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N 1
984-
4514
Ano
3 N
º 17
R$
15,0
0 €
5,0
0
metromídiaCOMUNICAÇÃO Manoela Klein
Moda > hide & seekFotografia > Peter BeardHistória da moda > ValentinoMotor > Bentley GTC Speed
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6 M A G A Z I N E
EDITORIAL
Fotografia Miguel Costa Jr
Edição Deborah e Barbara
Lopes (Mninas)
Tratamento Digital Mateo Oh
Vestido A Space
Brincos de ouro com brilhantes
Coleção Natur, da H.Stern
WE CAN CHANGE
Em tempos de Barack Obama, tomo a liberdade de pegar em-prestada a frase de campanha do aclamado presidente dos Es-tados Unidos para apresentar a você, leitor, a nova A Magazine.
Com projeto gráfico clean e moderno, a revista ficou mais arejada. O conteúdo de matérias e reportagens foi pensado com o propósito de trazer informação qualificada sobre temas do universo de seu interes-se. Um trabalho feito em equipe, com a colaboração de profissionais antenados com os ventos da mudança no Brasil e no mundo. Ventos que trazem para o Brasil, entre março e abril, as embarcações da Volvo Ocean Race, a maior maratona oceânica do mundo. A reportagem é do jornalista Marcelo Wisocky, especialista em música e esportes de ação e aventura (não necessariamente nesta ordem).
Outro expertise que muito contribuiu com bom texto e belas ima-gens é o repórter fotográfico Johnny Mazzilli. Apaixonado pelo leste eu-ropeu, ele assina o (quase) diário de bordo da intrigante e exótica Costa Adriática e a matéria sobre os vinhos de Tokaj, produto tipicamente húngaro e de excelente qualidade. Qualidade, aliás, que se faz presente no artigo da repórter Gabriela Sampaio sobre o prestigiado chef francês Paul Bocuse, criador, entre outras coisas, do Bocuse d’Or — maior con-curso mundial de cozinha internacional.
Espero, leitor, que você goste desta nova A Magazine. Sei que tudo o que é novo precisa de tempo para ser assimilado, testado e aceito. En-tão, leia, opine e critique, para que você possa ter uma revista cada vez melhor em suas mãos. Afinal, a vida não muda. A vida é mudança.
Enjoy
FRAN OLIVEIRA
DIRETOR EDITORIAL
Ano
3 N
º 17
R$
15,0
0 €
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metromídiaCOMUNICAÇÃO MANOELA KLEIN
Moda > hide & seekFotografia > Peter BeardHistória da moda > ValentinoMotor > Bentley GTC Speed
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COLABORADORES
MARCELO WISOCKYNos anos 1990, ele fez muito barulho no
dial paulistano à frente do Brasil Banana,
programa da rádio Brasil 2000 FM
dedicado aos esportes de ação e aventura.
Depois de morar em Madri, Londres e
Lisboa, hoje colabora com jornais, revistas
e sites culturais. É dele a reportagem sobre
a Volvo Ocean Race 2008–2009.
LOURENÇO GIMENESArquiteto e diretor do escritório de projetos
Forte, Gimenes & Marcondes Ferraz
(FGMF), nesta edição, Lourenço fala sobre o
trabalho de Tadao Ando. Além da atividade
profissional, ele se dedica à docência e
colabora com publicações especializadas.
Sua recente produção, a Casa Grelha
(www.fgmf.com.br/casagrelha), já recebeu
prêmios e foi publicada em mais de dez países
JOHNNY MAZZILLIFotógrafo profissional, o
irrequieto Johnny colabora com
artigos e fotografias para as
principais revistas brasileiras.
Desde 2002, viaja para a
Noruega documentando cada
local e revelando seus aspectos
culturais. Nesta edição, assina as
fotorreportagens Costa Adriática
e Os vinhos dourados do Tokaj
PUBLISHER CESAR FOFFÁ
DIRETORA EXECUTIVA LOURDES FOFFÁ
A MAGAZINE
REDAÇÃODIRETOR EDITORIAL FRAN OLIVEIRA
EDITORA TATIANNA BABADOBULOS
DIAGRAMAÇÃO FÁBIO TATENO
TRATAMENTO DE IMAGEM JUST LAYOUT
PROJETO GRÁFICO FRAN OLIVEIRA
REVISORA LAURA ARRIENTI E LUCIANA LIMA
COLABORADORES DESTA EDIÇÃOBARBARA LOPES, BLUMA DE MORAES, CARLOS GUIMARÃES,
DEBORAH LOPES, GABRIELA SAMPAIO, JOHNNY MAZZILI, LOURENÇO GIMENES, MARCELO WISOCKY, MIGUEL COSTA JR.
COMERCIALDIRETORA VIVIANE GOMES
EXECUTIVOS DE CONTA
ESMERALDA FORTE - [email protected]
KELLANY VERARDI - [email protected]
ROSANI PEDRO - [email protected]
REPRESENTANTES COMERCIAISBRASÍLIA-DF: A3 COMUNICAÇÃO PUBLICITÁRIA LTDA
TEL.: (61) 3201-0001
ADMINISTRAÇÃODIRETOR DE PLANEJAMENTO ATHAYDE ALMEIDA
DIRETOR FINANCEIRO ADOLFO INOUE
ASSISTENTES REGGIANE FORTUNATI, FABIANA DE AZEVEDO
E KELIANE SANTOS
INFORMÁTICA CÉSAR SILVA E GABRIEL RODRIGUES
MARKETING E CIRCULAÇÃODIRETOR MARCELO FOFFÁ GERENTE NILCE SANTOS
A MAGAZINE ONLINEWEB DESIGNER THIAGO CARVALHO
WWW.AMAGAZINE.COM.BR
IMPRESSÃO - METROMÍDIA GRÁFICA TEL.: (11) 4208-1601
DISTRIBUIÇÃO - DINAP E CORREIOS
A MAGAZINE É UMA PUBLICAÇÃO MENSAL
DE A MAGAZINE EDITORA E PUBLICIDADE LTDA., UMA EMPRESA DO GRUPO METROMÍDIA COMUNICAÇÃO
REDAÇÃO: CALÇADA DAS HORTÊNSIAS, 39CENTRO COMERCIAL ALPHAVILLE - BARUERI - SPCEP 06453-017 - TEL.: (11) 4208-1600
COMERCIAL: AV. BRIGADEIRO FARIA LIMA, 2.413,2° ANDAR, CJ. 21 - SÃO PAULO - SP
CEP 01452-0000 - TEL.: (11) 3811-4444
ASSINATURAS – TEL.: (11) 4191-2397E-MAIL: [email protected]
AS OPINIÕES E OS ARTIGOS CONTIDOS NESTA EDIÇÃO NÃO EXPRESSAM, NECESSARIAMENTE, A OPINIÃO DOS EDITORES. É PROIBIDA A REPRODUÇÃO
EM QUALQUER MEIO DE COMUNICAÇÃO DAS FOTOS E MATÉRIAS PUBLICADAS. OS PREÇOS DIVULGADOS FORAM PESQUISADOS EM JANEIRO DE 2009.
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São Paulo � SP CEP 01414-020 Tel. (11) 3062-0226
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São Paulo � SP CEP 01452-000 [email protected]
Boutique Rimowa Rio � Shopping Leblon 2À piso - Rua Afrânio de Melo Franco, 290
Rio de Janeiro CEP 22430-060 Tel. (21) 2512-8271
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Fotografia Miguel Costa Jr
Edição Deborah e Barbara
Lopes (Mninas)
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Em tempos de Barack Obama, tomo a liberdade de pegar em-prestada a frase de campanha do aclamado presidente dos Es-tados Unidos para apresentar a você, leitor, a nova A Magazine.
Com projeto gráfico clean e moderno, a revista ficou mais arejada. O conteúdo de matérias e reportagens foi pensado com o propósito de trazer informação qualificada sobre temas do universo de seu interes-se. Um trabalho feito em equipe, com a colaboração de profissionais antenados com os ventos da mudança no Brasil e no mundo. Ventos que trazem para o Brasil, entre março e abril, as embarcações da Volvo Ocean Race, a maior maratona oceânica do mundo. A reportagem é do jornalista Marcelo Wisocky, especialista em música e esportes de ação e aventura (não necessariamente nesta ordem).
Outro expertise que muito contribuiu com bom texto e belas ima-gens é o repórter fotográfico Johnny Mazzilli. Apaixonado pelo leste eu-ropeu, ele assina o (quase) diário de bordo da intrigante e exótica Costa Adriática e a matéria sobre os vinhos de Tokaj, produto tipicamente húngaro e de excelente qualidade. Qualidade, aliás, que se faz presente no artigo da repórter Gabriela Sampaio sobre o prestigiado chef francês Paul Bocuse, criador, entre outras coisas, do Bocuse d’Or — maior con-curso mundial de cozinha internacional.
Espero, leitor, que você goste desta nova A Magazine. Sei que tudo o que é novo precisa de tempo para ser assimilado, testado e aceito. En-tão, leia, opine e critique, para que você possa ter uma revista cada vez melhor em suas mãos. Afinal, a vida não muda. A vida é mudança.
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28 MODA
18 FOTOGRAFIA
22 DECORAÇÃO
40 POWERFULL BRAND 56 ARQUITETURA
36 VALENTINO
44 DESTINO
52 CHELSEA, NY
SUMÁRIO
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60 VINHO
76 MOTOR
70 BOCUSE
6 EDITORIAL
8 COLABORADORES
12 LOUNGE BAR
14 ACESSÓRIOS
16 BELEZA
90 VIAGEM
92 ARTE / DESIGN
94 TECNOLOGIA
96 VINHO / CULTURA
98 CATWALK
SEÇÕES
82 NÁUTICA
66 KAÁ
88 SOCIAL
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POR GABRIELA SAMPAIO
ACESSÓRIOS
EXCLUSIVIDADE E FORÇA O modelo Big Bang, da Hublot, lançado há quatro anos,
ganhou versão ainda mais poderosa e forte que a antiga.
Chamado de King Power, é um relógio cuja caixa foi redese-
nhada e agora tem ângulos mais agudos. Os botões também
são mais aparentes. O cronógrafo e contador “Foudroyante”
aparecem em dois níveis diferentes. A pulseira, na cor preta,
é de borracha e a fivela nesta versão é feita de cerâmica. O
Big Bang King Power tem edição limitada de apenas 500
peças. Preço: sob consulta. www.hublot.com
VELOCIDADE E INSPIRAÇÃO A suíça Longines, grife centenária de relógios de luxo cuja
marca registrada é uma ampulheta alada, acaba de lançar
mais um modelo para a linha Grand Vitesse. Batizado de
Grande Vitesse Chronograph 24h, sua caixa tem 44 mm de
diâmetro e conta com taquímetro duplo, visível em quilô-
metros ou milhas por hora. O mostrador, em preto, marrom
escuro ou branco, traz elegância esportiva ao modelo. Dis-
ponível em braceletes de aço com fecho altamente seguro
ou ainda em couro preto ou marrom. www.longines.com
PRETINHO NADA BÁSICODa grife Breil Milano, cujos garotos-propaganda são o ator Edward Norton e a atriz Charlize
Theron, vem o Chrono BW0414, da linha Eros. Com cronógrafo de tecnologia suíça, sua caixa
é de aço inoxidável com tratamento de IP preto e pulseira de couro na mesma cor. As linhas
redondas e a personalidade forte, típicas da linha Eros, são mantidas neste modelo, que tam-
bém conta com vidro de safira que não reflete a luz. Preço: R$ 5.135, www.breilmilano.com
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CARIN MOFARREJ PARA MOMUSSKAs joias Momussk têm história e cada uma é pensada individualmente, seja na alta joa-
lheria, seja nas peças para o dia-a-dia. A sofisticação que vem da mistura de materiais
como o diamante negro, o jonquille, as pérolas South Sea, raras pedras brasileiras e fios
e formas em ouro rosa ou amarelo fazem da marca um must. As pedras e gemas esco-
lhidas pela design Carin Mofarrej têm personalidade própria, magnetismo que prende o
olhar e os sentidos, como neste par de brincos em cabochons de rubelita de cor intensa
formada por várias tonalidades contidas em seus veios, cujo impacto é maximizado pela
moldura em ouro amarelo – a cor do design moderno –, toda cravejada de diamantes a
seu redor. Preço, 57 mil reais. Momussk, tels.: (11) 3284-2327, 3885-8935
EXCLUSIVIDADE, REQUINTE E DESIGNHá quase 50 anos, a família Nigri faz história no mercado de joias do Rio de
Janeiro. Mãe e filha são as joalheiras preferidas das socialites cariocas, e só tra-
balham com exclusividade. Nomes como Maninha Barbosa, Lyz Machado, Kátia
Spolavori, Elisa Ferraz, Fernanda Souza e Cláudia Alencar estão sempre por lá.
“Nossas clientes são muito exigentes, e para cada uma delas criamos peças
exclusivas.” No acervo, elas contam com pelo menos 100 peças prontas, para
poder atender às clientes apressadas. Léa e Esther Nigri, (21) 2522-1824
OBRAS-PRIMASCada par de sapatos da coleção “One is too” da Roger Vivier – apresentados na
semana de alta-costura de Paris – pode custar até 100 mil reais. Os modelos foram
desenhados por Bruno Frisoni, diretor criativo da grife francesa. Confeccionados com
detalhes em ouro, pedras semipreciosas, diamantes e tecidos, como seda e cetim,
são verdadeiras joias para se calçar. O francês Roger Vivier (1907-1998) começou a
carreira na década de 1930 e ficou conhecido como o inventor do salto agulha, que
até os dias atuais encanta grande parte das mulheres. www.rogervivier.com
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POR TATIANNA BABADOBULOS
BELEZA
DAMA DOS PINCÉIS
make-up artist senior da M.A.C, Melissa Gibson, conversou
com A Magazine sobre tendên-cias e a arte de maquiar. A cana-dense comandou uma equipe responsável pela maquiagem de 17 desfiles do SPFW e maquiou modelos das grifes Forum, Iódi-ce (foto), Ellus, Reinaldo Lou-renço, Jefferson Kullig e Glória Coelho.
A maquiagem faz diferença no desfile?A maquiagem é uma grande parte do tudo. Tem a equipe de cabeleireiros, o designer... E, para funcionar, todos pre-cisam estar na mesma equipe. Cada maquiador pensa de um jeito. É preciso imaginar o que cada um está pen-sando e fazer com que as pessoas trabalhem juntas.
Como você cria?Há muita informação de cada estilista, mas, para o re-sultado do meu trabalho, isso é ótimo. É como ir para a escola aprender história, matemática. Saber lidar com todas as regras, a imagem, o senso de estilo, seu feeling.
O que é importante em uma maquiagem?Ter uma pele perfeita. Nesse sentido, a base ajuda as mulhe-res. Acho-a fundamental.
Maquiagens minerais são mais naturais?Há um equívoco quanto à maquia-gem mineral. Não há leis. O que pode ser bom pra você pode não ser bom para outra pessoa. Os mi-nerais são ótimos produtos.
Por que os profissionais preferem M.A.C?Acho que pela quantidade de co-
res que temos, pela qualidade do pigmento. Uma das filo-sofias da empresa é as lojas contratarem bons maquiado-res e treinar pessoas para demonstrar nossos produtos.
As modelos são difíceis de maquiar?Não, são as noivas. Elas estão sempre fora de controle, tentam fazer muitas coisas ao mesmo tempo. As mo-delos geralmente são jovens, estão sempre ouvindo seu iPod, falando com seu agente ao telefone. Às vezes, não param a cabeça, mas não há problema.
Melissa Gibson: make-up artist
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arte fotografia decoração
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F O T O G R A F I APeter Beard
OMAGO
DO
PORTRAITSeu amor pela natureza e pela vida selvagemcomeçou quando ele era ainda um adolescente
POR FRAN OLIVEIRA
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Peter Beard e Bush Baby, Rancho Hog, Quênia, 1968
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Peter Beard nasceu em Nova York, em 1938, foi criado nesta cidade e também no Alabama e em Bayberry Point, Islip, em Long Island. Desde criança, Beard escrevia diários. Ele fotografou pela pri-
meira vez aos 20 anos e a fotografia logo se tornou uma extensão de seus diários, como uma maneira de preservar e lembrar as férias, além de tudo o mais que lhe era caro. Em 1957, entrou na Universidade de Yale no curso preparatório de Medicina, mas, ao considerar os seres humanos a pior doença, ele logo trocou para o curso de História da Arte. As viagens para a África em 1955 e 1960 aguçaram o interesse do fotógrafo. Assim que se formou em Yale, voltou ao Quênia, seguindo os passos da escritora dinamarque-sa Karen Blixden. Ela foi a autora de Out of África, Shadows in the Grass, Gothic Tales e Mottos in my Life. Beard conheceu Blixen por meio de seu primo Jerome Hill. No começo dos anos 1960, ele trabalhou no Parque Nacional Tsavo, no Quênia. Durante este tempo, fotografou e documentou o desaparecimento
de mais ou menos 35 mil elefantes e cinco mil rino-cerontes e publicou dois The End of the Game Book (1965 e 1977). Enquanto isso, ele comprou o Rancho Hog, uma propriedade vizinha à de Karen Blixden, que é próxima às Colinas de Ngong, e tornou-o sua base na África Oriental. Beard publicou outros tra-balhos contando suas experiências africanas: Eyelids of the Morning: The Mingeled Destines of Crocodiles and Men (1973), Longing for Darkness (1975). As suas obras mais recentes são Zara’s Tales: Perilous Escapades in Equatorial Africa (2004), escrito por sua filha, e Peter Beard, livro publicado pela editora Taschen, em 2006.
Além de criar obras de arte originais, Beard co-laborou com projetos de diversos artistas, incluindo Andy Warhol, Andrew Wyeth, Richard Lindner, Terry Southern, Truman Capote e Francis Bacon. Em 1996, pouco depois de ter sido atacado e piso-teado por um elefante, ele inaugurou sua primeira e mais importante retrospectiva no Centro Nacional de Fotografia em Paris, seguida de outras exposições
Beleza: Beard acredita que a chave para a salvação da humanidade está numa constante busca pela verdade e pela beleza
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em Berlim, Londres, Toronto, Madri, Milão, Tóquio e Viena. Atualmente, Beard vive na cidade de Nova York, em Montauk Point e no Quênia com sua espo-sa Nejma e sua filha Zara.
Peter Beard foi o fotógrafo eleito para registrar a edição de 2009 do Calendário Pirelli, cultuado há mais de 40 anos pelos admiradores de fotografia, be-leza e evolução cultural. Beard escolheu um território autêntico e ancestral que nasce da justaposição de dois mundos distintos: o oásis aquático do delta do Rio Okavango e a extensão árida do deserto do Kalahari. Um território que tem sido poupado da exploração da terra e do empobrecimento de recursos, que o fotógra-fo elegeu para representar a natureza como entidade metafísica sempre em movimento e como fonte infini-ta de criatividade, cujos ritmos e leis sempre devem ter um princípio e um final. Por meio das lentes de Beard, a natureza profere um grito de raiva e rebeldia contra a incapacidade do homem de combinar crescimento e desenvolvimento com sabedoria e respeito pela di-versidade. Beard não confere privilégios aos seres hu-
manos, porque ele acredita que nós, assim como os animais, devemos respeitar o equilíbrio da natureza. Ele imagina para todos nós um futuro amargo: viver em um ambiente cada vez mais inóspito, causado pelo desenvolvimento míope e descontrolado, em que a qualidade de vida tende a piorar cada vez mais e que se tenha de enfrentar a revolta da natureza.
A única esperança é a beleza. Beard acredita que a chave para a salvação da humanidade está numa constante busca pela verdade e pela beleza. As mu-lheres que Beard fotografa são retratadas como gera-doras da vida, a fonte de todas as coisas, cuja graça se mantém totalmente intacta. Elas são traduzidas como as criaturas nascidas das entranhas da natureza, he-roicas, poderosas, com traços bem definidos e movi-mentos poderosos; estátuas, símbolos da criatividade e da capacidade de regeneração da natureza. “Minha real preocupação”, afirma o fotógrafo, “é a destruição da natureza em escala mundial. Nós nos esquecemos completamente daquilo em que se baseia a evolução e o quão importante é a diversidade da natureza”.
Mulheres: são retratadas por Beard como geradoras da vida, a fonte de todas as coisas, cuja graça se mantém totalmente intacta
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Sculpture Objects &Functional Art
D E C O R A Ç Ã O
Peças em cerâmica, vidro, metal, madeira e fibra — de artistas internacionais, como Lino Tagliapietra, Thomas Hucker, Chris Antemann e Steffen Dam — serão exibidas em Nova York na maior feira de objetos de arte e decoração
POR FRAN OLIVEIRA
A 12ª Feira Internacional de Esculturas e Arte Funcional, a Sofa New York 2009, acontecerá dos dias 16 a 19 de abril deste ano, na Park Avenue Armory. A inauguração de gala será
no dia 15 de abril. Aproximadamente 65 galerias in-ternacionais contribuirão com peças em cerâmica, vi-dro, metal, madeira e fibra de grandes artistas, como Lino Tagliapietra, Thomas Hucker, Chris Antemann e Steffen Dam, além de obras da nova geração, que certamente terão grande apelo para novos e antigos colecionadores. Um dos artistas mais conhecidos mundialmente, Lino Tagliapietra nasceu em 1934 na ilha milenar da arte em vidro, Murano. Aos 11 anos,
começou como aprendiz no estúdio do reconhecido artista Archimede Seguso e obteve o grau de mes-tre aos 21 anos. Mais tarde, trabalhou como mestre-vidreiro e designer em outros estúdios, no Galliano Ferro, Venini, La Murrina e no Effetre Internatio-nal. Nos anos 1960, Tagliapietra iniciou trajetória própria, implementando seus conceitos e de outros artistas. Nos anos 1970, foi extremamente influencia-do pela sua participação nos simpósios de La Scuola Internazionale del Vetro, que aconteceram em Mu-rano. Esses encontros juntaram os grandes mestres-vidreiros de Murano e artistas de outras áreas de todo o mundo. Nos anos 1980, Tagliapietra se tornou reconhecido por sua colaboração a outros artistas e
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Lino Tagliapietra, Saba, 2008
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pela tradução de seus conceitos em vidro. Talvez o impacto mais profundo em seu trabalho tenha se ori-ginado da sua parceria com o holandês A.D. Copier. Copier mudou sua visão do vidro como meio para a arte. Numa referência a Copier, Tagliapietra diz: “O que aprendi com ele? Nenhuma habilidade técnica, mas o que foi mais importante: a forma de enxergar e pensar o vidro como obra de arte.”
Já Thomas Hucker é um dos poucos designers que também fazem peças elegantes e detalhadas e cujas habilidades e talento se sobrepõem aos dos demais artistas. Dedica-se principalmente à fabricação de mó-veis e objetos de arte e seu estúdio fica em Hoboken, Nova Jersey. Hucker descobriu o mundo do mobiliá-rio quando a exposição Objects: USA foi para a Fila-délfia, em 1973. Depois de ver todas as possibilidades do mobiliário escultural, Hucker trabalhou por algum tempo com Dan Jackson, antes de passar dois anos como aprendiz de Leonard Hilgner, artesão alemão muito talentoso. Após esse sólido treinamento técnico, recebeu o certificado de mestre do Programa de Ar-
tesanato da Universidade de Boston, em 1980. Ainda em Boston, estudou na Urasenke School of Tea Cere-mony e começou a aprender sobre a estética japonesa e seus rituais. Em 1982, foi para Tóquio estudar na Tokyo National University of Fine Arts. No final dos anos 1980, mudou radicalmente e iniciou seus estudos de desenho industrial na Domus Academy, em Milão. Isso fez surgir um grande interesse em movelaria den-tro de um espaço arquitetônico específico. Depois de voltar aos Estados Unidos e abrir seu estúdio em Ho-boken, em 1991, Hucker começou a mesclar sua sen-sibilidade asiática com seus interesses em arquitetura para criar um novo conjunto de peças.
Novo também é o trabalho da artista Chris Ante-mann, que retoma a arte da estatueta de sua origem de multiplicidade, levando-a de volta ao mundo do objeto original. Chris começou estudando as estatue-tas do século 18 e objetos kitsch. “Em lojas de usados, encontrei muitos exemplos de objetos kitsch asiáticos espalhados com objetos de decoração. Minha atra-ção por esses objetos, juntamente com meu gosto por
Chris Antemann – Glutton for Love, 2008
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Thomas Hucker,Rocker, 2008
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Steffen Dam – Seven Jars, 2008
porcelana e história, me levaram à China. Depois de trabalhar em uma das mais antigas fábricas de esta-tuetas do mundo, fiquei inspirada pela dedicação e pelo talento dos artesãos”, diz.
Inspiração é o que não falta para o vidreiro Steffen Dam. Ele cria blocos de vidro e painéis luminosos, dentro dos quais plantas e criaturas do mar (imaginá-rias) estão suspensas como se fossem fósseis ou amos-tras científicas. Inicialmente, Steffen foi ferramentei-ro e trabalhou alguns anos antes de perceber que a sua curiosidade o levava a um mundo maior. No vi-dro, encontrou o que buscava. A natureza do material se encaixava perfeitamente na forma precisa e analíti-ca de pensamento que ele havia aprendido enquanto construía ferramentas industriais. Nos primeiros dez anos de manufatura de vidro, experimentou todas as técnicas diferentes para se tornar um bom artesão. No processo, descobriu uma nova forma de beleza
no vidro bem trabalhado que fazia. Nas áreas de erro — bolhas de ar, marcas de cinza, fuligem, fendas e deformidades —, encontrou algo que não pode ser previsto ou desenhado de antemão. Então, deixou de lado as técnicas tradicionais e já bem estabelecidas e começou a fazer vidro da forma “errada”, tentan-do obter o bom do mal. Dessas experiências vieram “Fósseis”, “Plantas” e outros objetos — como os extra-tos congelados do caos para ser observado. O outro lado do seu trabalho é explorar as qualidades funda-mentais do vidro: a transparência e a habilidade de acumular e desviar a luz. O resultado são tigelas e pratos com sulcos. “Os objetos têm tido mais ar do que vidro. Esses são os dois lados do meu trabalho: a expressão livre e precisa poderia ser interpretada como uma contradição, mas não é. Um lado alimenta o outro; o trabalho preciso é a base para a expressão livre — e vice-versa”, afirma.
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louis vuittonvalentinomoda
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Vestido, A Space
Brincos de ouro com brilhantes,
coleção Natur, da H. Stern
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MANOELA KLEINhide and seek
FOTOS MIGUEL COSTA JR | EDIÇÃO DEBORAH E BARBARA LOPES (MNINAS)BEAUTY RAFAEL GUAPIANO PARA TAIFF | MODELO MANOELA KLEIN
PRODUÇÃO DE MODA CARLA PATRÍCIA | ASSISTENTES DE FOTOGRAFIA PABLO BENITEZ
TRATAMENTO DIGITAL MATEO OH | AGRADECIMENTOS ATELIÊ ROXANE
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Vestido, Daslu
Brincos de ouro branco
com safira, Sara Jóias
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Vestido, Carlos Miele
Brincos, Sara Jóias
Anel de ouro amarelo, H. Stern
Anel com pedra, Sara Jóias
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Vestido, A Space
Brincos, H. Stern
Anel, Sara Jóias
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Vestido, Daslu
Brincos, Sara Jóias
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Vestido, Daslu
Brincos e anel, H.Stern
ONDE ENCONTRAR
A SPACE, (11) 3816-4724 | CARLOS MIELE, (11) 3083-4319 | DASLU, (11) 3841-4000
H. STERN, (11) 3068-8082 | SARA JÓIAS, (11) 3081-8125
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H I S T Ó R I A D A M O D A
ValentinoPOR BLUMA DE MORAES
Há pouco mais de um ano, a grife Valentino já não é comandada pelo famoso estilista. No final de 2007, o mestre das agulhas anunciou que estava se aposentando e, em janei-
ro de 2008, fez seu último desfile. “Quero deixar a festa enquanto ela ainda está a todo vapor”, comentou o costureiro no filme “Valentino: O Último Impe-rador”. Mas, como é reservado aos grandes nomes, mesmo quando eles saem de cena, Valentino não perde sua majestade – e importância – no mundo da moda. Tornou-se referência de elegância e vestidos memoráveis. Isso porque sempre acreditou na femi-nilidade, traço marcante de suas coleções desde o co-meço. “Sempre tentei fazer as mulheres parecerem glamourosas, jamais vulgares”, comentou certa vez.
Não à toa, durante os 45 anos de carreira, o esti-lista conquistou famosas, como Elizabeth Taylor, Au-drey Hepburn, Julia Roberts e Jackie Kennedy, e foi um dos mais requisitados no tapete vermelho. Olhos brilhantes, sempre bronzeado, com elegância à flor da pele e humorado, desenhava um vestido como poucos. Não apenas admira a beleza, mas Valentino sempre se encantou com o sofisticado. Tecidos sun-tuosos, bordados requintados e cores o seduziam. Elegeu o vermelho como sua nuance preferida e, atualmente, não há mulher que não se apaixone por qualquer peça “vermelho Valentino”. “O vermelho é fascinante, é vida, sangue, morte, paixão, amor, a cura total da tristeza. Uma mulher de vermelho está sempre magnífica: ela é, no meio da multidão, a ima-gem perfeita da heroína.”
TRADUÇÃO DE OPULÊNCIA E LUXO
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Nascido em 1932, sob o signo de touro, na cidade de Voghera, na Itália, Valentino Clemente Ludo-vico Garavani sabia desde menino que seu destino estava na moda. Não pretendia seguir os passos do pai, comerciante de aparelhos elétricos, e preferia brincar com as sobras de tecidos no ateliê da tia. Aos 17 anos, ganhou uma bolsa de estudos para estudar moda em Paris. Fez estágio com Jean Dèsse e Guy Laroche e, no finalzinho dos anos 1960, voltou para a Itá-lia e abriu seu primeiro ateliê em Roma. Sempre ousado, o costurei-ro gostava de chamar a atenção. E uma de suas frases tornou-se céle-bre: “Paciência, esperem o desfile terminar”, gostava de citar, a fim de provocar expectativa.
Também no fim da década de 1960, em uma noite de verão parisiense, conheceu Giancarlo Giammetti, amigo que se tornaria o sócio responsável pelos braços estratégico e financeiro de seu im-pério. De volta à capital italiana, quando lançam a grife Valentino, aos poucos ganham notoriedade e reconhecimento. Numa apre-sentação no Palazzo Pitti, em Flo-rença, os modelos fizeram tanto
“O vermelho é fascinante, é
vida, sangue,
morte, paixão, amor,
a cura total da tristeza”
[Valentino]
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sucesso que chamaram a atenção de dois americanos compradores da butique Orbach’s. Reconheceram o talento do jovem costureiro e abriram as portas do mercado americano para o prêt-à-porter italiano.
Com seu jeito conservador, não tardou para que Valentino ficasse conhecido no mundo todo. Quando comemorou 40 anos de carreira, com um desfile em Los Angeles, afirmou: “Continuo trabalhando como sempre. Com alegria intensa e prazer louco. Depois de tantos anos, eu ainda vibro a cada coleção e sinto a mesma empolgação. Vejo a criação com paixão, te-nho uma carreira brilhante e não mudaria nada.” O estilista acredita que a sorte lhe abençoou, mas afir-ma que, se ela não estivesse associada ao talento e ao trabalho, já lhe teria abandonado. No documentário “Valentino: O Último Imperador”, a dedicação do
designer – e sua paixão pelo que faz – é evidente. Além de revelar sua rotina nos dois últimos anos de trabalho, de junho de 2005 a julho de 2007, quando Valentino comemorou o 45º aniversário de sua mai-son com três dias de festas em Roma, o filme mostra o universo do ateliê, backstages, encontros e viagens do estilista, considerado um dos últimos grandes no-mes antes de a moda virar uma grande indústria.
Após seu último desfile no ano passado, no qual cerca de 800 convidados ovacionaram o costureiro italiano, Valentino entregou a batuta de sua maison a Alessandra Facchinetti. Daqui para frente, ele conti-nua fazendo da beleza sua filosofia: “Enquanto todos vivem em um mundo de distrações, desde a hora que acordo, concentro-me em um único objetivo: comu-nicar beleza e perfeição.”
“Uma mulher de vermelho está sempre magnífica: ela é, no meio da multidão, a imagem perfeita da heroína” [Valentino]
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Louis VuittonA marca mais cara do mundo tem mais de um século de história
P O W E R F U L B R A N D
Atire a primeira pedra quem nunca sonhou em desfi-lar por aí com um dos lançamentos da Louis Vuitton. Para se ter uma ideia do sucesso do famoso brasão LV, a marca de luxo é a mais valiosa do mundo. Segundo o ranking da consultoria Interbrand, a Louis Vuitton
vale 21,606 bilhões de dólares. Ao todo, a escala contempla 15 marcas, sendo que a segunda colocada, a Gucci, está avaliada em 8,254 bilhões de dólares. Em último está a Ferragamo (722 milhões). “Essa posição de líder nos deixa muito orgulhosos, mas o resultado é uma receita permanente da excelência e dedicação à qualidade. Esta liderança traz uma responsabilidade: propor aos nossos clientes um serviço impecável, compatível ao nível da confiança que eles depositam na nossa marca”, afirma Marc Sjosted, country manager da Louis Vuitton Brasil.
A cobiçada marca francesa foi lançada em 1854, quando o fundador, Louis, pai de Georges Vuitton, estabeleceu um comércio de malas e ficou conhecido pela qualidade de seus produtos. Seu primeiro ateliê foi aberto seis anos depois, em Asnières, cidade localizada no interior da França. A antiga oficina, aliás, ainda está em operação, 150 anos depois, e é lá que os artesãos produzem a bagagem rígida da empresa e as encomendas especiais. O local é um tanto estratégico: foi um dos primeiros a serem atendidos pelas linhas de trem, não é longe do rio Sena e já foi cenário para os impressionistas eternizarem em suas telas.
POR TATIANNA BABADOBULOS
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Se antes a rua se chamava du Congrès, agora ela foi batizada de Rue Louis Vuitton.
Com o crescimento da grife, a pequena oficina não deu conta da demanda, de modo que outros locais fo-ram selecionados para a produção, como o Vale do Rhône, tradicional região onde se trabalha com couro; Issoudun, no departamento de Indre; Saint-Pourçain-sur-Sioule, em Allier; Catalonia, perto de Los Angeles (satisfazendo uma ambição de Gaston-Louis Vuitton), e na região de Vendée. A mais nova oficina foi inaugu-rada em Ducey, perto do Mont-Saint-Michel.
Desde 1997, Marc Jacobs é o estilista da marca. Além do prêt-à-porter para homens e mulheres, ele conseguiu atrelar à marca objetos de desejo no vestuário. “A evolução da Louis Vuitton para os segmentos de roupas e sapatos iniciou com a chegada de Marc Jacobs e foi logo percebida como legítima pelos nossos clientes. De fato, a marca sem-pre foi de artigos de viagem – sapatos e roupas foram uma evolução natural das nossas linhas. Mas essa abertura a novos horizontes permitiu que a Louis Vuitton conquistas-
se clientes novos, se tornasse mais criativa com os desfiles prêt-à-porter, do ritmado lançamento de novas coleções e de parcerias com artistas como Takashi Murakami ou Stephen Sprouse”, completa Marc Sjosted.
O country manager diz que dentro dessas cole-ções serão lançadas “criações excepcionais, como os relógios Tourbillon e a coleção de jóias com dia-mantes LV Cut, de um talho e pureza simplesmente incríveis e únicos”. Por falar em relojoaria, a linha Tambour foi criada em 2002 e os modelos refletem a mesma estética dos produtos de couro. Os relógios são fabricados em La Chaux-de-Fonds, na Suíça, re-duto tradicional da alta relojoaria “O ponto comum dessas linhas é sempre unir tradição e modernidade, com uma produção artesanal nas nossas manufaturas e uma criatividade inovadora”, destaca Sjosted.
Segundo Marc Sjosted, o segredo da marca que a faz ser desejada por pessoas do mundo inteiro não é segredo. “É simples: a Louis Vuitton sempre antecipa os desejos dos clientes e inventa os seus sonhos!”, conclui.
No sentido horário, baús da Renascença e do século 17, peças de colecionador. O estilista Marc Jacobs, há mais de dez anos à frente da maison. Louis Vuitton, uma marca que “antecipa desejos e inventa sonhos!” A linha Monogram Multicolor do artista plástico Takashi Murakami
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D E S T I N O
COSTAADRIÁTICAUm paraíso escondido entre baías e montanhasTEXTO E FOTOS DE JOHNNY MAZZILLI
No fim de 2006, passei uma sema-na em Zagreb, a pequena capital da Croácia, uma
cidade charmosa, agitada e cheia de gente bonita. Bares, cafés e kebaberias, turistas, eventos e per-formances dia e noite nas praças. Durante uma semana, cada um que falava comigo repetia sempre a mesma coisa: que eu precisava, que eu devia, que eu tinha que co-nhecer Dubrovnik, Split, Zadar e outras cidades costeiras. “Zagreb é linda” — me disse um violoncelista que tocava numa rua do centro — “mas quando você for à costa vai se surpreender”, enfatizou ele. Da-quela vez acabei não indo, mas quis tirar isso a limpo. Então, no final do ano passado, voltei à Croácia e percorri sua costa de norte a sul, até entrar em Montenegro, um mi-núsculo país pouco conhecido.
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Vista clássica
da cidade velha
de Dubrovnik,
conhecida como a
Pérola do Adriático
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A belíssima costa do Mar Adri-ático — cujas águas de azul profun-do banham antigas vilas costeiras — tem cidades medievais fortifi-cadas e construídas em calcário branco e grande número de char-mosos balneários. Zadar, Sibenik, Trogir, Split, Makarska, Dubro-vnik e um sem-número de bucó-licas vilas pesqueiras com nomes exóticos e pitorescas embarcações ancoradas em tranquilas baías. Os simpáticos croatas tinham razão: eu tinha mesmo que conhecer to-dos aqueles lugares.
Comecei a viagem bem mais ao norte, em Budapeste, capital da Hungria, de onde segui para Ljubljana, a diminuta capital da Eslovênia. De lá parti em dire-
ção ao sul até chegar à Croácia passando pela cidade de Rijeka, que em croata significa “rio”. O litoral croata tem alguns pontos muito recortados, por isso che-guei a Vinjerac tarde da noite. Um vento forte e quente prenunciava chuva. Naquele vilarejo minúscu-lo, depois da meia-noite não se encontrava uma viva alma. Já me conformara em passar a noite no carro. Mas a dona do hotel chegou e acabei dormindo numa confor-tável cama. Dia seguinte, céu azul brilhante. Meu destino: Zadar. Ci-dade histórica de onde partem os barcos para o Parque Marinho de Kornati, no qual há milhares de ilhas e ilhotas de calcário branco pontilhando o mar.
Acima, Dubrovnik:
sua muralha, com
mais de 20 metros de
altura, cerca toda a
cidade velha.
Na página ao lado,
barcos pesqueiros,
na enseada de Trogir
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De Zadar fui para Trogir. Sim-pática metrópole cuja cidade antiga é um convite para se perder entre suas vielas. Restaurantes de massas e frutos do mar exibem forte influ-ência italiana na gastronomia local. Não só na gastronomia, porque ape-sar de não entender nada do difícil idioma croata — de origem eslávica — há inegável semelhança com o ita-liano em sua pronúncia. Dois dias em Trogir e segui para Dubrovnik, meu principal objetivo na Croácia. A primeira coisa que me impres-sionou na famosa stari grad (cidade velha) de Dubrovnik foi a dimensão das muralhas. Em alguns pontos com mais de 20 metros de altura, cercando toda a cidade velha.
O Leão de Kotor:
mimetizada em tons
pastel, durante o dia
é difícil enxergar a
montanha rochosa,
mas à noite
– iluminada – ela
domina o cenário
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De Dubrovnik segui em dire-ção a Montenegro, e ao cair da noite estava na pequena cidade de Kotor. Situada no fiorde de mesmo nome, Kotor tem mais de 1.500 anos e nunca sofreu uma invasão, o que preservou seu aspecto original. Sua cidade velha é encantadora. Por detrás dela, uma enorme mu-ralha serpenteia montanha acima. Subi-la exige esforço. Duas horas morro acima, mas a vista deslum-brante do Fiorde de Kotor, lá do al-to, compensa o esforço. Depois de dois dias em Kotor, segui para a pe-quena Budva, outra cidade costeira a apenas 25 quilômetros de Kotor. Budva é hoje um charmoso balneá-
rio e preserva as antigas fortifica-ções de calcário. Suas praias são formadas não por areia, e sim por seixos e cascalho miúdo e arredon-dado. É difícil de imaginar, mas em junho e julho as temperaturas na-quela costa alcançam 43 ºC. Budva foi o ponto final de minha trip pela costa adriática. Senti-me grato pela simpática insistência dos croatas de Zagreb, que, incansavelmente, me recomendaram que viesse a esta costa maravilhosa. Em Budva, dei uma guinada para o norte rumo a Podgorica, capital de Montenegro. Depois segui para Belgrado, a cin-zenta capital da Sérvia, mas isso já é outra história.
Acima, o charmoso balneário de Sibenik, mais que um cartão-postal; na página ao lado, a hístórica Zadar e suas vielas de piso de calcário polido
SERVIÇOS
• O ANO TODO É POSSÍVEL VISITAR A REGIÃO. ENTRE
JUNHO E AGOSTO, A TEMPERATURA ULTRAPASSA OS
40 ºC. ABRIL, MAIO, SETEMBRO E OUTUBRO SÃO
ÉPOCAS MAIS AMENAS.
• LEVE ÓCULOS DE SOL, FILTRO SOLAR, ROUPAS LEVES
E CALÇADOS CONFORTÁVEIS.
• BRASILEIROS NÃO PRECISAM DE VISTO PARA A CRO-
ÁCIA, MAS PRECISAM PARA MONTENEGRO. A REPRE-
SENTAÇÃO DIPLOMÁTICA NO BRASIL FICA EM BRASÍLIA.
CONVÉM SOLICITÁ-LO COM ANTECEDÊNCIA, UMA VEZ
QUE EXIGEM VOUCHER DE HOTEL PARA EMITI-LO.
• CONSULTE UMA CASA DE CÂMBIO ANTES DE TROCAR DI-
NHEIRO. O EURO É ACEITO EM QUASE TODOS OS LUGARES,
MAS É PRECISO TROCÁ-LO PELO KUNA, A MOEDA CROATA.
• A LATITUDES (WWW.LATITUDES.COM.BR) LEVA VOCÊ
PARA ESLOVÊNIA, CROÁCIA E MONTENEGRO.
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C I D A D E S E B A I R R O S
Chelsea, NYEm seus quarteirões estão galerias de arte, hotéis famosos
e lojas de estilistas conceituados, como Rei Kawakubo e Balenciaga
POR FRAN OLIVEIRA
O que alguns consideram “a maior concentração de arte contemporâ-nea do mundo” vem se acumulan-do no Chelsea somente nos últi-mos dez anos. São 30 quarteirões
que abrigam algo como 230 galerias de arte. Esses quarteirões, que um dia foram depósitos e peque-nas fábricas, hoje são preenchidos por “caixas bran-cas” — este é o nome dado à típica galeria do bairro — estruturas de concreto e vidro. Além de galerias, o bairro também é composto por hotéis como o Chelsea e o Maritme, lojas de estilistas conceitua-dos, como Rei Kawakubo e Balenciaga, e ótimos bares e restaurantes, além de um superequipado complexo esportivo: o Chelsea Piers.
Poucos hotéis se comparam ao Chelsea Hotel em termos de herança artística e literária – e também em fama. Nomes de hóspedes famosos, como Ten-
nessee Williams, Mark Twain, Jack Kerouac e Bren-da Behan estão nas placas de bronze que enfeitam a fachada do hotel. Considerado um dos maiores poetas do século 20 em língua inglesa – juntamen-te com W. Carlos Williams, Wallace Stevens, T.S. Eliot e W.B. Yeats – o dramaturgo Dylan Thomas passou por lá os últimos anos de sua vida. Em 1966, o hotel foi cenário do filme “Chelsea Girls”, de Andy Warhol, o que reforçou sua posição cult. Tudo isso aumenta a sedução meio decadente do hotel, que ainda atrai hóspedes esperançosos de que, um dia, seus nomes constem na fachada.
O Maritime Hotel foi originalmente projetado por Joseph Letner nos anos 1960 para ser o quartel-general da Marinha. Hoje, é um hotel-butique super-modernoso e altamente recomendado. A clientela é chique e internacional e os quartos têm uma enorme janela de navio e cama de dobrar presa à parede.
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A Comme des Garçons continua a fazer roupas que testam os limites econômicos e estéticos das pesso-as comuns. Rei Kawakubo não está nem aí para o que qualquer um pensa, o que redime aquelas calças de es-tampa xadreza de 675 dólares. A loja no Chelsea (como a de Tóquio) é um dos melhores lugares do mundo, mesmo que você nunca compre um CDG. Mas vá à loja e abuse do espaço. A mudança da fachada original do prédio é só uma enorme porta espelhada que leva a um túnel de alumínio e depois a um playground cheio de recantos e fendas com formas em preto-e-branco.
Descendo a rua da Comme des Garçons, pode-se ver a bandeira de Balenciaga. A loja, no seu interior, é uma mistura de jardins japoneses de pedras com gale-ria de arte minimalista. Roupas penduradas de um jeito muito peculiar em cabides nas paredes brancas, sapatos em pódios brancos e uma parede verde aparentemente sem geometria. Muitas toras de concreto e pedra. Am-biente moderno e serviço elegante atraem uma clientela composta por gente moderna, atendentes de galerias e turistas que adoram estar na moda.
O Dia Center For the Arts – um impressio-nante complexo de galeria e livraria em Chelsea. Geralmente tem shows com artistas experimentais do passado e do presente. Diversas instalações são permanentes. Frequentado por gente do mundo das artes, seu interior tem design clean. A livraria no térreo e a galeria têm piso de cerâmica nas cores verde limão, terracota e azul pálido. A galeria do piso de cima tem chão de concreto e paredes bran-
cas. Confira a vista ou tome um café na cafeteria minimalista no andar de cima.
Caso não aprecie café, o Wild Lily Tea Room – salão de chá oriental com detalhes de arte de Chelsea – tem os melhores chás da região. Seu interior é mo-dernista, meio rural. Uma tora de concreto cinza com mesas orientais baixas fica bem na frente. Fachada de vidro, porta legal. Na área principal, móveis de ma-deira à Donald Judd. Em uma parede estão fileiras de potes de chá chineses e objetos orientais. Já o Field House, em Chelsea Piers, tem 80 mil pés de área, e é a melhor academia de esportes de Manhattan, com esportes competitivos e das ligas. É o maior centro de treinamento de Nova York, com duas quadras de bas-quete, quatro gaiolas para treinamento de beisebol, salas de dança, mezanino para a prática de artes mar-ciais e uma parede para escalada feita especialmente para crianças, adolescentes e adultos iniciantes.
Com 52 cabines climatizadas e protegidas em quatro níveis para treinamento de golfe e um siste-ma computadorizado, o campo de grama artificial de 180 metros do Golf Club em Chelsea Piers é o centro de treinamento e aprendizado mais tec-nologicamente avançado em todos os Estados Uni-dos. É o único campo de golfe outdoor, aberto o ano inteiro, que oferece aos praticantes de golfe a oportunidade única de fazer lançamentos comple-tos, praticar putting e ter aulas com os melhores profissionais, além de aproveitar um ambiente de country club sem sair da cidade.
Chelsea, Nova York: num dos bairros mais charmosos da Big Apple, a reunião nem sempre possível de arte, gastronomia, cultura, lazer e morar bem
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arquitetura tadao ando
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A R Q U I T E T U R A
Philippe Starck o descreve como “o místico de um país que já não é místico; Philip Drew chama seus edifícios de “terra-arte”, que “lutam para sair da terra”. Ele é o único arquiteto que recebeu quatro dos mais prestigiados prêmios: Pritzker, Carlsberg, Praemium Imperiale e Kyoto Prize. Seu nome?
TA DAO A N DOPOR LOURENÇO GIMENES
Ao propor uma arquitetura essencialmente sensorial, in-trospectiva e de inigualável sutileza, Tadao Ando se des-taca no cenário internacional por seus edifícios singelos e puros. Pelo silêncio, sua arquitetura evoca uma neces-sária reflexão sobre o propósito desses espaços, e faz do
ser humano um elemento fundamental de seus projetos, assim como a natureza, representada por recortes precisos de luz, correntes de ar e espelhos d’água.
Sem estudos formais em arquitetura, o ex-caminhoneiro e lutador de boxe nascido em Osaka, em 1941, teve seus primeiros contatos com arquitetura aos 15 anos, quando passou a se interessar por canteiros de obras na vizinhança de sua casa. Na mesma época, achou em um sebo um livro de Le Corbusier. Foram semanas até que conseguisse juntar o dinheiro para comprá-lo, e o esforço se converteu em um estudo obses-sivo sobre como o mestre havia concebido e desenhado seus edifícios.
Com a amizade que travou com carpinteiros, passou a exercitar seus primeiros modelos de móveis e, depois, até pequenas casas. Na lida com a madeira, aprendeu a entender as propriedades do material. “Eu obser-vava como as árvores cresciam, alteradas pela forma como o sol incidia nelas, mudando a qualidade da madeira. Percebi, então, o equilíbrio absoluto entre uma forma e o material de que ela é feita”, diz Ando. Ten-
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tou estagiar em diversos escritórios locais, mas sua in-disciplina e seu temperamento difícil não permitiram que ele ficasse tempo suficiente para aprender a pro-jetar. Teve de trilhar sozinho seu caminho: passou a visitar templos, casas de chá e mausoléus da região de Kioto e Nara, onde pôde observar com profundidade a arquitetura tradicional japonesa.
Nos anos 1960, fez viagens de estudo pela Europa e pelos Estados Unidos, onde analisou e registrou em cadernos de desenho os edifícios mais interessantes. Dessa mistura de universos, o arquiteto conseguiu fa-zer uma síntese dos exemplos de Le Corbusier, Mies van der Rohe, Alvar Aalto, Frank Lloyd Wright e Louis Kahn com o universo de sensibilidade e preci-são do Japão. Tadao Ando nunca negou a influência desses arquitetos, mas sempre procurou interpretá- los por sua própria ótica, como costuma dizer.
O edifício residencial Rokko I, considerado por Ando um de seus mais importantes trabalhos, é um exemplo de como o arquiteto assimilou os exemplos da planta volumétrica de Adolf Loos e da casa Roq et
Rob de Le Corbusier, sem se submeter a uma apro-priação gratuita de suas ideias. A importância da luz e do vento, presentes de forma tão evidente nesses edifícios, é de fato um traço fundamental da pesquisa de Tadao Ando. O arquiteto entende o contato do edifício com a natureza de uma forma muito diferen-te do que se costuma perseguir no Ocidente: poucos são os casos em que, como em Rokko, ele lança mão de aberturas generosas e construções permeáveis. Para ele, o diálogo com a natureza é mais interessan-te quando se dá de forma sintética em filigranas espa-ciais, tornando-a parte intrínseca e indissociável do objeto construído. Os elementos luz e vento, segundo o arquiteto, devem participar dos espaços de forma a alterá-los com o passar do tempo e de acordo com as estações, evocando a real transformação da natureza, e não sua mera contemplação por uma janela.
O tempo é o agente de desmaterialização da for-ma pesada de concreto, e deixa sua passagem evidente pela qualidade da luz. Com esse artifício, Ando dota o espaço de uma quarta dimensão, tornando-o tão
Museu de Nariwa, na vila de Kawakami, província de Okayama, no Japão
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fluido como jamais poderia-se suspeitar ao se deparar com sua materialidade construtiva. Atinge, assim, um equilíbrio rigoroso, pois restringe seus objetos a for-mas geométricas simples e expressivas em circunstân-cias calculadas, onde a luz isola os elementos pesados e os deixa leves por submetê-los à sua própria variação, conforme passam as horas do dia. Essa relação é par-ticularmente apreensível em exemplos como a Casa Koshino (1981), o Espaço de Meditação da Unesco (1995), a Escola Dominical da Igreja da Luz (1999) e a própria Igreja da Luz (1989), de fascinante simplicida-de. Como o próprio nome indica, essa pequena igreja de 113 metros quadrados assume a luz como protago-nista e cria um elemento de quase ofuscamento, que toma todo o fundo da nave, atrás do altar.
Finas aberturas em forma de cruz admitem a luz do sol no espaço interno da Igreja e conduzem-na de for-ma a se refletir de maneira diversa sobre uma parede oblíqua e no piso inclinado, resultando em efeitos não ingenuamente simbólicos e dramáticos. Novamente, o concreto é o elemento construtivo dominante. Numa das laterais insere-se um grande pano de vidro, que,
curiosamente, não permite a visão de dentro para fora ou de fora para dentro – serve apenas para destacar com luz o plano oblíquo que por ali atravessa a caixa e determina o trajeto do visitante desde fora. Inicial-mente proposta sem vidro como vedo, a cruz deixaria entrar também o vento. Essa ideia foi vetada pelos reli-giosos, com medo do intenso frio do inverno.
A arquitetura religiosa de Tadao Ando é surpre-endente. Além da Igreja da Luz, outros exemplos corroboram definitivamente sua capacidade de criar espaços simbólicos de extrema vocação sensorial. Dois deles são a Igreja na Água (1988) e o Templo da Água (1991). Neste último, a água é utilizada de forma mais simbólica que ilusória. Subterrâneo, o templo é im-plantado em um acentuado declive, anexo a um tem-plo budista preexistente. Uma longa e curva parede de concreto guia o visitante desde cima, de forma a tolher-lhe a visão e anunciar, pela expectativa, a chegada a um lugar sagrado. Tadao Ando usa com frequência o percurso como instrumento de preparo do visitante, fazendo-o compreender que está prestes a ver algo so-bre o qual deve pensar.
Igreja da Luz, em Ibaraki, cidade japonesa localizada na província de Osaka, e Museu de Arte Contemporânea de Naoshima, em Kagawa
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gastronomia tokaj bocuse kaá
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B E B I D A S
Os vinhosdourados do
Tokaj“Ó líquido âmbar de tons brilhantes que tece
os fios dourados da mente!” [Voltaire, 1694-1778]
TEXTO E FOTOS DE JOHNNY MAZZILLI
Do latim vinum rex, rex vinorum – em bom português, “rei dos vinhos, vinho de reis”. Assim dizem os húngaros, com indisfarçável orgulho, sobre um de seus mais caros patrimônios culturais: os consagrados vinhos de sobreme-sa do Tokaj (tocái). A história diz que pelos idos de 1238
uma guerra contra os turcos atrasou a colheita. Surgiu então uma misteriosa doença que atacou as vinhas e murchou as uvas. Fizeram o vinho assim mesmo — não sabiam, mas era o pontapé inicial da história e da produção desta bebida única, de tonalidades douradas, complexidade gustativa e aro-mática e peculiar método de produção. Mas, sobretudo, os tokajis (tocáiis) tornam-se inesquecíveis pelos sabores e aromas intensos e pelo arrebata-mento que provocam. Além de Voltaire, manguaceiro convicto, a extensa lista de aficionados ilustres remonta séculos: Napoleão, Beethoven, Goethe, Liszt, Montesquieu, Madame Pompadour, os trejeitosos Luís XIV, XV e XVI, Alexandre Dumas, Charles de Gaulle e tantos outros.
BOTRYTIS CINEREA
A grande protagonista é a Botrytis cinerea, um fungo que perfura a casca, invade o fruto e o desidrata. O resultado é uma uva parecida com passa, alta concentração de açúcares, ácidos e sais minerais. A ela os húngaros dão o nome de azsú (assú). Com o tempo, os produtores aperfeiçoaram sua produção, tornando-a uma bebida extremamente refinada. A colhei-ta do azsú é delicada e meticulosa. A botrytis não ataca o cacho unifor-memente; é preciso colher bago por bago em sucessivas colheitas.
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Adega da vinícolaOremus: 700
anos de existênciae 3 km de corredores
subterrâneos
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No Tokaj, são produzidos apenas vinhos brancos, e as uvas mais utilizadas são a furmint, hárslevelü e sarga muskotaly, castas típicas do leste europeu. A produção de vinhos com uvas botritizadas depende muito do clima. Para que o fungo ataque com inten-sidade, é necessário um pouco de chuva, mas não muita. Constante umidade matinal, mas não muita. Tardes quentes e ensolaradas, mas não muito quen-tes nem muito ensolaradas. Essa delicada combina-ção climática influencia as características de cada safra, ano após ano. Segundo Peter Molnár, gerente da Patricius, uma vinícola belíssima e impecável de 80 hectares, “lidar com o desafio de tantas variáveis e resultados me fascina e me faz achar que tenho o melhor emprego do mundo”, diz ele.
Com somente 5 mil hectares plantados, a produ-ção é limitada e não há como aumentá-la expressi-vamente sem comprometer a qualidade. E os pro-dutores locais não estão nada preocupados com o aumento de produção. Além do clima favorável, o Tokaj tem solos privilegiados. Em eras passadas, nu-merosos vulcões expeliram das profundezas da terra grandes quantidades de minerais para a superfície, moldando terroirs raros e diversificados.
Antigamente, as mulheres que colhiam o azsú colo-cavam-no dentro de um balde de madeira pendurado nas costas, cuja capacidade era de 25 quilos, o puttony (pútonhi). Há muito tempo, o balde foi aposentado, mas emprestou seu nome histórico para designar uma uni-dade de doçura dos vinhos — os puttonyos (pútonhosh).
Uva furmint, casta típica do leste europeu e a mais utilizada na produção de vinhos brancos
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No Brasil, a oferta destes vinhos ainda é limitada, mas é possível encontrá-los em algumas lojas e importadoras.
DOBOGÓ – Essa pequena vinícola produz vinhos de butique de qualida-de excepcional - tiragens pequenas e exclusivas. Distribuídos no Brasil pela Winebrands. www.winebrands.com.br
DEMETER ZOLTAN – Vinho de butique, o terroir Szerelmi dá origem ao peculiar branco seco de mesmo nome, produzido com uvas Harslevelu. Sem distribuição no Brasil. www.demeterzoltan.hu
DOMINIUM – Sinônimo de excelência em vinhos, essa vinícola ainda não conta com representação no Brasil. www.pannontokaj.hu
OREMUS – A maior e mais tradicional vinícola de Tokaj, com 100 hectares, pertence à gigante espanhola Vega Si-cília. É representada no Brasil pela im-portadora Mistral. www.mistral.com.br
EZSENCIA – O mítico Ezsencia: 700 kg de uvas botritizadas para obter apenas 1 litro de vinho. www.mistral.com.br
SZEPSY – Istvan Szepsy é uma cele-bridade no mundo dos vinhos de sobre-mesa. Seus vinhos são considerados os melhores da região. www.szepsy.hu
PATRICIUS – Seus vinhos premiados ainda não têm representação no Brasil. www.patricius.hu
PENDITS – Os vinhos desta pequena vinícola podem ser encontrados nas lo-jas da Decanter. www.decanter.com.br
DISZNOKO – Os vinhos da vinícola franco-húngara Disznoko podem ser encontra-dos na Terroir. www.terroirvinhos.com.br
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A medida base de vinho é uma barrica de 136 litros de mosto recém-fermentado. Cada puttonyo representa uma medida de 25 quilos de bagos de azsú.
Essa escala permite que o vinho seja escolhido por seu teor de doçura, expandindo as possibilidades de harmonizações com comida. Roquefort ou Gorgon-zola casam perfeitamente com vinhos intensamente doces, de 6 puttonyos, assim como foie gras, conside-rado um must com 6 puttonyos. Sobremesas menos doces e mais ácidas caem bem com vinhos de 3 ou 4 puttonyos, tais como saladas de frutas. Acima do 6 puttonyos há somente dois vinhos: o Azsú Eszencia (180 kg de azsú nos 136 litros de vinho) e o mítico Ezsencia, um vinho obtido apenas do lento goteja-mento da calda do azsú, sem o vinho branco servindo
de base. Para obter um único litro do Ezsencia, são necessários impensáveis 700 quilos de azsú.
Mas não somente a doçura conta - um vinho so-mente doce torna-se rapidamente enjoativo. Um dos aspectos que consagram os tokajis é sua grande aci-dez, o contraponto da intensa doçura. O azsú transfe-re para os vinhos seus elementos - açúcares, ácidos e sais minerais, o que lhes confere sabores e aromas in-tensos de mel, baunilha, castanhas, chocolate e frutas brancas. E adentrar nas belíssimas adegas subterrâ-neas do Tokaj é uma experiência única, uma viagem ao passado. Algumas, como o Chateau Pazjos, têm 500 anos de existência, e a impressionante adega da Oremus tem 700 anos e 3 quilômetros de corredores subterrâneos.
O dourado intenso do vinho Disznoko 6 puttonyos. Acima dele só há dois vinhos: o Azsú Ezsencia e o mítico Ezsencia
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As secularesadegas do
Tokaj estãoentre as mais
belas e antigasdo mundo
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KAÁSIMPLESMENTE DIFERENTE
Com obra de Arthur Mattos Casas e paisagismo de Gica Mesiara, o restaurante
reúne a experiência de quatro empresários do ramo gastronômico
POR TATIANNA BABADOBULOS
R E S TA U R A N T E
Instalado em um terreno de 700 metros qua-drados, o restaurante franco-italiano Kaá – que, na linguagem tupi, significa mato, folha, erva – foi inaugurado em dezembro e já ga-nhou destaque no circuito gastronômico de
São Paulo. “O nome foi escolhido por ser diferente e por refletir o verde”, esclarece Daniel Sahagoff, um dos sócios da casa e também proprietário do Canta-loup. Paulo Barroso de Barros (dono do Due Cuo-chi) e Paulo Roberto Kress Moreira e Edson Cerreti (donos do General Prime Burger) completam o time de empresários experientes neste ramo de negócio.
A obra do arquiteto Arthur de Mattos Casas privi-legiou a natureza. Muito verde, espelhos d’água e espa-ços abertos, como o teto retrátil, que deixa 60% de seu espaço livre, proporcionando excelente circulação de ar natural. Em nome do verde, a paisagista Gica Me-siara contribuiu com um painel de plantas, isto é, um quadro-vivo de sete metros de altura por 40 metros de extensão. Ao todo, são sete mil plantas típicas da Mata Atlântica (avencas, begônias, orquídeas e samambaias), plantadas no início na construção, há dois anos. “Mo-rando em São Paulo, sentia a falta de um lugar aberto, com espaço e ar livre”, explica Daniel Sahagoff.
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Arthur Mattos Casas também idealizou os móveis e a decoração (tapetes, luminárias e madeira), que proporcionam um ambiente aconchegante.
Responsável pela criação dos pratos italianos, Paulo Barros afir-ma que a força do Kaá está em tentar unir a sofisticação da cozinha fran-cesa com a variedade da cozinha ita-liana. “As massas são o carro-chefe da casa e o prato mais solicitado é o Tortelli de Queijo Brie compota de figo na manteiga de sálvia e amên-doas torradas. É um prato criativo e de fácil aceitação”, diz. O cardápio francês fica a cargo do chef Pascal
Valero, que passou por restaurantes franceses estrelados do Guia Miche-lin, como o Taillevent e Le Louis XV Alain Ducasse, além de ter tra-balhado no EAU, do Hotel Hyatt, no Brasil, e no Le Coq Hardy.
No centro do salão está o bar, de onde saem coquetéis e drin-ques, como o Fresh Mellon Mar-tini (vodca, xarope de melancia e vermouth dry), preparados pelo barman Araújo. Uma adega clima-tizada comporta 1.800 garrafas de vinho, disponíveis em 250 rótulos. O Kaá fica na avenida Juscelino Kubitscheck, 279, Vila Olímpia, São Paulo, (11) 3045-0043.
A decoração do arquiteto Arthur Mattos Casas confere elegância e proporciona ambientes tranquilos e aconchegantes no restaurante Kaá
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Pé-direito de sete metros e contato
visual com plantas da Mata Atlântica são
destaques ao lado do teto retrátil,
que oferece luz natural a
60% do ambiente
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paul bocuseA gastronomia deve muito a Paul Bocuse. Conheça a história do incansável chef, de 83 anos
POR GABRIELA SAMPAIO
Era uma vez um mundo sem Nigellas, Jamie Olivers e Fer-ran Adriàs. Sem inúmeros livros de receitas, programas de TV e reservas feitas com um ano de antecedência. Um mundo onde os chefs ficavam restritos aos calores e cor-rerias de suas cozinhas, inspecionando os pratos prepara-
dos por suas equipes, regidas como orquestras, e criando obras-primas num quase anonimato. O divisor de águas entre aquela época e os dias de hoje atende pelo nome de Paul Bocuse. Aos 83 anos – 65 dedicados à gastronomia – é considerado o primeiro chef midiático, “Cozinheiro do Século” pelo guia Gault & Millau, embaixador da cozinha france-sa no exterior e globetrotter de carteirinha. Seu principal restaurante, L’Auberge du Pont de Collonges, mantém há mais de 40 anos três estre-las do Michelin. Ele também é dono de uma cadeia de brasseries (qua-tro no total, cada uma praticando a gastronomia típica das regiões norte, sul, leste e oeste da França) e um restaurante em plena Disney World, no Pavilhão Francês do Epcot Center. O incansável octogenário – que já publicou um sem-número de livros com suas receitas e técnicas - tam-bém encontra tempo para presidir honorariamente o Institut Bocuse (escola que forma profissionais em hotelaria e restauração em Lyon) e comandar o Bocuse d’Or, a “Copa do Mundo dos Chefs de Cozinha”, criada por ele em 1987, que se realiza a cada dois anos.
A incrível trajetória de Bocuse começa antes mesmo de seu nascimen-to, em 11 de fevereiro de 1926, em Collonges-au-Mont-d’Or, na região do Rhône-Alpes. A gastronomia parecia ser seu destino e de toda a sua famí-lia. Em 1765, registros mencionam uma antepassada que cozinhava para camponeses. Outros parentes trabalharam como cozinheiros, mas o pri-meiro a abrir um restaurante com o nome Bocuse foi seu trisavô, Nicolas, em 1840. O negócio durou até Joseph e Marie Bocuse, seus avós. Apesar do sucesso, Joseph não soube lidar com o furor causado por sua espo-sa entre os homens e, numa crise de ciúmes, fechou o estabelecimento.
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“Quando se cozinha, é preciso deixar sempre uma pequena margem para a improvisação”
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Aos 16 anos, Paul Bocuse come-çou seu aprendizado com Claude Maret, no restaurante La Soierie, em Lyon. Era 1942 e, em plena guerra, o jovem aprendeu a visitar mercados e até mesmo a negociar no mercado negro. Naquela época era preciso matar o porco ou vitelo para conseguir a mercadoria. Dois anos depois, Bocuse se alistou voluntariamente nas Forças Francesas Livres (FFL) do General de Gaulle e foi incorporado à 1ª Brigada. Atingido por uma bala, foi socorrido por americanos e participou do desfile de vitória em Paris, em 1945. De volta a Lyon, reto-ma seu aprendizado com a legendária mère Eugénie
Brazier, detentora de 3 estrelas Mi-chelin em 1933 e proprietária do bouchon homônimo. Ali, além de trabalhar na cozinha, cuidava da horta, das vacas, entre outros.
Paris viria em seguida. Na Ci-dade Luz, Bocuse trabalhou no prestigioso Lucas Carton sob o comando do chef Gaston Richard.
Foi ali que conheceu e tornou-se amigo dos então desconhecidos irmãos Troigros, Pierre e Jean. Juntos, fizeram parte da equipe do badalado La Pyramide, perto de Lyon, na década de 1950. Beberam da fonte dos chefs Fernand Point e Paul Mercier. As primeiras honrarias viriam em 1961, quando ganhou o concur-
“Minhas três estrelas não vêm de meus ‘serviços prestados à gastronomia’, como dizem por aí. Mas simplesmente porque a comida é boa. Muito boa”
“Às vezes não sei que pratos vou preparar para o almoço, o que decido apenas durante a visita ao mercado – e é isso, na minha opinião, que faz a boa cozinha” – [Paul Bocuse]
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so Meilleur Ouvrier de France e obteve sua primeira estrela Miche-lin. No ano seguinte, transforma o simples restaurante do pai, em sua cidade natal, e consegue mais uma das cobiçadas estrelas do guia. A consagração vem em 1965, com a chegada da terceira e máxima estrela. Nessa mesma época o já venerado chef recupera o nome Bocuse, que ainda pertencia ao restaurante vendido por seu avô, e batiza seu negócio como L’Auberge de Collonges “Paul Bocuse”.
Um dos pratos mais célebres de sua autoria, tido por chefs e críticos como um de seus legados, nasceu
em 1975. Ao ser condecorado cava-leiro da Legião de Honra pelo pre-sidente Valéry Giscard d’Estaing, apresentou sua Sopa de Trufas V.G.E. Bocuse, junto dos irmãos Troigros, Michel Guérard, Roger Vergé e Raymond Oliver, é associa-do por muitos à nouvelle cuisine, movimento surgido na década de 1970 que combinava ingredientes
menos opulentos e calóricos a apresentações estuda-das. Mas o chef não parece acreditar nesta rotulação. Em entrevista ao jornal francês L’Express, Bocuse con-tou que manteve distância de restaurantes que serviam “miniporções em maxipratos”.
Da esquerda para a direita, chef Daniel Boulud, Paul Bocuse e o filho Jérôme Bocuse: “Não sei se me substituir é exatamente um presente”
“Todos os métodos da cozi-nha contemporânea, do me-lhor ao pior, foram inventa-dos por ele. Ele teve senso de equipe e uma visão glo-bal bem antes dos outros”[Emmanuel Rubin, jornalista]
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“Nós não estamos aqui como showroom de porcelanas!”, desa-fiou, com seu senso de humor típico. “Eu amo manteiga, creme de leite, vinho e tudo o que se cozinha lentamente, com ossos e espinhas”, declarou ao mesmo ve-ículo. “Reconheço a cozinha mo-lecular, mas sou um adepto da cozinha tradicional, identificável.” Como todo homem bem-sucedido, Bocuse também conta com críticos ao seu trabalho. Mas o chef reba-te: “Minhas três estrelas não vêm de meus ‘serviços prestados à gastronomia’, como dizem por aí. Mas simplesmente porque a comida é boa. Muito boa.”
O número três parece ser fre-quente na vida de Bocuse. Além das estrelas, o chef conseguiu manter relacionamento com três mulheres aos mesmo tempo, e com sucesso. Seu filho Jérôme também é cozinheiro, mas, se-gundo o pai, não deseja a suces-são. “Não sei se me substituir é exatamente um presente”, conta o
chef. “O restaurante sobreviveria sem mim? Se trans-formaria em uma fundação culinária? Quem sabe?” Enquanto isso não acontece, Bocuse continua seu trabalho. Junto do galo que tatuou nas costas. Uma lembrança de seu compromisso com a França.
Em 1988, Paul Bocuse criou a mais rigorosa competição internacional de culinária, a Bocuse d’Or, em Lyon, na França
“O problema é que meus con-temporâneos parecem aos poucos perder o sentido do desenrolar do calendário, do rito, do cerimonial, das parti-cularidades próprias de cada estação” – [Paul Bocuse]
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motor bentley GTC speed
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Houve um tempo em que as corridas eram vistas com maus olhos e os pilotos eram tidos como loucos ou verdadeiros heróis que sobreviviam à loucura de dirigir em alta veloci-
dade e quase sem proteção, em máquinas apoiadas em estreitos e frágeis pneus de lona. W.O. Bentley montou o primeiro automóvel Bentley em 1919. Ele era um entusiasta de carros de corrida em busca de emoções e que desejava projetar e produzir o melhor carro de corrida do mundo. Os projetos de Bentley foram muito bem-sucedidos - um automóvel Bentley
dominou as corridas em Le Mans de 1927 a 1930. Os Bentley ganharam corridas por toda a Europa e logo um grupo de pilotos conhecido como Bentley Boys se tornou famoso por levar troféus para casa.
A linha de carros Bentley tinha muitos rivais - talvez o mais notável fosse o Rolls-Royce. Enquanto os auto-móveis Bentley eram conhecidos pela velocidade e de-sempenho, os Rolls-Royce eram famosos pela elegância e sofisticação. Ambas as linhas estimularam avanços do automóvel na Europa. A rivalidade poderia ter continua-do indefinidamente se não fosse pela Grande Depressão. A Bentley Motors se tornou instável financeiramente, e a
Na indústria automobilística, certas empresas têm a reputação de criar carros luxuosos. Mas há um círculo menor de marcas que vão além e, com estilo, atingem a opulência. A Bentley é uma delas
POR CARLOS GUIMARÃES
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Rolls-Royce Limited adquiriu a companhia em 1931. Gradualmente, os automó-veis Bentley começaram a ficar com o estilo parecido com o dos carros da Rolls-Royce. Alguns modelos usavam até o mesmo chassi - a mesma estrutura básica - do Rolls-Royce Silver Cloud. Em 1998, a Rolls-Royce vendeu a Bentley Motors para a Volkswagen (depois a BMW adquiriu a Rolls-Royce, portanto duas das li-nhas de carros mais admiradas da Inglaterra passaram a pertencer a companhias alemãs). A produção da linha Bentley permaneceu em Crewe, Inglaterra, que tem montado Bentleys desde 1946. Hoje, os Bentley ocupam um nicho entre os carros Rolls-Royce, conhecidos pelo seu estilo e elegância, e os carros Aston Martin, famosos pelo seu desempenho e velocidade. E, para coroar esses mais
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de 100 anos de tradição, a Bentley lança seu conversível mais potente da his-tória, o Continental GTC Speed, equipado com motor W12 de 610 cavalos, potência 9% maior que a da versão cupê e que o faz atingir nada menos que 322 km/h com a capota fechada. Pode parecer estranho um motor com cilindros em W, mas é que foi feito a partir de dois V6 de três litros de cilin-drada, pela Audi, mas com todos os reforços e materiais nobres necessários para extrair toda essa potência sem precisar esquentar a cabeça do felizardo que estiver ao volante. Aliás, nem desmanchar o penteado vai ser problema, por causa do defletor de ar instalado atrás dos bancos dianteiros que evita que aquela ventania faça seus estragos na aparência.
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Por fora, o carro muda muito pouco em relação ao cupê GTC desenhado pela equipe chefiada pelo bra-sileiro Raul Pires, que hoje já está perto dos 40 anos, mas que quando tinha metade dessa idade foi estagiá-rio da Volkswagen e, logo em seguida, foi transferido para a Skoda, marca tcheca também controlada pela empresa alemã. Repare que a grade do radiador fi-cou um pouco mais alta e os faróis receberam frisos cromados. Além disso, há duas novas opções de cor para a carroceria e o interior, que pode ter cor perso-nalizada, para não decepcionar os exigentes ingleses, acostumados a escolher uma infinidade de combina-ções em conversíveis desde os clássicos Morgans fei-tos com estrutura de madeira.
Entre os detalhes exclusivos do carro estão as rodas de aro 20, montadas em pneus Pirelli P Zero (feitos espe-cialmente para supercarros) que agem em conjunto com a suspensão ajustada para aumentar a estabilidade nas cur-vas. O acerto inclui molas com maior carga de força que trabalham em conjunto com amortecedores de maior pressão. Com isso, além de o carro ficar com o centro de gravidade um pouco mais baixo, passa a ter a rolagem da carroceria mais controlada no vai-e-vem de uma estrada sinuosa. E, para deixar claro que os pequenos detalhes fazem a diferença, as soleiras das portas vêm com a inscri-ção “Speed” e, na traseira, além das saídas de escapamen-to terem sido alargadas, a tampa do porta-malas ganhou um discreto defletor de ar. Perfeito, não?
Motor W12 de 610 cavalos, potência 9% maior que a da versão cupê e que o faz atingir nada menos que 322 km/h com a capota fechada
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Pelos 4 cantosdo mundo
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Entre março e abril, o Rio de Janeiro recebe os velejadores da maior maratona oceânica do mundo, ancorados na Marina da Glória. Esta é uma chance única para poder acompanhar as equipes e seus corajosos tripulantes
POR MARCELO WISOCKY
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uando a família real portuguesa che-gou ao Rio de Janeiro, no dia 7 de março de 1808, fugindo das tropas do imperador francês Napoleão Bona-parte, se deparou com um cenário e
tanto: a Baía de Guanabara, uma verdadeira obra-de-arte da natureza. Desde então, passaram-se mais de 200 anos e muitas coisas mudaram no local encontra-do naqueles dias por D. João. Exceto uma: os contor-nos montanhosos e as águas calmas que formam um dos cartões-postais mais famosos do Brasil.
Esta é a paisagem que os participantes da Volvo Ocean Race 2008/09 verão quando chegarem por aqui, entre março e abril, para cumprir outra etapa da maior regata de volta ao mundo do planeta. É nela, também, que as sete equipes disputarão pontos impor-
tantes dentro da competição. Batizada de Volvo Ocean Race Rio Stop Over, a etapa interna (In-Port) terá toda a infraestrutura ancorada na Marina da Glória. Tradi-cional centro de esporte, lazer e cultura, o complexo náutico promete muita badalação e glamour.
Segundo a Brasil 1 Esporte e Entretenimento, em-presa responsável por trazer a regata ao país, cerca de 5 mil turistas devem acompanhar o evento de perto. Isso sem contar os mais de dois mil convidados da empre-sa dona da festa. Entre eles estará Torben Grael, iatis-ta brasileiro que comanda o Ericsson 4, um dos fortes candidatos a faturar o título da prova. No certame de 2005/06, ele comandou o Brasil 1, primeira embarcação brasileira na regata, e ficou com a terceira colocação na classificação geral. A tripulação conta ainda com outros dois brasileiros: Horácio Carabelli e João Signorini.
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Conhecidos como Volvo Open, as embarcações são iguais para todos. Dependendo das condições climáticas, os barcos podem atingir 70 km/h
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Espécie de Copa do Mundo, a Volvo Ocean Race está na décima edição. Disputada a cada quatro anos, teve início no dia 4 de outubro, em Alicante, na Espa-nha, com término previsto para junho, em São Peters-burgo, na Rússia. Ao todo, serão cerca de nove meses para que as corajosas equipes completem as 37 mil milhas náuticas – quase 70 mil quilômetros. Detalhe: uma volta ao redor do mundo pela linha do Equador tem cerca de 40 mil quilômetros. O percurso inclui, ainda, Cape Town (África do Sul), Cochin (Índia), Cingapura, Qingdao (China), Boston (Estados Unidos), Galway (Ir-landa), Marstrand (Noruega), Estocolmo (Suécia), totali-zando 11 paragens em portos ao redor do globo.
HOMEM E MÁQUINA – Quem nunca sonhou cruzar o mundo a bordo de um “barquinho”? Pois é desta maneira que alguns poucos felizardos estão realizan-
do o desejo de milhões de mortais comuns. Entre eles está Torben Grael, que repete a experiência e tenta superar a terceira colocação na classificação geral obtida na edição passada. Ao seu lado, outros nove calejados navegadores de diversas nacionalida-des, entre eles Carabelli e Signorini. O timoneiro Tony Mutter, o décimo-primeiro integrante da equi-pe, abandonou a prova em Cabo Verde devido a uma infecção no joelho. E, para completar o time, o tal “barquinho”, uma moderna embarcação com 70 pés – cerca de 21 metros – desenvolvida pelos melhores projetistas do mundo. É da união entre os principais nomes da vela mundial com o que existe de mais atual em tecnologia que se encontra um dos grandes atrativos da Volvo Ocean Race. Conhecidos como Volvo Open (VO 70 2.0), as embarcações são iguais
Ao todo, serão cerca de nove meses para que as corajosas equipes completem as 37 mil milhas náuticas
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para todos. Feitos de carbono, empregam a mesma tecnologia utilizada na construção de aeronaves, ôni-bus espaciais e carros de Fórmula 1. Dependendo das condições climáticas, os barcos podem atingir 70 quilômetros por hora.
O talento do time começa a ser testado neste mo-mento. Aqui, Grael impõe respeito como capitão. Maior medalhista olímpico do Brasil – com dois ou-ros, uma prata e dois bronzes – é ele quem estabe-lece os critérios e as táticas a serem adotados diaria-mente para que a média diária de 900 quilômetros seja alcançada. Não à toa, o Ericsson 4 comandado por Grael já faturou duas pernas da competição: a etapa de abertura e a da Cidade do Cabo, na África do Sul, a Cochin, na Índia.
UMA HISTÓRIA E TANTO – A primeira edição da que hoje é conhecida como Volvo Ocean Race foi em 1973/74. Com o nome de Whitbread, a prova reuniu
na época quase duas dezenas de veleiros. Eles tive-ram que percorrer 27.500 milhas náuticas – cerca de 45 mil quilômetros – com barcos simples e sem saber o que tinham pela frente. Desnecessário dizer que o evento foi um sucesso. A edição de 1977/78 contou com 15 barcos. Foi nesta fase que o Brasil re-cebeu pela primeira vez a trupe de competidores. O grande salto para que a regata ganhasse proporções ainda maiores aconteceu em 1985/86. Neste período, o evento ganhou apoio de patrocinadores e reconhe-ceu a tecnologia como uma aliada inseparável. Esta edição também registrou a primeira passagem pelo Brasil. Em 1993/94 nasceu uma nova classe, a Whit-bread 60. Ela serviu de base para os veleiros das com-petições seguintes. Só na edição de 2001/03 a regra do VO 70 foi lançada e segue mantendo os mesmos moldes até hoje, numa competição que reúne emo-ção, beleza e aventura.
A embarcação Puma Ocean Racing lidera a frota no início da terceira etapa da Volvo Ocean Race, a partir de Cochin, na Índia
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social responsabilidade
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FUNDAÇÃO LAUREUSDez anos trabalhando por um mundo socialmente justo
POR FRAN OLIVEIRA
Todo ano, a Laureus atribui o Laureus World Sports Awards aos melhores esportistas masculinos e femininos do mundo, enquanto a Fundação Laureus Sport for Good utiliza o es-
porte como uma forma de ajudar a proporcionar às crianças e aos jovens um futuro melhor. Desde 2005, a IWC Schaffhausen tem sido uma das forças mo-toras por trás da Laureus, organização fundada em 1999 por duas empresas internacionais de sucesso: a Daimler-Chrysler (a atual Daimler) e a Richemont. Na Laureus, a Daimler-Chrysler encontra-se repre-sentada pela marca de automóveis Mercedes-Benz, enquanto a Richemont, que reúne inúmeras marcas
de prestígio no setor de relojoaria, joalheria e instru-mentos de escrita, selecionou a IWC Schaffhausen como sua representante.
A missão da Fundação Laureus Sport for Good é utilizar o poder do esporte para fazer frente aos desafios sociais, por meio de um programa, em nível mundial, de iniciativas de desenvolvimento comunitário relacio-nadas ao esporte, utilizando-o como instrumento para a mudança social. Os membros da Academy já esta-vam próximos do seu público quando ainda estavam em atividade. Hoje em dia, mantêm essa proximidade, visitando regularmente projetos organizados pela Fun-dação Laureus Sport for Good. Ao fazê-lo, conferem aos projetos significância pública e, ao mesmo tempo,
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demonstram às crianças e aos adolescentes envolvidos – normalmente jovens desfavorecidos – que eles são le-vados a sério pela sociedade. Ao mesmo tempo, esses encontros com as estrelas deixam uma impressão dura-doura e positiva aos jovens. Qualquer jovem que tenha tido a oportunidade de correr com Edwin Moses, jogar tênis com Boris Becker ou jogar futebol com Bobby Charlton jamais irá esquecer.
Os membros da Laureus World Sports Academy representam todos os continentes e todas as princi-pais modalidades esportivas. Entre eles, os esportistas masculinos e femininos contabilizam 100 medalhas olímpicas, sendo mais de 50 dessas de ouro, 100 títu-los mundiais e 200 recordes mundiais. O presidente
da Laureus World Sports Academy é o antigo cam-peão olímpico de 400 metros com barreiras, Edwin Moses, dos Estados Unidos. Tem a seu lado a corre-dora de cadeira de rodas e vencedora de 11 medalhas de ouro, Tanni Grey-Thompson, da Inglaterra, e o vencedor múltiplo de Wimbledon e de Grand Slam, Boris Becker, da Alemanha. O Brasil é representa-do por Emerson Fittipaldi, ganhador de dois títulos em campeonatos mundiais de Fórmula 1 e vencedor da Indianapolis 500, em 1989 e 1993. “As pessoas privilegiadas deste mundo – e nós nos encontramos entre elas – têm que fazer algo para ajudar os que são social, física ou economicamente desfavorecidos”, afirma Georges Kern, CEO da IWC.
Na página oposta, o jogador de críquete Steve Waugh, no Sri Lanka. Nesta página, no sentido horário, o atleta Edwin Moses, em Hong Kong; o projeto Fight Back, no sul do Bronx, em Nova York; Emerson Fittipaldi com os Meninos do Morumbi e o velocista Michael Johnson, na África
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POR GABRIELA SAMPAIO
VIAGEM
PONTA DOS GANCHOS A edição 2009 Awards for Excellence, realizada
pela editora britânica Condé Nast Johansens, confirmou que o romantismo é realmente o
clima vivenciado por todos os casais que se hospedam no Ponta dos Ganchos. O romance, aliado à excelência no turismo de luxo, fez do resort catarinense o grande vencedor da categoria Most Excellent Romantic Hide-away, dentro da seleção realizada pela Condé Nast.
Reconhecido como um dos principais resorts do mundo, o Ponta dos Ganchos foi escolhido em um total de 25 premiados divididos em categorias por regiões das Américas, Atlântico, Ilhas do Pacífico e Caribe.
Como o hotel mais romântico da América do Sul, o resort se destacou na primeira colocação ao compe-tir com importantes nomes do Brasil e da Argentina. A escolha dos ganhadores do prêmio 2009 Awards for Excellence, considerado o mais prestigiado prêmio do turismo de luxo mundial, é resultado da votação realizada pelos leitores do guia, hóspedes que visitam os hotéis e pelo time de inspeção da Condé Nast Jo-hansens. Em sua 27ª edição publicada na Europa, o guia atrai um público leal por conta de todo o processo de inspeção que assegura a qualidade dos hotéis, ano após ano. www.pontadosganchos.com.br
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CEGA JORNADASe viajar significa conhecer lugares diferentes, que tal só descobrir seu
destino quando tiver que fazer as malas? Esta é a ideia das Mystery Auc-
tions do site Luxury Links, especializado em hotéis, residências, cruzeiros
e pacotes de alto bordo. Toda semana, duas propriedades em lugares to-
talmente variados do mapa são colocadas em um leilão online. Apenas a
localização, os detalhes do pacote e algumas dicas são reveladas aos par-
ticipantes. Os lances começam em 1 dólar e o site garante a exclusividade
e o luxo dos lugares leiolados. Leilões anteriores contemplaram localidades
como Jamaica, Canadá e Grécia, entre outros. www.luxurylink.com
PARIS — BEST HOTEL + VINHOLocalizado no coração de Paris, o Hôtel Le Bristol já recebeu prêmios como
o World’s Best Hotel e Europe’s Best Hotel. A novidade é que seu res-
taurante acaba de contratar o chef sommelier Marco Pelletier. Canadense
e formado em Engenharia Civil, Pelletier percebeu sua paixão pelo vinho
francês depois de ter trabalhado como garçom nas férias de verão na ca-
pital francesa. A partir de então, estudou e trabalhou em hotéis renomados
antes de enfrentar o desafio proposto pelo Le Bristol. Restaurant Le Bristol
Paris, 112, rue du Faubourg Saint-Honoré. www.lebristolparis.com
THE ULTIMATE DRIVING EXPERIENCE — MILÃO Por um dia inteiro, na pista de Vairano, ao sul de Milão, é possível testar
os últimos modelos de Ferrari e Lamborghini pertencentes ao clube Quattro
Secondi. Os participantes recebem treinamento de instrutores e depois tes-
tam controle, manejo e estabilidade em um circuito de curvas variadas. Para
completar, praticam em uma reta aprovada pela FIA aceleração e frenagem
de carros que passam de 0 a 100 km/h em quatro segundos. O welcome-
coffee e o almoço estão incluídos no preço, que começa em US$ 4.375 por
pessoa para um grupo de, no mínimo, 16 participantes. www.nobhill.com.br
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ARTE / DESIGN
CINEMA EM CARTAZuando o cinema já era uma arte (a sétima!) apreciada no mundo todo, embora a tecno-logia fosse pequena e o som não existisse,
uma coisa era feita com capricho: os cartazes. Não que o filme não fosse, mas os pôsteres de divulgação recebiam cuidado especial e o ítalo-americano Batis-te Madalena se destacou no ramo.
Contratado por George Eastman assim que ele abriu as portas de seu Eastman Theatre, em Rochester, Madalena criou 1.400 cartazes pintados à mão durante quatro anos. No entanto, apenas 250 dessas obras de arte tornaram-se peças de colecionadores. Isso porque muitas foram roubadas, molhadas, perdidas. Para co-nhecer seu trabalho ao vivo (e em cores, embora os
filmes ainda fossem em preto-e-branco), 53 de suas obras ficarão expostas até 6 de abril no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), na mostra Batiste Madalena: Hand-Painted Film Posters for the East-man Theatre, 1924–1928. “Ele introduziu cor ao fil-me que era preto-e-branco para dar o humor e o tom do filme”, comenta Jenny He, assistente de curadoria.
Madalena trabalhou até 1928, quando Eastman ven-deu seu cinema para a Paramount-Publix. A partir daí, a maneira que ele criou para a divulgação dos filmes foi abandonada. Antes de serem expostos no MoMA, 70 de seus cartazes foram exibidos, por exemplo, na Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, em 1998, além de haver livros que retratam suas criações.
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POR TATIANNA BABADOBULOS
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COZINHANDO COM ELEGÂNCIAArmani e Dada, representantes de duas áreas de expertise italianas (a moda e o
design), resolveram oficializar sua união e trazer novidades para móveis de cozi-
nha. Sob o nome de Armani/Dada, já foi lançada a linha Bridge (foto). A próxima
linha será apresentada no Salone del Mobile 2009, na segunda quinzena de abril.
As cozinhas Armani/Dada figuram nas 144 exclusivas Armani Residences do Burj
Dubai, em construção nos Emirados Árabes. www.armani.com e www.dada.it
DESIGN E HISTÓRIAO MoMA – Museu de Arte Moderna de Nova York – abriga
até 31 de março, na Philip Johnson Architecture and Design
Galleries, a mostra Ateliers Jean Prouvé, em homenagem ao
designer e arquiteto francês que viveu de 1901 a 1984. Com
cerca de 20 peças, a exposição traça o histórico de Prouvé,
um dos pioneiros na produção e realização em massa de pe-
ças de apelo arquitetônico e artístico. A evolução da cadeira
Standard, de sua autoria, é um dos focos do evento por de-
monstrar o estilo inconfundível do designer. www.moma.org
LEVEZA PARA TODA A VIDACriação do designer Paul Leroy para a dinamarquesa Gubi, o banco A3 ganhou este nome
por ter assento do mesmo tamanho da folha de papel homônima. Para fazer mais refe-
rências ao ato de escrever, a estrutura, em aço, tem o formato da letra A. Estável e feito
para durar, pode ter acabamento na cor preta ou cromado e o revestimento em couro
ou tecido. Preço sob consulta. www.gobi.dk
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9 4 M A G A Z I N E
POR GABRIELA SAMPAIO
TECNOLOGIA
ESTÚDIO PORTÁTILO MacBook Pro de 17 polegadas da Apple
ganhou novidades. Além de estrutura mais
resistente, em bloco único de alumínio, o
laptop conta com bateria interna que per-
mite oito horas de uso ininterrupto e mais
de mil recargas, cerca de três vezes mais
do que conseguem outros computadores
do gênero. Completam o lançamento tela
de LED retroiluminada de alta definição
e novíssimo processador gráfico NVIDIA.
Preço: US$ 2.799. www.apple.com
PEQUENO E PODEROSOSeguindo o lançamento mundial do iPhone 3G, a Bang & Olufsen apresenta uma
nova versão de seu fone de ouvido com fios estéreo e microfone incorporado, o Ear-
Set3. Pesando apenas 8 gramas, feito de alumínio escovado e revestido de borracha
especial, são robustos e não riscam. Confortáveis, adaptam-se a todos os ouvidos.
É compatível com os celulares Serenata, fabricados pela marca. Preço sob consulta.
Bang&Olufsen – Showroom, rua Bela Cintra, 2.122, tel.: (11) 3082-8277.
EU, PAPARAZZOA Sony lança no Mercado a primeira câmera digital com Wi-Fi. A nova Cyber-shot DSC-G3
é capaz de fazer uploads de fotos e vídeos na Web graças a um browser. Desse modo, os
usuários podem dividir fotos e vídeos da família, de amigos e eventos assim que eles são fei-
tos, basta que o local tenha acesso à internet sem fio de lugares públicos ou privados, como
aeroportos, cafés, hotéis ou residências. Outra novidade é poder enviar notificações por e-
mail avisando sobre suas postagens. A Cyber-shot DSC-G3 tem 10 megapixels de definição,
lentes com zoom de 4X e espessura finíssima. Preço sugerido: US$ 500. www.sony.com
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JUST EAT IT!Nike é Nike. Imagine então transformar alguns tênis da marca em chocola-
te? Criação do +41 Projects, esses chocolates são incríveis. Superdetalha-
dos, vêm em caixinhas iguais às dos tênis. São produzidos em formatos mini
ou grande, em chocolate branco e preto. “Just eat it”! www.plus41.ch
ADORÁVEL MARCA DAS NEVESA POC é uma empresa suíça que desenvolve capacetes e roupas
para esquiadores. Usa alta tecnologia para desenvolver produ-
tos que salvam vidas e que precisam ter enorme capacidade
de absorção de impacto aliada ao uso de materiais leves. Essas
inovações acontecem em decorrência do uso de estudos que se
inspiram, por exemplo, no besouro. Suas centenas de milhares
de espécies estão entre as mais perfeitas no que diz respeito a
mobilidade com proteção. Não é à toa que a POC é fornecedora
oficial das equipes nacionais de esqui da própria Suíça e dos
Estados Unidos. www.pocski.com
3 EM 1A Trio é um misto de bicicleta, carrinho de bebê e bicicleta
para transportar crianças. Uma invenção sensacional que
segundo os fabricantes dinamarqueses, até poderia ser cha-
mada de “Quattro”, pois ainda pode ser usada como um car-
rinho para transporte de bagagem. Ela é feita em alumínio,
possui câmbio Shimano de 7 marchas, sistema de faróis e
lanternas e o carrinho tem assentos com cintos de segurança para transportar duas crianças ou cargas de até 80 quilos. Possui
também uma série de acessórios e não precisa de ferramentas especiais para se “transformar” rápido e facilmente. www.triobike.com
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POR FRAN OLIVEIRA
VINHO / CULTURA
MUNDO DOS VINHOS
Os empresários Egidio Silvestri e Marcelo To-ledo inauguraram, na avenida Cidade Jar-dim, na capital paulista, o WinePro - Mun-
do do Vinho, espaço inédito no Brasil que reúne, em um único lugar, cultura, loja, wine bar, enoturismo, consultoria, treinamento e SPA vinoterápico. “Reu-nimos as nossas experiências pessoais e profissionais ligadas a esse ‘encantamento’ que é o vinho para pro-porcionar uma experiência única no WinePro, com ambientes inusitados e aconchegantes aliados a servi-ços e atendimento impecáveis”, explica Marcelo Tole-do, um dos sócios. O mix de rótulos apresenta cerca de 450 opções, entre chilenos, espanhóis, argentinos,
portugueses, italianos, franceses, australianos, cali-fornianos, fortificados e espumantes, com preços que variam entre 35 e 400 reais, mas podendo chegar aos tops de 25 mil reais. “Com este volume, conseguimos garantir que o profissional indique qualquer vinho com propriedade ao cliente”, ressalta Egidio Silvestri. Os temas de cursos são ministrados por profissionais de renome em parceria com a Faculdade de Enologia de Mendoza. Esse novo formato de “mundo do vi-nho” destaca-se pela união de ideias e atitudes, além da arquitetura e decoração, que harmonizam os es-tilos rústico e moderno e tornam o lugar ainda mais agradável. www.winepro.com.br
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BANDEIRA Manuel Bandeira (1886-1968) será o autor
homenageado na sétima edição da Festa
Literária Internacional de Paraty (Flip), pro-
gramada de 1 a 5 de julho de 2009. Grande
nome da poesia modernista brasileira, Ban-
deira também dedicou-se à crônica e à crítica
literária, textos muitas vezes publicados pela
imprensa de então e, por isso, ainda pouquís-
simo conhecidos pelos leitores atuais.
COCO CHANEL Um dos maiores ícones da moda no sécu-
lo 20, Gabriele Coco Chanel (1883-1971)
sempre se distinguiu por uma postura
modernista e inovadora. Elegante e bem-
sucedida, ditou moda. Dia 22 de maio, es-
treia no Brasil “Coco Avant Chanel”. A atriz
é Audrey Tautou (foto). A diretora é Anne
Fontaine. E a história é baseada na bio-
grafia escrita por Edmonde Charles-Roux.
ANDRÉ LIMADicionário de referências, o trabalho do paraense André Lima está na Coleção Moda Brasileira,
da editora Cosac Naify. A marca dos seus desfiles são as mulheres fortes, penteadas, maquia-
das e cheias de acessórios. Um costureiro moderno e um dos poucos que fazem uma linha
direta com os costureiros do passado, como seu conterrâneo Dener (1936-1978). Fonte funda-
mental de pesquisa, descoberta e inspiração para os futuros profissionais, o livro preenche uma
lacuna no mercado editorial tanto para o público não-especializado como para os profissionais
da área. Prefácio da jornalista de moda Silvana Holzmeister, 160 páginas, R$ 49.
CON
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CATWALK
TRIBAL’TROPOLIS“Um único momento, o mesmo mundo, mas a existência radical de diferentes realidades
paralelas. A minha inspiração para a coleção Celine primavera-verão 2009 vem de tradições
tribais, suas roupas e seus ornamentos. Num ato de oposição e cumplicidade, quis traduzir
isso para o nosso mundo urbano.” — Ivana Omazic
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Recommended