Era uma vez umaratinha cinzenta quevivia num campo detrigo e que só desejavacorrer mundo.Começou cirandandopara todo o lado: o seunarizinho afilado, por entre as pedrinhase os tufos das ervas,tudo ia cheirando e com os seus olhosnegros, muito vivos,para tudo ia olhando.
De repente, avistou por entre as folhas secas qualquer coisa redonda,acastanhada e lisa.Era uma avelã grande, tão brilhante e polida que só teve vontade de alevar para casa.
A Ratinha seguiu-a. Porém muito mais rápida junto de uma árvore aavelã foi parar e pela sua raiz se pôs a escorregar.A Ratinha, espreitando, viu um buraco a dar para umas escadinhaspequenas, pequeninas, a descer lá para o fundo.
A avelã saltitou emtodos os degraustep… tep… tep…Atrás dela, a Ratinhasempre aos pulos,não cai.Tep… tep… tep…saltitava a avelã,e para baixo, parabaixo, a Ratinha lá
vai.
Assim, saltitando, a avelã chegou a uma certa porta que logo se abriu.Ela e a Ratinha pela porta entraram e logo atrás delas a porta sefechou.
Viu-se a Ratinha dentro
de uma sala e no meio da sala, sentado num sofá,um estranho
homenzinhode barrete vermelho,sapatinhos bicudose cara um pouco má.
- És minha prisioneira – gritou ele à Ratinha.- Prisioneira porquê?- Porque quiseste roubar a minha avelã tão bonita.
- Não quis nada roubá-la! – exclamou a Ratinha - Fui eu que
achei e por isso ela é minha.- Não é nada… Ela é minha, e não fica contigo! – disse oestranho homenzinho, com uma voz de inimigo.
Olhando em volta, aRatinha não viu a
avelãe resolveu partir para
asua casa.Dirigiu-se à porta e viu-a fechada,o homenzinho tinha achave bem guardada.
- Vais ser a minha serva, fazes a minha cama, tratas da minhacasa e das minhas roupas e cozinhas as minhas sopas.E ainda acrescentou, mesmo a troçar:- Talvez, quem sabe, se trabalhares bem, eu te dê a avelã, parate recompensar!
Foi assim que a Ratinha se tornou sua serva: todos os dias lhefazia a cama, lhe tratava das roupas e lhe cozinhava as sopas.
E todos os dias o homenzinho devermelho saía pela porta e só à noite voltava,trazendo a chave muito bem agarrada.E quando a Ratinha lhepedia a sua recompensa,com ar de troçarespondia assim:- Mais tarde! Maistarde! Trabalhaste tãopouco!E isto durou tempossem fim.
Até que o homenzinhode vermelho, certa manhã, muito apressado, fechou tão mal a portaque foi como se aberta a tivesse deixado.A Ratinha notou logoessa distração, Mas não quis fugir sem ter na sua mão a prometida
recompensa: a bonita avelã.
Por fim abriu uma portinha na lareira e… lá estava aavelã, sobre uma prateleira. A ratinha agarrou-a logo.
Depressa, depressa,abriu a porta e subiu a escadaria,depressa, depressa,passou pelo buracodebaixo das raízes e viu a luz do diae correu para casa,numa enorme
alegria.
Todos ficaram radiantesde a ver chegar, pois morta a julgavam já.E quando ela deixou caira avelã em cima da mesa, à hora do chá,Ela abriu-se com um pequeno estalido.O que é que a avelãcontinha?Um colarzinho de pérolasbrilhantes, tão bonito!Parecia que tinha sidofeito para linda Ratinha.
A Ratinha põe-nomuitas vezes ou guarda-o dentroda grande avelã.e o malvado
homenzinhovestido de vermelho nunca mais vai
encontraresta Ratinha pois nem sabe onde ela mora.
A Ratinha seguiu a avelã e foi ter a uma salaonde estava, sentado num sofá, umhomenzinho com roupa:
LARANJA
AZUL
VERMELHA