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1. INTRODUÇÂO
O presente trabalho tem como objetivo explorar a história da
contabilidade, fazer uma breve narração dos acontecimentos relativos à
contabilidade. Buscar os antecedentes sociais, culturais e tecnológicos que
foram necessários à Invenção e Evolução da contabilidade. Descrever as
principais contribuições das civilizações à invenção da contabilidade, identificar
algumas das diferenças e semelhanças entre a contabilidade existente no início
do século XX e a atual, relacionar os avanços da contabilidade aos progressos
da sociedade, procurar reconhecer a origem antiga, nobre e multicultural da
contabilidade e sua importância para nossa sociedade. O Mesmo destina-se a
possibilitar a todos aqueles que, de certo modo, estariam interessados em
conhecer a Contabilidade e dissertar sobre os tipos de qualificações
específicas necessárias aos Novos Contadores tendo em vista as mudanças
no cenário mundial, com a globalização e os avanços da tecnologia.
A infra-estrutura de Tecnologia da Informática passou por varias
mudanças, pois ela é que da o devido suporte nas empresas, ela e responsável
por treinamentos, procedimentos de contingência, exigências de sistema,
soluções de gestão. Com essa tecnologia o modelo de armazenamento dos
registros ficou muito mais fácil e econômico, surge assim o SPED (Sistema
Publico de Escrituração Digital), um sistema informatizado da receita federal
que substitui as obrigações fiscais e contábeis das empresas para forma
eletrônica facilitando o acompanhamento da receita nas empresas.
Com todas as mudanças que desde o início vêem ocorrendo na área
contábil, tornou-se uma obrigação para todo contador a sua atualização diária
para que possa acompanhar este ritmo tão acelerado em que as coisas estão
mudando e se atualizando e para não se tornar um profissional estagnado.
Fez-se uma revisão bibliográfica para posicionar o leitor sobre o que já
foi dito ou escrito sobre o objeto da pesquisa, bem como fundamentar as bases
teóricas e conceituais para, a partir disso, tentar contribuir para o tema em
questão.
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2. CONCEITO DE CONTABILIDADE TRADICIONAL
Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação,
de controle e de registro relativa à administração econômica.
Contabilidade é a ciência que estuda, registra e controla todos os atos e
fatos ocorridos numa organização, durante um determinado período de tempo.
Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio das
entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a interpretação
dos fatos nele ocorridos, com o fim de oferecer informações sobre sua
composição e variação, bem como sobre o resultado econômico decorrente da
gestão da riqueza patrimonial.
(Hilário Franco)
2.1. ESTRUTURA CONCEITUAL
Contabilidade pode ser estudada sob três formas de conhecimento:
a) Conhecimento Empírico
b) Conhecimento Científico
c) Conhecimento Filosófico
Essas três formas de conhecimento encerram todo o desenvolvimento
da ciência contábil, sendo seus aspectos estudados em busca de avanços ou
novas teorias.
2.1.1. Conhecimento Empírico
Conhecimento empírico é o que é obtido só pela observação e se
fundamenta no hábito de que as coisas aconteçam como da última vez
sucederam.
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Baseia-se, fundamentalmente na prática, afastando-se, às vezes, dos
melhores fundamentos da ciência contábil.
O conhecimento empírico é fundamental para o desenvolvimento
científico ou filosófico
2.1.1.1. Empirismo ou Pragmática
Existem críticas, devidamente fundamentadas sobre a aceitação de
alguns fundamentos desse conhecimento contábil. O fato de alguns
organismos (CVM, Receita Federal, Tribunal de Contas) aceitarem um princípio
como verdadeiro, não é o que o consagra como científico.
A denominação de “Princípios geralmente aceitos de Contabilidade”,
fruto da tradução de uma expressão inglesa, só identifica opiniões de grupos
de instituições, não a opinião científica contábil, sendo, portanto, conhecimento
empírico em nossa área.
2.1.2. Conhecimento Científico
O conhecimento científico exige universalidade, ou seja, o saber explicar
sob que condições e como as coisas acontecem em qualquer lugar, a qualquer
hora, sempre da mesma forma.
“Ciência é um conjunto de conhecimentos certos e gerais, referentes a um
objetivo delimitado, obtido através de métodos racionais".
A contabilidade é uma ciência, por que:
a) Tem objeto: o patrimônio das entidades, estudando os seus fatos ou
ocorrências;
b) Tem metodologia própria: utiliza-se de métodos racionais para o seu estudo;
c) Estabelece relações entre os elementos patrimoniais, válidas em todos os
espaços e tempos;
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d) Seu conhecimento baseia-se em fatores de prova, devidamente explicativos;
e) Tem observações, referências, teorias, hipóteses, leis, fontes de
informações e demonstrações, tudo organizado sistematicamente: hipóteses
sobre potencialidades do patrimônio, como as contingências, por exemplo, são
freqüentes;
f) Estuda os fenômenos com rigor analítico: Análise da liquidez, análise de
custos, análise de retorno de investimentos, etc.;
g) Enuncia verdades de valor universal: Exemplo: quanto maior a velocidade do
capital circulante, tanto menor a necessidade de capital próprio;
h) Permite previsões: orçamentos financeiros, de custos, de lucros, etc.
i) Acolhe correntes doutrinárias: Contismo, Personalismo, Controlismo,
Reditualismo, Patrimonialismo, Aziendalismo, Neopatrimonialismo;
j) Possui teorias próprias: Teoria das Aziendas, Teoria do Redito, Teoria do
Valor, Teoria do Equilíbrio \patrimonial, Teoria das Funções Sistemáticas, etc.;
k) Presta utilidade: Aplica-se aos modelos de comportamento da riqueza para
gestão empresarial e institucional a orientação de investimentos, ao controle
orçamentário e fiscal, a produção de meios de julgamento, etc.
l) Apresenta-se em constante evolução.
- A contabilidade como ciência, não estuda um patrimônio, mas o patrimônio,
não havendo como imputar-lhe qualquer ação subjetiva.
- as teorias, leis e Hipóteses formaram um conjunto de saber sistematizado,
que permitiu a elevação do conhecimento empírico, em um corpo de doutrina
científico.
Teoria Contábil: as proposições acerca dos fatos contábeis, feitas de forma
analítica, formulando, inicialmente, hipóteses e depois leis, formaram um
conjunto de teorias.
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Leis: como ciência a Contabilidade enuncia as suas verdades sobre os fatos,
através de suas leis. Explicar o fato é a função da Ciência e é a Lei quem os
explica.
2.1.3. Conhecimento Filosófico
A base do conhecimento filosófico, em contabilidade, está em se
conhecer, de forma essencial, o que se estuda, como se estuda e quais os
limites de tais estudos.
O conhecimento da contabilidade é fruto da reflexão de cientistas,
professores, profissionais, ao longo dos tempos e a doutrina não é uma
improvisação ou uma primeira idéia sobre a matéria que estudamos.
A contabilidade, hoje, não se preocupa apenas com "o que se passa" no
patrimônio.
Indaga "o que poderá vir a passar", e também questiona sobre a natureza dos
objetivos da indagação.
Conhecimento filosófico opera nos seguintes elementos:
a) Natureza do conhecimento (forma de identificar os acontecimentos);
b) Natureza do fenômeno ou objeto de estudo (identificação real da matéria
que se estuda)
c) Finalidade do conhecimento (para que se estude e onde se aplica o
conhecimento contábil)
d) Métodos de estudos (maneira de raciocinar escolhida para a Contabilidade)
e) Relações lógicas do fenômeno (o que acontece para que o fenômeno
patrimonial possa ser formado e o que influi para isto)
f) Lógica conceitual (como dar nome aos fenômenos da riqueza individualizada
e como raciocinar para encontrar um nome adequado)
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g) Lógica das proposições (como usar os conceitos para enunciar verdades
sobre o comportamento do patrimônio)
h) Bases da estruturação teórica (como reunir as proposições para conseguir
estudar e desenvolver matéria do conhecimento contábil)
i) Classificação científica (no campo científico onde melhor se enquadra a
contabilidade)
j) Sistematização dos fenômenos e análise sistemática (qual a ótica
organizada, racional e de correlação entre os componentes do patrimônio de
acordo com as diversas finalidades do uso da riqueza).
k) Correlações do conhecimento (como estabelecer o uso de conhecimentos de
outras disciplinas, mantendo a autonomia científica da Contabilidade).
2.2. CONCEITO DE CONTABILIDADE MODERNO
A contabilidade é um ramo do conhecimento humano que trata da identificação, avaliação, registro, acumulação e apresentação dos eventos econômicos de uma entidade, sejam industriais, financeira, comercial, agrícola, pública, etc., com o objetivo final de permitir a tomada de decisão por seus usuários internos e externos por meio de seus sistemas de informação.
(Silvio Aparecido Crepaldi)
É uma ciência de natureza econômica e de caráter empírico, cujo objeto
é a descrição e medição, tanto quantitativa como qualitativa, do estado e
evolução do patrimônio de uma entidade específica, de acordo com uma
determinada metodologia própria e com o fim de comunicar a seus
destinatários informações objetiva e relevante para a adoção de decisões.
(escola espanhola)
É uma ciência econômica, uma ciência relacionada com a administração
de recursos escassos para a satisfação de necessidades ou usos
alternativos;
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É de caráter empírico, o que supõe que está baseada na experiência e
na prática;
Seu objetivo formal é a obtenção de informação objetiva e relevante, já
que há de ser utilizada para adoção de decisões;
Possui uma metodologia própria (regras precisas e concretas);
Elemento teleológico: permite a adoção de decisões adequadas.
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3. A FINALIDADE DA CONTABILIDADE
A principal finalidade da Contabilidade é controlar os fenômenos
ocorridos no patrimônio de uma entidade, através do registro, da classificação,
da demonstração expositiva, da análise e interpretação dos fatos neles
ocorridos, objetivando fornecer informações e orientações necessárias à
tomada de decisões sobre sua composição e variações, bem como sobre o
resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial.
É desse ponto de vista conceitual que o novo papel do responsável pela
contabilidade se acresce de outras responsabilidades. De toda maneira, esta
nova visão da contabilidade, vale dizer, já está bem assimilada pelos
profissionais da contabilidade e até mesmo pelos órgãos e entidades de classe
e responsáveis pela oficialidade das informações a serem divulgadas nos
demonstrativos contábeis.
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4. O OBJETIVO DA CONTABILIDADE
Contabilidade: sistema de informação e avaliação que visa o provimento
de demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de
produtividade aos seus usuários.
Sistema de informação é um conjunto organizado de dados, técnicas de
acumulação, ajustes e emissões de relatórios.
Usuário é a pessoa física ou jurídica com interesse na avaliação da
situação e evolução de uma entidade. Usuários preferenciais ou externos são:
Acionistas;
Credores em geral e emprestadores de recursos; e.
Integrantes do mercado de capitais.
Usuários secundários são os administradores da entidade e o Fisco.
Informação de natureza econômica deve ser considerada a visão do que
seja econômico para a contabilidade (demonstração do resultado do exercício,
capital e patrimônio).
Informação de natureza financeira são fluxos de caixa, capital de giro,
etc.
Informação de natureza física complemento aos valores monetários
(quantidades geradas de produto ou serviços, número de depositantes num
banco, número de clientes numa empresa, número de funcionários numa
empresa, etc.).
Informação de natureza de produtividade se refere à utilização mista de
conceitos de avaliação (financeiros) e quantitativa (físicos), como: receita bruta
per capita, depósitos por cliente, etc.
As informações de natureza financeira e econômica constituem o Núcleo
Central da Contabilidade. As informações de natureza física e de produtividade
são complementares às demonstrações contábeis tradicionais.
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Objetivo principal da contabilidade é permitir que os usuários avaliem a
situação financeira e econômica da entidade e possam inferir sobre as
tendências futuras da mesma.
Os objetivos da contabilidade devem contribuir para o processo decisório
dos usuários, não se justificando por si mesma. Antes, deve ser um
instrumento útil à tomada de decisões.
Para tal, devem ser observados dois pontos:
a) As empresas devem evidenciar ou divulgar todas aquelas informações que
contribuem para a adequada avaliação de sua situação patrimonial e de
resultados, permitindo inferências em relação ao futuro. As informações que
não estiverem explícitas nas demonstrações devem constar em Notas
Explicativas ou Quadros Complementar.
b) A contabilidade tem íntimo relacionamento do com os aspectos jurídicos os
quais, muitas vezes não conseguem retratar a essência econômica. Visando
bem informar, a contabilidade deve seguir a essência ao invés da forma.
Exemplo:
Uma empresa faz a venda de um ativo, assumindo o compromisso de
efetuar sua recompra por certo valor em determinada data. Obedecendo a
essência ao invés da forma, deve-se registrar na contabilidade uma operação
de financiamento (essência) e não de compra de venda (forma).
A não utilização da informação contábil ou utilização restrita pode ser
resultado de:
Deficiências na estrutura do modelo informativo;
Limitações do próprio usuário;
Baixa credibilidade por parte dos usuários;
Linguagem inadequada nas demonstrações contábeis.
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A contabilidade é uma ciência social no que se refere às suas
finalidades, mas, quanto à metodologia de mensuração, reúne tanto o social
quanto o quantitativo.
Quanto às finalidades é social, uma vez que por suas avaliações do
progresso das entidades, permite conhecer-se a posição de rentabilidade e
financeira, e de forma indireta auxilia os acionistas, tomadores de decisões,
investidores a aumentar a riqueza da entidade.
Como metodologia, é parcialmente social uma vez que seus critérios de
avaliação envolvem muitas vezes subjetividade e incerteza, oriundas do próprio
ambiente social e econômico no qual as entidades estão operando.
É parcialmente quantitativa, por materializar-se através da equação
patrimonial básica:
ATIVO = PASSIVO+PATRIMÔNIO LÍQUIDO
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5. EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE
Para que se possa compreender com mais afinco a contabilidade, se faz
necessário uma abordagem do início de suas profundas origens, pois só as
origens darão uma melhor idéia para justificar os fatos presentes.
Pelo fato do homem não saber escrever há mais de 20.000 anos atrás,
ele criou uma das formas mais primitivas de inscrição, que foi a artística, para
registrar seus feitos durante o dia. O homem caçava algum animal ou
apanhava algum fruto e posteriormente registrava em pinturas gravadas nas
paredes esses fatos, podendo-se concluir que nascia daí a necessidade de
controle da entidade.
Observa-se que a Contabilidade possui algo em comum com a arte, a
Escrita e a Matemática, pois são ciências que surgiram ao se usar uma à outra
como base para registros dos fatos que ocorriam no dia-a-dia.
“Segundo Sá (1997, p. 21), O mais antigo documento dessa época que se conhece parece ser o que nos apresenta Figuier. Foi encontrado na gruta D´Aurignac, no departamento de Haute Garone, na França; uma lâmina de osso de rena, contendo sulcos que indicam quantidades.”
5.1. REGISTROS DO PATRIMÔNIO
Os fatos anteriormente citados evidenciam uma pequena parcela do
que, com o passar dos anos, o homem descobriria sozinho como registrar seus
bens usando até então a desconhecida Contabilidade.
Segundo Sá (1997, p. 19) “o nascimento dos elementos da riqueza patrimonial, passando, aos poucos, a registros de melhor qualidade”.
Há mais de 6.000 anos atrás, o comércio era intenso, o controle religioso
sobre o Estado já era grande e poderoso, daí derivando grande quantidade de
fatos a registrar, ensejando, também, o desenvolvimento da escrita Contábil.
Todos os registros eram feitos usando-se peças de argila com relação a
cada fato, quando surgiu a expressão “meu” e “seu”, de Débito e Crédito,
sendo “Débito” (o que alguém tem que me pagar) e “Crédito” (o que eu devo
pagar a alguém).
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Com o advento do Papiro no Egito, a Contabilidade só teve a ganhar,
pois ela pode ter seus registros mais sofisticados passados em Livros
Contábeis. A invenção da escrita impulsionou mais a evolução, segundo
estudiosos da questão, foi à escrita Contábil que deu origem à escrita comum e
não o inverso.
De acordo com Sá (1997, p. 19), Amplo era o uso dos livros na antiguidade clássica, porque ampla era a análise dos fatos, os romanos chegavam a ter um livro de escrituração de fatos patrimoniais para cada atividade que era desenvolvida (livro de fabricação do azeite, livro da fabricação do vinho, livro dos bens patrimoniais, livros das despesas e receitas, e outros).
5.2. PARTIDAS DOBRADAS
O registro de um fato em sua causa e efeito fez surgir o que se chama
de Partidas Dobradas, sendo que todo Débito equivale a um Crédito e vice-
versa.
Existem várias especulações sobre o surgimento desta técnica de
Partidas Dobradas, mas seu autor, em verdade, não se conhece.
Vários fatos impulsionaram seu surgimento, entre eles destacam-se o
crescimento do Capitalismo nos fins da Idade Média, a aplicação dos números
arábicos à escrituração e a maior necessidade de dar relevo às contas do lucro
e outros.
Sá (1997, p. 34) afirma que:
“A influência da matemática, o fato de a escrita contábil estar atada ao cálculo desde seus
primeiros tempos e ter-se Contabilidade é o da inscrição de.”
Partidas Duplas. O hábito das equações, o valor das matemáticas
associadas à contabilidade, pode ser gerado a hábito da igualdade de Débito e
Crédito, e esta nos parece uma hipótese bastante forte no campo histórico.
Em novembro de 1494, o franciscano italiano frei Luca Pacioli publicou a
primeira literatura contábil “relevante”, consolidando o método das Partidas
Dobradas, com expressões de causa e efeito do fenômeno patrimonial com os
termos de Débito e Crédito.
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O conceito de dualidade frequentemente utilizado para justificar as
partidas dobradas apenas exige que sejam reconhecidos dois lados de cada
transação. Isto poderia ser com igual facilidade feita numa única coluna,
usando-se sinais positivos e negativos, quanto em duas colunas com débitos e
créditos.
Vale salientar que nessa época vários eram os folhetins publicados por
diversos autores sobre a contabilidade, mas nenhum foi tão completo quanto
ao do frei, sendo que o mesmo não descobriu as Partidas Dobradas, mas sim
aprimorou a conhecimento sobre o citado assunto, pois elas já eram
conhecidas e usadas desde o século XIII.
Várias são as hipóteses sobre o surgimento das Partidas Dobradas,
cada autor o interpreta de um modo. Observando-se esta dificuldade, é difícil e
delicado afirmar quem foi o verdadeiro pai das Partidas, pois elas foram
evoluindo gradativamente e em cada época os estudiosos aperfeiçoavam-nas
conforme suas necessidades.
Várias são as teses que evidenciam o surgimento e desenvolvimento da
Contabilidade. O desenvolvimento econômico acompanha de perto o
desenvolvimento Contábil. Em 1920, com a grande ascensão dos EUA, deu-se
origem à Escola Norte-Americana.
Com o surgimento das grandes Corporations, principalmente no século
atual, adicionando-se o desenvolvimento do mercado de capitais, a
Contabilidade encontrou um campo propício para o seu desenvolvimento com
teorias e aplicações no campo prático.
Os Estados Unidos herdaram da Inglaterra a tradição de Auditoria,
criando lá sólidas raízes.
No início do século XX, a chamada Escola Européia teve sua queda,
quando a Escola Norte-Americana obteve sua ascensão.
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5.3. DIFERENÇAS ENTRE AS ESCOLAS EUROPÉIAS E NORTE
AMERICANAS
Analisando-se o quadro abaixo, pode-se notar as relevantes diferenças
entre as duas escolas.
Algumas razões da Queda da Escola Européia (especialmente italiana) :
- Excessivo Culto à Personalidade: grandes mestres e pensadores da
Contabilidade ganharam tanta notoriedade que passaram a ser vistos como
“oráculos” da verdade Contábil.
- Ênfase a uma Contabilidade Teórica: as mentes privilegiadas produziam
trabalhos excessivamente teóricos, apenas pelo gosto de serem teóricos,
difundindo-se idéias com pouca aplicação prática.
- Pouca Importância à Auditoria: principalmente na legislação italiana, o grau
de confiabilidade e a importância da auditagem não eram enfatizados.
- Queda do nível das principais faculdades: principalmente as faculdades
italianas, superpovoadas de alunos.
Algumas razões da Ascensão da Escola Norte-Americana
- Ênfase ao Usuário da Informação Contábil: a Contabilidade é apresentada
como algo útil para a tomada de decisões, evitando-se endeusar
demasiadamente a Contabilidade; atender os usuários é o grande objetivo.
- Ênfase à Contabilidade Aplicada: principalmente à Contabilidade Gerencial.
Ao contrário dos europeus, não havia uma preocupação com a teoria das
contas, ou querer provar que a Contabilidade é uma ciência.
- Bastante Importância à Auditoria: como herança dos ingleses e transparência
para os investidores das Sociedades Anônimas (e outros usuários) nos
relatórios contábeis, a auditoria é muito enfatizada.
- Universidades em busca de qualidade: grandes quantias para as pesquisas
no campo contábil, o professor em dedicação exclusiva, o aluno em período
integral valorizaram o ensino nos Estados Unidos.
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6. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CONTABILIDADE
Os primeiros sinais objetivos da existência da contabilidade, segundo
alguns pesquisadores, foram observados por volta do ano 4.000 a C, na
civilização Sumério-Babilonense e coincidiu com a invenção da escrita.
As primeiras anotações eram feitas em termos físicos, pois somente
havia trocas, o que fez com que sua evolução fosse bastante lenta. Em 1.100 a
C, este quadro se alterou, por ocasião do surgimento da moeda.
Há informações que os primeiros rudimentos de balanço surgiram no
ano de 1.300 em Florença, Itália.
Entre os séculos XIII e XVII a contabilidade se distinguiu como uma
disciplina adulta, justamente pelo fato de que neste período a atividade
mercantil, econômica e cultural era muito importante, ou seja, a evolução da
contabilidade sempre está associada ao desenvolvimento da sociedade como
um todo. Esse fato tem feito que mais recentemente venha sendo considerada
como pertencente ao ramo da ciência social.
A intensidade das atividades mercantis, econômicas e culturais,
determinou o surgimento e domínio das escolas de contabilidade, notadamente
na Itália.
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7. A CONTABILIDADE NO BRASIL
O Brasil não possui uma escola de pensamento contábil genuinamente
brasileira. Pode-se dizer que em um primeiro instante, a nossa contabilidade foi
baseada no método italiano e posteriormente migrou-se para o método norte-
americano, na qual persiste até os dias atuais.
A contabilidade no Brasil ainda sofre grande influência da legislação
tributária, notadamente da legislação do imposto de renda. Pode-se afirmar
com certeza que em algumas organizações, principalmente nas micro e
pequenas empresas, na maior parte do tempo o contador se dedica a questões
tributárias. Nas médias e grandes empresas normalmente existe um
departamento ligado a questões fiscais para tratar do assunto. Assim a
contabilidade se subdivide em contabilidade financeira, contabilidade fiscal,
contabilidade gerencial, contabilidade de custos etc.
A contabilidade no Brasil teve uma primeira fase, quando então se
utilizou o método italiano, cuja época vai de 1.915 a 1.964 contando com a
contribuição de grandes autores dentre eles, Carlos de Carvalho, Francisco
D`Auria e Frederico Herrmann Júnior. Atualmente são poucos os autores que
seguem a corrente de pensamento italina, dentre eles destacamos o professor
Antonio Lopes de Sá.
Carlos de Carvalho apresentou uma contabilidade baseada na visão
contista (escola contista), já Francisco D`Auria e Frederico Herrmann Júnior
adotaram a visão patrimonialista (escola patrimonialista) como corrente de
pensamento contábil. Para esses últimos tratadistas, o objeto de estudo da
contabilidade é o patrimônio.
Essa primeira fase de desenvolvimento da contabilidade nacional foi
marcada por dois aspectos relevantes:
a) A intervenção da legislação no desenvolvimento de procedimentos
contábeis;
b) Forte influência doutrinária das escolas italianas de pensamento contábil.
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Com relação à intervenção da legislação, principalmente a tributária nos
aspectos de natureza contábil, cumpre destacar que o desenvolvimento da
contabilidade deve-se muito às intervenções dessa natureza, porém há uma
espécie de consenso entre os pesquisadores de que o excesso de normas às
vezes atrapalha. O profissional passa grande parte do tempo lendo resoluções,
decretos, portarias, instruções normativas, atos declaratórios e outros que
alteram códigos de recolhimento, prazos de entrega de determinadas
declarações etc., atos que praticamente não modificam o conteúdo das Leis,
mas que na vida prática atormentam a vida das pessoas.
A segunda etapa do desenvolvimento da contabilidade brasileira teve
início em 1.964, ano em que o professor José da Costa Boucinhas introduziu
um novo método de ensino da contabilidade.
O professor Boucinhas adotou o método didático norte-americano
baseado no livro Introductory accounting de Finney & Miller. A partir dessa
mudança de orientação didática, a influência dos autores italianos e das
escolas de pensamento italianas foi sendo substituída pela dos autores norte-
americanos.
Como conseqüência dessa mudança de enfoque, foi o lançamento do
livro Contabilidade Introdutória, em 1.971, por uma equipe de professores da
FEA-USP, livro adotado até os dias atuais, em suas edições mais recentes, em
praticamente todas as faculdades de todo o Brasil, influenciando alunos e
profissionais.
A partir do ano de 1.964 os professores do departamento de
contabilidade da FEA-USP passaram a desenvolver várias pesquisas e, de
certa forma, a dominar o cenário nacional de pesquisas contábeis.
O ano de 1.966 foi marcado por uma das maiores contribuições
nacional, a chamada escola de correção monetária. Foi nesse ano que o
professor Sérgio de Iudícibus (FEA-USP) defendeu sua tese de doutoramento,
intitulada Contribuição à Teoria dos Ajustamentos Contábeis. Pode-se dizer
que esse trabalho foi uma das primeiras grandes contribuições da contabilidade
nacional à comunidade mundial.
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A partir da adoção do método didático norte-americano pela USP em
1.964, e da apresentação do trabalho do professor Sérgio de departamento de
contabilidade e atuária da FEA-USP, muda definitivamente sua direção,
abandonando as escolas de pensamento contábeis italianas e assumindo os
ditames da escola norte-americana. Iudícibus, o direcionamento doutrinário
contábil, especialmente do maior centro de pesquisa contábil nacional: o.
Uma das razões (entre as várias existentes) para a mudança de rumo foi
à chegada das empresas de auditoria anglo-americanas que acompanhavam
as multinacionais recém-chegadas ao Brasil. Essas empresas ofereciam
treinamento de alto nível aos profissionais para elaboração de peças contábeis,
influenciando empresas menores e até legisladores. Tudo isso contribuiu para
a mudança de rumo no Brasil.
A consolidação da escola Americana no Brasil é fato consumado tendo
em vista que o livro Contabilidade Introdutória (adotado em praticamente todas
as faculdades brasileiras) dá um toque especial de contabilidade brasileira à
contabilidade norte-americana e com a publicação da Lei 6.404/76 – Lei das
Sociedades Por Ações de 15 de dezembro de 1.976 que tem sua parte contábil
inspirada na doutrina norte-americana.
Apesar de o Brasil, não ter desenvolvido sua própria escola de
contabilidade, as sucessíveis mudanças no cenário econômico, o período de
altas taxas inflacionárias que perdurou até 1.995 e as inúmeras mudanças na
legislação tributária fizeram com que a nossa legislação contábil seja uma das
mais aperfeiçoadas do mundo.
Assim como ocorreu com as demais escolas de pensamento contábil,
não podemos nos esquecer dos mais destacados pensadores contábeis
nacionais, dentre os quais: Carlos de Carvalho, Francisco D`Auria e Frederico
Hermann Júnior. Este último trabalhou na organização e reorganização da
contabilidade de importantes empresas como, por exemplo: Mappin Stores,
Indústrias Klabin, Caixa Econômica Federal, Companhia Siderúrgica Nacional e
Companhia Vale do Rio Doce.
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Hermann Júnior, como era conhecido, publicou diversas obras ligadas a
contabilidade e foi um dos fundadores e Presidente do Sindicato dos
Contabilistas de São Paulo (anteriormente chamado de Instituto Paulista de
Contabilidade) e da Editora Atlas, organismos que existem até hoje.
Atualmente pode-se dizer que o método norte-americano domina o
cenário mundial, inclusive com forte presença na Itália. Os críticos atribuem aos
Italianos, demasiado valor a questões teóricas, sendo esta a principal causa do
fracasso italiano. Os italianos praticamente criaram a contabilidade e não
souberam o que fazer com ela quando a mesma já estava em estágio adulto.
Alguns eventos que marcaram o desenvolvimento da contabilidade no
Brasil.
1.850 - Publicação do Código Comercial Brasileiro, na qual instituiu a
obrigatoriedade da escrituração contábil e elaboração anual da demonstração
de resultado e do balanço geral.
1.902 - 20 de abril, criação da Escola de Comércio Álvares Penteado.
1.931 - 30 de julho, publicação do decreto nº. 20.158 na qual organizou o
ensino comercial e regulamentou a profissão contábil.
1.940 - Publicação do decreto nº. 2.627, a primeira Lei das Sociedades por
Ações.
1.945 - A profissão contábil foi considerada como uma carreira universitária.
1.946 - Fundação da FEA-USP, instituição do curso de ciências contábeis e
atuariais.
1.946 - Criação do Conselho Federal de Contabilidade e dos respectivos
conselhos regionais.
1.971 - Publicação do livro Contabilidade Introdutória, equipe de professores da
FEA-USP.
1.972 - Resolução 220 – Circulares 178 e 179 do Banco Central do Brasil. A
circular 178 obrigou o registro dos auditores independentes no Banco Central e
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a circular 179 tratou dos princípios e normas de contabilidade (não listou os
princípios, apenas normatizou).
1.972 - O Conselho Federal de Contabilidade baixou a resolução nº. 321, que
conceituou os Princípios Fundamentais de Contabilidade Geralmente Aceitos
(PCGA) e adotou as normas (quase que na íntegra) e procedimentos de
auditoria elaborados pelo IAIB, atual IBRACON.
1.976 - Publicação da Lei 6.404, a nova Lei das Sociedades Por Ações (em
vigor).
1.976 - Criação da Comissão de Valores Mobiliários.
1.977 - Publicação do Decreto-lei nº. 1.598 – adequou o Regulamento do
Imposto de Renda (RIR) à nova Lei das Sociedades por Ações e estenderam
as normas e princípios contábeis da Lei das Sociedades por Ações às demais
empresas.
1.993 - Publicação da Resolução CFC 750, que estabeleceu os novos
princípios fundamentais de contabilidade (em vigor).
1.995 – Publicação da Lei nº. 9.249, que eliminou a correção monetária das
demonstrações contábeis.
Ao analisar-se a evolução da contabilidade no Brasil, percebe-se que
desde o início fica patente a interferência da legislação.
Uma das primeiras manifestações da legislação como elemento
propulsor do desenvolvimento contábil brasileiro, foi o Código Comercial de
1850, que instituiu a obrigatoriedade da escrituração contábil e da elaboração
anual da demonstração do balanço geral composto de bens, direitos e
obrigações, das empresas comerciais.
Em 1902 surgiu em São Paulo a Escola Prática de Comércio que criou
um curso regular que oficializasse a profi8ssão contábil. O objetivo desta
escola era o de aliar ao desenvolvimento agrícola, o início da expansão
industrial com a necessidade de habilitar e criar especialistas para,
internamente, preencher as tarefas de rotina da contabilidade e controlar as
31
finanças e, externamente, dotar São Paulo de elementos capazes de articular o
desenvolvimento dos negócios, com a conseqüente ampliação das fronteiras
de atuação.
O Decreto-Lei nº 2627 de 1940, instituiu a primeira Lei das S/A,
estabelecendo procedimentos para a contabilidade como:
1. Regras para a avaliação de ativos.
2. Regras para a apuração e distribuição dos lucros.
3. Criação de reservas.
4. Determinação de padrões para a publicação do balanço.
5. Determinação de padrões para a publicação dos lucros e perdas.
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), através da Resolução CFC
321/72 passou a adotar os Princípios de Contabilidade Geralmente Aceitos
como normas resultantes do desenvolvimento da aplicação prática dos
princípios técnicos emanados da contabilidade, visando proporcionar
interpretações uniformes das demonstrações contábeis.
Em 1976 foi publicada a nova Lei das S/A nº 6404, significando uma
nova fase para o desenvolvimento da contabilidade no Brasil e incorporando de
forma definitiva as tendências da Escola Norte-Americana.
Em 1981 a Resolução CFC nº 529 disciplinou as Normas Brasileiras de
Contabilidade e a Resolução CFC nº 530 os Princípios Fundamentais de
Contabilidade, os quais foram atualizados em 1993 pela Resolução CFC º 750.
32
8. EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA DA CONTABILIDADE
A profissão contábil vem passando por processos de melhoria e
aprimoramento durante séculos. Houve mudanças significativas tanto nas
normas e padrões que norteiam a Contabilidade, quanto nos procedimentos
contábeis. Com a informatização e o advento da Internet, as velhas rotinas
operacionais cedem espaço para a modernização sistemática dentro das
organizações, livros, registros, fichários, formulários contínuos cedem espaço a
disquetes, amplos arquivos engavetados 43 são armazenados em arquivos nos
microcomputadores e viram planilhas de informações com acesso livre a
diversos usuários. Por outro lado, a velha figura do guarda-livros, antes
direcionada ao profissional contábil, cede espaço para os sistemas contábeis,
sendo a principal fonte de informações dentro das empresas.
33
9. A EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO CONTÁBIL
A Contabilidade e suas práticas existem na sociedade desde tempos
remotos, e seus processos de registros foram evoluindo para acompanhar o
próprio desenvolvimento social.
Segundo Sá (1999, p.17): “Antes que o homem soubesse escrever e antes que soubesse calcular, criou ele a mais primitiva forma de inscrição que foi a artística, da qual se valeu para também evidenciar seus feitos e o que havia conquistado para seu uso”.
Acredita-se que a gênese dos primeiros registros se encontra nos sulcos
ou rabiscos e sinais encontrados nas grutas e cavernas da Antiguidade, sendo
esse fato um ponto de divergência para os historiadores que defendem a idéia
de que tais “figuras” serem manifestações artísticas. Independentemente de
serem manifestações artísticas, é inegável que o mesmo tenha contribuído
para o surgimento dos primeiros registros. O desenvolvimento das civilizações,
impulsionado pela economia de produção e o surgimento da escrita também
foram um dos fatores de influência para o desenvolvimento dos registros
contábeis. A Contabilidade primitiva era utilizada como ferramenta de o
controle e o registro bens, tanto em nível de relações comerciais como de
apoio às atividades do Estado, que necessitava de mecanismos de controle
para fins de arrecadação e meio controlar suas riquezas, cujas relações foram
se intensificando cada vez mais com o próprio progresso das civilizações.
Analisando o progresso das civilizações, e os próprios meios e recursos
disponíveis de evidenciação dos fatos, percebe-se que o registro e controles,
nem sempre assumiram a mesma característica, ou era determinada de
mesma forma, mais tão somente a lógica contábil inserida em suas ações,
caracterizam-se como a mesma.
Os Sumérios, segundo Schmidt (2000, p.76) utilizava-se de tábuas para registrar as transações efetuadas. Nessas tábuas, ou fichas de argila, eram mantidos os controles da produção, dos bens, das transações. Essas fichas de barro foram classificadas em duas categorias: fichas simples e complexas. As simples – eram esféricas, arredondadas, triangulares, ou retangulares e traçam por volta de 8000 a. C, sendo criadas principalmente em zonas rurais; as complexas – também possuíam uma variedade de formas, porém com incisões ou pontuações e freqüentemente perfuradas, eram usadas em muitas cidades e nos arredores dos templos.
34
Esse regime de classificação representava as relações entre o haver e o
dever das pessoas, ao realizar as transações, distribuía-se fichas primitivas
entre as partes, o que sugeria a idéia de recibos primitivos, ficando o possuidor
com a ficha definitiva do bem comercializado quando da quitação
correspondente.
Relatos e achados históricos comprovam que por volta do ano 2000 a.C. no Egito (Sá, 1997, p.16), já existia a obrigação da existência de livros e documentos fiscais, cuja guarda era dos funcionários do Estado, os escribas. A influência do Estado como instrumento de intervenção econômica e controle tributário foi um fator de importante para o desenvolvimento e evolução dos registros no Egito, onde a Contabilidade pública se desenvolveu consideravelmente. Apesar de bastante disseminada, as escrita egípcia e mesopotâmica não eram de fácil assimilação, o que resultava num monopólio de conhecimento, e isso dificultava muito as transações que surgiam.
Ao passo que as sociedades foram evoluindo, o comércio entre elas foi
se intensificando, passou a existir a necessidade de, não só ao Estado, mas
também o comerciante compreender tudo o que estava fazendo. Por volta de
2000 a.C. foi criado o alfabeto fenício, que segundo Schmidt, (1996, p.76): “a
principal contribuição dos fenícios para o processo de comunicação contábil
está no fato de que a sua escrita representou um considerável avanço”, devido
à redução do número de caracteres e a eliminação das complicadas
combinações da escrita egípcia e mesopotâmica, a leitura e escrita tornara-se
extremamente simples, deixando de ser monopólio de uma minoria. O pequeno
proprietário ou negociante pode aprender mais facilmente a assinar o nome
pelo menos e a fazer as suas contas.
Além dos egípcios e dos sumérios, várias outras civilizações, também
contribuíram para o processo de comunicação contábil e a consolidação dos
procedimentos contábeis, como por exemplo, na civilização romana se
desenvolveu muito a Contabilidade pública, através do controle das riquezas,
de onde já se produziam balanços e prestações de contas.
Analisando o progresso das civilizações, observa-se que as condições
econômicas, sociais e políticas de cada sociedade, foram fatores de influência
a evolução dos procedimentos contábeis. Com o desenvolvimento do comércio,
na Idade Média, o apogeu e queda do Feudalismo, surgimento do
Mercantilismo, das Rotas de Comércio, cada vez mais se tornou necessário o
35
conhecimento contábil tanto para controle das atividades, como para registrar
as operações entre credor e devedor, como eram feitos desde as antigas
civilizações. Com a decorrer do tempo, as velhas tábuas de barro ou madeira
deram espaço aos manuscritos, o papel já inventado se transformava no
“gérmen” das informações, que mais tarde Gutemberg consolida quando
aperfeiçoa a imprensa, surgindo os primeiros manuscritos contábeis.
Mais tarde, por volta do século XV, com a evolução social, o surgimento
dos métodos de partidas dobradas, compilado por Pacciolli em 1494, o registro
contábil assume uma preponderante característica; segundo a qual, para cada
crédito haveria um débito correspondente e vice-versa. O método assinala um
fator primordial, para o entendimento dos lançamentos contábeis, num
momento em que não havia números negativos e nem o zero.
Segundo Schmidt (1996, p.36-37), o desenvolvimento do sistema de partidas
dobradas deve-se a:
“1º” - desenvolvimento econômico na área abrangida entre as cidades de Veneza, Gênova e Florença, criando um ambiente de negócios e um nível comercial bem mais sofisticado que o conhecido ate então, dando origem a uma demanda de sistemas contábeis sofisticados;
2º “- a aprendizagem da tecnologia de impressão de livros na Alemanha e sua rápida disseminação para os grandes centros comerciais da Europa, principalmente no norte a Itália”.
Com a difusão do método das partidas dobradas, por toda a Europa, as
bases do conhecimento contábil fortalecem as fronteiras científicas. Na medida
em que as relações sociais, econômicas e políticas da sociedade foram se
intensificando a Contabilidade também se evoluiu, a busca pela interpretação
dos fatos e transações realizadas, fez surgir à necessidade de se averiguar as
bases próprias desse conhecimento, as meras técnicas de registros e
escrituração dão lugar a Ciência, que se desenvolve ao passo em que surgem
diversas teorias e doutrinas para explicar o fenômeno da riqueza, dentre elas
podemos citar: Contismo, Personalismo, Aziendalismo, Patrimonialismo,
Reditualismo, Controlismo, Neopatrimonialismo, entre outras.
A grande contribuição da evolução das doutrinas e teorias contábeis
para o processo de comunicação está no fato do valor dado a importância da
informação, a partir de então, as transações passam a assumir papéis bem
36
mais complexos, os registros passam a não ser apenas um meio de controle ou
de escrituração, mas a base de informação para diversas análises, acerca do
patrimônio tanto em seu modo estático como dinâmico.
Segundo Sá (1999, p.23):
“Tudo indica que foram os desenvolvimentos da sociedade, apoiados nos dos Estados, dos Poderes religiosos e de suas riquezas, somados a das artes de escrever e contar que influíram, decisivamente, na evolução dos registros contábeis”.
Avaliando o processo de comunicação contábil, percebe-se que com a
evolução das sociedades, os registros contábeis vão assumindo característica
decisiva nas relações humanas, o que antes era apenas um registro de posse
particular, toma corpo e forma dentro da civilização tanto como mecanismo de
poderio econômico-financeiro, como suporte para o Estado, se consolidado
dentro das necessidades da própria sociedade. Verifica-se isso, na análise dos
primeiros registros, que descreviam uma só operação, sendo que à medida que
foram se intensificando as relações comerciais, passaram a registrar mais de
uma operação, surgindo mecanismos de controle que procuravam aprimorar
cada vez mais modos de relatar e interpretar, até enfim chegarem à evolução
da escrita; se dinamizarem com o progresso tecnológico e, finalmente
chegando à chamada “Era da Informação” com a introdução de computadores,
dos sistemas de informação, da Internet e das redes de comunicação.
Assim, os sistemas de informações utilizam os recursos humanos, de
hardware, dados e rede de comunicações para coletar em uma organização.
RECURSOS DE SISTEMA DE
INFORMAÇÕES
Hardware
Redes
DadosSoftware
Pessoas
37
10. A CONTABILIDADE E OS IMPACTOS DA ERA DA INFORMAÇÃO
Utilizando-se das máquinas processadoras (os computadores), a
informática tem sido um dos ramos do conhecimento que mais tem se
desenvolvido na atualidade, contribuindo de forma relevante para o
desenvolvimento de outras ciências.
Na história da informática, segundo relata Machado (1986, p.39-40),
vários acontecimentos marcaram o desenvolvimento tecnológico, dentre eles
vale destacar:
A invenção da calculadora de Pascal em 1642, que através de
procedimentos ainda rudimentar, com ganchos para digitação dos números
efetuava as operações de soma e subtração.
Em 1812, o matemático Babbage dá um segundo passo quando ao
consultar tabelas de logaritmos percebeu a existência de erros e decidiu
construir uma máquina para computar tabelas matemáticas. Ele só não
esperava que ao criar comandos específicos, sua máquina não se comportasse
apenas como uma simples calculadora, mas como uma máquina analítica que
podia ser programada, tanto que em 1859 quando finalmente foi construída foi
adotada por várias empresas e companhias de seguros.
A partir de 1940, surgem na história da humanidade os primeiros
computadores eletrônicos, do tamanho de uma sala inteira e trabalhando
através do uso de válvulas, conhecidos como os computadores de primeira
geração. No fim da década de 50, com o advento dos transistores surgem os
computadores de segunda geração, cujo período vai de 1955 a 1965.
Em 1965, com o surgimento do circuito integrado, um componente
eletrônico que contém vários transistores integrados em um único componente,
começa a terceira geração de computadores. Esses com melhor acesso e
significativamente menor que o das gerações anteriores, possibilitando
compartilhar o mesmo espaço que os profissionais ocupam nos escritórios e
nas empresas.
38
Em 1970, a INTEL lança nos EUA, o primeiro microcomputador
conhecido como 8008.
De lá até os dias atuais, o microcomputador, vêm cada dia mais sendo
inserido no fluxo das operações e serviços das empresas, através da
distribuição de processamentos de dados nos diversos programas à disposição
do usuário. Evidentemente, a Contabilidade não poderia deixar de sofrer a
influencia desse desenvolvimento.
Com a progressiva evolução da tecnologia os computadores tem se
tornado cada vez mais imprescindíveis no mundo dos negócios, e
conseqüentemente o campo contábil tem sido impactado por estes aspectos.
Sobre isto, assim descreve Cornachione Jr. (2001, p.105): “hoje não é mais possível aceitar o eficaz desempenho profissional em um amplo leque de atividades econômicas, científicas e educacionais, e mesmas esportivas, sem o apoio da informática, a contabilidade não foge a regra”.
Diante desse contexto, a globalização pode ser considera como uma
parte resultante da evolução tecnológica, pois atualmente, podemos receber e
enviar informações on-line, manter uma conversação em tempo real, e até
fechar um negócio em poucos minutos, sem que se necessite o deslocamento
ou viagem para outros locais. Com o advento da informática, mudaram-se os
processos organizacionais, o volume de dados antes desperdiçado no
processo mecanizado que era insuficiente, passa a ter um tratamento
específico, o fluxo de informação transforma-se na mola propulsora da tomada
de decisões das empresas e é empregado em seus sistemas nos seus
diversos níveis, para os mais variados usuários. Segundo uma pesquisa
realizada através de um banco de dados com cerca de 1.000 (mil) empresas
norte-americanas (Tjaden, 1999, p.102), aproximadamente 80% (oitenta por
cento) estão gastando mais com atividades de informação e criação de ativos
intelectuais do que para buscar retorno sobre o capital investido.
Segundo Hendriksen & Breda (1999,p.38):
“A Contabilidade desenvolveu-se em resposta a mudanças no ambiente, novas descobertas e progressos tecnológicos. Não há motivo para crer que a Contabilidade não continue a evoluir em resposta a mudanças que estamos observando em nossos tempos”.
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Com as constantes mudanças no contexto econômico, social e político,
e na estrutura organizacional das empresas, como é o caso das empresas
virtuais, a Contabilidade passa a assumir novos desafios, traduzidos pelo
volume e pela complexidade das transações que envolvem as operações das
empresas em geral.
Segundo relata Padoveze (2000, p.59-63), um dos reflexos do desenvolvimento tecnológico na Contabilidade, pode ser verificado no aumento do grau de automação. Tarefas anteriormente realizada por processos manuais já é desenvolvido dentro de softwares específicos, diminuindo o fluxo de papéis e documentos na empresa, um exemplo disso, são as rotinas mais freqüentes que passaram a ser realizadas dentro dos sistemas, como é o caso de: lançamentos de débito e créditos, escrituração de livros fiscais, balancetes mensais, Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, entre outros.
Porém, esses sistemas somente serão eficazes, se puderem através dos
dados condensados fornecerem as informações que se esperam da realidade
patrimonial. Nesse contexto, é o Contador, responsável em dar relevância aos
dados que servirão de base para as informações. Contudo, apesar dos
benefícios oriundos da automação nas rotinas contábeis, necessitamos avaliar
alguns pontos, como por exemplo:
Com as novas tecnologias, os sistemas apesar de fornecerem
informações com precisão e rapidez, se tornam ferramentas vulneráveis ao
ataque de “vírus” que podem ocasionar na perda parcial ou total dos dados, o
que levaria um retrabalho por parte da contabilidade;
Operar com um sistema informatizado exige uma qualificação adequada
do usuário;
Devido à vulnerabilidade dos sistemas, mediante a invasão de hackers
ou apropriação indevida de informações por partes dos funcionários, a empresa
necessita criar meios e/ou instrumentos de garantir para salvaguarda suas
informações; e.
O crescente número de informações e usuários que utilizam as redes de
computadores implica maiores custos de desenvolvimento e manutenção dos
sistemas para as empresas;
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Sistema deInformações
Sistema deInformaçãoExecutiva
Sistema deApoio a Decisão
Sistema de InformaçõesGerenciais
Sistema deColaboração
Sistema deControle
de Pessoas
Sistema deProcessamentode Transações
Sistema deApoio às
Operações
Sistema deApoio Gerencial
Segundo Padovezze (2000, p. 68-69) os sistemas contábeis usuais podem ser classificados em:
Manual - utiliza livros ou fichas a serem escrituradas;
Mecanizado - utiliza a máquina de datilografia, a máquina de soma e um formulário denominado “Ficha Tríplice”; e.
Eletrônico - utiliza o computador e demais equipamentos eletrônicos a partir de programas específicos.
Por possuir maior flexibilidade e capacidade de armazenamento de dados e informações, permitindo o processamento de várias unidades administrativas, centros de custos e empresas, simultaneamente, e a integração aos demais meios de comunicação, o sistema eletrônico passou a ser intensivamente utilizado pelos profissionais contábeis.
Os sistemas contábeis existentes no mercado, segundo Oliveira (1997, p.34-38) são:
Sistema de Contabilidade Comercial - são geralmente desenvolvidos para pequenas empresas comercias pouco versátil, não possibilitam o bom acompanhamento das transações realizadas limitando-se ás operações simples;
Sistema de Contabilidade Fiscal - são desenvolvidos com o fim de fazer a escrita fiscal das empresas, escriturando livros, emitindo guias de recolhimento dos impostos e contribuições. Dependendo do porte da empresa, podem ser muito úteis, porque além de produzir os relatórios que são utilizados pela Contabilidade, produzem informações ficais em nível estadual, municipal e federal;
Sistema de Contabilidade de Custos – sãos muito utilizados nas indústrias, onde a complexidade de custos pé maior. Contém programas que geram demonstrativos de custos por produtos,
41
canalizam informações para a Contabilidade gerencial e alimentam relatórios de controle de produção e consumo;
Sistemas de Contabilidade Gerencial- são mais completos, apresentam muitas opções de relatórios e é direcionado a médias e grandes empresas ou escritórios de Contabilidade. Exigem o bom conhecimento do usuário, e possuem um leque de atividades, tais como: possibilitar o cadastro de eventos e históricos padronizados, apresenta o balanço patrimonial com termo de abertura e encerramento, geram balancetes em diferentes níveis, permitem a elaboração de gráficos, possibilitam a consulta on-line a qualquer informação, têm capacidade de processar informações para mais de 100 filiais, podem processar Contabilidade atrasada em até cinco anos, etc.;
Sistema de Administração de Pessoal ou de Recursos Humanos- é um sistema com programas que geram a folha de pagamento, a consignatários, com alugueis, pensões alimentícias, contribuições, etc.;
Sistema de Controle de Estoque- sistema que gera o inventário físico e financeiro, relatórios de entradas e saídas, por fornecedor, região, setor, departamento ou área, controla as vendas por vendedor, etc.;
Sistema de Faturamento – emitem faturas de venda ou prestação de serviços, alem de prepara e gerar relatórios do faturamento mensal por item ou produto, por filial ou região;
Sistema de Contas a Pagar- contém programas que geram relatórios de controle geral das obrigações da empresa. Os bons programas permitem até a implantação de um calendário de feriados para facilitar o acompanhamento de pagamentos, que no caso dos impostos e contribuições, precisam ser antecipados quando caírem em um dia não útil para o sistema bancário;
Sistema de Contas a Receber- geram relatórios de contas a receber da empresa que devem ser separados por natureza, por cliente, filial ou região. Os aplicativos, ainda proporcionam informações de créditos a receber por data de vencimento, indicando os dias de atraso e eventuais cobranças de juros e multas, enviando essas informações para a tesouraria e a Contabilidade;
Sistema de Controle do Imobilizado- alimentam informações relativas á movimentação dos bens integrantes do ativo imobilizado da empresa, gerando relatórios de adições, baixas, transferências, depreciação e correção, se houver e.
Sistema de Gerência ou Gestão Financeira- é um sistema que geralmente centraliza informações da Contabilidade, faturamento, contas a pagar e a receber, tesouraria, sendo que essas atividades são desenvolvidas em cada área especifica, e gerenciadas pela administração financeira ou controladoria, dependendo da estrutura adotada na empresa.
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Processamentode Pedidos de
Vendas
Faturamento
Análise das Vendas
Contas aReceber
Recebimentode Caixa
LivroRazão Geral
RelatóriosFinanceiros
Contas aPagar
Desembolsode Caixa
Compras
Processamentode Inventário
Folha dePagamento
Controle dePonto
Sistema de Processamento de Transações de Vendas
Sistema de Recebimentos e
de Desembolso de Caixa
Sistema de Processamento
de Livros e Relatórios
Sistema de Processamento de Transações de Compras
Sistema de Processamento de
Folha de Pagamento
Os sistemas atualmente, se constituem no corpo básico de
disseminação dos procedimentos contábeis dentro das organizações. Dentre
os sistemas que mais tem se introduzido nas empresas, os sistemas
gerenciais, merecem destaque.
As mudanças ocorridas nas organizações, aumentando a complexidade
das atividades, aliada ás novas exigências do mercado e a competitividade,
passaram a exigir das empresas maior quantidade de informações para
controlar seu processo produtivo e tomar decisões a nível estratégico e
operacional.
Por outro lado, a introdução da Internet e dos avanços tecnológicos da
informação propiciaram muitas mudanças nos aspectos contábeis, tanto pela
infinita capacidade de dados de seus servidores como pela apropriação rápida
da informação, o chamado tempo real. Interligadas em rede empresas operam
no mercado, mantém uma estrutura patrimonial integrada a partir de
informações compartilhadas entre matriz e filiais em diversas partes do mundo.
Dessa forma, se desmistifica a idéia estática das informações contábeis
contidas em seus relatórios básicos, como é o caso do Balanço Patrimonial, a
43
posição econômica, financeira e patrimonial da empresa não é mais aquela
demonstrada a cada final de exercício, e sim a mais recente e atualizada. Isto é
um reflexo da evolução dos próprios processos de desenvolvidos pela
economia de mercado, principalmente dentro do mercado de ações, onde a
cada segundo se tem uma nova realidade. O grande desafio da Contabilidade
é nesse enfoque consubstanciar-se e manter-se dentro de um determinado
padrão no momento em que diversos fatores influem em tempo real para a
análise efetiva do patrimônio. Sem levar em conta que o nível de informações
contábeis é destinado a uma eclética classe de usuários, que delas necessitam
também em tempo real. Na revolução da informação, o papel de um
profissional contábil bem-sucedido é descobrir como satisfazer essas diferentes
necessidades dos usuários da Contabilidade.
44
11. O SPED
11.1. APRESENTAÇÃO
Instituído pelo Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007, o Sistema
Público de Escrituração Digital (Sped) faz parte do Programa de Aceleração do
Crescimento do Governo Federal (PAC 2007-2010) e constitui-se em mais um
avanço na informatização da relação entre o fisco e os contribuintes.
De modo geral, consiste na modernização da sistemática atual do
cumprimento das obrigações acessórias, transmitidas pelos contribuintes às
administrações tributárias e aos órgãos fiscalizadores, utilizando-se da
certificação digital para fins de assinatura dos documentos eletrônicos,
garantindo assim a validade jurídica dos mesmos apenas na sua forma digital.
Iniciou-se com três grandes projetos: Escrituração Contábil Digital,
Escrituração Fiscal Digital e a NF-e - Ambiente Nacional. Atualmente está em
produção o projeto EFD-PIS/COFINS. E em estudo: e-Lalur, EFD-Social e a
Central de Balanços.
Representa uma iniciativa integrada das administrações tributárias nas
três esferas governamentais: federal, estadual e municipal.
Mantém parceria com 20 instituições, entre órgãos públicos, conselho de
classe, associações e entidades civis, na construção conjunta do projeto.
Firma Protocolos de Cooperação com 27 empresas do setor privado,
participantes do projeto-piloto, objetivando o desenvolvimento e o
disciplinamento dos trabalhos conjuntos.
Possibilita, com as parcerias fisco-empresas, planejamento e
identificação de soluções antecipadas no cumprimento das obrigações
acessórias, em face às exigências a serem requeridas pelas administrações
tributárias.
Faz com que a efetiva participação dos contribuintes na definição dos
meios de atendimento às obrigações tributárias acessórias exigidas pela
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legislação tributária contribua para aprimorar esses mecanismos e confira a
esses instrumentos maior grau de legitimidade social.
Estabelece um novo tipo de relacionamento, baseado na transparência
mútua, com reflexos positivos para toda a sociedade.
11.2. OBJETIVO
O Sped tem como objetivos, entre outros:
Promover à integração dos fiscos, mediante a padronização e
compartilhamento das informações contábeis e fiscais, respeitadas as
restrições legais.
Racionalizar e uniformizar as obrigações acessórias para os
contribuintes, com o estabelecimento de transmissão única de distintas
obrigações acessórias de diferentes órgãos fiscalizadores.
Tornar mais célere a identificação de ilícitos tributários, com a melhoria
do controle dos processos, a rapidez no acesso às informações e a
fiscalização mais efetiva das operações com o cruzamento de dados e
auditoria eletrônica.
Premissas
Propiciar melhor ambiente de negócios para as empresas no País;
Eliminar a concorrência desleal com o aumento da competitividade entre
as empresas;
O documento oficial é o documento eletrônico com validade jurídica para
todos os fins;
Utilizar a Certificação Digital padrão ICP Brasil;
Promover o compartilhamento de informações;
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Criar na legislação comercial e fiscal a figura jurídica da Escrituração
Digital e da Nota Fiscal Eletrônica;
Manutenção da responsabilidade legal pela guarda dos arquivos
eletrônicos da Escrituração Digital pelo contribuinte;
Redução de custos para o contribuinte;
Mínima interferência no ambiente do contribuinte;
Disponibilizar aplicativos para emissão e transmissão da Escrituração
Digital e da NF-e para uso opcional pelo contribuinte.
11.3. BENEFÍCIOS
Redução de custos com a dispensa de emissão e armazenamento de
documentos em papel;
Eliminação do papel;
Redução de custos com a racionalização e simplificação das obrigações
acessórias;
Uniformização das informações que o contribuinte presto às diversas
unidades federadas;
Redução do envolvimento involuntário em práticas fraudulentas;
Redução do tempo despendido com a presença de auditores fiscais nas
instalações do contribuinte;
Simplificação e agilização dos procedimentos sujeitos ao controle da
administração tributária (comércio exterior, regimes especiais e trânsito
entre unidades da federação);
Fortalecimento do controle e da fiscalização por meio de intercâmbio de
informações entre as administrações tributárias;
Rapidez no acesso às informações;
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Aumento da produtividade do auditor através da eliminação dos passos
para coleta dos arquivos;
Possibilidade de troca de informações entre os próprios contribuintes a
partir de um leiaute padrão;
Redução de custos administrativos;
Melhoria da qualidade da informação;
Possibilidade de cruzamento entre os dados contábeis e os fiscais;
Disponibilidade de cópias autênticas e válidas da escrituração para usos
distintos e concomitantes;
Redução do “Custo Brasil;
Aperfeiçoamento do combate à sonegação;
Preservação do meio ambiente pela redução do consumo de papel.
48
12. SPED CONTÁBIL
12.1. O QUE É?
É a substituição da escrituração em papel pela Escrituração Contábil
Digital - ECD, também chamada de SPED-Contábil. Trata-se da obrigação de
transmitir em versão digital os seguintes livros: I - livro Diário e seus auxiliares
se houver; II - livro Razão e seus auxiliares se houver; III - livro Balancetes
Diários, Balanços e fichas de lançamento comprobatórias dos assentamentos
neles transcritos.
Segundo a Instrução Normativa RFB nº 787 de 19 de novembro de
2007, estão obrigadas a adotar a ECD em relação aos fatos contábeis
ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2008, as sociedades empresárias sujeitas
a acompanhamento econômico-tributário diferenciado, nos termos da Portaria
RFB nº 11.211, de 7 de novembro de 2007 e sujeitas à tributação do Imposto
de Renda com base no Lucro Real; (Redação dada pela Instrução Normativa
RFB nº 926, de 11 de março de 2009) em relação aos fatos contábeis desde 1º
de janeiro de 2009, as demais sociedades empresárias sujeitas à tributação do
Imposto de Renda com base no Lucro Real. (Redação dada pela Instrução
Normativa RFB nº 926, de 11 de março de 2009).
Para as demais sociedades empresárias a ECD é facultativa.
As sociedades simples e as microempresas e empresas de pequeno
porte optantes pelo Simples Nacional estão dispensadas desta obrigação.
12.2. COMO FUNCIONA
A partir do seu sistema de contabilidade, a empresa gera um arquivo
digital no formato especificado no anexo único à Instrução Normativa RFB nº
787/07 (disponível no menu Legislação). Devido às peculiaridades das diversas
legislações que trata da matéria, este arquivo pode ser tratado pelos
sinônimos: Livro Diário Digital, Escrituração Contábil Digital – ECD, ou
Escrituração Contábil em forma eletrônica.
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Este arquivo é submetido ao Programa Validador e Assinador – PVA
fornecido pelo Sped. Faça o download do PVA e do Receitanet e instale-os em
um computador ligado à internet.
Através do PVA, execute os seguintes passos:
Validação do arquivo contendo a escrituração; Assinatura digital do livro
pela(s) pessoa(s) que têm poderes para assinar, de acordo com os registros da
Junta Comercial e pelo Contabilista; Geração e assinatura de requerimento
para autenticação dirigido à Junta Comercial de sua jurisdição. Para geração
do requerimento é indispensável, exceto para a Junta Comercial de Minas
Gerais, informar a identificação do documento de arrecadação do preço da
autenticação. Verifique na Junta Comercial de sua Jurisdição como obter a
identificação.
Assinados a escrituração e o requerimento, faça a transmissão para o
Sped. Concluída a transmissão, será fornecido um recibo. Imprima-o, pois ele
contém informações importantes para a prática de atos posteriores.
Ao receber a ECD, o Sped extrai um resumo (requerimento, Termo de
Abertura e Termo de Encerramento) e o disponibiliza para a Junta Comercial
competente. Na atual estrutura, cabe à Junta Comercial buscar o resumo no
ambiente Sped. Enquanto ela não adota tal providência, ao consultar a
situação, a resposta obtida será "o livro digital foi recebido pelo Sped Contábil,
porém ainda não foi encaminhado para a Junta Comercial".
Verifique na Junta Comercial de sua jurisdição como fazer o pagamento
do preço para autenticação.
Recebido o preço, a Junta Comercial analisará o requerimento e o Livro
Digital. A análise poderá gerar três situações, todas elas com o termo próprio:
Autenticação do livro;
Indeferimento;
Sob exigência.
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IMPORTANTE: para que um livro colocado sob exigência pela Junta
Comercial possa ser autenticado, após sanada a irregularidade, ele deve ser
reenviado ao Sped. Não há necessidade de novo pagamento do preço da
autenticação. Deve ser gerado o requerimento específico para substituição de
livros não autenticados e colocados sob exigência.
Para verificar o andamento dos trabalhos, utilize a funcionalidade
“Consulta Situação” do PVA. Os termos lavrados pela Junta Comercial,
inclusive o de Autenticação, serão transmitidos automaticamente à empresa
durante a consulta.
O PVA tem ainda as funcionalidades de visualização da escrituração e
de geração recuperação de backup.
Autenticada a escrituração, adote as medidas necessárias para evitar a
deterioração, extravio ou destruição do livro digital. Ele é composto por dois
arquivos principais: o do livro digital e o de autenticação (extensão aut). Faça,
também, cópia do arquivo do requerimento (extensão rqr) e do recibo de
entrega (extensão rec). Todos os arquivos têm o mesmo nome, variando
apenas a extensão.
51
13. SPED FISCAL
13.1. O QUE É?
A Escrituração Fiscal Digital - EFD é um arquivo digital, que se constitui
de um conjunto de escriturações de documentos fiscais e de outras
informações de interesse dos fiscos das unidades federadas e da Secretaria da
Receita Federal do Brasil, bem como de registros de apuração de impostos
referentes às operações e prestações praticadas pelo contribuinte.
Este arquivo deverá ser assinado digitalmente e transmitido, via Internet,
ao ambiente Sped.
13.2. COMO FUNCIONA?
A partir de sua base de dados, a empresa deverá gerar um arquivo
digital de acordo com leiaute estabelecido em Ato COTEPE, informando todos
os documentos fiscais e outras informações de interesse dos fiscos federal e
estadual, referentes ao período de apuração dos impostos ICMS e IPI. Este
arquivo deverá ser submetido à importação e validação pelo Programa
Validador e Assinador (PVA) fornecido pelo Sped.
13.3. PROGRAMA VALIDADOR ASSINADOR
Como pré-requisito para a instalação do PVA é necessária à instalação
da máquina virtual do Java. Após a importação, o arquivo poderá ser
visualizado pelo próprio Programa Validador, com possibilidades de pesquisas
de registros ou relatórios do sistema.
Outras funcionalidades do programa: digitação, alteração, assinatura
digital da EFD, transmissão do arquivo, exclusão de arquivos, geração de cópia
de segurança e sua restauração.
Apresentação do arquivo
Em regra, a periodicidade de apresentação é mensal.
52
14. OS IMPACTOS DA INFORMATIZAÇÃO NO PERFIL PROFISSIONAL
DO CONTADOR
As mudanças no cenário mundial, com a globalização, os avanços da
tecnologia, influenciaram sobremaneira o mundo dos negócios, essas
mudanças não só afetaram o perfil das relações empresariais, como vieram
acarretar mudanças no perfil do profissional contábil, cujo trabalho não só se
diferenciou no uso das informações, como também na relevância de suas
atividades.
As diversas funções realizadas pela Contabilidade, como escrituração,
elaboração divulgação, análise e controle dos dados contábeis, foram afetadas
profundamente em suas metodologias. Os procedimentos atuais utilizados na
Contabilidade para alcançar os seus objetivos evoluíram sobremaneira. A
introdução das redes tornou possível a comunicação virtual dos Contadores
com os órgãos públicos, ao passo em que se verificam mudanças na
composição e estrutura das organizações.
A tecnologia de informação foi acrescida ao universo contábil como
forma de resposta às novas exigências do mercado, traduzindo mudanças no
perfil do profissional.
“O profissional contábil, como um elemento que integra a organização, também está inserido nesse contexto, e vem sofrendo uma forte pressão diante das mudanças, pois a sua função está sendo reformulada a cada passo desse processo de transformação. Esse profissional deve buscar alternativas para agregar valor não só a empresa com o seu trabalho, utilizando a Tecnologia da Informação como uma aliada na aquisição e desenvolvimento de competências” (Barbosa, 2000, p.2).
Os avanços tecnológicos, a informática e os sistemas avançados de
comunicação contábil, acabaram por destituir aquela velha figura do guarda-
livros dada ao profissional contábil por muitos anos. Os programas já realizam
as quatro operações, assimilam as informações e elaboram os demonstrativos
contábeis, adequando-os conforme a realidade escolhida. E também elaboram
análises estatísticas. Cabendo, portanto, ao Contador, a explicação e
interpretação dos fenômenos patrimoniais, sendo necessário para isso cada
vez mais a intelectualização do conhecimento contábil.
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Se por um lado, a informática possibilitou o fluxo de dados através de
diversos sistemas, por outro, as empresas passaram a necessitar mais das
habilidades do profissional. Tornando-o um consultor dentro das organizações,
cujo papel é imprescindível para o desenvolvimento da empresa, uma vez que
ao assumir responsabilidade, principalmente ligadas à gestão de informação,
ele terá como meta a obtenção, o tratamento e difusão de informações
relevantes para a organização dentro de um espaço de tempo hábil.
“Vale ressaltar informação é tão difusa que os executivos se defrontam
com um problema difícil: excesso de informação. O contador, gestor da
informação, deverá realizar a triagem destas informações dizendo quais são
relevantes ou não para o futuro desenvolvimento da organização. Que não é a
quantidade de informações que importa e sim a qualidade destas informações.
Segundo PORTER (1999, p.91) “o impacto da tecnologia”.
Analisando-se o progresso tecnológico, visualiza-se que as rotinas antes
dedicadas exclusivamente ao Contador, como declaração de IRPJ- Imposto de
Renda da Pessoa Jurídica, cálculos trabalhistas, folhas de pagamento,
rescisões, hoje são abertas a sociedade pela Internet, deixando ao leigo o
direito de usar a informação para qual não tem conhecimento específico e até
subjugar o trabalho contábil. No entanto, sejam esses apenas reflexos do uso
de técnicas, que com certeza jamais deveriam ter sido ou se figurado como a
essência das atividades contábeis.
Se por um lado, a Contabilidade apresenta novas tendências devido ao
novo contexto sócio-econômico vivido, e aos avanços tecnológicos,
direcionando um novo perfil para o profissional. Por outro, tornou-se uma das
páreas de conhecimento de mais abrangente leque. Ao Contador é possível
atuar-nos mais variados segmentos, conforme demonstrado em quadro abaixo,
desmitificando-se assim a idéia de que a introdução tecnológica possibilitou a
fechar as oportunidades na área contábil.
Nota-se, portanto, que o trabalho do contador não está perdendo espaço
e nem tão pouco tende a desaparecer. Este pensamento pode surgir de
profissionais não capacitados, que se limitam a técnica de “debitar e creditar”,
esquecendo-se do aspecto científico que a contabilidade possui.
54
Verifica-se que o perfil do Contador moderno é o de um homem de valor
que precisa acumular muitos conhecimentos, mas que tem um mercado de
trabalho garantido. É um elemento importantíssimo na agregação de valor a
empresa, fazendo parte imprescindível do processo de tomada de decisões,
pois aos seus conhecimentos está a responsabilidade pela “triagem” das
informações colhidas das empresas e pela alocação destas ao desempenho
operacional. Essas novas características fizeram surgir e ascender a
Contabilidade denominada Contabilidade Gerencial, como ferramenta na
gestão de negócios e a evolução do segmento de Consultoria na área contábil.
Segundo Cornachione Jr.(1994 a, p.143-144) com o adequado tratamento da informática em sua formação, o profissional da área contábil poderá obter, entre outras, as seguintes vantagens
competitivas no mercado de trabalho:
Compreender os sistemas computacionais, aprender a “enxergar” os problemas complexos das empresas, das organizações sob enfoque sistêmico;
Ocupar seu espaço de profissional que gerencia os sistemas de informações em geral e os sistemas de informações contábeis das empresas;
Dominar a operacionalização dos microcomputadores e redes de microcomputadores, que representam a realidade empresarial atual e base da tendência para o futuro; além de compreender e utilizar a terminologia desta área;
Operar aplicativos que atendam ás suas necessidades de cálculos (planilhas eletrônicas), de textos (processadores de textos, editoração eletrônica), de banco de dados (gerenciadores de bancos de dados) e necessidades gráficas (aplicativos gráficos);
Tornar-se mais participativo consequentemente, produtivo nas etapas de desenho, geração e criação de sistemas de informações estratégicas e operacionais;
Analisar e participar ativamente da análise de sistemas contábeis que em breve estarão funcionando sob a sua responsabilidade;
Visualizar e compreender os “componentes” da informática como partes do processo de informação e não como uma “caixa preta”;
Acompanhar, participar e entender o moderno ambiente computacional;
Utilizar a informática como meio eficiente para otimizar as soluções contábeis e gerenciais num ambiente empresarial competitivo;
Proporcionar informações integradas aos usuários, que reflitam realidades de diversas áreas da organização;
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Participar ativamente da geração de sistemas de avaliação de desempenho, acompanhamento de gestão por áreas de responsabilidade, avaliação de resultados, etc.;
Em outras palavras, o que referido autor procura expor, é evidenciar que
a informação não trouxe apenas modificações para o horizonte das
negociações empresariais, devido à competitividade, o acirramento de
mercados e a relevância das informações em tempo real. Não é apenas
necessário possuir informações, mas saber elaborar e interpretar de forma
adequada e em tempo hábil para que se possa obter o melhor proveito,
maximização a relação custo-benefício da informação.
A área contábil foi uma das que mais sofreram impactos com a
introdução tecnológica, tendo que se adaptarem as mudanças ocorridas nas
organizações e no desenvolvimento das atividades contábeis. No entanto, é
preciso que o profissional contábil tenha em mente que o processo de
transformação promovido pelas inovações tecnológicas em sua atuação
profissional é um processo dinâmico e contínuo; pois este assume a
responsabilidade pelo gerenciamento das informações que auxilia no
desenvolvimento das atividades empresarias, devendo ter consciência da sua
necessidade de atualização contínua a fim de acompanhar a evolução dos
procedimentos, que envolvam o fluxo das atividades da Contabilidade.
56
15. A ATUAL DEMANDA DE PROFISSIONAIS CONTÁBEIS
Atualmente com o desenvolvimento da tecnologia e o crescimento das
empresas, a área de atuação do contador tem sofrido alterações, sua
amplitude vem traçando um novo perfil para a profissão contábil, onde é
possível ao contador assumir funções em diversas áreas do conhecimento.
Esse é um dos fatores que tem influenciado o aumento da demanda de
optantes pelo curso de ciências e profissionais contábeis, em função do "leque"
de oportunidades que essa profissão tem oferecido devido a sua nova
estruturação.
Nos próximos anos, pela expansão que se promete no setor, não seria
exagero afirmar que o número de mulheres na profissão será igual ao dos
homens. E haverá a quebra de mais um paradigma no país.
16. O CONTADOR DE ONTEM x O CONTADOR DE HOJE
Segundo o Professor Roberto Aurélio Merlo, as principais características
que demonstram a importância do profissional de contabilidade e sua
necessidade de adaptar-se aos novos tempos partem da premissa de que o
desenvolvimento da contabilidade sempre esteve associado à evolução da
humanidade, ao progresso das organizações, às novas formas de negócios e
ao aprimoramento das relações comerciais. Sendo assim, o trabalho do
contabilista sempre esteve associado – e sempre estará – às demandas da
sociedade, de acordo com a evolução natural advinda do aperfeiçoamento dos
negócios empresariais.
No passado, o foco dos profissionais de contabilidade estava em alguns
fatores como: A visível preocupação com a escrituração mercantil, os esforços
e a necessidade de padronização das informações contábeis, permitindo a
comparação de séries históricas, a luta pela regulamentação da profissão, com
a consequente criação do Conselho Federal e Conselhos Regionais de
Contabilidade.
57
O mundo dos negócios está em constante mutação e exige dos
profissionais um contínuo aperfeiçoamento. O compromisso ético é uma das
características que determina a confiança e credibilidade no contabilista.
O profissional de sucesso no século XXI será o que acompanhar a
evolução das relações de negócios, provocada pela abertura de mercados e o
avanço da globalização, aliando-se ao contínuo desenvolvimento da TI e dos
processos de comunicação, tornando a atividade empresarial mais dinâmica,
na espera de respostas rápidas e úteis ao processo de tomada de decisões.
Espera-se que o contabilista seja capaz de transferir através de
relatórios estruturados e para cada usuário as informações necessárias à
tomada de decisões. O contador atual tem assumido um perfil gerenciador,
onde este ter uma visão global que o habilita a compreender o meio social,
político, cultural e econômico onde está inserido.
O contador de hoje, necessita de uma formação técnica e científica para
desenvolver atividades específicas da prática contábil, com capacidade de
externar valores de responsabilidade social e ética, precisa ter competência
para compreender ações, analisando criticamente as organizações,
antecipando e promovendo suas transformações.
A Importância da Interdisciplinaridade para a Formação do Contador
atualmente, há uma exigência de formação de seres humanos capazes de se
adaptar a novos ambientes, de compreender e dominar as relações e
atividades humanas e coordenar a grande quantidade de informações e novos
conhecimentos.
Partindo deste quadro, buscou-se estudar a interdisciplinaridade e como
ela influência o ensino Contábil. É necessário que o atual contador tenha
domínio sobre várias áreas do conhecimento gerando valor a sua formação
como ser humano e profissional.
A fim de fundamentar a relevância da interdisciplinaridade para a
formação do contador, seguem dois fatores interdisciplinares que contribuem
para a qualificação deste profissional.
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O mercado de antigamente era compacto, tradicional e apresentava
poucas opções. Já no mercado atual, percebe-se maior movimento das
transações, caracterizando um mercado competitivo e aberto a novas
possibilidades.
Com base na análise do mercado atual, aufere-se que o mercado de
amanhã seguirá tendências, cujas características serão intimamente ligadas ao
desenvolvimento econômico e tecnológico.
O avanço tecnológico foi de extrema importância para a mudança no
perfil do contador. Antigamente, suas funções se limitavam exclusivamente a
um simples escritório, desenvolvendo um papel voltado mais para o âmbito
operacional. Na medida em que foram surgindo novas tecnologias, as funções
operacionais foram substituídas por programas que executam todas essas
tarefas a um simples clique. Com isso, esse profissional teve que se readaptar
às novas exigências do mercado, buscando diferenciais.
A cada dia que passa surge uma nova ferramenta de pesquisa e de
trabalho e que agiliza o tramite de informações, a confiabilidade, a
transparência e facilita cada vez mais o processo, reduzindo custos, perda de
tempo e gerando relatórios que auxiliam a vida do empreendedor. Com isso o
contador tem mais tempo disponível para analisar as informações e começar a
atuar como um gerenciador e facilitador para o empresário tornam-se um
conselheiro na tomada de decisões.
Hoje, com o mercado cada vez mais globalizado e em contínua
mudança exige se desse profissional um perfil voltado para a análise,
consultoria, auditoria, sabendo avaliar e direcionar o empresário nas suas
tomadas de decisões. Uma vez que ele passa a ter um contato mais direto e
decisivo com o seu cliente, sendo assim precisa saber se comunicar, passar
confiança, analisar situações, tentar reduzir custos, e também mostrar que etc.
Com esse novo perfil, o contador passou a ser mais valorizado no
mercado, e, com isso, houve uma ascensão do curso e da profissão, e
conseqüentemente, um aumento no número desses profissionais atuantes no
mercado, dentre eles, uma quantidade significativa do sexo feminino. As
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perspectivas para o futuro da profissão são as mais promissoras possíveis.
Com um perfil cada vez mais gerenciador, consultor e sendo mais valorizado a
cada dia, tende a mais pessoas optarem por trabalhar nesse campo de
atuação, pois a existe a possibilidade de atuar em diversas funções nesse
segmento.
Somente conseguirão acompanhar esse crescimento, aqueles que
realmente tenham sede pelo conhecimento, pois o que se aprende agora pode
estar ultrapassado daqui a um minuto.
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17. CONCLUSÃO
Com a elaboração do trabalho, concluímos que ao analisar a
contabilidade e sua história percebemos que esta evoluindo com o passar dos
anos, isso ocorre devido às mudanças no cenário mundial, sejam essas
mudanças sociais, culturais ou tecnológicas. Com isso conseguimos apurar e
analisar as principais contribuições da civilizações, identificar algumas
diferenças e semelhanças entre a contabilidade existente no inicio do século e
a dos dias atuais, podendo assim correlacionar os avanços da contabilidade
aos progressos da sociedade, enxergar as origens da contabilidade e a
revolução na atuação do profissional contábil de hoje, uma vez que a mesma
possibilitou que este trabalhasse de forma mais conjunta e participativa com
seus usuários ou com outros profissionais envolvidos no processo.
61
18. REFERÊNCIAS
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na profissão contábil. In: Congresso Brasileiro de Contabilidade, XVI,
Goiânia, 2000. Anais… Goiânia, 2000. In: Cd-Room.
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