Para o Naturalismo, a arte é a expressão da vida, uma representação objectiva da realidade, sinónimo da retratação das formas reais da Natureza.
No campo da Literatura,
em vez do subjectivismo do
autor, da exacerbação do
sentimento e dos heróis,
deveria basear-se a ficção
na realidade, na
observação da natureza
humana, no vulgar. Mais
importantes do que a
forma, seriam os
acontecimentos vistos por
um narrador neutro.
• O romance
naturalista tentou
aprofundar a
demonstração de
teses científicas
para explicar a
decadência social.
1ª metade do séc. XIX: Pedro
• Pedro da Maia é a cópia de sua mãe: melancólico, abúlico e fraco.
• A educação que recebeu – à portuguesa – agrava os factores psicossomáticos: imposição de uma devoção religiosa punitiva, baseada no catecismo; aprendizagem do latim como prática pedagógica fossilizada; fuga ao contacto directo com a Natureza e com o lado prático da vida.
1ª metade do séc. XIX: Pedro
A meio do séc. XIX: Pedro• O adulto Pedro da Maia
ficará para sempre um ser débil e incapaz de resistir a pressões vindas do exterior.
• Quando aparece em Lisboa a deslumbrante Maria Monforte, esta exacerba o seu sentimentalismo e atrai-o como um íman.
• O casamento faz-se contra a vontade do pai Afonso da Maia.
2ª metade do séc. XIX: destino fatal de Pedro
• Maria, apesar dos dois filhos do casal, foge com o napolitano Tancredo.
• Pedro da Maia, tão levianamente como se casara, acaba com a sua vida, numa atitude romântica de encarar a morte como a solução para a dor.
• O destino desta personagem foi, pois, totalmente condicionado pelos factores naturalistas: hereditariedade, meio e educação.
Vida e Morte de PEDRO
• Vida dissoluta
• Encontro fortuito com
Maria Monforte
• (paixão)
• Pedro procura um
encontro com Maria
Monforte
• Encontro através de
Alencar
Vida e Morte de PEDRO
• (elementos de oposição: a negreira - oposição real de Afonso)
• Encontros e casamento• Vida de casados: viagem
ao estrangeiro, vida social em Arroios, nascimento dos filhos
• Retardamento do encontro com Afonso
• (elemento desencadeador do drama: o napolitano)
• Infidelidade e fuga de Maria Monforte – reacções de Pedro
Vida e Morte de PEDRO
• (o drama)
• Regresso de Pedro ao Ramalhete, diálogo com Afonso e suicídio de Pedro
• Motivação para a morte de Afonso
• Maria A. Gandra e Luis A. De Oliveira
• Educação à inglesa: contacto com a natureza (água fria); exercício físico (ginástica ao ar livre); aprendizagem de línguas vivas (inglês); rigor – método – ordem; valorização da criatividade e juízo crítico; submissão da vontade ao dever.
• Símbolo: o trapézio• Equilíbrio clássico: Alma
sã em corpo são• Quem aprova: Afonso e o
narrador (discurso valorativo)
2ª metade do séc. XIX: Carlos
2ª metade do séc. XIX: Carlos
• Contrariamente a seu pai, e ao que se esperava de um rapaz aristocrata, estuda Medicina em Coimbra
• Afonso oferece-lhe uma viagem de fim de curso, durante um ano por esse mundo fora, como formação complementar
2ª metade do séc. XIX: Carlos
• Apetrechado de conhecimentos teóricos, práticos e culturais, chega a Portugal pronto a exercer Medicina e a fazer investigação laboratorial
1875-1877
• Enquanto monta a consultório e constrói o laboratório, goza a vida no seio do seu círculo de amigos lisboetas
• Aprecia como ninguém as facilidades que o prestígio do seu nome e a riqueza lhe proporcionam
1875-1877
• Conhece Maria Eduarda que, tal como ele, faz a diferença pela beleza e pela maneira desenvolta de mulher viajada como se apresenta
• Tornam-se amantes e pouco a pouco vai esquecendo as intenções profissionais
Destino de Carlos da Maia
• Vida dissoluta• Encontro fortuito
com Maria Eduarda
• (paixão)• Carlos procura um
encontro com Maria Eduarda
• Encontro através de Dâmaso
Destino de Carlos da Maia
• (elemento de oposição: a amante – oposição potencial de Afonso)
• Encontros e relações• Vida de relações:
viagem ao estrangeiro e casamento adiados, vida social na Toca
• Retardamento por causa de Afonso
Destino de Carlos da Maia
• (elemento desencadeador da tragédia: Guimarães)
• Descoberta do incesto – reacções de Carlos
Destino de Carlos da Maia
• (a iminência da tragédia)
• Encontro de Carlos com Afonso, mudo, sem diálogo e motivação para suicídio de Carlos
• Morte de Afonso
Maria A. Gandra e Luis A. De Oliveira
CONCLUSÕES POSSÍVEIS
• A paixão de Carlos por Maria Eduarda é de tipo trágico, apresentando elementos que fogem às leis do Naturalismo.
• diversos.
CONCLUSÕES POSSÍVEIS
• O factor meio não funciona como condicionante, pois ambos foram criados em meios totalmente diversos.
CONCLUSÕES POSSÍVEIS
• O factor educação não funciona porque foram alvos de educação totalmente diferente.
CONCLUSÕES POSSÍVEIS• O factor
hereditariedade não funciona como condicionante porque só descobriram que havia muitas semelhanças entre os seus pais e que eram irmãos num momento já muito avançado.
A destruição de Carlos e da família Maia consuma-se por meio de um agente tão eficaz como dissimulado: o destino. Corporizado por Guimarães, no momento das revelações fatídicas, o destino e, afinal, essa força motora que comanda os eventos e conduz à catástrofe final.Carlos Reis, Introdução à Leitura d’Os Maias, p. 73
Então? Talvez tudo e mais o Destino?
«-E tu acreditas que
isso seja possível?
Acreditas que suceda a um
homem como eu, como tu,
numa rua de Lisboa?
Encontro uma mulher, olho
para ela, conheço-a, durmo
com ela e, entre todas as
mulheres do mundo, essa
justamente há-de ser minha
irmã. É impossível…» (Cap.
XVII)Autora: Isabel Paulo
A destruição de Carlos e da família Maia consuma-se por meio de um agente tão eficaz como dissimulado: o destino. Corporizado por Guimarães, no momento das revelações fatídicas, o destino e, afinal, essa força motora que comanda os eventos e conduz à catástrofe final.Carlos Reis, Introdução à Leitura d’Os Maias, p. 73
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