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Esdras Digital e Pastor Digital
IBADEP - Instituto Bíblico da Assembleia de Deus
- Ensino e Pesquisa
T E O L O G I A
IBADEP - Instituto Bíblico da Assembleia de Deus no
Ensino e Pesquisa
Rua IBADEP, S/N° - IBADEP/Eletrosul - Cx. Postal 248
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Profetas Menores
Pesquisado e adaptado pela Equipe
Redatorial para Curso exclusivo do IBADEP - Instituto
Bíblico da Assembleia de Deus - Ensino e Pesquisa.
Com auxílio de adaptação e esboço de vários
ensinadores.
4a Edição - Maio/2005
Impressão e acabamento: Gráfica Lex Ltda
Todos os direitos reservados ao IBADEP
2
Diretorias
CIEADEP
Pr. José Pimentel de Carvalho - Presidente de Honra
Pr. Ival Teodoro da Silva - Presidente
Pr. Moisés Lacour - 1o Vice-Presidente
Pr. Aparecido Estorbem - 2o Vice-Presidente
Pr. Edilson dos Santos Siqueira - 1o Secretário
Pr. Samuel Azevedo dos Santos - 2o Secretário
Pr. Hercílio Tenório de Barros - 1o Tesoureiro
Pr. Mirislan Douglas Scheffel - 2o Tesoureiro
IBADEP
Pr. M. Douglas Scheffel Jr.
Coordenador
3
Cremos
1) Em um só Deus, eternamente subsistente em três
pessoas: O Pai, Filho e o Espírito Santo. (Dt 6.4;
Mt 28.19; Mc 12.29).
2) Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra
infalível de fé normativa para a vida e o caráter
cristão (2Tm 3.14-17).
3) Na concepção virginal de Jesus, em sua morte
vicária e expiatór ia, em sua ressurreição corporal
dentre os mortos e sua ascensão vitor iosa aos céus
(Is 7.14; Rm 8.34 e At 1.9).
4) Na pecaminosidade do homem que o destituiu da
glória de Deus, e que somente o arrependimento e
a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo
é que pode restaurá-lo a Deus (Rm 3.23 e At 3.19).
5) Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé
em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e
da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do
Reino dos Céus (Jo 3.3-8).
6) No perdão dos pecados, na salvação presente e
perfeita e na eterna justificação da alma recebidos
gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício
efetuado por Jesus Cristo em nosso favor (At
10.43; Rm 10.13; 3.24-26 e Hb 7.25; 5.9).
7) No batismo bíblico efetuado por imersão do corpo
inteiro uma só vez em águas, em nome do Pai, do
Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o
Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19; Rm 6.1-6 e Cl 2.12).
8) Na necessidade e na possibilidade que temos de
4
viver vida santa mediante a obra expiatória e
redentora de Jesus no Calvário, através do poder
regenerador, inspirador e santificador do Espírito
Santo, que nos capacita a viver como fiéis
testemunhas do poder de Cristo (Hb 9.14 e lP e 1.15).
9) No batismo bíblico no Espírito Santo que nos é dado
por Deus mediante a intercessão de Cristo, com a
evidência inicial de falar em outras línguas, conforme
a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7).
10) Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo
Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme
a sua soberana vontade (ICo 12.1-12).
11) Na Segunda Vinda premilenial de Cristo, em duas
fases dist intas. Primeira - invisível ao mundo, para
arrebatar a sua Igreja fiel da terra, antes da Grande
Tribulação; segunda - visível e corporal, com sua
Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante
mil anos (lTs 4.16. 17; ICo 15.51- 54; Ap 20.4; Zc
14.5; Jd 14).
12) Que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal
de Cristo, para receber recompensa dos seus feitos
em favor da causa de Cristo na terra (2Co 5.10).
13) No juízo vindouro que recompensará os fiéis e
condenará os infiéis (Ap 20.11-15).
14) E na vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis e de tristeza e tormento para os infiéis (Mt 25.46).
5
Metodologia de Estudo
Para obter um bom aproveitamento, o aluno
deve estar consciente do porquê da sua dedicação de tempo
e esforço no afã de galgar um degrau a mais em sua
formação.
Lembre-se que você é o autor de sua história e
que é necessário atualizar-se. Desenvolva sua capacidade
de raciocínio e de solução de problemas, bem como se
integre na problemática atual, para que possa vir a ser um
elemento útil a si mesmo e à Igreja em que está inser ido.
Consciente desta realidade, não apenas acumule
conteúdos visando preparar -se para provas ou trabalhos por
fazer. Tente seguir o roteiro sugerido abaixo e comprove
os resultados:
1. Devocional:
a) Faça uma oração de agradecimento a Deus pela sua
salvação e por proporcionar -lhe a oportunidade de
estudar a sua Palavra, para assim ganhar almas para o
Reino de Deus;
b) Com a sua humildade e oração, Deus irá iluminar e
direcionar suas faculdades mentais através do Espírito
Santo, desvendando mistérios contidos em sua
Palavra;
c) Para melhor aproveitamento do estudo, temos que
ser organizados, ler com precisão as lições, meditar
com atenção os conteúdos.
2. Local de estudo:
Você precisa dispor de um lugar próprio para
estudar em casa. Ele deve ser:
6
a) Bem arejado e com boa iluminação (de preferência,
que a luz venha da esquerda);
b) Isolado da circulação de pessoas;
c) Longe de sons de rádio, televisão e conversas.
3. Disposição:
Tudo o que fazemos por opção alcança bons
resultados. Por isso adquira o hábito de estudar
voluntariamente, sem imposições. Conscientize-se da
importância dos itens abaixo:
a) Estabelecer um horário de estudo extraclasse,
dividindo-se entre as disciplinas do currículo
(dispense mais tempo às matérias em que t iver maior
dificuldade);
b) Reservar, diariamente, a lgum tempo para descanso
e lazer. Assim, quando estudar, estará desligado de
outras atividades;
c) Concentrar-se no que está fazendo;
d) Adotar uma correta postura (sentar -se à mesa,
tronco ereto), para evitar o cansaço físico;
e) Não passar para outra lição antes de dominar bem o
que estiver estudando;
f) Não abusar das capacidades físicas e mentais.
Quando perceber que está cansado e o estudo não
alcança mais um bom rendimento, faça uma pausa para
descansar.
4. Aproveitamento das aulas:
Cada disciplina apresenta característ icas próprias,
envolvendo diferentes comportamentos: raciocínio,
analogia, interpretação, aplicação ou simplesmente
habilidades motoras.
Todas, no
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Todas no entanto, exigem sua participação ativa. Para alcançar melhor aproveitamento, procure:
a) Colaborar para a manutenção da disciplina na sala
de aula;
b) Participar ativamente das aulas, dando colaborações
espontâneas e perguntando quando algo não lhe ficar
bem claro;
c) Anotar as observações complementares do monitor
em caderno apropriado.
d) Anotar datas de provas ou entrega de trabalhos.
5. Estudo extraclasse:
Observando as dicas dos itens 1 e 2, você deve:
a) Fazer diariamente as tarefas propostas;
b) Rever os conteúdos do dia;
c) Preparar as aulas da semana seguinte. Se constatar
alguma dúvida, anote-a, e apresenta ao monitor na
aula seguinte. Procure não deixar suas dúvidas se
acumulem.
d) Materiais que poderão ajudá-lo:
■ Mais que uma versão ou tradução da Bíblia
Sagrada;
■ Atlas Bíblico;
■ Dicionário Bíblico;
■ Enciclopédia Bíblica;
* Livros de Histórias Gerais e Bíblicas;
■ Um bom dicionário de Português;
■ Livros e apostilas que tratem do mesmo assunto.
8
e) Se o estudo for em grupo, tenha sempre em mente:
■ A necessidade de dar a sua colaboração pessoal;
■ O direito de todos os integrantes opinarem.
6. Como obter melhor aproveitamento em avaliações:
a) Revise toda a matéria antes da avaliação;
b) Permaneça calmo e seguro (você estudou!);
c) Concentre-se no que está fazendo;
d) Não tenha pressa;
e) Leia atentamente todas as questões;
f) Resolva primeiro as questões mais acessíveis;
g) Havendo tempo, revise tudo antes de entregar a
prova.
Bom Desempenho!
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Currículo de Matérias
> Educação Geral
História da Igreja
Educação Cristã
Geografia Bíblica
> Ministério da Igreja
Ética Cristã / Teologia do Obreiro
Homilética / Hermenêutica
Família Cristã
Administração Eclesiástica
> Teologia
Bibliologia
A Trindade
Anjos, Homem, Pecado e Salvação
Heresiologia
Eclesiologia / Missiologia
> Bíblia
Pentateuco
Livros Históricos
Livros Poéticos
Profetas Maiores
Profetas Menores
Os Evangelhos / Atos
Epístolas Paulinas / Gerais
Apocalipse / Escatologia
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Abreviaturas
a.C. - antes de Cristo.
ARA - Almeida Revista e Atualizada
ARC - Almeida Revista e Corrida
AT - Antigo Testamento
BV - Bíblia Viva
BLH - Bíblia na Linguagem de Hoje
c. - Cerca de, aproximadamente,
cap. - capítulo; caps. - capítulos,
ci. cf. - confere, compare.
d. C. - depois de Cristo.
e. g. - por exemplo.
Fig. - Figurado.
fig. - figurado; figuradamente.
gr. - grego
hb. – hebraico
i.e. - isto é.
IBB - Imprensa Bíblica Brasileira
Km - Símbolo de quilometro
lit. - literal, literalmente.
LXX - Septuaginta (versão grega do Antigo
Testamento)
m - Símbolo de metro.
MSS - manuscr itos
NT - Novo Testamento
NVI - Nova Versão Internacional
p. - página.
ref. - referência; refs. - referências
ss. - e os seguintes (isto é, os versículos consecutivos
de um capítulo até o seu final. Por exemplo: lPe 2.1ss,
significa lPe 2.1-25).
séc. - século (s).
v. - versículo; vv. - versículos.
ver - veja
11
Índice
Introdução Geral aos Profetas Menores .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Lição 1 - Oséias .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Joel ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 Amós ..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Lição 2 - Obadias .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 Jonas..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Lição 3 - Miquéias .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 Naum ..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
Lição 4 - Habacuque .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
Sofonias .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .107
Ageu ..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
Lição 5 - Zacarias .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121 Malaquias .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131
Referências Bibliográficas .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145
13
Introdução Geral Profetas Menores
Iniciamos agora o estudo dos profetas que
deixaram as suas mensagens registradas em livros.
Tomando o cativeiro babilônico como ponto de referência,
eles podem ser divididos em:
Profetas que atuaram antes do Cativeiro:
Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Isaías, Miquéias,
Naum, Habacuque, Sofonias, Jeremias.
Profetas que atuaram durante o Cativeiro:
Jeremias, Ezequiel, Daniel.
Profetas que atuaram após o Cativeiro: Ageu,
Zacarias, Malaquias.
Estudaremos nestas lições os livros dos
Profetas Menores. São chamados “Menores” não por causa
da sua importância, mas em relação ao seu tamanho, e a
esse respeito estão em contraste com os escritos dos
Profetas Maiores.
Os Profetas de
Israel
Os Profetas de
Judá
Os Profetas do
Pós-cativeiro
Oséias, Amós
e Jonas.
Obadias, Joel,
Miquéias, Naum,
Habacuque e
Sofonias.
Ageu, Zacarias e
Malaquias.
Os doze Profetas Menores, embora apresentem
proporcionalmente textos menos extensos
15
que os chamados Profetas Maiores, formam um bloco de
livros divinos que primam pela limpidez de estilo, pela
dinâmica da linguagem, pela riqueza de seu conteúdo.
Seus autores não relatam apenas os problemas
polít icos, sociais e religiosos do povo de Israel, mas
clamam contra o pecado, a injustiça e a apostasia;
convidam ao retorno, á fidelidade e ao arrependimento;
anunciam a miser icórdia, a graça e o perdão de Deus;
pregam a lei em todo seu vigor e o evangelho em todo seu
consolo; apontam para a vinda do Messias “que há de
reinar em Israel” (Mq 5.2), o “Rei”, Justo e Salvador, que
anunciará a paz às nações (Zc 9.9-10), e lançarão todos os
nossos pecados nas profundezas do mar (Mq 7.19).
Os textos são escritos antigos; passou-se mais
de 2.600 anos desde o seu surgimento, eis o divin o
paradoxo; apesar de sua antigüidade histórica, é
extraordinária e surpreendente a atualidade das mensagens
dos Profetas Menores.
O seu conteúdo não envelheceu, não caducou,
não se desatualizou; traçando um paralelo entre o contexto
polít ico, social e rel igioso do mundo de vinte e seis
séculos passados e o nosso século, é fácil concluir que a
história se repete.
A mensagem dos Profetas Menores é nova,
atual e necessária ao homem do século XXI; torna -se
urgente examinar, refletir, aceitar e proclamar o que Deus
está profetizando através dos Profetas Menores.
Através deste estudo descobriremos que os
profetas menores formam verdadeiras tochas acessas por
Deus, para orientar o povo rebelde em meio à escuridão da
desobediência. Eram as vozes do Senhor constantemente
chamando para o arrependimento e a reconciliação.
16
A Classificação dos Livros Proféticos
Os autores dos livros proféticos tinham estilos
próprios, pois eram homens que viveram em épocas
diversas, provenientes de várias estirpes 1, com cultura e
poder econômico diferente. Contudo, todos eram dotados
da convicção de suas chamadas para o ministério profético.
A classificação dos livros proféticos em
Profetas Maiores e Profetas Menores não se deve a
importância de uns em relação aos demais, mas tão
somente refere-se a extensão dos livros por eles escritos.
Os que escrevem livros mais longos são chamados Profetas
Maiores (Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel). Os doze
profetas autores dos livros mais breves são ditos Profetas
Menores (Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias,
Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias).
Na formação do Cânon hebraico do Antigo Testamento os
livros dos doze profetas menores formavam um só livro
chamado “O Livro dos Doze”. Provavelmente agrupados
assim, por Esdras e a “Grande Sinagoga”, mais ou menos
em 425
a. C., possivelmente com a finalidade de acomodá -los
em um rolo.
As designações “Profetas Maiores” e “Profetas
Menores” foram dadas por Agostinho no princípio do
século IV d.C.
A abordagem não será seqüencial e sim
cronológica, dentro dos principais acontecimentos da
época de cada um:
• De 841-612 a.C. - Oséias, Joel, Amós, Jonas, Miquéias,
Sofonias e Naum. Os principais eventos históricos
relacionados ao povo de Israel foram a
1 Origem, tronco, linhagem, raça, ascendência, cepa.
17
queda da supremacia Aramaica (800 a.C.), a
estruturação de Israel por Jeroboão II, a queda de
Samaria (722 a.C.) e o fim do Império Assír io (612
a.C.).
• De 605-539 a.C. - Habacuque e Obadias. Os fatos
históricos foram a queda de Jerusalém (587 a.C.), o
cativeiro judaico e a derrota Egípcia (605 a.C.).
• De 539-322 a.C. - Ageu, Zacarias e Malaquias, onde
estão registrados os regressos do cativeiro (538 a.C.), a
reconstrução do Templo (515 a.C.) e a reforma de
Esdras e Neemias (458-445 a.C.).
Esquema Cronológico Aproximado
Os Profetas
Menores
Acontecimentos Polít icos
Oséias
Joel
Amós
Jonas
Miquéias
Naum
• Dominação da Assíria;
• Queda de Samaria, 722 a.C.;
• Exílio de Israel na Assíria;
• Queda de Nínive, 612 a.C.;
• Fim do Império Assírio;
Habacuque
Sofonias
• Dominação da Babilônia;
• Queda de Jerusalém, 587 a.C.;
Obadias • Exílio de Judá;
• Na Babilônia durante 70 anos;
• Queda de Babilônia, 539 a.C.;
Ageu
Zacarias
Malaquias
• Dominação da Pérsia;
• Rei persa Ciro toma a Babilônia, e
• em 538 a.C. autoriza a volta do exílio;
• Restauração do Templo 515 a.C.; • Espera do Messias, 450 a.C.;
18
Lição 1
Oséias, Joel e Amós
Autor: Oséias. Data: 715-710 a.C.
Tema: O Julgamento Divino e o Amor Redentor de Deus.
Oséias Palavras-Chave: Pecado, Julgamento, Amor. Versículo-chave: Os 3.1
A profecia de Oséias foi a última tentativa de
Deus em levar Israel a arrepender -se de sua idolatria e
iniqüidade persistentes, antes que Ele entregasse a nação
ao seu pleno juízo. O livro foi escrito com o objetivo de
revelar:
Que Deus conserva seu amor ao seu povo segundo o
concerto, e deseja intensamente redimi -lo de sua
iniqüidade;
Que conseqüências trágicas se seguem quando o
povo persiste em desobedecer a Deus, e em rejeitar -
lhe o amor redentor. A infidelidade da esposa de
Oséias é registrada como ilustração da infidelidade
de Israel. Gomer vai atrás de outros homens, ao
passo que Israel corre atrás de outros deuses. Gomer
comete prostituição física; Israel, prostituição
espir itual.
19
Visão Panorâmica
(1) Os capítulos 1-3 descrevem o casamento entre Oséias
e Gomer. Os nomes dos três filhos são sinais
proféticos a Israel:
Jezreel => (“Deus espalha”)
Lo Ruama => (“Não compadecida”)
Lo-Ami => (“Não meu povo”)
O amor perseverante de Oséias à sua esposa adúltera
simboliza o amor inabalável de Deus por Israel.
(2) Os capítulos 4-14 contêm uma série de profecias que
mostram o paralelismo entre a infidelidade de Israel
e a da esposa de Oséias.
Quando Gomer abandona Oséias, e vai à procura de
outros amantes (Os 1), está representando o
papel de Israel ao desviar -se de Deus (Os 4-7).
A degradação de Gomer (Os 2) representa a vergonha
e o juízo de Israel (Os 8-10). Ao resgatar Gomer do
mercado de escravos (Os 3), Oséias demonstra o
desejo e intenção de Deus em restaurar Israel no
futuro (Os 11-14).
O livro enfatiza este fato: por ter Israel
desprezado o amor de Deus e sua chamada ao
arrependimento, o juízo já não poderá ser adiado.
Tema
Jeroboão morreu em 752 a.C., Ezequias subiu
ao trono em 728, somando alguns anos, o período de
tempo sugere aproximadamente 755-725 a.C.,
20
embora sejam dados nomes dos reis de Judá com a
finalidade de localizar a época, e Judá seja mencionado no
livro, a profecia é dirigida ao Reino do Norte, Israel (Os
1.4,6,10; 3.1; 4.1,15), dirige-se a ele como “Efraim” (que
significa fért il) trinta e sete vezes, em virtude da poderosa
tribo do centro or iunda do muito abençoado f ilho de José.
Verificamos que nacionalmente a monarquia
havia sido dividida em dois reinos há aproximadamente
200 anos, os dois reinos experimentaram per íodos muito
prósperos conhecidos como Era Áurea.
O Senhor dera a Israel grande expansão até
Damasco, sob o reinado de Jeroboão II, sem dúvida foi
uma dádiva especial da graça de Deus que queria levá-los
ao arrependimento (2Rs 14.25-28). Se analisarmos tanto o
ponto de vista religioso ou moral, Israel havia descido ao
ponto mais baixo, os sacerdotes uniram-se aos salteadores
e assassinos nas estradas (Os 6.9). Despreparados
moralmente a ponto de sacrificarem crianças e se
prostituírem em forma de culto.
Os profetas Jonas e Amós haviam falado para
aquela geração, Amós fora enviado de Judá para condenar
Israel em termos fustigantes1 por sua
corrupção moral, indiferença religiosa e por não
atender a repreensão. Contudo o ministér io de Amós
foi curto e explosivo, enquanto que o de Oséias foi longo e
paciente, como de um pastor que implora e derrama
lágr imas por um rebanho enlouquecido a caminho da
destruição.
Assim, descobrimos o objetivo do livro de
Oséias, que é o de registrar a chamada divina final ao
arrependimento do indiferente Reino do Norte que afunda
na desgraça, com isto descreve-se o estado
1 Fustigar: bater com vara. Vergastar, açoitar, zurzir.
21
abominável da nação que, a semelhança de sua esposa
tinha-se entregue à prostituição. Fala do amor
inextinguível1 do Senhor que derramou lágrimas diante da
alienação de Israel e estava pronto a receber o povo de
volta para a aliança mediante arrependimento.
Deus havia mandado Oséias tomar como esposa
uma mulher que provou depois, ser inteiramente infiel, e
que sofreu em grande medida as conseqüências de sua
conduta.
Que a narrativa é histórica não precisamos
duvidar, porque não há motivo para considerar em
parábola aquilo que as Escr ituras narra como fato.
Considerando este fato, vamos notar os nomes dos três
filhos de Oséias: Jezreel, Lo-Ruama e Lo-Ami.
Estes foram sinais para o povo, como também
foram os filhos de Isaías. O Senhor deu instruções claras
ao seu profeta sobre como dar nomes aos seus filhos. Sua
intenção, mediante o sentido dos três nomes, era a de
revelar a sua atitude ao seu povo.
Autor
Oséias significa “salvação ou livramento”. A
forma hebraica desse nome é “Hoshca”, pertencente à
mesma raiz da palavra Josué, que tem o prefixo “Yod” para
“Yad” ou Senhor “Yahweh é Salvação”.
Sabemos que é filho de Beeri, e que profetizou
para Israel, Reino do Norte, nos últ imos trinta an os antes
do cativeiro. Evidentemente mudou-se para o sul antes do
cativeiro em 722, foi contemporâneo de Isaías e Miquéias.
Como Isaías, Oséias tinha uma família que foi usada pelo
Senhor como “sinal” para nação quanto ao futuro
julgamento e
1 Não extinguível. Que nunca acaba, extingue.
22
poster ior restauração. Acredita -se que ele tenha sido
natural do norte e que por isso conhecia as más condições
existentes em Israel. Isto deu um peso especial à sua
mensagem.
Casou-se com uma mulher que lhe foi infiel ,
suas amargas experiências conjugais tornaram-se a trama,
ao redor da qual o Senhor construiu sua mensagem final ao
Reino do Norte.
Nada mais se sabe do profeta, a não ser os
lances biográficos que ele mesmo revela em seu livro. Que
Oséias provinha de Israel, e não de Judá, e que profetizou
à sua nação, é evidente:
■ Em suas numerosas referências a “Israel” e “Efraim”,
as duas principais designações do Reino do Norte;
■ Em sua referência ao Rei de Israel, em Samaria, como
“nosso rei” (Os 7.5);
Em sua intensa preocupação com a corrupção
espir itual, moral, polít ica e social de Israel.
O ministér io de Oséias, no Reino do Norte,
seguiu-se logo após ao ministér io de Amós que, embora
fosse de Judá, profetizou a Israel. Amós e Oséias são O S
únicos profetas do Antigo Testamento, cujos livros foram
dedicados inteiramente ao Reino do Norte, anunciando-lhe
a destruição iminente.
Data
Escrito entre 715-710 a.C. aproximadamente,
durante os reinados de quatro reis de Judá, de Uzias a
Ezequias, mais ou menos 767-697 a.C., e durante o reinado
de Jeroboão II de Israel, 793-752.
23
Cenário
Quando Oséias iniciou o seu ministér io, durante
os últ imos anos de Jeroboão II, Israel desfrutava de uma
temporária prosperidade econômica e de paz política, que
acabariam por produzir um falso senso de segurança. Logo
após a morte de Jeroboão II (753 a.C.), porém, a nação
começa a deteriorar-se, e caminham velozmente à
destruição em 722 a.C.
Passados quinze anos da morte do rei, quatro de
seus sucessores seriam assassinados. Decorridos mais
quinze anos, Samaria ser ia incendiada, e os israelitas,
deportados para a Assír ia e, poster iormente, dispersados
entre as nações.
O casamento trágico de Oséias, e sua palavra
profética harmonizavam com a mensagem de Deus a Israel
durante esses anos caóticos. Deus ordenou a Oséias que
tomasse “uma mulher de prostituições” (Os 1.2) a fim de
ilustrar a infidelidade espir itual de Israel. Embora haja os
que interpretem o casamento do profeta como alegoria, os
eruditos conservadores consideram-no literal. Parece
improvável, porém, que Deus instruísse seu piedoso servo
a casar-se com uma mulher de má fama para exemplificar
sua mensagem a Israel. Parece mais provável que Oséias
haja se casado com Gomer quando esta ainda era casta, e
que ela haja se tornada meretr iz poster iormente. Sendo
assim, a ordem para se tomar “uma mulher de
prostituições” era uma previsão profética do que estava
para acontecer.
O contexto histórico do ministério de Oséias é
situado nos reinados de Jeroboão II, de Israel, e de quatro
reis de Judá (Uzias, Jotão, Acaz, e Ezequias; ver Os 1.1) -
isto é, entre 755 e 715 a.C.
As datas revelam que o profeta não somente era
um contemporâneo mais jovem de Amós, como
24
também de Isaías e Miquéias. O fato de Oséias datar boa
parte de seu ministér io mediante uma referência a quatro
reis em Judá, e não aos breves reinados dos últ imos seis
reis de Israel, podem indicar ter ele fugido do Reino do
Norte a fim de morar na terra de Judá, pouco tempo antes
de Samaria ter sido destruída pela Assíria (722 a.C.).
O Livro e as Características Especiais
Sete aspectos básicos caracterizam o livro de Oséias:
(1) Ocupa o pr imeiro lugar na seção do Antigo
Testamento chamado “O Livro dos Doze”, também
conhecido como os “Profetas Menores”, por causa de
sua brevidade em comparação com Isaías, Jeremias e
Ezequiel.
(2) Oséias é um dos dois profetas do Reino do Norte a ter
um livro profético no Antigo Testamento (o outro é
Jonas).
(3) A semelhança de Jeremias e Ezequiel, as experiências
pessoais de Oséias ilustram sua mensagem profética.
(4) Contêm cerca de 150 declarações a respeito dos
pecados de Israel, sendo que mais da metade deles
relaciona-se a idolatria.
(5) Oséias relembra aos israelitas que o Senhor havia sido
longânimo e f iel em seu amor para com eles.
(6) Não há ordem visível entre suas profecias (Os 4 -
14) . E difícil distinguir onde uma profecia termina e
outra começa.
(7) Elas acham-se repletas de vividas figuras de
linguagem, muitas das quais tiradas do cenário rural.
25
O Livro de Oséias ante o Novo Testamento
Diversos versículos de Oséias são citados no
Novo Testamento:
O Filho de Deus é chamado do Egito (Os 11.1; cf. Mt
2.15);
A vitória de Cristo sobre a morte (Os 13.14; cf. ICo
15.55);
Deus deseja a misericórdia, e não o sacrifício (Os
6. 6; cf. Mt 9.13; 12.7);
Os gentios que não eram o povo de Deus passam a
ser seu povo (Os 1.6, 9-10; 2.23; cf. Rm 9.25,26).
Além dos trechos específicos, o Novo
Testamento expande o tema do livro - Deus como o
marido do seu povo - e diz que Cristo é o marido de sua
noiva redimida, a Igreja (2Co 11.2; Ef 5.22 -32; Ap
19.6- 9; 21.1-2,9-10).
Oséias enfatiza a mensagem do Novo
Testamento a respeito de se conhecer a Deus para se
entrar na vida (2.20; 4.6; 5.15; 6.3-6; cf. Jo 17.1-3).
Juntamente com esta mensagem, Oséias demonstra
claramente o relacionamento entre o pecado persistente e
o juízo inexorável de Deus. Ambas as ênfases são
resumidas por Paulo em Romanos 6.23: “Porque o salário
do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida
eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor”.
Oséias em Relação a Jesus Cristo
O amor divino por Israel, subentende o amor de
Cristo pela Igreja (Jo 13.1). YHWH é a própria Trindade,
ou seja, Senhor no Antigo Testamento, fala sobre o
relacionamento “marido-mulher” representando
26
o Senhor e o povo da aliança. O amor no Novo
Testamento entre Cristo e a sua Igreja, é outra expressão
daquele amor divino, mesmo para os que estão fora
daquela união da alia nça (Ef 2.11-14).
Oséias 3.5 diz: “tornarão os filhos de Israel, e
buscarão ao Senhor seu Deus e a Davi seu rei”
(provavelmente é messiânica), pode ser o próprio Messias
como “Filho de Davi” (Ez 34.23 -24; Mc 12.35), nos
últ imos dias os filhos de Israel tremendo se aproximarão
do Senhor (Os 3.5).
“Do Egito chamei meu filho” (Os 11.1), é
citado em Mateus 2.15 como uma profecia do Antigo
Testamento que Jesus seria levado ao Egito e chamado
pelo anjo do Senhor. Sem dúvida Mateus usa esse texto
como uma “profecia” de Cristo, mostrando seu
relacionamento íntimo entre o Messias e Israel.
Oséias em Relação a Jeremias
(Os 11.7-9; Jr 9.1-2)
Assim como Oséias foi para Israel, Jeremias foi
para Judá 140 anos após. Insist iu com o povo, implorando
o amor de Deus, no per íodo que o povo lançava-se na
destruição.
Ministraram depois de uma época de prosper idade em
toda a nação, seguida de indiferença espiritual e
corrupção moral.
Expressaram a tristeza de Deus por ser forçado a
divorciar-se do seu povo por adultér io e a permitir sua
destruição por um Império do Oriente (Jr 3.8; Os 2.2 -
7).
Falaram de uma renovada aliança entre o Senhor e o
seu povo na futura era messiânica (Jr 31.31 e Os 1.11;
14.1).
27
Questionário
■ Assinale com “X” as alternativas corretas
1. É o tema do livro de Oséias
a) A magnitude da miser icórdia salvífica de Deus
b) O juízo de Edom
C) O grande e terrível Dia do Senhor
d) O julgamento divino e o amor redentor de Deus
2. Oséias fora um profeta que perseverou em
a) Juntar o povo diante do Senhor numa grande
assembléia solene
b) Amar sua esposa adúltera simbolizando o amor
inabalável de Deus por Israel
c) Entregar ao rei Jeroboão II uma versão escr ita de
suas advertências proféticas
d) I Profetizar destruição aos edomitas
3. Quanto ao livro de Oséias, aponte a sentença errada
a) Ê o único profeta do Reino do Norte a ter um
livro profético no Antigo Testamento
b) Q Ocupa o primeiro lugar na seção do Antigo
Testamento chamado “O Livro dos Doze”
c) Relembra aos israelitas que o Senhor havia sido
longânimo e fiel em seu amor para com eles
d) A maioria de suas declarações são destinados à
idolatria
■ Marque “C” para Certo e “E” para Errado
4. Ao resgatar Gomer do mercado de escravos, Oséias
demonstra o desejo e intenção de Deus em restaurar
Israel no futuro
5. Oséias significa “Jeová é Deus”. Profetizou para
Judá nos últimos dez anos antes do cativeiro
28
Autor: Joel.
Data: 835-830 a.C.
Joel Tema: 0 Grande e Terrível Dia do Senhor. Palavras-Chave: Visitação. Versículo-chave: J1 2.28-29.
Joel falou e escreveu em virtude de duas
recentes calamidades naturais, e da iminência de uma
invasão militar estrangeira.
Seu tríplice propósito:
■ Juntar o povo diante do Senhor numa grande
assembléia solene (J1 1.14; 2.15,16);
■ Exortar o povo a arrepender -se e a voltar-se
humildemente ao Senhor Deus com jejuns, choro,
pesar e clamor por sua miser icórdia (J1 2.12 -17);
■ Registrar a palavra profética ao seu povo por
ocasião de seu sincero arrependimento (J1 2.18 -
3.21).
Visão Panorâmica
O conteúdo de Joel divide-se em três seções:
A primeira seção (J1 1.2-20).
Descreve a devastação de Judá ocasionada por
uma grande praga de gafanhotos, que arrancou as
folhagens das vinhas, árvores e campos (J1 1.7,10),
reduzindo o povo a indescrit ível penúria1. Em meio à
Calamidade, o profeta conclama os líderes espirituais de
Judá a guiar a nação ao arrependimento (J1 1.13,14).
1 Pobreza extrema; indigência, miséria, escassez, falta.
29
A segunda seção (J1 2.1-17).
Registra a iminência de um juízo divino ainda
maior, proveniente do Norte (J1 1.1-11), na forma de:
Outra praga de gafanhotos descr ita metaforicamente
como um exército de destruidores, ou
Uma invasão militar literal.
De novo, o profeta soa a trombeta espiritual em
Sião (J1 2.1,15), conclamando grande assembléia solene1
para que os sacerdotes e todo o povo busquem
sinceramente a misericórdia divina, com arrependimento,
jejuns, clamores e genuíno quebrantamento, diante do
Senhor (J1 2.12,17).
A seção final (J1 2.18-3.21).
Começa declarando a misericórdia de Deus em face
ao arrependimento sincero do povo (os verbos hebraicos
de Joel 2.18,19a indicam ação completada, e devem ser
traduzidos no tempo passado).
O humilde arrependimento de Judá e a grande
misericórdia de Deus dão ocasião às profecias de Joel a
respeito do futuro, abrangendo a restauração (J1 2.19b -
27), c derramamento do Espírito Santo sobre toda a
humanidade (J1 2.28-31) e o juízo e a salvação no final
dos tempos (J1 3.1-21).
Tema
O tema e seu estilo literário identificam-se mais
com os profetas do século VIII a.C. - Amós, Miquéias e
Isaías, do que com os profetas pós-exílicos - Ageu,
Zacarias e Malaquias. Estes e outros fatos
1 Que se efetua com aparato e pompa.
30
favorecem o contexto do século IX a.C. para o livro de
Joel.
O dia do Senhor está próximo, frase
encontrada cinco vezes em Joel. Nos versículos a
seguir (J1 1.15; 2.1-11,13; 3.14), observem que
evidenciam com clareza como será de fato terrível e
assustador este dia.
A finalidade em ressaltar este tempo é o de
avisar ao povo dos eventos culminantes do fim. Através de
seu estilo suave, mas direto, o escritor procura exortar
Judá a decidir-se e a consagrar-se novamente ao Senhor.
Com sua mensagem declara que a justiça do alto está perto
e brevemente se manifestará, a sua mensagem visa
preparar Judá para a invasão que há de vir, este ataque de
que fala o profeta é aquele que ocorrerá durante a Grande
Tribulação; será quando Judá for atacada pelas hostes
inimigas nos dias da Grande Batalha do Armagedom, que
será o desfecho da GrandeTribulação; em Joel 2.2-10 declara que as
tropas inimigas serão destemidas, ferozes e dominadas
pelo zelo do destruidor.
Quatro fases do desenvolvimento da locusta
mencionada por Joel:
ARA ARC As Fases
Gafanhoto
Cortador
Lagarta Recém-nascido sem asas.
Gafanhoto
Migrador
Gafanhoto Pode procriar já no primeiro
estágio de desenvolvimento. Gafanhoto
Devorador
Locusta Desenvolve pequenas asas, mas
pula bem. Começa a devorar.
Gafanhoto
Destruidor
Pulgão Possui asas completas. E o
consumidor adulto.
31
Existem comentários que traçam um paralelo
entre essas pragas e os impérios da visão de Daniel:
Babilônia, Medo-Persa, Grécia e Roma, mas a
interpretação mais provável é a simbólica, o incidente dos
gafanhotos foi real, já havia acontecido, o profeta faz o
povo lembrar daquela época aterradora1, porém agora o
conscientiza das vindouras invasões inimigas, nações se
levantarão contra Judá com grande alvoroço e fer ocidade.
Por fim o profeta entrega a assolação passada
para mostrar que no futuro, o dia do Senhor será por sua
vez ainda mais terrível.
O porta-voz do Senhor declara que há uma
saída, voltar ao primeiro amor e tomar uma decisão
urgente (J1 2.12-20). Rasgai o vosso coração (v.13), é um
convite para a conversão, para uma total consagração, uma
mudança interna. Tocai a trombeta (v. 15-17), é o acerto
de contas com Deus.
O livro apresenta dois objetivos:
(1) Objetivo histórico: Tinha a finalidade de chamar a
nação de Judá ao arrependimento, através da presença
dos gafanhotos, da estiagem2 e de seus inimigos
locais, para evitar que uma calamidade pior viesse
sobre eles.
(2) Objetivo profético: Era o de apresentar o futuro dia
do Senhor no qual ele dominará os pagãos, libertará o
seu povo para habitar com Ele.
Autor
Joel significa: “Jeová é Deus” é a
composição de YHWH (Jeová) e EL (Deus), vemos aqui
1 Que aterroriza; pavoroso, aterrador, aterrorizante. 2 Fa lta ou cessação d e chu va.
32
uma ligação direta do nome do profeta com a mensagem
que Deus queria transmitir, “sabereis que eu sou o Senhor
vosso Deus” (J1 2.27; 3.17).
Joel era filho de Petuel, acredita -se ter sido
sacerdote, morou e profetizou em Judá e na cidade de
Jerusalém. A Bíblia registra outras quatorze pessoas com o
nome de Joel, provavelmente Joel era conhecido de Elias e
contemporâneo de Eliseu.
Data
Levando-se em conta que Joel não menciona
nenhum rei, ou evento histór ico, não se pode determinar o
período de seu ministér io. Acredita-se que tenha sido
exercido depois de os exilados terem voltado a Jerusalém e
reedificado o Templo (cerca de 510 -400 a.C.). Nesta
época, não havia rei em Judá, e os líderes espirituais de
maior destaque eram os sacerdotes. Acredita -se ainda que
a mensagem de Joel haja sido entregue durante os
primeiros dias do jovem rei Joás (835 -830 a.C.), que subiu
ao trono de Judá com a idade de sete anos (2Rs 11.21), e
permaneceu sob a orientação do sumo sacerdote Joiada
durante toda a sua menoridade. Tal situação explicaria o
destaque dos sacerdotes neste livro profético, e a ausência
de qualquer referência à realeza.
Cenário
Na área polít ica Judá estava passando por um
período de reconstrução após o perverso reinado da rainha
Talia (841-835). Esta reconstrução ocorreu principalmente
sob a liderança do sumo sacerdote Joiada; pois ele mesmo
contribuiu para a morte da rainha e Joás tinha apenas sete
anos de idade (2Rs
33
11.21) . No âmbito internacional Judá estava sendo
molestada por vários inimigos locais: Tiro, Sidom,
Filíst ia, Edom e Egito (J1 3.4-19).
Referente à religião, a adoração a Baal tinha
terminado com a santificação de Jeú em 841, e a Joiada em
Judá em 835, porém, ao contrario da verdadeira
purificação a Deus o povo tornou -se indiferente; já não
tinham muito cuidado com as coisas sagradas como nós
podemos notar em 2Reis 12.6.
O Livro de Joel ante o Novo Testamento
Vários versículos de Joel contribuem
poderosamente à mensagem do Novo Testamento:
■ A profecia a respeito da descida do Espírito Santo (J1
2.28-32) é citada especificamente por Pedro em seu
sermão no dia de Pentecoste (At 2.16-21), depois de
o Espírito Santo ter sido enviado do céu sobre os 120
membros fundadores da Igreja Primitiva, com as
manifestações do falar noutras línguas, da profecia e
do louvor a Deus (At 2.4,6- 8,11,17,18).
■ Além disso, o convite de Pedro às multidões, naquela
festa judaica, a respeito da necessidade de se invocar
o nome do Senhor para ser salvo, foi inspirado
(parcialmente) em Joel (J1 2.32a; 3.14; At 2.2,37-
41). Paulo também cita o mesmo versículo (Rm
10.13).
* Os sinais apocalípticos nos céus que, segundo
Joel, ocorrerá no final dos tempos (J1 2.30,31), não
somente foram lembrados por Pedro (At 2.19,20),
mas também referidos por Jesus (Mt 24.29) e por
João em Patmos (Ap 6.12-14).
■ Finalmente, a profecia de Joel a respeito do
julgamento divino das nações, no vale de Josafá
34
(J1 3.2,12-14), é desenvolvida ainda mais no últ imo
livro da Bíblia (Ap 14.18-20; 16.12-16; 19.19-21;
20.7-9).
Há dimensões tanto presentes quanto futuras em
todas as aplicações de Joel no Novo Testamento. Os dons
do Espír ito que começaram a fluir através do povo de
Deus, no Pentecoste, ainda se acham à disposição dos
crentes (ICo 12.1-14.40).
Além disso, os versículos que precedem à
profecia a respeito do Espírito Santo (isto é, a analogia da
colheita com as chuvas temporãs e serôdias1, J1 2.23-27) e
os versículos que se seguem (isto é, os sinais que se darão
nos céus no final dos tempos, J1 2.30-32) indicam que a
profecia sobre o derramamento do Espírito Santo (J1
2.28,29) inclui não somente a chuva inicial no Pentecoste,
como também um derramamento final e culminante sobre
toda a raça humana no final dos tempos.
1 Que vem tarde, fora do tempo; tardio.
35
Autor: Amós.
Data: Cerca de 760-755 a.C.
Tema: Justiça, Retidão e Retr ibuição
Divina pelo Pecado.
Palavras-Chave: Julgamento e Justiça.
Versículo-chave: Am 4.11 e 12.
A prosper idade de Israel servia apenas para
aprofundar a corrupção da nação. Ao ser enviado a Betel a
proclamar a mensagem: “Arrependam-se ou pereçam”,
Amós é de lá expulso, sendo-lhe expressamente proibido
de ali profetizar. Quão diferentemente agiram os ninivitas
diante da mensagem de Jonas! Parece que, pouco depois,
Amós volta a sua casa em Judá, onde escreve sua
mensagem.
Seu propósito era:
■ Entregar ao rei Jeroboão II uma versão escrita de
suas advertências proféticas;
■ Disseminar amplamente em Israel e Judá o oráculo
da certeza do iminente juízo divino contra Israel e
as nações em derredor, a não ser que estas se
arrependessem de sua idolatria, imoralidade e
injustiça. A destruição de Israel ocorreria três
décadas mais tarde.
Durante o ministério de Amós, o Reino do
Norte achava-se en seu apogeu1 quanto à expansão
territorial, paz política e prosper idade nacional.
Internamente, porém, estava podre. A idolatria
encontrava-se em voga2. A sociedade esbanjava -se à
1 O mais alto grau; o auge. 2 Divulgação, propagação. Popularidade; grande aceitação. Uso atual;
moda.
36
procura dos prazeres. A hipocrisia e a imoralidade
grassavam1. O sistema judiciário corrompia -se cada vez
mais, e a opressão aos pobres tornara -se lugar-comum.
Obedecendo à vocação do Deus de Israel, Amós
proclama corajosamente a sua mensagem centrada na
justiça, ret idão e retribuição divina. Mas o povo,
infelizmente, não queria ouvir o que o Senhor t inha a
dizer-lhe.
Visão Panorâmica
O livro de Amós divide-se, de modo natural,
em três seções:
A primeira seção (Am 1.3-2.16).
O profeta dirige primeiramente sua mensagem
de condenação a sete nações vizinhas de Israel, inclusive
Judá. Tendo levado Israel a aceitar prazerosamente o
castigo desses povos (Am 1.3-2.5), Amós passa a
descrever vividamente os pecados da nação eleita e a
punição que lhe estava reservada (Am 2.6-16). Esta seção
determina o tom da mensagem do livro: a condenação
resultará na destruição e exíl io da nação israelita. > A segunda seção (Am 3.1-6.14).
Registra três mensagens ousadas, iniciando
cada uma delas com a expressão: “Ouvi esta palavra” (Am
3.1; 4.1; 5.1).
Na primeira, Deus julga Israel como um povo
privilegiado, a quem Ele livrara do Egito: “De todas as
famílias da terra a vós somente conheci; portanto, todas as
vossas injustiças visitarão sobre vós” (Am 3.2).
1 Desenvolver-se; alastrar-se, propagar-se progressivamente.
37
A segunda mensagem começa tratando as
mulheres ricas de Israel de “vacas de Basã... que oprimis
os pobres, que quebrantais os necessitados, que dizei a
seus senhores: dai cá, e bebamos” (Am 4.1). Amós
profetiza que elas ser iam levadas ao cativeiro com anzóis
de pesca, como o justo juízo de Deus requeria (Am 4.2,3).
Amós tem palavras semelhantes para os mercadores
desonestos, os governantes corruptos, os advogados e
juízes oportunistas e os sacerdotes e profetas
prevaricadores.
A terceira mensagem (caps. 5 e 6) alista as
abominações de Israel. Amós, pois , conclama o povo ao
arrependimento: “Ai dos que repousam em Sião” (Am 6.1),
pois a ruína estava para se abater sobre eles.
A terceira seção (Am 7.1-9.10).
Registra cinco visões de Amós a respeito do
juízo divino. A quarta visão descreve Israel como um ces to
de frutos em franco estado de putrefação1. O juízo divino
já se fazia arder (Am 8.1-14).
A visão final mostra Deus em pé ao lado do
altar, pronto a fer ir Samaria e o Reino decadente do qual
era ela capital (Am 9.1-10). O livro termina, com breve,
porém poderosa promessa de restauração ao remanescente
(Am 9.11-15).
Tema
Por meio de Amós, o Senhor estava declarando
que o destino de Israel estava determinado, seu funeral
estava marcado e brevemente iriam se realizar, os assírios
invadiram o Reino do Norte uns 40 anos depois (722 a.C.).
Desde então Israel jamais
1 Decomposição das matérias orgânicas pela ação das enzimas
microbianas. Estado de putrefato; apodrecimento, corrupção.
38
voltou a ser a grande nação que tinha sido no passado (Am
5.2).
As palavras que Amós recebeu e transmitiu lhe
vieram dois anos antes de um terremoto que abalou Israel,
tudo indica que este desastre foi algo real e não simbólico.
Este acontecimento foi um sinal de advertência ou aviso
preliminar às nações, daquilo que Deus ia derramar sobre
elas. Deus não se deixa zombar e aquele que ousar fazê-lo
sentirá a mão vingadora, porém justa do Todo-Poderoso e
Soberano Senhor.
O Reino do Sul (Judá) não está fora dessas
predições, até a própria Jerusalém sentirá o calor
causticante do sopro de Deus, será consumida e devastada,
por terem rejeitado a lei do Senhor, e acreditado em
mentiras (Am 2.6-8). Deus é amor; mas, seu amor não é
do tipo que aceita tudo, mesmo aqueles que lhe são
quer idos, serão punidos se persistirem em pecar; após a
declaração do profeta Amós de que certas nações e
também Judá seria castigada, volta a sua atenção contra
Israel.
A imoralidade, o materialismo, a idolatria, e
sacrilégio são algumas das doenças infeccionadas no ovo
de Israel (Am 2.6-8). Com isto não deram o devido valor
às bênçãos e libertação que da parte de Deus receberam
por esta razão, agora com medo e pavor, mesmo tentando
fugir não ir iam conseguir escapar, fracos e indefesos,
ter iam que sentir o gosto amargo da justiça de Deus (Am
2.13-16).
Israel e Judá viviam o per íodo conhecido como
“idade de ouro”. Pois os dois reinos encontravam-se
conforme Amós 6.1, a idéia de um colapso ou julgamento
nacional estava longe do pensamento de todos, pois
durante este período o Egito mostrou-se fraco e a Assír ia
só começou a penetrar no ocidente em 745 a.C. sob o
reinado de Tiglate-Pileser
39
III; ninguém jamais suspeitava que dentro de dez anos,
desordens polít icas e assassínios1 estremeceriam o país,
lançando-o de encontro à destruição.
Autor
Amós significa “carga” ou “carregador de
fardos”, o livro contém muitos fardos de julgamentos ou
calamidades que o profeta transmitiu a Israel.
Amós nasceu em Tecoa, uma pequena aldeia a 8
km aproximadamente ao sul de Belém; homem de
negócios, fazendeiro e pregador, embora não fosse um
profeta treinado na Escola de Profetas, ocupava -se com
criações de gado e plantação de frutas, tais como: figos
silvestres (Am 1.1,7,14); era intelectual e hábil escr itor,
seu livro é considerado clássico tanto na expressão
artística quanto no conteúdo, tinha um profundo senso de
justiça social e coragem nos confrontos, como Jonas foi
um profeta missionário. Estava perfeitamente a par dos
acontecimentos sociais e nacionais, certamente por ir
sempre ao norte a fim de comercializar seus produtos.
Data
Amós profetizou antes da queda de Israel
(Reino do Norte), foi contemporâneo de Jonas e Os éias
(profetas de Israel) e Isaías e Miquéias (profetas de Judá);
nos seus dias reinava em Judá Uzias e em Israel Jeroboão
II (Am 1.1), ano 767 a 752 a.C. Iniciou seu ministério em
alguma data entre 760-746 a.C. Não é possível precisar a
data do terremoto mencionado em Amós 1.1, e também
citado em Zacarias 14.5.
1 Ato de assassinar; homicídio, assassinato, assassinamento.
40
Cenário
Profetas e sacerdotes viviam ao serviço dos
próprios interesses, injustiças sociais eram o que havia, os
que t inham poder estavam sempre com a razão,
Usurpavam os pobres e viviam na suntuosidade1 e no
vício. Amós foi enfático, e atribuiu a culpa da corrupção
ao rei e ao sumo sacerdote, razão pela qual declarou que a
casa de Jeroboão II e a casa de Amazias, o sacerdote seria
destruída a espada (Am 7.8-; nenhum profeta chamou
atenção com mais eloquência do que Amós sobre a
injustiça social, ,„corra, porém, o juízo como as águas, e a
justiça como ribeiro impetuoso” (Am 5.24), versículo-
chave do livro que se tornou um clássico da justiça.
Em Amós 5.6-20 enfatiza-se mais uma vez a
grande preocupação de Deus pela moral, o ritual sem
justiça não é religião divina, nos seus últimos
julgamentos, o profeta deixou claro que qualquer nação „o
violar os conceitos morais, sociais, divinos e entregar-se à
exploração do pobre (como era naquele tempo) estaria
fadada à prematura destruição (Am .5,8,10,12,15;
2.3,5,14-16).
Características Especiais
Seis aspectos básicos caracterizam o livro de
Amós:
1o) É, primariamente, um grito profético em favor da
justiça e da retidão, baseado no caráter de Deus.
Enquanto Oséias sentia-se esmagado pela infidelidade
de Israel, Amós enfurece-se pela violação dos padrões
da justiça e retidão que o Senhor traçara ao seu povo.
1 Grande luxo; magnificência, aparato, pompa.
41
2o) Ilustra vividamente quão abominável é para Deus a
religião quando divorciada de uma conduta reta.
3o) E uma confrontação radical e vigorosa entre Amós e o
sacerdote Amazias (Am 7.10-17), que se tornaria
uma cena clássica na profecia hebraica.
4o) Seu estilo, audaz e enérgico, reflete a inabalável
lealdade do profeta a Deus e aos seus justos
padrões para com o povo do concerto.
5o) Demonstra a disposição de Deus em usar pessoas
que lhe são tementes, aindaque desprovidas de
credenciais formais, para que proclamem a sua
mensagem numa era de profissionalismo.
6o) Há, em Amós, numerosos trechos bem conhecidos,
entre os quais: 3.3,7; 4.6-12; 5.14,15; 21-24; 6.1a;
7.8; 8.11; 9.13.
Objetivos do Livro
O objetivo dessa profecia era soar a trombeta,
avisando a liderança e a aristocracia de Israel do iminente
julgamento de Deus sobre a nação. Essa admoestação não
visava tanto às falhas religiosas, mas, sobretudo a
corrupção espir itual, moral e social. Sendo assim, a nação
estava para ser destruída pelas injustiças sociais
praticadas pela aristocracia contra os pobres e fracos, pois
Deus é um Deus de justiça. Oséias pregou o amor divino.
Amós, a justiça.
Em Amós 4.12, percebemos claramente a
mensagem de Amós. No auge da prosperidade, ele anuncia
um julgamento que viria como já mencionamos. Embora
ofereça miser icórdia aos que reagisse favoravelmente, o
profeta declarou que a nação em si já não t inha perdão.
42
Questionário
■ Assinale com “X” as alternativas corretas
6. Não é considerado como um dos propósitos de Joel
a) Registrar a palavra profética ao seu povo por
ocasião de seu sincero arrependimento
b) Exortar o povo a arrepender -se e a voltar-se
humildemente ao Senhor Deus com jejuns, choro
c) Juntar o povo diante do Senhor numa grande ,
assembléia solene
d) Entregar a palavra do juízo divino contra Edom
7. Não é uma referência de Joel que contribui
poderosamente à mensagem do Novo Testamento
a) A profecia a respeito da descida do Espírito Santo
b) Os sinais apocalípticos nos céus que ocorrerá í no
final dos tempos
c) A profecia da vitória de Cristo sobre a morte
c) A profecia a respeito do julgamento divino das
nações, no vale de Josafá
Atribuiu a culpa da corrupção ao rei e ao sumo
sacerdote; declarou que a casa de Jeroboão II e a casa
de Amazias, o sacerdote, seriam destruídas a espada
a) Amós
b) Obadias
c) Joel
d) Oséias
43
■ Marque “C” para Certo e “E” para Errado
9. Joel falou e escreveu em virtude de duas
recentes calamidades naturais, e da iminência de
uma invasão militar estrangeira
10. Enquanto Amós sentia-se esmagado pela
infidelidade de Israel, Joel enfurece-se pela
violação dos padrões da justiça e retidão que o
Senhor traçara ao seu povo
Lição 2
Obadias e Jonas
Autor: Obadias.
Data: Cerca de 840 a.C.
Obadias Tema: O Juízo de Edom.
Palavras-Chave: Dia, Dia do Senhor.
Versículo-chave: Ob 15.
Este livro foi escr ito:
Para revelar a intensa ira de Deus contra os
edomitas por terem se regozijado com o
sofr imento de Judá; e.
Para entregar a palavra do juízo divino contra
Edom.
Obadias profetiza o resultado final da atuação
de Deus: Para os edomitas - Destruição;
Para Israel - Livramento no futuro dia do
Senhor.
Visão Panorâmica
Obadias possui duas seções pr incipais:
Primeira seção (vv. 1-14).
Deus expressa, através do profeta, sua ardente
ira contra Edom, e exige deste uma prestação de contas
por sua soberba originada de sua segurança geográfica, e
por ter -se regozijado com a derrota de
45
Judá. O juízo divino vem sobre eles; não há nenhuma
esperança da comutação1 da pena; nenhum convite é feito
para se arrependerem e voltarem ao Senhor. Serão
exterminados para sempre! (v. 10).
Segunda seção (vv. 15-21).
Refere-se ao Dia do Senhor, quando Edom será
destruído juntamente com todos os inimigos de Deus, ao
passo que o povo escolhido será salvo, e seu reino
triunfará.
Tema
Todas as nações serão julgadas no Dia do
Senhor (vv. 15 e 16); Edom será destruído no Dia do
Senhor (vv. 17 e 18); a Palestina será de Israel no Dia do
Senhor (vv. 19 e 20); toda a terra será do Senhor no Dia
do Senhor (v. 21).
O castigo de Edom era por causa da violência
feita ao seu irmão Jacó (v. 10).
A narração do profeta mostra o requinte2 de
crueldade com que afligiram e tentaram exterminar seu
irmão. Ser iam traídos pelos aliados; falhar-lhes-iam o
conhecimento, e até mesmo os valentes ficar iam
atemorizados3, sem saber o que fazer (v. 7-9). O profeta
usa as seguintes palavras: “e serás exterminado para
sempre” (v. 10).
A partir do versículo 15, Obadias inclui outras
nações inimigas de Israel no juízo de Deus, todavia Edom
continua a ser o alvo do livro (v. 16).
O termo “Israel” nos profetas tem dois
significados:
1 Atenuação de pena. Substituição, permutação. 2 Exagero, extravagância. 3 Sentir medo ou temor; amedrontar -se, assustar-se, intimidar-se.
46
Somente o Reino do Norte;
O povo escolhido de Deus (abrange os descendentes
de Abraão, Isaque e Jacó).
Às vezes a frase “filhos de Israel” é
explicitamente usada no versículo falando diretamente
sobre os descendentes de Israel (Jacó). Quando o profeta
salienta a libertação está se refer indo ao povo Judeu em
geral.
Obadias fala de três dias dist intos, todos
representando violência:
■ O primeiro dia(v. 8), fa la da época em que
Edom será arrasada;
■ O segundo (vv. 11 e 14) é o dia da sua
calamidade. Este é o tempoque Judá sofreu sob
as mãos dos edomitas, quando quer iam
exterminar os filhos de Judá (v. 14).
■ O terceiro dia (v. 15), é o Dia do Senhor,
relaciona-se com o juízo, destruição e ira de Deus.
E importante saber que a expressão “O Dia do
Senhor” frequentemente usada nos Profetas Menores, é um
per íodo de tempo que começa logo após o arrebatamento
da Igreja e continua ate o estabelecimento do novo céu e
nova terra.
A Salvação de Israel se dará durante este dia ,
os “Salvadores” do últ imo versículo do livro são t ipos ou
precursores do real Salvador: o Messias. Os
“salvadores” fizeram as suas partes em reconquistar
porções da terra judaica.
Segundo alguns comentadores, são Zorobabel e
os Macabeus, heróis da histór ia israelita. Todavia o
trabalho completo será realizado por Cristo (o Messias) a í
cumprirá a ult ima parte do v. 21 “e o reino será do
Senhor” (Ez 25.12 -14), ali Ezequiel
47
também trata de Edom e revela o tema do livro de
Obadias: “O Juízo de Edom”.
O livro de Obadias revela -nos dois objetivos: S
Anunciar a destruição final de Edom, devido à
violência e vingança insaciável contra Israel, o
povo de Deus;
Reafirmar o triunfo do Monte Sião no Dia do
Senhor, quando Israel possuirá a terra de Edom.
A “cidade invulnerável” não será no monte
Seir, mas no monte Sião.
O livro de Obadias não é apenas o menor livro
do Antigo Testamento, mas provavelmente também o de
mais longa introdução, veja a seguir a lguns pontos da
história de Edom.
A história começa com a disputa entre irmãos
gêmeos, Jacó e a mãe Rebeca planejam arrancar de Esaú o
seu direito de primogenitura e benção (Gn 25 e 27).
A inimizade e amargura de 20 anos diminuíram
um pouco quando Jacó teve um encontro com Deus, ao
voltar de Padã-Arã (Gn 32 e 33). Sua inimizade tornou -se
nacional quando Israel voltou do Egito, apesar do Senhor
ter, ordenado a Israel que não se vingasse (Nm 20.14 -21 e
Dt 2.5). Essa inimizade entre Israel eEdom continuou por
mil anos, de Moisés a Malaquias,envolvendo br igas e
combates sem muita importância.
Os edomitas foram condenados por muitos
profetas (Nm 24.18-19; Jr 49.7-22; Ez 25.12-14; J1 3.19;
Am 1.11-12; Ml 1.3-4).
Em Mateus 2.1-23 o autor apresenta a histór ia
de Jesus com registro de intensa inimizade de Herodes, o
edomita, que se t inha tornado rei de Israel. Aquela
inimizade pode ser notada em diversas gerações da
dinastia herodiana:
48
■ Herodes o grande, procurou assassinar Jesus (Mt
2.16);
■ Herodes Antipas assassinou João Batista; humilhou
e procurou matar a Jesus cruelmente no julgamento
de Sua morte (Mt 14.10; Lc 13.31; 23.11);'
■ Herodes Agripa I matou Tiago e tentou matar
Pedro (At 12).
A nação de Edom (Iduméia) e Israel
extinguiram-se depois da invasão e expurgo romano em 70
d.C. sendo que os romanos incorporaram-na à Arábia
Pétrea.
Os edomitas são evidentemente cr it icados pelos
profetas, devido à sua renovada preeminência nos últ imos
dias, pois serão eles os inimigos que o Messias destruirá
quando vier em julgamento (Is 34.1-8; 63.1-4; Ml 1.4).
Essa destruição final será completa e perpétua, embora
outros antigos vizinhos de Israel sejam restaurados (Is
19.23-25; Jr 49.12-13; Ez 35.9; Ob 9 e Ml 1.4).
Obadias é a síntese do últ imo capítulo da
história, como se fosse a conclusão dos livros sobre
Edom, foi um povo que podia ter se tornado grande, tendo
sido dotado de rara sabedoria e força, mas “vendeu seu
direito de pr imogenitura” por desp rezar a Palavra de Deus
e o povo escolhido por Deus.
Os edomitas permitiram que um antigo ciúme
se transformasse em amargura e vingança, incorrendo no
eterno julgamento divino, são extremamente raros os
edomitas de renome, ta is como: Doegue (servo de Saul)
que matou os sacerdotes de Nobe, Hadade, inimigo de
Davi (ISm 22.18; lRs 11.14) e Herodes que tentou matar o
Messias (Mt 2.16).
49
Autor
Obadias significa “Servo de Jeová” ou “Servo
do Senhor”, era um nome comum no Antigo Testamento.
No livro não é mencionado a sua genealogia, nem outro
pormenor a seu respeito.
Doze ou treze pessoas com tal nome são
mencionadas na Bíblia (lRs 18.3 -16; 2Cr 17.7; 34.12,13;
Ne 10.5).
Sobre o profeta Obadias nada se sabe, exceto
que ele estava em Jerusalém na ocasião dos violentos
ataques de Edom. Como um servo, ele encobre a sua
pessoa para salientar sua mensagem.
Data
Dependemos da data desta profecia para
sabermos se o Obadias que escreveu este livro é citado
noutra parte do Antigo Testamento. Como nenhum rei é
mencionado, não sabemos com certeza a data em que foi
escrito. A única alusão histór ica diz respeito a uma
ocasião em que os edomitas regozijaram-se com a invasão
de Jerusalém, e até mesmo tomaram parte na divisão dos
despojos (vv. 11-14).
Não fica claro, porém, qual invasão Obadias
tinha em mente. Houve cinco invasões de monta1 contra a
Cidade Santa durante os tempos do Antigo Testamento:
A de Sisaque, rei do Egito, em 926 a.C., durante
o reinado de Roboão (lRs 14.25,26);
A dos filisteus e árabes no reinado de Jeorão, entre
848 e 841 a.C. (ver 2Cr 21.16,17);
A do rei Jeoás de Israel no reinado de Amazias, em
790 a.C. (2Rs 14.13,14);
1 Importância, gravidade.
50
A de Senaqueribe, rei da Assír ia, no reinado de
Ezequias, em 701 a.C. (2Rs 18.13);
A dos babilônios entre 605 e 586 a.C. (2Rs 24;
25).
Acredita-se que Obadias tenha profetizado em
conexão com a segunda ou quinta invasão. A destruição de
Jerusalém por Nabucodonosor parece a menos provável,
porque não há nenhum indício, no livro, da destruição
completa de Jerusalém ou da deportação de seus
habitantes.
Os profetas que se referem à destruição de
Jerusalém identificam sempre o inimigo como sendo
Nabucodonosor, e não simplesmente “forasteiros” e
“estranhos” (v. 11). Sendo assim, a ocasião da profecia de
Obadias é mais provavelmente a segunda das cinco
invasões, quando filisteus e árabes reuniram-se para
pilhar1 a cidade. Por essa época, os edomitas, que se
achavam sob o controle de Jerusalém, já haviam
consolidado sua liber dade (2Cr 21.8-10).
Seu júbilo, motivado pela queda de Jerusalém,
fica bem patente e compreensível. Levando- se em conta
que o per íodo do reinado de Jeorão vai de 848 a 841 a.C, e
que a pilhagem de Jerusalém já era realidade, considera-se
840 a.C. uma data provável à composição da profecia.
Posição Geográfica
Edom ficava na cadeia de montanhas e nos
planaltos do monte Seir, a sudeste de Judá, a lém do Mar
Morto. Seu territór io estendia -se desde Moabe, no rio
Arnom, até o golfo de Acaba (distante cerca de 160
1 Submeter a saque; despojar com violência devastadora; saquear.
51
km), com Sela (Petra) no meio. Após o cativeiro de Judá
em 586 a.C., Edom tomou o sul da terra dos judeus,
fazendo de Hebrom a sua cidade principal.
Cenário Histórico-Religioso
Este cenár io encontra-se registrado em 2Reis
8.16- 22; 2Crônicas 21.5-20. Em 845 a.C. Judá estava
sob o governo de Jeorão, rei iníquo, que juntamente com a
iníqua rainha Atalia permitiu o culto a Baal, que t inha
sido introduzido por Acabe e J ezabel em Israel cerca de
25 anos antes. Razão pela qual o Senhor permitiu a
invasão estrangeira para punir Judá.
Elias e Eliseu foram contemporâneos de
Obadias no Reino do Norte.
Fundo Histórico
As dificuldades entre Edom, os descendentes
de Esaú (Gn 25.27-30) e Israel, descendentes de Jacó (Gn
32.28-32), já exist iam há muito tempo, desde os dias de
Moisés quando ele pediu permissão para passar em
territór io de Edom e lhe foi negado (Nm 20.14 -21).
Em 930 a.C. o reino de Israel se dividiu em
dois: o Reino do Norte - Israel; e o Reino do Sul - Judá. E
as rixas1 continuaram. As profecias de Obadias ocorrem
cerca de 80 anos após essa divisão, no ano 840 a.C.
aproximadamente.
Edom foi um “espinho” para os judeus. Ele
tinha perturbado muito o reino unido de I srael e agora
continuava a fazer o mesmo com o reino de Judá.
Deus, através do profeta Obadias falava aos
edomitas que chegou a hora final. Eles eram culpados de
insultar e injur iar demasiadamente o seu povo
1 Contenda, briga. Discórdia, desavença, disputa .
52
escolhido, portanto, sofrer iam a pena máxima :
extermínio da face da terra. A mensagem anunciando a
vingança do Senhor é dir igida a Edom, mas trás conforto
para Judá, pois fala da destruição de seus inimigos.
Resumindo o relacionamento de Jacó (Israel) e Esaú
(Edom) com estes acontecimentos:
■ 1406 a.C. Edom recusou a passagem de Israel a
caminho do Jordão (Nm 20.14-21).
■ 992 a.C. Davi conquistou Edom matando a maior ia
dos varões (2Sm 8.13; lRs 11.15 ss).
■ 860 a.C. Edom atacou Judá, mas foi destruído pelos
seus aliados Moabe e Amom, depois que o rei Josafá
convocou o povo à oração (2Cr 20).
■ 847 a.C. Edom revoltou-se contra Judá constituindo
seu próximo rei (2Cr 21.8).
■ 845 a.C. Edom e Filíst ia pilharam Judá (2Cr
21.16- 17). E provável que o livro de Obadias
tenha sido escrito logo após a pilhagem.
■ 785 a.C. Amazias atacou Edom matando 20.000
homens (2Cr 25.11-12).
■ 735 a.C. Edom revoltou-se novamente, levando
muitos cativos (2Cr 28.17).
■ 586 a.C. Edom vingativamente ajudou a Babilônia
destruir Jerusalém, e por este motivo foi lhe
permitido estabelecer -se na parte Sul de Judá (SI
137.7; Ez 25.12).
■ 300 a.C. cidades e terras de Edom foram tomadas
pelos Árabes Nabateus, forçando os edomitas a irem
para o centro e o Sul de Judá.
■ 165 a.C. Judas Macabeu tomou Hebrom, que se t inha
tornado capital dos edomitas.
■ 126 a.C. João Hircano subjugou os edomitas que
agora eram chamados idumeus e forçou-os a serem
circuncidados como os judeus.
53
■ 40 a.C. Herodes (o idumeu) tornou rei da Palestina,
conquistando Jerusalém em 37 a.C.
■ 70 d.C. os edomitas aliaram-se aos romanos para
destruir e arruinar Jerusalém. A partir de então
desapareceram das páginas como povo, sendo
assimilados pelos Árabes Nabateus do sul de Judá.
Como Eram os Edomitas
Era povo orgulhoso, conhecido pela sua
sabedoria e força. As escarpadas montanhas em que
viviam davam-lhes isolamento e proteção natural, e os
verdejantes planaltos proporcionavam viçosos pastos aos
seus rebanhos.
Sela ou Petra (no grego), é uma das cidades
mais color idas da terra erguidas sobre arenito, é quase
invulnerável, tem poucas entradas, a principal é “sik” um
estreito desfiladeiro de quase 2 km, no tempo dos
Nabateus. Essa cidade tornou-se um centro das caravanas,
desenvolvendo um comércio em qua tro direções,
sobreviveu como um grande centro até 630 d.C. quando
foi devastada pelos Árabes Muçulmanos. Ficou perdida
para o mundo ocidental até ser redescoberta em 1812.
A terra de Edom ou de Esaú (Gn 25.30), a
palavra significa: “vermelho”, era uma sér ie de
penhascos ao sudeste. A referência: “ó tu que habitas nas
fendas das rochas, na tua alta morada” (Ob 3), está
falando da região de Petra.
Principal Estratégia dos Edomitas
Entre penhascos de cor vermelha, eles
combatiam seus protegidos pelas grandes rochas, próprias
da região, porém, a mensagem que o Senhor
54
Deus entrega a este povo diz com clareza que nada
adiantará está proteção natural, pois quem comanda o
ataque contra eles é o Senhor dos Exércitos.
Características Especiais
Quatro aspectos básicos caracter izam a
profecia de Obadias: É o livro mais breve do Antigo Testamento;
É um dos três profetas vocacionados por Deus a
dir igirem sua mensagem quase que, exclusivamente,
a uma nação gentia (os outros dois são Jonas e
Naum);
Há muita semelhança entre Obadias e J eremias
49.7-22; O livro não é citado no Novo Testamento.
O Livro de Obadias ante o Novo Testamento
Embora o Novo Testamento não se refira
diretamente a Obadias, a inimizade tradicional entre Esaú
e Jacó, que subjaz1 a este livro, também é mencionada no
Novo Testamento. Paulo refere-se à inimizade entre Esaú
e Jacó em Romanos 9.10-13, mas assa a lembrar da
mensagem de esperança que Deus os dá: todos os que se
arrependerem de seus pecados, tanto judeus quanto
gentios, e invocarem o nome do Senhor, serão salvos (Rm
10.9-13; 15.7-12).
1 Estar ou ficar subjacente.
55
Questionário
■ Assinale com “X” as alternativas corretas
1. O livro de Obadias foi escr ito para revelar
a) A intensa ira de Deus contra os israelitas
b) A intensa ira de Deus contra os moabitas
c) A intensa ira de Deus contra os edomitas
d) A intensa ira de Deus contra os ismaelitas
2. Foram contemporâneos de Obadias no Reino do Norte
a) Isaías e Eliseu
b) Elias e Jeremias
c) Isaías e Elias
d) Elias e Eliseu
3. Quanto às caracter íst icas do livro de Obadias é incerto
dizer que
a) É o livro mais breve do Antigo Testamento
b) O livro é vár ias vezes citado no Novo Testamento
c) Transmite a mensagem quase que exclusivamente
a uma nação gentia
d) Há muita semelhança entre Obadias e Jeremias
49.7-22
■ Marque “C” para Certo e “E” para Errado
4. O termo “Israel” nos profetas tem dois significados:
somente o Reino do Norte e povo escolhido de Deus
(abrange os descendentes de
Abraão, Isaque e Jacó)
5. Os edomitas eram povo orgulhoso, conhecido pela
sua sabedoria e força
56
Autor: Jonas.
Data: Cerca de 760 a.C.
Tema: A Magnitude da Miser icórdia Salvífica de Deus
Jonas Palavras-Chave: Levanta - Preparado. Arrependimento. Versículo-chave: Jn 1.12 e 3.5.
Seu tríplice propósito:
■ Demonstrar a Israel e às nações a magnitude,
ampliação da miser icórdia divina e a atividade de
Deus através da pregação do arrependimento.
■ Demonstrar, através da experiência de Jonas, até que
ponto Israel decaíra de sua vocação missionár ia
or iginal, de ser luz e redenção aos que habitam nas
trevas (Gn 12.1-3; Is 42.6,7; 49.6).
■ Lembrar ao Israel apóstata1 que Deus, em seu amor e
miser icórdia, enviara à nação, não um único profeta,
mas muitos profetas fiéis, que entregaram sua
mensagem de arrependimento a fim de evitar o
castigo que o pecado fatalmente acarretaria.
Diferentemente de Nínive, no entanto, Israel
rejeitara os profetas de Deus e a oportunidade que Ele lhe
oferecia para que se arrependesse de suas
iniquidades, e recebesse os frutos da miser icórdia.
Visão Panorâmica
O livro de Jonas conta a histór ia da chamada
do profeta para ir a Nínive, e de sua atitude quanto ao
mandado divino.
1 Que ou quem cometeu apostasia (abandono da fé).
57
Capítulo 1:
Descreve a desobediência inicial de Jonas, e o
castigo divino subseqüente. Ao invés de rumar para
nordeste, em direção a Nínive, Jonas embarca num navio
que velejava para o oeste, cujo destino era Társis, na atual Espanha, o ponto mais distante
possível da direção apontada por Deus.
O profeta, porém, não demorou a sentir o
peso da impugnação divina: uma violenta tempestade
no mar Mediterrâneo, que o levou a revelar -se aos
marinheiros. Estes, por sua vez, são obrigados a jogá -lo
ao mar. Providencialmente, Deus prepara “um grande
peixe” para salvar -lhe a vida.
Capítulo 2:
Revela a oração que Jonas fez em seu
cômodo excepcional. Ele agradece a Deus por ter -lhe
poupado a vida, e promete obedecer à sua chamada. Então
é vomitado pelo peixe em terra seca.
Capítulo 3:
Registra a segunda oportunidade que Jonas
recebe de ir a Nínive, e ali pregar a mensagem divina
àquela gente ímpia. Num dos despertamentos espirituais
mais notáveis da histór ia, o rei conclama a todos ao jejum
e à oração. E, assim, o juízo divino não recai sobre eles.
Capítulo 4:
Contém o ressentimento do profeta contra
Deus, por ter o Senhor poupado à cidade inimiga de Israel.
Fazendo uso de uma planta, de um verme e do vento
or iental, Deus ensina ao profeta contrariado, que Ele se
deleita em colocar sua graça à disposição de todos, e não
apenas de Israel e Judá.
58
Tema
Seu objetivo histór ico e duradouro era declarar
a universalidade tanto do julgamento quanto da graça
divina. Deus julga a iniqüidade em todas as esferas e, do
mesmo modo, reage ao arrependimento de todas as
nações; também retrata a verdade de que, quando o povo
de Deus deixa de ter interesse pelos perdidos, perde a
visão do objetivo e programa divino para o mundo.
Obadias descreve a ira de Deus sobre os
inimigos de Israel, por sua vez Jonas demonstra a
miser icórdia divina a um dos antigos inimigos de Israel,
em Obadias, o julgamento divino é pronunciado contra os
pagãos que rejeitam a oportunidade de arrependimento e
persistem em sua arrogância vingativa, em Jonas a
miser icórdia divina é oferecida aos pagãos, que se
arrependem e reagem favoravelmente a Deus.
Os edomitas eram muito chegados de Israel
(“parentescos e proximidade”), mas foram alvos da ira
divina devido a sua arrogância; por outro lado os
ninivitas estavam longe e eram depravados, povos
guerreiros, mas foram alvos da miser icórdia de Deus
devido ao seu arrependimento (Ob 3; Jn 3.5 -10).
Nenhum profeta foi tão conciso em sua mensagem quanto
Jonas, sua profecia continha apenas sete palavras (cinco
no hebraico): “ainda quarenta dias Nínive será
subvertida” (Jn 3.4), esta profecia não se realizou pelo
fato de que os ninivitas se arrependeram Jonas ficou
aborrecido), porém, sua experiência foi ma importante
mensagem para Nínive, Israel e até mesmo para a Igreja
de hoje (Mt 12.39-40).
59
Autor
O próprio Jonas é o autor, muito embora o
livro ser escr ito na terceira pessoa, o que pode deixar
alguém em dúvida; todavia era um estilo comum entre os
escritores hebraicos para relatar a sua histór ia.
Jonas era filho de Amitai e nascido em Gate-
Hefer (2Rs 14.25). Gate-Hefer era uma pequena aldeia de
Zebulom, mais ou menos 3 km a nordeste de Nazaré, a
tradição judaica diz ser ele o filho da viúva Serepta que
foi ressuscitado por Elias, mais isso nunca foi confirmado,
Jonas profetizou no começo do reinado de Jeroboão II,
anunciando a Israel que o Senhor ter ia novamente
miser icórdia dele, e lhe concedera uma espécie de grande
desenvolvimento nacional; foi -lhe dispensada essa
miser icórdia apesar de sua iniqüidade, como estímulo para
o arrependimento (2Rs 14.23 -28). Jonas foi profeta, mas
também é considerado um evangelista pelo caráter de sua
missão e mensagem, pois vemos no decorrer do livro o seu
tema: “A magnitude da miser icórdia Salvíf ica de Deus”.
Jonas significa “pomba”, o profeta foi enviado
a Nínive pelo Senhor como um “mensageiro da paz”,
mesmo que ele não deu esta demonstração, pois fugiu da
direção que Deus lhe dera. Seu ministér io teve lugar
pouco após o de Eliseu (2Rs 13.14 -19), coincidiu
parcialmente com o de Amós (Am 1.1) e foi seguido pelo
de Oséias (Os 1.1).
A Chamada Missionária
A chamada missionár ia que Jonas recebeu foi a
mais clara possível, mas ele não quer ia ser missionário,
daí então tomou a decisão “não iria a Nínive, mas seguir ia
viagem para Társis” (Jn 1.2 -3),
60
queria, portanto, fugir da presença do Senhor. Társis
ficava mais longe da missão que era Nínive; já na
embarcação Deus reprovou severamente a atitude de Jonas
com uma tremenda tempestade, o medo e o pavor tomaram
conta de todos; Jonas (o arauto rebelde), porém, se
encontrava dormindo no porão do navio (Jn 1.5), dormia
profundamente, quando foi despertado, foi também
alertado a buscar ao seu Deus. Os deuses dos marinheiros
possivelmente Fenícios, não davam nenhuma resposta,
razão pela qual apelaram a Jonas ue buscasse ajuda
clamando ao seu Deus, no desespero a tripulação decide
lançar sorte a fim de descobrir quem era o culpado por tão
violento castigo.
A sorte caiu sobre Jonas (v.7), quer iam os marinheiros
saber por que (v.8), ao ouvirem a resposta (v.9) e ainda
ais que fugia da presença de Deus (v. 10) ficaram
possuídos de grande temor.
Deus dirigiu os fatos até que o profeta
revelasse abertamente o seu pecado, Jonas agora estava
m apuros, prefer iu ser lançado ao mar não sabendo o que
lhe poderia acontecer, mas salvando a tripulação o navio
(v.12). Na verdade o fato de pedir aos marinheiros que o
jogasse ao mar foi um sacrifício, pois era o
reconhecimento da desobediência; o v. 13 diz:
“entretanto os homens remavam”, isto nos dá
entendimento que os marinheiros, sabedores do que se
assava com o profeta, tiveram temor de lançá -lo ao ar e
serem castigados por Deus, ao perceberem que não
tinham outra saída (v. 14) oraram ao Senhor antes e
lançar o profeta Jonas ao mar.
A atitude da tr ipulação demonstrava temor Deus do
profeta Jonas, a versão or iginal dá a tender que
levantaram Jonas com reverência, demonstrando que eles
eram inocentes, e, só estavam realizando aquele ato por
ser aprovado por Deus, o que
61
nos deixa claro que ao levantar ofereceram-no ao mar,
cumprindo a vontade de Deus e salvando suas próprias
vidas (Jn 1.11-16). Os marinheiros após lançarem Jonas
ao mar e contemplarem a calmaria, ficaram possuídos de
temor, e “ofereceram sacrifício e lhe fizeram promessas”,
mesmo fugindo.
Jonas ao final foi o meio pelo qual, vidas
pudessem ser transformadas; Deus disciplinou Jonas
porque t inha propós itos de bênçãos para ele e para Nínive,
Deus tem os mares em suas mãos (Is 40.12), também toma
providências para preservar o profeta (Jn 1.17).
Desta passagem tiramos três lições:
Os servos de Deus não podem prosperar na
desobediência;
Deus não permite que seus servos pereçam no erro
(Deus dá oportunidade ao homem, como no caso de
Jonas; restaurá-lo do serviço que recusara);
O Senhor escolheu esta histór ia como figura da sua
ressurreição (Mt 12.39-41; Lc 11.30-32).
Data
Seu livro foi escr ito em 760 a.C.
aproximadamente, na época do reinado de Jeroboão II em
793-753 a.C. (2Rs 14.25). A visita a Nínive ocorreu
provavelmente no fim do seu longo ministér io em Israel,
mais ou menos no ano 765 a.C. O profeta o escreveu após
seu retomo, e procurou por meio dele ministrar a Israel. O
arrependimento de Nínive, diante da pregação de Jonas,
ocorreu no reinado de um destes dois monarcas assír ios:
■ Adade-Nirari III (810-783 a.C.), cujo governo foi
marcado por uma tendência para o monoteísmo, ou;
62
■ Assurda III (733-755 a.C.), em cuja administração
houve duas grandes pragas (765 e 759 a.C.) e um
eclipse do sol (763 a.C.). Estas ocorrências podem
ter sido interpretadas como sinais do juízo divino,
preparando a capital da Assír ia à mensagem de
Jonas.
Fidedignidade Histórica
A histor icidade dos acontecimentos do livro de
Jonas tem sido desafiada pelos cr ít icos modernos. Há dois
pontos de vista básicos: o “alegórico” e o “literal” ou
histórico, o pr imeiro afirma que a histór ia e um mito ou
uma figura fict ícia para transmitir grande verdade
espir itual, semelhante às parábolas; o segundo ponto de
vista reconhece-a como histór ia verdadeira. Cremos no
segundo ponto de vista, pois, é apresentada como
verdadeira, refer indo-se a povo e lugar es antigos
específicos, e não dá indicação de ser fict ícia.
Jonas é identificado como “filho de Amitai”
(2Rs 14.25; Jn 1.1), a própria tradição judaica, sem
exceção, test ifica a histor icidade literal de Jonas e sua
experiência. Cristo testifica a sua histor icidade,
mencionando milagres como sendo acontecimentos
verdadeiros (Mt 12.40-42; 16.4; Lc 1 1.29-32).
Dados Sobre Nínive
Geograficamente estava localizado a leste do
setentr ional rio Tigre, e distante aproximadamente 960 km
de Israel, uma viagem de três meses nos tempos antigos.
Era uma das cidades mais antiga do mundo estabelecida
por Ninrode (Gn 10.11), calcula -se que Sua população era
de 600.000 (seiscentos mil) habitantes aproximadamente.
63
Polit icamente a Assíria estava em declínio
nessa época, essa decadência havia começado com a morte
de Adad-Nirare III em 782 a.C., e se estendeu até a vinda
de Tiglate-Pileser III em 745 a.C., depois de Adad-Nirare
III reinaram Salmaneser IV (782 -773
a.C.) a Assurdfan III (773-754 a.C.).
Religiosamente os habitantes de Nínive eram
conhecidos como uma “raça sensual e cruel” que vivia de
saques e orgulhava-se dos montes de cabeças humanas que
traziam de violentas pilhagens de outras cidades.
Fortificaram-se com um muro interno e outro externo. O
muro externo t inha 96 km de extensão, 30 metros de altura
e uma largura suficiente para três carroças conduzidas
lado a lado, também havia por todo muro intervalos; 50
torres de 60 metros de altura para o serviço de vigilância
realizado por sentinelas .
Milagres de Jonas
(Jn 1.15,17; 2.10; 3.5-10; 4.6)
Enquanto outros profetas menores não
registraram milagres histór icos, Jonas registra diversos,
sobre os quais se apóia sua mensagem; quando o mar se
acalmou após o terem lançado fora do barco, preservaçã o
de Jonas dentro do peixe, arrependimento de Nínive, o
rápido crescimento da planta e o aparecimento do verme.
Jonas faz companhia com Isaías e Daniel, pois todos eles
registram diversos milagres histór icos e são contestados
pelos cr ít icos quanto a sua autenticidade e autor ia (Is
37.36; 38.8; Dn 3.25; 6.22).
O Canis Carcharus, um tubarão ou cão do mar é
conhecido por frequentador dos mares por onde um navio
tem que passar, viajando de Jope a qualquer porto
espanhol, segundo livros de zoologia, um
64
Carcharus adulto tem um comprimento normal de 10
metros; o célebre naturalista francês Lacepede diz que os
cães do mar podem engolir animais muitos maiores que
um homem sem os mutilar, pois possuem uma queixada
infer ior com quase dois metros de extensão semicircula r,
o que faz entender que o cão do mar pode engolir animais
inteiros tão grandes como ele mesmo. Os cães do mar
nunca mastigam os seus alimentos, mas engolem tudo
inteiro. E evidente por isso, que na suposição de que esta
espécie de tubarão seja o “grande peixe” que o Senhor
Deus providenciou.
Todavia, para Deus tudo é possível, e a lém
dessa consideração registram-se no Cotton Factory Times
de 02/08/1891, publicado no Boletim Evangélico de
novembro de 1934, o caso de um marinheiro que foi
engolido por uma baleia e depois achado vivo dentro do
corpo do animal morto.
No livro de Jonas encontramos quatro coisas
que Deus preparou:
Um grande vento (Jn 1.4);
Um grande peixe (Jn 1.17);
Uma planta aboboreira (Jn 4.6);
Um bicho (Jn 4.7).
Medite e analise cada ponto, seus objetivos e
consequências, observe que a primeira menção de oração
de Jonas foi no ventre do grande peixe (2.1 -3). Das
profundezas do mar Jonas clama e o Senhor o ouve, faz
um concer to com Deus e o Senhor providencia o
livramento.
O efeito da pregação de Jonas foi algo
impressionante e maravilhoso, foi o maior reavivamento
registrado na Bíblia, toda cidade de Nínive deixou os seus
maus caminhos e voltou-se para Deus; há um
questionamento, se o arrependimento de Nínive foi
sincero ou não, o próprio livr o de Jonas diz
65
que o Senhor o considerou sincero, tanto que suspendeu o
julgamento que lhes t inha comunicado pelo profeta (Jn
3.10); a expressão de que “Deus” se arrependeu foi usada
para mostrar o caráter condicional do julgamento divino,
o qual depende das ações do homem (Jr 18.8), “Deus não
é homem para que se arrependa”, esta expressão fala do
seu caráter imutável (Nm 23.19; ISm 15.29).
Embora se registre o arrependimento
inesperado de um dos maiores t iranos da histór ia antiga,
sua ênfase maior está no arrependimento de Jonas, o
arrependimento de Nínive ocupa um capítulo, mas a
história da preparação de Jonas e seu subseqüente
treinamento são apresentados em três capítulos (1, 2 e 4),
parece que Deus teve mais dificuldade em preparar e
aperfeiçoar a Jonas do que todo o povo de Nínive. A
preparação de Jonas foi realizada em etapas, a exper iência
do peixe, preparou-o para Nínive, mas ele precisou de
mais treinamento para voltar a Israel, Jonas estava mais
interessado que sua profecia se cumprisse, do que com a
salvação daquela cidade. Se isso acontecesse somaria
vantagens como profeta, mas mostrou-se desgostoso,
aborrecido e magoado, pois Deus perdoara o povo.
Jonas é o Livro da Misericórdia Universal de
Deus (Jn 4.11)
Nenhum outro livro do Antigo Testamento
ensina de maneira tão enfática a extensão da miser icórdia
divina às nações gentias, essa perspectiva mundial da
missão de Israel foi observada anter iormente por Josué e
Salomão (Js 4.24; lRs 8.43- 60). Muitas vezes esquecido
pela nação no decurso das suas apostasias. Nesse ponto
central da histór ia, Jonas
66
foi usado para proclamar a nação a refletir sobre o
programa divino do julgamento universal dos malfeitores.
E sua oferta de miser icórdia para o arrependimento e fé, a
ênfase central na miser icórdia divina estendida a todas as
nações é exemplificada de maneira maravilhosa no
ministér io de Jesus.
A relação cr istológica mais específica do livro,
porém, é a exper iência de Jonas no grande peixe como
antít ipo de Cristo. Jonas foi o único profeta indicado por
Jesus como antít ipo dele próprio, pois do mesmo modo
que Jonas esteve no ventre do grande peixe (lugar de
morte) durante três dias e três noites, assim o filho do
homem esteve no coração da terra; assim sendo Jesus usou
a experiência de Jonas para tipificar a grande verdade
bíblica: “sua própria ressurreição dentre os mortos”.
Características Especiais
Quatro aspectos básicos do livro de Jonas:
E um dos dois únicos livros proféticos do Antigo
Testamento escr itos por um profeta nascido e criado no
Reino do Norte (Oséias é o outro).
Obra-prima de narrativa concisa, em prosa;
somente a oração em ação de graças está em forma
poética (Jn 2.2-9).
Está repleto da atividade sobrenatural de Deus .
Além da providencial tempestade e do grande peixe, há
a aboboreira, o verme, o vento or iental e a maior
maravilha de todas: o arrependimento de toda a cidade
de Nínive!
Contém, de forma mais clara que em qualquer outro
livro do Antigo Testamento, a mensa gem de que a graça
salvífica de Deus é tanto para os gentios como para os
judeus.
67
Questionário
■ Assinale com “X” as alternativas corretas
6. Em Jonas
a) A miser icórdia divina é oferecida aos pagãos, que
se arrependem à Deus
b) O julgamento divino é pronunciado contra os
pagãos que rejeitam o arrependimento
c) É demonstrado a miser icórdia divina a vários
antigos inimigos de Israel
d) É descr ito a ira de Deus sobre os inimigos de Israel
7. Não é um milagre contido no livro de Jonas
a) Arrependimento de Nínive .
b) Desaparecimento do verme
c) Preservação de Jonas dentro do peixe
d) O rápido crescimento da planta
8. Quanto ao livro de Jonas, é incerto afirmar que
a) Está repleto da atividade sobrenatural de Deus
b) É uma obra-pr ima de narrativa concisa, em
prosa; somente a oração em ação de graças está
em forma poética
c) Possui a mensagem de que a graça salvífica de
Deus é tanto para os gentios como para os
judeus d) H É um dos dois livros proféticos escr itos por um
profeta nascido e cr iado no Reino do Sul
■ Marque “C” para Certo e “E” para Errado
9. Os ninivitas eram muito chegados de Israel, mas
foram alvos da ira divina devido a sua arrogância
10. Uma das lições do livro de Jonas: os servos de Deus
não podem prosperar na desobediência
68
Lição 3 Miquéias e Naum
Autor : Miquéias.
Data: Cerca de 740-710 a.C.
Tema: Juízo e Salvação Messiânica.
Palavras-Chave: Pecado, Filha
Sião, Restante, Compaixão.
Versículo-chave: Mq 4.3; 6.8.
de
Miquéias escreveu a fim de advertir a sua
nação a respeito da certeza do juízo divino, para
especificar os pecados que provocavam a ira de Deus, e
para resumir a palavra profética dir igida a Samaria e a
Jerusalém (Mq 1.1). Predisse, com exatidão, a queda dc
Israel; profetizou que destruição semelhante ser ia sofrida
por Judá e Jerusalém em conseqüência de seus pecados e
flagrante rebeldia. Este livro, portanto, preserva a grave
mensagem de Miquéias às últ imas gerações de Judá antes
de os babilônios invadir a nação. Além disso, faz uma
contr ibuição importante à revelação total do Messias
vindouro.
O objetivo histór ico do livro era enfatizar o
peso da próxima ira de Deus sobre a nação em virtude dos
seus pecados de violência e injustiça social, enquanto
fingia serem religiosos.
O objetivo adicional de Miquéias era de
lembrar-lhes da futura vinda do Messias, que surgir ia de
or igem humilde para governar com justiça e verdade,
conforme promessa da aliança abraâmica.
69
Tema
Podemos chamar Miquéias 6.6-8 de:o
evangelho de justiça social de Miquéias, pois no Antigo
Testamento não encontramos um resumo da lei mais
simples e mais profundo, suas exigências são simples e
sem rodeios (Ex: praticar a justiça, amar a bondade
demonstrando-a, e andar humildemente com Deus); do
mesmo modo Jesus resumiu a Lei como: “amor” para os
insensíveis líderes de seu tempo. Miquéias resumiu -a
como justiça, miser icórdia e modéstia para um povo
completamente desprovido dessas qualidades, embora
muitíssimo ocupado com religião (Mq 3.11), porém, os
“milhares de carneiros”, e “dez mil r ibeiros de azeite”
(Mq 6.7).
Não podiam subornar a Deus e fechar seus
olhos a ausências de justiça e miser icórdia entre os
homens. “Pereceu da terra o piedoso, e não há entre os
homens um que seja reto” (Mq 7.2).
Todos espreitam para derramarem sangue; cada
um caça a seu irmão com rede, com isto pode observar a
total depravação que se encontrava Israel, pois viviam em
uma sociedade idólatra e só cuidavam de seus próprios
interesses; estavam colhendo o fruto de terem se afastado
de Deus (Mq 7.5-6; Mt 10.35-36).
Miquéias 4.1-8; 5.2-5 relata o reino do Messias
e sua vinda, nos últ imos dias. Ele reinará no Monte Sião,
onde prevalecerão a verdade, a justiça, a prosper idade e a
paz, ali os coxos, os expulsos e os aflitos estarão reunidos
a fim de formar o núcleo da sua “Poderosa Nação” (Mq
4.1-7). Miquéias revela ainda (Mq 5.2) que esse reino não
começará ostentando1
1 Ostentar: mostrar ou exibir com aparato; pompear, alardear.
70
grandeza, pois o próprio Messias nascerá na pequena
cidade de Belém, lugar de cr iação de carneiros, sendo Ele
eterno, virá de Deus como Pastor de Israel.
Mas antes que o Messias se torne grande até os
confins da terra, a nação será “abandonada” pelo Senhor ,
por um tempo, no fim do qual surgirá para pastorear seu
povo com grande majestade (Mq 5.3-4).
Miquéias faz um apelo comovente ao povo, a
Israel e a Judá; ele lamenta amargamente o estado dos
seus compatr iotas (Mq 1.8).
O profeta tinha grande preocupação em
incentivar o povo a buscar a Deus; já no versículo 9 ele
salienta a queda de Samar ia, dizendo: “suas fer idas são
incuráveis”; e retrata a assolação do Reino do Norte da
seguinte maneira: “... Por isso farei de Samaria um
montão de pedras do campo, uma terra de plantar vinha; e
farei rebolar as suas pedras para o vale, e descobrirei os
seus fundamentos; todas as suas imagens esculpidas serão
despedaçadas, todos os seus salários serão queimados pelo
fogo, e de todos os seus ídolos farei uma assolação;
porque pelo salário de prostituta os ajuntou, e em salár io
de prostituta se tornarão” (Mq 1.6-7).
Jerusalém não será esquecida, “pois as suas
fer idas são incuráveis, e o mal chegou até Judá; estendeu -
se até a porta do meu povo, até Jerusalém” (v.9). “E
cobiçam campos, e os arrebatam, e casas, e as tomam;
assim fazem violência a um homem e à sua casa, a uma
pessoa e à sua herança” (Mq 2.1).
A ambição e a ganância também eram visto
pelo profeta como “deuses”, pois buscavam seus próprios
interesses. Mas no versículo 3 Deus avisa dizendo: “as
coisas vão mudar!”
No capítulo 2 ele dá aviso aos gananciosos e
falsos profetas; aos falsos porta -vozes ele diz: “Está
irritando o Espír ito do Senhor? Estas são as tuas obras?
71
Fala ainda aos sacerdotes, outra vez aos falsos profetas
além de falar aos pr incipais de Jacó, e aos chefes da casa
de Israel” (Mq 3.1). Ele os acusa dizendo: “aborreceis o
bem e amais o mal” (Mq 3.2).
No capítulo 3, versículo 8, ele declara estar
cheio do Espírito do Senhor, e cheio de poder, força e
juízo; e declara que Israel está em má sit uação e caso não
acorde a tempo o seu fim será o mesmo de Samaria (Mq
3.12 compare com 3.1-6).
Autor
Geralmente é reconhecida a autor ia de
Miquéias, que, todavia, alguns comentar istas modernos
atribuem as seções da “esperança” (Mq 4.7), a uma data
poster ior. Miquéias foi muito respeitado na época de
Jeremias (Jr 26.18), 600 a.C. aproximadamente, o
conteúdo do livro é compatível com o da época e
circunstâncias de Miquéias.
Miquéias era da comunidade rural de Morasete-
Gate (Mq 1.1-14) no sul de Judá, área agr ícola a 40 km ao
sudoeste Jerusalém. A semelhança de Amós, era homem
do campo, e provinha com certeza de família humilde,
fato evidenciado mais pelo local onde morava do que por
sua linhagem, faz referência ao trabalho de um pastor, o
que sugere ter sido uma de suas ocupações.
Se Isaías, seu contemporâneo em Jerusalém,
assist ia ao rei e observava o cenár io internacional;
Miquéias, um profeta do campo, condenava os
governantes corruptos, os falsos profetas, os sacerdotes
ímpios, os mercadores desonestos e os juízes venais1, que
havia em Judá. Pregava contra a injustiça, a
1 Que se deixa peitar; subornável, corrupto.
72
opressão aos camponeses e aldeões, a cobiça, a avareza, a
imoralidade e a idolatr ia. E advertiu sobre as severas
conseqüências de o povo e os líderes persist irem em seus
maus caminhos. Predisse a queda de Israel e de sua
capital, Samaria (Mq 1.6,7), bem como a de Judá, e de sua
capital, Jerusalém (Mq 1.9 - 16; 3.9-12).
Acredita-se que ele tenha sido um dos “homens
de Ezequias” (Pv 25.1), os quais juntos com Isaías
transcreveram e compartilharam os provérbios de
Salomão, dos capítulos 25 a 29. Todavia, ele não deve ser
confundido com um profeta anter ior chamado Micaías em
lRs 22.8.
Miquéias significa “quem é semelhante a
Jeová” (Mq 7.18), é uma expressão muito adequada à
mensagem do livro, pois enfatiza o grande poder de Deus
no primeiro capítulo, e o grande perdão no últ imo: “Quem
ó Deus, é semelhante a Ti, que perdoas as iniqüidades?”
(Mq 7.18); mostra também a certeza do juízo do Senhor
sobre aqueles que persist irem em pecar. Miquéias é
conhecido como “Isaías” dos profetas menores e como
profeta do homem pobre comum), ele mesmo tinha vindo
de berço humilde, e conhecia as más condições dos
pobres e tomou para si sua causa própria contra os
vorazes líderes da nação, que visavam seus próprios
interesses (Mq 3.1-3).
Data
O ministér io de Miquéias foi exercido durante
os reinados de três reis de Judá: Jotão (751-736 .C.),
Acaz (736-716 a.C.) e Ezequias (715-687 a.C.). Algumas
de suas profecias foram profer idas no tempo e Ezequias
(Jr 26.18), porém a maior ia delas reflete a condição de
Judá durante os reinados de Jotão e de
73
Acaz, antes das reformas promovidas por Ezequias. Não há
dúvida de que o seu ministér io, juntamente com o de Isaías,
ajudou a promover o avivamento e as reformas dir igidas
pelo justo rei Ezequias.
A parte pr incipal, entretanto, deve ter sido
profer ida nos reinados de Acaz e Ezequias, antes da queda
de Samaria em 722 a.C., assim sendo, o período central
seria 740 a 710 a.C.
Foi profeta do Reinodo Sul, mas suas mensagens
foram aos dois reinos.
Cenário Político
Contemporâneo de Isaías, Miquéias
defrontou-se com um cenário semelhante o dele no que se
refere à polít ica e à religião da época. Miquéias é
reconhecido como o único profeta cujo ministér io foi
desempenhado visando tanto Israel como Judá (Mq 1.1).
Isaías também profetizou a destruição de Samaria, mas sua
profecia era “a respeito de Judá e Jerusalém” (Is 1.1).
Todo o livro de Miquéias denuncia a opressão do
fraco, o suborno entre líderes, o ato de expulsa r mulheres
de seus lares e a práticade toda a espéciede roubo, grande
parte dele em nome da religião (Mq 2.1-2; 3.1-3,9-11; 6.10-
12; 7.1-6); com isso ele não isenta o pobre pela sua
pobreza, todavia condena tremendamente as classes
super iores por usurparem os pobres indefesos.
Quando Miquéias descreve a esperança da
restauração, surpreende a nação com o anúncio de que o
futuro “Governador de Israel”, O Messias, virá da pequena
cidade de Belém, ao invés da opulenta capital Jerusalém
(Mq 5.2-4). O Messias é apresentado na condição de um
“Pastor” como era Davi, entretanto
74
será maior do que Davi, e “engrandecido até os confins da
terra” (Mq 5.4).
Miquéias foi o últ imo profeta a mencionar
Belém no Antigo Testamento, e com isso concentrou a
atenção da nação sobre a pequena cidade por mais de 700
anos.
Conteúdo
O livro de Miquéias consiste numa mensagem
de três partes:
1) Recrimina Israel (Samaria) e Judá (Jerusalém) pelos
seus pecados específicos que incluem a idolatria, o
orgulho, a opressão aos pobres, os subornos entre os
líderes, a cobiça e a avareza, a imoralidade e a religião
vazia e hipócr ita;
2) Adverte que o castigo divino está para vir em
decorrência de tais pecados;
3) Promete que a verdadeira paz, retidão e justiça,
prevalecerão quando o Messias estiver reinando.
Igual atenção é dedicada aos três temas do
ivro. Visto por outro prisma, os capítulos 1 -3 registram a
denúncia que o Senhor faz dos pecados de Israel e de
Judá, e de seus respectivos líderes, e a eminente ruína
destas nações e suas respectivas apitais. Os capítulos 4 -5
oferecem esperança e consolo ao remanescente no tocante
aos dias futuros, m que a Casa de Deus será estabelecida
em paz e retidão, e a idolatr ia e a opressão serão
expurgadas1 da erra. Os capítulos 6-7 descrevem a queixa
de Deus contra seu povo, como se fora uma cena de
tribunal, Deus apresenta a sua causa contra Israel. Em
seguida,
Purificar. Tirar as sujidades a; limpar. Corrig ir, emendar.
75
Israel confessa a sua culpa, e logo há uma oração e
promessa em favor dos filhos de Abraão.
Miquéias encerra o livro, com um jogo de
palavras baseado no significado do seu próprio nome:
“Quem, ó Deus, é semelhante a t i?” (Mq 7.18). Resposta:
Somente Ele é miser icordioso, e pode dar o veredicto
final: “Perdoado” (Mq 7.18 -20).
Semelhanças e Contrastes
Havia entre Miquéias e Isaías semelhanças e
contrastes, trabalhavam juntos, ta lvez mais do que
qualquer outro par de profetas das escr itas do Antigo
Testamento (exceto Ageu e Zacar ias).
Semelhanças:
Profetizavam a próxima invasão pela Assíria;
Falaram do livramento de Judá, mas também de um
cativeiro poster ior na Babilônia;
Enfatizaram a futilidade de uma religião
meramente r itual;
Profetizaram a vinda do Messias: Isaías falou da
sua concepção virginal, Miquéias determinou o
local de seu nascimento;
Profetizaram o livramento final de Israel que ter ia
de ser precedido de arrependimento.
Contrastes:
Isaías dir igiu-se pr incipalmente à aristocracia
urbana de Jerusalém, Miquéias falou ao povo
comum da zona rural;
Isaías ocupou-se em grande escala com o cenár io
internacional e as falsas alianças polít icas de Judá,
Miquéias focalizou os pecados pessoais e sociais de
injustiça que eram predominantes em Judá;
76
Isaías estendeu o julgamento às nações
circunvizinhas, Miquéias limitou condenação de
Judá e Israel;
Isaías centralizou sua visão messiânica no conceito
de servo, enfatizando a expiação e a salvação
pessoal, Miquéias mostrou que o livramento
nacional pelo Messias tornar -se-ia possível pela
graça do perdão divino, conforme promessa a
Abraão (Mq 7.20). “Porque eis que o Senhor sai do
seu lugar, e desce, e anda sobre os altos da terra,
os montes debaixo dele se derretem, e os vales se
fendem, são como a cera diante do fogo, como as
águas que se precipitam no abismo” (Mq 1.3 -4).
Miquéias inicia apresentando uma das mais
tremendas descr ições do Senhor, sua descida a
terra com terrível ira; a exemplo de Jonas,
proclama o julgamento de Deus antes de declarar
sua miser icórdia perdoadora; Naum, Habacuque e
Sofonias seguem o mesmo tema do Senhor vindo
como um Guerreiro Poderoso que faz “os montes
tremerem” (Na 1.2-6); “os outeiros eternos”, se
abaterem (He 3.6), e toda “a terra ser consumida”
(Sf 1.18). Este terr ível quadro também é
apresentado por Isaías nos capítulos 24 e 56,
quando descreve as devastações do “Dia do
Senhor”.
Características Especiais
Cinco aspectos básicos:
■ Defende, à semelhança de Tiago, a causa dos
camponeses humildes explorados pelos ricos
arrogantes (cf. Mq 6.6 -8; cf Tg 1.27). Em seguida,
Miquéias pronuncia sua exortação mais
77
grave e memorável acerca das exigências divinas a
Israel: que pratiques a justiça, e ames a
beneficência, e andes humildemente com o teu
Deus” (Mq 6.8).
■ Parte da linguagem de Miquéias é austera1 e direta;
noutras ocasiões, é eloqüentemente poética com o
complexo uso de jogos de palavras (e.g., Mq 1.10 -
15).
■ Tal como o profeta Isaías (cf. Is 48.16; 59.21),
Miquéias expressa nít ida consciência de sua
chamada e unção proféticas: “Mas, decerto, eu sou
cheio da força do Espír ito do Senhor e cheio de
juízo e de ânimo, para anunciar a Jacó a sua
transgressão e a Israel o seu pecado” (Mq 3.8).
■ O livro traz uma das mais grandiosas expressões da
Bíblia sobre a miser icórdia de Deus e a sua graça
perdoadora (Mq 7.18-20).
■ O livro contém três importantes profecias citadas
noutras partes da Bíblia:
Que salvou a vida de Jeremias (Mq 3.12; cf. Jr
26.18).
Respeito ao local onde o Messias haver ia de
nascer (Mq 5.2; cf, Mt 2.5,6);
E ainda uma outra usada pelo próprio Jesus (Mq
7.6; cf. Mt 10.35,36).
O Messias
Paz e prosper idade (Mq 4.1 -5), “o monte da
casa do Senhor será estabelecido”; é nesse Monte Sião que
o Messias reinará, suas leis e palavras procederão de lá, as
nações serão atraídas a Jerusalém restaurada,
1 Rígido de caráter; severo, grave. Duro, ríspido.
78
aí então chegará a tão esperada paz a todos. Miquéias
deixa claro que além da paz e prosper idade, haverá
também poder. O Senhor nosso Deus fará de seu povo uma
nação poderosa (Mq 4.6 -8).
Nos dias do rei Davi e Salomão, Israel foi uma
nação poderosa; todavia, na época dos profetas o povo de
Deus achava-se fraco e sem o mesmo ânimo que t inha
antes; os filisteus, edomitas, egípcios entre outros
perturbavam constantemente e o povo judeu tinha pouco
recurso e esperanças para lutar e se defenderem de seus
inimigos, tudo isso por causa da desobediência a Deus, e a
conseqüência final desta rebeldia foi mais tarde à
dispersão.
Miquéias faz menção a respeito de uma parte
dos que foram levados da sua terra, foram escolhidos para
formarem uma nação poderosa, cujo rei é o Messias (Mq
4.6,7); no versículo 8 encontramos três expressões “Torre
de Rebanho”, “Monte da Filha de Sião” e “Reino da Filha
de Jerusalém” que diz respeito ao reino restaurado da casa
de Davi, ou reino do Messias. O primeiro domínio (no
mesmo versículo) é uma referência ao reino de Davi, que
desta vez virá cheio de glór ia, fulgor e poder, pois Cristo
será o rei; Israel ser ia estabelecido novamente com poder ,
a linhagem de Davi culminaria na pessoa de Jesus que
reinar ia sobre os seus, e o seu reino ser ia para sempre (Mq
4.7).
Miquéias fala sobre um futuro ainda distante,
quando Deus, através do profeta revelou que o cativeiro
seria efetuado por Babilônia (ocorreu cerca 140 anos
depois). O grande império daqueles dias era a Assír ia,
Judá foi comparada a uma mulher quase para dar a luz,
que geme com dores de parto; as dores representam o
sofr imento que passava antes e durante o cativeiro; porém,
a liberdade vir ia e o Senhor a remir ia
79
(Mq 4.9-10), em 536 a.C. aproximadamente iniciou a
volta dela (Judá) de Babilônia. “Muitas nações” (Mq
4.11) representam os assír ios, babilônios, gregos,
romanos, etc. Por fim Deus fará do seu povo um
instrumento de debulha que esmagará esses inimigos, e o
lucro de suas investidas serão consagrados ao Senhor (Mq
4.3).
O Senhor dos exércitos ao restabelecer o seu
reino, fará maravilhas, no momento em que o mundo
pensa exterminar para sempre o povo escolhido, Deus
intervirá e por meio do próprio povo, triunfará sobre as
nações inimigas e ímpias; Deus declara (Mq 5) que há
sempre esperança para o pecador (judeu ou gentio) na
pessoa do Messias (Filho de Deus); o Messias a nossa paz
(Mq 5.1-5) ainda não t inha vindo, mas, a sua influência
estava se manifestando, como na derrota da Assíria (Mq
5.5-6 e 2Rs 19); o Senhor eliminará a idolatria: “serão
arrancados pela raiz” (Mq 5.12 -15).
Miquéias mostra o homem separado de Deus
(Mq 6); este capítulo diz por que o homem está separado
de Deus e que requer para que haja restauração. Fala da
diferença entre religião e louvor autêntico, e ainda o
princípio do julgamento do pecado, e que a única
esperança do homem está no perdão de seus pecados por
Deus.
O últ imo capítulo do livro de Miquéias, ele
começa com uma lamentação e continua com profecias
sobre a reedificação de Jerusalém e muitas maravilhas
feitas pelo Messias nos dias futuros; e termina com uma
sublime evocação da imensurável miser icórdia de Deus
(Mq 7.18-20) que retratam a magnífica misericórdia de
Deus em perdoar, o desejo dele em remover o pecado para
longe do pecador, e por fim faz lembrar a todos do
concerto abraâmico nos dias passados (Gn 22.16-17 e Is
41.8-12).
80
Assim como outros profetas do Antigo
Testamento, Miquéias olhou para além do castigo de Deus
a Israel e Judá, e contemplou o Messias vindouro e seu
reino justo na terra. Setecentos anos antes da encarnação
de Cristo, Miquéias profetizou que Ele haver ia de nascer
em Belém (Mq 5.2). Mateus 2.4-6 narra que os sacerdotes
e escr ibas citaram este versículo como resposta à pergunta
de Herodes concernente ao lugar onde o Messias nasceu.
Miquéias revelou, também, que o reino messiânico ser ia
de paz (Mq 5.5; cf. Ef 2.14-18), e que o Messias
pastorear ia o seu povo com justiça (Mq 5.4; cf. Jo 10.1 -
16; Hb 13.20).
As referências freqüentes de Miquéias sobre a
redenção futura revelam que o propósito e desejo
permanente de Deus para o seu povo é a salvação, e não a
condenação. Tal verdade é desdobrada no Novo
Testamento (Jo 3.16).
Questionário
■ Assinale com “X” as alternativas corretas
1. Predisse que o Messias nascer ia na pequena cidade de
Belém
a) Obadias
b) Miquéias
c) I Oséias
d) I Malaquias
2. O ministér io de Miquéias foi exercido durante os
reinados de três reis de Judá
a) Jotão, Acaz e Ezequias
b) Saul, Davi e Salomão
b) Ezequiel, Jotão e Asa
c) Acaz, Roboão e Josias
81
3. Quanto ao livro de Miquéias é incorreto afirmar que
a) Defende a causa dos camponeses humildes
explorados pelos r icos arrogantes
b) Sua linguagem é austera e direta; noutras ocasiões,
é poética, com o complexo uso de jogos de
palavras
c) Traz uma das mais grandiosas expressões da Bíblia
sobre a miser icórdia de Deus e a sua graça
perdoadora
d) Ocupa-se em grande escala com o cenár io
internacional e as falsas alianças polít icas de Judá
■ Marque “C” para Certo e “E” para Errado
4. Isaías falou ao povo comum da zona rural, Miquéias
dir igiu-se pr incipalmente à aristocracia urbana de
Jerusalém
5. Isaías limitou condenação de Judá e Israel,
Miquéias estendeu o julgamento às nações
circunvizinhas
82
Autor: Naum.
Data: Cerca de 630-620 a.C.
Tema: A Destruição Iminente de Nínive.
Palavras-Chave: Mal, Exterminar, “Eis
que eu estou contra ti”.
Versículo-chave: Na 1.1 e 3.7.
O livro de Naum é o único entre os profetas
que não profere julgamento contra Israel; apenas
consolação, como o nome sugere. Todavia ele prediz o fim
do seu grande inimigo do or iente (Nínive).
Naum teve duplo propósito:
Deus o usou para pronunciar a destruição iminente1
da ímpia e cruel Nínive. Nenhuma nação tão ímpia,
como os assírios, poderia alimentar esperança quanto
ao juízo divino. Ela não ficaria impune.
Ao mesmo tempo, Naum entrega uma mensagem de
consolo ao povo de Deus. O consolo der iva-se, não
do derramamento do sangue dos inimigos, mas em
saber que Deus preserva a justiça no mundo, e que
um dia estabelecerá o seu reino de paz.
Tema
Grande julgamento divino sobre Nínive, a
violenta rainha do or iente. É a seqüência da mensagem do
profeta Jonas, por cujo ministér io os ninivitas foram
conduzidos ao arrependimento e salvos do castigo
eminente2.
1 Que ameaça acontecer breve; que está sobranceiro; que está em via
de efetivação imediata; impendente. 2 Notável, preclaro.
83
É evidente que mudaram de opinião a respeito
de seu primeiro arrependimento e de tal maneira se
entregaram à idolatr ia, crueldade e opressão, que 120 anos
mais tarde, Naum pronunciou contra eles o julgamento de
Deus em forma de uma destruição completa. “Foi o
objetivo de Naum, inspirar os seus patr ícios”.
Os judeus seguros de que por demais alarmante
que parecesse a sua posição, expostos aos ataques de
poderosos assír ios, que já haviam levado as Dez Tribos,
não somente fracassariam nos seus ataques contra
Jerusalém (Is 36 e 37), mas que Nínive, sua capital, ser ia
tomada e seu império derrotado. “Isto não acontecer ia
pelo exercício arbitrário do poder de Jeová, mas em
conseqüência das iniqüidades da cidade e do povo”.
Autor
Muito pouco a respeito de Naum é conhecido,
como nos demais livros proféticos, a pessoa do profeta
desaparece por trás da sua mensagem.
Naum tem sido erroneamente considerado
nacionalista limitado que, inspirado por sentimentos de
ódio e vingança, profer iu uma mensagem de condenação
contra Nínive e que, ao mesmo tempo, estendeu as
promessas de salvação incondicional ao seu próprio povo,
Judá. Mas essa visão ignora que este livro reflete a forma
literár ia usual das profecias contra as nações estrangeiras
e deve ser comparado com proclamações semelhantes (Is
13-23; Jr 46-51; Am 1-2; e Ob). Naum significa
“Consolação ou Conforto”; seu nome é seguido da
designação “elcosita”, numa provável referência ao lugar
do seu nascimento ou onde profetizou. As tentativas de
obter uma identificação
84
mais precisam de Elcos não t iveram êxito. Algumas
propostas sugerem localidades próximas à antiga Nínive
na Galiléia e em Judá. O nome “Cafarnaum” talvez seja
der ivado do hebraico correspondente a “aldeia de Naum”.
Com exceção de alguns cr ít icos, a opinião é
generalizada que Naum foi o único autor desse livro; sua
cidade natal era Elcos, esse nome aproxima -se de vár ios
outros nomes de cidade; ou seja:
■ Alkush localizada ao norte de Mosul e Nínive, a
leste do t igre;
■ El-Kauzeh uma pequena aldeia da parte norte da
Galiléia, identificada por Jerônimo;
■ Elkesei ou Elcese uma pequena cidade no sul da
Palestina (Kaush era deus edomita).
■ A Septuaginta fala de Naum como o “elcosita”.
■ A cidade de Cafarnaum, na parte norte da Galiléia,
significa “Cidade de Naum” do Árabe “ Kefr-
Nahum”.
O que melhor entendemos é que ele nasceu
perto de Cafarnaum, na parte da Galiléia , fugiu ou
emigrou para Elcos, na parte sul de Judá, depois da queda
do norte, profetizou para Judá numa época de muita
necessidade de consolação com referência aos inimigos
Assírios.
Como um verdadeiro profeta de Jeová, Naum
estava profundamente consciente de que o Senhor, o
incomparável e Todo Poderoso Deus exerce o domínio
sobre os reinos deste mundo. Como seu pr edecessor
Isaías, Naum também era um poeta talentoso. Utilizando
uma r iqueza de metáforas e linguagem ilustrativa, o
profeta retrata a destruição total de Nínive por um inimigo
anônimo e assim expressa o alívio universal e a alegr ia de
todos os que sofreram sob o regime opressivo de um cruel
tirano.
85
Data
Naum profetizou antes da queda de Nínive em
612 a.C. O capítulo 3 e versículos 8 a 10 de Naum refere -
se à queda de “Nô” ou “Nô-Amom” (i.e., a cidade egípcia
de Tebas) como evento passado, ocorr ido em 663 a.C. A
profecia de Naum, portanto, foi profer ida entre 663 e 612
a.C., provavelmente por volta desta últ ima data, durante a
reforma promovida pelo rei Josias (c. 630 -620 a.C.).
E mais provável que sua mensagem tenha sido
entregue pouco antes da destruição de Nínive, talvez
quando os inimigos da Assír ia estavam colocando suas
forças em ordem de batalha para o ataque final.
Cenário
Os assírios eram conhecidos no mundo antigo
pela extrema crueldade com que tratavam os povos
subjugados. Depois de atacarem uma cidade, passavam a
chacinar implacavelmente os habitantes, deportando o
restante da população a outras partes do império. Muitas
pessoas morr iam como resultado das marchas forçadas ao
exílio (Na 3.3). Os líderes das nações conquista das eram
torturados sem miser icórdia, e executados.
Um século antes, Jonas fora enviado a pregar a
Nínive, capital da Assíria. Por algum tempo, os assír ios
arrependeram-se de seus pecados, mas logo voltaram aos
seus maus caminhos. Deus usara tais ímpios como
instrumento de seu juízo a fim de castigar Samaria, capita l
de Israel, e deportar os israelitas ao exílio. Agora,
aproximava-se rapidamente o dia do juízo para a própria
Assíria.
86
Nínive era uma metrópole ímpia, imperialista e
desonesta, com um desejo arrogante e inescrupuloso pelo
poder e pela dominação, que se manifestava num
impiedoso desejo por guerras. Além de seus feitos
militares, Nínive foi condenada por suas práticas
comerciais impiedosas e por seu mater ialismo insaciáv el
(Na 3.16).
Conteúdo
O livro de Naum consiste numa sér ie de três
profecias dist intas contra a Assír ia, especialmente contra
Nínive, sua capital. As três profecias correspondem aos
três capítulos do livro:
Capítulo 1:
Contém uma descrição clara e marcante da
natureza de Deus - especialmente de Sua ira, justiça e
poder, que tornam inevitável a condenação dos ímpios em
geral, e a destruição de Nínive em particular.
Capítulo 2:
Prediz a condenação iminente de Nínive, e
descreve, em linguagem vivida1, como se daria o juízo
divino.
Capítulo 3:
Alista de modo breve, os pecados de Nínive,
declarando que Deus é justo no seu juízo, e termina com
um quadro do julgamento já executado.
História de Nínive
Nínive foi uma das cidades mais antigas,
fundadas por Ninrode (Gn 10.11), foi capital da Assír ia
depois de Assur, embora, a capital mudasse às vezes
‟ Que tem vivacidade. Ardente, intenso, vivo.
87
para outras localidades perto de Nínive; a Assíria teve
esse nome em homenagem ao seu principal deus, Assur,
divindade de guerra, separou -se da Babilônia antes de
1500 a.C., mas conheceu apenas esporádicos1 per íodos de
grandeza: sob o governo de Asur -Ubalite I (1363-1328),
Tucult i-Ninurta I (1243-1207), Tiglate- Pileser I (1112-
1074), Ada-Niradi II (909-889) Salmanezer III (858-824),
Adad-Nirari II (809-782).
O “segundo império Assír io” teve muita
relação com a Histór ia Bíblica:
■ Tiglate-Pileser III (745-727 a.C.) invadiu a Síria e
Israel do Norte;
■ Salmanezer V (704-681 a.C.) sit iou Samaria levou
cativo Oséias;
■ Sargon III (721-705 a.C.) destruiu Samaria,
subjugou Babilônia;
■ Senaqueribe (704-681 a.C.) conquistou a
Palestina e destruiu a Babilônia;
■ Esaradon (681-669 a.C.) conquistou o Egito em
671 a.C.;
■ Assurbanipal (669-626 a.C.) tomou a Babilônia do
seu irmão Samassumuquim em 648 a.C., levou
Manassés cativo para a Babilônia. Fundou a maior
biblioteca dos tempos antigos com cerca de 20.000
volumes.
O Império Assír io começou a se desintegrar em
626 a.C., Nínive foi destruída em 612 a.C. e seu exército
foi finalmente aniquilado em Carquemis (605 a.C), a
destruição de Nínive foi tão completa que a cidade tornou -
se quase uma lenda durante dois milênios, até ser
redescoberta em 1842 d.C. por Layard e Botta, nada
restou da cidade e de seu poderio.
1 Disperso, espalhado. Acidental, casual, raro.
88
A Assíria e a soberba de Nínive eram
conhecidas pelo seu poderio militar e crueldade. A
maior ia dos seus deuses eram considerados dominadores
sobre a guerra. Seus habitantes gostavam da caça e da
guerra. Grande parte da sua arte, cultura e ciência eram
copiadas da Babilônia, perante o qual eles se sentiam
infer iores.
Finalmente, os israelitas infiéis foram levados
para a Babilônia, e esta mandou para as terras de Israel
mestiços1 babilônicos.
O Cenário Político de Judá
Em 710 a.C., Judá sobreviveu à invasão Assír ia
por Sargo, em virtude do grande avivamento de Ezequias,
enquanto a Babilônia exercia o controle do or iente, diante
do ameaçador deslocamento da Assír ia para o lado
ocidental, Ezequias sentiu-se grandemente tentado a
reforçar suas defesas com o auxílio do Egito e da
Babilônia (2Rs 18.21) o Império Assír io estava no auge do
seu poder e ameaçava engolir Judá e todo o Oriente Médio
na sua investida para o Ocidente, era uma época de
grandes reformas no cenário polít ico mundial, e Judá
precisava da consolação divina referente a violenta
Nínive, a antiga cidadela2 da ferocidade.
O Objetivo do Livro
O principal objetivo do livro de Naum foi
consolar Judá com referência ao seu feroz inimigo a
Assíria.
1 Indivíduo cujos pais ou ascendentes são de etnias diferentes. 2 Lugar onde se pode estabelecer defesa.
89
No seu recado profético, Naum revelou o
detalhado plano divino para destituir e devastar Nínive
completamente. Essa mensagem , foi entregue ao povo de
Judá a fim de lembrá-lo da soberania do Senhor sobre
todas as nações, e que ele não tolera por muito tempo
àqueles que governam com roubo e violência
desrespeitando sua admoestação de justiça.
■ A indignação do Senhor (Na 1.1-14);
■ “O Senhor reserva indignação para os seus
inimigos” (Na 1.2);
■ “Quem pode suportar a sua indignação?” (Na 1.6).
Naum de modo semelhante a Miquéias,
principia o seu livro enfatizando a grande ira do Senhor ,
contra o pecado e a Sua vinda para fazer julgamento aos
perversos, mas observe algumas caracter íst icas do zelo de
Deus (Na 1.3):
■ Ele é tardio em irar-se;
■ Grande em poder;
■ Jamais inocenta o culpado;
■ Senhor tem saída em meio aos problemas;
■ Possui o poder. Ainda em Naum 1.6 Notamos o seguinte:
■ Não há quem possa suportar a suaindignação;
■ Em meio a sua vingança há umrefúgio para os
justos (Na 1.7);
■ A Deus pertence o direito, Ele Se revela justo ao
executar vingança (Na 1.9-11);
■ A vingança de Deus é total e completa (Na 1.12 -
14). Sendo assim, Naum anuncia aos judeus que
devem se alegrar (Na 1.15).
Nenhum outro livro da Bíblia é tão enfático na
mensagem de julgamento e miser icórdia não
90
aproveitada. Suas únicas “boas novas” são a profecia
sobre a destruição de Nínive (Na 1.15).
Tamanha foi à preocupação do profeta com os
pecados e julgamento daquela cidade, que os pecados de
Israel e Judá não foram nem mesmo lembrados.
Observem que o Senhor dedicou um livro
inteiro para descrever vivamente sua grande ira contra um
povo que vivia na violência, roubos e derramamento de
sangue, e que deixou de permanecer na miser icórdia
dispensada por Deus através do profeta Jonas.
No capítulo dois, Naum continua seu relato,
falando sobre a terr ível desolação de Nínive, cidade
rainha (Na 2.7). E deixa claro que desta vez não haverá
miser icórdia da parte de Deus (Na 2.5,8,10). Você pode
notar que estes versículos retratam o seguinte: não haverá
escape; por mais que sejam fortes, valentes ou experientes
na guerra, todas as saídas estavam bloqueadas pelo
inimigo.
Quem gostaria de ter escr ito este livro era o
profeta Jonas (Jn 4.2), pois ele não compreendia que o
Senhor t inha antes uma colheita a fazer naquela cidade. O
arrependimento dos ninivitas naquela época adiou o
julgamento do Senhor. Pois is to só ocorreu uma vez que o
povo voltou a antiga violência e perversidade. Há
comentários que eles usavam açoitar seus prisioneiros até
o ponto de arrancar sua pele, que eram depois usadas
como ornamentos nos seus castelos e templos. O castigo
intenso por parte do Senhor veio por desrespeito à sua
miser icórdia.
Nínive era símbolo clássico do mundo quanto
ao seu poder, violência e rebeldia contra Deus desde os
tempos de Ninrode (Gn 10.9-11), todavia, Deus ordenou a
destruição total, a ponto de ficar
91
encoberta de areia durante séculos. No capítulo 3.1 -17 o
profeta salienta as razões pelas quais Deus está se
vingando de Nínive:
■ Cidade sanguinár ia e cruel (Na 3.1-3), cheia de
prostituição e feit içaria (Na 3.4-5) e cidade que se
julgava melhor e mais forte que as outras grandes
cidades. Exemplo: Nô-Amom ou Tebas, no Egito,
que a própria Assíria conquistou (Na
3.7-10).
Quem por muito tempo julgava ser tão
poderosa, agora seria consumida pelo fogo (Na 3.15).
A marcante lição de Naum para as nações é que
a lei de Deus é algo muito sér io. Embora o pecado e a violência possam ficar sem punição por algum
tempo, dentro da longanimidade divina, todavia, não
serão esquecidos.
Neste caso, não está apenas em jogo o “tempo”
de Deus, mas também a justificação do seu caráter (Êx
34.6-7; Nm 14.18).
O fato de ser “tardio em irar -se”, e sempre se
mostrar miser icordioso, não o isenta de aplicar sua
justiça. O Deus vingador descr ito por Naum é um dos
quadros mais aterradores da Bíblia. Enquanto o livr o de
Jonas representa a ira e o julgamento divino das nações,
mesmo que não conheçam a lei de Moisés.
Na referência 1.15 de Naum, mesmo que
indiretamente entendemos ser uma referência a Cristo e
seu evangelho onde diz: “do que anuncia boas novas, do
que anuncia a Paz!”.
É uma referência a Isaías 52.7, mas aplicada
por Paulo em Romanos 10.15, quanto ao aspecto libertador
do evangelho.
Naum tinha por objetivo consolar Israel a
respeito da ameaça nacional por parte de Nínive.
92
Características Especiais
Três aspectos básicos caracter izam o livro de Naum:
É um dos três livros proféticos do Antigo
Testamento, cuja mensagem é dir igida quase que
exclusivamente a uma nação estrangeira (os outros
dois são Obadias e Jonas);
Seu conteúdo profético e linguagem poética acham-se
pontuados de metáforas descr it ivas, vividos quadros verbais e linguagem franca
como em nenhuma outra parte da Bíblia;
Há uma ausência notável de mensagens a Judá
concernente aos pecados e idolatr ia danação, talvez
porque o livro tenha sido escrito durante as reformas
do rei Josias (2Rs 22.8 -23.5). Pelo contrário, traz
palavras de esperança e consolo a Judá (Na 1.12,13
15).
O Livro de Naum ante o Novo Testamento
O Novo Testamento não faz nenhum uso direto
deste livro. A única exceção talvez seja Naum 1.15,
versículo este que o próprio Naum colheu de Isaías 52.7.
Paulo usou a linguagem figurada de “pés formosos” para
enfatizar que, assim como o mensageiro no Antigo
Testamento foi acolhido com júbilo pelo povo de Deus ao
trazer-lhe as boas novas de paz e de livramento das mãos
da Assír ia (Na 1.15) e Babilônia (Is 52.7).
Da mesma forma os pregadores do novo
concerto levam as boas novas de libertação do pecado e do
poder de Satanás (Rm 10.15). Naum também r eforça a
mensagem do Novo Testamento: Deus não permitirá que
os pecadores permaneçam impunes (Na 1.3).
93
Questionário
■ Assinale com “X” as alternativas corretas
6. O livro de Naum é o único entre os profetas que
a) Não profere julgamento contra as nações
circunvizinhas de Israel
b) Profere julgamento contra Israel; desolação e a
queda de Jerusalém
c) Não profere julgamento contra Israel; apenas
consolação
d) Profere julgamento contra Edom, Nínive e
Babilônia ao mesmo tempo
7. É o tema do livro de Naum
a) Grande julgamento divino sobre Israel
b) Grande julgamento divino sobre Nínive
c) Grande julgamento divino sobre Judá
d) Grande julgamento divino sobre Babilônia
8. O principal objetivo do livro de Naum foi consolar
Judá com referência
a) Ao seu feroz inimigo a Assír ia
b) Ao seu feroz inimigo a Babilônia
c) Ao seu não muito amigo Samaria
d) Ao seu feroz inimigo a Caldéia
Marque “C” para Certo e “E” para Errado
9. Os assír ios eram conhecidos no mundo antigo pela
bondade com que tratavam os povos circunvizinhos
10. Naum é um livro profético do Antigo Testamento,
cuja mensagem é dir igida quase que exclusivamente a
uma nação estrangeira
94
Lição 4
Habacuque, Sofonias e Ageu
Autor: Habacuque.
Data: Cerca de 606 a.C.
Habacuque Tema: Viver pela Fé. Palavras-Chave: Fé, AÍ. Versículo-chave: Hc 2.4.
Os justos viverão pela fé na santidade e no justo
julgamento divino. Diferentemente da maioria dos outros
profetas, Habacuque não profetiza para a desviada Judá.
Escreveu para ajudar o remanescente piedoso a
compreender os caminhos de Deus no tocante a sua nação
pecaminosa, e ao seu castigo iminente.
Habacuque, após haver considerado o intrigante
problema dos caldeus, uma nação deploravelmente ímpia,
serem usados por Deus para tragar o seu povo em juízo (Hc
1.6-13), garante aos fiéis que Deus lidará com toda a
iniqüidade no tempo determinado. Entrementes, “o justo,
pela sua fé, viverá” (Hc 2.4). “Exultarei no Deus da minha
salvação” (Hc 3.18).
O objetivo do livro de Habacuque era enfatizar a
“Santidade de Deus” ao julgar o violento Reino de Judá
pelos seus pecados, muito embora Deus tivesse usado uma
nação ainda mais iníqua para
95
executar tal julgamento. “A revelação da soberania do
Senhor sobre a histór ia transforma o lamento de
Habacuque em um hino de alegria (Hc 3.2 -19) depois de
viver uma profunda crise espiritual”.
“O justo viverá pela sua fé” (Hc 2.4),
percebemos o porquê de Habacuque ter sido denominado
“o livro que começou a reforma”, ao des envolver a
doutrina da justificação.
Paulo citou Habacuque 2.4 em Romanos 1.17 e
Gálatas 3.11, “O justo viverá pela sua fé”, e este foi o
tema de Lutero e os demais reformadores; esta frase é
também citada em Hebreus 10.38; em três citações no
Novo Testamento há uma progressão interessante quanto à
ênfase:
■ Romanos 1.17: “Porque no evangelho é revelado, de
fé em fé, a justiça de Deus, como está escrito: Mas
o justo viverá da fé”, a ênfase está em “O justo”.
■ Gálatas 3.11: “É evidente que pela lei ninguém é
justificado diante de Deus, por que: O justo viverá
da fé”, a ênfase está em “Viverá”.
■ Hebreus 10.38: “Mas o justo viverá da fé; e se ele
recuar, a minha alma não tem prazer nele”, a ênfase
está em “Fé”.
Autor
Habacuque quer dizer “abraçar”, ou “o que
abraça”. Segundo muitos estudiosos, o profeta rodeia Deus
com oração pelo país, e também com louvor por sua
grandeza ao resolver o grande problema do profeta quanto
à santidade.
Lutero comentou que Habacuque revela -se um
encorajador, ou alguém que consola uma pobre criança que
chora fazendo-a acalmar.
96
O nome Habacuque pode ser der ivado do nome
de uma planta. Quase nada se sabe sobre Habacuque, sobre
sua família; é mencionado somente duas vezes no seu livro
(Hc 1.1) e não é mencionado em nenhum outro lugar da
Bíblia.
Em virtude do seu salmo litúrgico, supõe-se que
tenha sido levita músico do santo Templo, todavia esse
raciocínio não se mostra muito lógico, pois o mesmo
deveria ocorrer com Davi, que escreveu muitos salmos
litúrgicos, e não era levita, por essa razão, supõe-se e não
afirmamos que o mesmo era levita. Portanto,
possivelmente Habacuque tenha sido um dos cantores do
Templo e sacerdote da tribo de Levi, sendo, provavelmente
natural de Jerusalém.
Data
O Livro de Habacuque foi escrito em 606 a.C.,
aproximadamente; vejamos algumas referências que nos
ajudam a entender o motivo.
No capítulo 1.6, ele faz referência aos caldeus,
que viviam numa inacreditável ferocidade. Isso sugere uma
data anter ior a 605 a.C. e posterior às suas conquistas
iniciais.
Ele não fez referência alguma a Nínive, o que
sugere uma data posterior à destruição da cidade de Nínive
em 612 a.C.
O profeta preocupa-se sobremaneira com a
violência de Judá, isto sugere uma época posterior à morte
de Josias em 609 a.C., no iníquo reinado de Jeoaquim.
Sendo assim, a data mais provável seria 606
a.C., durante o reinado de Jeoaquim, antes de Judá, ser
subjugado por Nabucodonosor.
97
Cenário
Aspecto Polít ico e Religioso.
A luta pelo poder entre a Assíria, Babilônia e
Egito favorecera a Babilônia. Nínive caiu em 612 a.C., o
exército do Egito seria derrotado em 605 a.C. em
Carquemis; portanto Nabucodonosor estava em ascensão.
O profeta Habacuque foi contemporâneo de
Jeremias, tendo profetizado para o Reino do Sul que se
precipitava num colapso nacional; a reforma de Josias
terminou com sua morte em 609 a.C. e as sementes de
corrupção plantadas por Manassés frutificaram com
rapidez no reinado de Jeoaquim.
Judá era incorrigivelmente corrupta e estava
para ser julgada, conforme ficou demonstrada pela
“passageira” reforma de Josias, Judá não t inha tirado
proveito da lição do julgamento divino sobre Samaria, Nô -
Amom ou Nínive, Jerusalém sofrer ia o mesmo destino nas
mãos de adversário igualmente perverso.
Caldeu é o nome que se dá para um habitante,
ou alguém natural da caldeia. Os caldeus dominaram
Babilônia no nono século a.C. Eles estavam firmemente
estabelecidos nas praias do Golfo Pérsico, tendo como
capital a cidade de Bit-Yakin. No reinado de Merodaque
Baladã conquistaram a Babilônia.
Senaqueribe, rei da Assír ia, por sua vez,
derrotou o conquistador. Em 625 a.C., o caldeu Napolassar
fundou o novo Império de Babilônia e os caldeus
constituíram a raça dominante e assumiram todas as
funções administrativas e eclesiásticas; o nome caldeu
ficou sendo sinônimo de sábio juntamente com os
sacerdotes de Del-Marduk, tidos como sacerdotes
possuidores da sabedoria (Dn 1.4; 2.2-4).
98
O Diálogo do Profeta com Deus
Habacuque, ao contrário dos demais livros
proféticos é mais uma oração do que uma profecia. O
profeta tem um diálogo ousado com Deus, fazendo-lhe
perguntas no que diz respeito aos conhecimentos da época;
perguntas que parecem desafiar o Senhor, tanto a santidade
quanto o amor do Senhor, a oração continua em todo o
livro; o profeta pergunta e espera de Deus a resposta.
A fé divina de Habacuque é vigorosa e
profunda, que ele pôde expressar honestamente suas
dúvidas e ficar satisfeito quando o Senhor responde com
novos apelos à fé.
O profeta inicia perguntando a Deus porque a
demora em realizar a justiça: “Até quando?” (Hc 1.2), com
todos os acontecimentos (Hc 1.1-4), o profeta espera de
Deus uma providência rápida, pois sabe que só o Senhor
daria resposta aos problemas.
O salmista também usou expressão similar1 (SI
10.1) “Por que te conservas ao longe, Senhor? Por que te
escondes em tempos de angústia?”.
Deus ouve o profeta e lhe responde (Hc 1.5 -
11) , o Senhor traz referência ao poderio caldeu (v.6) que
atacaria Jerusalém, causando grande horror e ruína a
muitos; nos versículos 7,8 e 9 fala do poder ou força com
que atacariam Jerusalém; no versículo 10 “Escarnecem dos
reis, e dos príncipes fazem zombaria; eles se riem de todas
as fortalezas; porque, amontoando terras as tomam”, no
versículo 11 o que chama a atenção é que eles cultuaram o
seu próprio poder, isto é, “o poder é o seu deus”, o ataque
ser ia tão terrível
1 Que tem a mesma natureza, a mesma função, o mesmo efeito, ou a
mesma aparência:
99
que o Senhor disse ao profeta: “Porque realizo em vossos
dias obra tal, que vós não crereis quando vos for contada”
(Hc 1.5).
Em cumprimento da Palavra do Senhor dita ao
profeta, o grande Império Babilônico (após algumas
investidas contra Judá) no ano 586 a.C., entrou em
Jerusalém, destruiu-a e levaram prisioneiros seus
habitantes.
A Reação do Profeta com a Resposta de Deus
Após ouvir o que o Senhor faria com Judá (Hc
1.5-11), o profeta dá uma pausa nos seus protestos e não
compreende o porquê Deus usaria uma nação pagã, p ara
punir o seu povo com tamanha crueldade (Hc 1.12 -13).
O profeta compara Babilônia a um pescador que
usando suas redes e anzóis apanha muitos peixes (Hc 1.14 -
16). Habacuque sabia que o povo teria que sofrer a punição
e serem disciplinados, porém não quer ia que eles
sofressem tanto sob o jugo desse novo poderio do oriente;
razão pela qual intercedia, e de Deus queria saber
(respostas) sobre o castigo vindouro de Judá (Hc 1.17).
No capítulo 2 o diálogo continua, pois
Habacuque já tinha obtido uma resposta, e agora aguardava
a segunda resposta, o profeta ao questionar os meios de
agir de Deus o fazia com ousadia e coragem. Entretanto,
Deus estava sempre pronto a ouvir; todavia a disposição do
profeta ante a expectativa da resposta divina, que só veio a
partir do versículo 2 “escreve a visão, e grava -a sobre
tábuas (de grande porte, com letras grandes), para que a
possa ler até quem passa correndo”. A visão não trata do
julgamento de Judá, mas do julgamento dos caldeus, e
100
de outros futuros inimigos do Senhor além da preservação
do povo de Deus.
A resposta da segunda pergunta do profeta veio
assim: “tenha paciência, pois realizo os meus objetivos e
nada me impedirá de cumpri-los” (Hc 2.3).
Encontramos no capítulo 2.6-20 cinco “ais”
sobre os babilônicos; a lista de “ais” é composta pelas
nações “todos estes” (v.6), que t inham sido subjugadas
pelos caldeus; elas levantam suas vozes em protesto contra
a infância do seu opressor:
Ai do avarento (Hc 2.6-8);
Ai do cobiçador (Hc 2.9-11);
Ai do que pratica a crueldade (Hc 2.12-14);
Ai do corrupto (Hc 2.15-17);
Ai do idólatra (Hc 2.18-20).
Em meio aos “ais” encontramos duas frases de
encorajamento e esperança, a saber:
A terra se encherá do conhecimento da glór ia de
Deus (Hc 2.14);
Senhor está no seu santo Templo (Hc 2.20).
Estas frases indicam que, toda a impiedade
que infesta a terra, um dia acabará e a glória do Senhor
encherá a terra. Que o Senhor reinará onipotente no Seu
santuário, Ele domina hoje e sempre dominará. Só o Senhor
é digno de toda a reverência (Hc 2.18-20):
■ (v.18) - “Que aproveita a imagem esculpida, tendo -a
esculpido o seu artífice? A imagem de fundição que
ensina a mentira? Pois o artífice confia na sua
própria obra, quando forma ídolos mudos”;
■ (v.19) - “Ai daquele que diz ao pau: Acorda e à
pedra muda: Desperta! Pode isso ensinar? Eis que
está coberto de ouro e de prata, e dentro dele não há
espír ito algum”;
101
■ (v.20) - “Mas o Senhor está no seu santo
Templo; cale-se diante dele toda a terra; cale-se
diante dele toda a terra”.
Habacuque realmente podia dizer: “O justo
viverá pela fé”, mesmo sabendo que Judá seria julgado e
subvertido, ele encerra o seu livro com exclamações de
vitória e alegr ia, numa demonstração que t inha aprendido a
ter fé em Deus em todas as situações, ele afirmou em
Habacuque 1.12, “Não morreremos”, pois sabia que muito
embora castigado, o povo escolhido não seria destruído
por completo.
“Tenho ouvido oh! Senhor, as tuas declarações,
e me sinto alarmado, aviva a tua obra oh! Senhor, no
decorrer dos anos, fazei-a conhecida, na tua ira lembra-te
da miser icórdia” (Hc 3.2). Ele se achava alarmado ou
assombrado com a maneira que o Senhor agiria, todavia,
compreende a situação, porém, lembra - se que o Senhor é
misericordioso e revela que seu desejo principal (em meio
às frustrações) é que Deus intensifica a sua obra, e anela
que Ele continue a operar entre o Seu povo. Que ao
decorrer dos anos, Deus restaure Israel ao seu devido
lugar, que não seja severo demais ao castigá -lo, e que o
faça conhecido e novamente digno entre as nações,
glorificando assim o Seu bendito nome.
“Deus vem de Temã e do monte de Parã vem o
Santo” (Hc 3.3-16), diz respeito à direção donde viria a
manifestação do Senhor. Sua justiça e glória representam
meramente “o ponto de partida” da vinda do Senhor contra
os caldeus. Temã era um distrito ao sul de Edom. Parã é
uma área montanhosa, região do Sinai.
O profeta salienta dois aspectos da justiça
divina em sua oração (Hc 3):
1o) E o seu direito de julgar
102
2o) É o seu propósito de julgar;
O profeta descreve ainda o grande poder de Deus:
A terra treme (v.6);
O sol e a lua pararam (v. 11);
Transpassas a cabeça dos guerreiros (v. 14).
Ao ouvir o som da marcha do exército do
Altíssimo, Habacuque fica comovido no seu íntimo,
reconhecendo que somente o Senhor tem absoluta
autoridade para julgar os povos (Hc 3.15 -16). Seus
propósitos em julgar são: S Para salvar o seu povo; S Para destruir seus adversários (Hc 3.13).
O profeta a estas alturas dos acontecimentos
podia entender o porquê aguardar em silêncio até o “tempo
determinado” (Hc 2.3).
O dia da angústia para alguns é interpretado
como sendo aquele dia em que Judá ser ia invadido e
devastado pelos babilônicos; para outros é o dia do
julgamento do Senhor sobre os babilônicos; porém, esse
dia de calamidade é aquele que sobrevirá aos inimig'os dos
judeus; contudo o profeta será recompensado por sua
espera, vendo o Senhor tratando com justiça os inimigos
que tanto oprimiam o seu povo.
A mensagem de Habacuque é maravilhosa, é
uma exclamação de fé e ânimo mediante as presentes
circunstâncias escuras de Judá; ou seja:
■ “Ainda que a figueira não floresça, nem haja frutos
nas vides; ainda que falhe o produto da oliveira, e
os campos não produzam mantimento; ainda que o
rebanho seja exterminado da malhada e nos curais
não haja gado” (Hc 3.17);
103
■ “Todavia eu me alegrarei no Senhor, exultarei no
Deus da minha salvação” (Hc 3.18);
■ “O Senhor Deus é minha força. Ele fará os meus
pés como o da corça, e me fará andar sobre os meus
lugares altos” (Hc 3.19).
Pregou e vivenciou a fé no Deus Todo
Poderoso, pois pelos olhos da fé, viu além da carência de
alimentos do seu dia; avistou um futuro quando o Santo
de Israel faria rejuvenescer a lavoura, os animais, a terra
e o povo; louvava a Deus por tudo isto que enxergava pela
fé.
Características Especiais
Cinco aspectos básicos caracterizam a profecia
de Habacuque:
1) Ao invés de profetizar a respeito da apóstata Judá,
registra, em seu “diário” pessoal, suas conversações
particulares com Deus, e a
subseqüente revelação profética.
2) Contém pelo menos três formas literárias dist intas
entre si: “diálogo” entre o, profeta e Deus (Hc 1.2 -
2.5) ; “ais proféticos” clássicos (Hc 2.6 -20); e um
“cântico profético” (Hc 3) - todas com dicção
vigorosa e com metáforas pitorescas.
3) O profeta manifesta três caracter ísticas em meio aos
tempos adversos: faz perguntas honestas ao Senhor
(Hc 1); revela fé inabalável na soberania divina (Hc
2.4; 3.18,19); e manifesta zelo pelo avivamento (Hc
3.2).
4) A visão que o profeta tem de Deus no capítulo três é
uma das mais sublimes da Bíblia, e relembra a
104
teofania1 no monte Sinai. Outros trechos inesquecíveis
em Habacuque são: 1.5; 2.3,4,20; 3.2,17-19.
5) Nenhum profeta do Antigo Testamento fala com mais
eloqüência a respeito da questão da fé que Habacuque
- não somente na sua declaração, “o justo, pela sua fé,
viverá” (Hc 2.4), como em seu testemunho pessoal (Hc
3.17-19).
Questionário
■ Assinale com “X” as a lternativas corretas
1. Enfatizar a “Santidade de Deus” era
a) Oobjetivo do livro de Naum
b) Oobjetivo do livro de Ageu
c) Oobjetivo do livro de Sofonias
d) Oobjetivo do livro de Habacuque
2. E o versículo-chave do livro de Habacuque
a) “O grande dia do Senhor está perto, está perto”
b) “... O justo, pela sua fé, viverá”
c) “Levantai-me, e lançai-me ao mar, e o mar se
aquietará”
d) “Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha
de Jerusalém”
3. E comparada pelo profeta Habacuque, a um p escador
que usando suas redes e anzóis apanha muitos peixes
a) Babilônia
b) Jerusalém
c) Samaria
d) Nínive
1 Manifestação de Deus, desde a voz até a imagem, perceptível pelos
sentidos humanos.
105
■ Marque “C” para Certo e “E” para Errado
4. Diferentemente da minoria dos outros profetas,
Habacuque profetiza para a desviada Judá
5. Habacuque, ao contrário dos demais livros proféticos
é mais uma oração do que uma profecia
Sofonias
Autor: Sofonias.
Data: Cerca de 630 a.C.
Tema: O Dia do Senhor.
Palavras-Chave: O Dia
Senhor está no meio de t i.
Versículo-chave: Sf 1.14 e 3.12.
do Senhor, o
O livro de Sofonias com apenas 53 versículos
mostra como a situação religiosa do reino de Judá se
deter iorou drasticamente após a morte de Ezequias. Os
judeus cada vez mais se inclinavam para a adoção de
costumes assírios, que então exerciam grande influência
cultural sobre a Palestina. As práticas religiosas
degeneradas, anter iores à grande reforma religiosa de
Josias, transparecem, com certos detalhes, no trecho de
2Reis 23.4-20.
Esta profecia tinha por objetivo divulgar um
chamado da undécima hora à nação, condenando sua
idolatria e advertindo o povo sobre o “Grande Dia da Ira
Divina”, que estava para vir. Além desse aviso, Sofonia s
enfatizou novamente os resultados finais do julgamento de
Israel, que seria um povo purificado e humilde , restaurado
pelo Senhor, que passaria a habitar no meio deles. Ele
inicia de maneira brusca a sua profecia (Sf 1.1 -6), dizendo
que Deus vai consumir todas as coisas sobre a face da terra
(Sf 1.2,3).
O profeta inicia profetizando o fim de tudo, e
depois recua aos poucos deixando claro o julgamento de
Deus sobre algumas nações e sobre o seu próprio povo. “O
dia da ira do Senhor” (Sf 1.1 -18), é um trecho dos mais
pavorosos dentre todos os Profetas Menores. Neles
encontramos uma narração espantosa sobre o “terrível dia
do Senhor”, as frases sinônimas que Sofonias usa para
descrevê-lo são (Sf 1.15-16):
107
Dia de indignação;
Dia de angústia;
Dia de alvoroço e desolação;
Dia de escuridão e negrume;
Dia de nuvens e densas trevas;
Dia de trombeta e de rebate contra as cidades fortes e
contra as torres altas.
A primeira parte tem a ver com Judá (Sf 1.7 -
13) e a segunda inclui toda a terra (Sf 1.14-18). O verso
18 diz que de nada valerá o ouro e a prata, pois Deus não
se deixa subornar.
Tema
A repetição frequente da frase “Dia do Senhor”
sugere imediatamente que Sofonias t inha uma mensagem
de julgamento. Mas, como acontecia com quase todos os
demais profetas, tem também uma mensagem de
restauração. “Já se disse que a profecia de Sofonias é
peculiarmente estér il, sem vida, sem flor, sem fruto, sem
nenhuma das belezas naturais; nada senão um mundo
queimado por um forte vento abrasador”. Se for assim,
qual é o motivo? Vejam as condições descritas.
Os homens vivendo no luxo, negando a
intervenção divina; a cidade materializada, egoísta,
luxuosa; os regentes, príncipes, juízes, profetas c
sacerdotes, todos corrompidos. A situação toda pode ser
expressa numa palavra “caos”. Qual é, então, a histór ia do
Dia do Senhor? Caos consumado, desordem, condições
más, destruição, até que a cidade apareça ante os olhos do
profeta assombrado, como uma paisagem sombria sem
nenhuma vegetação, varrida por um vento abrasador.
108
Autor
Sofonias, cujo nome significa “o Senhor
esconde”, era tataraneto do rei Ezequias. Ele profetizou
durante o reinado de Josias (639-609 a.C.), o últ imo
governante piedoso de Judá (Sf 1.1). Sua referência a
Jerusalém como “este lugar” (Sf 1.4), bem como a
descrição minuciosa de sua topografia1 e de seus pecados,
indica que residia na cidade. Como parente do rei Josias,
tinha imediato acesso ao palácio real.
Conforme era de se esperar, suas profecias
focalizavam a Palavra do Senhor endereçadas a Judá e às
nações.
Sofonias é um autêntico profeta do Senhor,
enfrentou uma nação corrupta e ímpia, Judá. Embora
identificado com o povo escolhido, t al nação não poderia
subsist ir, pois o Senhor é um Deus justo. Bem para o
nordeste ficava a poderosa Assíria que haver ia de ser
usada pelo Senhor como seu instrumento para produzir a
destruição de Judá. Essa destruição ser ia um dia em que a
justiça do Senhor seria vindicada. Seria realmente um Dia
do Senhor.
Um comentarista moderno disse que é
perfeitamente evidente que o capítulo 3 não foi escrito por
Sofonias, porque o contraste é muito grande entre o quadro
do juízo terrível, devastador, irrevogável e o da
restauração. Ninguém pode imaginar, declara ele, que o
mesmo homem tivesse escr ito ambos. Tudo isto é o
resultado da cegueira do expositor. O último quadro é o de
Jeová entronizado, o quadro de uma nova ordem: cânticos
em vez de tristeza, serviço em vez de egoísmo,
solidariedade em vez de dispersão.
1 Descrição minuciosa de uma localidade.
109
Data
O pecado dos quais Sofonias acusava Jerusalém
e Judá (Sf 1.4-13; 3.1-7), indicam que ele profetizou antes
do reavivamento e reformas promovidas por Josias.
Período este marcado pela iniqüidade dos reis que
antecederam a Josias (Manassés e Amom).
Foi somente no décimo segundo ano do reinado
de Josias (627 a.C.), que o rei empreendeu a purificação
do povo com o banimento da idolatria e a restauração do
verdadeiro culto ao Senhor. Oito anos mais tarde,
ordenar ia o conserto e a purificação do Templo. Nesta
ocasião, Hilquias, encontrou o livro da lei na casa do
Senhor (2Rs 22.1-10).
A descrição que Sofonias faz das lamentáveis
condições espir ituais e morais de Judá devem ter sido
escritas por volta de 630 a.C. E provável que a pregação
de Sofonias tenha t ido influência direta sobre o rei,
inspirando-o em suas reformas. O ano de 630 a.C. é
também indicado devido à ausência de referências, no
livro de Sofonias, à Babilônia, sendo esta uma potência
reconhecida no cenár io internacional. Babilônia só
começou a galgar uma posição de destaque com a
ascendência de Nabopolassar em 625 a.C. Mesmo assim,
Sofonias profetizou a destruição da grande Assíria, evento
este ocorrido em 612 a.C., com a queda de Nínive.
Jeremias era um contemporâneo mais jovem de Sofonias.
Cenário
Sofonias desempenhou seu ministér io no início
do ministér io de Jeremias; o cenário mundial passava por
profundas transformações, tanto na parte
110
internacional quanto nacional. A Assíria estava em
declínio, a Babilônia ascendia ao poder sob
Nabopolassar e o Egito penetrava na Palestina, mas não
de modo eficiente; durante o longo reinado de
Manassés, Judá tinha se enfraquecido, e praticamente
era dependente da Assír ia, desta forma enfraquecida
tanto política quanto moralmente, foi que o Rei Josias
começou a reinar, com apenas 8 anos de idade, em 640
a.C. Josias começou a reinar após 55 anos de
derramamento de sangue e corrupção sob Manassés e
Amom (2Cr 34), o seu reinado pode ser assim dividido:
640-632 a.C. Princípio do reinado até buscar o Senhor
aos dezesseis anos.
632-629 a.C. Período de reinado depois de buscar ao
Senhor antes da reforma.
628-621 a.C. Primeira purificação da idolatria em
Jerusalém e todo Israel.
623-609 a.C. Posterior purificação depois de ser
encontrado no Templo o livro da Lei e
reunido o povo para renovação da
Aliança.
Cidades e Países
■ Filíst ia será destruída totalmente, não haverá nela
morador nenhum (Sf 2.4-5);
■ Moabe e Amom serão como Sodoma e Gomorra (Sf 2.8 -
9); ■ Etiópia será morta pela espada do senhor (Sf 2.12); ■ Assíria (Nínive) será como um deserto (Sf 2.13 -14).
Ai da rebelde e contaminada, da cidade
opressora. Não escuta a voz, não aceita a correção, não
confia no Senhor, nem se aproxima do seu Deus. Os
111
seus oficiais são leões rugidores no meio dela; os seus
juízes são lobos da tarde, que nada deixam para o dia
seguinte. Os seus profetas são levianos, homens
aleivosos1; os seus sacerdotes profanam o santuário, e
fazem violência à lei.
O Senhor é justo no meio dela; ele não comete
iniqüidade; cada manhã traz o seu juízo à luz; nunca falta;
o injusto, porém, não conhece a vergonha. Exterminei as
nações, as suas torres estão assoladas; fiz desertas as suas
praças a ponto de não ficar quem passe por elas; as suas
cidades foram destruídas, até não ficar ninguém, até não
haver ninguém, até não haver quem as habite.
Eu dizia: “Certamente me temerás e aceitarás a
correção; e assim a sua morada não ser ia destruída
conforme tudo o que eu havia determinado a respeito dela.
Mas eles se levantaram de madrugada, e corromperam
todas as suas obras”. Aqui nós vemos as ameaças contra
Jerusalém, pois Israel não ficará isento do juízo do Senhor.
Dia do Senhor e Israel
Diante disso o profeta lembra Judá que serve a
um Deus justo (Sf 3.5). Assim o Senhor espera que seu
povo siga o seu exemplo e não andem segundo os
caminhos de outros povos que viviam ímpiamente. Pois
esses povos serão exterminados pela ira de Deus, e se
Israel trilhasse o mesmo caminho, teria por conseqüência o
mesmo fim (Sf 3.6-7). Mas mesmo diante de toda a
orientação de Deus, você percebe a reação negativa no
versículo 7.
O profeta mostra o lado alegre do Dia do
Senhor (Sf 3.8-20), “a salvação da filha de Jerusalém”;
1 Que procede com aleive; desleal, traidor, pérfido. Caluniador.
112
1
a salvação do remanescente de Israel, em meio à destruição
das nações, o profeta salienta em suas profecias a época da
vinda do Messias “O Rei de Israel” (Sf 3.15). Ele virá
como guerreiro vitor ioso para livrá -lo de todos os seus
últ imos inimigos, restaurar Jerusalém e habitar entre o seu
povo; portanto a vinda do Messias será alvo de grande
alegria e contentamento.
O Dia do Senhor em Sofonias 3, fala também de
purificação e seus resultados (vv 8-9). Os dispersos de
Israel que voltarão à Jerusalém e à sua terra. Deus
guardará do fogo de seu zelo e continuarão confiantes no
seu Salvador e viverá em paz o povo de lábios puros (v.9).
Por isso o profeta convida o povo a entoar um hino de
louvor ao Senhor (Sf 3.14) “Canta o filho de Sião (Israel)”.
“O Rei de Israel, o Senhor está no meio de t i”; esta é a
razão da alegr ia, pois afastou as sentenças, e lançou fora
os inimigos, e no final do versículo 15 diz: “Tu já não
verás mal algum”.
Sofonias fala da volta de Israel à sua terra (Sf
3.19-20), o seu ponto de vista histór ico salienta o retorno
dos judeus da dispersão, o dia glor ioso do seu retorno a
Jerusalém, neste dia os inimigos do povo de Deus „ se
defrontarão com Ele (Deus) e serão eliminados; assim o
Sumo Pastor, abrigará suas ovelhas que andavam dispersas,
o seu opróbrio (ignomínia ou desonra) será transformado
em glória e estarão unidos obedecendo ao seu Rei, “Um
louvor e um nome” (v. 19- 20).
113
Ageu
Autor: Ageu.
Data: 520
a.C. Tema: Reedificação do Templo.
Palavras-Chave: A Casa do Senhor,
Considerai, Glória.
Versículo-chave: Ag 1.14.
Depois de estabelecer-se na terra o povo er igiu
um altar de holocaustos no local do Templo. Dois anos
mais tarde, em meio a grandes regozijos, foram lançados
os alicerces do Templo. Seu regozijo logo se tornou em
tristeza, porque, por meio dos esforços hostis, os
samaritanos foram ordenados, por um decreto imperial,
que fosse interrompida a obra.
Durante 16 anos o Templo permaneceu
inacabado, até o reinado de Dario, quando esse rei
publicou uma ordem permitindo a conclusão da obra. Mas,
nesse tempo o povo t inha se tornado indiferente e egoísta,
e, em vez de construir o Templo, estava ocupado
adornando as suas próprias casas. Como resultado desta
negligência, foi castigado com seca e esterilidade.
Ageu declara que a indiferença egoísta do povo
no tocante às necessidades do Templo era a ca usa dos seus
infortúnios.
Autor
Ageu significa “Festivo”, há quem diga que
esse nome está intimamente ligado ao maior objetivo de
sua profecia, que era completar o Templo para reiniciar as
festividades religiosas.
Ageu é um dos profetas pós-exílico,
contemporâneo de Zacarias. Foi primeira voz profética
114
a se ouvir depois do cativeiro babilônico. Ageu t inha
qualidades de um bom pastor. Um encorajador cuja palavra
estava em sintonia com o coração do povo e a mente de
Deus, levando ao grupo desanimado à segurança da
presença de Deus.
O livro é dirigido a todo o povo com a
finalidade de despertá-los a reconstruir o Templo.
A tradição judaica sustenta que ele nasceu na
Babilônia e estudou sob a orientação de Ezequiel, e veio
para Jerusalém após o retorno do pr imeiro grupo de
exilados, pois o seu nome não consta da lista dos que
retornaram (Ed 2.2).
Ageu teve como contemporâneo Zacarias.
Juntos foram os principais incentivadores dos trabalhos de
restauração do Templo.
Data
O livro de Ageu foi escrito em 520 a.C. É um
dos livros bíblicos com data mais exata, datado do segundo
ano do Rei Dario Histaspes, rei da Pérsia (521-486 a.C.).
Ageu é o primeiro livro profético a apresentar
uma data nos reis gentios (com exceção de Daniel); isto
nos lembra o fato de que os “tempos gentios” estavam na
sua segunda fase, foi o pr imeiro profeta do Pós -Cativeiro,
seguido depois por Zacarias.
Ageu colaborou ainda com o sentido espir itual
da reedificação da casa de Deus com muito cuidado e
fervor.
Ageu inicia seu ministério profético numa hora
que o povo se encontrava muito desanimado, pois haviam
começado a reconstrução do Templo e não deram
continuidade às obras (esquecendo-se do Soberano Deus).
115
Em 536 a.C. iniciam a reconstrução; em 529
a. C. pararam a construção; em 520 a.C. a reconstrução
recomeça e o Templo é concluído em 516 a.C., no dia 03
de março (Adar), possibilitando a observância da Páscoa
em 14 de abril (Ed 6.19).
Cenário
Após setenta anos de cativeiro na Babilônia, os
judeus retornaram sob nova política persa que encorajava a
volta dos cativos e lhes proporcionava uma nova situação
de vida.
Os samaritanos opunham-se à reconstrução do
Templo, esta oposição custou a suspensão da reconstrução
do Templo por dezesseis anos.
Em 537 a.C. iniciou uma grande era para os
judeus com a volta do cativeiro e o reinicio das ofertas da
aliança em Jerusalém; todavia a pausa na reconstrução
esfriou o entusiasmo de todos, e eles se voltaram para
interesses seculares, essas atividades não lhes deram lucro
(talvez Deus estivesse castigando-os para darem valor à
obra de reconstrução do Templo).
Nesse período de dezesseis anos o Senhor
mandou seca e má colheita, e enviou Ageu e Zacarias, para
mostrar-lhes a causa de todos os problemas que eles
estavam enfrentando; assim Ageu mostrou ao povo a
necessidade de estabelecer prioridades, e deixou claro que
a prior idade no momento era a retomada da reconstrução
do Templo.
Ageu revela ao povo, que seu livro tinha por
objetivo fazer com que os líderes e o povo continuassem a
reconstruir o Templo destruído, mostrando-lhes que os
fracassos nos outros setores da vida eram resultados da
negligência na obra do Senhor.
116
A Construção do Segundo Templo
O profeta Ageu foi o responsável por conseguir
que a reconstrução do templo fosse reiniciada e concluída,
pois entendia que realizada esta obra com prioridade, ou
seja, em primeiro lugar, as bênçãos viriam sobre todos os
empreendimentos do povo.
Sob a liderança de Zorobabel (Governador) e
Josué (Sumo Sacerdote), despertados no seu espírito, e
com o povo, que também receberam despertamento,
reiniciaram a obra tão urgente; o poder da Palavra do
Senhor dita por Ageu, vinte e três dias após as primeiras
advertências, fez com que o povo voltasse ao trabalho que
tinha sido abandonado há dezesseis anos, o povo
necessitava de uma palavra de incentivo (Ag 2.1-5); Ageu
continuou a profetizar e motivar o povo a concluir a obra.
Provavelmente alguém começou a dizer que não
valer ia a pena tanto trabalho, pois este segundo Templo
era inferior ao pr imeiro em tamanho e beleza, além do que,
segundo o Talmude, a Arca, o Propiçiatório e o Fogo
Sagrado ou “Shekinah” que representava a Glória de Deus,
não se via nessa segunda Casa do Senhor, razão pela qual
Ageu diz a Zorobabel, a Josué e ao povo: “Sê forte...
trabalhai, Eu sou convosco, diz o Senhor dos Exércitos”
(Ag 2.4). Foram palavras de ânimo e coragem ditas na hora
certa.
Ageu fala da glória do segundo Templo
justamente para lembrar ao povo que não obstante o
tamanho ou a beleza do Templo, ele estava ali presente
como prometera ao seu povo (Ag 2.5).
No texto de Ageu 2.7, na versão Almeida
Revista e Corrigida o texto é descr ito da segu inte maneira:
“e farei tremer todas as nações, e virá o
117
Desejado de todas as nações...” na versão Almeida Revista
e Atualizada diz assim: “farei tremer todas as nações e as
cousas preciosas de todas as nações virão...”. Este
versículo é um pouco polêmico, pois alguns o interpretam
que o desejado de todas as nações é “Jesus”, partindo da
idéia dada pelo texto da Almeida Revista e Corrigida.
Enquanto que outros dizem que o Senhor movimentará
todos os povos os quais o reconhecendo como único Deus,
sentir-se-ão levados a lhe prestarem homenagens com suas
preciosidades (ouro e prata, como mostra o versículo
seguinte). O que parece mais coerente.
O profeta fala ainda sobre a agitação que
assinalará a volta do Messias; no versículo 8 Deus exclama
através do profeta: “Minha é a prata, meu é o ouro”;
provavelmente havia entre o povo alguém preocupado com
sua pobreza e a impossibilidade de adornar o Templo como
nos tempos antigos. Ageu leva o povo a entender que a
real beleza do Templo será a presença do Senhor; e diz que
“a glória da segunda casa será maior que a da primeira”
(Ag 2.9); além disso, ele garantiu: “Neste lugar darei paz”;
é o que com ansiedade aguardamos.
Na referência 2.10-19 o profeta Ageu entrega
sua terceira mensagem: Falando sobre a santidade, avisa
ao povo de que Deus não tolera imundice e que todo
aquele se chegar a Ele deve estar puro; só assim o Senhor
poderá abençoá-lo.
As Perguntas do Profeta
As duas perguntas foram dirigidas aos
sacerdotes, pois conheciam a lei e estavam aptos a
responder: “Se alguém leva carne santa na orla de sua
veste, e ela vier a tocar no pão, ou no cozinhado, ou no
118
vinho, ou no azeite, ou em qualquer outro mantimento,
ficará isto santificado?” Responderam os sacerdotes: Não
(Ag 2.12).
“Se alguém que se tenha tornado impuro pelo
contato com um corpo morto tocar nalguma destas cousas,
ficará ela imunda?” Responderam os sacerdotes: Ficará
imunda.
O profeta Ageu sugere ao povo que façam um
retrospecto dos acontecimentos, pois já fazia dezesseis
anos que eles tinham retornado do cativeiro: como tinham
vivido todos esses anos? (Ag 2.15-17); essas considerações
dever iam ser feitas antes de por as mãos às obras (Ag
2.15), ou seja: havia pouca comida, havia peste no campo,
o povo vivia na pobreza, o povo plantou, mas esqueceu -se
de agradecer a Deus o produto da terra, recomeçou a nova
vida em Judá, sem primeiro fazer a vontade de Deus. Com
tudo isso havia uma grande crise econômica.
Graças ao esforço e persistência do pr ofeta
Ageu, o povo reconheceu a sua situação e necessidade e se
manifestou ao Senhor; após isso vieram as bênçãos (Ag
2.18-19). Seriam abençoados. As colheitas seriam
abundantes. A figueira, a romeira e a oliveira dariam os
seus frutos.
Após três meses, os alicerces do Templo
estavam completos e toda Judá se achegava a Deus.
O profeta encerra seu livro falando do futuro
das poderosas nações gentílicas, o Messias as esmagará
antes do início do Reino Milenar e do Dia do Senhor,
salienta a soberania do escolhido de Deus: o Messias.
119
Questionário
■ Assinale com “X” as alternativas corretas
6. A repetição freqüente da frase “Dia do Senhor” sugere
imediatamente que Sofonias tinha
a) Uma mensagem de fortalecimento
b) Uma mensagem de consolo
c) Uma mensagem de avivamento
d) Uma mensagem de julgamento
7. Quanto a Ageu, é incerto afirmar que
a) É um dos profetas pós-exílico, contemporâneo de
Oséias
b) Foi a primeira voz profética a se ouvir depois do
cativeiro babilônico
c) Tinha qualidades de um bom pastor
d) Sua profecia tinha como objetivo: completar o
Templo para reiniciar as festividades religiosas
8. Foi o responsável por conseguir que a reconstrução do
templo fosse reiniciada e concluída
a) O profeta Sofonias
b) O profeta Amós
c) O profeta Ageu
d) O profeta Malaquias
■ Marque “C” para Certo e “E” para Errado
9.1 O livro de Sofonias com apenas 53 versículos
mostra como a situação religiosa do reino de Judá se
deter iorou drasticamente após a morte de Ezequias
10.0 Os samaritanos também ajudaram a reconstruir o
Templo, com isso, fez com que adiantasse a obra
120
Lição 5 Zacarias e Malaquias
Autor: Zacarias.
Data: 520-470 a.C.
Zacarias Tema: A conclusão do Templo e as
promessas Messiânicas.
Palavras-Chave: Jerusalém, o Dia do
Senhor, Aquele Dia.
Versículo-chave: Zc 9.9-10.
A missão de Zacarias era animar, por meio da
promessa do êxito atual e da glória futura, o resto do povo
judeu, que estava desanimado pelas aflições e que hesitava
em reconstruir o Templo. O povo t inha motivos para estar
desanimado.
Propósito
Os dois propósitos que Zacarias tinha em mente
ao escrever seu livro correspondem às duas divisões
principais da obra:
■ Os capítulos 1-8 foram escritos a fim de encorajar o
remanescente judeu, em Judá, a persist ir na construção
do Templo.
■ Os capítulos 9-14 foram escritos para fortalecer
os judeus que, tendo concluído oTemplo, ficaram
desanimados por não ter aparecido
121
imediatamente o Messias. Nesta passagem, é
revelado também em que importará a vinda do
Messias.
Autor
Zacarias, cujo nome significa “Senhor se
Lembra”, foi um dos profetas pós -exílicos. Nasceu no
exílio; era um sacerdote que voltara junto com Zorobabel e
Josué do cativeiro babilônico.
Zacarias, filho de Baraquias e neto de Ido (Zc
1.1), o identifica como autor do livro. Neemias informa
ainda que Zacarias era cabeça da família sacerdotal de Ido
(Ne 12.16). Por esta passagem, ficamos sabendo que ele
era da tribo de Levi, e que passou a servir em Jerusalém,
depois do exílio, tanto como sacerdote quanto profeta.
Zacarias foi um grande sacerdote que voltou
para Israel com seu pai Baraquias e seu avô Ido, na
primeira leva de cativos que retornaram da Babilônia com
Zorobabel. É o único profeta menor identificado como
sacerdote, acontecendo o mesmo com Jeremias e Ezequiel
(profetas maiores) que também foram sacerdotes. Ele é um
contemporâneo mais jovem do profeta Ageu.
Zacarias foi chamado para despertar os judeus
que retornaram, para completar a tarefa de reconstruir o
Templo (ver Ed 6.14). Sua mensagem escrita forma um
significativo elo entre os profetas anter iores (Zc 1.6) e as
fases posteriores da obra redentora de Deus, sobre a qual o
seu livro presta eloqüente testemunho.
Ele é um dos mais messiânicos de todos os
profetas do Antigo Testamento, dando referências dist intas
e comprovadas sobre a vinda do Messias.
122
Data
Esdras 5.1 declara que ambos animaram os
judeus, em Judá e Jerusalém, a persistirem na reedificação
do Templo nos dias de Zorobabel (o governador) e de
Josué (o sumo sacerdote). O contexto histórico para os
capítulos 1-8, datados entre 520-518 a.C., é idêntico ao de
Ageu. Como resultado do ministério profético de Zacarias
e Ageu, o Templo foi terminado sua construção e dedicado
em 516-515 a.C.
Em sua juventude, Zacarias havia trabalhado
lado a lado com Ageu. A visão dos pr imeiros capítulos foi
dada, aparentemente, enquanto o profeta ainda era um
jovem (ver Zc 2.4). Mas ao escrever os capítulos 9 - 14
(que a maioria dos estudiosos indica a data entre 480 -470
a.C.), já se achava idoso.
A referência “ó Grécia” em Zacarias 9.13 pode
indicar que os capítulos de 9-14 foram escritos depois de
470 a.C., quando a Grécia substituiu a Pérsia como o
grande poder mundial.
As profecias que abrangem o livro de Zacarias
foram reduzidas à escrita entre 520 e 475 a.C. A totalidade
das profecias de Zacarias foi enunciada1 em Jerusalém
diante dos 50.000 judeus que haviam voltado a Judá na
primeira etapa da restauração.
O Novo Testamento indica que Zacarias, filho
de Baraquias, foi assassinado “entre o santuário e o altar”
(no lugar da intercessão) por oficiais do Templo (Mt
23.35). Algo semelhante ocorrera a outro homem de Deus
que t inha o mesmo nome (ver 2Cr 24.20,21).
1 Exprimir, declarar, expor, manifestar.
123
Cenário
Dois meses após Ageu ter iniciado sua
mensagem, Zacarias começou a sua; os dois profetas foram
usados por Deus para incentivar o povo judeu na
construção do Templo que estava paralisada durante
dezesseis anos, eles deixaram clara a relação entre a
obediência do povo na reconstrução do Templo e a benção
divina em suas vidas (Ag 1.9 e Zc 1.16-17).
Os exilados que retornaram à sua terra natal em
536 a.C. sob o decreto de Ciro, estavam entre os mais
pobres dos judeus cativos. Cerca de cinqüenta mil pess oas
retornaram para Jerusalém sob a liderança de Zorobabel e
Josué. Rapidamente, reconstruíram o altar e iniciaram a
construção do Templo. Logo, todavia, a apatia1 se
estabeleceu, à medida que eles foram cercados com a
oposição dos vizinhos samaritanos, qu e, finalmente, foram
capazes de conseguir uma ordem do governo da Pérsia para
interromper a construção.
Durante cerca de doze anos a construção foi
obstruída2 pelo desânimo e pela preocupação com outras
atividades, Zacarias e Ageu persuadiram o povo a volt ar
para o Senhor e aos seus propósitos para restaurar o
Templo destruído. Zacarias encorajou o povo de Deus
indicando-lhes um dia, quando o Messias reinaria em u m
Templo restaurado, numa cidade restaurada.
Na tentativa de estender o governo persa até a
Europa, Dario saiu-se bem no início, mas foi derrotado
pela cidade da Grécia na batalha de Maratona em 490 a.C.,
sofreu uma derrota ainda maior em
1 Estado de impassibilidade, de indiferença. 2 Fechar, tapar; entupir. Impedir com obstáculos a passagem ou
circulação de: Impedir, estorvar.
124
Salamania, isso mudou o curso do avanço persa no
ocidente; assim, os gregos seriam outra potência gentia a
ser enfrentada, foi nesse clima que Zacarias escreveu os
capítulos 9-14; ele escreve detalhadamente sobre uma
invasão grega que se apossaria de toda a P alestina, exceto
Jerusalém, que seria poupada e protegida pelo Senhor.
Conteúdo
O livro divide-se em duas partes principais:
Primeira parte (Zc 1-8).
Começa com uma exortação aos judeus par a que
voltem ao Senhor, para que também o Senhor se volte a
eles (Zc 1.1-6). Enquanto encorajava o povo a terminar a
reedificação do Templo, o profeta Zacarias recebeu uma
sér ie de oito visões (Zc 1.7-6.8), garantindo à comunidade
judaica em Judá e Jerusalém, que Deus cuida de seu povo,
governando-lhe o destino.
As cinco primeiras visões transmitiam
esperança e consolação; as últimas três envolviam juízo. A
quarta visão contém uma importante profecia messiânica
(Zc 3.8,9). A cena da coroação descrita no livro de
Zacarias (Zc 6.9-15) é uma profecia messiânica clássica do
Antigo Testamento.
Duas mensagens (caps.7-8) fornecem
perspectivas presentes e futuras aos leitores originais do
livro. Segunda parte (Zc 9-14).
Contém dois blocos deprofecias apocalípticas.
Cada um deles é introduzido pela expressão: “Peso da
Palavra do Senhor” (Zc 9.1; 12.1). O primeiro “peso” (Zc
9.1-11,17) inclui promessa de salvação messiânica para
Israel, e revela que o Pastor -
125
Messias - Levaria a efeito tal salvação, ser ia
primeiramente rejeitado e fer ido (Zc 11.4 -17; cf. 13.7). O
outro “peso” (Zc 12.1-14.21) focaliza a restauração e
conversão de Israel. Deus prediz que Israel pranteará por
causa do próprio Deus “a quem traspassaram” (Zc
12.10) . Naquele dia, uma fonte será aberta à casa de
Davi para a purificação do pecado (Zc 13.1); então Israel
dirá: “O Senhor é meu Deus” (Zc 13.9). E o Messias
reinará como Rei sobre Jerusalém (Zc 14).
Os Jejuns de Israel
Os capítulos 7 e 8 nos dão pelo menos dois
esclarecimentos concernentes aos jejuns de Israel, os
judeus não t inham data marcada no seu calendário para
jejum ordenado por Deus, mas a própria nação impôs a si
mesma, dias de jejum em memória de diversas calamidades
envolvidas na destruição de Jerusalém em 586 a.C. Das
quais se destacam:
Décimo mês (10
de janeiro)
Dia em que principiou o cerco de
Jerusalém em 588 a.C. (Jr 52.4).
Quarto mês (09
de julho)
Os babilônicos rompem o muro de
Jerusalém, em 586 a.C. (Jr 52.6-7).
Quinto mês (10
de agosto)
Jerusalém foi destruída e queimada em
586 a.C. (Jr 52.12-14).
Sétimo mês (01
de outubro)
Gedalias, o novo Governador foi
também assassinado em 586 a.C. (Jr
41.1,2).
A prática do jejum foi designada para glória de
Deus, e não para méritos do homem, o jejum não tem
valor, a menos que sejam acompanhado de atos de justiça,
bondade e compaixão com o próximo (Zc 7.9 - 10), e foi a
ausência de tais atos que trouxe o julgamento divino de
desolação (Zc 7.11-14).
126
Características Especiais do Livro de Zacarias
Seis aspectos básicos:
É o mais messiânico dos livros do Antigo
Testamento, em virtude de suas muitas referências ao
Messias, que ocorrem em seus catorze capítulos.
Somente o livro do profeta Isaías, com seus sessenta
e seis capítulos, contém mais profecias a respeito do
Messias do que Zacarias.
Entre os profetas menores, possui ele as profecias
mais específicas e compreensíveis a respeito dos
eventos que marcarão o final dos tempos.
Representa a harmonização mais bem sucedida entre
os ofícios sacerdotal e profético em toda a história de
Israel.
Mais do que qualquer outro livro do Antigo
Testamento, suas visões e linguagem altamente
simbólicas assemelham-se aos livros apocalípticos de
Daniel e Apocalipse.
Revela um exemplo notável de ironia divina ao
prever a traição do Messias por trinta moedas de
prata, tratando-as como “esse belo preço em que fu i
avaliado por eles” (Zc 11.13).
A profecia de Zacarias a respeito do Messias no
capítulo 14, como o grande Rei-guerreiro reinando
sobre Jerusalém, é uma das que mais inspiram
reverente temor em todo o Antigo Testamento.
O Livro de Zacarias ante o Novo Testamento
Há uma aplicação profunda de Zacarias no
Novo Testamento. A harmonização da vida pessoal de
Zacarias, entre os aspectos sacerdotal e profético pode ter
contribuído para o ensino do Novo Testamento de
127
que Cristo é tanto sacerdote quanto profeta. Além disso,
Zacarias profetizou a respeito da morte expiatória de
Cristo pelas mãos dos judeus, que, no fim dos tempos,
levá-los-á a prantearem-no, arrependerem- se e serem
salvos (Zc 12.10-13.9; Rm 11.25-27).
Mas a contribuição mais importante de Zacarias
diz respeito a suas numerosas profecias concernentes a
Cristo.
Os escritores do Novo Testamento citam-nas,
declarando que foram cumpridas em Jesus Cristo. Entre
elas estão:
■ Ele virá de modo humilde e modesto (Zc 9.9; 13.7;
Mt 21.5; 26.31,56);
Ele restaurará Israel pelo sangue do seu concerto
(Zc 9.11; Mc 14.24);
■ Será Pastor das ovelhas de Deus que ficaram
dispersas e desgarradas (Zc 10.2; Mt 9.36);
■ Será traído e rejeitado (Zc 11.12,13; Mt 26.15;
27.9,10);
■ Será traspassado e abatido (Zc 12.10; 13.7; Mt
26.31,56);
■ Voltará em glór ia para livrar Israel de seus
inimigos (Zc 14.1-6; Mt 25.31; Ap 19.15);
■ Reinará como Rei em paz e retidão (Zc 9.9,10;
14.9,16; Rm 14.17; Ap 11.15);
■ Estabelecerá seu reino glor ioso para sempre sobre
as nações (Zc 14.6-19; Ap 11.15; 21.24- 26; 22.1-
5).
Os conteúdos messiânicos de Zacarias podem
ser confirmados por outros livros, a saber:
128
Zacarias Mensagem/Texto Confirmação
1.8-11 0 homem montado num cavalo
vermelho, bem como o “Anjo do
Senhor” é o Cristo pré-
personificado.
Is 63.1-6
2.8-11 O Messias mandado pelo Senhor
para habitar em Sião.
Is 61.1-3
3.8-10 “Meu servo, o Renovo”, é o
Messias vindo em humildade e
poder.
Is 4.2; 11.1;
Jr 23.5
6.12-13 “O homem cujo nome é Renovo” -
Rei-sacerdote
SI 2.6; 110.4
9.9-10 “O teu Rei, unido em humildade”. Mt 21.5; Jo
12.15
10.3 O Senhor visita o seu rebanho
como pastor
Ez 34.11-19
11.4-14 “Apascentai as ovelhas destinadas
para a matança”. Ele quebra as
varas da graça e da união.
Ez 34.3
12.10 “Olharão para mim a quem
traspassaram”
Is 53.5; Jo
19.37
13.6-7 “Fui ferido na casa dos meus
amigos” Jo 20.25; Ap
1.7 14.3-4 “Estarão os seus pés sobre o
Monte das Oliveiras, que está
fendido”.
At 1.11-12
14.5 “Virá o Senhor, todos os santos
com ele”. Dn 7.10;
Jd 14;
Mt 16.27; Ap
19.11-14
14.9 “0 Senhor será Rei sobre toda a
terra” SI 2.6; 72.8-
11; Ap 19.16
129
Questionário
■ Assinale com “X” as alternativas corretas
1. Quanto ao profeta Zacarias, é incerto afirmar que
a) Seu nome significa “Senhor se Lembra”, foi
um dos profetas pós-exílicos
b) Foi um grande sacerdote que voltou para Israel com
seu pai Baraquias e seu avô Ido
c) Foi chamado para despertar os judeus que
retornaram, para completarem a tarefa de
reconstruir o Templo
d) É o único “profeta menor” que não possui
características messiânicas em suas profecias
2. Foi assassinado “entre o santuário e o altar”
a) Zacarias
b) Ageu
c) Sofonias
d) Malaquias
3. Não é profecia de Zacarias cumprida em Jesus Cristo
a) Ele restaurará Israel pelo sangue do seu concerto
b) Ele nascerá em Belém
c) Será traído e rejeitado
d) Será traspassado e abatido
■ Marque “C” para Certo e “E” para Errado
4. A missão de Zacarias era animar o resto do povo judeu,
que estava desanimado pelas aflições e que hesitava em
reconstruir o Templo
5. Isaías, com seus 66 capítulos, contém menos profecias
a respeito do Messias do que Zacarias
130
Autor: Malaquias.
Data: Cerca de 430-420 a.C.
Tema: Acusações de Deus contra o
Judaísmo Pós-Exílico.
Palavras-Chave: Anjo, Sacerdotes, Sol
da Justiça, Dia do Senhor.
Versículo-chave: Ml 3.9.
Malaquias é o último dos profetas, test ifica
como fazem os que vieram antes dele, o triste fato do
fracasso de Israel. Ele apresenta o quadro de um povo
religioso externamente, mas inter iormente indiferente e
falso, um povo para o qual o culto a Jeová se transformou
em formalismo vazio, desempenhado por um sacerdócio
corrupto que não o respeitava.
Sob o ministér io de Ageu e Zacarias, o povo
estava disposto a reconhecer suas faltas e a corrigi -las,
mas agora, endureceram-se tanto que negam
insolentemente as acusações de Jeová (Ml 1.1,2; 2.17;
3.7). Pior ainda, muitos professam ceticismo quanto à
existência de um Deus de juízo e outros perguntam se
valerá à pena servir ao Senhor (Ml 2.17; 3.14,15). Qual
raio de luz nesta sombria noite, brilha a promessa da vinda
do Messias, que chegará para libertar o resto dos fieis e
julgar a nação.
Quando Malaquias escreveu, os judeus
repatriados passavam novamente por adversidade e
declínio espiritual. Eles se haviam tornado cínicos1, e
questionavam a justiça de Deus, duvidando do proveito em
se obedecer aos seus mandamentos. À medida que a sua fé
minguava, iam se tornando mecânicos e insensíveis na sua
observância ao culto divino, e
1 Que ostenta princípios e/ou pratica atos imorais; impudico, obsceno.
131
indiferente às exigências da Lei. Eles faziam-se culpados
de muitos tipos de transgressões contra o concerto.
Malaquias confronta os sacerdotes e o povo
com o apelo profético:
Para se arrependerem de seus pecados e da hipocrisia
religiosa para que não fossem surpreendidos pelo
castigo divino;
Para removerem a desobediência que bloqueava o
fluxo do favor e bênção de Deus;
Para voltarem ao Senhor e ao seu concerto com
corações sinceros e obedientes.
Tema
Malaquias falou a um povo desiludido,
desanimado e cheio de dúvidas, cuja experiência não
harmonizava com seu conhecimento das promessas
gloriosas encontradas nos profetas anteriores. Sua visão do
período messiânico que se aproximava não tinha se
mater ializado. Pelo contrário, eles exper imentaram a
miséria, a seca e a adversidade econômica, desiludindo-se
de tudo e de sua fé.
As palavras de Malaquias desafiam os céticos
com relação às promessas e, portanto, indiferente ao seu
compromisso de viver a luz dessas mesmas promessas e de
adorar e servir ao Senhor de todo o coração.
Autor
Malaquias significa “meu mensageiro” ou
“Mensageiro do Jeová”. Além do autor, há no livro outros
três mensageiros:
132
O mensageiro sacerdote (Ml 2.7);
O mensageiro precursor (Ml 3.1);
O “anjo do concerto”, o próprio Senhor (Ml 3.1).
O significado do nome do profeta dá forte
autoridade para essa mensagem profética no final do
Antigo Testamento. Malaquias está colocado num dos mais
significativos pontos divisórios da história.
A opinião que “Malaquias”, em 1.1, seja um
título descrit ivo, ao invés de um nome pessoal, é altamente
improvável. Embora não tenhamos mais informações no
restante do Antigo Testamento a respeito do profeta, sua
personalidade é evidente neste livro. Era um judeu devoto
da Judá pós-exílica, e contemporâneo de Neemias.
Provavelmente, um profeta sacerdotal.
Suas firmes convicções a favor da fidelidade ao
concerto (Ml 2.4,5,8,10), e contra a adoração hipócrita e
mecânica (Ml 1.7-2.9), a idolatria (Ml 2.10-
12) , o divórcio (Ml 2.13-16) e o roubo de dízimos e
ofertas (Ml 3.8-10), revela um homem de rigorosa
integridade e de intensa devoção a Deus.
O profeta não é conhecido de nenhuma outra
forma; a não ser pelo seu nome, já no primeiro versículo.
Não sabemos nada sobre seus pais, profissão, cidade natal
ou data do seu ministér io. Fundamentados nisso, muitos
intérpretes dizem que a palavra “Malaquias” é mais um
título do que um nome. O Talmude1, diz que Esdras é o
autor. Porém não podemos negar a autoria do livro de
Malaquias, só porque não sabemos a função ou família do
profeta. O que dizer então de Daniel, Amós, Obadias,
Miquéias,
1 Doutrina e jurisprudência da lei mosaica, com explicações dos textos
jurídicos do Pentateuco, e a Michná, i . e., a jurisprudência elaborada
pelos comentadores entre o III e o VI séculos.
133
Naum, Habacuque e Ageu? É certo que Malaquias foi
contemporâneo de Esdras que era sacerdote e escreveu
depois dele. Porém, Malaquias foi o últ imo mensageiro de
Jeová. Para o povo da aliança do Antigo Testamento,
ministrou cerca de 1000 anos depois de Moisés (o primeiro
profeta e escritor bíblico).
Data
O livro de Malaquias foi escr ito em 430 a.C.
aproximadamente. A profecia não tem data exata, mas
podemos supor, analisando alguns fatos e referências
históricas:
■ Os edomitas t inham sido levados do monte Seir, mas
não tinham voltado. Isso sugere uma data poster ior a
585 a.C. (Ml 1.1-4);
■ Os exilados tinham voltado, reconstruído o Templo e
caído no comodismo e na formalidade, quanto a sua
experiência religiosa (Ml 1.6);
■ Eles não estavam sob o governo de Neemias, mas de
um governador Persa, que era passível de suborno (Ml
1.8);
■ Os problemas morais e religiosos eram iguais aos
enfrentados por Esdras e Neemias. Por exemplo:
mater ialismo (Ne 13.15; Ml 3.5-9) e casamento com
pagãos (Ed 10.2; Ml 2.11).
Essas observações sugerem uma data
aproximada de 430 a.C., depois de Neemias ter voltado
para a Pérsia em 432 a.C., e dá para crer que está
relacionada com sua volta e nova reforma mais ou menos
em 430 a.C. (Ne 13.6-31).
O conteúdo do livro indica que:
■ O templo havia sido reedificado (516 -515 a.C.), e que
os sacrifícios e festas achavam-se plenamente
restaurados;
134
■ Um conhecimento geral da Lei havia sido
reintroduzido por Esdras (aproximadamente 457 - 455
a.C. ver Ed 7.10);
■ A apostasia subseqüente ocorrera entre os sacerdotes
e o povo (aproximadamente 433 a.C.). Além disso, o
ambiente espiritual e a negligência contra as quais
Malaquias clamava, assemelhava- se à situação que
Neemias encontrara em Judá depois de ter voltado da
Pérsia (aproximadamente 433-425 a.C.), para servir
como governador em Jerusalém pela segunda vez (cf.
Ne 13.4-30);
■ Os dízimos e as ofertas eram negligenciados (Ml
3.7- 12; Ne 13.10-13);
■ O concerto do casamento era violado, pois os homens
judeus divorciavam-se para se casarem com mulheres
pagãs (Ml 2.10-16; Ne 13.23-28).
E razoável acreditar que Malaquias haja
proclamado sua mensagem entre 430-420 a.C.
Cenário
Para entendermos melhor o cenário polít ico e
religioso de Malaquias, seria bom lermos o livro de
Neemias. Quem reinava era o rei persa Artaxerxes I (465 -
424 a.C.) sob o império grande e de difícil controle. Seu
avanço para o ocidente foi interrompido em 490 e 480
a.C., pelos atenienses em Maratona e Salamina. As
rebeliões internas dos egípcios foram esmagadas por
Artaxerxes ou Xerxes em 454 a.C., e pelo sátrapa sírio
Magabizo, em 450 a.C. houve paz no império por um
período de 25 anos aproximadamente.
Neemias burocrata judeu da corte de Artaxerxes
I foi designado governador em 444 a.C. e exerceu o cargo
até voltar à Pérsia em 432 a.C. (Ne 5.14).
135
Muito embora o Templo já estivesse
reconstruído (516 a.C.) o sistema de culto restaurado de
maneira digna por Esdras, e o muro da cidade
reconstruído, o estado espiritual do povo estava de novo
em um nível muito baixo. O povo tinha deixa do de dar o
dízimo, e em consequência as colheitas fracassavam. Os
sacerdotes, vendo-se desamparados tornam-se descuidados
e indiferentes com as funções do Templo. A moral
mostrava-se frouxa e havia freqüentes contatos
comprometedores com os pagãos circunvizinhos. O
espír ito de indiferença religiosa constatava -se com o de
seus antepassados que esperavam a volta do Messias para
o estabelecimento do novo reino davídico (Dt 30.1 -5; Ez
37.21-28).
O povo estava nessa situação, pois seu desejo
de ter o reino restaurado e poderoso, sob um grande líder,
não fora concretizado, razão pela qual reagiram com
tamanha indiferença espiritual. Foi justamente nessa época
que Malaquias entregou ao povo uma mensagem de amor
(Ml 1.1-3).
Indiferença religiosa para com as leis e as
ofertas, enquanto acusavam Deus de ser indiferente ao bem
ou ao mal. Indiferença moral para com os votos de
casamento. Chegaram divorciar -se das mulheres judias,
para casar-se com as pagãs. Pecados sociais de per júrio1,
fraude e opressão do fraco. Egoísmo material ao roubar a
Deus nos dízimos.
A últ ima recomendação do profeta é a seguinte:
“Lembrai-vos da lei de Moisés”. São
estatutos e juízos (Ml 4.4). Deixa também um aviso:
“esperem pela vinda de Elias”, que aplicaria aquela lei
durante o seu julgamento de restauração (Ml 4.5 -6). Este é
um ponto polêmico, pois existem seitas que
1 Juramento falso.
136
fazem uma confusão terrível sobre estes versículos de
Malaquias.
Seguindo seu retorno do exílio, o povo de Israel
vivia como uma comunidade restaurada na terra da
palestina. Ao invés de aprenderem das suas
experiências negativas passadas e de retorno ao serviço e
adoração do Deus de seus ancestrais: Abraão, Isaque e
Jacó, eles se tornaram imorais e negligentes.
Conteúdo
Na declaração de abertura, Malaquias
salienta o amor imutável de Deus por seu povo, devido a
sua miser icórdia, que dura para sempre. Este é o fundo
para as reprovações e exortações que se seguem.
Primeiro o profeta salienta o desdém aberto e
arrogante dos sacerdotes pela Lei e sua influência
negativa sobre o povo. O profeta mostra que eles
provocam muita queda no pecado. Portanto, ele os adverte
de que o Senhor não será um espectador inativo, mas, a
não ser que eles se arrependam, serão castigados
severamente.
Depois ele salienta, em termos não ambíguos1,
a traição dos sacerdotes e leigos no divórcio de esposas
fieis e casamento de mulheres pagãs que praticam a
idolatria. Isso é seguido por uma súplica fervorosa para
vigiarem suas paixões e serem fieis às esposas da sua
mocidade, dadas a eles pelo Senhor.
O livro, que consiste num sêxtuplo “peso da
Palavra do Senhor contra Israel, pelo ministério de
Malaquias” (Ml 1.1), está entremeado por uma sér ie de
perguntas retóricas e irônicas feitas por Israel com as
1 Que se pode tomar em mais de um sentido; equívoco.
137
respectivas respostas de Deus por intermédio do profeta.
Embora o emprego de perguntas e respostas nã o seja
exclusivo de Malaquias, seu uso é dist intivo por ser
crucial à estrutura literária do livro. O “peso” (ou
“mensagem repressiva”) do Senhor proclamado por
Malaquias é assim constituído:
■ Deus reafirma seu fiel amor a Israel segundo o
concerto (Ml 1.2-5);
■ Deus repreende os profetas por serem vigilantes infiéis
do relacionamento entre o Senhor e Israel segundo o
concerto (Ml 1.6-2.9);
■ Deus repreende Israel por ter rompido o concerto dos
pais (Ml 2.10-16);
■ Deus relembra a Israel a certeza do castigo divino por
causa dos pecados contra o concerto (Ml 2.17 - 3.6);
■ Deus conclama toda a comunidade judaica pós - exílica
a arrepender-se, e a voltar-se ao Senhor, para que
tornasse a receber as suas bênçãos (Ml 3.7-12);
A mensagem final refere-se ao “memorial
escrito” diante de Deus a respeito daqueles que o temem e
lhe estimam o nome (Ml 3.13 -18). Malaquias encerra seu
livro com uma advertência e promessas proféticas a
respeito do futuro “dia do Senhor” (Ml 4.1-6).
O Objetivo do Livro
Malaquias teve por objetivo despertar o
calejado povo que restara em Israel da sua estagnação1 e
frieza espiritual, com objetivo de possibilitar que o
1 Falta de movimento, de atividade; inércia, paralisação.
138
Senhor tornasse a abençoar suas vidas. Isso fica claro
quando lemos Malaquias 4.1-3.
É destacado nesse livro o amor, paciência e
justiça de Deus, e deixa claro a rebeldia do povo e a sua
autoconfiança. Nenhum outro profeta enfatizou tanto a
grandeza de Deus como Malaquias.
Três vezes em Malaquias 1.11-14, o Senhor
chama a atenção para a sua própria “Grandeza” e dez vezes
em todo o livro ele chama a atenção para a glór ia dev ida ao
seu Santo nome (Ml 1.6,11,14; 2.2-5; 3.16; 4.2). Note que
logo após a mensagem do profeta Malaquias, veio o
período de quatrocentos anos de silêncio profético. O povo
precisava lembrar-se da grandeza do Deus que os tinha
chamado para fazer uma aliança com Ele. Em todo o livro,
Malaquias pronunciou seu nome apenas uma vez, deixando
claro que era simplesmente o mensageiro do Senhor,
salientava: “assim diz o Senhor” (do mesmo modo que
Ageu fazia). O profeta diante da nação fraca (conseqüência
do desvio) identificou vinte e quatro vezes o Senhor, como
“Senhor dos Exércitos”. Título apropriado para o povo na
situação que vivia.
E importante deixar registrado também a
maneira ou método utilizado por Malaquias em seu livro,
veja: Malaquias usa o estilo dialético. As perguntas da
nação têm sempre um tom de rebeldia e hostilidade (Ml
1.2,6,7; 2.10,13,17; 3.7,8,13).
Nessa forma provocante o profeta apresentou as
mais importantes queixas do Senhor contra os judeus e
suas reações altivas. Este t ítulo, mais tarde f oi chamado de
método “Rabino” ou “Socrático”. Esse t ítulo provou ser
eficaz, pois chama a atenção e vai direto ao assunto
principal. O próprio Jesus usou um tipo semelhante de
comunicação ao enfrentar os líderes hostis da época (Mt
21.25,31,40; 22.42).
139
Conforme lemos, Malaquias nos informa sobre
a degeneração na fé de Israel. Pois eles questionavam o
seu amor (Ml 1.2), sua honra e grandeza (Ml 1.14; 2.2),
sua justiça (Ml 2.17); e seu caráter (Ml 3.13-15).
Esta visão deficiente produziu uma atitude
arrogante e fez com que as funções do Templo fossem
realizadas com enfado, o que afrontava a Deus (Ml 1.7 -
10; 3.14).
O dízimo não era dado de todo o coração e as
ofertas eram compostas de animais doentes e sem valor.
Isso ofenderia até o governador, se chegasse a receber um
presente assim - ver Malaquias capítulo 1 versículo 8
Como conseqüência disto o Senhor atiraria
“esterco” ou “lixo” sobre os rostos dos sacerdotes, e
amaldiçoaria também as sementes plantadas. Toda essa
situação requeria um Elias para restaurar a paz familiar e
evitar outra destruição do Senhor (Ml 4.5).
Não poderíamos deixar de falar sobre o dízimo.
Ficou caracterizado que um dos pecados mais persistentes
de Israel foi justamente o de roubar os dízimos e ofertas
pertencentes ao Senhor.
Muitos reis ao serem atacados entregavam os
tesouros do Templo na alternativa de apaziguar o inimigo;
todavia, em alguns casos era motivo de outros ataques,
pois o inimigo descobriu este ponto fraco (2Rs 18.14 -16).
Diante da sonegação dos dízimos, o Senhor
lembra-lhes que estavam, na realidade, roubando a si
próprios, pois o resultado de tal atitude era o fracasso das
colheitas. E, além disso, corria o r isco de ficarem com a
mente cauterizada pela prática deste pecado (Ml 2.17;
3.15; 3.8-10).
140
Características Especiais
Cinco aspectos básicos caracter izam o livro de
Malaquias:
De modo simples, direto e vigoroso, retrata
vividamente o debate entre Deus e seu povo. O
debate é levado a efeito na primeira pessoa do
singular.
Dá destaque ao método de perguntas e
respostas na apresentação da palavra profética com
nada menos que vinte e três perguntas trocadas entr e
Deus e o povo. Sugere-se que o método adotado por
Malaquias pode ter-se originado quando o profeta
apresentou, pela primeira vez, sua mensagem nas
ruas de Jerusalém ou nos átrios do templo.
Malaquias, o último dos profetas do Antigo
Testamento, é seguido por 400 anos de silêncio
profético. A longa ausência profética terminaria no
surgimento de João Batista. Foi este o previsto por
Malaquias como o antecessor do Messias (Ml 3.1).
A expressão “o Senhor dos Exércitos” ocorre
vinte vezes neste breve livro.
Destaca-se que a profecia final (que encerra a
mensagem profética do Antigo Testamento) prediz
que Deus enviaria alguém como Elias para restaurar
os pais piedosos em Sião, contrariamente às
tendências sociais predominantes que levaram a
desintegração da família (Ml 4.5,6).
141
O Livro de Malaquias ante o Novo Testamento
Três trechos específicos de Malaquias são
citados no Novo Testamento.
1o As frases “amei a Jacó” e “aborreci a Esaú” (Ml 1.2,3)
são registradas por Paulo em suas considerações sobre
a eleição (Rm 9.13).
2o A profecia de Malaquias a respeito do “meu anjo, que
preparará o caminho diante de mim” (Ml 3.1; cf. Is
40.3) é citada por Jesus como referência a João
Batista e seu ministér io (Mt 11.7-15).
3o Semelhantemente, Jesus entendia que a profecia de
Malaquias a respeito do envio do “profeta Elias”,
antes do “dia grande e terrível do Senhor” (Ml
4.5) , aplicava-se a João Batista (Mt 11.14; 17.10-
13; Mc 9.11-13).
Além destas três claras referências a Malaquias
no Novo Testamento, a condenação que o profeta faz do
divórcio injusto (Ml 2.14-16), antevê o ensino do Novo
Testamento sobre o tema (Mt 5.31,32; 19.3 -10; Mc 10.2-
12; Rm 7.1-3; ICo 7.10-16,39). A profecia de Malaquias a
respeito do aparecimento do Messias (Ml 3.1 -6; 4.1-3)
abrange tanto a primeira quanto à segunda vinda de
Cristo.
Observação
A palavra final do últ imo profeta do Antigo
Testamento é maldição, sendo que a primeira palavra do
Messias, profer ida no monte foi “bem-aventurado” (Mt
5.3), e a última palavra do Novo Testamento é “graça”
(Ap 22.21). O livro de Gênesis mostra como a maldição
entrou na raça humana. Malaquias diz que a maldição
ainda ameaça, e Mateus inicia o Novo Testamento dizendo
que Jesus se fez maldição por nós;
142
a fim de podermos através do seu sacrifício ter a bên ção
tão desejada através da fé em seu nome.
■ Somente através do Messias, Israel poderá ser salvo,
e escapar da maldição.
■ A Cristologia é muito notável (Ml 1.14; 3.1;
4.2).
■ O Senhor declara ser um “Grande Rei”
■ O Senhor declara ser o “Anjo da Aliança”.
■ O Senhor declara ser o “Sol da Justiça”. Este
Sol tem duplo poder: queima o perverso e ímpio e
purifica a nação (os justos). Foi com esta mensagem que
ocorreu o per íodo chamado “Intertestamentário”, para
testar a fé na palavra profética dada pela lei e os
profetas.
Questionário
■ Assinale com “X” as alternativas corretas
6. O tema do livro de Malaquias é
a) O Dia do Senhor
b) A conclusão do Templo e as promessas messiânicas
c) Acusações de Deus contra o Judaísmo Pós- Exílico
d) Viver pela fé
7. Quanto ao apelo profético de Malaquias aos
sacerdotes e ao povo, é incerto afirmar que
a) Deveriam se arrependerem de seus pecados e da
hipocr isia religiosa
b) Deveriam removerem a desobediência que
bloqueava o fluxo do favor e bênção de Deus
c) Deveriam voltarem ao Senhor e ao seu
concerto com corações sinceros e obedientes
d) Deveriam reconstruírem o Templo o mais
rápido possível
143
8. Quanto às característ icas do livro de Malaquias é
incerto afirmar que
a) De modo simples, direto e vigoroso, retrata
vividamente o debate entre Deus e seu povo
b) Predisse que ninguém mais fosse o antecessor do
Messias
c) Dá destaque ao método de perguntas e respostas na
apresentação da palavra profética
d) É o últ imo dos profetas do Antigo Testamento. É
seguido por 400 anos de silêncio profético
* Marque “C” para Certo e “E” para Errado
9.1 Além de Malaquias, há no livro outros três
mensageiros: o sacerdote, o precursor e o anjo do
concerto
10.0 A palavra final do último profeta do Antigo
Testamento é maldição, sendo que a primeira palavr a
do Messias, proferida no monte foi “bem- aventurado”
144
Profetas Menores Referências Bibliográficas
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Janeiro: CPAD, 1995.
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