensão marginal a consumir reflete qual a fração da renda o consumidor
gasta com a compra de bens e serviços. Na medida em que o governo realiza
gastos em um determinado setor econômico, este tende a ser estimulado, gerando
renda aos trabalhadores. Diante do aumento da renda, estes trabalhadores
consumiram mais bens e serviços. Naturalmente, com o aumento da propensão
marginal a consumir, maior será o efeito do aumento dos gastos por todo o processo
econômico.
d) O investimento é diretamente dependente da taxa de juros. Na medida em que os
juros sobem, os impactos sobre os níveis de investimento tendem a ser maiores em
função do quanto mais elástico é o próprio investimento (sensibilidade deste). O
conceito de contração monetária associa-se à retirada de dinheiro de circulação.
Com a diminuição da oferta de fundos emprestáveis frente uma mesma demanda, é
natural a subida dos juros. Partindo do entendimento de que um grande número de
empresas tomam capital emprestado para realização de investimentos, maior passar
o custo para estas mesmas empresas. Assim sendo, quanto maior for a elasticidade
(a reação das empresas ao aumento dos juros), maior será o impacto negativo sobre
o investimento.
e) Essa alternativa é um pouco mais chatinha de ser interpretada. A situação
descrita na assertiva refere-se ao caso denominado de armadilha da liquidez, em
que a curva LM é horizontal, ou seja, infinitamente elástica. Conforme verificado, a
curva LM é formada pela oferta e pela demanda por moeda. No caso da oferta de
moeda, ela é totalmente inelástica, uma vez que a quantidade de moeda emcirculação é meramente definida pelo BACEN. Uma demanda totalmente elástica é
aquela em que pequenas variações nas taxas de juros, por exemplo, para baixo,
podem aumentar infinitamente a demanda por moeda. De todo modo, no caso em
foco, em que estímulos via aumento da oferta monetária não são eficazes para que
os agentes econômicos consumam mais, a demanda por moeda pelo motivo
transação da moeda é nulo, prevalecendo apenas o motivo especulação, em que os
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a) Conforma já verificado, no caso da armadilha da liquidez a demanda por moeda é
totalmente elástica em relação à taxa de juros.
b) É o caso da total eficácia da política fiscal, uma vez que a política monetária não
gera estímulos em termos de aumento da renda.
c) Conforme dito acima, o aumento do gasto leva ao aumento da renda.
d) A taxa de juros se mantém constante (não muda de patamar).
e) Gabarito da questão, a demanda por moeda é infinitamente elástica em relação à
taxa de juros.
Gabarito: Letra “ e” .
13 – (APO/MPOG – ESAF/2010) Com relação a regimes cambiais, não é correto
afirmar que:
a) o regime de flutuação das moedas com intervenções esporádicas dos Bancos
Centrais para amenizar as oscilações especulativas das taxas de câmbio é chamado
de flutuação suja (dirty floating).
b) a taxa de câmbio nominal é a taxa à qual se pode trocar os bens e serviços de um
país pelos bens e serviços de outro país.
c) a teoria da paridade do poder de compra afirma que uma unidade de qualquer
moeda dada tem que poder comprar a mesma quantidade de bens em todos os
países.
d) no regime de taxas puramente flutuantes, o Banco Central nem compra nem
vende moedas estrangeiras, a taxa de câmbio oscila ao sabor das forças de
mercado.
e) a grande vantagem do regime de taxas de câmbio fixas é facilitar a tomada dedecisões pelos agentes econômicos.
Comentários
O que determina a variação no valor da moeda estrangeira em relação à moeda
nacional é a oferta e a demanda por dólares. A oferta de dólares representa o total
de divisas estrangeiras à disposição do país. A origem da entrada de dólares é
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advinda da exportação de mercadorias e serviços, dos empréstimos, financiamentos
e investimentos estrangeiros realizados no país. A característica peculiar do dólar é
que esta é a principal moeda de negociação internacional, devido especialmente ao
tamanho da economia americana e a relativa estabilidade da moeda estrangeira.
A demanda de divisas é exatamente o caso contrário da oferta. As importações de
bens e serviços, as viagens internacionais, os empréstimos e investimentos
realizados no exterior são as motivações de demanda por moeda estrangeira dentro
da economia nacional. Assim, partindo-se da relação entre oferta e demanda por
moeda estrangeira podemos derivar o seguinte gráfico, em que no eixo das
abscissas encontra-se a quantidade de moeda estrangeira e no eixo das ordenadas
a taxa de câmbio de negociação.
Pode-se definir que a taxa de câmbio em questão é a taxa nominal (e), ou seja, a
taxa que simplesmente demonstra quantos reais são necessários para comprar uma
unidade de dólar dentro do país.
A taxa de câmbio real demonstra a relação entre os preços de um mesmo bem em
duas economias distintas, uma nacional e outra estrangeira. Matematicamente
podemos representar a taxa de câmbio real por “E”, sendo o seu resultado derivado
da relação existente entre a taxa de câmbio nominal por “e”, o preço do bem
no país estrangeiro “P*” e o preço do bem nacional “P”. Sendo assim, tem-se
que:
Quantidade de divisas
Taxa de câmbio
ODIVISAS
q*
DDIVISAS
e*
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E = e.P*/P
Pelo exposto até aqui e, em relação ao gabarito da questão, temos que a taxa decâmbio real é a taxa à qual se pode trocar os bens e serviços de um país pelos
bens e serviços de outro país. Ela de fato demonstra se é interessante para o país
comprar ou vender um determinado produto ou serviço ao exterior. Senão vejamos:
Imaginemos que a taxa de câmbio nominal que equilibra o mercado de divisas seja
igual a 2,25 reais por dólar e que um determinado bem, por exemplo, soja, custe 20
reais no Brasil e 8 dólares nos Estados Unidos. Nessas condições temos
determinada a seguinte taxa real de câmbio:
E = 2,25 x 8 / 20 = 0,9
Conforme se verifica, o preço da soja em reais nos EUA é de R$ 18,00, ou seja, dois
reais a menos do que o preço da soja no Brasil. Nestas condições, abstraindo-se os
custos de transação envolvidos (frete, seguro, etc.), o Brasil seria importador de soja
dos EUA.
Gabarito: letra “ b” .
14 – (AFRF/SRF – ESAF/2000) Considere o modelo IS/LM com as seguintes
hipóteses: I) economia pequena e aberta; II) livre mobilidade capitais; III)
taxa de câmbio nominal igual à taxa de câmbio real. Suponha que a
autoridade econômica disponha de dois tradicionais instrumentos de
política econômica. Pode-se então afirmar que
a) os impactos de um e outro instrumento sobre a renda agregada dependem do
regime cambial adotado no modelo.
b) ambos os instrumentos exercem impactos sobre a renda, independentemente
do regime cambial adotado, já que as taxas de câmbio real e nominal são
iguais.
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c) independentemente do regime cambial, a política monetária é a única capaz
de exercer influência sobre o produto, já que se verifica uma situação de total
estabilidade nos preços internos.
d) se o regime for de câmbio fixo, tanto a política monetária quanto a política
fiscal exercem influência sobre a renda agregada, já que as taxas de câmbio
real e nominal são iguais.
e) independentemente do regime cambial, a política fiscal é a única capaz de
exercer influência sobre o produto, já que, no modelo, está implícita a hipótese
de que a taxa de inflação é zero.
Comentários
Conforme verificamos, diante de um regime de taxa de câmbio fixa somente a
política fiscal é eficiente no sentido de estimular o crescimento do produto ou
renda. Já no regime de câmbio flexível ou flutuante, apenas a política monetária
é eficiente no sentido de estimular o crescimento do produto.
Gabarito: letra “ a”.
15 – (ACE/TCU – ESAF/2000) Supondo que haja livre mobilidade de capital,
os efeitos de uma política monetária expansionista em um país sobre o
nível de renda desse país será
a) nenhum, se houver um regime de câmbio flexível.
b)nenhum, se houver um regime de câmbio fixo.
c) positivo, só se houver um regime de câmbio fixo.d) positivo, não importando qual regime cambial seja adotado.
e) negativo, se houver um regime de câmbio flexível.
Comentários
A resposta se baseia na própria explanação da questão 14.
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C = 200 + 0,8 Yd
I = 300 – 2000i
G = 400
T = 400
X = 200
M = 100 + 0,2 Y
Md = 0,25Y – 1.000i
Ms = 200
Onde:
X = exportações
M = importações
Md = demanda de moeda
Ms = oferta de moeda
i = taxa unitária de juros nominal
No equilíbrio da economia,
a) a taxa de juros nominal é de 8%.
b) o nível de renda é 1.500.
c) as importações são 200.
d) o consumo é 1.000.
e) o investimento é 100.
Comentários
Essa questão é muito parecida com a resolução da questão 9 da primeira parte da
aula. Faz referência também às equações da IS e da curva LM, mas agora para uma
economia aberta.
Primeiramente devemos encontrar a renda de equilíbrio, obtida por meio da
igualdade entre a oferta e a demanda por moeda.
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Md = 0,25Y – 1.000i
Ms = 200
Igualando a demanda de moeda à oferta de moeda, temos:
200 = 0,25Y – 1000i
0,25Y = 200 + 1000i x (4)
Realizamos a multiplicação de todos os termos por “4” para encontrarmos “Y”.
Y = 800 + 4000i (LM)
Posteriormente, deve-se obter a renda de equilíbrio por meio dos componentes que
formam a curva IS:
C = 200 + 0,8 Yd
I = 300 – 2000i
G = 400
T = 400
X = 200
M = 100 + 0,2Y
Y = 200 + 0,8(Y - T) + 300 – 2000i + 400 + 200 – 100 – 0,2YY = 200 + 0,8(Y - 400) + 300 – 2000i + 400 + 200 – 100 – 0,2Y
Y = 200 + 0,8Y - 320 + 300 – 2000i + 400 + 200 – 100 – 0,2Y
Y = 0,6Y + 680 – 2000i
0,4Y = 680 – 2000i x (2,5)
Y = 1700 – 5000i (IS)
Igualando-se as equações da LM e da IS, temos a seguinte taxa de juros de
equilíbrio:
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Y = 800 + 4000i (LM)
Y = 1700 – 5000i (IS)
800 + 4000i = 1700 – 5000i
900 = 9000i
i = 0,1 ou 10%
Substituindo a taxa de juros em qualquer uma das duas equações, temos a seguinte
renda de equilíbrio:
LM = 800 – 4000 (0,1) = 400
I = 300 – 2000i
I = 100 = gabarito
Gabarito: letra “e”.
21 - (ECONOMISTA/PETROBRAS – CESGRANRIO/2008) No regime cambial
de taxa flutuante (ou fl exível), uma subida dos juros domésticos
a) tende a desvalorizar a moeda do país.
b) tende a prejudicar as importações.
c) tende a prejudicar as exportações.
d) aumenta o preço dos produtos importados.
e) causa fuga de capitais do país.
Comentários
Um aumento dos juros domésticos tende a promover uma entrada maciça de
capitais, o que, no regime de câmbio flutuante, tende a apreciar a moeda
nacional. A apreciação da moeda nacional tende a desestimular as exportações
uma vez que menor será a quantidade de bens e serviços nacionais que a
moeda estrangeira poderá comprar do país.
Gabarito: letra “ c” .
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22 - (ECONOMISTA/BNDES – CESGRANRIO/2009) No modelo IS-LM-BP com
câmbio fixo e ausência de mobilidade de capital, uma política monetária
expansioni sta fará o produ to:
a) ficar inalterado.
b) se contrair.
c) se expandir.
d) se expandir ao nível de pleno emprego.
Comentários
A abordagem desta questão foi feita na aula. Reproduzimos literalmente:
“Um destaque importante a ser feito referente à efetividade da política monetária em
um regime de câmbio fixo é o de que quando a mobilidade de capital é nula
(totalmente imperfeita (BP vertical)), o resultado da política monetária será
positivo. Esta situação acaba por caracterizar uma economia fechada, em que os
impactos da política monetária são positivos sobre a renda, conforme visto por nós
anteriormente. Para que fique claro para vocês, como não há qualquer mobilidade
de capital, entende-se que o BP está em equilíbrio, não sendo necessário sequer a
sua representação no gráfico.”
i LM1
i1
LM2
I2