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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS
LUCIANE EVA CRUZ DE OLIVEIRA THAÍS DE SOUZA FARIA
ASPECTOS GERAIS DA OBESIDADE INFANTIL
FERNANDÓPOLIS 2012
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LUCIANE EVA CRUZ DE OLIVEIRA
THAÍS DE SOUZA FARIA
ASPECTOS GERAIS DA OBESIDADE INFANTIL
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FERNANDÓPOLIS
2012
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Banca Examinadora do Curso de Graduação em Farmácia da Fundação Educacional de Fernandópolis como exigência parcial para obtenção do título de bacharel em farmácia. Orientadora: Profª. MSc. Daiane Fernanda Pereira Mastrocola
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LUCIANE EVA CRUZ DE OLIVEIRA THAÍS DE SOUZA FARIA
ASPECTOS GERAIS DA OBESIDADE INFANTIL
Banca Examinadora Assinatura Conceito
Profª. MSc. Daiane Fernanda Pereira Mastrocola
Prof. Nayara Gomes Felix da Silva
Profª. MSc. Vânia Luiza Ferreira Lucatti Sato
Prof. MSc. Daiane Fernanda Pereira Mastrocola Presidente da Banca Examinadora
Trabalho de conclusão de curso aprovado como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em farmácia. Aprovado em: ___de novembro de 20___
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Dedicamos esse trabalho primeiramente a
Deus, pois sem ele nada seria possível, e
nossos sonhos não seriam concretizados.
Aos nossos pais que sempre nos deram
apoio e acreditaram na realização desse
trabalho.
Aos nossos familiares, amigos, professores,
coordenador, e a todos aqueles que nos
incentivaram na busca de novas realizações
e descobertas e nos ajudaram a concluir
esse trabalho.
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pela força e luz que destes nessa
caminhada.
Aos nossos pais: Agradeço por tudo e pela força, pois sem vocês não
seríamos nada e nem estaríamos conseguindo realizar esse sonho, amamos
vocês.
Aos nossos amigos: Agradeço aos nossos amigos, aqueles que
marcaram e os que irão permanecer sempre em nossas vidas. Obrigada por
tudo, por estar com nós nos dias tristes e dias felizes, nas horas difíceis a nas
boas.
O tempo se foi e hoje cada um segue o seu destino e direção para um
futuro que tanto almejamos e que por ele todos nós lutamos. O que fica
guardado são os melhores momentos e a saudade de cada um que
conhecemos.
Aos nossos professores: Agradeço a todos os professores que com
carinho e atenção sempre se esforçaram para nos ajudar a melhorar sempre
mais os nossos conhecimentos.
Agradeço a nossa professora Daiane Mastrocola que pela sua bondade
está nos ajudando e orientando nessa monografia, com paciência, atenção e
se dedicando todo tempo que precisamos para nos ajudar. Obrigada
professora por tudo que está fazendo por nós.
Ao nosso coordenador: Agradeço ao nosso coordenador Reges que
durante todo esse período mesmo como antes professor, muito atencioso e
educado, sempre nos ajudando em tudo que precisamos. Obrigada Reges
Evandro Teruel Barreto.
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Não percas a tua fé entre as sombras do mundo. Ainda Que Os Teus pés estejam sangrando, segue para a frente, erguendo-a por luz celeste, acima De ti mesmo. Crê e trabalha. Esforça-te no bem e espera Com paciência. Tudo passa e tudo se renova na terra, mas o que vem do céu permanecerá. De todos os infelizes os mais desditosos são os que perderam a confiança Em Deus e em si mesmo, porque o maior infortúnio é sofrer a privação Da fé e prosseguir vivendo. Eleva, pois, o teu olhar e caminha. Luta e serve. Aprende e adianta-te. Brilha a alvorada além da noite. Hoje, é possível que a tempestade te amarfanhe o coração e te atormente o ideal, aguilhoando-te com a aflição ou ameaçando-te com a morte. Não te esqueças, porém, de que amanhã será outro dia. CONFIE SEMPRE.
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RESUMO
A obesidade vem sendo considerada uma epidemia mundial, segundo a Organização Mundial de Saúde. Atinge todas as classes sociais e idade, considerada uma desordem multifatorial e crônica, assim ela é associada a varias alterações metabólica e a problemas cardiovasculares. A obesidade infantil afeta cada vez mais crianças, devido aos seus hábitos alimentares, suas condições de vida e sedentarismo. Hoje em dia é comum ver as crianças trocarem as atividades físicas por jogos em videogame e computadores e isso favorece a obesidade. Com a obesidade vêm os problemas de saúde que são prejudiciais a vida de uma criança, como alterações metabólicas podem ser citadas: o aumento do nível de colesterol e triglicérides, o surgimento da Diabetes Mellitus tipo II, a hipertensão arterial que favorece a riscos cardiovasculares, a hiperinsulinemia, a apnéia do sono, distúrbios respiratórios, complicações hepáticas, alterações dermatológicas e os distúrbios psicossociais. O diagnóstico da obesidade ainda não foi bem definido, mais ainda existem os métodos de medir a massa corporal de uma pessoa para verificar se a pessoa esta acima do peso. O tratamento da obesidade é de longo prazo, com isso a criança precisa de uma equipe multiprofissional, que é composta por pediatra, nutricionista, educador físico, psicológico e principalmente pelo apoio familiar. O tratamento da obesidade com medicamentos não é recomendado, pois pode atrapalhar o desenvolvimento da criança, afirma Fisberg (1995), já Escrivão et al., (2000) diz que tratamentos com medicamentos em crianças obesas causa efeitos colaterais e o risco de dependência química ou psicológica.
Palavra-chave: Obesidade infantil. Causas da obesidade. Alterações
metabólicas.
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ABSTRACT
Obesity has been considered a global epidemic, according to the World Health Organization Obesity affects all social classes and age,considered a multifactorial disorder and chronic, and it is associated with various metabolic and cardiovascular changes. Childhood obesity is increasingly affecting children due to their eating habits, their living conditions and physical inactivity. Nowadays it is common to see children by exchanging the physical activities and games on computers and video game that promotes obesity. With obesity come health problems that are detrimental to a child's life, such as metabolic changes may be cited: the increased level of cholesterol and triglycerides, the onset of diabetes mellitus type II, hypertension favoring the cardiovascular risk thehyperinsulinemia, sleep apnea, respiratory problems, liver complications, skin changes and psychosocial disorders. The obesity is not well defined, there are further methods of measuring body weight of a person to verify that the person is overweight. Obesity treatment is long term, with the child that needs a multidisciplinary team, which is comprised of a pediatrician, nutritionist, physical educator, primarily by psychological and family support. Obesity treatment with medication is not recommended as it may interfere with your child's development, says Fisberg (1995), as Clerk et al, (2000) says that drug treatments in obese children cause side effects and risk of addiction or psychological . Prevention of obesity is related to obesity is related coma obesity in adulthood, must intervene when obesity begins to notice the weight gain of the child, for when greater the child's age and his excess weight becomes more difficult to reversal of the situation.
Keyword: Childhood obesity, causes of obesity, metabolic.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Crianças obesas 16
Figura 2. Consequências da obesidade infantil 22
Figura 3. Alterações dermatológicas causadas por obesidade 30
Figura 4. Hirsutismo 30
Figura 5. Acantose nigricante 31
Figura 6. Tabela do peso ideal da criança 34
Figura 7. Tabelas de referencia de valores do ICM 34
Figura 8. Como medir a circunferência abdominal 35
Figura 9. Pirâmide alimentar 38
Figura 10. Sedentarismo na infância 40
Figura 11. Alvos em potencia para a prevenção da obesidade na infância e
adolescência 43
Figura 12. Gráfico da obesidade infantil 44
Figura 13. Gráfico em porcentagem de 1975 a 2002 45
Figura 14. Aprovação de cadeiras para obesos 45
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Valores normais 24
Tabela 2. Alimentos que ajudam a combater o colesterol 25
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LISTA DE ABREVIATURAS
OMS - Organização mundial de saúde
IMC - Índice de massa corporal
DAC - Doença arterial coronariana
DCNT - Doenças crônicas não transmissíveis
DCV - Doenças cardiovasculares
MLG - Massa livre de gordura
LDL - Lipoproteínas de baixa densidade
HDL - Lipoproteínas de alta densidade
VLDL - Lipoproteínas de muita baixa densidade
ENDEF- Estudos nacionais de despesa familiar.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO....................................................................................... 12 1 OBESIDADE ....................................................................................... 15
1.1 Obesidade Infantil......................................................................... 16 1.2 Etiologia da Obesidade Infantil ..................................................... 18 1.3 Epidemiologia ............................................................................... 18 1.4 Fatores que Influenciam na Obesidade ........................................ 19 2.1Triglicérides ................................................................................... 23 2.2 Colesterol ..................................................................................... 23 2.3 Colesterol LDL(Low-density lipoprotein) ....................................... 24 2.4 Colesterol HDL( High-density lipoprotein) .................................... 25 2.5 Colesterol VLDL (Very low-density lipoprotein) ............................ 25 2.6 Aterosclerose ............................................................................... 26 2.7 Hipertensão arterial ...................................................................... 27 2.8 Hiperinsulinemia ........................................................................... 27 2.9 Diabetes Mellitus Tipo II ............................................................... 28 2.10 Distúrbios Psicossociais ............................................................. 28 2.11Apnéia do Sono ........................................................................... 29 2.12 Alterações Dermatológicas ......................................................... 29 2.12 Distúrbios Respiratórios ............................................................. 31 2.13 Complicações Hepáticas e Gástricas ......................................... 31 2.14 Sistema imunológico .................................................................. 32 2.15 Esteatose hepática ..................................................................... 32
3 DIAGNÓSTICO................................................................................... 33 3.1 IMC ............................................................................................... 33 3.2 Circunferência Abdominal: ........................................................... 35
4 MÉTODOS LABORATORIAIS ............................................................ 36 5 TRATAMENTO ................................................................................... 37
5.1 Plano Alimentar (Dieta) ................................................................ 37 5.2 Atividade Física ............................................................................ 39 5.3 Tratamento Farmacológico ........................................................... 40
6 APOIO MULTIPROFISSIONAL .......................................................... 42 7 PREVENÇÃO ..................................................................................... 43 8 ATUALIDADES E ESTATISTICAS ..................................................... 44 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................ 46 REFERENCIAS BILIOGRAFICAS ......................................................... 47
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INTRODUÇÃO
A obesidade vem sendo detectada nos últimos anos como uma
verdadeira epidemia mundial, segundo a Organização mundial de saúde
(OMS), isto está atingindo cada vez mais a família e comunidade de famílias e
adolescentes. A elevada taxa de sobrepeso e obesidade está sendo um motivo
de preocupação para estudiosos da saúde pública, e por esse motivo
pesquisas são realizadas a respeito de prevenção, causas e tratamentos.
Uma pesquisa feita pela OMS, no início dos anos noventa, estimou-se
que 18 milhões de crianças, menores de cinco anos, foram classificadas
obesas. A grande preocupação é o impacto econômico global, que esses
futuros adultos podem causar (SOARES E PETROSKI, 2003).
A obesidade é uma desordem multifatorial e crônica, e está presente
em todas as faixas etárias, em países desenvolvidos e em países em
desenvolvimento, ela é associada a várias alterações metabólicas e ao
aumento do risco cardiovascular, diminuindo assim a expectativa de vida.
Quando se fala em obesidade, pode-se dizer que ela é caracterizada pelo
acúmulo excessivo de tecido adiposo no organismo, oriundo da causa
multifatorial, como suscetibilidade genética, sexo, idade, ocupação, raça, dieta,
fatores ambientais, ou seja, a obesidade é uma enfermidade crônica que vem
acompanhada de múltiplas complicações, caracterizada pelo acúmulo
excessivo de gordura, segundo o Conselho Latino Americano em Obesidade
(SOARES E PETROSKI, 2003).
Pode haver três períodos críticos da vida, onde ocorre o aumento do número
de células adiposas, que são: o último trimestre da gravidez, pois os hábitos
nutricionais da mãe durante a gravidez pode modificar a composição corporal
do feto em desenvolvimento; o primeiro ano de vida e o surto de crescimento
da adolescência, sendo conhecida como (hiperplásica), ela se manifesta na
infância, causada pelo aumento do número de células adiposas no organismo,
aumentando à dificuldade da perda de peso, gerando uma tendência natural a
criança obesidade, permanecer obesa futuramente. Quando a obesidade é
(hipertrófica) esta pode se manifestar ao longo de qualquer fase da vida adulta,
e isso acontece pelo aumento do volume das células adiposas (SOARES E
13
PETROSKI, 2003).
As variações contínuas em altura e massa muscular relativa mostram
que a obesidade não pode ser avaliada somente pelas medidas de peso,
principalmente quando se trata de crianças e adolescentes, para estar
avaliando a obesidade na infância (até 10 anos) o método mais utilizado é a
relação peso/estatura, e o IMC é feito, peso em quilograma, dividido pela altura
em metros quadrado, é uma medida útil de adiposidade, pois levam em
consideração as variações na altura. Lembrando que são considerados obesos
aqueles indivíduos com a porcentagem de peso ideal acima de 120%, de
acordo com os dados de referências sobre hábitos alimentares errôneos,
genética, o estilo de vida familiar, condição socioeconômica, fatores
psicológicos e etnia, pois todos esses fatores fazem parte da obesidade
(SOARES E PETROSKI, 2003).
Fisberg (2005) afirma que o aumento da obesidade em lactentes é
resultado de um desmame precoce e incorreto, de erros alimentares no
primeiro ano de vida. As mães abandonam de forma precoce o aleitamento
materno, substituindo por alimentação com excesso de carboidratos, em
quantidades superiores que as necessárias para seu crescimento e
desenvolvimento. De acordo Rodrigues (1998), a superalimentação do bebê
pode ser importante no início da obesidade infantil, comprovando que bebês
alimentados com fórmulas artificiais, são mais pesados do que os que foram
alimentados em seio materno.
Algumas alterações metabólicas importantes, que são consideradas
fatores de risco para a doença arterial coronariana (DAC), como a
dislipidemias, hipertensão arterial, resistência à insulina e intolerância a glicose,
facilitam o aparecimento de Diabetes Mellitus tipo II, provocando alteração no
sistema circulatório e cardíaco (FISBERG, 2005).
A Hiperinsulina e resistência à insulina são bem conhecidas como
concomitantes da obesidade. Os pacientes obesos têm valores de glicemia de
jejum significativamente maiores do que em indivíduos do mesmo sexo e idade
sem excesso de peso, é menor a captação e a utilização de glicose nos
tecidos, devido a resposta dos tecidos periféricos a insulina estar diminuída
(FISBERG, 2005).
Na obesidade infantil, na adolescência e tanto futuramente uma das
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complicações que podem surgir são essas e os riscos da obesidade futura. Por
esse motivo os pais devem acompanhar e orientar a criança desde sempre,
para que a criança não desenvolva obesidade. Hoje em dia as causas da
obesidade infantil são muitas, sendo algumas delas: a má alimentação,
motivação errada por parte dos pais, falta de sono da criança, sedentarismo,
desmame precoce (FISBERG, 2005).
Existe vários fatores etiológicos, que por sua vez influenciam o
comportamento alimentar, entre eles os externos (unidade familiar e suas
características, valores sociais e culturais, alimentos rápidos e manias
alimentares), e fatores externos (necessidades e características psicológicas,
imagem corporal, valores e experiências pessoais, auto-estima, preferências
alimentares, saúde e desenvolvimento psicológico) (MELLO, 2004).
Hoje muitas soluções podem ajudar na obesidade infantil, como o
tratamento, atividade física, dieta, papel dos pais no tratamento e para Soares
e Petroski (2003) a prevenção não deve ser só por parte da criança, mais um
acompanhamento de familiares e apoio da equipe de multiprofissionais que
possam auxiliar a criança.
O presente trabalho tem como objetivo avaliar fatores que influenciam
na obesidade infantil, bem como as alterações metabólicas decorrentes do
excesso de peso nesta faixa etária, realizando uma abordagem geral da
obesidade infantil.
15
1 OBESIDADE
Atualmente, a obesidade é um dos problemas mais graves da saúde
publica, na vida adulta e na infância e adolescência. É considerada pela OMS
uma epidemia global, tanto em países desenvolvidos quanto nos em
desenvolvimentos, gerando cada vez mais riscos para saúde, (LEMOS;
MARTINS E CAVALCANTE, 2007).
A obesidade é multifatorial, influenciada por suscetibilidade genética,
sexo, idade, ocupação, raça, dieta e fatores ambientais, segundo Fisberg
(2005). Conceitualmente ela é classificada como um acúmulo de tecido
gorduroso, localizado por todo o corpo, que na maioria das vezes é causado
por doenças genéticas, endócrino-metabólicas ou por alterações nutricionais
(FISBERG, 2005).
Coutinho (1998) define obesidade como uma enfermidade crônica
sendo acompanhada por múltiplas complicações, caracterizada pelo excesso
de gordura corporal.
Um fator importante dentro das causas da obesidade é que mais de
95% das pessoas que desenvolvem obesidade por causa nutricional é
denominada simples ou exógena, que é multicausal derivada do desequilíbrio
entre a ingestão e o gasto calórico, assim com orientação alimentar e
mudanças de hábitos como otimização da atividade física são suficientes, e o
restante 5%, segundo Fisberg (2005), seriam obesos denominados endógenos
ou primária que se deriva de problemas hormonais, por exemplo: alteração do
metabolismo, tireoidiano, hipotálamo-hipofisário e tumores como o
craneofaringeoma e as síndromes genéticas (FISBERG, 2005; MELLO et al.,
2004).
A obesidade é uma doença que pertence ao grupo de doenças
Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT), mais mesmo assim gera aspectos
polêmicos quanto a sua denominação, sejam como doenças não infecciosas,
crônico-degenerativas ou doenças crônicas não transmissíveis, sendo esta
última a conceituação atualmente mais utilizada (PINHEIRO; FREITAS;
CORSO, 2004).
16
Entretanto a obesidade não é mais apenas um problema estético, que
incomoda apenas pela causa da “zoação” de colegas, mais a preocupação
devido ao excesso de peso pode provocar o surgimento de vários problemas
de saúde. E segundo Ferriani (2005) ela vem-se tornando uma epidemia no
mundo inteiro, atingindo todas as faixas etárias e de todos os estratos sociais.
A incidência de adolescentes obesos brasileiros tem aumentado muito nos
últimos anos no Brasil, principalmente nos grandes centros urbanos,
independente da classe social (FERRIANI et al., 2005).
1.1 Obesidade Infantil
Figura 1: Crianças obesas Fonte:http://emagrecercultiveessaidia.blogspot.com.br/2011/10/obesidade-infantil-um- assunto-serio.html
A obesidade infantil é considerada um problema tão antigo quanto nos
primeiros passos do ser humano no mundo, e estudos bastante complexos
17
estão sendo acompanhados desde a criação do homem, para lidar com uma
doença relacionada com o prazer humano, o “prazer de comer”, torna-se muito
difícil, (FISBERG, 2005).
Há muitos anos a obesidade infantil, está sendo pesquisada por
estudiosos no mundo inteiro, e é considerada a doença nutricional que mais
cresce no mundo e a de mais difícil tratamento (Fisberg, 2005). É considerada
nos países desenvolvidos segundo Rodrigues (1998) uma doença crônica e um
problema na saúde pública.
De acordo com A OMS, citada por Lauer e Clarke (1990) apud Ferriani
et al., (2005) quinze milhões de crianças e jovens no Brasil são obesos,
significando que mais de 15% da população infanto juvenil possui peso
corporal em excesso.
A obesidade é uma condição que afeta cada vez mais crianças, e está
relacionada a vários fatores, como hábitos alimentares, atividades física,
fatores biológicos, de desenvolvimento, doenças comportamentais e
psicológicas (FISBERG, 2005).
Em função do crescimento do sedentarismo, (as crianças estão mais
tempo em frente à televisão e jogos de computador, em vez de praticar
esportes físicos) e em relação a hábitos alimentares inadequados (maior apelo
comercial, incluindo o consumo dos chamados lanches rápidos “fastfoods”
doces e guloseimas), aumentando assim a morbimortalidade por doenças
cardiovasculares (DCV), devido ao crescimento da população infantil obesa
seguido com a população adulta (RODRIGUES, 1998; KOCHI e MONTE, 2006;
FISBERG, 2005; MELLO; LUFT; MEYER, 2004; TRICHES e GUGLIANE,
2005).
Quando a criança é obesa, frequentemente elas são discriminadas por
amigos, levando-as ao isolamento e a inibição. Segundo Fisberg e Bacella
adolescentes obesos apresentam quatro vezes mais comportamentos
depressivos quando comparados a adolescentes, exibindo baixa auto-estima e
comprometimento da auto-imagem, gerando problemas psicológicos, sociais e
econômicos quando na fase adulta (FISBERG, 2005).
18
1.2 Etiologia da Obesidade Infantil
No Brasil, muitos estudos têm apresentado um crescente aumento na
prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes. E mesmo
com o aumento acentuadamente nas últimas décadas em todo o mundo em
todas as faixas etárias, a obesidade continua sendo um problema para saúde
pública, apesar da existência de relatos a partir da Era Paleolítica sobre
“homens corpulentos”, pois a prevalência de obesidade nunca se apresentou
em grau epidêmico como na atualidade (PINHEIRO; FREITAS E CORSO
2004).
Para Monteiro e Conde (1999), os perfis nutricionais da população
brasileiros estão associados ao processo de transição nutricional, e com isso
houve uma redução na desnutrição infantil e um aumento no sobrepeso e
obesidade.
No entanto existe vários fatores que influenciam o comportamento
alimentar, sendo um deles os fatores externos, (unidade familiares suas
características, valores sociais e culturais, mídia, alimentos rápidos e manias
alimentares) e os fatores internos (necessidades e características psicológicas,
imagem corporal, valores e experiências pessoais, auto-estima, preferências
alimentares, saúde e desenvolvimento psicológico) (MELLO; LUFT; MEYER,
2004).
Vários estudos demonstram que principalmente os estilos de vida
sedentários associados a hábitos alimentares inadequados das pessoas são
determinante do processo de obesidade (WHO, 1998; BOUCHARD, 2003).
1.3 Epidemiologia
De acordo com a literatura, a ocorrência da obesidade em todas as
faixas etárias tem se dado de forma bastante preocupante e importante
(Accioly; Sauders; Lacerda 1998; Rodrigues, 1998), porém Mello, (1998) relata
19
que a obesidade ocorre mais frequentemente no primeiro ano de vida, entre
cinco e seis anos e na adolescência (MELLO, LUFT, MEYER, 1998).
Estudos mostram que nos Estados Unidos da América (EUA), há um
crescimento assustador do número de crianças obesas, chegando atingir cerca
de um quarto da população infantil (RODRIGUES, 1998).
Já no Brasil, comparando com os dados do Estudo Nacional da Defesa
Familiar (ENDEF), realizado em 1974 e 1975, com os dados da Pesquisa sobre
Padrões de Vida (PDV), realizada em 1996 e 1997, verificou-se um aumento na
prevalência de sobrepeso e obesidade de 4,1% para 13,9% em crianças e
adolescência de 2 a 17 anos na região Sudeste (RODRIGUES, 1998).
Para Leão essa situação pode ser atribuída em parte, devido ao
acesso aos alimentos industrializados, que acompanha a urbanização
juntamente com a falta de informação adequada, induzindo erros alimentares,
como o aumento do consumo de alimentos ricos em sal e gorduras (LIMA
ARRAIS, PEDROSA, 2004; LEÃO et al., 2003).
Comparando com o percentual de crianças brasileiras obesas serem
irrisório em relação às americanas, para Rodrigues (1998), o Brasil pode ser
considerado, como dois “Brasis”: o país da miséria, pois cerca de um terço das
famílias brasileiras (36,8%) vivem abaixo da linha da pobreza, conseguindo
sobreviver com até meio salário mínimo, e também o país de maior nível
econômico, onde as principais causas de óbitos são as doenças crônico-
degenerativas, conhecidas como doenças de primeiro mundo, apresentando
um percentual de adultos obesos, em que a associação com as doenças
cardiovasculares é evidente.
Entretanto o Brasil está mudando o seu perfil epidemiológico e se essa
tendência nutricional não mudar e continuar no século XXI haverá uma
expansão das doenças crônico-degenerativas (RODRIGUES, 1998).
1.4 Fatores que Influenciam na Obesidade
A obesidade é uma doença complexa com etiologia multifatorial e
conseqüências metabólicas heterogênea. Há um desequilíbrio crônico entre a
energia ingerida e consumida (FISBERG, 2005).
20
Crianças e adolescentes obesos sofrem de co morbidades que afetam
quase todos os sistemas do organismo. Os efeitos imediatos são os problemas
sociais e psicológicos, outros são os efeitos em longo prazo que inclui o
aparecimento de fatores de risco para doenças Cardiovasculares e Diabetes
Mellitus tipo II (FISBERG, 2005).
Na infância alguns fatores são determinantes para o estabelecimento
da obesidade como: o aumento do ganho gestacional; o desmame precoce e a
introdução inadequada de alimentos complementares, o emprego de fórmulas
lácteas inadequadamente preparadas, distúrbio de comportamentos
alimentares e inadequada relação familiar (FISBERG, 2005).
Em avaliações clínicas de criança e adolescentes obesos existem
alguns fatores de risco que devem ser analisados e considerados como:
Fatores familiares é o fator de risco mais importante pela soma da
influencia genética e dos fatores ambientais. O risco de a criança ser obesa é
de 80% quando os pais são obesos, de 50% quando o pai ou a mãe são
obesos e de 9% quando os pais não são obesos (FISBERG, 2005).
Gram e Col (1981) relata que se somente quatro membros na família
fosse obeso, a proporção da criança ser obesa seria de 3,2% para meninos e
de 5,4% para meninas. No entanto se toda família fosse obesa está proporção
sobe para 27,5% do sexo masculino e de 24,1% no sexo feminino. Esse
período constitui-se pelo consumo de alimentos de fórmulas lácteas mal
utilizadas. Distúrbio de comportamento alimentar e a inadequada relação
familiar são alguns fatores determinantes para a obesidade infantil.
Alguns fatores que influenciam na obesidade, são o desmame precoce;
a inatividade física; e a mídia e família, e em relação ao desmame precoce,
Fisberg (2005) afirma que o aumento da obesidade em lactentes é resultado de
um desmame precoce e incorreto, e de erros alimentares no primeiro ano de
vida das crianças, abandonando o aleitamento materno e substituindo-o por
alimentos com excesso de carboidratos, em quantidades superiores que as
necessárias para o crescimento e desenvolvimento.
Para Rodrigues (1998) a superalimentação do bebê é importante no
início da obesidade infantil, mais é constatado que os bebês alimentados com
fórmulas artificiais são mais pesados do que os que foram alimentados em seio
materno, então neste caso é correto que a mãe alimente o seu filho no seio
21
mais ou menos até o sexto mês para não prejudicar o peso da criança. Outro
fator que prejudica bastante na obesidade infantil é a inatividade física, que
vem se tornando um grande vilão na gênese da obesidade, e estudos
confirmam que uma diferença de 2% na ingestão energética em relação ao
gasto, por um período de 10 anos, pode acumular 20 kg de gordura corporal
(RODRIGUES, 1998).
Em relação ao sedentarismo na infância e adolescência destaca-se o
hábito de ver televisão, o uso de videogames, computadores, controles
remotos e automóveis. A televisão e os computadores se tornaram um dos
maiores aliados da obesidade, fazendo com que a criança e adolescente tenha
um menor gasto energético, diminuindo a atividade física, e associado com o
consumo de alimentos, freqüentemente a criança come na frente da televisão e
as grandes partes das propagandas oferecem alimentos não nutritivos e rico
em calorias, aumentando assim a obesidade infantil (RODRIGUES, 1998).
Além disso, o papel que influencia na alimentação da criança é a mídia,
esta relacionada com o pedido das crianças, os seus pais, na compra de
alimentos influenciada por propagandas na televisão, sendo esses alimentos
ricos em gorduras e açúcares, e há a divulgação dos conhecidos “fastfood” no
qual seus alimentos contêm um alto valor calórico.A obesidade vem tornando-
se um problema de saúde pública agravada pelo fato de a TV exercer grande
influência sobre os hábitos alimentares e promover o sedentarismo, em vez de
ensinar o hábito alimentar correto e saudável (RODRIGUES, 1998).
22
2 ALTERAÇÕES METABÓLICAS
As conseqüências das alterações metabólicas que ocorrem na
obesidade podem ser muito extensas e intensas, além de muito variadas
atingindo praticamente todos os sistemas orgânicos. A obesidade infantil tem
como principal risco na saúde a elevação de triglicérides e do colesterol,
alterações ortopédicas, dermatológicas e respiratórias. Na maioria das vezes
as alterações metabólicas são mais evidentes na vida adulta, no entanto cada
vez mais precocemente em crianças e adolescentes apresentam associação
de resistência insulínica, hipertensão e dislipidemias, aproximando o risco
cardiovascular desta faixa etária (FISBERG, 2005).
A obesidade instalada no final da infância e no início da adolescência
pode trazer conseqüências funestas para o indivíduo no futuro, ocorrendo
principalmente o início de placas ateromatosas, arteriolares e arteriais,
substrato para aterosclerose, que surgirá mais precocemente nestes
indivíduos, que estão sujeitos a outros fatores de risco também como
dislipidemias, o tabagismo, a hipertensão arterial, o estresse e o sedentarismo
(FISBERG, 2005).
Portanto em relação aos estados mórbidos, relacionado à obesidade
pediátrica, o mais importante deles é a manutenção do excesso de peso na
vida adulta, ou seja, a continuidade da doença (FISBERG, 2005).
Figura 2: Conseqüências da obesidade infantil. Fonte: http://www.comerparacrescer.com/2012/09/consequencias-da-obesidade-infantil/
23
2.1Triglicérides
As triglicérides são definidas como um tipo de gordura que circula no
sangue, fazendo parte das lipoproteínas junto com o colesterol e os
fosfolipídios. Seu aumento favorece a aterosclerose e conseqüentemente o
infarto do miocárdio e a apoplexia (PINHEIRO, 2004).
Na obesidade infantil a um aumento dos níveis de triglicérides que é
produzido pelo fígado isso faz com que ocorra um aumento também nos níveis
de VLDL-C, ocasionando problemas cardíacos, pois eles colaboram nas
formações de placas de gorduras nas artérias, o que impede tanto o
fornecimento de sangue para o coração quanto para o cérebro. A
hipertrigliceridemia, nome que se dá ao aumento dos triglicerídeos no sangue,
também é fator de risco para aterosclerose, principalmente se associados a
níveis baixos de HDL (FISBERG, 2005).
Níveis elevados de triglicérides podem causar doenças como diabetes,
hipotireoidismo, doença renal ou doença hepática. E crianças e adolescentes
com altos níveis de triglicérides têm fatores de risco como níveis elevados de
LDL e baixo níveis de HDL. O nível de triglicérides saudável é inferior a 150
mg/mL (FISBERG, 2005).
2.2 Colesterol
É um tipo de lipídeo (gordura) produzido em nosso organismo, que tem
a função essencial de produção de hormônio e vitamina D. E quando ocorre o
excesso de colesterol no sangue é prejudicial e aumenta o risco de
desenvolver doenças cardiovasculares. E existem dois tipos de colesterol no
nosso sangue, conhecido como lipoproteínas de alta densidade (HDL) e de
baixa densidade (LDL) (PINHEIRO, 2004).
24
Tabela 1: Valores normais de referencia dos lipídeos sanguíneos
Fonte:http://www.portalendocrino.com.br/doencas_colesterol.shtml
2.3 Colesterol LDL (Low-density lipoprotein)
Conhecido como colesterol “ruim” ele pode se depositar nas artérias e
causar seu entupimento. O colesterol LDL representa a fração de colesterol
que circula na corrente sanguínea ligada a lipoproteínas plasmática de baixa
densidade, esta definida como mau colesterol, uma vez que as lipoproteínas
plasmáticas de baixa densidade transportam o colesterol do fígado para a
corrente sanguínea, favorecendo a sua acumulação nos órgãos e tecidos
(PINHEIRO, 2004).
Na obesidade infantil há o aumento dos níveis de colesterol LDL, com
isso existe um maior risco para o desenvolvimento de doenças ateroscleróticas
(ESCRIVÃO et al., 2000).
Os níveis de LDL devem ser baixos, e para que esses níveis
permaneçam baixos, o adolescente deve evitar alimentos ricos em gordura
saturada, colesterol e calorias em excesso aumentarem o exercício e manter
um peso saudável (ESCRIVÃO et al., 2000).
25
2.4 Colesterol HDL (High-density lipoprotein)
Conhecido como colesterol “bom” retira o excesso de colesterol para
fora das artérias, impedindo o seu depósito diminuindo a formação da placa de
gordura (PINHEIRO, 2004).
O colesterol HDL representa a fração do colesterol que circula na
corrente sanguínea ligada a lipoproteínas plasmáticas de alta densidade, é
definido como bom colesterol, uma vez que os níveis elevados desse tipo de
colesterol esta relacionados com a diminuição de risco cardiovascular
(PINHEIRO, 2004).
Na obesidade infantil há diminuição nos níveis de HDL colesterol
aumentando mais o risco para doenças ateroscleróticas por se tratar de fração
antiaterogênica (ESCRIVÃO et al., 2000).
2.5 Colesterol VLDL (Very low-density lipoprotein)
O VLDL é uma subclasse de lipoproteína, produzido no fígado a partir
de colesterol e apoliproteinas. Na corrente sanguínea, o colesterol VLDL é
convertido em LDL, mau colesterol (PINHEIRO, 2004).
Na obesidade infantil o VLDL contribui para doenças cardiovasculares
devido ao excesso de colesterol depositado nas paredes dos vasos
sanguíneos, formando as placas de ateroma (aterosclerose) (ESCRIVÃO et al.,
2000).
Tabela 2: Alimentos que ajudam a combater o colesterol
Alimentos Preferir Evitar Peixes,
carnes, aves e frutos do
mar
Peixes, frango sem pele, carnes magras. Retirar toda a gordura visível.
Carnes gordurosas, vísceras (fígado,
coração), embutidos.
Leite e derivados
Leite e iogurte desnatado, queijo branco ou ricota.
Leite e iogurte integrais, queijos amarelos,
cremosos.
26
Ovos Clara de ovo. Receitas: duas claras = 1 ovo
Gema de ovo.
Frutas e verduras
Frutas e verduras frescas. Verduras na manteiga
Doces Massas de bolo sem gema de ovo, e
doces de frutas.
Massas de bolo com gema de ovo, sorvetes com leite, doces com
coco, chocolate, e chantilly.
Paes, cereais e
grãos
Pães pobres em gordura, cereais integrais (aveia, trigo, farelo), massas
sem gema de ovo, grão de bico, feijão, ervilha, lentilha, batata, arroz,
mandioca.
Pães com recheio, manteiga, croissants,
bolachas, massas com gema de ovo.
Gorduras, óleos e molhos
Margarinas, óleos vegetais (soja, milho, canola e azeite de oliva).
Frituras, manteiga, óleo de coco e de dendê,
maionese, gordura animal (toucinho, banha), molhos
com creme de leite. Fonte: http://www.cirurgiadaobesidademorbida.com.br/obesidadeinfantil/obesidadeinfantil.htm
2.6 Aterosclerose
É uma doença das artérias, caracterizada pelo desenvolvimento de
lesões gordurosas, conhecidas como placas ateromatosas localizada na
parede arterial interna, tem inicio na infância, antes do surgimento de suas
manifestações clinicas (GUYTON, 1992).
Inicialmente, ocorre o deposito de colesterol e ésteres de colesterol na
íntima das artérias musculares, formando (acúmulo de lipídios na intima das
grandes artérias), e nesse período de adolescência, algumas estrias acumulam
e começam a desenvolver uma capa fibromuscular, formando uma lesão (placa
fibrosa), e com o tempo essas placas aumentam e começa o processo de
calcificação, hemorragia, ulceração e trombose da placa, assim manifestando
clinicamente a doença (infarto do miocárdio, doença vascular periférica)
(FISBERG, 2005).
Elevadas concentrações de VLDL e o LDL estão associados à
deposição de gordura na parede dos vasos sanguíneos, levando à formação de
27
placas de colesterol. Quando nosso corpo tem mais colesterol do que precisa,
as moléculas de LDL ficam circulando no sangue à procura de algum tecido
que esteja precisando de colesterol para o seu funcionamento (FISBERG,
2005).
Se este colesterol não for entregue a nenhum tecido, a molécula de
LDL acaba se depositando nos vasos, acumulando gordura nos mesmos. Este
processo é chamado de aterosclerose (FISBERG, 2005).
2.7 Hipertensão arterial
Os mecanismos que promovem o aparecimento da hipertensão ainda
não são bem conhecidos. Tanto a pressão sistólica como a diastólica aumenta
com o aumento do índice de massa corporal. Um mecanismo responsável pelo
aumento da pressão arterial na obesidade é a diminuição da excreção de
sódio, causado pelo hiperinsulinismo (ESCRIVÃO et al., 2000).
Entre as causas que favorecem complicações cardiovasculares e
cerebrovasculares na obesidade infantil a hipertensão arterial é a principal
(FISBERG, 2005).
2.8 Hiperinsulinemia
Hiperinsulinemia são níveis excessivos de insulina circulante no
sangue, causado devido à resistência insulínica. O termo resistência insulínica
acontece devido a baixa sensibilidade dos tecidos a ação da insulina, deixando
o organismo menos sensível a ação da insulina e não agindo de forma
adequada. E dessa forma o pâncreas sintetiza e libera quantidades maiores de
insulina, causando a hiperinsulinemia (ESCRIVÃO et al., 2000).
A hiperinsulinemia é outra alteração metabólica encontrada na
obesidade infantil e que esta relacionada com a porcentagem de gordura
corporal. Os riscos séricos de insulina em jejum diminuem quando associada
com a perda de peso e restrição calórica. O encontro de hiperinsulina basal e
28
pós-sobrecarga de glicose, com glicemia normal ou aumentada, sugere à
resistência a insulina (ESCRIVÃO et al., 2000).
2.9 Diabetes Mellitus Tipo II
O diabetes mellitus (DM) é uma doença crônica caracterizada por
hiperglicemia persistente (Papelbaum et al., 2007). Já na obesidade está
vinculada com hipertrofia das células Beta, com o número de receptores de
insulina diminuídos e defeito pós receptor, contribuindo para uma maior
resistência a ação periférica e um esgotamento do pâncreas endócrino,
levando a surgir a diabetes mellitus tipo II (ACCIOLY; SAUNDERS; LACERDA,
1998).
A diabetes mellitus tipo II conhecido com diabete mellitus não
dependente de insulina é um distúrbio metabólico caracterizado pelo elevado
nível de glicose no sangue, causada pela resistência a insulina. A diabete tipo II
corresponde a 90% dos casos de diabetes. (ACCIOLY; SAUNDERS;
LACERDA, 1998).
2.10 Distúrbios Psicossociais
Os distúrbios psicológicos são frequentemente observados na
obesidade infantil, diminuindo a qualidade de vida e aumentando o número de
respostas emocionais. Esses distúrbios acometem pelo excesso de peso, e
consequentemente seus problemas psicológicos contribuem para o
aparecimento de obesidade exógena. Esses distúrbios psicossociais também
incluem a discriminação social e isolamento; afastamento de atividades sociais
e dificuldades de expressar seus sentimentos, fazendo com que a pessoa
obesa sinta vergonha de si própria. Em relação a esses transtornos
psicológicos pode causar problemas como a discriminação pela sociedade,
29
levando a uma maior vulnerabilidade a depressão, fazendo com que a pessoa
procure por alimentos e afastamento de atividades sociais. Normalmente essa
rejeição começa na idade pré-escolar, afetando a desempenho escolar e
relacionamentos e fazendo com que ela se sinta discriminada (FISBERG, 2005;
ABRANTES; LAMOUNIER; COLOSIMO, 2002; FERREIRA, 2005).
2.11Apnéia do Sono
O sono é uma necessidade vital, e é definida como um estado
fisiológico normal, com modificação do nível da consciência que duram em
media oito horas. As conseqüências dos distúrbios do sono esta relacionada à
qualidade de vida das crianças (TURCO et al., 2011).
A falta de sono total ou crônica na criança resulta em alterações
endócrinas e metabólicas, isso faz com que aumentam o risco de sobrepeso e
obesidade (TURCO et al., 2011).
A queda do volume de reserva expiratória do pico máximo de
ventilação voluntaria, a redução dos volumes e da complacência da caixa
torácica acaba por desencadear hipercapnéia e hipoxemia, levando a apneia e
aos distúrbios do sono como: ronco, sono entre costado e sonolência diurna
em obesos mórbidos (TURCO et al., 2011).
Nas formas graves de obesidade pode ocorrer a síndrome de Pickwik,
caracterizada por hipoventilação, sonolência diurna e apnéia do sono
(ESCRIVÃO et al., 2000).
2.12 Alterações Dermatológicas
As alterações dermatológicas são mais comuns o aparecimento de
estrias, pele frágil nas regiões das dobras e escurecimento na pele das axilas e
pescoço, entre outros. (ESCRIVÃO et al., 2000).
30
Figura 3: Alterações Dermatológicas causada pela obesidade. Fonte: www.mdsaude.com/2012/06/ovário-poliastico.html
Figura 4: Acantose Nigricante Fonte:www.saudemedicina.com/acantose-doença-de-pele
31
Figura 5: Acantose Nigricante e hirsutismo Fonte:angraderme.blogspot.com.br/2010-09-05-archive.html.
2.12 Distúrbios Respiratórios
Os distúrbios respiratórios também podem ocorrer na obesidade
infantil, sendo o mais freqüente a presença de tosse, esforço respiratório,
hiperpnéia e maior probabilidade para infecções do trato respiratório inferior.
Esses problemas ocorrem devido às alterações da função ventilatória, em
conseqüência do acúmulo de gordura nas costelas, nos espaços intercostais,
no diafragma e no parênquima pulmonar (FISBERG, 2005).
2.13 Complicações Hepáticas e Gástricas
As complicações hepáticas e gástricas podem ocorrer em decorrência
da obesidade, podendo apresentar refluxo gastroerofageano e distúrbios do
32
esvaziamento gástrico, por conseqüência do aumento da pressão intra-
abdominal determinada pelo aumento de gordura nessa região (FISBERG,
2005).
2.14 Sistema imunológico
O sistema imunológico também é comprometido com a obesidade, pois
o excesso de lipídio altera a composição celular, determinando disfunções que
acarretam respostas deficientes diante das agressões infecciosas (FISBERG,
2005).
2.15 Esteatose hepática
A esteatose hepática é umas das diversas alterações metabólica que a
obesidade provoca na saúde da criança. A esteatose hepática é definida
gordura no fígado. Mais de 70% dos pacientes com esteatose hepática são
obesos. Quanto maior o sobrepeso, maior o risco (PINHEIRO, 2004).
Nosso fígado possui normalmente pequenas quantidades de gordura,
que compõe cerca de 10% do seu peso. Quando o acúmulo de gordura excede
esse valor, estamos diante de um fígado que está acumulando gordura dentro
do seu tecido (PINHEIRO, 2004).
33
3 DIAGNÓSTICO
A definição de obesidade em crianças e adolescentes ainda não
apresenta consenso na literatura, mais o ideal para avaliação do estado
nutricional seria a utilização de medidas, identificando a quantidade de gordura
corporal, pois a relação entre peso e estatura nessa idade nem sempre mostra
um bom indicativo para este fim, mais, no entanto o índice de massa corpórea
(IMC), para idade e sexo, tem sido um dos métodos mais utilizado para
estimativa de sobrepeso e obesidade (FISBERG, 2005).
3.1 IMC
Ainda há preferência pelo IMC, devido ao baixo custo e a simplicidade
de realizar as medidas, esta é a forma mais útil de avaliar a quantidade relativa
de gordura corporal em crianças e adolescentes.
Para verificar se o peso da pessoa está acima do normal, esse método
deve ser aplicado dessa forma:
IMC= Peso (Kg) \ Estatura (m)²
Os principais problemas em relação ao IMC é a baixa correlação com a
estatura, pois esta pode não refletir o real da adiposidade na infância, devido
às crianças gordas ser altas e com maturação sexual precoce. Entretanto o
IMC é mais utilizado para acompanhamento clínico individual básico e para
pesquisa clínica, embora não especifique os compartimentos corpóreos, nem
pequenas variações no acompanhamento, é limitado para crianças com idade
superior a seis anos, devido à referência utilizada dos percentis (RODRIGUES,
1998).
34
Figura 6: Peso Ideal para criança.
Fonte: http://www.hamzo.com.br/bemestar.htm
Figura 7: Tabela de valores de referência do IMC Fonte: http://www.hamzo.com.br/bemestar.htm
35
3.2 Circunferência Abdominal:
O perímetro da cintura é medido com fita métrica ao nível do umbigo,
com a criança em expiração, com percentil 90, para sexo e idade.
A medida máxima deve ser:
- Homem até 90 cm
- Mulher até 80 cm
Figura 8: Como medir circunferência abdominal Fonte:http://cuitepbonline.blogspot.com.br/2012/02/dica-de-saude-com-josy-cavalcanti.html
36
4 MÉTODOS LABORATORIAIS
Esse é um método mais preciso e aprimorado na identificação da real
composição corporal dos indivíduos, mas muitos deles são invasivos e de custo
elevado, o que impede a utilização na prática clínica e em trabalhos de campo
(RODRIGUES, 1998).
Devido a MLG (Massa livre de gordura) se modificar durante ao
crescimento e desenvolvimento junto com a composição corpórea química,
pois a água corporal diminui e os elementos sólidos aumentam, deve-se
realizar esse método com muita cautela e de forma criteriosa.
Os métodos laboratoriais mais conhecidos são: Hidrometria,
Espectrofotometria de potássio 40, Infravermelho próximo, Densitometria- OPA
(Dual Photon Absorptiometry) ou DEXA (Dual Energy X – Ray Absorptiometry),
Impedância Bioelétrica (BIA), Ressonância magnética, Ultra sonografia e
Tomografia Computadorizada. Essas são as técnicas que classificam e
quantificam os diferentes níveis de obesidade, possuindo um bom grau de
precisão, mas alguns deles são contra indicado para avaliação de crianças, por
terem alta dose de radiação e dificuldade técnico-operacionais (ACIOLY;
SAUNDERS; LACERDA, 1998; SOARES; PETROSKI, 2003).
37
5 TRATAMENTO
Quando se fala de tratamento, pode-se dizer que é mais difícil na
infância do que na fase adulta, pois está relacionado a mudanças de hábitos e
disponibilidade dos pais, além de uma falta de entendimento da criança em
relação aos danos da obesidade (MELLO; LUFT; MEYER, 2004).
As bases fundamentais para o tratamento na obesidade infantil incluem
modificações no plano alimentar, no comportamento e na atividade física
(Fisberg et al., 1995). No entanto requer conhecimentos e cuidados especiais,
pois podem trazer prejuízos, muitas vezes, irreversíveis a saúde das crianças,
tanto em nível de crescimento e desenvolvimento, quanto em nível psicológico
(RODRIGUES, 1998).
O tratamento da obesidade deve incluir alterações gerais na postura
familiar e na criança, em relação a hábitos alimentares, tipo de vida, atividade
física e correção alimentar de longa duração. Isto deve levar em conta a
potencialidade da criança, sua idade e a participação da família e a disposição
de uma equipe multiprofissional integrada que modifique todo o seu
comportamento obeso gênico (RODRIGUES, 1998).
5.1 Plano Alimentar (Dieta)
Na reeducação alimentar, deve ser sugeridas dietas flexíveis e que
atendam as necessidades nutricionais da criança, ou seja, os pais devem
ensinar as crianças a importância de ter um hábito alimentar correto, sem
rigidez e restrições, pois isso pode prejudicar o crescimento e desenvolvimento
da criança, e assim o tratamento não terá sucesso (SOSRES E PETROSKI,
2003).
Em uma pesquisa feita por Fernando Piscolaro e Claudia Cozer (2012),
mostram que para começar a ter uma prática saudável a mesa, os pais devem
criar um ambiente adequado para que os filhos possam ter comportamentos
38
alimentares e peso saudáveis. Além disso, quando se tem dialogo sobre o peso
ideal e suas próprias medidas corporais sobre o controle alimentar e hábitos do
filho a mesa , de preferências alimentares saudáveis ou não, categorizar os
alimentos em “bons” ou “ruins”, “proibidos” ou “permitidos”, maior será a
associação com a presença de distúrbios alimentares e corporais nos filhos.
Entretanto, alguns trabalhos analisaram que refeições em família estavam
associadas com melhores hábitos alimentares dos jovens; relatando que esses
possuem menor IMC e menor propensão ou sobrepeso; menor consumo de
drogas e álcool; melhor nota na escola; menor taxa de depressão e tentativa de
suicídio, de comportamentos desordenados de alimentação.
Na primeira infância é recomendado que os pais forneçam as crianças
refeições e lanches saudáveis, balanceados com nutrientes adequados, e as
vezes permitindo que as crianças possam escolher a qualidade e quantidade
que elas desejam comer desses alimentos saudáveis (MELLO; LUFT; MEYER,
2004).
No entanto é sugerido que as crianças sigam os padrões paternos, e a
família deve estar sempre envolvida no tratamento, e fazendo com que a
frequência das refeições em família, seja de qualidade e prazerosos agradando
a todos (ABESO, 2012).
Figura 9: Pirâmide alimentar
Fonte: G:\piramide-alimentar(hotsite.brookfieldco.net.br.gif)
39
5.2 Atividade Física
Geralmente a criança obesa é pouco hábil nos esportes, e o programa
de atividades físicas para criança obesa, implica em atividades desenvolvidas
de acordo com a capacidade individual, pois este é o fator determinante para
que haja adesão da criança ao programa, garantindo sucesso ao tratamento
(SOARES E PETROSKI, 2003).
Alguns exercícios recomendáveis são:
• Exercícios aeróbicos (caminhadas, natação, ciclismo); exercícios
respiratórios;
• Exercícios posturais (preventivo e de manutenção);
• Exercícios de força e resistência;
• Exercícios de coordenação motora geral e especifica;
• Exercícios de equilíbrio.
No entanto, a ginástica formal, realizadas nas academias é bastante
apreciada, mas é dificilmente tolerada porque é um processo repetitivo e pouco
lúdico, ou seja, não tem muita diversão em fazer exercícios repetitivos (MELLO;
LUFT E MAYER, 2004).
Portanto, quanto se tem idéias criativas para aumentar a atividade
física, para as crianças, percebem-se mudanças na atitude da criança em
relação ao sedentarismo, exemplos dessas idéias são: jogar balão; pular corda;
caminhar na rua ou quadra; jogar bola ou outros esportivos é atividades que
não são enjoativas e que ocasiona o gasto energético, mudança de
comportamento, além de não ficar inerte por horas em uma só atividade
sedentária, como se fosse um vício (MELLO; MEYER, 2004).
40
Figura 10: Sedentarismo na infância Fonte:http://blog.jasminealimentos.com/ritmo-de-aumento-da-obesidade-infantil-no-brasil-preocupa-medicos/
5.3 Tratamento Farmacológico
Fisberg (2005), diz que não é recomendado o tratamento
farmacológico, pois pode atrapalhar no desenvolvimento. Escrivão et al, (2000)
afirma que a terapia medicamentosa não deve ser utilizada no tratamento de
criança obesas, devido aos efeitos colaterais das drogas e o risco de
dependência química e ou psicológica.
Atualmente há muitos fenômenos atuantes nos mecanismos da fome e
saciedade, uma série de substâncias que agem em nível central
(neurotransmissoras, neuromoduladoras, aminoácidos, aminos, nutrientes) e
de impulsos periféricos aferentes (nervo vago, hormônios gastrintestinais), que
atuam para aumentar ou diminuir a necessidade de alimentação (SOARES E
PETROSKI, 2003).
Genericamente falando da ação dos anorexígenos, podemos dizer que
o principal sistema controlador da fome e do apetite é situado no hipotálamo, e
nele possui duas regiões (HALPERN, 2005).
Ventromedial: que é responsável pela sensação de saciedade, que é
inibida por substância como a noradrenalina (por meio de receptor alfa dois) e
estimulada pela serotonina (através de receptor Beta).
41
Região lateral: que é responsável pela sensação de fome, é inibida
pela noradrenalina via receptor Beta, deve ser salientado que além da
diminuição da ingestão calórica estas substâncias induzem também um
aumento na queima calórica.
Já a sibutramina tem o aumento dos níveis de serotonina na região
ventromedial (aumento da saciedade) e da dietilpropiona, o fenproporex e o
mazindol através da elevação de níveis de noradrenalina/ou dopamina na
região lateral (diminui a fome) (HALPERN, 2005).
A primeira droga a ser utilizada no tratamento da obesidade foi a
anfetamina, (1937), mas ela tem sido causadora de muitos efeitos, incluindo a
estimulação do sistema nervoso central, modificação de comportamento ,
alterações cardiovasculares e dependência física e psíquica, constituindo um
sério obstáculo na sua utilização, mas as industrias farmacêuticas têm
trabalhado no sentido de produzir drogas com o poder anorexiante nítido e
poucos efeitos colaterais (HALPERN, 2005).
Alguns anorexígenos conhecidos são: Dietilpropiona (anfepramona);
Mazindol; Sibutramina e Fluoxetina, mais nenhum desses medicamentos
podem ser usados na obesidade infantil (HALPERN, 2005).
Entretanto, mesmo sendo adeptos do uso de drogas para casos de
obesidade, devemos ser muito cautelosos quanto à administração de
medicamentos antiobesidade em crianças e adolescentes (HALPERN, 2005).
42
6 APOIO MULTIPROFISSIONAL
O apoio da equipe multiprofissional é muito importante para o
tratamento da obesidade, cada profissional da área da saúde é de extrema
importância para ajudar crianças e adolescentes no período de tratamento.
Sendo que a união do paciente e equipe é essencial, pois o tratamento
geralmente é em longo prazo (ESCRIVÃO et al., 2000).
Os profissionais avaliam o que esta levando a obesidade e as
conseqüências do excesso de peso, que esta incomodando no momento, e
geralmente nesta equipe são envolvidos profissionais como: pediatra,
nutricionistas, psicólogo e educador físico ( ESCRIVÃO et al, 2000).
O pediatra no tratamento realiza a primeira abordagem do paciente, por
meio de consulta, por base na idade do inicio da obesidade, como ela vem se
desenvolvendo, identificando o que esta causando a obesidade, e também são
investigados doenças cardiovasculares, antecedentes de obesidade na família,
os níveis de atividades físicas que as crianças têm e exames físicos e
laboratoriais (ESCRIVÃO et al, 2000).
Assim o pediatra com os resultados analisados passa para o
nutricionista fazer o acompanhamento, e depois o orientando a fazer uma
reeducação alimentar e a diminuir gradativamente a quantidade de alimentos
consumidos e como deve ser consumidos, respeitando os horários da
alimentação, adequada mastigação entre outros (ESCRIVÃO et al, 2000).
Os regimes rígidos são contra-indicados, pois podem levar a perda do
tecido muscular e diminuição de velocidade de crescimento (ESCRIVÃO et al,
2000).
O educador clínico vai indicar as atividades de acordo com as
limitações de cada paciente, orientando exercícios aeróbicos realizados
regularmente objetivando o aumento de gasto de energia e mudanças no estilo
de vida (ESCRIVÃO et al, 2000).
O psicológico tem grande importância na equipe, fortalecendo e
mobilizando paciente para suportar o tratamento, que geralmente é lendo e de
longo prazo (ESCRIVÃO et al, 2000).
43
7 PREVENÇÃO
A obesidade na infância está bastante relacionada com a obesidade na
vida adulta. Para Vitolo (1998), a intervenção deve ocorrer antecipadamente na
criança, antes que se instale a obesidade, quando observada mudanças na
velocidade do ganho de peso. Eles relatam ainda que quanto maior a idade da
criança e maior o excesso de peso, torna-se mais difícil a reversão do quadro.
Entretanto a prevenção deve começar cedo, relatando que possui estratégias
que devem ser realizadas junto com a equipe multidisciplinar (médico,
nutricionista e educador físico), isso podendo ser feito desde a fase
intrauterina.
Relacionado com a prevenção, os pais juntamente com seus filhos
devem ser encorajados a ter uma alimentação saudável (o que inclui baixo
nível de gordura saturada), com horários e lugares certos para se alimentarem,
começando desde já da primeira década de vida a promover dietas saudáveis,
educação nutricional e atividades físicas, ou seja, é importante manter o hábito
de vida não sedentário; e dar ênfase que a obesidade é uma “doença” de difícil
cura, e por esse motivo todos devem lutar por sua prevenção (SOARES E
PETROSKI, 2003).
Figura 11: Alvos em potencial para a prevenção da obesidade infantil e adolescente Fonte: http://www.jped.com.br/conteudo/04-80-03-173/image_05.htm
44
8 ATUALIDADES E ESTATISTICAS
As estatísticas apontam que a obesidade infantil é a que mais cresce
no Brasil e aumenta cada vez mais nos últimos anos, dados da Pesquisa de
Orçamento Familiares 2008-2009, do IBGE apontam que em 20 anos os casos
de obesidade quase que quadriplicaram entre crianças de 5 a 9 anos,
chagando a 16,6% (meninos) e 11,8% (meninas). “É de chorar como está
vertiginoso o aumento, como o ritmo está maior” diz a nutricionista Inês Rugani.
“A obesidade vem aumentando faz tempo entre os adultos, mas não era
observada na infância dessa forma”( IBGE, 2010).
Pode-se dizer que a desnutrição está em processo de desnutrição no
país, mostrando que o déficit de altura, um importante indicador de desnutrição
caiu de 29,3 % (1974/75) para 7,2% (2008/09). E que as crianças com excesso
de peso de 1989 para 2009, o sobrepeso dobrou em meninos e triplicou em
meninas (IBGE, 2010).
Figura 12: Gráfico da obesidade infantil Fonte: http://obesidadenainfncia.blogspot.com.br/2012/04/ graficos-sobre-obesidade-infantil.html
45
Figura 13: Gráfico em porcentagem de 1975 a 2002 Fonte:http://obesidadenainfncia.blogspot.com.br/2012/04/graficos-sobre-obesidade-infantil.html
Foi aprovada pela Comissão de Desenvolvimento Urbano, que deverá
ser obrigatório a existência de assentos para obesos e de área especificas para
pessoas com deficiência em casas de diversão publica, salas de convenções,
instituição de ensino, edifícios públicos e salas de espera, facilitando a
locomoção dessas pessoas (SHIMOSAKAI, 2011).
Figura 14: Aprovação de cadeiras para obesos Fonte:httpz://turismoadaptado.wordpress.com/2011/11/10/comissao-aprova-exigencia-de-assentos-para-obesos-e-espaco-para-deficientes/
46
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que a obesidade infantil vem crescendo muito nas últimas
décadas, tornando-se um importante problema para saúde pública.
E o que vem motivando isso são as tendências de transição nutricional
que ocorre, dietas ricas em gorduras, açucares a redução de carboidratos e
fibras, ou seja, maus hábitos alimentares desde a infância até a fase adulta.
Conseqüentemente, devido a obesidade na infância, possui muitas
causas e fatores como hipotalâmicos, metabólicos, sociais, culturais e
psicológicos, a criança ou até mesmo adulto pode desenvolver muitas doenças
como: hipertensão, hiperlipidemia, distúrbios psicossociais, Diabetes Mellitus
tipo II, esteatose hepática e complicações gástricas.
Mas atualmente temos vários métodos para prevenção da obesidade, e
um deles é o diagnóstico que pode ser realizado pelo IMC ou métodos
laboratoriais, que ajuda a diagnosticar o grau da enfermidade do individuo.
E o tratamento pode-se dizer que começa por dietas, atividades físicas,
comportamento, hábitos alimentares acompanhados por toda família e por
multiprofissionais, e as vezes são usados remédios, apesar de não ser
indicado, somente em crianças em obesidade mórbida, mais fora isso desde
que realize o tratamento correto, haverá um grande sucesso contra a
obesidade infantil.
A melhor maneira de uma criança crescer saudável e não se tornar
obesa na vida adulta começa pela prevenção, sendo incentivada desde sempre
pela família e com a ajuda de multiprofissionais. A prevenção da obesidade
deve ter como foco, orientações para prática de uma alimentação saudável e
de atividade física para que a obesidade infantil não permaneça futuramente na
vida dos indivíduos.
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REFERENCIAS BILIOGRAFICAS
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