Que fazer para mudar
Tudo terá que mudar
• Matrizes energéticas.
• Matrizes de transporte.
• Padrões de construção.
• Padrões de urbanização.
• Uso de recursos hídricos.
• Uso de minérios.
• Geração de resíduos.
Matrizes de transporte
• Brasil: ociosidade das ferrovias (rodovias transportam 60% das cargas e 90% dos passageiros) e sucateamento.
• Custos adicionais: manutenção das estruturas; poluição.
• Transportes urbanos: prejuizos (São Paulo: 5 milhões de passageiros/dia; 10 milhões de horas/dia; a R$14,00 por hora de trabalho=R$140milhões/dia e R$42 bilhões/ano.
• Veículos elétricos e não poluentes.
Matrizes energéticas
• Substituir combustíveis fósseis (hoje com subsídios de mais de US$500 bilhões/ano).
• Energias renováveis e não poluentes: hidrelétrica, eólica, solar, biomassas, dejetos animais, marés, geotérmica.
• Problemas: China, Índia e outros.
• Eficiência e conservação.
Padrões de construção
• Redução de materiais.
• Redução de perdas.
• Reciclagem.
• Padrões de iluminação natural.
• Retenção de água de chuva.
Uso de recursos
• Reuso industrial e doméstico da água (na descarga sanitária e outros usos).
• Uso de água de chuva.
• Conta individualizada.
• Redução no uso de minérios.
• Reutilização de resíduos reciclados (incineração só em última hipótese).
Impactos urbanos
• Evitar novos impactos (exemplo Seattle, Oregon).
• Responsabilizar geradores (impactos no trânsito, na qualidade do ar, necessidades novas de habitação e transportes etc.).
• Não expansão da área urbana.
• Não replicar modelo dominante no eixo São Paulo/Uberlândia.
Formatos úteis
• Pagamento por serviços ambientais (Nova York;Extrema, MG e outros) para conservação de nascentes.
• Evitar competição com outras bacias (São Paulo agora vai buscar no Vale do Ribeira: custos da elevação; disputa pelo uso etc.)
Conselhos para a ação
Criar conselhos para a ação em mudanças climáticas
Criar conselhos empresariais para mudanças do clima
Na área de ciência
• Criar incentivos federais e estaduais para programas nas áreas de Biologia e Clima, conjugados com universidades
• Na área de Biologia: pesquisas sobre variedades importantes para a indústria farmacêutica, de alimentos e de novos materiais.
• Programas capazes de prever com antecedência anormalidades do clima e alertar a produção e a população.
• Programas de adaptação a mudanças já em curso.
Energia e água
• Criar programas de eficiência energética e conservação de energia para as áreas pública e privada.
• Criar programas de eficiência em cada empresa, inclusive com substituição de equipamentos.
• Criar programas públicos e empresariais de conservação e eficiência no uso de água.
Retenção e uso de água
• Programas obrigatórios de retenção e uso de água de chuva em cada imóvel, para descarga sanitária e outras finalidades (em residências) e uso industrial.
• Reuso de água de banho e cozinha na descarga sanitária.
Redução de materiais
• É preciso diminuir o consumo.
• Estudo da revista “New Scientist” mostra que em pouco tempo se esgotarão as reservas conhecidas de vários dos minérios mais utilizados no mundo, inclusive em setores estratégicos.
Se não reduzir...
• Se os países em desenvolvimento atingirem 50% do nível de consumo dos Estados Unidos a situação poderá ser dramática em várias tecnologias, como a dos telefones celulares, bulbos fluorescentes, catalisadores de veículos, células de combustível.
A caminho do esgotamento
• A platina (catalisadores) poderá esgotar-se em 15 anos se os veículos de hoje mais os que virão a utilizarem.
• O índio (celulares) poderá esgotar-se em menos tempo.
• O háfnio (chips de computadores e o térbio (bulbos) em prazo menor ainda.
• Tântalo (celulares) pode durar de 20 a 30 anos.• Antimônio: 10 anos.• Zinco, cobre, níquel e fósforo: poucas décadas.
Privilégio brasileiro
• O Brasil tem situação privilegiada: 8% das reservas mundiais de háfnio; 6% do níquel; 48% do tântalo; 22% do estanho.
• É preciso usar adequadamente.
• Ter estratégias de valorização – e não de exportação a qualquer custo e preço.
Como ganhar energia
• Estudo da Unicamp (2006) mostra ser possível economizar no país 30% do consumo de energia, com programas de conservação e eficiência (tal como no “apagão” de 2001); mais 10% com repotenciação de turbinas de usinas antigas, a custo menor que novas; redução das perdas (hoje em 17%) nos linhões de transmissão (hoje em 5% na Europa e 1% no Japão).
EUA já fizeram
• Tudo isso pode ser feito sem prejuizo econômico.
• EUA, após segundo choque do petróleo (1973) aplicaram plano de conservação de energia que permitiu não aumentar em um só kw o consumo nacional de energia, de 1973 a 1988.
• O plano não prejudicou o crescimento econômico: nos 15 anos o PIB cresceu 40%.
Caminhos possíveis no Brasil
• Substituir equipamentos desperdiçadores.
• Substituir lâmpadas.
• Adequar recintos para permitir maior iluminação natural e maior ventilação (dispensando refrigeração).
• Energia solar e eólica (onde possível).
• Dejetos animais para gerar energia.
Nos biocombustíveis
• Impedir que etanol e biocombustíveis passem de solução a problema.
• Criar zoneamentos econômico/ecológicos para eles.
• Acoplá-los com a agricultura familiar (inclusive no esmagamento) para adicionar valor e gerar trabalho.
• Criar programas de certificação socioambiental.
Transportes eficientes
• Véiculos que consumam menos combustíveis e emitam menos poluentes.
• Preferência para transporte ferroviário (hoje, menos de 30% da carga).
• Investir em pesquisas de fontes de energia.
• Veículos que utilizem menos combustível e emitam menos poluentes.
Política de resíduos
• 90% do lixo domiciliar e comercial que vai para aterros são reutilizáveis ou recicláveis.
• Coleta seletiva tem de ser obrigatória.• Compostagem do lixo orgânico (mais de 50%)
para produzir fertilizantes.• Reciclagem de papel e papelão para produzir
telhas revestidas.• Reciclagem do pvc para matéria-prima ou
produção de mangueiras pretas.• Moagem de vidro para recicladoras.• Latas de alumínio para recicladoras.
Entulhos e esgotos
• Destinação obrigatória de entulhos para reciclagem. Custos a cargo dos geradores.
• Unidades de compostagem que misturem lodo de esgotos com restos de poda pata utilização em jardinagem, paisagismo, recuperação de encostas etc.
• Destinação de parcela progressivas da coleta seletiva para cooperativas de catadores (gerar trabalho e renda).
Mudar a construção
• Criar programas de revisão de métodos construtivos em rodovias, pontes, aterros etc., capazes de resistir a eventos mais intensos.
• Criar programas de renaturalização do curso de rios e implantação da parques lineares nas cidades.
• Evitar expansão das áreas urbanas) e exigir compensação por impactos.
Outros formatos úteis
• Pagamento por serviços ambientais (Nova York, Extrema-MG e outros) para conservar nascentes.
• Evitar competição com outras bacias (custos, conflitos).
• Projetos de ecoturismo.
Clima e barragens
• Rever padrões de construção e projetos já implantados, para avaliar resistência a eventos mais intensos.
• Sistemas de proteção a populações a jusante.
• Reduzir perdas nas redes (até 45% em cidades maiores).
• Programas de desimpermeabilização em imóveis privados e áreas públicas.
Uma nova estratégia
• Brasil é privilegiado:• território continental;• 13% da água superficial do planeta, mais
aquíferos subterrâneos;• 15 a 20% da biodiversidade;• possibilidadede matriz energética limpa e
renovável (hidreletricidade, energias eólica, solar, de marés, geotérmica, de biomassas).
• Precisa de nova estratégia que coloque esses fatores no centro e no início das políticas públicas e empreendimentos privados.