8/3/2019 A Falcia da Janela Quebrada
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A Falcia da Janela Quebrada
por Robert P. Murphy*
Economistas pr livre mercado tem triunfalmente citado a falcia da janela quebrada
sempre que algum opina que um ato destrutivo, seja ele um desastre natural ou uma
catstrofe provocada pelo homem seria, paradoxalmente, "bom para a economia." A
referncia feita a uma lio clssica dada pelo economista Frdric Bastiat, em 1850.
Especialmente depois que Paul Krugman foi CNN e discutiu as virtudes de fingir uma
invaso aliengena, os libertrios estavam tendo um dia ativo com a acusao de "janela
quebrada". A assim chamada esquerda progressista temcontra-argumentado, alegando
que os crticos de Krugmanno compreendem realmenteo que Bastiat estava dizendo.
No presente artigo, iremos rever a lio original de Bastiat e aplic-la aos debates
modernos sobre os possveis benefcios de eventos destrutivos.
A Fbula de Bastiat
Vamos citar extensivamente do exemplo de abertura de Bastiat, em sua obra clssica,O
que se v e o que no se v:
Ser que algum presenciou o ataque de raiva que acometeu o bom burgus Jacques
Bonhomme[1], quando seu terrvel filho quebrou uma vidraa? Quem assistiu a esse
espetculo seguramente constatou que todos os presentes, e eram para mais de trinta,
foram unnimes em hipotecar solidariedade ao infeliz proprietrio da vidraa quebrada:
"H males que vm para o bem. So acidentes desse tipo que ajudam a indstria a
progredir. preciso que todos possam ganhar a vida. O que seria dos vidraceiros, se os
vidros nunca se quebrassem?"
http://escola-austriaca.blogspot.com/2011/09/falacia-da-janela-quebrada.htmlhttp://escola-austriaca.blogspot.com/2011/09/falacia-da-janela-quebrada.htmlhttp://www.youtube.com/watch?v=E1Fzzs7oVaA#t=1m0shttp://www.youtube.com/watch?v=E1Fzzs7oVaA#t=1m0shttp://www.youtube.com/watch?v=E1Fzzs7oVaA#t=1m0shttp://www.youtube.com/watch?v=E1Fzzs7oVaA#t=1m0shttp://thinkprogress.org/yglesias/2011/08/16/296903/the-denial-of-money/http://thinkprogress.org/yglesias/2011/08/16/296903/the-denial-of-money/http://thinkprogress.org/yglesias/2011/08/16/296903/the-denial-of-money/http://factsandotherstubbornthings.blogspot.com/2011/08/bastiat-yglesias-and-krugman.htmlhttp://factsandotherstubbornthings.blogspot.com/2011/08/bastiat-yglesias-and-krugman.htmlhttp://www.mises.org.br/EbookChapter.aspx?id=342http://www.mises.org.br/EbookChapter.aspx?id=342http://www.mises.org.br/EbookChapter.aspx?id=342http://www.mises.org.br/EbookChapter.aspx?id=342http://www.mises.org.br/EbookChapter.aspx?id=342http://www.mises.org.br/EbookChapter.aspx?id=342http://factsandotherstubbornthings.blogspot.com/2011/08/bastiat-yglesias-and-krugman.htmlhttp://thinkprogress.org/yglesias/2011/08/16/296903/the-denial-of-money/http://www.youtube.com/watch?v=E1Fzzs7oVaA#t=1m0shttp://www.youtube.com/watch?v=E1Fzzs7oVaA#t=1m0shttp://escola-austriaca.blogspot.com/2011/09/falacia-da-janela-quebrada.html8/3/2019 A Falcia da Janela Quebrada
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Ora, h nessas frmulas de condolncia toda uma teoria que importante captar-
seflagrante delito, pois exatamente igual quela teoria que, infelizmente, rege a maior
parte de nossas instituies econmicas.
Supondo-se que seja necessrio gastar seis francos para reparar os danos feitos, pode-se
dizer, com toda justeza, e estou de acordo com isso, que o incidente faz chegar seis
francos indstria de vidros, ocasionando o seu desenvolvimento na proporo de seis
francos. O vidraceiro vir, far o seu servio, ganhar seis francos, esfregar as mos
de contente e abenoar no fundo de seu corao o garoto levado que quebrou a
vidraa. o que se v.
Mas se, por deduo, chegamos concluso, como pode acontecer, de que bom que se
quebrem vidraas, de que isto faz o dinheiro circular, de que da resulta um efeito
propulsor do desenvolvimento da indstria em geral, ento eu serei obrigado a
exclamar: Alto l! Essa teoria para naquilo que se v, mas no leva em considerao
aquilo que no se v.
Nose v que, se o nosso burgus gastou seis francos numa determinada coisa, no vaipoder gast-los noutra! No se v que, se ele no tivesse nenhuma vidraa para
substituir, ele teria trocado, por exemplo, seus sapatos velhos ou posto um livro a mais
em sua biblioteca. Enfim, ele teria aplicado seus seis francos em alguma outra coisa
que, agora, no poder mais comprar.
Faamos, pois, as contas da indstria em geral.
Tendo sido quebrada a vidraa, a fabricao de vidros foi estimulada em seis francos;
o que se v.
Se a vidraa no tivesse sido quebrada, a fabricao de sapatos (ou de qualquer outra
coisa) teria sido estimulada na proporo de seis francos; o que no se v.
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E se levssemos em considerao o que no se v por ser um fato negativo, como
tambm o que se v, por ser um fato positivo, compreenderamos que no h nenhum
interesse para a indstria em geral, ou para o conjunto do trabalho nacional, o fato de
vidraas serem quebradas ou no.
H dois elementos importantes na anlise de Bastiat:
1. uma suposio sobre o que hoje chamamos de "crowding out", ou, o que amesma coisa, a negao de que h "recursos ociosos", e
2. a distino entre riqueza e emprego.
Abaixo vamos lidar com cada um deles, um de cada vez.
Bastiat Assume "Pleno Emprego", i.e., Inexistncia de
"Recursos Ociosos"
Para chegar a sua concluso de que o menino vndalo no conferiu nenhum benefcio
econmico para a comunidade, Bastiat primeiro estabelece que no h nenhum estmulo
lquido ao emprego ou renda. verdade, a renda do vidraceiro maior do que teria
sido. Isto o que o que se v. No entanto, Bastiat argumenta que este benefcio
inegvel para o vidraceiro perfeitamente compensado por uma reduo na renda de
outra pessoa na comunidade, que agora est ganhando menos por causa do vndalo.
Especificamente, Bastiat assume que o lojista teria gasto seus seis francos de alguma
forma, e que o menino apenas o forou a gastar o dinheiro na reparao da janela
quebrada. errado ver o emprego do vidraceiro como um ganho lquido para aeconomia, porque o lojista (na ausncia da janela quebrada) poderia ter gasto esses seis
francos reparando seus sapatos, por exemplo. Nesse caso, o ganho do vidraceiro
exatamente compensado pela perda do sapateiro.
Assim, se assumirmos que os trabalhadores na comunidade estariam em "plenamente
empregados" tendo o menino quebrado ou no a janela, ento claro que o menino no
est "criando empregos" nem "aumentando a renda total". Tudo que ele fez foi dar mais
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trabalho/renda ao vidraceiro, s custas de trabalho/renda de algumas outras pessoas na
comunidade.
Riqueza versus Renda/Emprego
Nesse ponto, pode-se pensar que todo o episdio uma bobagem. Claro, o vandalismo
do menino no ajuda, mas como eleprejudica? Bastiat est implicitamente
argumentando que melhor incentivar os negcios do sapateiro, ao invs do vidraceiro?
Como ele consegue escapar ileso fazendo esse juzo de valor?
A resposta envolve a distino entre riqueza versus o rendimento ou emprego. S
porque a "renda total", ou "emprego total", ou o "PIB total" no foi alterado pela ao
do menino - ocorreu apenas que a composio foi rearranjada - no obstante o rapaz
vndalo objetivamente tornou a comunidade mais pobre.
Especificamente, ao destruir a janela, o menino obrigou as pessoas na comunidade a
dedicarem o seu escasso tempo de trabalho (e outros materiais), ao fim de meramente
restaurar a quantidade de riqueza tangvel de volta ao seu estado original. No entanto, se
o menino no tivesse quebrado a janela, ento o trabalho e outros materiais teriam sido
usados (novamente, assumindo o pleno emprego em ambos os cenrios), com o fim de
fazer riqueza tangvel da comunidade crescer.
Em resumo, Bastiat est argumentando que o menino no estimulou o emprego total ou
renda, ele apenas os deslocou de um setor para outro. Mas, no desenrolar dos fatos, acomunidade ter menos riqueza aps o vandalismo do menino do que teria na outra
situao. Especificamente, os ganhos e perdas no resto da comunidade se distribuiro -
o vidraceiros tero mais riqueza, enquanto o sapateiro tem menos - mas o lojista estar
definitivamente mais pobre. Ao invs de ter uma janela e um novo par de sapatos, agora
ele ter apenas uma janela.
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Ironicamente, levou-se vrios pargrafos de anlise econmica para retornar ao que o
senso comum nos disse o tempo todo: Quando um menino vndalo quebra a janela do
lojista (e o lojista quem tem de pagar para substitu-la), o lojista estar mais pobre na
exata quantia necessria para cobrir os custos da substituio dela. Ao do menino
destrutiva; ela tornou a comunidade mais pobre; ele no deveria ser parabenizado, de
nenhuma forma. D!
Os Keynesianos Flertam com a Exaltao de Desastres
Especialmente luz darecente fraudeconduzida s custas de Paul Krugman, devemos
agir com cuidado aqui. Para ser justo, deixe-me ser claro: Paul Krugman nunca
realmente pediu por uma invaso aliengena, nem disse que queria uma nova guerra
mundial. No entanto, ele tem de fato escrito coisas que, compreensivelmente, deram
essa impresso a seus crticos. por isso que tantos libertrios estavam fazendo
referncias falcia da janela quebrada como doidos. Aqui esto as duas frases mais
contundentes de Krugman (alm daanlise da invaso aliengenadiscutida
anteriormente):
A vida e os negcios continuam; portanto, acho que temos que falar sobre os impactos
econmicos do pesadelo de Fukushima.
Alguns desses impactos envolvem uma paralisao das cadeias de abastecimento [...]
Mas o que estou observando muito so preocupaes sobre os impactos financeiros.
Com certeza, o Japo ter de despender centenas de bilhes (de dlares, no ienes) para
limitar os danos e recuperar o pas, mesmo com a queda de receita graas ao impacto
econmico direto. Assim, ele se tornar menos um pas exportador de capital, talvez um
importador de capital, durante um determinado perodo. E isso, a continuao da
histria, levar a uma alta nas taxas de juro.
http://www.huffingtonpost.com/2011/08/24/paul-krugman-impersonator_n_935186.htmlhttp://www.huffingtonpost.com/2011/08/24/paul-krugman-impersonator_n_935186.htmlhttp://www.huffingtonpost.com/2011/08/24/paul-krugman-impersonator_n_935186.htmlhttp://www.youtube.com/watch?v=E1Fzzs7oVaA#t=1m0shttp://www.youtube.com/watch?v=E1Fzzs7oVaA#t=1m0shttp://www.youtube.com/watch?v=E1Fzzs7oVaA#t=1m0shttp://www.huffingtonpost.com/2011/08/24/paul-krugman-impersonator_n_935186.html8/3/2019 A Falcia da Janela Quebrada
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E o que ocorre? Em tempos normais, aumentos nas taxas de juro seriam corretos. Mas
no estamos em tempos normais. Continuamos numa armadilha de liquidez, com juros
de curto prazo subindo acima de zero [...]
Portanto os emprstimos tomados pelo governo no precisam ser s custas do
investimento privado, levando a uma alta nas taxas de juro; em vez disso, eles apenas
mobilizam parte daquela poupana desejada, mas no realizada.
E sim, isso significa que a catstrofe nuclear pode acabar se tornando expansionista, se
no para o Japo, mas pelo menos para o mundo como um todo. Se isso parece loucura,
bem, economia numa armadilha de liquidez issolembre-se, a 2a. Guerra Mundialps fim Grande Depresso. (Paul Krugman,15 maro de 2011, grifo do autor)
E esta:
Parece quase de mau gosto falar sobre dlares e centavos, aps um ato de assassinato
em massa. No entanto, devemos perguntar sobre os abalos econmicos de horror tera-
feira.
Estes abalos no precisam ser grandes. Por mais medonho que dizer isto possa parecer,
o ataque terrorista - como o dia original da infmia, que ps fim Grande Depresso -
poderia at trazer algum benefcio econmico ....
Sobre o impacto econmico direto: a base produtiva do pas no foi seriamente
danificada. Nossa economia to grande que as cenas de destruio, por mais
impressionantes que sejam, so apenas uma picada de agulha .... Ningum tem
estimativa do dano em dlares, mas eu ficaria surpreso se a perda for mais do que 0,1
porcento da riqueza dos EUA - comparvel aos efeitos materiais de um grande
terremoto ou furaco.
O coringa aqui a confiana .... Durante algumas semanas, americanos horrorizados
podem estar sem humor para comprar nada mais do que bens necessrios. Mas, passado
o choque, difcil acreditar que os gastos dos consumidores sero muito afetados.
http://blogs.estadao.com.br/paul-krugman/2011/03/15/fusao-macroeconomica/http://blogs.estadao.com.br/paul-krugman/2011/03/15/fusao-macroeconomica/http://blogs.estadao.com.br/paul-krugman/2011/03/15/fusao-macroeconomica/http://blogs.estadao.com.br/paul-krugman/2011/03/15/fusao-macroeconomica/8/3/2019 A Falcia da Janela Quebrada
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Iro os investidores fugir de aes e ttulos corporativos para ativos mais seguros? Tal
reao no faria muito sentido - afinal, os terroristas no vo explodir a S.&P. 500 ... No
momento em que os mercados se reabrirem, o pior pnico provavelmente j ter
passado.
Assim, o impacto econmico direto dos ataques provavelmente no ser assim to
ruim. E haver, potencialmente, dois efeitos favorveis.
Primeiro, a fora motriz por trs do arrefecimento econmico tem sido uma queda do
investimento empresarial.Agora, de repente, precisamos de alguns novos edifcios de
escritrios. Como eu j indiquei, a destruio no grande em comparao com a
economia, mas a reconstruo vai gerar ao menos algum aumento nos gastos
empresariais.
Em segundo lugar, o ataque abre a porta a algumas medidas sensatas de combate
recesso. Para as ltimas semanas tem havido um intenso debate entre os liberais sobre
se eles devem defender a resposta keynesiana clssica ao arrefecimento econmico,
uma exploso temporria de gastos pblicos. ... Agora parece que vamos realmente ter
uma rpida exploso de gastos pblicos, por mais trgicas que sejam as razes." (Paul
Krugman,14 de setembro de 2001, grifos do autor)
A relevncia da fbula de Bastiat para anlise de Krugman (tpico keynesiano) deveria
ser evidente. Existe apenas uma ltima lacuna para preencher no caso contra a
"embalagem de prata" de janelas quebradas, tsunamis e atentados terroristas.
Qual o Objetivo do Emprego?
Como eu disse anteriormente, os keynesianos tem recentemente lanado contra-ataques
acusao de que eles esto cometendo a falcia da janela quebrada. Uma das suas
respostas afirmar que os crticos conservadores/libertrios esto ignorando a distino
entre riqueza e emprego, e que eles so inconscientemente assumindo que h pleno
emprego (ou seja, que no h "recursos ociosos").
http://www.nytimes.com/2001/09/14/opinion/reckonings-after-the-horror.htmlhttp://www.nytimes.com/2001/09/14/opinion/reckonings-after-the-horror.htmlhttp://www.nytimes.com/2001/09/14/opinion/reckonings-after-the-horror.htmlhttp://thinkprogress.org/yglesias/2011/08/23/302565/the-anti-keynesian-two-step/http://thinkprogress.org/yglesias/2011/08/23/302565/the-anti-keynesian-two-step/http://thinkprogress.org/yglesias/2011/08/23/302565/the-anti-keynesian-two-step/http://thinkprogress.org/yglesias/2011/08/23/302565/the-anti-keynesian-two-step/http://thinkprogress.org/yglesias/2011/08/23/302565/the-anti-keynesian-two-step/http://thinkprogress.org/yglesias/2011/08/23/302565/the-anti-keynesian-two-step/http://www.nytimes.com/2001/09/14/opinion/reckonings-after-the-horror.html8/3/2019 A Falcia da Janela Quebrada
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Espectadores simpticos tementrado no debate, alegando que Bastiat poderia estar
errado. Afinal, suponha que um furaco veio e atingiu uma comunidade que
inicialmente tinham um grande nmero de trabalhadores da construo civil
desempregados. Quem poderia negar que o furacopode (sob as circunstncias corretas)
realmente levar a mais emprego e a um maior "produto interno bruto", da forma como
ele atualmente medido?
Nesta fase do debate, acho que h duas respostas principais. Em primeiro lugar, temos
que perguntarpor que existem tantos "recursos ociosos" por a? Se for o caso de o
governo e polticas destrutivas do banco central so os culpados - e no uma
indisposio sbita de as pessoas "gastarem o suficiente" - ento os gastos forados
(devido a um desastre natural ou a um ataque terrorista) no vo realmente consertar o
mercado de trabalho . Misteriosamente, a economia vai de repente se tornar "pior do
que imaginvamos", de modo que mesmo luz dos novos gastos, o desemprego ainda
estar muito alto. (Isto o que aconteceu com opacote de estmulo de Obama.)
Em segundo lugar, podemos encarar a crtica frontalmente. Suponha que realmente o
caso de que, na ausncia de um furaco (ataque terrorista, tsunami, invaso aliengena,
etc), as pessoas em uma comunidade iriam trabalhar menos horas, e que o PIB
mensurado seria menor. Isso significa que existe alguma "embalagem de prata" no
desastre que poderia, pelo menos parcialmente, compensar a inegvel perda de riqueza?
Por exemplo, faria sentido dizer: "Claro, os aliengenas vieram e explodiram alguns
edifcios, e nos obrigaram a usar alguns dos nossos msseis e muito combustvel parajatos para os repelir, mas pelo menos eles estimularam nossa economia deprimida; por
isso temos que por na balana a perda de riqueza por um lado, e o ganho da atividade
econmica, pelo outro lado, para ver se, de forma geral, os aliens foram um benefcio
lquido"?
A posio padro pr livre mercado nessa questo no, no faz sentido falar assim. O
objetivo da atividade econmica aproduo de bens de consumo e servios. O
http://gene-callahan.blogspot.com/2011/08/goodnight-irene.htmlhttp://gene-callahan.blogspot.com/2011/08/goodnight-irene.htmlhttp://gene-callahan.blogspot.com/2011/08/goodnight-irene.htmlhttp://mises.org/daily/3290/Does-Depression-Economics-Change-the-Ruleshttp://mises.org/daily/3290/Does-Depression-Economics-Change-the-Ruleshttp://mises.org/daily/3290/Does-Depression-Economics-Change-the-Ruleshttp://mises.org/daily/4916/Have-Events-Vindicated-Keynesian-Modelshttp://mises.org/daily/4916/Have-Events-Vindicated-Keynesian-Modelshttp://mises.org/daily/4916/Have-Events-Vindicated-Keynesian-Modelshttp://mises.org/daily/4916/Have-Events-Vindicated-Keynesian-Modelshttp://mises.org/daily/3290/Does-Depression-Economics-Change-the-Ruleshttp://gene-callahan.blogspot.com/2011/08/goodnight-irene.html8/3/2019 A Falcia da Janela Quebrada
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trabalho um mal necessrio e no um fim em si mesmo. Comodisse Henry Hazlitt
num contexto semelhante,
No fcil empregar todo mundo, mesmo (ou especialmente) na mais primitiva
economia. Pleno emprego - emprego integral, demorado e que requer esforo - uma
caracterstica, precisamente, das naes industrialmente mais atrasadas.
Adaptando outra analogia de Hazlitt, suponha que Jim v o seu vizinho sentado em uma
espreguiadeira, tomando um martini num sbado noite. Jim decide, ento, por fogo
na casa do vizinho. Obviamente, o vizinho pula da cadeira, e gasta (digamos) a prxima
hora apagando o fogo e minimizando o dano o melhor que pode. Ser que algum noseu perfeito juzo diz deste cenrio: "Claro, Jim causou alguma destruio fsica de
riqueza, e isso uma coisa ruim, no entanto, no vamos perder de vista o lado positivo:
o vizinho usou mais do seu prprio trabalho do que teria usado em algum outro caso"?
O mesmo princpio opera no nvel social, quando se trata de furaces, ataques terroristas
e invases aliengenas. A nica diferena que indivduos especficos podem realmentese beneficiar, mas a comunidade como um todo estar mais pobre. Por exemplo, se uma
nave aliengena explode uma fbrica (deserta) e depois sai, possvel que certas pessoas
(como trabalhadores da construo civil e seus fornecedores) vo, liquidamente, se
beneficiar. Eles iro com prazer abandonar o seu tempo de lazer em troca do salrio que
recebero para reconstruir a fbrica.
No entanto, existem outras pessoas na comunidade que so claramente as perdedoras.
No s eles perderam a riqueza da fbrica, mas eles tambm devem pagar o suficiente
de seus bens remanescentes para induzir os trabalhadores da construo civil e outras
pessoas a reconstru-la.
Ao contabilizar os custos e benefcios a nvel social, o fato de que centenas de
trabalhadores tem que gastar horas de seu tempo, e que os proprietrios de coisas
http://www.mises.org.br/EbookChapter.aspx?id=76http://www.mises.org.br/EbookChapter.aspx?id=76http://www.mises.org.br/EbookChapter.aspx?id=76http://www.mises.org.br/EbookChapter.aspx?id=768/3/2019 A Falcia da Janela Quebrada
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*Robert P. Murphy Ph.D em economia pela New York University, economista do
Institute for Energy Research, um scholar adjunto do Mises Institute, membro docente
da Mises University e autor do livroThe Politically Incorrect Guide to Capitalism, alm
dos guias de estudo para as obrasAo HumanaeMan, Economy, and State with Power
and Market. tambm dono do blogFree Advice.
Traduo de Gabriel Oliva
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sexta-feira, 22 de julho de 2011
A guerra contra as drogas, e contra o bom-senso econmico
por Nilo B. P.
Com o desaquecimento econmico global, parece que multiplicam-se pelo mundo
afora iniciativas pela legalizao de drogas recreativas. A surpresa mais recente veio
quando umacomisso internacionalformada por figuras polticas eminentes, citando
dados da ONU, chamou a guerra contra as drogas de um fracasso.
Os nomes na comisso no so de ativistas rastafarianos caricatos, e a ONU no
nenhum paladino imparcial. Estas so pessoas que defendem o uso da mo estatal para
resolver problemas sociais de todos os naipes, e no tm nada em princpio contra a
proibio de uma mercadoria ou outra, se acharem que pode sair algum bem social de
tal poltica. Por que, ento, tantos intervencionistas de respeito esto se voltando contra
o conceito que tem definido a poltica criminal de Estados ao redor do mundo desde o
sculo passado?
No se trata de iluminao repentina. O pntano econmico mundial tambm torna
mais difcil a vida dos governos, e nos pases desenvolvidos, dcadas de expanso fiscal
e promessas imponderadas de benefcios aos eleitores esto batendo porta com uma
fora crescente. Os polticos mais previdentes esto cata de programas suprfluos quepossam ser cortados com um mnimo de dor.
http://www.blogger.com/SearchByAuthor.aspx?id=83&type=articleshttp://www.blogger.com/SearchByAuthor.aspx?id=83&type=articleshttp://www.blogger.com/SearchByAuthor.aspx?id=83&type=articleshttp://www.instituteforenergyresearch.org/fellows/robert-p-murphy/http://www.instituteforenergyresearch.org/fellows/robert-p-murphy/http://www.mises.org/store/Politically-Incorrect-Guide-to-Capitalism-The-P360C0.aspxhttp://www.mises.org/store/Politically-Incorrect-Guide-to-Capitalism-The-P360C0.aspxhttp://www.mises.org/store/Politically-Incorrect-Guide-to-Capitalism-The-P360C0.aspxhttp://www.mises.org/store/Human-Action-Study-Guide-P547.aspxhttp://www.mises.org/store/Human-Action-Study-Guide-P547.aspxhttp://www.mises.org/store/Human-Action-Study-Guide-P547.aspxhttp://www.mises.org/store/Man-Economy-and-State-Study-Guide-P304.aspxhttp://www.mises.org/store/Man-Economy-and-State-Study-Guide-P304.aspxhttp://www.mises.org/store/Man-Economy-and-State-Study-Guide-P304.aspxhttp://www.mises.org/store/Man-Economy-and-State-Study-Guide-P304.aspxhttp://consultingbyrpm.com/blog/http://consultingbyrpm.com/blog/http://consultingbyrpm.com/blog/http://escola-austriaca.blogspot.com/2011/09/falacia-da-janela-quebrada.htmlhttp://escola-austriaca.blogspot.com/2011/09/falacia-da-janela-quebrada.htmlhttp://escola-austriaca.blogspot.com/2011/09/falacia-da-janela-quebrada.html#commentshttp://escola-austriaca.blogspot.com/2011/09/falacia-da-janela-quebrada.html#commentshttp://escola-austriaca.blogspot.com/2011/09/falacia-da-janela-quebrada.html#commentshttp://www.blogger.com/share-post.g?blogID=1896324948541843497&postID=5457899786789675454&target=emailhttp://www.blogger.com/share-post.g?blogID=1896324948541843497&postID=5457899786789675454&target=twitterhttp://www.blogger.com/share-post.g?blogID=1896324948541843497&postID=5457899786789675454&target=facebookhttp://www.blogger.com/share-post.g?blogID=1896324948541843497&postID=5457899786789675454&target=facebookhttp://escola-austriaca.blogspot.com/search/label/bastiathttp://escola-austriaca.blogspot.com/search/label/bastiathttp://escola-austriaca.blogspot.com/search/label/bastiathttp://escola-austriaca.blogspot.com/search/label/destrui%C3%A7%C3%A3ohttp://escola-austriaca.blogspot.com/search/label/destrui%C3%A7%C3%A3ohttp://escola-austriaca.blogspot.com/search/label/destrui%C3%A7%C3%A3ohttp://escola-austriaca.blogspot.com/search/label/fal%C3%A1cia%20da%20janela%20quebradahttp://escola-austriaca.blogspot.com/search/label/fal%C3%A1cia%20da%20janela%20quebradahttp://escola-austriaca.blogspot.com/search/label/fal%C3%A1cia%20da%20janela%20quebradahttp://escola-austriaca.blogspot.com/search/label/keynesianismohttp://escola-austriaca.blogspot.com/search/label/keynesianismohttp://escola-austriaca.blogspot.com/search/label/keynesianismohttp://escola-austriaca.blogspot.com/search/label/pleno%20empregohttp://escola-austriaca.blogspot.com/search/label/pleno%20empregohttp://escola-austriaca.blogspot.com/search/label/pleno%20empregohttp://escola-austriaca.blogspot.com/search/label/pleno%20empregohttp://escola-austriaca.blogspot.com/search/label/recursos%20ociososhttp://escola-austriaca.blogspot.com/search/label/recursos%20ociososhttp://escola-austriaca.blogspot.com/search/label/recursos%20ociososhttp://escola-austriaca.blogspot.com/2011/07/guerra-contra-as-drogas-e-contra-o-bom.htmlhttp://escola-austriaca.blogspot.com/2011/07/guerra-contra-as-drogas-e-contra-o-bom.htmlhttp://www.globalcommissionondrugs.org/http://www.globalcommissionondrugs.org/http://www.globalcommissionondrugs.org/http://www.globalcommissionondrugs.org/http://escola-austriaca.blogspot.com/2011/07/guerra-contra-as-drogas-e-contra-o-bom.htmlhttp://escola-austriaca.blogspot.com/search/label/recursos%20ociososhttp://escola-austriaca.blogspot.com/search/label/pleno%20empregohttp://escola-austriaca.blogspot.com/search/label/pleno%20empregohttp://escola-austriaca.blogspot.com/search/label/keynesianismohttp://escola-austriaca.blogspot.com/search/label/fal%C3%A1cia%20da%20janela%20quebradahttp://escola-austriaca.blogspot.com/search/label/destrui%C3%A7%C3%A3ohttp://escola-austriaca.blogspot.com/search/label/bastiathttp://www.blogger.com/share-post.g?blogID=1896324948541843497&postID=5457899786789675454&target=facebookhttp://www.blogger.com/share-post.g?blogID=1896324948541843497&postID=5457899786789675454&target=facebookhttp://www.blogger.com/share-post.g?blogID=1896324948541843497&postID=5457899786789675454&target=twitterhttp://www.blogger.com/share-post.g?blogID=1896324948541843497&postID=5457899786789675454&target=twitterhttp://www.blogger.com/share-post.g?blogID=1896324948541843497&postID=5457899786789675454&target=emailhttp://www.blogger.com/share-post.g?blogID=1896324948541843497&postID=5457899786789675454&target=emailhttp://escola-austriaca.blogspot.com/2011/09/falacia-da-janela-quebrada.html#commentshttp://escola-austriaca.blogspot.com/2011/09/falacia-da-janela-quebrada.htmlhttp://consultingbyrpm.com/blog/http://www.mises.org/store/Man-Economy-and-State-Study-Guide-P304.aspxhttp://www.mises.org/store/Man-Economy-and-State-Study-Guide-P304.aspxhttp://www.mises.org/store/Human-Action-Study-Guide-P547.aspxhttp://www.mises.org/store/Politically-Incorrect-Guide-to-Capitalism-The-P360C0.aspxhttp://www.instituteforenergyresearch.org/fellows/robert-p-murphy/http://www.blogger.com/SearchByAuthor.aspx?id=83&type=articles8/3/2019 A Falcia da Janela Quebrada
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Polticas suprfluas no faltam, mas aqui focamos em uma das mais universais e
destrutivas, a guerra contra as drogas. Assim como dirigir sem cinto de segurana, ter
uma vida sexual promscua, fumar e beber, poucas coisas boas podem ser ditas sobre o
hbito de usar drogas para se divertir. No entanto, quanto a maus hbitos no trnsito, e
drogas geralmente aceitas, o governo procura estimular aquilo que visto como um
comportamento desejvel taxando o vcio. A prostituio, um assunto de certa maneira
mais sensvel do que drogas, de jure proibida, mas de facto aceita. Apenas o uso de
drogas objeto de represso direta.
Os usurios so vistos como marginais, um preconceito que tem os seus mritos; mas
a criminalizao das drogas que tornam seus usurios foras-da-lei. Pode-se argumentar
que existe uma associao entre drogas e crimes violentos; realmente, est bem
estabelecido que usurios de drogas so, ceteris paribus, mais propensos a
comportamentos indesejveis, e at mesmo violentos, do que os que no o so. No
entanto, a maioria esmagadora da violncia diretamente associada com drogas no
resultado de drogados irresponsveis, mas da proibio em si.
No h qualquer argumento plausvel a favor da idia de que o trfico, com todos os
seus aspectos tenebrosos, algo intrnseco a narcticos. Onde quer que se verifiquem
prticas escusas associadas com o comrcio de uma mercadoria, pode-se ter certeza de
que o Estado est tentando control-lose pepinos fossem proibidos, logo os
empreendedores com menos escrpulos comeariam a matar-se uns aos outros pelo
direito de controlar o trfico de legumes. Pode parecer estranho usar a palavra
empreendedores para descrever pessoas de carter to duvidoso, mas isso
justamente o que so.
A guerra contra as drogas um cone de como o governo gasta recursos para tornar
nossas vidaspiores. Tudo que compramos com nosso dinheiro encaminhado represso
do comrcio e uso de drogas um aumento da violncia e corrupo; alm disso, diga-
se de passagem, tornar as drogas ilegais apenas tende a atrair indivduos (geralmente
adolescentes e jovens) procurando experincias perigosas e excitantes para essas
substncias, ao mesmo tempo que repele os potenciais usurios mais responsveis.
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Se a proibio das drogas to ruim, por que no foi descartada antes? pergunta o
conservador. Realmente, quando falamos do mercado, esse um timo ponto. Afinal,
essa a mecnica por traz de lucros e prejuzos, expanso e falncia: aqueles que
melhor usam os recursos escassos disposio da sociedade so recompensados e
encorajados; aqueles que desperdiam tais recursos so penalizados e, caso se apeguem
sua estratgia malsucedida, eventualmente seroforados a se retirar.
Este um ponto importantssimo. Uma das grandes virtudes do mercado forar
sonhadores a lidar com a dura realidade. Mas as pessoas tendem a mudar radicalmente
quando vo de consumidores a eleitores. Os custos so pulverizados, e os resultados
esto distantes. A realidade do bolso d lugar a opinies levianas. Como diz o ditado,
falar fcil. por isso que o argumento conservadorse assim, deve haver um
motivo uma falcia no caso de polticas governamentais.
Na verdade, as polticas estatais mal-sucedidas tendem a receber mais recursos. Para
um exemplo pouco controverso, basta ver o sistema financeiro mundial: a pesada
regulao aplicada a esse setor em todos os pases falhou fragorosamente em prevenir a
crise de 2008, e outras antes dela. Mas ningum questionou a eficcia ou a sabedoria do
sistema regulatrio: ao invs disso, o poder das agncias reguladoras foi ampliado.
Felizmente, nem mesmo o Estado imune perptua mar da realidade. medida
que polticas mal concebidas tornam-se mais destrutivas, passando a afetar a vida
daqueles que antes eram indiferentes ou mesmo as apoiavam, a opinio do eleitorado
comea a mudar. Para algo to universal como a guerra contra as drogas, mesmo a
obviedade do horror causado pela poltica pode demorar uma gerao para levar ao fim
da mesma, pois as pessoas demoram a admitir, para o mundo e para si mesmas, queestavam to erradas.
O mercado tambm est atacando com firmeza crescente o lado do custo da guerra
contra as drogas. medida que as dvidas pblicas atingem patamares cada vez mais
preocupantes, polticos como os da Comisso Global sobre as Drogas, e seus
representantes burocrticos como os da ONU, procuram programas suprfluos para
serem cortados. Ao mesmo tempo, os governos ameaam subir impostos para lidar com
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o dficit, e o eleitorado, finalmente com o bolso ameaado, passa a questionar a
necessidade de certas polticas.
H poucas dvidas que a virtude requer que combatamos o vcio das drogas, as quais
afetam forte e negativamente as vidas de muitas pessoas. Mas trata-se de um problema
privado e delicado, como aqueles prximos a usurios podem bem atestar. O governo,
que em ltima instncia a institucionalizao da violncia, o pior agente possvel
para intervir em nome das famlias e dos jovens, neste caso, e na maioria.
Postado por GEEA s12:480 comentriosEnviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar noFacebookCompartilhar no orkutMarcadores:descriminaizao,drogas,economia,guerra,legalizao
quarta-feira, 13 de julho de 2011
O Significado da Competio
por F. A. Hayek*[Extrado e traduzido deIndividualism and Economic Order(1948)]
H sinais de crescente percepo entre os economistas de que o que eles vm discutindo
nos ltimos anos sob o nome de "competio" no a mesma coisa que chamadadessa mesma forma na linguagem comum.
Mas, embora tenha havido algumas tentativas valentes para trazer a discusso
de volta a terra e chamar a ateno para os problemas da vida real,
especialmente por J.M. Clark e F. Machlup, [1]a opinio geral ainda,
aparentemente, considera a concepo de competio atualmente empregada por
economistas como sendo a que significativa, e trata a concepo dos empresrios
como sendo um mau uso.
Parece ser geralmente defendido que a assim chamada teoria da "competio perfeita"
fornece o modelo apropriado para avaliar a eficcia da competio na vida real e que, na
medida em que a competio real difere do modelo, ela indesejvel e at mesmo
prejudicial. Para essa atitude me parece existir muito pouca justificao. Tentarei
mostrar que aquilo que a teoria da competio perfeita discute tem pouca razo de ser
sequer chamado de "competio", e que suas concluses so de pouca utilidade como
guias para polticas.
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A razo para isso parece-me ser que essa teoria assume que existe um estado de coisas
em que, de acordo com a viso mais verdadeira da teoria velha, o processo de
competio tende a trazer (ou se aproximar) e que, se o estado de coisas assumido pela
teoria da competio perfeita alguma vez viesse a existir, ele no s privaria em seu
escopo todas as atividades que o verbo "competir" descreve, como as tornariam
virtualmente impossveis.
Se tudo isso afetasse apenas o uso da palavra "competio", isso no importaria muito.
Mas parece quase como se os economistas, atravs desse uso peculiar da linguagem,
estivessem enganando-se na crena de que, ao discutir "competio", eles esto dizendo
algo sobre a natureza e importncia do processo atravs do qual trazido o estado de
coisas que eles meramente assumem existir. Na verdade, essa fora motriz da vidaeconmica deixada de lado sem praticamente nenhuma discusso.
Eu no desejo discutir aqui as razes que levaram a teoria da competio para
esse estado curioso. Como sugeri em outra parte desse volume, [2]o mtodo
tautolgico que apropriado e indispensvel para a anlise da ao individual parece,
nesse caso, ter sido ilegitimamente estendido para problemas nos quais temos de lidar
com um processo social em que as decises de muitos indivduos influenciam umas s
outras e necessariamente sucedem umas s outras no tempo.
O clculo econmico (ou a Lgica Pura da Escolha), que lida com o primeiro tipo de
problema, consiste em um aparato de classificao das possveis atitudes humanas e nos
fornece uma tcnica para descrever as inter-relaes das diferentes partes de um nico
plano. Suas concluses esto implcitas nos seus pressupostos: os desejos e o
conhecimento dos fatos, que so assumidos como estando simultaneamente presentes
em uma nica mente, determinam uma soluo nica. As relaes discutidas nesse tipo
de anlise so relaes lgicas, preocupadas apenas com as concluses que seguem daspremissas dadas para a mente do indivduo planejador.
Quando lidamos, no entanto, com uma situao na qual vrias pessoas esto tentando
executar os seus planos separados, no podemos mais assumir que os dados so os
mesmos para todas as mentes do planejamento.
O problema vem a ser como os "dados" dos diferentes indivduos, dados nos quais seus
planos se baseiam, so ajustados aos fatos objetivos do seu ambiente (o que inclui asaes das outras pessoas).
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Embora na soluo deste tipo de problema ns ainda tenhamos que fazer uso de nossa
tcnica para rapidamente elaborar as implicaes de um determinado conjunto de dados,
ns temos agora de lidar no s com vrios conjuntos separados de dados das diferentes
pessoas, mas tambm - e isso ainda mais importante - com um processo que envolve
necessariamente mudanas contnuas nos dados dos diferentes indivduos. Como sugeri
antes, o fator causal entra aqui na forma de aquisio de conhecimento novo pelos
diferentes indivduos ou na de mudanas em seus dados trazidas pelos contatos entre
esses indivduos.
A relevncia disso para o meu problema atual aparece quando se recorda que a moderna
teoria da competio trata quase exclusivamente de um estado que chamado de
"equilbrio competitivo", no qual assumido que os dados para os diferentes indivduosso totalmente ajustados entre si, embora o problema que requer explicao a natureza
do processo atravs do qual os dados so ajustados dessa forma.
Em outras palavras, a descrio do equilbrio competitivo nem sequer tenta dizer que, se
encontrarmos certas condies, certas conseqncias seguiro, mas se limita a definir as
condies nas quais as suas concluses j esto implicitamente contidas e que podem
concebivelmente existir, mas como elas poderiam ser alguma vez trazidas no nos
dito.
Ou, para antecipar a nossa concluso principal com uma afirmao breve, a competio
, por sua natureza, um processo dinmico, cujas caractersticas essenciais so
assumidas como inexistentes pelas suposies subjacentes anlise esttica.
Que a moderna teoria do equilbrio competitivo assume existir a situao a
qual deveria ser considerada como sendo o efeito de um processo competitivo
por uma verdadeira explicao melhor mostrado atravs do exame dafamiliar lista de condies encontradas em qualquer livro-texto moderno. A
maioria dessas condies, alis, no s esto na base da anlise da
competio "perfeita", como so igualmente assumidas na discusso dos vrios
mercados "imperfeitos" ou "monopolsticos", a qual assume certas "perfeies"
irrealistas. [3]Para nosso propsito imediato, no entanto, a teoria da competio
perfeita ser o caso mais instrutivo de se examinar.
Enquanto diferentes autores podem expor a lista de condies essenciais da competioperfeita de maneiras diferentes, o que se segue provavelmente mais do que
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dos principais fins considerando-se que somente atravs do processo de competio
que os fatos sero descobertos.
Parece-me ser uma das questes mais importantes que o ponto de partida da teoria do
equilbrio competitivo assume como inexistente a tarefa principal que somente oprocesso de competio pode resolver.
A situao um pouco semelhante no que diz respeito ao segundo ponto no qual se
assume que os produtores so plenamente informados: os desejos e vontades dos
consumidores, incluindo os tipos de bens e servios que eles demandam e os preos que
eles esto dispostos a pagar. Tais coisas no podem ser consideradas propriamente
como fatos dados, mas deveriam antes ser consideradas como problemas a serem
resolvidos atravs do processo de competio.
A mesma situao existe do lado dos consumidores ou compradores. Novamente, o
conhecimento que se supe que eles tenham em um estado de equilbrio competitivo
no pode ser legitimamente assumido como estando sob o domnio deles antes que o
processo de competio inicie. O conhecimento deles sobre as alternativas que possuem
diante de si mesmos o resultado do que acontece no mercado, de atividades como a
publicidade, etc.; e a organizao do mercado como um todo serve principalmente
necessidade de disseminar a informao a partir da qual o comprador agir.
A natureza peculiar dos pressupostos dos quais parte a teoria do equilbrio competitivo
destaca-se muito claramente se questionarmos quais das atividades que so comumente
designadas pelo verbo "competir" ainda seriam possveis se essas condies fossem
satisfeitas.
Talvez valha a pena recordar que, segundo o Dr. Johnson, a competio "a ao de se
esforar para ganhar o que o outro ao mesmo tempo se esfora para ganhar."
Agora, quantas estratgias adotadas na vida comum para esse fim ainda estariam
disponveis a um vendedor em um mercado em que a assim chamada "competio
perfeita" est vigente? Eu acredito que a resposta exatamente nenhuma.
Publicidade, diminuio de preos, e melhoramentos ("diferenciao") dos bens ou
servios produzidos so todos excludos, por definio - a competio "perfeita", de
fato, significa a ausncia de todas as atividades competitivas.
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Especialmente notvel, neste contexto, a explcita e completa excluso de
todas as relaes pessoais existentes entre as partes na teoria da competio
perfeita. [5]Na vida real, o fato de que o nosso conhecimento inadequado dos produtos
e servios disponveis composto por nossa experincia com as pessoas ou empresas
que os ofertam - que a competio , em grande medida, competio por reputao ou
boa vontade - um dos mais importantes fatos que nos permite resolver os nossos
problemas dirios.
A funo da competio aqui precisamente nos ensinar quem ir nos servir bem: que
merceeiro ou agncia de viagens, que loja de departamento ou hotel, que mdico ou
advogado, podemos esperar que fornea a soluo mais satisfatria para qualquer que
seja o problema pessoal particular que ns podemos enfrentar.
Evidentemente, em todos esses domnios a competio pode ser muito intensa,
justamente porque os servios das diferentes pessoas ou empresas nunca sero
exatamente iguais, e ser devido a essa competio que estamos em posio de sermos
servidos to bem quanto somos.
As razes pelas quais a competio neste campo descrita como imperfeita tem, de
fato, nada a ver com o carter competitivo das atividades dessas pessoas; o motivo disso
reside na natureza das mercadorias ou servios em si. Se no houver dois mdicos
perfeitamente iguais, isso no significa que a competio entre eles menos intensa,
mas simplesmente que qualquer grau de competio entre eles no vai produzir
exatamente os resultados que seriam produzidos se os seus servios fossem exatamente
iguais.
Esse no um ponto de vista puramente verbal. A conversa sobre os defeitos ou
competio, quando na verdade estamos falando sobre a diferena necessria entre
mercadorias e servios esconde uma confuso muito real e ocasionalmente leva a
concluses absurdas.
Embora, primeira vista, o pressuposto de conhecimento perfeito possudo pelas partes
parea ser o mais surpreendente e artificial de todos os pressupostos nos quais a teoria
da competio perfeita se baseia, ele pode na verdade no ser mais do que uma
consequncia de, e em parte at justificado por, outro dos pressupostos em que ela se
baseia.
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recursos poderia ser atingida se a variedade de produtos existentes fosse
reduzida atravs de padronizao compulsria.
Agora, h, sem dvida, muito a ser dito em muitos campos para ajudar a padronizao
de recomendaes acordadas ou normas que sero aplicadas a menos que requisitos
diferentes sejam explicitamente estipulados nos contratos. Mas isso algo muito
diferente das demandas daqueles que acreditam que a variedade de gostos das pessoas
deve ser desconsiderada e que a experimentao constante de melhorias deve ser
suprimida, a fim de obter as vantagens da competio perfeita.
Claramente, no seria um progresso construir todas as casas de forma exatamente igual,
a fim de criar um mercado perfeito para casas, e o mesmo verdade para a maioria dos
outros campos onde as diferenas entre os produtos individuais evitam que acompetio seja alguma vez perfeita.
Vamos, provavelmente, aprender mais sobre a natureza e o significado do processo
competitivo, se por um momento esquecermos os pressupostos artificiais subjacentes
teoria da competio perfeita e questionar se a competio seria menos importante se,
por exemplo, no existirem duas mercadorias exatamente iguais.
Se no fosse pela dificuldade da anlise de tal situao, seria bem interessanteconsiderar com algum detalhe o caso em que diferentes mercadorias no podem ser
facilmente classificadas em grupos distintos, mas no qual ns temos que lidar com um
intervalo contnuo de substitutos prximos, cada unidade um pouco diferente da outra,
mas sem qualquer quebra acentuada na variao contnua. O resultado da anlise da
competio em tal situao pode, em muitos aspectos, serem bem mais relevantes para
as condies da vida real do que aqueles da anlise da competio em uma nica
indstria produzindo uma mercadoria homognea acentuadamente diferenciada de todas
as outras.
Ou, se o caso em que no h duas mercadorias exatamente iguais ser considerado muito
extremo, poderamos, pelo menos, voltar-nos para o caso em que no h dois produtores
produzindo exatamente a mesma mercadoria, como a regra, no s com todos os
servios pessoais, mas tambm nos mercados de muitos produtos manufaturados, como
os mercados de livros ou instrumentos musicais. Para o nosso propsito presente, eu no
preciso tentar qualquer coisa parecida com uma anlise completa de tais tipos demercados, mas irei apenas questionar qual seria o papel da competio neles.
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Embora o resultado naturalmente seria indeterminado dentro de margens
bastante amplas, o mercado ainda traria um conjunto de preos aos quais
cada mercadoria seria vendida barata o suficiente para sobrepujar o seus
potenciais substitutos prximos - e isso por si s no pouca coisa quando ns
consideramos as dificuldades insuperveis de descobrir at mesmo um tal
sistema de preos por qualquer outro mtodo que no o da tentativa e erro no
mercado, com os participantes individuais gradualmente aprendendo as
circunstncias relevantes.
verdade, claro, que, em tal mercado a correspondncia entre preos e custos
marginais seria esperada apenas na medida em que as elasticidades da demanda pelos
produtos individuais se aproximarem das condies assumidas pela teoria dacompetio perfeita, ou em que as elasticidades de substituio entre as mercadorias
diferentes se aproximarem de infinito.
Mas o ponto que, nesse caso, tal padro de perfeio como algo desejvel ou a ser
buscado totalmente irrelevante. A base de comparao, a partir da qual o
empreendimento da competio deve ser julgado, no pode ser uma situao que
diferente dos fatos objetivos e que no pode ser trazida por qualquer meio conhecido.
Ela deveria ser a situao que existiria se a competio fosse impedida de operar. O
teste deveria ser no a aproximao de um ideal inatingvel e sem sentido, mas a
melhoria em relao s condies que existiriam sem competio.
Em tal situao, de que forma as condies so diferentes se a competio for "livre",
no sentido tradicional, daquelas que existiriam se, por exemplo, apenas pessoas
licenciadas por uma autoridade fossem autorizadas a produzir coisas particulares, ou os
preos fossem fixados por uma autoridade, ou ambos? Claramente, seria no s
implausvel que as coisas diferentes fossem produzidos por aqueles que soubessem a
melhor forma de faz-lo e que, portanto, pudessem faz-lo com menor custo, como
tambm seria implausvel que todas as coisas que os consumidores prefeririam, se eles
pudessem ter escolha, fossem sequer produzidas.
Haveria pouca relao entre os preos reais e o menor custo com o qual algum seria
capaz de produzir essas mercadorias; de fato, as alternativas entre as quais tanto os
produtores quanto os consumidores estariam em posio de escolher, seus dados, seriam
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completamente diferentes daquelas que eles estariam em posio de escolher sob
competio.
O verdadeiro problema em tudo isso no se obteremos dados servios ou
mercadorias a dados custos marginais, mas, principalmente, atravs de quaismercadorias e servios as necessidades das pessoas podem ser satisfeitas da
maneira mais barata. A soluo do problema econmico da sociedade , nesse
aspecto, sempre uma viagem de explorao para o desconhecido, uma
tentativa de descobrir novas maneiras de fazer as coisas melhor do que elas
tem sido feitas antes. Isso permanecer assim enquanto houver problemas
econmicos a serem resolvidos, porque todos os problemas econmicos so
criados por alteraes imprevistas que requerem adaptao.Apenas o que ns no prevemos e provisionamos requer novas decises. Se nenhuma
dessas adaptaes for necessria, se em algum momento ns soubermos que toda
mudana tenha parado e as coisas sempre iriam ficar exatamente como eles esto agora,
no haveria mais problemas sobre o uso de recursos a serem resolvidos.
Uma pessoa que possui o conhecimento ou habilidade exclusivos que lhe permitem
reduzir o custo de produo de uma mercadoria em 50 por cento ainda presta um
enorme servio sociedade se ela inicia sua produo e reduz seu preo em apenas 25
por cento - no s atravs de sua reduo de preo, mas tambm atravs de sua
economia adicional com os custos.
Mas s atravs da competio que podemos supor que essas possveis economias de
custo sero alcanadas. Mesmo se, em cada caso, os preos forem apenas baixos o
suficiente para impedir a entrada de produtores que no tem essas ou outras vantagens
equivalentes, de modo que cada mercadoria fosse produzida o mais barato possvel,
embora muitas possam ser vendidas a preos consideravelmente superiores aos custos,
esse provavelmente seria um resultado que no poderia ser alcanado por qualquer outro
mtodo que no o de deixar a competio operar.
Nas condies da vida real, a posio at mesmo de apenas dois produtores quaisquer
quase nunca a mesma devido a fatos que a teoria da competio perfeita elimina por
causa de sua concentrao num equilbrio de longo prazo, o qual, num mundo em
constante mudana, jamais pode ser alcanado. Em um determinado momento, oequipamento de uma empresa particular sempre em grande parte determinado por
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acidente histrico, e o problema que ela deve fazer o melhor uso do equipamento dado
(incluindo as capacidades adquiridas dos componentes do seu quadro de funcionrios) e
no o que ela deveria fazer se lhe fosse dado tempo ilimitado para ajustar-se a condies
constantes.
Para o problema da melhor utilizao de dados recursos durveis, porm esgotveis, o
preo de equilbrio de longo prazo com o qual uma teoria discutindo competio
"perfeita" se preocupa no s no relevante; as concluses relacionadas s polticas as
quais a preocupao com esse modelo leva so altamente enganosas e at mesmo
perigosas.
A ideia de que sob competio "perfeita" os preos devem ser iguais aos custos de
longo prazo frequentemente leva aprovao de prticas anti-sociais tais como a
demanda por uma "competio organizada", que ir garantir um retorno justo sobre o
capital, e a destruio do excesso de capacidade . Entusiasmo pela competio perfeita
em teoria e o apoio ao monoplio na prtica so, de fato, surpreendentemente
encontrados vivendo juntos.
Isso , no entanto, apenas um dos muitos pontos em que a negligncia do elemento
tempo faz com que o quadro terico da competio perfeita seja to completamente
distante de tudo o que relevante para uma compreenso do processo de competio. Se
raciocinarmos sobre isso, como deveramos, como uma sucesso de eventos, torna-se
ainda mais evidente que, na vida real, a qualquer momento haver, via de regra, apenas
um produtor que poder fabricar um determinado artigo ao menor custo e que pode, de
fato, vender abaixo do custo do seu concorrente de sucesso mais prximo, mas que,
enquanto ainda est tentando estender o seu mercado, muitas vezes ser ultrapassado
por algum, o qual, por sua vez, ser impedido de capturar todo o mercado por outro
algum, e assim por diante .
Tal mercado, claramente, nunca estaria em um estado de competio perfeita, mas a
competio nele pode ser no apenas to intensa o quanto possvel, mas tambm ser o
fator essencial que faz com que o artigo em questo seja fornecido ao consumidor a
qualquer momento to barato quanto isso pode ser feito atravs de qualquer mtodo
conhecido.
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Quando comparamos um mercado "imperfeito" como esse com um mercado
relativamente "perfeito" com, digamos, o de gros, estamos em uma posio melhor
para explicitar a distino que esteve subjacente a toda essa discusso - a distino entre
o fatos objetivos subjacentes de uma situao que no pode ser alterada pela atividade
humana e a natureza das atividades competitivas atravs das quais os homens se ajustam
a essa situao.
Quando, como no ltimo caso, temos um mercado altamente organizado de uma
mercadoria completamente padronizada produzida por muitos produtores, h pouca
necessidade ou escopo para atividades competitivas porque a situao tal que as
condies que essas atividades podem trazer j esto satisfeitas antes do incio. As
melhores formas de produzir a mercadoria, o seu carter e usos so, na maior parte dotempo, conhecidos quase no mesmo grau por todos os membros do mercado.
O conhecimento de qualquer alterao importante espalha-se to rapidamente e a
adaptao a ele ocorre to cedo que normalmente ns simplesmente ignoramos o que
acontece durante esses curtos perodos de transio e nos limitamos a comparar os dois
estados de quase-equilbrio que existem antes e depois deles.
Mas durante esse curto e negligenciado intervalo de tempo que as foras da
competio operam e tornam-se visveis, e so os eventos durante esse intervalo que
devemos estudar se quisermos "explicar" o equilbrio que o segue.
somente em um mercado onde a adaptao lenta em comparao com a
taxa de mudana que o processo de competio est em funcionamento
contnuo. E, embora a razo pela qual a adaptao lenta pode ser que a
competio seja fraca, e.g., porque h obstculos especiais para a entrada no
comrcio ou por causa de alguns outros fatores relativos ao carter dosmonoplios naturais, adaptao lenta de modo algum significa
necessariamente competio fraca.
Quando a variedade de substitutos-prximos grande e est em rpida mudana, onde
se leva um longo tempo para descobrir mais sobre os mritos relativos das alternativas
disponveis, ou onde a necessidade de toda uma classe de bens ou servios s ocorre de
forma descontnua em intervalos irregulares, o ajuste deve ser lento, mesmo se a
competio for forte e ativa.
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A confuso entre os fatos objetivos da situao e o carter das respostas
humanas a ela tende a esconder de ns o fato importante de que a
competio mais importante quanto mais complexas ou "imperfeitas" forem
as condies objetivas nas quais ela tem que operar. De fato, a competio
est longe de ser benfica apenas quando "perfeita", e eu estou inclinado a
argumentar que a necessidade de competio no em nenhum lugar maior
do que nos campos em que a natureza dos produtos ou servios torna
impossvel que venha a ser criado um mercado perfeito no sentido terico. As
imperfeies reais inevitveis da competio no so, nem remotamente, um
argumento contra a competio assim como as dificuldades de alcanar uma
soluo perfeita em qualquer outra tarefa seriam um argumento contra a
mera tentativa de resolv-la, ou to remotamente quanto a sade imperfeita
seria um argumento contra a sade.
Sob condies nas quais nunca podemos ter muitas pessoas oferecendo o mesmo
produto ou servio homogneo, devido ao em constante mudana carter das nossas
necessidades e do nosso conhecimento, ou devido infinita variedade de habilidades e
capacidades humanas, o estado ideal no pode ser um que exija um carter idntico de
um grande nmero de produtos e servios.
O problema econmico um problema de se fazer o melhor uso dos recursos que
temos, e no um sobre o que deveramos fazer se a situao fosse diferente do que
realmente . No h sentido em falar de um uso de recursos "como se" um mercado
perfeito existisse, se isso significa que os recursos teriam que ser diferentes do que so,
ou em discutir o que algum com conhecimento perfeito faria se a nossa tarefa tem de
ser a de fazer o melhor uso do conhecimento que as pessoas existentes possuem.
O argumento a favor da competio no se baseia nas condies que existiriam se ela
fosse perfeita. Embora, quando os fatos objetivos tornariam possvel que a competio
se aproximasse da perfeio, assegurada a utilizao mais eficaz dos recursos, e,
embora, portanto, todos os argumentos favoream a remoo de obstculos humanos
competio, isso no significa que a competio tambm no traga um uso to efetivo
de recursos quanto pode ser trazido por qualquer meio conhecido quando, na natureza
do caso, ela deve ser imperfeita.
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Mesmo onde a entrada livre ir garantir no mais do que, a qualquer
momento, que todos os bens e servios para os quais haveria uma demanda
efetiva se estivessem disponveis sejam, de fato, produzidos com o atual
mnimo dispndio [6]de recursos atravs dos quais, na dada situao histrica, eles
podem ser produzidos, mesmo que o preo que o consumidor tenha que pagar por eles
seja consideravelmente maior e apenas um pouco abaixo do custo da segunda melhor
maneira atravs da qual sua necessidade poderia ser satisfeita - isso, creio eu, mais do
que o podemos esperar de qualquer outro sistema conhecido.
O ponto decisivo e elementar que muito improvvel que, sem os obstculos
artificiais que a atividade governamental ou cria ou pode remover, qualquer produto ou
servio, em qualquer perodo de tempo, estar disponvel apenas a um preo dos quais
as pessoas de fora poderiam esperar um lucro maior que o normal, se entrarem no setor.
A lio prtica de tudo isso, eu acho, que devemos nos preocupar muito menos com a
competio em um determinado lugar ser ou no perfeita e nos preocuparmos muito
mais com a existncia ou no de competio. O que nossos modelos tericos de
indstrias distintas escondem que, na prtica, um abismo muito maior divide a
competio da no competio do que a competio perfeita da imperfeita.
No entanto, a tendncia atual nas discusses ser intolerante com as imperfeies e
ficar em silncio sobre o impedimento da competio. Ns provavelmente podemos
aprender mais sobre o significado real da competio estudando os resultados que
regularmente ocorrem onde a competio deliberadamente suprimida do que nos
concentrando nas deficincias das competies reais comparadas com um ideal que
irrelevante para os fatos dados.
Digo ponderadamente "onde a competio deliberadamente suprimida" e no
meramente "onde ela est ausente", porque seus principais efeitos esto geralmente em
operao, mesmo que mais lentamente, enquanto ela no for completamente suprimida
com o apoio ou tolerncia do estado.
Os males que a experincia tem demonstrado serem a consequncia normal de uma
supresso da competio esto em um plano diferente daqueles que as imperfeies da
competio podem causar. Muito mais grave do que o fato de que os preos podem no
corresponder ao custo marginal o fato de que, com um monoplio estabelecido, oscustos tendem a ser muito maiores do que o necessrio.
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Um monoplio baseado na eficincia superior, por outro lado, prejudica relativamente
pouco, enquanto for assegurado que ele ir desaparecer assim que outra pessoa se tornar
mais eficiente em fornecer satisfao aos consumidores.
Na concluso, eu desejo, por um momento, voltar ao ponto de onde eu comecei ereafirmar a concluso mais importante de uma forma mais geral.
A competio essencialmente um processo de formao de opinio: pela divulgao
de informaes, ela cria a unidade e a coerncia do sistema econmico que se pressupe
quando pensamos nele como um mercado. Ela cria as vises que as pessoas tem sobre o
que melhor e mais barato, e por causa dela que as pessoas sabem ao menos tanto
sobre as possibilidades e oportunidades quanto elas de fato sabem.
Ela , portanto, um processo que envolve uma mudana contnua nos dados e cujo
significado deve ser completamente perdido por qualquer teoria que trate esses dados
como constantes.
Notas:
[1] J.M. Clark,"Toward a Concept of Workable Competition," American
Economic Review, Vol. XXX (June, 1940); F. Machlup, "Competition, Pliopoly,
and Profit," Economica, Vol. IX (new ser.; February and May, 1942).
[2]Ver os captulossegundo e quarto.
[3]Particularmente os pressupostos de que em todos os momentos, para uma
determinada mercadoria, um preo uniforme deve governar em todo o mercado e que os
vendedores conhecem o formato da curva de demanda.
[4]Ver O. Morgenstern, "Vollkommene Voraussicht und wirtschaftlichesGleichgewicht",Zeitschrift fr konomie Nacional, vol. VI (1935).
[5]Cf.. G.J. Stigler, The Theory of Price (1946), p. 24: "As relaes econmicas
nunca so perfeitamente competitivas se envolverem qualquer tipo de
relacionamento pessoal entre as unidades econmicas" (ver tambm ibid, p.
226.).
[6]Custo "atual" neste contexto exclui todos os passados mas inclui, claro, o
"custo do usurio."
http://mises.org/books/individualismandeconomicorder.pdfhttp://mises.org/books/individualismandeconomicorder.pdfhttp://mises.org/books/individualismandeconomicorder.pdfhttp://mises.org/books/individualismandeconomicorder.pdf8/3/2019 A Falcia da Janela Quebrada
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*F. A. Hayek (1899-1992) foi um membro fundador do Mises Institute. Ele dividiu o
Prmio Nobel 1974 em Economia com seu rival ideolgico Gunnar Myrdal "por seu
trabalho pioneiro na teoria da moeda e flutuaes econmicas e pela anlise penetrante
da interdependncia dos fenmenos econmicos, sociais e institucionais".
Traduo de Gabriel Oliva
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Eugen Bhm-Bawerk (1851-1914)
Ludwig von Mises (1881-1973)
Friedrich August Hayek (1899-1992)
Murray Rothbard (1926-1995)
Israel Kirzner (1930- )
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Austracos do Brasil
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Austracos Estrangeiros
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