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ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO EM CASAS LOTÉRICAS
1 – INTRODUÇÃO:
A Casa Lotérica é uma unidade que comercializa todas as loterias federais, os produtos
assemelhados e atua na prestação de todos os serviços delegados pela Caixa Econômica Federal
- CEF.
A Casa Lotérica é uma espécie de franquia, que para conseguir participar do sistema é necessário
vencer uma licitação.
No Brasil, até a década de 60, administração das lotéricas era feita por particulares, selecionados
por licitação pública, sendo que o prazo de duração da concessão era de 05 anos.
Em 1961, o então presidente Jânio Quadros determinou a União como única competente para
legislar sobre o sistema de sorteios e a CEF como exploradora exclusiva das loterias.
Atualmente, as Unidades Lotéricas são classificadas em dois grupos:
Casa Lotérica – Instalada em qualquer município; e
Unidade Simplificada de Loterias (USL) – instalada apenas nos municípios onde não exista outra
unidade lotérica.
Os serviços delegados pela CEF para a Casa Lotérica são: o recebimento de contas de
concessionárias (água, luz e telefone), carnês, prestações, faturas e documentos de diversos
convênios, os serviços financeiros como correspondentes da CEF autorizados pelo Banco Central
e os Pagamentos dos Benefícios da Rede de Proteção Social, com o objetivo de favorecer a
população, propiciando maior comodidade. Além disso, existe a venda de créditos de operadoras
de telefonia móvel.
No passado as casas lotéricas realizavam apenas a venda de bilhetes lotéricos, no entanto
aumentaram substancialmente o volume de suas atividades devido ao convênio firmado entre
estes estabelecimentos e a Caixa Econômica Federal.
Neste convênio, as lotéricas passaram a desempenham atividades típicas de instituições
financeiras, tais como: recebimento de tarifas públicas (água, luz, telefonia, gás e etc), pagamento
de serviços sociais, saques, depósitos em conta corrente, poupança e aplicações financeiras, entre
outros volumes de recursos movimentados.
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A atividade dos caixas de uma casa lotérica, tornou-se semelhante aos dos caixas bancários, onde
consiste em operar terminais on line em jornadas de trabalho de 6 a 8 horas e que envolve grande
potencial de risco ergonômico.
Ciente dos riscos gerados nestas atividades foram encaminhados diversos ofícios aos órgãos
competentes, Ministério do Trabalho e Emprego e Câmaras Muinicipais de diversas cidades de
São Paulo, com o intuito da melhoria do ambiente de trabalho e preservação da saúde dos
trabalhadores deste setor, além da preocupação com a segurança patrimonial que gera alto
estresse e medo, podendo causar doenças relacionadas às atividades como transtornos
psicológicos.
Os objetivos deste estudo é a apresentação de como foi realizado cada análise ergonômica dos
postos de trabalho das casas lotéricas visitadas e a consolidação dessas análises ergonômicas
realizadas nas 10 (dez) casas lotéricas vistoriadas, situadas no Estado de São Paulo.
As lotéricas escolhidas estão situadas em diversos pontos comerciais, com a finalidade de observar
diferentes características, foram selecionados locais como: aeroporto, supermercado, loja de bairro,
loja de centro da cidade, terminal rodoviário, mercado popular e posto de gasolina.
2 - Conceitos Empregados:
O termo ergonomia formado pelas palavras do grego ergon (trabalho) e nomos (regras, leis), foi
proposto em 1857 pelo naturalista polonês Woiitej Yastembowski, usado pela primeira vez em 1949
pelo inglês Murrel e adotado oficialmente nesse mesmo ano pela Ergonomics Research Society, da
Inglaterra.
Do ponto de vista técnico, entende-se por ERGONOMIA o conjunto de parâmetros que devam ser
estudados e implantados de forma a permitir a adaptação das condições de trabalho às
características físicas, psíquicas e cognitivas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um
máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente, sem que o trabalho ou o ambiente
venham a ser fontes de doenças.
Dentro do contexto, é importante saber que a intervenção ergonômica depende da problemática a
ser estudada, ou seja, que ela é orientada pelos fatores de risco existentes nos postos de trabalho.
Citamos aqui alguns dos aspectos que a ergonomia engloba enquanto intervenção:
Posturas e movimentos
Antropometria
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Dispositivos, equipamentos, controles e mostradores
Levantamento e carregamento de peso
Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT)
Arranjo físico (layout)
Organização do trabalho
Fatores de exposições ambientais
Trabalho em turnos e noturno
Condições ambientais
Psicológicos (emocionais e cognitivos)
Informacionais, psicofisiológicos, cognitivos (captados pelos sentidos e processados pelo
cérebro)
Para os nossos estudos devemos considerar os fatores e as características que podem interferir
para que a atividade desempenhada num determinado posto de trabalho provoque maior ou menor
intensidade de desgaste ao trabalhador, em função das cargas exigidas por aquela atividade.
Estes fatores são os seguintes:
A ergonomia tem 5 grandes áreas aplicadas ao trabalho, são elas:
Área 1 - Ergonomia no Esforço Físico - trata-se de planejar o sistema de trabalho em atividades
pesadas, ou seja, atividades de alto dispêndio energético, no sentido de que não sejam
fatigantes; a fadiga decorrente da atividade fisicamente pesada é aquela que vem com acúmulo
Posto de Trabalho
População
Trabalhadora
Organização
do Trabalho
Análise Ergonômica
Ambiente Físico
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de ácido lático no sangue, com a possibilidade de acidose metabólica; nesta área da
ergonomia, também estudamos o trabalho em ambientes de altas temperaturas, devido à
enorme freqüência com que o trabalho pesado é complicado pelas condições adversas de
temperatura do ambiente, analisamos a movimentação manual de materiais, o confinamento,
pressão e transporte de carga.
Área 2 – Biomecânica Ocupacional - biomecânica significa o estudo dos movimentos humanos
sob a luz da mecânica; esta é, sem dúvida, a área de maior aplicação prática da ergonomia em
relação ao trabalho. Nesta área estudamos a coluna vertebral humana e a prevenção de
lombalgias; as posturas no trabalho e a prevenção da fadiga e outras complicações; a
mecânica dos membros superiores e as causas de tenossinovites e outras lesões por traumas
cumulativos e ainda, estudamos o que acontece com o ser humano quando trabalha na
posição sentada.
Área 3 – Antropometria Funcional - através da antropometria, pode-se medir as dimensões
humanas e seus ângulos de conforto e desconforto, e com base nisso, planejar postos de
trabalho corretos, tanto para se trabalhar sentado quanto para se trabalhar de pé e semi-
sentado, tanto para o trabalho leve como para o trabalho pesado, etc...Como regra básica, a
ergonomia se contenta quando se consegue planejar um posto de trabalho/condição de
trabalho que atenda a 90% da população, e para isso, o conhecimento do padrão antropológico
da população trabalhadora se constitui em item fundamental.
Área 4 - Prevenção do Estresse Psíquico no Trabalho - a ergonomia atua na prevenção da
fadiga física e da fadiga psíquica; neste caso, procura-se entender a fundo por quê o
trabalhador entra em fadiga, e a ergonomia propõe regras capazes de diminuir ou compensar
os fatores de tal sobrecarga.
Área 5 – Ergonomia Cognitiva na Prevenção do Erro Humano- é uma área que procura adotar
as medidas necessárias para que o indivíduo acerte no seu trabalho. Naturalmente, nem toda
forma de erro humano é devida a condições cognitivas ergonômicas adversas, porém elas
constituem em causa relativamente freqüente de erro humano; e conhecer as regras
norteadoras para aumentar a confiabilidade humana no desenho de painéis e de demais
elementos do posto de trabalho se constitui mandatório, principalmente quando a ocorrência de
erro pode originar tragédias, por exemplo, na condução de aeronaves ou mesmo na supervisão
do funcionamento de uma planta química perigosa.
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O Parecer Ergonômico é a apreciação preliminar do Posto de Trabalho, do Ambiente e da Tarefa,
objetivando detectar possíveis riscos e desconfortos ao trabalhador. Os problemas são
classificados, criticados e apresentados para priorização de soluções ou conhecimento do grau de
risco ergonômico.
3 - Demanda do Trabalho
Para cada casa lotérica visitada foi elaborado um documento intitulado Laudo Técnico Ergonômico
que teve por finalidade não só atender as exigências legais da NR-17, como também, identificar as
condições de trabalho nas dependências da Casa Lotérica de modo a estabelecer parâmetros que
permitam a adaptação destas condições às características psicofisiológicas dos trabalhadores,
proporcionando um máximo conforto, segurança e desempenho eficiente.
As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga
de materiais, aos movimentos repetitivos, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições
ambientais dos postos de trabalho e a própria organização do trabalho.
O estudo foi embasado, na NR-17 – Ergonomia (Anexo 1), Portaria nº. 3.751 de 23 de Novembro
de 1990 do MTE, visando identificar os possíveis fatores de risco para saúde ocupacional dos
trabalhadores, buscando melhorar qualidade de vida e diminuir quadros de distúrbios desses
trabalhadores.
4 - Informações das Lotéricas Visitadas:
Para cada unidade vistoriada foram levantados as seguintes informações:
Razão Social:
Endereço:
CEP:
Telefone:
CNPJ:
CNAE:
Atividade Principal: Casas lotéricas
Grau de Risco:
Número de empregados:
5 - Desenvolvimento da Ação Ergonomizadora:
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5.1 - Análise Macroergonômica:
a) Conceito:
• A macroergonomia é uma abordagem sistêmica que surge como um campo que enfatiza a
interação entre os contextos organizacional e psicossocial de um sistema . Sua aplicação promove
interações no contexto social e organizacional com vista à melhor adequação de processos e
concepção de novos sistemas. A visão macro da ergonomia atual focaliza o homem, a
organização, o ambiente e a máquina como um sistema mais amplo, deixando de se restringir
somente a questões do posto de trabalho. O propósito de especialistas em macroergonomia é
otimizar a produtividade através do reconhecimento de efeitos das interações sistêmicas entre os
indivíduos e os dispositivos de trabalho, nas suas variáveis ambientais, tecnológicas e
interpessoais.
b) Foco da macroergonomia:
• O foco da macroergonomia é identificar produtos, processos, condições ambientais e condições
psicossociais associados com algum prejuízo, e, então, implementar uma abordagem sistemática
para avaliar este prejuízo. O objetivo final é desenvolver um plano de ação para reduzir ou
preferivelmente eliminar este prejuízo.
c) Aplicação do método participativo:
• A ergonomia participativa tem sido considerada a abordagem mais apropriada e mais aplicada
dentro do contexto da macroergonomia, tendo-se firmado como a nova tecnologia para
disseminação da ergonomia. Além disso, o principal conceito por trás desta abordagem é o de que
a ergonomia existe na medida em que as pessoas estão envolvidas na sua utilização. A ergonomia
participativa procura exatamente envolver vários níveis organizacionais na identificação, análise e
solução de problemas, principalmente os problemas ergonômicos. Assim a ergonomia participativa
constitui em uma estratégia para estimular a participação, pois o envolvimento dos trabalhadores
em resolver os problemas ergonômicos pode gerar maior confiança, interesse e experiência,
levando-os a enxergar e resolver problemas relacionados ao seu trabalho, muitas vezes
dispensando a presença de especialistas.
d) Amplitude do programa:
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• Um programa de ergonomia deve identificar, monitorar e alterar quaisquer situações que
comprometam a qualidade de vida do trabalho. A meta é a estabilidade dos sistemas humano e
técnico que, em decorrência, garantem a qualidade de vida, da produção e dos produtos
fabricados. A partir do momento que o programa tem bem definidos suas metas e os meios para
alcançá-las, pode dispor de elementos de auto-avaliação que venham garantir a atividade e
continuidade da ergonomia.
e) Avaliação do desempenho:
• Existem protocolos para facilitar o levantamento de dados e medir o desempenho em postos de
trabalho, principalmente para avaliar os riscos de LER/DORT (check-list´s, Corlett, Rodgers, etc).
Fluxograma da Ação Ergonomizadora:
6 - Métodos e Metodologia utilizada
Abaixo relatamos os métodos e metodologias utilizadas para análise técnica ergonômica das
funções existentes na empresa, enfatizando os focos da ergonomia, com base nos seguintes
fatores: Organização do trabalho, Posto de trabalho, População Trabalhadora e Ambiente Físico.
Diagnose Ergonômica
das disfunções do SHTM
Apreciação Ergonômica
das disfunções do SHTM VALIDADO?
DISFUNÇÃO
VALIDADO?
DISFUNÇÃO
Aval. Erg. dos Custos
Humanos da Tarefa VALIDADO?
DISFUNÇÃO
N N N
S
S
S
S
S
S
Problematização
do SHTM
Sistematização do
SHTM
Parecer
Ergonômico
Sugestões de
Melhoria
Análise Ambiental
da Tarefa
Perfil e Voz dos
Operadores
Diagnóstico
Ergonômico
Recomendações
Ergonômicas
Análise
Comportamento.
da Tarefa
Explicitação dos
Constrangimentos
Análise de
medidas e índices
Quadro de
Custos Hum.
Análise
Macroergonômica
II
II
II I
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6.1 - Análise da Organização do Trabalho
Métodos utilizados: Entrevista informal e observação.
Metodologia: A análise da organização do trabalho teve como objetivo conhecer o sistema de
funcionamento, a jornada de trabalho das funções, ritmo de trabalho, as pausas utilizadas,
necessidades fisiológicas, enriquecimento da tarefa e as necessidades referidas pelos funcionários.
Uma entrevista formal foi realizada ao início do trabalho antes de iniciar as atividades em campo,
tendo como objetivo a coleta de dados referente à organização do trabalho, esta reunião foi
realizada com o rersponsável da Casa Lotérica.
Entrevistas informais foram realizadas junto aos funcionários, que puderam relatar o funcionamento
de sua atividade, como também seus relatos pessoais e específicos quanto ao serviço em análise.
6.2 - Análise do Posto de Trabalho
Métodos utilizados: Observação, medições, entrevista informal, fotos, filmagens, ferramentas
complementares.
Metodologia: A análise do posto de trabalho foi realizada estudando as ferramentas de trabalho, o
mobiliário, as dimensões e o posicionamento em relação ao funcionário.
6.3 - Análise da População Trabalhadora
Métodos utilizados: Entrevista informal, observação, avaliação biomecânica, fotos, filmagens.
Metodologia: A avaliação biomecânica foi realizada com intuito de avaliar os movimentos e
posturas assumidas durante o trabalho, além de amplitude de movimentos, uso de força e
repetitividade.
Um questionário foi aplicado com intuito de coletar dados organizacionais e dados relacionados a
quadros de dor e sensações físicas e mentais.
É importante salientar que o funcionário tem a liberdade de escolha em opções de respostas, em
percentual final analisamos a possível veracidade das respostas e reais necessidades dos
funcionários para gerar recomendações.
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6.3.1 - Modelo de Questionário Utilizado:
Setor: _________________________ Função: ___________________________
Faixa Etária: ( ) 20 a 30 anos ( ) 30 a 40 anos ( ) 40 a 50 anos ( ) 50 anos ou mais
1-Marque com X os tópicos que identificam sentir durante o trabalho (Com freqüência):
( ) Cansaço mental ( ) Sono ( ) Dor de cabeça
( ) Cansaço físico ( ) Pressão por produtividade ( ) Ansiedade
( ) Nervosismo ( ) Dores no corpo ( ) Tensão muscular
( ) Irritabilidade ( ) Outros
2- Marque a região do corpo que sente dor e/ou desconforto:
FRENTE COSTAS
3- Dê sugestões sobre o que pode ser melhorado para melhorar sua qualidade de vida e para facilitar
o trabalho:
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6.4 - Análise do Ambiente Físico
Métodos utilizados: Observação, medições ambientais, entrevista informal.
Metodologia: A análise do ambiente físico foi realizada observando disposição e tipo de
iluminação, tipo de piso e paredes, higienização, ventilação, cores e medições ambientais por uso
de aparelho.
Foi utilizado o aparelho de medição ambiental - Modelo: Aparelho Multifuncional Digital Instrutherm
– Mod. THDL - 400 (Luxímetro, decibelímetro, termômetro, higrômetro), com certificado de
calibração atualizada.
As medições ambientais foram realizadas no mês de Março de 2013; as condições de medições
são relatadas no tópico relacionado – Ambiente Físico.
6.5 - Recomendações e Sugestões
Ao final da análise de cada função, as recomendações e sugestões são apontadas com objetivo de
melhorias para prevenção à saúde do trabalhador, buscando alcançar o conforto, a segurança e a
eficiência do mesmo.
As recomendações e sugestões são classificadas quanto à necessidade de adaptações, níveis de
ação a curto, médio e longo prazo através de sinalização, como exposto no quadro abaixo:
Classificação quanto ao nível de ação
Ações em curtíssimo prazo – Altíssimo Risco Ergonômico
Ações em curto prazo – Alto Risco Ergonômico
Ações em médio prazo – Médio Risco Ergonômico
Ações em longo prazo – Baixo Risco Ergonômico
Detalhamos abaixo os riscos relatados, classificados em quatro (04) grupos:
Altíssimo Risco Ergonômico – Probabilidade altíssima de gerar doenças do trabalho
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Alto Risco Ergonômico – Probabilidade alta de gerar doenças do trabalho
Médio Risco Ergonômico – Probabilidade média de gerar doenças do trabalho
Baixo Risco Ergonômico – Baixa probabilidade de gerar doenças do trabalho
As variáveis que podem gerar doenças ocupacionais são diversas, dentre elas:
Biotipo (Idade, preparo físico, características corporais como altura, tamanho do membro
superior,...);
Tempo de trabalho;
Atividades realizadas anteriormente;
Atividades extra - profissionais;
Fatores Hereditários;
Doenças pregressas,...
A combinação de riscos existentes em um posto de trabalho, a postura do trabalhador, a
organização do trabalho e o ambiente físico podem levar quadros de risco a saúde do trabalhador.
As recomendações gerais, ou seja, comuns às funções, foram listadas ao final da análise de cada
função ou grupo homogêneo analisado.
7- Dados Organizacionais:
Em cada uma das localidades visitadas foram obtidos as seguintes informações, resultado de
entrevistas formais com os empregados, supervisores e proprietários das Casas Loréricas.
Segue abaixo um exemplo de uma das unidades vistoriadas:
Programas em Saúde e Segurança do Trabalho aplicados na empresa
- Treinamento periódico do plano de emergência do aeroporto ministrado pelos profissionais do próprio
aeroporto.
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Análise da Organização do Trabalho
Horário de
Funcionamento
(aberto ao público)
07h00 às 19h00 de segunda-feira a sexta-feira
07h00 às 13h00 aos sábados
Jornada de
Trabalho
06h30min – 15h30min - de segunda-feira a sexta-feira
09h00 – 19h00 - de segunda-feira a sexta-feira
10h00 – 19h00 - de segunda-feira a sexta-feira
Existe revezamento dos horários e escalas aos sábados.
Ritmo de trabalho
O ritmo de trabalho é acelerado, podendo aumentar nos dias de pico, em média
são realizados cerca de 600 atendimentos, nos dias de pico pode-se chegar em
até 900 atendimentos.
Além da grande quantidade de atendimentos existe o estresse e a pressão para
que não exista diferença de dinheiro no caixa, pois pode ser descontado do
salário das funcionárias.
A contagem e conferência do dinheiro são realizadas manualmente.
Rodízio de Funções
Não há rodízio de funções, somente revezamento dos horários.
Necessidades
fisiológicas
As funcionárias têm liberdade para pausas para realização de necessidades
fisiológicas e hidratação, no entanto no período entre 07h00 às 09h00 as
funcionárias ficam impossibilitadas de sair, pois apenas uma delas está
trababalhando neste horário que possui grande quantidade de atendimentos.
Micropausas e
Pausas
As micropausas não são pré-determinadas, mas há realização de micropausas
em períodos de espera de matéria-prima e em necessidade de manutenção.
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Há 1 pausa de 15 minuntos para o café.
A pausa para período de alimentação tem duração de 60 minutos.
Pausa diária total: 75 minutos.
Faltas dos
funcionários
Em casos de falta ao trabalho, as demais funcionárias ficam sobrecarregadas,
pois elas precisam aumentar o número de atendimentos para suprir a demanda.
Período para
alimentação
A pausa para período de alimentação tem duração de 60 minutos. Existem 3
diferentes períodos para a alimentação das 11h00 às 12h00, das 12h00 às 13h00
e das 13h00 às 14h00.
Benefícios
Ticket alimentação
Vale Transporte
Porcentagem na venda de bolões (tipo de jogo lotérico)
8 - Setor Analisado: Guichê de Atendimento
8.1- Função Analisada: Operadora de Caixa
Descrição da Função
- Atender clientes, organizar e limpar o setor de trabalho, realizar todas as transações da casa lotérica
(jogos lotéricos, saques, pagamento de contas, venda de crédito de telefonia móvel, etc).
Análise do Posto de Trabalho
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Guichê de
Atendimento
A empresa possui no total 3 guichês de atendimento, onde nenhum deles é
blindado.
A fila é única para os 3 guichês, sendo que existe uma fila para atendimento
preferencial (gestantes, idosos, deficientes e pessoas com crianças de colo). Os
guichês possuem uma abertura onde são realizadas as transações da casa
lotérica, neste local são depositados os bilhetes, boletos, dinheiro, etc. Além disso,
existe entre os vidros, uma fenda para ser realizada a comunicação oral entre
cliente-operadora de caixa.
As bancadas de trabalho são feitas em madeira, dispostas conforme figura abaixo
com uma angulação de aproximadamente 45º, possui borda anterior arredondada
somente na bancada do guichê. A bancada menor é utilizada apenas para apoiar o
monitor e possui regulagem de altura.
Guichê de
Atendimento
Medidas da bancada guichê:
- Altura da bancada guichê: 105 cm
- Profundidade: 50 cm
- Comprimento: Maior 85 cm / Menor 45 cm
A Área de trabalho da operadora possui espaço suficiente para girar a cadeira, de
forma que a mesma não realize rotação do tronco para utilizar o monitor e teclado.
Bancada Guichê Bancada
Monitor
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No entanto, a altura da bancada do monitor impossibilita giro da cadeira fazendo
com que a operadora bata suas pernas nesta bancada.
O monitor serve para registro das transações (touchscreen) e está disposto
lateralmente (lado direito) à abertura do guichês para dentro da lotérica não
gerando reflexos na tela.
O leitor óptico para o código de barra está disposto acima da bancada, no lado
direito do funcionário.
O teclado está disposto abaixo da bancada, no lado direito do funcionário.
O teclado é utilizado quando não se registra dados do leitor óptico e para algumas
operações específicas.
A máquina de cartão magnético fica sob a bancada.
A gaveta onde se guarda o dinheiro está posicionada abaixo da bancada.
Cadeira de trabalho
A cadeira possui as seguintes características:
- Assento e encosto acolchoados, revestidos por tecido que possibilita fácil
transpiração;
- Encosto lombar côncavo, anatômico e fixo em altura;
- Assento anatômico, giratório, com regulagens de altura e possui borda anterior
arredondada;
- 5 pés;
- Giratória;
- Possui rodízios.
O encosto possui as seguintes medidas:
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- 25 cm de altura
- 35 cm de largura
O assento possui as seguintes medidas:
- 40 cm de largura
- 40 cm da borda anterior a posterior
Obs.: Não há necessidade de uso do apoio de antebraços, pois dificultaria o
desempenho das atividades.
Guichê de Atendimento Cadeira de Trabalho
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Analise da População Trabalhadora
Avaliação Biomecânica
As funcionários trabalham em ciclos variáveis, alternando a posição em pé e sentada durante toda jornada
de trabalho. Mudam de posição quando sentem necessidade ou incomodo.
Na posição sentada, os pés não se apóiam ao chão, no entanto existe apoio para os pés não regulável.
Mesmo com o apoio uma parte do peso é suportada pelas coxas, levando a compressão da parte posterior
das mesmas.
Para diminuir esta tensão tendem a se sentar na parte anterior da cadeira, exigindo contração estática dos
membros inferiores e das costas, em hiperflexão de joelhos.
O posicionamento do monitor promove postura inadequada em tronco, braços e coluna cervical para
visualização do operador, com freqüência recorrente de utilização. A operadora não consegue girar a
cadeira por falta de espaço na frente da bancada do guichê proporcionando a rotação de tronco para
efetuar as transações no monitor.
Realizam flexão e inclinação do tronco, extensão e adução de ombro para alcançar os bilhetes, boletos,
dinheiro, etc, colocados pelos clientes e para devolvê-los realizam o mesmo movimento.
Para passar o documento no leitor óptico realiza adução e extensão do ombro, semi-flexão de cotovelo,
flexão de punho sem preensão palmar.
Para realizar a digitação no teclado realiza extensão dos ombros e digito pressão dos dedos. Ao utilizar o
teclado assume postura inadequada de tronco, devido à altura da bancada e da cadeira.
Realiza escrita com pouca freqüência para auxílio a clientes e anotações profissionais. Ao realizar escrita
em pé permanece em leve flexão de tronco.
Não há uso de força significativa nesta função.
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Trabalho sentado
Ciclo de Trabalho
A operadora realiza o atendimento, na maioria dos casos, em menos de 1 minuto.
Os ciclos repetitivos se concentram a maior parte nas primeiras horas após a abertura da casa lotérica no
período entre as 07horas e 09horas, principalmente, entre os dias 01 a 10 e 25 a 30 de cada mês, onde o
movimento de clientes aumenta.
Esse ciclo não exige o fator força, pois a operadora necessita manusear apenas papel.
Analise do Ambiente Físico
Ruído
Gerado pela conversação entre pessoas e sistema de som do aeroporto.
Temperatura
Artificial através de ar condicionado do aeroporto e ventilador.
Iluminação
Natural e artificial através de lâmpadas fluorescentes.
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Medidas Ambientais
Ruído
65,4 dB
Temperatura
27,1°C
Iluminação
590 lux
Umidade
51,5 % RH
Análise de Risco
A atividade de operadora de caixa é considerada de médio risco ergonômico podendo gerar alterações em
coluna vertebral e dores nos ombro e membros superiores. Além disso, existe o aspecto psicológico, onde
a atividade exige grande concentração para não haver erro.
Recomendações e Sugestões
- Disponibilizar apoio para os pés (disposto ao chão) com as seguintes características:
Dimensão mínima de 30x40;
Regulagem de altura e inclinação;
Base com piso anti derrapante.
- Adequar o mobiliário, principalmente a bancada, as necessidades das operadoras.
- O teclado e o monitor devem estar posicionados de forma que a operadora de caixa não flexione o tronco.
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- Melhorar as condições de conforto térmico.
- Melhorar o espaço nos guichês de atendimento para que as funcionárias possuam maior
flexibilidade para se movimentarem.
- Disponibilizar treinamento em ergonomia com intuito de gerar conscientização e orientação
quanto à postura assumida e utilização adequada de equipamentos de trabalho.
8 - Recomendações Gerais
- Os equipamentos utilizados para realizar as atividades devem estar em perfeito estado e adequados
para cada tipo de atividade/funcionário;
- Orientar funcionários sobre posturas adequadas de trabalho:
Como se sentar;
Como ajustar regulagens da cadeira;
Como utilizar mouse;
Ajuste de altura de monitor de vídeo;
Como se abaixar;
Como levantar um peso.
- Implantar a ginástica laboral na empresa, pelo menos 3 X por semana para diminuir os riscos
ergonômicos.
9 - Resultado de Questionários Aplicados
As reclamações e/ou dores nos relatos relacionadas ao trabalho se concentram nos dias de
pico. Outro fator de sensação durante o trabalho é o medo, gerado pelos assaltos.
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Nº. de questionários aplicados: 2
Sensações durante trabalho
Relato de dores que consideram relacionadas ao trabalho
10 - Representação Gráfica dos Riscos Ergonômicos
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11 – Conclusão e Consolidação dos Laudos:
Após análises realizadas podemos relatar situações mais e menos agravantes.
Os movimentos corporais (principalmente tronco encurvado para frente, flexão e extensão de
ombros, o ângulo de movimentos acentuados e os grupos musculares utilizados (musculatura
paravertebral e deltóide) em atividades realizadas na posição sentada são atividades de risco
ergonômico considerável devido ao posicionamento de equipamentos de trabalho, podendo
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provocar futuras patologias em coluna vertebral e ombros. Para isso existe a necessidade de
adequações em postos de trabalho.
Os movimentos em cotovelos e punhos são riscos ergonômicos existentes também nas atividades
desempenhadas pelas operadoras de caixa que podem gerar lesões em cotovelos e punhos.
Além disso, existem riscos ligados aos fatores organizacionais da função que geram ansiedade,
estresse e nervosismo, as atividades de atendimento a clientes podem gerar alterações em
pressão arterial e tensões musculares.
As atividades quando realizadas em postura em pé, proporcionam uma distribuição do peso do
corpo em coluna lombar, pernas e pés. A mudança postural periódica, o uso de acessórios
auxiliares e a realização de pausas proporcionam uma redução em riscos e preparo para
continuação das atividades.
A prática da ginástica laboral na empresa é fundamental devido ao preparo da musculatura para o
trabalho em atividades de alongamento e fortalecimento (devendo ser mais efetivo em membros
superiores e tronco).
Foi considerado também os fatores e as características que podem interferir para que a atividade
desempenhada num determinado posto de trabalho provoque maior ou menor intensidade de
desgaste ao trabalhador, em função das cargas exigidas por aquela atividade.
Estes quatro fatores foram divididos da seguinte forma:
Organização do Trabalho
Jornada de Diária
Ritmo de Trabalho
Pausas
Necessidade Fisiológica
Condições Ambientais
Ruído
Temperatura
Iluminação
Umidade Relativa do Ar
Posto de Trabalho
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Guichê de Atendimento / Bancada
Cadeira
Apoio para os Pés
Teclado e Monitor
Leitor Óptico
Espaço Físico
Análise População Trabalhadora
Esforço Repetitivo
Posição em Pé/Sentado
Membros Superiores
Membros Inferiores
Coluna/Tronco
Estresse
12 – Consolidado dos Riscos Ergonômicos Encontrados
12.1 – Organização do Trabalho
Conclusões: Na maioria das casas lotéricas não existem pausas pré-determinadas, no
entanto não existe impedimento também para realizar micropausas.
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Conclusões: A jornada diárias está de acordo com a legislação vigente.
Conclusões: Não existe impedimento para pausas para necessidades fisiológicas.
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Conclusões: O ritmo de trabalho é intenso com uma média mínima de 200 atendimentos em
dias comuns por cada atendente. Nos dias de pico pode-se chegar em até 800 atendimentos
dependendo da localização da casa lotérica.
12.2 – Condições Ambientais
Conclusões: Em sua maioria a iluminação encontra-se adequada aos parâmetros
estabelecidos na NR-17, item 17.5.3.3 (NBR 5413 – Iluminância de Interiores).
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Conclusões: O ruído de fundo gerado é em sua maioria proveniente de conversação dos
clientes e movimentação nos centros comerciais e/ou nos veículos que circulam nas vias.
Conclusões: Foram encontradas apenas duas lotéricas com umidade relativa do ar abaixo
de 40%, isso se deve a regionalização e as condições climáticas, pois os locais não eram
fechados e climatizados.
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Conclusões: Como regra geral, temperaturas confortáveis (entre 20ºC a 23ºC), para
ambientes de trabalhos intelectuais e que exige concentração estão estabelecidos no item
17.5.2 da NR-17, alínea b. Os valores estão acima, principalmente porque a maioria das
casas lotéricas não possui climatizador (exceção de 2 casas lotéricas), somente ventilação
mecânica.
12.3 – Posto de Trabalho
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Conclusões: Em algumas lotéricas forma encontradas cadeiras fora dos padrões
estabelecidos na NR-17, principalmente as cadeiras dos supervisores e coordenadores.
Conclusões: Em quase todas as lotéricas existiam apoios para os pés, no entanto não
possuem altura regulável.
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Conclusões: O teclado e o monitor encontram-se ao lado direito dos postos de trabalho nos
guichês de atendimento, com a sua localização e a falta de espaço físico isso faz com que o
operadora promova postura inadequada em tronco, braços e coluna cervical.
Conclusões: O leitor óptico se encontra a frente dos operadoras.
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Conclusões: O espaço físico, principalmente entre a cadeira e a bancada são fatores que
determinam postura inadequada. Pois os operadoras ao invés de girarem a cadeira realizam
o movimento com o tronco.
Conclusões: A Bancada e o guichê de atendimento foram projetados de forma a atender aos
clientes. No entanto, os funcionários não conseguem uma postura adequada com o Layout
determinado pela Caixa Econômica Federal.
12.4 – Análise População Trabalhadora
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Conclusões: O trabalho é estressante por diversos motivos: medo de assalto, grandes filas,
horários e dias de pico (onde pausas não podem ser realizadas por causa da demanda),
grande concentração para não haver erro (descontos salariais), etc.
Conclusões: Conforme citado anteriormente, o espaço físico proporciona uma postura
inadequada sobrecarregando a coluna e o tronco.
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Conclusões: Os membros inferiores ficam sobrecarregados com a ausência de apoio para
os pés com regulagem de altura. Mesmo com o apoio uma parte do peso é suportada pelas
coxas, levando a compressão da parte posterior das mesmas.
Conclusões: Os membros superiores são exigidos a todo momento para execução das
atividades laborais.
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Conclusões: Existe variação a critério do operadora das posições em pé ou sentado.
Conclusões: Não existe esforço repetitivo significativo, pois existem diversas operações
distintas.
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13 – Conclusões Finais
Os principais geradores de riscos ergonômicos nos postos de trabalho avaliados são:
- O Laytou determinado pela Caixa Econômica Federal estabelecido na Circular Caixa nº 539 de 02
de fevereiro de 2011.
- Ritmo de trabalho intenso nos dias de pico
- Estresse com o medo de assalto e falta de segurança patrimonial
- Falta de sistema de climatização nas casas lotéricas
Concluímos que a atividade de operadora de caixa é considerada de médio risco ergonômico
podendo gerar alterações em coluna vertebral e dores nos ombro e membros superiores. Além
disso, existe o aspecto psicológico, onde a atividade exige grande concentração para não haver
erro.
O principal objetivo deste trabalho foi fornecer dados sobre as condições de trabalho a que estão
sujeitos os funcionários das casas lotéricas, devendo, contudo ser dada especial atenção no
atendimento às recomendações contidas no corpo do laudo, no intuito de manter e assegurar boas
condições aos trabalhadores durante o desenvolvimento de suas atividades laborais.
A empresa deve organizar cronograma para estudos e atendimentos as recomendações contidas
neste laudo.
14 - Dicas Gerais
A POSTURA EM PÉ
De maneira geral, na concepção dos postos de trabalho não se leva em consideração o conforto do
trabalhador na escolha da postura de trabalho, mas sim as necessidades da produção. A escolha da
postura em pé, muitas vezes, tem sido justificada por considerar que, nesta posição, as curvaturas da
coluna estejam em alinhamento correto e que, desta forma, as pressões sobre o disco intervertebral
são menores que na posição sentada. Os músculos que sustentam o tronco contra a força
gravitacional, embora vigorosos, não são muito adequados para manter a postura em pé. Eles são
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mais eficazes na produção dos movimentos necessários às principais mudanças de postura. Por mais
econômica que possa ser em termos de energia muscular, a posição em pé ideal não é usualmente
mantida por longos períodos, pois as pessoas tendem a utilizar alternadamente a perna direita e
esquerda como apoio, para provavelmente facilitar a circulação sanguínea ou reduzir as compressões
sobre as articulações.
A manutenção da postura em pé imóvel tem ainda as seguintes desvantagens:
- tendência à acumulação do sangue nas pernas o que predispõe ao aparecimento de insuficiência
valvular venosa nos membros inferiores, resultando em varizes e sensação de peso nas pernas;
- sensações dolorosas nas superfícies de contato articulares que suportam o peso do corpo (pés,
joelhos, quadris);
- a tensão muscular permanentemente desenvolvida para manter o equilíbrio dificulta a execução de
tarefas de precisão;
- a penosidade da posição em pé pode ser reforçada se o trabalhador tiver ainda que manter
posturas inadequadas dos braços (acima do ombro, por exemplo), inclinação ou torção de tronco etc.;
- a tensão muscular desenvolvida em permanência para manutenção do equilíbrio traz mais
dificuldades para a execução de trabalhos de precisão.
A POSIÇÃO SENTADA
O esforço postural (estático) e as solicitações sobre as articulações são mais limitados na postura
sentada que na em pé. A postura sentada permite melhor controle dos movimentos pelo que o
esforço de equilíbrio é reduzido. É, sem sombra de dúvida, a melhor postura para trabalhos que exijam
precisão.
Em determinadas atividades ocupacionais (escritórios, trabalho com computadores,
administrativo etc.) a tendência é de se permanecer sentado por longos períodos. De maneira geral,
os problemas lombares advindos da postura sentada são justificados pelo fato de a compressão dos
discos intervertebrais ser maior na posição sentada que na posição em pé. No entanto, tais problemas
não são apenas decorrentes das cargas que atuam sobre a coluna vertebral, mas principalmente da
manutenção da postura estática. A imobilidade postural constitui um fator desfavorável para a nutrição
do disco intervertebral que é dependente do movimento e da variação da postura. A incidência
de dores lombares é menor quando a posição sentada é alternada com a em pé, e menor ainda
quando se podem movimentar os demais segmentos corporais como em pequenos
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deslocamentos.
A postura de trabalho sentado, se bem concebida (com apoios e inclinações adequados), pode até
apresentar pressões intradiscais inferiores à posição em pé imóvel, desde que o esforço postural
estático e as solicitações articulares sejam reduzidos ao mínimo. Trabalhar sentado permite
maior controle dos movimentos porque o esforço para manter o equilíbrio postural é reduzido.
As vantagens da posição sentada são:
- baixa solicitação da musculatura dos membros inferiores, reduzindo assim a sensação de
desconforto e cansaço;
- possibilidade de evitar posições forçadas do corpo;
- menor consumo de energia;
- facilitação da circulação sangüínea pelos membros inferiores.
As desvantagens são:
- pequena atividade física geral (sedentarismo);
- adoção de posturas desfavoráveis: lordose ou cifoses excessivas;
- estase sangüínea nos membros inferiores, situação agravada quando há compressão da face
posterior das coxas ou da panturrilha contra a cadeira, se esta estiver mal posicionada.
Para Usuários de Microcomputadores
Os funcionários que desenvolvem suas atividades na posição assentada devem sempre ajustar o
posicionamento das cadeiras e monitor de vídeo, conforme figura abaixo:
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Uso dos
mobiliários
Posicione adequadamente o microcomputador: monitor de lado para a janela; caso esteja de
frente, ou de costas, deve haver persiana, a ser mantida fechada.
O monitor de vídeo deve estar bem em frente aos olhos do colaborador. Não trabalhe com o
monitor de lado, pois isso exige torções do tronco e do pescoço, com possíveis conseqüências
dolorosas para a musculatura
A altura ideal para o monitor de vídeo é aquela em que o mesmo se encontra um pouco abaixo da
projeção horizontal dos olhos e um pouco inclinado para cima, facilitando a leitura. O limite superior
do monitor de vídeo é na projeção horizontal dos olhos. Se o usuário for baixo, é possível colocar o
monitor de vídeo direto sobre o tampo da mesa; porém, se for alto, essa posição do monitor poderá
causar dor nos músculos do pescoço. Portanto para pessoas altas os monitores sevem ser posto
sobre um suporte.
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No caso de uso de óculos multifocais para presbiopia, o melhor posicionamento do monitor de
vídeo é um pouco mais baixo que a horizontal dos olhos (sobre a mesa ou um pouco acima);
monitores no nível da horizontal dos olhos trazem desconforto, pois o usuário terá que inclinar a
cabeça para trás a fim de obter foco na parte de baixo das lentes multifocais.
Regule a luminosidade e o contraste da tela, para evitar esforços visuais.
Use uma cadeira ergonomicamente correta. Evite cadeiras de madeira, cadeiras com ângulo reto
entre coxas e tronco, de palhinha e mesmo cadeiras de gerente. Cadeiras com braços podem ser
utilizadas, desde que não atrapalhe a aproximação do usuário à mesa.
Aprenda a fazer as regulagens da cadeira às suas dimensões, de modo a obter bom conforto. A
altura certa de sua cadeira de trabalho é aquela em que seus cotovelos estejam na altura do tampo
da mesa. Caso seus pés fiquem suspensos, coloque um apoio para os mesmos.
Ajuste a altura do apoio lombar da cadeira, de forma a lhe proporcionar bom apoio, sem forçar
qualquer ponto da coluna.
Quando estiver digitando, usando o mouse ou lendo, ajuste a cadeira de tal forma que seu tronco e
suas coxas formem um ângulo de aproximadamente 100 - 110 graus. Quando estiver escrevendo,
sente-se mais para a extremidade anterior da cadeira.
Se o usuário é muito alto (maior que 1,75m), provavelmente necessitará de uma mesa mais alta
que o padrão de 75 cm; procure alguma forma de elevar a mesa, através de calços ou de mesas
especiais dotadas de regulagem de altura.
Procure liberar espaço junto de sua mesa de trabalho; se necessário, afaste a CPU e coloque o
monitor de vídeo sobre um suporte vazado.
Garanta a existência de algum espaço para movimentar o teclado um pouco para frente e um
pouco para trás e, inclusive, procure um arranjo em que seja possível afastar o teclado,
possibilitando assim, usar a superfície da mesa para a escrita.
Procure trabalhar em uma mesa que tenha bordas arredondas. Caso não as tenha, pode-se utilizar
um apoio almofadado para antebraço, mas que seja mais baixo do que o teclado. Use-o como
descanso durante as correções do trabalho e durante o período de interação com o computador.
Trabalho que envolva leitura freqüente de texto ou consulta a documentos, arranje um suporte para
documento e coloque o texto inclinado, o mais próximo possível do monitor de vídeo, ou entre este
e o teclado, de forma que o seu deslocamento de pescoço seja pequeno.
Todos os objetos de uso constante (calculadora, telefone e outros) devem estar o mais próximo
possível de seu corpo; se no seu posto de trabalho você tem que se virar (posto em "L" ou mesa
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complementar), garanta que na outra posição exista uma extensão telefônica, de forma a evitar
torção do tronco ao ter que atendê-lo.
Postura correta para o trabalho
Procure sentar-se sempre alinhado com o eixo da cadeira. Evite sentar-se torto. Seu corpo, o
teclado e o monitor de vídeo devem estar alinhados. O monitor de vídeo deve estar bem na frente
dos olhos. Somente no caso de trabalho constante de entrada de dados é que o monitor pode ficar
um pouco de lado, se, nesse caso, à frente de seus olhos, for colocado o documento-fonte.
A distância correta do monitor de vídeo aos olhos é aproximadamente a distância de seu braço
esticado.
Coluna reta em relação à mesa e ao monitor de vídeo.
Não faça concessões em relação à postura, ou seja, não adote posturas erradas, nem em
trabalhos de pequena duração.
Utilizar os intervalos que possam surgir durante o período de trabalho para um breve alongamento,
mudança de postura, uma boa respirada, etc., como uma forma de aumentar a circulação
sanguínea, aliviar as tensões e melhorar os reflexos
Operação do teclado
Procure digitar com os 10 dedos, com método.
Enquanto estiver digitando, não fique com o punho apoiado sobre a mesa ou sobre uma almofada
eventualmente existente.
Procure conhecer teclas de atalho de seu programa, de forma a reduzir o uso do mouse.
Caso perceba que o teclado está se tornando duro (isso é normal depois de alguns meses ou
anos), troque-o imediatamente. Considere que os dedos não estão aptos a desenvolver esforços
contra resistência.
Operação do mouse
Procure um mouse no formato tradicional, mas que seja adequado ao tamanho da sua mão;
existem mouses dos mais diversos tamanhos.
Procure trabalhar com os braços junto do corpo. Evite ao máximo esticar ou abrir o braço para
operar o mouse. Para isso, uma das alternativas é usar o mouse com a mão esquerda, não se
esquecendo de mudar a configuração do mesmo para clicar no botão direito. Ou, se você tiver
muita dificuldade em operá-lo com a mão esquerda, passe a usar um teclado menor. Outra
alternativa, é usar o mouse sobre o topo de um gaveteiro volante, o mais próximo possível de seu
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corpo, lembrando que nessa alternativa, há um aumento do tempo de deslocamento entre o
teclado e o mouse.
Troque o mouse quando perceber que o comando estiver duro. Movimentos do indicador contra
resistência costumam ser causa de distúrbios dolorosos.
Ambiente
Cores - Equilibre as luminâncias usando cores suaves em tons mate. Os coeficientes de reflexão
das superfícies do ambiente devem estar em torno de: 80% para o Teto; 15 a 20% para o Piso;
60% para a Parede (parte alta); 40% para as Divisórias, para a Parede (parte baixa) e para o
Mobiliário.
Temperatura - Como regra geral, temperaturas confortáveis, para ambientes de trabalhos
intelectuais e que exige concentração, são entre 20 e 22 graus centígrados, no inverno e entre 25 e
26 graus centígrados no verão (com níveis de umidade entre 40 a 60%).
Acústica - É recomendável para ambientes de trabalho em que exista solicitação intelectual e
atenções constantes, índices de pressão sonora inferiores a 65 dB (A). Por esse motivo
recomenda-se o adequado tratamento do teto e paredes, através de materiais acústicos e a
adoção de divisórias especiais.
Humanização do ambiente - Sempre que possível humanize o ambiente (plantas, quadros e
quando possível som ambiente). Estimule a convivência social entre os funcionários. Muitas
empresas que estão adotando políticas neste sentido vêm obtendo um aumento significativo de
produtividade. Lembre-se que o processo de socialização é muito importante para a saúde psíquica
de quem irá trabalhar nele.
15 - Bibliografia
ERGONOMIA: LIVROS EM PORTUGUÊS
DEJOURS, Christophe. A loucura do trabalho. São Paulo, Cortez/Oboré, 1988. 163 p..
DUL, Jan; WEERDMEESTER, Bernard. Ergonomia prática. São Paulo, Edgard Blucher, 1995. 147
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FIALHO, Francisco; SANTOS, Neri dos. Manual de análise ergonômica no trabalho. Curitiba,
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IIDA, Itiro. Ergonomia - Projeto e produção. São Paulo, Edgard Blücher, 1990. 465 p..
LAVILLE, Antoine. Ergonomia. São Paulo, EPU/ EDUSP, 1977. 99 p..
WISNER, Alain. A inteligência no trabalho; textos selecionados de ergonomia. São Paulo,
Fundacentro, 191 p.
WISNER, Alain. Por dentro do trabalho; ergonomia: método & técnica. São Paulo, FTD/Oboré,
1987. 189 p..
ERGONOMIA: MANUAIS
GRANDJEAN, Etienne.Fitting the task to the man; a textbook of occupational ergonomics. London,
Taylor & Francis, 1988. 4th ed. 363 p.
ERGONOMIA: RECOMENDAÇÕES PARA ESTAÇÕES DE TRABALHO INFORMATIZADAS.
CAKIR, A.; HART, D. J.; STEWART, T. F. M.. Visual display terminals. New York, John Wiley &
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CHAMPION, Christine; VALLERY, Gérard; PRETTO, Jessy. Le travail et l’ecran. Montrouge,
ANACT, 162 p.
GRANDJEAN, Etienne. Ergonomics in Computerized Offices. Taylor & Francis, London, 1994.
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GRANDJEAN, Etienne (ed.). Ergonomics and health in modern offices. London, Taylor & Francis,
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GRANDJEAN, Etienne; VIGLIANI, E. (ed.). Ergonomic aspects of visual display terminals. London,
Taylor & Francis, 1980. 300 p.
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CHAFFIN, Don B.; ANDERSSON, Gunnar B. J.. Occupational biomechanics. New York, John Wiley
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CORLETT, Nigel; WILSON, John; MANENICA, Ilija. The ergonomics of working postures. London,
Taylor & Francis, 1986. 429 p.
NORMAS DIVERSAS
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Norma Regulamentadora 17 – Ergonomia, Portaria 3.214/78
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Manual de Atendimento à NR 17 – MTE - 2003
Lei 2.586, SMS, Estado do Rio de Janeiro, 1996.
BS 8800, Versão 1996.